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1 COMISSÃO DE DIREITO ADUANEIRO DA OAB/SP CARTILHA SOBRE ADMISSÃO TEMPORÁRIA AUTOR: Ilton Alexandre Elian Luz, advogado regularmente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção São Paulo sobre o número 302.637, Pós Graduado em Direito Marítimo e Portuário pela UNISANTOS e membro efetivo das Comissões de Direito Aduaneiro e Marítimo e Portuário desta Secção. INTRODUÇÃO: Cartilha sobre Admissão Temporária, que pertence ao instituto dos regimes aduaneiros especiais vigentes em nosso país. Esta Cartilha será dividida em tópicos para que possa ter uma diferenciação dos demais temas, além de um anexo a esta que é o texto oficial divulgado no sítio eletrônico da Receita Federal do Brasil que pode ser acessado através do link: http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/admissao-temporaria Esta Cartilha abordará a legislação que regula este instituto, sendo este necessariamente, mas não exclusivamente, o Regulamento Aduaneiro (Decreto 6.759/2009) e a Instrução Normativa RFB 1.600 de 14 de dezembro de 2015. Espero neste estudo abordar superficialmente, mas com clareza, o tema ora em discussão. São Paulo, Novembro de 2016.

COMISSÃO DE DIREITO ADUANEIRO DA OAB/SP CARTILHA …

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COMISSÃO DE DIREITO ADUANEIRO DA OAB/SP

CARTILHA SOBRE ADMISSÃO TEMPORÁRIA

AUTOR: Ilton Alexandre Elian Luz, advogado regularmente inscrito na Ordem dos

Advogados do Brasil, Secção São Paulo sobre o número 302.637, Pós Graduado em

Direito Marítimo e Portuário pela UNISANTOS e membro efetivo das Comissões de Direito

Aduaneiro e Marítimo e Portuário desta Secção.

INTRODUÇÃO:

Cartilha sobre Admissão Temporária, que pertence ao instituto dos regimes aduaneiros

especiais vigentes em nosso país.

Esta Cartilha será dividida em tópicos para que possa ter uma diferenciação dos demais

temas, além de um anexo a esta que é o texto oficial divulgado no sítio eletrônico da

Receita Federal do Brasil que pode ser acessado através do link:

http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/admissao-temporaria

Esta Cartilha abordará a legislação que regula este instituto, sendo este necessariamente,

mas não exclusivamente, o Regulamento Aduaneiro (Decreto 6.759/2009) e a Instrução

Normativa RFB 1.600 de 14 de dezembro de 2015.

Espero neste estudo abordar superficialmente, mas com clareza, o tema ora em

discussão.

São Paulo, Novembro de 2016.

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1 – DEFINIÇÃO:

Admissão temporária, como o próprio nome diz, é aceitar, receber, ter no país, algo que

no caso do estudo são mercadorias provenientes do exterior por prazo definido em lei ou

em contrato, com a suspensão total ou parcial do pagamento de tributos aduaneiros

incidentes na sua importação, sendo que só será finalizado o processo o procedimento de

retorno ocorrendo tempestivamente até o prazo definido.

Antes de adentrar ao tema, faz-se necessário esclarecer que a Admissão Temporária é

instituto de regimes especiais em vigor no país, regimes estes que são instituídos com a

finalidade de difundir e facilitar a entra e saída de bens com a suspensão total ou parcial

do pagamento de tributos aduaneiros incidentes na sua importação, desde que

cumpridos todos os requisitos e prazos para que possa usufruir destas benesses

governamentais.

São exemplos de outros regimes especiais1:

Depósito Afiançado: O regime aduaneiro especial de depósito afiançado é o

que permite a estocagem, com suspensão do pagamento dos impostos federais,

da contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação, de

materiais importados sem cobertura cambial, destinados à manutenção e ao

reparo de embarcação ou de aeronave pertencentes a empresa autorizada a

operar no transporte comercial internacional, e utilizadas nessa atividade.

Depósito Especial: O regime aduaneiro de depósito especial é o que permite a

estocagem de partes, peças, componentes e materiais de reposição ou

manutenção, com suspensão do pagamento dos impostos federais, da

contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação, para

veículos, máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, estrangeiros,

nacionalizados ou não, e nacionais em que tenham sido empregados partes,

1 As definições dos regimes transcritos neste tópico foram obtidas do sítio eletrônico da Receita Federal

do Brasil na data de 09/11/2016 através do link: http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/regimes-e-controles-especiais

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peças e componentes estrangeiros, nos casos definidos pelo Ministro de Estado

da Fazenda.

Drawback: O regime aduaneiro especial de drawback, instituído em 1966 pelo

Decreto Lei nº 37, de 21/11/66, consiste na suspensão ou eliminação de tributos

incidentes sobre insumos importados para utilização em produto exportado. O

mecanismo funciona como um incentivo às exportações, pois reduz os custos de

produção de produtos exportáveis, tornando-os mais competitivos no mercado

internacional.

Entreposto Aduaneiro: O regime especial de entreposto aduaneiro na

importação é o que permite a armazenagem de mercadoria estrangeira em

recinto alfandegado de uso público, com suspensão do pagamento dos impostos

federais, da contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação

incidentes na importação.

Exportação Temporária: O regime de exportação temporária é o regime

aduaneiro que permite a saída de mercadorias do País, com suspensão do

pagamento do imposto de exportação, condicionada ao seu retorno em prazo

determinado, no mesmo estado em que foram exportadas.

Lojas Francas: O regime aduaneiro especial de loja franca, mundialmente

conhecidas como Duty Free, permite a instalação de estabelecimento comercial

em portos ou em aeroportos alfandegados (zona primária) para vender

mercadoria nacional ou estrangeira a passageiro em viagem internacional, sem a

cobrança de tributos, contra pagamento em moeda nacional ou estrangeira.

RECOF: O Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle

Aduaneiro Informatizado (RECOF) é o que permite à empresa beneficiária

importar ou adquirir no mercado interno, com suspensão do pagamento de

tributos, mercadorias a serem submetidas a operações de industrialização de

produtos destinados à exportação ou mercado interno. É também permitido que

parte da mercadoria admitida no regime, no estado em que foi importada ou

depois de submetida a processo de industrialização, seja despachada para

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consumo. A mercadoria, no estado em que foi importada, poderá também ser

exportada, reexportada ou destruída.

Repetro: O Repetro é um regime aduaneiro especial de exportação e de

importação de bens que se destina às atividades de pesquisa e de lavra das

jazidas de petróleo e gás natural

REPEX: O regime aduaneiro especial de importação de petróleo bruto e seus

derivados - REPEX é o que permite a importação desses produtos, com

suspensão do pagamento dos impostos federais, da contribuição para o

PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação, para posterior exportação, no

mesmo estado em que foram importados.

REPORTO: O regime tributário para incentivo à modernização e à ampliação da

estrutura portuária - REPORTO é o que permite, na importação de máquinas,

equipamentos, peças de reposição e outros bens, a suspensão do pagamento do

imposto de importação, do imposto sobre produtos industrializados, da

contribuição para o PIS/PASEP-Importação e da COFINS-Importação, quando

importados diretamente pelos beneficiários do regime e destinados ao seu ativo

imobilizado para utilização exclusiva na execução de serviços.

Trânsito Aduaneiro: O regime especial de trânsito aduaneiro é o que permite o

transporte de mercadoria, sob controle aduaneiro, de um ponto a outro do

território aduaneiro, com suspensão do pagamento de tributos.

O regime aduaneiro especial de admissão temporária é o que permite a importação de

bens que devam permanecer no País durante prazo fixado, com suspensão total do

pagamento de tributos, ou com suspensão parcial, no caso de utilização econômica.

O regime aduaneiro especial de admissão temporária tem como condão a isenção total

ou parcial dos impostos que seriam pagos caso o importador realizasse esta operação

como uma importação normal.

São os seguintes, os impostos suspensos na sua totalidade ou parcialidade:

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Imposto de importação (II);

Imposto sobre produtos industrializados (IPI);

Contribuição para os programas de integração social e de formação do patrimônio

do servidor público incidente na importação de produtos estrangeiros ou serviços

(PIS/Pasep-Importação);

Contribuição social para o financiamento da seguridade social devida pelo

importador de bens estrangeiros ou serviços do exterior (Cofins-Importação);

Contribuição de intervenção no domínio econômico combustíveis (Cide-

Combustíveis); e

Adicional ao frete para renovação da Marinha Mercante (AFRMM).

Portanto, descrito suscintamente o que seria o regime aduaneiro especial de admissão

temporária, passa a fazer a sua divisão por modalidades, sendo estas:

Admissão temporária com suspensão total do pagamento de tributos;

Admissão temporária para utilização econômica, e;

Admissão temporária para aperfeiçoamento ativo.

2 – MODALIDADES:

Neste tópico faremos o destaque de cada uma das modalidades da admissão temporária

enquanto enquadrados no regime aduaneiro especial.

2.1 - ADMISSÃO TEMPORÁRIA COM SUSPENSÃO TOTAL DO PAGAMENTO DE

TRIBUTOS

A admissão temporária com suspensão total do pagamento dos tributos, como o próprio

nome diz, é aquela que permite a importação de bens que devam permanecer no País

durante prazo fixado, na forma e nas condições que serão descritas abaixo.

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Esta definição pode ser verificada no Decreto 6.759 de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

em seu artigo 3542 e no artigo 2º3 da Instrução Normativa 1.600 de 2015.

É de destaque que os bens, para serem admitidos sob este regime aduaneiro especial,

necessitam que estes estejam relacionados em ato normativo da Secretaria da Receita

Federal do Brasil e aos admitidos temporariamente ao amparo de acordos internacionais,

em conformidade com o quanto determinado no artigo 355 a 3574 do Regulamento

Aduaneiro.

O ato normativo que relaciona estes bens, hoje em vigor, é a Instrução Normativa 1.600

de 2015 que dispõe sobre a aplicação dos regimes aduaneiros especiais de admissão

2 Art. 354. O regime aduaneiro especial de admissão temporária com suspensão total do pagamento de

tributos permite a importação de bens que devam permanecer no País durante prazo fixado, na forma e

nas condições desta Seção (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 75, caput).

3 Art. 2º O regime aduaneiro especial de admissão temporária com suspensão total do pagamento de

tributos é o que permite a importação de bens que devam permanecer no País durante prazo fixado, com suspensão total do pagamento dos seguintes tributos incidentes na importação: I - imposto de importação (II); II - imposto sobre produtos industrializados (IPI); III - contribuição para os programas de integração social e de formação do patrimônio do servidor público incidente na importação de produtos estrangeiros ou serviços (PIS/Pasep-Importação); IV - contribuição social para o financiamento da seguridade social devida pelo importador de bens estrangeiros ou serviços do exterior (Cofins-Importação); V - contribuição de intervenção no domínio econômico combustíveis (Cide-Combustíveis); e VI – adicional ao frete para renovação da Marinha Mercante (AFRMM). 4 Art. 355. O regime poderá ser aplicado aos bens relacionados em ato normativo da Secretaria da

Receita Federal do Brasil e aos admitidos temporariamente ao amparo de acordos internacionais. § 1

o Os bens admitidos no regime ao amparo de acordos internacionais firmados pelo País estarão

sujeitos aos termos e prazos neles previstos. § 2

o A autoridade competente poderá indeferir pedido de concessão do regime, em decisão

fundamentada, da qual caberá recurso, na forma estabelecida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Art. 356. Os veículos matriculados em qualquer dos países integrantes do Mercosul, de propriedade de pessoas físicas residentes ou de pessoas jurídicas com sede social em tais países, utilizados em viagens de turismo, circularão livremente no País, com observância das condições previstas na Resolução do Grupo do Mercado Comum - GMC n

o 35, de 2002, internalizada pelo Decreto n

o 5.637, de 26 de

dezembro de 2005, dispensado o cumprimento de formalidades aduaneiras. Art. 357. Considera-se em admissão temporária, independentemente de qualquer procedimento administrativo, o veículo que ingressar no território aduaneiro a serviço de empresa estrangeira autorizada a operar, no Brasil, nas atividades de transporte internacional de carga ou passageiro. (Redação dada pelo Decreto nº 7.213, de 2010).

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temporária e de exportação temporária, sendo que esta norma revogou as anteriores e

compilou em uma só norma toda a sistemática dos regimes aduaneiros especiais, sendo

que esta relação de bens está descrita nos artigos 3º a 5º5 desta.

5 Art. 3º Poderão ser submetidos ao regime de admissão temporária com suspensão total do pagamento

de tributos incidentes na importação: I - bens destinados a eventos científicos, técnicos, políticos, educacionais, esportivos, religiosos, comerciais ou industriais; II - bens destinados à montagem, manutenção, conserto ou reparo de bens estrangeiros ou nacionalizados, autorizada a aplicação do regime a partes e peças destinadas à substituição exclusivamente em bens estrangeiros; III - bens destinados à homologação, ensaios, testes de funcionamento ou resistência, ou ainda a serem utilizados no desenvolvimento de produtos ou protótipos; IV - bens destinados à reposição temporária de bens importados, em virtude de garantia; V - bens destinados à reprodução de fonogramas e de obras audiovisuais, importados sob a forma de matrizes; VI - bens destinados à produção de obra audiovisual; VII - bens destinados à promoção comercial, inclusive amostras sem destinação comercial e mostruários de representantes comerciais; VIII - animais para exposições, feiras, pastoreio, adestramento, trabalho, cobertura e cuidados da medicina veterinária; e IX - veículos terrestres e embarcações de esporte e recreio, inclusive motos aquáticas, destinados ao uso particular de viajante não residente, transportados ao amparo de conhecimento de carga. Parágrafo único. O despacho aduaneiro dos bens previstos no inciso IX do caput será disciplinado na legislação específica que trata de bens de viajante. Art. 4º O disposto no art. 3º aplica-se ainda aos seguintes bens, que poderão ser objeto dos procedimentos simplificados estabelecidos nos arts. 19 a 36: I - bens destinados a projetos ou eventos de caráter cultural; II - bens destinados a competições e exibições desportivas internacionais, que tenham participantes residentes ou domiciliados no exterior; III - bens destinados às atividades de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico aprovadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) ou por instituições credenciadas pelo CNPq; IV - equipamentos de rádio, televisão e para a imprensa em geral; V - bens destinados a atividades clínicas e cirúrgicas prestadas gratuitamente em ação de caráter humanitário aprovada por órgão de saúde da administração pública direta que a promover; VI - bens destinados à assistência e salvamento em situações que causem dano ou ameaça de dano à coletividade ou ao meio ambiente; VII - bens destinados a eventos ou operações militares; VIII - bens destinados à realização de serviços de manutenção e reparo das usinas termonucleares da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), inclusive máquinas, equipamentos, aparelhos, partes, peças e ferramentas; IX - bens destinados à realização de serviços de lançamento de satélites, integração e testes de sistemas, subsistemas e componentes espaciais, previamente autorizados pela Agência Espacial Brasileira (AEB), inclusive máquinas, equipamentos, aparelhos, partes, peças e ferramentas destinados a garantir a operacionalidade do lançamento; X - bens destinados a atividades relacionadas com a intercomparação de padrões metrológicos aprovadas pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro); XI - veículos terrestres, exceto os previstos nos incisos V a VII do caput do art. 5º, destinados ao uso particular de viajante não residente;

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XII - embarcações de esporte e recreio, inclusive motos aquáticas, destinadas ao uso particular de viajante não residente; XIII - aeronaves civis estrangeiras que estejam em serviço aéreo não regular e não remunerado, nos termos do Decreto nº 97.464, de 20 de janeiro de 1989, inclusive no caso de deslocamento para aeródromo sob a jurisdição de outra unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) para serem submetidas a outra modalidade de despacho aduaneiro, destinadas ao uso particular de viajante não residente; XIV - bens relacionados com a visita de dignitários estrangeiros; e XV - bens integrantes de bagagem desacompanhada de estrangeiro que ingressar no País com visto temporário. Parágrafo único. O despacho aduaneiro dos bens previstos nos incisos XI a XV do caput será disciplinado em legislação específica que trate de bens de viajante. Art. 5º Serão automaticamente submetidos ao regime de admissão temporária com suspensão total do pagamento dos tributos, sem registro de declaração de importação: I - os veículos terrestres, aeronaves e embarcações utilizados no transporte internacional de carga ou passageiro, que ingressem no País exercendo essa atividade e as embarcações autorizadas a operar no transporte de cabotagem; II - as embarcações estrangeiras em viagem de cruzeiro pela costa brasileira, com escala em portos nacionais ou em cabotagem; III - as embarcações, aeronaves e outros bens destinados à realização de atividades de pesquisa e investigação, na plataforma continental e em águas sob jurisdição brasileira, autorizadas pela Marinha do Brasil, nos termos do Decreto nº 96.000, de 2 de agosto de 1988; IV - as embarcações destinadas à pesca, com autorização para operar nas zonas brasileiras de pesca, nos termos do Decreto nº 4.810, de 19 de agosto de 2003; V - os veículos terrestres, embarcações e aeronaves estrangeiros oficiais ou de uso militar, bem como aqueles para uso de dignitários estrangeiros em visita ao País; VI - os veículos terrestres e embarcações de esporte e recreio, matriculados em Estado-Parte do Mercosul, de propriedade de pessoas físicas estrangeiras residentes ou de pessoas jurídicas com sede social em tais países, utilizados em viagem de turismo, observadas as condições previstas na Resolução do Grupo Mercado Comum (GMC) nº 35, de 20 de junho de 2002; VII - o veículo terrestre estrangeiro, matriculado em país limítrofe, destinado ao uso particular de viajante não residente, desde que sua circulação fique adstrita ao perímetro urbano do município sede do ponto de fronteira alfandegado; VIII - os bens a serem utilizados em inspeção promovida pela Organização para Proibição de Armas Químicas (OPAQ), nos termos contidos na Convenção sobre a Proibição, Desenvolvimento, Produção, Estocagem e Uso de Armas Químicas e sobre a Destruição das Armas Químicas, Anexo sobre a Implementação e a Verificação, Parte II-Normas Gerais de Verificação, Seção B-Privilégios e Imunidades, promulgada pelo Decreto nº 2.977, de 1º de março de 1999; IX - as unidades de carga estrangeiras para utilização no transporte, inclusive o doméstico; X - os acessórios e equipamentos de unidade de carga admitida temporariamente, destinados à segurança, localização, preservação ou registro de condições de temperatura ou umidade, acompanhados ou não das unidades de carga de que trata o inciso IX; XI - os bens destinados ao acondicionamento, transporte, preservação, manuseio ou registro de variações de temperatura ou umidade de outros bens, desde que reutilizáveis e não destinados à comercialização; XII - os impressos, folhetos, catálogos, aplicativos para uso em informática e outros materiais relacionados à utilização dos bens admitidos no regime. § 1º O disposto no inciso IX do caput aplica-se também às unidades de carga vazias, de propriedade de empresa estrangeira, cujo transporte internacional tenha sido realizado mediante a emissão de conhecimento de carga, visando ao remanejamento de excedentes de outros países para atendimento à demanda de cargas de exportação do País.

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Certo que para a concessão deste regime devem ser observadas condições, tanto para o

importador, quanto para a mercadoria, e principalmente para o prazo ora concedido.

Os principais requisitos para a concessão estão descritos no artigo 6º6 da Instrução

Normativa 1.600 de 2015.

Destacando que se a mercadoria necessitar de prévia manifestação de outros órgãos da

administração pública, como exemplo liberação de remédios pela ANVISA, de

combustíveis pelo IBAMA e de animais pela VIGIAGRO, deve-se ter em mente que se faz

necessário a autorização antecipada da entrada destes bens por aqueles órgãos ou outro

que seja o responsável pelo licenciamento desta importação.

A importação de bens por este regime aduaneiro especial de admissão temporária com

suspensão total dos tributos pode ser requerida por qualquer pessoa física ou jurídica que

seja habilitada para realizar importações através do sistema SISCOMEX, mas para

aqueles que não podem ou não querem fazer esta habilitação há a possibilidade de

importação por conta e ordem ou por encomenda de terceiros.

A definição de quem pode proceder ao pedido para este regime está descrita no artigo

8º7 da Instrução Normativa 1.600 de 2015.

§ 2º Para efeitos do disposto no § 1º, o conhecimento de carga deverá estar consignado à empresa estrangeira proprietária ou detentora da posse do contêiner, ou à sua subsidiária representante no País. § 3º O despacho aduaneiro dos bens previstos nos incisos V a VIII do caput será disciplinado em legislação específica que trate de bens de viajante. 6 Art. 6º Para a concessão e aplicação do regime, deverão ser observadas as seguintes condições:

I - importação em caráter temporário, comprovada esta condição por qualquer meio julgado idôneo; II - importação sem cobertura cambial; III - adequação dos bens à finalidade para a qual foram importados; IV - utilização dos bens exclusivamente nos fins previstos, observado o termo final de vigência do regime; e V - identificação dos bens. 7 Art. 8º O regime será concedido a pessoa física ou jurídica que promova a importação do bem.

§ 1º O regime poderá ser concedido também aos seguintes beneficiários: I - entidade promotora do evento a que se destinam os bens; II - pessoa jurídica contratada como responsável pela logística e despacho aduaneiro dos bens;

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Em regra o prazo de vigência do regime é de 06 (seis) meses com prorrogação

automática de igual período, somando o total de 12 (doze) meses de regime aduaneiro

especial, conforme artigo 9º8 da Instrução Normativa 1.600 de 2015.

Mas há exceções a regra acima, que é o caso de documento que comprove que o

beneficiário vai necessitar do bem por período superior a 12 (doze) meses, mas limitado

ao máximo de permanência no país a 05 (cinco) anos sendo que este prazo pode ser

excepcionalmente prorrogado acima deste prazo em casos devidamente justificados com

base nos termos da Portaria MF nº 320, de 17 de outubro de 2006.

Ademais, há também as exceções do artigo 10 da referida Instrução Normativa que

delimita prazos alongados para os bens destinados à homologação, ensaios, testes de

funcionamento ou resistência, ou ainda a serem utilizados no desenvolvimento de

produtos ou protótipos, cujo prazo de vigência do regime será de até 5 (cinco) anos, e

em prazos mais exíguos com relação aos bens consumidos, cujo prazo de vigência do

regime será o prazo do evento ou operação, acrescido de 30 (trinta) dias, para fins de

sua extinção e também há diferenciação no prazo quanto aos equídeos importados para

participação em competições turfísticas, de hipismo e pólo, exposições e feiras, e

espetáculos circenses, cujo prazo de vigência corresponderá ao prazo do evento acrescido

de no máximo 60 (sessenta) dias para fins de extinção do regime.

Nesta modalidade de importação com os impostos suspensos em sua totalidade o

importador, quando da formalização e concessão do regime, assumirá o montante dos

tributos que seriam incidentes e que estão suspensos através de um Termo de

III - órgão de saúde da administração pública direta que promover a ação humanitária ou a entidade não governamental por ele autorizada, na hipótese de importação dos bens previsto no inciso V do caput do art. 4º; ou IV - tomador de serviços no País. 8 Art. 9º O prazo de vigência do regime será de 6 (seis) meses, prorrogável automaticamente por mais 6

(seis) meses.

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Responsabilidade (TR) que faz parte integrante da declaração de importação. Aqui foi

uma novidade trazida pela Instrução Normativa 1.600 de 2015 que extinguiu a figura

apartada do Termo de Responsabilidade, figura esta que onerava e burocratizava o

sistema. Sendo certo que não que ser prestada garantia sobre o valor do montante dos

tributos suspensos, em conformidade com o artigo 129 da referida Instrução Normativa.

Os procedimentos para a formalização do pedido estão descritos nos artigos 13 a 18 da

referida Instrução Normativa, sendo que há procedimentos simplificados que estão

descritos entre os artigos 19 a 23 da mesma norma.

Como procedimento simplificado acima explanado, entendesse este com a utilização de

Declaração Simplificada de Importação (DSI) por formulário de papel, neste caso pode

haver uma discrepância no pensamento, tendo em vista que a declaração informatizada

deveria ser a mais ágil, mas nesse caso em comento não o é, tendo em vista que na

apresentação da DSI formulário o importador deixa de fornecer diversos itens declarativos

da mercadoria, não sendo necessário a descrição completa da mercadoria com todas as

características necessárias à sua classificação fiscal como espécie, marca comercial,

modelo, nome comercial ou científico e outros atributos que, à vista do caso concreto,

sejam essenciais para sua identificação no momento da extinção do regime, onde, nesta

DSI Formulário será necessário apenas a descrição do bem (nome), apor seu peso e seu

valor, facilitando, a depender do tipo de embarque e da urgência na liberação destas

mercadorias, a utilização da DSI Formulário (papel) se presta como a melhor opção para

a liberação destas mercadorias, tendo em vista que a grande maioria das mercadorias

que ingressam no país sob este regime, vem com o fim de show ou evento que não pode

perder o “dead line”, pois se isso ocorrer trará enorme prejuízo para todos os envolvidos.

Outras peculiaridades deste regime é que os bens ou suas partes e peças podem ser

substituídas por outras idênticas sem alteração do enquadramento e sem suspensão ou

9 Art. 12. Não será exigida prestação de garantia na admissão temporária com suspensão total do

pagamento de tributos.

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interrupção da contagem do prazo de vigência, ademais pode, na vigência do regime ser

alteradas a finalidade e o beneficiário do regime, devendo ser feito por requerimento e

este ser deferido pela autoridade fazendária.

Este regime, para que possa ser finalizado com as benesses fiscais que foram concedidas

quando da concessão, este tem que ser feito dentro do prazo de concessão do regime e

da seguinte forma:

Reexportação: esta é a modalidade de saída dos bens do território nacional,

podendo ser realizada de forma parcial, mas que a sua totalidade seja feita dentro

do prazo concessivo;

Entrega à RFB, livres de quaisquer despesas, desde que o titular da unidade

concorde em recebê-los: é o caso de doação do bem para União ou outro órgão

vinculado, desde que seja autorizado pela autoridade que concedeu o regime;

Destruição sob controle aduaneiro, às expensas do beneficiário: esta previsão

serve para situações específicas, sendo sabido que eventual resíduo da destruição,

se economicamente utilizável, deverá ser reexportado ou despachado para

consumo, como se tivesse sido importado no estado em que se encontre.;

Transferência para outro regime aduaneiro especial, nos termos da legislação

específica; ou

Despacho para consumo é o ato de nacionalizar a mercadoria importada, sendo

que nesta modalidade todos os impostos deverão ser recolhidos, exceção feita

quando há alguma normativa mantendo as benesses para o não recolhimento

dos impostos (exemplo desta exceção foram os benefícios fiscais concedidos as

empresas que realizaram a Copa do Mundo FIFA 2014 realizada no Brasil através

da Lei 12.350 de 20 de dezembro de 2010).

Ademais, caso o beneficiário pelo regime descumpra o prazo ora concedido para os

permanecerem no país ou se utilizou de forma diversa daquela em que o regime foi

deferido, sobre este descumprimento, que é o que chamamos de Intempestividade, gera

multa no importe de 10% sobre o valor aduaneiro do bem.

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Se ainda assim, após o prazo de 30 (trinta) dias o beneficiário não providenciou a

reexportação nem o despacho para consumo do bem, sobre este incidirá a cobrança de

todos os impostos que foram suspensos com a incidência de juros e de uma multa no

importe de 75% sobre a totalidade ou diferença de impostos que deveriam ser

recolhidos, este procedimento é realizado através de abertura de um processo

administrativo de cobrança, que chamamos usualmente da execução do Termo de

Responsabilidade que é aceito quando da importação do bem e faz parte integrante da

Declaração de Importação.

Este procedimento de cobrança dos tributos que foram suspensos está previsto no artigo

5310 da Instrução Normativa 1.600 de 2015.

Acima foi destacado resumidamente o que seria o regime aduaneiro especial de admissão

temporária com suspensão total dos tributos, passando agora a dizer sobre os demais

institutos descritos na introdução desta cartilha.

2.2 - ADMISSÃO TEMPORÁRIA PARA UTILIZAÇÃO ECONÔMICA

Como o próprio nome diz, neste regime aduaneiro especial há a cobrança de tributos de

forma proporcional ao tempo em que a mercadoria permanecer sendo utilizada.

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Art. 53. Decorrido o prazo de 30 (trinta) dias da intimação para reexportar ou despachar para consumo, previsto no § 1º do art. 51, e não tendo sido adotada nenhuma das providências previstas, o beneficiário ficará sujeito, além da multa prevista no §2º do art. 51: I - à cobrança dos tributos com pagamento suspenso, acrescidos de juros de mora, contados a partir da data do registro da declaração que serviu de base para a admissão dos bens no regime; e II - ao lançamento da multa de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição, prevista no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. § 1º O crédito tributário constituído no TR será exigido nos termos da legislação específica. § 2º Depois da realização dos procedimentos previstos nos incisos I e II do caput, o Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil designado procederá à extinção de ofício do regime, por meio de informação no dossiê digital de atendimento da conversão da admissão temporária em importação definitiva. § 3º A eventual saída do País dos bens despachados para consumo, nos termos do § 2º, fica condicionada à formalização dos procedimentos de exportação.

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Está prevista na referida Instrução Normativa 1.600 a partir do seu artigo 5611 ao 77,

onde no primeiro artigo temos a sua conceituação.

A proporcionalidade é feita computando como mês inteiro e cada mês que o bem

permanecer em território nacional corresponderá a 1% (um por cento) sobre o total dos

impostos federais que deveriam ser recolhidos se importação regular fosse.

Este recolhimento deve ser feito quando da concessão do regime, e a cada prorrogação,

se ocorrer, devem ser pagos os impostos correspondentes ao período solicitado e

concedido respeitando o importe de 1% ao mês.

E no caso de uma extinção do regime antecipada, ou seja, o pagamento foi feito para

certo período e não foram totalmente utilizados, os impostos recolhidos e não utilizados

serão restituídos ao beneficiário do regime.

O prazo do regime será de até 100 (cem) meses, corroborando com a divisão mensal de

cobrança de 1% sobre o valor dos tributos ora suspensos.

Neste regime aduaneiro especial há a exigência de garantia sobre os impostos que foram

suspensos, previsão que não consta na admissão temporária com suspensão total dos

tributos, em conformidade com o artigo 6012 da Instrução Normativa RFB 1.600 de 2015.

Ademais, este regime comporta exceção quanto à cobrança dos tributos, sendo estes

isentos nos casos do §4º13 do artigo 56 da referida Instrução acima.

11

Art. 56. O regime aduaneiro especial de admissão temporária para utilização econômica é o que permite a importação de bens destinados à prestação de serviços a terceiros ou à produção de outros bens destinados à venda, por prazo fixado, com pagamento dos tributos federais incidentes na importação, proporcionalmente a seu tempo de permanência no território aduaneiro. 12

Art. 60. Será exigida a prestação de garantia em valor equivalente ao montante dos tributos suspensos. § 1º A garantia poderá ser prestada, a critério do importador, sob a forma de: I - depósito em dinheiro; II - fiança idônea; ou III - seguro aduaneiro.

15

Igual exceção se faz para a não obrigatoriedade de prestação de garantia, que está

prevista no §4º14 do artigo 60 da Instrução Normativa 1.600 de 2015.

Os demais procedimentos, tais como extinção e descumprimento do regime, utilizam os

mesmos requisitos já estudados na admissão temporária com suspensão total dos

tributos acima.

2.3 - DA ADMISSÃO TEMPORÁRIA PARA APERFEIÇOAMENTO ATIVO

A admissão para aperfeiçoamento ativo é o que permite o ingresso, para permanência

temporária no País, com suspensão do pagamento de tributos de bens estrangeiros ou

desnacionalizados, destinados a operações de aperfeiçoamento ativo e posterior

reexportação conforme artigo 78 da Instrução Normativa RFB 1.600 de 2015 que regula

o instituto do regime da admissão temporária vigente em nosso país.

13

§ 4º O pagamento proporcional previsto no caput não se aplica aos seguintes bens, que serão submetidos ao regime de admissão temporária para utilização econômica com suspensão total do pagamento dos tributos incidentes na importação: I - para serem utilizados em projetos específicos decorrentes de acordos internacionais firmados pelo Brasil; II - até 31 de dezembro de 2020, quando: a) destinados às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e de gás natural, nos termos da norma específica que disciplina o regime aduaneiro especial de exportação e de importação de bens destinados às atividades de pesquisa e de lavra das jazidas de petróleo e de gás natural (Repetro); ou b) tratar-se de máquinas, equipamentos, aparelhos, instrumentos e ferramentas, inclusive sobressalentes, destinados às atividades de transporte, movimentação, transferência, armazenamento ou regaseificação de gás natural liquefeito; e III - até 4 de outubro de 2023, quando destinados à utilização econômica por empresa que se enquadre nas disposições do Decreto-Lei nº 288, de 28 de fevereiro de 1967, durante o período de sua permanência na Zona Franca de Manaus. 14

§ 4º Será dispensada a garantia: I - quando o montante dos tributos com pagamento suspenso for inferior a R$ 100.000,00 (cem mil reais); ou II - quando se tratar de importação realizada por: a) órgão ou entidade da administração pública direta, autárquica ou fundacional, da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios; b) missão diplomática, repartição consular de caráter permanente ou representação de organismo internacional de que o Brasil seja membro; ou c) pessoa jurídica habilitada ao Despacho Aduaneiro Expresso (Linha Azul) e as empresas certificadas como Operador Econômico Autorizado (OEA).

16

Este instituto do aperfeiçoamento ativo possui características próprias, devendo ser

seguidos os ditames do artigo 7915 da Instrução acima indicada.

O prazo deste regime será aquele previsto no contrato de prestação de serviço celebrado

entre o importador e a pessoa estrangeira, prorrogável na medida da extensão do prazo

estabelecido no contrato, sendo que neste regime também não há a figura da garantia

dos impostos ora suspensos, igual benesse dada ao regime aduaneiro especial de

admissão temporária com suspensão total dos tributos.

Neste caso, tanto a prorrogação, extinção e descumprimento do regime são os mesmo

mesmos requisitos já estudados na admissão temporária com suspensão total dos

tributos acima.

3 – DO ICMS INCIDENTE SOBRE ESTES REGIMES ADUANEIROS ESPECIAIS

Os bens em admissão temporária gozam da suspensão dos tributos federais (I.I., IPI,

PIS/PASEP e COFINS), sendo que em âmbito estadual, o bem importado sob o regime

aduaneiro de admissão temporária, com suspensão total dos impostos federais incidentes

na importação goza de isenção do ICMS, de acordo com o Anexo I, artigo 37, VI, do

RICMS/SP e Convênio ICMS 58/99.

Também haverá suspensão dos tributos federais na admissão temporária para

aperfeiçoamento ativo, onde o bem importado estará sujeito a beneficiamento,

montagem, renovação, recondicionamento, acondicionamento, reacondicionamento,

conserto, reparo ou restauração.

Já na admissão temporária de bens destinados à utilização econômica no País o Estado

de São Paulo determinava que, havendo o pagamento proporcional dos tributos federais, 15

Art. 79. Para a concessão e aplicação do regime, além do disposto no art. 6º, deverão ser observadas as seguintes condições básicas: I - os bens devem ser de propriedade de pessoa sediada no exterior e admitidas sem cobertura cambial; II - o beneficiário deve ser seja pessoa jurídica sediada no País; e III - a operação deve estar prevista em contrato de prestação de serviço.

17

incidiria integralmente o ICMS, de acordo com a Decisão Normativa CAT 04/01. Contudo,

a partir de 01/11/04, com a publicação do Decreto nº 49.069/04, foi inserido o artigo 3816

no Anexo II do RICMS/SP que, com base no Convênio ICMS 58/99, instituiu o cálculo

proporcional do ICMS no Estado de São Paulo, reduzindo a base de cálculo na mesma

proporção utilizada para os tributos federais (I.I., IPI, PIS/PASEP e COFINS).

Alguns Estados já permitiam o cálculo proporcional do ICMS na admissão temporária para

utilização econômica, fundamentados no Convênio ICMS 58/99, tais como Rio de Janeiro

(Livro XI, artigo 13, do RICMS/RJ), Minas Gerais (Anexo IV, Parte 1, item 28, do

RICMS/MG) e Santa Catarina (Anexo 2, artigo 28, do RICMS/SC).

De qualquer forma, trata-se de mais um avanço na legislação paulista sobre o ICMS que

moderniza a tributação estadual ao torná-la mais compatível com a legislação aduaneira e

com a tributação federal, facilitando e incentivando a atividade produtiva nacional.

4 – LEGISLAÇÃO:

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

Instrução Normativa RFB nº 1.600, de 14 de dezembro de 2015

RICMS 2000 - Atualizado até o Decreto 62.246, de 31-10-2016

16

Artigo 38 (REGIME DE ADMISSÃO TEMPORÁRIA) - Fica reduzida a base de cálculo do imposto incidente no desembaraço aduaneiro decorrente de importação do exterior de bens destinados à prestação de serviços ou à fabricação de outros bens de capital, sob amparo do Regime Aduaneiro Especial de Admissão Temporária previsto em legislação federal específica, de forma que a tributação seja equivalente àquela adotada para cobrança dos tributos federais e desde que (Convênio ICMS-58/99, cláusula segunda): (Artigo acrescentado pelo Decreto 49.069 de 25-10-2004; DOE 26-10-2004; produzindo efeitos em relação às operações realizadas a partir do 1º dia do mês subseqüente ao da publicação I - a incidência do imposto seja proporcional ao tempo efetivo de permanência do bem no país; II - sejam observados: a) o disposto no § 1º do artigo 2º deste regulamento; b) as condições previstas na legislação federal relativa ao Regime Aduaneiro Especial de Admissão Temporária; III - o desembarque e o desembaraço aduaneiro sejam efetuados neste Estado. Parágrafo único - A inobservância ou o descumprimento de qualquer das condições estabelecidas neste artigo implicará na exigência integral do imposto devido desde a data do desembaraço, com os acréscimos legais cabíveis.

18

5 – CONCLUSÃO:

Portanto, feito aqui uma explanação sucinta dos regimes aduaneiros especiais de

admissão temporária vigentes em nosso país, estes servem para facilitar a importação de

certos bens para fins definidos, e que, se não houvesse estas benesses tornariam a sua

importação inviável.

Certo é que o legislador busca, a cada nova vigência da Instrução Normativa, facilitar

ainda mais a forma desta importação, quando este coloca o texto base para consulta

pública e os contribuintes têm a oportunidade de prestar sua contribuição enviando

questionamentos e alterações à nova legislação, um avanço de nossa Receita Federal

com a abertura de mais um canal de comunicação com o contribuinte, que é o

verdadeiro usuário dos serviços públicos.

19

Anexo Único – Texto compilado do sítio eletrônico da Receita Federal do

Brasil através do link:

http://idg.receita.fazenda.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/admissao-

temporaria

1.1 Conceito

1.1.1 ADMISSÃO TEMPORÁRIA COM SUSPENSÃO TOTAL DE TRIBUTOS

O regime aduaneiro especial de admissão temporária com suspensão total do

pagamento de tributos é o que permite a importação de bens que devam

permanecer no País durante prazo fixado, com suspensão total do pagamento

dos tributos incidentes na importação (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art.

75, Decreto nº 6.759, de 2009, art. 353; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 2º).

As importações amparadas pelo regime aduaneiro especial de admissão

temporária com suspensão total do pagamento de tributos encontram-se dentro

do campo de incidência dos tributos sobre o comércio exterior, não obstante a

exigibilidade permaneça suspensa.

O regime aduaneiro especial de admissão temporária, com suspensão total do

pagamento de tributos está regulamentado no Decreto nº 6.759, de 2009,

Capítulo III, artigos 353 a 372.

1.1.2 TRIBUTOS SUSPENSOS

I - Imposto de Importação - II (Decreto-lei nº 37, de 1966, art. 75);

II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI-Importação (Decreto-lei nº

37, de 1966, art. 75);

III - Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do

Patrimônio do Servidor Público incidente na importação de produtos

estrangeiros ou serviços - PIS/PASEP-Importação (Lei nº 10.865, de 2004, art.

14);

20

IV - Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo

importador de bens estrangeiros ou serviços do exterior - COFINS-Importação

(Lei nº 10.865, de 2004, art. 14);

V - Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico Combustíveis - Cide-

Combustíveis (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 354 e IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 2º);

VI – Adicional ao Frete para Renovação da Marinha Mercante (Lei nº 10.893, de

2004, arts. 14, inc. V, alínea “c”, e 15).

Nos casos de extinção do regime de admissão temporária, apenas a

reexportação dos bens é hipótese de isenção do AFRMM. Na transferência para

outro regime aduaneiro especial, esse tributo continua suspenso, cabendo a

sua exigência para as demais modalidades de extinção, exceto nos casos de

isenção prevista em lei (Lei nº 10.893, de 2004, arts. 14, inc. V, alínea “c”, e

15).

Além desses, de acordo com o Convênio ICMS nº 58, de 1999, ficam os Estados

e o Distrito Federal autorizados a conceder isenção do ICMS incidente no

desembaraço aduaneiro de mercadoria ou bem importado sob o amparo do

regime aduaneiro especial de admissão temporária.

1.1.3 LICENÇA DE IMPORTAÇÃO

Quando se tratar de bens cuja importação está sujeita à prévia manifestação de

outros órgãos da administração pública, a concessão do regime dependerá da

satisfação desse requisito ou da obtenção da licença de importação

correspondente (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 359, § 1º; IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 6º, § 2º; Portaria Secex nº 23, de 2011, art. 13, § 2º).

O tratamento administrativo aplicável na admissão de bens admitidos

temporariamente no País para utilização econômica será o mesmo exigido para

uma operação de importação definitiva, salvo nos casos estabelecidos em ato

normativo da Secretaria de Comércio Exterior (Decreto nº 6.759, de 2009, art.

373-A).

21

A licença de importação exigida para a concessão do regime não prevalecerá

para efeito de nacionalização e despacho para consumo dos bens (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 359, § 2º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 47, § 1º).

1.1.1.4 BENS CONSUMÍVEIS

O regime de admissão temporária não se aplica a bens consumíveis porque não

atendem ao requisito do caráter temporário da importação, exceto nas

hipóteses previstas no artigo 21 da IN RFB nº 1.600, de 2015.

LEGISLAÇÃO

Lei nº 10.893, de 2004

Lei nº 10.865, de 2004

Decreto-lei nº 37, de 1966

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

Convênio ICMS nº 58, de 1999

IN RFB nº 1.600, de 2015

1.2 Hipóteses

O regime de admissão temporária com suspensão total pode ser aplicado nas

hipóteses a seguir relacionadas, classificadas em três grupos, de acordo com os

procedimentos do despacho aduaneiro. As formalidades, os prazos e as

especificidades de cada hipótese estão apresentados em quadros

sinópticos que podem ser acessados a partir dos links representados pelo

título de cada grupo.

1.2.1 Procedimentos Gerais (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 3º):

I - bens destinados a eventos científicos, técnicos, políticos, educacionais,

esportivos, religiosos, comerciais ou industriais;

22

II - bens destinados à montagem, manutenção, conserto ou reparo de bens

estrangeiros ou nacionalizados, autorizada a aplicação do regime a partes e

peças destinadas à substituição exclusivamente em bens estrangeiros;

III - bens destinados à homologação, ensaios, testes de funcionamento ou

resistência, ou ainda a serem utilizados no desenvolvimento de produtos ou

protótipos;

IV - bens destinados à reposição temporária de bens importados, em virtude

de garantia;

V - bens destinados à reprodução de fonogramas e de obras audiovisuais,

importados sob a forma de matrizes;

VI - bens destinados à produção de obra audiovisual;

VII - bens destinados à promoção comercial, inclusive amostras sem

destinação comercial e mostruários de representantes comerciais;

VIII - animais para exposições, feiras, pastoreio, adestramento, trabalho,

cobertura e cuidados da medicina veterinária; e

IX - veículos terrestres e embarcações de esporte e recreio, inclusive motos

aquáticas, destinados ao uso particular de viajante não residente, transportados

ao amparo de conhecimento de carga.

1.2.2 Procedimentos Simplificados (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 4º):

I - bens destinados a projetos ou eventos de caráter cultural;

II - bens destinados a competições e exibições desportivas internacionais, que

tenham participantes residentes ou domiciliados no exterior;

III - bens destinados às atividades de pesquisa científica e desenvolvimento

tecnológico aprovadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq), pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) ou por

instituições credenciadas pelo CNPq;

IV - equipamentos de rádio, televisão e para a imprensa em geral;

23

V - bens destinados a atividades clínicas e cirúrgicas prestadas gratuitamente

em ação de caráter humanitário aprovada por órgão de saúde da administração

pública direta que a promover;

VI - bens destinados à assistência e salvamento em situações que causem

dano ou ameaça de dano à coletividade ou ao meio ambiente;

VII - bens destinados a eventos ou operações militares;

VIII - bens destinados à realização de serviços de manutenção e reparo das

usinas termonucleares da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA),

inclusive máquinas, equipamentos, aparelhos, partes, peças e ferramentas;

IX - bens destinados à realização de serviços de lançamento de satélites,

integração e testes de sistemas, subsistemas e componentes espaciais,

previamente autorizados pela Agência Espacial Brasileira (AEB), inclusive

máquinas, equipamentos, aparelhos, partes, peças e ferramentas destinados a

garantir a operacionalidade do lançamento;

X - bens destinados a atividades relacionadas com a intercomparação de

padrões metrológicos aprovadas pelo Instituto Nacional de Metrologia,

Qualidade e Tecnologia (Inmetro);

XI - veículos terrestres, exceto os previstos nos incisos V a VII do caput do art.

5º, destinados ao uso particular de viajante não residente;

XII - embarcações de esporte e recreio, inclusive motos aquáticas, destinadas

ao uso particular de viajante não residente;

XIII - aeronaves civis estrangeiras que estejam em serviço aéreo não regular e

não remunerado, nos termos do Decreto nº 97.464, de 20 de janeiro de 1989,

inclusive no caso de deslocamento para aeródromo sob a jurisdição de outra

unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) para serem

submetidas a outra modalidade de despacho aduaneiro, destinadas ao uso

particular de viajante não residente;

XIV - bens relacionados com a visita de dignitários estrangeiros; e

XV - bens integrantes de bagagem desacompanhada de estrangeiro que

ingressar no País com visto temporário.

24

1.2.3 Admissão Automática (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 5º):

I - os veículos terrestres, aeronaves e embarcações utilizados no transporte

internacional de carga ou passageiro, que ingressem no País exercendo essa

atividade e as embarcações autorizadas a operar no transporte de cabotagem;

II - as embarcações estrangeiras em viagem de cruzeiro pela costa brasileira,

com escala em portos nacionais ou em cabotagem;

III - as embarcações, aeronaves e outros bens destinados à realização de

atividades de pesquisa e investigação, na plataforma continental e em águas

sob jurisdição brasileira, autorizadas pela Marinha do Brasil, nos termos

do Decreto nº 96.000, de 2 de agosto de 1988;

IV - as embarcações destinadas à pesca, com autorização para operar nas

zonas brasileiras de pesca, nos termos do Decreto nº 4.810, de 19 de agosto

de 2003;

V - os veículos terrestres, embarcações e aeronaves estrangeiros oficiais ou de

uso militar, bem como aqueles para uso de dignitários estrangeiros em visita ao

País;

VI - os veículos terrestres e embarcações de esporte e recreio, matriculados

em Estado-Parte do Mercosul, de propriedade de pessoas físicas estrangeiras

residentes ou de pessoas jurídicas com sede social em tais países, utilizados em

viagem de turismo, observadas as condições previstas na Resolução do Grupo

Mercado Comum (GMC) nº 35, de 20 de junho de 2002;

VII - o veículo terrestre estrangeiro, matriculado em país limítrofe, destinado

ao uso particular de viajante não residente, desde que sua circulação fique

adstrita ao perímetro urbano do município sede do ponto de fronteira

alfandegado;

VIII - os bens a serem utilizados em inspeção promovida pela Organização

para Proibição de Armas Químicas (OPAQ), nos termos contidos na Convenção

sobre a Proibição, Desenvolvimento, Produção, Estocagem e Uso de Armas

Químicas e sobre a Destruição das Armas Químicas, Anexo sobre a

25

Implementação e a Verificação, Parte II-Normas Gerais de Verificação, Seção B-

Privilégios e Imunidades, promulgada pelo Decreto nº 2.977, de 1º de março

de 1999;

IX - as unidades de carga estrangeiras para utilização no transporte, inclusive o

doméstico;

X - os acessórios e equipamentos de unidade de carga admitida

temporariamente, destinados à segurança, localização, preservação ou registro

de condições de temperatura ou umidade, acompanhados ou não das unidades

de carga de que trata o inciso IX;

XI - os bens destinados ao acondicionamento, transporte, preservação,

manuseio ou registro de variações de temperatura ou umidade de outros bens,

desde que reutilizáveis e não destinados à comercialização;

A Nota Coana nº 78/2016 esclarece sobre a inaplicabilidade de Admissão

Temporária a sacos de matérias têxteis (NCM 6305.10.00), usados

como embalagem de produtos destinados à exportação.

XII - os impressos, folhetos, catálogos, aplicativos para uso em informática e

outros materiais relacionados à utilização dos bens admitidos no regime.

1.3 Condições e Beneficiários

1.3.1 CONDIÇÕES PARA A CONCESSÃO E APLICAÇÃO DO REGIME

As seguintes condições devem ser observadas, cumulativamente, para fins de

concessão e aplicação do regime (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 358 e

363; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 6º):

I - importação em caráter temporário, comprovada esta condição por qualquer

meio julgado idôneo;

II - importação sem cobertura cambial;

III - adequação dos bens à finalidade para a qual foram importados;

IV - utilização dos bens exclusivamente nos fins previstos, em conformidade

com o prazo de permanência no regime;

26

V - identificação dos bens; e

VI - constituição das obrigações fiscais em termo de responsabilidade.

O regime restringe-se às hipóteses e modalidades previstas na legislação e

aplica-se a bens que ingressam no país para desempenhar uma finalidade

específica por tempo predeterminado.

O caráter temporário relaciona-se ao ânimo de permanência do bem no País.

Não cabe a solicitação de aplicação do regime a um bem que seja importado

com ânimo definitivo, exceção dada aos bens de uso próprio do imigrante, que

podem permanecer no regime de admissão temporária enquanto este não

obtiver o visto permanente. Também não se aplica a admissão temporária a

bens que serão consumidos na vigência do regime, salvo quando houver

expressa permissão legal, como é o caso das hipóteses previstas no art. 21

da IN RFB nº 1.600, de 2015.

As operações de admissão temporária são efetuadas sem cobertura cambial,

tendo em vista não se tratar de transação de compra e venda que implique a

transferência de divisas para o exterior em pagamento da mercadoria.

Durante a vigência, o beneficiário se responsabiliza pelo atendimento dos

requisitos de aplicação do regime, sobretudo a utilização dos bens na finalidade

para a qual foram importados. O beneficiário também se obriga a tomar as

providências para a extinção do regime antes do termo final do prazo fixado

pela autoridade aduaneira para a permanência dos bens no País.

A identificação do bem destina-se a permitir o controle da aplicação do regime

durante seu prazo de vigência, bem como sua adequada extinção.

A identificação do bem deverá ser efetuada pelo interessado mediante

descrição detalhada e completa em campo próprio na DSI/DI, contendo todas

as características necessárias à sua classificação fiscal, espécie, marca

comercial, modelo, nome comercial ou científico, a indicação de seu estado, se

novo ou usado e outros atributos que, à vista de caso concreto, sejam

essenciais para sua identificação no momento da extinção do regime (Lei nº

27

10.833, de 2003, art. 69, § 2º, inciso III; Decreto nº 6.759, de 2009, art. 363,

§ único; IN SRF nº 680, de 2006, art. 25, parágrafo único; IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 6º, § 1º).

O montante dos tributos incidentes na importação, com pagamento suspenso

em decorrência da aplicação do regime de admissão temporária será

consubstanciado em Termo de Responsabilidade (TR).

Não será exigida prestação de garantia na admissão temporária com suspensão

total do pagamento de tributos.

Quando se tratar de bens cuja importação está sujeita à prévia manifestação de

outros órgãos da administração pública, a concessão do regime dependerá da

satisfação desse requisito ou da obtenção da licença de importação

correspondente (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 359, § 1º; IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 6º, § 2º; Portaria Secex nº 23, de 2011, art. 13, § 2º).

1.3.2 BENEFICIÁRIOS DO REGIME

Em regra, o regime aduaneiro especial de admissão temporária será concedido

à pessoa física ou jurídica que promova a importação do bem (IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 8º, caput).

O regime de admissão temporária com suspensão total dos tributos poderá ser

concedido também às seguintes pessoas jurídicas (IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 8º, § 1º):

I - entidade promotora do evento a que se destinam os bens;

II - pessoa jurídica contratada como responsável pela logística e despacho

aduaneiro dos bens;

III - órgão de saúde da administração pública direta que promover a ação

humanitária ou a entidade não governamental por ele autorizada, na hipótese

de importação dos bens previsto no inciso V do caput do art. 4º; ou

IV - tomador de serviços no País.

28

A entidade promotora de evento pode solicitar a concessão do regime em

seu nome para bens destinados a participantes de feiras, exposições,

congressos, espetáculos, manifestações públicas, eventos científicos, técnicos,

políticos, educacionais, religiosos, artísticos, culturais, esportivos, comerciais ou

industriais promovidos pela própria entidade.

A entidade deverá comprovar que é a promotora do evento e que atua em

nome de participante do referido evento.

A operadora logística pode solicitar a concessão do regime em seu nome

para bens destinados a participantes de feiras, exposições, congressos,

espetáculos, manifestações públicas, eventos científicos, técnicos, políticos,

educacionais, religiosos, artísticos, culturais, esportivos, comerciais ou

industriais.

A operadora deverá comprovar que foi contratada pelo expositor, promotor ou

organizador do evento, sediados ou não no País, e que os bens a serem

admitidos enquadram-se em uma das hipóteses de admissão temporária da IN

RFB nº 1.600, de 2015.

O tomador de serviços pode solicitar a concessão do regime em seu nome

para bens trazidos por viajante e destinados a prestação de serviços para o

solicitante.

LEGISLAÇÃO

Lei nº 10.833, de 2003

Decreto nº 8.010, de 2013

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN SRF nº 680, de 2006

Portaria Secex nº 23, de 2011

1.4 Prazo

29

1.4.1 PRAZO DE VIGÊNCIA DO REGIME

O prazo de vigência do regime compreende o período entre a data do

desembaraço aduaneiro da declaração de importação de admissão temporária e

o termo final do prazo fixado pela autoridade aduaneira para permanência dos

bens no País, considerados, inclusive, os prazos de prorrogação, quando for o

caso (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 360).

O prazo de vigência do regime de admissão temporária com suspensão total de

tributos será de 6 (seis) meses, prorrogável automaticamente por mais 6

(seis) meses (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 9º). Se o beneficiário não

promover a extinção ao fim do primeiro período de 6 (seis) meses, o bem

entrará em prorrogação automática, sem a necessidade de qualquer

providência do beneficiário.

O interessado poderá requerer a concessão do regime com prazo inicial maior

do que 12 (doze) meses, limitado ao máximo de 5 (cinco) anos, desde que

esse prazo esteja previsto no contrato ou documento que ateste a natureza da

importação (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 9º, parágrafo único).

Quando lei ou acordo internacional estabelecerem hipóteses especiais relativas

ao regime de admissão temporária, prevalecerão os prazos neles contidos,

aplicando-se o disposto na IN RFB nº 1.600, de 2015, subsidiariamente, no que

couber (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 119).

O prazo do regime de admissão temporária dos bens previstos nos incisos XI a

XV do artigo 4º da IN RFB nº 1.600, de 2015, será disciplinado em legislação

específica que trate de bens de viajante (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 4º,

parágrafo único).

1.4.2 SITUAÇÕES ESPECÍFICAS QUANTO AO PRAZO DO REGIME

Na hipótese de bens destinados à homologação, ensaios, testes de

funcionamento ou resistência, ou ainda a serem utilizados no desenvolvimento

de produtos ou protótipos, o prazo de vigência será de até 5 (cinco) anos (IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 10, inciso I);

30

Na hipótese de equídeos importados para participação em competições

turfísticas, de hipismo e pólo, exposições e feiras, e espetáculos circenses, o

prazo de vigência do regime corresponderá ao prazo do evento acrescido de no

máximo 60 (sessenta) dias para fins de extinção do regime (IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 10, inc. III).

Na hipótese de bens consumíveis, cujo regime tenha sido concedido com base

no artigo 21 da IN RFB nº 1.600, de 2015, o despacho para consumo dos bens

consumidos será promovido no prazo de 30 (trinta) dias, contados do prazo do

término do evento ou operação (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 10, inc. II).

Na hipótese de partes e peças para substituição em bens estrangeiros

submetidos ao regime de admissão temporária, o prazo do regime será o

mesmo concedido ao bem a que se destinam, prorrogável na mesma medida.

As partes e peças admitidas em substituição assumirão o lugar das

originalmente admitidas no regime, para fins de continuidade do regime (IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 44, §4º).

A extinção do regime para as partes e peças substituídas poderá ser efetuada

em conjunto com o bem a que se destinavam (IN RFB nº 1.600, de 2015, art.

44, § 3º).

LEGISLAÇÃO

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

1.5 Termo de Responsabilidade e Garantia

1.5.1 CONSTITUIÇÃO DO TERMO DE RESPONSABILIDADE

O Termo de Responsabilidade (TR) é o documento no qual serão constituídas

obrigações fiscais cujo adimplemento fica suspenso pela aplicação dos regimes

aduaneiros especiais (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 72, caput; Decreto nº

6.759, de 2009, art. 758).

31

O Termo de Responsabilidade é título representativo de direito líquido e certo

da Fazenda Nacional com relação às obrigações fiscais nele constituídas

(Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 72, § 2º, Decreto nº 6.759, de 2009, art.

760).

O montante dos tributos federais incidentes na importação, com pagamento

suspenso em decorrência da aplicação do regime aduaneiro de admissão

temporária, será consubstanciado em Termo de Responsabilidade (TR), a ser

constituído na própria declaração de importação ou no documento que servir de

base para a admissão no regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 11, §1º).

O TR apresentado para fins de concessão da admissão temporária acobertará

todo o prazo de vigência do regime, entendido como o período compreendido

entre a data do desembaraço aduaneiro e o termo final do prazo fixado pelo

Auditor-Fiscal da RFB para permanência dos bens no País, considerado,

inclusive, o prazo de prorrogação, quando for o caso (IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 11, §3º).

Na hipótese de substituição de beneficiário ou outra situação em que o termo

de responsabilidade não possa ser inserido na declaração de importação, o

interessado deve apresentar termo avulso.

Do TR não constarão valores de penalidades pecuniárias decorrentes da

aplicação de multas de ofício, que serão objeto de lançamento específico, no

caso de descumprimento do regime pelo beneficiário (IN RFB nº 1.600,de 2015,

art. 11, §2º).

Está dispensada a apresentação do TR nas hipóteses de concessão automática

do regime de admissão temporária, previstas na IN RFB nº 1.600, de 2015, art.

5º.

1.5.2 SUBSCRIÇÃO DO TERMO DE RESPONSABILIDADE

O TR poderá ser subscrito pelo (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 809):

I - dirigente ou empregado com vínculo empregatício exclusivo com o

interessado, munido de mandato que lhe outorgue plenos poderes para o

32

mister, sem cláusulas excludentes da responsabilidade do outorgante mediante

ato ou omissão do outorgado, no caso de operações efetuadas por pessoas

jurídicas de direito privado;

II - funcionário ou servidor, especialmente designado, no caso de operações

efetuadas por órgão da administração pública direta ou autárquica, federal,

estadual ou municipal, missão diplomática ou repartição consular de país

estrangeiro ou representação de órgãos internacionais;

III - próprio interessado, no caso de operações efetuadas por pessoas físicas; e

IV - despachante aduaneiro, em qualquer caso.

O representante legal (despachante aduaneiro) ou preposto responsável pelo

registro da DI deverá dispor de procuração do interessado em que conste

cláusula expressa específica para subscrição do TR (Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 808, §1º).

1.5.3 FORMALIZAÇÃO DO TERMO DE RESPONSABILIDADE

O importador ou seu representante legal expressamente autorizado por

procuração deverá redigir o TR no campo "Informações Complementares" da

declaração registrada no Siscomex (DI ou DSI).

Nos casos em que o Despacho Aduaneiro for realizado com base em DSI

formulário, o TR deverá constar no campo "Informações Complementares" do

referido documento. Caso não haja espaço disponível neste campo, sugere-se

escrevê-lo em seu verso.

Em qualquer hipótese, o TR será constituído na declaração ou no documento

que servir de base para a admissão no regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art.

11, §1º).

Caso o TR não conste do documento base do despacho aduaneiro de admissão

temporária do bem, o Auditor-Fiscal da RFB deverá interrompê-lo, com

exigência de retificação, sob pena de indeferimento do pleito, por não

atendimento de condição para aplicação do regime (Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 363, inciso II, IN SRF nº 680, de 2006, 25, inc. III).

33

Cabe ressaltar que a ausência de TR no campo apropriado da DI não enseja a

incidência da multa por omissão de informação necessária à determinação do

procedimento de controle aduaneiro, uma vez que se trata de um documento

necessário para a concessão do regime, e não um dado a ser fornecido à RFB

(Decreto nº 6.759, de 2009, art. 363, inciso II e art. 711, caput, inc. III, e §

1º).

Na admissão temporária de partes e peças para substituição de outras partes e

peças em bens estrangeiros que estejam submetidos ao regime de admissão

temporária para utilização econômica, caso ainda não tenha sido providenciada

a extinção parcial para a parte ou peça a ser substituída, deverá constar no

campo informações complementares da declaração de importação um termo de

responsabilidade específico no qual o importador se comprometa a adotar as

providências de reexportação, destruição ou despacho para consumo da peça a

ser substituída, no prazo de 30 (trinta) dias da data do desembaraço do bem

admitido para substituição (IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 16 e 17).

Em caso de mudança de beneficiário, caberá a este apresentar TR na forma de

documento escrito a ser juntado ao novo dossiê digital de atendimento

(DDA) formado em seu nome para controle da admissão temporária, tornando-

se integralmente responsável pelos tributos suspensos e o cumprimento das

condições do regime, uma vez que está dispensado o registro de nova

declaração de importação (IN RFB nº 1.600,de 2015, art. 42, §1º e §3º).

1.5.4 EXIGÊNCIA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO CONSTITUÍDO NO TR

Descumprido o compromisso assumido no TR, o crédito tributário nele

constituído será objeto de exigência fiscal, com os acréscimos legais cabíveis

(Decreto nº 6.759, de 2009, art. 760, parágrafo único).

Quando os bens admitidos no regime forem danificados, em virtude de sinistro,

o valor do crédito tributário poderá ser reduzido proporcionalmente ao

montante do prejuízo, a pedido do beneficiário, instruído com laudo pericial do

órgão oficial competente, do qual deverão constar as causas e os efeitos do

34

sinistro, que demonstre não haver culpa ou dolo do beneficiário (Decreto nº

6.759, de 2009, arts. 365 e 369, inc. V).

Os procedimentos para a exigência do crédito tributário seguem rito próprio,

definido no Decreto nº 6.759, de 2009, artigos 761 a 765, e disciplinado pela IN

SRF nº 117, de 2001.

O TR será liquidado à vista dos elementos constantes da DI/DSI a que estiver

vinculado e o DDA de controle do regime será revisado, para fins de ratificação

ou liquidação do crédito, definindo os valores dos tributos a serem exigidos

(Decreto nº 6.759, de 2009, art. 765).

Na hipótese de dispensa de TR ou de exigência de crédito tributário apurado

em procedimento posterior à sua formalização, em decorrência de aplicação de

penalidade ou de ajuste no cálculo de tributo devido, será formalizado auto de

infração, lavrado por Auditor-Fiscal da RFB, observando-se o disposto

no Decreto nº 70.235, de 1972, que regulamenta o Processo Administrativo

Fiscal (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 766).

Ver neste Manual o tópico 1.10.3.1 Cobrança dos Tributos Suspensos.

1.5.5 BAIXA DO TR

Extinta a aplicação do regime especial de admissão temporária com suspensão

total, considera-se baixado o TR (IN RFB nº 1.600, de 2015 art. 122).

1.5.6 DISPENSA DA GARANTIA

Não será exigida prestação de garantia na admissão temporária com suspensão

total do pagamento de tributos (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 12).

LEGISLAÇÃO

Decreto-Lei nº 37, de 1966

Decreto nº 70.235, de 1972

Decreto nº 6.759, de 2009

IN RFB nº 1.600, de 2015

35

IN SRF nº 680, de 2006

IN SRF nº 117, de 2001

1.6 Concessão

1.6.1 Procedimentos Gerais

1.6.1.1 Dossiê Digital de Atendimento (DDA)

O importador deverá solicitar a formação de dossiê digital de atendimento

(DDA) com a juntada do requerimento de admissão temporária (RAT)

previamente ao registro da declaração de importação, em qualquer unidade da

RFB.

O DDA deverá ser apresentado conforme o disposto na IN RFB nº 1.412, de

2013, e dirigido à unidade da RFB onde será efetuado o despacho aduaneiro de

admissão no regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 13).

No RAT, o interessado deverá indicar o enquadramento do pedido, o prazo

pretendido para o regime e a descrição da finalidade de utilização do bem.

O número do DDA deverá constar do campo de informações complementares

da Declaração Simplificada de Importação (DSI) ou em campo próprio, quando

se tratar de Declaração de Importação - DI (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 14,

parágrafo único).

O controle do regime será integralmente realizado por meio do DDA, no

sistema e-Processo.

O DDA não se confunde com o dossiê do sistema Visão Integrada de Comércio

Exterior (dossiê Vicomex). No caso de admissão temporária efetuada com base

em DI, para fins de atendimento das obrigações perante à RFB, é necessário

apenas a anexação eletrônica do RAT ao dossiê Vicomex.

LEGISLAÇÃO

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN RFB nº 1.412, de 2013

36

1.6.1.2 Despacho Aduaneiro

O despacho aduaneiro na concessão do regime de admissão temporária rege-se

pelas normas gerais do despacho de importação e pelas normas específicas do

despacho de admissão temporária estabelecidas pela IN RFB nº 1.600, de

2015, que disciplina a aplicação do regime (IN SRF nº 680, de 2006, arts. 1º e

2º).

A análise do cabimento do regime será realizada no curso da conferência

aduaneira e sua concessão será efetuada mediante o desembaraço aduaneiro

do bem (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 15).

A competência para a concessão do regime e a fixação do prazo de

permanência dos bens no País é do Auditor-Fiscal da RFB responsável pelo

despacho aduaneiro (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 360; IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 15).

O despacho aduaneiro de importação no regime de admissão temporária

poderá ser efetuado com base em Declaração Simplificada de Importação (DSI)

ou em Declaração de Importação (DI), registradas no Siscomex, a critério do

interessado, exceto no caso de despacho antecipado, que deverá ser efetuado

com base em DI (IN SRF nº 680, de 2006, art. 1º, caput e § 2º; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 14).

O controle do regime será realizado por meio de dossiê digital de

atendimento (DDA), cujo número deverá constar do campo de informações

complementares da DSI ou em campo próprio, quando se tratar de DI.

O DDA não se confunde com o dossiê vinculado à DI no âmbito do sistema

Vicomex (dossiê Vicomex). No caso de admissão temporária efetuada com base

em DI, para fins de atendimento das obrigações perante à RFB, é necessário

apenas a anexação eletrônica do RAT ao dossiê Vicomex.

1.6.1.2.1 EXAME DOCUMENTAL

O exame documental no despacho para admissão temporária segue as normas

do despacho de importação, constantes do Manual de Importação.

37

Destina-se a verificar a integridade dos documentos apresentados, a exatidão e

correspondência das informações prestadas na declaração de importação em

relação àquelas constantes dos documentos que a instruem, inclusive no que se

refere à descrição, origem e ao valor aduaneiro dos bens, e o cumprimento

dos requisitos de ordem legal ou regulamentar correspondentes à admissão

temporária.

Para tanto, deverão também ser observadas as orientações constantes nos

seguintes tópicos deste Manual de Admissão Temporária:

1.3 Condições e Beneficiários;

1.4 Prazo; e

1.5 Termo de Responsabilidade e Garantia.

Para o início do exame documental, o dossiê digital de atendimento deverá

ser instruído com os seguintes documentos, de acordo com a IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 15 § 1º:

I - instrumento de contrato que ampara a importação, celebrado entre o

importador e a pessoa estrangeira, quando aplicável;

II - conhecimento de carga ou documento equivalente, exceto quando se tratar

de mercadoria transportada para o País em modal aquaviário e acobertada por

Conhecimento Eletrônico (CE), na forma prevista na IN RFB nº 800, de 2007;

III - romaneio de carga (packing list), quando aplicável;

IV - outros documentos que comprovem a adequação do pedido ao

enquadramento proposto, se necessário; e

V - outros documentos exigidos em decorrência de acordos internacionais ou de

legislação específica, quando aplicável.

No caso de inexistência de contrato formal, o beneficiário deverá apresentar

documento ou conjunto de documentos que atestem a natureza da importação,

identificando os bens a serem admitidos e seus respectivos valores, bem como

seu prazo de permanência no País, por exemplo, correspondência, cronograma

de execução de contrato, contrato de compra e venda que já preveja a

38

admissão posterior de outros bens para fins de manutenção do bem admitido

anteriormente etc. (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 15, §2º).

Não cabe apresentação de fatura comercial no despacho aduaneiro de

admissão temporária, uma vez que não se trata de uma operação de compra e

venda de mercadorias (IN SRF nº 680, de 2006, art. 18, § 2º, inc. II, alínea

“a”).

Os documentos em língua estrangeira apresentados para instrução do despacho

são dispensados de tradução juramentada e de registro em cartório de títulos e

documentos, podendo ser solicitada tradução simples, a critério do Auditor-

Fiscal da RFB designado, quando necessário para a compreensão de seu teor

(IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 120).

1.6.1.2.2 VERIFICAÇÃO FÍSICA

A verificação física no despacho para admissão temporária rege-se pelas

mesmas normas do despacho para consumo, constantes do Manual de

Importação.

Regra geral, está sujeito a verificação física o bem objeto de DI selecionada

para canal vermelho ou cinza.

No caso de DI selecionada para o canal amarelo, o Auditor-Fiscal da RFB

responsável pela análise do cabimento do regime poderá determinar

a verificação física dos bens, visando obter elementos para sua perfeita

identificação e quantificação, confirmar sua classificação fiscal, origem, estado

de novo ou usado, adequação à finalidade para a qual foram importados, bem

como demais atributos essenciais à sua individualização no momento da

extinção do regime (IN SRF nº 680, de 2006, art. 25, parágrafo único;IN RFB

nº 1.600, de 2015, art. 6º).

É facultado ao Auditor-Fiscal da RFB responsável pelo despacho solicitar laudo

técnico a fim de confirmar a identificação ou quantificação da mercadoria (IN

SRF nº 680, de 2006, art. 29, §§ 2º e 3º).

39

A verificação física poderá ser realizada por amostragem de volumes e

embalagens com base nos procedimentos previstos na NE Coana nº 5, de

2013 (IN SRF nº 680, de 2006, art. 36).

1.6.1.2.3 DESEMBARAÇO ADUANEIRO

O desembaraço aduaneiro configura a concessão do regime e define o termo

inicial do prazo de vigência (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 360; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 15).

O beneficiário será cientificado do termo final do prazo de vigência do regime,

preferencialmente por via eletrônica, através do e-Processo.

O prazo de vigência concedido para o regime pode ser distinto do requerido,

caso o Auditor-Fiscal da RFB responsável pelo despacho, mediante a análise

dos documentos instrutivos do DDA, conclua que o interessado não faz jus ao

prazo solicitado no RAT.

LEGISLAÇÃO

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro);

IN RFB nº 1.600, de 2015;

IN SRF nº 680, de 2006;

IN SRF nº 611, de 2006;

NE Coana n.º 5, de 2013.

1.6.1.3 Indeferimento do Pedido de Concessão

No caso de não atendimento dos requisitos e condições para a concessão ou

aplicação do regime de admissão temporária com suspensão total, o pedido

será indeferido.

Através de despacho decisório fundamentado, anexado ao dossiê digital de

atendimento (DDA) vinculado à DSI/DI, o interessado será cientificado do

indeferimento do pedido de concessão do regime e intimado a manifestar-se

por escrito, no prazo de 10 (dez) dias, sobre o novo tratamento a ser dado ao

40

bem ou a apresentar recurso voluntário (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 355, §

2º e IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 18 e 121).

O importador poderá solicitar que o bem objeto de requerimento de admissão

temporária indeferido seja despachado para consumo, devolvido ao exterior ou

ingresse em outro regime aduaneiro especial.

1.6.1.3.1 RECURSO VOLUNTÁRIO

Da decisão de indeferimento do pedido de concessão do regime que envolver

razões de legalidade e mérito caberá, no prazo de 10 (dez) dias contado da

ciência dessa decisão, apresentação de recurso voluntário dirigido à autoridade

aduaneira que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de 5

(cinco) dias, o encaminhará ao titular da respectiva unidade da RFB (IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 121).

Da decisão denegatória expedida pelo titular da unidade da RFB caberá recurso

no prazo de 10 (dez) dias da ciência dessa decisão, que se não for

reconsiderada no prazo de 5 (cinco) dias, o recurso será encaminhado em

instância final à Superintendência com jurisdição sobre a unidade da RFB (Lei

nº 9.784, de 1999, art. 59; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 121, caput e

parágrafo único).

Ver neste Manual o tópico 1.11 Recurso.

1.6.1.3.2 CANCELAMENTO DA DI

Após a apresentação da manifestação do importador sobre a destinação do

bem objeto de requerimento de admissão temporária indeferido ou da decisão

definitiva sobre o recurso apresentado, a declaração de importação será

cancelada ( IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 18, parágrafo único).

LEGISLAÇÃO

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro);

IN RFB nº 1.600, de 2015;

IN SRF nº 680, de 2006.

41

1.6.2 Procedimentos Simplificados

1.6.2.1 HIPÓTESES DE UTILIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO

SIMPLIFICADO

Os procedimentos simplificados na concessão do regime, por meio da utilização

da DSI formulário de que trata o art. 4º da IN SRF nº 611, de 2006, será

aplicada nas seguintes hipóteses (IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 4º e 19):

I - bens destinados a projetos ou eventos de caráter cultural;

II - bens destinados a competições e exibições desportivas internacionais, que

tenham participantes residentes ou domiciliados no exterior;

III - bens destinados às atividades de pesquisa científica e desenvolvimento

tecnológico aprovadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq), pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) ou por

instituições credenciadas pelo CNPq;

IV - equipamentos de rádio, televisão e para a imprensa em geral;

V - bens destinados a atividades clínicas e cirúrgicas prestadas gratuitamente

em ação de caráter humanitário aprovada por órgão de saúde da administração

pública direta que a promover;

VI - bens destinados à assistência e salvamento em situações que causem dano

ou ameaça de dano à coletividade ou ao meio ambiente;

VII - bens destinados a eventos ou operações militares;

VIII - bens destinados à realização de serviços de manutenção e reparo das

usinas termonucleares da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA),

inclusive máquinas, equipamentos, aparelhos, partes, peças e ferramentas; e

IX - bens destinados à realização de serviços de lançamento de satélites,

integração e testes de sistemas, subsistemas e componentes espaciais,

previamente autorizados pela Agência Espacial Brasileira (AEB), inclusive

máquinas, equipamentos, aparelhos, partes, peças e ferramentas destinados a

garantir a operacionalidade do lançamento.

Em casos específicos, mediante justificativa encaminhada pelo chefe da unidade

local ao Coordenador-Geral de Administração Aduaneira, poderá ser autorizada

42

a aplicação dos procedimentos simplificados, por meio da utilização de DSI

formulário, nas seguintes hipóteses (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 19, § 1º) :

I - bens destinados a eventos científicos, técnicos, políticos, educacionais,

esportivos, religiosos, comerciais ou industriais;

II - bens destinados à montagem, manutenção, conserto ou reparo de bens

estrangeiros ou nacionalizados, autorizada a aplicação do regime a partes e

peças destinadas à substituição exclusivamente em bens estrangeiros;

III - bens destinados à homologação, ensaios, testes de funcionamento ou

resistência, ou ainda a serem utilizados no desenvolvimento de produtos ou

protótipos;

IV - bens destinados à reposição temporária de bens importados, em virtude de

garantia;

V - bens destinados à reprodução de fonogramas e de obras audiovisuais,

importados sob a forma de matrizes;

VI - bens destinados à produção de obra audiovisual;

VII - bens destinados à promoção comercial, inclusive amostras sem destinação

comercial e mostruários de representantes comerciais; e

VIII - animais para exposições, feiras, pastoreio, adestramento, trabalho,

cobertura e cuidados da medicina veterinária.

A entrada, a circulação e a saída do País dos bens provenientes de um Estado

Parte do Mercosul ou de extra-zona que forem destinados a atividades de

intercomparação metrológicas, aprovadas pelo Inmetro serão efetuadas com

base na Declaração Aduaneira para Ingresso e Circulação de Padrões

Metrológicos, conforme modelo constante no Anexo II da(IN RFB nº 1.600, de

2015.

O regime poderá ser concedido ainda aos bens consumíveis, estritamente

vinculados aos eventos ou operações, nas seguintes hipóteses (IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 21):

I - bens destinados a projetos ou eventos de caráter cultural;

43

II - bens destinados a competições e exibições desportivas internacionais, que

tenham participantes residentes ou domiciliados no exterior;

III - bens destinados às atividades de pesquisa científica e desenvolvimento

tecnológico aprovadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq), pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) ou por

instituições credenciadas pelo CNPq;

V - bens destinados a atividades clínicas e cirúrgicas prestadas gratuitamente

em ação de caráter humanitário aprovada por órgão de saúde da administração

pública direta que a promover;

VI - bens destinados à assistência e salvamento em situações que causem dano

ou ameaça de dano à coletividade ou ao meio ambiente;

VII - bens destinados a eventos ou operações militares;

VIII - bens destinados à realização de serviços de manutenção e reparo das

usinas termonucleares da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA),

inclusive máquinas, equipamentos, aparelhos, partes, peças e ferramentas; e

IX - bens destinados à realização de serviços de lançamento de satélites,

integração e testes de sistemas, subsistemas e componentes espaciais,

previamente autorizados pela Agência Espacial Brasileira (AEB), inclusive

máquinas, equipamentos, aparelhos, partes, peças e ferramentas destinados a

garantir a operacionalidade do lançamento.

Nas hipóteses acima, o despacho para consumos dos bens que tenham sido

efetivamente consumidos deverá ocorrer em até 30 (trinta) dias do término do

evento ou operação (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 21).

1.6.2.2 DOSSIÊ DIGITAL DE ATENDIMENTO

Será necessária a formalização de dossiê digital de atendimento

(DDA) previamente ao registro da DSI (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 13 e

19).

Exceção: não é necessário formalizar dossiê na hipótese de admissão de bens

destinados a atividades relacionadas com a intercomparação de padrões

44

metrológicos aprovadas pelo Instituto de Metrologia, Qualidade e Tecnologia

(Inmetro) (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 4º, inciso X, e art. 19, caput e §7º).

Ver neste Manual o tópico 1.6.1.1 Dossiê Digital de Atendimento.

1.6.2.3 DESPACHO ADUANEIRO

O despacho aduaneiro poderá ser efetuado com base em DSI formulário,

aplicando-se, no que couber, os procedimentos constantes do tópico 1.6.1.2

Despacho Aduaneiro, exceto quando disposto de forma distinta neste tópico.

O formulário Demonstrativo de Cálculo dos Tributos, constante do Anexo IV

da IN SRF nº 611, de 2006, poderá ser substituído por relação que contenha

descrição, quantidade e valores dos bens a serem admitidos ao regime. Essa

relação poderá ser apresentada em português, em idioma oficial do Acordo

Geral sobre Tarifas e Comércio (Inglês, Espanhol e Francês) ou se em outro

idioma, acompanhada de tradução em língua portuguesa, a critério do Auditor-

Fiscal da RFB responsável pelo despacho aduaneiro (IN RFB nº 1.600, de 2015,

art.19, § 3º e §4º).

Caso o bem esteja sujeito a controle administrativo, a DSI formulário somente

será registrada depois de manifestação favorável do órgão anuente

competente, em campo próprio da DSI ou em documento específico emitido

por esse órgão (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 20).

1.6.2.4 PROCEDIMENTOS SIMPLIFICADOS - REGRAS ESPECÍFICAS

Além dos procedimentos acima, deverão ser observadas as orientações

constantes dos seguintes tópicos:

Bens destinados a projetos ou eventos de caráter cultural (IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 4º, inc. I);

Bens destinados a pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico (IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 4º, inc. III);

Bens destinados a manutenção e reparo na Central Nuclear Almirante Álvaro

Alberto (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 4º, inc. VIII);

45

Bens destinados às atividades de lançamento de satélites (IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 4º, inc. IX);

Bens destinados a atividades relacionadas com a intercomparação de padrões

metrológicos (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 4º, inc. X).

1.6.2.5 INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE CONCESSÃO

No caso de indeferimento, aplicam-se os procedimentos constantes do

tópico 1.6.1.3 Indeferimento do Pedido de Concessão.

LEGISLAÇÃO

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN SRF nº 611, de 2006

1.7 Prorrogação

1.7.1 Apresentação do pedido

Nos casos em que o regime com suspensão total de tributos tiver sido

concedido por 6 (seis) meses, prorrogáveis automaticamente por mais 6 (seis)

meses, fica dispensada a apresentação de pedido de prorrogação dentro desse

período de 12 (doze) meses.

Havendo interesse em permanecer com os bens no regime período além dos

(12) doze meses, limitado ao máximo de 5 (cinco) anos, a solicitação de

prorrogação deverá ser instruída com contrato ou documento que ateste a

natureza da importação, identificando os bens a serem admitidos e seus

respectivos valores, bem como seu prazo de permanência no País (IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 9º, parágrafo único).

A prorrogação do prazo será solicitada por meio de Requerimento de Admissão

Temporária (RAT), a ser juntado ao dossiê digital de atendimento que amparou

a sua concessão (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, caput).

46

O pedido poderá ser protocolado em qualquer unidade da RFB e poderá ser

dirigido, a critério do beneficiário, à unidade da RFB de concessão do regime ou

àquela que jurisdicione o local em que se encontre o bem, a qual passará a

controlar o regime. Da mesma forma, os pedidos subsequentes de prorrogação

deverão ser dirigidos à unidade da RFB que então controla o regime ou àquela

que jurisdicione o local em que atualmente se encontre o bem (IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 37, § 3º).

A título excepcional, em casos devidamente justificados, o prazo do regime

poderá ser prorrogado por período superior a 5 (cinco) anos, nos termos

da Portaria MF nº 320, de 2006 (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, §1º e §2º).

LEGISLAÇÃO

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

Decreto nº 70.235, de 1972

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN RFB nº 1.412, de 2013

IN SRF nº 680, de 2006

Portaria MF nº 320, de 2006

1.7.2 Instrução do pedido

O RAT será instruído com os seguintes documentos (IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 37, caput):

I - aditivo contratual em que conste a prorrogação do prazo do contrato,

quando for o caso;

II - documentos exigidos em legislação específica, se cabível.

Na ausência do aditivo contratual a que se refere o item I, acima, o beneficiário

deverá apresentar documento ou conjunto de documentos que ateste a

natureza da operação, identificando os bens a serem admitidos e seus

respectivos valores, bem como o prazo de permanência dos bens no País (IN

RFB nº 1.600, de 2015; arts. 15, § 2º, e 37, caput).

47

Os documentos em língua estrangeira apresentados para instrução do pedido

de prorrogação são dispensados de tradução juramentada e de registro em

cartório de títulos e documentos, podendo ser solicitada tradução simples, a

critério do Auditor-Fiscal da RFB designado, quando necessário para a

compreensão de seu teor (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 120).

O Termo de Responsabilidade firmado pelo interessado no momento da

concessão da admissão temporária, em geral, abrange o período de vigência do

regime, incluídas as prorrogações, sendo dispensável a apresentação de novo

TR. Na hipótese de prorrogação de regimes concedidos antes da entrada em

vigor da IN RFB 1.361, de 2013, o beneficiário deverá juntar um novo TR ao

dossiê digital (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, § 5º).

Não será exigida prestação de garantia na prorrogação da admissão temporária

com suspensão total do pagamento de tributos (IN RFB nº 1.600, de 2015, art.

12).

LEGISLAÇÃO

IN RFB nº 1.600, de 2015

1.7.3 Análise do pedido

A análise do pedido de prorrogação será realizada à vista dos documentos que

instruem o dossiê digital de atendimento (DDA) de controle do regime. A

decisão quanto ao requerimento de prorrogação caberá ao Auditor-Fiscal

da RFB responsável pela análise do DDA (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, §

7º).

Se julgar necessário, Auditor-Fiscal da RFB responsável pelo exame do pedido

de prorrogação poderá determinar a verificação física do bem.

Constatando-se a falta de algum dos documentos instrutivos previstos, o

beneficiário será intimado a sanear os autos em até 2 (dois) dias úteis. Este

prazo pode ser estendido, a critério do Auditor-Fiscal da RFB, considerando a

48

justificativa procedente do interessado (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, §

6º).

Caso os documentos não sejam apresentados no prazo estabelecido, sem a

devida justificativa, o pedido de prorrogação do regime não será conhecido e o

beneficiário deverá promover a extinção do regime no prazo de 30 (trinta)

dias da ciência da decisão, salvo se ainda restante o prazo de vigência do

regime (Lei nº 9.784, de 1999, art. 40; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, §

6º).

Não será conhecido o pedido de prorrogação apresentado depois do termo final

da vigência do regime, salvo nas hipóteses de caso fortuito ou força maior, a

critério do titular da unidade local, desde que não constatada negligência do

interessado (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, § 4º).

No caso de pedido intempestivo, serão adotados os procedimentos para a

exigência do crédito tributário, definidos no tópico 1.10 Descumprimento do

Regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 51, inc. I).

LEGISLAÇÃO

Lei nº 9.784, de 1999

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

1.7.4 Deferimento do pedido de prorrogação

Atendidos os requisitos para prorrogação, o Auditor-Fiscal da RFB deferirá o

pedido, fixando o novo prazo de vigência do regime, que pode ser distinto do

solicitado, caso os documentos apresentados pelo beneficiário não sejam

compatíveis com o período requerido (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 360, §

2º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, § 7º).

O beneficiário será cientificado do deferimento da prorrogação e do novo

termo final da admissão temporária através despacho decisório anexado

49

ao dossiê digital de atendimento (DDA) em que se controla a aplicação do

regime.

LEGISLAÇÃO

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

1.7.5 Indeferimento do pedido de prorrogação

1.7.5.1 INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE PRORROGAÇÃO

No caso de não atendimento dos requisitos e condições para a aplicação do

regime no período de prorrogação solicitado, o pedido será indeferido, em

decisão fundamentada do Auditor-Fiscal da RFB (Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 355, § 2º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, § 7º).

Através de despacho decisório anexado ao dossiê digital de atendimento

(DDA) de controle do regime, o beneficiário será cientificado do indeferimento

da prorrogação e intimado a adotar um dos procedimentos para extinção da

aplicação do regime, no prazo de 30 (trinta) dias, salvo se superior o período

restante fixado para a permanência do bem no País (IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 38).

Os procedimentos para a extinção do regime estão definidos no tópico 1.9

Extinção Regular do Regime

1.7.5.2 RECURSO VOLUNTÁRIO

Da decisão de indeferimento do pedido de prorrogação do regime caberá, no

prazo de 10 (dez) dias, apresentação de recurso voluntário dirigido ao

Auditor-Fiscal da RFB que proferiu a decisão, o qual, se não a reconsiderar no

prazo de 5 (cinco) dias, o encaminhará ao titular da respectiva unidade da RFB

(IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 121).

Da decisão denegatória caberá, no prazo de 10 (dez) dias, recurso dirigido ao

titular da unidade da RFB, o qual, se não a reconsiderar no prazo de 5 (cinco)

50

dias, o recurso será encaminhado em instância final à Superintendência com

jurisdição sobre a unidade da RFB (Lei nº 9.784, de 1999, art. 59; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 121, caput e parágrafo único).

Ver neste Manual o tópico 1.11 Recurso.

LEGISLAÇÃO

Lei nº 9.784, de 1999

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

Decreto nº 70.235, de 1972

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN RFB nº 1.412, de 2013

IN SRF nº 680, de 2006

Portaria MF nº 320, de 2006

1.7.6 Não conhecimento do pedido de prorrogação

Tendo em vista que não haverá análise do pleito, não será conhecido o pedido

de prorrogação:

I - nos casos em que está prevista a prorrogação automática, salvo se o prazo

solicitado for superior (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 9º);

II - quando não apresentados os documentos exigidos para a instrução do

pleito, no prazo estabelecido pelo Auditor-Fiscal responsável pela análise (Lei nº

9.784, de 1999, art. 40, IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, § 6º); ou

III - apresentado depois do termo final da vigência do regime, salvo nas

hipóteses de caso fortuito ou força maior, a critério do titular da unidade local,

desde que não constatada negligência do interessado (IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 37, § 4º).

O beneficiário será cientificado do desconhecimento do pedido em despacho

sumário anexado ao dossiê digital de atendimento (DDA) de controle do

regime.

51

No caso de falha na instrução processual, o beneficiário deverá promover a

extinção do regime no prazo de 30 (trinta) dias da ciência da decisão,

salvo se superior o período restante fixado para a permanência do bem no

País (Lei nº 9.784, de 1999, art. 40; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, § 6º).

No caso de pedido intempestivo, serão adotados os procedimentos para a

exigência do crédito tributário, definidos no tópico 1.10 Descumprimento do

Regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 51, inc. I).

Como não se trata de indeferimento, não cabe recurso, pois não há análise de

mérito ou do aspecto legal, como prevê o artigo 56 da Lei nº 9.784, de 1999.

LEGISLAÇÃO

Lei nº 9.784, de 1999

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

Decreto nº 70.235, de 1972

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN RFB nº 1.412, de 2013

IN SRF nº 680, de 2006

Portaria MF nº 320, de 2006

1.8 Situações Especiais na Aplicação do Regime

1.8.1 Movimentação dos Bens no País

Os bens submetidos ao regime de admissão temporária, inclusive suas partes e

peças, poderão ser submetidos a manutenção ou reparo no País, sem alteração

de enquadramento e sem suspensão ou interrupção da contagem do prazo de

vigência (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 39).

Serão consideradas automaticamente em admissão temporária as partes e

peças nacionais ou nacionalizadas, desembaraçadas para exportação, e

incorporadas a um bem em admissão temporária em virtude de operações de

manutenção ou reparo (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 39).

52

Está dispensada a autorização da RFB, no entanto, deverão ser observados os

procedimentos definidos por outros órgãos da Administração Pública para a

circulação dos bens no País, por exemplo, emissão de nota fiscal com descrição

da natureza da operação (remessa para conserto etc.), conhecimento de

transporte e outros.

Sempre que partes e peças movimentados no País para manutenção ou reparo

permaneçam no País por ocasião do retorno ao exterior do bem a que se

vinculam (bem principal), o beneficiário deve promover sua extinção

isoladamente, de acordo com os procedimentos definidos tópico 1.9 Extinção

do Regime.

LEGISLAÇÃO

IN RFB nº 1.600, de 2015

1.8.2 Movimentação dos Bens para o Exterior

1.8.2.1 MOVIMENTAÇÃO DOS BENS PARA O EXTERIOR

Os bens admitidos no regime de admissão temporária, ou suas partes e peças,

poderão ser remetidos ao exterior, sem suspensão ou interrupção da contagem

do prazo de vigência, para manutenção, reparo, testes ou demonstração (IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 40).

Está dispensada a apresentação de requerimento formal para autorização de

remessa ao exterior de bens submetidos ao regime aduaneiro de admissão

temporária. A autorização será processada no curso do despacho aduaneiro de

exportação.

1.8.2.2 DESPACHO ADUANEIRO

O despacho aduaneiro de remessa dos bens para o exterior será efetuado com

base em Declaração de Exportação (DE), ou em Declaração Simplificada de

Exportação (DSE), registrada no Siscomex, a critério do beneficiário do regime

(IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 40, § 1º).

53

Na DE/DSE deverá constar o número do dossiê digital de atendimento

(DDA) de controle do regime.

O desembaraço dos bens constantes da DE/DSE configura a autorização para

movimentação dos bens para o exterior (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 40, §

2º).

1.8.2.3 DESPACHO ADUANEIRO DE RETORNO DOS BENS DO

EXTERIOR

O despacho aduaneiro no retorno dos bens do exterior será efetuado com base

em Declaração Simplificada de Importação (DSI) registrada no Siscomex (IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 40, § 3º).

Na DSI deverá ser informado, no campo informações complementares, o

número do DDA em que se controla a aplicação do regime de admissão

temporária e o número da DE/DSE que amparou a movimentação dos bens ao

exterior (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 40, § 3º).

Considera-se reexportado, para fim de extinção da admissão temporária, o bem

que, submetido à movimentação para o exterior, não retorne ao País durante a

vigência do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 40, § 4º).

Nos casos em que o bem retorne após a extinção do regime especial de

exportação temporária, conforme art. 40, § 4º, deverá ser considerada uma

nova operação, ou seja, uma nova admissão temporária.

LEGISLAÇÃO:

IN RFB nº 1.600, de 2015.

1.8.3 Mudança de Finalidade

1.8.3.1 MUDANÇA DE FINALIDADE

Na vigência do regime de admissão temporária poderá ser autorizada

a mudança de finalidade na utilização dos bens admitidos temporariamente (IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 41).

54

A mudança de finalidade poderá ser efetuada em relação à totalidade ou parte

dos bens.

O requerimento deverá ser dirigido à unidade da RFB responsável pelo controle

do regime, ou àquela que jurisdicione o local onde se encontra o bem, que

passará a controlar o regime.

O beneficiário deverá solicitar a juntada do requerimento de admissão

temporária (RAT) ao dossiê digital de atendimento (DDA) de controle do

regime, instruído com os documentos que comprovem a adequação do pedido

ao enquadramento proposto.

O beneficiário será cientificado do deferimento ou indeferimento do pleito de

mudança de finalidade da admissão temporária através despacho decisório a

ser anexado ao DDA em que se controla a aplicação do regime.

1.8.3.2 MUDANÇA DE ENQUADRAMENTO ENTRE AS HIPÓTESES DO

ART. 3º DA IN RFB Nº 1.600, DE 2015

Quando se tratar de mudança de finalidade entre as hipóteses previstas no art.

3º da IN RFB 1.600, de 2015, está dispensado o registro de nova declaração

de importação (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 41, caput).

A análise do pedido será realizada de acordo com os procedimentos definidos

para a concessão do regime na nova finalidade.

Ver neste Manual o tópico 1.6 Concessão do Regime.

1.8.3.3 MUDANÇA PARA O REGIME DE ADMISSÃO TEMPORÁRIA PARA

APERFEIÇOAMENTO ATIVO

Quando se tratar de mudança de finalidade para aperfeiçoamento ativo,

está dispensado o registro de nova declaração de importação (IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 41, caput).

A análise do pedido será realizada de acordo com os procedimentos definidos

para a concessão do regime de admissão temporária para aperfeiçoamento

ativo.

55

Ver neste Manual o tópico 3. Aperfeiçoamento Ativo.

1.8.3.4 MUDANÇA PARA O REGIME DE ADMISSÃO TEMPORÁRIA COM

UTILIZAÇÃO ECONÔMICA

Quando a mudança de finalidade implicar alteração para o regime de Admissão

Temporária para Utilização Econômica, o regime vigente deverá ser extinto e

ser concedido o novo regime com base em nova declaração de importação

(DI) (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 41, caput).

A análise do pedido será realizada de acordo com os procedimentos definidos

para a concessão do regime de admissão temporária para utilização econômica.

Ver neste Manual o tópico 2.4 Concessão.

Na nova declaração de importação deverão ser informados:

I - o número da DI/DSI que amparou o regime anterior, no campo Documentos

de Instrução do Despacho;

II - o número do DDA de controle do regime, no campo Processo Vinculado; e

III - rateio do frete e seguro dos bens que sofrerão mudança de finalidade no

campo destinado a Informações Complementares.

A concessão do novo regime e extinção do regime anterior, ocorrerão,

simultaneamente, com o desembaraço aduaneiro da nova DI (IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 41, parágrafo único; arts. 61 e 62).

O Auditor-Fiscal da RFB estabelecerá o prazo de vigência do novo regime de

acordo com o contrato de prestação de arrendamento operacional, de aluguel

ou de empréstimo, celebrado entre o importador e a pessoa estrangeira,

limitado a 100 (cem) meses (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 58).

Não há reinício da contagem do prazo, devendo ser considerado o período

anteriormente concedido (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 58).

LEGISLAÇÃO

IN RFB nº 1.600, de 2015

56

1.8.4 Substituição do Beneficiário

1.8.4.1 SUBSTITUIÇÃO DO BENEFICIÁRIO

Na vigência do regime de admissão temporária com suspensão total poderá ser

autorizada a substituição do beneficiário do regime (Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 371; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 42).

A autorização para substituição do beneficiário fica condicionada à manifestação

expressa do exportador do bem e não implica reinício da contagem do prazo de

permanência dos bens no País (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 42, § 2º).

A substituição do beneficiário do regime poderá ser realizada em relação a

parte dos bens ou sua totalidade e concomitante com outras alterações.

1.8.4.2 APRESENTAÇÃO DO PEDIDO E AUTORIZAÇÃO

A substituição do beneficiário será solicitada por meio de Requerimento do

Regime de Admissão Temporária (RAT), a ser protocolizado na vigência do

regime, dispensado o registro de nova declaração de importação pelo novo

beneficiário (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 42, caput).

O RAT será firmado pelo beneficiário original e pelo novo beneficiário e deverá

ser dirigido à unidade da RFB responsável pelo controle do regime, ou àquela

que jurisdiciona o local onde se encontra o bem e que passará a controlar o

regime.

Será efetuada a juntada do RAT tanto ao dossiê digital de atendimento

(DDA) de controle do regime quanto ao DDA a ser protocolado pelo novo

beneficiário, em que será controlado o regime a partir do deferimento do

pedido.

O novo DDA deverá ser instruído com os seguintes documentos (IN RFB nº

1.600, de 2015; art. 42, § 1º):

I - RAT;

II - cópia dos documentos instrutivos do despacho de importação dos bens;

III - manifestação expressa do exportador;

IV - termo de responsabilidade avulso firmado pelo novo beneficiário;

57

V - documentos que comprovem a adequação do pedido.

O novo beneficiário será cientificado do deferimento da substituição por

meio de despacho decisório anexado ao DDAformalizado em seu nome, em

que se controlará a aplicação do regime. A partir deste momento, torna-se

responsável pelo cumprimento das condições do regime (IN RFB nº 1.600, de

2015; art. 42, § 4º) .

O beneficiário anterior será cientificado do deferimento da substituição por

meio de despacho decisório anexado ao DDA original de controle de aplicação

do regime, considerando-se baixada, total ou parcialmente, a depender do

caso, a sua responsabilidade (IN RFB nº 1.600, de 2015; art. 42, § 4º).

1.8.4. INDEFERIMENTO DO PEDIDO

No caso de não atendimento dos requisitos e condições para a substituição do

beneficiário, o pedido será indeferido, em decisão fundamentada do Auditor-

Fiscal da RFB, por meio de despacho decisório a ser anexado aos DDA de

controle do regime, do qual os interessados serão cientificados (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 355, § 2º).

Da decisão de indeferimento do pedido de substituição de beneficiário

caberá, no prazo de 10 (dez) dias, apresentação de recurso voluntário dirigido

ao Auditor-Fiscal da RFB que proferiu a decisão, o qual, se não a reconsiderar

no prazo de 5 (cinco) dias, o encaminhará ao titular da respectiva unidade da

RFB (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 121).

Da decisão denegatória caberá, no prazo de 10 (dez) dias, recurso dirigido ao

titular da unidade da RFB, o qual, se não a reconsiderar no prazo de 5 (cinco)

dias, o recurso será encaminhado em instância final à Superintendência com

jurisdição sobre a unidade da RFB (Lei nº 9.784, de 1999, art. 59; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 121, caput e parágrafo único).

Ver neste Manual o tópico 1.11 Recurso.

LEGISLAÇÃO

58

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

1.8.5 Alteração do Contratante no Exterior

A mera alteração do contratante que se encontra no exterior não afeta o

regime, desde que preservadas as condições que justificaram a sua concessão,

devendo ser providenciada apenas a juntada da referida alteração ao

correspondente dossiê digital de atendimento (DDA) (IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 43).

No caso em que, além da alteração do contratante no exterior, ocorrer alguma

mudança contratual que afete o regime, a sua continuidade dependerá de

apreciação da unidade da RFB responsável pelo controle do regime (IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 43, parágrafo único).

LEGISLAÇÃO

IN RFB nº 1.600, de 2015

1.9 Extinção

1.9.1 Reexportação

1.9.1.1 TEMPESTIVIDADE

Na vigência do regime, o beneficiário deverá adotar providências para a

extinção da sua aplicação (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44)

Tem-se por tempestiva a providência para a extinção do regime de admissão

temporária com suspensão total, na modalidade de reexportação, quando o

beneficiário, no prazo de vigência do regime, registrar a correspondente

declaração de exportação (DE ou DSE), assim como (IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 45, inc I):

I - dar entrada dos bens em recinto alfandegado; ou

II - apresentar os bens à unidade da RFB de saída; ou

59

III - solicitar a conferência no local em que se encontra o bem, em situações de

comprovada impossibilidade de sua armazenagem em local alfandegado ou,

ainda, em outras situações justificadas, tendo em vista a natureza dos bens ou

circunstâncias específicas da operação.

Caso não seja autorizada a conferência no local onde se encontra o bem, o

beneficiário será intimado a apresentá-lo no recinto alfandegado onde será

realizado o despacho de reexportação.

Também será considerada tempestiva a providência para extinção do regime

com a reexportação dos bens, quando adotada pelo beneficiário:

I - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de

prorrogação do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 38);

II - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de extinção

do regime nas modalidade de destruição, transferência para outro regime ou

despacho para consumo (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 50).

III - no prazo de 10 (dez) dias, contado da data do indeferimento do pedido de

licença de importação, salvo se superior o período restante fixado para a

permanência dos bens no País, na hipótese em que o beneficiário tenha

tempestivamente optado pelo despacho para consumo e a licença de

importação for indeferida (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 45, parágrafo único,

inc. II).

1.9.1.2 DESPACHO ADUANEIRO

A competência para extinção da aplicação do regime será da unidade aduaneira

onde ocorrer o despacho de reexportação (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44, §

2º).

60

A extinção da aplicação do regime poderá ser efetuada de forma parcelada, por

exemplo, alguns bens reexportados, outros destruídos sob controle aduaneiro,

outros entregues à RFB, transferidos para outro regime ou despachados para

consumo, observadas a tempestividade e formalidades de cada modalidade de

extinção (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 367, § 1º; IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 44, § 1º).

Quando exigível a multa por descumprimento do regime, a reexportação

somente será autorizada após o seu pagamento (Decreto nº 6.759, de 2009,

arts. 367, § 10, e 592; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 51, § 3º).

O despacho aduaneiro de reexportação dos bens admitidos no regime de

admissão temporária será efetuado com base na declaração de exportação (DE,

DSE eletrônica ou DSE formulário) do tipo correspondente à declaração de

importação (DI, DSI eletrônica ou DSI formulário) que serviu de base para a

admissão no regime, exceto no caso de despacho efetuado com base em DI,

cuja reexportação poderá ser efetuada com base em DSE registrada no

Siscomex (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 46).

A conferência aduaneira seguirá as regras do despacho aduaneiro de

exportação, nos termos da IN SRF nº 28, de 1994 e da IN SRF nº 611, de

2006.

Está dispensada a apresentação de requerimento formal para a extinção do

regime de admissão temporária, bastando apresentar os bens, a declaração de

exportação e os documentos instrutivos do despacho aduaneiro.

Na declaração de exportação (DE ou DSE) deverá constar os números

do dossiê digital de atendimento (DDA) de controle do regime e da

declaração de importação que amparou a entrada dos bens do País.

A reexportação de bens admitidos automaticamente no regime de admissão

temporária, nos termos do art. 5º da IN RFB nº 1.600, de 2015, também será

automática, dispensadas as formalidades necessárias ao controle aduaneiro,

exceto quando ficar constatado o descumprimento das condições, requisitos e

61

prazos estabelecidos em legislação específica ou necessários para a aplicação

do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, arts 5º e 49).

Ver o Manual de Exportação.

1.9.1.3 SITUAÇÕES ESPECÍFICAS:

A) REEXPORTAÇÃO DE PARTES E PEÇAS SUBSTITUÍDAS

Na hipótese de admissão temporária de partes e peças destinadas à

substituição em bens estrangeiros, as partes e peças substituídas poderão ser

reexportadas em conjunto com o bem a que se destinavam (IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 44, § 3º).

A extinção da aplicação do regime das partes e peças substituídas, quando não

for efetuada em conjunto com o bem a que se destinavam, deverá ser efetuada

conforme os procedimentos gerais da extinção (IN RFB nº 1.600, de 2015, art.

44, § 3º).

B) EXPORTAÇÃO DE PRODUTO EQUIVALENTE

A admissão temporária de produto, parte, peça ou componente recebido do

exterior para substituição em decorrência de garantia ou para reparo, revisão,

manutenção, renovação ou recondicionamento poderá ser extinta mediante a

exportação de produto equivalente àquele submetido ao regime de admissão

temporária, nos casos de (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 48):

I - partes, peças e componentes de aeronaves e embarcações importados com

a isenção prevista na alínea “j” do inciso II do caput do art. 2º da Lei nº 8.032,

de 1990; e

II - produtos nacionais exportados definitivamente, ou suas partes e peças, que

retornem ao País, mediante admissão temporária, para reparo ou substituição

em virtude de defeito técnico que exija sua devolução.

Poderão ser reconhecidos como equivalentes os bens (IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 48, § 1º):

62

I - classificáveis no mesmo código da Nomenclatura Comum do Mercosul

(NCM);

II - que realizem as mesmas funções;

III - obtidos a partir dos mesmos materiais; e

IV - cujos modelos ou versões sejam de tecnologia equivalente.

A equivalência entre os bens será reconhecida ainda que exista inovação ou

atualização tecnológica, no caso de obsolescência do modelo ou versão do bem

admitido no regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 48, §3º).

O beneficiário do regime deverá instruir o despacho de exportação com um

requerimento para reconhecimento da equivalência entre os bens, do qual

deverão constar as informações necessárias para comprovação dos quesitos de

equivalência (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 48, §2º).

A critério do Auditor-Fiscal da RFB, poderá ser exigido laudo técnico, nos

termos da legislação específica, para fins de reconhecimento da equivalência

(IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 48, §2º).

C) MOVIMENTAÇÃO DE BENS PARA O EXTERIOR

Consideram se reexportados, para fim de extinção do regime de admissão

temporária, os bens ou suas partes e peças que tenham sido remetidos ao

exterior e não retornaram ao País até o final do prazo de vigência do

regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 40, § 4º).

Ver neste Manual o tópico 1.8.2 Movimentação de Bens para o Exterior.

LEGISLAÇÃO

Lei nº 8.032, de 1990

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

1.9.2 Entrega à Fazenda Nacional

1.9.2.1 TEMPESTIVIDADE

63

Na vigência do regime, o beneficiário deverá adotar providências para a

extinção da sua aplicação (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44).

Tem-se por tempestiva a providência para a extinção do regime de admissão

temporária com suspensão total, na modalidade de entrega à Fazenda

Nacional, quando o beneficiário protocolizar o requerimento, indicando local

onde se encontram os bens (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 45, inciso II).

Também será considerada tempestiva a providência para extinção do regime

com a entrega dos bens à RFB, quando adotada pelo beneficiário:

I - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de

prorrogação do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 38);

II - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de extinção

do regime nas modalidades de destruição, transferência para outro regime ou

despacho para consumo(IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 50).

III - no prazo de 10 (dez) dias, contado da data do indeferimento do pedido de

licença de importação, salvo se superior o período restante fixado para a

permanência dos bens no País, na hipótese em que o beneficiário tenha

tempestivamente optado pelo despacho para consumo e a licença de

importação for indeferida (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 45, parágrafo único,

inc. II).

1.9.2.2 APRESENTAÇÃO DO PEDIDO

O requerimento de entrega dos bens à RFB para fins de extinção do regime de

admissão temporária deve ser dirigido ao titular da unidade da RFB com

jurisdição sobre o local onde se encontrem os bens e deve conter a indicação

exata do local onde eles se encontram (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44, inc.

II, e § 2º).

64

A extinção da aplicação do regime poderá ser efetuada de forma parcelada, por

exemplo, alguns bens entregues à RFB, outros reexportados, transferidos para

outro regime ou despachados para consumo, observadas a tempestividade e

formalidades de cada modalidade de extinção (Decreto nº 6.759, de 2009, art.

367, § 1º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44, § 1º).

No requerimento de entrega à RFB, o beneficiário atestará que todo o

procedimento de entrega ocorrerá às suas expensas, relacionando os bens e

indicando o local e o estado de uso em que se encontram (IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 44, inc. II).

1.9.2.3 ANÁLISE DO PEDIDO

Atendidas todas as condições e manifestação de concordância do titular da

Unidade da RFB em receber os bens, o beneficiário será notificado da decisão

em despacho sumário e intimado a promover a entrega dos bens, em prazo

definido compatível com o tipo de bem, livres de quaisquer despesas, para fins

de extinção do regime (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 367, inc. II; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 44, inciso II).

A extinção da aplicação do regime com a entrega dos bens à RFB não obriga ao

pagamento dos tributos suspensos (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 367, §

3º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44, § 5º).

Em caso de descumprimento do regime, não será possível a entrega do bem à

RFB, uma vez que nesta situação a extinção do regime será permitida somente

por reexportação ou despacho para consumo (Decreto nº 6.759, de 2009, art.

370, incisos I e II; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 51, §1º).

Os bens entregues à Fazenda Nacional terão a destinação prevista nas normas

específicas (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 367, § 2º).

1.9.2.4 INDEFERIMENTO DO PEDIDO

65

O indeferimento do pleito de extinção do regime de admissão temporária na

modalidade de entrega à Fazenda Nacional será efetuado em despacho

decisório, do qual o beneficiário tomará ciência.

A decisão de não receber os bens é ato discricionário do titular da unidade da

RFB e não envolve razões de legalidade nem de mérito, por isso, no caso de

indeferimento do pedido, não caberá recurso (Lei nº 9.784, de 1999, art.

56; Decreto nº 6.759, de 2009, art. 367, inc. II; IN RFB nº 1.600, de 2015, art.

45, inciso II).

Indeferido o pedido de entrega à RFB, o beneficiário deverá reexportar os bens

ou adotar providência para a extinção do regime em outra modalidade no prazo

de 30 (trinta dias), contados da data da ciência da decisão, salvo se superior

o período restante fixado para a permanência dos bens no País (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 367, § 9º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 50).

LEGISLAÇÃO

Lei nº 9.784, de 1999

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

1.9.3 Destruição sob Controle Aduaneiro

1.9.3.1 TEMPESTIVIDADE

Na vigência do regime, o beneficiário deverá adotar providências para a

extinção da sua aplicação (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44).

Tem-se por tempestiva a providência para a extinção do regime de admissão

temporária com suspensão total, na modalidade de destruição sob controle

aduaneiro, quando o beneficiário, no prazo de vigência do regime, protocolar o

requerimento de destruição, instruído com a licença ambiental ou com o

comprovante de sua solicitação ou, ainda, com documento que ateste a sua

dispensa, e indique a localização dos bens (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44,

inc. III e § 2º, §6º).

66

Também será considerada tempestiva providência para extinção do regime, na

modalidade de destruição sob controle aduaneiro, quando adotada pelo

beneficiário:

I - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de

prorrogação do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 38);

II - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de extinção

do regime nas modalidade de entrega à RFB, transferência para outro regime

ou despacho para consumo (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 50).

III - no prazo de 10 (dez) dias, contado da data do indeferimento do pedido de

licença de importação, salvo se superior o período restante fixado para a

permanência dos bens no País, na hipótese em que o beneficiário tenha

tempestivamente optado pelo despacho para consumo e a licença de

importação for indeferida (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 45, parágrafo único,

inc. II).

1.9.3.2 APRESENTAÇÃO DO PEDIDO

O requerimento de destruição dos bens sob controle aduaneiro para fins de

extinção do regime de admissão temporária para utilização econômica poderá

ser protocolizado em qualquer unidade da RFB e deverá ser dirigido à unidade

com jurisdição sobre o local onde se encontrem os bens e deve conter a

indicação exata da localização dos mesmos (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44,

inc. III, e § 2º ).

A extinção da aplicação do regime poderá ser efetuada de forma parcelada, por

exemplo, alguns bens destruídos sob controle aduaneiro, outros reexportados,

outros entregues à RFB, transferidos para outro regime ou despachados para

consumo, observadas a tempestividade e formalidades de cada modalidade de

67

extinção (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 367, § 1º; IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 44, § 1º).

No requerimento de destruição dos bens, o beneficiário atestará que todo o

procedimento de destruição ocorrerá às suas expensas, relacionando os bens e

indicando a forma e o local onde será processada a destruição, assim como, se

for o caso, a empresa ou o profissional responsável pelo procedimento (IN RFB

nº 1.600, de 2015, art. 44, caput, inc. III, e § 2º).

O pedido de extinção do regime será instruído com os seguintes documentos:

I - comprovante de exoneração ou recolhimento do ICMS (IN SRF 680, de

2006, art. 54); e

II - licença ambiental (para cada etapa de gerenciamento dos resíduos sólidos

ou rejeitos, se for o caso) ou comprovante de sua solicitação ou documento

que ateste a sua dispensa, emitido pelo órgão ambiental competente (Lei nº

6.938, de 1981, art. 2º, inc. V, art. 3º, inc. III, alínea “e”, art. 4º, inc. III, art.

9º, inc. IV; Lei nº 12.305, de 2010, art. 1º, §1º; art. 20, art. 24, art. 25;

e Resolução Conama nº 237, de 1997, art. 1º, incs. I e II, art. 2º, Anexo I; IN

RFB nº 1.600, de 2015 art. 44, § 6º).

1.9.3.3 ANÁLISE DO PEDIDO E TERMO DE DESTRUIÇÃO

A análise do pedido irá considerar a tempestividade do pleito, se os bens

relacionados para destruição sob controle aduaneiro correspondem aos

ingressados no País sob o regime de admissão temporária, a regularidade da

aplicação do regime até então, a efetividade do procedimento de destruição

indicado, a assunção do seu custeio pelo beneficiário e se não há restrição de

ordem ambiental para o procedimento de destruição indicado, definida em

licença ambiental ou em comprovante de sua dispensa.

Atendidas todas as condições, o beneficiário será notificado da decisão em

despacho sumário da autoridade aduaneirae intimado a promover a destruição

dos bens, em prazo definido compatível com o procedimento a ser executado e

68

livre de qualquer ônus para a RFB, para fins de extinção do regime (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 367, inc. II; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44, inciso III).

Não será autorizada a destruição de bens que já foram consumidos em função

do seu uso no curso da aplicação de regime. Para estes, a modalidade de

extinção deve ser o despacho para consumo, mediante o recolhimento integral

dos tributos.

A extinção da aplicação do regime com a destruição sob controle aduaneiro não

obriga ao pagamento dos tributos suspensos (Decreto nº 6.759, de 2009, art.

367, § 3º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44, § 5º).

Quando os bens admitidos no regime forem danificados, em virtude de sinistro

(destruição sem o devido controle aduaneiro), o valor do crédito tributário

poderá ser reduzido proporcionalmente ao montante do prejuízo, a pedido do

beneficiário, instruído com laudo pericial do órgão oficial competente, do qual

deverão constar as causas e os efeitos do sinistro, que demonstre não ter

havido culpa ou dolo do beneficiário (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 365 e

369, inc. V).

A critério do Auditor do Fiscal da RFB, o controle da destruição dos bens pode

ser realizada sem acompanhamento fiscal, podendo ser aproveitado laudo

técnico emitido pela empresa ou profissional responsável pela destruição ou

por perito credenciado pela RFB, nos termos da IN RFB nº 1.020, de 2010.

No termo de destruição ou no laudo técnico deverá constar o número da

declaração de admissão no regime, a relação dos bens, o processo utilizado na

destruição e a quantificação e qualificação de eventual resíduo, que será

anexado ao DDA de controle do regime.

O beneficiário será cientificado da extinção do regime.

1.9.3.4 RESÍDUOS ECONOMICAMENTE UTILIZÁVEIS

Eventual resíduo da destruição, se economicamente utilizável, deverá ser

reexportado ou despachado para consumo, como se tivesse sido importado no

69

estado em que se encontre (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 312; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 45, § 1º).

O Auditor-Fiscal da RFB responsável pelo despacho para consumo poderá

solicitar laudo pericial que auxilie na apuração do valor do resíduo, nos termos

da IN RFB nº 1.020, de 2010.

O despacho para consumo dos resíduos será efetuado com base em DI do tipo

13 ou em DSI registrada no Siscomex (IN SRF nº 680, de 2006, art. 1º; IN SRF

nº 611, de 2006, art. 3º).

1.9.3.5 INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE DESTRUIÇÃO

O indeferimento do pleito de extinção do regime de admissão temporária na

modalidade de destruição será efetuado em despacho decisório fundamentado,

a ser anexado ao dossiê digital de atendimento (DDA) de controle do

regime, do qual o beneficiário tomará ciência.

Da decisão de indeferimento que envolver razões de legalidade e mérito

caberá, no prazo de 10 (dez) dias contado da ciência dessa decisão,

apresentação de recurso voluntário dirigido ao Auditor-Fiscal da RFB que

proferiu a decisão, o qual, se não a reconsiderar no prazo de 5 (cinco) dias,

encaminhará o recurso ao titular da respectiva unidade da RFB (Lei nº 9.784,

de 1999, art. 56; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 121).

Da decisão denegatória caberá, no prazo de 10 (dez) dias, recurso dirigido ao

titular da unidade da RFB, o qual, se não a reconsiderar no prazo de 5 (cinco)

dias, encaminhará o recurso em instância final à Superintendência com

jurisdição sobre a unidade da RFB (Lei nº 9.784, de 1999, art. 59; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 121, caput e parágrafo único).

Mantido o indeferimento do pedido de extinção, o beneficiário será intimado a

reexportar os bens ou adotar providência para a extinção do regime em outra

modalidade, no prazo de 30 (trinta dias), contados da data da ciência da

decisão definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a

70

permanência dos bens no País (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 367, § 9º; IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 50).

Ver neste manual o tópico 1.11 Recurso.

LEGISLAÇÃO

Lei nº 12.305, de 2010

Lei nº 10.893, de 2004

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

Decreto nº 6.514, de 2008

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN RFB nº 1.020, de 2010

IN SRF nº 680, de 2006

IN SRF nº 611, de 2006

Resolução CNEN nº 12, de 2002

Resolução Conama nº 313, de 2002

Resolução Conama nº 237, de 1997

Resolução Conama nº 5, de 1993

Resolução CNEN nº 14, de 1989

1.9.4 Transferência para outro Regime

1.9.4.1 TEMPESTIVIDADE

Na vigência do regime de admissão temporária com suspensão total, o

beneficiário deverá adotar providências para a extinção da sua aplicação (IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 44).

Tem-se por tempestiva a providência para a extinção do regime, na modalidade

de transferência para outro regime, quando o beneficiário, no prazo de

vigência, registrar no Siscomex a declaração de importação correspondente ao

novo regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 45, inc III; IN SRF nº 121, de

2002, art. 3º , § 3º).

71

Também será considerada tempestiva essa providência para extinção do

regime, quando adotada pelo beneficiário:

I - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de

prorrogação do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 38);

II - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de extinção

do regime nas modalidade de entrega à RFB, destruição sob controle aduaneiro

ou despacho para consumo (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 50).

III - no prazo de 10 (dez) dias, contado da data do indeferimento do pedido de

licença de importação, salvo se superior o período restante fixado para a

permanência dos bens no País, na hipótese em que o beneficiário tenha

tempestivamente optado pelo despacho para consumo e a licença de

importação for indeferida (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 45, parágrafo único,

inc. II).

1.9.4.2 APRESENTAÇÃO DO PEDIDO DE TRANSFERÊNCIA PARA

OUTRO REGIME

A competência para extinção da aplicação do regime na hipótese de

transferência para outro regime será da unidade aduaneira que jurisdiciona o

local onde se encontra o bem IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44, § 2º).

O requerimento de transferência de regime poderá ser protocolizado em

qualquer unidade da RFB e dirigido à unidade da RFB com jurisdição sobre o

local onde se encontrem os bens (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44, § 2º e inc.

IV).

Esse requerimento deve conter a indicação exata do local onde eles se

encontram e estar instruído com os seguintes documentos:

72

I - Documento de Transferência de Regime Aduaneiro (DTR), emitido pelo

beneficiário do regime anterior (IN SRF nº 121, de 2002, art. 3º, § 3º, inc. I);

II - Autorização expressa do proprietário dos bens no exterior, no caso de

substituição de benefiário (IN SRF nº 121, de 2002, art. 2º, § 2º);

III - Documentos exigidos em legislação específica;

IV - Outros documentos que sirvam à comprovação da adequação do pedido ao

enquadramento proposto.

O DTR terá como número de referência o número da DI que serviu de base

para a admissão dos bens no regime anterior (admissão temporária), acrescido

de número sequencial de dois dígitos que identificará cada operação de

transferência (IN SRF nº 121, de 2002, art. 4º, caput e § 1º).

A transferência de bens para o novo regime poderá ocorrer (IN RFB nº 1.600,

de 2015, arts. 42 e 44, § 1º; IN SRF nº 121, de 2002, art. 2º):

I - em relação à totalidade ou parte dos bens; e

II - com ou sem mudança de beneficiário.

Em caso de descumprimento do regime, não será possível a transferência para

outro regime, uma vez que nesta situação a extinção será permitida somente

para as modalidades de reexportação e despacho para consumo (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 370, incisos I e II; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 51, §1º).

1.9.4.3 DESPACHO ADUANEIRO

A transferência de regime será realizada por meio de novo despacho aduaneiro,

que será efetuado com base em DI registrada no Siscomex (IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 45, inc. III; IN SRF nº 121, de 2002, art. 3º, § 3º).

Na declaração de importação deverão ser informados (IN SRF nº 121, de 2002,

art. 3º, § 4º):

I - o número da DI que amparou o regime anterior, no campo Documentos de

Instrução do Despacho;

II - o número do DDA de concessão do novo regime, no campo Processo

Vinculado; e

73

III - o demonstrativo de rateio do frete e seguro dos bens que sofrerão

mudança de finalidade, no campo da DI destinado a Informações

Complementares.

A análise fiscal e a autorização para a transferência de regime serão

processadas no curso do despacho aduaneiro relativo ao novo regime

aduaneiro (IN SRF nº 121, de 2002, art. 15; IN SRF nº 121, de 2002, art. 3º, §

3º).

A análise do pedido irá considerar a tempestividade do pleito, a competência

da unidade para autorizar a transferência de regime, se os bens relacionados

para transferência de regime correspondem aos ingressados no País, a

regularidade da aplicação do regime em vigor até então, e as formalidades

relativas ao novo regime aduaneiro especial.

A extinção da aplicação do regime de admissão temporária para utilização

econômica com a transferência para outro regime não obriga ao pagamento

dos tributos suspensos (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 367, § 3º; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 44, § 5º).

O Adicional de Frete da Marinha Mercante (AFRMM) continua suspenso por

força da aplicação do novo regime (Lei nº 10.893, de 2004, arts. 14 , inc. V,

alínea “c”, e 15).

O prazo de permanência da mercadoria no novo regime será contado a partir

da data do desembaraço aduaneiro para admissão nesse regime. Para efeito de

cômputo do prazo máximo de permanência da mercadoria no novo regime

deverão ser considerados os períodos de permanência em regimes anteriores

(IN SRF nº 121, de 2002, art. 6º).

O desembaraço aduaneiro da nova DI configura a concessão do novo regime e

define o termo inicial do prazo de vigência desse novo regime (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 360; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 15).

O beneficiário será cientificado do termo final de vigência do novo regime

pelo Auditor-Fiscal da RFB responsável pelo desembaraço da DI, mediante

notificação a ser anexada ao respectivo DDA.

74

Em caso de descumprimento do regime, não será autorizada a transferência

para outro regime, uma vez que nesta situação a extinção será permitida

somente para as modalidades de reexportação e despacho para consumo

(Decreto nº 6.759, de 2009, art. 370, incisos I e II; IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 51, §1º).

Após o desembaraço da DI que concedeu o novo regime, considera-se extinto o

regime anterior, em relação aos bens admitidos no novo regime (IN SRF nº

121, de 2002, art. 3º, §§ 2º e 3º).

1.9.4.4 INDEFERIMENTO

O indeferimento do pleito de extinção do regime de admissão temporária na

modalidade de transferência para outro regime será efetuado em despacho

decisório fundamentado, do qual o beneficiário irá tomar ciência.

Na hipótese de indeferimento do pedido de transferência para outro regime

aduaneiro especial, o beneficiário será intimado a reexportar os bens ou adotar

providência para a extinção do regime em outra modalidade no prazo de 30

(trinta dias), salvo se superior o período restante fixado para a permanência

dos bens no País (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 367, § 9º; IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 50).

Da decisão de indeferimento do pedido de transferência de regime caberá, no

prazo de 10 (dez) dias, apresentação de recurso voluntário dirigido ao

Auditor-Fiscal da RFB que proferiu a decisão, o qual, se não a reconsiderar no

prazo de 5 (cinco) dias, o encaminhará ao titular da respectiva unidade da RFB

(IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 121).

Da decisão denegatória caberá, no prazo de 10 (dez) dias, recurso dirigido ao

titular da unidade da RFB, o qual, se não a reconsiderar no prazo de 5 (cinco)

dias, o recurso será encaminhado em instância final à Superintendência com

jurisdição sobre a unidade da RFB (Lei nº 9.784, de 1999, art. 59; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 121, caput e parágrafo único).

Ver neste manual o tópico 1.11 Recurso.

75

LEGISLAÇÃO

Lei nº 10.893, de 2004

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN SRF nº 680 de 2006

IN SRF nº 121, de 2002

1.9.5 Despacho para Consumo

1.9.5.1 TEMPESTIVIDADE

Na vigência do regime, o beneficiário deverá adotar providências para a

extinção da sua aplicação (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44).

Tem-se por tempestiva a providência para a extinção do regime de admissão

temporária com suspensão total, na modalidade de despacho para consumo,

quando o beneficiário, no prazo de vigência do regime (IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 45, inc IV):

a) registrar a declaração de despacho para consumo, quando a importação for

dispensada de licenciamento; ou

b) registrar o pedido de licença de importação, nos termos da norma específica,

quando a importação for sujeita a licenciamento.

Tendo registrado a licença de importação, o beneficiário deverá (IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 45, inc IV, parágrfo único):

I – registrar a correspondente declaração de importação no prazo de 10 (dez)

dias, contado da data do deferimento do pedido da licença, salvo se superior o

período restante fixado para a permanência dos bens no País; ou

II – adotar outra das providências para a extinção do regime no prazo de 10

(dez) dias, contado da data do indeferimento do pedido da licença, salvo se

superior o período restante fixado para a permanência dos bens no País.

Também será considerada tempestiva a providência para extinção do regime

com o despacho para consumo, quando adotada pelo beneficiário:

76

I - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de

prorrogação do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 38);

II - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de extinção

do regime nas modalidade de entrega à RFB, destruição sob controle

aduaneiro, transferência para outro regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 50).

1.9.5.2 DESPACHO ADUANEIRO

A competência para extinção da aplicação do regime na hipótese de despacho

para consumo será da unidade aduaneira que jurisdiciona o local onde se

encontra o bem (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44, § 2º).

A nacionalização e o despacho para consumo não serão permitidos quando a

licença de importação (LI) estiver vedada ou suspensa (Decreto nº 6.759, de

2009, art. 367, § 6º ).

A nacionalização dos bens e o seu despacho para consumo serão realizados

com observância das exigências legais e regulamentares vigentes na data do

registro da declaração de importação (DI) para consumo, inclusive as relativas

ao cálculo dos tributos incidentes e ao controle administrativo das importações

(Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 367, § 5º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art.

47).

A LI exigida para a concessão do regime não prevalecerá para efeito do

despacho para consumo dos bens (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 47, § 1º).

Está dispensada a apresentação de requerimento formal para a extinção do

regime nesta modalidade. A autorização para a extinção do regime será

processada no curso do despacho aduaneiro de importação.

77

Quando, na vigência do regime, os bens forem nacionalizados por terceiro, a

este caberá promover o despacho para consumo (Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 367, § 4º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 47, § 3º).

O despacho para consumo será processado de acordo com as normas que

disciplinam o despacho aduaneiro de importação (IN SRF nº 680, de 2006, art.

1º, § 2º; IN SRF nº 611, de 2006, art. 1º).

O despacho para consumo será instruído com a via original da fatura comercial,

assinada pelo exportador estrangeiro, correspondente à operação de compra e

venda ou cessão definitiva dos bens para o importador, ressalvadas as

hipóteses em que não será exigida a sua apresentação (IN SRF nº 680, de

2006, art. 18, inc. II, e § 2º, inciso II).

Sendo o caso de DI registrada no Siscomex, esta deve ser a DI do tipo 13

(nacionalização de admissão temporária), para a qual o sistema não exige

registro de presença de carga.

Na declaração de importação relativa ao despacho para consumo, o importador

deve informar no campo próprio o número do dossiê digital de atendimento

(DDA) em que se controla a aplicação do regime .

A condição do bem no momento de sua entrada no País, se novo ou usado,

deverá ser indicada na declaração de despacho para consumo (IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 47, § 2º).

Quando exigível multa por descumprimento do regime, a exigência fiscal deve

ser registrada no Siscomex, com interrupção do despacho aduaneiro,

condicionando o desembaraço da DI ao recolhimento dessa multa (Decreto nº

6.759, de 2009, arts. 370, inc. II, e 571, § 1º, inc. I; IN SRF nº 680, de 2006,

art. 48, § 1º).

Está dispensada a verificação física no despacho para consumo de mercadoria

ingressada no País sob regime de admissão temporária, exceto no caso de o

Auditor-Fiscal da RFB responsável pelo despacho entender necessária (Portaria

COANA nº 25, de 2016).

Ver o Manual de Importação.

78

A) FATO GERADOR E BASE DE CÁLCULO DOS TRIBUTOS

Para fins de cálculo dos tributos e contribuições federais incidentes no despacho

para consumo de bens submetidos ao regime aduaneiro de admissão

temporária com suspensão total, considera-se ocorrido o fato gerador do

imposto de importação na data do registro da correspondente declaração de

importação para consumo (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 73, inc. I, e

parágrafo único);

O valor dos bens a compor a base de cálculo dos tributos e contribuições

federais incidentes na importação definitiva será o valor indicado na fatura

comercial apresentada (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 75, inc. I).

Os valores de frete, seguro e gastos relativos à carga, descarga e manuseio dos

bens no transporte internacional serão os mesmos indicados na declaração de

importação que serviu de base para a admissão no regime de admissão

temporária (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 75, inc. I).

Para efeito de cálculo do imposto, os valores expressos em moeda estrangeira

deverão ser convertidos em moeda nacional à taxa de câmbio vigente na data

do registro da declaração de importação para consumo (Decreto nº 6.759, de

2009, art. 97).

Cabe a exigência do AFRMM suspenso por força da aplicação do regime (Lei nº

10.893, de 2004, arts. 14, inc. V, alínea “c”, e 15).

B) PAGAMENTO OU EXONERAÇÃO DO ICMS

O importador deve apresentar comprovante do recolhimento do ICMS ou, se for

o caso, comprovante de exoneração do pagamento do imposto, além da nota

fiscal de entrada emitida em seu nome, ou documento equivalente, ressalvados

os casos de dispensa previstos na legislação estadual (IN SRF nº 680, de 2006,

art. 54, inc. II e III).

LEGISLAÇÃO

79

Lei nº 10.893, de 2004

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN SRF nº 680, de 2006

IN SRF nº 611, de 2006

IN SRF nº 357, de 2003

Portaria COANA nº 25, de 2016

1.10 Descumprimento

1.10.1 Apuração do Descumprimento do Regime

1.10.1.1 HIPÓTESES DE DESCUMPRIMENTO DO REGIME

Caracteriza o descumprimento do regime de admissão temporária (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 369; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 51):

I - vencimento do prazo de vigência do regime, sem que haja sido requerida a

sua prorrogação ou adotada uma das providências previstas para sua extinção;

II - vencimento do prazo de 30 (trinta) dias do indeferimento do pedido

tempestivo de prorrogação ou do requerimento de modalidade de extinção,

sem que tenha sido promovida a reexportação do bem ou requerida

modalidade de extinção do regime diversa das anteriormente solicitadas;

III - não efetivação da providência requerida e autorizada para a extinção da

aplicação do regime, na forma ou no prazo determinados pelo Auditor-Fiscal da

Receita Federal do Brasil;

IV - apresentação para as providências de extinção do regime de bens que não

correspondam aos ingressados no País;

V - utilização dos bens em finalidade diversa da que justificou a concessão do

regime; ou

VI - destruição ou perecimento dos bens, por culpa ou dolo do beneficiário.

1.10.1.2 APURAÇÃO DO DESCUMPRIMENTO DO REGIME

80

A apuração do descumprimento do regime é competência da unidade da RFB

responsável pelo controle da aplicação do regime, que pode ser a unidade que

concedeu o regime ou a sua última prorrogação (IN RFB nº 1.600, de 2015, art.

37, §3º).

Constatado fato que aponte para o descumprimento total ou parcial do regime

ou para indícios de sua ocorrência, o beneficiário será intimado a manifestar-se

sobre o eventual descumprimento, no prazo de 10 (dez) dias (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 761, inc. I; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 51).

Após esse prazo, o dossiê digital de atendimento (DDA) de controle do

regime será revisado para fins de confirmação e caracterização do

descumprimento do regime, levando em consideração a manifestação do

beneficiário, se apresentada (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 761, inc. II).

A revisão do DDA de controle do regime, nesta fase, consiste em levantar

informações para identificar elementos que comprovem o descumprimento de

prazo ou de outro requisito de aplicação do regime e caracterizem a ocorrência

de alguma das hipóteses elencadas no item 1.10.1.1, acima.

Caracterizado o descumprimento do regime, o beneficiário será intimado

a promover a sua extinção, no prazo de 30 (trinta) dias, além de efetuar o

pagamento da multa prevista no inciso I do artigo 72 da Lei nº 10.833, de

2003 (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 370; IN RFB nº 1.600, de 2015, art.

51, §§ 1º e 2º).

Na hipótese de descumprimento do regime, o beneficiário somente poderá

promover a extinção nas modalidades de reexportação ou despacho para

consumo (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 370, inc. I e II; IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 51, § 1º).

Os procedimentos para extinção do regime pelo beneficiário mediante exigência

fiscal estão apresentados no tópico 1.10.2 Extinção do Regime mediante

Exigência Fiscal.

Não tendo o beneficiário adotado as providências devidas para a extinção do

regime no prazo estabelecido, o Auditor-Fiscal da RFB adotará os

81

procedimentos para a extinção de ofício do regime (Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 370, § 1º, inc. I; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 53, § 2º) .

Os procedimentos para a extinção de ofício do regime estão apresentados no

tópico 1.10.3 Extinção de Ofício.

LEGISLAÇÃO

Lei nº 10.833, de 2003

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

1.10.2 Extinção do Regime mediante Exigência Fiscal

1.10.2.1 REEXPORTAÇÃO

Optando pela reexportação, dentro do prazo da intimação, o beneficiário

deve registrar a correspondente declaração de exportação (DE ou DSE), assim

como (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 370, inc. I; IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 51, § 1º):

I - dar entrada dos bens em recinto alfandegado; ou

II - apresentar os bens à unidade da RFB de saída; ou

III - solicitar a conferência no local em que se encontra o bem, em situações de

comprovada impossibilidade de sua armazenagem em local alfandegado ou,

ainda, em outras situações justificadas, tendo em vista a natureza dos bens ou

circunstâncias específicas da operação.

Caso não seja autorizada a conferência no local onde se encontra o bem, o

beneficiário será intimado a apresentá-lo no recinto alfandegado onde será

realizado o despacho de reexportação. O prazo da intimação deverá considerar

o período necessário aos trâmites da remoção do bem.

A reexportação somente será autorizada depois do pagamento da multa por

descumprimento do regime, prevista no inciso I do caput do artigo 72 da Lei nº

10.833, de 2003 (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 370, inc. I; IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 51, § 3º).

82

1.10.2.2 DESPACHO PARA CONSUMO

Optando pelo despacho para consumo, dentro do prazo de intimação, o

beneficiário deve adotar as seguintes providências, conforme a situação:

I - Dispensa de Licenciamento (LI): registrar a DI/DSI correspondente ao

despacho para consumo, acompanhada do pagamento dos tributos suspensos

constituídos no TR, acrescidos de juros de mora, contados a partir da data do

registro da declaração que serviu de base para a admissão dos bens no regime,

assim como da multa pelo descumprimento do regime (Lei nº 10.833, de 2003,

art. 72, inciso I; Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 311 e 370, inc. II; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 51, § 2º); ou

II - Exigência de licenciamento (LI): registrar o pedido de LI/LSI no

Siscomex (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 52, § 1º).

No caso de bem sujeito a licenciamento, ocorrendo a manifestação do órgão

anuente, o beneficiário terá o prazo de 10 (dez) dias para:

I - no caso de deferimento da LI/LSI, registrar a DI/DSI, acompanhada do

pagamento dos tributos suspensos constituídos no TR, acrescidos de juros de

mora, contados a partir da data do registro da declaração que serviu de base

para a admissão dos bens no regime, assim como da multa pelo

descumprimento do regime (Lei nº 10.833, de 2003, art. 72, inciso I; Decreto

nº 6.759, de 2009, arts. 311 e 370, inc. II; IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 51,

§2º, e 52, caput e § 2º, inc. I); ou

II - no caso de indeferimento da licença de importação, registrar a declaração

de exportação e efetuar o pagamento da multa pelo descumprimento do

regime, observando os procedimentos definidos no item 1.10.2.1,

acima (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 370, inc. I; IN RFB nº 1.600, de 2015,

arts. 51, § 2º e 52, § 2º, inc. II).

1.10.2.3 EXTINÇÃO DO REGIME

83

A unidade da RFB onde for processada a extinção comunicará o fato à unidade

da RFB responsável pelo controle do regime, mediante a juntada da

documentação ao correspondente dossiê digital de atendimento -

DDA (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 367, § 8º).

LEGISLAÇÃO

Lei nº 10.833, de 2003

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

1.10.3 Extinção de Ofício

Na hipótese em que o beneficiário, no prazo estabelecido, não se manifesta ou

não adota as medidas para reexportação ou despacho para consumo, o regime

será extinto de ofício, após a adoção dos procedimentos definidos nos

seguintes tópicos, conforme o caso:

1.10.3.1 Cobrança dos tributos suspensos.

Na hipótese de dispensa de licenciamento, os tributos com pagamento

suspenso serão cobrados, acrescidos de juros de mora, e serão aplicadas as

multas estabelecidas no inciso I do artigo 72 da Lei nº 10.833, de 2003, e no

inciso I do artigo 44 da Lei nº 9.430, de 1996 (Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 370, §1º, e 761 a 764; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 53 ); ou

1.10.3.2 Apreensão dos bens.

Na hipótese em que a emissão da licença de importação esteja vedada,

suspensa ou a permanência definitiva do bem no País não tenha sido

autorizada pelo órgão competente, os bens serão apreendidos, para fins de

aplicação da pena de perdimento, com base inciso I do caput e nos parágrafos

1º e 4º do artigo 23 do Decreto-Lei nº 1.455, de 1976 (Decreto nº 6.759, de

84

2009, art. 369, §1º, e 689, inc. XX e § 2º ; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 54);

ou

1.10.3.3 Devolução dos bens ao exterior.

Na hipótese em que a licença de importação tenha sido indeferida com

fundamento na legislação relativa a saúde, metrologia, segurança pública,

proteção ao meio ambiente, controles sanitários, fitossanitários e zoosanitários,

o beneficiário será obrigado a devolver os bens ao exterior, de acordo com os

procedimentos, multas e sanções previstos no artigo 46 da Lei nº 12.715, de

2012 (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 369, §1º, inc. II ; IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 54, § 2º).

LEGISLAÇÃO

Lei nº 12.715, de 2012

Lei nº 10.833, de 2003

Lei nº 9.430, de 1996

Decreto-Lei nº 1.455, de 1976

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

1.10.3.1 Cobrança dos Tributos Suspensos

1.10.3.1.1 APURAÇÃO DOS VALORES DOS TRIBUTOS E MULTAS

Não tendo o beneficiário adotado as providências devidas para reexportação ou

despacho para consumo no prazo estabelecido, o Auditor-Fiscal da RFB adotará

os procedimentos para a extinção de ofício do regime (Decreto nº 6.759, de

2009, art. 370, § 1º, inc. I; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 53, § 2º) .

Para fins de extinção de ofício do regime, em não havendo óbice para o

despacho para consumo, por exemplo, na hipótese de dispensa de

licenciamento ou de autorização em documento específico emitido pelo

respectivo órgão anuente, os tributos com pagamento suspenso serão

85

cobrados, acrescidos de juros de mora, e serão aplicadas as seguintes

multas (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 370, § 1º, e 709; IN RFB nº 1.600, de

2015, arts. 51, § 2º, e 53):

I - multa por descumprimento do regime, estabelecida no inciso I do artigo 72

da Lei nº 10.833, de 2003; e

II - multa pela falta de pagamento de tributos, estabelecida no inciso I do

artigo 44 da Lei nº 9.430, de 1996.

O crédito tributário constituído em termo de responsabilidade (TR) refere-se

apenas aos tributos com exigibilidade suspensa (Decreto nº 6.759, de 2009,

arts. 758, § 2º).

Na cobrança dos tributos, serão acrescidos os juros de mora, contados a partir

da data do registro da declaração que serviu de base para a admissão dos bens

no regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 53, inc. I);

As multas por descumprimento do regime e pela falta de pagamento de tributos

serão objeto de lançamento em auto de infração, a ser formalizado em

processo administrativo, segundo o rito definido no Decreto nº 70.235, de

1972, que regulamenta o Processo Administrativo Fiscal (Decreto nº 6.759, de

2009, art. 766).

1.10.3.1.2 COBRANÇA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

a) no caso de TR não formalizado

Os créditos tributários relativos aos tributos suspensos e às multas decorrentes

do descumprimento serão constituídos em um mesmo auto de infração, que

será formalizado em processo administrativo fiscal, conforme o rito do Decreto

nº 70.235, de 1972 (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 766; IN RFB nº 1.600, de

2015, arts. 51, §2º, e 53, inc. I e II).

Após a ciência do beneficiário, o auto de infração será encaminhado ao setor da

unidade da RFB responsável pela guarda do prazo de impugnação.

b) no caso de TR formalizado

86

O beneficiário será intimado a efetuar, no prazo de 30 dias, o pagamento

dos tributos e das multas decorrentes do descumprimento do regime (Decreto

nº 6.759, de 2009, art. 761, § 1º, inc. II; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 53).

Expirado o prazo da intimação, não tendo sido recolhidos os tributos exigidos, o

TR será encaminhado à Procuradoria da Fazenda Nacional, para cobrança

(Decreto nº 6.759, de 2009, art. 763).

O crédito tributário relativo às multas aplicáveis será constituído em auto de

infração, que será formalizado em processo administrativo fiscal, conforme o

rito estabelecido no Decreto nº 70.235, de 1972 (Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 766).

Após a ciência do beneficiário, o auto de infração será encaminhado ao setor da

unidade da RFB responsável pela guarda do prazo de impugnação.

1.10.3.1.3 EXTINÇÃO DE OFÍCIO DO REGIME

Adotados os procedimentos para a cobrança dos tributos suspensos, o Auditor-

Fiscal da RFB procederá à extinção de ofício do regime, por meio de informação

da conversão da admissão temporária em importação definitiva, em despacho a

ser anexado ao dossiê digital de atendimento (DDA) do controle do

regime, do qual dará ciência ao beneficiário (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 53,

§ 2º).

Uma vez extinto de ofício o regime de admissão temporária, a eventual saída

do País dos bens fica condicionada à formalização dos procedimentos de

exportação (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 370, §§ 1º e 2º; IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 53, § 2º).

LEGISLAÇÃO

Lei nº 10.833, de 2003

Lei nº 9.430, de 1996

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

Decreto nº 70.235, de 1972

87

IN RFB nº 1.600, de 2015

1.10.3.2 Apreensão dos Bens

1.10.3.2.1 HIPÓTESES DA APLICAÇÃO DA PENA DE PERDIMENTO

Não tendo o beneficiário adotado as providências devidas para reexportação ou

despacho para consumo no prazo estabelecido, o Auditor-Fiscal da RFB adotará

os procedimentos para a extinção de ofício do regime (Decreto nº 6.759, de

2009, art. 370, § 1º, inc. I; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 53, § 2º) .

Nas seguintes hipóteses, em que não é admissível a permanência dos bens com

o beneficiário, os mesmos serão apreendidos, para fins de aplicação da pena de

perdimento, definida no parágrafo 1º e 4º do artigo 23 do Decreto-Lei nº

1.455, de 1976 (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 369, § 2º e 689, inc XX; IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 54):

I - a emissão da licença de importação para os bens estiver vedada ou

suspensa; ou

II - a permanência definitiva dos bens no País não tiver sido autorizada pelos

órgãos competentes, inclusive nas hipóteses de LI indeferida, não solicitada ou

deferida mas não vinculada a declaração de importação;

A autorização da permanência definitiva no País deverá estar formalizada em

licença de importação vinculada a DI registrada no Siscomex ou em documento

específico emitido pelo respectivo órgão anuente (Portaria Secex nº 23, de

2011, arts. 12, 14, 15, 18, 25 e 27).

A pena de perdimento não se aplica em caso de restrição de permanência dos

bens no País com fundamento na legislação relativa a saúde, metrologia,

segurança pública, proteção ao meio ambiente, controles sanitários,

fitossanitários e zoossanitários, ficando o beneficiário obrigado a devolver os

bens ao exterior ou destruí-los, conforme determinado no artigo 46 da Lei

nº 12.715, de 2012. Nesta situação, serão adotados os procedimentos definidos

no tópico 1.10.3.3 Devolução dos bens ao exterior.

88

O perdimento dos bens é hipótese de não incidência dos tributos, por isso

não cabe a exigência dos tributos suspensos, exceto na situação em que não

sejam localizados ou tenham sido consumidos (Decreto nº 6.759, de 2009, art.

71, inc. III).

Na hipótese de perdimento dos bens, não se aplica a multa por

descumprimento do regime, prevista no inciso I do artigo 72 da Lei nº 10.833,

de 2003 (ADI SRF nº 4, de 2004, art. 1º).

1.10.3.2.2 APREENSÃO DOS BENS

O beneficiário será intimado para apresentar os bens em recinto alfandegado

ou indicar a sua localização, com a devida justificativa, na impossibilidade de

apresentá-los no recinto alfandegado. Nesta situação, o beneficiário poderá ser

constituído fiel depositário dos bens, até a conclusão do processo administrativo

relativo ao perdimento dos bens.

A apreensão dos bens será formalizada em Termo de Apreensão.

Efetuada a apreensão dos bens, o Auditor-Fiscal da RFB lavrará o auto de

infração com a proposição de aplicação da penalidade de perdimento, prevista

no inciso I do caput e nos parágrafos 1º e 4º do do artigo 23 do Decreto-Lei nº

1.455, de 1976 (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 369, § 1º e 2º, 689, inc. XX).

O auto de infração será formalizado em novo processo administrativo, segundo

o rito definido no artigo 27 do Decreto-Lei nº 1.455, de 1976 (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 774).

Após a ciência do beneficiário, o auto de infração será encaminhado ao setor da

unidade da RFB responsável pela guarda do prazo da impugnação (Decreto-Lei

nº 1.455, de 1976, art. 27).

1.10.3.2.3 BENS NÃO LOCALIZADOS

Caso os bens não sejam localizados, a pena de perdimento será convertida em

multa equivalente ao valor aduaneiro dos bens Decreto-Lei nº 1.455, de 1976,

art. 23, § 3º).

89

Os tributos suspensos serão exigidos, em razão da exclusão da hipótese de não

incidência por conta da não localização dos bens (Decreto-lei nº 37, de 1966,

art. 1º, § 4º).

Além disso, serão aplicadas a multa por descumprimento do regime, definida no

inciso I do artigo 72 da Lei nº 10.833, de 2003, e a multa por não pagamento

dos tributos, definida no inciso I do artigo 44 da Lei nº 9.430, de 1996.

Será lavrado auto de infração para fins de lançamento:

I - dos tributos suspensos, acrescidos de juros de mora, caso não estejam

constituídos em TR (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 71, inc. III, 311 e 766);

II - da multa de ofício, pelo não pagamento dos tributos no prazo previsto na

legislação (Lei nº 9.430, de 1996, art. 44, inciso I; Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 725, inciso I);

III - da multa equivalente ao valor aduaneiro dos bens (Decreto-Lei nº 1.455,

de 1976, art. 23, § 3º; Decreto nº 6.759, de 2009, art 689, § 1º); e

IV - da multa por descumprimento do regime (Lei nº 10.833, de 2003, art. 72,

inciso I; Decreto nº 6.759, de 2009, art. 709).

Após a ciência do beneficiário, o auto de infração será encaminhado ao setor da

unidade da RFB responsável pela guarda do prazo da impugnação (Decreto n.º

70.235, de 1972, art. 15).

A aplicação da multa equivalente ao valor aduaneiro não prejudica a apreensão

dos bens em momento posterior, no caso de bens cuja licença de importação

esteja vedada ou suspensa ou cuja importação, consumo ou circulação no

território nacional esteja proibido (Decreto-Lei nº 1.455, de 1976, art. 23, §

4º; Decreto nº 6.759, de 2009, art 689, § 2º)

1.10.3.2.4 EXTINÇÃO DE OFÍCIO DO REGIME

Aplicada a pena de perdimento dos bens ou adotados os procedimentos para a

cobrança dos tributos suspensos e multas aplicáveis por conta da não

localização dos bens, o Auditor-Fiscal da RFB procederá à extinção de ofício do

regime, por meio de informação do fato no dossiê digital de atendimento

90

(DDA) do controle do regime, em despachodo qual será dada ciência ao

beneficiário (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 53, § 2º).

LEGISLAÇÃO

Lei nº 12.715, de 2012

Lei nº 10.833, de 2003

Lei nº 9.430, de 1996

Decreto-Lei nº 1.455, de 1976

Decreto-lei nº 37, de 1966

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

Decreto n.º 70.235, de 1972

IN RFB nº 1.600, de 2015

Portaria Secex nº 23, de 2011

Ato Declaratório Interpretativo - ADI SRF nº 4, de 2004

1.10.3.3 Devolução dos Bens ao Exterior

1.10.3.3.1 OBRIGATORIEDADE DE DEVOLUÇÃO DOS BENS AO

EXTERIOR

Não tendo o beneficiário adotado as providências devidas para reexportação ou

despacho para consumo no prazo estabelecido, o Auditor-Fiscal da RFB adotará

os procedimentos para a extinção de ofício do regime (Decreto nº 6.759, de

2009, art. 370, § 1º, inc. I; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 53, § 2º).

Quando não for autorizada a permanência definitiva no País de bens sujeitos a

licenciamento com fundamento na legislação relativa a saúde, metrologia,

segurança pública, proteção ao meio ambiente, controles sanitários,

fitossanitários e zoosanitários, o beneficiário fica obrigado a devolver ao

exterior, no prazo de 30 (trinta) dias da ciência da não autorização (Lei nº

12.715, de 2012, art. 46).

91

Nos casos em que a legislação específica determinar, a devolução da

mercadoria ao exterior deverá ser feita ao país de origem ou de embarque (Lei

nº 12.715, de 2012, art. 46, § 1º).

Quando julgar necessário, o órgão anuente determinará a destruição da

mercadoria, em prazo igual ou inferior aos 30 (trinta) dias (Lei nº 12.715, de

2012, art. 46, § 2º).

Em casos justificados, os prazos para devolução ou para destruição poderão ser

prorrogados, a critério do órgão anuente (Lei nº 12.715, de 2012, art. 46, §

5º).

O órgão anuente poderá efetuar de ofício e a qualquer tempo a destruição ou a

devolução de mercadoria que, a seu critério, ofereça risco iminente, recaindo

todos os custos sobre o importador (Lei nº 12.715, de 2012, art. 46, §§ 10 e

12).

As intimações, inclusive para ciência dos prazos, e a aplicação das penalidades

previstas serão lavradas por Auditor-Fiscal da RFB, observados a formalização

em auto de infração, o rito e as competências para julgamento estabelecidos

no Decreto n.º 70.235, de 1972 (Lei nº 12.715, de 2012, art. 46, §§ 13 e 15).

Nesta situação, o beneficiário estará sujeito às seguintes multas, cumulativas:

I - multa por descumprimento do regime (Lei nº 10.833, de 2003, art. 72,

inc.I);

II - multa no valor de R$ 10,00 (dez reais) por quilograma ou fração, não

inferior a R$ 500,00 (quinhentos reais), no caso de não ser devolvida ou

destruída a mercadoria no prazo concedido na intimação inicial ou suas

prorrogações (Lei nº 12.715, de 2012, art. 46, § 6º);

III - multa no valor de R$ 20,00 (vinte reais) por quilograma ou fração, não

inferior no total a R$ 1.000,00 (mil reais) no caso de não ser devolvida ou

destruída a mercadoria no prazo de 10 (dez) dias, contado a partir do primeiro

dia depois do termo final do na intimação inicial ou suas prorrogações (Lei nº

12.715, de 2012, art. 46, § 7º, inc. I); e

92

IV - multa no valor de R$ 30,00 (trinta reais) por quilograma, não inferior a R$

1.500,00 (mil e quinhentos reais) no caso de extravio dos bens (Lei nº 12.715,

de 2012, art. 46, § 9º).

1.10.3.3.2 DEVOLUÇÃO DOS BENS AO EXTERIOR

O Auditor-Fiscal da RFB intimará o beneficiário a promover a devolução dos

bens ao exterior, no prazo de até 30 (trinta) dias da ciência da não

autorização do órgão anuente, e também a recolher a multa por

descumprimento do regime, prevista no inciso I do artigo 72 da Lei nº 10.833,

de 2003 (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 54, § 2º).

O beneficiário deve registrar a DE ou DSE e apresentar os bens em recinto

alfandegado, para serem submetidos ao despacho aduaneiro de reexportação.

Decorrido o prazo da intimação e não sendo adotadas as providências, o

Auditor-Fiscal da RFB lavrará o auto de infração para aplicação da multa por

descumprimento do regime, prevista no inciso I do artigo 72 da Lei nº 10.833,

de 2003, e da multa no valor de R$ 10,00 (dez reais) por quilograma ou fração,

não inferior a R$ 500,00 (quinhentos reais), prevista no parágrafo 6º do artigo

46 da Lei nº 12.715, de 2012.

Após a ciência do beneficiário, o auto de infração será encaminhado ao Setor

da unidade da RFB responsável pela guarda do prazo da impugnação (Decreto

n.º 70.235, de 1972, art. 15).

Decorridos 10 (dez) dias da ciência da intimação para promover a devolução

dos bens ao exterior e não tendo sido ainda adotadas as providências, o

Auditor-Fiscal da RFB lavrará o auto de infração para aplicação da multa no

valor de R$ 20,00 (vinte reais) por quilograma ou fração, não inferior a R$

1.000,00 (mil reais), prevista no inciso I do parágrafo 7º do artigo 46 da Lei nº

12.715, de 2012.

Após essas providências, o Auditor-Fiscal da RFB representará o fato para a

unidade da RFB de jurisdição da matriz do beneficiário, propondo a suspensão

da habilitação para operar no comércio exterior, na forma estabelecida pela

93

RFB, enquanto os bens não forem devolvidos ao exterior (Lei nº 12.715, de

2012, art. 46, § 7º, inc. II).

1.10.3.3.3 DESTRUIÇÃO DOS BENS POR DETERMINAÇÃO DO ÓRGÃO

ANUENTE

O Auditor-Fiscal da RFB intimará o beneficiário a promover a destruição dos

bens, no prazo de até 30 (trinta) dias da ciência da determinação do órgão

anuente, e também a recolher a multa por descumprimento do regime, prevista

no inciso I do artigo 72 da Lei nº 10.833, de 2003 (IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 54, § 2º).

O beneficiário deve indicar a forma e o local onde será processada a destruição,

assim como, se for o caso, a empresa ou o profissional responsável pelo

procedimento. O controle da destruição poderá ser realizado sem

acompanhamento fiscal, a critério do Auditor-Fiscal da RFB.

Decorrido o prazo da intimação e não sendo adotadas as providências, o

Auditor-Fiscal da RFB lavrará o auto de infração para aplicação da multa por

descumprimento do regime, prevista no inciso I do artigo 72 da Lei nº 10.833,

de 2003, e da multa no valor de R$ 10,00 (dez reais) por quilograma ou fração,

não inferior a R$ 500,00 (quinhentos reais), prevista no parágrafo 6º do artigo

46 da Lei nº 12.715, de 2012.

Após a ciência do beneficiário, o auto de infração será encaminhado ao setor da

unidade da RFB responsável pela guarda do prazo da impugnação (Decreto n.º

70.235, de 1972, art. 15).

Decorridos 10 (dez) dias da ciência da intimação para promover a destruição

dos bens e não tendo sido ainda adotadas as providências, o Auditor-Fiscal da

RFB deve lavrar o auto de infração para aplicação da multa no valor de R$

20,00 (vinte reais) por quilograma ou fração, não inferior a R$ 1.000,00 (mil

reais), prevista no inciso I do parágrafo 7º do artigo 46 da Lei nº 12.715, de

2012.

94

Após essas providências, o Auditor-Fiscal da RFB representará o fato para a

unidade da RFB de jurisdição da matriz do beneficiário, propondo a suspensão

da habilitação para operar no comércio exterior, na forma estabelecida pela

RFB, enquanto os bens não forem destruídos (Lei nº 12.715, de 2012, art. 46,

§ 7º, inc. II).

1.10.3.3.4 BENS EXTRAVIADOS

No caso dos bens term sidos extraviados, tendo em vista tratar-se de infração

punível com a pena de perdimento, será aplicada ao beneficiário a multa

equivalente ao valor aduaneiro dos bens, prevista no parágrafo 3º do artigo 23

do Decreto-Lei nº 1.455, de 1976.

Os tributos suspensos serão exigidos, em razão da exclusão da hipótese de não

incidência por conta da não localização dos bens (Decreto-lei nº 37, de 1966,

art. 1º, § 4º).

Além disso, serão aplicadas a multa por descumprimento do regime, definida no

inciso I do artigo 72 da Lei nº 10.833, de 2003, e a multa por não pagamento

dos tributos, definida no inciso I do artigo 44 da Lei nº 9.430, de 1996.

O Auditor-Fiscal da RFB lavrará o auto de infração para lançar o crédito

tributário, que será constituído de:

I - tributos suspensos, acrescidos de juros de mora, caso não estejam

constituídos em TR (Decreto-lei nº 37, de 1966, art. 1º, § 4º; Decreto nº 6.759,

de 2009, arts. 71, inc. III, 311 e 766);

II - multa de ofício, pelo não pagamento dos tributos no prazo previsto na

legislação (Lei nº 9.430, de 1996, art. 44, inciso I; Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 725, inciso I);

III - multa equivalente ao valor aduaneiro dos bens (Decreto-Lei nº 1.455, de

1976, art. 23, § 3º; Decreto nº 6.759, de 2009, art 689, § 1º); e

IV - multa por descumprimento do regime (Lei nº 10.833, de 2003, art. 72,

inciso I; Decreto nº 6.759, de 2009, art. 709).

95

Após a ciência do beneficiário, o auto de infração será encaminhado ao setor da

unidade da RFB responsável pela guarda do prazo da impugnação (Decreto n.º

70.235, de 1972, art. 15).

A aplicação da multa equivalente ao valor aduaneiro não regulariza a situação

dos bens no País, de forma que não prejudica a obrigatoriedade de devolução

ao exterior ou destruição dos bens por determinação do órgão anuente, caso

sejam localizados posteriormente (Decreto-Lei nº 1.455, de 1976, art. 23, §

4º; Decreto nº 6.759, de 2009, art 689, § 2º)

1.10.3.3.5 EXTINÇÃO DE OFÍCIO DO REGIME

Promovida destruição ou a devolução dos bens ao exterior, por determinação

do órgão anuente, ou adotados os procedimentos para a cobrança dos tributos

suspensos e multas aplicáveis por conta do extravio dos bens, o Auditor-Fiscal

da RFB procederá à extinção de ofício do regime, por meio de informação do

fato no dossiê digital de atendimento (DDA) do controle do regime, em

despacho do qual será dada ciência ao beneficiário (IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 53, § 2º).

LEGISLAÇÃO

Lei nº 12.715, de 2012

Lei nº 10.833, de 2003

Decreto-Lei nº 1.455, de 1976

Decreto-lei nº 37, de 1966

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

Decreto n.º 70.235, de 1972

IN RFB nº 1.600, de 2015

1.11 Recurso

96

1.11.1 APRESENTAÇÃO DE RECURSOS E PRAZOS

O recurso é interposto por meio de requerimento no qual o recorrente deverá

expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar documentos que

julgar convenientes (Lei nº 9.784, de 1999, art. 60).

O recorrente solicitará a juntada do recurso e da documentação que o instrui

ao dossiê digital de atendimento (DDA)de controle do regime de admissão

temporária com suspensão total, para o qual a decisão recorrida tenha sido

proferida.

Da decisão denegatória relativa ao regime de admissão temporária com

suspensão total, em face de razões de legalidade e de mérito, caberá, no prazo

de 10 (dez) dias contado da ciência da decisão, apresentação de recurso

voluntário, dirigido ao Auditor-Fiscal da RFB que proferiu a decisão, o qual, se

não a reconsiderar no prazo de 5 (cinco) dias, encaminhará o recurso ao titular

da respectiva unidade da RFB (Lei nº 9.784, de 1999, art. 56, § 1º; Decreto nº

6.759, de 2009, art. 355, § 2º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 121).

Da decisão denegatória expedida pelo titular da unidade da RFB caberá recurso

no prazo de 10 (dez) dias da ciência dessa decisão, que se não for

reconsiderado no prazo de 5 (cinco) dias, será encaminhado em instância final

à Superintendência com jurisdição sobre a unidade da RFB (Lei nº 9.784, de

1999, arts. 56 e § 1º e 59; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 121, parágrafo

único).

A contagem dos prazos é contínua e começa a correr a partir da data da ciência

oficial, excluindo-se dessa contagem o dia do começo e incluindo-se o do

vencimento (Lei nº 9.784, de 1999, art. 66 e § 1º e IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 121 e parágrafo único).

Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o

vencimento cair em dia que não houver expediente ou este for encerrado antes

da hora normal de atendimento (Lei nº 9.784, de 1999, art. 66, § 1º).

97

1.11.2 NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO

O recurso não será conhecido quando interposto (Lei nº 9.784, de 1999, art.

63):

I - fora do prazo;

II - perante órgão incompetente;

III - por quem não seja legitimado;

IV - após exaurida a esfera administrativa.

A hipótese de não admissibilidade de recurso voluntário ou final, nos moldes

descritos acima, não tem efeito suspensivo, portanto o recorrente não poderá

alegar proteção legal do instituto recursal para efeito de aplicação de

penalidades, em face de sua inércia, nos termos do artigo 61 da Lei nº 9.784,

de 1999.

LEGISLAÇÃO

Lei nº 9.784, de 1999

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

2. Utilização Econômica

2.1 Conceito

2.1.1 ADMISSÃO TEMPORÁRIA PARA UTILIZAÇÃO ECONÔMICA

O regime aduaneiro especial de admissão temporária para

utilização econômica é o que permite a importação de bens destinados à

prestação de serviços a terceiros ou à produção de outros bens destinados à

venda, por prazo fixado, com pagamento dos seguintes tributos federais

incidentes na importação, proporcionalmente a seu tempo de permanência no

território aduaneiro (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 373; IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 56).

98

O regime aplica-se também aos bens destinados a servir de modelo industrial,

sob a forma de moldes, matrizes ou chapas e às ferramentas industriais (IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 56, §1º).

O regime de admissão temporária não se aplica a bens consumíveis porque não

atendem ao requisito do caráter temporário da importação, devendo ser

promovido o seu despacho para consumo na entrada no País.

Tributos federais incidentes na importação, sujeitos ao pagamento

proporcional:

I - Imposto de Importação - II (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 75);

II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI-Importação (Decreto-Lei nº

37, de 1966, art. 75);

III - Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do

Patrimônio do Servidor Público incidente na importação de produtos

estrangeiros ou serviços - PIS/PASEP-Importação (Lei nº 10.865, de 2004, art.

14); e

IV - Contribuição Social para o Financiamento da Seguridade Social devida pelo

importador de bens estrangeiros ou serviços do exterior - COFINS-Importação

(Lei nº 10.865, de 2004, art. 14).

O cálculo do pagamento proporcional será efetuado tendo por base a aplicação

do percentual de 1% sobre o montante dos tributos originalmente devidos, por

cada mês ou fração contidos no período de vigência concedido pelo Auditor-

Fiscal da RFB (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 373, § 2º; IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 56, § 2º).

No caso do Adicional de Frete para a Renovação da Marinha Mercante

(AFRMM), está prevista a sua isenção na hipótese de bens submetidos a

regime aduaneiro especial, que retornem ao exterior no mesmo estado ou após

processo de industrialização. Assim, não cabe o recolhimento proporcional de

AFRMM quando do registro da declaração de admissão ao regime. O

pagamento do AFRMM será devido, na integralidade, na data do registro da

99

declaração de importação que inicie o despacho para consumo (Lei nº 10.893,

de 2004, arts. 14, inc. V, alínea “c”, e 15).

No caso do ICMS, de acordo com o Convênio ICMS nº 58, de 1999, cláusula

segunda, em relação ao bem importado sob o amparo de regime aduaneiro

especial de admissão temporária, quando houver cobrança proporcional dos

impostos federais, os Estados e o Distrito Federal poderão reduzir a base de

cálculo do ICMS de tal forma que a carga tributária seja equivalente à cobrança

proporcional realizada pela União.

2.1.1.1 HIPÓTESES EM QUE NÃO SE APLICA O

PAGAMENTO PROPORCIONAL DOS TRIBUTOS

O pagamento proporcional dos tributos não se aplica aos seguintes bens, que

serão submetidos ao regime de admissão temporária para utilização econômica

com suspensão total do pagamento dos tributos incidentes na importação:

I - bens para serem utilizados em projetos específicos decorrentes de acordos

internacionais firmados pelo Brasil (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 56, §4º,

inciso I);

II - bens destinados às atividades de pesquisa e de lavra de petróleo,

vinculados ao regime aduaneiro de Repetro, até 31 de dezembro de 2020

(Decreto nº 6.759, de 2009, art. 376, inciso II, alínea "a");

III - máquinas, equipamentos, aparelhos, instrumentos e ferramentas, inclusive

sobressalentes, destinados às atividades de transporte, movimentação,

transferência, armazenamento ou regaseificação de gás natural liquefeito, até

31 de dezembro de 2020 (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 376, inciso I, alínea

"b"; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 56, §4º, inciso II, alínea "b"); e

IV - quando destinados à utilização econômica por empresa que se enquadre

nas disposições do Decreto-Lei nº 288, de 1967, durante o período de sua

permanência na Zona Franca de Manaus, até 4 de outubro de 2023 (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 376, inciso II; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 56, §4º,

inciso III).

100

LEGISLAÇÃO

Lei nº 10.893, de 2004

Lei nº 10.865, de 2004

Decreto-Lei nº 37, de 1966

Decreto-Lei nº 288, de 1967

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

Convênio ICMS nº 58, de 1999

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.2 Condições e Beneficiários

2.2.1 CONDIÇÕES PARA A CONCESSÃO E APLICAÇÃO DO REGIME DE

ADMISSÃO TEMPORÁRIA PARA UTILIZAÇÃO ECONÔMICA

Na admissão temporária para utilização econômica, aplicam-se

subsidiariamente as condições dispostas no regime de admissão temporária

com suspensão total (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 378 e IN RFB nº 1.600,

de 2015, arts. 62, 66, 70, 74, 77).

As seguintes condições devem ser observadas, cumulativamente, para fins de

concessão e aplicação do regime aduaneiro especial de admissão temporária

para utilização econômica (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 373-A; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 6º):

I - importação em caráter temporário, comprovada esta condição por qualquer

meio julgado idôneo;

II - importação sem cobertura cambial;

III - adequação dos bens à finalidade para a qual foram importados;

IV - utilização dos bens exclusivamente nos fins previstos, em conformidade

com o prazo de permanência no regime;

V - identificação dos bens; e

VI - constituição das obrigações fiscais em termo de responsabilidade.

101

O tratamento administrativo aplicável na admissão temporária para utilização

econômica será o mesmo exigido para uma operação de importação definitiva,

salvo nos casos estabelecidos em ato normativo da Secretaria de Comércio

Exterior (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 378).

Na utilização econômica, o despacho aduaneiro será efetuado com base em

Declaração de Importação - DI (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 61).

As operações de admissão temporária para utilização econômica são efetuadas

sem cobertura cambial, tendo em vista não se tratar de transação de compra e

venda que implique a transferência de divisas para o exterior em pagamento da

mercadoria.

Durante a vigência, o beneficiário se responsabiliza pelo atendimento dos

requisitos de aplicação do regime, sobretudo a utilização dos bens na finalidade

para a qual foram importados. O beneficiário também se obriga a adotar as

providências para a extinção do regime antes do termo final do prazo fixado

pelo Auditor-Fiscal da RFB para a permanência dos bens no País.

A identificação do bem destina-se a permitir o controle da aplicação do regime

durante seu prazo de vigência, bem como sua adequada extinção.

A identificação do bem deverá ser efetuada pelo interessado mediante

descrição detalhada e completa em campo próprio na DI, contendo todas as

características necessárias à sua classificação fiscal, espécie, marca comercial,

modelo, nome comercial ou científico, a indicação de seu estado, se novo ou

usado e outros atributos que, à vista de caso concreto, sejam essenciais para

sua identificação no momento da extinção do regime (Lei nº 10.833, de 2003,

art. 69, § 2º, inciso III; Decreto nº 6.759, de 2009, art. 363, parágrafo

único; IN SRF nº 680, de 2006, art. 25, parágrafo único; IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 6º, § 1º).

A parcela dos tributos incidentes na importação com pagamento suspenso em

decorrência da aplicação do regime de admissão temporária será

consubstanciado em Termo de Responsabilidade (TR).

102

Será exigida prestação de garantia em valor equivalente ao montante dos

tributos suspensos na admissão temporária para utilização econômica (IN RFB

nº 1.600, de 2015, art. 60).

Quando se tratar de bens cuja importação sujeita-se à prévia manifestação de

outros órgãos da administração pública, a concessão do regime dependerá da

satisfação desse requisito ou da obtenção da licença de importação

correspondente (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 359, § 1º; IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 6º, § 2º; Portaria Secex nº 23, de 2011, art. 13, § 2º).

2.2.2 BENEFICIÁRIOS DO REGIME

Em regra, o regime de admissão temporária para utilização econômica será

concedido a pessoa física ou jurídica que promova a importação do bem (IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 57).

LEGISLAÇÃO

Lei nº 10.833, de 2003

Decreto nº 8.010, de 2013

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN SRF nº 680, de 2006

Portaria Secex nº 23, de 2011

2.3 Prazo

2.3.1 PRAZO DE VIGÊNCIA DO REGIME

O prazo de vigência do regime compreende o período entre a data do

desembaraço aduaneiro da declaração de importação de admissão temporária e

o termo final do prazo fixado pela autoridade aduaneira para permanência dos

bens no País, considerados, inclusive, os prazos de prorrogação, quando for o

caso (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 360).

103

O prazo de vigência do regime de admissão temporária com utilização

econômica será igual àquele previsto no contrato de importação, ou seja, no

contrato de arrendamento operacional, de aluguel ou de empréstimo, celebrado

entre o importador e a pessoa estrangeira, limitado a 100 (cem) meses, no

total (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 374, § 1º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art.

58).

O prazo de vigência do regime poderá ser prorrogado na mesma medida da

extensão do prazo estabelecido no contrato, condicionada à prestação,

renovação ou manutenção da garantia nas hipóteses em que esta tiver sido

exigida para a sua concessão, observado o limite de 100 (cem) meses para a

vigência total do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 64 e 65).

Em regra, o prazo do contrato de importação deve corresponder ao prazo

estimado para a permanência dos bens no País, de acordo com a finalidade da

importação. Poderá ser indeferido o pedido de concessão quando o prazo

indicado pelo beneficiário no RAT for incompatível com a finalidade para a qual

o bem foi importado e com o seu provável período de permanência no País,

sem motivo justificado (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 58, § 2º).

2.3.2 SITUAÇÕES ESPECÍFICAS QUANTO AO PRAZO DO REGIME

Findo o prazo de 100 (cem) meses, será permitida a concessão de nova

admissão temporária com utilização econômica, que poderá ocorrer sem a

necessidade de saída física dos bens do território nacional, observando-se o

novo limite de até cem meses para o novo regime (Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 374, § 2º ; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 75).

Os bens admitidos no regime, ou suas partes e peças, poderão ser submetidos

a manutenção, reparo, teste, demonstração ou exposição no País, sem

alteração do enquadramento e sem suspensão ou interrupção da contagem do

prazo de vigência (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 67).

104

Os bens admitidos no regime, ou suas partes e peças, poderão ser remetidos

ao exterior sem suspensão ou interrupção da contagem do prazo de vigência,

para (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 68):

I - manutenção, reparo, testes ou demonstração; ou

II - prestação de serviços.

A admissão temporária das partes e peças para substituição em bens

estrangeiros submetidos ao regime de admissão temporária para utilização

econômica será condicionada à assinatura de TR para adoção das providências

de reexportação, destruição ou despacho para consumo da parte ou peça a ser

substituída no prazo de até 30 (trinta) dias da data do desembaraço

aduaneiro do bem admitido em substituição, salvo se apresentada a

comprovação da reexportação, destruição ou despacho para consumo da parte

ou peça a ser substituída (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 16).

LEGISLAÇÃO

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.4 Termo de Responsabilidade

2.4.1 CONSTITUIÇÃO DO TERMO DE RESPONSABILIDADE

O Termo de Responsabilidade (TR) é o documento no qual serão constituídas

obrigações fiscais cujo adimplemento fica suspenso pela aplicação dos regimes

aduaneiros especiais (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 72, caput; Decreto nº

6.759, de 2009, art. 758).

O Termo de Responsabilidade é título representativo de direito líquido e certo

da Fazenda Nacional com relação às obrigações fiscais nele constituídas

(Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 72, § 2º, Decreto nº 6.759, de 2009, art.

760).

105

O montante dos tributos federais incidentes na importação, com pagamento

suspenso em decorrência da aplicação do regime aduaneiro de admissão

temporária, será consubstanciado em Termo de Responsabilidade (TR), a ser

constituído na própria declaração de importação ou no documento que servir de

base para a admissão no regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 11, § 1º).

Na hipótese de substituição de beneficiário ou outra situação em que o termo

de responsabilidade não possa ser inserido na declaração de importação, o

interessado deve apresentar termo avulso.

O TR abrangerá o período de vigência do regime, incluídas as prorrogações (IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 11, §3º).

Do TR não constarão valores de penalidades pecuniárias decorrentes da

aplicação de multas de ofício, que serão objeto de lançamento específico, no

caso de descumprimento do regime pelo beneficiário (IN RFB nº 1.600,de 2015,

art. 11, § 2º).

2.4.2 SUBSCRIÇÃO DO TERMO DE RESPONSABILIDADE

O TR poderá ser subscrito pelo (Decreto-Lei nº 2.472, de 1988, art. 5º, §

1º; Decreto nº 6.759, de 2009, art. 809):

I - dirigente ou empregado com vínculo empregatício exclusivo com o

interessado, munido de mandato que lhe outorgue plenos poderes para assinar

o TR, sem cláusulas excludentes da responsabilidade do outorgante mediante

ato ou omissão do outorgado, no caso de operações efetuadas por pessoas

jurídicas de direito privado;

II - funcionário ou servidor, especialmente designado, no caso de operações

efetuadas por órgão da administração pública direta ou autárquica, federal,

estadual ou municipal, missão diplomática ou repartição consular de país

estrangeiro ou representação de órgãos internacionais;

III - próprio interessado, no caso de operações efetuadas por pessoas físicas; e

IV - despachante aduaneiro, em qualquer caso.

106

O representante legal (despachante aduaneiro) ou preposto responsável pelo

registro da DI deverá dispor de procuração do interessado em que conste

cláusula expressa específica para subscrição do TR (Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 808, § 1º).

2.4.3 FORMALIZAÇÃO DO TERMO DE RESPONSABILIDADE

O importador ou seu representante legal expressamente autorizado

por procuração deverá redigir o TR no campo "Informações Complementares"

da declaração registrada no Siscomex (DI).

Caso o TR não conste do documento base do despacho aduaneiro de admissão

temporária do bem, a autoridade aduaneira deverá interrompê-lo, com

exigência de retificação, sob pena de indeferimento do pleito, por não

atendimento de condição para aplicação do regime (Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 363, inciso II, IN SRF nº 680, de 2006, 25, inc. III).

Cabe ressaltar que a ausência de TR no campo apropriado da DI não enseja a

incidência da multa por omissão de informação necessária à determinação do

procedimento de controle aduaneiro, uma vez que se trata de um documento

necessário para a concessão do regime, e não um dado a ser fornecido à RFB

(Decreto nº 6.759, de 2009, art. 363, inciso II e art. 711, caput, inc. III, e §

1º).

Na admissão temporária de partes e peças para substituição de outras partes e

peças em bens estrangeiros que estejam submetidos ao regime de admissão

temporária para utilização econômica, caso ainda não tenha sido providenciada

a extinção da parte ou peça a ser substituída, deverá constar no campo

informações complementares da declaração de importação um termo de

responsabilidade específico no qual o importador se comprometa a adotar as

providências de reexportação, destruição ou despacho para consumo da peça a

ser substituída, no prazo de (30) trinta dias da data do desembaraço do bem

admitido para substituição (IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 16 e 17).

107

Em caso de mudança de beneficiário, caberá a este apresentar TR na forma de

documento escrito, a ser juntado ao novo dossiê digital de atendimento

(DDA) formado em seu nome para controle da admissão temporária, tornando-

se responsável pelos tributos suspensos e o cumprimento das condições do

regime, uma vez que está dispensado o registro de nova declaração de

importação (IN RFB nº 1.600,de 2015, art. 42, §3º).

2.4.4 EXIGÊNCIA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO CONSTITUÍDO NO TR

Descumprido o compromisso assumido no TR, o crédito nele constituído será

objeto de exigência fiscal, com os acréscimos legais cabíveis (Decreto nº 6.759,

de 2009, art. 760, parágrafo único).

Os procedimentos para a exigência do crédito tributário seguem rito próprio,

definido no Decreto nº 6.759, de 2009, artigos 761 a 765.

Ver neste Manual o tópico 2.11.3.1 Cobrança dos Tributos Suspensos.

O Termo de Responsabilidade será liquidado à vista dos elementos constantes

do despacho aduaneiro a que estiver vinculado. Antes de encaminhar o TR para

cobrança, será procedida à revisão do DDA vinculado ao regime, para fins de

ratificação ou liquidação do crédito, definindo os valores dos tributos a serem

exigidos (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 765).

A IN SRF nº 117, de 2001 dispõe sobre a cobrança de créditos da Fazenda

Nacional constituídos em TR.

Na hipótese de dispensa de TR ou de exigência de crédito tributário apurado

em procedimento posterior a sua formalização, em decorrência de aplicação de

penalidade ou de ajuste no cálculo de tributo devido, será formalizado auto de

infração, lavrado por Auditor-Fiscal da RFB, observando-se o disposto

no Decreto nº 70.235, de 1972, que regulamenta o Processo Administrativo

Fiscal (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 766).

2.4.5 BAIXA DO TR

108

Extinta a aplicação do regime especial de admissão temporária para utilização

econômica, considera-se baixado o TR (IN RFB nº 1.600, de 2015 art. 122).

Em se tratando de extinção parcelada, a pedido do beneficiário do regime,

pode-se proceder à baixa parcial do TR, proporcionalmente à parte extinta do

regime, para fins de liberação de garantia.

LEGISLAÇÃO

Decreto-Lei no 2.472, de 1988

Decreto-Lei nº 37, de 1966

Decreto nº 70.235, de 1972

Decreto nº 6.759, de 2009

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN SRF nº 680, de 2006

IN SRF nº 117, de 2001

2.5 Garantia

Será exigida a prestação de garantia em valor equivalente ao montante dos

tributos suspensos, por força da aplicação do regime (IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 60).

No documento da garantia devem constar os valores dos tributos com

exigibilidade suspensa:

I - Imposto de Importação - II (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 75);

II - Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI-Importação (Decreto-Lei nº

37, de 1966, art. 75);

III - Contribuição PIS/PASEP-Importação (Lei nº 10.865, de 2004, art. 14); e

IV - Contribuição COFINS-Importação (Lei nº 10.865, de 2004, art. 14).

V - AFRMM (Lei nº 10.893, de 2004, arts. 14, inc. V, alínea “c”, e 15).

A garantia poderá ser prestada, a critério do importador, sob a forma de (IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 60, § 1º):

109

I - depósito em dinheiro;

II - fiança idônea; ou

III - seguro aduaneiro.

Após normatização da Coordenação Geral da Administração Aduaneira (Coana),

poderá ser constituída garantia global nas hipóteses previstas nos incisos I e II

acima (IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 60, § 2º, e 124).

A garantia deverá subsistir até a extinção das obrigações decorrentes da

concessão do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 60, § 3º).

2.5.1 DISPENSA DA GARANTIA

Será dispensada a garantia (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 60, § 4º):

I - quando o montante dos tributos com pagamento suspenso for inferior a

R$100.000,00 (cem mil reais); ou

II - quando se tratar de importação realizada por:

a) órgão ou entidade da administração pública direta, autárquica ou

fundacional, da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios;

b) missão diplomática, repartição consular de caráter permanente ou

representação de organismo internacional de que o Brasil seja membro; ou

c) pessoa jurídica habilitada ao Despacho Aduaneiro Expresso (Linha Azul) e as

empresas certificadas como Operador Econômico Autorizado (OEA).

Na prestação de garantia sob a forma de fiança, será exigido o cumprimento

dos requisitos de regularidade fiscal perante a Fazenda Nacional, nos termos de

Portaria expedida conjuntamente pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional

(PGFN) e RFB que dispõe sobre regularidade fiscal (Portaria Conjunta

RFB/PGFN nº 1751, de 2014), considerando-se idônea aquela prestada por (IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 60, § 5º):

I - instituição financeira;

II - qualquer outra pessoa jurídica que possua patrimônio líquido de, no

mínimo, 5 (cinco) vezes o valor da garantia a ser prestada ou superior a R$

5.000.000,00 (cinco milhões de reais); ou

110

III - pessoa física, cuja diferença positiva entre seus bens e direitos e suas

dívidas e ônus reais seja, no mínimo, 5 (cinco) vezes o valor da garantia a ser

prestada.

As condições estabelecidas nos incisos II e III acima serão aferidas com base

na última declaração para fins de imposto sobre a renda que o contribuinte

estiver obrigado a apresentar, considerados os prazos definidos na legislação

específica (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 60, § 6º).

A prestação de garantia sob a forma de depósito em dinheiro será de acordo

com os procedimentos estabelecidos na IN SRF nº 421, de 2004 e deverão ser

efetuados na Caixa Econômica Federal (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 60, §

7º).

2.5.2 LIBERAÇÃO DA GARANTIA

A extinção da aplicação do regime implica a consequente liberação da garantia

prestada. Nos casos de extinção parcelada, a pedido do interessado, poderá ser

liberada uma parcela da garantia, proporcional à parcela para a qual o regime

se encerra.

2.5.3 EXIGÊNCIA DA GARANTIA

Nos casos em que houver descumprimento do regime, os tributos suspensos

pela aplicação do regime especial de admissão temporária para utilização

econômica, constituídos no TR ao amparo de garantia, serão exigidos,

conforme conforme procedimentos definidos no tópico 2.11.3.1 Cobrança dos

Tributos Suspensos.

LEGISLAÇÃO

Decreto-Lei no 2.472, de 1988

Decreto-Lei nº 37, de 1966

Decreto nº 70.235, de 1972

Decreto nº 6.759, de 2009

111

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN SRF nº 680, de 2006

IN SRF nº 421, de 2004

IN SRF nº 117, de 2001

Portaria Conjunta RFB/PGFN nº 1751, de 2014

2.6 Concessão

2.6.1 Dossiê Digital de Atendimento (DDA)

O importador deverá solicitar a formação de dossiê digital de atendimento

(DDA) com a juntada do requerimento de admissão temporária (RAT)

previamente ao registro da declaração de importação (DI), em qualquer

unidade da RFB, dirigido à unidade da RFB onde será efetuado o despacho

aduaneiro, conforme o disposto na IN RFB nº 1.412, de 2013, que dispõe sobre

a transmissão e entrega de documentos digitais (IN RFB nº 1.600, de 2015, art.

13).

No RAT, o interessado deve indicar a fundamentação legal (enquadramento do

pedido), o prazo pretendido para o regime e a descrição da finalidade de

utilização do bem.

O número do DDA deverá constar no campo próprio da DI (IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 14, parágrafo único).

O controle do regime será integralmente realizado por meio do DDA, no

sistema e-Processo.

O DDA não se confunde com o dossiê do sistema Visão Integrada de Comércio

Exterior (dossiê Vicomex). No caso de admissão temporária efetuada com base

em DI, para fins de atendimento das obrigações perante à RFB, é necessário

apenas a anexação eletrônica do RAT ao dossiê Vicomex.

LEGISLAÇÃO

IN RFB nº 1.600, de 2015

112

IN RFB nº 1.412, de 2013

2.6.2 Despacho Aduaneiro

O despacho aduaneiro na concessão do regime de admissão temporária rege-se

pelas normas gerais do despacho de importação e pelas normas específicas do

despacho de admissão temporária estabelecidas pela IN RFB nº 1.600, de

2015, que disciplina a aplicação do regime (IN SRF nº 680, de 2006, arts. 1º e

2º).

A análise do cabimento do regime será realizada no curso da conferência

aduaneira e sua concessão será efetuada mediante o desembaraço aduaneiro

do bem (IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 15 e 62).

A competência para a concessão do regime e a fixação do prazo de

permanência dos bens no País, bem como para a sua prorrogação, é do

Auditor-Fiscal da RFB responsável pelo despacho aduaneiro (Decreto nº 6.759,

de 2009, art. 360).

O despacho aduaneiro será efetuado com base em Declaração de Importação

(DI) registrada no Siscomex, na qual deverá ser informado o número do dossiê

digital de atendimento (DDA), em campo próprio (IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 61).

2.6.2.1 EXAME DOCUMENTAL

O exame documental no despacho para admissão temporária rege-se pelas

mesmas normas do despacho para consumo, constantes do Manual de

Importação.

Deve ser observado igualmente o que consta nos seguintes tópicos deste

Manual de Admissão Temporária:

2.2 Condições e Beneficiários;

2.3 Prazo;

2.4 Termo de Responsabilidade; e

2.5 Garantia.

113

Para fins de início do exame documental, o RAT deverá estar instruído com os

seguintes documentos, de acordo com o artigo 61 da IN RFB nº 1.600, de

2015:

I - instrumento de contrato de importação, ou seja, o contrato de

arrendamento operacional, de aluguel ou de empréstimo dos bens, celebrado

entre o importador e a pessoa estrangeira;

II - instrumento de contrato de prestação de serviços, celebrado entre o

importador e o tomador de serviços estabelecido no País, quando houver;

III - documento comprobatório da garantia prestada, quando exigível; e

IV - demais documentos previstos no §1º do art. 15, no que couber.

Não cabe apresentação de fatura comercial no despacho aduaneiro de

admissão temporária, uma vez que não se trata de uma operação de compra e

venda de mercadorias (IN SRF nº 680, de 2006, art. 18, § 2º, inc. II, alínea

“a”).

Os documentos em língua estrangeira apresentados para instrução do despacho

são dispensados de tradução juramentada e de registro em cartório de títulos e

documentos, podendo ser solicitada tradução simples, a critério do Auditor-

Fiscal da RFB designado, quando necessário para a compreensão de seu teor

(IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 120).

A) CONTRATO DE IMPORTAÇÃO

A apresentação do contrato de importação é obrigatória na instrução do pedido

de concessão do regime, ao contrário do que ocorre com o regime de admissão

temporária com suspensão total dos tributos (IN RFB nº 1.600, de 2015, art.

61, § 2º, inc. I).

O prazo de vigência do regime estará vinculado ao prazo do contato de

importação (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 374).

O regime não se aplica a bens objeto de arrendamento mercantil financeiro,

contratado com entidades arrendadoras domiciliadas no exterior, sendo

114

aplicável, nesse caso, o despacho para consumo (Decreto nº 6.759, de 2009,

arts. 374 e 379).

O arrendamento mercantil financeiro está disciplinado pela Lei nº 6.099, de 12

de setembro de 1974 e pela Resolução Bacen nº 2.309, de 28 de agosto de

1996.

B) CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

O contrato de prestação de serviços a terceiros é celebrado entre um prestador

de serviços (contratado, que no caso é o beneficiário do regime especial de

admissão temporária para utilização econômica) e um tomador de serviços

(contratante), logo, devem ser pessoas distintas e o regime não pode ser

concedido para bens que se destinam ao próprio tomador do serviço, como, por

exemplo, a importação de helicóptero para o transporte de diretores ou

empregados do próprio importador. O beneficiário do regime é ao mesmo

tempo importador e prestador de serviços, mas não pode ser o tomador desses

serviços (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 373, § 1º).

Não caberá admissão temporária para utilização econômica quando a finalidade

da importação for a locação, a disponibilização, o arrendamento ou o

empréstimo dos bens a terceiros sediados no País, mesmo que os contratos

tenham por objeto a prestação de serviços por esse terceiro locatário,

arrendatário ou mutuário, pois nesta situação não será o importador o

prestador dos serviços.

A apresentação do contrato de prestação de serviços poderá ser dispensada

quando o objeto social do importador for a prestação de serviços para pessoas

indeterminadas, a exemplo de uma empresa que presta serviços de transporte

para terceiros, hipótese em que não é possível antever os futuros clientes.

Nas situações em que não houver contrato de prestação de serviços, que

vincula o beneficiário do regime ao tomador dos serviços, seja porque é certo

mas ainda não tenha sido celebrado ou por que é incerto, a critério do Auditor-

Fiscal da RFB, poderá ser exigido do interessado documento ou informação que

115

indique os serviços a serem prestados, confirmando a finalidade da utilização

do bem, por exemplo minuta de contrato, carta de intenções, correspondência,

inclusive e-mail etc. Neste caso, fica o beneficiário do regime com a obrigação

de apresentar o contrato de prestação de serviços posteriormente celebrado,

sempre que solicitado pela RFB.

Nas situações em que há mais de um contrato de prestação de serviços,

celebrados ou em vista de serem celebrados, basta indicar um deles para a

comprovação da finalidade da utilização do regime. Os bens poderão ser

utilizados nas prestação de serviços relativos a outros contratos, além daquele

indicado no pedido de concessão, dispensada a autorização do Auditor-Fiscal da

RFB. Nestes casos, fica o beneficiário do regime, com a obrigação de

apresentar o contrato de prestação de serviços a terceiros, em execução,

diferente do originalmente apresentado, sempre que solicitado pela RFB.

2.6.2.2 VERIFICAÇÃO FÍSICA

A verificação física no despacho para admissão temporária rege-se pelas

mesmas normas do despacho para consumo, constantes do Manual de

Importação.

Regra geral, estará sujeito a verificação física o bem objeto de DI selecionada

para canal vermelho ou cinza.

No caso de DI selecionada para o canal amarelo, o Auditor-Fiscal da RFB

responsável pelo exame documental poderá condicionar a conclusão da etapa à

verificação física da mercadoria, na hipótese de descrição incompleta da

mercadoria na DI, que exija verificação física para sua perfeita identificação, o

estado de uso do bem, se é novo ou usado, com vistas a confirmar a correção

da classificação fiscal ou da origem declarada (IN SRF nº 680, de 2006, art. 25,

parágrafo único).

É facultado ao Auditor-Fiscal da RFB responsável pelo despacho solicitar laudo

técnico com o fim de confirmar a identificação ou quantificação da mercadoria

(IN SRF nº 680, de 2006, art. 29, §§ 2º e 3º).

116

A verificação física poderá ser realizada por amostragem de volumes e

embalagens com base nos procedimentos previstos na NE Coana nº 5, de

2013 (IN SRF nº 680, de 2006, art. 36).

2.6.2.3 DESEMBARAÇO ADUANEIRO

O desembaraço aduaneiro configura a concessão do regime e define o termo

inicial do prazo de vigência (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 360; IN RFB nº

1.600, de 2015, arts. 15 e 62).

O Auditor-Fiscal da RFB responsável pelo desembaraço deverá fixar o prazo de

vigência do regime concedido, do qual deve se dar ciência ao interessado por

meio de anexação ao DDA do correspondente termo de ciência e notificação.

Poderá ser indeferido o pedido de concessão quando o prazo indicado pelo

beneficiário no RAT for incompatível com a finalidade para a qual o bem foi

importado e com o seu provável período de permanência no País, sem motivo

justificado. O beneficiário poderá ser intimado a explicar ou trazer elementos

que justifiquem o prazo solicitado (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, § 6º).

LEGISLAÇÃO

Lei nº 6.099, de 1974

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN SRF nº 680, de 2006

IN SRF nº 611, de 2006

NE Coana nº 5, de 2013

Resolução Bacen nº 2.309, de 1996

2.6.3 Indeferimento do Pedido de Concessão

No caso de não atendimento dos requisitos e condições para a concessão ou

aplicação do regime de admissão temporária com suspensão total, o pedido

117

será indeferido (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 355, § 2º e IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 121).

Poderá, inclusive, ser indeferido o pedido de concessão quando o prazo

indicado pelo beneficiário no RAT for incompatível com a finalidade para a qual

o bem foi importado e com o seu provável período de permanência no País,

sem motivo justificado (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 58, §2º).

Por meio de despacho decisório fundamentado, anexado ao dossiê digital de

atendimento (DDA) vinculado à DI, o interessado será cientificado do

indeferimento do pedido de concessão do regime e intimado a manifestar-se

por escrito, no prazo de 10 (dez) dias, sobre o novo tratamento a ser dado ao

bem ou a apresentar recurso voluntário (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 355, §

2º e IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 18 e 121).

Uma vez indeferido o pedido de concessão, o despacho de importação será

interrompido no Siscomex, até que seja definida uma nova destinação dos

bens. O importador poderá solicitar que o bem objeto de requerimento de

admissão temporária indeferido seja despachado para consumo, devolvido ao

exterior ou ingresse em outro regime aduaneiro especial.

2.6.3.1 RECURSO VOLUNTÁRIO

O Auditor-Fiscal da RFB que indeferiu o pleito anexará ao dossiê digital de

atendimento (DDA) o despacho decisório de indeferimento, do qual dará

ciência ao importador.

Da decisão de indeferimento do pedido de concessão do regime que envolver

razões de legalidade e mérito caberá, no prazo de 10 (dez) dias contado da

ciência dessa decisão, apresentação de recurso voluntário dirigido à autoridade

aduaneira que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo de 5

(cinco) dias, o encaminhará ao titular da respectiva unidade da RFB (IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 121).

Da decisão denegatória expedida pelo titular da unidade da RFB caberá recurso

no prazo de 10 (dez) dias da ciência dessa decisão, que se não for

118

reconsiderada no prazo de 5 (cinco) dias, o recurso será encaminhado em

instância final à Superintendência com jurisdição sobre a unidade da RFB (Lei

nº 9.784, de 1999, art. 59; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 121, caput e

parágrafo único).

Ver neste Manual o tópico 2.12 Recurso.

2.6.3.2 CANCELAMENTO DA DI

Após a apresentação da manifestação do importador sobre a destinação do

bem objeto de requerimento de admissão temporária indeferido ou da decisão

definitiva sobre o recurso apresentado, a declaração de importação será

cancelada (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 18, parágrafo único).

LEGISLAÇÃO

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN SRF nº 680, de 2006

2.7 Prorrogação

2.7.1 Apresentação do pedido

Dentro do prazo de vigência do regime, o beneficiário poderá solicitar a

prorrogação do prazo de permanência dos bens em admissão temporária com

utilização econômica na mesma medida da extensão do prazo estabelecido no

contrato de importação (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 360, § 1º; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 63).

A prorrogação do prazo será solicitada por meio de Requerimento de Admissão

Temporária (RAT), a ser juntado ao dossiê digital de atendimento

(DDA) de controle do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 37, caput, e

66).

119

O pedido poderá ser protocolado em qualquer unidade da RFB e será dirigido, a

critério do beneficiário, à unidade da RFB de concessão do regime ou àquela

que jurisdicione o local em que se encontre o bem, a qual passará a controlar o

regime. Da mesma forma, os pedidos subsequentes de prorrogação deverão ser

dirigidos à unidade da RFB que então controla o regime ou àquela que

jurisdicione o local em que atualmente se encontre o bem (IN RFB nº 1.600, de

2015, arts. 37, § 3º, e 66).

O RAT será instruído com os seguintes documentos (IN RFB nº 1.600, de

2015, arts. 61, 63, 64 e 66):

I - aditivo ao instrumento de contrato de arrendamento operacional, de aluguel

ou de empréstimo, celebrado entre o importador e a pessoa estrangeira;

II - instrumento de contrato de prestação de serviços a terceiros, celebrado

entre o importador (beneficiário do regime) e o tomador de serviços sediado no

País, quando houver;

III - comprovantes de recolhimento dos tributos devidos (Darf);

III - documento comprobatório da garantia prestada, quando exigível; e

IV - documentos exigidos em legislação específica, se cabível.

Os documentos em língua estrangeira apresentados para instrução do pedido

de prorrogação são dispensados de tradução juramentada e de registro em

cartório de títulos e documentos, podendo ser solicitada tradução simples, a

critério do Auditor-Fiscal da RFB designado, quando necessário para a

compreensão de seu teor (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 120).

O Termo de Responsabilidade (TR) apresentado para a concessão da admissão

temporária, em geral, abrange o período de vigência do regime, incluídas as

prorrogações, sendo dispensável a apresentação de novo TR (IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 11, § 3º, e art. 59).

Nos casos de regimes concedidos há muito tempo, antes de 2013, pode ocorrer

de o TR estar expirado, devendo ser providenciado novo TR, a ser juntado

ao DDA (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, § 5º, e art. 66).

120

LEGISLAÇÃO

Lei nº 9.784, de 1999

Lei nº 9.430, de 1996

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.7.2 Análise do pedido

A análise do pedido de prorrogação será realizada à vista dos documentos que

instruem o dossiê digital de atendimento (DDA) de controle do regime. A

decisão quanto ao requerimento de prorrogação caberá ao Auditor-Fiscal

da RFB responsável pela análise do DDA (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, §

7º, e art. 66).

Constatando-se a falta de algum dos documentos instrutivos previstos, o

beneficiário será intimado a sanear os autos em até 2 (dois) dias úteis. Este

prazo pode ser estendido, a critério do Auditor-Fiscal, considerando a

justificativa procedente do interessado (Lei nº 9.784, de 1999, art. 40; IN RFB

nº 1.600, de 2015, art. 37, § 6º).

Caso os documentos não sejam apresentados no prazo estabelecido, sem a

devida justificativa, o pedido de prorrogação do regime não será conhecido e o

beneficiário deverá promover a extinção do regime no prazo de 30 (trinta)

dias da ciência da decisão, salvo se ainda restante o prazo de vigência do

regime (Lei nº 9.784, de 1999, art. 40; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, §

6º).

Se julgar necessário, Auditor-Fiscal da RFB responsável pelo exame do pedido

de prorrogação poderá determinar a verificação física do bem.

Não será conhecido o pedido de prorrogação apresentado depois do termo final

da vigência do regime, salvo nas hipóteses de caso fortuito ou força maior, a

critério do titular da unidade local, desde que não constatada negligência do

interessado (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, § 4º).

121

No caso de pedido intempestivo, serão adotados os procedimentos para a

exigência do crédito tributário, definidos no tópico 2.11 Descumprimento do

Regime.

LEGISLAÇÃO

Lei nº 9.784, de 1999

Lei nº 9.430, de 1996

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.7.2.1 Pagamento proporcional dos tributos

Os tributos correspondentes ao período adicional de permanência do bem no

País, acrescidos de juros moratórios, deverão ser recolhidos por meio de

Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) até o termo final do

prazo de vigência anterior (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 64).

Os tributos correspondentes ao período adicional de permanência do bem no

País serão calculados mediante a aplicação do percentual de 1% (um por

cento) sobre o montante dos tributos originalmente devidos, por cada mês ou

fração contidos no período de prorrogação solicitado (Decreto nº 6.759, de

2009, art. 373, § 2º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 63).

Ressalte-se que, para fins de cálculo do tributo devido na prorrogação, reporta-

se à data do fato gerador dos tributos, que é a data do registro da declaração

de admissão ao regime. Ainda que legislação posterior tenha alterado a alíquota

do bem, aplica-se a alíquota vigente na data do fato gerador (Decreto nº 6.759,

de 2009, art. 73, inciso IV).

Os juros moratórios serão calculados com base na taxa Selic, contados da data

do registro da DI até a data do efetivo pagamento. Na determinação do cálculo

da taxa Selic, deve-se considerar o acumulado a partir do primeiro dia do mês

subsequente ao do registro da DI até o mês anterior ao do pagamento, e de

122

um por cento no mês de pagamento (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 73, inc.

IV, 107 e 748; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 64).

O valor dos juros podem ser conferidos a partir da Taxa de Juros Selic

Acumulados ou do programa SicalcWeb, disponíveis na página de Internet da

RFB:

Taxa de Juros Selic Acumulados

SicalcWeb - Pessoa Jurídica

SicalcWeb - Pessoa Física

Não cabe o recolhimento da multa de mora se o pagamento dos tributos for

efetuado dentro do prazo de vigência do regime a ser prorrogado, uma vez que

não há descumprimento do prazo para pagamento.

O recolhimento dos tributos depois do prazo de vigência do regime a ser

prorrogado implicará cobrança da multa de 75% (setenta e cinco por cento)

sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição, prevista na Lei nº

9.430, de 1996, art. 44, inciso I (Lei nº 9.430, de 1996, art. 61; Decreto nº

6.759, de 2009, art. 746 e 748; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 64, § 1º).

Nos casos em que o beneficiário efetuar o pagamento antes da exigência fiscal,

acrescido de juros e multa de mora, ainda que após o término da vigência do

regime a ser prorrogado, estará dispensado do pagamento da multa de ofício

(Decreto nº 6.759, de 2009, art. 683, § 2º).

No caso de falta de recolhimento ou de recolhimento insuficiente dos tributos

proporcionais correspondentes ao prazo de prorrogação solicitado, o

beneficiário será intimado a apresentar o comprovante de pagamento da

diferença no prazo de 2 (dois) dias úteis, com o acréscimo da multa de ofício,

prevista no inciso I do artigo 44 da Lei nº 9.784, de 1999, salvo se o

recolhimento da diferença for efetuado ainda dentro do prazo de vigência do

regime a ser prorrogado (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, § 6º).

Vencido o prazo para saneamento e não efetuado o recolhimento tributos, juros

moratórios ou multa, se couber, o pleito será indeferido, pelo não atendimento

123

de requisito para a prorrogação do regime, previsto no art. 64 da IN RFB nº

1.600, de 2015.

LEGISLAÇÃO

Lei nº 9.784, de 1999

Lei nº 9.430, de 1996

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.7.3 Deferimento do pedido de prorrogação

Atendidos os requisitos para prorrogação, o Auditor-Fiscal da RFB deferirá o

pedido, fixando o novo prazo de vigência do regime, que pode ser distinto do

solicitado, caso os documentos apresentados pelo beneficiário não sejam

compatíveis com o período requerido (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 360, §

2º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, § 7º, e art. 66).

O beneficiário será cientificado do deferimento da prorrogação e do novo termo

final da admissão temporária através despacho decisório anexado ao dossiê

digital de atendimento (DDA) em que se controla a aplicação do regime.

LEGISLAÇÃO

Lei nº 9.784, de 1999

Lei nº 9.430, de 1996

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.7.4 Indeferimento do pedido de prorrogação

2.7.4.1 INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE PRORROGAÇÃO

No caso de não atendimento dos requisitos e condições para a aplicação do

regime no período de prorrogação solicitado, o Auditor-Fiscal da RFB indeferirá

124

o pedido, em decisão fundamentada (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 355, §

2º; IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 37, § 7º, 66).

O pedido de prorrogação poderá ser indeferido, inclusive, quando o prazo

indicado pelo beneficiário no RAT quando for incompatível com a finalidade

para a qual o bem foi importado e com o seu provável período de permanência

no País, sem motivo justificado (IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 58, § 2º, e

63, parágrafo único).

Por meio de despacho decisório anexado ao dossiê digital de atendimento

(DDA) de controle do regime, o beneficiário será cientificado do indeferimento

da prorrogação e intimado a adotar um dos procedimentos para extinção da

aplicação do regime, no prazo de 30 (trinta) dias, salvo se superior o período

restante fixado para a permanência do bem no País (IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 38).

Os procedimentos para a extinção do regime estão definidos no tópico 2.9

Extinção Regular do Regime.

2.7.4.2 RECURSO VOLUNTÁRIO

Da decisão de indeferimento do pedido de prorrogação do regime caberá, no

prazo de 10 (dez) dias, apresentação de recurso voluntário dirigido ao

Auditor-Fiscal da RFB que proferiu a decisão, o qual, se não a reconsiderar no

prazo de 5 (cinco) dias, o encaminhará ao titular da respectiva unidade da RFB

(IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 121).

Da decisão denegatória caberá, no prazo de 10 (dez) dias, recurso dirigido ao

titular da unidade da RFB, o qual, se não a reconsiderar no prazo de 5 (cinco)

dias, o recurso será encaminhado em instância final à Superintendência com

jurisdição sobre a unidade da RFB (Lei nº 9.784, de 1999, art. 59; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 121, caput e parágrafo único).

Ver neste Manual o tópico 2.12 Recurso.

LEGISLAÇÃO

125

Lei nº 9.784, de 1999

Lei nº 9.430, de 1996

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.7.5 Não conhecimento do pedido de prorrogação

Tendo em vista que não haverá análise do pleito, não será conhecido o pedido

de prorrogação:

I - quando não apresentados os documentos exigidos para a instrução do

pleito, no prazo estabelecido pelo Auditor-Fiscal da RFB responsável pela

análise (Lei nº 9.784, de 1999, art. 40, IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 37, § 6º,

e art. 66).

II - apresentado depois do termo final da vigência do regime, salvo nas

hipóteses de caso fortuito ou força maior, a critério do titular da unidade local,

desde que não constatada negligência do interessado (IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 37, § 4º, e art. 66); ou

Como não se trata de indeferimento, não cabe recurso, pois não há análise de

mérito ou do aspecto legal, como prevê o artigo 56 da Lei nº 9.784, de 1999.

O beneficiário será cientificado do desconhecimento do pedido em despacho

sumário anexado ao dossiê digital de atendimento (DDA) de controle do

regime.

No caso de falha na instrução processual, o beneficiário deverá promover a

extinção do regime no prazo de 30 (trinta) dias da ciência da decisão que

não conheceu o pedido, salvo se superior o período restante fixado para a

permanência do bem no País. (Lei nº 9.784, de 1999, art. 40; IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 37, § 6º).

No caso de pedido intempestivo, serão adotados os procedimentos para a

exigência do crédito tributário, definidos no tópico 2.11 Descumprimento do

Regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 51, inc. I).

126

LEGISLAÇÃO

Lei nº 9.784, de 1999

Lei nº 9.430, de 1996

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.8 Situações Especiais na Aplicação

2.8.1 Movimentação no País

Os bens submetidos ao regime de admissão temporária para utilização

econômica, inclusive suas partes e peças, poderão ser submetidos a

manutenção, reparo, teste, demonstração ou exposição no País, sem alteração

de enquadramento e sem suspensão ou interrupção da contagem do prazo de

vigência (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 67).

Serão consideradas automaticamente em admissão temporária as partes e

peças nacionais ou nacionalizadas, desembaraçadas para exportação, e

incorporadas a um bem em admissão temporária em virtude de operações de

manutenção ou reparo (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 39).

Está dispensada a autorização da RFB, no entanto, deverão ser observados os

procedimentos definidos por outros órgãos da Administração Pública para a

circulação dos bens no País, por exemplo, emissão de nota fiscal com descrição

da natureza da operação (remessa para conserto etc.), conhecimento de

transporte e outros.

Sempre que partes e peças movimentados no País para manutenção ou reparo

permaneçam no País por ocasião do retorno ao exterior do bem a que se

vinculam (bem principal), o beneficiário deve promover sua extinção

isoladamente, de acordo com os procedimentos definidos tópico 2.9 Extinção

do Regime.

LEGISLAÇÃO

127

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.8.2 Movimentação para o Exterior

2.8.2.1 MOVIMENTAÇÃO PARA O EXTERIOR

Os bens admitidos no regime especial de admissão temporária para utilização

econômica, ou suas partes e peças, poderão ser remetidos ao exterior, sem

suspensão ou interrupção da contagem do prazo de vigência, para manutenção,

reparo, testes, demonstração ou prestação de serviços (IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 67).

A movimentação para o exterior durante a vigência do regime não gera direito

à restituição dos tributos pagos proporcionalmente, relativos ao período em que

o bem não esteve no País em utilização econômica (IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 67, §1º).

Está dispensada a apresentação de requerimento formal para autorização de

remessa ao exterior de bens submetidos ao regime aduaneiro de admissão

temporária. A autorização será processada no curso do despacho aduaneiro de

exportação.

2.8.2.2 DESPACHO ADUANEIRO

O despacho aduaneiro de remessa para o exterior será efetuado com base em

Declaração de Exportação (DE), ou de Declaração Simplificada de Exportação

(DSE), registrada no Siscomex, a critério do beneficiário do regime (IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 40, § 1º).

Na DE/DSE constará o número do dossiê digital de atendimento (DDA) de

controle do regime.

O desembaraço dos bens constantes da DE/DSE configura a autorização para

movimentação para o exterior (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 40, § 2º).

No caso de aeronaves, poderá ser autorizada movimentação para o exterior,

mediante apresentação à unidade da RFB de despacho aduaneiro de cópia da

General Declaration (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 68, §2º).

128

Aplicam-se, no que couber, os procedimentos definidos no tópico 2.9.1

Reexportação.

2.8.2.3 DESPACHO ADUANEIRO DE RETORNO DO EXTERIOR

O despacho aduaneiro no retorno dos bens do exterior deverá ser efetuado

com base em Declaração Simplificada de Importação (DSI) registrada no

Siscomex (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 40, § 3º).

Na DSI deverão ser informados, no campo informações complementares, o

número do DDA de controle do regime e o número da DE/DSE que amparou a

remessa dos bens ao exterior (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 40, § 3º).

Considera-se reexportado, para fim de extinção da admissão temporária, o bem

que, submetido à movimentação para o exterior, não retorne ao País durante a

vigência do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 40, § 4º).

Nos casos em que o bem retorne após a extinção do regime especial de

exportação temporária, conforme art. 40, § 4º, deverá ser considerada uma

nova operação, ou seja, uma nova admissão temporária.

LEGISLAÇÃO

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.8.3 Substituição do Beneficiário

2.8.3.1 SUBSTITUIÇÃO DO BENEFICIÁRIO

Na vigência do regime de admissão temporária para utilização econômica,

poderá ser autorizada a substituição do beneficiário do regime (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 371; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 69).

O tributo eventualmente recolhido será aproveitado pelo novo beneficiário (IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 69, §2º).

A autorização para substituição do beneficiário fica condicionada à manifestação

expressa do exportador do bem e não implica reinício da contagem do prazo de

permanência dos bens no País (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 42, § 2º).

129

A substituição do beneficiário do regime poderá ser realizada em relação a

parte dos bens ou sua totalidade e concomitante com outras alterações.

2.8.3.2 APRESENTAÇÃO DO PEDIDO E AUTORIZAÇÃO

A substituição do beneficiário será solicitada por meio de Requerimento do

Regime de Admissão Temporária (RAT), a ser protocolizado na vigência do

regime, dispensado o registro de nova declaração de importação pelo novo

beneficiário (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 42, caput).

O RAT será firmado pelo beneficiário original e pelo novo beneficiário e deverá

ser dirigido à unidade da RFB responsável pelo controle do regime, ou àquela

que jurisdiciona o local onde se encontra o bem e que passará a controlar o

regime.

Será efetuada a juntada do RAT tanto ao dossiê digital de atendimento

(DDA) de controle do regime quanto ao DDA a ser protocolado pelo novo

beneficiário, em que será controlado o regime a partir do deferimento do

pedido.

O novo DDA deverá ser instruído com os seguintes documentos (IN RFB nº

1.600, de 2015; art. 69, § 1º):

I - RAT;

II - cópia dos documentos instrutivos do despacho de importação dos bens;

III - manifestação expressa do exportador;

IV - termo de responsabilidade avulso firmado pelo novo beneficiário;

V - apresentação de garantia pelo novo beneficiário, quando cabível;

VI - documentos que comprovem a adequação do pedido.

A análise do pedido consiste em verificar o atendimento dos requisitos para a

concessão e aplicação do regime em relação ao novo beneficiário.

A autorização para substituição do beneficiário será efetivada em despacho

decisório do Auditor-Fiscal da RFB, do qual se dará ciência aos interessados.

O novo beneficiário será cientificado do deferimento da substituição por meio

de despacho decisório anexado ao DDA formalizado em seu nome, em que se

130

controlará a aplicação do regime. A partir deste momento, torna-se

responsável pelo cumprimento das condições do regime (IN RFB nº 1.600, de

2015; art. 42, § 4º, e 69, § 1º).

O beneficiário anterior será cientificado do deferimento da substituição por

meio de despacho decisório anexado ao DDA original de controle de aplicação

do regime, considerando-se baixada, total ou parcialmente, a depender do

caso, a sua responsabilidade (IN RFB nº 1.600, de 2015; art. 42, § 4º).

LEGISLAÇÃO

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.8.4 Alteração do Contratante no Exterior

A mera alteração do contratante que se encontra no exterior não afeta o

regime, desde que preservadas as condições que justificaram a sua concessão,

devendo ser providenciada apenas a anexação da referida alteração ao

correspondente dossiê digital de atendimento (DDA) (IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 43).

No caso em que, além da alteração do contratante no exterior, ocorrer alguma

mudança contratual que afete o regime, a sua continuidade dependerá de

apreciação da unidade da RFB responsável pelo controle do regime (IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 43).

LEGISLAÇÃO

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.9 Extinção

131

Neste tópico, serão tratadas as formas possíveis de extinção quando são

tomadas providências tempestivas e não ocorreu qualquer descumprimento do

regime, passível de penalização.

2.9.1 Reexportação

2.9.1.1 TEMPESTIVIDADE

Na vigência do regime, o beneficiário deverá adotar providências para a

extinção da sua aplicação (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44)

Tem-se por tempestiva a providência para a extinção do regime de admissão

temporária para utilização econômica, na modalidade de reexportação, quando

o beneficiário, no prazo de vigência, registrar a correspondente declaração de

exportação (DE ou DSE), assim como (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 45, inc

I):

I - dar entrada dos bens em recinto alfandegado; ou

II - apresentar os bens à unidade da RFB de saída; ou

III - solicitar a conferência no local em que se encontra o bem, em situações de

comprovada impossibilidade de sua armazenagem em local alfandegado ou,

ainda, em outras situações justificadas, tendo em vista a natureza dos bens ou

circunstâncias específicas da operação.

Caso não seja autorizada a conferência no local onde se encontra o bem, o

beneficiário será intimado a apresentá-lo no recinto alfandegado onde será

realizado o despacho de reexportação.

Também será considerada tempestiva a providência para extinção do regime

com a reexportação dos bens, quando adotada pelo beneficiário:

I - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de

prorrogação do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 38);

II - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

132

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de extinção

do regime nas modalidade de destruição, transferência para outro regime ou

despacho para consumo (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 50).

III - no prazo de 10 (dez) dias, contado da data do indeferimento do pedido de

licença de importação, salvo se superior o período restante fixado para a

permanência dos bens no País, na hipótese em que o beneficiário tenha

tempestivamente optado pelo despacho para consumo e a licença de

importação for indeferida (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 45, parágrafo único,

inc. II).

Na reexportação para fins de extinção do regime de admissão temporária com

utilização econômica, aplicam-se subsidiariamente as condições dispostas no

regime de admissão temporária com suspensão total (Decreto nº 6.759, de

2009, art. 378 e IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 74).

2.9.1.2 DESPACHO ADUANEIRO

A competência para extinção da aplicação do regime será da unidade aduaneira

onde ocorrer o despacho de reexportação (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44, §

2º).

Está dispensada a apresentação de requerimento formal para a extinção do

regime de admissão temporária, bastando apresentar a declaração de

exportação e os documentos instrutivos do despacho aduaneiro.

A extinção da aplicação do regime poderá ser efetuada de forma parcelada, por

exemplo, alguns bens reexportados, outros destruídos sob controle aduaneiro,

outros entregues à RFB, transferidos para outro regime ou despachados para

consumo, observadas a tempestividade e formalidades de cada modalidade de

extinção (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 367, § 1º; IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 44, § 1º).

Quando exigível a multa por descumprimento do regime, a reexportação

somente será autorizada após o seu pagamento (Decreto nº 6.759, de 2009,

arts. 367, § 10, e 592; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 51, § 3º).

133

O despacho aduaneiro de reexportação dos bens admitidos no regime de

admissão temporária será efetuado com base na declaração de exportação (DE

ou DSE) (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 46 e 74).

Na declaração de exportação (DE ou DSE) deverão constar os números

do dossiê digital de atendimento (DDA) de controle do regime e da

declaração de importação que amparou a entrada dos bens do País.

A conferência aduaneira seguirá as regras do despacho aduaneiro de

exportação, nos termos da IN SRF nº 28, de 1994 e da IN SRF nº 611, de

2006.

A reexportação como forma de extinção do regime implica a liberação da

garantia prestada, que poderá, a pedido do interessado, ser efetuada na

medida da extinção parcelada do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 71,

parágrafo único e 44, § 1º).

No caso de extinção do regime com a reexportação antecipada dos bens,

caberá a restituição dos tributos pagos, na proporção de tempo do regime

concedido e não gozado (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 72).

Ver o Manual de Exportação.

2.9.1.3 SITUAÇÕES ESPECÍFICAS NA REEXPORTAÇÃO:

A) REEXPORTAÇÃO DE PARTES E PEÇAS SUBSTITUÍDAS

Na hipótese de admissão temporária de partes e peças destinadas à

substituição em bens estrangeiros, as partes e peças substituídas deverão ser

reexportadas no prazo de até 30 (trinta) dias da data do desembaraço

aduaneiro do bem admitido em substituição, salvo se comprovada a sua

destruição ou despacho para consumo (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 16).

B) MOVIMENTAÇÃO DE BENS PARA O EXTERIOR

Consideram se reexportados, para fim de extinção do regime de admissão

temporária, os bens ou suas partes e peças que tenham sido remetidos ao

134

exterior e não retornaram ao País até o final do prazo de vigência do

regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 40, § 4º).

A movimentação para o exterior durante a vigência do regime não gera direito

à restituição dos tributos pagos proporcionalmente, relativos ao período em que

o bem não esteve no País em utilização econômica (IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 67, §1º).

Ver neste Manual o tópico 2.8.2 Movimentação para o Exterior.

LEGISLAÇÃO

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN SRF nº 611, de 2006

IN SRF nº 28, de 1994

2.9.2 Entrega à Fazenda Nacional

2.9.2.1 TEMPESTIVIDADE

Na vigência do regime de admissão temporária para utilização econômica, o

beneficiário deverá adotar providências para a extinção da sua aplicação (IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 44).

Tem-se por tempestiva a providência para a extinção do regime, na modalidade

de entrega à Fazenda Nacional, quando o beneficiário protocolizar o

requerimento, indicando local onde se encontram os bens (IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 45, inciso II).

Também será considerada tempestiva a providência para extinção do regime

com a entrega dos bens à RFB, quando adotada pelo beneficiário:

I - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de

prorrogação do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 38);

135

II - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de extinção

do regime nas modalidade de destruição, transferência para outro regime ou

despacho para consumo (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 50).

III - no prazo de 10 (dez) dias, contado da data do indeferimento do pedido de

licença de importação, salvo se superior o período restante fixado para a

permanência dos bens no País, na hipótese em que o beneficiário tenha

tempestivamente optado pelo despacho para consumo e a licença de

importação for indeferida (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 45, parágrafo único,

inc. II).

Para a extinção do regime na utilização econômica, aplica-se subsidiariamente

as condições dispostas no regime de admissão temporária com suspensão total

(Decreto nº 6.759, de 2009, art. 378 e IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 74).

2.9.2.2 APRESENTAÇÃO DO PEDIDO

O requerimento de entrega dos bens à RFB para fins de extinção do regime de

admissão temporária para utilização econômica deve ser dirigido à unidade da

RFB com jurisdição sobre o local onde se encontrem os bens e deve conter a

indicação exata do local onde eles se encontrem (IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 44, caput, inc. II, e § 2º).

A extinção da aplicação do regime poderá ser efetuada de forma parcelada, por

exemplo, alguns bens entregues à RFB, outros reexportados, transferidos para

outro regime ou despachados para consumo, observadas a tempestividade e

formalidade de cada modalidade de extinção (Decreto nº 6.759, de 2009, art.

367, § 1º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44, § 1º).

No requerimento de entrega à RFB, o beneficiário atestará que todo o

procedimento de entrega ocorrerá às suas expensas, relacionando os bens e

indicando o local e o estado de uso em que se encontram (IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 44, caput, inc. II).

136

2.9.2.3 ANÁLISE DO PEDIDO DE ENTREGA À RFB

A análise do pedido irá considerar a tempestividade do pleito, se os bens

relacionados para entrega à RFB correspondem aos ingressados no País sob o

regime de admissão temporária, a regularidade da aplicação do regime até

então, se o beneficiário assumiu a responsabilidade pelas despesas de entrega

e, principalmente, o interesse da RFB em receber os bens.

Atendidas todas as condições e manifestação de concordância do titular da

Unidade da RFB em receber os bens, o beneficiário será notificado da decisão

em despacho sumário e intimado a promover a entrega dos bens, em prazo

definido compatível com o tipo de bem, livres de quaisquer despesas, para fins

de extinção do regime (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 367, inc. II; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 44, inciso II).

A extinção da aplicação do regime com a entrega dos bens à RFB não obriga ao

pagamento dos tributos suspensos (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 367, §

3º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44, § 5º).

A entrega dos bens à RFB como forma de extinção do regime implica a

liberação da garantia prestada, que poderá, a pedido do interessado, ser

efetuada na medida da extinção parcelada do regime (IN RFB nº 1.600, de

2015, arts. 71, parágrafo único e 44, § 1º).

No caso de extinção antecipada do regime na utilização econômica, caberá a

restituição dos tributos pagos, na proporção de tempo do regime concedido e

não gozado (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 72).

Em caso de descumprimento do regime, não será possível a entrega do bem à

RFB, uma vez que nesta situação a extinção do regime será permitida somente

por reexportação ou despacho para consumo (Decreto nº 6.759, de 2009, art.

370, incisos I e II; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 51, §1º).

2.9.2.4 INDEFERIMENTO DO PEDIDO

137

O indeferimento do pleito de extinção do regime de admissão temporária na

modalidade de entrega à Fazenda Nacional será efetuado em despacho

decisório, do qual o beneficiário tomará ciência.

A decisão de não receber os bens é ato discricionário do titular da unidade da

RFB e não envolve razões de legalidade nem de mérito, por isso, no caso de

indeferimento do pedido, não caberá recurso (Lei nº 9.784, de 1999, art.

56; Decreto nº 6.759, de 2009, art. 367, inc. II; IN RFB nº 1.600, de 2015, art.

45, inciso II).

Indeferido o pedido de entrega à RFB, o beneficiário deverá reexportar os bens

ou adotar providência para a extinção do regime em outra modalidade no prazo

de 30 (trinta dias), contados da data da ciência da decisão, salvo se superior

o período restante fixado para a permanência dos bens no País (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 367, § 9º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 50).

Ver neste Manual o tópico 2.12 Recurso.

LEGISLAÇÃO

Lei nº 10.893, de 2004

Lei nº 9.784, de 1999

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.9.3 Destruição sob Controle Aduaneiro

2.9.3.1 TEMPESTIVIDADE

Na vigência do regime de admissão temporária para utilização econômica, o

beneficiário deverá adotar providências para a extinção da sua aplicação (IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 44).

Tem-se por tempestiva a providência para a extinção do regime, na modalidade

de destruição sob controle aduaneiro, quando o beneficiário, no prazo de

vigência, protocolar o requerimento de destruição, instruído com a licença

ambiental ou com o comprovante de sua solicitação ou, ainda, com documento

138

que ateste a sua dispensa, e indique a localização dos bens (IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 44, inc. III e § 2º, §6º).

Também será considerada tempestiva providência para extinção do regime, na

modalidade de destruição sob controle aduaneiro, quando adotada pelo

beneficiário:

I - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de

prorrogação do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 38);

II - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de extinção

do regime nas modalidade de entrega à RFB, transferência para outro regime

ou despacho para consumo (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 50).

III - no prazo de 10 (dez) dias, contado da data do indeferimento do pedido de

licença de importação, salvo se superior o período restante fixado para a

permanência dos bens no País, na hipótese em que o beneficiário tenha

tempestivamente optado pelo despacho para consumo e a licença de

importação for indeferida (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 45, parágrafo único,

inc. II).

Para a extinção do regime na utilização econômica, aplica-se subsidiariamente

as condições dispostas no regime de admissão temporária com suspensão total

(Decreto nº 6.759, de 2009, art. 378 e IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 74).

2.9.3.2 APRESENTAÇÃO DO PEDIDO

O requerimento de destruição dos bens sob controle aduaneiro para fins de

extinção do regime de admissão temporária para utilização econômica deve ser

dirigido à unidade da RFB com jurisdição sobre o local onde se encontrem os

bens e deve conter a indicação exata do local onde eles se encontram (IN RFB

nº 1.600, de 2015, art. 44, § 2º e inc. III).

139

A extinção da aplicação do regime poderá ser efetuada de forma parcelada, por

exemplo, alguns bens destruídos sob controle aduaneiro, outros reexportados,

outros entregues à RFB, transferidos para outro regime ou despachados para

consumo, observadas a tempestividade e formalidades de cada modalidade de

extinção (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 367, § 1º; IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 44, § 1º).

No requerimento de destruição dos bens, o beneficiário atestará que todo o

procedimento de destruição ocorrerá às suas expensas, relacionando os bens e

indicando a forma e o local onde será processada a destruição, assim como, se

for o caso, a empresa ou o profissional responsável pelo procedimento (IN RFB

nº 1.600, de 2015, art. 44, caput, inc. III, e § 2º).

O pedido de extinção do regime de admissão temporária para utilização

econômica na modalidade de destruição será instruído com os seguintes

documentos:

I - comprovante de exoneração ou recolhimento do ICMS (IN SRF 680, de

2006, art. 54); e

II - licença ambiental (para cada etapa de gerenciamento dos resíduos sólidos

ou rejeitos, se for o caso) ou comprovante de sua solicitação ou documento

que ateste a sua dispensa, emitido pelo órgão ambiental competente (Lei nº

6.938, de 1981, art. 2º, inc. V, art. 3º, inc. III, alínea “e”, art. 4º, inc. III, art.

9º, inc. IV; Lei nº 12.305, de 2010, art. 1º, §1º; art. 20, art. 24, art. 25;

e Resolução Conama nº 237, de 1997, art. 1º, incs. I e II, art. 2º, Anexo I; IN

RFB nº 1.600, de 2015 art. 44, § 6º).

2.9.3.3 ANÁLISE DO PEDIDO E TERMO DE DESTRUIÇÃO

A análise do pedido irá considerar a tempestividade do pleito, se os bens

relacionados para destruição sob controle aduaneiro correspondem aos

ingressados no País sob o regime de admissão temporária, a regularidade da

aplicação do regime até então, a efetividade do procedimento de destruição

indicado, a assunção do seu custeio pelo beneficiário e se não há restrição de

140

ordem ambiental para o procedimento de destruição indicado, definida em

licença ambiental ou em comprovante de sua dispensa.

Atendidas todas as condições, o beneficiário será notificado da decisão em

despacho do Auditor-Fiscal da RFB e intimado a promover a destruição dos

bens, em prazo definido compatível com o procedimento a ser executado e livre

de qualquer ônus para a RFB, para fins de extinção do regime (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 367, inc. II; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44, inciso III).

Em caso de descumprimento do regime, não cabe a extinção na modalidade de

destruição dos bens, uma vez que nesta situação a extinção do regime será

permitida somente por reexportação ou despacho para consumo (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 370, incisos I e II; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 51, §1º).

Não será autorizada a destruição de bens que já foram consumidos em função

do seu uso no curso da aplicação de regime. Para estes, a modalidade de

extinção deve ser o despacho para consumo, mediante o recolhimento integral

dos tributos.

A extinção da aplicação do regime com a destruição sob controle aduaneiro não

obriga ao pagamento dos tributos suspensos (Decreto nº 6.759, de 2009, art.

367, § 3º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44, § 5º).

Quando os bens admitidos no regime forem danificados, em virtude de sinistro

(destruição sem o devido controle aduaneiro), o valor do crédito tributário

poderá ser reduzido proporcionalmente ao montante do prejuízo, a pedido do

beneficiário, instruído com laudo pericial do órgão oficial competente, do qual

deverão constar as causas e os efeitos do sinistro, que demonstre não ter

havido culpa ou dolo do beneficiário (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 365 e

369, inc. V).

A destruição como forma de extinção do regime implica a consequente

liberação da garantia prestada, que poderá, a pedido do interessado, ser

efetuada de forma parcelada e proporcional, na hipótese de extinção parcelada

do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 71, parágrafo único e 44, § 1º).

141

No caso de extinção antecipada do regime na utilização econômica, autorizada

pela RFB, caberá a restituição dos tributos pagos, na proporção de tempo do

regime concedido e não gozado (IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 72).

A critério do Auditor do Fiscal da RFB, o controle da destruição dos bens pode

ser realizada sem acompanhamento fiscal, podendo ser aproveitado laudo

técnico emitido pela empresa ou profissional responsável pela destruição ou

por perito credenciado pela RFB, nos termos da IN RFB nº 1.020, de 2010.

No termo de destruição ou no laudo técnico a ser anexado ao DDA de controle

do regime, deverá constar o número da declaração de admissão no regime, a

relação dos bens, o processo utilizado na destruição e a quantificação e

qualificação de eventual resíduo.

O beneficiário será notificado da extinção do regime.

2.9.3.4 RESÍDUOS ECONOMICAMENTE UTILIZÁVEIS

Eventual resíduo remanescente da destruição, se economicamente utilizável,

deverá ser reexportado ou despachado para consumo, como se tivesse sido

importado no estado em que se encontre (Decreto nº 6.759, de 2009, art.

312; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 45, § 1º).

Não integram o valor aduaneiro dos resíduos os custos relativos ao transporte,

seguro e manuseio da carga que compuseram o valor aduaneiro do bem

destruído (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 312, § 2º).

O Auditor-Fiscal da RFB responsável pelo despacho aduaneiro para

consumo poderá solicitar laudo pericial que ateste o valor do resíduo, nos

termos da IN RFB nº 1.020, de 2010.

O despacho para consumo dos resíduos será efetuado com base em DI do tipo

13 ou em DSI registrada no Siscomex (IN SRF nº 680, de 2006, art. 1º; IN SRF

nº 611, de 2006, art. 3º).

2.9.3.5 INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE DESTRUIÇÃO

142

O indeferimento do pleito de extinção do regime de admissão temporária para

utilização econômica na modalidade de destruição será efetuado em despacho

decisório fundamentado a ser anexado ao DDA de controle do regime, do qual

o beneficiário deverá tomar ciência.

Da decisão de indeferimento que envolver razões de legalidade e mérito

caberá, no prazo de 10 (dez) dias contado da ciência dessa decisão,

apresentação de recurso voluntário dirigido ao Auditor-Fiscal da RFB que

proferiu a decisão, o qual, se não a reconsiderar no prazo de 5 (cinco) dias,

encaminhará o recurso ao titular da respectiva unidade da RFB (Lei nº 9.784,

de 1999, art. 56; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 121).

Da decisão denegatória caberá, no prazo de 10 (dez) dias, recurso dirigido ao

titular da unidade da RFB, o qual, se não a reconsiderar no prazo de 5 (cinco)

dias, encaminhará o recurso em instância final à Superintendência com

jurisdição sobre a unidade da RFB (Lei nº 9.784, de 1999, art. 59; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 121, caput e parágrafo único).

Mantido o indeferimento do pedido de extinção, o beneficiário será intimado a

reexportar os bens ou adotar providência para a extinção do regime em outra

modalidade, no prazo de 30 (trinta dias), contados da data da ciência da

decisão definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a

permanência dos bens no País (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 367, § 9º; IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 50).

Ver neste o manual o tópico 2.12 Recurso.

LEGISLAÇÃO

Lei nº 12.305, de 2010

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

Decreto nº 6.514, de 2008

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN RFB nº 1.020, de 2010

IN SRF nº 680, de 2006

143

IN SRF nº 611, de 2006

Resolução CNEN nº 12, de 2002

Resolução Conama nº 313, de 2002

Resolução Conama nº 237, de 1997

Resolução Conama nº 5, de 1993

Resolução CNEN nº 14, de 1989

2.9.4 Transferência para outro Regime

2.9.4.1 TEMPESTIVIDADE

Na vigência do regime de admissão temporária para utilização econômica, o

beneficiário deverá adotar providências para a extinção da sua aplicação (IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 44).

Tem-se por tempestiva a providência para a extinção do regime, na modalidade

de transferência para outro regime, quando o beneficiário, no prazo de

vigência, registrar no Siscomex a declaração de importação correspondente ao

novo regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 45, inc III; IN SRF nº 121, de

2002, art. 3º , § 3º).

Também será considerada tempestiva essa providência para extinção do

regime, na modalidade de transferência para outro regime, quando adotada

pelo beneficiário:

I - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de

prorrogação do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 38);

II - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de extinção

do regime nas modalidade de entrega à RFB, destruição sob controle aduaneiro

ou despacho para consumo (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 50).

144

III - no prazo de 10 (dez) dias, contado da data do indeferimento do pedido de

licença de importação, salvo se superior o período restante fixado para a

permanência dos bens no País, na hipótese em que o beneficiário tenha

tempestivamente optado pelo despacho para consumo e a licença de

importação for indeferida (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 45, parágrafo único,

inc. II).

Para a extinção do regime na utilização econômica, aplicam-se subsidiariamente

as condições dispostas no regime de admissão temporária com suspensão total

(Decreto nº 6.759, de 2009, art. 378 e IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 74).

2.9.4.2 APRESENTAÇÃO DO PEDIDO DE TRANSFERÊNCIA PARA

OUTRO REGIME

A competência para extinção da aplicação do regime na hipótese de

transferência para outro regime será da unidade aduaneira que jurisdiciona o

local onde se encontra o bem IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44, § 2º).

O requerimento de transferência de regime poderá ser protocolizado em

qualquer unidade da RFB e dirigido à unidade da RFB com jurisdição sobre o

local onde se encontrem os bens (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44, § 2º e inc.

IV).

Esse requerimento deve conter a indicação exata do local onde eles se

encontram e estar instruído com os seguintes documentos:

I - Documento de Transferência de Regime Aduaneiro (DTR), emitido pelo

beneficiário do regime anterior (IN SRF nº 121, de 2002, art. 3º, § 3º, inc. I);

II - Autorização expressa do proprietário dos bens no exterior, no caso de

substituição de beneficiário (IN SRF nº 121, de 2002, art. 2º, § 2º);

III - Documentos exigidos em legislação específica;

IV - Outros documentos que sirvam à comprovação da adequação do pedido ao

enquadramento proposto.

O DTR terá como número de referência o número da DI que serviu de base

para a admissão dos bens no regime anterior (admissão temporária), acrescido

145

de número sequencial de dois dígitos que identificará cada operação de

transferência (IN SRF nº 121, de 2002, art. 4º, caput e § 1º).

A transferência de mercadoria para o novo regime poderá ocorrer (IN RFB nº

1.600, de 2015, arts. 42 e 44, § 1º; IN SRF nº 121, de 2002, art. 2º):

I - em relação à totalidade ou parte da mercadoria; e

II - com ou sem mudança de beneficiário.

2.9.4.3 DESPACHO ADUANEIRO

A transferência de regime será realizada por meio de novo despacho aduaneiro,

que será efetuado com base em DI registrada no Siscomex (IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 45, inc. III; IN SRF nº 121, de 2002, art. 3º, § 3º).

Na declaração de importação deverão ser informados (IN SRF nº 121, de 2002,

art. 3º, § 4º):

I - o número da DI que amparou o regime anterior, no campo Documentos de

Instrução do Despacho;

II - o número do DDA de concessão do novo regime, no campo Processo

Vinculado; e

III - o demonstrativo de rateio do frete e seguro dos bens que sofrerão

mudança de finalidade, no campo da DI destinado a Informações

Complementares.

A análise fiscal e a autorização para a transferência de regime serão

processadas no curso do despacho aduaneiro relativo ao novo regime

aduaneiro (IN SRF nº 121, de 2002, art. 15; IN SRF nº 121, de 2002, art. 3º, §

3º).

A análise do pedido irá considerar a tempestividade do pleito, a competência

da unidade para autorizar a transferência de regime, se os bens relacionados

para transferência de regime correspondem aos ingressados no País, a

regularidade da aplicação do regime em vigor até então, e as formalidades

relativas ao novo regime aduaneiro especial.

146

A extinção da aplicação do regime de admissão temporária para utilização

econômica com a transferência para outro regime não obriga ao pagamento

dos tributos suspensos (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 367, § 3º; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 44, § 5º).

O Adicional de Frete da Marinha Mercante (AFRMM) continua suspenso por

força da aplicação do novo regime (Lei nº 10.893, de 2004, arts. 14 , inc. V,

alínea “c”, e 15).

O prazo de permanência da mercadoria no novo regime será contado a partir

da data do desembaraço aduaneiro da DI para admissão nesse regime. Para

efeito de cômputo do prazo máximo de permanência da mercadoria no novo

regime deverão ser considerados os períodos de permanência em regimes

anteriores (IN SRF nº 121, de 2002, art. 6º).

O desembaraço aduaneiro da nova DI configura a concessão do novo regime e

define o termo inicial do prazo de vigência desse novo regime (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 360; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 15).

O beneficiário será cientificado do termo final de vigência do novo regime

pelo Auditor-Fiscal da RFB responsável pelo desembaraço da DI, mediante

notificação a ser anexada ao respectivo DDA.

Em caso de descumprimento do regime, não será autorizada a transferência

para outro regime, uma vez que nesta situação a extinção será permitida

somente para as modalidades de reexportação e despacho para consumo

(Decreto nº 6.759, de 2009, art. 370, incisos I e II; IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 51, §1º).

2.9.4.4 EXTINÇÃO DO REGIME DE ADMISSÃO TEMPORÁRIA

Após o desembaraço da DI que concedeu o novo regime, considera-se extinto o

regime anterior, em relação aos bens admitidos no novo regime (IN SRF nº

121, de 2002, art. 3º, §§ 2º e 3º).

147

No caso de extinção antecipada do regime na utilização econômica autorizada

pela RFB, caberá a restituição dos tributos pagos, na proporção de tempo do

regime concedido e não gozado (IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 72).

A transferência de regime como forma de extinção do regime de admissão

temporária para utilização econômica implica a liberação da garantia prestada,

que poderá, a pedido do interessado, ser efetuada na medida da extinção

parcelada do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 71, parágrafo único e 44,

§ 1º).

2.9.4.5 INDEFERIMENTO DO PEDIDO DE TRANSFERÊNCIA PARA

OUTRO REGIME

Não atendidas as condições para a admissão no novo regime o pedido será

indeferido, em despacho decisório fundamentado, do qual o beneficiário irá

tomar ciência.

Na hipótese de indeferimento do pedido de transferência para outro regime

aduaneiro especial, o beneficiário será intimado a reexportar os bens ou adotar

providência para a extinção do regime em outra modalidade no prazo de 30

(trinta dias), salvo se superior o período restante fixado para a permanência

dos bens no País (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 367, § 9º; IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 50).

Da decisão de indeferimento do pedido de transferência de regime caberá, no

prazo de 10 (dez) dias, apresentação de recurso voluntário dirigido ao

Auditor-Fiscal da RFB que proferiu a decisão, o qual, se não a reconsiderar no

prazo de 5 (cinco) dias, o encaminhará ao titular da respectiva unidade da RFB

(IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 121).

Da decisão denegatória caberá, no prazo de 10 (dez) dias, recurso dirigido ao

titular da unidade da RFB, o qual, se não a reconsiderar no prazo de 5 (cinco)

dias, o recurso será encaminhado em instância final à Superintendência com

jurisdição sobre a unidade da RFB (Lei nº 9.784, de 1999, art. 59; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 121, caput e parágrafo único).

148

Ver neste manual o tópico 2.12 Recurso.

LEGISLAÇÃO

Lei nº 10.893, de 2004

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN SRF nº 680 de 2006

IN SRF nº 121, de 2002

2.9.5 Despacho para Consumo

2.9.5.1 TEMPESTIVIDADE

Na vigência do regime de admissão temporária para utilização econômica, o

beneficiário deverá adotar providências para a extinção da sua aplicação (IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 44).

Tem-se por tempestiva a providência para a extinção do regime, na modalidade

de despacho para consumo, quando o beneficiário, no prazo de vigência do

regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 45, inc IV):

a) registrar a declaração de despacho para consumo, quando a importação for

dispensada de licenciamento; ou

b) registrar o pedido de licença de importação, nos termos da norma específica,

quando a importação for sujeita a licenciamento.

Tendo registrado a licença de importação, o beneficiário deverá (IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 45, inc IV, parágrafo único):

I – registrar a correspondente declaração de importação no prazo de 10 (dez)

dias, contado da data do deferimento do pedido da licença, salvo se superior o

período restante fixado para a permanência dos bens no País; ou

II – adotar outra das providências para a extinção do regime no prazo de 10

(dez) dias, contado da data do indeferimento do pedido da licença, salvo se

superior o período restante fixado para a permanência dos bens no País.

149

Também será considerada tempestiva a providência para extinção do regime

com o despacho para consumo, quando adotada pelo beneficiário:

I - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de

prorrogação do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 38);

II - no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência da decisão

definitiva, salvo se superior o período restante fixado para a permanência dos

bens no País, na hipótese de indeferimento do pedido tempestivo de extinção

do regime nas modalidades de entrega à RFB, destruição sob controle

aduaneiro, transferência para outro regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 50).

Para a extinção do regime na utilização econômica, aplicam-se subsidiariamente

as condições dispostas no regime de admissão temporária com suspensão total

(Decreto nº 6.759, de 2009, art. 378 e IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 74).

2.9.5.2 DESPACHO ADUANEIRO

A competência para extinção da aplicação do regime na hipótese de despacho

para consumo será da unidade aduaneira que jurisdiciona o local onde se

encontra o bem (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 44, § 2º).

Está dispensada a apresentação de requerimento formal para a extinção do

regime de admissão temporária, bastando apresentar a declaração de

importação e os documentos instrutivos do despacho aduaneiro.

Quando, na vigência do regime, os bens forem nacionalizados por terceiro, a

este caberá promover o despacho para consumo (Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 367, § 4º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 47, § 3º).

A nacionalização e o despacho para consumo não serão permitidos quando a

licença de importação (LI) estiver vedada ou suspensa (Decreto nº 6.759, de

2009, art. 367, § 6º ).

A LI exigida para a concessão do regime não prevalecerá para efeito do

despacho para consumo dos bens (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 47, § 1º).

150

A nacionalização dos bens e o seu despacho para consumo serão realizados

com observância das exigências legais e regulamentares vigentes na data do

registro da declaração de importação (DI) para consumo, quanto ao controle

administrativo das importações (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 367, § 5º; IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 47).

Para efeito de cálculo dos impostos, considera-se ocorrido o fato gerador na

data do registro da DI de admissão temporária para utilização econômica e os

tributos originalmente devidos deverão ser recolhidos deduzido o montante já

pago, com o acréscimo dos juros de mora (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 73,

incisos IV, 107 e 748; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 73).

Cabe a exigência do AFRMM suspenso por força da aplicação do regime (Lei nº

10.893, de 2004, arts. 14, inc. V, alínea “c”, e 15).

O despacho para consumo será processado de acordo com as normas que

disciplinam o despacho aduaneiro de importação (IN SRF nº 680, de 2006, art.

1º, § 2º; IN SRF nº 611, de 2006, art. 1º).

O despacho para consumo será instruído com a via original da fatura comercial,

assinada pelo exportador estrangeiro, correspondente à operação de compra e

venda ou cessão definitiva dos bens para o importador, ressalvadas as

hipóteses em que não será exigida a sua apresentação (IN SRF nº 680, de

2006, art. 18, inc. II, e § 2º, inciso II).

Deve ser apresentado o comprovante do recolhimento do ICMS ou

comprovante de exoneração do pagamento do imposto, além da nota fiscal de

entrada emitida em seu nome ou documento equivalente, ressalvados os casos

de dispensa previstos na legislação estadual (IN SRF nº 680, de 2006, art. 54,

inc. II e III).

Deverá ser registrada no Siscomex a DI do tipo 13 (nacionalização de admissão

temporária), para a qual o sistema não exige registro de presença de carga e o

importador deverá informar no campo próprio o número do dossiê digital de

atendimento (DDA) que controla a aplicação do regime de admissão

151

temporária para utilização econômica e a condição do bem no momento de sua

entrada no País, se novo ou usado (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 47, § 2º).

Quando exigível multa por descumprimento do regime, esta deverá ser

recolhida antes do desembaraço da DI para consumo (Decreto nº 6.759, de

2009, arts. 370, inc. II, e 571, § 1º, inc. I; IN SRF nº 680, de 2006, art. 48, §

1º).

Está dispensada a verificação física no despacho para consumo de mercadoria

ingressada no País sob regime de admissão temporária, exceto no caso de o

Auditor Fiscal da RFB responsável pelo despacho entender necessária (Portaria

Coana nº 25, de 2016).

O despacho para consumo como forma de extinção do regime de admissão

temporária para utilização econômica implica a liberação da garantia prestada,

que poderá, a pedido do interessado, ser efetuada na medida da extinção

parcelada do regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 71, parágrafo único e 44,

§ 1º).

Ver o Manual de Importação.

LEGISLAÇÃO

Lei nº 10.893, de 2004

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN SRF nº 680, de 2006

IN SRF nº 611, de 2006

IN SRF nº 357, de 2003

Portaria Coana nº 25, de 2016

2.10 Nova Concessão

2.10.1 SOLICITAÇÃO DE NOVA ADMISSÃO TEMPORÁRIA

152

Nos casos de admissão temporária para utilização econômica, findo o prazo de

100 (cem) meses, será permitida a concessão de nova admissão temporária, na

mesma modalidade (utilização econômica), que poderá ocorrer sem a

necessidade de saída física dos bens do território nacional (Decreto nº 6.759,

de 2009, art. 374, §2º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 75).

2.10.2 REQUISITOS PARA A SOLICITAÇÃO DO NOVO REGIME

O pedido de concessão de nova admissão deverá ser apresentado com

antecedência mínima de 30 (trinta) dias do término do prazo do regime

anterior, juntado ao mesmo dossiê digital de atendimento (DDA) de

controle do regime anterior, e instruído com (IN RFB nº 1.600, de 2015, art.

75, §1º):

I - Requerimento de Admissão Temporária (RAT);

II - cópia do instrumento de contrato de arrendamento operacional, de aluguel

ou de empréstimo, celebrado entre o importador e a pessoa estrangeira, que

ampare a nova concessão;

III - DSE formulário, para extinção do regime sem saída física dos bens;

IV - DSI formulário, para admissão no novo regime;

V - termo de responsabilidade (TR); e

VI - garantia, se couber.

O novo regime poderá ser concedido com base no mesmo instrumento

contratual que amparou a admissão temporária anterior, desde que ainda

vigente, dispensada a apresentação de novo contrato (IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 75, § 3º).

A inobservância do prazo para solicitação do pedido (30 dias antes do término)

implicará o não conhecimento do pedido. Nesta situação, o beneficiário será

intimado a tomar as providências para extinção da aplicação do regime

anterior (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 75, §2º).

Ver neste Manual o tópico 2.9 Extinção Regular do Regime.

153

2.10.3 PROCEDIMENTOS DO DESPACHO ADUANEIRO

A DSE formulário e a DSI formulário serão registradas pela unidade da RFB no

dia seguinte ao vencimento do prazo de vigência do regime anterior (IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 75, §4º).

Os tributos devem ser recolhidos na data do registro da DSI, utilizando o

câmbio do dia anterior à data de registro da declaração de importação para

cálculo dos tributos (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 75, §4º).

O não recolhimento ou o recolhimento insuficiente do tributo devido na data de

registro da DSI formulário acarretará a aplicação da multa de 75% (setenta e

cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição,

prevista no inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996 (IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 75, §5º).

O desembaraço da DSE formulário e da DSI formulário devem ser efetuados na

mesma data.

Concedido o novo regime, reinicia-se a contagem do prazo e aplicam-se os

procedimentos normais para uma admissão temporária para utilização

econômica, previstos nos arts. 56 a 77 da IN RFB nº 1.600, de 2015.

No caso de não atendimento dos requisitos e condições para a concessão do

novo regime, o pedido será indeferido em decisão fundamentada (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 355, § 2º; IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 37, § 7º, 66).

Por meio de despacho decisório anexado ao dossiê digital de atendimento

(DDA) de controle do regime, o beneficiário será cientificado do indeferimento

do pedido de novo regime e intimado a adotar os procedimentos para extinção

da aplicação do regime anterior, no prazo de 30 (trinta) dias (IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 75, § 6º).

Os procedimentos para a extinção do regime estão definidos no tópico 2.9

Extinção Regular do Regime.

2.7.4.2 RECURSO VOLUNTÁRIO

154

Da decisão de indeferimento do pedido de concessão do novo regime

caberá, no prazo de 10 (dez) dias, apresentação de recurso voluntário dirigido

ao Auditor-Fiscal da RFB que proferiu a decisão, o qual, se não a reconsiderar

no prazo de 5 (cinco) dias, o encaminhará ao titular da respectiva unidade da

RFB (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 121).

Da decisão denegatória caberá, no prazo de 10 (dez) dias, recurso dirigido ao

titular da unidade da RFB, o qual, se não a reconsiderar no prazo de 5 (cinco)

dias, o recurso será encaminhado em instância final à Superintendência com

jurisdição sobre a unidade da RFB (Lei nº 9.784, de 1999, art. 59; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 121, caput e parágrafo único).

Ver neste Manual o tópico 2.12 Recurso.

LEGISLAÇÃO

Lei nº 9.430, de 1996

Decreto nº 6.759, de 2009

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.11 Descumprimento

2.11.1 Apuração do Descumprimento do Regime

2.11.1.1 HIPÓTESES DE DESCUMPRIMENTO DO REGIME

Caracteriza o descumprimento do regime de admissão temporária (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 369; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 51):

I - vencimento do prazo de vigência do regime, sem que haja sido requerida a

sua prorrogação ou adotada uma das providências previstas para sua extinção;

II - vencimento do prazo de 30 (trinta) dias do indeferimento do pedido

tempestivo de prorrogação ou do requerimento de modalidade de extinção,

sem que tenha sido promovida a reexportação do bem ou requerida

modalidade de extinção do regime diversa das anteriormente solicitadas;

155

III - não efetivação da providência requerida e autorizada para a extinção da

aplicação do regime, na forma ou no prazo determinados pelo Auditor-Fiscal da

RFB;

IV - apresentação para as providências de extinção do regime de bens que não

correspondam aos ingressados no País;

V - utilização dos bens em finalidade diversa da que justificou a concessão do

regime; ou

VI - destruição ou perecimento dos bens, por culpa ou dolo do beneficiário.

2.11.1.2 APURAÇÃO DO DESCUMPRIMENTO DO REGIME

A apuração do descumprimento do regime é competência da unidade da RFB

responsável pelo controle da aplicação do regime, que pode ser a unidade que

concedeu o regime ou a sua última prorrogação (IN RFB nº 1.600, de 2015, art.

37, §3º).

Constatado fato que aponte para o descumprimento total ou parcial do regime

ou para indícios de sua ocorrência, o beneficiário será intimado a manifestar-se

sobre o eventual descumprimento, no prazo de 10 (dez) dias (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 761, inc. I; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 51).

Após esse prazo, o dossiê digital de atendimento (DDA) de controle do

regime será revisado para fins de confirmação e caracterização do

descumprimento do regime, levando em consideração a manifestação do

beneficiário, se apresentada (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 761, inc. II).

A revisão do DDA de controle do regime, nesta fase, consiste em levantar

informações para identificar elementos que comprovem o descumprimento de

prazo ou de outro requisito de aplicação do regime e caracterizem das

hipóteses elencadas no item 2.11.1.1, acima.

Caracterizado o descumprimento do regime, o beneficiário será intimado

a promover a sua extinção, no prazo de 30 (trinta) dias, além de efetuar o

pagamento da multa prevista no inciso I do artigo 72 da Lei nº 10.833, de

156

2003 (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 370; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 51,

§§ 1º e 2º).

Na hipótese de descumprimento do regime, o beneficiário somente poderá

promover a extinção nas modalidades de reexportação ou despacho para

consumo (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 370, inc. I e II; IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 51, § 1º).

Os procedimentos para extinção do regime pelo beneficiário mediante exigência

fiscal estão apresentados no tópico 2.11.2 Extinção do regime mediante

Exigência Fiscal.

Não tendo o beneficiário adotado as providências devidas para a extinção do

regime no prazo estabelecido, o Auditor-Fiscal da RFB adotará os

procedimentos para a extinção de ofício do regime (Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 370, § 1º, inc. I; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 53, § 2º) .

Os procedimentos para extinção do regime pelo beneficiário mediante exigência

fiscal estão apresentados no tópico 2.11.2 Extinção do regime mediante

Exigência Fiscal.

Os procedimentos para a extinção de ofício do regime estão apresentados no

tópico 2.11.3 Extinção de Ofício.

LEGISLAÇÃO

Lei nº 10.833, de 2003

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.11.2 Extinção do Regime mediante Exigência Fiscal

2.11.2.1 REEXPORTAÇÃO

Optando pela reexportação, dentro do prazo da intimação, o

beneficiário deve registrar a correspondente declaração de exportação (DE ou

DSE) e, também (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 370, IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 51, § 1º):

157

I - dar entrada dos bens em recinto alfandegado; ou

II - apresentar os bens à unidade da RFB de saída; ou

III - solicitar a conferência no local em que se encontra o bem, em situações de

comprovada impossibilidade de sua armazenagem em local alfandegado ou,

ainda, em outras situações justificadas, tendo em vista a natureza dos bens ou

circunstâncias específicas da operação.

Caso não seja autorizada a conferência no local onde se encontra o bem, o

beneficiário deverá ser intimado a apresentá-lo no recinto alfandegado onde

será realizado o despacho de reexportação. O prazo da intimação deverá

considerar o período necessário aos trâmites da remoção do bem.

A reexportação só poderá ser efetuada depois do pagamento da multa por

descumprimento do regime, prevista no inciso I do caput do artigo 72 da Lei nº

10.833, de 2003 (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 370, inc. I; IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 51, § 3º).

2.11.2.2 DESPACHO PARA CONSUMO

Optando pelo despacho para consumo, dentro do prazo da intimação, o

beneficiário deve adotar as seguintes providências, conforme a situação dos

bens:

I - Bens dispensados de licenciamento: registrar a declaração de

importação referente ao despacho para consumo, acompanhada do pagamento

dos tributos suspensos constituídos no termo de responsabilidade, acrescidos

de juros de mora, contados a partir da data do registro da declaração que

serviu de base para a admissão dos bens no regime, e da multa por

descumprimento do regime (Lei nº 10.833, de 2003, art. 72, inciso I; Decreto

nº 6.759, de 2009, arts. 311 e 370, inc. II; IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 51,

§ 2º, e 52); ou

II - Bens sujeitos a licenciamento: registrar o pedido de licença no Siscomex

(IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 52, § 1º).

158

No caso de bem sujeito a licenciamento, ocorrendo a manifestação do órgão

anuente, o beneficiário terá o prazo de 10 (dez) dias para:

I - no caso de deferimento da licença de importação, registrar a declaração

de importação, acompanhada do pagamento dos tributos suspensos

constituídos no termo de responsabilidade, acrescidos de juros de mora,

contados a partir da data do registro da declaração que serviu de base para a

admissão dos bens no regime, e efetuar o pagamento da multa por

descumprimento do regime (Lei nº 10.833, de 2003, art. 72, inciso I, Decreto

nº 6.759, de 2009, art. 311e 370, inc. II; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 52,

caput e § 2º, inc. I); ou

II - no caso de indeferimento da licença de importação, registrar a declaração

de exportação e efetuar o pagamento da multa por descumprimento do regime,

adotando os procedimentos definidos no tópico 2.11.2.1, acima (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 370, inc. I; IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 51, § 2º, e 52,

§ 2º, inc. II).

2.11.2.3 EXTINÇÃO DO REGIME

A unidade da RFB onde for processada a extinção do regime deverá comunicar

o fato à unidade que concedeu o regime, mediante a juntada da documentação

ao correspondente dossiê digital de atendimento - DDA (Decreto nº 6.759,

de 2009, arts. 367, § 8º).

LEGISLAÇÃO

Lei nº 10.833, de 2003

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.11.3 Extinção de Ofício

Na hipótese em que o beneficiário, no prazo estabelecido, não se manifesta ou

não adota as medidas para reexportação ou despacho para consumo, o regime

159

será extinto de ofício, após a adoção dos procedimentos definidos nos

seguintes tópicos, conforme o caso:

2.11.3.1 Cobrança dos tributos suspensos.

Na hipótese de dispensa de licenciamento, os tributos ainda devidos serão

cobrados, mediante execução do Termo de Responsabilidade ou de exigência

da garantia, quando houver, acrescidos de juros de mora (exceto quando tiver

sido prestada garantia sob a forma de depósito em dinheiro), e serão aplicadas

as multas estabelecidas no inciso I do artigo 72 da Lei nº 10.833, de 2003, e no

inciso I do artigo 44 da Lei nº 9.430, de 1996 (Decreto nº 6.759, de 2009, art.

370, § 1º, e 761 a 764; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 53); ou

2.11.3.2 Apreensão dos bens.

Na hipótese em que a emissão da licença de importação esteja vedada,

suspensa ou a permanência definitiva do bem no País não tenha sido

autorizada pelo órgão competente, os bens serão apreendidos, para fins de

aplicação da pena de perdimento, com base no inciso I do caput e nos

parágrafos 1º e 4º do artigo 23 do Decreto-Lei nº 1.455, de 1976 (Decreto nº

6.759, de 2009, arts. 369, § 1º , e 689, inc. XX e § 2º; IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 54); ou

2.11.3.3 Devolução dos bens ao exterior.

Na hipótese em que a licença de importação tenha sido indeferida com

fundamento na legislação relativa a saúde, metrologia, segurança pública,

proteção ao meio ambiente, controles sanitários, fitossanitários e zoosanitários,

o beneficiário será obrigado a devolver os bens ao exterior, de acordo com os

procedimentos, multas e sanções previstos no artigo 46 da Lei nº 12.715, de

2012 (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 369, § 1º, inc. II; IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 54, § 2º).

160

LEGISLAÇÃO

Lei nº 12.715, de 2012

Lei nº 10.833, de 2003

Lei nº 9.430, de 1996

Decreto-Lei nº 1.455, de 1976

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.11.3.1 Cobrança dos Tributos Suspensos

2.11.3.1.1 APURAÇÃO DOS VALORES DOS TRIBUTOS E MULTAS

Não tendo o beneficiário adotado as providências devidas para reexportação ou

despacho para consumo no prazo estabelecido, o Auditor-Fiscal da RFB adotará

os procedimentos para a extinção de ofício do regime (Decreto nº 6.759, de

2009, art. 370, § 1º, inc. I; IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 53, § 2º, e 77) .

Para fins de extinção de ofício do regime, em não havendo óbice para o

despacho para consumo, por exemplo, na hipótese de dispensa de

licenciamento ou de autorização em documento específico emitido pelo

respectivo órgão anuente, os tributos com pagamento suspenso serão

cobrados, acrescidos de juros de mora, e serão aplicadas as seguintes

multas (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 370, § 1º, e 709; IN RFB nº 1.600, de

2015, arts. 51, § 2º, 53 e 77):

I - multa por descumprimento do regime, estabelecida no inciso I do artigo 72

da Lei nº 10.833, de 2003 ; e

II - multa pela falta de pagamento de tributos, estabelecida no inciso I do

artigo 44 da Lei nº 9.430, de 1996.

O crédito tributário constituído em termo de responsabilidade (TR) e a

respectiva garantia, se houver, referem-se apenas aos tributos com

exigibilidade suspensa (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 758, § 2º).

Na cobrança dos tributos com exigibilidade suspensa, serão acrescidos juros de

mora, contados a partir da data do registro da declaração que serviu de base

161

para a admissão dos bens no regime (IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 53, inc.

I, e 77);

No caso em que tenha sido prestada garantia sob a forma de depósito em

dinheiro, não ha´cobrança de juros, pois o saldo do depósito é atualizado pela

taxa Selic, de forma que a sua conversão em renda corresponde ao valor

atualizado dos tributos, que também são atualizados com base na taxa Selic (IN

SRF nº 421, de 2004, art. 17, § 1º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 53, inc. I).

A multas por descumprimento do regime e a multa de ofício pelo não

pagamento dos tributos no prazo serão objeto de lançamento em auto de

infração, a ser formalizado em processo administrativo, segundo o rito definido

no Decreto nº 70.235, de 1972, que regulamenta o Processo Administrativo

Fiscal (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 766).

2.11.3.1.2 COBRANÇA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

A) TR formalizado e garantia dispensada

O beneficiário será intimado a efetuar, no prazo de 30 dias, o pagamento

dos tributos e das multas decorrentes do descumprimento do regime (Decreto

nº 6.759, de 2009, art. 761, § 1º, inc. II; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 53).

Expirado o prazo da intimação não tendo sido recolhidos os tributos exigidos, o

TR será encaminhado à Procuradoria da Fazenda Nacional, para cobrança

(Decreto nº 6.759, de 2009, art. 763).

O crédito tributário relativo às multas aplicáveis será constituído em auto de

infração, que será formalizado em processo administrativo fiscal, conforme o

rito estabelecido no Decreto nº 70.235, de 1972 (Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 766).

Após a ciência do beneficiário, o auto de infração será encaminhado ao setor da

unidade da RFB responsável pela guarda do prazo de impugnação.

B) TR formalizado e Garantia na modalidade de depósito em dinheiro

162

Expirado o prazo da intimação para reexportar ou despachar para consumo

e não tendo sido adotadas as providências, o depósito apresentado em

garantia será convertido em renda da União (Decreto nº 6.759, de 2009, art.

761, § 1º, inc. I).

O crédito tributário relativo às multas aplicáveis será constituído em auto de

infração, que será formalizado em processo administrativo fiscal, conforme o

rito estabelecido no Decreto nº 70.235, de 1972 (Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 766).

Após a ciência do beneficiário, o auto de infração será encaminhado ao setor da

unidade da RFB responsável pela guarda do prazo de impugnação.

C) TR formalizado e Garantia na modalidade de fiança idônea

O beneficiário será intimado a efetuar, no prazo de 30 dias, o pagamento dos

tributos e das multas decorrentes do descumprimento do regime (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 761, § 1º, inc. II; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 53).

O fiador também será intimado a efetuar, no prazo de 30 dias, o pagamento

dos tributos (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 761, § 2º)

Expirado o prazo das intimações e não tendo sido recolhidos os tributos

exigidos, o TR e a carta de fiança serão encaminhados à Procuradoria da

Fazenda Nacional, para cobrança (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 763).

O crédito tributário relativo às multas aplicáveis será constituído em auto de

infração, que será formalizado em processo administrativo fiscal, conforme o

rito estabelecido no Decreto nº 70.235, de 1972 (Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 766).

Após a ciência do beneficiário, o auto de infração será encaminhado ao setor da

unidade da RFB responsável pela guarda do prazo de impugnação.

D) TR formalizado e Garantia na modalidade de seguro aduaneiro

163

O beneficiário será intimado a efetuar, no prazo de 30 dias, o pagamento dos

tributos e das multas decorrentes do descumprimento do regime (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 761, § 1º, inc. II; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 53).

A seguradora também será intimada a efetuar, no prazo de 30 dias, o

pagamento dos tributos (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 761, § 2º, inc. II)

Expirado o prazo das intimações e não tendo sido recolhidos os tributos

exigidos, o TR e a apólice de seguros serão encaminhados à Procuradoria da

Fazenda Nacional, para cobrança (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 763).

O crédito tributário relativo às multas aplicáveis será constituído em auto de

infração, que será formalizado em processo administrativo fiscal, conforme o

rito estabelecido no Decreto nº 70.235, de 1972 (Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 766).

Após a ciência do beneficiário, o auto de infração será encaminhado ao setor da

unidade da RFB responsável pela guarda do prazo de impugnação.

2.11.3.1.3 EXTINÇÃO DE OFÍCIO DO REGIME

Adotados os procedimentos para a cobrança dos tributos suspensos, o Auditor-

Fiscal da RFB procederá à extinção de ofício do regime, por meio de informação

da conversão da admissão temporária em importação definitiva, em despacho a

ser anexado ao dossiê digital de atendimento (DDA) de controle do

regime, do qual dará ciência ao beneficiário (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 53,

§ 2º).

Uma vez extinto de ofício o regime de admissão temporária, a eventual saída

do País dos bens fica condicionada à formalização dos procedimentos de

exportação (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 370, §§ 1º e 2º; IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 53, § 2º).

LEGISLAÇÃO

Lei nº 10.833, de 2003

Lei nº 9.430, de 1996

164

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

Decreto nº 70.235, de 1972

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.11.3.2 Apreensão dos Bens

2.11.3.2.1 HIPÓTESES DA APLICAÇÃO DA PENA DE PERDIMENTO

Não tendo o beneficiário adotado as providências devidas para reexportação ou

despacho para consumo no prazo estabelecido, o Auditor-Fiscal da RFB adotará

os procedimentos para a extinção de ofício do regime (Decreto nº 6.759, de

2009, art. 370, § 1º, inc. I; IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 53, § 2º, e 77) .

Nas seguintes hipóteses, em que não é admissível a permanência dos bens com

o beneficiário, os mesmos serão apreendidos, para fins de aplicação da pena de

perdimento, com base no parágrafo 1º do artigo 23 do Decreto-Lei nº 1.455,

de 1976 (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 369, § 2º, e 689, inc. XX; IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 54):

I - a emissão da licença de importação para os bens estiver vedada ou

suspensa; ou

II - a permanência definitiva dos bens no País não tiver sido autorizada pelos

órgãos competentes.

A autorização da permanência definitiva no País deverá ser formalizada em

licença de importação vinculada a DI registrada no Siscomex ou em documento

específico emitido pelo respectivo órgão anuente (Portaria Secex nº 23, de

2011, arts. 12, 14, 15, 18, 25 e 27).

A pena de perdimento não se aplica em caso de restrição de permanência dos

bens no País com fundamento na legislação relativa saúde, metrologia,

segurança pública, proteção ao meio ambiente, controles sanitários,

fitossanitários e zoossanitários, ficando o beneficiário obrigado a devolver os

bens ao exterior, na forma do artigo 46 da Lei nº 12.715, de 2012. Neste

caso, serão adotados os procedimentos definidos no tópico 2.11.3.3 Devolução

dos bens ao exterior.

165

O perdimento dos bens é hipótese de não incidência dos tributos, por isso

não cabe a exigência dos tributos suspensos, exceto na situação que não

sejam localizados ou tenham sido consumidos (Decreto nº 6.759, de 2009, art.

71, inc. III).

Na hipótese de perdimento dos bens, não se aplica a multa por

descumprimento do regime, prevista no inciso I do artigo 72 da Lei nº 10.833,

de 2003 (ADI SRF nº 4, de 2004, art. 1º).

2.11.3.2.2 APREENSÃO DOS BENS

O beneficiário será intimado para apresentar os bens em recinto alfandegado

ou indicar a sua localização, com a devida justificativa, na impossibilidade de

apresentá-los no recinto alfandegado. Nesta situação, o beneficiário poderá ser

constituído fiel depositário dos bens, até a conclusão do processo administrativo

relativo ao perdimento dos bens.

A apreensão dos bens será formalizada em Termo de Apreensão.

Efetuada a apreensão dos bens, o Auditor-Fiscal lavrará o auto de infração com

a proposição de aplicação da penalidade de perdimento, prevista no inciso I do

caput e nos parágrafos 1º e 4º do artigo 23 do Decreto-Lei nº 1.455, de

1976 (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 369, §§ 1º e 2º, e 689, inc. XX, e § 2º).

O auto de infração será formalizado em novo processo administrativo, segundo

o rito definido no artigo 27 do Decreto-Lei nº 1.455, de 1976 (Decreto nº

6.759, de 2009, art. 774).

Após a ciência do beneficiário, o auto de infração será encaminhado ao setor da

unidade da RFB responsável pela guarda do prazo da impugnação (Decreto-Lei

nº 1.455, de 1976, art. 27).

2.11.3.2.3 BENS NÃO LOCALIZADOS

Caso os bens não sejam localizados, a pena de perdimento será convertida em

multa equivalente ao valor aduaneiro dos bens Decreto-Lei nº 1.455, de 1976,

art. 23, § 3º).

166

Os tributos suspensos serão exigidos, em razão da exclusão da hipótese de não

incidência por conta da não localização dos bens (Decreto-lei nº 37, de 1966,

art. 1º, § 4º).

Além disso, serão aplicadas a multa por descumprimento do regime, definida no

inciso I do artigo 72 da Lei nº 10.833, de 2003, e a multa por não pagamento

dos tributos, definida no inciso I do artigo 44 da Lei nº 9.430, de 1996.

Será lavrado auto de infração para fins de lançamento:

I - dos tributos suspensos, acrescidos de juros de mora, caso não estejam

constituídos em TR (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 71, inc. III, 311 e 766);

II - da multa de ofício, pelo não pagamento dos tributos no prazo previsto na

legislação (Lei nº 9.430, de 1996, art. 44, inciso I; Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 725, inciso I);

III - da multa equivalente ao valor aduaneiro dos bens (Decreto-Lei nº 1.455,

de 1976, art. 23, § 3º; Decreto nº 6.759, de 2009, art 689, § 1º); e

IV - da multa por descumprimento do regime (Lei nº 10.833, de 2003, art. 72,

inciso I; Decreto nº 6.759, de 2009, art. 709).

Após a ciência do beneficiário, o auto de infração será encaminhado ao setor da

unidade da RFB responsável pela guarda do prazo da impugnação (Decreto n.º

70.235, de 1972, art. 15).

A aplicação da multa equivalente ao valor aduaneiro não prejudica a apreensão

dos bens em momento posterior, no caso de bens cuja licença de importação

esteja vedada ou suspensa ou cuja importação, consumo ou circulação no

território nacional esteja proibido (Decreto-Lei nº 1.455, de 1976, art. 23, §

4º; Decreto nº 6.759, de 2009, art 689, § 2º)

2.11.3.2.4 EXTINÇÃO DE OFÍCIO DO REGIME

Aplicada a pena de perdimento dos bens ou adotados os procedimentos para a

cobrança dos tributos suspensos e multas aplicáveis por conta da não

localização dos bens, o Auditor-Fiscal da RFB procederá à extinção de ofício do

regime, por meio de informação do fato no dossiê digital de atendimento

167

(DDA) do controle do regime, em despacho do qual será dada ciência ao

beneficiário (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 53, § 2º).

LEGISLAÇÃO

Lei nº 12.715, de 2012

Lei nº 10.833, de 2003

Lei nº 9.430, de 1996

Decreto-Lei nº 1.455, de 1976

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

Portaria Secex nº 23, de 2011

Ato Declaratório Interpretativo - ADI SRF nº 4, de 2004

2.11.3.3 Devolução dos Bens ao Exterior

2.11.3.3.1 OBRIGATORIEDADE DE DEVOLUÇÃO DOS BENS AO

EXTERIOR

Não tendo o beneficiário adotado as providências devidas para reexportação ou

despacho para consumo no prazo estabelecido, o Auditor-Fiscal da RFB adotará

os procedimentos para a extinção de ofício do regime (Decreto nº 6.759, de

2009, art. 370, § 1º, inc. I; IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 53, § 2º, e 77).

Quando não for autorizada a permanência definitiva no País de bens sujeitos a

licenciamento com fundamento na legislação relativa a saúde, metrologia,

segurança pública, proteção ao meio ambiente, controles sanitários,

fitossanitários e zoosanitários, o beneficiário fica obrigado a devolver ao

exterior, no prazo de 30 (trinta) dias da ciência da não autorização (Lei nº

12.715, de 2012, art. 46).

Nos casos em que a legislação específica determinar, a devolução da

mercadoria ao exterior deverá ser ao país de origem ou de embarque (Lei nº

12.715, de 2012, art. 46, § 1º).

168

Quando julgar necessário, o órgão anuente determinará a destruição da

mercadoria, em prazo igual ou inferior aos 30 (trinta) dias (Lei nº 12.715, de

2012, art. 46, § 2º).

Em casos justificados, os prazos para devolução ou para destruição poderão ser

prorrogados, a critério do órgão anuente (Lei nº 12.715, de 2012, art. 46, §

5º).

O órgão anuente poderá efetuar de ofício e a qualquer tempo a destruição ou a

devolução de mercadoria que, a seu critério, ofereça risco iminente, recaindo

todos os custos sobre o importador (Lei nº 12.715, de 2012, art. 46, §§ 10 e

12).

As intimações, inclusive para ciência dos prazos, e a aplicação das penalidades

previstas neste artigo serão lavradas por Auditor-Fiscal da RFB, observados a

formalização em auto de infração, o rito e as competências para julgamento

estabelecidos no Decreto n.º 70.235, de 1972 (Lei nº 12.715, de 2012, art. 46,

§§ 13 e 15).

Nesta situação, o beneficiário estará sujeito às seguintes multas, cumulativas:

I - multa por descumprimento do regime (Lei nº 10.833, de 2003, art. 72,

inc.I);

II - multa no valor de R$ 10,00 (dez reais) por quilograma ou fração, não

inferior a R$ 500,00 (quinhentos reais), no caso de não ser devolvida ou

destruída a mercadoria no prazo concedido na intimação inicial ou suas

prorrogações (Lei nº 12.715, de 2012, art. 46, § 6º);

III - multa no valor de R$ 20,00 (vinte reais) por quilograma ou fração, não

inferior no total a R$ 1.000,00 (mil reais) no caso de não ser devolvida ou

destruída a mercadoria no prazo de 10 (dez) dias, contado a partir do primeiro

dia depois do termo final do na intimação inicial ou suas prorrogações (Lei nº

12.715, de 2012, art. 46, § 7º, inc. I); e

IV - multa no valor de R$ 30,00 (trinta reais) por quilograma, não inferior a R$

1.500,00 (mil e quinhentos reais) no caso de extravio dos bens (Lei nº 12.715,

de 2012, art. 46, § 9º).

169

2.11.3.3.2 DEVOLUÇÃO DOS BENS AO EXTERIOR

O Auditor-Fiscal da RFB intimará o beneficiário a promover a devolução dos

bens ao exterior, no prazo de até 30 (trinta) dias da ciência da não

autorização do órgão anuente, e também a recolher a multa por

descumprimento do regime, prevista no inciso I do artigo 72 da Lei nº 10.833,

de 2003 (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 54, § 2º).

O beneficiário deve registrar a DE ou DSE e apresentar os bens em recinto

alfandegado, para serem submetidos ao despacho aduaneiro de reexportação.

Decorrido o prazo da intimação e não sendo adotadas as providências, o

Auditor-Fiscal da RFB lavrará o auto de infração para aplicação da multa por

descumprimento do regime, prevista no inciso I do artigo 72 da Lei nº 10.833,

de 2003, e da multa no valor de R$ 10,00 (dez reais) por quilograma ou fração,

não inferior a R$ 500,00 (quinhentos reais), prevista no parágrafo 6º do artigo

46 da Lei nº 12.715, de 2012.

Após a ciência do beneficiário, o auto de infração será encaminhado ao setor da

unidade da RFB responsável pela guarda do prazo da impugnação (Decreto n.º

70.235, de 1972, art. 15).

Decorridos 10 (dez) dias da ciência da intimação para promover a devolução

dos bens ao exterior e não tendo sido ainda adotadas as providências, o

Auditor-Fiscal da RFB lavrará o auto de infração para aplicação da multa no

valor de R$ 20,00 (vinte reais) por quilograma ou fração, não inferior a R$

1.000,00 (mil reais), prevista no inciso I do parágrafo 7º do artigo 46 da Lei nº

12.715, de 2012.

Além disso, o Auditor-Fiscal representará o fato para a unidade da RFB de

jurisdição da matriz do beneficiário, propondo a suspensão da habilitação para

operar no comércio exterior, na forma estabelecida pela RFB, enquanto os bens

não forem devolvidos ao exterior (Lei nº 12.715, de 2012, art. 46, § 7º, inc. II).

170

2.11.3.3.3 DESTRUIÇÃO DOS BENS POR DETERMINAÇÃO DO ÓRGÃO

ANUENTE

O Auditor-Fiscal da RFB intimará o beneficiário a promover a destruição dos

bens, no prazo de até 30 (trinta) dias da ciência da determinação do órgão

anuente, e também a recolher a multa por descumprimento do regime, prevista

no inciso I do artigo 72 da Lei nº 10.833, de 2003 (IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 54, § 2º).

O beneficiário deve indicar a forma e o local onde será processada a destruição,

assim como, se for o caso, a empresa ou o profissional responsável pelo

procedimento. A destruição poderá ser realizada com acompanhamento fiscal, a

critério do Auditor-Fiscal da RFB.

Decorrido o prazo da intimação e não sendo adotadas as providências, o

Auditor-Fiscal da RFB lavrará o auto de infração para aplicação da multa por

descumprimento do regime, prevista no inciso I do artigo 72 da Lei nº 10.833,

de 2003, e da multa no valor de R$ 10,00 (dez reais) por quilograma ou fração,

não inferior a R$ 500,00 (quinhentos reais), prevista no parágrafo 6º do artigo

46 da Lei nº 12.715, de 2012.

Após a ciência do beneficiário, o auto de infração será encaminhado ao setor da

unidade da RFB responsável pela guarda do prazo da impugnação (Decreto n.º

70.235, de 1972, art. 15).

Decorridos 10 (dez) dias da ciência da intimação para promover a destruição

dos bens e não tendo sido ainda adotadas as providências, o Auditor-Fiscal da

RFB lavrará o auto de infração para aplicação da multa no valor de R$ 20,00

(vinte reais) por quilograma ou fração, não inferior a R$ 1.000,00 (mil reais),

prevista no inciso I do parágrafo 7º do artigo 46 da Lei nº 12.715, de 2012.

Além disso, o Auditor-Fiscal representará o fato para a unidade da RFB de

jurisdição da matriz do beneficiário, propondo a suspensão da habilitação para

operar no comércio exterior, na forma estabelecida pela RFB, enquanto os bens

não forem destruídos (Lei nº 12.715, de 2012, art. 46, § 7º, inc. II).

171

2.11.3.3.4 BENS EXTRAVIADOS

No caso dos bens terem sidos extraviados, tendo em vista tratar-se de infração

punível com a pena de perdimento, será aplicada ao beneficiário a multa

equivalente ao valor aduaneiro dos bens, prevista no parágrafo 3º do artigo 23

do Decreto-Lei nº 1.455, de 1976.

Os tributos suspensos serão exigidos, em razão da exclusão da hipótese de não

incidência por conta da não localização dos bens (Decreto-Lei nº 37, de 1966,

art. 1º, § 4º).

Além disso, serão aplicadas a multa por descumprimento do regime, definida no

inciso I do artigo 72 da Lei nº 10.833, de 2003, e a multa por não pagamento

dos tributos, definida no inciso I do artigo 44 da Lei nº 9.430, de 1996.

O Auditor-Fiscal da RFB lavrará o auto de infração para lançar o crédito

tributário, que será constituído de:

I - tributos suspensos, acrescidos de juros de mora, caso não estejam

constituídos em TR (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 1º, § 4º; Decreto nº

6.759, de 2009, arts. 71, inc. III, 311 e 766);

II - multa de ofício, pelo não pagamento dos tributos no prazo previsto na

legislação (Lei nº 9.430, de 1996, art. 44, inciso I; Decreto nº 6.759, de 2009,

art. 725, inciso I);

III - multa equivalente ao valor aduaneiro dos bens (Decreto-Lei nº 1.455, de

1976, art. 23, § 3º; Decreto nº 6.759, de 2009, art 689, § 1º); e

IV - multa por descumprimento do regime (Lei nº 10.833, de 2003, art. 72,

inciso I; Decreto nº 6.759, de 2009, art. 709).

Após a ciência do beneficiário, o auto de infração será encaminhado ao setor da

unidade da RFB responsável pela guarda do prazo da impugnação (Decreto n.º

70.235, de 1972, art. 15).

A aplicação da multa equivalente ao valor aduaneiro não regulariza a situação

dos bens no País, de forma que não prejudica a obrigatoriedade de devolução

ao exterior ou destruição dos bens por determinação do órgão anuente, caso

172

sejam localizados posteriormente (Decreto-Lei nº 1.455, de 1976, art. 23, §

4º; Decreto nº 6.759, de 2009, art 689, § 2º)

2.11.3.3.5 EXTINÇÃO DE OFÍCIO DO REGIME

Promovida a destruição ou a devolução dos bens ao exterior, por determinação

do órgão anuente, ou adotados os procedimentos para a cobrança dos tributos

suspensos e multas aplicáveis por conta da não localização dos bens, o Auditor-

Fiscal da RFB procederá à extinção de ofício do regime, por meio de informação

do fato no dossiê digital de atendimento (DDA) do controle do regime, em

despacho do qual será dada ciência ao beneficiário (IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 53, § 2º).

LEGISLAÇÃO

Lei nº 12.715, de 2012

Lei nº 10.833, de 2003

Decreto-Lei nº 1.455, de 1976

Decreto-Lei nº 37, de 1966

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

Decreto n.º 70.235, de 1972

IN RFB nº 1.600, de 2015

2.12 Recurso

2.12.1 APRESENTAÇÃO DE RECURSOS E PRAZOS

O recurso é interposto por meio de requerimento no qual o recorrente deverá

expor os fundamentos do pedido de reexame, podendo juntar documentos que

julgar convenientes (Lei nº 9.784, de 1999, art. 60).

O recorrente solicitará a juntada do recurso e da documentação que o instrui

ao dossiê digital de atendimento (DDA) de controle do regime de

173

admissão temporária com suspensão total, para o qual a decisão recorrida

tenha sido proferida.

Da decisão denegatória relativa ao regime de admissão temporária com

suspensão total, em face de razões de legalidade e de mérito, caberá, no prazo

de 10 (dez) dias contado da ciência da decisão, apresentação de recurso

voluntário, dirigido ao Auditor-Fiscal da RFB que proferiu a decisão, o qual, se

não a reconsiderar no prazo de 5 (cinco) dias, o encaminhará ao titular da

respectiva unidade da RFB (Lei nº 9.784, de 1999, art. 56, § 1º; Decreto nº

6.759, de 2009, art. 355, § 2º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 121).

Da decisão denegatória expedida pelo titular da unidade da RFB caberá recurso

no prazo de 10 (dez) dias da ciência dessa decisão, que se não for

reconsiderado no prazo de 5 (cinco) dias, será encaminhado em instância final

à Superintendência com jurisdição sobre a unidade da RFB (Lei nº 9.784, de

1999, arts. 56 e § 1º e 59; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 121, parágrafo

único).

A contagem dos prazos é contínua e começa a correr a partir da data da ciência

oficial, excluindo-se dessa contagem o dia do começo e incluindo-se o do

vencimento (Lei nº 9.784, de 1999, art. 66 e § 1º e IN RFB nº 1.600, de

2015, art. 121 e parágrafo único).

Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o

vencimento cair em dia que não houver expediente ou este for encerrado antes

da hora normal de atendimento. (Lei nº 9.784, de 1999, art. 66, § 1º).

2.12.2 NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO

O recurso não será conhecido quando interposto (Lei nº 9.784, de 1999, art.

63):

I - fora do prazo;

II - perante órgão incompetente;

III - por quem não seja legitimado;

IV - após exaurida a esfera administrativa.

174

A hipótese de não admissibilidade de recurso voluntário ou final, nos moldes

descritos acima, não tem efeito suspensivo, portanto o recorrente não poderá

alegar proteção legal do instituto recursal para efeito de aplicação de

penalidades, em face de sua inércia, nos termos do artigo 61 da Lei nº 9.784,

de 1999.

LEGISLAÇÃO

Lei nº 9.784, de 1999

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

3. Aperfeiçoamento Ativo

3.1 CONCEITO

O regime aduaneiro especial de admissão temporária para aperfeiçoamento

ativo é o que permite o ingresso, para permanência temporária no País, com

suspensão do pagamento de tributos, de mercadorias estrangeiras ou

desnacionalizadas, destinadas a operações de aperfeiçoamento ativo e posterior

reexportação (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 353 e 380; IN RFB nº 1.600, de

2015, arts 2º e 78).

A hipótese prevista nesta modalidade de admissão temporária não se confunde

com aquela prevista no inciso II do art. 3º da IN RFB nº 1.600, de 2015, uma

vez que se destina a aperfeiçoar o próprio bem, estrangeiro, submetido ao

regime. Na admissão de bens em suspensão total para montagem, conserto ou

reparo, o bem admitido no regime não será aperfeiçoado, mas utilizado em

operações sobre outros bens, que podem ser estrangeiros ou nacionalizados.

3.2 CONDIÇÕES DO REGIME

175

Na admissão temporária para aperfeiçoamento ativo, aplicam-se, no que

couber, as condições dispostas para regime de admissão temporária com

suspensão total (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 382 e IN RFB nº 1.600, de

2015, arts. 83, 87 e 89).

Consideram-se operações de aperfeiçoamento ativo (Decreto nº 6.759, de

2009, art. 380, § 1º; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 78, parágrafo único):

I - as operações de industrialização relativas ao beneficiamento, à montagem, à

renovação, ao recondicionamento, ao acondicionamento ou ao re-

acondicionamento aplicadas ao próprio bem; e

II - o conserto, o reparo, ou a restauração de bens estrangeiros.

São condições básicas para a aplicação do regime (Decreto nº 6.759, de

2009, arts. 380, § 2º, 358 e 363; IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 6º e 79):

I - que os bens sejam de propriedade de pessoa sediada no exterior e

admitidas sem cobertura cambial;

II - que o beneficiário seja pessoa jurídica sediada no País;

III - que a operação esteja prevista em contrato de prestação de serviço;

IV - importação em caráter temporário, comprovada esta condição por qualquer

meio julgado idôneo;

V - adequação dos bens à finalidade para a qual foram importados;

VI - utilização dos bens exclusivamente nos fins previstos, em conformidade

com o prazo de permanência no regime;

VII - identificação dos bens; e

VIII - constituição das obrigações fiscais em termo de responsabilidade.

3.3 BENEFICIÁRIOS DO REGIME

O regime aduaneiro especial de admissão temporária para aperfeiçoamento

ativo será concedido à pessoa jurídica sediada no País e que promova a

importação do bem (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 380, § 2º; IN RFB nº

1.600, de 2015, art.79, inciso II).

176

3.4 PRAZO

O prazo de vigência do regime será o prazo previsto no contrato

e compreende o período entre a data do desembaraço aduaneiro da declaração

de importação de admissão temporária para aperfeiçoamento ativo e o termo

final do prazo fixado para permanência dos bens no País, considerados,

inclusive, os prazos de prorrogação, quando for o caso, limitado ao máximo de

5 (cinco) anos (Decreto nº 6.759, de 2009, arts. 307 e 360; IN RFB nº 1.600,

de 2015, art. 80).

3.5 TERMO DE RESPONSABILIDADE E GARANTIA

O montante dos tributos incidentes na importação, com pagamento suspenso

em decorrência da aplicação do regime de admissão temporária para

aperfeiçoamento ativo será consubstanciado em Termo de Responsabilidade

(TR) (Decreto nº 6.759, de 2009, art. 382; IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 83).

Para fins de concessão do regime, aplicam-se os procedimentos relativos ao TR

definidos no tópico 1.5 Termo de Responsabilidade.

Não será exigida prestação de garantia na admissão temporária para

aperfeiçoamento ativo (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 81).

3.6 CONCESSÃO DO REGIME

A análise para a concessão do regime será processada no curso do despacho

aduaneiro, que será efetuado com base em DI ou DSI registrada no

Siscomex (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 82).

177

O interessado deverá solicitar a formação de dossiê digital de atendimento

(DDA) com a juntada do requerimento de admissão temporária (RAT)

previamente ao registro da declaração de importação, em qualquer unidade da

RFB e instruí-lo com (IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 13, 82, § 1º, e 83) :

I - cópia do instrumento de contrato de prestação de serviço, celebrado entre o

importador e a pessoa estrangeira; e

II - descrição do processo industrial a ser realizado no País, quando for o caso,

bem como da quantificação e qualificação do produto resultante da

industrialização.

No caso de inexistência de contrato formal, o beneficiário deverá apresentar

documento ou conjunto de documentos que atestem a natureza da importação,

identificando os bens a serem admitidos e seus respectivos valores, bem como

seu prazo de permanência no País, por exemplo, correspondência, cronograma

de execução de contrato etc (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 15, §2º).

Não cabe apresentação de fatura comercial no despacho aduaneiro de

admissão temporária, uma vez que não se trata de uma operação de compra e

venda de mercadorias (IN SRF nº 680, de 2006, art. 18, § 2º, inc. II, alínea

“a”).

Os documentos em língua estrangeira apresentados para instrução do despacho

são dispensados de tradução juramentada e de registro em cartório de títulos e

documentos, podendo ser solicitada tradução simples, a critério do Auditor-

Fiscal da RFB designado, quando necessário para a compreensão de seu teor

(IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 120).

Aos bens destinados a seu próprio conserto, reparo e manutenção, de que

tratam o inciso II do parágrafo único do artigo 78 da IN RFB nº 1.600, de 2015,

mediante justificativa encaminhada pelo chefe da unidade local ao

Coordenador-Geral de Administração Aduaneira, poderá ser autorizado o

despacho aduaneiro com base em DSI formulário (IN RFB nº 1.600, de 2015,

art. 82, § 2º).

178

Para fins de concessão do regime, aplicam-se, no que couber, os

procedimentos definidos no tópico 1.6 Concessão do Regime.

3.7 PRORROGAÇÃO DO REGIME

O prazo de permanência dos bens no regime de admissão temporária para

aperfeiçoamento ativo poderá ser prorrogado na mesma medida da extensão

do prazo estabelecido no contrato, limitado a 5 (cinco) anos, no total (Decreto

nº 6.759, de 2009, art. 360, § 1º; IN RFB nº 1.600, de 2015, arts. 9º parágrafo

único, 80 e 84).

Para fins de prorrogação do regime, aplicam-se, no que couber, os

procedimentos definidos no tópico 1.7 Prorrogação do Regime.

3.8 SITUAÇÕES ESPECIAIS NA APLICAÇÃO DO REGIME

Os bens admitidos no regime, ou suas partes e peças, poderão ser remetidos

ao exterior, sem suspensão ou interrupção da contagem do prazo de vigência,

para testes ou demonstração, por meio de DE ou DSE e retornar por meio de

DSI (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 86).

No caso de aeronaves, poderá ser autorizada movimentação para o exterior

mediante apresentação à unidade da RFB de despacho aduaneiro de cópia da

General Declaration (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 86, parágrafo único).

Aos bens submetidos ao regime de admissão temporária para aperfeiçoamento

ativo aplicam-se também os procedimentos estabelecidos nos artigos 42 e

43 da IN RFB nº 1.600, de 2015, que tratam da substituição do beneficiário e

da alteração do contratante que se encontra no exterior, respectivamente (IN

RFB nº 1.600, de 2015, art. 87).

Ver neste Manual o tópico 1.8 Situações Especiais na Aplicação.

3.9 EXTINÇÃO DA APLICAÇÃO DO REGIME

179

Na extinção da aplicação do regime de admissão temporária para

aperfeiçoamento ativo, caberá a adoção de todas as modalidades previstas para

a extinção do regime de admissão temporária com suspensão total, conforme

os procedimentos estabelecidos nos arts. 44 a 50 da IN RFB nº 1.600, de

2015 (IN RFB nº 1.600, de 2015, art. 88).

Ver neste Manual o tópico 1.9 Extinção do Regime.

3.10 DESCUMPRIMENTO DO REGIME

No caso de descumprimento do regime, aplicam-se os procedimentos

estabelecidos nos artigos 51 a 55 da IN RFB nº 1.600, de 2015 (IN RFB nº

1.600, de 2015, art. 89).

Ver neste Manual o tópico 1.10 Descumprimento do Regime.

3.11 RECURSO

Ver neste Manual o tópico 1.11 Recurso.

LEGISLAÇÃO

Decreto nº 6.759, de 2009 (Regulamento Aduaneiro)

IN RFB nº 1.600, de 2015

IN SRF nº 680, de 2006

180