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i F:.lrOR DAS DAS DO 1870

COM~IUNIDADES DAS ALDE1~S - O Governo dos Outros · Peninsula) sao os mais perfQitos, acha-se que confrontados com os mu nicipios hindus (comQlunidades), sao estes ainda mais perfeitos,

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i F:.lrOR DAS

COM~IUNIDADES DAS ALDE1~S

DO

1870

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As communidades das aIde as da India Sao verdadeiros manicipIo~. Alern das funcooes, que ex.ercitam como associaooes agri.colas, propria­

wente ditas, sao corporar;oes de ordem publica com um extenso po­der municipal, e jUl'isdicr;ao administrativa, fiscal, judicial, e eleitoral,. se bern que com os tempos tenha havido em alguns destes. pontos tal ou qllal alterar;ao, que nao infringe, oem contradiz os principio,s, fro­vam-no as leis, refere-o a histol'ia, e vemo-Io por nossos olhos •.

Se na Europa os munici,pios de Portugal (e puderamos dizer os da Peninsula) sao os mais perfQitos, acha-se que confrontados com os mu­nicipios hindus (comQlunidades), sao estes ainda mais perfeitos, pois a todos os pontos jurisdiceionaes apontados, communs a UDS e outros. a,ceresce Helles a jurisdicQao da administraliao religiosa. E neste par­ticular cumpre notar a injustilia, que os portuguezes fizeram no prin­cipio as communidades, pOl' quanto tomando-Ihes os namoxins dos pagodes para 0 fisco real, depois quando 0 POVQ se converteo, as obrigaram a edifiear igrejas, e sustentar as fabricas dellas, concorren­do 0 estado, em cuio poder permaneceram os namoxins, s6 com 0 te­lNle pl;Igamento das congroas dos parochos.

Foi tao obvia aos. portuguczes a natureza municipal das communi­lades, que a gancaria chamaram camara, e ate lIpplicaram exactamen­te as aldeas indianas II mc~ma organisa«;ao militar, que ha~iam esta­lelecido nos concelh9s de Portugal.

No que toea aos offici,os mechanicos 0 poder municipal das commu­lidades foi mais solidamcnte assente do que 0 dos munici.pi()s portu­~uezes. Estes ordeoQvam sim regimentos para 0 exercicio daquelles nestcres; mas as communidades asseguram alem disso urn salario, lor mcio de namo~ins, aos officiaes mechanicos, cuja profissau Ihes :le proveitosa. Assim em quanto os municipios portug4ezes se arrisca­lam em tempos menos cullos a \'er talvez as suas villas ern certas :ircullstancias desertas de olfieiaes mechanicos, as aldeas da India es­:avam isenlas dessa temerosa evcntualidade.

o aSSllrnpto podia dar materia a largo volume, mas para 0 nosso 1m basta 0 que levamos dito.

(lilillldo os porlllguezes oceuparam Goa, quizeram, como nao po-

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diam deixar de qucrer, ser gO\'ernados pelas suas leis; e por ,sso for:­~nar.am log? 0 sell senado da camara, e a par delle a misericordil\t Hlshtuto mlxto de ~aridade e culto re\igioso, de caractcr municipal, c governado. por urn systema analog., ao da vcreanC8. .

A accao 40. muni~ipi9 PQr1uguez limitou-se 80. recin~o da cid.de. pnde ja era ~xlin~~<I: !I ~ollllIluDidade: e respeitando a int~gridade dos municipios hindu!!, exerceo as suas funccoes juxta-pondo-se, e n.ao sobre-pondo-se aquel1es, que linham suas leis, foros, usos e eostumes. proprios, sua representacao commum na caqlilra geral, e seu magistradQ privalivo no. talladur-mor, cuja jurisdlc{,ao sobre elle~ era analoga. a ~o.s pro\'edor.es des com8rcas, e em parte it dos corregcdores sobre uS J;l\uni,'ipi()s P9rtuguezes. Se 0. senado. de Goa correo com as obras da Aguada e l\Iormu£ao, fui por commissiio do gDverno, e CD!1l rend i­Qlelltos do estado.

Corn () andar do. tempo foi diminuindo a gente portug!lcza~ civilr .. &ando.,.se e nobilitando-se a gentc nalural, jn convertida ao christia­nismo; e entilo teve esta acceSsD as honras da verelln<,;a, sem que jsso alternsse no minimo ponto a al~ada e constituilJuo do senad(} ,d~ camara.

o marquez de Pombal ( que nao tinha ua India aquclle profuridC') ~onht'cimellto, que he moda attribuir-Ihe) imtituio em Bardez e 5al­cete !'f~nadQii da camara, com os sells competenles juizes de fora. Os. juizes de fora acabaram logo, mas (icaram os sen ados. E~t('~ (Iclia­rarn-se ainda com a slla ae<,;110 limitada a campo mais e~treilo qlle V dQ cidade de Goa, po is t(,lndo il slia sede em uma aldea, como qual~ quer outra, fora ~os pa~os d.a. ca~nra nao p~z~vam terra, ~ue nao t9sse Ila comllJUllJdade, c S('.Ielta a ac('.ao mU!llclpal della.

I'or mnis illutil que s"ja llma corpora(,ao, nunca reconhece, oem f;ooles,<la It slia illlltilidadc. Por i~sl) os sellado!! dus camara" de Bardez e Salcele, por· muslrarem que seniam para algllrna C()lJsa, disputaram corn as cmnnlls g~riltls sob['e quem era repre~elltallte £los pOVOS. 0 govel no parereo inclinadu aos ~elJad(lS. mas nessa especula~8o llOnori­{ica ficoll 0 oegoeio, scm qlle com ella se acrrescentasse aos senados jurisdict;au alguma whre a~ aldeas e ganrarias.

Aos sf'llados da camara slIccederam oa \f'.(!islflcao novissima as ca ... maras tnunicipaes, corn 11 mesma nalllreZll, e ~ltribuicoes, salvo aquel­las modi(jea~()t',,~ que as form/;s nuvas demanduvam; aD mesmo tempo qlle 11<\ me~ma legi~13~:lio novi~sirna ex pressamente se definia que ao; !wmmuflidadr~ cl'ntilllJaSSf'm a ~er regidas [lela .. Silas leis puclliiares. . A pH)lllul~;u:ilU do cudip;o admin;stralivo nada ullerOll IIf'Stll pl!rte~

Os IIlllliil ipios hindus firarum d('pois delle Iilo inleiros c autollomos~ '1:llmo t'l'iltn (I 'antes,

rVllIc lllllllieil'ios acullirum sempre as alden'S as oh:(ls publicus ~q

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sell territorio. e entre estas nunca duvidaram ser da sua obriga~31l a construc~ao dos caminhos vicinaes. para os quaes especialmente man.,. ~a 0 gO-ferno do estado separar cada anna urn!! quantia razoavcl das sobras das communidades; ordem peimanente, e que se vai executan­do por ventura mais I'rollxamente do que convem ao bern publico.

As obras sao arrematadas na commuoidade. lan~am nellas ordina­ria mente os gancares poderosos, que depois muitas vezes tern arte de receber 0 dinllf'iro, e fazer mal, 011 talvez nao fazer a obra. Se algurQ estranho vai lauljar, e leva a ohra. levantam-lhe os gancares para 0

pagameoto tantas trl1{Ja~as e deloogas, que 0 pobre homem fica mar.., tyr, e 0 governo perturbado com fI·querimentos e papellada. _

He verdade que estes inconvenientes pode com 'igilancia, e traba­Iho 0 governo remov~-Ios; mas os que 0 governo nao pode remover, se cOlltinuar a re!lpeitar 0 egoismo <ridelio, slio outros, taes como 0$

seguintes. Uma aldea pobre tern II fazer 0 camiuho (lor terreno, qu~ carece de custosas expropria~ues. tie cortes de oiteiros, de pontes, e outras obras de arlc; mal Ihe chega 0 uinheiro, de que pode dispOr~ para fuzer al~uns metros de tal caminho. A sua visinha, rica. con­clue Com pouca de!'pesa as obras n'um terreno chao, e facil de obrar. Mas como nao qucr, e cntende que nao I ern obriga~ilo de ajudar a vizillha, ficarli a estrada incompleta; e e~trada ineompletfl he estrada perdida. e com ella perdido 0 dmheiro nlio 56 de uma aldea, mas de todns as outras, elljas hnhns vierem ligar com aquelle barrll!lco.

o rernedio unieo he fuzer convergir as quotas de todas 85 aldeas a urn s6 cofre, e proseguir na cOllstruc.;lio das estradas scm interrtlp~ocs; Gom 0 que lucrum todas as alaeas, e todos os rno~adores.

o egoismo aldeao pode ao prIncipio mostrar-se carraneudo, tie.,. pressa porem S6 desenganarli dll sua scm raluo. e abra~ara 0 plano, que a principio reprovara.

Mas apparece agora lima nov'idade. Diz-se: sim, as qIJotas devem eonvergir a um 56 cofre commurn, mas fiear a disposic;ao dll camara munieipal, para ella dar direct;iio aos caminhos vicinaes. ac~ao, que (I

oodigo adlllinistrativo Ihe incumhe. Jfl dissemos que 0 cod. adm. esta em vigor na India ha trinta e talltos annos, e nllllca se entendeo que elle ,iesse supprimir os municipios hilldllS, c (eduzi-Ios a meras parccllas do municipio portuguez, por sua natureza mais nominal do que real [leste pail. IsLo qunnto ao ctireito. Quanto lis co(]sequencias pralicas. ie ror estabelecido lim nol'o uirelto, senio elias infallivelmente 0 ordcnar I camara municipal a constrllc~ao Jaquell('s caminhos, ou peda~os de ~amillbos, que mais cpmier aos vereodores para seu commodo parti­~lIlar; e mudando os vereadores coda biennio, abandonar-se-hao liS

)brus do hiennio anterior para efl('etar outras segundo 0 gosto dos l()vOS \'ereadores. l"icar-se-ha prior do que scndo as obras entregu~s l~ aldeas lsoladu~, 0 ge\'('rno tC!'il r!i'lito mellor ac~iio sobre 0 d('h~

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flQQQlento dos caminhos; ven~ conOictos levantados a cada passo, l" cOf)sllmir-se- Ita 0 tempo em lutas estereis, e 0 dioheiro em obras iml­~ei~. Ficarao pois as communidades e as aldeas, isto he, 0 paiz, setq dinheiro, e sem caminhos. Este resultado he infaUivel.

. E com tudo nao he s6 isto. Se 0 cod. adm. se interpretar nesta forma, e 0 municipio portuguez ficar sobre-posto ao municipio hindu; com 0 mesmo direito, com que a camara municipal fintar hoje as cpmmunidades para os caminhos vicinaes, as fintara amanba para todas p.s outras des pes as obrigatorias e facultativas, a que 0 cod. a auctorisa em these. A camara municipal das IIhas, por exeqlplo, que agora p~ de ao thesouro publico uma subyen~,ao anDual de oito mil pardaos para .i,Uuminaca~"de Paogim, logo que se estabeleca 0 novo direito, nao; import una mais 0 thesouro, recorre a finta sobre 8S commuoida~ des ,ojlo s6 para illuminar Pangim, mas Ribandar, e mais bairros de capital; e se a lei favorecer 0 intento, porque se nao b~de conceder~ De~rllrte as communidades, que agora talvez repugnam dar nma quo-. ta ~~sellcialmente temporaria, exc\usi\'amellte applicada a caminhos 'Vici,~lles, e alem disso auxiiiada peJa fazenda publica, e que por mil meio~s obvios e faceis pode dentro em poueo tempo ser redusida a muito menor verba, yeraO sem esse, nem outro auxilio, 0 seu dinhei­ro aplllicado perpetuamente a muita obra, que elias nunea sonharam ~e bavlU de fazer it sua ~usta.

As carnaras munieipaes de Portugal nomeam todos os aonos em seus proprios tempos os vigiadores das searas e dos arvoredos, os guardas das vinha~" etc. ctc. Presupposta a nova doutrina, nilo havera r8z~0 nenhuma para negar as camaras munieipaes da India 0 mesmo direi­to de nom~i1c;lio dos terlos, dos eamotins, e de outros quaesquer offi­ciaes, que velem sobre as searas, bemfeitorias, e beranlias de cadI{ aldea.

Sa a tlovidada for avante, sera a maior revolucao administrativ8" '1ue se tem feito na India desde que nella entraram os portuguezes.:

Quem entende PQis que 0 paiz lucra, acceita e agradeee a trans ... formalilio; quem a julgar perniciosa, faTii toda a diligeneia pela affas. tar, e atalhar os seus effeitos.

Nova-Goa. Novembro de 1869.

lit •••

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1.

M-- . ui consentaneo:~e~,f~z~o que seja sempr~ recebidocom pro­funda se'nsa~Ao neste palZ tudo quanto se dlZ, ou escreve !lohre

its communid1:ufes das aldeas ;' porquc estas Blem de encerrarem em si os meis vaHosas interesses agricolas, animam as func~i}es da vida mu­nicipal do povo indiano.· '

II.

, A. vida do lar domestioo seria trabalbosissima, se os hom ens nao acbas~ein logo fora dasua porta os beneficos effeitos da vigilancia e Ilc~iio do poder municipal, na rua bern concertada, DO caminho troD­litave)~ na ponte .que da livre passagem sobre 0 rio ou legato, na fon­~e ou pOliO bent provido de aguB, na feira ou mercado abastecido de t.ta~timentos,. e mais gener~s usuaes a satisfal,ilio das necessidades quo­,d18nas" fta ~ulR'da das searas e planta~oes, e ern muitiisoUtras pre­'en~oes e diligencias, a que seria impossivel attender por si so cada ,essoa ou famili,;i;,

lilt,

« Municip)o,~a'ii Ch. Coquelin' ( a )-he urn ~greg8~o de iodi­e vid~o~, ou, de filIIlilills~ reunidas n' urna c~r~a circumscrip~~() de ter­ft rito~io, liglioas por meio de relalioes de \lSmh8n~a, e,porlDter~s~~ « comiinuns geridos por uma adrnillistra~ao comrnum. He um~ din­G sao, ou antes uma 8ub4JvisliO do ~stado.,. a . milis elementar aas que (~ constituem a ordcto civil e politi ea. .,. " . ' . ' . • (I 19unicipio,-dil. Emile Vauvilliers (b )-he II umdade pflmafla~ (' a que se re~uz" 'ad~inistra~iva~.ente,. a divis,ao territorial; he a : mcnor tias clrcumecflp~oes aduilntstratlvas." .

Sobre csta base pOreOl podem var.iar com 0, tempO', e com os lu-iares ~s facoldades e attribnic;o~s dos municipios~ , , . I « se 0 municipio tern existido cl'u todos os tempos-diz ainda Co-

'( 3. ) Dictionnaire de i'Economic pblilt'q'ue', 'Paris, 1852; ·Art. Com" t11.ne. . , .

(b) Manu~t4, droit admj&ist~atJfl P~l'~' 1855, pag. 62.

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8' ---.~

« qlielin (a )-he com condi~oe(bem diversas, ora com niaior, orR' « com menor dependencia do estado, de que faz parte; as vezes mlii « livre em sua ildmtnistra~ao interna, e lograrido qua~i a plenitude dcf « sob~ran,a; e outtltS vezes dpertadamente sop-eado peIos poderes su­« penores, que goyernam 0 estado.

Mas 0 municipio existe sempre oude se dlio 08 seus ca'racteres es...; senciaes; que s~o, unidade de territorio com limites su'fficientemente demarcados; e urn poder oU: auctoridade communal, assistente 110 mes­rno territorio, exercendo nelle a policia urbana 6U rural1 e os attos juris.diccionaes de adminl.stracao', j~stj.ca, e fazenda, por si ou por seus officlaes, qualquer que seJa a conShUlIcao, ou forma desse poder com-. rilUnal, e a sua concentracao em individuos, ou distribuicao por cor-­poracoes forrnadas de poucas, ou de muitas pessoas. :

iv:

,.. Depois que os portuguezes chegaram it India, e occuparam Goa com animo de assentar ahi seu dominio, con'hecera'm q'ue nas circumscripcoes territoria~s, denominadas no paiz gaos, se d!l-' yam os caracteres esscnciaes de municipio; e ir falta de outro' melhor yocabulo, chamaram a esses- gaos, aldeas; nao porque o fossem verdadeiras ao modo portuguez, mas porque se nlio atreYeram ,a applicar-Ihes 0 oome de concelhos, que usam dar aos· seils municipios. E a razao foi, porque 0 municirrio' portuguez he sem­P!C formado de uma villa ou cidade com seu respectivo termo; na villa Oll cidade, como caberta do coocelho, as"istem-8'!f 8t1ctoridades', tnllllicipaes, e outras sllperiores quando a sua cathegoria 0 pede; as demltis povoacoes, compostas de pequeoos grupos d-e babitacl.ies, que ha no lermo, e sao dependentes da auctoridade municipal 4a villa ou cidade, sa" as aldeas no sentido' ~roprio' portl1guei. As freguezias. diyisoes territoriacs puramehte religiosas, foram ordenadas pela maior· parte sem atten~110 aos limites do· concelho, posto que para alguns ef­feitos sejam hayidas como sub-divisl.ies d'elle. Ora' oS portuguezes, 0110 8chando nos gaos a viUa. que sempre preside aos c6ncelhos de Por­tugal. mas s6 a povoacao rural; lembrados do nome, q'ue em· sua' terra davam a taes povoartoes', charnaram:-Ihes allleas: Ao mesmo tem­po, achando nos gaos tudo 0 rnais que constitue urn· verd~deiro m~­nicipio, slIbstituiram ao titulo ~e concelho' 0 de com~".n~da~e, Iml­lando assim, ou de caso pensado, Oll por natural cOJOcl(fencla, a de­nomina~ao franc,eza de commune; que equivale e'Xadamente' ao con-' cetho portuguez. . . ,

As outras na~oes de Europa, que atral. dos portuguezes Vlerain· at

( a ) Lugar citado.

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india. adoptaram a mesma deDoniin8~ilo de aldeas (villag&s) pan dt'4

~ignar estas pequcnas republicas. oUJDunicil'ios indianos. : ~ !tldea portugueza...se Il,alguma cousa se pode assemelbar ~ nos ..

~a Inql8, he ao .que nella chamamos ,bairro da aldea. :

v. Affonsci del AIDU(iuerqu~ conqulstando Goa DO ao~pde t Ii to ... ~u~~~

~ituio 0 dominio portuguez 30 dominio musulmano. Aos hindus tratoti ~enevolamellte, porque nao s6 nao eram inimigos, mas antes 0 capi..; Uo Timoja, do Canara, foi nosso alliado, enos ajudou na conquista com sua gente hindu. Prometteo Albuquerq~.e aos hindUs oio acttes­eentar os tribiit~s, que d'antes pagavam 80 dom.iQao~e mourp., e guar .. dal-lhe!! seus fMos; usos, e eostumes. ApPfoVOU EI':'~ei de Portugal tao sahltares ptovidencias. e para que eJlas nil9 sofi'resst;lm:queora, qUilndo no anno de nus quiz noniear tanadarda lIha de G08:i,es .. colheo para este officio a Joao Machado, nao p~!lo ,muito ,que tie ,hllvia 8ssignalado na conquista da cidade, como rfiferem ~s! "histor:jas. mas pclo muito que sabia das ten'as do reino do l)a,quem .( Decc.8Ji) e das qtre senhoreavil 0 Sal:iayo (a), c'om 0 que se promettia '.f/< lobe., rano (pte () novo ianadar sOllbesse go,:ermir como, cumpr\o; e em bOil paz a gellte natural, sem inlroduzir entre ella novldades. Ficllram. pois ~ob 0 dominio portu'guez O~ guos ou aMeas indianas ,C9m a mesma con,tilui<:ilo e forma' de goverrio, que d'anles tinham, sob a presidencia da gancaria, a que charrii1mos camara; pela sem,~lhanl.la q',le Ihe a ... chamos com as que ptesidillm aos concelbos de Portugal. .. '

E para que alem tie se guardllr:em os usos e costu!J)es das aldees. pcrmoner,C!Bem iritnctos tlS seus limites, cousa essencial:er,n tode) 0 mu­nicipio, e para que tambem se nao perturbasse a unidadc de.seu goter­no, asta provido no regiment() 'daao ao tanadar de Goa" Dulfrte Pe~ Tcira, ern f 5 t 9, que n~'o consitita qu'~as terras de urn giiQ sc trespos­~em para olitl'o, como por atiilso se fazia; neui Uo pouco que nenhum gancat se mudnsse de I1ma aldea para Oli~ra; e com, esta ultima dispo­I\i~ao se attendia a que 0 c<trp'o' dil governanca. municipal se oUQ desb~­ratasse e diso\vcsse (' h ). ' . ,·.1. '

Ao tanadat DU'arte Pereira seguio-se no mesmo officio', em t5~, urn gentio poder{)so, pdr nomJe Cnrisna, ben.emerito das cousas' por .. ~uguezes desde 0 tempo de Alfonso de Albuquerque; e DO rClonmento.­(}ue se lite deu ( c ) • preV1!lilcc :ainda 0 pensamento de S~ guardarelQ

(a) Archivo PorturJuez·Orienta!' FascirulQ 5,° Documento 1.' ( b) Lugar eitado, Doc. 19. ~ l') Lugar cilalio, Doc, i.Z>.

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eos ~anc8.re~ seut contracto~ e eostmms, que eHe defiabern; saber~> pois era natlH'al d. terra, e crft® nos J1le'smos ~ostumes. ,

A jurisdi(:llo dos gancares no nlEer postUr8!, -e Imp6r penas aos que, obrassem em damno commum 'fIa' aldea, ou do fa zenda real, como por exemplo, aos que d'eixassem' damnificar as suas razenda!, que tinham no aldea, e as nno aproveitassem, Be confirmada e'roborada no regi­mento dado 00 escnvao do ilha de Goa~ isto he, 00' escrivao do tana­dar-in6r della, em' 1526 (a). Tuao is to antes de' ser promulgado o' Foral, documento' que merece especial atlencilo.

VI,

MaS' antes que' entremo!l 00' seu exame C6nvem t,ocar alguns suc­~e8§os, que lhe precederam. Por carta patente de 15 de marco de' f 5 t S fet: EI-Rei D~ Mandel ttlerc~ e doaf,iao aDs 'portuguezes ja ca"" zados~m Goa, como', aos',que' ao diante a ella Cossam cazados, ou' nella S6 eatassem, e assentassern' ~ivenda~ de todas as, terras~que' de direito pei't'encessetn' 80 tnesmo' Rei, e' qu~fossem ja aproveit;mas, aS81m a­quellas que ficaiam' dos tnouros, que ou: baviam morrido na conqllista' da' eidade, OU' della'se haviam ausentado para' oDd~ ficassem' a solfo das armas porluguezas, como quaesquer' oufras terras; e' as man· da'repartir pela maneira seguinte. Duas partes 4estas terras seriao rep~rttidas logo pelo!! portuguezes caz.ados~ ~oraaores em' Goa; ~ que' nella se achasserir ahr por' todo 0' anno' de 1519;' cabend~)" au' fidalgo tres quinooes,' ao' c8vaUeiro' e e,scudeiro dous qdi~bOes, e ao' peilo uIn t(ilihiHlo. A terf,ia parte querestasse; seria repartida pelo8 portu~es casados, que' assentassem' vivenda desde 0 anno de 1519'por diante, ilpropon;ao que fossem' cazando,' .t6 de todo'se acabar do repartir It' dig tarca parte.' . ' , . Mariita outrositn' que as terras; que nao sao aproveitadas de toda a~

itba de Goa, se d~m de sesmaria aos cazados portuguezes, ou' a qilaes .... qtJer' outr08 que de outras partes forem. de ql,laesquel' nac(jes: que' aejam; ludo segundo asordenacoes e'regimimtos dosreioos' de Portu ... · -gal;' as qllaessesmarias' seriao dadas· pelo capitao e feitor . da cidade~ e' 118 cotta!> seriao feitas pot' lUll' escrivao' da fniooriaj' e assignadas' peJo' capitao e feitor ( b ). Desoontentou esta carta apottuglK'tes e ~. oil--· , .ti.iae's; e 'logo' nn, volta das Daos' requereram' contra ella" a' El:'R'~" filandando a cidade, isto he,os portuguezes moradores della~ repre-' eentados peJo senado da' camara~ urn procurador sen especial' ao' rei-' rio a lratar este negotio. })eu EI-Rei ouvidos as' duvidas,' que se ~

( a ) Lugar citado, Dar. 5 7~ Cb) Lugar citado, Doc. \I.

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~ .representaram, e 80S 24 de dezembro de t ti t 9 mandou por Gun sua carta que as terras, que se houvessem de repartir pelllli port'll'" guezes eazados, fossem s~ as dOll mouros, e entrassem Da partilh .. s6 os portuguezes caza~os que assistisselO em Goa a ~r~IeAtaCio desta cdrta, nao se reservando dellas Dadil Plira futt~ras repar~icOes. E Cf~ to as outras que havia mandado dar de sestnaria. que as tivessem 08 0 ...

turaes da tr,ra? isto he, as commuDidades, comosempre as ti,eram, pagaudo os direitos que deyeS/iem DS fOfllla do costume ( ~)! . DUllS importantes revellJc~es DOS faz esle ,Jitimo doeullleato: a 1.'1 que logo desde os dias da CctlJquist~ comeoou .0 ciume .8 emuta~no eo .. , tre os portuguezes ja llss!lltentes Da India,ou nella nascidos, e o. que de novo ehegavam do reioo; pois 08 que ja ea ~stavam irnpedi­ram se reservasse para os que fossem ehegando parte das ~el'rlJB, que> sc mandavam repartlr: 2. a que pareceodo a E)-Rei que a lei das ses­marias se podia appljear sem jneonveniente a India, fiCOll depois en­tendendo pelo que lhe foi represeotado da parte dQ proprio Seoado dos por~u~uezes. que sen,do as taes .terras, ~ioda que 48S8prov~itada~. do dO~lmo das commumdades. ca tmbam estas nas suas propnas leiS a facuLdade de as aforar, sem ser miste~ que esse !legocio' eorrelSf' por mllo dos Il\inistros da fazenda real, e nllo quiz EI.Rei· infringir aquellas leis, q~e bavia proJD6t~ido guar~ar. e cuja exec~6 prodll­zin 0 mesmo effeito, qqe elle pretendia pela appliea~30 da lei pGr .. · tugueza das sesmarias. Exemplo digno de ser frequentemente imi­tado, mas que 0 nao foi tanto que se nao repetisse com algumas va­riant~s 0 rneslJl() erro, que elle condemnou, como se podever £las Pro­l'isoes do Real Erario. que passou 0 Marquez,de Pombal em 2 t e 25, ~e Abril de 1771 (b)~

ylI,

Corri~, como temos "isto, 0 governo 4as communidades por 8e,,5 lIsos e costumes, que 0 domi~ante por~uguez trabal~ava por guardar ; mas ou por ralta de sciencis. ou, por dolo e malicia. lev8Qtavam·se a coda PI:lSSO duvidas e eontendas sobre qual era 0 uso e costume. Para solver estas duvidas, e assentar uma norma certa,.que diri,g~sse as re­soluCcies da audoridade publica, era necessario tomar verdndeira iA­forma(,lao desses us os e eostumell, e la~a-Ia em rcgisto a uthentico. Foi 0 'que fez u "edor da fazenda Afforiso Mexia no an~o de J526. yedor da fazenda era como ministro da fazenda da India, e obrava

. ,. ( a ) Lugar citado, Doc. 26. . (b) Collecfilo dos Bandos etc. das provincial da.~ Novas-ponquis­

as, pelo sr. Ft'lippe Nery Xavier, 1.0 V)1. pag. ~, e 1~ ..

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OS! COUSIlS. do seu nfficio e re~imento com quasi absoluta indepen-:t dencio do governador ou viceRei. Segundo DOS informam Os docu­·metJtos~ que, restom daqueUe tempo ( a ), Affooso Mexia chamoq (IS letrados do terra urme, consultou-os sobre os pontos duvidosos. enos mais quellie paveceo cooveuiente, e',de seus ditos e respostas' ordenou 0 Ji'oral dos lIS0S e costumes. " '

Faral aqui 030 quer dizer carta de ,afOl'llmento, n~m rela(}ao de foro.~, ou p-ens6es emphyt~uti(las, que se deviam pagar ao thasouro, teal. For,al sigmfica 0 carta ou diplema, onde se lan~am e dflclarllnl cos {oros, i~to he, os direitos, 'Pri\'ilegios;p,rerog'<ltiwas, usos c'oostumes, 'fue 0 dominallte,qualquer qu~ seja 0 'seu titulo" promette. guordar aos po~os. que reconhecem, 0 seu dnminio. Consta isto do ,proprio. documento (b ).

Quando Affonso Mexia 1he impunha e~te nome 00 anoo de 1526, ' flstovam-Ihe bern presentes na memoria os forae~, que EI-Rei D. l\lanoel havia concedido ou refonnadoa todas as cidades e villas do !leioo, istohe, a todos os munidpios' delle. Do mesmo I<'-ornl, e: de' outro d.QCum~Hto ,contemporaneo ( c) se,~ cloramente que '0 proprio' Affonso l\IexifJ hovia formado em separado outto diverso Foral, ou propriam.ente regimento dos direitos. 'rendas, e foros, que ('ada uma o.as. :aldeas 'desta ilha de Goo, e suas onoexos deviam pagllr ('udll allIlO. ao t~esou.ro real.

", VUlt

ellmprc ~ambem adverti,r que os portuguezes na India ch~m;lI:a"\ foro, e nillda hoje chamam ao que propriomente he mt~ra renda, como, das varZt'llS Ilrremlltadas para cultura annual. ou \'eruiJdeiro lributo de\ido ao irnperllnte em reconhecim~nto dn soberania, e para as des­pesas geroes do E~tado, como 0 que pagam as aldeas. Deste ultimo, inexacto uso d,n palilvra (oro, que no proprio Foral occorre, se originQu Ii ~o-pj.tlinb. II nOSsn ver erronQa, de qQe as ald,eas do Indio saO forei­ras ao Estado ao modo da nossa eniphyteusc porlugue~aJ fazendo­se IIssim do estodo 0 dircctosellhoriQ, e d,all ~ommuriidade~ 0' senho- ' rio uti!. "

~ OS challlado~ ftiros, que liS communidades pago,m 80 tliesOI,lro, 'po- ' dp.m-se Cf!~lpan.lr com 0 cabe~~o das ~iza,s em PortugaL 0 mOls 'antigo: rlir~ito., que' os Reis de Portugal impuzerao II todo 0 reino forom 0$,

si218s, que, cdrno totlus sabel.n, he uma impo~i,:a() cobrada. sol.lre ,il,~ I . I " ,.

(a) Ank Port. Or. Fasc. :,.0 Doc. i2, (b) Lugar cit,ado, Doc. :')~. (l') Lugar cifado; 1(01' ;,'1.

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~ompraS6 veodas, O'U se;a dos bens de foiz, O'U riO's moveis,' 5emov.,.~ tes, mnntimento!~, ect.Os O'ffieiaes,' que cobravnm esta imposit;ao. por ooota de thesouro real, vexayarn O'S PO'VOS,; e pllr ISSO os concelhtJs 6 ... leram 0 encabe~amento das sizas,;"que assirn chamaramao paetO'~ que cencertaram ,com Et-Rei, de Iho, pagllrem ;:wnualmente lima quaotia c.rta, e proPO'fciO'nada a suas possipilidades, com condit;1io de cQbrarern ellespor' seuspropri03 offieiaes aq11clle direito., Se rendia mais, ficava 0' ex.ccsso ern beneficia do cofre mUQicipal; s~ t'eOOfa' menos,llliu~aviitli finta'lpclos ;moradores para perfazer-em a somma. a, que era'lIi hh'rigados. Mas acO'nteceo qlJe em te~ra, halill sobras,' e eram e~sas sobras' as qlie principalrnente auxiliavam os rnllnicipios nas suas despesas. A'extine..., I;ao das sizas em 183i. desequilibrou os O'rt;arncntos rnunicipacs; e a­inda hoje se sentem disso a maiO'r .parte das terras, PO'rque OU naG ~em PO'didO' suhstituir as siza$, ou as tem substituido por imposi~~e~ 'linda mllis vexatO'rias.

Ora os gancares d~ ilha de Goa. fizeram: 16gO' no principiO' urn pac­to com 0 tQesQurQ raal para pagarem cadll anno dezoitO' mil tangas brancas ( a) a titulo de {OI'O, mas que 0 t>ra tanto, OU tao pouco, co:.. rpo 0 cabe~~O' dlls sizas em Portugal. E~epoi's no foral "igorou 0 mes" rno principia de cadll aldea pagar uma renda corta, quer Cre~cesse; q4er mingLJasse, e aperda ou cre!lcirnento flcasse com os gancarell: ou com a aldea, para pagarern a perda. e haverem a parte do cresci men­to. A renda, agora denominada {oro, ficou a mesma que pagavam aos mourO's; e (Iarcce-nos que nem os mourO's, nem os Rajas hinJus, ~CIIS: antece5sores, seriaQ mui sabedO'res dos cOlltractos tlmpyteuticos it mO'da portuguezll.

o nelo politic!> dosaldeas com 0 estlldO', e II obrigat;aode coneor­rere~ para a !llanutencao deste. lIao careeede cO'ntracto~ emphyteu­tico~! 'mas fqnull-se em principios de oruem publilla, que os rnaii r~..,. ~e9 reconhecem e acatarn.

IX:

.' ~~~\imf9rrtl3COes"e- e~p)l!nacpesdos letrados da terra firme ni? ser­r!n~o ,de norma~ se ll~O fosse patente a ~ tutiO'S que as communtdades d~quelle territorio! que hoje faz parte das Novas CO'nquistas, eram ·i­denticns as da ilhn de GO'a, e mais adjacegtes.

D fO'ral confirm;l a g~ncl4rill 0 nome de camara, considera ItS rUllc­)oe~ de gancar, e de escrivaO' cO'mo cargos publicos. regula as obrig8coe~ laquelles O'fficiaes, o~ ~~us direito,s e re~alias) tin us preceitos para melhur

~ it) Lugar ci~~rlo, Doc. t 9 e :")2,

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,pr,GveitMlento ~t terras, presere,e ~ JDodo como a farenda d~ ~&or • 'unct~s ~,?ra a' seus ~e~~eir~s, e ~~~e particuJ.ar he mui minueioso. porque preville os casos, em ~,e os ~eos do ~Itos ~efune~ biG 00 passar a coroa e ftsco real; ind,lea as fonnalid~e,9 .. que 0 ~~pordo o~ nemo da c8marag8qcari~tde!e ter' par~ ser v~~idO!recoDJ?e~e a eo­xistencia da c"""~r~ geral c~~o rop.ft>aentante de iod81 '1lS ~lde~I' e gancariss parti~l~r~s; d6 80S ~ifl'O~ ~a Illde8o~rlleter ~e. huol ~e 110taS, par~ por eUes se provar e justjijc~r 0 ~ireit~ de p~prlod8de; .!! por cima de tudo 'constitue os galitares,' que ainda entio ~ram todo~ gentio5, c~mo adjuntos ao tanadar~mOr no juigalllooto de cerios e~~ 80S crimes. ect. •

x.

Tendo assi~ provido ao socego e qlJietapll~ de povo natur~l, qni~ q vedor J.a fazenda Atronso Mexia atalhar que 01 pprtuguezes 0 fOS9~1P, desinqUJetar dentro das suas aldeas; e para isso mandou que nenhum morador da cidade, isto he, nenhum p~tuguez, pod~sse ~omp'rar ra":' 'zenJa de gentio, nem oU:t~a qualquer, que se vendesse por'~~~ta dll coroa real, ~ isto em quan~o 6s terras e pllimares, que se ven~ijtDl por eslas ilhas; 0 que ~onfir.mou 0 governador da Indill Lopo Vaz de Sain,,: paro. Beste prec~ito se queixa II ci~ade a EI-Rei~' que declllrou oa~ da resolve~ sem ~abal informacii~ do governador (a). A resolu~iio p~~ rece ter sido favoravel eos portuguelt's (b).' I

. Concorria ao mesrpo Om de ~t~lhar coo~ictos 6Rtre portu~ezes'~ naturaes it resist~ncia, que os g~ncares das aldea,s punbam oe~e mes­mo tempo a dar de arora~e~to os matos e ~e~ras i~culta9 a,os me'S~ol portugue,.zes; de que esteSlgualmente se quelxaram a HI-Rei, que pedl~ informaCiio (c), e oiiosabemos lie chegou a tomar l6bre 0 CMO rellO"_ )'UCao definitiva. . ,

XI.

Como a officiaes publieos c9\lcede 0 governador Antollio Monit nureto aos gancares faculdade para coodemnarem, e execl1tare" logo em ce~ta pena pecuniaria toda a "essoa, que fizesse revolt,a ~s gancarias. pelejando, pondo 8& mDos, dando, empuximdo, esp,!o.cando, ?u erraocandoarma; sendo ametaEk da pen II para 0 -meirinho 'da~gle"!;.

~(a) Arc},. Port. Oriental, Falc. '.0 Doc. I-XIV. (b) Lugar citado, Fasc. 1.0 Doc. 31-V.

~ c) Lugar citado, Fast . • ,0 .poe. I-XV.

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, , jlI." parpotim ou naique da'aldea, que Carito a ditigeneia, e outra' Ql'e~·; lade' para 8· propria gancarill (a).' , ,

Como officiaes publicos servem os eserivties dus aMeas de' escri,lIes do administrador do concelho nos' actos que este exerce nas res-pectiv8s aldeas ( b). , .

Como offici os publicos entraram os Vice-Reis' e governadoTes da In­dia. e 0 proprio Rei de Portugal a conceder gancarias e escrevaninhas aos portuglJezes. quando pelas' causas, que' adiante se verao, eram reputadas vagas ( c ). . ."

Gomo re~jstos publiCO!! proveo' 0 Vice:"Rei Mathias de Alhuque~que o modo como se deviam guardar os livros das' communidad-es, e pas­sar delles certidoes (d).

Como registos publicos mllndou EI~Rei. qoando' ordenou a'torre do tombo de GOlf, que (IS livros das aldeas fossem netla recolbidos, obriga~i\o de que depois as isentou mandando fazer toda a escriptu­~a~Ao em tiuplicado, presidida na ilha de Gua pelo tanadar~m'6r. e fora da ilh<i de Goa por urn desembargador enravagante. levando comsigo urn escrivAo do juizo dos feitos da coroa e fazenda (e).

Como registos publicos mandou 0 governo dar da fazenda real aos escrivacs das aldeas livro!! para escreverem em letra da teiTa tudo 0

que tocava asmesmws aldeas (f), e eram os ditos livros rubric ados pela auctoridalle publica.

Como regiStos' pub}icos 8e determinou por assentos da rela~iio que nao valessem em' jiIiio' como prova do direito de propriedade, senllo as ~ertidoes passadas pelos' escrivaes das aldeas reportando-se aos titu­los abertos nos' livros re~eCtlvos~' sem se admittir outra profa daquel-Ie direito (g ):: , , ,.

Finalmente de toda alegisl~lIo~ e'mais documentos ora conbecidos aCerl'8 das communidades (h) se v~' que as' gancarras, e as camaraS geraes eram havidas por corpoi'a~oes administrativas com jurisdi~ll() ;ropria, inclusive' a de razer postnras; e' imp<>r penas, posto que de-

( a) A~ch'. Port. Or: Fasc: 5.° Doc. 768: . ,,( h) PMlat'ia do governo do Estado lie t t de setembro de 1843,

B,oZ,iim, n.o aR, repetida na Coltecfiio das leil peculiares, pelo sr. F,elippe Nery Xavier, pag. 475; e Portaria de 19 de mar~o de t869~ Bol.etim' n. ° 28:

(c) Arch. Port~ Or. Fa.c. 5.° Doc. 808,82.3, e 1008 na Nota~' ~~g~. 1387~ ~ pag •. t393~ . .

(d) Lug. Cit. Fasc. 5. Doc. 1008. (e)'Lug. cit. Fasc. 5.° pag. J383. (f) Lt;ag. cit. Fasc. 5;° pag. 1386. , (,/;,,)1 Lug. cit. Fasc. 5.0 pag. 1462, e seguintes na Nota. Ch) Vide Collecfiio das'leis peculiares, pelo sr. 1~. N. Xay:icl'.·

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= H; . .....,;.

p~i.den(e5 da approva~ao do governo.; eascarBtlr.as· gera6s :eoj esPe'-1 eiBI com a de proceder executivamente contra· oS sa~lldorfls, 'qu~ faltlls" !lem:aos pagamentos devid\ls;e de s~constituirElm em tribunal ,de jus"': filia nas causas crimes;, jur~sdiccao esta, que,: as. das Novas,",('Ro.q'Uist.a& ~o perderam pela promulga~ao do noyo regime'ntQ <\ts justiQa!t do 1;0 de'Dezemhro de 1866. '

'"Xit.

Sendo introduzida na India a·: miiicia-paizanu, das . ordenanOaB.; se' commetteo as gancarias das aide as a nomeacao de seus officiaes da mes­rna sorte que em Portugal era commettida as camara~Aos ~onceihos.i com a nota vel circumstanci~ de haver ~m Yice~Rei pr~dente, e adestradO' nas cousas . da India, que' para evitar· as desor.dens c '4fOmp~tellcjas, que' aquellas eiei~oes sempre moviam entre os gancares de ,differentes cas~ las,determinou « que nas aldeas em ,qu,e junt~men~e houv,er gancare!f ~( hramanes e charod6s, baja nestas dua~, castas, a alternativlI D<i$ elei­« ~('je'J de tal sorte .• que para um triennio prop~rao por ~eunemo tre~ « sugeitos .d,os bra manes mais cap'ne!! para a dita ~ccupaliao ( de oa­« pitllo), e para ou~ro triellp~o na mellma forma tres. gancare~ ChllfO'-. « dos. para dellesap,provar,. 0 capitao daquellas terra~. p.que.lhe pare· « cer idoneo; e a mesma O'rdem se uhservara nils aLdea!!, que junta. «(. t(,lmcnte tiverem gancares charodos, e sudI;OS', OU. saleiros, por me t( parecer mais conforme arazao,se.ndo todos na mesma aldea igual­« mentegancares, e ppres~a circunstancia logrando to'dos O'S meSlllos « privilegios, e preeminencias, os de diversu.ca~ O'U geraQlies naO' « desmerel;a'o os mesmos privilegios de serem igualmentE! elei~os DIf

« occupncao de capitaes de suas mesmas. aldeas'; eos que 0 :(or~m. « seBdo brllmanes, no~earlio. O'S alferes, que SeraQig!l~p~res charodos ~ « e quando forem eleilO's capit.aes c.harod6s, nOlTlearaq os gaocares hra­I( manes para alreres; e na mesilla forruase praticara' nas'lWIis castas,. « para assim se evitarem as desconcO'rdancias na certeza de po:lereni « nao serem de todos eleitos o~ taes oficiaes ~ (a) . . ' lie esta. provisao passada pelo V~e...,Rei Vasco Fernandes< £ezar de ~Ienezes aos 13 de outubro de 1714, e foi revalidada nO' re~meDtd (jus eommljnidades de 1735, cap. 4i-.

Nuo entrarcmos aqui nil averiguaCllo se as casIas entre 0' povo in j

diano jft redl1sido' aO' christianism(), sao b'Olls ou m':ls. 'S~eriros que sao uma instituicao social, que tern seu tanto de' mill, como.oulraSi muitas tern, mas que nao esta na. mao de quem govern,!' suppii~ir de lima pennada. Os governos sensatos fazem como' fez q Vice~Rei Vaico Fernandes Cezar de Menezes; atenuam com providenci~srade.·

.'

(;1) Arrn. Port. Or. Fasr.' 5." rag. 1118, na Sola.

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= 17 == qllad'!I os male., que por vtntura podem proceder de9ta-: origem.

Ouvimos ahi todos os dias a naturaes da terra, que passam por il­lustrados, insurgir-se contra as casta~, esse cancro devorador da paz e concordia da sociedade indian !I, como elles dizem; e buscllodo 9

remedio a tanto mal, UM querem que corra as aldeas um troeo de missionarios apostQlieos pregando eootra as castas em Dome dll religi~o do crucificado (que nunca se vio Je3u~ Christo tao cmeifi­cado como Destes tempos modernos); olltros querern que 0 governo com mAa de ferro degol\e e esmague as castas; 6utr9s receitam ou­tras mil mezinhlls, cada uma menos efficaz que as outra3, Para n6~ bastaria que metade desses que c1amam, e deelamam contra as castas, sendo alias os mais zelosos mantenedores dellas, estivessem de cora­~ao deliberados a por em effeito cssa obra, que julgam, ou affectam julgar regeneradora da sua terra, e para isso de commllrn accordo tratassem desde ja de cazar seus filhos e filhas com pess083 de ca~tll diversa; que podemos prometter-lhes que 0 seu exem?lo havia de ier seguido, e dentro em vinte annos as castas entre os christaos seriAo apenas ulila rcminiscencia bistorica. Ern quanto nao fherem isto, hat) de nos dar licenca de nao aereditarrnos sinceros os seus eloquentes discursos, que ate hoje nao converteram ninguem.

XIII.

Mas tornando ao nosso fio. Se contemplarmos as vicissitudes, por que tem passado as aldeas indianas desde 0 tempo da conquista ate 80 presente, acharemos que em nada se alterou a essencia da orga­nisacao, e attribuiQoes municipaes das gancarias e communidades; e assim concluiremos esta parte do BOSSO trabalho repetiodo 0 que dissernos no principio do nosso 1.0 Brado. « A~ comrnunidades das « aldeas da India sao verdadeiros municipios. Provam-no as leis, re­« fere-o a historia, e ¥emo-lo por nossos olbos. »,

XIV.

A nossa voz he d,bil, e receamos que por msis que brademos nao passamos ser escutados.Lembrando-oos porem que toda a India es­ta dividida em aldea.s, que s6 differem em caraeteres ,ccidentaes da~ do territorio portuguez, reforcar-Ilos-hemos comas mais altas e au- , ctorisadas vozes dos experimentados administradores, e bern infor­mados escriptores inglezes, a quem sao familia res todasas institlli\i(;es. do povo indiano: -, , ' - .

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= t8:=

, 0 Quinto I'elatorio da;commiSliio ~special da eaSel am communs~ de julho, de 1~12, descreveassim a,aldea indiana (11):

".. U.. al,Iea, g~raphicllOJ~te eonsjd,,~ada, ae um .triu;to de t~rit«io com. preh~ndelldo fa~guns centas" o~ ~ilh~r~s, 1e a~re~ d~ t~rra c j:u,ltivada, e ill4Yqlta; con8lderad. polittcamente a88entelha-&e a uma c()J'pora"lto civil ou concelho. 0 q!ladro de ,.eUI ofliciael e Bervidores he 0 segllinte. O.Patel, ou cabo da' aldell, que <lew a .u­perintendencia dOl negoeiol dellR, rc;solve as dillJ)!Itas, dos habitalltell, . t~m ca,rgo: da. policia, e he cobrador dos rendimentos da aldea, ~ever 'a que sua pe~soal influencia, e u 'particular conhecimento que tem da condi"ao, eci~cun~tanciu de cada moiluIor cj

habilita para satisJ81Ier com maior satisfalj~o, que outro',Qll&1ctllet'. 0 CUrnuliJ. (esdri­do ). ~ue fllz os . asaeoto~ d~ culturll, e poe ,e/D ,fI~gY'}O ctu!Io .q.I,Ian~o.:a ell.al !ewffit~f 0 Talhar e 0 Toile; 0 prlmelro dos quaes parece exercer sUIIS fupc')oes n'uma mals,'amr pia e vasta esphera d'u"ilo, tomando lnrorma'iilodos crimes e:delictos', e '~SCOltilDdo e protegendo as pessoas que transitam de uma aldea para outra; e' 0 seg\IDdo litQit4qljop 5e mais immediatameote a aldea, e consistindo a sua obriga<;ito el\tre outras ~Oljl'" "m guanlar as searas, e aasistir a· medi"iio da colheita.

o guai"da~limite., que vigia senio alterem. e da testemunho 800rca denes em casl) de dispnta. 0 luperintendente dos tanqlles e aguas, di.tribue e8tas para o. 1HI:Il' da agricultura. 0 Bramane, que dirige 0 cuHo da aldea. 0 mestre-eschola, que emina as crian"as da aldea a ler e escrever iIa a~a. 0 Bramane astrologo, que declara' as 'epo­cha. fanstlll e infaultas para semear, e eolher as selllas: 0 ferreiro, e carpinteiro," 11 ,ttl!" fabricam os instruUlentos agriroll;lll, e a,habita"lto do agricultor. 0 (lUeiro, .0 pescadQr, It barbeim, 0 plUtor, que guarda 0 gado; 0 medico ; ~ bailadeira, que asside as' fes'tiu ; o musico, e 0 poeta. Estes officiaes e servidores eOllstituem geralmeJite 0 estibirleci­Mento da aldea, mal em algumas partes he menor, por ,se acha;em aJguns <\0' .d~verel e func\jlle. referidas unidas na melma peSloB' ; em outral partes he mais numero.o.

Debaixo desta simples forma de governo municipal tem os naturaes da terra vivid." dude tempo immem9l"illl. Os limites das aldeas mui raras vezes tem sido alterados ; e ainda que as alde'\s hajam sido as vezes invadi'das, e ate devastadas pel a guerra, rome, ou enrermidades, 0 mesmo nome, 08 mesmos limites, e ainda al mesmal familias tem permanecido por aeculos.

Os habitantes poueo se importam que se fa\iam ou desfa~am, reino. e 8ell~orio. ; eIIl quanta a aldea permaneee inteira, nao thes da cuidado a que dominio he transferi­da, ou a que ,oberllno PIUIIOU: para elle. t040 0 ,J)egpcio elta em qlle Iua ec~oaiia in. tel1'a Aque .em mudaollB"o fatel aeja ainda o,.cabo da aldea,e, t&'lI1ercit3lldo- 01 aClp" de juia e magistrado local, cOllr,ador; e saccador da aldea. = '. " ",

xv. R. Rickards diz (b):

= 0 leitor deve saber que uma aldea na India nao signilica, como entre no. (05 ingleleB) um pequeno aggregado de casas n'um certo sitio, m81 Ullla communidade ( community) de pessoas, ou corpora"iio" COlD terras, mais ou menos p.xtensas, per­tellteDtel a ella, dentro de limite. bem ·lluigBalados. e tendo um cabo ou Patel, que, 80 ,erDa a aldea, regula .ua economia interna, e obra como juiz e magistrado desta pe­quena 'Qciedade. Pela infatigavel diligeocia dOl mais habeis empregadoll de Madrula, he boje clarameote provado e, admittido que eltas terras sao do d~minjo e pOlie, actual

(a ) Fifth Report of tile select commt·'ee of tke H01Sle of Com,mons, citado, e em parte traoscripto por muitos dos auctores ingle~~s, que trat.m do imposto terri toriat na India.

( b ) India or tacit .u/J1II.itled to illU8lr:at' tk, cAaracler and corwJititm of IAt, 1UJtive inhabitrml., wil/l""GKlStiOllfJorffformi1a8U" prill"" ",.. tem of (Jo,~rnmmt; lmu/M. 1829.110(. 1, pa!. f»17.

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= 1-9. ==:..

dOl aldeaos ; algumas »'ORuidas ,particularlDente por individos, outral em,lociedade, ~onlO adiante mais larg..mente sera explicado:Ta,mhem sao conhecidas peio test emu­nho das melhores auc~ridD:d"'s as'leis e regras'internllS" por qUI! ,'ista especie de preprie­dade he commulllen~e grangeada. Em primeiro lugar toda a t~rra. d~. paiz, QU ara:vel, cultivada, ou inculta, he regisiada' como pertenC;11 de algullla aldea. ,Estas fazendas, parti­cularmente nos terrenos' cha,niados Nanja, isto he: irrigav,ei~; sao regadas por ullia corrente de ~ua comm~m; N;lS I~as, nos pastos, e terras inGulf,as hasempre commu­uh110 de illtcresses, assimcomo nas,'terras cultivadaa, em' geral. Em muitlls aldeaB, bnde, a propriedalle he poss~'i4a em 'CoInInunl,faz;se sorteio' para .r,epartifii\o de lotes por um, tres, ou de. annos. Todas as despesas para reparo dos ta,nque,s; lag.!>as, e aguas, que del­lea manam; todo 0 trabalho para obrade utili dade geral (la. aldea; ·toda a couttibtJiC;IIn. para ceremonias retibriosl1S; todos os salarios, e obras dOll attifices, e efficiaes 'da al:dea, 'iioregulados por esta commuzihio de iateresses.

Neste simples e interessante estado d'e sociedade he provavel que nluitol dos atdeaol lej am conllexos em parentesco·. Em todo 0 caso a comIll\inhao de interesses Ihes d'eve inspirar mais benevolos sentimentoll de uns a outros do que se poderia esperar de urn estrangeir6 que os governasse, com motivos e interesses.oppostos aos seus delJes; e com quanto urn arranjo para a cobranc;a das rendas pelo Pate,l. ou Mirassidares ( especie de gancares) da aldea, os possa ill'l'estir de alguns poderes addicionaes, nao he natural que cues podere» aejam exercidos c.om tanta severidade ou erro, como 'por Ul& estranho Ta­xildar, l\luthadar, ou rendeiro.

Finalmente parece que ende quer IJ.,ue se deu ao& habitantes destes districtos a liber­dade da escolha entre 0 systema de PQ8SuiC;i1o da terra por Muthadary [arrendament", geral da aldea por um rendeiro), Ryotwary (cultnra por colonos particularmente res­ponsayeia pela renda), ou Mouaawar [gancaria e ,communi dade ), eUes decididamente preferiram 0 ultimo como mais c~nsoUlmte a seus usos e instituic;oe8. Nemhe crivel que. urn systema tao bern adaptado, como este he, em these, ao estado de lociedade destas regioes, podesse dar maos resultados, se nao tivera havido na imposic;ao da renda extor­.oes intoleraveis, e destructivas em lodos 08 seus efl'eitos. Que esta foi a real causa de ha­Ter ralhado aquelle systema (em alguns. di.strictos), pode hoje seI abun.dantemente pro­vado dos documen'-<ls officiaes. =

A pag. 2.40 do cap.,11 dizo, mesmo.auctor :

=-A peninsula da India sendo pela m~or plUte dividt.d.a em &JdeM, e cOlllmunida •. des de aldeas, C'Ste direito (de possuic;ao das terral da aldea) ~cha-Ie em geral que eXil­

te em trell distinctos catadOI. Em Tanjor, por exemplo, ha aldellS, em que UID.6 indi­viduo possue toda a terra da alllea; ha outrall, em que a .propri<tdade ae divide por va,­rial pellsoas, cada uma das quaes possue a sua terra como propriedade particular, e lempre pORsue a mesma terra; outras finaimente, cujas terras lao pOJIsuidas em COmmum por todos os M.!rassidares (isto he, g~ncarell ) da aldea; possuintlo com tudo cada um delles sua porc;ao do mOllte cOmmulll, 1I!8S nao tendo direito a um certo e particular pe­dac;o de terra, alem do periodo pelo qual he c911tume wer a divi.ao de tod,s al terru. cultivadas.

Os auctores, que tratam deste objecto, djzem que elte mod9 de ponuir t~as as ter­ras de uma aldea em sociedade, pertencendo juntamente a todos os MirlUlSillares, he na­tural consequencia daa leis hindi" 1I0bre hera0t;aa, pell'S quaes a propriedade territorial pana em quinhOes iguaes a todos os filhos varoes da fami~ia; donde acont~e9 que as di­vi.oes e subdivisoes c~egaram no decurao do tempo a tal tenuidade que alo mereciam 1\ attenc;ao exclusiva de cad~ propdetario ; e com(l muil.oB d08 habitante8 plllcurauem ou­tru occupa~lles e mesteres, deixaram que aB.811lUterras [qslem c\1ltivadal,ob a direc,.a<l dOl, principaes moradores da aldea. mas em beneficio comm\l!ll de todo. Os intelelladol. Eosta he a causa, a que cO!llmumente Ie attriblle a ·institui,.ao das cQmmunidadea d.- aI­deali.

Comtudo podem ellaster proce~do .. em P.Mt~a nece .. idade ,de ,e "Ioc:i~ }oara com. m\llll 4HeBll contra dominantel oppreBlivol ou espoliadores; e tambem acr a extensl'\ de um primitivo UIO, all. na~ural usoci!!.dade. na infancia, que 01.1 .eja no e.tado pal­tOlal, ou qulUldo nClIl delle, de ordiallio Ie te'ID C'1IIIVr---'" ...... ~_:_ .... ,;.. _1.1_"- ---

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sell proprio governo, ou defenla, com um direito e interelle com mum BU tetras occu­.pad .. por cada communidade; uso que al lei. hindul das heranttal lerillo na lua appJi­ea~ilo mui bem calcllladlll a perpetuar .

Pouco importa que fosse uma, ou fouem todal eltal caulal &I que eontribuiram pa:,a "stabelecer 0 .ystema das commtlDidades da. aldeall; 0 que he certo, he que 0 direito de propriedade dOl locios foi senlpre sem dilputa. Cada MitaIBidar (gancar) pode vender, hypotllecar, ou telltar sell intereBle na propriedade commum: a nnica dilrerea .. a neste partleular entre 0 eo-proprietario, e 0 proprietario lingular .endo que 0 que e.te ultimo faJ iudepeudeutemt:ute por Ii, 0 outro 0 deve fuet com 0 conle!lSO de leUI so­ciOI Miraslidares, para que a transac .. ilo leja valida.

--jj;.' Mi;~~I;d~r~; '( ~~~~~;e~) -~~ '~~r~i • ~~ p~d~ . ~~~;~~c~~t~; ~~~ - ~i~ 'ha~id~I' . ;~I~; .. ail bouradol membros da communidade, logrando 0 direito de gerir 01 negociol da al­dea, tratar e requerer 0 que convem peraute 0 Sarear (imperante), ter precedeucias UI festas &c. &e. A po~se da Mirassy (ganearia) he tambem prova da autiguidade da familia, cousa que aqui be bavida em tanto apre<;o como lias de mail partes do mundo oriental e oeciden tal.

A, fuendas grange'ldas pelo .ystema de l\Iirassy (gauearia) sao de varia edenlilo, e 'falor. Nas provincias de fanjor, e Trichinapoly acham-se desde ai dimensilel de quatro llIil acres ate Ii de um so acre. As fa~enda8 mais limitadall lilo cultivadas pel os proprio. Mirassidore. (gancares); mas as maio amp las 0 do por colonos denominados Pyacaril, ou Paracudis. Oeste modo de colouos h>L dual! especies; olimples Paracudi (palavra lamul, que significa, forasteiro, homem de fora de aldea) he um colono temporario, ge­ralmente de outra aldca, empre,ado pdo l'tIir&lsidar (gancar) em cultivar as luas ter­ral communs por um anno, ou outro dado periodo, elpirado 0 qual, cessa a sua eonne­xilo com a terra, ou continua ilegundo 0 livre arbitrio do seu Miranidar. 0 Ola-Paracll­di (isto he, colono que tem seu titulo passado em ola, ou por escripto) he pelo contra­rio um colono fixo e permaneate, tendo direito heriditario sobre a terra, de que se in­veatio de pOl!se, direito deriva<ln de longa residencia na mesma terra, ou confirm ado por: coutracto escripto,ou ainda proveuiente do JUI a ser remunerado pelos servi~os prestadol, dinheiro emprestado, ou bemfeitorias feitas na fazenda. Contigua a cada aldea, ou fazen­da ha uma certa por<;ilo de terra incu\la, que serve para pasto commum ao l\Iirassidar e ICUS colonos . . . . . . . . . . .. .. .. "" .............. ' .................................................. ...... ...................... .

AonJe as terras silo cultivadas por Paracudis ou Pyaearil, silo muitas vezes divididaa segundo 0 numero de arados possuidos por cad a um; Ii semelhant;a do uso dos Angl.­~axt)lIios, que dividiram Buas terras em Hides, cada um dOl quaes comprehendia 0 que podia aer cultivado por um so arado (a).

Trabalhadores coremuns sao empregados na cuUtua de terra; e por to do 0 pail ha 1111merosos escra~·os. que tem grande semelhan~a com os villilos da antiga Europa. Sito vinculados Ii terra, e transferiveis com ella de nm Mirassidar (ganc'lr) a outro. Em calo <I", deser<;ilo, ou sendo raptados por outrem, pQdem ser recIamados pelo proprietario ori­!(inal como se fossem animaes, ou bens moveis, Todavia <!m geral sao bem trlltadol, e :·onsp.guintemente vivem tilo contentes quauto se pode epperar de elcraVOIi.

I<:m certos districtos do suI ha tambem aIde as p088uidos em commum. denominadas Agrabarall Vadiky, e Pundara Vatliky, aquellas occupadas principal mente peJos bra­manel, estas "elas castas inferiores. Estas especies de aldeas silo descripial pelo propno collector como sendo absoJuta propriedade dOl habitantet. Esta propriedade (acrescenta 0 collector) tem por conseqllencia no lapso de muito. annos experimen­t ado OlUita! mudan~lls, e tem lido invariavelmente transferid .. , vendida, e comprada segundo a livre vORtade dos proprietarios. He elsencial a validade de cada transmi88ao que eeta leja sanccionada, e authenticada por cada individuo iuteressa<!o nil. propri edade desta aldea. A. propriedade em si mesma he dE'IlOminada Pang, ou Banghnm, que lit­teralmente si~nificam, quinhilo e proporlfRo. Quatro deBtes Pangs constituem 0 que Ie

chama um Caray; e cada aldea se diz ler compo.ta de to.nt08 Pangs, e 0 quinhilo de eada individuo de tantos Carays. 0 direito de propriedade nil. propon;ilo.destel qui.nhilet he lan'iado em titulo nos livro. da aldea. 0 direito de Caray raras velel confere a um

(~) NO.territorio portuguet de Damao. e PtaganiNagar Avely, os (~olonos oagam tlmbem a renda segundo 0 Dumero de arados.

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"'rlljl'rietarie 0 direito a um certo e determinado lote de terra em perpetuidade ; e Ofl­

"tie eata pratica prevalece, pareee um denio das institui~oes originarias. A propnedade de toda a aldea he commum ao numero total dos proprietarios. Cada eontracto que en­vol\'ll rentIimento, catIa objecto de perda e ganho, he eommum a elles todos na propC>TI;iie de seul rpspectivos quinhoes; e assim como e\les sao todos junta e separadamente res,­pODilaveis pel a renda da aldea, segundo as estrietas clausulas tie seils titul9s; aui. tambeln tem igualmcnte jus a qualquer luero ou vantagem, quepossa .provir Ii soeietIade. TIo tenazes sao na vertIade em manter este estabelecido direito de disfrutar em commum cad a aldea, que em determinatIos tempos tern lugar um sorteio, pelo qual se fa. nova distribui~1Io tIas terras da aldea, mudando estas assim de possuidor por 11m eerte peri.odo, ate se repetir ., sorteio. Por este meio eontinllam as terras geralmente a pa.­lar de um possuidor a olltlO, excluindo sempre clara e eifectivamente 0 direito a Ulll

certo e detcrminado lote, e estabeleeendo 0 do gremio dos habitantes a toda a aldea 'em cOlIJmum.=

XVI.

o coronel John Briggs. do exercito de Madrasta, residente politico 'em Satara, e abalisado indianista, escreve assi:n (a):

= Hilo me espallio do vosso enleio ao contemplar 01 livros de uma aldea indiana "porque pela primeira vez devem pareeer a qualquer peR80a tiio complicados, que pare­cera impossivel podere,m ser entenaidos. A' proporc;ito, que fordes entrando em idade, ireil achaado muitas das tlifficuldades da vida diminilirem quando as arrostardes, e de~­vanecerem-se pelo esforC;o que ptJ'Zerdes em vencel-as. Se no eago presente 0 nao tende • . i' feito, podeis ler'o 1.0 vol. do~ Sketches of Southern lndi'l do coronel Wilk, por 011-

de comprehendereis mais eompletamente a natureza das communidades das aldeas, que outr'ora prevaleceo em todo 0 ambito deste paiz. Se vos n1l0 derdes por sah.­feito com aquella leilura, pegai no segundo volume das Transactions of the Bombay Literary Society, aonde achareis uma mioda tIescripc;1io do municipio de Loney, jun­to a Punem, escripta pelo Dr. Thomas Coats. Este "Bugeito, por seus modos benevolil8 e agallllihadores, poude introduzir·se tanto com 0 povo, particularmellte com a classe agricultora, que obleve em grao de informac;ao no particular da organisac;iio das aldea., come poucos eoropco. alem delle tem adquirido. Da leitura tIestes dous escriptos fiea­reia sabendo que cada aldea na India he uma sorte de republica; qlle a terra ae reputa pertencer toda junta aO con"celho com .briga~iio de pagar 80 goverBo lima talra (b). Esta taxa posto que nilo limitada, he nos tempos ordinarios estimada igual ao valor do terc;o do prodllcto bruto, mas 0 legislador indiano, Manu, concebe que &

"berano so tern direito a urn qllinto, e aehamos que no Egypto, em tempo de Joseph, • povo pactuou pagar para sempre a mesma quota a Phara6. A coincideneiada quota pa­~&fel a.o soberano, assim no Egypto comona India, em "tao remoto periodo, h,e tao no­tavel como a semelhan~a quc existe em muitos pontos entre Oti antigos astronom05 delilaH duas na~lIe8. "

Serei talvez melhor comprehendidQ ile "V08,lIe forcejar por descrever 0 que 08 naturae~ ~a India eoncebem ser 0 modo primitivo por quP. lima aldea ha povoada, e a maneira :omo a terra he oceupada.-O Patel ( l\Iocadao, Gour, 011 Reddy, como he indiifereute­lIeDte chamado nas diversal lin/{uas da fndia ) supplie-se ler a primeira pessoa que r~· l\lereo ao soberano licenc;a para "occupar 11m lote de terrailicuita, e nito pel"tenel"nte a BUllicipio algum ( c). Tendo obtido .aquella Jicen~a vai para 0 lugar assignalado elll

( a) Let lers addressed to a young pert()1t in lndia, calculated to afford instruction (or his conduct in general, and more specially in his inter­~OfI,rse with the natives. London, 1828,pag. ]45.

(b) Que entl'e nos portuguezes se chama-foro. (~ ) Com a reverencia dev~da ao illustre auctor do "e!w.riDln .......

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tllmpanhia de ieus parentes, levando Ii cabec;a um eesto que eDcerra. algumas aJIBiu.e instrumentos deu80 domestieo, e de agricultura aleru das offertas destinadas Ii divindade J 0'('01. nepois <10 necessario ~acrificio aos deose., trata-se de fabricar choupanas, e con­gregar os membro. da commllnidHde da aldea. Estes consistem em primeiro lu!!,ar de IIlD escrivao da aldea ( ordin~riam~nte Bramane), depois, do carpinteiro, ferreiro, bar­heiro, "urrador de pelles, "i~iador, 0 distrihuidor das aguns nas terras cuJtivadas, afora oulros ofJiciaes, de que hao mister atgumas aldeas, mas nao sao ncc,essarios em todas. CaLla um delles he membro tie uma ilislincta t(iuu, e nao pode seguir outro mister maia 'Iue aqucJle a que he destinado por seu nascimento. Estas pes80as sao ohri~adas a as­sistir na ahtt'J. Jlor salarios annoaes, pagaveis ou em cspecie (conlriuuindo cada cu!ti­vador com urna pon;ao de sua seara ), ou por meio de terras assi;;naladas pa-ra 0 meSIIl_ t"lTeito. •

Tendo onlenado os ofJiciaes da aldea, 0 Patpl, ou cabe~a desta pequena sociedade,ordi­nariamente rontracta, em nome dos cllltivadores, arrot"Mr a terra, c lana-Ia CO~ '''5

se;J'uintes cOlldl~oes: 1.a que a terra assim arrotpa'Ja sPja iseDta de toda a taxa Oil

illl"osi~ao por urn certo periodo, comn por exemplo, pelos primeiros Ires annos; ~ .• que depois do Q'lartO aDUO a tax~ pagavel ao governo spja n'lIm maximo i!'"ual a um ter~o, ou um quint/} do producto bruto, segundo os casos; e esta taxa sera paga do> n\<)do seguinte ; c s('ptima parte da taxa no quarto anno; dou8 sPJltiuws no quinto anno; (' assim por. diant! . [,ccrc"~ndo urn septirno aoollaLmeniP. por. sete annos, sllcce$Si~os,

ate coml'le!ar a totalidade da taxa ;3." que a taxa 8,er4 imposta su sollTt! II. terra cul~ tivada; " que j;C farao quitas razoaveis de parte .ta taxa ao prudente arbitrio do go­,"pcno, em caso de perda tiltal das searas, provenj,'nte de destempero tl08 elementos, qUi: Cham8111 Armdny. on de .Icvasta~:to u., guerra., que cham am 8ultany.

Pertence 010 Patel, ou cabe~a da aldea. negoeiar tudo (Iuanto loea a cu!tura du terrns, ou Ii cobran<;a das taiJl;as de cada colono 011 laveador ; e he tao liscausado pel .. "]liniao publica, que nao cornmetenl qualquer acto~ tie I'isivel iuju"tip, scm se arrisear o potier receher 0 devido castigo. A cobran~a tla renua pelo Patel nao~ cusla ao f(over­nu 11m real. por quanto a terra hereuitar~ia !Jue possu~, e os prues tlo officio sao lmstall­les para 0 remunerar de seu trabalho e responsabilidade, e grangear-lhe 0 respeito que convem ao cumpriment<l effectivo deste, e~ de outros sellS de veres, officia"s.

Estabe\',cida a aldea, e occupada toda a terra pelos col OliOS, a totali dade do seu rpn­dilllento denomina-se Kumal, ou maximo, e diminue Ii.proflor~au (Iue a terra for ficando iuculta, Oil por caws fortuilo~ da inclemencia das esta~.oe8, por "O'"ilo de grand~ mor· I alidllde provenien~e de epitlemias 011 forne, por lila adrniDl,tra~ao do· !,"OVPTllO, 011 por "ausa tl" guerra. Tal he pouco mais ou meaOS 0 est ado fJuctuante de cuitura.em cad a aldea tla India; e por tanto he tlo dever e interesse do Patel. aproveitar-se das cirCUli.' tancins favoraveis a angariar cultivadores, q.ue occupem as terras abantlonadas. ,. dar­Ihas em t"roros acccitaveis, mas sempre com a mira em obter all rnelhores· coodi~1i!'. po,;iyeis, II fim de slJpportar 0 peso da taxa do governo, e accrescentar os. ;eus proprio. prues de participar de urna parte tip protlucto. EstlUl condi~oes devem ser, e ()rdiDluia .. IlIPute sao reduzidas a escriplo, para seg-uran"a de ambas as partes; e II. !lescrip~1io ct, tprra cum sua art'a, nome, e confroola.r;illls lIe I:eralm'~nle incluida neste .Iocumento Fi­xado uma vez o~ rnaxirno,~ a~ contas da aldea, nao sao~ cousa complicada, "ost~ que ual) Sf'ja pequena tare fa enlrar em todos os miudos particulares.

r~mos que ella nos nao satisfJ.Z, pois ja supp5e a existencia de outra'! aldeas em forma municipal, e de urn soberan!), q.ue as go.overna cm. eommulll. He dessas aldeas primilivas que n6s pretenderiarnos sa· bel' a origem, llIesmo antes de· elias se congregarem n'uma socieda­de commumchalllada Estado, pre5idida por urn soberano de qual­quer denomina<;ao, ou de tel'em sido fOl'9adas a is so pelo poder e ambi9ao do mais forte. Infelil.mente neste ponto da origem das com­lUunidades das aldeas vemo-nos reriuzieios a tirar a mesma conclusao, que noseucap. 1. 0 tirou on05SO Foralde 1526, onde depois de ten­t'll' explicar tambem conjectural mente, como 0 nosso auctor inglez faz, aquella origem, relllata com cstas palavras: e nao Sf pode saher 0 r.Ot

mero ditto.

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o resuUlo porem toma a seguiflte forma ;

Terro incu)!!1 e abandonada !erra dada livre dP. r~nda p~; ~~~i'o~ 't'ii~)~~::: :.:: :::: :: :::::: : ::: .... : J erra dada e II arrputiamento de pag-amento pro,;-reS!iivo ..•.... '" ..... " Terra 'IUt' pa;a a reuda do taxa por inteiro ao govurno ........ '" ..... .

~o

15 ;;

1"0

10"

("om tn,lo a r.h'i,irn,"" annll~1 dn r~lIdll de cada terra, nao he ne:rocio simp Ips. f> ,.sta. o\ll'rll~lio lIa opiniao de al;;ulIs collectores europeos, he mais segnramPDtp fpita por 1'11"_, e relos empregados 00 ~overno do que pelo Patel I'm concorrencia com os proprio, colonos. A somma total de acrell capazes dl' cultura, e a somma que ~lIes devem pa~ar.· aio, na .pr.l:t~p. j" ."hi,la., mn~ seria absurdo suppor que todas as t .. rras de urn .. al­dca, comrrehp.IHlendo t"lvez cinco ou seis mil acres, silo igllalmente hoas p ferteis. Sp­ria poi's pall'avpl injusti<;a imp'Jr a renda as terras segulI'lo a sua !'xlenslio. p bem as. Bim em prol'or~ii.o de sua qualidade, por circultlltanciu, cuja importancia m)s na Euro­pa nao rompreheulleriamos a primeira "isl". 1'\3:0 so se d,'vp con.'\lprar a 'lullli,lsd ... mas tainbem a profundidade do solo. a distancia que os homens e 0 gado tem H percor. rf"r. a proximidade dos adubo". malte [barroJ, agua, p outras vantagens ou d'svanta;(pns, que ninguem pode conhecer, ,ah'o os visinhos do Iugar; e toda. I'sta~ cousas atTectam o valor da terra. 0 capital tamhem, e 0 trem dp lavoura da pessoa. tendpm a lornar uma terra mais valiosa que outra; e assim como a capacidad~ de urn colono para m,,­Ihorar a terra que arrendou varia de tempo em tempo, igualmente os mcios de Ulll inoi­viduo pagar uma certa renda <la terra variaTii tam bern •

O. governos indigen"s por long-a pxp<'riencia tern reconhecido que Dpubnma informa­<;1<0 ubtidn por offici a'" puhlicos "Jlcarr"gados de investigar as localidades, os tern I'IR "'mpo algum habllitado a fixar rend", perman~ntes as tprras. 0 que 8e tern consegui­do he fixar 0 maximo do que de,·e pagar toda a altlea, e soh as melhores "dmini.tra­<;iles nllo se tem feito alterac;3:o, 8endo com tudo sngeilo a conlin,encia daquellas varia­<;oe~. de ja fallamos. A parte p3lravel por cada cultivador he slIjPita a exeesso 011 dimi­nui~ao. segundo circunstancias so ccnhecidas dos proprios habitantps. To<hlV;a 0 I!'OVN­

no· raras vezes I'xperimenta muila differen~a no piTertivo d" renda, 1'111 quanto h" "pix",!" ao pm'o a I"erencin de seus proprios n~goeios ; e coruo ,.Iraz 1I0tei, a opinifio Jlllhlica ,I .. uma .Iceidida preft>rcllcia a este system". AII'm <la taxa do go\'erno hn outra ad,lieional, nao dissimilhanlp <las nossas coutribui~oes parochiae •. posto qu" applicavpla difl".,rentell­in\pulos. cuja natureza se pode facilment~ conceh"r dos 8eguintei exemplo. :

Para comida dos Bramanes em certas festivhladt"s Para allumiar Os pagodes da aldea, e a~ portas della (a) }l'ara despl'sas que Be fazem em certos anniversari08 Para comi,la de vinjantes " estran~eiros; uma cOlDida a cad a. um Para repara~ilo dos muros da aldea .Pllra rcpara<;lIo do pa!:ode principal Pura construir uma poria nova para a aldea Para pagar a certos homens, que mataram um tigre, que iDf~810u por muito t ... ml'" ,.

,·i.inhan<;a. &c. Necessllriam"ote se deve deiJ[ar muito a di8cri<;iio do Patel no que toca " est ... dpi­

pe8as. muilas das quaI's silo fixada8 e admittida. )lelo gOl'erno annu31mPlllp, e outr". lao casliaes e temporarias. Suppoe-se o-rdinariamente que ha g'randl's ahu90' 91) "Xpr',,­eio das Intas faculdades concedidas ao Plltpl sob os g'o"('rnos indi:renas, msa annu .. w, etlkiap.s superiores locaes siio promptos a ouvir as queilfas, e 0 Patel, ou ~,.bo tI& a!· dea sujeito a casli<'o, as injusti<;as, que cada moraoor poJe 80ffrer, . SdO p"'qllenas geral· .eot" fallantlo co,,~,aradas com Q beneficio que 0 ~ovo, e 0 lr0verno auf~~"m. tie c<>,,­Jiar 9 governa~ilo dos negoci08 da aldea a sua I·ropria communid",le.

(a ) Em "arias partes da India., como no nel'can, e outra ... h;t em ('ada aldea urn grupo de pO\'oa«;ao principal, cnmpara.el as no:,· lias -rillas, que ortiiulriamente he fOl·tificarla. He a t'sta fort;tic:t~al" que se refcrem algumas desta& Vtrbas dc Jespe!>3 ..

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A importaneia de conservar este system a nao Ie conheee anles de filler a experienCi .. 'de algum outro; e a experiencia, que nos ja temos tido em legislar para os Iodio., nao n08 aoi rna a esperanf;a de muito melhoramento, abolindo-Ibe sua8 instituic;iles.

Antes de concluir este assumpto des~jo imprimir em vosso animo 0 valor que o. of­fieiaes da aldea ligam a seus hereditarios offieios_ 0 Patel e escrivilo, junto com 0 1Ia­'erdote e mestre eschola, sao as unieas classes, que podem obter alguma distincc;i\o na 110-

riedade, mas tal he a importancia, que ligam a estf'S officio., que Mahajy Sindia, princi­pe soberano, que tinba sob suas ordens em exercito de sessenta mil hom ens, e extendia o seu t1ominio por urn terri Iorio igual em extensao ao de alguma. testas coroadas da Europa, presou-se durante a sua vida de usar 0 humilde, posto que honroBo appellido, de Patel Baba, pelo qual preferia ser designado. Outro exemplo occorreo quando '0

Uolkar foi compellido, em lSI S, il ceder todos os seUB dislrictos 'no Deccan. Ao lavrar o tratado de Mundsur, obtinou-sp. tenazmente a guardar para si alguns offici os heredila­rios que tinha naque\le territorio, posto que 0 rendimento de\les todos juotos nilo che­.gasse a duas millibras annuaes, e convencionou se Ibe coocedesse reter 08 privilegio., e Sf' Ibe permittiss~ exercitar 8i fuocc;oes daque\les officios. De maneira que se ve hoje ,urn principe soberaoo representado por urn seudeputado, e fa¥endo sua offerta anoual de urna rupia ao collector inglez, na occasiAo de obter a quitac;1lo do pag-amento da renda

,da aldea, de que clip, he magistrado hereditario. Urn official de aldea oilo pode ser pri­"ado dt' seu officio, salvo porcrime de trai~ao, e ainda neste caso nao se tirao cargo' familia, mas pusa ao ramo mais proximo, que nao incorreo no crime. Sei de urn Patel que largon 0 servi«;o, e por <lua. diligencias pagou em cbeio a reoda das terral que nAo poude cultivar, a lim de .as preservar .na sua familia. Ha dez annos, depois de aodar au­~ente vinte de leu plltrimonio, achou-se habilitado para ser reintegrado, e reclamou .. officio. He agora Patel da aldea, e tornou-sellm respeitavel lavrador, proprietario ex­clu.ivo de duzentos 011 trezentos acres. Exemplos taes nao sao raros.

Tendo ~plicadoo valor dos 'officiaes hereditarios das aldeas, cabe dizer alguma COU­SII do modo de possuir as '!erras. Em eada ·aldea ha duas classes decultivadores: lima eomposta de pessoRs 'lue residem nella, e por seculos possuem as mesmas terr8l, Bujei­tas_ ja se sabe, :as taxas usual's, e ·outra composta dos que vivendo ern uma aldea .:ultivam terras silas em 011 Ira. Os primf"iros nao podem ser despedidos em quanto pa­J(am a taxa devida ao governo; 08 ultimos obtem as suas terras com condic;oes maiB mo­deradas, mas sao obrigados a renovar 0 cootracto cad a anno, e podem por conseguinte 8"r despedidos depois de baver colbido a seara que semearam. Um cultivador residente ,ulquire urn direito incontestavel de cultivar certa terra, ·comtaoto que assiBta na aldea durante 0 periodo que durar 0 coutracto, qne ello fez com 0 Patel, de reduzir ,8 clIllura a terra inculta; em caso que esta terra nao seja propriedadeparticular de algum indi­viduo ausente, que po de a todo 0 tempo reclama-I& pagando todas as bemfeitorias {ei­tas pelo novo colono; caso comtudo que poucas vczes se dli.

Sob os governos hindus urn colono pode dispor de seu direito a terra que occup~, ou por doa<;ao, ou por venda, ou por troca, e este direito devolve-se por sua morte a sell. heTlleiros. Por taulo 0 sophism a que susteuta que a terra na India perteoce exclusiva­mente ao soberllno, e que 0 cultivador so tem.o uso fructo em 'quaoto paga ao governo a taxa ou renda, vale tanto como se alguMli dissesse que 0 cavallo de uma pessoa per­lence a coroa, porque 'pode Ber embar~do ou vendirlo para pagameoto dn taxa que leu ,Iono deve pagar por ,se sprvir delle. As pessoas que citam a lei ou praxe musulmBDa para provar aquella a8serr,ao, nada pravam,. pONjue os musulmaoos nao reconhecem os hindus como incluidos nas disposi'{o{'s de sUas .Jeis. Reputavam-DOs escrnvos, a quem haviam concedido a vida e propriedade por mero acto de grac;a fundado em motivo5 politicos; por quaoto os lell"isladores musulmanos nao admiUem que 0& hindus logrem '1uaesquer direitos, salvo aquelles que por convenieocia politicn de tempo em tempo Ihel concedem.

Alem da lerra cultivada por estaB duas class~s de colonos, uma ~onsideravel porc;all ,j" eada alden he alienada pelo governo a pessoas, que a possuem, ou livre de reoda, OIl

por lima renda Dlui tenue cada anno. 0 Desmuk ( ou Zemindar, como se dizem Bengala) chefe do districto, be urn official her~ditario, que aotigamente superioteodia a cobran~a das remlas .Ie uma pragana ou districto, e que er ... remuoerado de sell trabalho e deape­sas por varios modos; e elle, e 0 Despandy, escrivilo bereditario .eu depulado ou immll­dia\o, recebiam em recompensa .annualmente del por cenlo POuell lIIai8 ClUllleOOI 4a re1ji>

etrectivameote cobrada.

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= 25 = Em alguns casos estes officiaes possuiam alguna acres de terra em cada aldea pela

renda gerillmente alientadll., II.lem da percentagem sobre a renda total qne cobravam. }<~m outros casos tinham uma percentagem. e alguns acres so na visinhan,.a da povoac;Ao principal. 0 nosso governo (inglez ) dispen.ou os servi,.os desles officiaes, mal no Dee­can conservam seul proes hereditarios, de que nada 08 pode privar, senAo UIIl acto de v iolencia. Independentemente das terras possuidas a titulo gratuito pelos Desmuks e Despandys, ha em cada aldea uma conaideravel por,.ilo dellas applicadas em semelhnn­tel termds ao Patel, a cada um dos officiaes da aldea, e aos sacerdotes para sustenta~ilo do'pagode e seU8 servidores. Quando na r.ldea ha terras incuItas, q:le ninguem reciama,he ordinario que 0 governo remunere al~m individuo benemerito, dando-I he Bellas umn prlJllriedade em perpetuo para elle c seus herdeiros, livre de renda ou foro, e isto na al. dea, donde 0 talsujeito he natural. =

XVII.

Edward Thornton diz ( a ) :

= Na India a grande fonte da fazenda do Eslado esta no rendimento da propriedade territorial. Os modos de arrecada,.ao e administra,.ao desle rendimento sao varios. U m delles distingue-se pelo nome de systema Zemindary, ou de ZemindareB. Sob este sY87 tema Be poliem classifiear tolios aquelles casos, em que alguma por,.ilo de terra, maior que a lie uma alliea, he avahada n'uma ceria somma em globo, e 0 pagamellto dessa somma t"mado por urn indivlduo, usual mente chamado Zemindar. He die pois que re: celJe dos proprios cultivadores as sommas necessarias para perfazer a conta, a que se obrigou. Occas~onalmente 0 cargo de Zemindar he elercitado', nao por urn so individuo, mas por 11m peqlleno numero de pessoail. Em alguns casos 0 officio transmitte·se por diwito hereliitario; em outros he oecupalio por tempo certo, e as vezes mui curto. N~ ext~nsao das terras as varill.~oes sao nao menoS consideraveis, subindo des de duas aI­dea~ a om disb-icto inteiro, e ainda a tolia uma provincia. Nas provineias da Bah:a Bengala a systema Zeruindary he universal; todos os Zemindares silo reconhecilios por hercditarioB, e a somma, que cada um deve pagar, he fixada em perpctllo. "

o BYftema Byotwar, ou de ryots, deriva 0 seu nome da c1asse de pessoa~. '1ue s'io immeliiatamente sujeitas a elle. Ryot he 0 nome especifico do que lavea a terra, e solJ este systema este individuo faz 0 seu pagamento directamente a um official llo; goveruo.O systema ryotwar admitle duas variedades; segllndo uma, cada 'ryot tern a, pagar uma s&mma pelo total da sua cultura; pela outra, que foi introduzida por Sir Tbomas Munro, cada predio he separadamente imposto, eo pagamento feito pelo ryot~ he " resultado das sommas especialmente impostas sobre cada predio ou por,.110 de' terra, '1ue elle traz em eultura por sua conta.

Entre os dous systemas ja d'·scriptos ha um lerceiro; que foi chamado, system a de. aldeas. Como 0 seu nome indica, cada aldea neste modQ, de imposi,.ilo he obrigada .i uma certa somma em globo, e ha uma pessoa responsavel por essa somma. A escolba. da pellioa, cujo dever he receber dos colonoi, e pagar aos offic iaes do governo a som-, Baa da contriblliljao, nao he regula(\a por algum principio Ulliforme. Em algunil casos indi., viduos, ou familias aUegam direito a este officio ; em outros os agentes 'ao escolhidos pela .Idea ; em outros ainda sao nomeados pelo governo.=

A pag. 298.

== Por uma extensa parte da India os habitantei sio associ ados em communilialie8 constituindo aldeas; cad .. aldea tem seus officiaes de diversas classes; ~ to.da.a com· mUI\(dade he URlda por varios vinculoi communs. As vantagens desta lDStltUI~il.O sao de8criptas por Sir Charles Metcalfe com extraordinarill. belleza e etoquencla no se-

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guinte trech() de um de- _ niail bbeia relatoriOl. " As eGlIlmU1lidadei du aillea.­" dil elle-silo pequenu rtpu"ielJ..,teado em Ii pl!Opriaa tudo jpIIIato Ibel be .. ister, " e qUlUi indepeade.tea de quaesquer rela"iI ... eoa {II eatraMoIl. FJln parecem' perma­" necer OIlde nada mais permaneee. cae dJlnastill "1'011 dyaastia, BUecede revolw;lo a ., reyolu~lo ; Hindu.., Pataaa,Mogoles, Mahraltll8,Siob, IngletJn, todol dOuUnam por " seu turno; mas al t:onunlRlidadeti eta aldeas permanetelD aa aeniluo' Em telllflos de .. perturbat;1I0 armaDi-se e fortlfieam-•• ;, om el[ercito, inimigo alraveH. 0 paits;. as[ " commllnidades d8ll aldeaa .eeolbem selll gado. dentro OOS iaIIroa, e deiixam pNI&r 0

"inimigo em plul e ern SMvo, Se 0 laqne e a devu.fac;lo for dirigida c:ootra ella" .. e a forc;a que as accommette ir.resistivel, fogem p"ra rutras aldeaa ami~ tiisfantel; " mas quando a tormeDta be passada, recoihelll, e yoltam a ._ OOOUpa4filea. Se um "territorio permaoece por uma serie de anno •• endo, theatr.o< de' coot.mllada deya.­" tat;1I0 e matant;a, de forma que as aldeas nllo possam ser babitadas, 08 aldeiio. di.­" penos tornam apezar disso logo que, a pa~ renasce, e elles possal& continuar na po.­" se de sUas terras. Po de passar umagerat;lo, mas a que Ihe succede voltara ao me.mo " lugar, os filhos tomarao 0 lugar de seus pais; 0 mesmo sitio para a aldea, os mes­" mos lugares para as casas; as mesmas terras seri!1) novamente occupad~ pelos. des­" cendentes daquelles que foram expulsos. quandll aaldA!a fol deapovoada; e nilll he " cousa facil 0 expelli-los, porque muitas vezea mantem 0 seu posto em tempo de per­" turba~ilo e desordem, e adquirem sullicientes for~as para, resistirvantajosameate ao ,. saque e a oppre8~iIQ, Esta uniiIG em communjdades das aldeas, form and!! elida uma " por si uDl pequell!! estat/.!l BlparlJdv, tem, na minha opiniilo, contribuido mais do que " qualquer outra causa para. a. per~er,vat;ao do povo da Indi, por elltre fodas all revo­" IU'Joes e mudant;as,por 'q.ue h,;l palsado, e he, elll alto. grao conducente ii sua felicida­" 4e, e ao gOlo de uma Kra~d6 I-or~ilo de Jiberdade e independellcia. 0 lIleu desejo po­" is he qne a constitui"i!o das 'aldeas nunca seja perturbkda, e t'emo-me de tudo () que " tem tendencia para a quebrantar. "

Os intuitos poJiti~s. qne encerra 0 extracto antecedente, sao tllo prc5flmdoi, como a Iinguagem, de que estam reves,tidos he pitoresca e vigorosa. Um systema, que por ~eio t!e succelsivas e dilatadas scenas de guerra e rapina saiva os elementGs da propriedade '1 clvilisaqilo, para servirem a reconstruco;il.o do. ediflcio social em tempos lllais bonanejo­SGS, he sobremaneira credor da protecc;i!o de um governo iIllistraifo e })aternal; e 0.

animo sente satisra~ilo de achar. os bpmens de estado da India possuido8 de tael .enti­mentos. 0 principio de corpor~c;lIe.s, lie, admiravelmente adaptado a estabilldade, e Binda

lIlue uma certa classe de politicoS arg)lmentadore~ sejam deopini!l'6 diversa, a est~bili­dade das institui~oes sociaes sera sempre havida pelos homen's reflexivos como um 01T­.iecto que 0 legislador deve assegU{ar sobre todas as cousas. Uina corporal)lroolJ socieda­de como a communidade de uma aldea indiana pode accidimtahnellte ser Jisperll'llda; mIlS nem por isso fica destrllida. Quando seus membros novamentp. se congrega~em, cada l\omem conhcce 0 seu l!\gar, e val nat\lrallllente occupa-Io. Dest'arfe os etl'eitosde lIma couvuisilo social nilo excedem em dura\(ao a. IHQp'ria couvul~lto; ein quanto qtre"utillbn­goperiodo sera mis,tllr paS8a.~, e, muitas teutl,\tiv,u provavermimte' abortll:rem, antes'que lim. certo numero de individuos aj;j:id6lltal e desorden!lliamente reunidos, se possam fOr­mar n'uma sQciedade t'oleravelmente regulada. '

NAG admira que 0 systellla. d~ aldeas .da India tenna sido consider ado como aqueUe' que ofl'erece muita facilidade para a reaIisat;ilo dQ imposto territorial, e que haja sido em consequencia empreg!ldo cQmo.instrumento para &queUe tho. A experiencia tent sido feita em varias partes da Jildia. . ,

Por urn largo tracto de territorio da presidencia de Bombaimprevalece"o system'a de aldeas, e 0 recebimento da contribuil;1I0 territorial he feito pelo cabo da aIdea, chama­do Patel; e algumas pessGas bem informadas asseveram que isso da' bo1n.' resultado. Em Madrasta 0 systema falhou inteirarnente (a ). Foi introduzido nas provincia' daquellll p,residencia pelo anno de t808, e 0 plano era fundado em receber 0 governo uma ceria somma estipulada, paga durante urn periodo dl' aRDOS 00' pelOil propries ouitivatiorel do.

( a) As rasoesp0rq~e falhou. se de f!:lito falhou.pod~m Ter·se nes­te e~cripto nos extractos, que fizemos da ohra de Rlckards, enos que faremos da obra de J; P. Kaye-,The Administration of the East­India Company.

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aId!!'., 011 pot um RUlI\ero limitado delles, que quizene ellar pel0 coiltractil, ou em ca.o de repu~naneia geral pekl tabo dill ah~1l' so. Como a s(JttlDla pajl"a'Vel aD gOfernoera lixa. tod" a va.ntagem, que durante 0 periodo do totlttactb resultasse do novo arroleamento de terras incultas, era em beneficio dOB contractadores. Em, POUCOI C8t1O. 0 maior nnraero ~. culfivadores da ald.ea Sf' ASiociaram ne.te arren·

dameato; mas geralDlente so alguns poncos 0 tomaraDl entre 81. OtesuJtado aflirma-se of­Icial.ente ler 0 seguinte. Os cllltivadores menores separados anim de toda: a iiDmediata comlD1JDiea~il.o com os o\kiaes do governo (ota'la opprlmidos pelos ieua inais poderosos ~i.inbo!l', Os rendeiros, que quando gllJtliavam, mettiam em sl todos 08 Jocros, " se per­diam, lanc;avam uma finta extraordinaria sobre 08 pobres cuItivadores, oU os c:,"rregavam eOID as terras iMultas, qoe eram 0 maior peso dos Ilrrendamentos, de manelra que no Am dOli dez MOOS do co&traclo a aldea ordinariametlte voUava a m10 do governo n'um la .. elltave1 Mtado de penuria; e em alguns distrlctos, particularmente em Bellary, n'urn Mtado de abaoluta insofubilidade, como descrevem ~rr. Chaplin e AIr Thackeray.

He ctaro que 0 resuJtado pratito'do systema de aldeas nOI territorioa de MadrBlla foi ponca menos que 0 estabeJeeimento do sysenla Zelliiodary debaixo de Dutro nome: e 4) systellla da cobrar\~a da cODtribui~ por aldeaa parrce ter wna directa tenflencill para degeRerar naquelle. E na vei'dade parece qllasi impossivel dalva-Io d08 flcios do qstelDa Zedliluiary; e a onica vat'rtagem que compeosa aquella seria desvantagem, he (. mBlller 0 8Y8tema geral da associa'tllo aldell. Outra vanfagem tambelll' Ihe tem aido con­cedida, servir para 8e cobrarem as ilnposi-;oes com insigoilicante despesa ; mas oa ver...: dade he melhor despender urn pouco mais, quande essa despeza tiver por lim fazl'r pe. sar na devida prollOr'iao 0 onus geral, e proteger os membros mais pobres e m'lis fracos da communidade contra as oppressoes dos mllis ricos e mai8 fortes. Se 0 governo pozer 06 cultivadores, considerado~ individualmeote, fora da esphera da sua protec'tao, e reeo­"hecer .6 811 communidades, 011 os cabec;as das communi.tades, he quasi impossi'!'el que o fraco nao veoha a receber em muitos casos illjuBtic;a cia parte do forte. 0 cabe"a da communidade tera muitas occasioes de locupletar-se a cIIsta dos outros membros da mesma commuoidade seus socios, e nao 8e pode dllvidar qne mui frequentemente se aproveitara dessas occasioes. Ainda aonde todos os cnltivadores Ife oma aldell s~o' lf~o. ciados no contracto com 0 governo, a j ustic;a se nao pode jlllgar segUra; porque as· com-­Dlullidades muitas vezes Db ram com grande injustic;a par. com 08 individuos que 811 cctm­poem. Em Delhi 0 representante da aldell he esoolhido pelos hO:bitautes; e posto que isto se possa j ulgar umll carta de seguro, sera mister maior noticia do que a que no~ temos quanto ao modo de elt'iljiio, e outros variOli POlltos, para DOS habilitar a dizer confiadamcnte que nilo ha alii algum lucro inde"ido, II que por este systema de cobran~a eada um paga a parte que deve, nem mais nem menOll (Il >-

Estasobserva~lIes, enlenda-se bern, so se applicam a introduc~iio do systema de al­,leu como noiveraI. Pode haver cal08 ()nd~ os' ha~ito 8 do povo S'ejatn tilo avesados a eIle, e pugnem tanto a seu favor, que serta 0 mal or disparate substituir-Ihe qtlalqllf'r outro.Onde elle jti existe, e marcha b~m, pode, e deve ser conservado. Mas fique-se bem cODvencido que'lIl! iIIo dl've II.Credltar na sna boa op!'r'a~ilo so pelo dizerem aquel­lei que tem especial interesse ela 0 !Banter. Os mais jodieiosos adV\)gades, deste pla90

(a) Estas objec~oes tem ?om cabiment~ no systema inglez. a que o A.. se refere, onde a totaltdade da, contrlbui~ao predial lie cncerra na renia das aldeas; mas tem pouca ou nenhlJOta applica!tiio entn~ DOS, porque oloro das nossas aldeas ( ao menos nas vel has conquis­tas) apenas comprehende uma pequena parte da contrlbui!;ao predial. que he distribuida par outros impastos, taes como qizimos, palmeiras a 5ura etc. impostos, que agora Va~ ser substituidos C sabc Deo'! se com born resuitado) por uma nova contribui~ao predial, decretada. pela lei de 29 de maio de t 866. Em qualquer caso pore'f}l nunra entre nos 0 saccador podel'iil fazer impl1nemente 0 que na India in­g\rza tal vez possa 0 Patel, OU os poderosos da aldea, qnando forelll elles o~ responsaveis peJa renda.

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propoem comhina-Io COlli 0 systema de cobran~a individual, 0 que he de leito enxerta-10 no syslema ryotwl\f. Mas 0 unieo elft;ito de am&lgamaro plano de aldeaa com o plano ryotwar parece que seria. assentar uma contribuic;lio jUlta, 1Iem deixar ao aeaso a rea­lisa~ao de um justo pagamento.

Os archivos na aldea, na verdade, convenientemente conser.vados hlo de otrerecer prova do quanto se deve pagar; mas he difficultoso ver a ruao porque um cultivador llggravado deve ser cornpellido a reconer a um tribunal judicial, ou a um collector, para obter desaggravo, quando pel a adopt;ao de um mais simples e mais efficaz'modo de "dministra~ilo da fazenda, elle poderia iSl"ntar-se da necessidade de appellar a qual .. quer deBes, (a), .

A instituit;oes aldeas ~ao mui apreciaveis. porqlle formam ,II fundo do .ysterna soei­al; mas salvo em casos particulatell, selia melhor por a admiaistrat;ilo da contcibuit;llo sob 0 immediato cui dado do Estado e seus empregados. He para lamentar que em materias tribubuias as consciencias dOli homens sejam caras vezes mui delicadas ; ca­.la urn se esfort;a por tirar ,de suas costas quanto pode da carga, e lanCia-la sobre as de seu visinho. Nao se pode duvidar que este sentimento existe na India com a melma fort;a que no resto do mundo j e parece razoavel que 8e nao deixe livre aos homens de. cidir aeerea dos outros, onde 0 perigo de decidir iG.iustamen~ he tao grande, mas sim. que 0 Estado os allivie desta pesada responsabilidade, e reteoha em si \l poder, de que elle nao tera tenta~ilo de ahusar, nem a favor nem contra AS individuoo, que the slo indilTerentes (h). 0 grande prineipi9 que se deve observar em qualqup.r modo de COR­

tribuilillo, he fazer a menor violeftcia posaivel a08 habitos e aentimentol do POVII,

XVIII.

Jobn William Kaye escreve ( c) :

= Os empregados do companhia (quando esta comeliou a governar Bengala) po· .!iam ter ouvido Callar alguma cousa das communidades das aldeaa. que haviam antiga­mente t alvez existido nos proprios districtos, sobre que ella havia obtido uma soberania dele~ada e estavam ainda florescentes scm alterat;1io em outras partes do paiz j mal ach:"am' que 0 actual pagamento d~ renda aos 0~ciae8 de faze~da do govemo, cstava lias maos de al~urnas pessoal princlpaes, conhecldas pel a denomlDat;ilo de Zemlndares, oU senhores das terras, que olhavall! para os actuaes cultivadores como instrumentos de .atisfazer as cx.igencias do governo. =

Depois de referir como Sir Thomas Munro nos primeiros nnnos deste seculo fundara em Madrasta 0 systemll Ryotwar (de proprie­dade indi\;dual, ou cultura por conta de indivi~uos part~culares. d.e­pendentes immediatamente do governo sem 0 lDtermedlo dos Zemm-dares) diz, pag. 221 : .

= Ap"nas havia Munro saido de Madrtlsta, rerebia 0 governo daqueUa, pre8idencia intruct;0es que 0 comp~lIiam a abandonar 0 principio, por que ~unro haVia ~ugnado. o systema de responsabilidaue iudividual, que punha cada culbvador de per &1 na 1m mediata communica«;ao do governo, devia ser abandonado; eo antigo systemade respOF

( a) Appliquem.se aqui as observa~oes da Nota antecede~te. f b \ 0 que 0 A. propoe he 0 que nos parece que se da no sy. \ I 'd d tema das nossas commUnI a es. ( c) The Administration of the East india Company. London. l~ fl:

rag. 166.

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'~abllidml& eell&etiva; OU 0 pagame».to pur aldeall pOito novaOlellle em vigor, coml:e~1I loodi Oca1)0e8. .

Era urn systema de arrendamento, coucedidos por um certo· numero de aunos ao priuei. pal cuiti"ador de cada aldea, qIJe.obrava na qualidade de rendeiroj e oude erapraticavel, c.nCleitido a toda a corpora«;H.o doscultivadores collctlivalllen!e. " Eite aystema dilIere ". do Ryotwar (diz & Mtnute of Madras. B,J{trd of JUVllnue, laneiro de 1818) princi­" palmeonte·em ser'a contribui"ilo imposta em toda.s u terr.s da aldea pot jonto, e .Mo " soMe cada distincto e separado predio; em ser coru:ertado 0 negocio com tOOo. os ,,' tuoltiva4ores collectivamallte, e nao com cada um. indiriIWalmente; e em largar aos .. t1lltivadore~ nao 110 0 reodiDlnto, que pode ser derivado dai terra.s araveis, lII&$.tam­" bem aquel\e que pode ser oMido. a. for". de trabalho das tenu inculta'i e de Ceito " deil(ando a adwinistral)ilo interna a communidade da aldea, em aUen<;1Io ao contrato " de pagar uma dada somma ao lhesonro publico ".

" 0 ohjecto, que aqui se teve em vista ( continua a melma alta auctoridade) roi .. adaptar a administral)il.o do imposto as antigas instituiftiJes, e lIiltigos UI!QS do paiz, a " que os Hindus silo proverbialmenente apegados; apropriaro systema ao flO'fO, e " nao telltar dobrar 0 povo ao systemll"""'''. E prattcamente se eolheram muila. vanta­gens lIe um tal arraojo, a menor das qUlles foi a que a.pontou Mr. Place, que ".." MO " occorre difficuldade alguma em har 0 valor de todas as terras de uma -aMea, toma­" das juotameote, mas que seria quasi imposs;vel assignalar a calla pequeno lote a sua " parte tao exactamente, e com Uo devido respeito a fertilidade do solo, e outra!! cir­" cunstancias, que nilo gaohassem alguns de 'uma parte, e ~u·tros perde!ll!em da 011-

" tra ". Em to do 0 caso este sy.tema n1l0 punha ao povo no masmo grllo, 8e he que 0

punha, amanado de pes e maos a mere~ de T~ililare8 S6lll escrupulo. Nao posso dilatar-me qnanto desejava sobre as discussOetl, qae se levantaram aeerca

das vantagens e desvantageos do systema de aldeas. IRe-line-me IIlllito a crer qae 0

Madras Board of Rel1l!nue, quepugnava fortemente n sen favor, defendia a melhor 'opinillo. Mas segnio-se uma grande luta. As mais altas aucfuridades eram contra eIlle. A .visita de Munro a Inglaterra nao !Oi provavelmente 8em elfeito sob,e a opiniilo da COlte dos Directores, e do Board IJf contr,,'; e nas fins do anna de 1817 foram recebi­das instruc<;3es em Madrasta para a aboli<;ilo do systema de aideas, e a. confjrma~lIo em tod08 os casos, que fosse possivel, do plano do systema Ryotwar com proprie­tarios particulares. AlIegolI-se qu~ 0 syslema de aldeas tinha sido experimentado, c havia dado ma.o resnltado. As mlltS aUas auctoridades em materia de import~ deela­raram <jue elle nao tirrha passa,lo por Ulna conTeniente experi'eoeia, e que na~ havia dado m:ios resultados. Allcguvam tambem que as auctoridades da metrop~le haviam r~­solvido ,i pre"sa, e sobre prova, insufficientes. =" A resoluftao (diz a Minute Of ."'[/1-

., dras Board of Revenue, Janeiro HUB) que fot tomada em Inglaterra contra 0 8Y8-

" tema das alfleas, he fundada sobre uma mui parcial e desfavoravel contemplaftao Ill" " seas resultados, pois nal) parece que ali auctllridades da. metropole IHlll~U1 tido, " quando proferiram aquella sentcll~a, peroote si algnma infllrm~iio lilais que a re­" lath'a ao seu come~o, 0 cootracto triellual=". E coocluiam que 0 resultado da- . 'Iuelle primeiro contracto nilo era bastante para provar ou 0 boJD. Mito, ou 0 mao slle­cesso do systema; tanto mM. que as terras haviarn sido carregadas eom imposto de­maaiadn, fuodadf) sobre as fallazes informal(Oes dos recebedores da, rendas dos ~oloIlQi, particulares=" Mas 0 systemn Ryotwar estava em favor na metropole, e de la foram I'xpedidas or dens para sua restaura,,/io em todos os casos possiveis, debaixo de certas lnodifica~oes prescriptas pela Corte dos Directores.=

A pag. 2()!), fallando do territorio de Madrdsta

- As. tecraa. Havelly eralb alrendadaa, emmuitos ouos, pelo systema de aldeAll, ma.s mUI IInperfeltamente. =

A pag. 236, fallando das provincias de Noroeste:

~ " 0 systema do i.IllPQsto territGrial era basead(} no anterior 'estabeleeimento dM culllllluaidatles daa aldeas. Estas institui<,lIes exi&tiam. n'u.w est.ado imperfeito, \&

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fr,'gmentario, e quando os empregad08 do go verno nritanico come«;aram Ii prelSa <! {rGus", menle a eslabelecer algum inlelligivel systema de imposto territorial, ou pelo meno. ,. tentar discernir claramente as pessoas de quem 0 estado devia esp<!rar 0 proporcioll~l pagamenlo da renda, acharam--se penosamente sem rumo nas trevas. Levantou-se toda a rspecie de reclama<;i'les, com titulos bons, maos, e indifferentes, e corn am 08 reclamaote. em chnsma ao tri bunal do collector, instando fossem reconhecidos seus direitos- de propriedade. Enleado com estas reclama«;lles 0 collector lan<;ou-se uos bra<;os do escri­vAo da aldea ( conungo J, e decidio segundo 0 seu dito 88 reclama«;lles, que Iheeram apre­sentadas. Pouca ou nenhuma averi!(ua«;llo se fazia, e a decisilo era injusta. A quantia do imposto devia entilo ser fixada, e ainda aqui a auctoridade do fUllccionario da aldea era. geralmente seguida, e a avalia<;llo loi geralmente injusta.= "

A pag. 249 : =" 0 systema do imposto territorial dal prO¥incias de Noroeste he hoje official mente

denomlUado . system a Putidary, isto he. systema em que 0 imposto he pago pelos­" Putidares " parlilhantes tla propriedade territorial. Mas nas nossas primeiras transac­'toes sobre 0 imposto na India superior pouca ou nenhuma conta ae fazia do. putidare3 (a). Eram ell~s os proprietarios dos diversos lotes de terra possuida sob 0 antigo sys­tema de aldeas ; systema, que oossos administradores nos principios do seculo actual atropellarem tanto em busea de ZenUndares e Talukdares, e outros grandes proprietarios~ ou cootratadores IDdividuaes da mesma classe. Nos temos, na verdade,tratado de ('sma­gar estss c()lIlmunidades das aldeas, e temos commettido 0 gtande e capital erro de g-o­,'ernar 0 povo por outro qualquer modo, que nao seja 0 sell. Mas com 0 progressivo. augmenh) de notieias fomos progressivamente melhorando a administraltao de nossas no­vas provinciai, e eome'tamos a ordeoar cada vez mais 0 nosso systema em conformidade das institui~3el e usos do povo. Seria lacil traltar por entre os regulamentQs do primeiro. quartel do presente seenlo 0 progresio, que hiamos tendo neste. conhecimentos; daquelle sempre crescente desejo de "iminuir a distancia entre os governaotes e governados, e de adaptar 0 nosso modo de governar as oecessidades reaes do paiz. Mas decorreo muitll tempo antes que 11m tao dillicultoso obj.ecto, tao intriocado emsi proprio, e aos olhos do estrangeiro duplicadamente confuso e mysterioso pelo afastameoto social do povo, rosse plenamente cOlllprehendido em todas as suas rela«;oes. Quauto mais fomol aprendendo, taoto mais claro se loi toroando que nos haviamos commettido um grave erro em des­preslU' as communidades das aldeas, e taoto IDaior obrigaltao nos loi correndo de expiar o mal que haviamo! feito. 0 novo regu)alllento,de que fallei,:foi um prodigioso progress() sobre todos os antecedentes. Indicou no go verno um mais amplo conhecimento, e uma IDais pura benevolencia. Demollstrou que havia nelle 0 empenho de apurar, e depois de

( a) Em Nota explica 0 auctor 0 que sao Putidares on forma que as dcfinem as Stati.tical Paper! relating to India, preparados oa casa da India ( India House )_=u Na forma de possui~ao ua terra no sp­terna Putidary 0 mesmo predio he repartido em lotes, e por con­seguinte as partes Jo producto liquido sao commutadas em equi­valentes por!;oes de terra. Cada proprietario ou partilhante toma a seu cargo 0 gr'angeio de seu particular 10Le, pagando por meio do representante da corpora~ao dos proprietarios (0 lumkerdar, ou tal­vez 0 cabo da aldea ) aquella quota da contribui~ao devida ao go­verno, que entre si tern concertado, quando distribuem as parcellas da propriedade. No casu que um falte ao pagamcnto, todo 0 corro dos proprietarios he responsavel; mas qualquer procedime?t.o . do governo instituido para a satisfa~ao oa divida, deve ser dlr~gl?O primeirameute contra 0 lote do que nao pagou. 0 caraclerIstllw do systemu Putidal'y he a cultura por conta individual COlD res­ponsabilidade commum.=»

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apllr8r, reeonheeer 08 direit08 territoriaes de todas WI clasles. (') seu objecto foi {eol\1o llil Raike" Notes on the NQrth Western Province8 of India" introduzir uma geml e lcientifica descrip<;lio do paiz, demarcar cuidadosamente, e tombar os limites de cada aldea, registar as propriedades particulares, direitos, privilegios, e responsabilidades da­{]ueUWI communi<lades, que possuiam suas terras em titulos pessoaes, e 08 interesse~

da. que possuiam a terra em cowmllm (a). A somma que cada individuo co-proprietario devia pagar ao governo, era lanc;ada em

titulo, mas cada individuo co-proprietario nlio <levia ter immediatas transac;!les com 0 governo, a quem os pagamentos dos ditos partilhantes ou co-proprietarios eram feitos por junto pelo cabo da aldea, ou outro official, que disso tinha cargo; e a responsabi­lidade caia em todos solidariamente. " A inteo~ao foi (diz Mr. Campbell) combinar as valltagens do systema Ryotwar com 0 do arren<lamento por aldeas (b). Isto deu am­pia prolecc;iio aos indivilluos sem carregar as rodas da maquina administrativa de uma massa de coutractos individuaes.

Tal em summa foi 0 plano do novo systema de administrac;iio da fazenda, que devia ser introdusido oas proviocias do Noroeste da India. Mas a' grande reforma, com dis­se, nlo caminhou depressa por falta de agelltes capazes de a por em pratiea com ener­gia. Dez annos volveram, e 0 progresso para a completa revisAo do imposto foi custoso e pequeoo. Era por tanto claro que 0 maquioismo devia ser melhorado.

Lord William Bentinck era a esse tempo governador geral da India, e andava de visita pelas Provincias superiores. Vio logo que era mister fazer alguma cousa para dar mais efficaz acc;ao as disposic;Cies do famoso Regulamento VlI de 1822. Dilatan­do-se em Allahabad, oode 0 lJ.Jf/.rd of Revenue (juota de fazenda ) das provincias de Noroeste havi.. sido receotemente estabelecido, consultou todas as melhores auctori­dades loca"s, e 0 result ado foi 0 outro famoso Regolamento IX de 1833, sob 0 im­perio do qual 0 actual modo de cootribui"iio territorial tem sido levado com tao to vigor a sua plena execuc;ilo. Este regulameoto comprehendeo todos os objectos dos antecedentes, com outras collateraea disposi"Cies, P. graodemeote melhorou 0 maqui­nismo da revisllo, e ampliou 0 pes@oal que oelle devia trabalhar. Foram nomeados ea­peciaes empregados civis para 0 asseotamento da cootribuic;iio, libertos de outrol encargos ; para que aSliim disposessem de todo 0 seu tempo e energia para a grande abra que Ihes era commtttida.

Os objectos, que ogora 0 novo Reglllamento comprehendia, eram estes: 1. A revisiio do asseotamento da contribuic;1I0 territorial 2. a melhor divisao das epochas, e parcellas da contribui~lIo pagavel ao governo 3. a demarca~ilo dos limites externos dos predios, e aldeas 4. a correc"i'lo do systema de camptabilidade a cargo dos Taxildares, e 0 bom ar-

ranjo de seus carlorios 5. a creac;iio de Un! {undo para a cOI,strucrlio de estrada.,. 6. 0 estabelecimeoto de providencias, qne toroassem effectiva a policia das aldeas. 7. a reversao de todas as terras sonegadas a cootribui"ao, que fossem descobertai

pelas vistorias e exames do terreno. 8. a reconsidera<;lIo, ou reten<;lIo dos grandes arrendamentos 9. a demarcafjao, das partes componeotes de cada aldea; 0 lanc;ar em competente

documento os vari08 direitos, que nella se comprehendem, e prover a sua futura guarda; e 0 regi8tar todos 08 uireltos, que pouessem ser descobertos no futuro=

( a) Aqui diz em Nota 0 auctor que na obra, que cita, de Raike, he onde se pode obter uma rnais clara concep~ao das cornmunidades das aldeas, do que ern qualquer outra obra pOl' eUe conhecida. Res­la-nos a IJlagoa de a nao podermos havt:r a mao.

( h) 0 auclor cita em Nota mais 0 seguinte trecho do rnesrno Campbell ( Modern India ):=« 0 mais com mum modo de possuic:;ao da terra no Noroeste, he que alii uma aldea nao pertence a um so individuo, mas a uma familia. Neste caso a IBaior parte da terra he cultivada pOl' colonos rendeiros, e os partilhantes nao tem as suas

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Depois de'referir por miudo 0 modo como tudo isto se poz em et­feito, e os bencficios, que resultaram ao paiz do novo systema, observ8 o auctor a pag. 264, que,

..,.A creac;lio do rundo para as ('stradas achou conai<1eravel QPposi,,~o; e 0 estabefe­cimento de uma policia .pag-a pela ahJea foi ainda mais geralmente lrnpopular=e ac­crescenta=o povo he tardio em apreciar as vantagens de boas esfradas, e setftpr: tern repul(nancia rie pagar para elias. Mas com 0 tcmpo ficaram c?ntent;s com 0 arranJo, e falvez comprehendcram q:Je a imllgnificante percentagem apphcada aquelle lim, era na realida.de nao urn accreseeotamento ao que pa~avam d'afttes, mas uma dedllc<;!o dl"SS8 (IUal1tia. Todavia a vantagem da polIcia paga na aldea entrou ma!s tarde e~ 8Ua com­prehensiio; e em Agosto de 1851 a Corte dos Directores nada mals poude dlzer a.eIlito que ella. alimenta.va esperaoCjn d.e que quaodo 0 povo contemplasse bern na matena, n acceitaria com 8ati8f~.=

XIX.

James }flll depois de to mar a descripQllo de uma aldea indiana dll 5.° Relat9rio parlamentar, atraz citado, continua: (8)

=Esta.s aldeas nlo 86 parec8lll Nt wna especie de peql4M"' republica., mM di5frutar ate certo pont. a COllllll.Uohia de bp .. Mr. Place, coUector no districto de Madrasta, 1I0S informa que C/lda a,lliea lUI CQllaidem uma diltjDC.~ soeiedade, e seus interess.ea jrerae.s .110 0 ullieo objeeto de todo~ os habitantes, platiea, que certamente redunda tanhl em beoeficio public&colllo no seu proprio II parti~ular ; pois cada um delles re­cebe, Ile urn mu.do GU lie outro, Q adjatQtio ®S lIlllil>; 0 trabalba de wdos produz a renda ; au ferem Q lucro propercwoa.w .. IIIU io~rell~ originario, e as perdu ,ao levea. l.to conforma-se exactamente com os principios sobre que se fundam aa vlUltagens de­rivadas da divWOQ do t~abalho ; um, vu;nbG val IW mercado, em quau.to 0 resto t¥:a occupado na sementeira, 00 na coIheibl, cada IIBl tern seu partic.ular mister elll .pafti. Iha. e illSCllsivelmente Ira\lalh~ pNa \Od08, Ou.tra pratica prevalece mu.i frequentemeBte de cada colono mudar as IlWlS lerras todoe os aQnlla; acha-lie em al8'umu du aldea. mais ricas, e jlligo dirigir-!le a .atalhar a desigllalda.de, que poderia recrecer de uma di8triblli~iio fixa.=

=0 eslabelecimenlo das aldea, ( dil ainda '0 me8Q1~ James Mill) (b) he uma' pecllliaridade .. da India, .que telldo lIido ja expl~cada, nao he mister repetir aqui. Cada .'''ea conitit"e uma Ilequena communi dade, que tem urna especie de governo no seu propriu seio. Dos aldeaos um he 0 cabelta, que em diveNios lugares se diatingue POI' divPrsas denomina~i'Jes, outro lem por officio i&ll(;ar em eseripto tudo quanto toca as commullidades. Cada communi dade tem tam oem Ileus .8ramanei, ou seja para 0 servi~o

partes separadamente di'Vididas, os rendeiros sao-no de todas em commUni. Os proprietari<?s geralmente vivem na aldea, e 0 que l'ulti.vam por sua propria conta he alvidrado por pre!(o muibaixo. Todos os pagamentos parciaes sao reunidos n'um monte, a renda ou foro· ao estado pago, e 0 mais dividido entre os proprietarios pro­rata segundo a parte possuida pOI' cada urn. Quando ha muitos pro~ pt-ietarios, um 011' dous iaO escolhidos para serem representantes e administradores. =-

(a) The History of British India, vol. 1.0 London-1858, pag.218. (b) Tom. 5,° pag. 336.

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do, pagodf'8, OU para educac;ilo das crianc;al, Tem ipiaJmente em Ii varial especiea de artifices e officiaes mechanicos, requeridos peJos habitos do povo. A terra da aldea he al ve."s divitlida em lotes, e consideradl< como propriedade particular; maa outral vezel pertence Ii commllnidade toda por junto; fazendo 01 aldeil08 cada anDO repl\rti­C;lo d"lIa enlre si, distribuindo-se a cad a colono para cultivar nesse anno lima lalpor. 'filo, que parec;a corresponder a seu capital ou meios', Nesta, como em outras transae. ~oes 0 cabo dlL altlea he 0 princi pal tegulador, e 0 melboc que po de ser, poi. ppla ha. hitual rl"fer,,"cia qne todol the prestam, nlo carcce de outro poder para ver obedecida. suas d('terminac;3~1. Quando os agentel da fazenda do governocontratam aldea por aI­dea sem d .. seer a intrometter-se na verba annual de cada cultivador em particular,' aos aldeil:os toea derramar entre Ii eat as quotas indil'iduael =

xx. o celebre professor orientalista Horace Hayman Wil:loo (a) da­

nos das aide as indillnas uma larga nolicia, da qual tomaremos os ex­tractos seguintes:

= .. Uma peculiaridade na dispoliC;lo da prepriedade territorial na India, e qu~ data de remota antiguidade, fei a lua distribuic;il:o mail entre cot:.Jmnnidadea que en~ tre individuos. Os mail antigoa documentos descrevem a populac;lo agricola c!lQlO a~gr .. gada em grupos, aldeas. on cOllcelhoB, tendo Iigada a particular aldea, ou po­voa<;il:o, em que residem, uma extenslio de terra, cuja porc;i1o cuItivavel fosle Il,If­

Jiciente para sua sustenta<;ao, e qu" era, segundo parece, cultivada em commum ( b ). A adO!inistra<;ilo interna dOl negocios da aldea foi deixada em grande parte a08 pro­prios habitantes, sob a geral superintendencia de um official nomeado pelo Raja, a clljo car~o estava 0 r~gimen policial, acobraDl;a dall rendas do g~verno, ea administea­<;3.0 da jllsti<;a, com consulta das principaes pessuas da aldea ( c ). 0 plano geeal des-

( a J Continua~ao da HistOfY of British India de James Mill, Tom. 1.0 pag. 301

(b) Obsel'va 0 auctor em Nota que esta instituis-ao he sancciona­oa por Manu, e cita 0 paragrapho 120 do cap. VII rias lrutitutas, ruio texto he 0 seguinte =. Os negocios destes concelhol ( aldeas ) , .. tratados, au junta, ou separadamenle. sejam superintendidos pOl'

« outro ministro do rei. que seja bem cuidadoso, e de nenhum mo­• do negligente = » Cita tambem os paragraphos 231 e seguintes do cap, VIII, de que adiante se fad especial men~ao. E depois con­tinua dizendo = 0 Madras Revenue Board affirma que 0 systema das ;lldeas he tao antigo como Manu. porque aquelle veneravel legisla­dor allude a disputns ncercn de limites, taes como as que occorrem presentemente, e manda que se deixe um espac;:o de quatrocentos cubitos ao redor das aldens pequenas, e de mil e duzentos ao redor das grandes, para pastil, Isto nao teria luga r, se a terra fosse cxcl u-

. sivamente propriedade particular, pois nesse caso 0 proprietario grangearia 0 mais que pudesse da sua terra, e nao a deixal'ia bal­

. dia para,uso publico dos moradores; e mais se disputariam os limiles Jos campos e heranc,,:as particulares do que os da aldea.=

( c) 0 nosso Foral de 1526, que 0 auctor nao tinha "iSlO, can· firma a mesma "erdade.

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fa, corpOra~Oe5 aldea. tem lido repetidu Tezel delCripto ( .,. Aiem dol oftt&e. a gllverno, e dos individuos eo~ponentel da communidade rigoronmellte dito., II alde'a cOlllprdu'ndia um variado numero d ... pessoas, que recebiam pequenll. porCjOl!1 dM cdlllelhtl como ulariol dos servi~os prestados ao commum,e tambem pessoa. ~e BAli' 'f!1'1mJj

membr,ol do estabelecimento origi.lal, mas a qupm foi permiftido'residir IlenfrG. a,r­'dea como artifices, on commerciantes inllependente., ou aindaCOolDO' euHivad~. 'dU 'terras coropradalf, ou arren:dadM a.os proptietarios. Estabelecimenttladeata .ftatuteZ'll a" 'that!1m-se em sua maxima perrei~ao em ilitrelente& partet' /10' 'luI da -hlli«, 'oade "1 principado,. hinilus permaneceram por mail tempo; mall 'tllmbem Ie em:ontraNrD -1t'0-v'indss 'occidentaes 110 'Hindostao, onde lua org3llilla~aO liuba 4uumido 'olD f">1reo de­caracter militar; e 01 seus vestigiol nao CoralD. letaltnenle obtitetatiOl meama 'em 'Ben> gala ( b ).

A. cirCIiDSlancias, quI" conduziram origa.lmente a est.. distribui'iil.o das tprtal eQl. comlnunidades di.tinelal, est am heje fura do alcance da biltoria, Deve tet lido 0 re­luJtado de huma p'ovidel\cia~gislativa..dirigida Ii Caeil cobran~a da renda, ,e cOl).veni­ente 'administrac;iib do governo civil; rnmt nlo 'ba docu1llento de 1Ioa 'i1llltitui~.so, _ de -.eu MtGl'. -A. tr.adic;io aUribue .isto;ao eapoll1Rneo llCl'lOnlo dOlI homeo. III~ uarlPtimi­tivo e&ta<lo de .ociedade, e podia ter sido lug)rerido &0& primeirl)8jl(WOadorell Ililldul na India peJas nec.essidades de lua situac;ao. Qualquer que haja sido BUa -origem e 1111·

tiguid.d~t nao ha razal) para crer que aI' communidadelt daB ai.deas, que ora e~iltem, se pOBilm '\llanar lie nma remota data, ou ~r6!U;ilGlegi8Iativ&' ltiepre&eiitam:sim 00. dift'e­rent~ ~ 'lie ~liilade ftlt pl'fmi1i1lBIfo.mas ,Qonde- '-"o COPJlNU.; ... teoI4er,dO­yiad&'a -,arM1. l'espeil'o& -411' typo or;giIl&IJ'e odol!ftl1maitoIJ 'CIllO., ilfONVelllleMe ~ 'tudos, de data 'comparativamellre -recente. Slo 'lDui oomlllU_te <I) Blleito de lJII1ICema c-olonisa"ao ou couq\luta, 'e'as'PattiCllJl""e.,Cei'loes que 8hecem 'liem ·aido 'maWadaa, 'pelas I:irconflllneiall'de que nlWeeram.

As revolllr;Oet po1i'tiC'M dos nltimOi' tempos,'e l'fOtl'fWehueate,d"'eru>i"eIIDCIII .. ':talll· ''bem lem occasiona® 'freq'll'elltes oemigra~ do povocla ilodi-ade 'urna 'pute,do terri­torio I,ara o'Utra. Secnlos.'tem dOcorrilio ate 'que a :regiio fOllepl<!llatDeBte oocupada; talvez uuneao chegaase- '9 lrer; 'em tado 0 caso bavie abuodancia..de '~fI!a :in· cult a por urn largo periodo antigo, e tro,,08 de gente, ou; da vilinhan"a, ou d..­Mrraa remotas. lie Coram de seu 1ll0tu propr~.elitabeleeer em tractl/II deeoccuplido,a,-&olll ou sem 0 conhecimento do poder domillaute, que da sua parte nAo quereria par u\uta­cuI os ao progresso daquelles que se propun,ham converter urn mato ilDprodootivo ftI)

'uma '(Gnte de receita.·08' povoaaores'i!ewmm 'ser, natura\mente .011' da -meIKI¥l fall1ilia, ds .meama'cuta, ou,da mesma .ribu; e deviam lICe ligados'·eotre si,dqrante lIucces»ivas ,ge­,r/lI;O~ por cornmunhiio- de wigem, bero como de propriedade. qpera na locied"de hindu, urn activo espirito de aggregatt10 ; a propria instituic;ao 'da casta, que <iescoojuncta 0

povo considerado em globo, 0 ,combina em BUM ~bdi.is&es ; a -seme4tuMu;", -d<> rrooe~u­da crystallisa'Cjao. que deltcoe a ,unifG'rlllidade damassa pela. concIenaar;:il() ;das partiou­:.\as, Mas nilO1he esta 'a uniea origem deaggre~ii.o, prefl.le.:em ,OlltUIi- c()lJlbilla~ea de tribu"oll de:repulsao, alguma. du quaes,hilo de ter decerto inflnido·DOS lIIovimento. de u!l1 cO~Jl() de \lovoaUores de um !I0VO territorio, e uail-os em communidade ,alde1I.A IIPceisrda.le de comhlna"llo, 'a flm 'dese'pnrteger a 8i proprios eontra 1111 "PPrell!l&e.' Ih­l'8;'!S ao 'Estado, ou contra 'IalW8(torea e illv_res olio' a1l1ltorisatl •• , devfa aia4a mai,.. 'coDttiboirp:na -cimentar elta uoiao, e dar-lhe 4!onsistcDcia e dur.alfo0'

( a) Cita'ndo 0 auctor ,aqui em Nola as -auct01'idades,.a que .se r.e­·mette, ,fal. men~ao de que em Bengala se achalu ainda vestigios de,s­laS instituir;oesaldeas. posto que QUi. e ·em outros lug,ares, a corpo­ra<jao. ou a..,social}8.o Uas pes8uas, que ,collstituiam 0 :g'lll:luio,propri­·elado ecgovernante, h-aja desap}>Ql'ecido. Entre nos a provincia de S;;lary he claro t:xemplo desta altC:l'a~o.

( b) Yide a Nota anlecedente.

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Semeftlanremetlte fJuanilo a'ocCllJla~ito do novo territorio foi acto de viol'entia I! .,­

,gtelJi.o contra seus visjnh08, 'ou contra'M ttibul ·barblU'a., que 'habitavam ext(>olol'lrac­tOI em ditrerentes PlITtf'S da India, 0 'rarentesco, a ideolitlade de casta, ou tribn, c, DlO

t;lnibem de itlterf'Sle, de.ia unir os primetrOi aggTelsores, e ex1:f'nder 0 neao de uni1io .. seus luccessores. Taes tnlDsacc;iJl!s s@'sabe terem occorrido dl!ntro de roui recell tes periodOi. Em alguns ~sos a communidade de uma aldea accometteo ontra, ~ expellio os morallore. de suas POS8eSSOO; em outws caSO!! um aventureiro militar reunio seu~ Jlarf llJe8 e apaniguados, e'tendo conquilltado 11m extenso tracto, 0 repartio pelo! ~us .cAPi.tile8, muilo';' semethanc;ade f~ud08'lIli1itares. 0 tempo, 01 pianos fiscaci do gove~no, e •. pa,rtiIbapor beranc;. entre os de!lcendentes dos conqnistadores, foram rompendo 0

COII,ceito original; e a aldf'a, out1"ora posSllid1t. por om sO Inihviduo sob condi<;ilo, dt" Jervi~o,I militares a urn chpfe, ~omariR a forma de lima m1Cn;cipldidtlde aldeii, ou ,con­'er,va,lta Rinda muitas '-eic;1if's de seu caracter fendRI or~imn'io. Em alguns lugare. os primHivospovoadores foram expulsos QII e:derminadOlj em outros apparecem como ler.vol on pseravos da ~eba, acompaooamlo ·aterra nas ftlal traDsferf'ndas de dono, Oll

.endo ven~idos indepen'rtentemente dol ·terra_ De trel origens, It saber, tegi1lta9/io, -eol1misa'iiio, e cOIIqllista; I' das duas uHimaB, e.pe­

cialtnr.nte nos t~1\lPos mOl!eftKll. se tle¥e lIirivar ·a oritem dascommunidades das I;ll~ea~ (if. India ... ou con'(edtrrsr4'" -ileum Ilefitlirlo numMO de 'ind' "iduos com direi!o a po~.uir Ullla eei.taextel14o de terra _0 sua propriedade eommum, ea todlls as vantage,DB e JlI;ivilegiol\ 'inherente8 a tId p1'Qprredade, 'mjeita ao pagamento 1!e uma par,te do produc­to ao'.Eslado. QnaJ1do e!rta'par1:e'HlIOrve to'llO! 'OS JuerOi lIa cuttum, OS membrOI da c!),lI\munidade, que maYalll ~iI_tidos da posse da 1:erra,{oram reduzi'dos , conrliC;ao .( Q.\Ie .!lOS p$receha,vet' mIo 'incorreetamente attrlbllijla atuda a popolll.C)iio agricola dll J"dia) de pes8oas,q~e cnltivam a·terra por stfas proprias milos, epor seU8 proprio. meios ( a')_ -

. Quan"o ,$S repetidas extoniles dos officiaes do·lIJ9ta'do, e as uftlrp~!ies, que ,em au­,'en.c:ja .1e t,odogovemo elles perpetravam, redultio.8 proprietario. a edremR ·peDuJ;ia e i.asiJllificancia, as corpora~e8 dtIs ·aldeas delilberam-ae, I' OS veltigiol do direHo de .pro­

.prieclade foi tlo completamente obliterado que wggere a .penuuAo de que tal direitu 'n,unc;a e.ttstio- Tlllparec;e ter sklo -0 est-ado doe ap:iicultoreJ em Bengala e Telingana fb )_ Em Qutra. partes, como »0 'Caoata, no Deccan, em Bundelkand, enBS provincias otci­dentaes, 0 dir¢ito de propriedade foi melbor perservado( c'). Aonde ou as exigencia. d .. gover!lc lem aido,mais moderadas, ou os aldeliol par uniao e animo esforc;ado, ou por

I{ a) Q.auClOr acctl6scenta ,aqui em N,ola.= No 'MaLabar ·e Cananl, ond!! aterrafoi muigeralmente div,idida .eoccupada em propri!!da­des ie.paradas e distinctas, 0 trahilthador era es-era vo pe ssofll do proprietario, e vendido ehypotheeado por elle independentelllentc .da ~erra.No :p~iz Ta4uil, onde a terra pert~ncia mais a (~oll\muni· dadelique a ,individuos., 0 trabalhador era r~putado serWJ da gleua nlais do.que d.e al,Guma pessoa .particular. Em Telingana, onde era .diffi,,::uitosu discernir os vestigios da .propriedade particular na tel'· r\l,OS tt:abfllhadores, perteneentes ordinariame~te as tribus de cas­a. ill~pura~, eralD livres. = E eita as auctorid'ides, que provam 0 seu ditop.

( b) Assim como na nossa provincia de Satary. ,(c,)£m Nota di.z 0 nosso auctorassim = Dest'al·te no Canarae SUIl­

daonde a terra tinha, ate a ultima data, sido tevemente tributada, por­que .o ,governo .exigia ":penas um decilllo do producto, e nunea m~is de urn terC;o., .ilS terras (oram geralmente sub-arrendadas; os propne. tari so cuhivav,;,m as vezes uma parte; nenhuUl delles tinha fazend"s

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~,36 = Qnloio e astueia, tem re.i8ti<lo (u e.capado a extor8110, retiveram 0 .eu cnacter de

proprielario., e viveram dos lueros de IIUas proprias terras. . . p eolado dopaiz, os habitos do povo, e A 8ubdivisao da propriedade segundo as lei.dal

h,eran4l8s, impediram a aggrega,.ao de amplas fazl'ndas, ou a forlllaC;ao da aristocracia territorial; e QI proprietarios d08 pequenos lotes de terra foram por tanto pouco di­'-enos de pequenos rendeiro., empregando,8uperintendendo, e nao raras vezelauxiliando 08 cultivadores; mas eonservaram uma posiC;ao, que Ihes permittio manter 8eU8 direiios hereditarios, ,. p"rpetuar a organisaC;ao das communidadesd8s aldeas.

Todavia muita variedade se en contra lIaquella organisac;iio, DaO 86 na proporc;1Io'do grAo de illtegridade, em que se tem eonservado, mas por eireunstaneias eonnexa8 com 8ua hisluria, que ja agora Be nao pod"m verificar. Uma aldea, Oil mais d" UOla aldea teve as vezea um so proprietario; mais ordinariamente muitos; .Illas estes foram a~o­ciados dt>baixo de variadas condi<;oe •. Vmas ve/,eS posauiam em eommum, oll:tras ve­ze~ em porc;ops distinetas; e os direitos que allegavam eram devarias especies; mas pela D1aior parte reductiveis a duas principaes classes, isto he, direitos de propriedade, e di, reitos de privile;io; bereditarioa uns e outro., mas a6 08 ultimos eram irrevoga~,ei." e aubaiatiam onde os primeiros se haviam perdido. Em .Iua capacidade rle propnetarlOl reunidos da terra da aldea, os membros "a associadio, el\l geral herdllvam mais uma .Iefinida propor~1io do todo, do que um deterlllinado lote de terra. A's vezes a meema familia cultivava as mesmas tcrras por gerac;i'ies suceelllivas; mas era mail uaual COD­

('crtar-se entre si de tempo em tempo para nova divis1l0 de 101H, e dislribuir difl'erentel parcell as de It'rra sitas em p.ontos distantes da mesma aldea ao mesmo individuo, se­gundo 88 qualidadcs do terreno. e conforme cerlos regulamentOI S8Dctificadol pelo UIO

immemorial e prescrip<tHo. Em sell cllracter de responsaveis ao governo por uma parte das reudas que ihe eram de\'idas, {J.s vezes a pagavam por ai iudividualD1cate em pro­pon;iio do que poasuiam ; mas era mais usual fazl'r a reparli<;iio eutre si, e pagar tilde jllJlto por mao do seu cabec;a, ou cabp4las. .

As ac~oe8 representantes da parte da renda, ou a propria terril, onde ella he cnlh­.. ada por conta particular, podiam ser hypolhecadas, arrendadas, ou vendidas; mas 0

fontraclo ordinariament~ requeria a concurreucia dos outros membros da r.ommunida­tie, qu" tambem tinham 0 (Urei to de oPC;1Io em caso de venda. A (.liena~.i/) du terra G

"TIt estra"ha >liil) trazia eomsigo a neceisidade de su(J "dmiSliio nil municipaJidade,nem tile da,," vo~ alguma na, admini,Ylrflfa.o dos negoei? do aldea; .tJem por outra parte de,­poj"vo. a pessoa,a qutm a o.c~ii" ou a terra havio. pertencido,de seu direito 0 inter(eril' 110,· aeeo·rdo. da conmlUnidade. ou de o.ssistir 4> lomar das emta. da aldea,'11 de rtceht!r "Ia parte de 'l"aesq"er proes, que procedesum dos etl/o/ume/, to .• pago. pelar licenfns tie e:rereitar uig"m Irato Otl commercio, pelas concel.lies de arsentar vivenda IIa aldea. dada. a pes.,nas que niio tram originaria, della,ou de'ltJae'qller Qutro, emnlumentol de outrQ qualquer origem, Se a pessoa,que alienavQ Q ",aO, 014 a terr'!, It aehava em tll­gum tempo habil'tadaparQ a resgatar. tinha a liberdo.de dt Q (aur. (a). A con8titlJi~ile

Grandes ; poueos pereebiam, nos tempos mais favoraveis, urna renela jaJperior a cincoenta pagodes (vinte libras poueo mais ou menos) por anno. Os respeetivos direitos do governo ao rendimento da terra, e os rio proprietario della eram bern conhecidos. Uma anlig"l rloa~ao a urn p.!gode especifica que a merc~ consiste na plIrte. cIa rcnda perlcnccnte ao governo, porque como as terras perten(,lam aos particulares, nao podiam ser alienadas pelo Estado. = E na forma do costume cita as auctoridades.

(a) Puzemos em grippo este periodo,por ser importantissimo pa­ra nos dar luz acerea da crea~ao dos nossos cuntocares, e sua rela­C;ilO corn a communidade, e pOl' nos certificar que Ii gancaria, a que sem rodeios 0 auctor chama-municipalidade -cabe 0 exercicio de muitos actosjurisdiccionaes, que 56 podcm pertencer a corporac,;oes

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da aldea variava nas dili'erentes partes da ~n4la em seus regulamentos tocantes a cir­cumstancias menores, mas 0 plano geral, <!' mais caracteristicaa feic;oes eram por toda a parte essencialmente semelhantes, e estabelecia,m a exidoocia virtnal de um direit() de propriedade sobre a terra, gOlado por cerlas classes do povo, onde quer que ilao tlnha lido infriniddo,ou abrolJado por ulurpac;3es ou exac\ioes de urn governo arbitrario (a)"

I. existeneia de proprietarios da 'terraiD.llepend~tes de trabalhobra\iai I~, envol­'",i.lde neeessidade .a existencia l&lllbem de IIIma classe 'ou ,cla,sses de ,pellsoaa, que se pr~tlHsem 1\ 'tamar >IIo"re II 'a t&refa de culli"ar a terra, pagando uma rentla P!lIo U8O­

rrJctoda que Ihe. era traasferida para esse :fim.Taes pe8soas por conseqnencia;aeham-.e .empre pm todns as partes aonde ,os proprietarios niio tern sido red\lzidos ao ,nivei de trabalhadores brac;aes; como acontec;, em muitos terntorio! da Peninsula illdiana. lias

provincias Marathas, no Hindoltlo, e nao faltam totalmente meslllo em BengalJ!.. 'Seria mi~ter lar!!,o espalfO por especificar as varias especies de colltractoe pOl onde ellell UlU­

tl-uem a terra; e sera 8ufficieJrte apolrtar que elles se distiaguem 'cmdual 'principael cla.tes; uma po.suilldo direito de occup~o perpetullo. em qllllRto satilif~em ,4 rend ... eltipulada ; outra tendo so a posse temporaria, 'ou por um determinado numero de an­nos, ou ao arbitrio do senhorio. Os primeirol'Podiam '8nb-arrendar all terras, ncando eI­les proprio. re.ponsaveis ,ao ,in11j'l(iduo, ou ~ co~mtlnidade, a quem a mesma terra p~r­tence; e era-Ineslicito ,hypothec;1r, mas \lao'vender. Os arrendatarlos ;1 prwio limitad" eram natural mente t~Ud6S de eumprir 0 seu ,contraeto; 08 que arrenihntam precaria-' mente a arbitrio dOlenborio, eram' muitas veles redU'Zido8 a PIIIICO ,menus do que mero. trabalbadores, e as'Vezes abatidosa condic;ao de escravOi. . , : Oeste esboc;o da distribuic;iio pili propriedade territorial n~ India se segue que qual­

o4Iuer quehajallido a lei OIJ a theoria,o direito da proprieaade individual, ,idenflfieavel 10m a,posluiC;ao da renda, teve mui extensaexisteucia ainda ate 1108 ultiinOtl periodoA da administt'a<;iio mdigena. A precisa naturesa do titulo, sob 0 qual &queUe 'direito foi gUzado, nem sempre era a meama, nem foi tempre de faci I verillcac;ao; ma,oll proce­dease de antigas insti,tllit;OeIl, da colonisac;10, ou da conquista, tinha Ilma real e eli'ecti\'a Yalidade, e animava a actividade do grande corpo da populao;ao agricola, ate que foi destruido, ou arrehatado da Diao deHes, ao menos em parte, palo pro~'l'esso dOl aeon'; ,tecimentos, e pelas extor.sues, .injustic;a, e ignorancia de seus governaliles. =

desta ordem. "E note-seque o auctor nao sabia que 0 nosso Foral de 1526 ja tambem havia chamado camara a mesma gancaria, ou cor(uj,rac;io directora da communidade ; nem que 0 Or-iente Conquis­tado havia escripto estas palavras a convoearao hum dia sua ganca· aria, j'sto he; senado ou camera da aldea D Or. 'Conq.Parte l.- Conq. I Div.lI. § it.

(a) ContO exemplos das 'pequenas variedades nos Oliudos partK:u­ares de uma aldea, cita 0 autor em Nota 08 faetos seguintes, e at'l luctoridades, que os abonam. = Oecasionalrnente uma aldea iateira lode vir a ser propriedade de urna 50 pes50a.--Mi1luta offi.cial de '1adrasta, Sir Edward Colebrooke, Selections do Govet'no-Mas m geral as terl'as foram divididas n'ulll indeterminado Qumero de llbdivisoes entre os deseendentes do troneo commum. ou dos que ouveram os direitos delles. Sea direito a urn eel·to numero de ac-5es foi fixado, mas de tempo em tempo eelebraram-se pactosse­undo a vontade e conveniencia das partes interessadas; as divisoes Iram effeituadas ou por totes inteiros, ou por partes fraccionarias e cada especie de terra, para ser dividida segundo a sua qualidade. ~to primeiro melhodo os lotes de terra eram compactus, pelo se­Indo consistiarn de muitospeda'l0s pal·ticu)ares situados elU cliffe-

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-= S8 = ·XXt.

J. Talboys""Vhe,cler ( a ) dizlIssim : =u 0 ')'l!teina de &lcleas. parece ter sua origem' (Om remota antiguidade, e aiuda

contiDulloa preTnlece~ pt)f lqda' a India, lalvo, talvez, na Bengala proprillmt'nte dila. Uma aidea hinducOnllud& ,comprehende um pqUCO mais que uma aldea iugJeza. A intitula(lll.;aJtlell hindu',be de feito um concel/r.o, ou territorio incluindo uma area de terra,·e'.,~ qsim UUla flovoafiilo, que lie pede chamar villa ou cidade ( b). Varia em eicteus1l0, was fte habitada por uma sO colBmunidade; e he separada dal 011-

traB aldeas por limites, qlle sao cllidad08amente definidol, e rigorosamente guarpadol. As tereBB dacahleftpodem ser de tooft8' as qualidades,eultiva..laa, cultivaveis masnao cuI­tivad88, "a,"68; e terra IIIlUljnha iucapaz de c.ltura. As terra8 sao, di"ididas em lote. parciaes por Iillute8, que sa4 lao notoriol como 08 da aldea; e 0 nome de eada lotp. com IUDBqualidftdes, exteolao, e seuborios, lilo minuciosaIDl,!Jlte registados nos livr.oli da

,I,e :O;l~'

"entes ·lodalidades. Em algumas aldlla6, posto que c{)mparativamente poucils • .' a~;rt~~; e'ram mdivisas) ~esta eircu~stancia nem altera., nem alll'.-t~ a~(Jllodo afgum 0 direlt~ de proprled'ade sobre eHa~. Quand~ .a~j~flla~ saQ indivis3S, cada padllhante usualmenle conti­nua 3'cuiti'VDI''<o,meSDllJ» terreno. A parte de urn p-roprietario, quan. do ha J>ropti~Bad~ PlItti'eu'tar, he considerada ter as- dimensoes de duzentas"~;~~ti:i.I!'p:~i{ta :~igas; ha de sete bigas, e cliega a havelas so do tafflO\t;JQP ...a~.duas b\ga~~Fortescue, on Tenures in the district of Dt'lh:i; &kcti07U.~O direito de propriedade pode perlencer ou a 'um sOi'hdi'viduo, ·ou· a uma I'ommunillade. Esta ultima pode di. v.idir. entre os SellS membros os lucros cia terl'a, ou segundo as par. tes que Ih~6 cabem p,or seus anlepassados, ou segundo alguma re­gl'Olarbitta:ria, que tenha referencia Ii quantidade de terra que cad a membro cuh.iva,-Tham'l.wn. J. Bomb. Asiat. Soc. VIII. 9ti.-Em ~'arias localidades' aquelle numero de partes, que a principio foi as­sentadl~ permaneceo sem altera~ao, mas a distribui~ao cquivale a ~Ila multiplica~ao. pl'lr sel' em parcellas fraccionadasj desla maneira .. lguns metnbtos da associa~ao podem tel' uma porC;ao inteira, outros mcia, c atC:'alguns a cenlesima parte della. Da-se 0 caso nos paizes tamulenfie8'; e.,os Thais. das aldea!l marathas, e Pens e Thokas das provincills oceitlentaes, pal'ccem tambeln ter representado as por­~oes originll€s, e imlicado 0 numero de pessoas,entre as quaes a ter­ra foi a p~incjpiot.dividida-Colebrooke, Sykes etc. - No sui da In­dia as, terras sao de duas especies, ou de privilegio, ou de proprie­dade j a primeira pel'tence a toda. aldea, e qualquel' membro pode vender a sua paTt~ somente; a segunda pode ser cultivada collecti­~'amen!e, mi em lotes separatlos. No primeiro cas.o so as ac!;oes po­tlem ser nbjn!t0 de venda, no uhimti a propria terra pode vender. 1le.-Minuta official do Board of Revenue, Madras Seleclions.=

(a) The History of Indza. vol. /I. London, 1859. pag. 596. "11/h' !Q.Q.inl. hl3 IlIrn H"lnit!lc.:!. n!l .... t.o~ r1~ T..,rI;'lI £1 nhC!,prv~rn.n'; rift n .. ,,_

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aldea. Cada aldea pois con,ta de terras que se arrendam, d\lS quaes a communKtalle ti­ra sua Sub8istencia; e da reuniao·de casas ou choupanas; que conBtitue a' aldea propria. e onde a communida(\e habita mais 011 menos reunida por causa de .r.~i( a'.

As com.uunidades das alileas sao peqllenas repulilic4S, cada uma das qllaes tem seu "hefe ou cabec;a, e 8ua pequena corporac;llo de olliciaes- aldello.. Estes oft'iciaes porem sao flscalisados pela opiniao pllbllca da commnnidade, que 8e e~rime por' Bjontamen-10 do povo debaixo de arvores copadas, ao modo da Bntiga usanc;a·de nOIllO .. aatepa .. ,,· dOl saxonio~, e muito a semelhanc;_a dos ancia3s e povo d~ Israel eon~e~o 88 porta:> oas suas cidades para resolver as disputas Bcerca das heranf}88 e- terras. ~ndo aid ... corrente deve haver doze ·officiaes em cada ardea; mas 0 BUlIH!ro''nKia,.e hB·.ellciaea em algumas aldeas, que se nito acham em outras.

Cada aldea tem 0 seu cabec;a ou Ihaioral; que Bdmlni~tra t~1I8 08 lIegodiDsc_ auc­toridade gOlilernativa, reparte 0 pagamento da renda da hlrra' entre 08 aldeie& segundQ Ii e:..lensao de slIasterras, e natureza de seus contractos; arrenlia --aa terru<que nile tem colonos. fixos. e distribue a Aguapara as regas. Tambem resolve as diepot..., e prende \'S d~linquentes. Todos os pontos de publico interesse silo comtudo tratado. em livre conslIlta com 08 aldeilos; e tadas as dispufai sao'deeidulas coS aaai~ ;"'-.arbitros 011 auessores. 0 cabec;.a da aldea he 8II8istido de um el!Crivilo, e· uan!\giadol'. p eecrivilo arruma QS livros da aldea, forma as contas, lavra escripturas, e q~ando ~e miilel'-:escre­ve cartas missivaJ. 0 vigisdor guarda os Iimites oa aIdes, e'os doll cainJ109. que'Bltlla se I'llcerram ; vigia igualmente as searas, e' obra na aidea- como oOIdal· de Jfllliltilja, 8'tiia pu­blico, e mensageiro. Alem destes tres lia 0 sac:erdbtebramBlle;' litle-he aW'IIJ!H' 'utrol~o; e mestre-eschola; um joalbeilO, qne lie tambem ca~ista ~1R04'II:! ferre!ro..carpintpi. ro, barbeiro, olleiro, e um artifice que trabalha em pelles. A's. 'fezes ha_ tatllbelll' 0 la­ndor. de roupa, medico, .musico, e um poeta, que hmbem' he .. 'genes.b~iSta;; e 'JlO Sill da India ha geralment"e uma bailaifeira. 0 cabec;a da aldell, :eti:e8eriorlio t1MfritIlm g"­ralmente lotes de terra, e as veles recebem salario do goverllo ; poreia tedm fill officiaes recebem emolumentos dos aldeaos, ou em dlnheiro, ou uma mao cheia 00. -duBs de ca-da metlida de grao. . •

£Stas commllnidades das al(!eas tl'm sollrevivido as dymlstiml, revolu~e9, invtuoes, e a tudo 0 que parecia dever totalmente destrui-Ias. Pode nina aldes,por elreitode pi­Ihagflm, e matalu;a ter ficado despovoadil por annos, que qusndo ¥olverelll·te'DpOJI. tran­qpilIos, e a posse do terreno he ainda possivel, os aldeiios dhpers05 tornarilo a suas an­tigall habita<;oes. Podera ter passado lima gera<;ao, mas s,,~s fIlhos voltarao, e restabelp­ceruo na aldea em se:! antigo silio, reedificarilo as casas, qlle Beus pais' O'c'cllparam. p

novamente cultivarao 08 campos, de que sUas familias'estivefam deliOSll~ dosde tempo immemorial. ;

o codigo de Manu nilo define expressameute a constitui\(ito qa .aJ\tf!1l hiodu\ como fica descripta nos paragraphos antecedentes; mas ha toda a razao para crer qlle a aldea, como existia no tempo, em que 0 codigo foi promulgado, correspoDde em tod6s os essenciaes a aldea do dia de hoje. 0 objecto do legislador nllo fai t8nm deftnir as ills­titui<;lIes existentes, como dar leis e preceitos; e por cOII~quencia I!S DO\(Oes, que SP.

podem extrahir das Institntas de Manu, hao de principalillente' coJher-.~e das· leis, que respeitaD:l aos pastos, e aos marcos dos limites. _.

"Hm espa<;o para pasto-diz Manu (b)-deve ser deixadb ao'redotd.e cada aldea. Em hlrgura deve ter cern cubitos, ou a cxtensao de tres gritn'de~ 'faraSi Nas cidades gran­des e pequenas 0 pasto adjaceote deve ser de tresveze.,aquellellllllllLoho. Cada cam­po, que confrontar com a terra ds -pastagem, deve ser tapado com uma. sebe tao alta, que urn cameUo nao possa olh,ar por cima della,. e todo 0 buraco, pelo qual um cllo, 011 IIID porco possa metter !l cabe'ia, seja tapado~ Se os campos c?nfinao­tes nllo forem defendidos desta maneira, e 0 gado entrar'deotro; II 'danuulicar a.'

(3) Vid. a Nota antecedente. (b) A v~l'sao ingleza ~o texto de l\lanu, d~ que se serve Talbo~-s

Wheeler dlffere nas palavl'as da de Sir William Jones, mas concorda no sentido.

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8«0. 0. cab~a deuma aldea deve receber por percal~o diario as propiniu de .antimonlc" ::.ebida, comllllstivel. e outros artigos, que segundo a lei devem ser otrer"eid"'pelas ai­

'::eas ao Raja. Como as propinas de cada aldea sao IIssim apropriadas pelo seu ,rolpeetiyo '·~abe'ia, deve-se fa~er separado I'rovimeoto para os seohor .. s de mujtas aide ... 0.8enllor rie de~ aldeas deve rec .. ber 0 produdo de duas terras lavrada.; 0 senhor d~H'iBte -aldeas !deve reeeber 0 pro.lucto de dez terras lavradas, mas a razao porque um deve reeeber c:inco Vl'zes mai. do que 0 outro, he um pouco ioi.ntelli~ivel. 0 senhor de cem aldeas de • .. e receber 0 I'roducto inteiro de uma aldea; e ° senhor de mil aldeas oprodacto de lima graode eidade.

A1em do. senhores das aldeas ou districtol, era nomeado urn governador-em cada ci­lade ou capital com alia gerarchia e auctoridade para aurl'rintender na: admioi.tra~ilo Irovincial, e especiallnpnte para vigiar 0 procedimeolo dos lenhorea das aldeaa. Esta su­,erinteDiJellcia parece ter sido muito necessaria, Segundo 0 codigo os servidores do Ra­i, que eram Ilomeados para govern~r aa cidadcs. eram geralmente aaioes, que al'a­lhavam ° alhelO. e aconselha que 0 Raja confisque os beDS destes maos officiael, e IS des terre de seu reino.="

Em NIta declara ° auctor que tu<lo quanto diz sobre as aldeal 118;'tiradodas me· mores auctoritlades i e '1uanto ao cabeCi& da aleiea explica q.,e he ehamado Pat,'1 80

)eccan, e no Hindostilo central e oceldental ; Mand!!1 em Bellll'ala; Mocadllo' ein ou­ras muilas partes, especial mente onlle foram, ou eram ultimamente senhores' da ai­tea. 0 escrivilo he .,hamado Palwari no Hindoitilo; Kllikutni e Kllr.nam' no Deccan ,lui da India; I'allati no Guzerate. 0. vigialior he ehamado Pasban,"GOrayet,' Peik, Douraha etc. no HlDoostlo; M;har no Deccan; Tillari DO sul,da Iadia'; Paggt'DO Gu­,emli, 9 sen nor de dez ou vinte aldp-as {oi chamado N/li.kwari, Tarref, etc_ 0 selabor de ce", aldeas, ou pergana he chalJlado Oelllluk 011 l)essai 11,0 Deccan. e &eu'eaerlTlo Despaqlli; no norte da India chamam·se CholJdris e Conongol. 0. RDbore. de mit aI­deas roi-am clla:u(do~ ~ardesllluks no Deccan, e IU'\8 provineias Sirkare£ SeuftCll'i­Yae~ hereditari08 ainda Ie encontram 80b 0 nome de Sar Despandis.

XXII.

Em dOllS artillos. que sairam nae; folhas da Bombay (Jazette, ~i!'4 e 5 de Novemhro rleste anno de 181)9, inti'ulallo~ =Pateis e Cu!c/,IIr­nis = e-criptos, eornll dellp'l se v~, po: pes~oa de largoa exnerienciaadrni­nistrativa, se de~r,rlwem al'?IIo< tra~os da ai'l1inistra~1I0 das commu­nidades da presidencia de Bombaim, nestes termos:

=- Para 0 cultiva~or ordinario <las aldp.as os representante! do governo slto os lDag­nates de lua prorria aldea, 0 Patel e Culcurni; os 'lues sao seus directo! sureriores para cobrar· delle a. ren,lai, manter a on! 'm n l allea, e m ,te-Io no tronco,' seo a;lanham tomandu 0 alh~io, 0 I inrrill~in 10 de qllalquer oCitro mojo a Ip.i 0 a~ricultor toti!) 0 seu empPllho he estar h~!U co,n "st",8 r"s.oas e seus a~"ntes, por meios h071~stos se h~ oos­lirel; e receio '111" talv·z o~caiio~'ll.n ·nte por meioi nl0 ri~oro;a'llerite ho"estos. Par. nos (in~lezu8 ) 0 Patel h~ un ",I ,hI,. i rTlora"te e n.i, q'le arcania OVOl e leite, s.~undo Ie diz, pata 0 I\lIistente collector; mas para 0 ho:oem da aldea he havido pelo bralto di. reit!) d,a lei, que 0 Cllicurni eXj.lica, e he a~ v,,~~s 'llui terri vel. ..........................................................................

E como hllvetnos r,.lIllr do presente sy4ema. da pJei~ao do. offieilles 'h~r"di!>\Tios IIa &ldea.llarelJlos lima breve noticia dos principaes deveres de cada. umde.tes oflicioos, '0 Pat!!1 e Culcurni. .

o Patel he primeiramente 0 cabo de sua aldea, e como tal ("rtem'ente res[lonsav!"1 pela boa ordpm e paz da lJlesma aldea; he tendo de dar parte de tOll08 os crimes a

Flicia logo que .ua perretra~ao Ihe vem a. noticia, p"ender os delinqu:ntes., ou ~a­dillrencia pelo coaleguir ; e cobra a. reud .. com aasistencia do Culcural. Alelll dll-

. 6

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== 4! == .. le ulualmente 0 canal de anrigua~l!o, usado pela poilcia (oujleto Taxildar ellt "10. de rendu publica. ); he obrigado a dar parte de todas at mnrti!s Ii policis, e ra­Iler corpo de delicto 001 cadaverea; e tem alem disso paller de imp'6r pequpoas 'mul­tu, e ainda de eDcarcerar os que commettem peqllt'oas oll'enaas contra a paz publica e boa ordem. Em slim rna he 0 official ,uperior de fazt'ndae policia'da aldpa, aceu­mulando em lua pessoa as importantan'es carl!oa de mayor (adminialra1lor do conce­Iho) e coroller ( ollieial eocarregado dOl corpos de delicto nos homicidiol ), Ie no. po­demo. imaginar um mayor Bern toga, e um c"roller sern banl'os. Todos pste. dev'erea tern .ido exercitados par homens que em dezanove casas ~obre vinte nao podem ler lufficientemente 0 menor manual dOl melmos ,Ieveres, au !'screTer de modo que pO!lam all!guar • ,leu nome. Mal tern 0 sell escrevt'nte, a seu Tactohjm, 00 segundo hOlliem ,rude dB aldea, Terdadeiramente 8Pgund" so no nome, 0 Culcurni, ou eBcrivao dB al­dea. Eata importante pelsoa he ordinariamente Bramane, e qUf'm ilto escreve nilo Ie recorda de facto entre algumal centenas de ('Illcurnis, qlle lem conhpcido. ter vlato alp .. de outra casla, salvo par acaeo urn Parbu no eoncao. Ser 8ramane entre 01 curumbins he ja por.i occupar uma elevada posi~ao, Seus dev"res illio ilao de modo alpm iDli,milicantel. Escreve todu as ('ontas da aldea, e lodos 08 r~hitorio.; he'or­«ii.ariamente quem e.ereve os autos de averiglla~ilo, alSiste ao Patel em todas as IUU

fl/Deliaes j e estando ~eralmente na posio;1I0 de urn homem, qne tern om pequeno gr60 de cullura entre outrol que nlio tern oenhnma, tem r .. almente malar poder, e flIz mail que a Patel. com quem por via de regra elle anda de qdezilia. Taea silo 08 deverei dal pelloas que do 08 directos canae. de communicar;ilo .. otle 0 '1'0'0 e 0 !!overllo.

Agora uma palavra lobre 0 n0880 presente aysh'ma de as .. I"ger. Pelo acto (Lei) XI de 18~3 01 partilbanlea da olona ou as peuoas qoe tern i:lireito de servir 01

cargol public08, temo dlreito tambem de eleger um d'entre Ii para senir, on por vida, au par .. ,peri ado mpprior a cinco aODos, It'gundo 0 costume dll otona (Il). A eleifJlo.Jle; augeita A approvac;llo do collector. Em caso de delunillo entre os parti­Ihanle. da olema a, I'Jei~iio he Ceila pero cotlecfor; ou omeia! fikal, com r«UFIIO ao governador. E com quanto esle maquillismo parer;a, ~re~" 't"dRvia a correll­pondencia qne tern por assumplo estas nomea~oes he, enorme. Quando a nomea­liilo 'hI' feita <1" rommum al"('ordo .. nlre os parlilhantes da olona, ha pouca diffic.uldade, porclue a sua tscolha he invaria<elmente conlirmada, salvo se o,nomeado he ,tofalmente impossibililallo ph~'sicameote, oucontlemnaclo par Bent. m;a.Mas par caula do immenso numero de parti\hantf'B em t'ada ohma havendo divergenCia, e .endo feita a escolha pelo Assist .. nte collector, que he ordinariam .. nte a oJliciRi liscal, Ii­ea.porta. ah .. rla a rpquerimpnlos selD lim j e sem lim ~ao 08 officios daB eommiuariol o,le ~olltribuic;ops aos collectores, Ilestes HaS assislenle8, e desh~. a leUB lubalternol acerca de taes reqlterimentos. AI!luns collector!'s entpndem 'iue t(ldos as partilhante. devem ler nomea,los por altprnata, e como naturalmenle he extremarnente difficult080 aehar eltaclamente a que pessoa toca a IIlternat.l, he consequencill haver uma aver i­gua,c;ao aeerea dos direilos de cada pretendenle que ret'lamou ao collector. Em al~ulli collectorados a lim de dimiuuir a sempre cr .. ~cpnle lista d08 partilhantl'l,.6 Ie faz meo~ao du nome do maioral dl' calla ramo da familia, a quem pertence a otona; I.' aqui por con.equeocia ha mais peli~aes e mais ref"rencias I' officios sobre quem he a maioral. Para que sirvam esles inlerminaveis rCCllrBOS Ainll'Uem ~abe; e se urn 8ssistente collec­tor pre.ta para alguUla causa, po de nomear Uma pessoa idouea,ou aproximadamente ida,

(a) Dtona, que os inglt'zes e&crevem W1!lun, OU Wotan, sipnifica proprialllenle terra. territorio, mas deslgna uma con.slgna!(ao OU

pen sao certa nas terras da aldea. ('oncedlda .como salano ~ re.m.une­ra'!;ao de servi~o, ou cumprimeolo de obrJga~oes pelo mdivlliuo, que a recebe.

Otondares, Wutundars. Walandars, possuidores, ou parti1hantes da olona. ,

Ha-oll nas nossas Novas.conquistas, como DO Deccan.

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-- --~t.nr do !TAdo 03\.1 st?r~i ca~tic-ado" Se conltlldo 0 gadoa (':\rgo de- urn p8.§ ..

·~('·ara. c:-. pR~ .w ~ '- . .... 1 t .. ", a tor filer damno B'um (,.all1lh) prc,ximo a. extrad:t pnnl:.ll·a ~ 0 pas or ... ~t..r. multado

.. ) d'-'llCl dl) camllo de\'e defende-lo do ~ado q ne nao traz Pastor ., em cenI panas .. 111M l ~ .. , d .. Em Qutros cawpos 0 dOll0 do gado~ que 11/,er damno, sera nlul~a 0 em nm paqa

t rem em lotios os ('aso~ t) yalor da ~t")ar:t damnlficaJa sera reSar ... e U IU quar 0; pfl ~ ~ . . d . "d "' .... ) ... r )e\'n.ra llllIltA nelo damno ft~ito pOl unlS '"nC'ea Ill)5: prUlleUt)S el dins

CI 4) • i" H l , t . c·.. T do qu t . "~. -' ~ .1 ..... nnTl"da . OU l)or um touro destmado a cna~~iO, on 110r ga e elD Slao ut'po\~ uc:: t ,.

c-on....~~.,.a.do a divindade. " .. ... - a' ~ .. 0 que toea ~ }iIU-itca e marcos. as segluntes dlreCC;l):s S:1.l) as qtle d . o. rodlgo :

H Em caBO de dispu.ta. entre sUas aldeas. uU dou~ J~rol)TletanCls a('f"rC:l de hmltes~ 0 Ra .. ja. ou seu juiz investigani 0 ca.o 110 m~& ,de Ja~~alshtha l cere-a de outubro )~ quan­do os lllftfet. ... S .Pt~dt'Jll ser Tistos malS llisilllct:lluente .do que em outro tempo. Dele haver algumas demarcaS'0es oc('.ultas dt'baixo da terra~ taes ('l)nlO~ p~?ras grande~. O~S()S rabo.! de vacca.lar~Illls. cin.za, fraglucntos de lOl1 c: a , de ba.rro, tlJollos~ telha~ .. c~n·a·o~ seixos .. areia~' 'e l)utrns taes suhstanc.ias, que nao sao corroid88 peln terra: De\'em' tambelD plantar-sc a~\"ores no longo dos liulites com sebes de arbusto~, e plantas rasteiras. Lagoas~ pOt;os. tanques~ e correntes de aglla deveul tanlbem s~r .. vir para lllarc.ar os liluites C.oll1IllUnS; e nelles se devclu ta~nbem ed~fic.ar templo~ dedicados aos ,deoses .. Por estes I' marc.os. on pelo curso de urn legato, ou· .por p~8e diuturna 0 jUi2 deve r,eso~ver sobre os linli.~es das duas, partes c.ontendora~; ma.s restan.(lo .ainda ~lgl1ma ,.dlt'rida, rec9rra:1. d~~lara~ao de testemunhas. Estas testemuohas stti alU examinadas na presel1-;a de todos os Dloradore~ da povoa~lio Ctl aldea, on d.e. ambas as partes li;tigalltes. Deyetu por terra ua cabec;a, trazer mantas ,··ermell1as. e fiadas de Oares verlllelh~s,., e devem jurar, pela recompensa' -de todas as suas boas acc;(jes~ dar ·c.orrecto testemuuho acerca <los limites; e 0 seu rlepoimento sera lan~,ado em escripto com declaraAtJao de todos 0.8. seus nOlI:les.~:\ ... queUt's que deposerem a Yerdade, ,sera~ abs91tos de todos -os ,seus peccados, miu 0

que deposer falsamente, sera multado em duzentos panas .. S.e nao .apparecerem testemunhas, quatro homes 1110radores em cadaum dos quatro -lados das dtras· al­deas sprao clHunados a presen<;.a do Raja para tomar resolu(jao acerca dOB lilni .. tes. Se nito houl"er ,'isinhos que morem aos lados das duas aldeas, nem bornem at .. gum,. cujos antepassados hajam alli vi\'ido desde ·a funuafiao das aldeas, nem outro

, I

morat.lor que possa dar ,testemullho no tocallte aos. J linlites, ,0 juiz interrogara a .. quelles que .moram iIO Iuato, taes como, ·ca~adores lle quadrllpede's e de aves, pu­~ores~ pescadoTf~s, os que apanham raizes, dOluadores de co·bras, e respigado~: e ~e'gulldo 0 t.estelDunho destes fixani os lilnites entre as duas aldeas. No que toca aOs Ii mi tes das terras cu It i \' adas entre si, po<;.os, tanq ues, hortas, e casas, 0 teste .. Inunho dos visinhos mais chegados de cada parte lleve ser c.onsiderado 0 melhor mt'Lo de decisao. Se ellps faltarem a verdade, cada um delles seja obrigado :i pa:gar qlunhentos panas.. Se 0 limi te 11ao pode ser verificado'l 0 Raja havendo respeito ao futuro beneficlo de ambas as partes demarcara 0 limi te de suas terras. ,.

() pl(~no~ q~~ 0 codig~ ue ~Ianu prescreve para 0 g-overllO tlasaldeas reduz-se a este ~ " U ~ Raja nOlneara Uln senhor de uma aldea, urn senhor de dez aldea!~ um senhor .de vlIlte aldea~, urn senhor de celn aldcas, e urn senhor de mit aldeas. '0 senhor de u~a aldea~ani parte (~e t?dos os roubos, tllmultos, ou outros maleficios, qllt' aCOD­

te~.anl denL. u do sell dlstrlcto, ao senhor de dez aldeas. De selnelhante lnodo 0 ~e­nltar de dez aldt.~asdara parte ao senho.r de villte; 0 senhor de .vinte ao senhor de cenI; e 0 senhor de celD ao sel1hor de mil. .'J

De, totlos (~sle~ o~ci~es 0 cabe~tl, 011 seuhor lie lima ald(~a pareee St':f 0 nnico que tem lIlantHio 0 seu officIO m~acto ate ao presente dia,. com csta ditrereu«;a, comtudo. que I'm qllanto no tt"lllpO do coJlgo 0 carfY'o er ".. 1

: . b ,a, flO que parece, Illcre'· tio R,:tj/l he ag-orn gt~ra .. iUt'utf' hel'f~dltarto enl luna. It' 'I f . r' A .. '" .' L

'., " ((e (lrlnUlc.l( a llUll la. divisao (lennmltl:ltla Per(l'ana pIHeee (.orresponder Ut-i f~m altl·n." · 1) f' , m·,... l"'-

• '" .", , t.: S, hl~ u.s 0 ICl,lc.s enlpregado~ n(~lla sao sO conIH:-ridos pe1a eulltJUUlU'au de dlsfrntarcn) . s t l'r 'I I' . ' ..

. '. ~ . . .1 f.J [lS OU proPos H're( Itaraos~. ou quando llHlitO ll(lr ~u~reI11 d, pO!ULlriOs dog n·j't~los e I u t ,) t' ., I) - .

• " 'r') (or. man 08 rt a.1 vus II ergana. I)a~ oul n\s di visoes ha (r al~OI 'V' ~tjgjOM, Illa~ os ('an;os do - l r· , fl'~' .... .

(J . 1 . ~ fCSI)CC I\OS 0 ILlac¥ pnrec(~ t.f'reJn totl\lulP'ulc ('.f\(hH~ado. R tlnu Ul£elltus d(j~ valloa om ·1'· p' -, ... ' It. I¥

C a~t) Itl U\ H1C1BC8 luO Clnfaluente cNpecificados no eo~

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= 4:3 =

aes con(orme .se aehar, para servir 0 c.argo. Os assis ten tes collectores nao estam ~o bre carre ~ gados de servu.;o, e parece .. nos que enl caua districto podia ser nOlneado urn comlni~gari() e.pecial para. f:sol ver todas as pretenc;ops dos partilhantcs, Inn<;ar seus no~es no catalogo, e qllesU~declsao fossp final; e pplas listas, que deVlalll ser 0 menores possi'll'el, facihnenle se pode~lao faz.er as ~o'lllea«;oes. No fazer estas nomea<;oes julgamos que 1l1ais se devia at­tender a~ qllahfica~oes para 0 cargo, do que ao grande principio da alternata; queremos dizer, que julganlos mais importan te que seja nonleado fora de sell turno nm ho­mem apto, do que urn !lomem de infp.riores habilita«;t.es, porque sen nOlne aconteceo se­guir .. se na lista. A instrucc;ao estA hllje ao alcance de lodQs, e julganlos, que enl todas as cidatles grandes n~nhum partilhante deve ier nODlcadol'l?atel sem saber ler e~escrever (a ). 0 que pois na nossa opiniiio se requer he mnior libe'tdade de escolha ao omcial 1beal, e se lor possivel, que se decrete alguma especie de prOVRli'· ou habilitac:o~~ antes de se fazer a no(nea~ao. 0 limitado periodo de servi<;o he muitas vezes olltro ohstaculo a proficiencia do homem" 0 que temos dito dos Ilatcis se applica lnulato 'ltfJ1uine 80.

ealcurois tam oem. 'w'" Agora uma palavra sobre 0 periodo do servi~o. Presentemente '"innitos officiaes sa.o

Domeados por vIda, mas 0 maior nllmero 0 sao somente por telupo limitauo, quasi sem­pre por cinco annos. Um homem inslruido pode aprender todos os deveres de Patel em tres mezes, e meSlno em um; mas a urn cultivador ,bot;lll leva-lhe annos, etalvez quando eJIe chegou a adquirir alguln conhecimento do seu servic;o, e se tor nOll realmente cor .. rente nelle, he que the acaua 0 tempo. Quando ~a .. muitos partilhanfes dB. 'otona, 0

unico meio de chegar ~ todos por' s"eu tl1rnd~b-:odlcio'he este principlo de~provimento a prazo curto, mas (lor conveniencia do servi~o pu ~lico seria melhor saeriticar urn pouco os direitos destes aspirantes ~o cargo, e quand~, poi ventura se achasse urn, homem apto e idoneo, conservaJ-o ~m exerciclo;e aqui notamos -t: que esta BOSSa doutrina'se acha neste caso em perreita~conformjdade com a doutrina, que hoje t segueJo governo da me­tropole em Inglaterra, e com 0 recen te manifesto de Lord Mayo, Vice-Rey da India Bri­tanica~ Como exe~p]o apropriado, conbecenlos uma grande '; aldea onde 0 . actual Patel he tudo. quanta .e'p'ode desejaiae um intelligente e· instruitlo Ma.ratha; que tem ~rallde infjuencia na aldea. e he um energico e activo official. 0 tempo de sel·Jservi.;o esta pro­XiUl0 a expirar, e como cIle he 0 unico melnoro de sua familia que saiba ler e escrever, brevemente tera por successor urn aldeao ignorante, que ficara inteiramente a mprce do escri vilo, ou sera guiado eln tudo por sell predecessor, que ficara real mente a fazer 0 servj~o, mas sem. receLer os proes do officio.

Ternos so brevemente alludido aos culcurnis, porque 0 Patel he, ou devf! seT" peisoa de muito mais importancia que elles. Os escrivaes da aldea sao fiscalisados; suas contaa iiugeHas a revisao e seus deveres sao mais ou menos bem lilni tad os. Os p" teis sao mail , -indf·pendentes ; he impossivel averiguar se eUes cUIllprem ou nao com seus deveres; ha iemprena aldea um partido da auctoridade, seja ella qual for, eben) assim outro da op­posifjao, enos casos em que 0 Patel he accusauo de faltar aos seu~ devpres, tOTna-se mui difficil a averigua"ao da verda,]e, porque entre os naturaes a anlizade prescreve que se jure se-gundo a inclinaC;Ho dos afreclos. Ao presente em virtu de da total incom­petencia dos Pateis, a responsabilidade be elll grande parte dividida entre cUes e os ea­crivaes, ehe pOT tanto rnui difficulloso discernir c\ qual dos dOlls se tlevem Imputaral Caltas e maos procedimentos. So a boa educa<;ao po(te fazer 0 Patel inderpIHlent~, ere .. rluzir 0 culcurlli a sua verdadeira posi<;ao de escrivuo ua aldea, e desul>alterno 80 Palel.

Em algumas aldeas os :Pateis sao actualmente COIllO se pode desejtir que SPjam 01

eabos destas corporac;oes, Inas isto he em reg-fa geral quando elles descendenl de algurna a~tiga e nobre familia; e ha no Deccan varios Pateis que s~Q, de nobre descenden­~Ia; e como aJem disso estes sao ordinariamcnte prop~ietarios nbast~dos. e pessoD.s dt~ Influencia, independentpmente lIa sua posi«;ao de Patejg, bastava que taes homeos fO!lem mais abundantf~s para que 0 actualsystema de alternata nao precilass~ de alt~rA«;ao al .. guma. f:.tel taes lao perfp.i lamente independente. do. culcllrnil, que ficam tendo '~UI

(a) Nolc·S(! (IUC os Inglezes m~5mo na5 granrJes cidades ( nio .~ndo de primcil'a ordem ) respeitam os cargos aldeao9, e as couuuu· "ldlde~

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I d 'nadoa como devem aero He mui necess:uio trazPf os escriv!es debaixo d~ .u lor I , . , red .. ", , pedir que Jhes cilia Da mao mllito poder. Como aenna (itsliemos he mlli dimen} - ,

e 1m 'd d I I '" 1 t()1() descobrir quaJquer erro commf'\tido pelas aucton a es a l ('as, porqlH> (' las 1<empre t amig-os e inimigos, qnt! estam prolll~los ajl/,rar a favor e contra ( alIa urn, sezundo 0 p:~ tido que seguelll. Alem diiSO 0 cultlvarlor IlrllOrante nao sabe se he lesado ou nit

, d 11 ...' 0 na maior parte dos casos' e como todos os OffiCI8(,S as a ( pas sao lUlseravl'lrnente ' , (' , '11 1 retn.

buidos, telll por iSBo a cada pass~ tenta~i)es de alher.r (IUal~ller I e.~a recompensa que

Podem. Que 08 emolumentos devism com l'antag-em do sprv'~o ser augmentados hf! . , ~ In· displltavel, mas esta !!f'nte he tiio prempta a SNVIr sem remlln('ra~ao. 'l...ue nao he absol

Q•

tameote nf'cf"sIIario. s.dvo rein r('g-ra de que', ('mpregados mal pagos sao os mnis carOl! o nr}vo fund" lncnl para IIhras. fJfle hnje Be 1'0; formal/do em cada aldta, tem rE'cf'nt~·. mente aug-ntentado 0 trabalho tlos official's del/as, que sao as ppssoas mais competf'nt~1 qu .. )Ie podem achar para slIperintender aquelles {undos (a ).=

XXIII

Remataremos esta resenha dos auctores i'lglezes com uma inte­ressante 111emoria, inedita, que fez fa\"or de nos enviar 0 ~Iajor Auld Suptlrintendente polilico de Saunto-Varim (b) , que por ser de ter~ ritorio limitrophe com 0 (lOSSO de Goa, merece duplicada attencao. A Jlemoria vertida do inglez em portuguez resa assim :

ATTRIBUJ~OES

(a) No collectorado de Ratnaghery, nosso vi~inhot 0 fundo lo­cal he formado de l111S tantos antis por cada rupia, que se paga ao the­souro publico. Cremos que assinl se procede nos demais collec­torados da presidencia de Bombailu.

(b) Esta jlemoria vinha accolllpanhada da seguinte

Carla.

My dear Sir.-I have Inuch pleasure in sending you the paper I promi:'1ed you when here, shewing the system of Village manage­Iuent In this state prel'ious to the Honorable Company rule, and our IDodified methocl of Inanagement in our Communities.

~hese notes al'e of course very brit'l, but lua y perhaps gi~e you ~~ Idea of the hyegone, and our pl'"esent method of conductlDg af· faIrs.

'Varce 27t'b June 1856.

Belie,'e me -yours very truly

J. 'T". Aul.'.

Traducfuo.

Meu caro senhor. Tenho uluito pl'azer de vos enviar 0 papel qut

v~s .prometti quanclo aql1i estivestes, nlostrando 0 systema da ad' Inlmstl'a~ao das aldeas neste Estado antes d(~ n'Ovea'no da Honorable Companhia, e 0 nOiSO uloJificado tuethodo de adlninist..oacao nll~ nouas Communidadts. ..

Estas nOlas sao natural mente mui bl'eVt~St mas podelll tal vez d. r

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r. ~. =: ·~a =

llfRlnLJl9()i!:~ ntl~ h'\~CAI\£S N' U~lA AITl\lnUl~'OES nos GANCAnr:s ~t tTlItA.

ALOKA. IlO ESTADO DE S~UNTO-VARUI. Al.L>EA DO EST.U)() DE SALT~nO-VAI\I"t.

Antes da administrar,ao .. britanica.

A!deas d~ Colal'ogo. Al'rcrada(iio ~daS l'endas.

t. Ncstns aJu~ns urn dos Gnnearea 'Otondarcs uirigia oil admioistra<;ilo dellas por altcrnatll, cobrava dos colonos a ren'{11 do Eslado, eo" Ora :n-corcho " (fundo das d'>Jpt'S(lS da alden), e fazia os pagamentos a

'quem de direito ern. Antes do anno de 1113".HI35, em que a <juantia da renlla f6i fixacla, nao havia tempo deterlllinudo para a cohral,,\1l della, lUas cobrava·se dos se-

1Jhorio'i tias terras cada vcz que 0 Sarcar 0

exilo\'isse, e por outra scmelhan te ordem, ou tat}a vez que fosse nocessnrio fazer d~s­

lIes as na aldea. se eohravll a quantia nppIi­cad a a f~lIas. Nenhllm recioo se passava 'destes pagarnE'nlos ao tempo de sc realisa­rem, postu que fkluscm lant;llllos em conta nos IiVfOS t1a aldea. Passava-se com:tudo um recibo no tim do anno, A pratiea de se passnr uma obrigaltao rein aliministra(;ao aa aldea fili introdusida no anno sobredito', }lois antes d~lle li lilo ba\r,ja.

2. Nenhtima regulari{lnlle havia no ql!e totcava ao Gram-eorcho, Para qualquer des­pes a que era mister fazer Da aldea 1I0 de­ClIfsO do anno, era cobrada n quantia dos colollos pelos ganeares e culcurnis. Se fos­s'? mister alguma despesa e xtra()r.dinaria alcm da or<;ada na forma do costume para. o anno, era tarnbem r.ohratla a quantia nc­ccS!a.ria, mns 0 Sarenr nao se illlportava: com isso.

a, As imposic;oes varias, taes como sobre o laba.co, aves ete., que 0 Sarcar lall~ava nas aldeas, pram rcparlidas, c c(lhrndas tlo!i col(JIJo~ pelos g-ancarcs e eulcurnis POf sua propria allctoridade sem orden..;; do Sarenr. ~~ hnvia 80hrlls desl.as imposi~i)'cs,emrn ap­Ijlj~a(h8 no gram-coreho, oU Ji'cavam tolU

Depois da administraQ'o britanica em 1838. a

.1 J4ldtas de Colarogo. A tTeradocuo ([as rtndas. •

I, 0 Gancnr Olonuar ( 'ldmi nistrntlnr ) p"ssannmllilmente uma (,hriga«;i'io no SnrC11f peIn administra«;no ClllS renuas do Estado flU!'

paga a alden, por f'SptH;O ue urn anno, dand() no meslIlo tempo l1anC;1l para 0 devido C'tJnI­

pl'imento das clausulas Ull mesma. DIl SUit

parte reeche 0 tlito Ganenr obriga~oei ~ fian~as dos senhorlos un tl.'rra <ia al,lea para o pagamento do foro ou rencia, a que sito ohrigauos pt'la tetra que cultivam' e hem llssi m pela pon;ao do fllndo tins despesili tla alde'a, que a eada um cabe pagar. Tambem cob'ra 0 dinheiro dos senhorio!l das terr",' segundo os lanc;amentos fixado8 pelo go­verno, e passa recibos dcstes pal!8.mentol. o dinheiro assiru cohrado paga-o as peSi(lIu~ quem tern auctoridade para 0 receber.

~. A somma requeridapara 3i despC'sas Ila aldea, he on;ada com accordo de todOi os altleaos, e depois de confirmado 0 ac­cordo peIo governndor, 0 gancar nao tl'l.l'

auctoridade para eXceller a verba votada, u£'m tao POllCO para ililpor algum n nova: fillta sobre a alae!! sem previas orticllli. do go'lrcrnO'.

3. 0 governo telll com 0 concurso .10s ganC<lres 'distrihuido a somma, que se tleve pll!.!'nr pelo imposto do tauaco, dns aves,~: outros muitos impostos de semt'lhante ('s-, peci(~, pelos senhorios d~ terras tin ,aldea, f-; ('special mente pf'los Kui-kul ('tllth'lIdof<] tcmpomrios.) Estlt diitribuic;i'io 1iC' sujeita t~

.os iclca UO preterito, e de no~so pre,~('nt:c nego(',ios.

lYlCLhodo de dirio'ir l'"

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Antes da administ.ra~ao britanica

I ,

Depois da administracad britanica

"1lS!! os gancares e cutcurnis: .. ~a" no revisao de ~nnos pm ~nnoq. Se no meio t~1Il Ca.o de falta era exactameote eXlgldo dos ha aiTluPllcla de eulhvadores tem(Jora' P(J

, . G 1 .. I ' tl Os "Q, colono. 0 que faltasie. anenr allnIlllstra( or aTlro"eltn. para ii' {J

(,file aeerescer sobre a taxa certa Ian ¥ () Se por' outro lado' a)gum dos cultiv \ d~.

. t t Id a'l\~re .. BSSIS ~n es nR: a ea pOl" oceasiao da nit' distribuic;a6, Be nusenlar d'ella 0 no llIl!!.

ff' ' ""anCar deve so r('r a perd/i' procedente desta f I A ' .' ~ d I a ta s vezes umn pon;ao os lIcro~ he apr!" . <fil as despezas dn aldea. Mas ° gancar le;_ ~ell1 direito de cohrar 0 desfalque por ~ I) Imposto sobre os colono! sem permissaQ d~ governo-.

.. A' reoda ou foro ao Sa rear e a. quan& , ... Nas aldea!!, oode hI!' '" Raswal" ... ' 't . I' . d ' au t · deltinada as desJH~sai da aldea e Ianf'ada- erras In( IVlsas sem ono, 0 Gancar' d III , "1 •• d 1 l •

ao " Rasw&l" ou terras, sem dono, indi. mlnIstra or paga a renf a ou foro ao go. . n8 mesma aI,rea' era paga peIo' Gan-' verno correspondente a essas terras· "f'Raa u , .. ' 1:.,' "', , e

car adminiatrador, por cuja conta corria' uem aSSlffi a por<;a~, que del1as toea al a perda ou ganho, que dahl proviellile. despelJas da ,amea, e po~ sua eonta corre 0

ganho' ou perda que dahl provem. 5. Se 0' p8ssuidor de alguma terra dffla-' . 5~ Se algum possuidol' de terra' anda au.

proveitada assistisse na aldea, a renda ou sente da aldea, on se se esqufva a pagar a foro era' em alguns casos eobrado' delle por renda ou foro' inieiro' qU'e cabe a Hua terra inteiro" mal em caso de sua indige·ncia', 0 Ganear t~m' auclorid'ade para fale; a terra era ou grangeada pelo' gancar convenios para cnltura de tal terra, e e eulcurni, ou arrendada' por elles a' receber 0 producto della. Se 0 dono con. outrem, Se 0 dono era ausente da' aldea, corda- em' tornar a posse da terra, epa. B terra era entregue a' seus' herdeiros, e a: gar a renda~ inteira, 0 Ganear Iha resti. renda eobrada deJleg; mas se nao bnha tue; recebtmdo a quantia que perdel) herdeiros, ou. se eftL ido para uma regiao' por esse respeito. Mas em caso que algum distante, ou ainda- que assistisse' na aIdea' senhorio' de terra morra sem herdeiros, ou abantlonava 0 seu direito a terra, era esta renullcie a todo" o· direito> que tem nelIa,oll ou vendida' a outrem, ou Be dispunha della' pot sua longa aUs-elicia' da aldea, 0 prodllcto de outro'modO', para 0 que nao; era' mister da terra' seja insuffitiente para pagar 0' foro ordens do Sarcar. Se 0 dono reeOlhia depoi." ou renda, que nella- he imposta,08 gancares de serent passados annos,' mas a tempo' que devem, obter a sanc'tao' do governo' antes a terra' nao era ainda vendida', era-Ihe resti- de disporem' de taes terras; ou por qual­tuida, mas' a perda que tivesse havido era' quer moHo transferirem 0 dire ito de proprio eJJe obrigatlo s' resarci·la~ edade sobre elIas a outra al~uma. pessoa. ,

6, Se' 0' dono de uma terra vendia; hypo;. 8. 'fodo 0 dono d~ ferra' he livre d~ thecav8', ou de outra forma dispunha da vender, hypothecar, en de outro qual[{ber terra 8 favor de outra' possoa, a hypotheca outro modo transferir seu direito 8 ontra ou venda' feita era attestada pelos Ganea- pessoa sem liceR<;a; do ganear, mas' para res e outros Olondares; depois disso 0 atalhar enganos ou frau des ns traDhC~O, don.o req~eria· aos gancares Cnlcurnis para. he mister que a. escriptura sejw la1rada abnrem titulo em nome do' comprador ou pelo Culclirni, ou escriyi\o da- aldea com &

hJpothecario, e elles' auim 0 faziam s~m attesta~ao do gancar. Na inve.tiga~iio. rt'I­ordpllS do Sarear •. Nao' era necelJsario- 80' pecti'l8 a transmiSSRO da terra e .eu \ltu~tl dono obter licem;a da Gancar curcurni para' no nome de Qutro Ilono; o· ganc3r Jeve DU" di.por da .ua terra a favor de outra penoa. nt.trnr informadlo' no ~OfertlO sobre 05 te-

• j ue gUlntf'S'polltoa, a f1jaIH~r, ie a pf)S80a q. diMp3e da lPfra ht" sell real e verdadel ro

proprif't.ano; se hit (lllf'Ol maii tflohn part~ lli. mCllma terra; ee 0 felto till terra qu

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= ..Antes da administrayao

britanica.

47 =-

Depois da administraQio britanica.

fica na pOise do vendedor 011 hypothecant.e (no C~80 de haver eSie r~gto) he capaz dp. produzlr 8ufficiente para coLrir 01 rendi· mento8 que delJa hade haver 0 governo, Ii­~almeute Be "ta alguns impedim~nto8 gerael a transrniS8ao. Feito isto, abre-se 0 com­petente titulo em npme do comprador ou bypothecario (8el{unclo for 0 caBo) com permissi'io do governo.

". A rends do pagode da aItlen era ,... 0 gancar adminilltrador jnntamente ~lItada pelo gancar administrador nn forma com os outros partiIhQ.ntes regula as des­de sua religiao, e com 0 concurso dos ou- pesas rela.tivas ao pagode da aldea na for­tro. g&ncares~ Era da obrigac;ao do ga!Icar rna da religiao hindu, por meio de tli­administrador nome~r urn s.enidor do pa- nheiro apartado para esse fim. Tern tam­gode. A despesa do dinheiro applicado ao ~em eIte 0 direito de nomear os miniiltrol pag-ode era leita 80b a inspecc;iio do gan- e 8fOrvidores do pagocle' ; he porem obrigs­car, mas nao se dava ao Sarcar ~onta al- do a mostrar ao governo no fim do anno, guma annual desta receita e despesa. se as uespezas foram ou nao justificadal.

S. Os gancares e culcurnjl usavam 8. 0 gancar nao he auctQrisado a alie­'I.'puder on arrendar as terras pertencen- nar 0 direito de propriedade sobre as ter­feB aO pagode a qualquer pessoa, com ras applicadas ao pagode. aprlica~ao as despesas do pagode.

9. Se ha\'ia mais de um gancar admi­nistrador, 0 Iucro e perda eram reparti­dos entre eUes.

10. Se chegava a. noticia do Sarcar que em J,lma aldea pavia terras que arn­davam 80negadas, e nao pagavam foro. ou renda, aqueUa aldea era imposta pe-10 Sarcar por uma avalia«;ilo em globo. Os gancares e culcurnis enUio usavam vender 1J,S terras a quem queriam, e im­poc a renda ou foro sobre cada uma proporcional~ente,. e por seu proprio ar­Litrio. II Nao era costume offerecer 0 Sar­

car uma aldea a administra'tilo dos gan­cares, mas cad a um delles tomava eont~ da adminiatra'tao della por leu turno,

II. 0 gancar costumava t:'eceber um nJario estipuJado [muxara, -tnoQ~h~­hira, efcfev(~() ~ajor Auld] }lela adml­)lj~tradi(J da aldea.

13.' QuaelfJu(~r orden a cxpedidas pelo Sartllr (t aldefL re)ativa8 a materia <,:ri­milia!) ,:i,n eler.utntlas pel0 Fouj (Iar; e "II qu~ dizl:m f(~/<Ipeilo a fazf>udll, 1\ ma­tt'rilt dvil etc. pelOIl gllll«:ares e CUkllrui, fI; U/L' e \jUlrUlS telll ul)rigll!;ilo (k «lar

9. Havendo mais do que um adminill­trad or em uma aIde a, dividem entre 8i 0

lucro on perda result ante de sua admi­~li8tra<;ao.

10 .. Se se descobrem alguma8 terral 10-

n,egada,s, e que nao pagam foro pu renda, o Sarear da ordem e instruc't0es lobre 0

modo de dispor dellas. 0 ganear niio tem poder algum neste negocio.

II. Se 0.11, ganeares de Hilla aldsa recu-; sam obrigar-se a pagar a sua renda ou (oro por em cheio, 0 goverao retem a aldea sub sua propria administra,c;ao, a qual ad­ministrac;iio os ganeares 0 tondares nao podem re4aver, salVo repondo q~lalquer p~rda, que 0 go verno possa ter lolTudo du-rante a sua direeta adminis,t(a<;ao. . . 12. Os ganeares recebem um aalano fixo pela admiIliiltra~ao das aldeas.

13. Os gancarei devem executar qua~." qner ordens expedhla~ pf~l~ .go\'rrno t.. ~\­dea relativlli l\ ne~oC108 ClVlS e tl~ .f!Llt n-

I ( (tnc di_em re.pt'ito n. pohc\l\ lite

, 11 as ). . t t las 1)el08 Ji'ouJ'tlare. ,e UllRlI rat exenl Il( . "

(lUtU!,I}I\t'1 4nfor1Ua~~ei quc' 0 go,erno fllJ.

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Antes cIa adnlinistraQao britanica.

qnapsquer informa(;i'ies ('xigiuns Pf'to Snf­I·ar.

Aldeas de Coty. ).,. ~f'stns nltIeas 0 foro ou renun foj

impasto sobre n alden, e nao ~ohre os Thi­LallS (prcltio8). Os gancan'l fuzem culth"llr liuas terra~ por ('olonos. Delxa!H)o a estpi a IOUI1 tlevidn parh:, recebiam delles a par­tiJha se£;unuo 0 costume do paiz. e !latis­faziam as pxigencia!l do SMear, e as despe­sail da aldea, resenan(jo para si qu~lqll.er

)lIcro ou perlin llue hOlJ"esst',

J:i. Os Cotes usa\,am "eoder as ter.ra~

.em perpetu9·

) 6. Os §§. 3. i. R. 9. 11. e 13 rlesta ~e­moria Sao applicavel(a estas aldeas.

A Ide as de Kkichry. Nestu alde~s observa-!oe a pratica de

arubas ali !:Species referidas, de Colarogo: e de Coty.

DeI,ois da administraraQ britanica. ."

Aldcas de Cot 9.

1-1. N'uma aldf'n de Cot.v 0 foro nlio i m posto soore eada terra separadaru hI! O . I ~nte

~ cotes (1st 0 le O~ gancarps flue rf' . , 't ,IIPon.

c..Iem pel a rendn ,Ia aldea ) fazcln cult" ., IVllr

as terrll.S por comuos. e pnssao uma ( t ~!OJ r J JTI·

J!'lu;ao ao .;,arcar na Jorma Tf~[~rida no 9. J

Rf:ceh.em cloll c.olonos a partilha lIl"gllndo a pratlca do palz, e pr~gam 0 foro 011 fen. tin ao g-overno, e as despesas dn aldea, 6-caudo com os )UCH\S, ou !iolTrendo a p~rda no caso de a haver. '

15. Os Cotf'S estam no costume de ar­renuar as terras p{;rmanentr:mente; Dllll

estes arrendamentos nao sao acceitos pe\o governo quando a aldea he tirada da POil­

se dos Cotes. 16. Os §§. 3. 7. 8. 11 e 13 ~ao appli­

eaveis a uma aldea de Cot!'_

Kkichry, ou aldeas.

OntIe pervalecem ambos os systemas) de Coty e Colarogo.

I.,. As ter-ras de Coty eram administra- I.,.. Ai terras de Coty destas aldeai lao da~ !egundo a pratiea d~8 aldea$ de Coty. e administratIas seguntlo 0 systellla das al­:\1 de Colarogo segundo a pratica das de .deas de Coty, e ali terras de Colarogo !le-Colarogo. gundo 0 uas aldeas de Colarogo.

Policia. policia.

18. Antes do anno de 1831-1R3508 otliciaes que administravam os negocios dp fazenda~ eram tambem encarregados do! d.~\'eres da policia, mas depois daquelle an­no urn qO!l gancares Otondare~ era norneado para tef cargo da poll (' i;.,.

Dtvtrts «0$ CulcfI,rn2·s.

" <

18. U m membro tIa familia de um gaD­car Otondar he com 0 concursO de todo& os ahi~1i.os nomeado pe]o geverno para eXercer as funcc;oes policiaes Da aldea, e eXerce-as segundo os regulaJ;llenlo~ res­pectivos. Os principaes deveres deste indi­"jouo cOllsistem em dar conta aO Sarcat da perpetrac;iIo de qualquer roubo, oU QU­

tfO crime commettido no tl"rritorio da aI­dea, prendenflo QS delinqueptea, e entre· gando-os as competentes allctoridades. Tam­bCIIl tem ohriga<;i'io de dar cumprimento al

ordens de po1icin, que em seu devido tem­po 0 governo the d~ri~ir, e ministraf qual* qller informal;1i.o, que delle se l'lijll~ no que toen a :!u~ alden,

Devef'cs flos Culcurnis.

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tr.= ' I.. (J _ .. _-- q, ._. I

Autes da adlninistra~ao . britanica,

. ,. Ern tIe\'ttr do Culcurni f"SCff"v('r 0 pa­pI especificlldo flO~, ti tit'st a ]j[nllori fl.,

~o cap· que falla dll uuctoridlllJe- 00 gllll-

cnr. , 3, Ern taIDbem d(>\'er do Culcurlu dar

. prilllt'nto as ordens expedidas a alden I UJU • • i ' . Jelo Sarcar IIsslshn( 0 aos g-anran's e Ii (IIIJ-

~ar; e ministrar todas 8slillforllln~OCi .. (JUt; £;,U~lP exigidns pelo S~Hcar. .

nepois da administraa.oC· britanica.

l\clmillislratlor a calla lim dOli ('o\ono'l, p.­I'll 't'r !Ie 0 prillll'iro tem ,11'vid!llU~ll\e a~­

rel'IHlado II tiinheirll, tllie 011 lIf'gUUOOIl l\~­vem pagnr, P St' IPlll (<,ito en\fI~;z;n no go­\'t~nlO. Ig-ualmente (,l!crc~,,'C', (' gllllrtlil enl !'h'll pollcr os t10t'unu'llto\i ue fn1.t'lllia, e ue pfJlicin tIll aldea..

%. Oeve l'lIt'rever 01 papei. meuciona­dos no ~. 6 do eapi tulo, quO faUIl dos p(;­,krC8 do gnncar.

3. nl've 1l8sistir a08 gancares e Fouj(lar no fompriml;1l10 dal ordena experlidaa &

elles pelo SMcar, e III inis tar todns ali info!;­mn~oes que delle forem exigidnll.

.l. W. AUI.D.

XXiV.

po estudo, ql,le fica feito sobre 8 organisac~o dus communidndes das aldcas de Goa, dos excerptos dos auctores inglezes, e da opiniAo de outros por elles referidos, sobre semelhantes institutoa nllS diver­sas partes da India, sujeitas ao dOluinio da Gra Bretanha, resulta que s~o municipios nao so as aldeas, onde a propriedade he possuida em_ co~mumt e ~s quaes mais estrictamente pertence 0 nome de com~ munidades, mas igualmente aquellas, onde a pl'opriedade he possui­da livrcmente por indi viduos pal'tieulares.

Esta \'crdade ( ninguem em boa fe a podera contcstar; fica bern patente a luz brilhantc do sol do oriente; e s6 a nao v~ quem he ce­go~ e quem a nao quer ,'cr » para usarmos, com a devida venia, das fel.icissimas expresspes de pessoa, a quem tributamos amizade, res­pelto, e vener ac:ao.

Hesllltll tamhcm que se cleve entender por communidade todo 0

~unicipio aldeao comprehendendo nao s6 a parte cultivada ou a~~i~ Dlstrada ern cQmmum, mas todo 0 resto, em que a terra he pOSSUlda

l'~r particulares. Estes particulares uao sao pessoas cstranhas ao gre­mIO" muniripj~, Oll pe9ucna rcpll~lica aldea, por potonomasia cba.., ~nild~ ('ontmullulade, POf!{UC meSlllO quando .Ilno slio gancares, cu!a­,harms, cllutocnres, 011 por outro ljlwlqller titulo mrmbrns da sorle-dade ag)licola, que grangea as lelT3S I'm COlnmurn, SIlO foreiros it rnes­Tnu socirodude, entram. oU pudern cntrar. nu fornu dn fOfill. 8 IH\l'das e gtlHho,", IIll eomrnllni(]ade, eonfiam suns fazendas 6. vigilaneia dos onirille~ del,la, Jogl'lun os beueficios dos "al!ados extel'll0S, e tIP todas as IH'Ulfci­t,onas de camillho~; rH'~'QS, foulest eues, e ontras obrns pnblicas~ que ft

lorrllllUllidade ('uz lJ sua cllsla, IllUilu8 y(~zes sent ('xigil' a coopera-:no

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delles, coopera~ao, que alias tern direitQ de reclamnr. Finalrnente o. chamados .particulares sao visinhos do mesmo concelho, municipes dQ mesmo municipio, cidadaos da mes~a republica aJdea, com direitos e deveres correlativos: .

V~-se mais que ainda nl,lqueUas p~rtes, oude as revolucoes politi ... .cas, ou outras causas hoje difficeis de averiguar, despojaram os hdbi-1antes do direito d~ propriedade, pu commum e collectiva, ou allo­dial e privada, ahi m~slllo restam profundo~ vestigios dos antigos mu. nicipios. Apontam para ~xempl0 Beugala os auctores inglezes; enos poderemos appntar a nossa proVIncia de Satary, onde a circumseri~ c;ao do territorio dtis alcieas permanece inalterave1mente a mes~a; Ol\~ de se tern perpetuado ~em mistura as familias dos antigos ganeares, e naeornins; e onde estes, posto que desaposs~do~ de direi-' tos legaes, exereem pelas tradi.;iies historicas tima grande aseeo­dencia moral, de que nao raras vezes abusam; sen do que libertos a~ gora do vinculo gancarial, que os ~evia sujeitar a vigiIaneia da au ... ctoridade, acha ~sta muit~ maior difficuld~de ~m reprirnir aquelles abusos!,

A dissolu~ao da~ communidades abrio caminho~. de~povoar-se a provincia; a despovo~.;ao 80 ahandono de seus ferteis campos, e a cria.;ao de mattos impenetraveis ~m suas' mont~nhast onde malfeito­res, ou descontentes se acolhiam quando queriam, e dalli amea.;aVlIm, e pertllr~avam todo () estado. 0 governador geral visconde de Vin~ Nova q,e Ourem attingio 0 ponto, e emprehendeo restaurar as ~o,.· munidades de Satary; mas pao he ao som das bomb&rdas e ~rcahuzes que estas pacificas sociedades se congregam, ou s,e restauram. Depois da guer~a nao tornou ~ occorr~r 0 pensamentQ da restaurara.o d~s It"ommumdades: vogavaql entao Ideas pOlleo favoraveis a estas lOstl­tuicoes; e a pro"incia de Satary seri(l' ainda hoje em deserto bravio. se a providencia nao trouxera a G@a alguns monetarios estrangeiros, que se encarregaram de a povoar e cultivar. Oxala sejam hem suc· cedidos, porque ~ prosperi dade de suas emprezas hade repartir-se com 0 estado. .

Estes [email protected] c.on~ractos de .ar~end8mentOt em que ~ntraram todas as terras dlspOnlVeJS da prOVinCia, nao dao mais lugar ao pensamen .. to da restaura~ao das communidades. Attendendo porern 0 gover{lO a que os gancarest posto que Dominaes, semeavam cada ann~ 0 Jutt) de terra, que escolhiam, para delle tirarem' sua subsiste[)~ia, pagan" do.o foro ou re~da por ahidr~Qao; C nao convi[~do poroutra part~ delxar em pOUSIO e desoproveltamento as terrlls, que pelo seu sys terna, ou falta de systema sobravalll cada UllOO aos dih>5 gancarea. ~ssentou-se repartir pOl' clles lotes (jxos, que Ihes fiquern perteu

4O'

(:~utl\) de I'rf)priedud~ com 0 onus ..Ie um modicu foro; colD {Jue sf.

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(onrilinm mui vantajosamen~ os direitos adquirl'lI'o.! dos p , . ' . V~ roprlOsgan-

cares naturaes, e os que se concederam 80S oO'OS urrend t . . d . b 'd· a arlos es-trangelfos., que evem rece er; e re UZlr a cultura perman t d t t f... - 1· d en e esses tractoS e., erra a lj agora nao cu llYa os, ou s6 impcrfeitamente cul-

tirados de annos em annos. xxv

. Sobre serem, on !lio as communidades. municipios. objeclam os i11ustra~os redu.c~o~es do U~tramar ( a ) dizendo: as communidades foram SlID mumclpJOs,' mas }a 0 nao sao, desde que vieram os muni­cipios portu~ue~~s, ist~ he, as camaras ·m~nicipaes. Co'nfessam porem que nas, commuBlda~e~ ~as Novas Conqmstas, ondo ate hoje nao es­tam . c~e~do~ os; mumclplOs portuguezes, estfl em s'eu vigor 0' antigo mUnICIpIO hI ndu. .

ExcIuida ~ p~ssibiIidade de sllppor-se qll~ aquel1a red'ac~~o\ s6 re­conhece mumclplos em Portugal desde que as camaras. rec'eberam () sobrenome de municipaes, manife~to esta que a distancia entre nos fica sefido bem poucaJ Quanto as communidades das Ndvas· C'onquis­tas nao ha discrepancia ; e quanto as das Velhas Conquista'S 05 nossos coniradictores chegarani-se para n6s nove decimos dO' camin'hd; e es­peramos que nao tarde a sumir-se a raia, que ainda nos separa, se nos separ(J~ , ' . "

Admittem que os municipios poriuguezes', inlroduzidos na India par Affonso de Albuquerque, e pelo l\larquez de Pombal, represen­tados nas antigas camaras ou senados~ nada alteraram na organisacao municipal das aldeas. 86 aconteceo isto depois que aquelles' senados: da camara se chamaram camaras municipaes. "

~Ias nao podernos atinar como s6 porque 0 corpo da' vereacalJ rnudou nd modo de e1eicao, se conve'rtesse 0 municipio portuguez tnoderncr n'uma' sO'ciedade divers! do municipio portuguez antigo. Em Portugal nao' 56 deu por essa: conversaoi 0 concelho he a mesma en-' tidilde desde 1834 que era llntes desta data. As attribui~oes da ea;... tnara municipal sao fundamentalmente as mesmas que eram as' d?s antigos senados das eamaras. As differencas de forma, a qu'e' obrI­g~~ a nova organisaCao politica, nada 'influiram na constitui~ao mu-nicIpal do concelho. , . . As leis que se applicam a india, consideram a a1dea a mesm8 eob­

dade . mUI~icjpal depois d it nova organisacno politica, que antes della. A Ie) eteltoral,. que em Portugal manda fazet 0 recensea~ento por coneelhos, manda-o razer no India por aldeas;· e 0 que malS he,. c.h~ .. 1l~i1 a form'D«;ao d'elle ao sncta'dor, officiR} de fazenda do mUOlCJP~() hll1du. 0 lan~llmento da contribuicao directa, ora decretnda, e cllJa

(~) N.I) SSG. de 29 ue novembro de '869.

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execuc;ao se preplinl, he tambem ,f~rmado por alde3~~ p 0 cscri.,. dellils; official de fe puhli,ca mUnIcipal, alem da g~ande ~Ilrle que torna nn formac;ao das matnzes, reeeheo n8 mesma lei a obng8~'o d 8ssistir ao recehimento dn contribui,:uo fl bocca do cofre, e as.~ign8~ o conhecimento com 0 recehedor. "

A alden he no India a unidade social. civil, e ~olitica, assim COll}o

em Portugal 0 he 0 co~celho. E qu~m ?8., essa un~,dade li, al~e~, e no ('oncelho? he a sua umdflde de tetrltono; he e seu governo cotnmu_ nal, que ':1esse territorio exerce,a corporac;ao gerente, pur si, ou por seus officiaes.

JA depois que a carnara-'ienado pas~ou n ser a camara-municipal, o decreto com Corca de lei de 7 de dezemblo de 1836 manda que Ii admlnistra~ao propriamente dita <las communida:des seja encarrega .. da aos administradores dos concelhos; e que todas as quest~es jUdi ... ciaes relativas lJ dita administracao das communidades sejam da com .. petencia dos jlJi~es de direi~o respeciivos, ficando por isso ab(\lidos os Jugares de tanadar m6r, e juizes das cOl1lmunidades. 0 que. significa bern clara mente qua no instituto destns flaO houve a r11inima altera.; tfio; apenas passaram pnra 0 poder j'udicial us quesloes judiciaes, que pelas novas regras estabelecidas s6 podiam pertencer Aqu1elle' poder, ent~o estremado dos outros. Em tudo 0 mais 0 administnidor do concelho he 0 successor administrativo do tanadar mor, e do juiz da~ communidades; as qua~s sao hoj'e tambem as meSmas que eram quan­do ubedeciam, cumulativamente na jurisdic<;Ii'O adminrstrativa' e' judicim aquel1es magistrados.

E em virtude c1aquella fei, q'ue esta em seu plen'o' vigor, se ten1 ate hoje as camaras muicipaes Hbstido de i'ntrometter-se nn Corma~ad e. ~onservaQao dos vallados, que srio por ora quasi os unicos caminho~ Vlcmaes, que cil ha ; no fabrico e reparo dus pontes; na limpeza dos P?~oS; n~ ~olici~ rurnl, e em out1'as muitas cousas, que pelos princi-1)19S, ac1mullstratIvos geraes, e pelas leis portuguezos em plel18 exe­cllOio na melropole sao da cornpetencia dus municipalida'des, e nesta terra foram, e sao da competencia das communidade~.

, Se as comm.unidades cessaram de ser municipios, sao (afsas as con'" c1usocs, que tlramos no nosso 1. () Brado; mas COmo fivemos n fortuna' de ver eS,sas conclu~oes acceitas relos illustrados redactorcs, 8 que' ~os refcnmos, nao hade permittir 0 seu born senso, e recoohecida lllustraCilo que ncguem os nossos princi'pios, unicos em quo aqll~II~~ concfusocs se contcm. Uepelirnos pois oinda outra vel" 0 muniClPlo pO~luguez no .J~)d.jtl.l~rcs~dido pera ~alllurn municipal, ntl~ ficoi. sob(t~" posto no mUtu~lplO h,BlUII (commu IIldaJe), IOns juxta-posto, como era desde a SUll prlmordlol fundueao ~ob n presidcncia do senat!o da ell'" thoro.

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XXVI.

A variat,:,ito da org~nisavllo do corpo da governanQa communal n~o altcra, como temos dlto, a constitui~ao do concelho. oem a nature­Zil da jllrisdi~ao municipal. I~m Portugal 0 concelho foi 0 mesmo e a mesma a ~?tureza da jurisdi~ao muoi~ipaf:; antes de se aggreg;r 80

corpO da \',eJfean~a 0, elemento demo~~tico dos procuradores dos mes­teres, como depols dlSSO ; •. semelhantemente, qua'odo no carpo da vere­anca entrava urn so procurador do cobcelho, on entravam dous; quando a governan«;a municipal era presidida r elos juizes ordinarios. eleitos da. £?esma forma que os vereado~es'~l como quando" era ?p'residi­da pelos. JUlzes .. de fora nomeados pelo Imperante; quando os verea­dores Salam el~1tos por pclouros tIrados em camara, como quando arum designados .p~r pauta~J:ap~ovadas pelo podet, real; quando a camara com os hornens bons da govefn~nQa; que era 0 conselho m u­nicipal do tempo antigo, cicgjam os procI1rador~4! luf cort~s, como agora que a camara com 0 seu moderno conselho" m uriicipal perdeo aqueI1a regalia, e elege a nova ehtidade" dos procuradores a junta ge­ral de districto ; quando a carria~ra jtilgava as injurias verbaes, ou ago­ra que as nao julga; quando havia almotaces, ou agora que os nao ha; quando a camara julgava em appellaQao das senten~'as dos mes~s almotaces, ou agora que' nao ha taes senten«;asi nem a ppelIa~oes ; quando a camara, ja depois de' constiluida pela fei~ao moderna; fa­zia 0 recenseamento politico, OU. agdra que 0 nao faz; quando a mcs­rna eamara nao Cazia 0 recenseam'ento para o' recrutamento, ou agora que 0 faz; tillaLnente 0 concelho era a mesma corporafiuo munici­pal quando tinha por norma de suas accoes as ordena(,aes· do ~eiriO, e leis extravagantes, ('omo depois que a teve na~ leis de Mousinho da Silveira, no codigo administrativo de 1836, Oll no de· f 842, que fe­lizmente nos rege, e Deos guarde pot muitos annos, para nao vir outro peior (a). Se pois cst as accidentaes differ~nvas de forma nada ,81-teraram na natureza e constitulQ8.o municipal em Portugal, nada podtam alterar na India quanto aos nlunicipios insthuiclos a portugueza, pa~a com os qunes as Gausus, que lhe restringiam a area do poder munl-

(a) Esl~nuo este escriplo nn imprensa chegou 0 decreto' ~fo 1.

0 de D(.!zclnbro de l869 ( Dia1'lo do Coverno, n. a 280, de 9 do dlto

mez ) (~()ntend() Ulna nova reforOla adrninistrativa para estc Estado. ~aquclle ,decr(~to ja 0 cod igo leva unl bOHI corte,. e se luanda itl(~Jn. dlSSO ( no al'tigo 77 ) (Jue ~eja novanH;:nl~ ~'CVlst()t para ser l)ulHleado f~ (!XCClllado COlll as :dtcrac()cs cX:lgldas pelo mestno r~e(!·{'to, c ma lb Icg-i~la6.o em vigor. CO;lOamos quc lles S:\ rc~isiln SI~,I~;~I) a~ cfJtnlullnj'L.j'h~~ (~()nlmnl)l;H)a.'i Jl(i) llHldo, ({lIP eOll\'('tll aos i~l'" t q C S (. , • 'I' t ' . ,

- ".f"l (Jilt! re"l'(!btntalu na :,odcdtHle ('In/ IfH lUna.

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ctpal no regimen do! ~enlldo~, permaneceram as mC!lmas soh 0 reg' .. mento do identica corpora~lio appellidada camara municipal.

E digamos aqu~ de passagem que preferimos a. anliga formac;~() da governan~a InUOlc.lpal portugueza a moderna. Na camara antiga en~ trsvam os vereadores como representantes da nobreza, 0 procurad()r do concelho como representante da classe media, e os procuradore~ dos mesteres como representantes do povo miudo, OU plehe. Hoj~ ninguem sabe 0 que os vereadores representam, a nao ser uns tan_ tos mil reis de renda cad a urn. A organisacuo antiga era muito mais liberal do que essa nova que ahi ha, que he tod] aristocratica, sem embargo de se arrotar muita democracia nas palavras; nem pode dei .. xar de assim set, onde 8 lei ma~da medir a capacid-ade politica dos ,ujeitos pelo dinheiro, que tern de renda.

E com quanto a historia e a legislctQao testifiqllem que n30 deixa­va de haver antigamente eonloios e subofnos no suffragio restricto· mettamos a mao em nossas consciencias, e digamos se esses conloios; subornos se podem comparar com os escandalos, que. se passam cada vez que ha 0 a que por anti-phrase se chama eleic»'o das camana municipaes pelo actual suffragio quasi universal, e oa Dossa India 1'B8is que universal.l~ ..•• • Valha-nos Nossa Senhora da Piedade, S. Louren~o, e outros S8n-

toe e santas da eorte do ceo! .

XXVII.,

Os contradictores dos nossos principios, mas defensores das nos§a~ conclu8oes, admittem que a camara municipal na India pode fiutar 01

moradores das aldeas, assim pelos lueros, que auferem de suas pro­priedades particulares, como pelos redditos, que recebem das terras, que entram no giro da communidade, e sao pagos pelo seu cofre; isto &em prejuizo da isen~o, que a communidade logra do regimen camarario. l\tJas idmn est q-uod idem valet. Supponhamos que a camara municipal forma urn or~amento de dez mil pardltos, e que os derra .. rna na forma sohredita. Como a cobranca da finta exigida directament6 de cada contrihuinte, esta sujeita a gravissimas difficuldades, e nota­leis delongas, porque s6 pode ser feita pelo systema das Instruc~~es regulament8ltll da arrecadaCilo da contribuiCilo predial geral, que S6

Ilr.ham decretadas; a camara depois de lutar muito tempo co~tra aqueHas difficuldades e delongas, trata de Rehar-Ihe remedio •. N1S~O diz urn dta 0 presidente; meus ~enhorcs_ sabeis que a despmto e todol 08 nossos trabalhos ninda nao entrou no cofre da caIn;!' 5enlo uma bagatella. que para nada serve. Achoi por~m ~ reme '0; .enlo radi(':ol. 80 men08 palli~tivo a nossos 8fhaques tinancclfOS. com

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B flotA sr reparte .pouco mais ou menos em partes iguaes entre 01 red­ditos das cotnmllmdades, e 0 que deve vir .los particulares· se n68 e­dissemos 80 governo .que a parte que cabe aquellcs redditos no~la lDaod.l1sse pagar p~r Junto pelos sllccadores, que depois focilmente de­duziflam de cada Inter~ss~do e componentc das communidades a ver­ba que Ihe. t.ocasse; sena 1.SS0 urn ~rlln 1e beneficio a camara, e 80S

nosSOS mumclpes, que aSSlm poganuo, scm vexames e sem processos aquella par,te da finta; e ao menos reahsaremos n6s meta de do mesma finta. que jil .che~a para algllma .cousa. Approvado unanimemente. E Jogo em segUl.da faz-se 0 requenmento ao governo na forma da pro­posta do presldente. 0 governo, que na hypothese, reconhece 0 direi. to da camara, acha a cousa boa, e derere favoravelmente. Ahi v~o pois os saccadores enb egar a camara municipal a finta das communi­dades, que he 0 que aquelles nossos contradictQres dizem comnosco que nao pode, nem d~ve sere

Se a camara fizer )sto para a conslruc~ao dos caminhos vicinaes, por exemplo, com 0 mesmo direito 0 fara para todas as outras des­pesas obrigatorias e facultativas, a que se julgar auctorisada. Atraz da camara vira, como muito bern advertio urn do~ escriptores do Ul­tramar, a junta de parochia; e n6s accrescentaremos que utraz, ou adiante da junta de parochia, e da camara municipal ira a junta ge­ral de distric.to. A estas condusoes, e nao as nossaa levam 01 princi­)Jias dos BOSSOS contradictores.

XXVIII~

Dissemos que· a cobran~a da finta directamente do mAo. de cad~ contribuinte estll sujeita a gravissimas difficuldades, e notavelS delon­gas; e vamos demonstra-Io. Como ella hade ser reita, como fica ad.­verlido, pelo mtlsmo systema ja decreta do para a cobron.;a da contrl­buiQao prerlial directa, estudemos 0 processo dcSt8, e o~ seus prova­leis resultados. A opera~ao pode-se dividir rm tr~s. perl~dos: ~aga­mento voluntario a bocca do cofre; execu~ao admuHstraltva; execu­~~o j~dicial. Cremos que nillguem espera grande affluencia de coo­tnbulntes a pagar voluntariamente it bocca do (',ofre, apezar d~ ser : estc prirneiro periodo ninda subdividido em dous prazos successlVOS. Havera alt'! muitns contribuinles, que nrio repugnando ao pagamento, S(! verao irnpossibilitauus de 0 fazer, por nao coinciJirem as cDochas d03 mesmos par1;nneotos eom nquellas, em que clles pelo producto de MHl8 (~ulluras p~dem ter meios de os satisfuzer. pode tal~ez com sa­~u~arH;a preyer-sf! que a esta form.) de pagamcuto 1140 COllcorrera foalS de ('inco por ccnto dos contribuintcs. .

N~o flJtla~8 ja na escrjptur8~Ao, que be nlister faze-I" entre 0 prl-

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= 56 ="0

'ro c seO'undo prazo dcslc IJcriodo, dos 3visos pessoaes, e dos e ... mel ~ b 'b . . ditaes, que se hao de affixar as portas .dos contn uHl.tes, se por vel) ... tura houver portas oude se possam afilxar tacs escnptos, que sendQ em lingua portugueza, serao como sc fossem em ~rego pa~a a bOll

gente, que assistc por essas al.d~as. ~egue-se depo~s de mUlta nOva escr'pt~ra.;ao a execugao ~dmm~~trahva, que pode~do ser SUspe~lSa. por triota mil motivos, algum dos quacs haqe mf?lhvefmente s~r In ... vocado pelos intcress~dos, temos que poueo fundua 0 trahal~o; mas demos que funda muito, nao cxcedera talvez a qunrcnta ~ CInCo por cento dos eontribuilltcs a proport;aO dos quo por este melO hao de pagar. .

Serao por consequotlcia cincoenta por c~nto relaxados ,ao .poder jll" dicial; e{como 0 pagament.o he em quartels, caela contnbmnte revel dara no onno occasiao a"~llatro rroce~sos, isto he, havera duzentos processos por cada. cem contribuintes. Suppo~do que o.lanvamento contem cincoenta mIl nomes, (calculamos mUlto por bmxo; porque cada predio he descripto e lancado em verba particular) teremo" cada anno no· poder jl!dicial cern mil processos fiscaes. Qnde havf;-j jUlzes, delegados, escriyues, e officiaes de diligencias para dar anrlun:ento a estes processos alem qos que ja pejam os cartorios, he 0 que n6s nao sabemos i ~~ p~ra isso crearem novo· turno de ~m pregados, nao sabe­mos ~omo se ~a de penhorar, e por em ahnoeda melade da proprie­dade do paiz quatro ve~es r~o anno, nem quem a hade comprar. S6 saqem~s que' p. proporcao que as estatJoes j udiciaes se encherem de papeis, ira fIcando' vazio 0 ; thesouro. Ora 0 thesouro, que se nao resigna a ficar vazio, lant;ara na contribui<;;ao do anno seguinte nao s6 ~ quantia necessa·ria para esse anno, mas carregara sqbre ella a que for indispens~vel pp.l'a cob~ir 0 deficit, ql1e d~ixou 0 anno ante­cedente; e se De~te se nao COQl'OU a contribuicao calculada modera­mente, como se hade cOQrar no seguint~ a contribuicao aggravada? Proseguindo neste caminhQ, em nleia duzia de annos a divida publica sera enorme, os servidores do estado cessarao de receber seus sa­larios, e a banearrota' nao estara rernota. Accrescente-se a is to a desp~sa necess~ria, com todos os' que e~cre~em, e trahalhatu oeste fie" gOCH~ d~ contrIbuicao, as multas impostas aos I'cveis, as custas dos processos; e n~o ~era in~isrreto queIn por estas causa~ suppozer uOl

~ugm~ntQ de tnuta at{~ CUlcocnla pOl' cento ,sobre a contribuicao con'" slgnn~a ,no lancame~lo; pUfque a final (ItJeln pag') t "do bto be 0 c()lltflhUJnte~ 0 theso~J'.o, os empr~gu(llls, c o~ proprios cOlltribuinll1

$

hao de chorar pelos dtzllnos. Os .iIziulOS porent he que pro\'H,'ehut'W'· i.e n1\o poclem Sflf re~tallrados. QIW far:l pois 0 gt)\:prllo 'f Ilatt!ral .... 1~1t:~ .. ~te~ () r~}.csrno tlUo fp~, 0 mUl'lluPz d(~ Pombal ()uaudo cxtillg uw as ~ CU, huloflas uc Jiar'dcz p Sa l('ete, l~ n parpott't~ul'ia J e flondlt, quO

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mandou entregnr a cobranr.a aos saccadores das alde8~ (a) .

XXIX.

He reconhecido por todos os politicos e administradores, que tern estudado de perto a constituit;uo da sociedade indiann, que n~o ha em todo 0 mundo organisaQ3o comm~Inal, que offerefia rna is faci\i.., dade ao lan~amelJto e cobran~a do Imposto, do que a das aldeas. Obrara pois contra ilS regras do born senso, e contra as conveniencias sociaes aquelle governo que no India despresaraquellu facilidade pa­ra invent.ar, ou implantar s),stemas adversos a indole, e immemoriaes costumes do povo. Verdade he. que como muito bern diz 0 conhe­cido publicista francez Alphonse Esquiros ( b ), fallando das institui-­~oes mUf1icipaes inglezas, que achn excellentes, ( nenhum rnechanis­mo adrriinistrativo he pel-feito. e talvez' ~ste d~ occasiao a alguns a­busos. »' E assim applicando a septen~a do publicista francez ao me­chanismo ~d~inistrativo indiano, coricedemos que talvez d~ oceasi30 a alguns' abusos; mas esse's abusos he que n6~ nao louvamos. nem defen­demos; tudo est~ 1)0 born termo, e na sllavidade,"Zf~e sempre deve pro­curar-se em materia triblltaria. Fuja-sc do inconveniente, de que ja fugiram os ingleze!l, aproveite-se a sua experiencia, de que Kaye, ja atraz citado, nos da 0 exemplo, como virnos a pag-. 30, e aqui 030 sera estranhado repetir-se =« Nos temos, na verdade, tratado de esma-( gar estas communidades das aldeas, e temos commettido 0 gran­t( de e capital erro de governar 0 povopor outro qualquer modo «( que nao ~eja 0 seu. 1\'las com 0 progres'sivQ ~ugmento de noticias ({ fomos progressivamente melhorando a administra«;ao das nossas pro­f( vineias, e come~amos a ordenar cad a vez mais 0 nosso s!stema em « conformidade das institui«;oes e usos do povo. Seria faeil trac;ar por « entre os regulamentos do primeiro quartel do presente seculo 0

« progresso, que hiamos fazendo nestes conheciment.os, daquelle sem­« pre crescente desejo de diminuir a distancia entre os govern antes « e govern ados, e de adaptar'o nosso moio de governar as neces­« sidades reaes do paiz. Mas decorreo muito tempo ant~s que UIn tao « difficultoso objccto, tao intrincado em si proprio, e aos olhos do « estrapgciro ~uplicadamente coufuso e mysterioso peIo afastamento « social do povo, fosse plenamentc eomprehendido em todas as sua~ « relnc;oes. Quanto Innis Comos aprendendo, tanto rnais c.laro se fOl f( toruando que nos haviamos comrneUido urnfirande erro em des-

( a ) ProviSfJe8 do nebl Eran'o d{~ 21, c 25 de a bril de t 711., Colt. de Bantlos etc. tlmi NmJfl8 CO~'I..i8la$, vol, 1.0 pug. 8 e 12.

( b) Revue del "eu t' nt()"des, t." d'oulub.'o de IHGn, pag.:5fH)~

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= 58 = (( presar as communi~ades das aldeas·; e. tanto ~aior ohriga~ao no. t( foi corrcndo de expHlr 0 mol, que hOVlamos felto =. »

Quando pois 0 governo para salvor 0 estado se vir ohrigado a Rbandonor esse systema de cobrant;a •. que esta decretado para a contribuit;llo predial, mandara sem duvlda cobrar pelos saccado_ res nAo s6 a part., da contrjbui~ao corrc~pondenle aos redditos das commlJnidudes, nws tambcm a parte correspondente aos particu ... Jares, ajudando os mesmos saccadores com 8 mesm~ fOfQa legal. torn que cobram a parte commum, abonando-sc as d~Vldi)s peJc~ntagens, e descontando-se as falhas juJgadas pOI' modo rnals summano e pe­remptorio do que agora aQLecipam as instruct;oes regulamentares. E terao motivo de queixa ~s communidades? crernos que nao; pois as cousas de\'cm fl1zer-se por meio de regulamentos aprop"iados, sem elias. nem os seus saccadores padecerern damno ou desfalque alguIt\. Nisto DaO dizemos nada de no\"o, senno na parte favoravel a~ com­munidades, porque ja he velho arrecadarem os saccadores no e taqQ portuguez 0 imposto chamado da liberdlde do consumo do tabaco, e no estado de Sa unto Varim 0 mesmo imposto do tahaco, a que cae sobre as aves, combustivel, e outras, como se pade ver na Jlemoria do major ~uld, atraz transcripta.

xxx. Quanto as ohras de interesse e utilidade do" commum~ da aldea

nao se pode conceher que as deva fazer senao a" aldea, mas to~a q aldea, a municipio inteiro; chame-se-tbe communidade, que se Ihe na~ erra 0 nome. Aqui porcm nos sae uma object;ao de urn escriptor mUlto versado no estlldo dascommunidades. PoderaQ as communi­d.a~es. diz elle, ser obrigadas a todas as obra5, menos aos caminhos YJClnaes, porque tal obrigacao nao esta consignada no Faral de 1526, nem no Regimento de 1735. Perdoe-nos 0 atilado, e talentoso escriptor: a sua objeccao nao nos demove da nossa opiniuo de que as aJdeas cumpre razer os caminhos vlcinaes. Se nem 0 Fora1, nem 0

RCpimento falJa~ expres,sam~nte desta cbriga<;uo, he porque nOS505 malOres nem havlam ainda feito a distincvao moderna entre estradas, reae~ c. caminhos .vicinaes, nem por outra parteljulgavam necass8!io e~~nmJr uma partlCular obrigacao , que alias se encerrava nQ prtn .. CJP,o geral do bern commum da aldea; e de rnais a mais "iam por. seus oIhos que em obediencia llquelle principio eram as cOl1~munida­des quem ~'ahrjcavl1 todo~ os cllminhos, segundo a irnperfeita idea que e~tfto havI8 dessa (lSP(~eJc de ohra~, inlperfei~~o, de que nos resta!D fnsautes rnouelJos nas fadigosas (:aJ~lldus, que ahi hu por esses ~uteloOl\ ros, nas pobres pontes, que dao arriscada passugcm sobre as corre~'"

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, 459 =

tes das 11~U8~, nos imperrcitos coes, que S6 acham nos emharcadour05 enos pengosos lallados -caminhos, de que csta coberto 0 territori:. Cada epoc.ha tern ~uas nacessidades cspeciaes, c pel a satisfa~ilo des­sas nccess1dades ~e que afere a utIlidade <las obra!3. As aldeas do Dec­can quando receJo\'am ser a coda horo occommettidas por bandos de :5alteadores, ou pelo poder de qualquer conquistador ambicioso, fabri­cavam seus castellos, e entre as despesos de necessidade e utilidade puhl,ic? me~tia~ a da conser.vacao, e guarda. de~les (8 ). IIoje que 0 dommIO bntamco tern reduzldo aquellas provmc18s a uma paz e quie­ta~ao permanente, cria-se 0 fundo para a construccao das estradas deduzido dos redditos e fintas da aldea ( b ). 0 mesmo aconteceo DO; provincias britanicas de noroeste; foi s6 depols que passaram ao po­der dos inglt!zes, que nellas se estabeleceo a obrigacno de semelhantes construe~oes, obrigavao, que se a principio causou ahalo, foi depois bern acceita e applaudid a (c).

Nos nao temos ficado atraz dos inglezes nos desejos de dotar a nossa India do mesmo meio civilisaJor das vias de communica~ao. Nao 86 0 estado tern feito por conta do thesouro publico a estrada real, que atravessa 0 paiz de norte a suI, mas outras muitas nas No­,'as conquistas, e ainda nas Velhas nao poueas estradas, que propria­mente sao vicinaes. CorBo porem estas tocam mais especialmente As communidades das aldeas, ha muilos (lonos que 0 go'Verno tern man­dado por ordens permanentes separar quantias razuaveis das so­hras das communidades para 0 mesmo effeito dos caminhos vicinaes ; e a juslica pede que se de 0 merecido louvor a grande numero de communidades, que promptamente se tern empenhado em secundar os intelltos do go~erno, reconhecendo quanto nisso vai de beneficio commum. Em Bardez he onde mais se tern trabalhado neste melhora­mento. Mas aeontece que sendo os caminhos pel a maior parte deli!"" neados pelas gancarias, sem grande aUen<;ao a urn plano ge~a~. e sendo as obras feitas mais por aI bitrio de emprehendedores . Id~o~8S do que dirigidas pel a arte, oU ficarn logo mal feltas desde. 0 pflncI~IO, ou sao abandonadas depois de faitas, e em breve destrUl~as, 8c~res­ce~do a tudo 0 grnvissimo inconveniepte d~ nao chogarem os camlnhos aSSlm construidos a entroncar entre 81 nesscs mesmos pequenos lan~os, que sa conservam em cstado transitavel.

Para Occorrer a tudos estes males, e principalmente para que as corum unidaies nao gastnssem 0 sell dinheiro CID \'ao, promulgou, 0

23~ a ) Vide os e:x.cerptos do coronel Briggs, atl'az transcriptos, a page

(b) Vide os cxtractos da Bombay Gazette, atraz a pag. 44. (c) "Vid. os exccrptos de Kaye, atrat. a page 32.

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= 60==-

aovernO 8 portaria de 8 de novembro de 1869 (a), oa qual orde ~a qne as communidades eotrem annualmente com dez por cento d .. sua!' sobras n'um cofre a cargO' da camara geral respectiva, pa: desse cofre com 0 (llixilio, que 0 thesouro publico promelte, se COl: ...

truirem os camiohos vicinaes por urn plano, de. que a mesma P'ON

taria assignala os / pontos cardea~~. lie esta portarla~ co~o estlt explica .. do officialmcnte (0), uma tentatIva,.: e uma experwnCla" nao quanto 80 plano dos caminhos, mas quanto. a quota p.e,dlda as communidades; e promettendo elJa ja. c~mo .fica dlt?, 0 auxtllO do t,h~souro publico, uao exclue 0 dos propfletaflos pal'tteulares, que faCllmente se lhe pode additar, e he jUShl que se Ihe addite, com o. que se pod era. diminuir a quota hojp pedida {IO cofre das commumdades. E se se adoptar 0 systema dos emp~"estim()s, aiu(ta Inais se podera diminuir a quota de todos na proporc;ao que os' prazos Ja amortiza"ao forem mAl!! ou menos longos. ,

Como exemplo juntamos aqui a tabella dos encargos de dez em ...

( a) N.o 221---0 governador gel'al do estado da India determina o seguinte: ;;

Convindo que os caminhos vicinaes seJam todos delineados por UID: systema gera1, para que se eviteln os inconvenientes notorios das obras isoladas~ que s6 ser'vem para dispendios inuteis ; hei por conveniente deterlllinar 0 seguinte: , " . . Art. 1.0 As camaras geraes de cada concelhd' das Ilhas',. Salcete, e

Bardez, receitarao annualmente no seus coftes a-. decinla parte das so­bras' das respectivas cOlllmunidades, para que a In~ma quantia seja eie1usivalnente applicada a cotlstruc<;ao dos calninhos' vicinaes do respecti vo concelho.

Art. 2.0 0 plano', pelo~ qual se bao de delinear e' construir esses caminhos, sera baseado nestes tres principios: 1.0 ligar igreja com igreja : .2. 0 ligar as igrejas com os enlbarcadouros,. e passos dos ria os: 0 3,.0 .1igar tudo COIU a estrada real.

, Art. 3.° De accordo com ajunta da fazenda esta assentado que 0

tlie'souro publico refoq;ani annualmente com ~ quant ia J que for pos­siyel, cada urn dos cofres das ealnaras geraes, para 0 cffeito preten-dido da constt'uccao dos caminhos vicinaes. '

Art .. 4. 0 A insp"ec~ao das obras publicas, uis arlmini~tradores dos concelhos, e mais funccionarios, a que to'car, receberao ao seu tem­po e sueicessivaluente as ()I-dens' convenientes para se leva!" ao seU devido effeito a construc~ao' dos referidos caminhos vieinaes.

As auctoridades, a quem competir, assim 0 tenhalll entendida e executem" Palacio do govcrno geral em Nova. Goa. 8 de llovembro

de 18G9.-0 governador geral, .lose Ferreira Pestana. (b) nelatorio dO Ex/no Sr. G()vernadol~ Geral a junta., de t1istriCto

do annodc tti69.-Boletirn do Governo, ~,.o Vl. ,

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~ " -::1

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i.500 8,850

4

Encargos de dez empl'estimos allnuae5 e successivos de 30$000 pa.rdaos, ca.da um, COlO jUlY' de 5 por cento,

e amortis!lQao allnual de fO pOl' cento.

AJ .. -'ILO!lOi

5 ti 7 8 9 it 13 15 i6 i8 20

13,050 Jj,tuu 2/,000 21,750 28,850 30,800

24,400 ~1,t50 li,'250 1350~ 99'"'1'1 l',.- "1"'1 , ,V\., v, .. ;)~) ot, ilC 35,100 38,250 33,750 29,400

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=tlf=-

~re~tim~!' annuaes, e successivos de 30~ pal'dftos cada urn, com ju­ro de CIIlCO por cento, e amortisa~ao annual de dez por cento, que pode Cazer cada camara geral para construir a rede de caminhos vi­cinae~ na sua respectiv.a provincia. ~a dita tabella se vera que a pro­gressao do enc.argo val cr~3cen~o Justamente nos annos, ~m que a fede dos. c?mlnhos se val adlantando, e por consequencla quando O~ contnbumtes auferem desses mesmos caminhos assaz benefi­cio ~ara Ihes pagar, ou em parte compensar 0 desembolQo da quantla, que lhes couber no rateio dos encargos: e no decimo pri­meiro anno, em que 0 encargo chega ao maximo, he quando a rede deve estar toda prompta, e Cazer chegar a todos 0 beneficio completo. Ver-se-ha tambern que 0 enr-argo nao podera absorver, ainda no seu maximo, proyavelmente mais de cinco por cento dos redditos; e que sendo f~ito 0 rateio, como deve ser, por todos os proprietarios, ha­de descer muito daquelJa percentagem.

Tern este plano alem de todas as vantagens referidas, outra inapre­ciavel para os medrosos e desconfiados, que he dar inteira !eguran~a de que se nao perpetuara em tributo 0 rateio feito para satisfazer os encargos ahnuaes.

No paiz ha sufficiente illustra~ao para ,se comprehender que estes encargos sao necessarios, indispensaveis, a boa econornia publica, aos interesses dos particulares~ e ao progresso da civilisa~ao. (a)

. i' I j

(a) Para demonstra~ao de que sempre foi Inateria corrente que 05 camlnhos vicinaes sao ohras a cargo das coulmunidades das alde­as, soh a directa inspec~ao do governo, no que nada alteraram dous successivos codigos administrativos. 0 de 1836, e 1842, apontar~­mos entre innumeraveis docunlentos antigos e modernos 0 officIo da secretaria do governo, em tempo em que regia este estad? pel.a primeira vez 0 exm.O sr. Jose Ferreira Pestana, 0 qual offiCIO dlZ . aSSlm:

» N.O 844.-Illm.o sr.-O major Jose da Costa Campos,inspec­J) tor das obras publicas civis, informou 5. ex a 0 sr. governador » geral deste estado dos trabalhos das estradas da sua comarca, It que ha poueo inspeccionou. , .

• Determina 0 mesmo exm.O sr. que v. sr.a agradec;a ~ cOlnmunl­It dade de Anjuna, e a louve muito, da boa vontade e zeio, corn qu~ a promptificou a nlaior parte da estrada a seu cargo, e espera que • com a mesma energia complete a sua obra, com ~s aperfcl~oamen. It tos, que Ihe foram indicados, para se tornal' solada ~. d~radoura .

• V. sr. a louvara tnmbem as communidades de ~Ltpu«;a, Coluale. " Tivirll, Sirsaim, Assonora, Nerul, Pilerne, e Saligau relos lan~os • de (~itrada quem tcm feito. Confia s. ex.a. que cslas cOlllmunltla­,. ties proscguirao no seu bum proposito, C llue, .10 (IUC tClIl eons-

H

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XXXI.

() 'omo i~to ~c farit, nao he (H'c('ssario paraflJsar mUlto pnra (I d(! ( \T V .s ..

(,(lbrir. B;l~ta nhrir 0 }(oral. e ~IOS cop. Ill, I ,e df'lh· vt'rt'Tnos lir_

I ') comf)t'tcncia da gnncana para lan<:ar (inta, 011 derrama sohr tn:ll a ( 0 1. 1 I}' e O~ proprietarios particulares de sua respecttY3 a uC3. LIS 0 que diz 0

t 'do ,1"I'io 0 aI1el'feicoamr-nto que ainda falta ; e wanda 0 tn b • rut ,d .. {. ~ 0 , • _ ... 5-

'Ill 0 sr not3r (lllC a obra de Pdt'l'ne e Si.lll~ao se recomtnen b 1110 ~X··' ., .-It ria por sel' feita na respecl."a ladt~lnt, ,uhra que ~)or ISSO so tor-)I na de nJaior importancla. e que he luaIS despenthosa.

" S. ex!' foi infonnado de que para 0 ~.onl ,resuha.:lo das obras )) nesta ultima aldca llluito concorreu a eflIc3:-1a do dlgno p~ocura_ " dol' da communidade ° sr. LO~lrer.9° cIa Cruz, que pOl' IS50 be )I credor dos (,Iog-ios da conlnlunl(la~le, e de s. ex.

a•

« S. ex. a confia que as conlmunlda~l~s de Calangute, Parra, » Siolim, e Candolim, nao haa d.e per'll!Illr que a obra, que Ih~s diz; D respeilo, seja inferior eln quahdade aq~ellas que Lell} merecldo 0 » geral applauso, e finalme~nle ,que ~s~ara cheg~do 0 T 1l10'!lento pa­J» ra as cOlumuniuades de Slrula, GUII'lIn, Ass3gaa, e Nagoa de mos­» lrar que nao cedem as outras elll a~nol' da patria, e eln pl'ovar » 0 deseja de enlrar CoOlll 0 seu contlngente p3ra a regenera~ao

It da sua camarea. » V, s,a nao pode deixar de receber a parte que Ihc cabe no sen-

Cl timen to de gl'a tidiio de s. ex. a. POI' estes hons ser v i<;os, pOl' isso « que para elles rnl1ito conCOrl'Cll com os seus csfon;os.

ex Quanto :.0 sr. offirial engt~nheil'o, parLicularnlente enearregado Cl d~sses trabalhos, he de esperar que elll.l conl!nuando oeste ser­

A) "IS'O. conl a Ines!ua acliyidade, apl'o\·ritara, e exeilal'rt os bons It descJos da curnlnunidade, e nao puupara os lucios au seu alcau· • ce pOl' tel'luinar a sua cOl1l1nissao COIU Jou\'or.

» Deus guarde a v. sr. n Se('retaria do governo geral, 8 de 00-

• "~nl bra de 18',7 .-Illtu: SI'. DlHuing"os Jo~o J()~e de Sa, admi­J) rnsll'ador do concdho de Bardez. - Custodio Manoel Gomes, see .It cretario do goveruo •

. l)cst.e dOCUlllcuto se in fer'e iguaItnen le q lIe os ca tninhos vici nac:, feltos a;ulsarlJ,e.nte pplas aldeas, nao ehegoaytlll1 a Jin-ar enlrt' si, C h­('avail) JJl1lH:rieJtJHlf.'nte f~lbrjcados; juutanuo-se a ('sta inlpt.'rfei~,ao (~Ut.~·:lS Ct~us.a,'l df~ desl"llj~'a(), taes COl)lO as (lue CllJlsta1ll talnlH~lll tie \larIO! ol(j(~I()s da ll!esnltl sl'cretal'ia do govcrno, de tIUe sao ex.clllldv 05 sI';,;ulnlf'S :

« N .. (J '") 4) ., , J,. " S 'J' 1 1 .. lr-. _ . '. --"" n..~·. - t' n ( 0 1110. S 11' a ( 0 ,I t' x I H;" r Il' IH' 1 a q \l e oH ~ pl. . &I ~oes dus f~st"itd(j~ ,~lIlJadas fUIS dtfrel'(~nles V'lr7,t'a~, Il£H) dl'l,at.l tit .. l\(lfltpf' f'~lr!'I"()L "'11 .' . '. ).tU\t .", un oJ, po f {f os r pSP"Cll \'0' Pl'opl'lt'tanos. sen~ l v \

• t (. " "a I U 'IJ S p, " ·1 •• J' "r C " 'U \ I.s.j IplC os ~l(~US IIJftn~~~ ... ~, nJ~\tH ~llH Cit\fI •

• t.:uJnVilt 0 tcrrcl)(J ~'l.HJtjr;U() (I (-lla", ~l ponto de (iC~l'nl'lHU' OS

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= 63 = fonll :=( III. E cada umn oas ditas aldeas nos he obrigflua a pa­a ~ar ('erta rcnda conleudll, e dcclaraJa no <lito Foral alraz, a qual os « ditos gancares de eatla aldea com 0 cscrivao della repartcm t elan­Cl {'an peJes Javradores, e pf's~oa!', que no limite de r-:ada aldea tem he-

.. alicel'ces das fiadas de pcdras: ueterlHlna 8. ex.a. 0 sr. goveJ'o:l­ft dol' gera 1 desLe eSLado, q lW Y. S.' fa~d pu bl ico no eonce\ho " que adrninistra, que os cultivatllH'es, que abalarem os alicerces « dos reparos das estradas, ser~o rcsponsaveis pelo pl'ejuiso que • com i5S0 ('al1sarem.

a Deus guarde v. s.a Secl'etaritt do governo geral, 13 de dezem­fI hra de 184i.-Illm.o sr • .Tel'onimo Franci~co Ferrpi,'a, adrninis­a tradol' do concelh~) das Ilhas. - Custodio J,lrlnoe! Gomes, secreta­" rio do gover-Do .

• ~. H. Iguaes ~e expedil'am aos adminislraJol'es de Salcete e • Bardez.

J) N.r 40. - IlIn1.0 sr. - As est,'arias nas planicie~ hem podiam J) dispensar as liada5 Iateraes de peara ; a experiencia porem mas-I> tra qlle se torna fOl~«;osa essa despesCl, pOl'que os proprielal'ios, J) contra 0 que era de esperal', nao duvidam de ag"icultar a propria I) estl'ada, que acabanl de fazel', sendu entre oulros ponlOS Inui It notavel 0 que se ve na aldea Chil1chioinl~ node enl partes se le­D VOll hurna metade da estrada, e n'outras se pl'olongoll os angu­li los dosvalladinhos das varzeas at~ a margenl opposta da estra­» da! - s. ex. a the recol111nenda pOI' tanto: - 1.0 Que nas eslra­» das, que de no\'o se abrirelll, 'JU refGrmaretll~ tenha COl vista que }) se demarquem bem as Inargens dus estradas. - 2.° Que fa~a que • csses proprielarios reponhaul quanto antes as estradas no estado )) em que estavalu.

II Deus g'uarde a v. s.O Secretal'ia do govel'no geral, 18 de ja­» ncil'o de 181~. -Illm.o sr'. Fl'alleisco Sah'ador Gomes, adminis­» trador do concelho de SalGete.-Custodio Alanoel Gomes, secretario » do gover no ..

» N.o 221. -l11m. o S1'.- Reclalnando as estl'adas ultilllamente a­» berlas neste estado, de hurna Inedida que estabelecida desde ja, • regule para 0 futuro a sua consel'va~ao, tao necessaria; e sendo " outro sim de esperal' que as comnlunidades em geral, depois de J) havereol feito tantos 5acrificios pecuniarios para a sua coostrut:­, ~ao, se presteru hoje de bom gratio enl as querer mantel" no es­» lado actual, eOl que ella" se achaln, e donde tanta utilidade lhes » pode resultar hun1 dia : cumpre-me de orderu de s. ex. a 0 sr. g.o­)) vcrnador geral uesle eSlado authorisar as ('UllHuunic1ades deste » concetho. para qUft ponham em iill'relnata~ao conl as forillalidades )) ua pralica , e elll lelUpo compctenlc 0 CQPcerlO annual da. nles­• mas t'slradas •.

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.. r"nrn (<1). (' Isto segunLlo II (,O~HJic:UO, com que lhe he uada H)

.. ~eus usos, c eosllJme~;. c os dltos gancHres ~no ohrigados 8 fa'ze r (i arrecadar, {~ pagHr a dlta renda, tl'Jer Cf'I'{"a, quer minffue, e a I ~ r

. f'" 11 t:" Itt ... ~ da, 011 cr~sclmcnto Icarao com C CS, e com a aldea para pa ' . '~-

« rem II perda, on havcrcm partl'; do creSClmento as pessoas, a flue p « seus costumes pertenec, como abai~:o hirao declarados, resalvando_~l' « a ~crdil, sc for por guerra, 9ue entao serao disso desobrigados sold: « lJ hvra (h) do que por respClto dclla sc perder-IV. E 0 dito cresci .. « mento, ou perdu de cad a anna sa repartira soldo Ii livra, como cada « hum pagar It renda das terras, ou terra de arroz que traz -V. Algumas' « 11Ort;Js, palmares, e terras de arroz sao obrigados a pagar cada anno ( certas tangas, e po~to g:Je h ,.;ao perdas, £laO pagao neHas; outras hortas « palmnrcs, e arrozaes ha que pilgam certo foro, e mais sao obrifYados (( a contribuicao das perdas, quando as ha; e ha outras heranc;as~ que (( os ditos gancares podem dar de gra~a a pcssoas, que the hem parecer ( sem foro, nem obriga<;ao de pagar na contribui~ao das perdas=~ Os contractos d~sta espec~e, ~ os cncargos in~erentes passaram para o Foral, das antlgas leiS hindus, como se tern VlS~O atraz nos §§ XIX e XX.

Parece-nos estar ouvindo ja uroa object;uo. A competencia da gancaria para lanear flnta, ou derrama sobre O~ proprietarios parti­culares he, como do mesmo Foral se v~, restricta ao caso do paga­meAto do foro ao estado, e de mais a mais de pendente de um con­tracto especial e express(i. Assim he; nem podia urn particular eu­trar a perdas e ganhos com a comrnunidade sern urn contracto espe­cial e expresso. Mas se 0 Foral restringe 0 seu preceito a este so caso, he porque sua tencao nao era mais que segurar 0 rendimento cer­to do thesouro publico, sem se intrometter a regular os mais actos de economia interna das communidades. porque esses continuavam a ser

» Deus guarde a v. Sr.' Secretaria do governo geral, 4- de maio )) de 1848.-111 rn. U sr. Jeronilno Francisco Ferreira, administl'ador » do concelho das Ilhas. - Victor Anastacio Mouriio Garcez Palka, It ~ecrttari() do governo.

»N B. Iguaes se experliram aos administradores do! concelhos )J ric Bardez, Salcete, C Novas-Conquistas.

C:onl 0 s yst.eola inaugul"ado pela porlal~ia de 8 de novembro de 1 Rf)H, e sel1~ p()ssivt~js melhoranlcntos, se corta6io os inconvenicntes f:jntl~()s as.I.,j III na const.ruc~~(), que hade ser dirigida COlllpetentemen; teo (~()'no na e()nscrva~ao; pOr(jlle pe]os JueSlnos Ineios se :h~udil'a a "igia (Jerula n('nt(~, c aos j neesso n l(~s J'~paros, sem os quaes tu· do fH~ perd t~ru, COIUO at e :agora S(~ t(~n} perd ido.

(Ii) Jleran[a, J",-dar/e, flUt',. dl7.('I', quaeS(lUl'r Lens de rail. (h) J~lo Ijt~t pro 1a/({, pfD/}orcionalmentl.

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regidos pelos U!lO~ e costumes sob II inspeccao do Tanadar more Ha porem outros contractos, que nao he mister que sejao especiaes oem expressos, por serem fundados no direito universal; e como nesses se da a mesma .rasao, tamb~m se d6 a mesrna disposi<;80. Quem 10-gro um beneficlO, hade parhl.har n~ devida propor~ilo os encargos

f a

que a produccao desse benefi?lO ohrlga. Asslm urn proprietario par­ticular, que se ser~e do cam,.oho, que poss~ pela ponte, que pnrtici­pa de todas 3S malS (',ommo~ldades e J~rovettos das obras feitas pel8 alden, e para a aldea, tern rtgorosa obngac;ao de concorrer para elles na propor~ao dos interesses, flue possue na mesma aldea. Para lanenr estas derrarnas, e todas as mais, em que for intcressaua a aldea em particular, ou 0 estado em ~eral, he a gancaria competente pela sua naturesa de corporacao g-erente da aldea, donde se deriva a regra es­tabelecida no ForaI, ratificada, e confirmada no Regimento de 1735, cap. 3. 0 e no Ahara de 21 de junho de 1769, cap. 3.° (a).

A camara gera 1 das ilhas de Goa, dirigio a S. 1\1. um requerimento em 8 de fevereiro de 1740, pedindo que os povos fossem alliviados dos impostos, que as calamidades daquelle tempo obrigavam 0 gover­no q Ianfiar. Diz entre outras cousas a camara geral (b) :=« Nao ee~­« S3, senhor, a<fui a e~pressao da lQ.iseria deste povo, mas ainda mais er espera elle por outro lancamento de maior encargo, porque tem «( levado para a secreta ria do estado listas de todos os bens sitos « nestas ilha! de Goa, e dos seus rendimentos, e se presume que a brevemente sa expedira a cobranoa, etc.===» Esta cobranoa havia de ser expedida pelas communidades das aldeas; e por essa rasao nao roi 0 senado da camara da cidade de Goa, que enderessou a re­presenta~ao a S. )1. mas a camara geral das ilhas, por cuja mao ha­\'ia de correr 0 novo tributo, que receavam.

Havia 0 Vice-Rei Marquez de Alorna mnndado alistar para solda­dos os filhos das pessoas principaes das aldeas ; depois permittio que se remissem a dinheiro, com ° qual se contractassem outroi soldados em lugar daqueHes. 0 preco dessas remissoes propoz a camara ge­ral de Bardez, e approvou 0 Vice-Rei que fosse lanQado em finta so­bre as pessoas afazendadas, e abastadas, cada urn il propor~llo de sua renda, exceptuando-se pelo despacho do Vice-Rei, de 27 de junho de 1745, somente os pohres (c). Assim do requerimento, eomo do despacho he eviciellte que a 6nta lancada sobre todos os afazeodados era est!lo velho.

( a) 0 Regimento e Al vara estam na Coll'Cfiio da. i". p,tUliarll. ( b) Coli. dos Ln., p,c~liares elc. parte 2. Ii pag. 82 .

. (c) 0 requcrimeuto, e 0 despacho estam publicados \ no Bo,qtU. ~G .'tls1fJrito da, ~ommunjd(l,I", peloer. Felippe Net'., Xavicll', pa,~. 2.it pag. al,

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r outros dorumentos, mui bem sabidos de seu3reda" Por estes, e po ° J 1 d V Ii \. ....

d 0 ['"'ilramal' Ilue as communi ilL es as e las Conquis tores, eonce e '1.. .1 •• .. . . d muoolcipios antes da eXlstenCia ui1S can~aras lnU)llCtpaes tas. sell 0 - ( Id' 'I' tanto direito de lanCar derrama sobre os a eanos, romo hOJ'e

tIn lam... . d \ r II tern as communidadcs das Xovas-LonqUistas, ~ que, ogo a aremos.

N-"f' porem temos demonstrarlo que nem a eXlstencla das camara& .. os , ' . t tnunicipaes deo maior latitude ao ~l~n~clfH? P?r u~uez, oem cerccou nada da natureza e fune\oes do mUOlClplO hlOdu, a par do qual, mas sem se iO\"iJdirem entre si, vjyC ha seculos., P~r tanto como as commu .. nidades das Velhas conquistas 10gnn'JI11 0 dlrelto de lao\iar finta ou der .. rama por todos os aldeaos, ninguem lho tiroll, e he certo que ainda boje 0 logram Uio integralmente , como de ,antes. .

E se de tal direito houvessem sIdo despoJadas as commumdades d,s VeJhas conquistas, 0 bem publico demandava que lhes fosse restitui_ do. Dous municipios a actuar sobre 0 mesmo torrao nao pode serf Urn delles hade ceder 0 lugar a 0 outro. Qual seja 0 que deve ceder, equal prevalecer na LHlia, nao he diffieiI adevinhar. 0 municipio hin ... dit he indestructivel ; 0 municipio 'pot'luguez planta exotica, que nun­ca pegou, nem lan~ou raizes no terreno occupado pelo seu ,'ivaz pre­decessor. Com 0 ffiUlllcirio hindu se pode conseguir tudo quanto a civilisa~ao moderna pretende obter com 0 munieipio portuguez; e nao so se p()de conseguir, mas que se llade conseguir com menos estrepito. e com menos fadiga. Pode com algum trabalho 0 escrivao da aldea, assisti 10 des gancares e intere~sados. que competentemente forem es­colhidos, fazer urn abreviado catalogo, matriz, ou caddstro dus pro­priedades particulilres da aldea, com a nota de seu rendimento annual pro\"avel e aproximado. ~Ias nem mesmo este trabalho hoje he preci .. so. Acha~-se em termos de conclusu(). as matrizes, que 0 gover~& mandou (azer para 0 lan~amenlo e cobraw;a da contribui~ao predIal geral. Aproveite -se dellas a aldea para lanQar a derraml, Oll finta nos casos occorrentes ; e 0 saccador a cobranl com a mesma far.ilidade, e pelos mesrnos meios que eobra os foros, e os redditos da communi .. dade; recebendo, romo ja esta advertido, par- esse addicional trabalho . correspondente recompensa.

XXXII.

Como nillg~em ~ontradisse, e niuJa se ilchou conforme comnosCI ~ ~Tl~ra~nar (a.~, ~Iue as c.ommoulJ~JaJ.es <las Novas-Conquistas sao yer­d:s clr~s mun:Clplos, e {em, (IIr~llo de lanr-ar derrama, ou fintupOf ~o'

os aldeaos, ou propnelunos da aldea; apenas poremos aqul (

( a) N. 0

5 5 6, de 2 lid e nove III b ('0 de 18 6 ~) •

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== 67 =

ofllcio <la ~e('r('tal'ia do gO't'erno gernl, de 28 tIp. jiliho de f 8i7, no qual ('~"C dirt'ill) ~e neha hi-;{oriado, e J'{'gul:ldo. (a). lIe este oflicio laHauo no tempo. em que guvernava pela pnllleira \'('z este cslado 0 St't! actnal governndor gerilJ 0 exm.o Sf • .lose :Ferreira Pe~talln, e lal he 0 sell teor :

« ~.o 571._1II.m'1 Sr.--S. :E,\.a 0 Sr. Governador Geral destc E~-« tado, a quem flli presenle 0 relntorio do Advogado l\ntonit) Lou­a ren(,o Pereira, dando nuticia do estcHl0, em que cncontrara a escri­«( ptllra('tlo C' contas das aldeas do provincia de Astragar--e bern assim « do ProcuI'ador da COloa, e informali()e~ havidas da contnJoria'J e de « V. S,a a tal rt'~rcito ~ e notando .. se fallas de escriptura<;ao (n'al­a ~umas de l11uitos unrlos), despesns illegalrnente cllrregadas as « communid:ldes-derramas excll1~i,'amente lao<:adas na~ propriedades « particular{'~, e alrlda hH'!:flldo soLras nas eommunidades,-aequisi­« ~5es feilas sem a compel(,lIte licen(,Cl do governo-eobran<;as sem « relatorio do e~cri \'Tio, a despeito do Bando de 22 de .T u I Ito de 1841 « ( b ), e despesas lan<:adas sem se cxplicar a sua arpliCll~UO ; som­a mando ludo, segundo 0 que se apurou em 3 a ,,,. annos. ~m mnis de ({ 2.000 xernfins: me rocarrc;,!ll de dizer a V. s.a que para saonr ('stas « irregularidades e cllipas, applique a cstas aldeas mutatis mutandis « IlaO s6 0 cletermi nado em Porlaria de 2 i de J anejro de t 8;..6 ( c ). tl mas ainda a duutrina, que Illes for applicaveI, do Officio d~ 22 de « Fevereiro de f 847 (d ).

« Determina mnis S. a Ex. a quanto as cspecialidades das contas des­« ta prminci i!, que ell declare a V. S. a:

( 1.0 Que adopta a dislinc<:uo apresentada por V. 5.", quanto a « ~errm a cargo do escriYao, conjunctamrnte com 0 'saccador, os li­({ HOS do reglsto civ;!, por os respectiyos cmolumentos aproyeita-

(a) Esla no Boletim n. 0 3 f, e nn Collecfao de Bandbs etc. das Novas-Conquistas, do sr. Felippe Nery Xaviet'; vol. 2.° pag. 1 '17 • . (b) Da providencias para a boa arrecada<;ao dos foros, e contabi': l~dade das aldeas ·das Novas Con=tuistas. Boletim n.; 33, C Collee­fUO de Bandos. & das lVovas Conquistas, pelo sr. F'cJippe Nery Xavi-er; J. yol pag.227. ,

(c ) Manda aos ac.cordados da communidade de Siroda repor no C()fre as quantias despendida::s sem licen9a do governo;c da reg-ras p;lra tomar as contas das aldeas- Bolelim, n.O [) e Col!eceiio de Ban .. d ' ..

01, &. 2. 0 "01. pan. 105. 1 (d) Heprime os ahusos nu adlninislra~;:-I.O da aldca de Sirofia. Nel­

l.: ,<.,(~ Je osle JH~I·jodo: = Como a aidea tcuha de f~lZel' dcspcsa CIll

.. eSlradas; como alguns d;IIIuclll's, a (}lIcm se de\'erj~H) fllzt'r est.as • l'eIH1Si(.;iies , jf1 nao ('xistalll,. eOIl1O as t'str'adas ~pjalll t~W pl'oveit() I' berid da If)llHIWuidade,. C COIllO (IS il1di\'idu"~' ('ujus intcl'l'esses " ~ gOVCl'lJO zela, pOl' e~la furtuit Uhll'nil.uu Hill\..! vantag-cm fllLura, c

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c rtm It hllm P outro; dtwendo porcm to<it.lS os ouiros s.~r (le.p 1 • ) • ..:t eS8 ( r)

« e.scrnAo. a quem t'XC usn'omente COmpdettl O!l rnnis .fllllolum to' I' 1:' d' 1 d 1 en s'

fl: t' por ser conlorme 80 L'" lta 0 ntendente de 22 de 1\1 '. d t « 1 S f 7 (a ). 810 e

a 2.1,) Que tendo-se elucidado haver: « Potti, que he derrama para as despesas da guerra e outras

d' . d Ed' Ol-e traor lOanas 0 sta o. « .lJalcorcho (b) t que he derrama para as despcsils extraordin ..

« rias da camara geral da provincia. a . « Gramcorcho, que he derrama para as despezas extraordinarias

« da ald~a. (c) cr. Vortona, (d); que be derrama para os vencimentos dos pensio­

« Dlstas: E sendo certo que a provincia de Zambaulim se obrigara na Fa­

c zenda por termo lavrado no 1.0 de Junho de t 772 a contribuir ao « Estado de foros, que pagava em 175 t ao Rei de Sunda, ultimo anno Cl do seu dominio, a somma de xerafins t 3, 65.t.:2:00 comprehen_ Cl dendo-se nelles 0 Potti ou Pensoes annuaes, fica f6ra de duvida Cl que 8S aldeas de Zambaulim tern a haver com os foros aquelle « Potti de Pensoes ann'uaes ( Vortona )-mas que nao pode haver 0

« Potti propriamente dito, sem que 0 governo Ih' 0 exija para acudir « as necessidades extraordinarias do Estado, nem 0 l1alcorcho ou « Gramcorcho, seln que se de 0 respectivo caso de despesa extraor­Cl dinaria da provine ia ou aldea ; e ninJa entao com pre\,ia licenca do {I governo, e nao ao arbitrio dos gerentes destas corporacoes.

{( 3. 0 Que nos casos de Potti propriameote dito ( e nos de Mal­e corcho ou Gramcorcho) sendo para objecto de utilidade publica, como e a derrama para pagar aos professorcs (e) " devem ser fintadas

• nao terTia talvez t-iuvida de ceder 0 atrazado para hum objecto. • que Sua ftlagestade tem tanto a peito, pelo llluito q~e deve Ct~n-• correr para 0 florecimento do pail. ; que V. S, a con VIde es~es. In-,

• dividuos a ceder para as obras das estradas da sua pfOlJJUcta 3:;

• somnlas assiIU repostas t e que deYcl'ao ter huma conla em sepa-• rado, que em todos os semestl'es devera ser presentc ao governo

• d()Estado =" Boletim ~. 0_ 8, e Collcfiio de l!andos" &'. pa~. ! 3~es. ( a ) Manda. que os escrlvaes comprenl os hVI'os das 1 ecelta~ e

pesas das aldcas. - Collecfuo de, Bandos , &. 1.0 vol. pag. 68. t b } COIn mf'lhor ort.hogTapllla - .Alahal-corcho. to (\ ~ ) (;ralUJ-corclto pure(!c-nos {Iue compl'ehellde as despesas ta~ " ...... .,.. . . J. l\1aJi l

ord;nada8~ como cXlraordinal'ius da aldea. Vld. a AI,mon rJ (0

Auld, atraz transcripla.. . . (lnh. ( d ) Tambeln he escrc,'c Volon.a , e lSt'gulnuo (\ prCHIUUC1,l,

I.ulrianl('nl~, Otona. . A ., It.~ Ii de ( t~ ) POt pHllaria do gf)veru,tdOI' gcral coude lIas nt., ~

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c::: 6 9 ::::w

u as communidades, os . proprietarios, e ainda as propriedades dos t( Dessaes, os quaes. se ohrigaram por s~us formoes a concorrer com ({ a sua f~zenda, e 3mda com suas vidas, para a m3nuten~aq da az e « prospendades do Estado; porque taes despesas sao em proP ~'t « geral. vel 0

« ,(0 Que ,nos casos porem d~ despesa extraordinaria da, camara. «( OU C?dmdmumdabdes para beneficlO so das communida les ou com-e< mu~m a e, so re eHas, ou ella s6 deve pezar a derrama. ,

« a.O Que sendo ~ Vortona huma parte componente da somma en ..

( cabe~ada comQ foros, deve ser paga por aquelles que concorre~ «( com os f6ros. . ,

« 6. 0 Que iDformandoV,: S.8 que as sobras das communidades dag ({ ald~as Colomba, Rivona, Curdi, e Netrauli, se DaO dividiam, porque

novembro de t 842 foram creadas cadeil'as d~ lingua portuo-ueza na~ capitaes de Pernenl, Bicholim, Satary, Ponda, Zambaul,im,e Canacona, com vencimento de 240 xerafins annuaes cada professor', pago"{ rela,~ camaras geraes. (Botetim n. '52. e Collecfao de Bandos, &. 2.° vol. pag. 4. ) - Por outra de 22 de abril de 18"1:3, atjdgo da camara geral de Bicholim. foram creadas naquella provincia quatro cadeiras; uo Cassabe/em MuIgao)Amona, eVelg'uem, cotno venci'Jnento annual de 129 xerafins , pagos pelns ptovincianos por finta Ian~ada pelos fogos. (Dita Collecflro, pag. 10).- Officio da secreLaria geral do governo de 1Ide outubro de 1843 mandandoaoAd'ministrador fiscal das Novas Conquistas que fa~a Uln recenseamento do que deve pagar cada fog'o das provincias de Pernenl e Canacona para pagamento dos professo 4

res, adyertindo que so devem .contribuir' os que tiverem de rendi­mento 12 xerafins pOl' anno, ou dahi para cima, pag'ando aquelles 0

nlinimo de uma tanga. (Bol. n.O 63, e dita Coll. page 19 ). - Porta~ ria do governo geral de 22 de abril de 1846 mandando que as ca· maras geraes' das Novas Conquistas entreguem na thesoul'aria g~ta.l do Estado conl os outros encal'gos, os ordenados, que segundo U!

Portaria de 14 de novembro de f 842 tern de dar aos professol'es .. ' para estes os haverem da fetzenda publica com a devida regularidade.: ( Bol. n.o 19 )- Approvada pel a do Ministerio tia Marinha e Ultl'a~ :mar~ de 26 de agosto de 1846. (Bol. N.1l 49, e Coli. ditu, pag. 128.) - Portaria dogoverno geral de 10 de agosto de 184~ , elevanJo a 20 xerafins tnensaes osvencimentos dos professol'es das Novas ~on­~ulstas, I Bol· nO 39,'e ditn COll.12.o vol. pag. 252.) -l)ortal'la d.o governe\geral de t5,de jullto d~' 1850 &uppl'iminJo a es~hqla de ptl~ Ineirns letras de Quepem, paga pela respectiva: COlNl1lu?Jd.~tde, : 'ap­plica 0 vencimcnto do';professor a Lim ci:rUl'giilO da PI'OVIl1Cla, de Zam .. baulim, assistente em Quepem; e isto- em quanto Ilcar ~o p~ eril1(1~le CS\.a a esehola est.ahelecida no meslllo Qllepem pclo tallccldu Deall .Jose Paulb da Costa ]'lerpita. ( Brit. n.o 30 ) ~- '}>or(al'ia diLIl de 2i de junho de 18~1 :tbolllldo l1a:; NIJ"IIS C I1JUqlllstft!:> tod,l::i as dl\J'I';tllla~

~}

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= 70 =

" ~':I) 'l'tl' o~ (I"aln' Adminisl rad(lreS (a). ao m('~m\l temTlO ,". « 0" rt:" t. ,'1 ....

"dOft,I, .or obri(l'aram ,lor altt'l'Iuta [I e~tt' ~enll·I). com:1etinl~ lh f( ('a :-. ". b . , " ' . - t'~

{( t, .. tas ~l)br~lS da fllesma manelra. 'lilt' edt's prl'LHiCl!l1 O~ alclnce" (( e· H'ndo-se que ctlt'~ LlO~l1'llll1 P,)ttis Otl de:n\m~s. ~ f:lliJm a('qlli~ (1 ~i\'oc'S, que alem de llle~a('s por falta d~ ~1L'('n~a (hando de f, d,. « ~Jaio de 1 S t 7) (b', estaram em l'ppOS1~'{lJ com es~a reSpOIlqbtli ... (, da llt'bs falLb do ft'(lli1:11E'(~to : ('utnpre qne no prl1so de ~O dins « {'lies reronham nos resprctt\"os cofrcs us ~ohra'. por.ll:1': nt/o Curn. (( priram l) ~eu comprOTllISso ~ e l'~q, d.erramas l' l\r(ltll~I<")p.s., por in­~'( fuodad:l' f' ilk;.1t-s. pllra tcrem a npphrar:ao marca,~a na cltada PI}r. t, taria e 011iC'io de 1 S lH e -J, 7. sob pen] d~ proledlmento e\~ruti~·o.

«( 7.1.' Que ig-ualmente ~ej3m ft'POSto51l0 nH'~mo prall), e ~ob II tne~. (, ma comin:l~>J.o 0 Callcpotti, lstll he. as quantia~ h(\lida~ partt (1 ft'5-« ta do Ca1l6, por Ser burna derrama arbitrariamente estabeh:,.iJa (\ de po i 5 de 1 8 1 7.

« 8.° E bem 3ss:m os Potti~ indcyidD5. a~ dC5?eS;l5 dc nppflctlr51 « oCl'ulta, ou nao legal. con~tante~ da rt'la~i1o junta· au referido re. a laturio, e que lai por copia.

e quotisa~'oes para paga mento dos professore~ de prilneil'a.s leu.)5. e outras, ~ubstituindo·as por 1:! reis sabre caaa parciao de foro,que pa­gam a fazenda as communidades. (801. n.O 30 ) -Dita de ~ tie )hi!) de I t',j~ applicando 0.';; 20 xeratins mensaes destiuados ao proft's,ur de Canaoona ao pagamcnto de tun cirurgiao para a Inesma pro\,illci.l .. ( Bo!. 11. 0 18)- Uita de 30 de julho de 1 f;~ G applicando os ~O .l.tIJ·

fins mensaes destinados aoproft's5~W de Amoaa, na provincia de Bi· choIilll .. ao pagrunento de um cirurgiao para a pro\'incia de Satary_ ( Bol. D.O 31.)

Por entre a serie des-tas ordens se ve que a derrallla. suhre os particulares das aldeas achou obslaculos prati~os na f0rma~:1Il do recenseamento, que servisse de bJse a me~ma derrama ; e qtle 0 ;,1. '-erno na difli.culdade de vencel~ estes obstaculos oreferio ['eco&rCr so as comulunidades, lanS'ando uns tanto,:; reis sobr~ cada piu'da~) da furo . que estas pag-am ao Estado ; que he 0 Inesmo systema que se segue n~ presidellcia de Bombaim. E.;ta lnesma diiriculdad~ tc~ POt' ('crl8 sldo tambelll 'l causa de se pedir llluitas '" t'zes lilllhelro r> ('oml~lUni~adl's das Velha::; c~nquistas para de~pt.'sa s geraes ou loc~t.'" sem lnclml' ll~ £iata o~ pa,l'llC'ulares oa aldea. Yencidas pm'ern ,l:\.ddh· ('uld:Hlej prallcas., ~ Jusll<;a pede que se fas-u a denamJ n<\ i • .)nUl

do f oral, e ~o dlrelto conSl~etlldinariol que lllJllda comprl'hcnJt'f 1

todos as C\ldcaos na propors'ao de St'\lS haH'l'e.s na altica.. ( a ) Sohre 0 que :--ejam C.:'ltes administl'adores das allieas. con,~;tJ·

te-st" a Jltlllf)ria du major .\ vld. que UU'al {ira tri.luscriplu _ " ( b) nt; pro\-idl'ncias para n lwa allrnilli:\h'a~;\o d~s fllJllU~ttllIJJ"'l

des lilt,,, r\\)\',t:).CUlljllll~L\:'. ( "lila Call. 1.1\ HJI. p"g. tiJ ).

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~71=

(l 9. B Que dilS Pf'IHIS impostils nos escr\\'ues pclo art. 3.° da refe­( rida Portaria de t S~6 exccpluilf£l os dfls ald(~as, que eslivc5sem ar­( rematadas, se elles tinham fornecido 0 rompetcnte relatorio para « a cohran~,a dos f6ros elc.

( 1 0. 0 Que GlH,jdos e ronvenciuos os Administradorcs das ald~8S ( destes dolos e irreg-ulnridades, Ihes seja cilssada a arlministra\'uo

t

!( pnssando. taes ald~as ao s),stema, pelo qual se regula 0 geral Jas « commumdadcs.

«( 11.0 Que os sobejos dos {lllIlOS suhseqllcntes no rccpnle estahe­« 1ccirnento de saccadorias scjam distribuidos pelo sJslcma seguido. « ou que se yier n seguir nas Velhas Conquistns.

( 12.0 Que se notcm no lin <.) da reeeita e despesn as qui las de fo­c( ros pngos [1 fazenda.

« : 3. () Que V. S. a CUOlpra, e mantle logo eumprir 0 que por este ( se dctermina; entendendo-se para isso, seudo necessario, com 0

(( dito Adyogado Pereira. '-

« 14.0 Que de conta a final do c.umprimento oesta onlem. « 15.0 Que applique a doutrinn della nos casos semelhantes, que

« encontrar em 'outras aIde as da sua jurisdicQuo. ( 16.0 Finalmente que se cspernm esclarecimentos de V. S.8 para

«( se tomarem providencias geraes sobre a fixuQtlo do fundo e bens lias ( communidades; sua receita e despesa, como propoz a contadoria.

({ Del1s guarde a V. S. a Secretaria do Governo Geral. 28 de Julho ( de 1847 _Ill.mo Sr. Constancio do Rozario e l\liranda, Adminis­( trador Fiscal inteirino das Novas Conquistas-Custodiu Jlanoel « Gome.." Secrelario do Governo Geral.

XXXIII.

lIa muit.~s pessoas zelosas Beste paiz, que jlllg31n fazer urn bom servi~o a seus conterraneos, defendendo contra a demollstnH:Ilo dos facto5, e da legisla.;,ao que as comnlunidades das aldeas Hem sao IUllUi­

cipios, oem eorpora~ues de ordem publica, Inas associ{)\t~ei meramen­te particulares. Como os governos nas occasioes de apertos ]0 estado tern muitas vezes rccorrido [lS cOlnmunidades, exigindo-lhes dillhelro, fJue nern sempre tem pngo com poulualidade, csperam com 0 theoria, (lue estabeleccm, pdf as eommumdadcs a salvo dcstes snqucs ror~,ados. 1\la~ reparr.m os (lue assiln pcnsam, que qualquer (pIe St~ja a na!ufl\/,a df)S eornlJ1llllidad,'s, ou publica e munic.ipal, ou parlieular e p .. ',yada; ({lJando 0 gOVCrIU.) li\'('r de acudir a sahra~au do eslado, hade 11' !lus­car 0 dinhciro oUlle quer que () hOlner ~ c como llilS l'Ol\ltllUnidades 0

lIcha de onlillariu com ('erta racilidttde, de Bl'ubulll 11lodu se livrarao

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] cr,'gcJ (f11'h r~('('I,"m ~ a (f1W I) .~xJ,crif~neia llacs (!rlc.., .'rl," ( ••. t f'stas (0 P -,. (; 'V"", 'I ,.., • ,;, I)"

rem flrrisemJas. , Ycdir, C Jlilo pagar, nllO 1w ,n? v(~rdade JlJsto. ~la~ 0 govf~~n() t(!rl'l

mais modos de p,ll:.;ar as !;UIJS dlvld(j~ do (Iue urn parltculnr. l'olKfHIl(jA dc vcr como.o lfilrarnar (a) no mcsrno tempo (IHe 0110 pOlJp~ ('fm~tl-, r85 ao g-overno, r()nf(~s~a Tlohrcmc.ntc (11J~~ SP f·~t.{~ lidO tern pl1~f) dir"f~<: ... tamcnf.e 0 que d~v(~' 8~ eommunldade~. as t,l~rn cornp';Jl"iado illllpla .... mente £lor meios indin~etos. E~tas .~lj(~ as pUlrH:D,S do (;/lro'rnf.tr:

=( Ad nosso PortngtlJ falla dkdlvamente ~UlliJ yara Rf~ ~(Jvernar « It si, ~ mrmos ai/H)a pnrn 0 govcrnn das (~()I()ma~. L,o,m lW)cJ "II Corn .. « munidades 3grieol()~ nij(~;' nw devcll. -t(~fl7i() a~radf~clm~nlo~. Vej'JTn " (( que . ~i1') as commllni(JlldeJ· dus Nova~-C(HHIU isf ;IS, ... fJn(lf~ }JfJl}c:a ({ acc;iio tom lido 0 gov(~rno, e 0 que sno as dus V elhil~. l·~studern a Iris­H t.oria dcstasassol:'iact;f~s, n alii verao f{u~ os ,Ji\'idefldo~ 8W~ ael:ion;~tas « Ihes vieram muit.os flTHl()~ dr:-pois do dominio f'0rtlJ~u(~Z, quafldo{)~o. a verno regulou a sua aJminislra{)iJo. e eorn(~!;(J'Ia cxcrcer nella~ a ~UfJ tn­• tella. 1\'ao tom pois as communidades de queixar-se da ae~ao do ~f)-«( verno sohre ellas,= » . '

Nao ~6 nno tern as communidadcs de qlle;xnr-sella ac~rJodo g()­,'erl~ sahre elias, rna! terao muito mats (Iue agradecer-lhe, (lUaOfio ene persuadido ~das ,erdttd(~iras doutrinas (-tue temos exposto. em Vel

de It.es restringir, lhes ampliar as attribui~oes municjpae~. Apartar-se­ha mais 0 nex.o, que deve unir entre Si05 memhros e a cabe~a; as corn­mnuidades laraa rnais, e meJhores servi<;os ao estal]o; e ° estado fol­sara tamhem mais de as favorccer, e as aldaas (lue regem. As rnuniti .. palidades portuguezas limitem 8 sua acr:ao {I villa ou cidade, onde sao estabelecidas ; respeitem os d1 reitos, dos seus visinhos; e cumpriodo estes lealmente com suas ohrjgacl;c~, nuo havenl conflicto, nem motivo5 de queixa de uma nem de ou'tra parte.

Os Inglezes tambem tern instituidlJ nas suas capitaes municipali­dades aoseu modo ing)ez; mas estas rnunicipalidades, como 0 sena­do de Goa, oao ex.tendeUl a sua ae«;tio fora do arnhito daque!las cid,a­des, ~ se~s suburbloi'. Nas aldeas continua 0 municipio hindu; e alO­

da, I~ao VeIO it c~be';1 de seus moradores a possihitidade de se vererl sUJeltO$ i ~o T?glmen municipal a outros officiaes, que nao sejam O! que relo seu Instltu~ desde tempo immemorial, e sob tao diversos gm'er­nos.08 ,tern regtdo com satisfac&o sua, ou se Ihe dao algum motiro de. quella, acham logo desaggravo nos magistrarlos 5uperiores.

, ~, .

(a) N." S~6) de 2(i df- no,enlbl'O de 13G9.

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= 73 = XXXIV.

A cidade de Bombaim todos sabem que salton por cima de seus mu-1'05. e se Y1li a1astrando rapidamente po'r toda a ilha. As antirras al­deas de Cavel, Guirgao, llazagao., ~ outras, ~ao' j,fl verdadeiros bairros da cidade, e as de lUahim de elma e di(l b3i,:~o. Vuroli, ~ia,) etc. se nao sao rigorosamente bairros l:lrbnDos, sao"· no sub-urhanos, ou ar­rabaldes da mesma cidade. NeHalfoi inst,itN;da uma municipalidade ao m.odo europeo, ~ esta municipalldade que~endo dar a cidade a!lforma, esplendor, e gosos a que t' tem.,aire'ito, e 'S~o in~lispensaH~is n'uma ca­pital da,'iua' magn!tude, impoz ~~s ~eus I mo "adores, e por ta~s repu­tou os de toda a dha, certos tnliutos., talvez pesados'; mas adequados ao fim que se propunha., ,- _ ,mi-<"l\.

As antigas aJdeas, hindus ja transformadas completamente em cida­de nao ti\ eram que oppor a :.~stD qelibera\'ilo 'munictp,;~I;! e cum, boa, ou rna yontade se resig[}(1f{uft a, pagar·o que sabem i haue re\erler em seu beneficio cO,mmum. Outras aldeas~' en mais dislantes do CClit.i 0 da cidad~J ou sitasem lugar onde a influencia desta se nao'fri'z tai . .to sen­tir, nem se respira eX8ctamente· a mesma, atmosphera ul;hana, recla­maram contra a taxa. Eis como esses moradores se exprimem na sua reeiamacao ( a ) : '

"-

= A' respeitHeT junta dO's juize's'de paz da cidade e illia de Bombaim (b). Senhores,.,.-Qs abaixo 3ssignadGf PGrtuguezes indigenas, e GutrGS habirnntes de Ms­

him de eima, Jlahim da baixO', Vat;Gli, SiaG:;' Vadalla; Matting-a,i e Gutras aldeas, mui respeitosamente chegam perante esta Tespeitavel junta a represen1ar a muita fadiga, e aggravo, para naG di?:er Gppressao e extorsdo, que ao presente earrega' sobre n6s, ani­madosde inteira confian~a de que 'esta respeitavel junfa pJienamente convencida dara~ao que nos assiste nesta nossa reclama<;ao, sera 'servida prover de remedio em tempo com­petente, ~e assim salvar-nos a nos, nossis, familias, e nossa poster~-dade de inevitavel rui-na e mls'eria. '. - - , - ,~ !I ~,

l\Iuitas das varzeas, que agora sao exorbi,tantemerrte tajradas pelas auctoridades mu­nicipaelt"pGr suggestao e instiga<;aode SellS nao sjnceros~ nem esc~t1puIGsos subordina­dos, Os 'as\!essores, esti';~am na sua origem suj ei tas as invaso(>s dO' mar:,e 86 df'pois da ~ons.truct;1i.o do Brea6h Gandy rflard em tempo do ~overnador de Bombaim Jonathan Duncan, he que nossos maiores_ safigfazendo aDS del!ejos d<J gOverhO, comet;aram a gt4an~. gea-las com muito custo e trabalho, 'e a aparelhaUlas i 'para 0 etTeito da' cultura, grtJIilf. No decurso do tempo comtudo, quando a terra cOII1~90u & pl'oduzir algsmart'cGmpensa pf!Ia industria' e~erseveran~a de uma serie de _ aunos,; {) go verno impOI/um.a taxa..de 9

" " ,1'1" , .' -" "- : " I " - ' "

(a) 0 texto original inglez desta representu~~o. com os ~:nais qQ. rumento~ adiante I'eferidos, estam pubh(~a,dos no tfolheto intitulado, o Prltriota, or the Patriot. An engUsh and portuguese ptriodlcal. HOIHb;.y,October, 18G9~-Rodact()~o ~r. Vjcente Luis da Silva, na-tural de Bornbaim. , ,. . ,

( h ). A junt~ ( Benclt ) (~PS jll~~es ~e paz l1e a corpora~~o, que t'xer .. te as fUllC901' do l~anlaril. Juun~c~pat, ,

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. , -l1lllil l':lI'l('1\ <\111'('1'11\)\ \11(\1 ... pr~lll1l'thn""I' Ik '; rl'I~I\c\!l qu('o ('ram I,'." J)(,r/;/lIQfI lI.lI111< , , , f~ I Inf'llf)

. I_ 1 'I') I !'(\j Ilonlt'nll" 1I1l1.' \'oml1\l~S:lI). I'lIl'a ;1\ II' 0 va tlf IllIlI I ' " Pun-Ill II,) :IIIIl11 l t '. • • • I rril~ I ! I, 'I' 'hs til' "o~il'il('~ Illl Ado ( ).(,1) , 1 IHlllllu\r,:adn 11111(111'\11' 111\1\0 \. ,,.

qlll' ~(' ra.\. It,. < ') ,. II . I. I \\t\l\ a"R\"\ 11111'\ rllni~1 Ilt~lll ti\\a tit, !l rets plH 1I1'9f1. nos 11 11\\ 100; do ('\lIIt'rl il 't'rrlt 'lilt- p. ~. . " . 1\ . . Or f '

clnda de propri,'d:ule nos I'o\nnos plH oi 10 r\lplll~ (1lIlnll~I'~~)' I ('lilt'" tempo al"I!'l\i~1 III

I n II> fI (' tI ... ,.. f(HS "II 1'1"\ 'I"!!AZ nllt'rO~j,\, pl't'h'rILllll nhlllldllllar SPUII I I '1\ (I IH' III a ;n:.. I . • I • ., .,.. . I, , f\ I'~ 1\

ft'ITIl :t pn~nr oito TUl'ias, I' i~lo ('Ill "OIl!H'q~I~Il(,,\a .,11\ tl'lIUe prnl 11~1.:\l\ d:ll< \'nrll'!l~: \~ m;lllcira tpll' lllllitos rl'sll~it:l"t'i. prnprif'I:t\'108 1'001' nrl11H lh~sdl' ,'nlao ()hfl~\\tlll~ 1\ (IfI.:: h'rra gr(lli,~ a l)ulr()~ COh)!lOlO para "sll'~ II C'1I111\'IHt'I1l, ("OIlIIIlt~I\l\d,) l'\(.>~ C'lnt1lldll" I

?Jllr :iO ~O\','rlll) 1I~ !oIl'IIS jlllpo~I(l.';, ~I~ pl\rll 11:11) PI't'til"fI'\l\,O dlrt'llo ~II' pl'llpnt'IIIl(II!; I~I:' "~()I':t porn c'nrOIlI' Sr'1I in(orlllnil)," pr(,!'H'IIII'l\ll1J1I('lIl1dldatll' svallOU 1'1\\ ti,'1. \('/,I~l\ nll\i~ a~~ilUa lia ft·alitlacl ... n prolll/do lIn!'; It'!,rras. t' sol.HC, I:~:-~ ,~~IPPIlSI:\ .III\S:", Ih'Crt'SI'I'nl()l:

:1 impollit:.io 1'111 "t'Z cit' :\ (undar 1l/1I11111h1 filiI' a pxp" It '~' 1.1 mo~dllllllll S{'~ II prnt\u('to renl clas I('rr:\~, .,\1':111 11i~.l(). ('llIlIt) 1'\1'11\1'\1\ II.' IIt)!'"a nS!'I'rt;ao, slIbllll'III'll\1l1S a "lls~1\ C(\~. lid"rlf<;,ao (pit' du!' Irt's tt!f'-;ns IIIl "Blor .til Iu',tllnl prodlld'l dl\~ 'I\nt'I\~. ,II III SI' ,COll~\)I1\" no Illl'YIUUC'llto tlo ,'oml\l tlos Irahnlhndol'('s, 11'11' "I'IIl'em tit'sll .. " (' ;, a\tt .1 tII'tltill)llf \'

~ , , t I I~ f' para OCl',lrr,'r .is IIt~SP('S:lS tll' ,'~trlln\('s. I\hlg-1W~!t \ Itl' g';Il\o?) ,t'\l".; t', 1Ol\1~ 110 '1nl~ !lOll;

."rt;Ol' ~lo nl'I't'~~ariQs para ~a I il'fazer Il~ 1I111H'./\ Vlst 1l~ t' npJlrt'~:iIVIlS ('XI~"I\I~II\S t11l~ nllelo ridadt"!il ulIInicipat>s a titulo tillS dl'~pt'sns tin. policin, e illlllni\la~:in n !!:I'l, n!':m t1a~ rl'n~ cl:tll 011 furo~ do ~ort'rno; fit' J11111l1'irll 1)1W pOl' lim lIe "onlns n"'Iz~ l'l'sla na r('illll!"l!" 011 pnra 0 clllti,adol') 011 pnrn n propri('tnrio, E hI' "irI'IIJlstanl'in dlgll:\ IIc- IIl1tar-sf' ql\f'~s. tus "uzc'a~ nllllcn <I'alltes fllrnlll 1nxat.llls r,om imposlns, 81\1\'1I l\"lIdtll!' partl's que diio dU8S ('ollwitas, a saber, nrroz l'lll IlIUIl ('SllH;?Itl, e hnrlah~,as em \llIlra.

Pelos fins dr> dl"zt'mhro de J IltH)~ qllllllilo corrl'rlnn mais ('t'rlas Illltil'ias ReNI'a lin ~re. ~entl' t'\ct'ssi\ amf'lItf' nIta. (' Tuinosi\ Ilvalin.(;ilo, IIIlW pr'lil:al) (,Oll1 1I1l1lH'rOSI\!l aSSi~l1a\li. tas.fui apresf'utalln n Arthur Crawford. Esqllirt', rl'danltlllll0 l'onl.ra IIquelll\. injulltlij('1\. \'1'1 delibersu:iio, (~ ao me:' III 0 tempo expondo a ~rnlHte peril:!, lillI' IIllS ~l'raltnt'lltl' ~nr. fri;ll1Jll~l f' a pf'nuria quI:' ('xlwrimenla\'IUllOS; IlI:lS, C'nsla a llizrrl 'lilt' lI'luelia reli~i\o.. quP tinhll a tlata tIt> 17 de tlezembnl, nan IUI'rCCf'O nUI'ul:i'il) atg-llma daqllt'll" cavalll'ir!), Un IIIcsma pt'tit>lo jllntamos aqui l~opin para illft)rlUa~lio df'~sn r,~sp('itll\'d junta,

Ag-orll fa.llaremos no que toca 1\ casas I' oul ras proprit',lI\(lt~s, ()s 'p.l' IHI~~III'm rl\jn_ 011 ('hol/panas ondp. P08SUllJ f/·colher-sc l ou li\'I'ram ;\ sorl(' tI{~ rt'cebcr \lllr hetnn~1\ tlr :-;,'U.., lIlaior('8 nlglllllll pl'oprit'ilnde, como palmar('s e 110rlas, m:ham-sc' aillt\n!'1Il pt'ior l'ondifjao. T()tlas as casas, 011 dlOllpanlls, e aindn as harrnl'l\s llm~ proprios fI'ntlriros II,' .l\UI'Il JII'sles suhlJl'bios lem sido impostas St'~~IIIHlo a meSlUl\ lI\aliat;i'i() que \Ul'\al('ria JlO forte e ~i,\[lde de Bomhaim duranit' a ret'pule mn,n;a. espe('Itlativn, 'Inc> he 11\1'l\lllrl\'

"d Jwlo fado (Ie haver cOllcorrido pRm n qllf'cltt dl~ tnllto~ miliollarios (It' l\omhnim. «'IIi Jlf'SS,' tempo que os senhorio8 COIlW(;llram Il 11~\,lInt.ar 1\ rcnda tins ('asas, por ralAo dn IlUllea viSlo, (' pezado llllg-nwnto lias conlrihuidks. Ne:;lc.~s 1l0SSiOS silins iSlllat\{ls n~o llll

I ' • f(~rH tHrOR pam ItS easas, e Its JlQlIcas qne l\C prdenltel'nm alugnr, Iicarl\Jll \':\lias por lilt'·

~e!>. e allllos, l! apt'inr disso a Illuniciplllidude uilo IlfrOIlXO\l os SI'IIS l'igof t'8 III' cohr,lr AS vn:lIl~rinsJnxns, Apcnas sn pll~1\ 11111 (~nOrlllC reeiho,'lIW t~ll!ra logo ~)lJlro 1~I'l:lpllrtll d:'nlro. F.IU al~IH)s casos, c~t-!pecilllnlt'\lle 0:1 mur:u.lnfl's lias dass('s umis pnhrt's, pArI\ sa· tliflH~f'r~tn a "stu opprc'sl:iivlIS ~xig'cndl\s, ll~m dteg~ldo n Plllpr'uhar 0 POIiCO I]lIt' POllSlH'R\,

lIJDa petlll,tHl:l casa cobl'rln tin l(dha, ()U IIIIUl harr;\(~a dp plllha, A ~u'cn!, ht' rf':l111lt'lItl' lIe wellt'r tlu. Sf? a COllin .10 J'ecibo municipaJ nno hn pnga logo t(lI(' )it' apJ'I'l't'U ta, 111\0 t!lr~. (1,lIt' VL'IIII" ~m 8viRO exigil1110 l)('r~'mpl()rialllente 0 pag:lIU(~lIl.o t' raltl.llldo~litt), 08 Ult'ntl­J/Us dl' l'oZlIIhn V'lflOS I, "',, I" ., \llll\Jal

, •. (I 1I . ..,lJ.l, Ulilt I~JrOS sondo (It, (~ohrc', (,limns f~II~, silo nrrt" . 'JeJos t'lilllrro~ da municl'J I' I, I, ' , (\ uu' . ' " )11 I( .1( I por um 1ll1\l1t.int\o tiC' l'cllhl))'1l t;om 1\ mawr 11\:\;..\1/\ . Si(lrw do [tohrp dono (Ifl ellsa,

A injlH~ti('1l d:1 I'J,'vllda ' nf'l ' :'I' ,. ' , 1M se-I .'.. . 'n rt )111/;110 (I"nnfo as "I\fZ6lU \w 1"\11\11111'''1\\(' rUIIIO:;1\ I ,

1\ jI,r,o-.; tl.· ('1L~llS e AOt! 1'1' 'I " h 11 \1111111.1 , . " . . opne "rlOK f~III' VIVc'lll nns suns horlll!i f' plllmnr(~~, II t

IlIlllI'lIN ('a .... a~ como tli~ffl'J a, • '1\1\:1 If' 'It- '" ' , ." 110 I )lura HHI'ndar, c~ OMits sao ll\/d sliitatl:l.": I'It' :I tl • • 1 .1, ILIt) hll pruhllhJ!lcillfll' clp I ,. 'I " .. I rl\r:t II

, ,I I 11111 11'111 ell CI pf'nll:lllt'n t c' f' !'t' 0 (}"uo 11" iI It~ "t I,n 11 0 IJltld"f lido mnl rl't'(·' (' 'ni " , ' •. II "nnut'\! ., I " . ) n KU ell nt.l· !,lIra ()ccorrl'J' {Il\ Ilt~Mlw~l~ dtlltil'l~P,\I~ Ih" • 01, rill, I' /';1/11 Illlf'Hh~!',.' .,' I. I ' A 11:1111\ { I '. I ~ rlS I ,\:I/(/ II' liI~ (nit IUXf\$ IIll1nf'l'lpa.l'~ ItU IQI\\I('lfa t\lh. , 'ta ,II H:l J")l1I IJIllIJl"I-HP.' 'I 'f' J . \ " .~ .. il vl~ til' F. .,' gf'r., ml'n,' II liI/ltlo, 110 que wrll a ';\'nhor!" ... ft, (':iii", . ~

,HI I" ,"Iatlaa " "'~hlll",,' • N) l TI'CMr. ao. I'JnI r 'f' J ' . ' , 1'\Ig"III!I,I:-l, 1I1t0 I II'S rf\,'1'" nUfrn "It,-rn:tflt'/t 1f1'/1i" J" fit

,J t'li Uf 01 ('~ df' d IlIlll' '. I\J • 'hI ~ \I ti, 0:; U .Ir" lin" (:0111 0 Il:tt~llh', lUHS «:1'1 I" "rOb!" I !

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~ .. ~ I:) =

•• er ~(lsto. na rua, "e' 0 dinhl"! ro {'mpre~h!do .;,ol!re ~, (':.- ,"\!. ta)T'f'J. a !5. ebkl I'M oeJ)lo. (HI mSJS. 11:", (or rago no praz,-' (>stlpulado.

Tt' maDh' , ~ liber~ade ll.e asse:'"'-'rar a rt'~pF"i.:ln·l jllnta quf' 0 qut' aClln~ Tt'l'rC""nl,,­l11'" he uru~ \er\la,I~lra :-' tiel pmluTa da tn,tt' condi~:to, a que nnHlo~ do~ h.tlllllntt"~ Ut' ... ln" h)L'ahtladh h.1O sl~oreduz.idotl. ~io -he ,'om 0 ,It'M~jO d~ iHudlT a' auclori~larlf" ~u~icjp:\~s que tt'mos [elto ("~ta penosa Tel~ao a essa rt>~relh.'f'1 junb, mAS ~I' I.elo ~t"DtJmt'Dt~. d~ dt'Yt"r para comIl~'~tO. t' pam ,:om 110~"Oii filho". e pelo plest'nl.imeato d .. fwna e mL.'eiJR que C':' e:-Ilera.. .

So80S ourigaJoi' a pa,:nr o· h1'\'O da I UJ ~ie ~aa inlroduzida rara beonpficio .. le O\lt;o, quando Il:io tt'UlOS lUI al:.:~·rna junto it, no:',.,· ca." .... nt'ln eOl qualqut'r das fll.h do-~ (i;;{IS distric10s de Mahim de ("lma e deLai1.o, t: igunlOlenle em ontro:, h~I'lTf's .. , ~uss~s ,ar~eas s:io taxada~ para ot' 'ipesai de JloLC~a.. apezat de nao ser oe«:f"i$lllla Q~lla"A IOtcr .. ,'ell,l.o,rlapolicia, ,',; llld~ ",am eOllllhadas de poeira, posto que nOIi~U Cas3S e I ..... ruti~ I':ic' ipla!IUt;J~tA l<1\ad;u. como 08 cidaJe. c·ndf' a~ Tll:l- (' he-cCOll )t\o T, ~.ld~s to-da • .u 1Ilanh~~ e tarde,. ., Humild~~ mas iust.antemente supplic.amol' a (·,sa respeita'Vt>l Junt~ quelr& lornar lo.­

d. .. - e:-ta~ ClTcunstancuu em "'Ia collsiderac;~ot e aHemla .1 necPssidade de nom~ar uma ('ommissiil' composta de alguns independent, , caYAUeiros europe-oJ e ipdl"ena- a tim \1e iD:o:titUII miuda aH'riguac;ao sobre todo 0 s)stemn dt~stas obno1.i,a1i taxib ene:'le'lii i~oladl)'" ~jtio~ sllb-u:ba:!t'~ CoDfiadame,nte h per am os que t'~sa respeita't1 junta, tola~meule n'n­If'nclda da IDJU5tJ(;a e oppres:'-:to qUf' padp C'?IU0S. no,. dan~ aquellE' desa.ggra\o. qW; m.s DC" persuadim(,' que merf>Cemos de :'lLI~ mi'u.1s.permiHi, !'enhorl"~. que nos a$si.l;!nemos. ,-vssos mui obedieutt's e humildt':' ser'fos-.]I.JllO .t. de .. 'fo'Lie-D. F. Jlll,:dlq-UaNOCl '-IlJles-_.fn/(lIlio F. Luis-.lfadcmo de _-toreu-l[oiioel L. niaiO-.Joii.? P4M:oal Lt4fS, _[)(I'Il;lIg4;i- '-tUUs-.4n.dri de s."u:a-.T. S R,u!rigllf.s-Eugt:lIio ,d' Oliccira-RIl,l­t~~ta QuiIlY-.f . .A. Dw;>-P. P. Jlu,.:rll,,-. C. D. _Yunes-S. J. de Abr;c,l.-Gorintl GlIllgQ44ur-DI'INo ,"Jr}o'J,,-J, F. Rf)dr;gu~-.fl~tol1i/J Quin.ll-_-JJuJri it .. ')ou:a-/J. 11. de "', -Ff:lici,m) de S!lil:a-Trimbuck Gungadhur-Jhra{Ja Bhicajt:e-e oulros em Dumero de perto de qU:Jlhent0~ =( aJ.

DiIatando-se 0 despacho a esta representac,ao requereram O~ ~I­p1atarios ao go,-erno.o qual Ihes rnanuou se dirigissem ao comnii~sa­rio municipal, 0 que eHe~ fizeram com a seguinte cnrla: u

= .\ Arthur Crawrord~ Esquire, cDlJ)mi55ario municipal nil cldad.e dp Bombaim. Senhor. 0 governo na sua carta de 8 do mez ultimo, n,O 590, tendo-nos encaminhado

para vCis para oi.ltf'rm05 respos'a a DM5a represel1ta~ao contra jls pesad .. e ruiAOSIU ta.us impostas ClOS habitantes dt"~ ttt:' localidades sub-urbana~. mui res~_to~ilme.t.e .l~ r.()gamu~ t~nb at'S a bondade de nos rayorecer com lIru~ resposta sobre oassum.p;to, cup' a maior breddade que for rossi~el. Somos etc.-Mahim 5 tie abril tie )869..J1J', --to rlt JIorlfe-D. F. Jl{ur:dlo-Jla1loel L Dius-_-b,tonio F. Luis-.:Uan.o~J 1"tllles-JlnTla-110 d'Abretl-,Ft!liciano de S()fl~a-J, .ill. de Sa-Eugenio de Olil'l'ira--J- S. RQdlj­gues-Jose A. Ditu-P. JI. de Sa-DiJmingo~' rallts-e outros varios =

( a) COIUO illl1stra~ao dcsta rppresenta~ao, lea-se 0 ~oe diz ,um esf criptor da Bomba~r; Gazette, de 30 dezelnbr~ de l869, n UIU arugo so-b · - I' I:J' tl re lnstruc~ao puL lea na l1l la. .•• ~

:::::: As i nsti tui~oes inglezas, taes COIHO as llluulclpahdades, . saO ell!

c~~'to 1l10do inlpostas for~adalnf'nte sobre unl povo, que em (,sua do­clhdade se prestaria a sustentar uni. certo nUluero de elephnnl~ hl'ancos, e hi ppopotalnos enl cana povoa~ao, se esse fos~e, 0 gqSl~) do Sarcar; rnas a cujus OUlOS 0 1105S0 isento gOYel'110 (se~!go~et~: ment) llluoicipul nao he Hlll bcnellcio, tua:) uleramcnte \lll1a·al'l~lau,l" lha pal'a ilpallhar luais inlposi~~t)e~. ==

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-i~ = tv

Rf'~posta do commissario nlunifipal :

= ~N'rf'tllri8 do (7ommissario mllnicipal, Rl"lmbainl. \." tIl' maio de 1869, .,. J. tif" -'h"lntt', DqlliN'. t" (lutrlli'.

S~nhort's.-Em r~Sr()st~ Ii H"':) l':ut.:l ut' 5 M abril. ppc;o "pnia para 'os lb." coria ,',"l 'll~n:-" h'"w :l,l ~.\l""rI() -))r,' ,l m '.< n) [}!',!oc!o. Tt'llho a hoara Ptc.._ dv a CrI1a.-ftlrd • t"ornmissit[i\l municip:d na ('ida,~' dE' Bl1mbalm. -f"t\v,.

C pill-X ,0 1116 de J 869. Se-cre-taria do commissario lDunicipal .. t~m 'BOmbl.i de mar~(l 1869. ' In. 1,.

A,~ primrirv ~~('T~tari(l do gt'Il"erno. S~nhor-EIB respost~ a l"l"l~.~~ r\"'!mmunic8~:lo n.<'t 'ift 'l d~ Ii. dl' dt:"'Umbro dt> la"

de que ~tituo c('Im t'stll M ('Irt~(fHh'S, ('~ht>.m(' a honrl'l tit" JI,I(3r., ' 1.0 qut' nanca t~m trmpo RIg-um r('ct"ba qualquer ('ommulllca<;~o dos sttpplkanti"s jO.

bre 0 o~jt'do qut' trahuu, '!." que ~O mt> (,lllUpre t'~t>l'lltar a It'i, que regula os impost(l~ sobre as CUllS D \ n- ;

. . . ( l t " I ' 1:1\)1 ~ tf'rras slfa~ d~ntrll d:lllha dt' nc)mb:ltll1: P :\::""r ('0 lr H at'~ Imt~ostos tit'S st'llhorios ' inqu:lioos d!'IlR~, ~:'m stt~nt;a\,l ;1 qUt> a -"lttt:tI.;'HO d'.;sa~ tt>rra .. ~t"Ja nrbana.. on su\.t.. ~Q

, t" '.1 ' • , 1 fi' ur ul· na, t" ~cm stte:l( l{l ,111 n: SItU a pro~H'n;:\l) Ull s:"rl"l\,) mUOlllpa elto, on Jaj Taut ~" , , "d t ,".1 I ~,. mUn1(,lp:H'S aut~'n :.1S na M'tl lulU e. -

3.° nnt:" \,1 bn,dllt".nto ht'srmnre feit,) em Tl>I:\~:10 80 yalor das propriedld'" n" "1- - t <:ell " r~s.

p~tin ,.isinhanl7~.

4." que qua)'1uer re'S~l);l ag:m"nd:l peh'! men 1311<::Hllento tt'm immt"diato r€'t'tn) at!

tribunal de:" Prtt,:' :5f$~L],'j~~ at"'! qual eommum,'ute dirigem as :iiU~S reclama~3es to~u II

clus-e$ de Rom bairn. Tendo assim m,lstrad{l qUt" (1S ~upplicantt's 11:'(" tt'at fUTIlhmento le':!';\\ -';Ha ·;:;"':xar.

Se', tenbo ttullbt"ill a dir:er qUi' qtlaado a peti(3Ll for ('ontellPbda pE'la junta ,~,'4 jl1il~ dt' pa.J~ esfMt:::tr-mr:'-hei da minha parte> I'l1[ l'onst~guir que ~:'.i :lnl isenta~ d,l hu mJIU­cipal as proprieda !es dt' pequt'no YaIM. po~S'uida$ pN pe~~oas pohrt"'S. Dtu wrhls nih"'! rnontl1.!l1 a ~rande somma, e nall d10 rna;:, qt1~ enhllo no $eu r~ehimt'll~. Tttto etc.-( assiguaJo).-I. Croll' turd. cOlllmissario municipal. =

Nan DOS atrevemos a 8rcusar oem a nlllnie,ipalidade de Bombaim, nero o gO\'erno, que npprOi"JU as suas delibera~Gr~. Aquella~ ptnoa\oC~t que os proprios reclamantes recon hecem ser bairros sllb-urbanos. ou ar­rabaldes da rida,le, se aifltilrse ChMl1llm alJeas, he mai~ por etTdtode rec-Orda~ao historica, du que pOl' Ilwrecerem hoje tal titulo, poi~ 111 muito que id~appareceo dellas a orgtluisa.;,::u alJea. que tinhAm qUJu" do eram pO\'oa~ocs puraUH'ote rurae. As 8nti~as 31dea~ dn ilh:l tie Bombaim e~taln a~ora para aquella, eidade n~ lilc5ma razao que ;l~ ,Ji­deBS de Elill' e Bangupnim, da ilha de Goa, eS\..'H'am para a .ntl~a cidade dQ mesmo nome. Estas foram absoniJa~' e; t?ltinctls pela cidade,. que extellJeo sobre 0 seu territor~o os bairn).' ur­~nos, e o~ s~.u~~a~l?S' de ftli,lel~lll, S: Pedro, Sllnt,~. 'Luzi;l, e I)i'~: glm. Mas as dt'InnlS alu~>a, da pre:-'ldenela de BomQsl'n \\~Llln h)U mente ise~ltas tin jUt:ljd~~'aqJ da munit'; iltl liJaJe tnoddlada 10 llltlJll .. ett­ro,.eo, aSS10l CUll1l)IO ~tl\ermnt fl, ('stUtu todas a~ :lld(~as das iUl4t~ d~ (iOI,

Bafdez. e Si.kt-to das municipaliJali~s de SCllltllhaut6 uaturel~l QlectJS

118S SUBS r .. !tf'ectiras railitnl:~s • .': dI E ~ na ith~ -de Btl01bai 'n ha pO"!! tlt:()CS t)U fJ.lea~, que ap8lar .­

sua cndente ruetamorphose C1U hUH'l'OS urbanos, t)U suburNn'" ,

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qUl'ixllm aintln !la illjllsli\,a de screm taxadas pcla municipaliJa(lc dll fidade, por nao lograrcm plenalllente todos os heneficios c melhora­mellto~ , que csLa logra na sua parte principal; com quanta maig. justiva .e razlio nlio devem jlS alueas de (;oa ser ,sentas da munici pa­lidade formada ao modo europeo, quando t('m em si a antiga organisa­(ilO municipal hindu, que as habilita a acuuir a lodos os melhoramcn­tos compativeis eom a stla situa~~ilo rural~ e nao (lurticipam nf~m remotamcnte dos embcllezam('nt.os1' e oulras vanlagens, (lue 56 po-clem dar-se n'uma ridade ou "iBn? .. ,-. .

Sirvam os queixumes dos nossos visinhos, a1cm de ludo 0 mais que fica ponderado, de escarmenlo para nao commixturarmos com os muni­eipios urbanus portuguezes na India os mllnicipios ruraes hind(}S, porque dessa ineongruentc mistura St) pode resultar niw haver no paiz nem um Hem outro nlunicipio, e raltai" tucio quanto 0 hem commUffi, e a civilisaoao exige de uma organisa~ao municipal bern ordenada.

xxxv.

Pareeeo-nos que nao desdizia da natureza deste nosso trabalho cn­trar na investigacao da origem das tanga,!; de cunto, e da sua aliena­nacao em maos estranhas ao corpo ganca+\al. Esta inslituigao acha-se em toda a India onde se eultiva a terra em cornmurn, e fica ja per­feitamente descripta pelo professor Wilson (atraz a page 36 ) nas palavras por nos notadas, e que aqui eonvenl recordar. Sao estas.== « A alienac·ao da terra a urn estranho nao trazia comsigo a necessi­( dade de sua admissao na munic£palidade, nem Ihe dava voz algu­( rna na administra~ao dos negocios da aldea; nem por outra parLe « despojava a pessoa, a quem a aeeuo, ou tflrra havia pertencido, de ( seu direito a interferir nos accordos da communidade, ou de assis­« tir ao tomar das contas da aldea, ou de receber sua parte de quaes­« quer proes, que procedessem dos emolumeutos pagos pelas licenc;as « de exercitar algum trato ou commercio, nem pelas concessocs de ( assentar vi\'enda na alden, dadas a pessoas que nao eram originarias « della; ou de quaesquer outros emoJumentos de autra qualquer ori­( ~em. Se n pessoa, que alienava a aeQuo. ou a terro, se achava em ( algum tempo habilitada para a resgatar, tinha a liberdade de 0 fa­( zer.===»)

A3 aldcas de Goa cram da mesma natureza, e nellas devia de ser admittido c corrente 0 mesmo principio; posto que 0 silencio do Fo­rni de t ti26 , ~ mnis uocuroentos dos primeiros annos depois dn Oll­

trada dos p()rtlJ~"p'Zf~~, far. crer qne (lS ganear('~, ou sc nao utilisa­vam daquelJa faculdadc de ulienur 0 St!U quinhilo do monte l'ommum;

to

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I· ('r'l 1)·11·... a m-I'lo (1 .. Olllr() s~mclha"t·, !!all",."! r no . leI·." v '1111 J t (U -'.' - \:; v (J ">!l ') Oll sc 0 cI u«, , . ' III o (Iue se nao dava occaslil0 a eontenda alguma, que tosse mister re~ solver por aetos do governo. r-

Ile s6 no ultimo quartel do seculo XVl qU? os dOP,llmentos ate ('f • cOflhccidos HOS di)o nolicia de serem vendltlas e rlados de mer ... lIoora I . ." 1

c~ a~ gancarias e escrev~nin!las <las al~eas, :\ enos pnnCl[HOS ( e seculo xvn (]lIC apparccc a prunClra men~ao de tanga.~ d.e cunto,. e eS8as possuid()~ por porttlguez('s; 0 que 0 governo tratoll de nnpedir, licando todavia d(lsde en tuo, ao que pnrccc, crcarlo 0 corpo dos contucares 011 simples interessados, os <{naes sao reconhecidos no Regimcllto rlc 17:15, c S? Ihes conecdelll cerlos d,ireit.os.

l\Jas para aeha r a ex phca\-uo dcstes rilcto~ he mIster rcmontar 11 ou ... tros antecedentes, que fJ. primeira \list:l podcra pareccr que tom corn com elles pouca ou nenhuma connexfio, e siTo o~ (Iue resultaram da conversao "iolenta dos llaturaes da terra Ii fe chnsta.

XXXVI.

Desde a conquista de Goa em 1510 ate 0 anna de 15i.O escassa fOl a conversiio dos naturacs da terra, e essa parece ser obtida por meios suaves. As igrejns da cidade, e varias hermidas Ilas aldplls a­chavarn-se fabricad.1s mais para os porttJguczes do qnc para novos c6n­\rertidos. Foi no anna de 1540, govcrnalldo 0 estaoo D. Este\'uo da GaIlla, filho do descobridor n. Va~co da Gama, (pIe 0 padre Miguel Vaz, vigario gcrt)1 do bispado de Goa, pOde cons<t~gllir do governo illt­

jutorio para demolir todos os pagodes das ilhas, corno prcludio da con­versao forc;ada, que mcditava. E para ('1 ue melhor po(lcssc levar a cr­feito 0 seu plano, ({oe nUo corr'eo logo [l medida do sen d ('s~.io" foi bus­car ao reino, e no anllo (10 1 r:)l;'() lronxe podl~res ampJissimos para aquella obra, que com sua mort':~, que logo depois sobrcvcio, se inter­rompeo um poueo, posto qlle n;lO cessasscm tle lodo os rigores. Sue.­ceJcnJo, no g(!"eruo Franeisco Barreto 110 (lBnO (Ie 1 ti:; ti, stlspendeo todu a ~lOle,nelU, mas passLldo pOlleo t(~mpo pOl' tal 31'to so se~l~lOrt'a ... ram 03 .leSul~as de seu ~.nirno, (pte assignoll as pl'ovisbes ({ue oerli~s la­vraram (u), luzcndo'l'CVlVel' os rigorcs dcMiguci Vaz, cslado que'se pro"

.(."~ nurc,re~n () Or'rente Conquis{ ado (Pill'I,C I. a Con q. r. Di \'. f(. § 2;:~ nl st..l;c;_.p,!laVI a8=:c, .... (' (Iltel't~llll() os padt'es Iancnr lu:io cia h,la (l(

• e;I~la(), rOt'aUl tel' com () hnv(~rnadol' () Pall'ia,:eha tiP Elhif,pi;l, (l

CI Padre 1'1'1 . 0' I (' I I "I . . '}11"1'" ) VI n III '()rJ.~?' (J (a S, VHU'U () Pad I"e Antlllllo ,k ~ , u d l' n ~ .' I)' I. ·1" ,t . lue

J '\. () tH Ie 1['(HH'I~(,O HOlh'w'ues C 0 J>at"j'u'eh:1 t'lIl flO If ( .. 1 0 J ) . J I I' II ' n J , l P'tO

~ , '. (,'-j I(~ a 1111 Iwsl(~ :·wtlt.ldll, A ,·1 I, f"ILlr'" , «( lnan:l. .'" .. . , .••.... ~.a )OU ( L tel'

1,1, l. I' J aun'jUJ Ihl'l'd.() CSLUU;ltldo Bluitu a oet.tSitlO de [lill

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= 7H =

long-oil pOl'lodo 0 governo do Viec-nt~i n. Constantino de Rl'aglln­~~a, SIICI:CSSOI' dt~ J·'rilllcisco Burrdo. No gOVt~rllO (Ic D. COllstantino (

.. r' r' 8 , ~. ~ f) . .. I . . . J It ,) - Ot) . lltsSl1l1 pe os 1l0VIIS provlsHes HlIilH. ('omo pelns q1l0 "Ie-

ram dt' ~)t~l'llIglIl no allllO t.k.' f.t;!) (n), plHlecco () g,mtilislllO al'!l'(~rrimn IlIlrseglH~~ao. Nilo t:fthe fl'llll IHHTur I'"r ftH'1I0l' ('slo!'! SU('CI~SSOS; IJllstu f!pilogn-Ios (:010 ~l pro\,isllo, que .. Vit',e- H(~i coudn do HI't\'Hllio 1'1'0-

JnulgoJllogo JlO 1)riucil'io do Rt'U gOVt.W'IO, nos:1 de dezembro de 1 ti(, J. tItle !liz tlssim (b).::=:(( I."-m.:o Hi.!Hlr· nos tflW esl.~ virmll lJue haV(IIHlo eu « re~peito a tJuondo lIqui dlt'gllt'i 11(.:1111/' elili~ illw dc Goa, t~ m; oull'US C( ilhl1s a .oJla/HII1CXUS fIluilo d(~SIHj\!olldHSt e as "Idons pnrdidlls, e a~ «( varzeilS alugadlls, e 0 rio (~ltblpir-se, e os ~cl)titJs Ill'Ila~ moruuol'c!I

«( sen!llIbusenles, 0 as IJftO qtwr(lrC~Bl \'ir povoar, por SIIUS propl'it~-« ,dlJLlc& 0 fl1v.,.t~fldus Sel'l:~Ul du~llls it olliras 11('.~~uaf; por ."il'tlJ(.l(~ .It' ""l1la (( l'J'ovis1'lo. (Jut! pas~oll () Vic('.-H pi H. COlistalllillO, P0I"l1'JI'. lllaJHloll

«( 'T'm lodos os .g(~u4i(Js (l'w ef.am hidos fora dpslil InITa (101' CllUSU do « dir:t'l'em (fun O!'l .1~1Zii)o christ.flUs i~)r 1'0(,\-1_, e (111C se lIao viessem dt~ll­(( tro (1.10 eerlo lnmpo, per·tlcs:-H~lll suaH filzeHda~; (~ pOl' eu vel' 0 IUlli­« to' p,~rjlJi1.o tllJe tW dis~o St~glliu UI) ~S(~rvic:,o d'.El-llei mell senlml'. e « au hl~m tl'est.a l(~rra : ('om 1)i(}(,(~t\el' .10 nl"cdlispo Q tle IptnHllls, ussi

1.( jut'i'!\tus como Ih~lt)hOSt (~OIH (pte ~ pr,alill'wi. e por asselllun!llt

1( S(~r II lei, (Jue lIistofi.zera I) ditol)CJIU COlIslautiutI, lIluito rigorusa. 0 (( '1'10 ~e Il;'io do\'ia guar(lar, ei pOl' JJ\\Ill, e nWlluo (}lw a hulu 0 illfiel ' « g~~ntio qlw ':so tornar, Jlw enll'uguomsua fill',unda, e a le-llha, C po~-« ·snil eOllli() (l'afll.l~ fa~iu,l~ a·s p(,~SSOilS II'W a l.ivenml, e a title rur clada. lila (( deixarflO livre e (lesemLwl";.!,atill; 0 :';0 a tiVnl'l~Jl) eomprada :pot" alguns (( soldos, Ihe seJ'ilo ilf)rnado,') U Heus titujos ; loudo I'ago oS ti,~lpl.imo.s lilt

{( dWrlcellat'in, Jhe s(~rut) tambem tornados HI') pdo trosilldo desla 1'1'0-f( V!Sj'lO, ljlJO SCl'enistur(l Ui} dita chtlll(:dlul'ia; 0 islo (~.olll tallto 'tUC os tli ... ( tns g-~nlios torllem dl(~/I' ro cm sni~ met-os pl'im(~il'oS :-i1~~Hinl(~S; t~ a~ « rJ(~ssoas que assi tjvl~r"m llS ditas fazPlldas, (\ U tllJe for fcilu (\011<:110 ( dollus, as d(~ixlltrH,) JivrenH~IIL(~, eomo dilo lw; e H(~ tiV(~rCnl ((~it() al­( g-"lInns humf(~iloJ'jus, f~tw seji}o ulIlis c1'w us uovLdatl(~)t\, (lue l'l~l'd)(~I'illl,

I. 'I HI

(, Illo';ll"ar :to .hundo slta gf'arllt,~ {·\iri',land;ul(·, eomtut't\en U pl'll­

" "('Iwi:., P grande8'1(~'ras d(~ I;lf) iustgrws Vill'tll'H, (~()UlO tiu'.a ptlt'IWIl­

l, 11~S, "o"Ulaf'(~JH :IS lHiullUIS lias PI'OVih(W.'l, (IU'~ J\d~a"'WIU StW rw­II t:fl,!.f','lria:-J, I'r(JIIJ,~u.(,rH!o do ~Hi rualld;14' 1-"1;""11', I' pllblll~;H" Fj/ .• ~ralll. " hfj ;H, JH'Oy,~of~Hrllui 10 (·.Ollrl)l·m(~S aq dirt'ito, e pa~suda."i' I~ola et.llu­... ~,!lb('ja rot'ltn 'lJ,,'eHo;t,t,As pc!laa rutill dc~ (;0;. C~qlU 1111111" ~ull~m .. If "id;lIlf~., /I

ra) A'I'd,. I'orf. ()'/'. 11'(/,/11'. :},t' /Joe. ~H~) tllr~2t}'~t (I,) Lit;;. cit. j)oc. :~~J I

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XXXVII.

( sc hiriio ao ouvid(lr geral, ° qual verhalmente, sabida a verdade, fj

« dcterminanl como Ibe parecer justi.;a.= » Nao pode 0 conde do Hedondo p~rseverar, sempre durante 0 seu go ....

verno (que durou ate 29 de feverclro de t 5~4., ern qu~ falleceo) neg. ta primeira modera~Do; por quanto na mon~ao de t ~63 recebeo IJrna carta d'EI-Rei (n), em que Jhe recommendil 0 cumprtmento das ordelll antigas sobre 0 extermillio (!os h~amanes, salvo se foss~~ ~av~adores, que lavrassem por SU(:IS proprlils milOS, aos quaes se, pernllttlflB Vlver nas nossas terras, em quanto nuo fizessem 0 yue partlcularmente Ihes es­tava prohibido pe]as leis. e provisoes )[1 promulgadas. ~Ian~a tarnbem agora lan~ar fora os medIcos, c o~cHles mechaOlcos uifieIS, havendo christaos portuguezes, ou naturaeS'?fi terr~ que fosse~ bastantes. Ell obediencia a es(a carta passou 0 Vlce-ReJ uma prOVISa r) sua ilOS 27 de novembro de 1563 (b) para que 0 ouvidor geral expulsasse os dl­tus bramanes, da ilba de Goa somente, pelos roes que Ihe fossem da­dos pelo arcebispo, provincial da Companhia de Je~USt vigario geralde s. Domingos, e custodio de S. Francisco, nao sendo os taes bramanes lavradores, que lavrassem por suas maos, nem medicos, carpinteiros, ferreiros, nem botiqueiros, nem rendeiros das reod as reaes, salv(; sen­do prejudiciaes a christandade; manda mms que os as sim expulsos ven­dam suas fazendas dentro de urn mez, e passado 0 mez, as poderao lender por sellS procuraclores dentro de urn anno; e nao entrariao mais nas terras portuguezas sob pena de serem captivos para as ga­les para sempre, e perderem suas fazendas para EI-Rei.

Logo depois, governando 0 Vice-Rei D. AnUio de Noronha (1~6~ -t 368 ), em cujo tempo reviveo 0 zelo da conversaot nao foi este hastante para deixar de mandar publicar em 1 t ue fevereiro de 156o, o banda seguinte (b) :

==( Ei por bern e mando que os gancnres ~ naturaes, e moradores « da aldea de Navelim, que andao fora da dita aldea. se tornema vi .. ( ver nella, ~ois esta ja tapad~t para grangearem e aprovei tarem, 00-

C( de Ihes ser? dado, suas propnedades que tinhao ; 0 que farao den~ (( tro em qUlnze dlas de. qualque,. outra aldea

J ou lugar donde eS,tl"

(( verem, soh pena. dtt nao l~do no dito tempo, perderem su as prop{l~ (( dades e gancana, que tJvcrem fla dita aldea, sem em tempo nl~urn « Ih~ ser tor~ado. E este sera notificado e apregonoo na dita aldea ( c .JlJa de D,vaI', de que se fara 8bento; e islo corn parecer dovedor

(;,) Lug. ('it. DfK'. 172. ( h) LlI;.{, (' it. ( c) ttl g . tit. I)oe. f) f> 6 ..

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== S1 = {( da fazenda, e d(~snmhargad{)res.= » 1)0 prl'amhlllo (10 registo St~ n' que a ilha d(~ Divar f~stavil na(Iuplln tempo al'orada a urn Dnmiiio Fur­tado, e qlw ,. TogO dcslp fora pu/'Iicado () mcsmo hando; donde ra­zonvl'Imellte se [lode supp{}r que 0 aforllrn{'nfo dn ilhn .ifl foi fpito por ella sc achar despovolldn, p qlln ofon',I'o nflo I't)(h~ aehar olllro'-; eolorHH.

Ncsse mcsmo lluno de 1 Fi()6 eSCf(~VC() EI-H(~i ao Vi(:c-B(~i ( a) pa­

ra ajudor 0 arcebispo no ex pulsar os inlieis, qlle clle r(~(llH~rps~e ; pro­hive nos gentios serern ('s(~rivaes das aldeas; mnllda que srjam com­pcllidos a vender os ollielos a chrisUws; e tnmhem (llJC Ilfto entras­scm em camara os gancares gcnlios com os gancarcs chrjstllo~ narluel­las aldeas, em que houvesse mais gancares chri~Uios que gentios, « porque sou informado (oiz EI-Hei) qne privando-se destn honra, ( mais facllmente se converlcruo a nossa santa f(~ catholica. »

XXXVIII. ,

Passnram os jesuitas as terras de Salcete no anno de 1560, e ahl

sob os auspicios do Vice-Rei D. Antuo de Noronha se repetiram see­nas iguaes as que eram succedidas nas ilhas de Goa. S6 0 famoso Diogo fernandes, chamado 0 do I~orte, por ser capitao dode nachol, se ura­na de ter elle a sua parte derrubado trezentos pagodes e rncsquitas. c desreito as idoIatrias daquellns terras (h). As mesmas callsas produ­zem os mesmos efl'eitos, por isso nao a jrnirarfl a declara~IlO que vamos Jer, feita pelo escrivao da fazenda no tombo das terras dos pagodes de Salcete aos 20 de dezembro de 1569, que he do teor ~eguinte (c): :=3« Lembro que se HaO arrendarao as varzeas das vang-anas das aldeas « conteudas neste tombo dcste anno presente de 69 por respeito ~e a « terra i1ndar toda alevantada, e os gancares fugidos, C llflo haver « quem nas quizesse arrendar, indo la por tres vezen para isso An-

(a) Lug, cit Doc. 575, (b) Lug. cit. Doc. 360.-0 Oriente Conquistado, Parle 2. a Conq. I.

Div. I, ~ 16. da noticia deste Diogo Fernandes, qne cl1(~ aHirma eha­lUar-se Diogo Rodrigues, e nao Fentandes, cOntO rl£zem os nossos aucto­lores. Mas he certo que os doeumentos (Jue nos aclHhnos, e saO ora puLli(~ados no Arc/t. Port. Or. Fusc. &.(1 eOflcordam COUl os auc­tores charnando ao homem Diogo Fernandes, c nUl) Hodrigues, eoUlO (Iuer 0 Or. Conq. ujz lambern este livl'o que devia clwmar-se 0 tlo Forte em raziio de alguma proeza que li'Ve$se ourado em a/gum Forte; fif:odq 0 proprio auctor 0 que ahi rneslUo dedara qul.~ die t-ra rapi­tao da fortaleza de Rachol, e ill(! nar .... as proezas da clCfll()iic:iw dos I);lgodf~8 ; donde fica eLtro (fue a gcnl.e de Salect(~ Ihe cbamou 0 do )'·(iI·tf:, IHJr SCI' (:api';lo d() de Hachol, em Cllja CJllulidade obrou a­<jl1f~lIat... proez21~.

(e) Vide Arclt. Port. 0)'. Fwu'. ;).0 page ·18!), Ila Nola.

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b . . de SOllsa tbesoureiro do rCfl(limento das fazendas dos pall " [OSlO '. ~o~

I . cOlnl' ero escrivao onde esllvcmos a te que se passou n monr'?io « (es, , /"I ' • d "". ern « que se haviao d'nrrend~r as dltas varzeas e \,angtlnas, com ~andar ( deitar pregoes pelas .(litas ald~as, eUe m.esmo em ressoa comlgo es .. « crivao, e 0 lingua Francisco DI.as as corn lodas, sem nunea appare .. « cer nenhum gancar, nem escrtvao para se arrendarem, salvo a al ... « dea de QuquelJ, e a aldea de Sanqnoale C ,l\formugao~ c a aldea de « Ysorsy, e a aldea de Quellsosy, que estas todas se ~I'renJarao, Como « se' vera do livro do arrendamento deste anno: e aSSlm se nao arren_ « doOU as varzeas da aldea. Quattaly ,de huma.llovidade, nem da outra « fielos I es-peitos aci,ma, e -estar despovoada e ehcta d'agua sal~ada: « chern assim d.a aldea de. Calata, q~e, tamb.elu se na.o ar~endou por ( os O"tlncares andarem :fOgld()s pOl' dlvlda, que deve;m. E por assim « pas~ar na verdade, eu cserivao e~crevi aqui esta declara~,ao, em Na­« goa aos 20 de dczembro de 1569 annos.--Pero Corn~jo== » J j, E ainda' no anno de 159tl")Q pr.oved.or-m6r dos contos Francisco Paes, a.o fazer 0 tombo gera;~, j, esefevia assim:. « Estas terras (l d~ .. Salccte . Sal) muit.o ferteles~ :e tidas pyJas rnelhores de todo 0

('( Concao, assim nos renuimentos' que dellas se ~.oIJ,e para a fazenda de « su.a magesladeJos direit.ose foros", ,gue .os gancares e possui­,(£ dores pagao cada anno, e das mai;s renclas, q!le nellas ha, como « no rendimento das novidades das mesmas, 'terras, que ficao (l em beneficio e proveito Jos; dito~ ganc~res e m.or~d{)rles; e sempre « forao povoadas de muita gente, .e da 'melhor que ha em todo «0 Condio. pela abuuuaneia, e bons ares del1as; e, ora estao « povoadas de pouca genle, .os mais deiles chri~UiOS que se con­(c verterao, por respeito d.os mais genti.os mornp,ores se nao quere-( rem c.onve.~ter, e se :passarem a viver nas terras do Idalcao; epor « este respeito na.o estao estas terras com' aq~ella abundancia e prus­({ perid?de que d'antes havia, mas antes estao quehr~das pOf,falta « dos dltos m.orado,res, e, de nil? haver quem as pra.nte, e ,grangce do -« daneficamento que houvc, aS~lm por ficarem 8'em dono~,como pelos '« grandes damnos que receberao nas guerras, que fez (0 Idalcao, e « ern outr0.ls alevant,amentos' que houve 'nas ditas terras, por nao 50

f; L « fre~em s~rem quelf~ados ,s'ens pagodes, e tl'utar-se: co~ elles, p; .... , «( n;tUJtas VI~S, de se converterem a nossu santa f6 cathohca, mas a f( slm dammficadas c quebradas como esUio, os gancarcs c Illorad~ « res de~ltls., que ora as possncm, as (Yranereao eom.o podelll, e pug

do « sellS dtl'Cllos e roros por ern chelo b a tazenda de sua lllagesta ~ « S("m quebl"l <llcrurna·· ·t ' . . '1 ' tor

, , _ Ie is . ,c em-se ,pOl' ecrto que sCfHlo puYOal il!; ,

t1 nara,oa suu 1l!1t.lga prosperiJaue, (pm permillil .o~os seja ~~Oll,l ()~ (( rnl)radorC8 'YPllll(jl.l U(' CUllY' -t ' 'Ifica~ , n -' ., ,." 01 ercm, pura ussun fiearoID p1C

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«prospcra~, como est a a ilha do Goa, e 0 mitis do povo c moradorcs (( de Hardez=»

1~st3s ullimas palavr~s mostrpm que ao tempo que 0 provedor-m6r dos contos escrelv13, havla uma tranquiHidade relativa nas ilhas de Goa, e ern Bardez, por se haverem a final os gentios On submcttido ao bnptismo, ou conquistado por algum modo a tolerancia dos governan­tes; com que oram recolhidos as suas aldeas nataes segundo 0 invaria­vel costume do povo indiano.

XXXIX.

Nas terras de Bardez nao ha documento que illustre como as cou­sas se passaram, mas nao podia ser de diverso modo. Os Frades Fran­cisc«nps observantes, a cujo cargo fiOt)u esta christandade,. nao foram tao curiosqs de por por escri pto os progressos e contradiQoes da chri~. tandade. Sabe-se porem que no seculo XVlIfoi achristandade de Bardez mais que as outras perseguida da inquisi~ao como relapsa na ido­latria, c ritos gentilicos, ou porque de feito assim era, ou porqne 0

santo officio se nao atreria a entrar nas terras administradas espirituul­mente pelos !.~suita's com ~l lnesnla; facilidade, COln que eutrava uas que' eS,tavaffi a cargo dos Franc~scanos.

XL.

o mesmo Vice Rei D. Ant~o de. _Noro"nha na lei, que fez ew nome d'EI-Rei aos 4. de dezemhro de t 367" dandosauc~i1o legal a varios requerimentos do 1.0 concilio de Go'a (a), diz==« E outrosi defendQ ( que nenhuol iufiel sirva officio publico, assi de escrivao, como de ( naique, piao, nl0cadao, recebedor (.h), perpatim 1 lingua, p,'ocura­( dor, sollicitador em juizo, corretor, xarafo, nem de ou~ro officio, « em 0 qual tenh'a dominio sobr~ christao etc?=») 0 que ainda outra "ez provo que os orficios das communidades, desde os mll~ altos, como escrivao e saccador, ate os mais haixos, como obiqqe, piao, e par­potim, eram orfieios publicos, ,8 da mesma espccie "dos out~os officio~ do estado, a que sao equiparados na lei citada. 0 5.° concilio requer o cumprimento da mesma lei quanto aos esprivaes, mas (}~cres.c?lIta 0

alvitre do trespbsse dos 'cargos em christaos. Diz ass~m 0 C~nCJ~lO (c): =====« como sua magestade tern mandado que nenhunl gentlo \nrva, de

(a) ;Afcit. Porl. (h'. Fasc • . 1. 0 \ )

(h) Sacf'ador-diz 0 Con('ili()-A(~~~;H) 2. OJ

(l') Af~·a.u 1.a ['cerclo t 8--Luge cit. Dccrcto ~·7 .-Lug. cil,

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XLI.

I)()~ dl)cument0~. qu~ al?aha--r. r '5 de @xr)F;~der, e de o~tr?:;, 'Ie: I

brevirlade nan permitte relat:Jf, mas qu~ hOJe ~jo rio <!1.,m;rllf) VJbI :,1, se mo-str3 que 03 'llJeHes t~mpl)5 d~ j mm.!) 'Ierad ,) zelo l p.el;J ~f)G'i!r~~) dr)5 £!entios, eram alzuns destes ext ermTnados por orrl~:n d~ a'Jf.1fr~_ dat1 e-, e outr()~ se 8 usenta yam por d ~~liber a~dO propria, pDr ~,~) !'!_

frerem aquiHo. a que c r-,ro'f-edl)~-rn6r. dU3 rrJnto5 F ran'~~(.) P~4 cbtm::J. tra~ar-5e com dJr.:s por m~Hta.s tla.~ ce se COTIyertere:n a r':~.;'l salJta f~ Cd tboliCil. .los e \:r erm i nat J)~ ordi n ~ri:tm ~nte ~e con5~~2~~;-: 5U;:;S fazendas e propriedades, posto que il~ 'ieZeS se Ihes permiltia 11'-~ as \'eDde5~ern; 0~ ru~itifoS trata\-am il temp·) de as vender ved~.lei~; ou fizuradam~nte com alZ1Jm born disfarce, 011 as dr:ix3fam enC1~e:l" d-3~ a j amiuo~ e parentes,~ para as ~aharem do C0ofhco. A e~t~ !li.~ fdi"CeS e r;o:Joi'o~ 5':> OppOl 0 Vir:e-Rt:i D. Const3ntillo com d1J~j pt:­vi50es, do 1.0 de ago;;to de 1559, man lando n'uma qu~ a~ ZMlt!

n~o fizess€nl, como costuma\am, a~signarlo~. e conhecimento~ de d:~~­d,,~ a hr)men;; portuguf'zes, e christa 05 da terra, conres~ando dn;'j~. e dizerldo que nao ~ inb.arn nor on jF~ pagfJf, com fI'Je os me~mu,~ ~ur~'~ credore5 mar.davam yendF~r as dita~ fazenda~, e as arremata~am C):E':'

para SJ: nJoutra q~Je todd 0 !:ent;o que po~sui .. se fazend is d~ defunt·},. (; ~eyantados, e rJJt ras son e,rsflda~, a ~ f'jsse descobri r, sob pena de t~:" dt~en:o de torla SU? fQz~ndjj, e Je g.Jle5 pa ia sempre, e a m:'~ul I:~ hn~at;ao de rje~cl)bnr qu:te.srfuer fazencia5 sone~fl'1as impOe a t01~ ~; .. gancare<;, esc.f1vaes d[j~ carnara3 gerae~, t: da" aJ,lt~a~,~ohj1' mi,'~mJ~t""" n;)~, e alem di:-SO de perderem ~eus carQ'Os, para cUe Vif'e-Rei OS prC"" ver ,como lhe bern, fJarece~ge. 'a) - " •

('()r.no as ~anc;)n(J~, e f~~~fe\'aniohas eram f('putada~ ,'ar~l)' pubtl~. f; J,odlfJmser co.Jiscaddj pOl' tiHlt05 titulo! quantos ficam me~

,.,fo'-

(a; .,Ifrh. Pnrt. (Jr. Frru. ;),~ !Jnr. :1v~ e 3(.6.

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rom£'\'aralll a ~('r Iwdidas pelos port ug-nezcs em f{~compensa de scr .... ,'kos, e os Yire-Ueis, e mesmo :EI-Hei como tacs as davam de mer­e':'. (' outras se vcndinm em hasta publica. He facil de suppor a per­turba~ao, que os soldados portuguezes nrvorados em gancares c cs­crivaes fariao nas gancarias e aldeas. Nao tardaram as reclanlacoes do~ naturaes, que nao sendo, ao que parece~ aUendidas pelo gov~rno 00 e~tado, subiram a presen~a do soberano, que ainda entao era D. S~bastiao, 0 qual mandon se guardasse 0 Poral, e se por algum easa os gancares perdessem as gancarias, e os escrivaes suas escrevaninhas, succedessem seus 61h05 nellas (a). Na<,> se guardou esta ordem, do que novamente se queixaram os naturaes a EI-Rei, e achando a quei~ xa ja a D. Phelippe senhoreado de Portugal, mandou este por du­plicadas vias ,que sem contradiCiio se guardasse 0 dito Forai. (h)

As gancarlas, que entao se davam de merc~, ou se vendiam, pas­sayam ao novo possuidor, de ordinario pessoa forasteira, adventicia, e nao pertencente ao corpo gancllrial, com os seus jonos, honras, privilegios, prerogatiYas, e preeminencills de gancar, e Ilao somente as adquiriao assim os portuguezes, mas igualmente os naturaes ricos e poderosos (e).

A confiscacao das gancarias em certos casos, e a sua arrema~aQno em hal'ta publica com certas restricljo.es, he COllsa prevista no Fo­ral. que diz assim no cap. XL.=« Se alguns gancares da ilha de Cho­( rao, Oll <las outras ilhas annexas a esta de Tissuary fugirem para ( os mouros para fora da terra por nuo pagarem a renda, como se « diz que se ja fez, 0 que nao esperamos que daqui em diante fa~ « ~ao, perderao suas fazendas moveis para nos, e ns de rail e ganca­« rias se arrematurao as pessoas, em que caibao, e por ellas mais ( derem, obrigando-sc aos foros, a que as taes heran~as sao obriga­\\ das; C 0 que mais dercln pelas ditas heran~as e gancarias, alem' de « ficarem com 0 foro, sera para nos. ==» Da restricQao ( se arrema­( tarao as pessoas, em que caibao » fica bem claro que s6 podium lan~ar neHas os gancal'cs, e nao os forasteiros, e adyenticios, que foi a novidadc, que agora perturbava as aldeas, e a que os gancares de gc'"" ra~ao buscavam remedio.

(a) Consta csta resoju~~ao d'EI·Hei D. Sebastiao de out.t'a de u~ fdippt~, que esta no Arch. ]>01't. Or. J.l'ruc. 5.° Doc. 82;t

( b) f: ... rtas de 2:3 de rev~rcir() de I r)~H, e 3 dl~ abl'il de lfJR2, nil Ardt. Port. (Jr . ./lrau . !l.U ))fJl'. HOt), e H2a.

((~) NC/i/o da I;anwfn herat tills Ilhas ti(' ?H de agosto de ISO\. CaT-­ta1o;(icS. ,\ .. fl" ~.~ deahril JHJH, If) dl~ nlal'~o 162H, e:" ctl' ahril. dit.,.. ASt;('nlo do ('Olllwtho dll Ji,zPlld" de.1 til' 1ll~\1\'\) I','~~l: tuti,) nfl~ A/ell, jJul'l. (Jr. /('au. ;,,0 pil~ J;Q7, I:H{1, 1:~~ll, II.' ;\,,/(r.

, I

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XLII .

.l h ..... os di!J'nb d~ eSperi31 rf'paro qll~ Ilt'm nl) Fora\, tWo : ... 0 ~UJ ~ • d \1 1 t\Gs . dOClIlRentos do seculo X Yl, am a me~ilno naqut~ es, {lm!l

m~ d' . ~~ c.ontem as ree~maQo~s coutra a posse a~ ~ilnCar\i.\s Jmr r()"nstfir~ nmn lao f}()UCO (las ~lro\'idenci~s do go\'ero\) que mandJm p(\r cob~~ oeste abus(), se f(l(\l a tl1l'nor ment:fw. Oll illln~r\o a tangtls dl' C~",O .~. 116 as I~ar~ellas. on quinhol1 s da rcndlll~Olllmlllll. C\)Il)\) l'(~{\~n &1' • l~-o , r • l' . 1 ie ... nave). Parece qua c,onl 0 jouo dit gll~IC?r1a 1Itl J(H.~.orrorano sempre ll\lill ..

I.r uer renriHllento, quo 0 gancar ulltenssp do Illontc cOmmtlt~l ; "ou I~lo mEmos podemos ter por certo quo todo aqlll'll~ mont~ era dbtnbul\'Io 54 pelos gancares, qt,J:tlqul1 r qne f!)~.5C it base. ('ill qUf', a~sent~nl n partl ... Jba. lJe entrado J8 0 ~'ecuJo X \' 11, no anno dc t b t S, que u('hatl)os pela primeira V6Z menQ'uo de .tal1~lls dt! fumto ntlllll:~ cnrtn ~1l1. que diz as~jm~ (( 1'05to que nR'; "illS deste anno mIH\{I~l pa~~ar prU\'IS;\O

« a petilJio da camara geral des tcrrRS tit! Sall·t'·t~ th)~~a ilhll (;-.,\ 'l)­

« bre se nao Ycndp,I'cm pdos ganearcs dns It\deas as tllPlgos dt <'Imt~ « pera foril dll terra. tcdavia por so 1110 tt~I' :f1prt~sl\ntadn quedM que «di6 vendf'riio l"l'iultnrao (lque.llc~ po\'os lnllitos damnos. me parel~eo « old€liar-Vos por esta, COlno 0 fa~.ot que mnlldeis ,rer () que ~(\ Cars (l sohre as qua estao vendida~, em que Ino aVlsareis nn prillll'itll or­( caoiao do que a·cef(~a da mllteria "OS purecel', para tumur n reso\u ... ('f ,ii01 (PW for sen'ido .. Escritu ml) Lisboa a :~} do IllHr~~(l (it' ttil~ « (b) . . Na falfa da provisAo e peti<;,no, a que e~ta eartll s{\ rerl~rt'. t' quodt1

..,

"Jam sl'r mais ('x plicitas, fa~amos Ih)r deS('lltrlluh:ll' (In prnprin eart~ os fcletos. que ella deixn induhitnveis, {) os que ~t' ('olli~('m pOl' Vt'rn~I" mets. Fira indubitllveJ tIlle ns tllllgas tit' runlu ('rll l'flllSa ('o"ht'cida I' fnmilinr; que hOlivprll tempo, mn qu~ elIas t~nllll f)()~SllidnN IHl ~llft tOL~lt,?itde polo gn'mio gancnrilll; 0 quP IIWdt"'nlllIlH'lIll) os gllnrnrM havl~m eOllwC;lldo II ,'ent/('-lns n f()"'lSl(~iros,o nd~('nticltl~, islo ht'. it

~tJgelfOS nao gaueart's da pru}ll'ia aldoa; abuso tit' qlle a ClI1111'1'3

(a) n(~s('uldl) da secrt'lal'ia d'E~lad(), SI11111C~)r Salcelt' pnrlt' dn ilh~ d f' Goa.

( h) ~4 r r II. . P () r I. () r . Il'a.Ii C • t)." P a go. f :.\ H 7, nit ]\' () 117, 1 ~ a q U J d i r t' ... '~lf)~ 'PH; Ifl1Ll:ftl he 0 IIOIlH~ .If' Ulna 1l1(}('da uilld .• )IOjtl t'PJTt'n tt' ('Ill f.oa (1IJev;df'f)'I)I"~I'c ("'l I f' ," "1'\1'lt~

, "c '" .. C Ull ruelllt' raeo:_, nlal' ,Ulllt-;·unu'nlt· l~ , "0.\ de PUl'lU·'LlI) t' s" '1Ilr)J,' .. . 'f' · J I tt'!'i dt~ n:. .. t. c., .. t)'HIIIIt'H" U rt'llcituwlltu (Hl. \' '.

t(~rt'''. 011 as d,versu5 p;ll'cdlu., 011 quillh«1:u:s cia "i~lld., pOI':-.t' "'ii,lli' I e IU .~ III I (til1r(l,' CII'/I/, I' j" I ". .' '~\ltl . t ,., I .. (, Id'.tVIII "II"·,,, la, t' ('{HH~Ulll, t(lltl Sifoill .• , r. IlrJa ( ~ IJTI';a «'I).'rof·· I • ' . S· r~lIhc.

1 ., .SIHHII I,nt«£' U (Illn pud,' lavrul' llln 1\1'1,,[1). ~ t~

t.II,. > •• u W.r.fll'a (Il~' • ~ ~. .' , • ' • l'~' , ' •• .. ~f. put. 110 Ill'. f' tith' •• ~lIKrllfi,tu(, it '1un ~(,

11.1 ", IT n I I.' r" d f' It. U .•. I 'I . I Uti I)~ 01,,·, ('on·c~jpOflclt'latt.S "o~ ar." (l~.

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== 87 = ,

g('r~il fwd!.! t'tllt'ntia a S. ~I.. e quo dell pl'iml'ira ()eL'u~iihl a ,c fuzrl' I1Jt'[)~'ao cit·llas elll dot'umcntu ptlblieo.

Podl'remos no ... df'stes ~il{'tos inff'rir que s6 dppoi~ 'lilt' 0 gov.'rno totht'(') II l'£'nda J:lS ganearJa~, qllt\ ~l' filzia corn lodos os ~,l\lS prlh'~. hOIJl·a~,. e prcCnllIHHll'I,IS, COnlt'~'iHam os h"illll'nrps a tlisc"'l'llir ns' tan­~as do JOIIO, l' ~'m UUt'dit'llcia ;'1 lei a render u\lucllas. e relt'r est.e com a HJt e bon r [I~ IfJ llt'rt~[) t t's ?

Tenll se,npre hurid? ~J(1)U distillcvao \'irtllal pnln~ 0 JOHO llt'~soal t'

:15 tanSas ~il: ~l1nto, dlSII!I('rn\J,. que nao cart'rin OH sc LornaI' real. pm quanto fOl hnto nmdpf tudo Junto, m(",rmellte nuo saindo 0 rcnui­mt'nto fllra do grt'mio gancal'iul t DlH'idns silo esta~. que os uocu­Hlt'utos ate agora descoDl1I'tos uo~ nao pl'rmittt'lll n'solH~r de um mo­do I'lt'namente satisfactorlo. Toda\'ia aU' nova dt'monstruCilo ('111 con. tl ario raI't'ce-nos q~le pO,demos arcei tar por eonciusOes probabihs!i­mas as rt~spostas ~fllrlllat.l\·as flqllell.Js perguntas. Fico poremscmpre t'scuro soure que base se iustituio a primeira di\'i5aO, ou t'osse \'ir­tual ou real. das tang-as de clinto

XLIII.

Ainda qU(l a vcrilla das gnncarias nao ce~sou logo, h~ certo quc" fi'l escasseando, nao tan to tal vez por etfoi to d3~ prohibi('lkS, quanta por­que, sendo a tal venda obra de quem Sd 3usenta\'J. foi diminuindo o numel'o dos que procuravam evadir-se as \'iolenrius OU cOflw"rsao; e a propof(:ao que aquella venda foi escasseando, se foi por outra parte multiplicando a venda dtl~ tangus de cunto como simples in­teresse, sem ncarretnr cOlllsigo nem YOZ nn ganl'aria, nelD tiS honra~ e preemillencias de gancar; estilo, em que se hiaconrol'lne com 0

instituto das nldens, segundo era entendido nU!i demai~ partes da In­dia, oude a terra era possuidil por comlntHliua(les.

Cuidava porem 0 go\'erno de Portugal uintla no secuio XVII-tanto de mantrr ns gancllrias, e illtcrcsses da~ commllnidades so na m~o dos naturnes da terra; que nos annos de 1632 e t 63i mantlou desfor­~ar as gnflcarins de todos os cOJltractos~ que ti\'P~sem feito COOl por­tuguczrs e meslicos, sati~fazendo-Ihe do eornmunidade; e qu-anlo 80~ jonol\ e tangas de cUlllo dus portugllczes, se Ihps veriuo Sf'U5 reqnc...,Ji ri,rnelltos, c se llws farin .iU~ti~'3 (n). Unl seculo tnnis tarde prohi-'t hlo 4) Hrgirn(·nto de f73tl, cap. 25, assistirem tl:l5 g-ancaria!l, nmnll'

uas l'cparli<;lJe!i ans llldpGs. hornens brllncos, que n~o fo~~em cUfltor~...,~ /'(1t1~ qll.~ ncstn (Iunlidadc t'l'llm jlt enUo tolerf.ldog,

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XLIV.

'1\,110 podemos leva .. mao dcstc assumpto das tangas de Cunto ~ ~'( b . d 11 ' u~~ dizer alO'umas palavas da opiniao, que so re a orIgem e ilS nog off

rece 0 Oriellte Conqnistado, nestas pa lavras.s a):. « Antigament:" (( fTovernando J' a os IJOrtllO'llezcs, nao abrangtuo ao foro os rendirnen'

b • o. ... « t05 das aldeas, e assirn foi necessano que os gancar~s ,Para Con ... « servarem em 51 as aldeas, e nfi? l!las tomarem Os lnlntstros reaes « peIos foros, formas~cm, e. constItllissem as celeb~es tangas de Cuo .. « to: e conseguio-se 0 effclto nesta forma. Juntarao-.se em SUilS gun .. (( carias,e asselltarao em urn numero ccrto, e determlnado a sen ar ... {( bitrio, peIo qual se rateasse a perda, e ganho que ho\\vesse. Se ~. 0 nurnero era de cern, repartiao a perdu, ou rosse pouea ou muita « em cem partes, e do mesmo modo 0 lncro ; ~ as unidades, ou par: « tes destc nnrnero chmnarao tangas de cunto. E como naquelles ( tempos nao havia ganho, senao perda, consignaruo-se mais ou me­« nos partes drste numero a cada hum dos gancares segundo as suas « posses, dando a este dez tangas por ser mais rico, e a outro tres « por ser mais pobre, ate se perfazer 0 numtro de cern; com esta (i condi<;ao, que se os rendimentos communs nao abrangessem ao « foro, cada hum suppriria a falta da sua holc;;a, segundo 0 maior, « ou menor numero de tangas, que tomasse sobre sl; e se excedes­« sem, einbo!saria as sobras. De sorte que vern a ser as tangas de (( cuuto hum numero introduzido ao arbitrio das gancarins, pelo qual « se rateao as perdas, {! os ganhos das alcleas. 0 Illlmero destas tan­« gas em In .. mas aldcas he maioI', em outras menor; e deviao at· ({ tender neste ponto ao maior ou rnenor numero dos gancnres: em <s humas aldeas valem Inais, em outras lnuito menos seO'undo 0 maior , ~

« au menor avanco que Illes responde. Vendern-se estas tangas a que~ « as quer comprar com a mesnla pensao, conl que foram intl'od\ill· « das: e neste tempo, em que os rendimentos sobrelevao os foros, ~ he 0 m~smo. comprar hmna tanga de cunto, que comprar hu~ cel~'" « so conslgnatlvo, real, pecuniario, e incerto, porem com obngacao

( de pagal' a rata da perda, que me couber. He censo, por ser pen .. « sao, .que se pag~ dos rendimenlos; he consignatiyo, porQl1e as cotn­(( mumdacles consignarao esta pen sao aos garicares particularcs; b~ « r~al~ por se fundar nus varzeas c filzendas das uldcus; he pl'CU)

(( n~ano, porquc a pcnsao se Iwga elU dinhciro: he iucerto, porqllu « Hao se IHI (Fa c t I .] . I Jl'lrto

. . 0 cr n, e t ctermlnul a coutin senflO humu tll ,I

I( fJ()~ rrndllnenlos, ql4e podprn ser mnis ou l;lCr.OS ~ c tcm \le InalS ~

I, ) I ~ \" ;Il'lp ,.~ (' I

4111".(_ . r)i\'. II, ~ ;,j.'

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=.89 = P,'rilTo de pUll'ar J)cnlas - .

(( •• C':I '1"' ., que nao repug-nn an ccnso, nnles 0 faz mill~ It Irelto. Nas tcrras dos infieis visillhns fIg nossns nao ho' est as tnnga~ (( de cu.n:o, l1~m as ~nIlcarias posslJcm hem 31~um de raiz, e os gan­(( c~r~s nao sao .mms que hu ns mrros conductores, nos qnues 03 (I mm.lstros do rei nrrendao todos os annos as varzeas de arrOl : <.londe (f s~ lllfere eIaramente qlle as tnngas se formarlio debaixo do dvmi­«( IlI0 portug-uez. E a razilo foi, porqnc os rci~ infieis davao eslas al­(( o:as a pessoas partieu In res, que st' chama,-i'io Dessaes, com rert a pen­(e sao de foro; 0 eomo no tempo (~()S portugue1.es sc extill~uirao a estes Dessat's, e 0 foro fieon U conta dRS communidadf:s, foi-Ihes ne­( cessario seg-llrar 0 foro nrstas tan~ilS : e proya-se ~er isto ilssim das « aldeas de Ass?iona e Cllell lim, nas quaes nao ha ttl ngus, porque tcm ( scnhores pathcularesc--= »

XLV.

Admitte sem hesitaQao 0 Oriente Conquistado que as tllogas de cunto foram creadas em occasiao, que os rendimentos das 01-deas olio abrangiao 0 foro, como meio de supprir 0 desfalque, posto que com direito de haver os ganhos futuros, quando embo­ra os houvesse; e isto governando ja os portuguezes. Nao aliver­tio porem 0 auctor que no proprio F ural achariam. os gancares re­medio ao mal presente, resnlvando ao mesmo tempo todo 0 beneficio futuro, ou proximo, ou remoto. 0 remedio do Foral era encampar a aldea a camara geral, que a administraria ate ella dar luero, e entao tornaria a posse dos gant'ares (a ). Nao advertio que ja no anno de 1559, quando andaya mai~ acceso 0 zelo do Vice-Rei D. Constantinu de Braganc;a no negocio da c@nversao, haviam os rendeiros das rendai re,aes encampndo estas ao governo, cpmo 0 proprio [luctor 110S rerere, rlizendo ( h ): = (( Fazla (0 Vice- Hei Dom Con~tantino) executar c~m ( grande rigor as provisoes de Francisco Barreto a fa\or da chns­(( tandaJe; e querenJo os gentios ex.perimentar se 0 podiam dobr.lir « com algum ardil, fecharao as logeas, ou como dizemos. na. [n~Hl, Cl boticas de sedos e m antirnentos; persuadirao [lOS cur~mbli, lsto ( he, lavradores, que desfizessem os vallados das varzeas do arroz, para (( que entradas do rio salgado nao dessem fructo ; man~larao as mu­(( Iheres para a outra banda; e muitos dos mercadores se auscntar~o.

ct E como de torlas e3tus cousas manilo grossas somma, a fazeuda re­fl ai, e os renueiros era.o gentios, forao enculnpar as rendas ao pro ...

(a) Foral, cap. VI. eVil. Anit. Port. Or. lta~c. [\.O Doc. 58~ ,J

(h) Oriente Coruj1li.'ilado, Part!' 1.\ Conq. I, Dlv. lIt § 39.

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.! 90 a=:

d 1r da corOil 0 qua1 favoreccndo fnais 0 ·{'liUS,l Jus gClltl{)D « cura l ' . '.. 0, ~llle " 0 hem da ehristandade, as COl eneompar ao Vlso-llel CO[n totlui

d d· . a,

«solemnidades e lrello.==» Se os rendeiros fOrNnl encampnl' as rendAs ao govol'no ('.ontr.

forma de seus eontrar,los. mnito nu~is fu~ilrnenle enc.unpuri I~ 9S gancares as aldeas na for~ll dll l~ nral a~ C8I1HlfDi\ gernes; t!

S6 0 nao uzerom, foi scm dl1v,da porque a mesma l,3morll geral andava perturbada pela deser~~ao ou terror de scu~ I~ellll)l·o~. ou SI!

n30 julgoLJ obrig;d1l3 8cecilar as ald~as,. Bendt) a nnlla <ldla!\ pro .. cedida d~ uma tao inso!ita c extraOrdl1lclna canso, como oram os ri­gores do proprio govel11o. E como aquella eX~f!mpOruuen encllm-. paCio da-s rendas era a co()demoa\~ao .d('sses ngor(!~, dahi veio l

dLJplica~au delles contra os que assnn as foram CnC8lllpar, se­~nndo nos informa 0 mesmo hi!\toriatlor. Custa porem a crcr que lIesse tempo, que 0 Oriente Conq"istado deixa iudelcrmilllldo, O~ gancarps que se submetteram as ordens do gOV Cl'Il0, e qll8

por isso mereciam favor, seguissem um expediente UIO contral'io a seus interesses, quando tinharn a lei, que os favorecia, e os snlvava de tao grande peso. Nem por outra parte he admissivel que s6 ,,'um tempo comparativamente moderno oecorresse a idea de invcntar as tangas para servirem de divisor a perda cel la, e ao gaoho incetto: seodo que 0 Foral de 1526, conformando-se a lei tradicional jft d' antes obscrvada, manda ratear a perdu Oll ganho; 0 que nao faria, se nao 110uvera de antemao uma norma certa para regular aquella par­tiilIa e rateio, em urn e outro caso.

Alem disto nao se pode comprehelluer como cabendo aos gancares ate aquella hora dlreito a partes iguaes no luero, visto nno haver tangas, na opiniao do auctor, carregassem cnllio sobre si umB purtE d.esigua ~ na perda na rasao din~cta de seus hens parliculares, oa COli'

tlngencra de nao poderem tocar lueros prop0l'cionues seoio Iltum fu­turo in{'.erto, r.emoto, e talvez nn occasiao nao esperado.

Nao ha duvlda que, como diz 0 ,Oriente Conquistado, vem a se~ as tangas de cunto . urn numero inlroduzido ao arbilrio das gancana" pelo q~lal se rate1am as perdas e os ganhos das aldeas ; c tambom be verdade serem em seu come~opossuidas so pelos gancares; mas Ii

conven~i1o., fJll~ 0 auctor nos affirma ser feila, goveruundo jfl 05 pOI''''

t~guezes, ueVla de 0 ser desde que as cornmullidades cram comOlU'" nldadt~s, porque dcsde logo haviam de'infallivelmcntc .tcr gauboSOU

p erons que ratcnf. ~:'onfirn:-0-sc csto pensamento quando sa obscryu que o~ proprie:

t~nos parhculares de palmares e out.ras lcrr{U1, que Hil forma do Fo .. nil entrl,lv,um n gauhos c pcrdhs ('om u ·comrnulliilndp. IOlllllVOm as bNl

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~as de cunto c sua~ sub~livisoes por divisor daquelles ganhos e er ... das, 0 que nao podIa delxar de remontllr a .' d P tos, que jA era m velhos nu occasiao da origem esses contrac-territorio de Goa. (a) entradu dog portuguezet no

XLVI.

o auctor do Oriente Conquistado devia de ter na verdad:} b . d ' c so re a o:lgem as ~ang~s de cunto mlHS exactn5 .informa~oes do que as ue poe no seu hvro, e conhece-se do propno texto delle que apeza qd

d t ' h' . r 0 tom ogma ICO, com que nos Istona aquella origem, nao estava mui terto da verd:.de da sua theori~;. poi!\ para provar que as tangas de cllnto se f~rma~a~ ~ob 0 do~mlo portuguez~ traz 0 exemplo dao; tenas dos mficIs nSlOhos, ho.lc Novas-Coilqu-Ista~, nas quaes nao ha tan~as de cunto, nem os gancares sao mais que meros conductores ou re.ndeiros, porque a propr,iedade da aldea he dos Dessaes, a quem fm dada de merc~. lIe veroade que em taes aldeas os gancares se po­dem rel'Htar meros colonos hereditarios, e por tanto nuo ha tangas 11e cunto; mas tambem he certa que nem todas as aldeas da terra firme. boje N ovas-Conquistas, eram merce de, Des~aes, e nas Velhas­Conquislas nao ha memoria delles, mormente nas ilhas. Nao fica por tanto explicado 0 porque Ilessas aldeas, isenlas, das NOvlls-Conquis­tas naG havia tangas de cunto ao tempo que C) nuctor escreyia, sen~o dizendo que llaO occorrera ate enUlo en3ejo de se distinguir nos red .. ditos de suas gancarias 0 jono dos proventos accessorios; distinG~ao, que hoje ja ha em muitas das mesmas aldeas. N a provincia de Ponda, por exemplo, possuem varias communiJades de tempo immemo­rial certas varzea-s a elias aforadas com foros fixos. Estas var­zeas erao divididas pelos componentes das communidades en­tre si, e nao arrematadas; e 0 seu producto percebido por elle~. A divisao po~em DaO era glebaria, e para ser igual para todos t dividiam entre si os foros daquellas varzeas, filzendo as quotas maiores ou me­nores em rela~ao ao numero de pessoas que ha~ia em cada uma das

(a) 1"a Relofii,O das (azendas confiscadas aos Jesuitas, que publica­mos nos 11oletz'ns de 1862, se podem ver pass~'rn verbas taes como r~~t;J, que esta no Bol. n. 0 4, page 24 :=«( Dez pal mares, que "ul .. u g~nnet1t~ Be chamanl da luissao de Thibet, por nome Langalem, « Sonavardo, Batocaraclty Xz'r, silos na aldea Varea com 2·1 tonga., Q I barganim, c 3 leaes de cuneo da. dita aldea: Ranacalem por t~~s /fafldj~:iJes. pal mar Namoxy dos malnatos, pal mar C!alllbasttaclty ..lar. tf palmar l}dufJuealem; Jfaodcrn, e Dugunascalem, ~ltos na a~dea Or­III Jim. com r)~ tangaJ, :3 bargania, c 10 lutes de ~l1nto da data alu~; • e n palmar Af'osloagor :-,it.o na aldca (,:uV.dOSSIl~l, com Ulna la"KIl. .. dt ('unto da (lIla aldea, tndos na proVlnt'Ul (k Sakdc.=.

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fallllhas dos gancnre~; e esta quot.a dus foros ~crvia de Lermo ti,l ). {'- 0 pnra a dj~tribui~~lJO das rClldas tlas dllas v.arzcas'. c mesrn 11o", por .. ,a I (... : E I' , - " 0 dus

t os ~obras nas eommumJadcs. ~ sta (l\'lsao soffna aitprn ~ , on fu. ' J f '\ r 1 J u~\Jes c,onforme as hOl~vesse nas pessons, as ,ami I,as. ,st.o (lUrou e~ quanto durou a concordia, mas cessan<io esta, £Icou SUbSISllfloo a ultllnu par_ tilha rm "igor, com caradcr do rcn,tla fixa, passa(~d() depois a divi ... rlir-sl', e subdividir-se pclos cohcrnclros como propneuade particular t' sc tornou alienavel, 0 da mesrna natureza dl~S tangus das Velha~ C{}nquistas. Em outl'as aldens das Nu~~s CO~lqUlSlus as sobras sao ern veral diviJidllS pclos ,'angores' ( f amIilas) 19ualmente, c subdividas ~elos ramos dn fnr~ilin., '

Tornando ao Onenle Conqu,lslado, refor~a 0 a~ctor 0 Sl!n argumento com 0 cxemplo das aldeas de Assolna e Cuclllim, nas quaes nao ba tatl~as (diz clle ), porqlw tcm ~cnhorcs particulares. Ninguem me .. Ihor que 0 auctor sabia que u(luellas alJeas foram contiscadas para a coroa antes da epocha, em que os gancures come~aram a alienar a forasteiros as La ngas, que possuiam incorporadas com seus jOlJos: p por tanto quando pa~t)al'alll a donata6os particulares, passararn sem tangas, pois sem elIas ha\'iam sido confiscadas.

Comtudo nao damos sobre este negocio, urn pouco escuro, das tangas, a [lossa opiniao pur mais do que ella vale. Cada um siga a que quizer, e mais se uecommodar a seu juizo.

XLVII.

Vamos concIuir por uma confissao, e unl sincero aeto de contric­{'ao, Logo que chegamos {l India, ussentamos que nos cumpria e~ .. t.udar pOl' todos os meios ao BOSSO alcance as especia Iidades do, pall. Entre (lstas he scm dunda a org()nisa~ao aas communidades das al ... deas a mais notavel, e para entrannos no conhecirnento della, comeca .. mos a compulsur a legislavuo ~ os documentos" a ler com a maior at ... ten,vao ~s escripto,s, 1110 pcuco~, que nos primeiros tempos l~a noss~ asslstencHl na India foram publtcados sobre este ponto, e a wterro

gar, os homens, que reputavamos, ou a fama publica apontav8 p~r mms competente~. Desde logo pcrcebemos tambem que naa sen~ ·c?~pl~·to, 0 nos80, e~tlldo, se Ihe ?UO juntassemos 0 do que os nosd~ "ISl!lhtIS wglezes JlJIgavarn e Se<7Ulum neste importante rllmo de a ,

millistravrlO publica, e para es~e effeito dilicl'cnci{llnos ohter oS ~el~ }' I d I' t 1 . ~ -; da Ivros, e a em os tyros co let' as mais inrorma(~ocs dos !lomen. ,'.

11 ., '1 1 f \ .)' nOl ,a, que n na~no, ell.l;) auctor~( a( e osse de pe~lO, como provit a .. jl", fa. Clue 0 IiHlJor A,uIJ, SlJ permtendente ,Pol i tieo de Saunto-Varlll~' ~t.~'ilt;1 vor de nos enVlur a (Josso I'ogo em Junho de 1 S5H, c flea tHill~C }t(l; atroz na versao porlugucza. Mas ou fosse pela uilliculdudc do (lsstll

l11

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= 93 =

otl reI a rlldez do nosso engenho, confessamos que durante alguns an­nos andamos as apalpadell:ls;_ sem poder deslindar bern 0 negocio. nem [0 rm m' sobre elte OplllHlO segura. Durante estc larO'o tirocinio poderemos ter dito e escript~ so~re as comm~nidades e nIdens cousas, com que hoje, tendo a conSClenClll de melhor mrormados, nos nao con­formariamos.

E nao nos levem isso a ma1. Lembrem-se do que dizia urn intel­Jigente administrador da India ingleza, :Mr. Thackeray, n'um relatorio dirigido ao seu governo, no anno de 1807, sobre 0 mclhor modo de assentar a contrjbui~ao predial na mesma India, c se pode ver citado por James l\lilI na sua History of B~~itish India (Tom. 0.0 pag. 339) = ( Nos olhamos para os negoclOs da India com olhos inglezes, e intro­« duzimos no~oes europeas na praxe delles =-= » A esta origem (ob­serva 0 historiador, que cita 0 relatorio) se devem evidentemente at­« tribuir em consideravel propor'i80 os erros palpaveis de nossos com­(( patriotas no governo da India·=Z »

Lembrem-se do que diz 0 celebre professor orientalista, H. H. 'Vilson, em uma nota a Historia de James 1\lill (Tom. 0. 0 pag. 336) nestas palavras=( Nas provincias superiores 0 system6 da propriedade « possuida em commum pela aldea estava em seu inteiro vigor quando « eUas passaram ao dominio britanlco, e sobre esse principio se fundou . « 0 assentamento das rendas publicas ...•... As aldeas soffreram grande· ( desorganisa~ao em l\ialwa, mas logo se restauraram a sua primitiva « forma, quando a tranquillidade se restabeleceo.= » Cita-nos tam­hem 0 mesmo auctor a grande auctoridade de ~lalcolm, que affirma que depois das scenas, a que 0 instituto das aldeas tern sobrevivido na India central, elle Malcolm presume que he indestructivel, salvo se a mao do poder se empenhar a acabar por for'ia com urn estabelecimento, que durante seculos tern formado a base de todos os govern os da India. =« He evidente (continua 0 professor 'Vilson) que a existencia e di-« reitos das communidades das aldens t ou concelhos, nao foram conhe-« cidos, nem suspeitados no tempo dos regulamentos de Lord Conn-val-( Jis (que suhstituio a posse das terras em commum a propriedade « individual, superintendida em cada districto pelos Zeminrlal'es) ; e « posto que seja verdade que estas institui~oes hnjam paoecido muita (( perturhacao em Bengala, (linda aBi ha vestigios de sua existen­(( cia; e he notllvcl que a inquestionavel industria e talento, que da ( parte dos cmpregados inglezes se applicou a invcstigar 0 esta(to da (t prol'rieJade terri Lorial ent.re os naturaes da India, hOllvessc deixa .. « 00 ps(',apar UHlU litO cllriosa peclliiaridade. IIei",to prova tin extre­(( tnn dilJj(:uldade, que (~f1t;io prevaleeia no alcanc:ar rxadas informa­( \~ijes, c os no~sos iflvcsti~IH]orcs cram de feito inlwLei~ para ~e apro-

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d informaQuo genllinas. T~lIes nao podiarn tI , , das fontes e , f ~ l,rrJ"1 « veltare01

7i. v' .. iam entre elle; as ID orma<;oes (Itle coll' , n 0 povo, naO 1. 'f H .... «( tlCiJr COl d" t balho e mui louvavels es or~os, eram up

Pro 10'IOS0 ra, , ,I'd e ... « am com ,t"Id I' agem persiana Oll htnuustarll, e () trato d r mew a IIlgu \ Os «( nas P? ' do £toverno rnusulmano. Exemp 0 este, que prova n

« fUDCClOnaflO~ t"I'll 1" 1 \' \JI

h d'me'l comprehender aqUl 0 que nao 1e Con orrne (( quanto nos ell I • d t d a "- 'r. "ormadas e he dlVerso e u 0 0 a que estamos COD « nOssas opmlOes JIA l' " "d 'II ,1'"

d Nem se quer suspettamos a eXlstencla aqul 0, para cUJ!1 « turnn os... -,'d \II

, - - t mos termo de compina«;ao nas nOS8as leas.==::::: }) « a

LPrec

bl3«;ao naodee 'que diz Kaye; pag. t 62 da obra ja citada:::::: 0

em rem-so , " t d imposto territorial na Indta he urn vasto assumpto. Urn

« sys ema 0 " . . d f « hornem de mais que ordinarIa Intelligencla PdQ e c~n, essarfs,em dis ....

d,'to que denois de h'inta annos de estu 0 mUI lrnper eltamen ... « cre. I f 1" C h « te 0 comprehende em todas as suas aces e :ore ac;oes. O~l e~,) mui « poucos homens qUQ tenham alcan~ado malS ~ue est a Impedeita « comprehensao. He um assumpto, sobre 0 qual se podem escrever « volumes sem 0 csO'otar, e sobre 0 qual de feito se tern escripto vo-

b . d' « lumes so para 0 deIxar tao escuro como antes.==" Lembrem-se do que diz 0 celebre Sir Thoma s l\'Iunro, citado por

Thornton, pag. 291 da obra atraz referida==" N6s procedemos n' « urn paiz, de que pouco ou nada conhecemos, como se conhecesse­« mos tudo, e como se tudo houvesse de ser feito ja, e nada ficasse « para ser feito no futUfO. Conhecemos a nossa ignorancia nos ne­( gocios de fazenda na India, e as difficuldades que nelles ha; e em ( vez de procurar 0 relnedio adquirindo maior copia de conhecimen .. « tds, trabalhamos por sair das difficuldades assentando precipitada­« mente 0 systema de contrihui~ao permanente, que nos livra da in­(, grata turefa de entrarmos em miudas e exactas averigua~oes, e que « he mais proprio para perpetuar nossa ignorancia do que para pro­« teger 0 po\'o. Nao devemos guiar ... nos por theorias phantasticas, « fun~1das ,em modellos europeos, que por fim inevitavelmente n,os « trarao tnstes desenganos ••.... Devernos caminhar COlll paciencla, ( e a lJfopon;ao <jue nossos conhecimentos dos usos e costumes do « povo, e da natureza e reCUfSOS do paiz forem augmentando, ir for .... {( man(~o grauualrnente, dus institui~oes existelltes urn tal s~'stem~ (( lue fomcnte a prosllCfldade de paiz, e seja a contento do POI'O ..... '

( ) nos,80 grande erro neste puiz durante luna larcra seric de 8nno~ « teln :""~O a den18siada precipitaruo em eU1IH'ehender mrlhot'(lr a ( cOlldJ~~ao do pov~o qUllsi seln nellhulu conhecirncllto dos lueios con'" « dtJ('('ntc~ a "sse hfll· l' 1 J ; lld

.",' 'L .. ,: ' c nd ven Uoe Senl pn .. eCt~r COlll()rllhcnder que (\ nUbler IHlr8 lSS() '))""Jlll'l co~·· I · •.. , «,., ( tis .. IlHlIS (pte )OllS Hlten~oes:;:::::::,t

Lembl'CJu-se hnalmonlc .It! (1I1P ,I;,. " .. ~, ... __ . 'I~I __ ._~~r. i' na!!·

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If 2!l:1--:::,. 0 grande Cl'rO de eondllir que lei~ e in!olt.it.lli(,')(~s, '1'10 It Jlnl~llIlt"m bOils ('tl'eitos Pill urn pail. dpvpm por issso mesmo pro­« duzl-Jos em olIlros, d"vt'-sO mui ellidadoSllrn(~ntp ('.vilar ••.•. SP, « qllilel'mOS hendirar 0 /,OlO dn 1ndin. dcv('mos logislar para elle « con·w (·lIl' Itt', e ",10 como os theoricos ('oflceh('.1ll que clio devo ( ~('r. Dl'H'1l10S n'sppitar St'llS lIS0S, C instittlit,:{)('s !mciae~ ollde qlwr « qur lIi10 prouuzin'lfI posifi\'(l mal; e ninda llonde 0 produ1.cm, de­({ H~1ll ser sllb~titllidas com bralldllrn •.• So pIanos phantf1stico~, nrdi­" <ios nos gllbineles tIns t.'Spt~Cllllldores 0 pelillutcs, formado~ com urn (\ ostt'lltoso depreso tIas particularidodl's locnes, e com pretcllc;oes (l ser (( applic!Jdos 1IIliH'rsalmPllte, [1 semelhan~',a de mesinhas tit' charJatfic!;, CI que so diZl~m boas ptlra todos os climas, forcm impostos a urn povo (( POIICO dado a nOlidades em lugaf dos in~titlliC:(jes, a quo estll costu­( rnado, eom quc tem sido rrendo, e tIue se tcm tornado como parte (( de sua mesilla essoncia; 0 descontentamcnto, 0 dosgosto, e a eonfu­« sao ser[1O inc"itnn~is="

E se llssim dizem dl' si, e dos sells os mnis eminentes administrado­res e escl'iptores inglezes, entre quem 0 servic;o da'India se abra~n como profissao, e os que a dIe se dcdicam se apparclham tom es­tudos esperiaes, e nelle consomem a vida percorrendo a cscula dos pos­tos desde os inferiores ate aos rnais gradlHl,Jos; que diremos de nos' outros portugllczes, que sem preparaQuo algllma vimos a India ja cn­tCildos em annos, mais por implliso da sorte, de que por escolha; que' s6 desejamos que 0 tempo eorra rapido para poderrnos regfessar fa pa-; tria, onde em regra, acharemos 0 rernate a nossa carreira puhli-' en '? que diremos aillda quanto a certo:; cargos superiores, acerca dos quacs passa entre nos pOl' sublime priucipio de administrat:.ao que qucin os occupa esteja sernpre eorn 0 credo na bocca, e llU(}­

ea tenha a certeza t quando abre a mala tin Europa, que the niln lira nella 0 decreto de demissao"?

XLVIIi

De tudo isto procede ter entre u6s 0 governo do eslado 3ndado uma ou outra vez um poueo perplexo e vl.lcillante sobre 0 melhor mot10 d(l lt~­Yar aVllllte os melhoramentos communaes. Ora illclinado [IS ideas portu­guczas, tenta recorrer as CillTIuraS munici pues: ora recouheeclHlll a im­potencia destas para Hquolle tim, e a falsa base, sobre (PIC a~sclltilm lWS'" te paiz, se volta com c()nfian(~a para os n~rdadeiros mlillieipios dt'lh', pura n~ comrnuuidlldes das nldl'HS; mus corno Ilido islo he feitu !"t'lll S)·~-· lerna ddiuido, c ~ern dan, pt'rcel'~';10 do (pie vale lim t! oull'O mUllicipio. o reaultado Jle 0 (Jlle \'emos; ues\,airrar-sr: a opiniao, t~ nUl) se ,'onst-'gnir

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d del)ois de improbo trabalho. Nao se pr'ecisa bo. tar a livraria ab ' n a a I "d d tit d' - 1 at. xo para se acharem perp ~Xl a es, e a vez c~n raM,c~oes, (0 gover-Of)

este particular; basta abflr ao acaso os Bolettns. as 0 que as In n d" - d h es ... mas perplexidades, ou contra H;~es 0 governo, S~?5 at e alguos esfon;os impotentes das proprIas camaras munlclpaes mostrarn he que urge procurar urn caminho, ror onde so marche co~ seguranc:a. Apezar de todas as desvantagens, .que temos em Com .. paraeao dos inglezes, 0 caso nao. he desc~perado, nem sera impos .. sivel chegarmos a saber governor a I?d13: A "pa~te. della, que ohedece a coroa portuguc~a, he urn terntOrlO rotH hmltado e com~ prehensivel ; e com a intelligencia, zelo, e boa vontade, que he notoria e quem isto escreve reconhece nos outros empregados, que hoje oc~ cupam os cargos superiores do estado, nao se pode duvidar que procu­rarao todos fugir dos erros, de que os inglezes se accusam a si propri .. os. Ese 0 governo da mai patriu chegar tambem a conhecer que toda a azafama papellista, com que agora se afadiga a resolver tarde, de longe, e pela maior parte dus vezes com lamentavel infellcidade, desde os mats altos negocios, ate as mais infirnas hagatellas da administravao indiana; e outrosim que a demasiada facilidade, com que acceita para aquellas resoluvoes os pIanos deleterios de alvitristas ineptos e irres­ponsaveis, nao favorece, antes damna a verdadeira governa.cao; en­trar-se-ha no hom caminho de reger em paz, em justi~a, e a conten­tamento de todu a gente sensata da India e da E.uropa, esta peque­na, mas gloriosa parte da monarchia portugueza,

Nova-Goa. Dezembro de 1869.

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- ~i-

PRIMEIRO BRADD.

As l'ommunidades das aldeas du India sao verdadeiros munici­pios. l\Iais perfeito~ que os de Portugal. Injusti~a dos portuguezes a{'erca dos na.moxms dos pagodes. A natureza municipal das comm\)­nidades noton/] aos po~t?guezes desde 0 ,Principio da conquistu. Com­para<;ao do poder municIpal da ~ommumdade com.. 0 dos municipios por.tuguezes. Port~g~ezes na ~ndla governndos pellls suas leis. Muni. ciplO portuguez lmlltado a cldade. A entrada dos naluraes da terra na yereao{'a nada aIterou as attrihui«;oes do senado da camara. Nem a crea\ao dos senados de Bafdez e Salcete. Disputam estes com as camaras geraes quem he 0 representant.e dos rovos. As camaras mu­nicipaes nao sao de natureza divcfsa dos sen ados das camaras. 0 co­digo administratho nada alterou nesta parte. Obras publicas, e nome­adamente os caminhos vicinaes sao da obriga<;ao dus communidades das aldeas. Inconvenientes de serem feitos por cada aldea de per si. Modo de os remediar. Nao compete as camaras municipaes na In­dia a direc~ao das obras dos caminhos vicinaes. N em podem fintar as communidades. Conseqllencias de tal poder, se 0 tivessem. Convem obs­tar a esta novidade, que sera a major revolu~ao administrativa, que se tern Ceito na India desde que nella entraram os portuguezes. Con­clusao.

SEGUNDO BRADO.

I. Preambulo. II. Necessidade do municipio.

III. 0 que he municipio. Seus caraeteres essenciaes. IV. Gaos, e aldeas. Concelho, e communidade. V. As aldeas permanecem depois da conquista com a mesma

organisacao, que tinham antes della. Camara e gancaritt. Nao se alterem os limites da alden. Os gancares n~o se mud em de uma para outra alden. JurisdicliuO da gancaria.

VI. J)oat;ao das terras dos mouros aos portuguezes cazados em Goa, £lor l~I-Uei D. l\fanoel. l\lodificaoao da doa.;Ao. Suas conscquencias. . . .

\,1 L Foral de 1 526, como 1'01 formadQ. Que sigrufi ea Foral.

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rrH.

IX. X.

XI

XII.

XIII.

XIV.

xv.

XVI.

XVII.

XVIlI.

XIX.

xx.

= 98 =

Foro llll India. (h furos podcm-se comparar ao cuhe~~() dils sizas. Que foro pagon no principia a ilha de Goa.

Foral de 15~6 0 que contem. Os portuguczl's nao comprem fazendas nas aldens. Os

gancares r('pugnav~m aroraI'. lerras aos pOr~llgllczes. Os gancares sao officJacs PU?lJcos. As. gallcarras e esere ....

vanillhas sao officios publtcos. ?s Itvros <las ganearias sao rerristos publicos. As gancanas e as camaras O'eraes sao co~ponl\'oes admillistrativas com jurisdiel;i1o~

Eleil;iio dos olliciaes das ordcnanras pela gancaria. Co­mo fiestas elei~ijes se clltremeiavam as castas. Provisilo do Vice-Rei Vasco Fernandes Cesar de Menezes. Meio de acabar as custus entre os christaos.

Novamente se conclue que as comrnunidades das alacas da India sao vcrdadciros munici pios.

Auctoridades iuglezas sobre as communidades das aldcas. Quinto l{elatorio parlamentar. Descrip~ao da alJea. IJe C071celho, e tern go verno municipal.

Excerptos de HickarJs.-O que he aldea na India; sua organisac;ao. Prerereucia do sj'stema das communida­des. Sua supposta origem. Como funccionam em Tan-. jor e Trichill,lpoli.

Exceq1tos de John llriggs.--O que he aldea na India. Republica, municipio e concel/to. Sua supposta origem. Divisao das terras. VerLas de despesu. OlIicios da u\ ... dea. Modo de cultura.

Excerptos de Edward Thol'llton.-Varios modos de pos­suir c adminislrar a terra nas aldeas. Communidades sao republicas e estado8 separados. Sua resistencia as causas de dissoluvao. Suas v3l1lagens, As instituicOet alotas devem cOII~ervar-se. Excerptos de John William J{aye.-Aldeas em Ben .. gala. Aldeus em Madrasla. VanLa<rcns das commu" nidades. Eno de serem extillcLast'l em alguns distric­tos de Ma 'Jrasla. Comrnunidudes nas provincias de

, Noroeste. ll(~gulamell~os inglezes nestas provincias •. J:.xcerpLos de James l\It1I.-As aldeas sao uma especi/)

de pequenas republi(;as. V ilIllngcns das communidades. Sua organisal;uo .

. Exr,~rptos de lJ. H. \Vilson.-As aldeas SilO concelhos. Sua orga~i~at;r..o. Onge,r~ supposta das commu~idudes~ . S~~ mumclpal!rladf:~. Sao cun{l·derar(Jcs. Vanas condl~o

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XXl.

XXII.

XXIII.

XXIV.

XXV.

XXVI.

XX VII.

XXVlll.

It::: 99 =

(If'sln as' ' " I)' '.1 ,I . socla~<lo. Jrt~ltO ue \Plluer liS aq'IJcs,IIlle repr p ....

selltom um'l II ' I - I ' paree a 011 qUII\ lill) I a renrla tla terra. sem , que () com(lrndor tiline pertencendo (, municipalirlade,

,:E~eerptos I~e :rulhoyl\ Wheeler. As aldcos sao cancel/lOs. lI,n COtlStl~U,II:i'iO. As eommll,niJades s1\o pC'luenas repu­

bllcaB. Ofhc~aes ddlas. LeiS de Manu respecliva~ as aldcus. Vanos lIomes de seus officiOles nas varias re"ioes dll India. ~

Excerp,tos de dous arli~os da Bombay Gazelle aecrra dos Pa,le,ls e Culcurnil'. Func~i'j{'s e modo de elei~ao destes ofhclacs 110 Heccan, prcsidencia de Bombaim.

Memoria do, Major Auld, Superintendente politico d,~ Saunto-Val'lm, sobre 0 governo dlls old I'll:; daquclle Estado, autl's e depots Ila udministrat;ao brilanica. AI­dea~ ?e Colaro~o, Ahleas de Coty. Aldeas de Khichr~. Poilc!a. Devcl'es dos culcurnis.

COllseqlllmcia de tudo o' precedente. Suo mnnicipios nao so as aldells, onde a propriedude he possuida em com­mum, mas igualmente aquellas, onde he possuida livre­mente pOl' indiviLlllos parlicularei. 0 municipio aldeao comprehende tmlas 8S terras, e todo,> os mot'auores da aldea. Onde 85 communidades propriamente ditas estam cxtillctas, l'cstam proful\dos vestigios dos 811tigus muni­cipios. llengala. Salary. Breves co[\sidera~oes historic8S desla PI'OVilll'ia; seu estado actual.

Ob.ioc~il.o do //llramar sobre serem hoje mUllicipio~ as commullidaJes tlas aldeas. He~posla. A constitui~ao nlllilicil'ul Jlao muda com as fOl'mas aceidenlacs do sell govprllo. COllfirm,,~au dlls conclllslleR do 1.° J1rarlo, e v('nlade lIus pl'incipios nelle estabdeciJos.

A val'ia~',f.lO tla o l'I..(a II isa~';H) da govcrnallQa communal Ilao altera a c.ollstiluil;iio do concelho. ncm a natureza da jUl'isdic~iio municipal. Exellll'los no regimen antigo, e 110 model'llo. Prel'erencia da anliga forma~ao da gover­lIan~a mUllicipal !jobre n llIodc1'IIu. Cnnloios e suborn~s illlligos s~b,Sliluidos pelos escallJalos modernos lias ulel­~iil's rnllllll'lpacs.

So II ramal'a rnulliripal lIiI Indiil filllar todos os morado­res das aldcHs, qUill'S sao as l'lHlsequendas. Exartamen-te :Hl'lCllas (lue se prdcntiem C\'ilar. "

J)il'ficllidades dil eO)Jnllll:n (In ('ontrihlli~ilO prcdlal dlrec­Iii pelo modo decrelado lias i!l~trll\\(Il'S l'l':;:u\amenta-

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res, Hl'lll{'tiio provlll'el que a isto se daro. XXIX. Facilidnde que a organisn~iio das al,dens an India olfe ..

rece nO lall~ameDto c cobranvi\ do IInposto. Illconve . . d' t n\ .. eotes de se mtro uZlrem sys emlls IWVOS, e alheios dn

indole e costu~n('s do povo. A cobra,nva da cOlltribuiOIO' pelas commumdades, sendo em devlda forma, Daons prejudica. .

XXX. lIe obrigll~ao das commumdades fazerem os caminhos vicin~es. Co~o se deV!~ e~tender. ~xemplo dos inglezes. Prllttca segu,da entre nos. Portana de 8 de no.embro de 1869. Meios de a tornar su~ve quanto ser possa. Sptema dos emprestimos exemphficado. Vantagens des .. te sy~tema. Em Nota, novas provas de serem os cami_ nhos vicmaes encargos das communidades das aldeas.

XXXi. A finta ou derrama da aldea deve abranger os redditos commulls e os particulares. Preceitos do Foral oeste par­ticular. ObjecCao. Resposta. Competencia da gaocaria pora Ian car fintas ou derramas. Casos julgados, que a confir­mam. Permanece em seu vigor aquella competencia. Dous municipios a actuar do mesmo lorrao nao pode ser. Qua! dele prevalecer. Como com 0 municipio hindu se COl se­gue tudo melhor que com 0 intruso municipio portuguez.

XXXII. Direito das communidades das Novas-Conquistas no lan­car fiota, ou derrama, historiado a regulado n'um of­ficio da secretaria do governo geral do estado.

XXXIII. Erro dos que julgam que derendendo que as communi· dades nao sao corporac;ues publicas, mas associaQoes parti~ culares, as salvam de Ihes lomar 0 estado os seus dinhei­ros. Testemunho do Ultramar sobre os heueficios, que as communidndes devem ao governo. Meios de ainda Ihe poderem dever maiores heneficios, Ac~.lio limilada dos municipios porlugucze". MUllicipuliJades inglezas nu~ gralldes cidades da lnow.

XXX[V. Municipalidade de Bombaim, Sells efl'eitos naqllella ilha. Hec1ama(;oe~ contra as laxlls mUlIicipaes. Compara~ll~ da municipalidade de Bomhaim com a antiga de Goa. AVISO,

e escarmento as no~sas communidadcs. xxxv. - langas de CUlltl), Observat~ocs prclimillarcs. Convem rc'" mOlltar {l hisloria ua eOllversao violenla.

XXXVI, (' - I '. '1 '\rfode, ... ollverSIJO (OS pmnmros armos. ()cstrlll~~ii.O (os 1I'r'J . 110 de 1:; 1.0. 0 padJ'(~ Mi"lIcl Vaz, I'rovis()cs que lrouX~ J . ~!" wdo l ( IJ relllO em t ot,.lj Slla mInto pOlleo depois. 0 govcn

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Vranr,isco Barreto assi!.!fl<l a~ provisors lavradlls "el(l~ padres cia cornpanhia. 0 Vil'e-H.ei D. C"l\ilantioo de Bragan~a on a execur.ao as provisoes de Framisco Barre­to, e reecbe novas n aperludas ordens de cortf'. SLU dfeilo descripto pelo Vice-Rei conde <in Uedondo.

XXXVII. Or4~ns que vieram 110 tempo do eonue do H.,~ulJlldo. Ban­do do Vice-Rei D. Anlao de Noronha ~obre a ilha de Divar. Novas ordens sobrc a expulsilo (los infieis, e parll nan serem escrivues os gentios, nem entrar~ em cama­ra os gancares gentios, havclltlo maioria de christlios.

XXXVIlL Os jesuitas em Salcete, e cousas da chrislundllJe. Dio!!l) Fernandes, 0 do forte. Effeitos da violenciil.

XXXIX. Christandade de Bardez. XL. Os eoneilios de Goa sobre os cscrivues c offieiaes das aldea~. XLI. Providencios do Vicc-Rei Dom Constantino para os gt'll-

tios fugitivos !laO alienarcm suas fazendag. Gancana5 e escrevaninhas dauss de men'e, e arrcmatadas em prat;a. l{eclama~oes dos gancares. ProYidencias da corte. As gall­carias doadai ou vendidas levavam eomsigo o~ pr{jes t'

preeminencias. A confisca~ao dellas prcvista no Foral ern certos casos, e com certas restric~oes.

XLII. Tano-as de cunto, quando apparecem peln primeira \'t~z m~moradas nos documentos. Anncxas aos jonos gancariiles. quando se pod/' suppilr que comecaram a dividir-'e dellcs, ,

XLIll. Epocha, em que cssa divis~o se tornou t'om~nllill. XLIV. Opiniao do Oriente Conqw5tadu sohre a origem dus tlll-

\LV. XLVI. XLVII.

gas de cunto. . . }'oueo fundamento dess8 OplfilUO.

Continlla a mesma materia. COllfissao; c ado de contric~ao do auclor. Opiniilo dtt'

auctorcs inglezes sobre se applicarem b admillistra\iio indiana as maximas dn adminjslra~lio curopl>il.

XLV Ill. Conelusao. Perplcxidades do goyerno do e~1ado .. obrt' II

modo (lc conseguir o~ melhorarnentos c'.Jmmunae~. lhh.!o de as evitar. Esperullca~ que disso hu, e de se t'otrar em melhor caminho. 0 terreiro do PI\(.~O e a Indlll.

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8t) -- La-onloio-h~a·se-conloio 08 Nota (a)-1 H;)n-Il\a-se--18()9 -44- -- D -pt'empta-h~a-se--prompta 71 - 2~)-inteirino-h\:l.se,-int('rill()

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