Upload
vuquynh
View
220
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
Combustão
JOSÉ EDUARDO MAUTONE BARROSProfessor Adjunto da Universidade Federal de Minas Gerais
Coordenador do Laboratório de Combustíveis e Combustão
Doutor em Engenharia Mecânica - Térmica (UFMG)
Doutor em Engenharia Aeronáutica - Energia (ITA)
Engenheiro Químico (UFMG)
www.mautone.eng.br [email protected]
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO A COMBUSTÃO
DEFINIÇÕES BÁSICAS
COMBUSTÍVEIS
CLASSIFICAÇÃO DE CHAMAS
REGIMES DE COMBUSTÃO
QUEIMADORES INDUSTRIAIS
EMISSÕES
3
DEFINIÇÕES BÁSICAS
Termoquímica– Calor de Formação
– Entalpia de Combustão
– Poder Calorífico
– Entalpia de reação
– Temperatura Adiabática de Chama
– Eficiência Energética
Convencional
Real
Exergética
– Balanço térmico
Temperatura de gases de combustão (fumaça
ou fumos)
4
DEFINIÇÕES BÁSICASTermoquímica
Entalpia de Formação– A Entalpia de Formação (ΔHf
0) de um composto químico
é a variação da entalpia da reação de formação deste
composto a partir de suas espécies elementares que o
compõem, na sua forma mais fundamental, ou seja, é a
energia liberada ou absorvida pela reação de formação
de compostos.
– A Reação de Formação de um composto consiste na
formação do composto em questão a partir dos seus
elementos na sua forma mais estável em condições de
298,15 K e 101325 Pa.
C(s) + H2(g) ==> C4H10(g) ΔHf0 = -126.027,0 kJ/kmol (Butano)
5
DEFINIÇÕES BÁSICASTermoquímica
Calor de Formação– As entalpias padrão de formação são tabeladas, mas é
possível as calcular usando o método de Benson, 1993,
descrito no verbete “Heat of Formation Group Additivity” da
Wikipedia em inglês. Deve-se conhecer a fórmula estrutural.
H2(g) + ½ O2(g) ==> H2O(l) ΔHf0 = -285.565,1 kJ/kmol
H2(g) + ½ O2(g) ==> H2O(g) ΔHf0 = -241.595,6 kJ/kmol
– Observe que a diferença de entalpia de
formação da água no estado vapor e
no estado líquido é o seu calor latente de
vaporização.
H2O(l) ==> H2O(g) ΔHl0 = 43.969,5 kJ/kmol
6
DEFINIÇÕES BÁSICASTermoquímica
Entalpia de Combustão
– É a energia liberada pela reação de
combustão completa de um
combustível com um oxidante.
– Pode ser calculada a partir das
energias de formação.
– Os compostos em condições
elementares possuem entalpia de
formação igual a zero.
7
DEFINIÇÕES BÁSICASTermoquímica
Entalpia de Combustão– Exemplo de cálculo para o ácido benzóico
7 C s 7 O2 g 7 CO2 g 7 H f
07 393,51
3 H 2 g 1,5O2 g 3 H 2O l 3 H f
03 285.83
C7 H 6 O2 s 7 C s O2 g 3 H 2 g 1 H f
01 384.80
C7 H 6 O2 s 7,5O2 g 7 CO2 g 3 H 2O l H c
03227,26 kJ gmol
H c
026,45 kJ g
www.tte.com.br - [email protected]
DEFINIÇÕES BÁSICASTermoquímica
Poder Calorífico– O poder calorífico superior (PCS) é definido com a
entalpia de combustão com sinal trocado,
considerando a água formada no estado líquido.
– O poder calorífico inferior (PCI) é definido com a
entalpia de combustão com sinal trocado,
considerando a água formada no estado gasoso.
– Unidades: [J/kg ou J/kmol ou J/Nm3]
– Observe que a diferença entre o PCI e o PCS é o
calor latente de vaporização da água.
H2O(l) ==> H2O(g) ΔHl0 = 43.969,5 kJ/kmol
o
OHlOH 22ΔHXPCSPCI
9
DEFINIÇÕES BÁSICASTermoquímica
Exercício – Calcular o poder calorífico
superior e inferior do Metano.
CH4 -74.920,0
CO -110.578,0
CO2 -393.769,0
SO2 -70.960,0
H2O(l) -286.028,0
H2O(g) -241.997,0
Calor Padrão de Formação
Hf (kJ/kmol)
10
DEFINIÇÕES BÁSICASTermoquímica
Poder Calorífico Superior– Medição com um calorímetro
– O PCI depende da determinação do
teor de hidrogênio no combustível
ou do teor de água formada na
combustão completa.
11
DEFINIÇÕES BÁSICASTermoquímica
Entalpia de Reação– É a energia liberada pela reação de combustão
real de um combustível com um oxidante (ΔHR).
– Ela varia conforme a razão
combustível/oxidante empregada.
– Ela varia com a pressão e temperatura dos
gases de combustão.
– Normalmente o máximo de liberação de
energia não coincide com a razão de mistura
estequiométrica.
12
DEFINIÇÕES BÁSICASTermoquímica
Temperatura Adiabática de Chama– É a temperatura que os produtos de combustão
atingiriam se toda a energia liberada na reação fosse
usada para o aquecimento destes gases.
– O processo é adiabático, pois não há troca de calor
com as vizinhanças do sistema.
– Forma de cálculo:
– O cálculo é feito considerando a vazão mássica de
gases de combustão liberado e do combustível
consumido.
PCIm)TT(cm comb0adgasespgases
diluiçãoararcombgases mmmm
13
DEFINIÇÕES BÁSICASTermoquímica
Temperatura Adiabática de Chama
– T0 é a temperatura inicial da mistura ar/combustível e
o calor específico a pressão constante (cp gases) é o
valor médio entre Tad e T0 para os gases de
combustão.
– O processo de cálculo é iterativo pois a capacidade
calorífica é função da temperatura.
– Os programas citados para cálculo de composição
também são capazes de calcular o PCS, o PCI, o
Calor de Reação e a Temperatura Adiabática de
Chama.
PCIm)TT(cm comb0adgasespgases
14
DEFINIÇÕES BÁSICASTermoquímica
Eficiência energética (h)
– Térmica
É definida como a energia útil dividida pelo
PCI do combustível.
A Energia Útil (E), por unidade de massa de
combustível, pode ser calor, trabalho
mecânico ou trabalho elétrico.
Contudo a energia disponível é bem inferior
ao PCI devido as condições de operação.
PCI
Eútilt
15
DEFINIÇÕES BÁSICASTermoquímica
Eficiência energética (h)
– Real
É definida como a energia útil dividida pelo
Calor de Reação do combustível, nas
condições de operação do equipamento.
Exige um detalhamento do funcionamento
do equipamento para ser calculada.
R
útiltr
H
E
16
DEFINIÇÕES BÁSICASTermoquímica
Eficiência energética (h)– Exergética
É definida como a energia útil dividida pelo Calor
de Reação do combustível, nas condições de
operação do equipamento, retirando a parte
irreversível da energia (I).
A irreversibilidade (I) é calculada pela segunda
Lei da Termodinâmica a partir da variação de
entropia (S) do sistema.
Exige um detalhamento do funcionamento do
equipamento para ser calculada.
IH
E
R
útilex
STI
extrt
17
DEFINIÇÕES BÁSICASTermoquímica
Balanço Térmico– Temperatura de saída da carga ?
– Temperatura dos gases de combustão ?
CargaCarga
Ar/Comb.
Fumaça
Perda de calor
Perda de calor
Forno
18
DEFINIÇÕES BÁSICASTermoquímica
Balanço Térmico
– Regime Permanente
CargaCarga
Ar/Comb.
Fumaça
Perda de calor
Perda de calor
Forno
0)TT(cmHmHHm 0gasesgasespgasesrcombperdidoaargcaargc
19
DEFINIÇÕES BÁSICASTermoquímica
Exemplo – Calcular a temperatura
adiabática de chama do GLP a
1 atmosfera, 25 oC e razão de
equivalentes de 1,0.
Gases Combustão do GLP
Temperatura
K
500 1,1423
1000 1,2155
1200 1,2402
1400 1,2626
1600 1,2828
1800 1,3010
2000 1,3174
2200 1,3322
2400 1,3456
2600 1,3518
2800 1,3686
cp médio
kJ/(kg K)
epson CA molar 0,03652 kmoles
PM combustível 51 kg/kmol
PCI 45983,51 kJ/kg
Temp. referência 298,15 K
moles fração molar PM
CO2 0,12783 0,11812 44
H2O 0,16435 0,15187 18
N2 0,79000 0,73001 28
1,08217 1,00000 28,37
Combustível (kg)
Gases de
combustão (kg)
Temperatura
Adiabática de
Chama (K) CP (kJ/kg/K)
Balanço de Energia
(kJ)
1,863 30,703 1000 1,2155 -59456,9
1,863 30,703 2000 1,3174 -16813,5
1,863 30,703 2200 1,3322 -7859,8
1,863 30,703 2400 1,3456 1185,3
1,863 30,703 2300 1,3389 -3357,8
1,863 30,703 2350 1,3423 -1091,4
1,863 30,703 2380 1,3439 252,0
1,863 30,703 2370 1,3431 -213,9
1,863 30,703 2375 1,3435 19,0
2102 oC
20
DEFINIÇÕES BÁSICASTermoquímica
Exercício – Qual a temperatura da
fumaça ao sair de um forno com
40% de eficiência térmica,
queimando GLP a 1 atmosfera, 25 oC
e razão de equivalentes de 1,0?
Considerar as perdas como 5% da
potência de entrada.
Gases Combustão do GLP
Temperatura
K
500 1,1423
1000 1,2155
1200 1,2402
1400 1,2626
1600 1,2828
1800 1,3010
2000 1,3174
2200 1,3322
2400 1,3456
2600 1,3518
2800 1,3686
cp médio
kJ/(kg K)
21
BIBLIOGRAFIA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS. NBR 5484: Motores alternativos de
combustão interna de ignição por compressão
(Diesel) ou ignição por centelha (Otto) de
velocidade angular variável – Ensaio – Método de
ensaio. Rio de Janeiro, 1985.
BARROS, J. E. M. Estudo de Motores de
Combustão Interna Aplicando Análise Orientada a
Objetos. Belo Horizonte: Tese de Doutorado,
Engenharia Mecânica, UFMG, 2003.
22
BIBLIOGRAFIA
BAUKAL Jr., C. E. Air-oxy/Fuel Burners. In:
Industrial Burners Handbook, BAUKAL Jr., C. E.
(ed.). Boca Raton: CRC Press, 2003.
COSTA, M. Combustão sem Chama Visível
(Flameless Combustion). Palestra, II Escola de
Combustão. São José dos Campos: RNC, 22-26
de Junho de 2009.
ESCOLA DE COMBUSTÃO em
http://redenacionaldecombustao.org/escoladecomb
ustao/, jan/2011.
23
BIBLIOGRAFIA
GARCIA, R. Combustíveis e Combustão Industrial.
Rio de Janeiro: Interciência, 2002.
GLASSMAN, I. Combustion. New York: Academic
Press, 1977.
KUO K. K. Principles of Combustion. New York:
John Willey & Sons, 1986.
LEFEBVRE, A. Gas Turbine Combustion.
Philadelphia: Taylor&Francis, 1998.
LEVENSPIEL, O. Engenharia das Reações
Químicas. São Paulo: Edgar Blucher, vol. 2, 1974.
24
BIBLIOGRAFIA
REDE NACIONAL DE COMBUSTÃO (RNC) em
http://redenacionaldecombustao.org/, jan/2011.
SHARMA, S. P. et MOHAN, C. Fuels and
Combustion. New Delhi: Tata McGraw-Hill, 1984.
SMITH, J. M. e VAN NESS, H. C. Introdução a
Termodinâmica da Engenharia Química. Rio de
Janeiro: Guanabara Dois, 3ª Ed.,1980.
STREHLOW, R. A. Combustion Fundamentals. New
York: McGraw-Hill, 1988.
25
BIBLIOGRAFIA
TURNS, S. R. An Introduction to Combustion:
Concepts and Applications. Boston: McGraw-Hill,
2000.
WILLIAMS, F. A. Combustion Theory. New York:
Benjamin Cumings Pub., 1985.