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COMENTÁRIOS À EXECUÇÃO DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL Enfoques Civilistas e Trabalhistas

COMENTÁRIOS À EXECUÇÃO DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO … · Comentários à execução do novo código de processo civil: enfoques civilistas e trabalhistas / Francisco Antonio

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COMENTÁRIOS À EXECUÇÃO DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Enfoques Civilistas e Trabalhistas

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COMENTÁRIOS À EXECUÇÃO DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Enfoques Civilistas e Trabalhistas

2ª Edição

FRANCISCO ANTONIO DE OLIVEIRA(CURRICULUM REDUZIDO)

— Desembargador Federal do Trabalho aposentado do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região.

— Presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região no período de 2000 a 2002.

Instrução — Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universi-dade Católica — Campinas — Turma 1.970.

— Bacharel em Ciências Econômicas pela Fundação Moura Lacerda — Ribeirão Preto — SP — Turma 1963.

— Contador formado pela Escola Técnica e Ginásio Catanduva/SP Turma de 1956.

— Diplomado em Curso Avançado de Espanhol pela FIRST CLASS Institute of Languages, de Campinas.

— Diplomado em Língua Italiana pela Pontifica Universidade Católica de São Paulo.

— Mestre em Direito do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo — PUC/SP, em 18.07.2000

— Doutor em Direito do Trabalho pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo — PUC/SP. Em 20.06.2001

— Presidente do Colégio de Presidentes e de Corregedores da Justiça do Trabalho no período de 2000 a 2002

— Membro do Conselho Superior do Tribunal Superior do Trabalho no período de 2000 a 2002

Obras PublicadasGÊNERO: DIREITO MATERIAL E PROCESSUAL: TRABALHO, CIVIL E CONSTITUCIONALEditora Revista dos Tribunais e Editora LTr

— A Execução na Justiça do Trabalho — 9ª ed. LTr — A Prova no Processo do Trabalho — 4ª ed. LTr, 2014 — Ação Civil Pública. Enfoques Trabalhistas — 3ª ed. LTr, 2013 — Ação Rescisória. Enfoques Trabalhistas — 4ª ed. LTr, 2013 — Alterações do CPC Comentado. Aspectos Processuais Trabalhistas e Civis. Ed, RT Esgotado

— Comentários aos Precedentes Normativos e às Orientações Jurisprudenciais do TST — 3ª ed. LTr. 2014

— Comentários às Súmulas do TST — 11ª ed. LTr, 2014 — Comentários à Consolidação das Leis do Trabalho — 4ª ed. LTr, 2014

— Mandado de Injunção (Da Inconstitucionalidade por omissão). Enfoques Trabalhistas — 3ª ed. LTr, 2014

— Mandado de Segurança e Controle Jurisdicional — 4ª ed. LTr, 2013 — Manual de Audiências Trabalhistas — 10ª ed. LTr, 2013 — Manual de Direito Individual e Coletivo do Trabalho — 3ª ed. LTr — Manual de Penhora. Enfoques Trabalhistas e Jurisprudência — 3ª ed. LTr, 2014

— Manual de Processo do Trabalho — 4ª ed. LTr, 2011 — Medidas Cautelares, Procedimentos Especiais — 4ª ed. LTr, 2008 — Novo contrato por prazo determinado. Lei n. 9.601/98 — Ed. RT esgotado

— Manual de Revelia — 2ª ed. LTr, 2015 — O Processo na Justiça do Trabalho, 5ª ed. LTr, 2008 — Tratado de Direito Processual do Trabalho. 1ª ed. LTr, 2008 — A Lei do Mandado de Segurança Comentada, LTr, 2011. — Curso de Direito do Trabalho, LTr, 2012 — O Livro da Competência — LTr, 2012 — Questões Processuais Trabalhista — LTr, no prelo

— Tratado de Direito Processual do Trabalho — LTr. (2 volumes) — Comentários à Execução do Código de Processo Civil — Enfoques civilistas e trabalhistas

— Comentários Pontuais sobre o Código de Processo Civil

GÊNERO — ROMANCE1. Peregrinos do Universo, Editora Vértice — Ficção, 20012. Inquisição — O lado sombrio da Igreja. Editora Appris — Ficção,

20143. Por que Elas Traem, Editora Appris — Psico/Social, 20144. Prostituição. Glamour e Ocaso, Editora Appris — Psico/Social, 20145. Introspecção. Editora Appris — no prelo (Crônicas) — 2014

— Professor convidado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie — Curso de Direito — para ministrar aulas em Curso de Pós- -Graduação

— Professos convidado do Centro de Extensão Universitária (CEU) para ministrar aulas no Curso de Pós-Graduação

— Professor convidado da Escola Paulista de Direito (EPD) para ministrar aulas em Curso de Pós-Graduação

— Escola Superior de Advocacia — São Paulo — Professor da ESA-São Paulo —Ministrou Curso de Execução Trabalhista com duração de 24 horas.

MENÇÃO ELOGIOSA — Menção elogiosa do Tribunal Superior do Trabalho sobre a obra “A Execução na Justiça do Trabalho” — Sessão Plenária de 16.06.88.

— Menção elogiosa do Tribunal Superior do Trabalho sobre obras publicadas — 14ª Sessão Extraordinária realizada em setembro/93.

— Menção elogiosa do Tribunal Superior do Trabalho sobre obras publicadas. 32ª Seção Ordinária da Seção Especializada em Dissídios Coletivos, 2000.

Condecorações — Agraciado com a medalha da Ordem do Mérito Judiciário do Trabalho no Grau de Comendador, concedida pelo E. Órgão Especial do Tribunal Superior do Trabalho, e promovido ao grau de GRANDE OFICIAL, pelo Pleno do Tribunal Superior do Trabalho.

— Agraciado com a Medalha da Ordem do Mérito Judiciário do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, no grau de Grã-Cruz.

— Agraciado com o título de Cidadão Campineiro pela Câmara Municipal de Campinas/SP.

Participações — Membro da Academia Nacional de Direito do Trabalho. — Membro do Instituto Brasileiro de Direito Social — Seção Brasileira da Societé Internacionale de Droit du Travail et de la Securité Social.

— Membro do Instituto dos Advogados de São Paulo (sócio colabo-rador).

— Membro da Asociación Iberoamericana de Derecho del Trabajo y de la Seguridad Social.

— Membro do Instituto de Direito do Trabalho do Mercosul (sócio efetivo titular).

— Membro da Academia Paulista de Magistrados— Membro da Academia Paulista de Letras Jurídicas, na qualidade

de Acadêmico Perpétuo como Titular de Cadeira e sócio fundador, Cadeira n. 10, patrono Frederico Marques a partir de 11.8.2003.

— Homenageado pela 2ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho na sessão do dia 18.08.2004 em razão da sua aposentadoria.

— Homenageado pela 4ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho na sessão do dia 18.08.2004 em razão da sua aposentadoria.

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FRANCISCO ANTONIO DE OLIVEIRA

COMENTÁRIOS À EXECUÇÃO DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

Enfoques Civilistas e Trabalhistas

2ª Edição

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EDITORA LTDA.

© Todos os direitos reservados

Rua Jaguaribe, 571CEP 01224‑003São Paulo, SP — BrasilFone (11) 2167‑1101www.ltr.com.brAbril, 2018

Produção Gráfica e Editoração Eletrônica: GRAPHIEN DIAGRAMAÇÃO E ARTEProjeto de Capa: FABIO GIGLIOImpressão: BOK2

versão impressa — LTr 5845.1 — ISBN 978‑85‑361‑9397‑7 versão digital — LTr 9345.1 — ISBN 978‑85‑361‑9628‑2

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Oliveira, Francisco Antonio de

Comentários à execução do novo código de processo civil: enfoques civilistas e trabalhistas / Francisco Antonio de Oliveira. — 2. ed. — São Paulo : LTr, 2018.

Bibliografia.

1. Execuções (Direito) 2. Processo civil I. Título.

17‑08045 CDU‑347.952

Índice para catálogo sistemático:

1. Execução civil : Direito processual civil347.952

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Dedico esta obraà minha esposa, Maria Aparecida,

ao meu filho André e à sua esposa Carol, aos meus netos Talita, Maria Luísa e Gustavo, à Karla e aos meus pais José Antonio e Clarina, in memoriam.

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Sumário

Capítulo IV — DO INCIDENTE DE DESCONSIDE‑RAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ........... 15Da responsabilidade do sócio — enfoque trabalhista . 15Da verossimilitude da coisa julgada ........................... 25Da coisa julgada como presunção da verdade ............ 26Da coisa julgada: breve enfoque ................................. 27Do conteúdo formal .................................................... 27Da coisa julgada formal como pressuposto da coisa julgada material ........................................................... 28Da coisa julgada material e o corte rescisório ............ 28Da coisa julgada e a Constituição ............................... 29Dos limites da coisa julgada ....................................... 30Da prova emprestada ................................................... 33Da prova emprestada em relação aos litigantes .......... 34

Capítulo XIV — DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA 35a) Processo Civil ......................................................... 35b) Processo do Trabalho .............................................. 36c) Processo civil atual ................................................. 36

Capítulo I — DISPOSIÇÕES GERAIS ...................... 40

Capítulo II — DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA .. 47

Capítulo III — DO CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA .. 521. Da exceção de suspeição e de impedimento ........... 602. Da exceção de suspeição e de impedimento ........... 603. Do impedimento e da suspeição: momento de ar‑ guição .......................................................................... 614. Da suspeição e do impedimento: competência para a apreciação ................................................................. 625. Da suspeição: poderes especiais para arguição ....... 626. Da suspeição de outras pessoas ............................... 62Do recurso de revista nos Regionais e no TST ........... 64

Capítulo IV — DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS ............ 69

Capítulo V — DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA PELA FAZENDA PÚBLICA ................................................ 75

Capítulo VI — DO CUMPRIMENTO DE SENTEN‑ÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE FAZER, DE NÃO FAZER OU DE ENTREGAR COISA .................................................. 81

Capítulo I — DA AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO ........................................................... 85

Capítulo VII — DOS EMBARGOS DE TERCEIRO 921. Introdução .............................................................. 92Embargos de terceiro como incidente ......................... 93Da possibilidade de alienação de bem hipotecado ...... 98Da impossibilidade de adjudicação pelo credor hipote‑cário ............................................................................. 99Do credor garantido por segunda hipoteca ................. 100

Capítulo XI — DA AÇÃO MONITÓRIA .................. 106Da ação monitória ....................................................... 106Do enfoque conceitual ................................................ 108Da prova documental .................................................. 108Do pedido inicial ......................................................... 108Da decisão inaudita altera pars .................................. 108Da natureza jurídica da decisão em sede trabalhista ... 108Da ação monitória em sede trabalhista ....................... 109Do recurso ................................................................... 109Do Poder Público e da ação monitória ........................ 110

Capítulo I — DISPOSIÇÕES GERAIS ...................... 119

Capítulo II — DAS PARTES ...................................... 122

Capítulo III — DA COMPETÊNCIA ......................... 123

Capítulo IV — DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAR QUALQUER EXECUÇÃO ........ 124Da responsabilidade patrimonial ................................. 127Do elemento responsabilidade .................................... 127Da responsabilidade do sócio ...................................... 128

Capítulo I — DISPOSIÇÕES GERAIS ...................... 141Da execução para a entrega de coisa ........................... 147Da execução das obrigações de fazer ou de não fazer 150

Capítulo IV — DA EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA ........................................................................ 154Da averbação ............................................................... 155Da Penhora .................................................................. 156

Capítulo V — DA EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA .................................................................... 218

Capítulo VI — DA EXECUÇÃO DE ALIMENTOS . 2191. Da diferença conceitual ........................................... 228Justiça do Trabalho ..................................................... 2282. Da suspeição e do impedimento: competência para apreciação ................................................................... 2283. Da suspeição: poderes especiais para arguir ........... 2294. Da suspeição: outras pessoas .................................. 229Capítulo I — DA SUSPENSÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO ............................................................... 231Da morte ou da incapacidade das partes ..................... 232Da morte ou da incapacidade do representante ........... 233Da habilitação dos sucessores da parte ....................... 234

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Do interdito ................................................................. 234Da convenção das partes ............................................. 235Da suspensão do processo pelo juiz ............................ 235Da incompetência, suspeição e impedimento do juiz . 236Da suspeição do juiz ................................................... 236Do impedimento do juiz .............................................. 237Serviço de jurisprudência e divulgação ...................... 238Da suspeição e do impedimento no processo do tra‑ balho ........................................................................... 238Da sentença de mérito ................................................. 239Da força maior ............................................................ 239Dos outros casos de suspensão ................................... 239Da prescrição como instituto único ............................. 242Da prescrição trabalhista ............................................. 242

Capítulo II — DA EXTINÇÃO DO PROCESSO DE EXECUÇÃO .............................................................. 244

Capítulo II — DA APELAÇÃO ................................. 244

Capítulo III — DO AGRAVO DE INSTRUMENTO 252Enfoques trabalhistas especiais ................................... 2581. Da competência para a execução ............................ 2582. Da perpetuatio jurisdictionis .................................. 2583. Da relação jurídica substancial ............................... 2594. Da responsabilidade sem débito .............................. 2595. Da responsabilidade executória secundária ............ 2606. Dos limites da função executória ............................ 2637. Do Depositário infiel e a posição do STF ............... 2648. Da execução e do preceito sancionador ................. 2659. Do julgamento do concurso de credores ................. 26610. Da seção de crédito ............................................... 26711. Da execução de título extrajudicial ....................... 26812. Da teoria do direito abstrato .................................. 26813. Do procedimento delibatório ................................ 26814. Da duplicidade de coisas julgadas ........................ 26815. Da prescrição da execução .................................... 26916. Da responsabilidade de cônjuges separados ......... 26917. Da responsabilidade subsiária ............................... 26918. Da natureza jurídica de decisão de liquidação ...... 26919. Dos princípios informadores da fase executória .. 270

20. Do erro material .................................................... 27021. Da liquidação e da inexistência da obrigação ....... 27122. Do valor a ser penhorado ...................................... 27123. Da negativa de cumprimento de carta precatória .. 27224. Da competência executória de sentenças estran‑ geiras ........................................................................... 27225. Do cumprimento de carta rogatória ...................... 27326. Da pessoa jurídica de direito público internacional — execução ................................................................. 27327. Da litispendência possível entre ações propostas em países diversos ....................................................... 27428. Do depositário infiel e a nova posição do STF ..... 27529. Do bem de família ................................................. 27630. Da execução de imóvel hipotecado e o crédito trabalhista .................................................................... 28031. Da alienação fiduciária ......................................... 28132. Do registro da penhora .......................................... 28633. Da penhora de bem de família .............................. 28934. Da penhora sobre depósitos de instituição financeira 29235. Da penhora em execução trabalhista sobre imóvel penhorado em execução fiscal .................................... 29236. Da penhora de bem gravado de leasing ................ 29337. Do processo do trabalho — aplicação do art. 475‑J (art. 523, § 1º, do CPCn) ............................................. 29438. Da substituição processual — posição do STF ..... 29539. Excesso de execução — fiscalização pelo juiz ..... 29740. Do princípio da imunidade temperada adotada pelo STF .............................................................................. 29741. Da imunidade temperada adotada pela Excelsa Corte ............................................................................ 29842. Das conclusões ...................................................... 29843. Da possibilidade de execução ............................... 29944. Da litispendência possível entre ações propostas em países diversos ....................................................... 29945. Do depositário infiel e a posição do STF .............. 30046. Da renúncia ........................................................... 30147. Do crédito trabalhista. Falência. Responsabilidade dos sócios .................................................................... 30248. Recuperação judicial — reengenharia do STF. Artigo 54 foi reinventado, ali acrescentando‑se o inciso primeiro do art. 83. Este artigo diz respeito à falência. O art. 54 Diz respeito à recuperação judicial .............. 302

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Índice doS comentárioS à execução do cpcn

Do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica ........................................................................ 15Da responsabilidade do sócio – Enfoque trabalhista .. 15Art. 15 — Processo do Trabalho:Do Legislador Federa .................................................. 19Do alento subsidiário .................................................. 19Do lapso interpretativo ................................................ 19Das consequências do art. 15 do Novo CPC no pro‑ cesso do trabalho ......................................................... 19Da oportunidade da iniciativa do TST ........................ 20Do objeto ..................................................................... 20Do crédito trabalhista .................................................. 20Art. 133 — Do incidente de desconsideração de perso‑nalidade ....................................................................... 21Art. 134 — Incidente de desconsideração da persona‑lidade jurídica .............................................................. 23Art. 135 — Instauração do incidente .......................... 24Art. 136 — Conclusão da instrução ............................ 24Art. 137 — Acolhimento. Fraude à execução ............. 24Art. 1062 — Juízos Especiais — Teoria Disregard of legal entity ................................................................... 25Coisa julgada:— Da verossimilitude dacoisa julgada ....................... 25— Da coisa julgada com presunção de verdade ......... 26— Da coisa julgada — breve enfoque ........................ 27— Do conteúdo formal da coisa julgada ..................... 27— Da coisa julgada formal como pressuposto da coisa

julgada material ...................................................... 28— Da coisa julgada material e o corte rescisório ....... 28— Da coisa julgada e a constituição ........................... 29— Dos limites da coisa julgada .................................. 30— Dos limites subjetivos ............................................ 31Art. 502 — Imutabilidade da coisa julgada ................ 31Art. 503 — Coisa julgada limitada ao que foi decidido.. 31Art. 504 — Sentença — o que não faz coisa julgada . 32Da prova emprestada ................................................... 33Da eficácia da prova emprestada ................................ 33Da prova emprestada em relação aos litigantes .......... 34Art. 505 — Nenhum juiz decidirá novamente questões já decididas .................................................................. 34Art. 506 — Sentença faz coisa julgada entre as partes 35Art. 507 — Defeso discutir questões preclusas .......... 35Art. 508 — A coisa julgada repele todas as questões que poderiam ser alegada e não foram ........................ 35Art. 509 — Sentença líquida ou ilíquida .................... 37Art. 510 — Liquidação por arbitramento ................... 38Art. 511 — Liquidação pelo procedimento comum ... 39Art. 512 — Liquidação provisória em autos apartados .. 39Art. 513 — Sentença — forma de cumprimento ........ 40Art. 514 — Relação jurídica sujeita a condição ......... 42Art. 515 — Títulos executivos judiciais. Cumprimento . 42Art. 516 — Sentença. Local do cumprimento ............ 44Art. 517 — Protesto — Decisão trânsita em julgado .. 45Art. 518 — Sentença. Questões no cumprimento ....... 47Art. 519 — Sentença: cumprimento provisório .......... 47Art. 520 — Recurso sem efeito suspensivo ................ 47Art. 521 — Caução. Possibilidade de dispensa .......... 51Art. 522 — Sentença: cumprimento provisório .......... 52Art. 523 — Condenação em quantia certa. Multa ...... 52

Art. 524 — Liquidação: memória de cálculo .............. 55Art. 525 — Prazo de 15 dias para impugnação .......... 57Art. 526 — Pagamento antes de intimado: memória de cálculo ......................................................................... 68Art. 527 — Sentença: execução provisória ................. 69Art. 528 — Pensão alimentícia: pagamento em três dias .............................................................................. 69Art. 529 — Func. Público: desconto em folha ............ 72Art. 530 — Inadimplência: penhora ........................... 72Art. 531 — Penhora: bens que garantam a execução . 72Art. 532 — Conduta procrastinatória: abandono mate‑rial ............................................................................... 73Art. 533 — Pensão alimentícia: indenização. Consti‑tuição de renda fixa ..................................................... 74Art. 534 — Fazenda Pública: execução com memória de cálculos ................................................................... 75Art. 535 — Citação: representante legal ou meio ele‑ trônico ......................................................................... 76Art. 536 — Execução: obrigação de fazer ou de não fazer 81Art. 537 — Execução: multa ...................................... 83Art. 538 — Execução: obrigação de fazer ou de não fazer. busca e apreensão .............................................. 84 Art. 539 — Consignação em pagamento .................... 85Art. 540 — Consignação: lugar de pagamento ........... 87Art. 541 — Consignação: prestações sucessivas ........ 87Art. 542 — Consignação: Petição inicial .................... 87Art. 543 — Consignação: coisa indeterminada .......... 88Art. 544 — Consignação: contestação. Cálculos ........ 88Art. 545 — Consignação: insuficiência de depósito ... 88Art. 546 — Consignação: extinção da obrigação ....... 89Art. 547 — Consignação: dúvida quanto à legitimidade 89Art. 548 — Consignação: transformação em coisa vaga ............................................................................. 89Art. 549 — Resgate de aforamento ............................. 91Arts. 674/681 — Embargos de terceiros. Introdução.. 91Art. 674 — Conceituação do que seja terceiro ........... 95Da possibilidade de alienação de bem hipotecado ...... 98Da impossibilidade de adjudicação pelo credor hipote‑cário ............................................................................. 99Do credor garantido por segunda hipoteca ................. 100Art. 675 — Prazo para interpor embargos de terceiro 101Art. 676 — Distribuição ao juízo da constrição ......... 102Art. 677 — Pedido inicial – prova sumária da posse ou do domínio na qualidade de terceiro ........................... 103Art. 678 — Suspensão da medida constritiva ............. 104Art. 679 — Prazo para contestação de 15 dias ........... 104Art. 680 — Credor com garantia real: alegações pos‑síveis ........................................................................... 105Art. 681 — Acolhimento do pedido. Cancelamento da constrição .................................................................... 106Arts 700/702 — Ação monitória ................................. 106Enfoque conceitual ...................................................... 108Do pedido inicial ......................................................... 108Da decisão inaudita altera pars .................................. 108Da natureza jurídica da decisão em sede trabalhista ... 108Da ação monitória em se trabalhista ........................... 109Do recurso ................................................................... 109Do Poder Público e da ação rescisória ........................ 110Art. 700 — Prova escrita: sem eficácia de título exe‑cutivo ........................................................................... 111

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Art. 701 — Mandado de pagamento quando evidente o Direito do autor ........................................................ 114Art. 702 — Embargos sem garantia do juízo .............. 116Art. 771 — Título extrajudicial: procedimento .......... 119Art. 772 — Poderes do juiz na qualidade de dominus processus ..................................................................... 120Art. 773 — Entrega de documentos e de dados .......... 120Art. 774 — Ato atentatório à dignidade da justiça ...... 120Art. 775 — Renúncia total ou parcial da execução .... 121Art. 776 — Ressarcimento de danos pelo exequente .. 121Art. 777 — Litigância de má fé: indenização ou multa 121Art. 778 — Pessoas que podem promover a execução 122Art. 779 — Pessoas que podem responder pela execução 122Art. 780 — Cumulação de execuções diferentes ........ 122Art. 781 — Título extrajudicial: competente executória 123Art. 782 — Oficial de Justiça: cumprimento de atos executivos ................................................................... 123Art. 783 — Execução: obrigação líquida e exigível ... 124Art. 784 — Títulos executivos extrajudiciais ............. 124Art. 785 — Transformação de título executivo extraju‑dicial em título judicial ............................................... 125Art. 786 — Execução: será instaurada mediante título executivo ..................................................................... 126Art. 787 — Execução: obrigação e contraprestação ... 126Art. 788 — Execução: quando o credor poderá recusar o pagamento ................................................................ 126Da responsabilidade patrimonial ................................. 127— Da relação jurídica obrigacional ............................ 127— Do elemento responsabilidade ............................... 127Art. 789 — Responsabilidade: devedor responde pelo seus bens presentes e futuros ...................................... 127Art. 790 — Execução: sucessor a título singular, fun‑dada em direito real e obrigação reipersecutória ........ 128Art. 791 — Responsabilidade: direito de superfície ... 132Art. 792 — Fraude à execução: quando se configura . 133Art. 793 — Execução: direito de retenção .................. 138Art. 794 — Execução: Fiador e a desistência do bene‑fício de ordem (arts. 827 e 828 do Código Civil) ....... 138Art. 795 — Responsabilidade dos sócios pela dívida da sociedade ................................................................ 139Art. 796 — Responsabilidade do espólio e dos herdeiros 140Art. 797 — Penhora: direito de preferência ................ 141Art. 798 — Execução: requisitos para a propositura .. 141Art. 799 — Intimação: credor pignoratício, hipotecá‑rio ou fiduciário, quando a penhora recair sobre bens gravados de penhor, hipoteca, anticrese ou alienação fiduciária ..................................................................... 142Art. 800 — Obrigações alternativas: quando a escolha couber ao devedor ....................................................... 144Art. 801 — Petição inicial: prazo para sanar vícios .... 145Art. 802 — Citação hábil interrompe a prescrição ..... 145Art. 803 — Execução: quando será declarada a nulidade de ofício ...................................................................... 145Art. 804 — A alienação de bem gravado por penhor, hipoteca ou anticrese será ineficaz em relação ao credor pignoratício, hipotecário ou anticrético não intimado 145Art. 805 — Execução: será feita pelo meio menos gravoso ao executado .................................................. 147Art. 806 — Título extrajudicial: entrega da coisa certa ............................................................................. 147Art. 807 — Obrigação satisfeita. Ressarcimento de prejuízos ...................................................................... 148Art. 808 — Alienação de coisa litigiosa ..................... 148Art. 809 — Deterioração da coisa: direito do exequente de receber o valor dacoisa mais perdas e danos .......... 148

Art. 810 — Executado: benfeitorias feitas e indenizá‑veis .............................................................................. 149Art. 811 — Execução: entrega de coisa incerta .......... 149Art. 812 — Entrega de coisa incerta: impugnação da escolha ......................................................................... 150Art. 813 — Entrega de coisa incerta: procedimento ... 150Art. 814 — Execução: título extrajudicial. Obrigação de fazer ou de não fazer .............................................. 150Art. 815 — ‑Execução. Obrigação de fazer. Citação. Prazo ........................................................................... 150Art. 816 — Obrigação de fazer. Inadimplência. Perdas e danos ........................................................................ 151Art. 817 — Quando a obrigação de fazer pode ser satisfeita por terceiro ................................................... 151Art. 818 — Obrigação satisfeita ou impugnada .......... 151Art. 819 — Obrigação de fazer que poderá ser feita por terceiro ........................................................................ 152Art. 820 — Obrigação de fazer. Exequente pode assumir a construção ................................................................ 152Art. 821 — Obrigação de fazer: pessoalidade na exe‑cução ........................................................................... 152Art. 822 — Obrigação de não fazer. Prazo para desfazer 153Art. 823 — Obrigação de não fazer: consequências ... 153Art. 824 — Execução por quantia certa: expropriação de bens ........................................................................ 154Art. 825 — Formas de expropriação ........................... 154Art. 826 — Remição da execução .............................. 154Art. 827 — Citação e fixação de honorários advoca‑tícios ............................................................................ 155Art. 828 — Certidão para averbação no Cartório de Registro de Imóveis .................................................... 155Art. 829 — Citação para pagar a dívida no prazo de 3 dias .............................................................................. 157Art. 830 — Ausente o executado oficial de justiça arrestará bens .............................................................. 157Art. 831 — Penhora: valor necessário para levar a bom termo a execução ......................................................... 158Art. 832 — Bens impenhoráveis ................................. 158Art. 833 — Bens não sujeitos à execução ................... 159Art. 834 — Penhora de frutos de bens inalienáveis .... 162Art. 835 — Penhora: ordem de preferência na cons‑trição ........................................................................... 162Art. 836 — Penhora: quando não será efetuada a constrição .................................................................... 164Art. 837 — Penhora: registro eletrônico ..................... 164Art. 838 — Penhora: do que se contém no termo de penhora ........................................................................ 165Art. 839 — Penhora: formaliza mediante apreensão e depósito ....................................................................... 165Art. 840 — Penhora: são preferentemente deposita‑dos ............................................................................... 165Art. 841 — Penhora: formalização e intimação do executado .................................................................... 166Art. 842 — Penhora: de imóvel ou com direito real será intimado o cônjuge do executado ............................... 167Art. 843 — Penhora: se for bem indivisível a quota parte do cônjuge ou do coproprietário recairá sobre o produto da praça .......................................................... 167Art. 844 — Penhora: presunção absoluta de conheci‑mento de terceiros dar‑se‑á mediante registro ............ 168Art. 845 — Penhora: será levada a efeito onde se encontrem os bens ....................................................... 169Art. 846 — Penhora: local fechado. Arrombamento .. 170Art. 847 — Penhora: Substituição de bens penho‑rados ............................................................................ 171

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Art. 848 — Penhora: quando a substituição poderá ser feita ............................................................................. 172Art. 849 — Penhora: substituição será lavrada por termo ........................................................................... 173Art. 850 — Penhora: quando poderá ser reduzida ou ampliada ...................................................................... 173Art. 851 — Penhora: quando é possível a segunda penhora ........................................................................ 173Art. 852 — Penhora: alienação antecipada ................ 174Art. 853 — Penhora: princípio do contraditório ......... 174Art. 854 — Penhora: em dinheiro sem ciência prévia do executado ............................................................... 174Art. 855 — Penhora: penhora de créditos ................... 178Art. 856 — Penhora: representada por títulos de crédito 179Art. 857 — Penhora: em direito de ação ..................... 179Art. 858 — Penhora: recai sobre direito a juros ou sobre rendas .......................................................................... 180Art. 859 — Penhora: direito a prestação ou restituição de coisa ........................................................................ 180Art. 860 — Penhora: no rosto dos autos ..................... 180Art. 861 — Penhora: sobre quotas ou ações ............... 180Art. 862 — Penhora: sobre o estabelecimento ............ 182Art. 863 — Penhora: de empresa sob concessão ........ 183Art. 864 — Penhora: de navios e de auronaves .......... 183Art. 865 — Penhora: a penhora deverá ser eficaz ...... 184Art. 866 — Penhora: penhora em percentual do faturamento ................................................................. 184Art. 867 — Penhora: quando o modo menos gravoso e eficiente for a penhora de frutos ou de rendimentos de bens móveis ou imóveis .............................................. 185Art. 868 — Penhora: quando se dá a nomeação de administrador .............................................................. 185Art. 869 — Penhora: o administrador poderá ser o exequente ou o executado ........................................... 186Art. 870 — Penhora: avaliação por oficial de justiça . 188Art. 871 — Penhora: quando não haverá avaliação .... 188Art. 872 — Penhora: a avaliação constará de vistoria do oficial de justiça ou de laudo do perito .................. 189Art. 873 — Penhora: se necessária, será admitida nova avaliação ..................................................................... 190 Art. 874 — Penhora: após a avaliação, o juiz poderá reduzir ou ampliar a penhora, ouvida a parte contrária ... 191Art. 875 — Penhora: formalizada a penhora o juiz pode dar início aos atos de expropriação ............................. 191Art. 876 — Adjudicação: pelo valor da avaliação ...... 191Art. 877 — Adjudicação: prazo para lavratura do auto .............................................................................. 194Art. 878 — Alienação: tentativas frustradas ............... 195Art. 879 — Alienação: modos operacionais ............... 195Art. 880 — Alienação — frustrada a adjudicação ...... 196Art. 881 — Alienação: quando se dará por leilão judicial ......................................................................... 197Art. 882 — Alienação: será feita por leilão presencial quando não for possível o leilão eletrônico ................ 197Art. 883 — Alienação: leiloeiro público poderá ser indicado pelo juiz ou pelo exequente .......................... 198Art. 884 — Alienação: providências que cabem ao leiloeiro público .......................................................... 198Art. 885 — Alienação: condições previstas pelo juiz . 198Art. 886 — Alienação: publicação de edital que precede ao leilão ....................................................................... 198Art. 887 — Alienação: leiloeiro público e a ampla divulgação ................................................................... 199Art. 888 — Alienação: transferência de leilão público 200Art. 889 — Alienação: cientificação da alienação ...... 201

Art. 890 — Alienação: só pode licitar quem estiver na livre administração dos seus bens ............................... 203Art. 891 — Alienação: não será aceito lance por preço vil ................................................................................ 204Art. 892 — Alienação: arrematante efetuará o paga‑mento imediato ............................................................ 204Art. 893 — Alienação: havendo vários bens, terá preferência o lançador que se propuser arrematar tudo ............................................................................. 206Art. 894 — Alienação: bem imóvel com possibilidade de divisão .................................................................... 207Art. 895 — Alienação: venda de bem penhorado em prestações .................................................................... 207Art. 896 — Alienação: leilão de imóvel de incapaz ... 210Art. 897 — Alienação: arrematante — perde de caução 211Art. 898 — Alienação: fiador que pagar a multa pode pedir a transferência do bem ....................................... 211Art. 899 — Alienação: arrematação será suspensa, se o valor arrecadado for suficiente ao pagamento do credor .......................................................................... 211Art. 900 — Alienação: leilão depois de vencido o horário ......................................................................... 211Art. 901 — Alienação: arrematação — lavratura do auto de imediato .......................................................... 211Art. 902 — Alienação: bem hipotecado — remição pelo executado .................................................................... 212Art. 903 — Alienação: arrematação será irretratável, perfeita e acabada após a assinatura do auto ............... 212Art. 904 — Alienação: como é feita a satisfação do crédito ......................................................................... 215Art. 905 — Pagamento: levantamento do dinheiro pelo exequente .................................................................... 215Art. 906 — Quitação do credor por termos nos autos 216Art. 907 — Quitação: se houver sobra de numerário, será devolvida ao executado ....................................... 216Art. 908 — Credores: havendo pluralidade, cada um receberá obedecida a preferência da penhora ............. 217Art. 909 — Pretensões das partes deve obedecer ao direito de preferência .................................................. 218Art. 910 — Embargos – Execução de título extrajudicial e a Fazenda Pública ..................................................... 218Art. 911 — Execução alimentar. Titulo executivo extrajudicial ................................................................. 219Art. 912 — Execução alimentar. Desconto em folha .. 220Art. 913 — Execução. Penhora em dinheiro. Levantamento ............................................................. 220Art. 914 — Execução. Oposição de embargos sem penhora, depósito ou caução ....................................... 220Art. 915 — Execução. Prazo de 15 dias para embargos 221Art. 916 — Execução. Reconhecimento do crédito. Pedido de pagamento em seis parcelas ....................... 222Art. 917 — Execução. Embargos à execução. Matéria arguível........................................................................ 224— Da diferença conceitual .......................................... 228— Da suspeição e do impedimento: competência para apreciação ................................................................... 228— Da suspeição: poderes especiais para arguir .......... 229— Da suspeição: outras pessoas ................................. 229Art. 918 — Execução: juiz rejeitará liminarmente os embargos ..................................................................... 229Art. 919 — Execução: os embargos não terão efeito suspensivo ................................................................... 230Art. 920 — Execução: recebimento dos embargos e consequências ............................................................. 231Art. 921 — Execução: suspensão do processo de execução ...................................................................... 231

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— Da morte ou da incapacidade das partes ................ 232— Da morte ou da incapacidade do representante ...... 233— Da habilitação dos sucessores da parte .................. 234— Do interdito ............................................................ 234— Da convenção das partes ........................................ 235— Da suspensão do processo pelo juiz ....................... 235— Da incompetência, suspeição e impedimento do

juiz .......................................................................... 236— Da suspeição do juiz .............................................. 236— Do impedimento do juiz ......................................... 237— Da Resolução 82/2009 — Conselho Nacional de

Justiça ..................................................................... 237— Da suspeição e do impedimento no processo do

trabalho .................................................................. 238— Da sentença de mérito ............................................ 239— Da força maior ....................................................... 239— Dos outros casos de suspensão .............................. 239— Da prescrição como instituto único ........................ 242— Da prescrição trabalhista ........................................ 242Art. 922 — Execução: suspensão para cumprimento voluntário .................................................................... 243Art. 923 — Execução: suspensão impede prática de atos processuais podendo o juiz determinar providências urgentes ....................................................................... 243Art. 924 — Execução: hipóteses de extinção ............. 244Art. 925 — Execução: deverá ser declarada por sentença ....................................................................... 244Art. 1.009 — Execução: recurso de apelação ........... 244 Art. 1.010 — Apelação: será dirigida ao juízo da execução ...................................................................... 246Art. 1.011 — Apelação: no tribunal será distribuída a um relator .................................................................... 247Art. 1.012 — Apelação: poderá ser recebido em ambos os efeitos ..................................................................... 249Art. 1.013 — Apelação: devolve ao tribunal a matéria impugnada ................................................................... 250Art. 1.014 — Apelação: questões de fato não propostas no juízo primário não poderão ser suscitadas na apela‑ção ............................................................................... 252Art. 1.015 — Agravo de instrumento: decisões interlocutórias ............................................................. 252Art. 1.016 — Agravo de instrumento: será dirigido ao tribunal competente ..................................................... 254 Art. 1.017 — Agrava de instrumento: peças que o instruirão ..................................................................... 255Art. 1.018 — Agravo de instrumento: juntada de cópias aos autos principais .......................................... 256Art. 1.019 — Agravo de instrumento: distribuição a um relator .................................................................... 257Art. 1.020 — Agravo de instrumento: julgamento em 30 dias ......................................................................... 258Enfoques trabalhistas especiais1. Da competência para a execução ............................ 2582. Da perpetuatio jurisdictionis .................................. 2583. Da relação jurídica substancial ............................... 2594. Da responsabilidade sem débito .............................. 2595. Da responsabilidade executória secundária ............ 2606. Dos limites da função executória ............................ 2637. Do depositário infiel e a posição do STF ................ 2648. Da execução e do preceito sancionador .................. 265

8.1. Do procedimento concursal de preferência .......... 2659. Do julgamento do concurso de credores ................. 26610. Da cessão de crédito .............................................. 26711. Da execução de título extrajudicial ....................... 26812. Da teoria do direito abstrato .................................. 26813. Do procedimento delibatório ................................ 26814. Da duplicidade de coisas julgadas ........................ 26815. Da prescrição da execução .................................... 26916. Da responsabilidade de cônjuges separados ......... 26917. Da responsabilidade subsidiária ............................ 26918. Da natureza jurídica da decisão de liquidação ...... 26919. Dos princípios informadores da fase executória ... 27020. Do erro material .................................................... 27021. Da liquidação e da inexistência da obrigação ....... 27122. Do valor a ser penhorado ...................................... 27123. Da negativa de cumprimento de carta precatória .. 27224. Da competência executória de sentença estrangeira 27225. Do cumprimento de carta rogatória ...................... 27326. Da pessoa jurídica de direito público internacional

– execução ............................................................. 27327. Da litispendência possível entre ações propostas

em países diversos ................................................. 27428. Do depositário infiel e a nova posição do STF ..... 27529. Do bem de família ................................................. 27630. Da execução de imóvel hipotecado e o crédito

trabalhista .............................................................. 28031. Da alienação fiduciária ......................................... 28132. Do registro da penhora .......................................... 28633. Da penhora de bem de família .............................. 28933.1. Do valor do bem de família ............................... 29033.2. Da legalização do bem de família ...................... 29033.3. Da locação de imóvel gravado de bem de família 29033.4. Do solteiro e o bem de família ........................... 29134. Da penhora sobre depósitos de instituição financeira 29235. Da penhora em execução trabalhista sobre imóvel

penhorado em execução fiscal .............................. 29236. Da penhora de bem gravado de leasing ................ 29337. Do processo do trabalho – aplicação do art. 523,

§ 1º, CPCn............................................................. 29438. Da substituição processual — posição do STF ..... 29539. Excesso de execução — fiscalização pelo juiz ..... 29740. Do princípio da imunidade temperada adotada pelo

STF ........................................................................ 29741. Da imunidade temperada adotada pela Excelsa

Corte ...................................................................... 29842. Das conclusões ...................................................... 29843. Da possibilidade de execução ............................... 29944. Da litispendência possível entre ações propostas

em países diversos ................................................. 29945. Do depositário infiel e a posição do STF .............. 30046. Da renúncia ........................................................... 30147. Do crédito trabalhista. Falência. Responsabilidade

dos sócios .............................................................. 30248. Recuperação judicial — Reengenharia do STF.

Art. 54 foi reinventado, ali acrescentando‑se o inciso primeiro do art. 83. Este artigo diz respeito à falência. O art. 54 Diz respeito à recuperação judicial ................................................................... 302

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enfoque introdutório

Iniciamos este livro Capítulo IV — Do Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica, que encampou a Teoria da Disregard of legal entity, por ser essa novidade uma das inovações mais importantes do Novo Código. A teoria da superação da personalidade jurídica originária do direito anglo‑saxão vinha sendo utilizada fortemente na doutrina que se formou através dos anos e na jurisprudência que se formara lentamente. Durante muito tempo permitiu‑se que sócios e diretores não fossem responsabilizados, protegidos por um véu imaginário que separava a pessoa física da jurídica. E à mercê desse subterfúgio, as pessoas jurídicas definhavam e o patrimônio dos sócios enriqueciam. Falências eram habitualmente projetadas por advogados especializados. O Código Civil em vigor inclui a teoria Disregard of legal entity no art. 50 para os casos de desvio de finalidade ou caso de confusão patrimonial. O novo Código ampliou o núcleo operacional e permitiu o envolvimento dos responsáveis nos negócios da pessoa jurídica.

A doutrina surgiu da jurisprudência ingleza, no Século XIX, idos de 1897, aplicada no célebre caso “Salomon vs.Salomon & Co”, que envia o conerciante Aaron Salomon, que havia constituído uma company com seis membros de sua família e cedido o seu fundo de comércio à sociedade, recebendo em troca 20 (vinte) mil ações e aos demais sócio coubera apenas 1 (uma) ação. Tempos depois, a sociedade tornou‑se insolvente e o liquidante procurou responsabilizar pessoalmente Salomon. Ainda que se tenha a Inglaterra como preculsora da teoria, a verdade é que em 1809 ela fora utilizada nos EE.UU pelo Juiz Marschall na ação envolvendo o Bank of United States vs. Deveaux. Todavia, a teoria da superação da personalidade nunca foi muito debatida nos EE.UU e encontrou terreno fértil nos países europeus. No Brasil, Rubens Requião foi o precursor nos idos de 1960. A teoria sempre foi recebida com reservas pelos adeptos do direito comercial que nunca admitiram a responsabilidade do sócio, diretor. O Código Civil atual normatizou a teoria no art. 50 de forma restrita. O Código do Consumidor (Lei n. 8.078/1990) já adotara expressamente no art. 28 a teoria da desconsideração da personalidade jurídica. Mas foi no processo trabalhista que a teoria encontrou terreno fértil para o seu desenvolvimento, incentivado pela doutrina foi além das normas preceptivas da lei civil. Em sede trabalhista, o sócio responderá sempre que o empregador desapareceu com o fundo de comércio ou tornou‑se insolvente. Não se perquire se teria agido com culpa ou com dolo. O sócio responde por culpa objetiva, já que a força de trabalho não poderá ser recuperada e o trabalhador não tem poderes para imiscuir‑se no gerenciamento. Em suma: a posição do trabalhador entre a empresa e o insucesso empresariado é o de res inter alios.

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nota do autor comentárioS à execução do novo código

de proceSSo civil

De conformidade com o princípio da evolução, existe uma presunção hominis de que a lei nova sempre será melhor do que a lei antiga. Essa presunção ganha foros de verdade sempre que o legislador é sensibilizado pela realidade que é dinâmica e acompanha a evolução de um mundo sempre em mutação. A lei deve ser uma construção cultural com a finalidade de prever e prover para uma realidade presente. Essa deverá ser sempre a visão que guiará o legislador para um horizonte posto em linha de futuro. As modificações trazidas pelo Novo Código de Processo Civil, em termos gerais atendem a essa finalidade. Mas, como a imperfeição também é inerente ao ser humano, certamente o Código traz imperfeições que serão percebidas pelos juízes, advogados e demais atores do direito no convívio do trabalho diário. A nossa experiência como magistrado deu‑nos uma visão mais crítica e mais aguda sobre o trabalho legislativo que nem sempre é desenvolvido de forma criteriosa no tocante à redação. Existe uma tendência enraizada no sentido de prestigiar as redações na ordem inversa, como a demonstrar o domínio no manejo do vernáculo e da pontuação. Existe aí um certo saudosismo condoreiro em desarmonia com um mundo globalizado.

Mas esse domínio nem sempre se apresenta com a correção necessária. Uma vírgula mal colocada pode indicar um sentido diferente daquele querido pelo legislador. Quando a lei entra em vigor, perde completamente a ligação com a origem e passa a ter vida própria de conformidade com aquilo que está escrito. Diz‑se que a lei, ao ser aprovada, desprende‑se da ligação umbilical que a mantinha com a mens legislatoris. Adverte Luis Ricasens Siches que a palavra falada ou escrita é má condutora do pensamento. Na prática legislativa não é tão incomum o legislador querer dizer uma coisa e dizer outra. A regra in claris cessat interpretatio tem hoje aplicação por excelência. Valem mais do que nunca as lições de ULPIANO: “Embora claríssimo o edito do pretor contudo não se deve descurar da interpretação respectiva” (Digesto, liv. 25, tít. 4, frag. 1, § 11). As palavras em terminologia jurídica têm conotações próprias, razão pela qual os juízes devem estar sempre atentos. Todavia, ressalvados alguns pecadilhos pontuais, o Novo Código de Processo Civil deve servir bem à finalidade para a qual ele foi inspirado e gerado. Todavia, embora tenhamos, no começo dos nossos trabalhos, elogiado a relatoria pelo fato de cuidar com certa insistência pela aplicação do princípio do paralelismo, o qual sempre andou em desuso praticamente por todos, juristas, escritores, editores, a relatoria acabou por se descurar dessa parte do vernáculo. Uma outra parte que nos chamou atenção pela sua insistência na redação da Comissão de juristas foi o uso da palavra mês para designar prazos, fato vicioso que fora corrigido pela relatoria em várias oportunidades e em outras não, tornando essa parte do prazo heterogênia. O uso do vocábulo mês traduz indefinição com consequências perversas, enquanto o prazo numerado traduz definição, objetividade e correção. Todos sabemos que os meses do ano são dotados de números heterogêneos, v. g., 28, 29, 30 e 31 dias. Em lugar do uso do vocábulo mês seria mais simples, mais claro, mais objetivo, mais correto, falar‑se em 30, 60 ou 90 dias.

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Capítulo IV DO INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA

PERSONALIDADE JURÍDICA

Teoria do disregard of LegaL enTiTy

DA RESPONSABILIDADE DO SÓCIO — ENFOQUE TRABALHISTA

Razões de ordem fática e jurídica inexistem para que o sócio que corre o risco do empreendimento, que participa dos lucros, enriquece o seu patrimônio particular, seja colocado à margem de qualquer responsabilidade, quando a pessoa jurídica responder por suas obrigações.

Como carrear ao empregado os prejuízos da pessoa jurídica, quando não dispõe de meios para evitar a “quebra” e não tem poderes de gerência e de administração?

Ensina o saudoso mestre da responsabilidade civil, José Aguiar Dias, com respaldo em Saleilles, que “a lei deixa a cada um a liberdade de seus atos; ela não proíbe senão aqueles que se conhecem como causas diretas do dano. Não poderia proibir aqueles que apenas trazem em si a virtualidade de atos danosos, uma vez que se possa crer fundamentalmente que tais perigos possam ser evitados, à base de prudência e de habilidade. Mas, se a lei os permite, impõe àqueles que tomam o risco a seu cargo a obrigação de pagar os gastos respectivos, sejam ou não resultados de culpa. Entre eles e as vítimas não há equiparação. Ocorrido o dano, é preciso que alguém o suporte. Não há culpa positiva de nenhum deles. Qual seria então o critério de imputação do risco? A prática exige que aquele que obtém proveito de iniciativa lhe suporte os encargos, pelo menos a título de sua causa material, uma vez que essa iniciativa constitui um fato que, em si e por si, encerra perigos potenciais contra os quais os terceiros não dispõem de defesa eficaz. É um balanceamento a fazer. A justiça quer que se faça inclinar o prato da responsabilidade para o lado do iniciador do risco”.

E, com respaldo em Mataja, prossegue o festejado autor: “A distribuição do ônus do prejuízo atende, primordialmente, ao interesse social, distribuição essa que se faz entre os que obtiveram proveitos e correram o risco do negócio. (...) Se não estamos a coberto dos riscos, tenhamos pelo menos a certeza de que não sofreremos impunemente as conseqüências da atividade alheia. À fórmula viver perigosamente replicamos com esta outra, que é a sua sanção: responder pelos nossos atos.” (Da Responsabilidade Civil, vol. 1, p. 75.)

É princípio informador do direito do trabalho que “o empregado não corre o risco do empreendimento, já que também não participa dos lucros”. Em não havendo bens que suportem a execução forçada — insolvência, concordata, falência, liquidação extrajudicial, desaparecimento dos bens de pessoa jurídica etc. —, os sócios responderão pelos débitos trabalhistas da empresa com os seus patrimônios particulares. Nesse sentido, os seguintes diplomas legais: arts. 594 e 596 do CPC; arts. 134, 135, 185, 186 e 187 do CTN; art. 10 do Dec. 3.708/19; art. 121 do Dec.‑lei. 2.627/40 (revogado parcialmente pela Lei n. 6.404/1976); arts. 117, 121, 154, 155, 156, 158 e 245 da Lei n. 6.404/76; arts. 50, 990, 1.023 a 1.026 do CC; e arts. 4º e 29 da Lei n. 6.830/80, ex vi do art. 889 da CLT.

Realça Arion Romita que “a limitação da responsabilidade dos sócios é incompatível com a proteção que o direito do trabalho dispensa aos empregados; deve ser abolida, nas relações da sociedade com seus empregados, de

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tal forma que os créditos dos trabalhadores encontrem integral satisfação, mediante a execução subsidiária os bens particulares dos sócios. É tempo de afirmar, sem rebuços, que, nas sociedades por cotas de responsabilidade limitada, todos os sócios devem responder com seus bens particulares, embora subsidiariamente, pelas dívidas trabalhistas da sociedade; a responsabilidade deles deve ser solidária, isto é, caberá ao empregado exeqüente o direito de exigir de cada um dos sócios o pagamento integral da dívida societária. Vale dizer, para fins de satisfação dos direitos trabalhistas, será aberta uma exceção à regra segundo a qual a responsabilidade dos sócios se exaure no limite do valor do capital social; a responsabilidade trabalhista dos sócios há de ser ilimitada, embora subsidiária; verificada a insuficiência do patrimônio societário, os bens dos sócios individualmente considerados, porém, solidariamente, ficarão sujeitos à execução, ilimitadamente, até o pagamento integral dos créditos dos empregados. Não se compadece com a índole do direito obreiro a perspectiva de ficarem os créditos trabalhistas a descoberto, enquanto os sócios, afinal os beneficiários diretos do resultado do labor dos empregados da sociedade, livram os seus bens pessoais da execução, a pretexto de que os patrimônios são separados. Que permaneçam separados para os efeitos comerciais, compreende‑se; já para efeitos fiscais, assim não entende a lei; não se deve permitir, outrossim, no direito do trabalho, para completa e adequada proteção dos empregados. (...) Quanto às sociedades anônimas, a questão é mais delicada e exige reflexão. Impraticável será invocar‑se a responsabilidade dos acionistas, é evidente. A responsabilidade há de ser dos gestores (diretores, administradores, pouco importa a denominação). Urge, também, proclamar que, se insuficiente o patrimônio da sociedade anônima, os diretores responderão solidariamente, com seus bens particulares, pela satisfação dos direitos trabalhistas dos empregados da sociedade. Semelhante conclusão não aberra da moderna concepção vigente a respeito da responsabilidade dos gestores de sociedade por ações. No campo da execução trabalhista, a responsabilidade dos gestores se traduziria na obrigação de satisfazer subsidiariamente os débitos da sociedade. A perspectiva de ter de responder com seus bens pessoais pelas dívidas sociais (embora somente depois de excutido o patrimônio social) certamente estimulará os gestores no sentido de conduzirem sua administração a bom êxito, evitando arrastar a sociedade à posição de devedor insolvente ante seus empregados” (Aspectos do Processo de Execução Trabalhista à luz da Lei n. 6.830/80. LTr 45/1041 e ss.).

Rubens Requião assinala: “Ora, diante do abuso de direito e da fraude no uso da personalidade jurídica, o juiz tem o direito de indagar em seu convencimento, se há de consagrar a fraude ou o abuso de direito, ou se deva desprezar a personalidade jurídica, para, penetrando em seu âmago, alcançar as pessoas e bens que dentro dela se escondem para fins ilícitos ou abusivos. Se a personalidade jurídica constitui criação da lei, como concessão do Estado, objetivando, como diz Cunha Gonçalves, “a realização de um fim”, nada mais transcendente do que se reconhecer ao Estado, através de sua Justiça, a faculdade de verificar se o direito concedido está sendo adequadamente usado. A personalidade jurídica passa a ser considerada doutrinariamente um direito relativo, permitindo ao juiz penetrar o véu da personalidade para coibir os abusos ou condenar a fraude através de seu uso. (...) A relatividade do direito da personalização jurídica nos leva, numa rápida digressão, à teoria do abuso de direito. É do conhecimento elementar que foi ela criação da jurisprudência dos tribunais franceses. Deve‑se a Josserand a sistematização de seu uso, contando com a oposição crítica e sistemática de Planiol. Para se compreender a fundo a teoria do abuso de direito, deve‑se partir da observação de Josserand de que, se a sociedade garante a determinadas pessoas as suas prerrogativas, não é para ser‑lhes agradável, mas para assegurar‑lhes a própria conservação. Esse é, na verdade, o mais alto tributo do direito: a sua finalidade social. Já se vai tornando um conceito clássico a doutrina de Geny de que nem todo direito está contido na legalidade. A lei, de fato, não abrange todas as peculiaridades da vida cotidiana nos seus vários matizes.” (Curso de Direito Comercial, v. 1, p. 265‑266.)

Clóvis Ramalhete defende o emprego da doutrina inglesa do disregard of legal entity: “III) Ao ser desconsiderada a personalidade da sociedade mercantil, as normas legais que geram esse efeito não a desconstituem, mas negam eficácia a certos atos dela, quando se desvenda por detrás da vontade manifestada pela pessoa jurídica a real presença dominante do querer dos sócios; pois a desconsideração da personalidade é proteção jurídica principalmente dos grupos econômicos, da moderna economia empresarial. IV) O sistema legal vigente neste País, quando rege a eficácia dos atos jurídicos, autoriza, no Brasil, a aplicação da doutrina mercantil inglesa do disregard of legal entity, desde que aqui com apoio em norma de lei. V) A desconsideração da personalidade da sociedade mercantil do sistema jurídico brasileiro, de direito escrito, ou funda‑se em norma expressa da lei que rege o caso, a qual dispõe não se respeite a personalização legal do ente mercantil, ou, de outro modo, funda‑se no sistema legal genérico, o da eficácia dos atos jurídicos e nos princípios gerais do direito, ambos aplicáveis ao caso” (Parecer n. 63, 10.8.1981 publicado no DOU, I, em 18.3.1981.)

O art. 8º da CLT autoriza expressamente o emprego da teoria do disregard of legal entity.

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O crédito trabalhista não pode ser relegado a plano terciário, quando a empresa não vai bem, quebra ou desaparece com o fundo de comércio. O sócio, ao participar de um fundo de comércio, assume os riscos e os benefícios que o empreendimento poderá refletir. Uma coisa é certa. O empregado não pode participar dos riscos do empreendimento, mesmo porque jamais participa dos lucros. O trabalhador é aquele, num país de desempregados, que consegue um trabalho (com vínculo empregatício ou autônomo) e entrega a sua força de trabalho sem nada perguntar, sem possibilidade de imiscuir‑se na administração da empresa. E, dia a dia, vê esfumar‑se o seu único patrimônio, que é a higidez física, patrimônio fungível que jamais poderá ser recuperado. Junto com a quebra, com a derrocada, com o desaparecimento do fundo de comércio, descobre‑se a ausência de depósitos fundiários, o não recolhimento de cotas previdenciárias, o atraso no salário. Constata que a Carteira assinada nada significou, porque o Poder Público não fiscalizou, e inicia a sua via crucis quando passa a correr atrás do prejuízo. Não responsabilizar o sócio seria condenar o trabalhador e sua prole ao castigo da morte lenta, à inanição. Daí por que o sócio deve responder, subsidiariamente. Mas, não existindo bens no fundo de comércio, a responsabilidade dos sócios passa a ser solidária entre si. A situação do trabalhador entre a empresa e os sócios e o desaparecimento do fundo de comércio ou a quebra é a de res inter alios.

A situação do trabalhador é retratada pelo mestre Russomano de forma candente: “Quando alguém pegar com suas mãos o código trabalhista de um país, saiba que ali estão séculos de sofrimentos calados ou de revoltas e que aquelas páginas, nas entrelinhas da composição em linotipo, foram escritas a sangue e a fogo, porque, até hoje, infelizmente, nenhuma classe dominante abriu mão de seus privilégios apenas por um ideal de fraternidade ou por espírito de amor aos homens.” (O Empregado e o Empregador no Direito do Trabalho, Ed. LTr. São Paulo, 1978, p. 12 e ss.)

A quebra da empresa (Lei n. 11.101/2005) impõe restrição à preferência do crédito trabalhista (art. 83, I) até 150 salários mínimos, transformando em quirografário o crédito que sobejar ao valor indicado (art. 83, VI, c). Daí por que a execução sobre os bens dos sócios se torna mais vantajosa, pois a restrição imposta em caso de falência não o beneficia. Dispõe o art. 596, CPC:

“Os bens particulares dos sócios não respondem pelas dívidas da sociedade senão nos casos previstos em lei; o sócio, demandado pelo pagamento da dívida, tem direito a exigir que sejam primeiro excutidos os bens da sociedade.”

Evidentemente, não haverá bens disponíveis em caso de falência, devendo o sócio responder com o seu patrimônio particular.

Em suma, o crédito trabalhista tem todos os benefícios executórios da Lei dos Executivos Fiscais (art. 889, CLT), não rendendo tributo a nenhuma preferência, posto que, se existente, estará colocada em grau inferior. Di‑lo o art. 186 do CTN. Antes o crédito trabalhista cedia vez à infortunística (crédito por acidente do trabalho ou doença profissional). Com a modificação da lei, a responsabilidade acidentária passou para a União, cedendo vez ao crédito trabalhista.

O art. 596 do Código Buzaid (art.795 do Cód. novo) normatiza a responsabilidade subsidiária do sócio. Nesse caso, em ocorrendo a hipótese, deve o sócio usar o benefício que a lei lhe assegura.

A responsabilidade subsidiária do sócio não exige que tenha integrado a lide e faça parte dos limites subjetivos da coisa julgada. Inaplicável in casu a orientação antes contida na Súmula n. 205, de discutível legalidade (art. 2º, § 2º, CLT), que cuidava de grupos econômicos, já hoje revogada pela Resolução TST n. 121/2003.

O sócio, nesse caso, poderá defender‑se mediante a apresentação de embargos de terceiro, cuja defesa estará restrita à discussão sobre o bem penhorado ou bens penhorados.

Por alento subsidiário, tínhamos o art. 350 do Código Comercial, que dispunha: “O sócio que se despedir antes de dissolvida a sociedade ficará responsável pelas obrigações contraídas e perdas havidas até o momento da despedida...” (art. 8º, CLT). Referido artigo foi revogado, tendo correspondente no art. 1.024 do CC.

Vale dizer, o sócio retirante poderá vir a responder pelos débitos da sociedade e para com empregado admitido antes da saída da sua saída. Em acontecendo a hipótese, este poderá agir regressivamente contra os demais sócios.

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O crédito trabalhista é indivisível (art. 891, CC, revogado, correspondendo ao art. 259, CC de 2002), do que resulta que o trabalhador poderá dirigir a execução contra qualquer sócio.

Em suma, o crédito trabalhista tem todos os benefícios executórios da Lei das Execuções Fiscais (art. 889, CLT), não rendendo tributo a nenhuma preferência, posto que, se existente, estará colocado em grau inferior. Di‑lo o art. 186 do CTN. Antes o crédito trabalhista cedia vez à infortunística (crédito por acidente do trabalho ou doença profissional). Com a modificação da lei, a responsabilidade acidentária passou para a União, cedendo vez ao crédito trabalhista.

A responsabilidade do sócio está diretamente ligada à espécie de culpa objetiva. Se a administração empresarial não foi bem sucedida, deve‑se aos sócios que não tiveram competência para levar a bom termo o empreendimento. Fatores outros, como planos econômicos, dificuldades para captação de capital de giro, custo operacional do produto, impossibilidade competitiva etc., são elementos circunstanciais contidos todos no risco do empreendimento.

Em sede trabalhista, o sócio poderá ser responsabilizado, podendo, sempre, usar do benefício de ordem (arts. 827 e 828 do CC) e indicar bens desembaraçados da pessoa jurídica. Se os bens do fundo de comércio não forem suficientes à liquidação do débito, o sócio responderá com seus bens particulares. O sócio que se retira da sociedade será responsável até esse momento (art. 1.003, parágrafo único, CC), por inadimplência futura, podendo indicar bens de sócios remanescentes.

Na execução trabalhista, dado o superprivilégio do crédito trabalhista, não rendendo tributo a nenhum outro crédito, dada a sua natureza alimentar (art. 100, CF), tem aplicação a Lei n. 6.830/80, ex vi art. 889, CLT.

Dispõe o art. 29 da Lei n. 6.830/80: “A cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não é sujeita a concurso de credores ou habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário ou arrolamento”.

Por sua vez, dispõe o art. 30: “Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei, responde pelo pagamento da Dívida Ativa da Fazenda Pública a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa, inclusive os gravados por ônus real ou cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declara absolutamente impenhoráveis”.

O crédito trabalhista tem preferência à execução fiscal e até mesmo à infortunística, posto que esta, hoje, está a cargo da União. Este superprivilégio restaria neutralizado caso a empregadora desaparecesse com o fundo de comércio e os sócios não respondessem pela dívida da empresa. Daí por que a responsabilidade do sócio persiste em tais casos.

A responsabilidade é subsidiária, vale dizer, poderá e deverá o sócio, quando penhorados os bens do seu patrimônio, indicar bens da pessoa jurídica que se apresentem suficientes a levar a bom termo a execução. O art. 275 do CC/2002, correspondente ipsis literis ao art. 904 do CC/1916, expressa a solidariedade, sem o benefício de ordem. O art. 350 do Código Comercial, hoje revogado, deixava expressa a subsidiariedade ao normatizar que os bens do sócio responderiam depois de executados os bens sociais. O Código Civil de 2002 deixou expresso o mesmo direcionamento no art. 1.024: “Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais”. Deixou expresso o benefício de ordem previsto nos arts. 827 e 828 do CC.

Para o direito do trabalho, não importa o tipo de sociedade para a qual o trabalhador prestou serviço nem se a sociedade é de responsabilidade limitada ou ilimitada.

Também não se perquire se o sócio teria agido com dolo ou com culpa, pois a sua responsabilidade está diretamente ligada ao risco do negócio. Grita o bom senso que aquele que obtém proveito em sua iniciativa negocial também suporte os encargos. Toda iniciativa encerra perigos potenciais para o dono do negócio. Não obviamente ao trabalhador, cuja única “culpa” seria a de dar a sua força de trabalho, sem qualquer possibilidade de opinar sobre os destinos da empresa.

O art. 596 do Código Buzaid, recepcionado pelo art. 795, § 1º do CPCN, normatizou a responsabilidade subsidiária do sócio. Nesse caso, em ocorrendo a hipótese, deve o sócio usar o benefício de ordem que a lei lhe assegura.

A responsabilidade subsidiária do sócio não exige que tenha integrado a lide e faça parte dos limites subjetivos da coisa julgada. Inaplicável in casu a orientação antes contida na Súmula n. 205, de discutível legalidade (art. 2º, § 2º, CLT), que cuidava de grupos econômicos, já hoje revogada pela Resolução TST n. 121/2003.

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Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente.

1. DO LEGISLADOR FEDERALO legislador federal sempre demonstrou pouco interesse para com o processo do trabalho pelo fato de pouco

conhecê‑lo e, por isso, não ter o domínio sobre ele. Exceção feita à Lei n. 5.584/1970, nessas quase 5 (cinco) décadas decorridas efetuou apenas algumas modificações pontuais, introduziu o procedimento sumaríssimo e trouxe à luz a Lei n. 13.015/2014. Esse desinteresse, todavia, sempre foi contornado pelo art. 769 da CLT que autoriza o juiz trabalhista a buscar subsídios no processo civil. Com isso, toda norma processual civil editada é imediatamente analisada por advogados e juízes, principalmente de primeiro grau, com o objetivo de verificar se poderá ou não ser aplicada no procedimento trabalhista. A índole cosmopolita do processo do trabalho procura superar as suas deficiências buscando complementar as necessidades com as inovações que surgem.

2. DO ALENTO SUBSIDIÁRIOO alento subsidiário, entretanto, sempre trouxe e continua trazendo alguns embaraços no campo interpretativo.

Existem juízes que só admitem o subsídio, quando existe a omissão total. Vale dizer, seguem literalmente o comando do art. 769 da CLT, que usa a locução “nos casos omissos...” No passado, um juiz e autor muito conhecido afirmara que não se poderia buscar subsídios no CPC para as medidas cautelares porque a CLT não era omissa, já que o § 3º, do art. 543 previa a concessão de liminar para o empregado sindicalizado que fosse dispensado. Esse mesmo entendimento levara um juiz da 2ª Região a não buscar amparo no comando probatório do CPC com fulcro no art. 818 da CLT. Para o ilustre magistrado não se poderia falar em omissão, quando a própria CLT cuidava do assunto. Desnecessário dizer sobre as consequências do entendimento.

3. DO LAPSO INTERPRETATIVOO lapso interpretativo estava e está, pois continua, no fato de adotar‑se uma interpretação restritiva em prestígio

à literalidade. Entretanto, a omissão de que fala a lei poderá ser total ou parcial. Não se precisa de muito esforço intelectivo para constatar que a CLT é prenhe de normas incompletas que, solitárias, não conseguem desenvolver‑se a contento. Para não nos alongarmos, daremos dois exemplos: o art. 818 não pode subsistir sem a conjugação dos arts. 373 e 374 e respectivos incisos do CPCn, os quais recepcionaram os arts. 333 e ss. do Código revogado. Tenha‑se como exemplo também o art. 836 da CLT que diz respeito à ação rescisória. Impossível o manejo da ação rescisória sem a busca subsidiária do art. 966 e ss. do CPCn, a exemplo do que sucedia com o Código revogado (art. 485 e ss).

4. DAS CONSEQUÊNCIAS DO ART. 15 DO NOVO CPC NO PROCESSO DO TRABALHOComo vimos antes, os arts. 769 e 889 da CLT autorizam a busca subsidiária no Código de processo civil e na

Lei dos Executivos Fiscais, com hospedagem também no Código Tributário Nacional, especialmente no art. 186 do CTN. O art. 8º da CLT também propicia seus préstimos. Daí o perigo de uma interpretação literal abrangente e isolada do já famigerado art. 15 do CPCn, pois deitaria por terra toda uma doutrina e uma jurisprudência cristalizada ao longo de oito décadas. Como já se disse alhures: “O legislador com um artigo poderá derrubar toda uma biblioteca.” Referido artigo estaria perfeito se não mencionasse o processo trabalhista. O legislador quis uma coisa e fez outra, justamente por conhecer pela rama o processo do trabalho. Essa menção poderá levar incautos a entender que, doravante, os arts. 769 e 889 estariam revogados, substituídos que teriam sido pelo art. 15. O raciocínio, todavia, não é correto e encontra óbice no art. 2º, § 2º, da Lei de Introdução ao Código Civil, como já constatado pela Exposição de Motivos da Instrução sob comento.

Sobre o assunto, ensina Maria Helena Diniz: “...b) vigência permanente, ou seja, para o futuro sem prazo determinado, durando até que seja modificada ou revogada por outra lei da mesma hierarquia ou de hierarquia superior. Assim sendo, jurisprudência, costume, regulamento, decreto, portaria, avisos não podem revogar a lei, não prevalecendo nem mesmo na parte em que com ela conflitarem. (...) A mera justaposição de disposições legais, gerais ou especiais, a normas existentes não terá o condão de afetá‑las” (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro Interpretada, 17ª ed. Saraiva, São Paulo, 2012, p. 86 e 97). Daí a conclusão possível de que o art. 15 do

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CPCn remanesce sem objeto, pois não tem força modificativa sobre os arts. 769 e 889 da CLT. Deve ser interpretado como espécie pleonástica a reforçar o alento subsidiário possível ao novo CPC. Como dissemos acima: melhor que o art. 15 não houvesse mencionado o processo do trabalho. Como mencionou, deve ser neutralizado.

5. DA OPORTUNIDADE DA INICIATIVA DO TSTA iniciativa do Tribunal Superior do Trabalho de adiantar‑se na interpretação do Novo Código de Processo

Civil sobre normas que possivelmente servirão (ou não servirão) de subsídios ao processo trabalhista é plenamente elogiável. Embora reconheçamos que será a prática diária dos juízes primários e dos advogados que dará a medida certa para a tomada de posição. As lições da Corte Superiora são sempre oportunas, pois há uma tendência recepcionante incentivada pelo princípio da una lex, uma jurisdictio. Por isso, incentivamos a que essa tomada de posição seja feita sempre que surgir legislação nova ou modificações pontuais que possam trazer dúvida. Isso certamente dará um norte para as jurisdições interiores e evitará julgamentos díspares e o crescimento do número de recursos.

A prática tem demonstrado que a ausência de orientação segura acaba por dificultar a prestação jurisdicional. A orientação interpretativa tem início pelo trabalho da doutrina no qual se abeberam advogados e juízes primários num primeiro momento. Doutrina e jurisprudência poderão caminhar juntas ou poderão bipartir‑se ou tripartir‑se em entendimentos diferentes. A discussão só chegará aos Regionais um, dois ou mais anos depois de prolatada a sentença. E esse caldo interpretativo formado durante considerável lapso de tempo servirá aos Regionais para definir posições que, ensina a prática, nem sempre são uníssonas. A discussão somente chegará ao patamar superior anos depois, quando já instaurado nas jurisdições inferiores o desassossego interpretativo com volume considerável de processos que irão desaguar no TST, discutindo o mesmo tema.

6. DO OBJETO

Claro que a maior Corte Trabalhista não poderá criar súmulas ou orientações de jurisprudência, quando sequer efetuou julgamento sobre o tema o que restou claro nos “considerandos” da Resolução n. 203. Mas nada impede, tudo aconselha, que sejam expedidas instruções normativas indicando possíveis rumos por onde poderá evoluir a interpretação de forma menos traumática. Com essa tomada de posição é bem possível que seja reduzido o número de recursos, auxiliado pela nova forma de julgamentos das decisões repetitivas.

DO CRÉDITO TRABALHISTA

Por alento subsidiário, tínhamos o art. 350 do Código Comercial, que dispunha: “O sócio que se despedir antes de dissolvida a sociedade ficará responsável pelas obrigações contraídas e perdas havidas até o momento da despedida...” (art. 8º, CLT). Referido artigo foi revogado, tendo correspondente no art. 1.024 do CC.

Vale dizer, o sócio retirante poderá vir a responder pelos débitos da sociedade e para com empregado admitido antes da saída do sócio. Em acontecendo a hipótese, este poderá agir regressivamente contra os demais sócios.

O crédito trabalhista é indivisível (art. 891, CC, correspondendo ao art. 259, CC de 2002), do que resulta que o trabalhador poderá dirigir a execução contra qualquer sócio.

Em suma, o crédito trabalhista tem todos os benefícios executórios da Lei dos Executivos Fiscais (art. 889, CLT), não rendendo tributo a nenhuma preferência, posto que, se existente, estará colocado em grau inferior. Dilo o art. 186 do CTN. Antes, o crédito trabalhista cedia vez à infortunística (crédito por acidente do trabalho ou doença profissional). Com a modificação da lei, a responsabilidade acidentária passou para a União, cedendo vez ao crédito trabalhista.

A responsabilidade do sócio está diretamente ligada à espécie de culpa objetiva. Se a administração empresarial não foi bem‑sucedida, deve‑se aos sócios que não tiveram competência para levar a bom termo o empreendimento. Fatores outros, como planos econômicos, dificuldades para captação de capital de giro, custo operacional do produto, impossibilidade competitiva etc. São elementos circunstanciais contidos todos no risco do empreendimento.

Em sede trabalhista, o sócio poderá ser responsabilizado, podendo, sempre, usar do benefício de ordem e indicar bens desembargados da pessoa jurídica. Se os bens do fundo de comércio não forem suficientes à liquidação do