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Comentário à Regra da Militia Sanctae Mariae, S. Bento da Porta Aberta (Terras de Bouro), 28 de setembro de 2014
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COMENTÁRIO À REGRA
DA
MILITIA SANCTAE MARIAE
- Capítulo de 28 de setembro de 2014-
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PRÓLOGO
8 - Uma missão tão sublime, não a podes cumprir sem uma conversão total de todo o teu ser a Deus. Travarás o combate espiritual ao mesmo tempo temporal. Não terás outra ambição que a de servir o teu Rei, Cristo, com fidelidade e docilidade. Não recuarás perante nenhum esforço para atingir este fim; deverás quebrar-te, sufocar o teu orgulho, desprezar a tua vida neste mundo; na escola de Maria, Nossa Senhora, procurarás a humildade, o apagamento voluntário, o abandono total por generosidade de amor, até ao sacrifício. Rejeitarás com horror o espírito do mundo para adquirir uma sabedoria puramente sobrenatural. Reconhecerás em todas as coisas visíveis uma epifania das invisíveis, e trabalharás para dar aos homens teus irmãos o sentido do sagrado. Procederás de tal modo que a natureza, a família, o trabalho, a ciência, a arte, a própria organização política, voltem a ser para todos transparentes em relação ao divino e portadores de graça.
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A Regra da Milita Sanctae Mariae, que livremente decidimos abraçar, intima-nos a libertar o nosso espírito das preocupações terrestres e a mergulhar o nosso olhar no mistério de Deus, combatendo por Cristo e pelo Seu reino, desprezando a vida terrena e procurando na humildade, na penitência, na mortificação, na oração, no exercício das virtudes, no amor, no perdão o alargamento das fronteiras do Reino.
No entanto, o nosso dia-a-dia, completamente ocupado, sem tempo para nada, mas ao mesmo tempo com tempo para tudo, é muitas vezes um caminhar em sentido contrário àquilo que a nossa Regra nos incita já que esquecemos o que de mais importante temos e dedicamo-nos a pequenas outras coisas que muitas vezes só nos afastam do verdadeiro caminho da salvação.
Há alguns meses atrás, numa cerimónia religiosa sou confrontado com uma linda voz de uma menina de pouco mais de 10 anos que cantava de forma exemplar uma música
do Padre Marcelo Rossi que tem como título “Ninguém te ama como Eu”. Sinceramente, a princípio não entendi perfeitamente a letra. Por certo, porque a voz da menina era linda de mais e ofuscava a letra. No entanto, e porque a letra não me saía da cabeça dediquei-me um pouco a ela. A letra dizia assim:
Tenho esperado este momento Tenho esperado que viesses a mim Tenho esperado que me fales Tenho esperado que estivesses assim
Eu sei bem o que tens vivido Sei também que tens chorado Eu sei bem que tens sofrido Pois permaneço ao teu lado
E o refrão diz:
Ninguém te Ama como Eu
Ninguém te Ama como Eu
Olha para a cruz, está é a minha maior prova
Ninguém te Ama como Eu
Ninguém te Ama como Eu
Ninguém te Ama como Eu
Olha para a cruz, foi por ti, porque Te amo
Ninguém te Ama como Eu
Estas palavras são precisamente aquilo que Jesus nos diz todos os dias… todos os dias somos
confrontados com facilidades e com dificuldades… com alegrias e com tristezas… com a luta
entre o bem e o mal… Temos que saber aceitar as coisas boas que nos vão acontecendo como
uma dádiva de Deus, e as coisas más como fruto da nossa própria condição humana, sabendo
que Jesus nos ama… e que o seu amor é incomparável a qualquer outro amor.
A frase do refrão: “Olha para a Cruz, esta é a minha maior prova”, reforçada na segunda
quadra do refrão com o “porque Te amo” pode, deve e tem de servir de farol para a nossa
vida. Se no meio das tribulações, conseguirmos parar por um momento e pensar na prova de
amor que Jesus nos Deus, ao dar a sua vida para nos salvar, com certeza encontraremos força
para continuar na nossa vida terrena a tarefa de expandir o Reino de Deus.
Porém, Jesus está cada vez mais afastado da nossa sociedade. Não porque Ele se tenha
afastado, mas porque nós, CRISTÃOS, com as nossas ações, e muitas mais vezes com a nossa
falta de ação o afastamos. Vivemos enredados no egoísmo, no facilitismo, no consumismo
desenfreado… colocamos Cristo e a sua prova de amor como que na prateleira… é mais fácil…
é mais social! Para muitos, seguir Cristo, viver segundo os seus ensinamentos é uma coisa de
gente atrasada, do passado… antiquada… sem qualquer sentido.
No entanto, e tal como o Papa Francisco nos recordou recentemente, é “justamente da união
íntima com Jesus, do relacionamento de amor com Ele”1 que “surge a força para enfrentar os
acontecimentos dolorosos”2 que conduziram, e continuam a conduzir muitos homens ao
martírio.
1 Catequese do Papa Francisco, Vaticano, 24 de setembro de 2014 2 Idem
É desta forma que, como Cavaleiros desta cruzada de amor, neste combate sem tréguas pela
expansão do Reino de Deus, temos que procurar no Amor de Cristo a força que nos apoiará
nos momentos de dificuldade, defendendo a paz, o amor e a concórdia, usando a bondade e o
perdão, e assim testemunhando a misericórdia de Deus.
Assim seja.
Filipe Amorim