31
Comissão Especial da Lei de História da África e Cultura Afro-Brasileira Material de Apoio

Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Material de apoio à Comissão Especial da UNIPAMPA.

Citation preview

Page 1: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Comissão Especial da Lei de História da África e Cultura

Afro-Brasileira

Material de Apoio

Page 2: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Apresentação

Prezado servidor,

Entregamos em suas mãos o fruto de um esforço coletivo da equipe multidisciplinar do Gabinete da Reitoria: um material de apoio refer-ente aos trabalhos da Comissão Especial da Lei de História da África e Cultura Afro-brasileira da UNIPAMPA. Neste documento, os membros da Comissão, instituída pela portaria nº XXXX de XXX de 2010, e outros servidores encontrarão subsídios legais e pedagógicos para o encamin-hamento, o acompanhamento e a avaliação do processo de implantação da Lei de História da África e Cultura Afro-Brasileira, como determinam as leis 10.639/2003 e 11.645 de 2008. A partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Art. 26 A da LDB 9394/1996) fica instituída a obrigatoriedade da História e Cul-tura Afro-Brasileira e Africana nos currículos da educação básica. Desde a inclusão desse artigo, foram estabelecidas diversas normas relaciona-das aos temas: Lei de História da África e Cul-tura Afro-Brasileira; leis 10.639/2003 e 11.645 de 2008; Monitoramento do Cumprimento do art. 1º da Resolução nº. 1 de 17 de junho de 2004, do CNE; Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial, de 04 de junho de 2009; e Decreto 6.872, art. 4º, inciso I e II, nas Instituições Federais de Ensino Superior. De acordo com as referidos documentos o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e a educação das Relações Étnico-Ra-

ciais devem contemplar princípios que conduzam rumo a uma política e história da diversidade e à construção de ações educativas no combate ao racismo e à discriminação. Assim, esses docu-mentos têm como objetivo reconhecer e valorizar a identidade cultural africana. A discussão sobre a questão racial e a influência africana no Brasil faz com que discipli-nas como Educação Artística, Literatura e História Brasileira desenvolvam conteúdos que deem o devido relevo às organizações negras, à história dos quilombos e dos escritores africanos, entre outras temáticas necessárias. Nesse sentido, incluem-se nas matrizes curriculares dos cursos de formação de profes-sores e de outros profissionais da educação: dis-ciplinas, atividades e projetos que analisem as relações sociais e raciais no Brasil; conceitos e bases teóricas a respeito de temas, tais como racismo, discriminação, intolerância, preconceito, estereótipo, raça, diferença e multiculturalismo. Além disso, com a finalidade de buscar subsídios e trocar experiências para planos insti-tucionais, planos pedagógicos e projetos de ensi-no, as instituições poderão estabelecer canais de comunicação com grupos do Movimento Negro, grupos culturais negros, instituições formadoras de professores e núcleos de estudos e pesquisas, como os Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros. Nessa perspectiva, uma Comissão Espe-cial da Lei de História da África e Cultura Afro-Brasileira, integrada pelos servidores, deve ser formada para o encaminhamento, o acompanha-mento e a avaliação do processo de implantação da Lei e para o atendimento do que estabelecem as leis 10.639/2003 e 11.645 de 2008. Enfim, esperamos que esse material seja-lhes útil na boa consecução de suas atividades em prol da plena aplicação dos preceitos da Lei de História da África e Cultura Afro-brasileira.

A Equipe do Gabinete da Reitoria

Page 3: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Índice

Apresentação

Políticas públicas sobre as Rela-ções Étnico-Raciais, Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana

Links interessantes

Sugestões de filmes

Sugestões bibliográficas

Ações da UNIPAMPA

Anexos

Universidade Federal do PampaUNIPAMPA

www.unipampa.edu.br

ReitoraMaria Beatriz Luce

Vice-reitorNorberto Hoppen

Redação e criaçãoValéria Nunes e Vinícius Lousada

RevisãoMaicon PaimContribuiçõesHelyna DewesDiagramação Aline Reinhardt

Expediente

3

7

8

11

13

15

16

Page 4: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Políticas Públicas

sobre relações étnico-raciais, ensino da história e cultura afro-brasileira e africana

7

LEI Nº 10.639/2003 – 09/01/2003: altera a Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996, que estab-elece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática da “História e Cul-tura Afro-Brasileira” e dá outras providências. A Lei está disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2003/L10.639.htm

DECRETO Nº 4.887 – 20/11/2003: regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimen-to, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art.68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. O De-creto está disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/d4887.htm

RESOLUÇÃO Nº 1 – 17/06/2004: institui as Di-retrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. A Resolução está disponível em: http://www.prolei.inep.gov.br/pesquisar.do;jsessionid=16919694D44059B70BC0DE82A80F349D?codThesaurus=40610

LEI Nº 7.716 – 05/01/1989: define os crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor. A Lei está disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil/Leis/L7716.htm

DECRETO Nº 5.520 – 24/08/2005: institui o Sistema Federal de Cultura (SFC) e dispõe sobre a composição e o funcionamento do Conselho Nacional de Política Cultura (CNPC) do Ministério da Cultura. O Decreto está disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/Decreto/D5520.htm

DECRETO Nº 6.872/2009 – 04/06/2009: aprova o Plano Nacional de Promoção da Igualdade Ra-cial (PLANAPIR). Também institui o seu comitê de articulação e monitoramento do PLANAPIR, no âmbito da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. O Decreto está disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6872.htm

Page 5: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Links Interessantes

• http://afro-latinos.palmares.gov.br

O Observatório Afro-Latino é um programa co-laborativo para conexões, intercâmbios e diálo-gos das culturas afro-latinas e caribenhas. Seu objetivo é conhecer, reunir, socializar e divulgar informações sobre as diferentes culturas de raízes negras latino-americanas, bem como trocar ex-periências culturais e sociais.

• http://www.nuer.ufsc.br/index.htm

O Núcleo de Estudos sobre Identidades e Rela-ções Interétnicas (NUER) surge a partir de um projeto de pesquisa sobre territorialidade negra e invisibilidade no Sul do Brasil. As pesquisas realizadas no NUER objetivam conhecer, com-preender e, sobretudo, problematizar as identi-dades étnicas e as suas interfaces no âmbito das políticas culturais e dos direitos sociais.

• http://www.usp.br/neinb

O Núcleo de Apoio à Pesquisa em Estudos In-terdisciplinares sobre o Negro Brasileiro (NEINB) tem por objetivo criar uma forma permanente de diálogo entre estudiosos, pesquisadores, docentes e interessados nas questões relacionadas ao seg-mento negro da sociedade brasileira. O NEINB também promove cursos, palestras nacionais e internacionais para prestar colaboração científica e prestar assessoria aos poderes públicos.

• http://www.mulheresnegras.org

O site “Mulheres negras: do umbigo para o mundo” concentra suas ações no aprimoramento das tecnologias de informação e comunicação em prol da emancipação política, econômica e cultural das mulheres negras brasileiras.

• http://200.9.149.76/neab

O Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB) do CEFET/RJ objetiva desenvolver atividades educacionais ligadas à extensão, à formação con-tinuada e à capacitação de professores da escola básica e da educação superior.

• http://aruandamundi.ning.com

O site Aruanda Mundi é um espaço de debates e divulgação de pesquisas e outras formas de conhecimentos e artes que valorizam as culturas africanas e afro-brasileiras.

• http://www.palmares.gov.br

A Fundação Cultural Palmares (FCP) é uma entidade pública vinculada ao Ministério da Cul-tura (Minc). A FCP/Minc formula e implanta políti-cas públicas que têm o objetivo de potencializar a participação da população negra brasileira no pro-cesso de desenvolvimento a partir de sua história e cultura.

9

• http://tvescola.mec.gov.br/images/stories/publicacoes/salto_para_o_futuro/livro_salto_cultura_popular_e_educacaoi.pdf

O livro “A Cultura Popular e Educação” reúne textos produzidos para séries do Programa “Salto para o Futuro” da TV Escola. O livro traz a rela-ção da cultura e educação, a dimensão educativa das manifestações culturais e populares no mun-do de diferentes grupos sociais. Dois textos são muito interessantes, pois discutem sobre a cultura africana: “Cantos e Re-encantos: vozes africanas e afrobrasileiras” e “Festas do afro-descendência”.

• http://www.ceao.ufba.br/mafro

O Museu Afro-Brasileiro nasceu do Programa de Cooperação cultural entre o Brasil e países da África e para o desenvolvimento dos estu-dos voltados para a temática afro-brasileira. Seu acervo é composto de peças da cultura material de origem ou inspiração africana, representativas da vida cotidiana, dos processos tecnológicos, do sistema de crenças, das manifestações artísticas e da tradição oral na África tradicional.

São esculturas, máscaras, tecidos, cerâmicas, adornos, instrumentos musicais, jogos e tapeçar-ias, provenientes do continente africano, adquiridos na década de 1970 pelo Ministério das Relações Exteriores, ou através de doações das diversas embaixadas dos países da África. Há, por outro lado, objetos de origem brasileira, relacionados à religião afro-brasileira na Bahia, suas divindades e sacerdotes.

Page 6: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

11

Now

Direção: Santiago Álvarez (Cuba)Documentário sobre a luta contra a dis-criminação racial nos Estados Unidos, tendo como tema musical de fundo a canção “Now”.

Son de los Diablos

Direção: Phillip Johnston (Brasil-Peru)O Carnaval negro Son de los Diablos existe há mais de 300 anos, mas quase foi extinto. Após dezesseis anos ausente, regressou às ruas de Lima em 2004, por ocasião dos festejos dos 150 anos da abolição da escra-vatura no Peru.

Movimento Afro-Cultural

Direção: Grupo Alavío (Argentina)Grupo de afro-argentinos que vivem na per-iferia de Buenos Aires, narram suas vivên-cias e o uso do tambor como meio para resgatar suas origens.

Atajo de Negritos

Direção: Phillip Johnston (Brasil-Peru)Documentário gravado em El Carmen (Chin-cha - Peru) que registra a tradição religiosa na qual afro-descendentes realizam um ritual de sapateado em homenagem ao Menino Jesus.

Meu nome é Brasil

Direção: Jorge Ferreira (Brasil)Catador de lixo encontra depoimento do cineasta Glauber Rocha, filmado nos anos 70, e revende em feira de reciclagem.

Uma Noite com a Familia Zevallos

Direção: Phillip Johnston (Brasil-Peru)Em “Villa El Salvador”, na periferia de Lima, a Familia Zevallos transmite tradições afro-descendentes para as novas gerações, cri-ando uma possibilidade de desenvolvimento artístico e profissional, além de afirmar sua identidade cultural.

Sugestões de Filmes

Page 7: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

13

Bibliografia Sugerida

• DEBUS, E.S.D. “A literatura infantil con-temporânea e a temática étnico-racial: mapeando a produção”. Anais do 16º Congresso de Leitura do Brasil - Semi-nário de Literatura Infantil e Juvenil, 2007.

• _____ “A representação do negro na literatura para crianças e jovens: nega-ção ou construção de uma identidade?” In AZEVEDO, Fernando (Org). Imaginário, identidades e margens: estudos em torno da literatura infanto-juvenil. Nova Gaia, Gaialivros, 2007.

• SILVA, Cidinha da. Os nove pentes d’África. Mazza Edições, Belo Horizonte, MG, 2010.

• ______ Você me deixe, viu? eu vou bater meu tambor! Mazza Edições, Belo Horizonte, MG, 2008.

• FAZZI, Rita de Cássia. O drama racial de crianças brasileiras: socialização en-tre pares e preconceito. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

• HERNANDEZ, Leila Maria Gonçalves Leite. A África na sala de aula: visita à História contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005.

• MATTOS, Regiane Augusto de. História e cultura afro-brasileira. São Paulo: Con-texto, 2007.

• OLIVEIRA, David Eduardo de. Cosmov-isão africana no Brasil: elementos para uma filosofia afrodescendente. Curitiba: gráfica Popular, 2006.

• OLIVEIRA, Iolanda de. (Org.) Relações raciais em educação: novos desafios. Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

• OLIVEIRA, Rachel de. Tramas da cor: enfrentando o preconceito no dia-a-dia escolar. São Paulo: Selo Negro, 2005.

• SANTOS, Gislene Aparecida dos. A in-venção do ser negro: um percurso das ideias que naturalizaram a inferioridade dos negros. São Paulo: Fapesp, Rio de Janeiro: Pallas, 2005.

• SANTOS, Gevanilda & SILVA, Maria Palmira da. (Orgs.) Racismo no Brasil: percepções da discriminação e do pre-conceito racial no século XXI. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2005.

• SERRANO, Carlos & WALDMAN, Mauri-cio. Memória d´África: a temática africana em sala de aula. São Paulo: Cortez, 2007.

Page 8: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

15

Ações da UNIPAMPA

No curso de Educação Física do Campus Uruguaiana existe a disciplina “Lutas” que contempla a temática da capoeira como cultura de movimento oriunda dos negros, buscando resgatar valores e as-pectos dessa cultura.

O curso de Licenciatura em Le-tras do Campus Bagé tem uma disciplina eletiva de dois créditos: “História e Cultura Africana”.

Instituição da Comissão Espe-cial da Lei de História da África e Cultura Afro-brasileira, visando o encaminhamento, acompanha-mento e avaliação do processo de implantação da Lei e para o atendimento do que estabelecem as leis 10.639/2003 e 11.645 de 2008.

No Curso de Licenciatura em Le-tras – Português e Espanhol e Re-spectivas Literaturas em Jaguarão tem a disciplina de Literatura de Língua Portuguesa III. Essa discip-lina contempla a literatura africana em seus aspectos históricos, soci-ais.

Page 9: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989

Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu san-ciono a seguinte Lei:

Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor.

Art. 1º Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou precon-ceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

Art. 2º (Vetado).

Art. 3º Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da Ad-ministração Direta ou Indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos.

Pena: reclusão de dois a cinco anos.

Art. 4º Negar ou obstar emprego em empresa privada.

Pena: reclusão de dois a cinco anos.

Art. 5º Recusar ou impedir acesso a esta-belecimento comercial, negando-se a servir, atender ou receber cliente ou comprador.

Pena: reclusão de um a três anos.

Art. 6º Recusar, negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer grau.

Pena: reclusão de três a cinco anos.

Parágrafo único. Se o crime for praticado contra menor de dezoito anos a pena é agra-vada de 1/3 (um terço).

Art. 7º Impedir o acesso ou recusar hospeda-gem em hotel, pensão, estalagem, ou qualquer estabelecimento similar.

Pena: reclusão de três a cinco anos.

Art. 8º Impedir o acesso ou recusar atendi-mento em restaurantes, bares, confeitarias, ou locais semelhantes abertos ao público.

Pena: reclusão de um a três anos.

Art. 9º Impedir o acesso ou recusar atendi-mento em estabelecimentos esportivos, casas de diversões, ou clubes sociais abertos ao pú-blico.

Pena: reclusão de um a três anos. 17

Art. 10. Impedir o acesso ou recusar atendi-mento em salões de cabelereiros, barbearias, termas ou casas de massagem ou estabeleci-mento com as mesmas finalidades.

Pena: reclusão de um a três anos.

Art. 11. Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e eleva-dores ou escada de acesso aos mesmos:

Pena: reclusão de um a três anos.

Art. 12. Impedir o acesso ou uso de transport-es públicos, como aviões, navios barcas, barcos, ônibus, trens, metrô ou qualquer outro meio de transporte concedido.

Pena: reclusão de um a três anos.

Art. 13. Impedir ou obstar o acesso de alguém ao serviço em qualquer ramo das Forças Arma-das.

Pena: reclusão de dois a quatro anos.

Art. 14. Impedir ou obstar, por qualquer meio ou forma, o casamento ou convivência familiar e social.

Pena: reclusão de dois a quatro anos.

Art. 15. (Vetado).

Art. 16. Constitui efeito da condenação a per-da do cargo ou função pública, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do es-tabelecimento particular por prazo não superior a três meses.

Art. 17. (Vetado).

Art. 18. Os efeitos de que tratam os arts. 16 e

17 desta Lei não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença.

Art. 19. (Vetado).

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar, pelos mei-os de comunicação social ou por publicação de qualquer natureza, a discriminação ou precon-ceito de raça, por religião, etnia ou procedência nacional. (Artigo incluído pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990)

Pena: reclusão de dois a cinco anos.

§ 1º Incorre na mesma pena quem fab-ricar, comercializar, distribuir ou veicular símbo-los, emblemas, ornamentos, distintivos ou propa-ganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. (Parágrafo incluído pela Lei nº 8.882, de 3.6.1994)

§ 2º Poderá o juiz determinar, ou-vido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito policial, sob pena de desobediência:(Parágrafo renumerado pela Lei nº 8.882, de 3.6.1994)

I - o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material respectivo;

II - a cessação das respectivas trans-missões radiofônicas ou televisivas.

§ 3º Constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a destru-ição do material apreendido. (Parágrafo renu-merado pela Lei nº 8.882, de 3.6.1994)

Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discrimi-nação ou preconceito de raça, cor, etnia, re-ligião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

Page 10: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em es-pecial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.

§ 3o (VETADO)”

“Art. 79-A. (VETADO)”

“Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’.”

Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 9 de janeiro de 2003; 182o da In-dependência e 115o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Cristovam Ricardo Cavalcanti Buarque

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 10.1.2003

Anexos

Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989

19

Pena: reclusão de um a três anos e multa.

§ 1º Fabricar, comercializar, distribuir ou veic-ular símbolos, emblemas, ornamentos, distinti-vos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo. (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.

§ 2º Se qualquer dos crimes previstos no caput é cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

Pena: reclusão de dois a cinco anos e multa.

§ 3º No caso do parágrafo anterior, o juiz poderá determinar, ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do inquérito poli-cial, sob pena de desobediência: (Redação dada pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

I - o recolhimento imediato ou a busca e apre-ensão dos exemplares do material respectivo;

II - a cessação das respectivas transmissões radiofônicas ou televisivas.

§ 4º Na hipótese do § 2º, constitui efeito da condenação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do material apreen-dido. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.459, de 15/05/97)

Art. 21. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990)

Art. 22. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado pela Lei nº 8.081, de 21.9.1990)

Brasília, 5 de janeiro de 1989; 168º da In-dependência e 101º da República

Este texto não substitui o publicado no D.O.U de 6.1.1989

Anexos

Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003

Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obriga-toriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço sa-ber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezem-bro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:

“Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.

§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o es-tudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da socie-dade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.

Page 11: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003

21

Regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titula-ção das terras ocupadas por rema-nescentes das comunidades dos quilombos de que trata o art. 68 do Ato das Disposições Constitu-cionais Transitórias.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inci-sos IV e VI, alínea “a”, da Constituição e de acordo com o disposto no art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,

DECRETA:

Art. 1o Os procedimentos administrativos para a identificação, o reconhecimento, a de-limitação, a demarcação e a titulação da pro-priedade definitiva das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilom-bos, de que trata o art. 68 do Ato das Dis-posições Constitucionais Transitórias, serão procedidos de acordo com o estabelecido neste Decreto.

Art. 2o Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins

deste Decreto, os grupos étnico-raciais, se-gundo critérios de auto-atribuição, com tra-jetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a re-sistência à opressão histórica sofrida.

§ 1o Para os fins deste Decreto, a car-acterização dos remanescentes das comuni-dades dos quilombos será atestada mediante autodefinição da própria comunidade.

§ 2o São terras ocupadas por remanes-centes das comunidades dos quilombos as utilizadas para a garantia de sua reprodução física, social, econômica e cultural.

§ 3o Para a medição e demarcação das terras, serão levados em consideração crité-rios de territorialidade indicados pelos rema-nescentes das comunidades dos quilombos, sendo facultado à comunidade interessada apresentar as peças técnicas para a instrução procedimental.

Art. 3o Compete ao Ministério do De-senvolvimento Agrário, por meio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA, a identificação, reconhecimento, de-limitação, demarcação e titulação das terras

ocupadas pelos remanescentes das comuni-dades dos quilombos, sem prejuízo da com-petência concorrente dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

§ 1o O INCRA deverá regulamentar os procedimentos administrativos para identifica-ção, reconhecimento, delimitação, demarca-ção e titulação das terras ocupadas pelos remanescentes das comunidades dos quilom-bos, dentro de sessenta dias da publicação deste Decreto.

§ 2o Para os fins deste Decreto, o IN-CRA poderá estabelecer convênios, contratos, acordos e instrumentos similares com órgãos da administração pública federal, estadual, municipal, do Distrito Federal, organizações não-governamentais e entidades privadas, ob-servada a legislação pertinente.

§ 3o O procedimento administrativo será iniciado de ofício pelo INCRA ou por requeri-mento de qualquer interessado.

§ 4o A autodefinição de que trata o § 1o do art. 2o deste Decreto será inscrita no Ca-dastro Geral junto à Fundação Cultural Pal-mares, que expedirá certidão respectiva na forma do regulamento.

Art. 4o Compete à Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Ra-cial, da Presidência da República, assistir e acompanhar o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o INCRA nas ações de regulariza-ção fundiária, para garantir os direitos étnicos

e territoriais dos remanescentes das comu-nidades dos quilombos, nos termos de sua competência legalmente fixada.

Art. 5o Compete ao Ministério da Cultura, por meio da Fundação Cultural Palmares, as-sistir e acompanhar o Ministério do Desen-volvimento Agrário e o INCRA nas ações de regularização fundiária, para garantir a preser-vação da identidade cultural dos remanes-centes das comunidades dos quilombos, bem como para subsidiar os trabalhos técnicos quando houver contestação ao procedimento de identificação e reconhecimento previsto neste Decreto.

Art. 6o Fica assegurada aos remanescen-tes das comunidades dos quilombos a par-ticipação em todas as fases do procedimento administrativo, diretamente ou por meio de representantes por eles indicados.

Art. 7o O INCRA, após concluir os trab-alhos de campo de identificação, delimitação e levantamento ocupacional e cartorial, pub-licará edital por duas vezes consecutivas no Diário Oficial da União e no Diário Oficial da unidade federada onde se localiza a área sob estudo, contendo as seguintes informações:

I - denominação do imóvel ocupado pelos remanescentes das comunidades dos

quilombos;II - circunscrição judiciária ou administrativa

em que está situado o imóvel;III - limites, confrontações e dimensão con-

stantes do memorial descritivo das terras a

Page 12: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003

23

serem tituladas; eIV - títulos, registros e matrículas eventual-

mente incidentes sobre as terras consideradas suscetíveis de reconhecimento e demarcação.

§ 1o A publicação do edital será afixada na sede da prefeitura municipal onde está situado o imóvel.

§ 2o O INCRA notificará os ocupantes e os confinantes da área delimitada.

Art. 8o Após os trabalhos de identificação e delimitação, o INCRA remeterá o relatório técnico aos órgãos e entidades abaixo rela-cionados, para, no prazo comum de trinta dias, opinar sobre as matérias de suas re-spectivas competências:

I - Instituto do Patrimônio Histórico e Nacio-nal - IPHAN;II - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA;III - Secretaria do Patrimônio da União,

do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;IV - Fundação Nacional do Índio - FUNAI;V - Secretaria Executiva do Conselho de

Defesa Nacional;VI - Fundação Cultural Palmares.

Parágrafo único. Expirado o prazo e não havendo manifestação dos órgãos e enti-dades, dar-se-á como tácita a concordância com o conteúdo do relatório técnico.

Art. 9o Todos os interessados terão o prazo de noventa dias, após a publicação e notificações a que se refere o art. 7o, para oferecer contestações ao relatório, juntando as provas pertinentes.

Parágrafo único. Não havendo impugna-ções ou sendo elas rejeitadas, o INCRA con-cluirá o trabalho de titulação da terra ocupada pelos remanescentes das comunidades dos quilombos.

Art. 10. Quando as terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilom-bos incidirem em terrenos de marinha, mar-ginais de rios, ilhas e lagos, o INCRA e a Secretaria do Patrimônio da União tomarão as medidas cabíveis para a expedição do título.

Art. 11. Quando as terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilom-bos estiverem sobrepostas às unidades de conservação constituídas, às áreas de segu-rança nacional, à faixa de fronteira e às terras

indígenas, o INCRA, o IBAMA, a Secretaria-Executiva do Conselho de Defesa Nacional, a FUNAI e a Fundação Cultural Palmares tomarão as medidas cabíveis visando garantir a sustentabilidade destas comunidades, con-ciliando o interesse do Estado.

Art. 12. Em sendo constatado que as ter-ras ocupadas por remanescentes das comuni-dades dos quilombos incidem sobre terras de propriedade dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, o INCRA encaminhará os autos para os entes responsáveis pela titula-ção.

Art. 13. Incidindo nos territórios ocupa-dos por remanescentes das comunidades dos quilombos título de domínio particular não in-validado por nulidade, prescrição ou comisso, e nem tornado ineficaz por outros fundamen-tos, será realizada vistoria e avaliação do imóvel, objetivando a adoção dos atos ne-cessários à sua desapropriação, quando cou-ber.

§ 1o Para os fins deste Decreto, o INCRA estará autorizado a ingressar no imóvel de propriedade particular, operando as publica-ções editalícias do art. 7o efeitos de comuni-cação prévia.

§ 2o O INCRA regulamentará as hipóteses suscetíveis de desapropriação, com obrigatória disposição de prévio estudo sobre a autentici-dade e legitimidade do título de propriedade, mediante levantamento da cadeia dominial do imóvel até a sua origem.

Art. 14. Verificada a presença de ocu-pantes nas terras dos remanescentes das co-munidades dos quilombos, o INCRA acionará os dispositivos administrativos e legais para o reassentamento das famílias de agricultores pertencentes à clientela da reforma agrária ou a indenização das benfeitorias de boa-fé, quando couber.

Art. 15. Durante o processo de titulação, o INCRA garantirá a defesa dos interesses dos remanescentes das comunidades dos quilom-bos nas questões surgidas em decorrência da titulação das suas terras.

Art. 16. Após a expedição do título de reconhecimento de domínio, a Fundação Cul-tural Palmares garantirá assistência jurídica, em todos os graus, aos remanescentes das comunidades dos quilombos para defesa da posse contra esbulhos e turbações, para a proteção da integridade territorial da área de-limitada e sua utilização por terceiros, poden-do firmar convênios com outras entidades ou órgãos que prestem esta assistência.

Parágrafo único. A Fundação Cultural Pal-mares prestará assessoramento aos órgãos da Defensoria Pública quando estes órgãos representarem em juízo os interesses dos remanescentes das comunidades dos quilom-bos, nos termos do art. 134 da Constituição.

Art. 17. A titulação prevista neste Decreto será reconhecida e registrada mediante out-orga de título coletivo e pró-indiviso às co-munidades a que se refere o art. 2o, caput, com obrigatória inserção de cláusula de in-

Page 13: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003

25

alienabilidade, imprescritibilidade e de impen-horabilidade.

Parágrafo único. As comunidades serão representadas por suas associações legal-mente constituídas.

Art. 18. Os documentos e os sítios deten-tores de reminiscências históricas dos antigos quilombos, encontrados por ocasião do pro-cedimento de identificação, devem ser comu-nicados ao IPHAN.

Parágrafo único. A Fundação Cultural Pal-mares deverá instruir o processo para fins de registro ou tombamento e zelar pelo acautela-mento e preservação do patrimônio cultural brasileiro.

Art. 19. Fica instituído o Comitê Gestor para elaborar, no prazo de noventa dias, plano de etnodesenvolvimento, destinado aos remanescentes das comunidades dos quilom-bos, integrado por um representante de cada órgão a seguir indicado:

I - Casa Civil da Presidência da República;II - Ministérios:a) da Justiça;b) da Educação;

c) do Trabalho e Emprego;d) da Saúde;e) do Planejamento, Orçamento e Gestão;f) das Comunicações;g) da Defesa;h) da Integração Nacional;i) da Cultura;j) do Meio Ambiente;k) do Desenvolvimento Agrário;l) da Assistência Social;m) do Esporte;n) da Previdência Social;o) do Turismo;p) das Cidades;III - do Gabinete do Ministro de Estado Ex-

traordinário de Segurança Alimentar e Com-bate à Fome;IV - Secretarias Especiais da Presidência

da República:a) de Políticas de Promoção da Igualdade

Racial;b) de Aqüicultura e Pesca; ec) dos Direitos Humanos.

§ 1o O Comitê Gestor será coordenado pelo representante da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

§ 2o Os representantes do Comitê Ges-tor serão indicados pelos titulares dos órgãos

referidos nos incisos I a IV e designados pelo Secretário Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

§ 3o A participação no Comitê Gestor será considerada prestação de serviço público rel-evante, não remunerada.

Art. 20. Para os fins de política agrícola e agrária, os remanescentes das comunidades dos quilombos receberão dos órgãos com-petentes tratamento preferencial, assistência técnica e linhas especiais de financiamento, destinados à realização de suas atividades produtivas e de infra-estrutura.

Art. 21. As disposições contidas neste De-creto incidem sobre os procedimentos admin-istrativos de reconhecimento em andamento, em qualquer fase em que se encontrem.

Parágrafo único. A Fundação Cultural Pal-mares e o INCRA estabelecerão regras de transição para a transferência dos processos administrativos e judiciais anteriores à publi-cação deste Decreto.

Art. 22. A expedição do título e o registro cadastral a ser procedido pelo INCRA far-se-ão sem ônus de qualquer espécie, indepen-dentemente do tamanho da área.

Parágrafo único. O INCRA realizará o registro cadastral dos imóveis titulados em favor dos remanescentes das comunidades dos quilombos em formulários específicos que respeitem suas características econômicas e culturais.

Art. 23. As despesas decorrentes da apli-cação das disposições contidas neste Decreto correrão à conta das dotações orçamentárias consignadas na lei orçamentária anual para tal finalidade, observados os limites de movi-mentação e empenho e de pagamento.

Art. 24. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 25. Revoga-se o Decreto no 3.912, de 10 de setembro de 2001.

Brasília, 20 de novembro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Gilberto Gil

Miguel Soldatelli Rossetto

José Dirceu de Oliveira e Silva

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 21.11.2003

Page 14: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

CNE: Resolução nº 1, de 17 de junho de 2004

27

Institui Diretrizes Curriculares Na-cionais para a Educação das Rela-ções Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

O Presidente do Conselho Nacional de Edu-cação, tendo em vista o disposto no art. 9º, § 2º, alínea “c”, da Lei nº 9.131, publicada em 25 de novembro de 1995, e com fundamen-tação no Parecer CNE/CP 3/2004, de 10 de março de 2004, homologado pelo Ministro da Educação em 19 de maio de 2004, e que a este se integra,

Resolve:

Art. 1° A presente Resolução institui Dire-trizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Afri-cana, a serem observadas pelas Instituições de ensino, que atuam nos níveis e modali-dades da Educação Brasileira e, em especial, por Instituições que desenvolvem programas de formação inicial e continuada de profes-sores.

§ 1° As Instituições de Ensino Superior incluirão nos conteúdos de disciplinas e ativi-

dades curriculares dos cursos que ministram, a Educação das Relações Étnico-Raciais, bem como o tratamento de questões e temáti-cas que dizem respeito aos afrodescendentes, nos termos explicitados no Parecer CNE/CP 3/2004.

§ 2° O cumprimento das referidas Diretriz-es Curriculares, por parte das instituições de ensino, será considerado na avaliação das condições de funcionamento do estabeleci-mento.

Art. 2° As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Ra-ciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africanas constituem-se de orientações, princípios e e têm por meta, pro-mover a educação de cidadãos atuantes e conscientes no seio da sociedade multicultur-al e pluriétnica do Brasil, buscando relações étnico-sociais positivas, rumo à construção de nação democrática.

§ 1° A Educação das Relações Étnico-Raci-ais tem por objetivo a divulgação e produção de conhecimentos, bem como de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos quanto à pluralidade étnico-racial, tornando-os capazes de interagir e de negociar objetivos comuns que garantam, a todos, respeito aos

direitos legais e valorização de identidade, na busca da consolidação da democracia brasileira.

§ 2º O Ensino de História e Cultura Af-ro-Brasileira e Africana tem por objetivo o reconhecimento e valorização da identidade, história e cultura dos afro-brasileiros, bem como a garantia de reconhecimento e igual-dade de valorização das raízes africanas da nação brasileira, ao lado das indígenas, euro-péias, asiáticas.

§ 3º Caberá aos conselhos de Educação dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-nicípios desenvolver as Diretrizes Curriculares Nacionais instituídas por esta Resolução, den-tro do regime de colaboração e da autono-mia de entes federativos e seus respectivos sistemas.

Art. 3° A Educação das Relações Étnico-Raciais e o estudo de História e Cultura Afro-Brasileira, e História e Cultura Africana será desenvolvida por meio de conteúdos, com-petências, atitudes e valores, a serem estab-elecidos pelas Instituições de ensino e seus professores, com o apoio e supervisão dos sistemas de ensino, entidades mantenedoras e coordenações pedagógicas, atendidas as indicações, recomendações e diretrizes explic-itadas no Parecer CNE/CP3/2004.

§ 1° Os sistemas de ensino e as entidades mantenedoras incentivarão e criarão condições materiais e financeiras, assim como proverão as escolas, professores e alunos, de material bibliográfico e de outros materiais didáticos

necessários para a educação tratada no “ca-put” deste artigo.

§ 2° As coordenações pedagógicas pro-moverão o aprofundamento de estudos, para que os professores concebam e desenvolvam unidades de estudos, projetos e programas, abrangendo os diferentes componentes cur-riculares.

§ 3° O ensino sistemático de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educa-ção Básica, nos termos da Lei 10639/2003, refere-se, em especial, aos componentes cur-riculares de Educação Artística, Literatura e História do Brasil.

§ 4° Os sistemas de ensino incentivarão pesquisas sobre processos educativos orien-tados por valores, visões de mundo, conheci-mentos afro-brasileiros, ao lado de pesquisas de mesma natureza junto aos povos indíge-nas, com o objetivo de ampliação e forta-lecimento de bases teóricas para a educação brasileira.

Art. 4° Os sistemas e os estabelecimen-tos de ensino poderão estabelecer canais de comunicação com grupos do Movimento Ne-gro, grupos culturais negros, instituições for-madoras de professores, núcleos de estudos e pesquisas, como os Núcleos de Estudos Afro- Brasileiros, com a finalidade de buscar subsídios e trocar experiências para planos institucionais, planos pedagógicos e projetos de ensino.

Art. 5º Os sistemas de ensino tomarão

Page 15: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

CNE: Resolução nº 1, de 17 de junho de 2004

29

providências no sentido de garantir o direito de alunos afrodescendentes de freqüentarem estabelecimentos de ensino de qualidade, que contenham instalações e equipamentos sólidos e atualizados, em cursos ministrados por professores competentes no domínio de conteúdos de ensino e comprometidos com a educação de negros e não negros, sendo ca-pazes de corrigir posturas, atitudes, palavras que impliquem desrespeito e discriminação.

Art. 6° Os órgãos colegiados dos estabelec-imentos de ensino, em suas finalidades, re-sponsabilidades e tarefas, incluirão o previsto o exame e encaminhamento de solução para situações de discriminação, buscando-se criar situações educativas para o reconhecimento, valorização e respeito da diversidade.

§ Único: Os casos que caracterizem racis-mo serão tratados como crimes imprescritíveis e inafiançáveis, conforme prevê o Art. 5º, XLII da Constituição Federal de 1988.

Art. 7º Os sistemas de ensino orientarão e supervisionarão a elaboração e edição de livros e outros materiais didáticos, em aten-dimento ao disposto no Parecer CNE/CP 3/2004.

Art. 8º Os sistemas de ensino promoverão

ampla divulgação do Parecer CNE/CP 3/2004 e dessa Resolução, em atividades periódicas, com a participação das redes das escolas públicas e privadas, de exposição, avaliação e divulgação dos êxitos e dificuldades do en-sino e aprendizagens de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana e da Educação das Relações Étnico-Raciais.

§ 1° Os resultados obtidos com as ativ-idades mencionadas no caput deste artigo serão comunicados de forma detalhada ao Ministério da Educação, à Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial, ao Consel-ho Nacional de Educação e aos respectivos Conselhos Estaduais e Municipais de Educa-ção, para que encaminhem providências, que forem requeridas.

Art. 9º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as dis-posições em contrário.

ROBERTO CLÁUDIO FROTA BEZERRA

Publicado no Diário Oficial da União de 22 de junho de 2004.

Page 16: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Decreto nº 5.520, de 24 de agosto de 2005

31

Institui o Sistema Federal de Cul-tura - SFC e dispõe sobre a com-posição e o funcionamento do Con-selho Nacional de Política Cultural - CNPC do Ministério da Cultura, e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, in-ciso VI, alínea “a”, da Constituição,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DO SISTEMA FEDERAL DE CULTURA

Art. 1o Fica instituído o Sistema Federal de Cultura - SFC, com as seguintes finalidades:

I - integrar os órgãos, programas e ações culturais do Governo Federal;

II - contribuir para a implementação de políticas culturais democráticas e permanen-tes, pactuadas entre os entes da federação e sociedade civil;

III - articular ações com vistas a estabel-

ecer e efetivar, no âmbito federal, o Plano Nacional de Cultura; e

IV - promover iniciativas para apoiar o de-senvolvimento social com pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cul-tura nacional.

Art. 2o Integram o SFC:

I - Ministério da Cultura e os seus entes vinculados, a seguir indicados:

a) Instituto do Patrimônio Histórico e Artísti-co Nacional - IPHAN;b) Agência Nacional de Cinema - ANCINE;c) Fundação Biblioteca Nacional - BN;d) Fundação Casa de Rui Barbosa - FCRB;e) Fundação Nacional de Artes - FUNARTE;

ef) Fundação Cultural Palmares - FCP;

II - Conselho Nacional de Política Cultural - CNPC; e

III - Comissão Nacional de Incentivo a Cul-tura - CNIC.

e) Fundação Nacional de Artes - FUN-ARTE; (Redação dada pelo Decreto nº 6.973,

de 2009)f) Fundação Cultural Palmares - FCP; e

(Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)g) Instituto Brasileiro de Museus - IBRAM;

(Incluído pelo Decreto nº 6.973, de 2009)Parágrafo único. Outros órgãos poderão

integrar o SFC, conforme dispuser ato do Ministro de Estado da Cultura.

Art. 3o Ao Ministério da Cultura, órgão cen-tral do SFC, compete:

I - exercer a coordenação-geral do Sistema;

II - estabelecer as orientações e delibera-ções normativas e de gestão, consensuadas no plenário do CNPC e nas instâncias setori-ais referidas nos §§ 3o a 6o do art. 12;

III - emitir recomendações, resoluções e outros pronunciamentos sobre matérias rela-cionadas com o SFC, observadas as diretriz-es sugeridas pelo CNPC;

IV - desenvolver e reunir, com o apoio dos órgãos integrantes do SFC, indicadores e parâmetros quantitativos e qualitativos para a descentralização dos bens e serviços culturais promovidos ou apoiados, direta ou indireta-mente, com recursos da União;

V - sistematizar e promover, com apoio dos segmentos pertinentes no âmbito da admin-istração pública federal, a compatibilização e interação de normas, procedimentos técnicos e sistemas de gestão relativos à preservação e disseminação do patrimônio material e ima-

terial sob a guarda da União;

VI - subsidiar as políticas e ações transver-sais da cultura nos planos e ações estratégi-cos do Governo e do Estado brasileiro;

VII - auxiliar o Governo Federal e subsidiar os entes federados no estabelecimento de instrumentos metodológicos e na classificação dos programas e ações culturais no âmbito dos respectivos planos plurianuais; e

VIII - coordenar e convocar a Conferência Nacional de Cultura.Art. 4o O SFC tem os seguintes objetivos:

I - incentivar parcerias no âmbito do setor público e com o setor privado, na área de gestão e promoção da cultura;

II - reunir, consolidar e disseminar dados dos órgãos e entidades dele integrantes em base de dados, a ser articulada, coordenada e difundida pelo Ministério da Cultura;

III - promover a transparência dos investi-mentos na área cultural;

IV - incentivar, integrar e coordenar a for-mação de redes e sistemas setoriais nas di-versas áreas do fazer cultural;

V - estimular a implantação dos Sistemas Estaduais e Municipais de Cultura;

VI - promover a integração da cultura brasileira e das políticas públicas de cultura do Brasil, no âmbito da comunidade interna-

Page 17: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Decreto nº 5.520, de 24 de agosto de 2005

33

cional, especialmente das comunidades latino-americanas e países de língua portuguesa; e

VII - promover a cultura em toda a sua amplitude, encontrando os meios para reali-zar o encontro dos conhecimentos e técnicas criativos, concorrendo para a valorização das atividades e profissões culturais e artísticas, e fomentando a cultura crítica e a liberdade de criação e expressão como elementos indisso-ciáveis do desenvolvimento cultural brasileiro e universal.

CAPÍTULO II

DO CONSELHO NACIONAL DE POLÍTICA CULTURAL - CNPC

Art. 5o O CNPC, órgão colegiado integran-te da estrutura básica do Ministério da Cul-tura, tem por finalidade propor a formulação de políticas públicas, com vistas a promover a articulação e o debate dos diferentes níveis de governo e a sociedade civil organizada, para o desenvolvimento e o fomento das ativ-idades culturais no território nacional.

Art. 6o O CNPC é integrado pelos seguintes entes:

I - Plenário;

II - Comitê de Integração de Políticas Cult-urais - CIPOC;III - Colegiados Setoriais;

IV - Comissões Temáticas ou Grupos de Trabalho; e

V - Conferência Nacional de Cultura.

Art. 7o Compete ao Plenário do CNPC:

I - aprovar, previamente ao encaminhamen-to à coordenação-geral do SFC tratada no in-ciso I do art. 3o, as diretrizes gerais do Plano Nacional de Cultura;

II - acompanhar e fiscalizar a execução do Plano Nacional de Cultura;

III - estabelecer as diretrizes gerais para aplicação dos recursos do Fundo Nacional de Cultura, no que concerne à sua distribuição regional e ao peso relativo dos setores e mo-dalidades do fazer cultural, descritos no art. 3o da Lei no 8.313, de 23 de dezembro de 1991;

IV - acompanhar e fiscalizar a aplicação dos recursos do Fundo Nacional de Cultura;

V - apoiar os acordos e pactos entre os

entes federados para implementação do SFC;

VI - estabelecer orientações, diretrizes, de-liberações normativas e moções, pertinentes aos objetivos e atribuições do SFC;

VII - estabelecer cooperação com os movi-mentos sociais, organizações não-governa-mentais e o setor empresarial;

VIII - incentivar a participação democrática na gestão das políticas e dos investimentos públicos na área cultural;

IX - delegar às diferentes instâncias compo-nentes do CNPC a deliberação, fiscalização e acompanhamento de matérias;

X - aprovar o regimento interno da Confer-ência Nacional de Cultura; e

XI - estabelecer o regimento interno do CNPC, a ser aprovado pelo Ministro de Es-tado da Cultura.

I - estabelecer orientações e diretrizes, bem como propor moções pertinentes aos objeti-vos e atribuições do SFC; (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

II - propor e aprovar, previamente ao en-caminhamento à coordenação-geral do SFC tratada no inciso I do art. 3o, as diretrizes gerais do Plano Nacional de Cultura; (Reda-ção dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

III - acompanhar e avaliar a execução do Plano Nacional de Cultura; (Redação dada

pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

IV - fiscalizar, acompanhar e avaliar a apli-cação dos recursos provenientes do sistema federal de financiamento da cultura e propor medidas que concorram para o cumprimento das diretrizes estabelecidas no Plano Nacio-nal de Cultura; (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

V - apoiar os acordos e pactos entre os en-tes federados, com o objetivo de estabelecer a efetiva cooperação federativa necessária à consolidação do SFC; (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

VI - estabelecer cooperação com os movi-mentos sociais, organizações não-governa-mentais e o setor empresarial; (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

VII - incentivar a participação democrática na gestão das políticas e dos investimentos públicos na área da cultura; (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

VIII - delegar às diferentes instâncias com-ponentes do CNPC a deliberação e acom-panhamento de matérias; (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

IX - aprovar o regimento interno da Confer-ência Nacional de Cultura; e (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

X - estabelecer o regimento interno do CNPC, a ser aprovado pelo Ministro de Es-tado da Cultura. (Redação dada pelo De-

Page 18: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Decreto nº 5.520, de 24 de agosto de 2005

35

creto nº 6.973, de 2009)Art. 8o Compete ao CIPOC articular as

agendas e coordenar a pauta de trabalho das diferentes instâncias do CNPC.

Art. 9o Compete aos Colegiados Setoriais fornecer subsídios para a definição de políti-cas, diretrizes e estratégias dos respectivos setores culturais de que trata o art. 12, e apresentar as diretrizes dos setores repre-sentados no CNPC, previamente à aprovação prevista no inciso I do art. 7o.

Art. 9o Compete aos Colegiados Setoriais fornecer subsídios para a definição de políti-cas, diretrizes e estratégias dos respectivos setores culturais de que trata o art. 12, e apresentar as diretrizes dos setores repre-sentados no CNPC, previamente à aprovação prevista no inciso II do art. 7o. (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

Art. 10. Compete às Comissões Temáticas e Grupos de Trabalho fornecer subsídios para tomadas de decisão sobre temas transversais e emergenciais relacionados à área cultural.

Art. 10. Compete às Comissões Temáticas e aos Grupos de Trabalho fornecer subsídios para a tomada de decisão sobre temas es-pecíficos, transversais ou emergenciais rela-

cionados à área cultural. (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

Art. 11. Compete à Conferência Nacio-nal de Cultura analisar, aprovar moções, proposições e avaliar a execução das metas concernentes ao Plano Nacional de Cultura e às respectivas revisões ou adequações.

Art. 12. O CNPC e seu Plenário serão presididos pelo Ministro de Estado da Cultura e, em sua ausência, pelo Secretário-Executivo do Ministério da Cultura.§ 1o O Plenário será composto pelos rep-

resentantes dos entes integrantes do SFC, sendo:

I - quinze representantes do Poder Público Federal, da seguinte forma:§ 1o O Plenário será integrado pelo Min-

istro de Estado da Cultura e por: (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

I - dezenove representantes do Poder Pú-blico Federal, distribuídos da seguinte forma: (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

a) seis do Ministério da Cultura;b) um da Casa Civil da Presidência da

República;

c) um do Ministério da Ciência e Tecnolo-gia;d) um do Ministério das Cidades;e) um do Ministério do Desenvolvimento

Social e Combate à Fome;f) um do Ministério da Educação;g) um do Ministério do Meio Ambiente;h) um do Ministério do Planejamento, Orça-

mento e Gestão;i) um do Ministério do Turismo; ej) um da Secretaria-Geral da Presidência da

República;

II - três representantes do Poder Público dos Estados e Distrito Federal, indicados pelo Fórum Nacional de Secretários Estaduais de Cultura;

III - três representantes do Poder Público municipal, indicados, dentre dirigentes de

cultura, respectivamente, pela Associação Brasileira de Municípios, Confederação Na-cional de Municípios e Frente Nacional de Prefeitos;

i) um do Ministério do Turismo; (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)j) um da Secretaria-Geral da Presidência

da República; (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)k) um do Ministério das Comunicações; (In-

cluído pelo Decreto nº 6.973, de 2009)l) um do Ministério do Trabalho e Emprego;

(Incluído pelo Decreto nº 6.973, de 2009)m) um do Ministério das Relações Exteri-

ores; e (Incluído pelo Decreto nº 6.973, de 2009)n) um da Secretaria de Comunicação Social

da Presidência da República; (Incluído pelo

Decreto nº 6.973, de 2009)II - quatro representantes do Poder Público

dos Estados e Distrito Federal, sendo três indicados pelo Fórum Nacional de Secretários Estaduais de Cultura e um pelo Fórum Nacio-nal dos Conselhos Estaduais de Cultura; (Re-dação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

III - quatro representantes do Poder Público municipal, dirigentes da área de cultura, indica-dos pela Associação Brasileira de Municípios, Confederação Nacional de Municípios, Frente Nacional de Prefeitos e Fórum dos Secretári-os das Capitais; (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

IV - um representante do Fórum Nacional do Sistema S;

V - um representante das entidades ou das organizações não-governamentais que desen-volvem projetos de inclusão social por inter-médio da cultura, por escolha do Ministro de Estado da Cultura, a partir de lista tríplice, organizada por essas entidades;

VI - nove representantes das áreas técnico-artísticas, indicados pelos membros da socie-dade civil nos colegiados setoriais afins ou, na ausência destes, por escolha do Ministro de Estado da Cultura, a partir de listas trí-plices apresentadas pelas associações téc-nico-artísticas pertinentes às áreas a seguir, em observância de norma a ser definida pelo Ministério da Cultura:

VI - treze representantes das áreas técnico-artísticas, indicados pelos membros da socie-dade civil nos colegiados setoriais afins ou,

Page 19: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Decreto nº 5.520, de 24 de agosto de 2005

37

na ausência destes, por escolha do Ministro de Estado da Cultura, a partir de listas trí-plices apresentadas pelas associações técni-co-artísticas pertinentes às áreas a seguir, de acordo com as normas definidas pelo Minis-tério da Cultura: (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

a) artes visuais;b) música popular;c) música erudita;d) teatro;e) dança;f) circo;g) audiovisual;h) literatura, livro e leitura; ei) artes digitais;h) literatura, livro e leitura; (Redação dada

pelo Decreto nº 6.973, de 2009)i) arte digital; (Redação dada pelo Decreto

nº 6.973, de 2009)j) arquitetura e urbanismo; (Incluído pelo

Decreto nº 6.973, de 2009)k) design; (Incluído pelo Decreto nº 6.973,

de 2009)l) artesanato; e (Incluído pelo Decreto nº

6.973, de 2009)m) moda; (Incluído pelo Decreto nº 6.973,

de 2009)VII - sete representantes da área do pat-

rimônio cultural, indicados pelos membros da

sociedade civil, nos colegiados setoriais afins ou, na ausência destes, por escolha do Min-istro de Estado da Cultura, a partir de lista tríplice organizada pelas associações de cada uma das seguintes áreas, em observância de norma a ser definida pelo Ministério da Cultura:

a) culturas afro-brasileiras;b) culturas dos povos indígenas;c) culturas populares;d) arquivos;e) museus;f) patrimônio material; eg) patrimônio imaterial;

VIII - três personalidades com comprovado notório saber na área cultural, de livre es-colha do Ministro de Estado da Cultura;

IX - um representante de entidades de pes-quisadores na área da cultura, a ser definido, em sistema de rodízio ou sorteio, pelas as-sociações nacionais de antropologia, ciências sociais, comunicação, filosofia, literatura com-parada e história;

X - um representante do Grupo de Institu-tos, Fundação e Empresas - GIFE; XI - um representante da Associação Na-

cional das Entidades de Cultura - ANEC; eXII - um representante da Associação Na-

cional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior - ANDIFES.

XI - um representante da Associação Na-cional das Entidades de Cultura - ANEC; (Re-dação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

XII - um representante da Associação Na-cional dos Dirigentes das Instituições Fede-rais de Ensino Superior - ANDIFES; (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

XIII - um representante do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro - IHGB; e (Incluído pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

XIV - um representante da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC. (Incluído pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

§ 2o Poderão integrar, ainda, o Plenário do CNPC, na condição de conselheiros convida-dos, sem direito a voto, um representante de cada órgão ou entidade a seguir indicados:

§ 2o Poderão integrar o Plenário do CNPC, na condição de conselheiros convidados, sem direito a voto, um representante dos seguintes órgãos ou entidades, indicados pelos seus di-rigentes máximos, e de áreas culturais escol-hidos pelo Ministro de Estado da Cultura na forma do inciso VI do § 1o: (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

I - Academia Brasileira de Letras;

II - Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro;

III - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC;

IV - Ministério Público Federal;

V - Comissão de Educação do Senado Federal; e

VI - Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.

II - Academia Brasileira de Música; (Reda-ção dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

III - Comitê Gestor da Internet no Brasil - CGIbr, instituído pelo Decreto no 4.829, de 3 de setembro de 2003; (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

IV - Campo da TV Pública; (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

V - Ministério Público Federal; (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

VI - Comissão de Educação do Senado Federal; e (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

VII - Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados. (Incluído pelo De-creto nº 6.973, de 2009)

§ 3o O CIPOC será formado pelos titula-res das secretarias, autarquias e fundações

Page 20: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Decreto nº 5.520, de 24 de agosto de 2005

39

vinculadas ao Ministério da Cultura.

§ 4o Os Colegiados Setoriais serão consti-tuídos por representantes do Poder Público e da sociedade civil, de acordo com regimento interno do CNPC.

§ 5o As Comissões Temáticas ou Grupos de Trabalho serão integrados por represent-antes do Poder Público e da sociedade civil, de acordo com norma do Ministério da Cul-tura.

§ 6o A Conferência Nacional de Cultura será constituída por representantes da socie-dade civil indicados em Conferências Estad-uais, na Conferência Distrital, em Conferên-cias Municipais ou Intermunicipais de Cultura e em Pré-Conferências Setoriais de Cultura, e do Poder Público dos entes federados, em observância ao disposto no regimento próprio da conferência, a ser aprovado pelo Plenário do CNPC.

§ 7o O regimento interno do CNPC estab-elecerá as possibilidades de reunião conjunta de colegiados tratados nos incisos III e IV do art. 6o deste Decreto.

Art. 13. Os representantes do Poder Públi-co e da sociedade civil, titulares e suplentes,

no âmbito do CNPC, serão designados pelo Ministro de Estado da Cultura.

Art. 14. Os representantes da sociedade civil integrantes do CNPC terão mandato de dois anos, renovável uma vez, por igual período.

Art. 15. O Plenário do CNPC reunir-se-á ordinariamente uma vez por trimestre e, extraordinariamente, por convocação do seu Presidente.

Art. 16. A função de membro do CNPC não será remunerada e será considerada prestação de relevante interesse público.

Art. 17. As reuniões do CNPC serão real-izadas ordinariamente em Brasília, sendo que as despesas dos representantes do Poder Pú-blico, das entidades empresariais, das funda-ções e dos institutos correrão às expensas das respectivas instituições.

Art. 17. As reuniões do Plenário do CNPC serão realizadas ordinariamente em Brasília. (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

Art. 18. As reuniões do CNPC serão instala-das com a presença de, no mínimo, cinqüenta

por cento dos conselheiros presentes.

Art. 18. As reuniões do Plenário do CNPC serão instaladas com a presença de, no míni-mo, cinqüenta por cento dos conselheiros. (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

Art. 19. As decisões do CNPC serão toma-das por maioria simples de votos, à exceção das situações que exijam quórum qualificado, de acordo com o regimento interno.

Art. 19. As decisões do Plenário do CNPC serão tomadas por maioria simples de votos, à exceção das situações que exijam quórum qualificado, de acordo com o regimento in-terno. (Redação dada pelo Decreto nº 6.973, de 2009)

Art. 20. Ao Presidente do CNPC caberá somente o voto de qualidade, nas votações que resultarem em empate.

Art. 21. A Secretaria-Executiva do Minis-tério da Cultura prestará o apoio técnico e administrativo ao CNPC.

Art. 22. O Ministério da Cultura fará publi-car, ad referendum do CNPC, o regulamento da primeira Conferência Nacional de Cultura, a ser realizar em 2005.

Art. 23. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 24. Ficam revogados o Decreto no 3.617, de 2 de outubro de 2000, e o art. 5o

do Decreto no 5.036, de 7 de abril de 2004.

Brasília, 24 de agosto de 2005; 184o da In-dependência e 117o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Gilberto Gil

Este texto não substitui o publicado no DOU de 25.8.2005

Page 21: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Decreto nº 6.872, de 4 de junho de 2009

41

Aprova o Plano Nacional de Pro-moção da Igualdade Racial - PLA-NAPIR, e institui o seu Comitê de Articulação e Monitoramento.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, inciso VI, alínea “a”, da Constituição,

DECRETA:

Art. 1o Fica aprovado o Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial - PLANAPIR, em consonância com os objetivos indicados no Anexo deste Decreto.

Art. 2o A Secretaria Especial de Políti-cas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República aprovará e publi-cará a programação das ações, metas e prio-ridades do PLANAPIR propostas pelo Comitê de Articulação e Monitoramento de que trata o art. 3o, observados os objetivos contidos no Anexo.

Parágrafo único. Os prazos para execução das ações, metas e prioridades do PLANAPIR poderão ser revisados pela Secretaria Espe-cial de Políticas de Promoção da Igualdade

Racial, mediante proposta do Comitê de Ar-ticulação.

Art. 3o Fica instituído o Comitê de Ar-ticulação e Monitoramento do PLANAPIR, no âmbito da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, integrado por:

I - um representante de cada órgão a seguir indicado:

a) Secretaria Especial de Políticas de Pro-moção da Igualdade Racial, que o coorde-nará;

b) Secretaria-Geral da Presidência da República;

c) Secretaria Especial dos Direitos Huma-nos da Presidência da República;

d) Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, da Presidência da República;

e) Ministério da Educação;

f) Ministério da Justiça;

g) Ministério da Saúde;

h) Ministério das Cidades;

i) Ministério do Desenvolvimento Agrário;

j) Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;

k) Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;

l) Ministério do Trabalho e Emprego;

m) Ministério das Relações Exteriores;

n) Ministério da Cultura; e

o) Ministério de Minas e Energia; e

II - três representantes do Conselho Na-cional de Promoção da Igualdade Racial - CNPIR.

Parágrafo único. Os membros do Comitê de Articulação e Monitoramento do PLANA-PIR e respectivos suplentes serão indicados pelos titulares dos órgãos nele representados e designados pelo Ministro de Estado Chefe da Secretária Especial de Políticas de Pro-moção da Igualdade Racial.

Art. 4o Compete ao Comitê de Articulação e Monitoramento do PLANAPIR:

I - propor ações, metas e prioridades;

II - estabelecer a metodologia de monitora-mento;

III - acompanhar e avaliar as atividades de implementação;

IV - promover difusão do PLANAPIR junto a órgãos e entidades governamentais e não-governamentais;

V - propor ajustes de metas, prioridades e ações;

VI - elaborar relatório anual de acompanha-mento das ações do PLANAPIR; e

VII - propor revisão do PLANAPIR, semes-tralmente, considerando as diretrizes emana-das das Conferências Nacionais de Promoção da Igualdade Racial.

Art. 5o O Comitê de Articulação e Moni-toramento do PLANAPIR deliberará mediante resoluções, por maioria simples, cabendo ao seu coordenador o voto de qualidade.

Art. 6o O Comitê de Articulação e Moni-toramento do PLANAPIR poderá instituir comissões técnicas com a função de colabo-rar para o cumprimento das suas atribuições, sistematizar as informações recebidas e sub-sidiar a elaboração dos relatórios anuais.

Art. 7o O regimento interno do Comitê de Articulação e Monitoramento do PLANAPIR será aprovado por maioria absoluta dos seus membros e disporá sobre a organização, for-ma de apreciação e deliberação das matérias, bem como sobre a composição e o funciona-mento das comissões técnicas.

Art. 8o Caberá à Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial prover o apoio administrativo e os meios ne-

Page 22: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Decreto nº 6.872, de 4 de junho de 2009

43

cessários à execução dos trabalhos do Co-mitê de Articulação e Monitoramento do PLA-NAPIR e das comissões técnicas.

Art. 9o As atividades dos membros do Comitê de Articulação e Monitoramento do PLANAPIR e das comissões técnicas são consideradas serviço público relevante não remunerado.

Art. 10. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 4 de junho de 2009; 188o da Inde-pendência e 121o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Dilma Rousseff

Este texto não substitui o publicado no DOU de 4.6.2009

Page 23: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Objetivos do Plano Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - PLANAPIR

45

Eixo 1: Trabalho e Desenvolvimento Econômico

I - promover a inclusão e a igualdade de oportunidades e de remuneração das popu-lações negra, indígena, quilombola e cigana no mercado de trabalho, com destaque para a juventude e as trabalhadoras domésticas;

II - promover a eqüidade de gênero, raça e etnia nas relações de trabalho e combater as discriminações ao acesso e na relação de emprego, trabalho ou ocupação;

III - combater o racismo nas instituições públicas e privadas, fortalecendo os mecanis-mos de fiscalização quanto à prática de dis-criminação racial no mercado de trabalho;

IV - promover a capacitação e a assistência técnica diferenciadas das comunidades ne-gras, indígenas e ciganas;

V - ampliar as parcerias dos núcleos de combate à discriminação e promoção da igual-dade de oportunidades, das superintendên-cias regionais do trabalho, com entidades e associações do movimento negro e com or-ganizações governamentais;

VI - capacitar gestores públicos para a incorporação da dimensão etnicorracial nas políticas públicas de trabalho e emprego;

VII - ampliar o apoio a projetos de econo-mia popular e solidária nos grupos produti-vos organizados de negros, com recorte de gênero e idade; e

VIII - propor sistema de incentivo fiscal para empresas que promovam a igualdade racial.

Eixo 2: Educação

I - estimular o acesso, a permanência e a melhoria do desempenho de crianças, ado-lescentes, jovens e adultos das populações negras, quilombolas, indígenas, ciganas e demais grupos discriminados, em todos os níveis, da educação infantil ao ensino supe-rior, considerando as modalidades de educa-ção de jovens e adultos e a tecnológica;

II - promover a formação de professores e profissionais da educação nas áreas temáti-cas definidas nas diretrizes curriculares nacio-nais para a educação das relações etnicor-raciais e para o ensino de história e cultura afro-brasileira ,africana e indígena;

III - promover políticas públicas para reduzir

a evasão escolar e a defasagem idade-série dos alunos pertencentes aos grupos etnicor-raciais discriminados;

IV - promover formas de combate ao anal-fabetismo entre as populações negra, indí-gena, cigana e demais grupos etnicorraciais discriminados;

V - elaborar projeto de lei com o objetivo de garantir às comunidades ciganas a equiva-lente prerrogativa de direito contida no art. 29 da Lei no 6.533, de 24 de maio de 1978, que garante a matrícula nas escolas públicas para profissionais que exercem atividade itinerante;

VI - promover a implementação da Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, e do dis-posto no art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, do Parecer CNE/CP 3/2004 e da Resolução CNE 01/2004, ga-rantindo seu amplo conhecimento pela popu-lação brasileira;

VII - promover e estimular a inclusão do quesito raça ou cor em todos os formulári-os de coleta de dados de alunos em todos os níveis dos sistemas de ensino, público e privado;

VIII - estimular maior articulação entre a in-stituição universitária e as comunidades tradi-cionais, proporcionando troca de saberes, de práticas e de experiências;

IX - estimular a adoção do sistema de reserva de vagas para negros e indígenas no

ingresso às universidades públicas;

X - apoiar a implantação de escolas públi-cas, de nível fundamental e médio, nas co-munidades quilombolas e indígenas, com ga-rantia do transporte escolar gratuito e demais benefícios previstos no plano de desenvolvim-ento da educação;

XI - apoiar as instituições públicas de edu-cação superior no desenvolvimento de pro-gramas e projetos de ensino, pesquisa e ex-tensão que contribuam para a implementação e para o impacto de políticas de ação afir-mativa para as populações negra, indígena e demais grupos étnicos sub-representados no ensino de terceiro grau; e

XII - fortalecer os conselhos sociais das instituições de ensino superior, com repre-sentantes de todos os segmentos envolvidos, para monitorar o Programa Universidade para Todos – ProUni, principalmente no que se relaciona à inclusão de jovens negros e in-dígenas.

Eixo 3: Saúde

I - ampliar a implementação da política na-cional de saúde integral da população negra;

II - promover a integralidade, com equidade, na atenção à saúde das populações negras, indígenas, ciganas e quilombolas;

III - fortalecer a dimensão etnicorracial no Sistema Único de Saúde, incorporando-a à

Page 24: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Objetivos do Plano Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - PLANAPIR

47

elaboração, implementação, controle social e avaliação dos programas desenvolvidos pelo Ministério da Saúde;

IV - aferir e combater o impacto bio-psi-cossocial do racismo e da discriminação na constituição do perfil de morbimortalidade da população negra;

V - promover ações que assegurem o au-mento da expectativa de vida e a redução da mortalidade da população negra e indígena;

VI - ampliar o acesso das populações neg-ra, indígena, cigana e quilombola, com quali-dade e humanização, a todos os níveis de atenção à saúde, priorizando a questão de gênero e idade;

VII – preservar o uso de bens materiais e imateriais do patrimônio cultural das comuni-dades quilombolas, indígenas, ciganas e de terreiro;

VIII - desenvolver medidas de promoção de saúde e implementar o programa saúde da família, nas aldeias indígenas, acampamentos ciganos e comunidades quilombolas;

IX - assegurar a implementação do pro-grama nacional de atenção integral às pes-

soas com doença falciforme e outras hemo-globinopatias;

X - desenvolver ações específicas de com-bate à disseminação de HIV/AIDS e demais DST junto às populações negras, indígenas e ciganas;

XI - disseminar informações e conhecimen-to junto às populações negras, indígenas e demais grupos etnicorraciais discriminados, sobre suas potencialidades e suscetibilidades em termos de saúde, e os conseqüentes ris-cos de morbimortalidade; e

XII - ampliar as ações de planejamento familiar, às comunidades de terreiros, quilom-bolas e ciganas.

Eixo 4: Diversidade Cultural

I - promover o respeito à diversidade cul-tural dos grupos formadores da sociedade brasileira e demais grupos etnicorraciais dis-criminados na luta contra o racismo, a xeno-fobia e as intolerâncias correlatas;

II - estimular a eliminação da veiculação de estereótipos de gênero, raça, cor e etnia nos meios de comunicação;

III - fomentar as manifestações culturais dos diversos grupos etnicorraciais brasileiros e ampliar sua visibilidade na mídia;

IV - consolidar instrumentos de preservação do patrimônio cultural material e imaterial dos diversos grupos étnicos brasileiros;

V - garantir as manifestações públicas de valorização da pluralidade religiosa no Brasil, conforme dispõe a Constituição;

VI - estimular a inclusão dos marcos históri-cos significativos das diversas etnias e gru-pos discriminados, no calendário festivo oficial brasileiro;

VII - apoiar a instituição do feriado nacio-nal no dia 20 de novembro, Dia da Consciên-cia Negra;

VIII - estimular a inclusão de critérios de concessões de rádio e televisão que garan-tam políticas afirmativas para negros, indí-genas, ciganos e demais representantes de minorias etnicorraciais brasileiras; e

IX - estimular a inclusão de cotas de repre-sentantes das populações negras, indígenas, ciganas e demais minorias étnicas, nas mí-dias, especialmente a televisiva e em peças publicitárias.

Eixo 5: Direitos Humanos e Segu-rança Pública

I - apoiar a instituição do Estatuto de Igual-dade Racial;

II - estimular ações de segurança pública voltadas para a proteção de jovens negros, indígenas, quilombolas e ciganos, contra a violência;

III - estimular os órgãos de segurança pública estadual a atuarem com eficácia na proteção das comunidades de terreiros, indí-genas, ciganas e quilombolas;

IV - combater todas as formas de abuso aos direitos humanos das mulheres negras, indígenas, quilombolas e ciganas;

V - estimular a implementação da política nacional de enfrentamento ao tráfico de pes-soas;

VI - combater a exploração do trabalho in-fantil, especialmente o doméstico, entre as crianças negras e indígenas;

VII - ampliar e fortalecer políticas públicas para reinserção social e econômica de ado-lescentes e jovens egressos, respectivamente, da internação em instituições sócio-educativas ou do sistema prisional;

VIII - combater os estigmas contra negros, índios e ciganos; e

IX - estimular ações de segurança que atendam à especificidade de negros, ciganos, indígenas, comunidades de terreiros e quilom-bolas.

Eixo 6: Comunidades Remanescentes de Quilombos

Page 25: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Objetivos do Plano Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - PLANAPIR

49

I - promover o desenvolvimento econômico sustentável das comunidades remanescentes de quilombos, inserido-as no potencial produ-tivo nacional;

II - promover o efetivo controle social das políticas públicas voltadas às comunidades remanescentes de quilombos;

III - promover a titulação das terras das co-munidades remanescentes de quilombos, em todo o País;

IV - promover a proteção das terras das comunidades remanescentes de quilombos;

V - promover a preservação do patrimônio ambiental e do patrimônio cultural, material e imaterial, das comunidades remanescentes de quilombos;

VI - promover a identificação e levantamen-to socioeconômico de todas as comunidades remanescentes de quilombos do Brasil;

VII - ampliar os sistemas de assistência técnica para fomentar e potencializar as ativi-dades produtivas das comunidades rema-nescentes de quilombos, visando o apoio à produção diversificada, seu beneficiamento e comercialização;

VIII - estimular estudos e pesquisas volta-dos às manifestações culturais de comuni-dades remanescentes de quilombos;

IX - estimular a troca de experiências cul-turais entre comunidades remanescentes de quilombos do Brasil e os países africanos; e

X - incentivar ações de gestão sustentável das terras remanescentes de quilombos e a consolidação de banco de dados das comuni-dades tradicionais.

Eixo 7: Povos IndígenasI - garantir a preservação do patrimônio

ambiental e do patrimônio cultural material e imaterial dos povos indígenas;

II - implementar ações para o etnodesen-volvimento dos povos indígenas, com especial atenção à mulher indígena;

III - promover a regularização das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios;

IV - apoiar a reformulação do Estatuto do Índio;

V - apoiar a criminalização dos atos racis-tas e discriminatórios em relação a indígenas e descendentes;

VI - desenvolver programas e projetos de apoio à produção e comercialização agrícola, pecuária, extrativista e artesanal de comuni-dades indígenas;

VII - diminuir a taxa de mortalidade materna indígena; e

VIII - promover a inclusão das comunidades indígenas nas ações de apoio à produção e comercialização da agricultura familiar.

Eixo 8: Comunidades Tradicionais de Terreiro

I - assegurar o caráter laico do Estado brasileiro;

II - garantir o cumprimento do preceito con-stitucional de liberdade de credo;

III - combater a intolerância religiosa;

IV - promover o respeito aos religiosos e aos adeptos de religiões de matriz africana no País, e garantir aos seus sacerdotes, cul-tos e templos os mesmos direitos garantidos às outras religiões professadas no País;

V - promover mapeamento da situação fundiária das comunidades tradicionais de ter-reiro;

VI - promover melhorias de infraestrutura nas comunidades tradicionais de terreiro; e

VII - estimular a preservação de templos certificados como patrimônio cultural.

Eixo 9: Política Internacional

I - aprimorar a articulação entre a política externa brasileira e as políticas nacionais de promoção da igualdade racial;

II - prosseguir com o fortalecimento da rela-ção com organismos internacionais de pro-teção aos direitos humanos;

III - fomentar o intercâmbio e a cooperação internacional de experiências em matéria de proteção e promoção dos direitos humanos;

IV - prosseguir na intensificação dos laços políticos, econômicos, comerciais e culturais com o Continente Africano e a América La-tina;

V - participar de foros permanentes sobre questões indígenas e apoiar as posições de consenso entre os povos indígenas brasileiros; e

VI - trabalhar para a adesão do Brasil aos seguintes instrumentos internacionais de pro-teção e promoção dos direitos humanos:

a) Convenção 138 e Recomendação 146 da OIT, que tratam da idade mínima para admissão no emprego;

b) Convenção Internacional para Proteção dos Direitos dos Migrantes e de suas Famí-lias, aprovada pela ONU em 1990; e

c) Convenção Interamericana sobre Desa-parecimentos Forçados de Pessoas, assinada

Page 26: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Objetivos do Plano Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - PLANAPIR

51

em Belém-PA em 9 de junho de 1994;

VII - participar, organizar, acompanhar e se-diar conferências e eventos de ações afirma-tivas de combate ao racismo e intolerâncias correlatas.

Eixo 10: Desenvolvimento Social e Segurança Alimentar

I - fortalecer as ações de combate à po-breza e à fome no Brasil, incorporando a per-spectiva etnicorracial e de gênero em todas as ações de assistência social, de segurança alimentar e nutricional, e nos programas de transferência condicionada de renda do Gov-erno Federal, com prioridade às mulheres chefes de família;

II - promover a igualdade de direitos no acesso ao atendimento sócio-assistencial, à segurança alimentar e nutricional e aos pro-gramas de transferência condicionada de ren-da, sem discriminação etnicorracial, cultural, de gênero, ou de qualquer outra natureza;

III - incorporar as necessidades das co-munidades indígenas, ciganas e negras nas diretrizes do planejamento das políticas de assistência social e de segurança alimentar e

nutricional;

IV - promover a articulação das políticas de assistência social, de renda de cidadania, de segurança alimentar e nutricional e de inclusão produtiva, voltadas a todos os seg-mentos etnicorraciais, nas diversas esferas de governo, com o setor privado e junto às enti-dades da sociedade civil;

V - desenvolver mecanismos de controle social de políticas, programas e ações de desenvolvimento social e combate à fome, garantindo a representação de todos os gru-pos étnico-raciais nas instâncias de controle social;

VI - garantir políticas de renda, cidadania, assistência social e segurança alimentar e nutricional para a população negra, quilom-bola, indígena, cigana, e de comunidades de terreiros;

VII - registrar identidade etnicorracial dos beneficiários nos diversos instrumentos de ca-dastro dos programas de assistência social, de segurança alimentar e de renda de cidada-nia;

VIII - fortalecer as interrelações do Con-selho Nacional de Segurança Alimentar e Nu-

tricional - CONSEA, organizado pelo Decreto no 6.272, de 23 de novembro de 2007, e com as entidades representativas de remanescen-tes de quilombos, povos indígenas, ciganos e comunidades de terreiros; e

IX - criar, fortalecer e ampliar programas e projetos de desenvolvimento social e se-gurança alimentar e nutricional, com ênfase nos saberes e práticas indígenas, ciganas, quilombolas, de contextos sócio-religiosos de matriz africana.

Eixo 11: Infraestrutura

I - assegurar o acesso da população neg-ra, indígena, quilombola e cigana, urbanas ou rurais, aos programas de política habitacional;

II - estabelecer política de promoção da igualdade racial nos programas de financia-mento de habitação, de interesse social, sob gestão do Governo Federal;

III - fornecer orientação técnica aos Mu-nicípios para que incluam no seu planeja-mento territorial áreas urbanas e rurais, os territórios quilombolas e as áreas de terreiro destinadas ao culto da religião de matriz af-ricana;

IV - promover eletrificação nas áreas hab-itadas pelas comunidades negras, quilombo-las e indígenas do meio rural; e

V - promover o saneamento básico nas áreas habitadas pelas comunidades negras e quilombolas.

Eixo 12: Juventude

I - ampliar as ações de qualificação pro-fissional e desenvolvimento humano voltadas aos jovens negros, especialmente nas áreas de grande aglomeração urbana;

II - promover ações de combate à violência contra a população negra, indígena e cigana jovens;

III - promover políticas públicas nas áreas de ciência, tecnologia e inovação que tenham como público alvo a juventude negra, indí-gena e cigano;

IV - assegurar a participação da juventude negra, indígena e cigana nos espaços institu-cionais e de participação social;

V - reduzir os índices de mortalidade de jovens negros, indígenas e ciganos;

VI - promover ações de reforço à cidadania e identidade do jovem, com ênfase na popu-lação negra; e

VII - apoiar ações afirmativas que objetivem ampliar o acesso e permanência do jovem negro, indígena e cigano na escola, notada-mente na universidade.

Page 27: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Portaria UNIPAMPA

53

Page 28: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Portaria UNIPAMPA

55

Page 29: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Portaria UNIPAMPA

57

Page 30: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira

Anexos

Portaria UNIPAMPA

59

Page 31: Comissão da História da África e Cultura Afro-Brasileira