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Actividades culturais marcaram a passagem do 25 de maio em muitas cidades brasileiras COMEMORAÇÕES DO DIA DA ÁFRICA JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS VISITA A CHINA Viagem reforça amizade e busca de soluções para economia ARTISTAS PLÁSTICOS ANGOLANOS EXPÕEM EM SP PUBLICAÇÃO DO CONSULADO GERAL DE ANGOLA EM SÃO PAULO ANO 3 - n o 08 - AGO/2015

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Actividades culturais marcaram a passagem do 25 de maio em

muitas cidades brasileiras

COMEMORAÇÕES DO

DIA DA ÁFRICA

JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS VISITA A CHINAViagem reforça amizade e busca de soluções para economia

ARTISTAS PLÁSTICOS ANGOLANOS EXPÕEM EM SP

PUBLICAÇÃO DO CONSULADO GERAL DE ANGOLA EM SÃO PAULOANO 3 - no 08 - AGO/2015

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editorial

DIGNIFICAR O ESTADO COM A FORMAÇÃO PERMANENTE DOS AGENTES CONSULARES

A finalidade de qualquer Consulado Geral é bem servir os diferentes indivíduos que a ele recorrem e dignificar o Estado com serviço de qualidade, de forma a que estes estejam e se sintam satisfeitos. Para os angolanos, a base reside na relação de cidadania e para os estrangeiros no respeito aos instrumentos internacionais ver-sus a contribuição para o desenvolvimento do país.

Joga um papel crucial e determinante na consecução desses objectivos o ser hu-mano, neste caso os funcionários e agentes consulares que lidam diariamente com os utentes. O bom entendimento, a correcta observação da etiqueta e as boas ma-neiras de comportamento face ao público que recorre aos serviços do Consulado Geral são características que devem estar presentes nas acções diárias dos agentes consulares, e, assim, valorizar o serviço prestado às comunidades.

A formação e a capacitação constituem dois requisitos essenciais para aprimorar o desempenho dos trabalhadores, quer da função pública, quer da actividade privada. Neste contexto, e com a intenção de prestar melhor serviço às comunidades angolana e estrangeira, preparou-se um programa de capacitação e de reciclagem dos quadros do Consulado Geral, ministrado durante os meses de maio e junho deste ano.

Abrangente e voltado para as diversas categorias funcionais, o curso de formação dos agentes consulares tem como um de seus principais objectivos o aprimoramen-to do marketing pessoal para maior valorização do profissional em suas actividades diárias. Visa também aumentar a percepção e o conhecimento sobre posturas proto-colares, propiciar ferramentas, além de desenvolver habilidades e comportamentos. Tudo isso para melhor compreender, satisfazer, surpreender e encantar as comuni-dades atendidas, promovendo a percepção do valor de um bom atendimento, dentro do qual é preciso se comunicar eficazmente.

Exemplo disso são os crachás de identificação, por meio dos quais o público tem a oportunidade de conhe-cer o funcionário que o atende e pode assim reclamar a quem de direito por maus tratos e/ou atendimentos ou comportamentos não compatíveis com a ética pro-fissional e o Estatuto dos Diplomatas Angolanos. Isto pode ser feito pelo site do Consulado ou no livro de re-clamações que se encontra à disposição dos interessa-dos na área consular.

Queremos agora ver os resultados desse investi-mento do Consulado Geral, de forma a que os mem-bros das comunidades nacional e estrangeira possam sentir-se satisfeitos com os serviços prestados.

Lutemos pela melhoria dos serviços e que, com isso, dignifiquemos o nosso País!

DR. BELO MANGUEIRAEmbaixador/Cônsul Geral

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sumário

PUBLICAÇÃO DO CONSULADO GERAL DE ANGOLA EM SÃO PAULO

ANO 3 - no 08 - AGO/2015

DIREÇÃO GERALCônsul Geral: Belo Mangueira Vice-cônsul: Alice Mendonça

ADMINISTRATIVAVice-cônsul da área consular: Isaú Boco

Vice-cônsul das comunidades: Alves Fernandes

REDAÇÃOEditor-chefe: Flavio Carrança

Editor-assistente: Vasco SuamoRepórteres: Danilsa de Almeida e Rudmira Fula

JORNALISTA RESPONSÁVELFlavio Carrança MTb nº 12.724

PROJETO GRÁFICO & DIAGRAMAÇÃOO Nome da Rosa Editora

www.nomedarosa.com.brEditora de arte: Júlia Melo

Designers: Lygia Pecora e Bárbara Lígia

Para enviar sua sugestão de pauta, artigos, críticas e elogios para a redação:

[email protected]

www.consuladogeraldeangolasp.net

actividade presidencial

»» Presidente»de»Angola»»visita»a»China»07

»» País»fecha»acordos»»com»Emirados»10

»» Angola»irá»à»»Cimeira»América»»do»Sul-África»(ASA)»11

»» Chefes»de»Estado»da»»União»Africana»discutem»»paz»e»segurança»11

actividade ministerial

»» Segurança»marítima»»na»agenda»12

»» Duzentas»mil»novas»»casas»até»2017»12

»» Investimento»em»»parques»nacionais»13

»» Apelo»à»proteção»»das»crianças»13

actividade consular

»» Evento»divulga»oportunidades»para»empresários»14

»» Cônsul»se»reúne»com»»a»comunidade»em»»São»Paulo»15

»» A»Interactividade»Consular»no»interior»das»nossas»Comunidades»16

»» Consulado»Geral»de»São»Paulo»investe»em»capacitação»18

»» Região»de»Campinas»»recebe»visita»19

comunidade

»» Angolanos»e»brasileiros»comemoram»Dia»da»África»20

»» Prêmio»África»Brasil»entregue»em»São»Paulo»21

»» Directora»do»INAGBE»conversa»com»estudantes»23

mosaico

»» País»homenageado»no»aniversário»de»Brasília»28

»» Deputados»pedem»reforço»das»relações»com»Angola»28

»» Diplomata»conclama»empresários»a»investir»»em»Angola»28

»» Feira»Internacional»Ambiente»Angola»2015»29

»» Unesc»e»Angola,»dez»anos»de»parceria»na»educação»29

»» Feira»angolana»na»capital»paulista»29

especial

»» TAAG»comemora»»30»anos»de»Brasil»30

economia

»» Privatizada»fábrica»de»»café»Liangol»32

»» Super»Palanca»vai»montar»veículos»em»Angola»32

»» Gasolina:»auto-suficiência»em»2017»33

»» Acordo»favorece»pequenos»»e»médios»empresários»33

»» Angostone»quer»diversificar»mercados»33

»» Vinho»angolano»»nos»pontos»de»venda»34

»» “Mercado”»é»o»novo»semanário»económico»34

»» Venda»de»diamantes»»em»Angola»dispara»35

»» Comércio»entre»Brasil»»e»Angola»35

»» Cabo»submarino»ligará»»Luanda»e»Fortaleza»35

cultura

»» Angolanos»em»»“I»Love»Paraisópolis”»36

»» A»Kizomba»na»terra»»do»Samba»38

»» Artistas»expõem»em»»São»Paulo»39

»» Imagens»de»Angola»»na»paisagem»cultural»»de»São»Paulo»40

»» Centro»Cultural»Angola/Brasil»abre»em»setembro»42

»» Escritores»angolanos»homenageados»42

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Com duração de seis dias, a visita do Chefe de Esta-do Angolano à República

Popular da China teve o objec-tivo de impulsionar as relações entre os dois países. No dia 9 de junho, José Eduardo dos Santos foi recebido pelo Presidente Chinês, Xi Jinping. Os dois lí-deres avaliaram positivamente as cooperações e concordaram em aprofundar a parceria es-tratégica e a amizade entre os dois países.

Venho, por este meio, em nome de todos os leitores desta revista, parabenizar a equipe que tem se empenhado para que todos os que fazem dela seu meio de reviver Angola na diáspora possam se deleitar com suas publicações. Fiquei muito satisfeito quando li em uma de suas reportagens que estudantes angolanos em Osasco foram reconhecidos por seu empenho e dedicação nos estudos.A revista Angola Yetu acarreta benefícios para a comunidade, pois nela se pautam informações e notícias que são de interesse principalmente dos angolanos. É uma revista que, de forma descontraida, entretem e informa seus leitores sobre o que se passa em Angola.Acredito que se houvesse um plano estratégico melhorado no que toca à sua distribuição poderia fazer com que ao invés de ter um aglomerado de revistas no consulado, elas fossem distribuídas à comunidade, fazendo-as circular. Tambem pode ser feita uma abordagem mais significativa da realidade do modo de vida do imigrante angolano aqui no Brasil, elaborando matérias que retratem o nosso quotidiano.EMANUEL BRAVO ALVES, GRADUADO EM GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

A revista Angola Yetu com certeza é um projecto que vem como pedra basilar no que concerne à informação sobre as relações entre Angola e Brasil, principalmente no Estado de São Paulo mas também para a comunidade angolana e toda gente que de certa forma tem interesse em conhecer melhor a relação entre os dois países. Senti-me bem ao ler a revista porque tomei conhecimento de assuntos diversos, como desportos, actividades consulares, culturais, entre outros. Espero que este projecto continue com mais inovações, dando-nos o prazer de apreciar e navegar nas actualidades da nossa pátria e do país em que residimos.KEPFEL EDIVANDRO NEVES, ESTUDANTE DE ENGENHARIA

Primeiramente, gostaria de parabenizá-los pelo trabalho que têm desenvolvido em prol da comunidade angolana no Estado de São Paulo. Concernente à revista, podemos notar que houve uma evolução. Agora temos um produto final com uma boa qualidade, mas é importante realçar que a revista apresenta algumas imagens de baixa qualidade. Seria bom se reparassem neste pormenor. Também notei na edição nº 6 do ano corrente que a revista dá pouca ênfase à comunidade. Seria bom se nas próximas edições apresentassem mais assuntos ligados à comunidade que pertence à jurisdição do Consulado angolano no Estado de São Paulo (Paraná, Santa Catarina e Rio grande do Sul).ISAAC BAMBI, MESTRANDO EM ECONOMIA

PRESIDENTE DE ANGOLA

VISITA A CHINAAlém de reforçar os laços entre os dois países, a viagem

de José Eduardo dos Santos tem papel decisivo na busca de soluções para a situação angolana

Xi Jinping disse que China e Angola são bons amigos e parceiros. Ele lembrou que em 2010, quando próprio visitou o país africano, os dois lados es-tabeleceram a parceria estraté-gica. “Nos últimos cinco anos, as cooperações conseguiram grandes resultados em todos os sectores, e trouxeram verda-deiros benefícios para os dois povos”, apontou o líder chinês. José Eduardo dos Santos, por sua vez, agradeceu a China pela

assistência na reconstrução e no desenvolvimento socioe-conômico do país. Ele deseja que as duas nações continuem fortalecendo as cooperações nos sectores de infraestrutura, educação, ciência e tecnologia, agricultura e finanças.

No mesmo dia, Santos foi recebido no Grande Palácio do Povo, em Pequim, pelo Presi-dente do Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPCh), Yu

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actividade presidencialcartas à redação

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Zhengsheng, com quem anali-sou aspectos de interesse co-mum. Segundo Zhengsheng, as relações sino-angolanas cons-tituem um exemplo para a coo-peração de benefício mútuo e o desenvolvimento comum entre a China e a África. “O Comitê Na-cional da CCPPCh está sempre disponível a desenvolver par-cerias amistosas com o parla-mento, os partidos e os diversos sectores da sociedade angolana e promover o intercâmbio bila-teral no que tange à reforma e cooperação econômica, além de encorajar mais empresas pri-vadas chinesas a investirem no país africano”, declarou.

APOIO EM TECNOLOGIAEm seguida, durante o en-

contro com o Primeiro-Ministro da China, Li Keqiang, tratou do reforço da cooperação entre os dois países e manifestou o desejo de aprofundar as relações para constituir um modelo de coope-ração eficaz para China, Angola e toda a África. Segundo José Eduardo dos Santos, o que Ango-la pretende com a China é esta-belecer uma parceria que persiga

objectivos para as duas partes, uma vez que dispõe de um po-tencial económico que interessa à China explorar e necessita do apoio deste país em tecnologia, equipamentos, gestão e na for-mação de recursos humanos.

Durante a viagem José Eduar-do dos Santos lembrou que a China foi o país que mais rápido compreendeu a situação pós--guerra em Angola, colaborando

para a recuperação de infraes-truturas básicas como estradas e pontes, o que que abriu as vias para circulação das pessoas e mercadorias. E acrescentou que, face o importante papel a nível internacional que tem a China, existe a necessidade de estrei-tar laços com este país, que é o maior importador mundial de petróleo angolano e do qual An-gola já é o segundo parceiro em África. “Para se conseguir um desenvolvimento sustentado, – disse o Presidente - importa con-tinuar a fazer a reabilitação, mo-dernização e o desenvolvimento de todas as infraestruturas eco-nómicas e sociais, promover e realizar investimentos públicos e privados e qualificar os recursos humanos nacionais”.

Uma das regiões visitadas pelo Presidente foi à Zona Eco-nômica Tecnológica de Tianjin, município situado a 120 km de

Em sentido horário, Pr José Eduardo dos Santos com o Pr da Assembleia Nacional da China Yu Zhengsheng; com a primeira dama Ana Paula L. dos Santos; com o Premier Li Keqiang; e com o homólogo, Xi Jinping

Pequim, onde assinalou alguns êxitos obtidos na cidade, bus-cando o exemplo dado e o es-forço feito pela população para erguer e modernizar a região, “É um bom modelo de gestão admi-nistrativa para aplicar as recei-tas municipais na investigação científica, inovação tecnológica, educação, saúde, cultura, trans-portes e telecomunicações”.

Nesta fase em que Angola precisa diversificar a sua eco-nomia, o Presidente assinalou que a China realmente tem in-teresse em investir no país, ins-talar suas empresas e expandir seus negócios, ressaltando que existem boas empresas chine-sas dos mais variados domínios à altura deste investimento. “Hoje, ao trilhar os caminhos

do progresso económico-social e do bem-estar, a República de Angola pretende igualmente co-nhecer melhor a experiência de reconstrução, desenvolvimento e modernização da China, a fim de tirar maior aproveitamento da parceria estratégica que está a estabelecer com o vosso país”, disse José Eduardo dos Santos.

CONFIANÇA E RESPEITOA diversificação económica e

o desenvolvimento sustentável também foram favorecidos pela visita, que serviu para definir as prioridades nessas áreas. Foram assinados acordos de cooperação económica e téc-nica no domínio da aviação ci-vil e do sector financeiro, tendo sido ainda rubricada a acta da

primeira comissão orientadora para a cooperação económica, técnica e comercial entre An-gola e China.

Destacou o Presidente que Angola tem os recursos natu-rais que favorecem e que a Chi-na dispõe de capital, tecnologia, equipamentos e capacidade de gestão que podem contribuir para a sua exploração com re-ciprocidade de vantagens. O estadista angolano disse que a história tem demonstrado que é na base da confiança e do respeito mútuo que se forjam as relações sólidas e duradou-ras como a parceria estratégica entre Angola e a China, consi-derando muito fortes os laços de amizade e solidariedade que ligam os dois países. F

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A HISTÓRIA TEM DEMONSTRADO QUE É NA BASE DA CONFIANÇA E DO RESPEITO MÚTUO QUE SE FORJAM AS RELAÇÕES

SÓLIDAS E DURADOURAS COMO A PARCERIA ESTRATÉGICA ENTRE ANGOLA E A CHINA.”

PRESIDENTE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS

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actividade presidencial

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CHEFES DE ESTADO DA UNIÃO AFRICANA DISCUTEM

PAZ E SEGURANÇA

» José Eduardo dos Santos manifestou em Abu Dhabi, capital do país, a receptividade de Angola ao cruzamento de interesses entre empresários priva-dos angolanos e dos Emirados Árabes Unidos, com vista ao desenvolvimento dos dois países e à melho-ria da qualidade de vida dos respectivos povos.

Durante o encontro com Sua Alteza Sheikh Mohamed bin Zayed al Nahyan, o Presidente su-blinhou que gostaria de contar com a participa-ção dos Emirados Árabes Unidos em parcerias público-privadas de empresários dos dois países.

O Chefe de Estado Angolano garantiu que An-gola é um país com estabilidade política, social e económica, que necessita dar continuidade à construção das suas infra-estruturas e que de-seja acelerar a diversificação da sua economia. “Angola encara com muito interesse a possibili-dade de ampliar a cooperação com os Emirados Árabes Unidos e de reforçar a complementarida-de das duas economias”, reforçou .

Os acordos assinados no Emirates Palace pelo Ministro Angolano das Relações Exteriores, Geor-ges Chikoti, e o homólogo dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargachi, constituem o ponto mais alto da visita àquele país do Médio Oriente e defi-nem o âmbito da cooperação pretendida. Chikoti destacou o interesse dos acordos pela importância que os dois países dão à cooperação e recordou que Angola tem em funcionamento uma Embaixa-da em Abu Dhabi e um Consulado no Dubai.

O chefe da diplomacia angolana declarou que as delegações dos dois países discutiram a pos-sibilidade de cooperação em alguns domínios, entre os quais realçou o das minas, agricultura, petróleo e gás e um acordo assinado anterior-mente entre as companhias aéreas TAAG e a Emi-rates. O Ministro referiu que os acordos firmados permitem que responsáveis dos dois Estados se encontrem mais vezes e que “há um grande po-tencial financeiro e económico que este país tem e que pode ajudar o sector privado” a contribuir para Angola e os Emirados Árabes Unidos coope-rarem em áreas de interesse comum.

Já o Ministro dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargachi, disse que “Angola é um grande e importante país no continente africano” e salientou que a visita do Chefe de Estado Angolano a Abu Dhabi “foi uma boa oportunidade dos dois países reforçarem as relações de amizade e de cooperação económica”.

PAÍS FECHA ACORDOS COM EMIRADOS

Angola irá à Cimeira América do Sul-África (ASA)

» Questões ligadas à paz, segurança, combate ao terrorismo e à luta pela dignidade da mulher africana foram alguns dos principais temas debatidos nesse encontro, em que Angola se fez presente representado por uma delegação chefiada pelo Ministro da Defesa, João Gonçalves Lourenço, em representação do Chefe de Estado Angolano, José Eduardo dos Santos.

Durante dois dias, os líderes ou seus representantes centralizaram as discussões no combate ao terrorismo, na luta pela dignidade da mulher africana e no comba-te a várias endemias, como o HIV-SIDA e o Ebola. Esti-veram também em análise questões atinentes ao grau de decisão das cimeiras anteriores, a integração, livre circulação, a criação da zona de comércio livre no con-tinente africano e o financiamento da organização, bem como a situação das reformas institucionais da UA, com vista a dotar este órgão de uma melhor eficácia.

As reformas e a restruturação no seio da União Afri-cana, um dos pontos de destaque da cimeira, visaram, segundo observadores, conferir a esta organização, que congrega 53 membros, maior dignidade e eficiência no tratamento das situações do continente africano, com vista ao desenvolvimento económico, social e político.

Durante a visita de três dias do Presidente Angolano aos Emirados Árabes Unidos, em meados de junho, foi assinado um acordo de cooperação e criada uma comissão mista

A 25ª Sessão Ordinária dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA) decorreu de 14 a 15 de junho em Joanesburgo, África do Sul

A META É ESTIMULAR O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL POR MEIO DE PARCERIAS ESTRATÉGICAS E DA COOPERAÇÃO

» Durante a visita realizada a Angola na segunda quinzena de maio, o Ministro das Relações Exteriores e Mobilidade Humana do Equador, Ricardo Patiño Aroca, foi recebido em audiência por José Eduardo dos Santos, a quem fez a entrega de uma carta do Presidente do Equador, Rafael Correa, convidando-o a participar da 3ª Cimeira África-América do Sul (ASA), que se realizará em 2016 naquele país.A Cimeira América do Sul-África tem como objectivo incrementar o comércio exterior e a cooperação entre as duas regiões. Nesse sentido, o encontro busca estimular a participação do sector privado através das Associações Nacionais de Negócios, tendo em vista a possível criação de uma Associação de Negócios África - América do Sul. Um dos projectos propostos é criação de um Banco África - América do Sul, bem como a criação do Banco de Investimento Africano da União Africana.Em declarações à imprensa, no final da audiência, o chefe da diplomacia do Equador disse que abordou também com o Presidente as relações bilaterais e os encontros que já realizou com governantes angolanos. Por sua vez, a Secretária de Estado da Cooperação das Relações Exteriores, Ângela Bragança, disse que o encontro “abriu um horizonte mais vasto” na relação com o Equador. “Nós vamos trocar delegações, sobretudo para podermos traçar as linhas em que esta cooperação vai incidir, mas podemos desde já dizer que foi durante este encontro, sobretudo, referido a algumas áreas em que nós podemos intercambiar”, declarou.

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actividade presidencial

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actividade ministerial

SEGURANÇA MARÍTIMA NA AGENDA» Uma Conferência Interna-cional sobre a Vigilância e Se-gurança Marítimas do Golfo da Guiné será realizada na capital angolana (Luanda), no mês de Setembro, revelou à Angop no início de julho, o Ministro da Defesa Nacional, João Manuel Lourenço.Mais de uma dezena de Ministérios do país estão envolvidos na organização des-se evento internacional sobre segurança marítima e energé-tica, a se realizar em Luanda ainda este ano.

Duzentas mil novas casas até 2017» Para reduzir o déficit habitacional no país, o Ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa, afirmou que o Programa Nacional do Urbanismo e Habitação antevê dispor à população cerca de 213 mil casas e 14 novas centralidades em todo o país até 2017. A informação foi divulgada no acto de encerramento da 3ª Conferência Internacional de Imobiliário Imogestin em Luanda.Segundo o Ministro, o planejamento, financiamento e construção das centralidades estabelece oportunidades para as famílias, os jovens em particular que, de acordo com suas possibilidades, possam comprar casas e viver de forma condigna. Bornito Sousa reforçou que os cidadãos moradores das centralidades desejam serviços administrativos moderno, acessível, célere e próximo, bem gerida e com prestação de serviço adequado nas áreas, de educação, saúde e assistência médica: “A experiência mostra que mais complexo do que construir é muitas vezes manter a qualidade e as condições de habitabilidade aceitável das cidades e centralidades”, concluiu.

Segundo a Agência Lusa, uma comissão nacional, lidera-da pelo Ministro das Relações Exteriores, Georges Chikoti, foi criada por despacho presiden-cial para organizar e realizar esta conferência internacional, que vai debater a segurança e pirataria no Golfo da Guiné.

A região é afetada por fenó-menos de pirataria e de tráfico de droga, de armas e de seres humanos, e é utilizada por gru-pos terroristas subsaarianos, que se misturam com imigran-tes ilegais para alcançar a Eu-ropa, nomeadamente através do corredor da Líbia.

INVESTIMENTO EM PARQUES NACIONAIS» Há seis anos está em andamento o Programa de Investimentos Públicos (PIP) que conta com apoio de parceiros locais e do exterior para reestruturar dez parques nacionais. Os trabalhos em curso consistem na recuperação e construção de escolas fiscais, áreas administrativas e entradas principais dos parques, her-bários, residências turísticas etc.

O Director do Gabinete de Estudo e Planeamento do Mi-nistério do Ambiente, Carlos Cadete, disse à Angop que “Além dos projectos e programas existentes, ligados à proteção e conservação da diversidade biológica, quer ter-restre como marinha, estamos a trabalhar na construção de infraestruturas visando o controle da poluição e outras ligadas as alterações climáticas”.

No total, o plano iniciado em 2008, já recuperou 415 qui-lómetros de estradas de alguns parques do país, nomea-damente o da Quissama (Luanda), Cangandala (Malanje), Iona (Namibe), o regional de Chimalavera (Benguela), en-tre outros. No Parque da Quissama, com 9.960 quilóme-tros quadrados de extensão, foram construídos o portão principal, dois herbários, residências turísticas, uma sala multiuso, uma escola de formação de fiscais, além de ou-tras infra-estruturas administrativas.

Apelo à proteção das crianças» Durante as comemorações do Dia da Criança Africana, 16 de Junho, o Ministro da Assistência e Reinserção Social, João Baptista Kussumua, pediu às famílias angolanas que redobrem os esforços ao cuidar, proteger e educar as crianças. Para o Ministro, por ser a infância uma categoria da história, convém valorizar este período da vida e considerar a criança uma cidadã em pleno direito, em relação aos adultos. Ele explicou que o sentido dos cuidados que as famílias precisam ter com as crianças é o de garantir-lhes um futuro saudável, a fim de que melhor contribuam para o desenvolvimento da África e de Angola em particular. João Baptista Kussumua assegurou ainda que a família, a sociedade e o Estado estão empenhados cada vez mais na materialização de todas as acções que concorrem para garantir a plena satisfação das suas necessidades, tendo em conta os princípios estabelecidos pela Carta Africana da Criança, baseada na sobrevivência, desenvolvimento, protecção, indiscriminação e participação na vida em sociedade.

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actividade consular

EVENTO DIVULGA OPORTUNIDADES PARA EMPRESÁRIOS

» Criado para informar o empresariado brasileiro sobre as oportunidades de in-vestimento em Angola, o evento reuniu cerca de 120 pessoas. Aspectos diver-sos da economia e da política de Angola foram abordados nas palestras realiza-das pelo Embaixador Belo Mangueira, Cônsul Geral de Angola em São Paulo; Luís Domingos, Administrador da Agen-cia Nacional de Investimento Privado (ANIP); por Manuel Delgado, Represen-tante Comercial da Embaixada de Ango-la e pelo Representante Geral da Taag (Linhas Áreas de Angola) para as Amé-ricas, Luís de Almeida.

As informações apresentadas pro-porcionaram aos empresários presentes um melhor entendimento da actual si-tuação de Angola e informaram sobre as perspectivas de investimento brasileiro naquele país. Foram abordadas ques-

tões relevantes sobre a actual situação angolana, com ênfase às garantias polí-ticas, económicas e jurídicas dadas pelo Governo de Angola para aqueles que desejam investir. Foram abordadas tam-bém questões ligadas às oportunidades de negócios nas diferentes áreas da eco-nomia, a Lei de Investimento Privado os serviços da TAAG para Angola

A Câmara de Comércio Angola Brasil e o Clube Âncora organizaram, no último dia 30 de junho, o Workshop – Negócios entre Brasil e Angola » Os objectivos da visita do

Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, à China e as formas de melhorar o atendimento ao público no Consulado foram, dentre outros temas, aborda-dos pelo Cônsul Geral de An-gola em São Paulo, Embaixa-dor Belo Mangueira, durante o encontro com integrantes da comunidade angolana re-sidente em São Paulo. A reu-nião foi realizada no dia 13 de Junho, na sede de uma igreja evangélica no bairro paulista-no do Brás.

O Cônsul Geral exaltou a importância da nova estra-tégia do governo em reduzir a dependência da economia angolana do petróleo e a ne-cessidade de se intensificar e diversificar a produção de manufacturas nacionais, bem como sobre as diferentes ações visando o crescimento económico do país.

Depois de explicar a real si-tuação econômica do país, o representante da instituição lembrou da grande preocupa-ção do Presidente da Repúbli-ca com a grande dependência externa e a falta de produção económica local e da sua in-tenção de criar um programa para fazer com que os ango-

lanos reflitam sobre o cresci-mento de Angola e trabalhem para o seu desenvolvimento.

Durante o encontro, foi lem-brada a criação do Grupo Ad hoc dos Empresários Angola-nos, cujo coordenador geral, John Kimbembe, explicou que a ideia principal dessa articula-ção é organizar os comercian-tes angolanos em um instituto para ajudar na formação dos empresários e na criação e regulamentação das activida-des por eles desempenhadas,

além de investir em pesquisas de mercado. Ainda no encon-tro, pessoas da comunidade expuseram dificuldades e pro-blemas que têm enfrentado na aquisição da cidadania para crianças nascidas no Brasil e o mal atendimento à comunida-de por parte de alguns funcio-nários do Consulado. Por fim, abordou-se a situação da em-pregabilidade e dos estágios para estudantes angolanos, questões ligadas aos estudan-tes em fim de curso.

CÔNSUL SE REÚNE COM A COMUNIDADE EM SÃO PAULO Encontro tratou da situação económica de Angola, da necessidade de melhorar o atendimento consular e da organização dos empresários angolanos no Brasil

Foram divulgadas oportunidades de negócios para empresários brasileiros

A situação atual de Angola em diversas áreas foi tema do encontro

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actividade consular

POR FILOMENO MATIAS

Assistente Consular

O pragmatismo administrativo implementa-do pela actual gestão do Consulado Geral da República de Angola no Estado de São

Paulo tem se consagrado e evidenciado a sua di-mensão perene na sobranceridade com que se revela a satisfação daqueles que acorrem à Mis-são Consular para solicitar algum tipo de servi-ço. Como resultado de uma cultura institucional voltada para a busca de soluções e a despeito de algumas limitações estruturais, é raríssimo um pedido e/ou problema não ser solucionado no tempo oportuno da necessidade do solicitante. As inovações tecnológicas têm contribuído para o êxito dos trabalhos e a direcção do Consulado – atenta ao que de mais eficiente existe em ter-mos de viabilidades técnicas – deve apresentar novidades que trarão mais dinamismo ao que já está satisfatório.

sentido de resolver nos próprios locais para onde sua equipe se desloca os principais problemas dos integrantes das comunidades. Desta forma, o resultado acaba por ser mais extensivo e per-passa o mérito da satisfação, pois não é de todo incomum a constatação de que apenas nesses momentos um número expressivo de integrantes da comunidade toma conhecimento da existência do Consulado e dos indispensáveis serviços que a instituição proporciona.

INSCRIÇÕES CONSULARESDetentor de uma impor-

tância ímpar em termos de procedimentos legais e institucionais junto dos órgãos republicanos bra-sileiros e não só, o Consu-lado Geral de Angola em São Paulo tem visto au-mentar vertiginosamen-te a busca pelos serviços que oferece, não só pela necessidade premente de exigência legal, mas tam-bém pela compreensão da importância que este ca-dastramento tem. Tal tomada de consciência faz com que todo dia, voluntariamente, dezenas de angolanos (alguns oriundos de locais remotos), recorram ao Consulado para solicitar o cadas-tramento. É assim que, apenas nos últimos dois anos da atual gestão, podemos contabilizar mais de três mil registos consulares realizados.

TRANSCRIÇÕES DE NASCIMENTOEsse serviço - que num passado recente já foi

um dos maiores pesadelos das comunidades de angolanos que se deslocam ao Brasil com a fina-lidade de realizar serviços de parto - é hoje um dos mais eficientes procedimentos. Apesar de a operacionalidade ser ainda mecânica, é possível constatar o esforço que resulta em satisfação plena daqueles que o solicitam e a não mais exis-tência de embaraços nos procedimentos seguin-tes junto aos Registos Centrais em Angola.

DECLARAÇÕES, CONSULARIZAÇÕES E OUTROS SERVIÇOS

Junto ao Consulado Geral de Angola também tem sido constante a busca por serviços de au-tenticações. Não raro, cidadãos angolanos têm de provar a autenticidade de documentos e/ou a sua verdadeira procedência. Em situações do gênero, somente a Missão Consular pode ates-tar e resolver os imbróglios que, em algumas situações, chegam a criar constrangimentos aos cidadãos. Mas de há um tempo a esta par-te, tais situações diminuíram significativamente

em função de o Consu-lado Geral estar a pro-porcionar documentação complementar (declara-ções, cartões consulares, atestados e outros) que garantem a procedência legal dos documentos apresentados às institui-ções brasileiras. Além de observarem uma prática simplificada na sua ope-racionalização, os ser-viços de consularização tornaram-se um elemen-

to facilitador, que torna viável a validação jurídi-ca de documentos de angolanos e brasileiros em Angola.

Desta forma, os serviços notariais permeiam a repre-sentatividade do país nesta parcela da Federação Brasi-leira e ajudam a agregar os factores que tornam a institui-ção consular um sólido pi-lar da sustentabilida-de dos interesses legais de todos os angolanos.

A INTERACTIVIDADE CONSULARNO INTERIOR DAS NOSSAS

COMUNIDADESA ênfase aos serviços notariais tem concentra-

do o esforço e a dedicação dos gestores da Missão Consular, pois cada especialidade deste serviço corresponde à ocorrência de maior demanda à Missão. Além disso, esse foco de actuação propor-ciona números que garantem uma estatística mais fiável a respeito da presença angolana no Estado de São Paulo e territórios de extensão jurisdicional (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).

É particularmente significativa a constatação de uma intensa interactividade entre os sectores da Missão Consular e destes para as comuni-dades, o que resulta em identificação e presen-ça institucional que garantem a oferta dos mais variados serviços aos angolanos em tais locais. A partir de uma rigorosa constatação das de-mandas específicas, o Consulado tem se organi-zado e empreendido um esforço suplementar no

A ÊNFASE AOS SERVIÇOS NOTARIAIS TEM

CONCENTRADO O ESFORÇO E A DEDICAÇÃO DOS GESTORES DA MISSÃO CONSULAR, POIS CADA ESPECIALIDADE DESTE

SERVIÇO CORRESPONDE À OCORRÊNCIA DE MAIOR

DEMANDA À MISSÃO.

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actividade consular

Foram alcançados os objetivos de prestar serviços, preparar a comemoração da independência e conhecer a comunidade

» Conhecer a comunidade angolana e preparar a festa de comemoração do 40° ani-versário da Independência de Angola foram os principais ob-jetivos que levou os diplomatas angolanos a uma visita na re-gião metropolitana de Campi-nas, realizada nos dias 8 e 9 do mês de Abril.

A primeira parada foi na ci-dade de Engenheiro Coelho, na Universidade Adventista de São Paulo (Unasp), onde estu-dam e residem mais de cento e vinte angolanos. Ali, a comitiva, liderada pelo Cônsul Belo Man-gueira, foi recebida pelo Prof.

REGIÃO DE CAMPINAS RECEBE VISITA

A eles também foi informado sobre o fornecimento dos servi-ços consulares e a comemora-ção dos quarenta anos da inde-pendência de Angola.

OS SERVIÇOSNos dias 18 e 19 de Junho,

a equipe de serviço do Consu-lado Geral - liderada pelo Vice--Cônsul para Assuntos Consu-lares, Isaú Bóco - deslocou-se à região para o fornecimento de serviços notariais. Na Universi-dade Adventista de São Paulo, em Engenheiro Coelho, foram realizadas cinquenta inscrições consulares e abertos cinco pro-cessos de renovação de passa-porte. Já na cidade de Barão Geraldo foram feitas mais qua-torze inscrições consulares.

Paulo Martini, director geral do Campus e pelo Prof. Rui Lopes, director interno.

Mangueira elogiou a admi-nistração da escola por alber-gar os estudantes angolanos e explicou que, em curto prazo, pretende conhecer a comuni-dade angolana da Unasp. A in-tenção - informou o Cônsul - é fazer chegar aos estudantes da Unasp os serviços consulares, evitando assim que se deslo-quem para São Paulo, onde fun-ciona o Consulado. O director geral Paulo Martini, por sua vez, disse estar à disposição para ajudar a fazer com que as acti-vidades planejadas pelo Consu-lado se realizem com êxito.

No dia seguinte, os diploma-tas se dirigiram à Faculdade Nazareno do Brasil, situada na cidade de Barão Geraldo, região de Campinas, onde estudam e residem mais de 10 angolanos.

Comitiva consular esteve na Universidade Adventista de São Paulo (Unasp) e na Faculdade Nazareno do Brasil

CONSULADO GERAL DE SÃO PAULO INVESTE EM CAPACITAÇÃO

» Realizado durante os meses de maio e junho, no próprio prédio do Consulado Geral, o programa de capacitação e reci-clagem da equipe consular foi ministrado pela Integração Escola de Negócios, ins-tituição brasileira especializada em edu-cação corporativa e que tem relações no âmbito da formação com vários organis-mos angolanos.

O objectivo da iniciativa é estimular a va-lorização de cada profissional, aumentan-do a percepção e o conhecimento das pos-turas protocolares, além de desenvolver habilidades e comportamentos que per-mitam elevar o nível de satisfação das pes-soas que procuram a instituição consular para resolver os mais diversos problemas.

Participaram do treinamento todos os funcionários da instituição. O programa oferecido comportou módulos com ma-

Treinamento de funcionários visa a melhoria da qualidade dos serviços prestados a todos os públicos atendidos pela instituição

térias cuja finalidade é ajudar a melhor interacção com os utentes. Entre os di-ferentes temas explorados, foram abor-dados aspectos relevantes para o apri-moramento da actividade quotidiana do Consulado, como etiqueta e protocolo, atendimento ao cliente, atendimento es-tratégico e gestão documental.

Participaram do treinamento todos os funcionários da instituição

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comunidade

A comemoração do 25 de maio re-mete ao ano de 1963, quando Chefes de Estado e de Governo de

toda a África independente se reuniram em Adis Abeba, capital da Etiópia, para analisar o futuro do Continente e a In-dependência da África do colonialismo.

Resolveram fundar a “Organização da Unidade Africana”, que mais tarde se transformaria na “União Africana”, a instituição que reúne 54 dos 55 países do continente, com sede eem Adis Abe-ba. Ao longo dos anos, a União Africa-

ANGOLANOS EBRASILEIROS COMEMORAM

DIA DA ÁFRICA

Celebrado no dia 25 de maio, o Dia da África foi comemorado em várias cidades brasileiras. Em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belém e Recife, diferentes entidades e instituições organizaram actividades

culturais, debates e conferências para festejar a referida data

na consolidou-se como principal órgão político, de integração e articulação do desenvolvimento do continente, e o dia 25 de maio passou a ser comemorado no mundo inteiro como o “Dia da África”. Em São Paulo, o Consulado Geral esteve presente em dois eventos que assinala-ram a passagem dessa data, um deles no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), na zona sul da capi-tal paulista e outro no Centro Universitá-rio de Maringá (Unicesumar), cidade do norte do Estado do Paraná.

UNASP Música, poesia e moda Musica sacra, poesias, sermão e trajes coloridos foram os elementos com que comemoraram o Dia da África os estudantes angolanos da UNASP, Campus 1, no bairro de Capão Redondo, zona sul da capital paulista. A actividade festiva aconteceu durante a noite do dia 15 de Maio, na igreja da universidade.

Família Mangueira sendo apresentada na igreja do Unasp pelo pastor Hélio Carnassal

Salomão e Miguel, amigos para sempre Osvaldo Sabino dirigindo coral e Moreno Zua fazendo o solo

Embaixador Belo Mangueira com membros da comunidade

Estudantes angolanos em louvor

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comunidade

MARINGÁ Palestra e comidas típicas Organizada pela comunidade dos angolanos residentes em Maringá, a programação comemorativa do 25 de Maio aconteceu no auditório do Centro Universitário de Maringá (Unicesumar). Para informar os presentes sobre a realidade africana, foram realizadas palestras ministradas por Kátia de Nazaré P. Nobre Miguel, Kenren Fragoso, Higino Miguel e pelo Dr. Dejalo Manuel. Completando a programação, houve um desfile de trajes africanos, seguido da degustação de comidas típicas. Participaram do evento mais de cento e vinte pessoas, entre professores, estudantes e membros da comunidade. A comunidade angolana de Maringá mostrou um pouco da cultura africana

Os tradicionais quitutes degustados na programação ...e o público descobriu mais sobre o continente

Universitárias angolanas desfilaram com trajes africanosOs rapazes também mostraram elegância

PRÊMIO ÁFRICA BRASIL ENTREGUE EM SÃO PAULO

» Foi realizada durante a noite de 18 de Maio, no Plenário Jus-celino Kubitscheck do Palácio Nove de Julho, prédio da As-sembleia Legislativa do Estado de São Paulo, a sessão sole-ne para entrega do 10º Prêmio África Brasil. Presidida pela de-putada estadual Leci Brandão, a solenidade marcou também a comemoração do Dia da Luta pela Independência da África, instituído pela Organização das Nações Unidas em 1972.

Criado para homenagear personalidades, empresas e governos que se destacaram com projectos e acções so-ciais que contribuíram para o desenvolvimento humano, social-sustentável benefician-do a inclusão social dos afro-descendentes, o Prêmio África Brasil é promovido todos os anos pelo CCA – Centro Cultu-ral Africano – Centro de Estu-dos, Pesquisas e Intercâmbio da Cultura Africana.

CIA TRIBO animou a noite

A presença de muita gente vestida com trajes africanos deu o tom da festa

Contemplados receberam o Troféu Mama África

A alegria circulou pela plateia ao ritmo dos tambores

Otunba Aderonmu, Claudia Alexandre e Leci Brandao

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comunidade

Da esquerda para direita : Cônsul Honorário da Namíbia, Sergio Ricardo Rosset; Cônsul Geral de Angola, Embaixador Belo Mangueira; Consulesa da França, Alexandra Loras; Cônsul da África do Sul, Mmaikeletsi Dube; Deputada Leci Brandão (PCdoB); Presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Fernando Capez; Presidente do Centro Cultural Africano, Otunba Adekunle Aderonmu.

Laureada na categoria artista, a cantora Paula Lima. Abaixo dela, o Cônsul da Nigéria, Muntari Abdu Kaita

Trofeus Mama Africa

O PRÊMIO ÁFRICA BRASIL É PROMOVIDO PELO CCA – CENTRO DE ESTUDOS,

PESQUISAS E INTERCÂMBIO DA CULTURA AFRICANA

DIRECTORA DO INAGBE CONVERSA COM ESTUDANTES

Representantes do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo (INAGBE) visitaram os Estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro para dar esclarecimentos e ouvir as preocupações dos bolseiros angolanos

» Esteve no Brasil, de 5 a 16 de julho, uma Comissão de Trabalho da Direcção Geral do Instituto Nacional de Gestão de Bolsas de Estudo – INAG-BE, organismo público tutela-do pelo Ministério do Ensino Superior de Angola. Chefiada pela directora geral adjunta da institutição, Maria Manuela Magno Pinto, a missão reali-zou reuniões de esclarecimen-to com estudantes bolseiros,

que também puderam fornecer informações sobre as questões que os preocupam.

Os técnicos do Inagbe explica-ram aos estudantes a necessida-de da realização de prova de vida e colectaram dados dos bolseiros tendo em vista a migração da ac-tual base de dados do INAGBE para um novo sistema. Foi tam-bém esclarecida a metodologia que será observada nos actos preparatórios e outros acertos relacionados às parcerias e co-laborações com as escolas fre-quentadas pelos estudantes.

Segundo o Conselheiro e chefe do Sector de Apoio aos

Estudantes - SAE, Mateus Fer-reira de Almeida, os estudantes que não puderam comparecer às reuniões podem fornecer as informações necessárias em entrevistas via Skipe. Fer-reira informou ainda que, com o mesmo objectivo, equipas de trabalho do INAGBE já esti-veram ou vão estar em outros países onde há bolseiros ango-lanos. E disse também que esta actividade será anual, tendo em conta a necessidade de actua-lização constante de dados es-tatísticos, numa acção sincro-nizada entre o INAGBE, o SAE e os próprios bolseiros.

A equipe do Inagbe forneceu informações e ouviu os estudantes

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mosaico

Diplomata conclama empresários a investir em Angola» O embaixador do Brasil em Angola, Norton Rapesta lançou esse desafio a 40 empresários brasileiros que foram a Luanda na segunda quinzena de julho para uma missão comercial. Rapesta disse que Angola é um “país que pode vir a ser uma plataforma comercial das exportações brasileiras para a África Ocidental.” e reiterou a “confiança plena” do governo do Brasil com relação a Angola, país que tem cumprido sem falta os pagamentos decorrentes da amortização do crédito concedido pelo Brasil.O embaixador reconheceu o desafio dos empresários do Brasil em baixar os custos do transporte das mercadorias. “Um contentor que saia de Santos pode passar por Singapura, Dubai, Durban antes de chegar a Luanda, sendo uma realidade que é preciso alterar até porque o custo com o transporte ascende a 4000 dólares quando um contentor que venha do Japão, dos Estados Unidos da América, da Europa custa apenas 2000 dólares”, disse o embaixador, citado pela agência noticiosa Lusa.

Deputados pedem reforço das relações com AngolaO apelo foi feito em Brasília pelo Grupo Parlamentar de Amizade Brasil / Angola a uma comitiva de diplomatas angolanos. Criado em março deste ano por iniciativa do deputado federal Márcio Marinho (PRB/BA), o Grupo é um colegiado que pretende aprimorar as relações diplomáticas entre as duas nações. “Queremos desenvolver esse relacionamento e fazer com que os entendimentos bilaterais, que já existem entre Brasil e Angola, possam ser todos materializados para que possamos fomentar o desenvolvimento social e cultural de ambas as nações”, disse Marinho ao Embaixador Nelson Cosme, que visitou o parlamento brasileiro por ocasião das comemorações do Dia da Paz e dos 40 anos da Independência de Angola.

PAÍS HOMENAGEADO NO ANIVERSÁRIO DE BRASÍLIA» Durante as comemorações dos 55 anos da fundação da cida-de de Brasília e 112 anos do nascimento do seu patrono, Jusce-lino Kubistchek, o Presidente do Clube de Pioneiros de Brasília, Roosevelt Elian Beltron, entregou ao Embaixador de Angola no Brasil, Nelson Cosme, a Comenda Grã-Cruz da Ordem do Pio-neiro, a mais alta condecoração do Clube dos Fundadores de Brasília e um diploma de honra.

Em acto que decorreu na Embaixada de Angola ,em Brasília, Beltron destacou os fortes laços existentes entre Angola e o Bra-sil e enalteceu os feitos da diplomacia angolana na aproxima-ção dos povos dos dois países. O Embaixador Nelson Cosme atribuiu o mérito da distinção à dinâmica da política ex-terna da República de Angola, liderada pelo Executivo Angolano, e igualmente à hospita-lidade das autoridades brasileiras.

UNESC E ANGOLA, DEZ ANOS DE PARCERIA NA EDUCAÇÃO» Em 2015, a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) comemora dez anos de relação com Angola na área da Educação e, para marcar a data, o Reitor Gildo Volpato esteve no país entre os dias 17 e 21 de maio, para encontros com lideranças do governo angolano e pais de estudantes.

O convênio com a Sonangol, que patrocina bolsas de estudantes angolanos, foi assinado em 2005 e os primei-ros bolseiros iniciaram os estudos em agosto de 2006. Em nove anos, 295 angolanos passaram pelos cursos de gra-duação, especialização, mestrado e doutorado em diver-sas áreas do conhecimento. “A presença dos estudantes angolanos foi um marco na internacionalização da Unesc, oportunizando tanto aos alunos estrangeiros quanto aos brasileiros, experiências de interação sócio-cultural, con-tribuindo para o processo de ensino-aprendizagem e de formação da cidadania”, comentou Volpato, durante a viagem que realizou a Angola com objectivo de ampliar a parceria na área educacional.

Feira angolana na capital paulista» Com o objectivo de divulgar a cultura angolana e seus produtos e também fortalecer a relação entre os angolanos e outras comunidades, foi realizada no mês de abril, na capital paulista, a 1ª Feira da Comunidade Angolana do Brás. Entre os produtos expostos, estavam trajes africanos como bubus, camisas, saias, lenços, peças de pano como a samakaka, anéis, brincos, colares e pulseiras. A animação do encontro esteve a cargo da Associação Feminina Paulistana Ilú Obá de Mim, que apresentou canções, danças e toques de orixás. O responsável pela organização da feira, Kalengue Mwena, diz estar satisfeito com o resultado.

Feira Internacional Ambiente Angola 2015» Expositores de 80 países, entre estes África do Sul, Brasil, Espanha, França, Alemanha e China, estiveram presentes na 5ª edição da Feira Internacional de Tecnologias Ambientais, realizada em Luanda, de 4 a 7 de Junho. Falando na cerimónia de abertura, a Ministra do Ambiente, Maria de Fátima Jardim, defendeu a necessidade da adopção e promoção de tecnologias mais eficientes nos mais variados sectores, com vista a se evitar eventuais problemas adversos na população. Já o secretário-geral da Rede Ambiental Maiombe, Rafael Neto, disse que as empresas locais apostam cada vez mais na utilização de tecnologias voltadas à protecção do ambiente em Angola e que é notável a prestação de serviços tecnológicos ambientais nos sectores da energia e águas, petróleos, agricultura, construção e habitação.

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especial

Presidido pela Embaixador de Angola no Brasil, Nelson Cosme, o acto comemora-tivo contou com a presença de directores

e funcionários da delegação da TAAG no Rio de Janeiro. Na ocasião, o diplomata destacou o em-penho dos funcionários da companhia, que no Brasil levantam bem alto o nome da Taag e de Angola, encorajando-os a continuar a contribuir para o engrandecimento da companhia e disse que “ a Taag é o símbolo da nossa soberania ple-na na relação com o Brasil".

Falando em nome da empresa estatal, o dele-gado da Taag para as Américas, Luís de Almei-

TAAG COMEMORA30 ANOS DE BRASIL

Com acto realizado em 16 de junho no Rio de Janeiro, a TAAG – Linhas Aéreas de Angola comemorou a passagem do trigésimo aniversário

do início das operações da companhia para o Brasil

da, destacou que o desenvolvimento e o sucesso da operação no Brasil permitiram estendé-la agora a outros países da América Latina, onde tem sido possível captar tráfego para Ango-la, por via das escalas do Rio de Janeiro e São Paulo. E isso graças a uma agressiva campanha de marketing desenvolvida junto de potenciais clientes que até então usavam outras compa-nhias para chegar a Angola.

A TAAG iniciou as suas operações no Brasil em 16 de Junho 1985, realizando voos semanais aos sábados entre Luanda e Rio de Janeiro com aviões Boeing 707. Entre 1990 e 1997, as opera-

ções foram efectuadas com o equipamento Lo-ckheed 1011 – Tristar. A partir de 1998, passaram a ser efectivadas pelo Boeing 747 com dois voos semanais, às quintas e domingos. Um terceiro voo semanal foi introduzido em 2006.

Em 13 de Maio de 2009, começaram as opera-ções com destino a São Paulo (Guarulhos), com três voos semanais, às segundas, quartas e sába-dos, às quais foi acrescida no mesmo ano mais uma frequência, na sexta feira. Actualmente, a TAAG mantém no seu programa de horários essas sete operações diárias para o Brasil, nas quais são utilizadas aeronaves Boeing 777 – 300/200.

O crescimento das operações da TAAG para o Brasil é resultado de um conveniente acompa-nhamento do aumento do fluxo de passageiros entre os dois países e, com uma adequação das ofertas de forma a atendê-los satisfatoriamen-te por meio de serviços esmerados e modernos equipamentos. Além disso, campanhas promo-cionais que divulgam a TAAG em outros países do continente têm resultado em uma crescente pre-sença de passageiros de diversas proveniências da América Latina, atraídos pela possibilidade de realizar operações no Rio de Janeiro e em São Paulo quando têm Angola como destino final.

Visita do embaixador de Angola no Brasil, Sr. Nelson Cosme, às dependências da TAAG

Luis de Almeida - representante da Taag; Rosário de Ceita - Consul Geral de Angola no RJ e Issau Sulano Boco - Vice Consul de Angola em SP

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economia

PRIVATIZADA FÁBRICA DE CAFÉ LIANGOL» A Angonabeiro, empresa an-golana do grupo português Na-beiro, vai investir um milhão de dólares (cerca de 900 mil eu-ros) na aquisição da totalidade do capital da empresa pública angolana de produção de café Liangol. O grupo Nabeiro che-gou a Angola em 2000, a con-vite do governo de Luanda e, desde 2001, assume a gestão da fábrica da Liangol, depois de garantir, também, a sua reabilitação e modernização, uma vez que estava desativada desde 1984.

As vendas da Angonabeiro cresceram 32% em 2014, face ao ano anterior, com um volume de facturação anual que se es-tima ser superior a 20 milhões

Super Palanca vai montar veículos em Angola» Fruto de parceria entre empresários de Angola e da China, a empresa Super Palanca assinou, em meados de junho, um contracto com a Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP) para montagem de viaturas ligeiras e pesadas no país. De acordo com o site Macauhub, contrato, no valor de USD 9 milhões, garante que a empresa tenha benefícios fiscais no seu projecto de construir uma fábrica, que deverá entrar em funcionamento dentro de três anos.

de dólares (perto de 18 milhões de euros). Angola já foi o quarto maior produtor mundial de café, com 200 mil toneladas anuais, antes de 1975 e, segundo o director-geral da Organização Inter-Africana do Café (OIAC), Frederick Kawuama, há uma

grande possibilidade de revita-lização da cafeicultura no país. Kawuama, que esteve em An-gola no início de maio, salientou que o país tem a experiência ne-cessária para isso e que está em condições de voltar a ser uma grande potência no sector. ACORDO FAVORECE

PEQUENOS E MÉDIOS EMPRESÁRIOS » Angola e Brasil selaram, no início de junho, um acordo de fa-cilitação de investimentos para micro, pequenas e medias em-presas (MPME) angolanas. A celebração do acordo faz parte da estratégia do programa “Angola Investe”, que contempla dois instrumentos de apoio ao financiamento das MPMEs: as Linhas de Crédito Beneficiadas e o Mecanismo de Garantias Públicas.

Na visão angolana, além de favorecer a inserção da economia nacional, a criação de postos de trabalho e a distribuição de ren-da, com o fortalecimento do terceiro sector, o acordo pode po-tencializar as MPMEs do país no comércio internacional. Pelo acordo, o Banco do Brasil trabalhará com bancos públicos an-golanos, como o BPC e o BCI, no sentido de liberar inicialmente 50 milhões de dólares a serem utilizados por pequenas e médias empresas angolanas, numa gestão que poderá atingir os 300 mi-lhões de dólares ao ano.

Gasolina: auto-suficiência em 2017» Com a entrada em funcionamento da nova refinaria do Soyo, cuja construção foi iniciada no mês de junho, Angola poderá se tornar auto-suficiente em gasolina e gasóleo a partir de 2017. O anúncio foi feito pelo Presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Francisco de Lemos José Maria. Segundo ele, a obra adjudicada a duas construtoras chinesas será concluída em 26 meses e vai ocupar uma área superior a 220 hectares, numa zona (Província do Zaire) fortemente produtora de crude. “Com a conclusão deste projecto e a refinaria de Luanda, esperamos reduzir por completo as importações dos principais produtos, a começar pelo gasóleo, cujo défice é muito elevado, e também da gasolina”, explicou José Maria.

Angostone quer diversificar mercados » Tendo em vista a retração do mercado europeu, o Brasil é um dos mercados prospectados pela empresa angolana de extracção de rochas ornamentais, Angostone, com vistas à expansão da suas exportações de granito. Os contatos nesse sentido também estão sendo feitos com a Indonésia, Vietname e Polónia. A empresa angolana investiu mais de 55 milhões de dólares nos últimos 15 anos na aquisição de equipamentos para as suas pedreiras e na abertura de duas centrais de produção de betão, afirmou na cidade de Lubango o presidente da empresa, Carlos Alberto Gonçalves. Ele acrescentou que aquele montante serviu também para adquirir geradores eléctricos, meios de transportes, equipamentos de trabalho para os operários, que funcionam nas suas oito pedreiras, localizadas nas províncias da Huíla, Namibe e Cunene

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economia

VINHO ANGOLANO NOS PONTOS DE VENDA » Totalmente produzido em Angola, o vinho Serras da Xixila co-meçou a ser distribuído em junho aos hipermercados do país. Situada a cerca de 30 quilómetros da sede do município do Li-bolo, a Fazenda Xixila ocupa uma área de 17 mil hectares de um projecto agropecuário de investidores nacionais. Ela começou a ganhar corpo há sete anos, com o arranque da produção de vinho e uvas de mesa. Hoje são 54 hectares de vinhas e várias castas nacionais, mas a expectativa da administração da fazen-da é duplicar essa área até ao final do ano.

A primeira vindima da Fazenda Xixila foi colhida experimen-talmente em 2012, e a colheita do ano seguinte chega agora ao mercado com 60 mil garrafas de 750 ml, de vinho branco. “A nossa principal característica é preservar a essência da uva. E somos uma das poucas fazendas no mundo que faz duas vindimas por ano”, explicou, em entrevista à agência Lusa, o administrador da Sociedade Agropecuária de Angola, Carlos Carneiro.“Hoje temos o orgulho de sermos os produtores do primeiro vinho angolano”, garantiu.

“Mercado” é o novo semanário económico » Com 48 páginas e formato tablóide, chegou às bancas no final de abril o primeiro número do semanário económico Mercado, a aposta de estreia da editora Media Rumo, pertencente ao grupo privado de investidores angolanos liderados por Domingos Vunge, ex-Score Media e um dos empresários que esteve na origem do jornal angolano Expansão, com o qual, segundo a Agência Macahub, deixou de ter ligações. Nas páginas do Mercado, a equipa redactorial quer centrar-se em notícias que apoiem a divulgação das empresas angolanas, mercados financeiros, bem como a indústria que está a nascer em Angola, uma estratégia para reduzir as importações do país. Além disso, o Mercado pretende ajudar na forma como os leitores vêem Angola no mundo: os artigos jornalísticos e de opinião querem, a partir dos noticiários mundiais, ajudar a colocar Angola no centro e dar atenção ao mundo com foco em África.

VENDA DE DIAMANTES EM ANGOLA DISPARA » As vendas de diamantes de Angola aumentaram, quase 35% durante o primeiro semestre do corrente ano, em comparação com o mesmo período do ano passado, ultrapassando 573 mi-lhões de dólares e 4,2 milhões de quilates, segundo dados da Administração Geral Tributária citados pelo Jornal de Angola.

Estão em curso em Angola três projectos destinados a au-mentar a produção de diamantes a médio prazo: o Tchiuzo, ava-liado em pouco mais de 200 milhões de dólares e que vai ga-rantir uma produção anual de 2,5 milhões de quilates, o Luaxe, estimado em mil milhões de dólares com uma produção anual de cerca de 10 milhões de quilates e o “Kimangue”, que vai per-mitir ter maior conhecimento sobre a existência de recursos diamantíferos de Angola para a posterior produção. Angola é um dos sete maiores produtores mundiais de diamantes.

Comércio entre Brasil e Angola» As exportações do Brasil para Angola em 2014 totalizaram um bilião e 261 milhões de dólares norte-americanos, o coordenador da Agência Brasileira de Promoção, Exportação e Investimentos (ApexBrasil), Marcio Guerra de Carvalho.De acordo com o coordenador, Angola exportou para o seu país produtos avaliados em um bilião e 109 milhões de dólares. Segundo Carvalho, os principais produtos exportados para Angola foram açúcar, carne bovina, de aves e suínos, farinha de milho, calçados e móveis, enquanto Angola exportou para o Brasil, fundamentalmente, petróleo.As declarações do funcionário brasileiro foram feitas o dia 24 de julho, durante a abertura da 32ª Edição da Feira Internacional de Luanda (Filda), evento que tem como objectivo promover e fortalecer o Investimento privado nos diversos sectores da economia nacional.

Cabo submarino ligará Luanda e Fortaleza » A empresa de telecomunicações Angola Cables fechou, na segunda quinzena de julho, uma nova parceria com a prefeitura de Fortaleza - capital do Estado do Ceará, no nordeste do Brasil - para a construção de um novo data center movido a energia solar na cidade e também a implantação de um cabo submarino ligando a cidade brasileira e Luanda.O cabo, com 6 500 Km de extensão e 40 Tbps de capacidade de transmissão, será o primeiro a cruzar a parte sul do Oceano Atlântico e a ligar o Brasil directamente com a África sem vir ou ir a outro continente ou país. Por isso mesmo, a obra é vista como uma boa “rota alternativa” pelo presidente da Angola Cables, António Nunes que, em entrevista a INFO, o executivo disse estar com “expectativas muito grandes”, já que a ligação directa deverá acelerar a comunicação entre os dois países.

Fonte: info.abril.com.br

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cultura

A participação dos astros angolanos no fo-lhetim da TV brasileira se restringiu aos dez primeiros capítulos da trama. A ex

miss Angola Lesliana Pereira encarna Tairine, uma jovem de origem africana que trabalhava como vendedora ambulante nas ruas de Nova York, onde encontrou as imigrantes ilegais bra-sileiras Marizete (Bruna Marquezine) e Fernanda

(Tatá Werneck). Com a ajuda do marido, Robélio (Fredy Costa), ela tenta dar um golpe nas duas.

Modelo, apresentadora e actriz , Lesliana ado-ra assistir séries e ler. Nelson Mandela e Oprah Winfrey são suas personalidades inspiradoras. Nesta entrevista exclusiva a Angola Yetu, ela fala sobre como viveu a experiência desta produção da TV Globo e dos planos para sua carreira.

ANGOLANOS EM “I LOVE PARAISÓPOLIS”

ANGOLA YETU - Encontrou muitos desafios para interpretar a trambiqueira da Tairine? Ela é totalmente o oposto da Lesliana ou existe um pouco das duas?LESLIANA PEREIRA: Interpretar a Tairine foi muito bom. Cada personagem é um momento para o actor criar e foi exatamente isso que fiz. Ten-tei buscar referências na TV e no cinema para criá-la, adicionando a rapidez do dia a dia dos nova-iorquinos, já que ela era residente do (bairro de) Queens, em Nova York. Não existem entre nós grandes semelhanças e é exacta-mente isso que busco, viver diferentes realida-des, personalidades...

A.Y.- Acredita que esta participação trará uma nova imagem para a Lesliana ou as coisas permanecerão no mesmo patamar?L.P.: Trabalho todos os dias com o objectivo de elevar a minha prestação como actriz e engrandecer a minha carreira. Sinto que esta participação trouxe um acréscimo como pes-soa e profissional.

A.Y.- Além de trazer reconhecimento dos angolanos para dentro e fora do país, além de dar relevância cultural e social, que outro benefício pode ser agregado a esta brilhante experiência?L.P.: A experiência profissional, sem dúvida que é um dos grandes benefícios. Ter tido a oportunidade de trabalhar numa das maiores industrias de produção audio-visual do mun-do, com actores renomados, esse é um bene-fício incalculável.

A.Y. - Da “Revista Africa”, passando pela “Xuxa o mistério da feiura”, “Jikulumesso”, “Rainha Jinga”, e agora como a Tairine no “I Love Paraisópolis”, onde imagina que estará num futuro próximo?L.P.: Espero que este seja um feliz trajecto, so-mente, pois sou crente e sei que o caminho a mim destinado é grande. A vontade, talento e trabalho irão determinar a continuidade.

Entrevista exclusiva com Lesliana Pereira que, junto com Fredy Costa, dá vida a um casal de imigrantes que faz de

tudo para sobreviver nas ruas de Nova York.

A.Y.- Para os angolanos que em ti se inspiram, para as pessoas que ainda buscam um espelho e incentivo, que requisito acredita ser primordial para um bom desenvolvimento profissional e boa integridade pessoal?L.P.: Deixar uma boa marca em cada trabalho feito, acredito no profissionalismo e na marca que deixamos depois de cada trabalho: a sim-patia, carinho e a forma como tratamos todas as pessoas envolvidas em cada projecto.

A.Y.- Que conclusão pode tirar e que experiência levar para sua vida como profissional?L.P.: Que com trabalho e dedicação podemos chegar aonde quisermos.

A.Y.- Em poucas palavras ser actriz é:L.P.: Me permitir ser várias pessoas, ter diferen-tes vidas nesta fantástica estrada que é a vida...

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cultura

Kia Henda no SESC Pinheiro» O outro angolano que participa de uma exposição em São Paulo é Kiluanji Kia Henda, mais um autodidata, pertencente à nova geração de artistas que já possuem uma representativa carreira internacional. Sua instalação de vídeo Concret Affection (Afectos de Betão) está no projecto “As Margens dos Mares”, que permanece no Sesc Pinheiros entre 8 de maio e 2 de agosto. Concret Affection (veja texto de Abreu Pache a respeito) é uma vídeoinstalação de curta-metragem que retrata a arquitetura moderna de Luanda, fazendo uma referência ao ano de 1975, período em que a cidade foi abandonada pelos milhares de habitantes, principalmente brancos portugueses, como consequência do violento processo de Independência de Angola.

» Tudo começou com uma brin-cadeira numa festa do grupo de brasileiros: organizou-se uma roda de dança e Marseu Sebas-tião de Carvalho fez sua peque-na mas encantadora apresen-tação de kizomba para o grupo de amigos presentes no evento. Surgiu daí um convite para tro-carem experiência e assim fo-ram conversando, conversando, e o técnico em gastronomia se tornou também professor des-sa dança angolana.

Graduado em gastronomia e actualmente estudante de ma-rketing, Marseu Sebastião de

A KIZOMBA NA TERRA DO SAMBA

Carvalho tem apenas 24 anos, pratica desportos como a ca-poeira e parkour, adora cantar, ler e dançar. Tira uma parte de seu tempo livre para se dedi-car ao ensino da típica dança angolana kizomba aos seus amigos brasileiros em diversos grupos e diferentes cidades de São Paulo.

O angolano, que aprendeu a dançar numa escola especiali-zada, é apaixonado pela kizom-ba, estilo em que tem o melhor desempenho, mas ensina aos outros somente por hobbie. A verdade é que Marseu desem-

Jovem dedica parte do seu tempo livre a ensinar a típica dança angolana “kizomba” aos seus amigos brasileiros em diversos grupos e diferentes cidades de São Paulo.

penha na comunidade angola-na um papel muito importante e multifacetado. É um jovem que oferece seu tempo e ha-bilidades para realização de tarefas, eventos e participa de actividades da comunidade angolana. Ele revela que o se-gredo é acreditar e sonhar com um futuro melhor e diferente: “Eu acho que a melhor forma de contribuir para que isso se realize, é me doando para as causas, e a mensagem que eu deixo aos outros jovens da comunidade é que lutem por aquilo que acreditam”.

Marseu usa seu tempo livre para ensinar a dançar kizomba

ARTISTAS EXPÕEM EM SÃO PAULO

Duas mostras de arte contemporânea realizadas de maio a agosto em São Paulo exibiram trabalhos de diversos artistas africanos, entre eles dois angolanos de Luanda.

Yonamine, no Museu Afro Brasil» A maior amostra de arte contemporânea africana já realizada no Brasil, denominada “Africa Africans”, foi aberta no dia 25 de maio, dia Internacional da África, e traça um panorama da recente criação visual do continente por meio de obras de artistas de diversos países do continente. A exposição conta com cerca de 100 obras, de mais de 20 artistas, em diversos suportes e linguagens, além de outras obras de arte africana, pertencentes ao acervo, como é o caso dos dois quadros sem título do angolano Yonamine. Nascido em Luanda, em 1975, ele é um autodidata que viveu em Angola, no Zaire (actual República Democrática do Congo), no Brasil e no Reino Unido. Actualmente vive e trabalha em Lisboa.

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cultura

Entre Angola (Luanda) e Brasil (São Paulo) desenham-se pedaços de terras incrusta-dos num litoral, da África e da América.

Estas terras estariam separadas pelo oceano, o mesmo que os uniu, nos movimentos do pas-sado que se deram por acção do comércio in-ternacional, a escravatura, a colonização, entre outras trocas simbólicas que se vão dar depois. Tendo daí esses dois povos recebidos como le-gado a língua portuguesa e uma imensidão de água em comum.

Veja-se que na mesma imensidão de água, as águas sobre as quais figuraram e ainda figuram imagens de trânsitos na descoberta de terras para explorar, foi nessas mesmas águas que se deram as travessias e o encontro de povos. Essa aventura além mar radicalizou nas nossas prá-ticas as trocas e produziu sínteses culturais que acenam bem esses intercâmbios.

Na verdade, as imagens de Angola na paisa-gem cultural do Brasil são muito fortes e amplas, estando presentes na língua, nos hábitos ali-mentares, nas artes, nas práticas religiosas, na cultura brasileira enfim. Mas não é disso de que

expandindo caminhos para criadores, imagens, sons, toques, cheiros e gestos, hoje se misturam em com-posições sinestésicas que proporcionam reflexões sobre inquietações con-temporâneas”.

Na verdade, pelo que ouvimos e visualizamos, o video-instalação a que ti-vemos acesso remete-nos para processos de diver-sas origens que entram em sintonia com a linguagem por via dos sons, tons, timbres e ritmos. As interfaces entre o que o mar e os edifícios da baixa de Luanda mostram e escondem. Conseguimos visualizar os exces-sos que a paisagem de Luanda ganhou ao longo dos tempos, desde a independência, com o sur-gimento de outras estruturas de betão (concreto) nos edifícios, contrariando sua arquitectura origi-nal, a proliferação de antenas parabólica, apare-lhos de ar condicionado, enfim imagens barrocas e mestiças que se afinam com um pendor multi-disciplinar em variação e variedade das parcelas daquilo que os processos e as práticas culturais foram enredando.

POR ABREU PAXEProfessor de Literatura

Angolana noISCED de Luanda e membro da UEA

ESSE VÍDEO-INSTALAÇÃO MOSTRA-NOS BEM O QUE RESULTOU DE PESQUISAS

POÉTICAS MARCADAS PELA DISSOLUÇÃO DE

FRONTEIRAS, ENTRE AQUILO QUE FOI DO PORTUGAL

COLONIAL E DA ANGOLA PÓS-INDEPENDÊNCIA (...)

IMAGENS DE ANGOLA NA PAISAGEM CULTURAL

DE SÃO PAULO

vamos falar. Ou seja, falaremos a propósito do ar-tista angolano com cuja obra nos deparamos nas paisagens culturais de São Paulo.

E faremos disso por dois fundos motivos susten-tados pela alegria de termos captado aglutinante e analogicamente, em visualidade e em sonoridade, relações de força gráfica e gestual entre aqui-lo que a cultura angolana e brasileira produzem, ajudando na diluição do ponto de vista cultural de alguns aspectos que estabeleciam fronteiras rígi-das entre nós. Trata-se da exposição organizada pelo Sesc-Pinheiro, As Margens dos Mares, um vídeo-instalação do Angolano Kiluanji Kia Henda ao lado de outros artistas lusófonos.

Esse artista plástico angolano, que se vem des-tacando no cenário nacional e internacional com obras em fotografia, instalações e vídeos, seus temas são de grande interesse e abrangência. Naquilo que o mundo nos vai transformando com suas dores, afetou e até paradoxos. A exposição de Kiluanji participa, segundo Danilo Santos Miranda, Director Regional do Sesc São Paulo, “permite a discussão dos contornos rígidos que um dia, esta-beleceram fronteiras entre linguagens artísticas,

Estas imagens propos-tas por Kiluanji no plano de uma arte visual que é também sonora, permiti-ram-nos sentir sensações outras e ampliadas, como a táctil e a olfativa. Esse ví-deo-instalação mostra-nos bem o que resultou de pes-quisas poéticas marcadas pela dissolução de frontei-ras, entre aquilo que foi do Portugal colonial e da An-gola pós-independência,

pelo interesse em ampliar o leque de expres-sões que na verdade nos caracteri-zam. Portanto, pode-se com isso alargar as margens das sensibili-dades, duma obra que não se es-gota no olhar mas contempla os outros sentidos, fertilizando-os. É deste modo que participamos da paisagem cultural de São Paulo.

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cultura

» O escritor angolano Lopito Feijó recebeu pessoal-mente, no início de junho, o título de Personalidade Lite-rária Internacional pela Academia Internacional de Artes, Letras e Ciências-ALPAS 21, da cidade de Cruz Alta, no Estado do Rio Grande do Sul. Também foram contempla-dos, na ocasião, outros dois autores angolanos, Domingas Henriques Monteiro e Efraim Chinguto.

Lopito Feijó é membro da União dos Escritores Ango-lanos e Presidente da Sociedade Angolana do Direitos de Autor. Entre suas obras, se destacam Doutrina (1987); Rosa Cor de Rosa (1987), Corpo a Corpo (1987) e Cartas de Amor (1990). Domingas Henriques Monteiro é licenciada em línguas e literaturas africana, jornalista e professora. Sua última publicação é o livro infantil O Gelado de Múkua da Mamita, lançado no ano passado. Efraim Chinguto é professor, poeta, activista literário e cultural e participou em várias colectâneas poéticas

Liderada pela senhora Roselia Rasia, a Academia In-ternacional de Artes, Letras e Ciências-ALPAS 21 é uma instituição literário-cultural, científica e educacional sem fins lucrativos e tem como objectivo o incentivo e a promo-ção da cultura, das ciências, artes e letras.

ESCRITORES ANGOLANOS HOMENAGEADOSAcademia do Rio Grande do Sul conferiu título de honra a Lopito Feijó

Centro Cultural Angola/Brasil abre em setembro

INSTALADA NO PRÉDIO DO ANTIGO GRANDE HOTEL LOANDA, NO BAIRRO DA INGOMBOTA, A NOVA INSTITUIÇÃO VAI EXPOR BENS CULTURAIS DE CRIADORES DOS DOIS PAÍSES

» Com ênfase na venda de livros e na realização de actos culturais, o Centro Cultural Angola/Brasil abre as suas portas em Setembro do ano em curso, segundo anunciou em Luanda o embaixador brasileiro Norton de Andrade Mello Rapesta.Falando à imprensa à margem de uma audiência cedida pelo Governador de Luanda, Graciano Domingos, o diplomata brasileiro afirmou que a abertura desse novo equipamento cultural abre boas perspectivas na cooperação bilateral.A infra-estrutura terá anfiteatro com capacidade para 170 pessoas, salas de reuniões, de formação, entre outros compartimentos, num edifício reabilitado com uma área de mil e 600 metros quadrados.

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TVA revista eletrônica produzida pelo Consulado Geral de Angola em São Paulo.

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