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Ano XXI | N.º 129 | Janeiro > Março 2016 Jornal dos Combatentes do Ultramar combatente Stress Pós-Traumático de Guerra Revisão da matéria dada no próximo número

combatente - ancu.pt · Ano XXI | N.º 129 | Janeiro > Março 2016 Jornal dos Combatentes do Ultramar combatente Stress Pós-Traumático de Guerra Revisão da matéria dada no próximo

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Ano XXI | N.º 129 | Janeiro > Março 2016

Jornal dos Combatentes do Ultramarcombatente

Stress Pós-Traumáticode Guerra

Revisão da matéria dada no próximo número

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FICHA TÉCNICA: A VOZ DO COMBATENTE - Jornal dos Combatentes de Ultramar | ANO XXI | N.º 129 | JAN. / MAR. 2016 | Director: António Ferraz Impressão/Paginação: GRAFIBEIRA - Tipografia e Artes Gráficas, Lda. - Oliveira do Hospital | Tiragem: 5.000 exemplares Associação Nacional dos Combatentes do Ultramar | Rua Conde Ferreira, 47 - Escola Conde Ferreira - Feira - 3460-553 TONDELA - Telf. / Fax 232 822 710 - Tlm. 965 160 670 - www.ancu.pt - E-mail: [email protected] - Reg. Secretaria do Ministério da Justiça, N.º 119.966 - Empresa jornalistica N.º 219.965 - Pessoa colectiva: 501 879 617

E D I T O R I A L

Vivemos porém, dias contraditórios.

Na Primavera e durante o verão, por

todo o País, os combatentes continuam a

realizar os convívios do pessoal das suas

unidades militares de África. As mulheres,

os filhos e já os netos os acompanham.

Por todo o lado se constituem associa-

ções concelhias de combatentes. As as-

sociações de especialidades (V.g. Coman-

dos, fuzileiros, pára-quedistas, operações

especiais, etc). continuam a congregar

aqueles que orgulhosamente passaram

por essas tropas. A ADFA prossegue a sua

luta e tem conseguido assinaláveis êxitos.

A LIGA tradicionalmente agrega o maior

número de associados. Outras Associa-

ções, têm como sócios pessoal espalhado

pelo País e pelo estrangeiro.

Creio, porém que ainda, e já no resto

das nossas vidas não conseguimos criar a

união que nos deveria dar força.

Uns quase se arrogam exclusivos re-

presentantes dos combatentes, outros

fecham-se no seu casulo.

Será que a liberdade de associação é

prejudicial? Ou é mais vantajoso falar e

trabalhar cada um por si?

Quando será que algumas das associa-

ções terão a coragem de liderar esforços

para a desejada união, negando comodis-

mos e indiferenças e até invejas e ciúmes

mesquinhos?

Não compreendo que uma associação

de combatentes querendo afirmar a sua

independência, escreva no seu programa

de actividades como propósito tratar as

demais com equidistância.

Não entendo que noutras haja votos

qualificados, em desproporção que chega

a um por mil.

E terei falta de fé quando uma outra as-

sociação reclame e queira convencer as

outras a reclamar benefícios sociais para

os combatentes (Embora justos) de 700

milhões de euros anuais e venha dizer que

tem solução simples pela criação dumas

sobretaxas de impostos ou sobre rendi-

mentos?

A união não se impõe pela existência

duma única associação, mas antes pela

solidariedade de todos e pelo contributo

generoso de cada um, prosseguindo com

bom senso objectivos comuns aceites por

todos.

Exige-se espírito aberto, muita paciên-

cia e persistência.

A uNIãO fAz A fORçA

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| 3 Janeiro | Março 2015

Jornal dos Combatentes do Ultramar | A Voz do Combatente

Dia 9 de ABRIL – Dia do CombatenteMosteiro de Santa Maria da Vitó-

ria, mais conhecido como Mosteiro da Batalha, foi mandado edificar em 1386 por D.João I de Portugal] como agradecimento à Virgem Maria pela vitória na Batalha de Aljubarrota.

Considerado Património Mundial pela UNESCO e em 2007 foi consi-derado uma das sete maravilhas de Portugal.

A Batalha de La Lys deu-se a 9 de abril de 1918,

As cerimónias da comemoração do aniversário da Batalha de La Lys têm lugar, habitualmente, todos os anos no Mosteiro de Santa Maria da Vitória - Batalha (Leiria) num dos pri-meiros fins de semana de Abril, com a presença dos vários ramos das for-ças armadas portuguesas, entre ou-tras entidades.

Curiosidades: O Soldado MilhõesNesta batalha a 2ª Divisão do

CEP foi completamente desbaratada, sacrificando-se nela muitas vidas, entre os mortos, feridos, desapareci-dos e capturados como prisioneiros de guerra. No meio do caos, distin-guiram-se vários homens, anónimos na sua maior parte. Porém, um nome ficou para a História, deturpad,: o

soldado Milhões.De seu verdadeiro nome Aníbal

Milhais, natural de Valongo, em Mur-ça, viu-se sozinho na sua trincheira, apenas munido da sua menina, uma metralhadora Lewis, conhecida entre os combatentes lusos como a Luísa. Munido da coragem que só no cam-po de batalha é possível, enfrentou sozinho as colunas alemãs que se atravessaram no seu caminho, o que em último caso permitiu a retirada de vários soldados portugueses e

britânicos para as posições defensi-vas da retaguarda. Vagueando pelas trincheiras e campos, ora de nin-guém ora ocupados pelos alemães, o soldado Milhões continuou ainda a fazer fogo esporádico, para o qual se valeu de cunhetes de balas que foi encontrando pelo caminho. Quatro dias depois do início da batalha, en-controu um major escocês, salvando-o de morrer afogado num pântano. Foi este médico, para sempre agra-decido, que deu conta ao exército aliado dos feitos do soldado trans-montano.

Regressado a um acampamento português, um comandante saudou-o, dizendo o que ficaria para a Histó-ria de Portugal, “Tu és Milhais, mas vales Milhões!”. Foi o único soldado raso português da Primeira Guerra a ser condecorado com o Colar da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, a mais alta condecoração existente no país.

Caso deseje participar, a Associação todos os anos se desloca às comemorações…Inscreva-se.

Pede-se a todos os associados que actualizem as suas

quotas as quais podem ser pagas directamente na sede da

Associação, por CTT ou transferência Bancária para o NIB:

0035 0816 0003863573061- CGD

Por favor identifique-se na transferência colocando o seu número de sócio

ou enviando por Email ou Fax o comprovativo da mesma.

A Associação não se responsabiliza por pagamentos que não estejam devidamente identificados.

Q u O T A S

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4 | Janeiro | Março 2015

A Voz do Combatente | Jornal dos Combatentes do Ultramar

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| 5 Janeiro | Março 2015

Jornal dos Combatentes do Ultramar | A Voz do Combatente

OS COMBATENTES DO CONCELhO DE TONDELA30% dos homEns Foram à guErra

No nosso programa de activida-des consta o lançamento dum livro sobre os Combatentes de Tondela.

Começámos os primeiros contac-tos, conscientes que a obra só será possível se alguém com tempo vá pesquisar demoradamente pelos ar-quivos…

Do Arquivo Geral do Exercito re-cebemos a resposta anexa, com a listagem numérica dos processos in-dividuais dos mobilizados, que não inclui militares dos quadros perma-nentes, nem deficientes das Forças Armadas.

Da lista poder-se-á já concluir que durante o período da guerra de Áfri-ca (1961/1975) terão passado por lá 5.590 soldados, sargentos e oficiais milicianos do concelho de Tondela, uma média anual de 372, sendo os maiores contingentes fornecidos pelos nascidos em 1947 (504) em 1949 (557) em 1950 (506) e em 1951 (471).

Não esqueçamos porém que com o inicio da guerra em Angola em 1961 foram mobilizados os nascidos em 1937, 1938, 1939, 1940 num to-tal de 824.

No censo populacional de 1960 o concelho de Tondela tinha 38.917 residentes e no ano de 1970 35.350.

Uma vez que as mulheres não fo-ram á guerra e representam cerca de 50% da população total), comparando o número de mobilizados (cerca de 6.000 aí incluindo oficiais e sargen-tos profissionais e deficientes das Forças Armadas) poderemos concluir que 30% dos homens vivos nesse pe-ríodo de 1961/1975 foram á guerra!

No livro pretendemos lembrar os nossos mortos (49) e as circunstan-cias em que faleceram e dele fazer constar uma listagem de todos os mobilizados, a par de uma pequena resenha histórica da guerra colonial.

Será que conseguimos?

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6 | Janeiro | Março 2015

A Voz do Combatente | Jornal dos Combatentes do Ultramar

PLANO DE ACTIvIDADES PARA 2016

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| 7 Janeiro | Março 2015

Jornal dos Combatentes do Ultramar | A Voz do Combatente

PLANO DE ACTIvIDADES PARA 2016

destaque

na Emissora das Beiras

Emissoradas Beiras

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8 | Janeiro | Março 2015

A Voz do Combatente | Jornal dos Combatentes do Ultramar

19 de MARçO às 15horasMX-11-26

No dia e hora supra ANICETO PIRES, que foi soldado condutor no norte de Angola em 1972/1974 apresentará o seu livro “Desbravando as silen-ciosas picadas do Dembo – MX -11-26”, na sede da Associação.

Outras apresentações foram feitas, nomeada-mente na sede da ADFA.

O nosso conterrâneo Lopes da Rosa, que todos conhecemos da Emisso-ra das Beiras, que serviu como Furriel na Compa-nhia do autor do livro, fará a sua apresentação.

MX -11-26 era a matri-cula do Unimog distribuí-do ao nosso camarada de armas, com o qual ele fez a comissão.

Valerá a pena estar pre-sente. Do texto do livro ressaltará a memória de muitos factos semelhantes aos que vivemos por Áfri-ca.

Com uma ou outra exce-ção (Reino do Congo em An-gola, Vale do Zambeze, em Moçambique) os portugue-ses ficara-se até quase me-ados do século XIX pela costa marítima dos territórios.

Este núme-ro dá-nos conta da expansão portuguesa quando as potencias europeias começaram a dividir en-tre si os territórios africanos.

A ideia que nos foi veiculada na primária e nos ficou de que Angola, Moçambique e Guiné, como os conhecemos hoje, sempre foram portu-gueses em toda a sua extensão, não correspon-de à verdade. Fomos os primeiros a chegar, mas a extensão dos territórios multiplicou-se várias vezes muito mais tarde.

Sabia, por exemplo, que só por volta de 1918/1920 o território Maconde entrou efetiva-mente debaixo da soberania portuguesa?

Fomos os últimos a partir. Mas a nossa gera-ção combateu em muitos sítios que na altura não tinham ainda tido contacto com portugueses ou outros povos havia um século.

Livros

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| 9 Janeiro | Março 2015

Jornal dos Combatentes do Ultramar | A Voz do Combatente

O jornalista Manuel Carvalho é o autor da obra cuja capa se reproduz.

A 1º Grande Guerra não decorreu somente em território europeu. Para os portugueses começou antes no sul de Angola e no norte de Moçambique.

O livro descreve as voltas e agru-ras que os quatro contingentes idos de Portugal e instalados em Porto Amélia e Mocimboa da Praia deram e sofreram.

Desde o “Batalhão do pau”, (até as armas chegarem os militares ti-veram que usar nos treinos paus em substituição delas) até medicamentos falsificados e mais mortos sobretudo por doença, do que na França, o livro é uma narrativa de incompetência, abandono e miséria.

Por isso o título vem a propósito.Há a salientar que para escrever

este livro o autor visitou os locais de Cabo Delgado onde os desgraçados

dos nossos soldados viveram e com-bateram.

Em números anteriores demos conta de dois livros onde o tema foi aflorado:

De Cardoso Mirão,” Kináni?” (Quem vive?) – Crónica de Guerra, Moçambi-que 1917-1918” e de René Pélissier “História de Moçambique - Formação e Oposição 1854-1918”.

O primeiro é o relato do sargento que participou com o 4º contingente na “Batalha de Negomano” (25 de No-vembro de 1917) e o segundo é obra dum estrangeiro que tem dedicado as suas investigações á formação do ter-ritório das ex-colónias portuguesas.

Pela sua clareza em relação ao se-gundo e extensão comparada com o primeiro, creio que o livro de Manuel Carvalho é um bom trabalho.

Vale bem a sua leitura, sobretudo por aqueles que andaram pelos mes-

mos sítios de alguns dos nossos avós, cerca de meio século depois.

Queixámo-nos das nossas con-dições de alojamento, alimentação e armamento; é de comparar com as insuficiências deles, para além da in-competência (salvo raras excepções) dos que os comandaram!

Livros

C O N v Í v I O SBatalhão de Artilharia 1869

“OS GALOS”Vai realizar-se no dia 25 de Abril de 2016 em ESPOSENDE o XXXVIII ENCONTRO do B.ART. 1869 que cumpriram ser-viço em ANGOLA de 1965 a 1968.A formatura tem início pelas 09Horas Junto á Igreja de S. Bartolomeu do Mar, às 12h, será celebrada missa de ac-ção de graças, seguindo-se de almoço e tarde recreativa.Os interessados devem contactar:Manuel TeixeiraR. dos Lousos, 250 • 4805-477 Santa Maria AirãoTelm. 966 088 325 ou 252 996 137

Batalhão de Cavalaria 3871

“OS CAvALEIROS DE MAIOMBE”Angola 1972/74 • 42ºAniversário28 de Maio de 2016 – Galegos de Sta. Maria – BarcelosContactos: João de Deus Alvares Pereira - 915 920 878

BATALhãO DE CAvALARIA 3878Moçambique 1972/197424 de Abril de 2016 – Viana do CasteloContactos:Amaro Pereira (alferes da C. Cav. 3509)938 014 444 - 258 826 746

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10 | Janeiro | Março 2015

A Voz do Combatente | Jornal dos Combatentes do Ultramar

f A L E C I M E N T O S

hélder fernandes Balsa, sócio 3014

Figura bem conhecida em todo o concelho pelo exercício da sua profissão de engenheiro civil, só

após o seu funeral soubemos da sua morte. Embora trabalhasse na sede do concelho de Tondela,

residiu em Coimbra.

Cumpriu serviço militar em Angola de 1972/1974 integrado no Batalhão de Caçadores 3870, onde

comandou como Capitão miliciano a C.Caç.3458.

- Germano Antunes do Vale, sócio 2582

Também inesperadamente o amigo Germano nos deixou. Foi o responsável pelo primeiro en-

contro de Combatentes de Tondela, que logo se organizaram em 1996 como núcleo da Associação

Nacional dos Combatentes do Ultramar, então com sede em Guimarães.

Assumiu as funções de secretário do Núcleo e continuou a desempenhá-las quando a sede a par-

tir de 2002 se estabeleceu em Tondela. Deixou tais funções somente no último triénio (2011). Foi

homenageado pelos sócios que deram o seu nome ao pátio da sede da Associação, perpetuando a

sua memória.

Pelo seu trabalho interessado, disciplinado e generoso em benefício dos combatentes é bem

merecedor da gratidão destes.

Germano Antunes do vale, sócio 2582

Também inesperadamente o amigo Germano nos deixou. Foi o responsável pelo primeiro en-

contro de Combatentes de Tondela, que logo se organizaram em 1996 como núcleo da Associação

Nacional dos Combatentes do Ultramar, então com sede em Guimarães.

Assumiu as funções de secretário do Núcleo e continuou a desempenhá-las quando a sede a par-

tir de 2002 se estabeleceu em Tondela. Deixou tais funções somente no último triénio (2011). Foi

homenageado pelos sócios que deram o seu nome ao pátio da sede da Associação, perpetuando a

sua memória.

Pelo seu trabalho interessado, disciplinado e generoso em benefício dos combatentes é bem

merecedor da gratidão destes.

José dos Santos Marques, sócio 2640

Residiu em Campo de Besteiros. Prestou serviço em Angola de 1968 a 1970.

No funeral destes dois últimos amigos a A.N.C.U. fez-se representar por membros da sua Direcção

e outros sócios, as respectivas boinas e a sua bandeira, como reconhecida homenagem e apreciação

da boa aceitação por parte dos participantes nos funerais.

Não estivemos presentes, assim como muita gente não esteve por a notícia da morte do Eng. Balsa

ter corrido entre a população já depois do seu funeral, e ninguém nos ter avisado.

Nota: Falta ainda homenagear os mortos de 3 freguesias das 26 (antes da última reforma da orga-

nização territorial) do concelho que caíram na guerra.

É uma falta nossa. Durante o corrente ano acabaremos de cumprir o nosso dever.

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| 11 Janeiro | Março 2015

Jornal dos Combatentes do Ultramar | A Voz do Combatente

Quando a Arte e o humor se unem em tempo de Guerra…

Lembrando-me de ti

…”O Cartoon “Zé da Fisga” que representava o soldado por-tuguês que combateu na Guerra Colonial, entre 1961 e 1974. Era normalmente publicado na “Noti-cia”, revista com sede em Luanda (Angola), era uma forma de retra-tar o conflito de uma forma hu-morística.

O cartoon “Zé da Fisga” é sem dúvida, um dos muitos retratos possíveis do militar português que deixou a metrópole e partiu para a guerra. Não há nele toda a verdade mas há nele parte da verdade e há nele também por-menores relevantes sobre o quo-tidiano do militar destacado. Não é o retrato de todos os militares mas sim o retrato crítico e humo-rístico centrado no posto mais

baixo da hierarquia militar – o soldado.”…

…”De facto, hoje, este cartoon não pode ser analisado sem co-nhecimento do passado, onde ha-via censura e onde a guerra não

era, como mostram as imagens, desprovida de sangue.” (excertos da tese de Mestrado de Sílvia Ma-nuela Marques Torres)

Para os que lá estiveram….Quem ainda se lembra??....

As árvores dançam com o vento,A chuva cai na minha rua,Seguro a minha mão na tua,E o amor foge no tempo. Juntos à lareira,Tu riste para mim,E em tom de brincadeiraDizes-me coisas sem fim.

De pantufas calçadasPercorro a casa chorando,Partiste nas Forças ArmadasE deixaste-me pensandoNa hora da chegada

Recordo…Por ti sempre fui amada!Volta nesta madrugada!Chove e faz vento,Não sou a menina que ri,Aconchego-me à lareiraLembrando-me de ti.

ana rita Ferraz - 16/09/2015

fernando Gonçalves, “Nando” Fernando da Silva Gonçalves – autor

do célebre “Zé da Fisga” –, nasceu no dia 2 de Fevereiro de 1940, na Póvoa do Varzim.

Em 1962 foi mobilizado pelo Bata-lhão de Caçadores 5 - Campolide para servir o Estado Português, em Angola.

Embarcou no dia 5 de Dezembro de 1962 rumo a Cabinda, integrado na Companhia de Caçadores Especiais 371

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CONvOCATÓRIA

ASSEMBLEIA GERAL ORDINáRIA

Nos termos do artigo 10, dos Estatutos e artigo 18, alínea 1 e 2 (Secção I) do

Regulamento Geral Interno, convoco a Assembleia Geral Ordinária da Associação

Nacional dos Combatentes do Ultramar, que reunirá no próximo dia 20 de Março

de 2016, (Domingo) pelas 14h30mn, na sua sede, sita na Rua Conde Ferreira, 47,

em Tondela, com a seguinte ordem de Trabalhos:

1. Apresentação, parecer do Conselho fiscal, discussão e votação do Relatório e Contas do Exercício de 2015

2. Informação diversa.

Se à hora marcada não estiver presente a totalidade dos sócios, a Assembleia

iniciar-se-á meia hora depois com qualquer número de associados.

Tondela, 29 de Fevereiro de 2016

O Presidente da Assembleia Geral

antónio manuel Tenreiro da Cruz

ASSOCIAçãO NACIONALDOS COMBATENTES DO uLTRAMAR