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 INTRODUÇÃO No primeiro veremos como definir a relação entre crédito e cobrança, as precauções necessárias na concessão de créditos e aprenderemos como realizar uma cobrança bancária, de acordo com o perfil atual dos clientes e as exigências do mercado partirá do desenvolvimento e da organização do departamento. DEPARTAMENTALIZAÇÃO Conceito A departamentalização é a prática de agrupar atividades e recursos em unidades organizacionais, seguindo um critério de homogeneidade entre eles, visando uma adequação da estrutura organizacional com sua dinâmica de ação mais eficiente. Segundo Colenghi (2007), é uma outra forma de fracionar a estrutura organizacional (divisões, seções, diretorias, departamentos, coordenações, serviços etc.), objetivando agrupar as atividades homogêneas que possuem uma mesma linha de ação, segundo características de complementaridade e similaridade”. [1] A departamentalização representa a divisão do trabalho no sentido horizontal, ou seja, em sua variedade de tarefas --- a divisão do trabalho n o sentido vertical refere- se aos níveis de autoridade. As atividades são agrupadas por sua similaridade e, des ta forma, pod em ser alocados re cu rsos e pe ssoal necessários pa ra o cumprimento dos objetivos definidos pela organização e é também muito importante que as funções estejam bem definidas e descritas. Funções A partir da especialização , a departamentalização visa um aproveitamento dos recursos disponíveis de forma mais eficiente, a fim de controlar e ou coordenar as responsabilidades e os conflitos de interesses existentes nas organizações, a partir da delegação de poder e a integração do ambiente externo com a organização

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INTRODUÇÃO

No primeiro veremos como definir a relação entre crédito e cobrança, as precauções

necessárias na concessão de créditos e aprenderemos como realizar uma cobrança

bancária, de acordo com o perfil atual dos clientes e as exigências do mercado

partirá do desenvolvimento e da organização do departamento.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Conceito

A departamentalização é a prática de agrupar atividades e recursos em unidades

organizacionais, seguindo um critério de homogeneidade entre eles, visando uma

adequação da estrutura organizacional com sua dinâmica de ação mais eficiente.

Segundo Colenghi (2007), “é uma outra forma de fracionar a estrutura

organizacional (divisões, seções, diretorias, departamentos, coordenações, serviços

etc.), objetivando agrupar as atividades homogêneas que possuem uma mesmalinha de ação, segundo características de complementaridade e similaridade”. [1]

A departamentalização representa a divisão do trabalho no sentido horizontal, ou

seja, em sua variedade de tarefas --- a divisão do trabalho no sentido vertical refere-

se aos níveis de autoridade. As atividades são agrupadas por sua similaridade e,

desta forma, podem ser alocados recursos e pessoal necessários para o

cumprimento dos objetivos definidos pela organização e é também muito importante

que as funções estejam bem definidas e descritas.

Funções

A partir da especialização, a departamentalização visa um aproveitamento dos

recursos disponíveis de forma mais eficiente, a fim de controlar e ou coordenar as

responsabilidades e os conflitos de interesses existentes nas organizações, a partir 

da delegação de poder e a integração do ambiente externo com a organização

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vigente. O processo de departamentalização pode ser implementado de várias

maneiras, por funções, pela própria geografia da organização, pelos clientes em

questão, por processos, serviços e produtos e até projetos.

Objetivos

Visa fortalecer o desempenho funcional, que deverá ocorrer por meio de

procedimentos apropriados:

• Agregação: colocar os especialistas numa mesma unidade de

trabalho a fim de possibilitar a troca de experiências, o que resultará em ampliaçãodo cabedal de conhecimento de cada um deles e consequentemente se traduzirá

em maiores índices de produtividade e qualidade. Com propósitos semelhantes,

sempre que possível, os equipamentos especiais devem ser colocados numa

mesma área de trabalho.

• Controle: as atividades devem ser agrupadas de forma que possam

ser facilmente supervisionadas, possibilitando exercer um controle eficaz e eficiente,

favorecendo a realização dos ajustes necessários antes do produto ser considerado

acabado e chegar aos clientes.

• Coordenação: a fim de se obter uma unidade de ação que será

conseguida caso forem agrupadas atividades correlatas e de objetivos comuns em

uma mesma unidade organizacional.

• Enquadramento: as atividades devem ser agrupadas em unidades,

de acordo com suas caraterísticas, em consonância com cada “grupo estrutural

básico”, o que evitará possíveis conflitos internos.

• Processos: destacar para um primeiro plano as atividades mais

relevantes que estão inseridas em um mesmo processo, buscando agrupá-las

dentro de unidades cujos objetivos sejam comuns e que atendam a clientes

determinados.

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Tipos, Vantagens e Desvantagens

• A departamentalização por funções da empresa tem como

vantagens a especialização de tarefas, visando um uso de recursos especializadosmais concentrados, levando a uma satisfação dos funcionários maior. Porém uma

grande concentração de recursos e especialização do trabalho afeta a visão de

conjunto na organização, podendo gerar uma comunicação deficiente e uma

insegurança quando ocorre um crescimento notável na organização;

• Quando cada unidade da empresa ocorre em regiões diferentes, há

o surgimento de um tipo geográfico de departamentalização, em que cada

unidade ou região pode ter um gestor e este se reporta ao nível hierárquico geral

(matriz da empresa), isto permite usar os diferenciais das diferentes regiões como

vantagens competitivas em relação aos concorrentes, dado que o gestor regional

conhece a área com maior peculiaridade permitindo um tempo que ação mais

rápida para eventuais problemas. Porém este tipo de departamentalização pode

dificultar a coordenação de pessoal devido às diferentes áreas de atuação e

portanto interferindo em uma comunicação entre os gestores mais rápida;

• A departamentalização por clientes consiste em separá-los por 

grupos semelhantes e portanto mantendo o foco ideal para cada tipo de cliente. É

vantajoso no que tange ao reconhecimento e atendimento aos grupos, podendo

haver uma vantagem mercadológica frente a estes. Mas também enfrenta o

problema de uma coordenação geral, pois os diferentes gestores exigirão diferentes

recompensas, de acordo com os respetivos grupos;

• Departamentalização por processos, ocorre na divisão das

atividades segundo o processo produtivo, como na administração pública, gerando

uma especialização maior dos recursos alocados e comunicação das informações

técnicas maior também, mas também pode comprometer a flexibilidade de alguns

ajustes necessários nos processos;

• A departamentalização por produtos e serviços ocorre

geralmente na indústria de bens de consumo, pois gera uma facilidade maior para a

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criação de novos produtos, além de facilitar a coordenação dos resultados

individuais dos produtos e serviços da empresa. Porem dificulta a coordenação

geral dos resultados, além de gerar uma disparidade de poder entre funcionários de

mesma hierarquia;

• Por último e não menos importante, tem-se a departamentalização

por projetos, que consiste na atribuição das atividades frente aos projetos

existentes nas organizações, como cada projeto é de grande conhecimento de seu

gestor, esta prática permite um melhor cumprimento das metas e prazos, uma vez

que a adaptação dos gestores aos seus projetos é maior em relação ao todo. Como

pontos negativos têm-se o emprego errado de recursos, ou apenas ociosos, e atomada de decisão partindo apenas um ponto de vista (gestores individuais).

RELACIONAMENTO ENTRE CRÉDITO E COBRANÇA

Poderíamos resumir o relacionamento entre crédito e cobrança da seguinte forma:

boas cobranças começam com uma boa análise de crédito. Se o crédito foi mal

concedido, a cobrança nunca vai fazer milagres.

Crédito implica em promessa de pagamento. Dar crédito é “acreditar” que alguém

vai pagar.

Cobrança implica no caminho de se fazer cumprir a promessa.

Cobrar é tentar fazer com que quem não tenha cumprido o que

prometeu, o faça.

O analista de crédito também precisa ter várias precauções, tais como:

Nunca conceder um crédito empresarial em virtude de endossantes,

avalistas ou fiadores;

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Avaliar as demonstrações financeiras tão completamente quanto

possível;

Avaliar a capacidade de pagamento do cliente. Esta capacidade está

muito mais relacionada à sua geração de caixa do que a seu resultado

econômico (lucro ou prejuízo);

Deve-se sempre controlar e monitorar os créditos concedidos;

Deve-se avaliar detalhadamente eventuais bens oferecidos como

garantia;

Cautela é palavra-chave;

Deve-se tentar sempre conhecer o cliente com o máximo de minúcias

possíveis. Deve ser prestada atenção especial a empresas que estão

experimentando crescimento excepcional;

A capacidade gerencial do cliente é primordial. Muitos problemas são

resultado direto de inabilidade de administração;

Uma vez que um problema é descoberto, o cobrador deve admitir imediatamente asua existência.

Cuidados a serem tomados na análise de cadastro de pessoa física:

Para analisar a capacidade de pagamento do cliente Pessoa Física, é

importante confirmarmos sua renda. Verificar sua atividade (Autônoma ou

empregatícia), empresa que trabalha, tempo de serviço e a faixa salarial.

Lembrar que a renda do cliente não pode ser muito comprometida com o

crédito que se pretende conceder. Para este particular, não existe uma regra

definida, mas a prática de mercado tem sido a de liberar crédito para prestações

mensais até o máximo de 30% da renda comprovada.

Solicitar apresentação da relação de bens (de preferência, declaração do Imposto

de renda). Constatar se reside em casa própria e se esta é financiada e qual o valor 

da prestação mensal. Se reside em casa alugada, informar-se do valor de aluguel.

Verificar a existência de imóveis, automóveis, seguros, aplicações financeiras,

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proventos de aluguéis, etc. Estes são indicadores seguros da solvabilidade das

pessoas físicas.

Conforme o valor da operação é recomendável solicitar cópias das escrituras e

confirmá-las junto aos respectivos cartórios de registro de imóveis, ou até mesmo

exigir certidões atualizadas destes.

Confirmar as referências profissionais, comerciais, bancárias e pessoais, as quais

devem obrigatoriamente, constar da ficha de cadastro.

Quando for o caso, o título de crédito correspondente à operação deve ser assinado

pelo cliente e seus respectivos devedores solidários, que podem ser uma ou mais

pessoas físicas. Estes serão juridicamente responsáveis pelo pagamento na

hipótese de insolvência do cliente financiado, razão pela qual devem também ser 

cadastrados dentro dos cuidados ora apresentados.

Recomenda-se que os devedores solidários residam na mesma praça de concessão

do crédito.

Alienação fiduciária é uma garantia real muito utilizada por instituições financeiras,

embora não seja privativa destas. Eis que o próprio bem obtido na operação fica

vinculado ao contrato, e no caso de não pagamento, o financiador poderá requerer 

  judicialmente a sua busca e apreensão. Havendo alienação, verificar se os bensobjeto da garantia são novos ou usados, seu estado de conservação, avaliação

(mediante carta de empresa de avaliação, fabricante ou revendedor autorizado),

perecividade (desgaste em função do tempo e uso), comercialização (aceitação

destes bens no mercado e facilidade de venda) e se o valor estimado cobre pelo

menos 100% do valor financiado.

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Lembrar que muitos bens obtidos em alienação ou garantia, quando apreendidos,

têm se mostrado obsoletos e de difícil comercialização no mercado secundário, o

que não favorece a recuperação do valor correspondente ao crédito concedido.

Exigir o máximo possível de referências comerciais e bancárias, com seus nomes,

números de telefone e nomes das pessoas com as quais se podem estabelecer 

contato.

Além de entregar os documentos necessários, o solicitante de crédito deverá

preencher um formulário que auxiliará na elaboração ou renovação da fichacadastral.

Avaliar e verificar a exatidão das informações, e buscar dados relevantes que

possam subsidiar as decisões de crédito. As fontes de informações indicadas pelo

próprio cliente devem ser vistas com reservas. Aprofundar as pesquisas em fontes

não indicadas por ele. Procurar detectar o que se passa por trás das informaçõescomerciais.

Tomar com reserva informações relacionadas ao tipo de atividade porquanto

procede do próprio cliente. Exigir contracheques, credenciais, ou ainda, ligar no

Departamento de pessoal da empresa empregadora.

Verificar se a documentação entregue se encontra em ordem, e se não foi objeto de

adulteração ou falsificação. (Sobretudo a Carteira de Identidade e CTPS).

Confirmar os dados informados com os documentos comprobatórios, e pesquisar 

as informações comerciais, bancárias e restritivas.

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Proceder à atualização verbal de referências comerciais em caso de

renovação do cadastro, ou quando o cliente estiver experimentando problemas de

pagamento, para traçar um panorama atualizado da saúde financeira do cliente.

CREDITO FÁCIL: A CAUSA DE SEREM TÃO CAROS.

O credito fácil apela ao consumo impertinente e está muito em moda. Basta ver 

uma qualquer contracapa de uma revista, ver um pouco de televisão,escutar um

pouco de rádio ou ligar-se á internet para deduzir que as empresas de credito fácil

estão por todo o lado.Somos expostos diariamente a campanhas de marketinghostis que apelam ao consumo exacerbado e que esperam por um momento de

maior debilidade para nos conseguir convencer que precisamos de comprar aquele

plasma topo de gama, ou aquele ultimo modelo de automóvel que saiu e provocará

inveja e pasmo perante os nossos amigos, colegas de trabalho, vizinhos e

familiares. Não é fácil resistir constantemente a estes ataques diários a que somos

sujeitos, por muito fortes que sejam as proteções que criamos ao longo do tempo,elas vão descaindo com o tempo e devido ao lugar que ocupamos ou desejamos

ocupar na sociedade. Todos nó temos momentos de fraqueza e

estas empresas de crédito pessoal sabem disso por isso mantêm campanhas

incessantes seguindo o velho provérbio " Água mole em pedra dura, tanto bate até

que fura".

MAS PORQUE ESTAS TAXAS DE JURO TÃO ALTAS?

As taxas de juro do credito fácil são muito elevadas devido á suas características. É

um crédito de alto risco, as empresas de credito fácil têm noção que muitos dos

créditos que concedem nunca lhes serão devolvidos, ou pelo menos terão muitas

dificuldade se despesas para conseguir reaver o dinheiro de volta.

São créditos que são concedidos com muito poucas garantias, ao contrario dos quesão concedidos pelos bancos. Muitas das vezes as pessoas que recorrem a estes

créditos fáceis, já tentaram fazer os créditos junto dos bancos mas viram as suas

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ambições deitadas por terra, devido á sua situação atual ou ao seu histórico de mau

crédito.

Claro que emprestar dinheiro a alguém com estas características tem um risco

elevado, por isso taxas de juros também altos.

Conselho: tente primeiro conseguir o seu credito fácil num banco, pois conseguirá

taxas de juro muito mais baixas. Vai ser mais difícil, demorará mais tempo, e exigirá

mais esforço da sua parte, mas no fim de contas, compensará.

Informe-se prematuramente sobre o credito fácil, visite o meu blog onde forneçomuita informação.

ANÁLISE DE CRÉDITO

CONCEITO DE ANÁLISE DE CRÉDITO 

A análise de crédito consiste em atribuir valores à um conjunto de fatores que

permitam a emissão de um parecer sobre determinada operação de crédito.

Para cada fator individual emitimos um valor subjetivo (positivo ou negativo) para

este. Se o conjunto de fatores apresentar valores positivos em maior número que os

negativos, a tendência é que o parecer seja favorável a concessão do crédito.

O processo de concessão de crédito para pessoas físicas ou jurídicas é muito

parecido, todos tem um fluxo bem semelhante. A pessoa física tem sua fonte de

renda e suas despesas que podem ser de curto ou longo prazo. Ela tem que tentar 

fazer com que sua receita seja suficiente para honrar suas despesas. Muitas vezes

a falta de controle, o surgimento de despesas imprevistas ou outros fatores, fazem

com que exista a necessidade se buscar um suprimento de dinheiro extra para

preencher esta lacuna aberta em seu orçamento. Nesta situação é que surge o

profissional de crédito com a missão de analisar se este proponente merece que a

empresa/instituição conceda à ele os recursos que necessita.

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Existe também a situação que o proponente está procurando recursos para

investimento. A análise é feita de maneira um pouco diferente, mas os princípios

são os mesmos.

São diversos os fatores, iremos falar neste portal de todos eles. Temos os fatores

caráter  e capacidade. Analisando estes fatores é possível emitir um parecer. Os

fatores nos possibilitam ter uma idéia do provável comportamento do cliente.

Estaremos analisando o seu passado e tentaremos prever seu comportamento

futuro. Tentando assim só conceder crédito aos que demonstrem maiores e

melhores chances de honrar seus compromissos.

Outro fator de vital importância são as garantias. Apesar de não devermos realizar 

qualquer operação de crédito baseada somente nas garantias, estas são um fator 

fundamental na análise do crédito, pois elas podem nos dar a certeza de no caso de

um sinistro, nosso capital investido terá um retorno mais rápido.

A análise de crédito conta com a informática como instrumento de precioso auxílio.

É possível, com uma grande base de dados estatísticos, saber o perfil de um

provável bom pagador.

Não podemos esquecer da informações que são obtidas pela checagem e pela

análise dos documentos apresentados pelo tomador que deseja realizar uma

operação de crédito.

Todos estes fatores permitem que a análise de crédito seja possível com maior 

segurança.

Equações do crédito 

Apenas com a idéia de facilitar e racionalizar os conceitos de uma análise de crédito

para pessoas físicas, eu os agrupei em algumas equações. São utilizadas em

minhas rotinas de trabalho. São elas:

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Análise de Crédito

Equação: Caráter + Capacidade + Patrimônio + Garantia = < ou > Risco

Caráter Equação: Pontualidade + Restritivos + Identificação = < ou > Risco

Capacidade

Equação: Idade + Estado Civil + Fonte de Renda + Tempo de Atividade = < ou >

Risco

PatrimônioEquação: Comprovação de Existência + Valor de Mercado + Identificação da

Origem = < ou > Risco

Garantia

Equação: Liquidez + Valor de Mercado + Correta Formalização = < ou > Risco

CARÁTER 

Pode-se definir o caráter, em relação ao crédito, como a intenção do cliente em

saldar a operação de tomada.

Não é fácil identificar se uma pessoa deixou de pagar suas dívidas realmente por 

vontade própria. Serão mostrados aqui alguns critérios possíveis de serem

adotados para se obter uma idéia do que seria alguém com caráter. Muitas vezes a

pessoa que toma o empréstimo ou financiamento é de bom caráter, mas não tem a

habilidade necessária para gerir seu negócio ou sua vida financeira, o que faz com

ele se endivide em demasiado.

CAPACIDADE 

Definição: Podemos chamar de capacidade, no que diz respeito a análise do

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crédito, a condição ou habilidade apresentada por um tomador de crédito para

honrar seus compromissos.

O cliente pessoa física tem a capacidade de gerar receitas e recursos. Aorealizarmos uma operação de crédito devemos tentar mensurar esta capacidade.

Devemos levar em consideração: o valor, a origem, a previsão de recebimentos dos

valores e outros fatores. A análise deve ser feita de maneira diferente, de acordo

com a fonte de seus recursos.

É lógico que é muito difícil saber se aquele cliente que você emprestou dinheiro à

ele ontem, irá ser demitido da empresa na qual ele trabalha. Além disto se vivermos

sempre com este dilema não iremos realizar nunca operações de crédito. O que

temos que tentar fazer é prever com um grande percentual de acerto se nossos

clientes irão pagar ou não.

Analisando a capacidade do cliente podemos ter uma idéia (não devemos esquecer 

que a análise de crédito é complexa e envolve diversos fatores, a capacidade é um

deles e não deve ser analisada isoladamente) se o cliente apresenta uma situação

de um provável pagador da operação.

O valor da renda do cliente já nos dá uma idéia de sua capacidade de pagamento,

sua fonte pagadora também. Devemos "olhar" com atenção sua fonte pagadora.

Se pensarmos nos motivos que possam existir para que um tomador deixe de

honrar uma operação, chegaremos a várias conclusões, vamos relacionar algumas

delas:

Desemprego

Morte do tomador 

Endividamento demasiado

Doença

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A morte é com certeza um "bom" motivo para o cliente não honrar sua dívida. Existe

uma forma de anularmos este risco de prejuízo e ainda gerarmos receita para nossa

empresa/instituição. Podemos agregar ao contrato de financiamento/empréstimo um

seguro prestamista, que irá saldar a dívida do cliente em caso de morte ou invalidez

permanente. Agregar um seguro deste tipo pode trazer algum prejuízo comercial se

ele fizer que tenhamos que aumentar muito a taxa de juros praticada nas operações

mas isto será objeto de outro área deste portal. Podemos afirmar que se fizermos

um levantamento estatístico em qualquer empresa/instituição a falta de pagamento

devido a morte ou doença dos tomadores não estarão entre os principais motivos.

Ao utilizar estes dois motivos como exemplo quisemos apenas mostrar que os

responsáveis por decisão de crédito, devem estar atentos a todas as situações

possíveis que cercam a operação, procurando analisar quais representam mais

risco de sinistro e tomar as devidas decisões a respeito.

Ao analisarmos o motivo "endividamento demasiado" podemos concluir que ele

pode ser evitado. Antes de realizarmos a operação de crédito, quando tivermosobservando a ficha cadastral e os resultados das checagens poderemos observar 

se o cliente declarou ter experiência de crédito em outras empresas/instituições e se

foram apontadas "passagens" em outras empresas/instituições. As experiências de

crédito informadas podem significar que ele ainda está com estes compromissos e

as "passagens" indicam que ele realizou ou pelos menos solicitou crédito em outra

ou outras empresas e/ ou instituições. Devemos procurar obter informações junto aestas empresas/instituições para termos a idéia dos valores que o cliente está

solicitando/emprestando no mercado. Além disto podemos descobrir outras

informações através de nossas checagens juntos as empresas/instituições. Ao

descobrirmos o montante que o cliente deve no mercado, podemos enquadrar o

valor a ser liberado para ele ou até mesmo negarmos o crédito se os valores forem

muito elevados em relação a sua renda.

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Pode ser realizada uma checagem específica com o próprio tomador quando se

encontra o apontamento de "passagem" em nome do cliente (esta consulta

depende do valor da operação ou da disponibilidade de recursos humanos e de

tempo que a operação pode dispor). Nesta página você encontra um exemplo desta

checagem.

Em relação ao motivo desemprego, podemos dizer que não há modo de prever isto,

mas podemos ter uma noção da empregabilidade do tomador. É claro que sabemos

que em relação a estabilidade do tomador para manutenção de sua fonte de renda

o tipo de cliente mais seguro é o aposentado, pois ele não irá deixar de receber sua

renda. O pensionista também oferece uma certa estabilidade, desde que a pensão

não seja alimentícia, pois assim teríamos que analisar a pessoa que paga a pensão

e não somente quem recebe. Os funcionários públicos, principalmente os militares

também possuem estabilidade.

Aproveitamos para escrever sobre a vital importância dos envolvidos em decisão de

crédito de estarem atualizados, durante muito tempo o funcionário público foisinônimo de estabilidade, pois era quase impossível ele perder seu emprego. Os

tempos mudaram. Primeiro foram as privatizações de empresas públicas que

fizeram com que pessoas que achavam que nunca iriam ser demitidas e até mesmo

não se atualizavam profissionalmente fossem postas no mercado de trabalho.

Depois, como reflexo de uma democratização tardia do país, vieram as denuncias e

punições de funcionários públicos envolvidos em corrupção, algo que seriaimpossível alguns anos atrás. Ou seja, funcionário público não é mais sinônimo de

estabilidade total. Temos que ter sempre em mente que a sociedade é algo

dinâmico e está em constante transformação, nós temos que estarmos atentos à

elas e nos mantermos atualizados.

A formação do tomador também é um dado importante, muitas

empresas/instituições desprezam esta informação, não é comum existir nas fichas

de cadastro um campo para o tomador indicar sua formação. Através da formação

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do cliente, além de outros dados podemos prever sua condição de conseguir ser 

recolocado no mercado.

Abaixo estamos fornecendo alguns dados de como se analisar a capacidade umcliente de acordo com sua fonte de renda.

Fontes de renda:

ASSALARIADO

PENSIONISTA

PROFISSIONAL LIBERAL 

APOSENTADO

AUTÔNOMO

SÓCIO DE MICRO OU PEQUENA 

EMPRESA

COMPROVAÇÃO DE RENDA

Checagens 

As checagens são fundamentais para uma análise de crédito, as perguntas feitas

devem ser claras e objetivas para que não se perca tempo durante a checagem

tendo que ficar repetindo o significado das perguntas. Elas tem como objetivo

possibilitar que o emissor do parecer sobre a proposta de crédito possa levar em

consideração realmente as informações dados pelo proponente.

Não podemos esquecer que temos compromisso com o resultado dainstituição/empresa e que devemos conceder crédito para os proponentes que

apresentem melhores condições de honrar as operações. Temos que tentar 

respeitando a relação custo/benefício e no menor espaço de tempo possível realizar 

as checagens que achamos necessário para emitir um parecer com segurança.

Qualquer tipo de checagem implica em custos, por isto não adianta checarmos

todas as fontes de informação possíveis para um proposta cujo o valor seja baixo,

pois pode acontecer que mesmo que o cliente pague em dia, já teremos gasto mais

do que a instituição/empresa irá ganhar com a operação.

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Outro fato com que temos que nos preocupar é com a demora para a emissão do

parecer em uma proposta, temos que ser cuidados com todo o processo de

concessão de crédito mais ao mesmo tempo temos que ser ágeis, pois a demora na

emissão pode significar a perda de um cliente potencial e até mesmo a perda de

parceiro comercial, dependendo do produto que estamos operando.

Nos casos de operação com cliente antigos algumas checagens podem deixar de

serem feitas, principalmente aquelas referentes a dados já informados pelo cliente

em seu contrato ou contratos anteriores e que não tenham se modificado de acordo

com a ficha cadastral preenchida para a nova operação.

Os envolvidos na checagem devem ser treinados antes de realizarem estas tarefas.

O ideal é que exista um roteiro para que o funcionário siga.

As checagens podem e devem variar de acordo com o tipo de operação e até

mesmo com o valor que o proponente está solicitando.

Nunca podemos esquecer que ao ligarmos para uma pessoa ou empresa para

realizarmos uma checagem, estamos representando nossa instituição ou empresa,

por isto devemos mais do que nunca sermos educados, gentis e diretos com nossos

interlocutores. As pessoas que irão atender o telefone do outro lado da linha

estarão nos fazendo um favor. Deveremos tentar criar empatia com estas pessoas.

O funcionário que realiza a checagem deve estar atento durante a sua verificação

para como a pessoa que ele está questionando passa as informações. A fonte de

informação pode:

Informar: É a forma de resposta da fonte de informação que dá maior credibilidade

para a checagem, mas mesmo assim, não impede que haja uma combinação prévia

entre fonte de informação e o proponente. O atendente deve estar atento para a

maneira que a fonte de informação responde as perguntas. As vezes perguntas quenormalmente deveriam ser objeto de consulta a alguma fonte e são respondidas de

imediato podem representar que a fonte de informação está passando informações

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inverídicas. Exemplo: Ao ligar para uma empresa para checar dados profissionais, a

pessoa que atende dá todas as informações diretamente, informa tempo de serviço,

salário, cargo e etc. Ou a empresa é muito pequena e o funcionário sabe os dados

de cor dos funcionários ou existe alguma coisa errada. Normalmente estas

informações deveriam ser obtidas em alguma tipo de arquivo seja ele manual ou

eletrônico.

Confirmar: Muitas vezes a fonte de informação se recusa a informar os dados do

pesquisado, e diz que só pode confirmar. Este fato deve ser informado ao analista

ou pessoa que irá emitir parecer sobre a operação, pois tal fato pode significar 

somente que a fonte de informação ficou desconfiada de alguma coisa e não se

sentiu a vontade para falar sobre o proponente. Pode significar também que a fonte

de informação esta combinada com o proponente e para evitar erros, vai confirmar 

os dados que foram informados na proposta. Sendo que os dados não são

verídicos. Desconfie de perguntas como: Quanto ele disse que ganhava?

Devemos procurar identificar na hora da ligação se a referência está consultandoum "terceiro" antes de nos passar as informações.

O funcionário que realiza a checagem deve sempre deixar claro ao analista quais os

dados que foram informados e quais os que foram somente confirmados. Esta

diferença possibilita ao analista identificar possíveis combinações feitas por 

estelionatários ou "espertos" para passarem informações falsas.

LOCAL DE TRABALHO

REFERÊNCIA BANCÁRIA

REFERÊNCIA COMERCIAL

REFERÊNCIA PESSOAL

RESIDÊNCIA

VIZINHANÇA

FICHA CADASTRAL 

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A ficha cadastral é o ponto de partida para uma análise de crédito, nela devem estar 

contidas as informações que irão permitir a emissão de um parecer sobre uma

operação de crédito. A ficha cadastral deve ser elaborada de maneira objetiva,

fazendo que o preenchimento desta seja simples e rápido.

Todas as informações pedidas na ficha cadastral devem ter uma utilidade, ou seja,

se a informação não vai servir para auxiliar a emissão do parecer, não deve ser 

posta na ficha cadastral.

É comum vermos fichas cadastrais com espaços mínimos para o proponente e/ou

avalista preencherem, tal fato faz com que estes tenham que abreviar palavras (as

abreviações nem sempre obedecem regras da língua portuguesa, o que dificulta o

entendimento), começar a frase ou palavra com um tamanho de letra e terminar 

com um rabisco ilegível. Resumindo não há como identificar os dados que foram

postos em determinados campos da ficha.

Devemos, ao elaborar a ficha cadastral, procurar ser o mais claro possível,

escolhendo bem os termos que irão dar os nomes aos campos que irão ser 

preenchidos. Exemplo: Filiação: Pai / Mãe. Sempre que pensarmos que um termo

utilizado na ficha cadastral pode dar margem a erros de interpretação, devemos

trocá-lo ou por um sinônimo ao lado.

Nas empresas/instituições que utilizam as "propostas eletrônicas", ou seja, sistemasinformatizados que registram os dados da ficha cadastral. A ordem de distribuição

nos campos na tela do computador deve seguir uma ordem mais próxima possível

da ordem apresentada na ficha cadastral em papel, para facilitar o trabalho de

digitação. Isto quando os dois tipos de propostas (papel e eletrônica) existirem.

Muitas empresas/instituições utilizam o credit score como ferramenta de concessão

de crédito, nesta situação é importante que todos os dados que pontuam no credit

score estejam presentes em forma de campos para serem preenchidos na ficha

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cadastral, parece óbvio, mas algumas instituições já montaram fichas cadastrais e

esqueceram de colocar campos com dados que eram pontuados no credit score.

Na ficha cadastral poderá ou não estar incluída uma proposta de crédito. A propostade crédito, mesmo tendo campos em comum com a ficha cadastral, tem uma outra

finalidade. Algumas instituições unificaram ambas em um único formulário.

Apresentamos alguns modelos de ficha cadastral, estes modelos são o que nós

consideramos ideal para uma ficha cadastral. Os modelos são bem abrangentes e

contém muitas informações. O importante é que cada ficha cadastral atenda as

necessidades específicas da instituição/empresa. Assim pode ser que o nosso

modelo contenha muitas informações que não seriam utilizadas por diversas

instituições/empresas. Nosso objetivo é apenas mostrar alguns exemplos

PROPOSTA DE CRÉDITO 

A proposta de crédito é um documento que define como a operação foi realizada e

quem a autorizou. Ela pode ser emitida em papel ou eletronicamente.

Na proposta de crédito devem estar contidos os seguintes dados:

DADOS DO TOMADOR

Dados que possibilitem a identificação do tomador da operação, dados como:

nome, CPF, data de nascimento, endereço etc. Ou seja, os dados que qualifiquem

quem vai realizar uma operação de crédito.

DADOS DO AVALISTA

Se houver avalista na operação, os mesmos dados que forem preenchidos para o

proponente, deverão ser preenchidos para o avalista.

DADOS DA OPERAÇÃO

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São os dados que descrevem como é a operação. Valor, prazo, valor das

parcelas(contraprestação, pmt etc.)

DADOS DA GARANTIA

Descrição da garantia, valores estimados ou reais etc.

DADOS DAS CONSULTAS

Descrição dos resultados das pesquisas cadastrais realizadas para a emissão do

parecer.

DADOS DO APROVADOR

Nome e cargo(ou função) de quem está aprovando a operação. Campo para

assinatura do(s) responsáveis pela concessão.

Muitas empresas/instituições unificam a proposta de crédito e a ficha cadastral em

um único documento

 ANÁLISE DE CRÉDITO PESSOA JURÍDICA

Iremos escrever nesta área do portal sobre o crédito destinado à empresas (pessoa

  jurídica). Aqui constarão informações sobre concessão, dicas para análise de

crédito, estudos de casos e muito mais.

Veremos os chamados C's do crédito.

A análise de crédito está dividida nestes seis tópicos abaixo. Acesse as páginas e

obtenha informações sobre cada um deles

CARÁTER CAPACIDADE

CONDIÇÕES CAPITAL

COLATERAL CONGLOMERADO

CARÁTER

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Definição: Caráter é referente à intenção, a determinação, a vontade que o

tomador tem em honrar uma operação. Identificar se um tomador que não honrou

suas dívidas teve ou não a intenção de pagar não é uma tarefa fácil de se realizar, .

As informações que a instituição/empresa possui de seus cliente, as informações

obtidas com outros bancos e fornecedores e as informações disponibilizadas pelas

empresas/órgãos de informação são a melhor maneira de conhecer os hábitos de

pagamento do tomador.

É importante destacar que uma empresa pode não honrar seus compromissos por 

não possuir recursos, isto não significa que falta caráter aos responsáveis pela

empresa. No meu ponto de vista, o caráter é um dos mais importantes elementos

de uma análise de crédito, pois outros fatores que não permitam que o cliente

consiga honrar suas dívidas podem até ser contornados. Mas se o tomador não

possui a intenção de honrar seus compromissos, nada há para fazer, a não ser 

recorrer os meios legais de cobrança. Se o tomador possui caráter, ele tentará

negociar a dívida, oferecer bens como forma de pagamento e tentará manter sua

boa reputação.

Também poderemos encontrar casos que a intenção de pagar do tomador não é

muito grande, mas ele necessita de realizar negócios com determinado fornecedor 

para que seu empreendimento continue a existir, sendo assim podemos dizer que a

importância do produto ou serviço em relação ao negócio do tomador, pode ser 

fundamental para o recebimento dos valores concedidos. Ou seja, se pararmos devender nossos produtos ou serviços a um determinado cliente, seu negócio acaba.

CAPACIDADE

Definição: Entre os profissionais de crédito, ela pode ser definida como a

capacidade de pagamento de uma empresa de honrar suas dívidas e obrigações.

Pode ser definida também como a habilidade e/ou a competência de se administrar 

a empresa. Este site não tem como objetivo "adotar uma verdade" sobre os

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assuntos aqui abordados, por isto sempre haverá espaço para as várias formas de

conceituação dos temas relativos ao crédito, ao risco e a cobrança. Vamos adotar 

nesta página a definição para capacidade, como sendo a habilidade ou

competência, como já escrita anteriormente. Esta definição é apenas para seguir 

uma linha nesta página. Em outras páginas iremos escrever sobre a outra definição.

Para analisarmos a capacidade da empresa, deveremos analisar:

- Seus administradores: a formação profissional destes, se possível a formação

acadêmica também, sua exposição ao ramo de atuação na qual a empresa que ele

dirige está inserida.

- A empresa: suas instalações, seus métodos de trabalho

Quanto maior o porte da empresa, mais profundamente deveremos "mergulhar"

nela, até pelo fato que devido ao grande porte da empresa, a possibilidade das

quantias envolvidas em operações de crédito e risco serem "astronômicas".

Capital 

Um fator importantíssimo em um análise de crédito. Capital em uma análise de

crédito de uma empresa não é entendido simplesmente como a conta de capital que

usamos na contabilidade. Quando falamos de Capital em um análise estamos nos

referindo a sua situação econômica, financeira e patrimonial. Estamos falando dos

seus recursos e bens que podem ser utilizados para honrar suas dívidas.

Através da análise dos demonstrativos contábeis, podemos levantar informações

sobre como está o desempenho da empresa e sobre sua solidez. Estaremos

fazendo uma análise financeira da empresa.

Para a análise financeira não utilizamos somente os demonstrativos como balanços

e relatórios de demonstração de resultados. Podemos fazer a análise financeira e

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descobrirmos a capacidade de pagamento de uma empresa ou de uma pessoa que

não emita nenhum demonstrativo ou declare imposto de renda. Podemos nos

basear em informações obtidas com o próprio e com terceiros.

Condições 

As "condições" na análise de crédito são os fatores externos e macroeconômicos.

Estes fatores externos, muitas vezes imprevisíveis, não são controláveis pela

empresa. Mudanças na política econômica do governo podem afetar positivamenteou negativamente uma empresa. Toda empresa está envolvida em um sistema

onde diversas forças e fatores exercem influência sobre ela. Podemos citar como

exemplos, as conjunturas nacionais e internacionais, o governo, o meio ambiente, a

concorrência e etc. O ramo de atividade também é um fator que influi na existência

da empresa. Alguns ramos de atividade funcionam em uma cadeia e só atendem a

um outro ramo, se este ramo entra em crise, com certeza a crise irá lhe afetar.

A sazonalidade é outro elemento de nosso estudo, existem empresas que

produzem para comercializar somente durante determinada época do ano,

podemos citar como exemplo as fábricas de ovos de Páscoa. Existem também os

produtores agrícolas que cultivam culturas que não se desenvolvem durante o ano

todo.

As condições afetam as empresas de diferentes formas e de diferentes intensidade,

o porte da empresa é um outro fator fundamental para a redução desta intensidade.

Podemos citar também outros fatores que afetam as empresas como: a moda, a

essencialidade e a região geográfica.

Conglomerado

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Definição: O termo Conglomerado em análise de crédito significa analisar não

apenas a empresa que está solicitando crédito, mas todo o conglomerado de

empresas na qual a empresa está inserida. A idéia é que se faça a análise da

empresa controladora ou das controladoras (se for o caso), das controladas e das

coligadas. Desta maneira poderemos ter uma idéia do conjunto de empresas que

formam um grupo. Isto é para evitar que alguém utilize uma coligada ou controlada

que está em melhor condição financeira para obter recursos que na verdade serão

utilizados em outra empresa que não está em boa situação. A idéia de

conglomerado não é usada somente nos termos da lei, mas sim quando qualquer 

empresa possui participação nas tomadas de decisão de outra empresa.

Definição de Coligada: Sociedade que uma participa com o mínimo de 10% do

capital da outra sem porém controlá-la.

Definição de Controlada: Chamamos de controlada uma sociedade na qual a

condição de eleger a maioria dos administradores e o predomínio nas deliberações

sociais é exercida de modo permanente. Ou seja a sociedade possui direitos desócios que a possibilita controlar outra sociedade. O controle pode ser exercido de

maneira direta ou através da intermediação de outras controladas

Colateral

Chamamos de Colateral uma espécie de segurança adicional à uma operação de

crédito. É uma ou mais garantias dadas pelo tomador para aumentar o grau de

segurança da operação e muitas vezes para fortalecer algum dos outros fatores da

análise. Contudo não devemos nunca utilizarmos garantias para fortalecer uma

proposta de um tomador que apresente restrições em relação seu caráter.

Garantias

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Definição: As garantias tem com objetivo dar reforço a segurança nas operações

de crédito.

Durante uma operação de crédito as garantias deverão ser examinadas emconjunto com as informações cadastrais, a finalidade da operação, sua forma e as

fontes de pagamento.

Tipos de Garantia: Existem dois tipos de garantias, as pessoais ou fidejussórias e

as garantias reais.

É fundamental adequar as garantias às características da operação de crédito,porém a liquidez do crédito não deve ser baseada somente nas garantias

constituídas, mas sim em um conjunto de variáveis que nos permitam ter um idéia

se a operação de crédito será concedida à um "bom cliente".

Exemplo de adequação da garantia a característica da operação de crédito:

Determinadas garantias necessitam de um prazo mais longo para serem

formalizadas, por isto devem ser evitadas para operações de curto prazo. Como

utilizar como garantia a hipoteca de um imóvel para um operação de desconto de

duplicatas com um prazo de 60 dias.

Exemplo de utilização de garantia para a concessão de crédito sem levar em

consideração a análise do conjunto de variáveis: Um cliente solicita

financiamento de um veículo e dá como entrada 50% do valor deste. O cliente no

ato da concessão do crédito apresentava algumas restrições cadastrais, como a

emissão de 5 cheques sem fundos e dívidas em 2 bancos. Além disto sua fonte de

renda, declarada de R$ 5.000,00 era oriunda de trabalhos como autônomo. Após

alguns meses o cliente sofre um acidente e ocorre perda total no veículo. O veículo

não estava segurado. Resumindo o valor da operação foi lançado como prejuízo

para a instituição que concedeu o crédito, já que a garantia não mais existe, não há

como apreendê-la e leiloá-la para tentar recuperar o prejuízo.

Abaixo links para as áreas de garantias pessoais(fidejussórias) e reais.

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Pessoais

Garantias - Pessoais

As garantias pessoais ou fidejussórias são garantias nas quais pessoas físicas ou

 jurídicas assumem, como avalistas ou fiadores, a obrigação de honrar os

compromissos referentes a operação de crédito, caso o cliente não o faça.

Os avalistas e fiadores devem passar pela mesma análise creditícia que o

proponente, pois caso o cliente não honre seus compromissos o avalista ou fiador terá que fazê-lo, portanto é necessário que ele tenha condições econômica e

financeiras para isto.

Quando o aval ou fiança for dado por pessoa jurídica, deverá ser verificado no

contrato ou estatuto social da empresa se existe esta possibilidade expressa no

contrato, pois se não houver, o aval ou a fiança não terá validade jurídica.

Aval

Definição: É a promessa que alguém faz de cumprir obrigação de terceiro realizada

através de um título de crédito, se o obrigado não vier a cumprir. O avalista é quem

concede o aval. Avalizado é a pessoa que recebe o aval. Não existe aval em

contrato, somente em títulos de crédito.

O aval é uma garantia pessoal e deve ser aceita desde que se possa constatar sua

capacidade econômica e financeira e sua idoneidade moral, além de capacidade

 jurídica (se é maior de idade ou se não está interditado).

O aval não pode ser limitado nem condicionado. O avalista responde pelo título

como um todo.

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O aval dado por procurador, quando esse é o próprio emitente do título, tem sua

validade dependente dos poderes expressos, no respectivo instrumento de

procuração, desde que lavrada em cartório competente. Nas procurações, os

poderes devem ser expressos, de forma clara, para a modalidade do título

avalizado.

O aval prestado por pessoas jurídicas somente é válido quando permitido

expressamente no contrato ou estatuto social da empresa. A simples omissão

determina a impossibilidade de prestar o aval.

O aval prestado por pessoas casadas compromete o patrimônio do casal até o

limite da meação do cônjuge, que é a metade do patrimônio do casal. Portando é

recomendável que se tome também o aval do outro cônjuge. Exemplo: Se o marido

entra como aval é recomendável que se tome o aval da esposa e vice-versa.

O aval cruzado e a concentração de avais são práticas desaconselháveis, já que

reduzem a eficácia do aval como reforço da segurança da operação de crédito. O

aval cruzado é quando um proponente recebe um aval em uma operação e em

outro operação os papéis se invertem, o aval passa a ser proponente e o

proponente passar a ser o aval. A concentração de avais é quando uma única

pessoa presta aval em várias operações.

Fiança

Definição: É uma garantia cujo fiador, seja pessoa física ou pessoa jurídica se

constitui como principal responsável pelo pagamento das obrigações assumidas

pelo afiançado, pessoa física ou pessoa jurídica, caso esta não cumpra as

obrigações contratadas. A fiança é sempre estabelecida em relação a um contrato.

Na fiança de pessoa física, é importante a outorga uxória, ou seja, a assinatura do

cônjuge do contratante, a fim de coobrigar a responsabilidade pelo contrato.

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A fiança é uma garantia contratual e não cambial, o que significa que é uma

garantia sempre dada em contratos.

GARANTIAS REAIS

Definição: São bens ou direitos de recebimentos dados em garantia de obrigações

relativas a operações de crédito.

A escolha do tipo de garantia real deve ser feita de acordo com as característicasda operação de crédito, como: tipo de operação, prazo, valor etc.

A escolha da garantia também deverá ser voltada para os bens e direitos de maior 

grau de liquidez (possibilidade de recebimento) e que deverão ser observados os

preceitos de sua formalização.

Alienação FiduciáriaAnticreseCauçãoHipotecaPenhor MercantilReserva de Domínio

Alienação Fiduciária

Definição segundo o dicionário Michaelis - Moderno Dicionário da LínguaPortuguesa

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a.li.e.na.ção sf (lat alienatione) 1 Ação ou efeito de alienar; alheação. 2 Cessão de

bens. 3 Desarranjo das faculdades mentais. 4 Arrebatamento, enlevo, transporte. 5 

Indiferentismo moral, político, social ou mesmo apenas intelectual. Antôn (acepção

5): engajamento, participação. A. mental: loucura.

• Definição: É o contrato no qual o devedor transfere ao credor a propriedade de

bens móveis para garantir pagamento de dívida com a condição de tornar a ter a

propriedade do bem, quando liquidar a dívida.

Anticrese

Definição segundo o dicionário Michaelis - Moderno Dicionário da Língua

Portuguesa

an.ti.cre.se sf Dir (gr antíkhresis) Abandono ao credor das rendas de um imóvel,

como compensação de dívida, ou à conta de juros.

Caução

Definição: É o penhor de um direito não material. Exemplo: o crédito. Para haver 

uma distinção entre o penhor de títulos e direitos creditórios do penhor tradicional,

onde existe a transferência do bem móvel, ele é denominado de caução.

A caução acarreta um direito sobre outro direito, daí ser essencial que haja a

entrega dos títulos para caracterizar este tipo de garantia. Os direitos cedidos

podem ser: penhor, hipoteca, depósito em dinheiro, valores e títulos.

Não são os títulos em si(os papéis fisicamente) que são dados em garantia, mas

sim o direito que esses títulos representam e que por terem valor econômico,

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podem ser oferecidos em garantia em uma operação. O credor que recebe títulos

em caução é chamado de mandatário.

Exemplo de títulos caucionáveis: Letras de Câmbio, duplicatas, Notas Promissóriasde terceiros, ações de empresas de capital aberto e outros títulos cambiais.

Hipoteca

Definição segundo o dicionário Michaelis - Moderno Dicionário da Língua

Portuguesa

hi.po.te.ca 1 sf (gr hypothéke) 1 Direito real constituído a favor do credor sobre

imóvel do devedor ou de terceiro, como garantia exclusiva do pagamento da dívida,

sem todavia tirá-lo da posse do dono. 2  Dívida garantida por esse direito. H.

convencional: a que resulta da estipulação das partes para garantir o cumprimento

da obrigação. H. legal: a que a lei institui em favor de certas pessoas, naturais ou jurídicas, em garantia de obrigações decorrentes de certos fatos.

Definição: Garantia baseada no direito real sobre bens imóveis, embarcações ou

aeronaves, de forma a assegurar o pagamento da dívida, sem que exista a

transferência da posse do bem ao credor.

Após a liquidação da dívida, a hipoteca será liberada e deve ocorrer ocancelamento junto ao cartório.

• É uma garantia normalmente utilizada para operações de longo prazo, tendo como

objetivo dar segurança a instituição/empresa ao ter bens imóveis lastreando a

operação de crédito.

• A segurança que procuramos ao obter a hipoteca de um imóvel como garantia, sóserá conseguida se tivermos certos cuidados com a formalização desta. Devendo

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ela estar registrada em cartório de registro de imóveis, em primeiro grau e sem

concorrência de terceiros. Se não houve o registro, não existe a hipoteca.

• Os credores hipotecários tem preferência sobre outros credores, sendo que ocredor que registrou primeiro a hipoteca é privilegiado. Não há contudo preferência

sobre crédito fiscais ou trabalhistas. A hipoteca como garantia, pode ser dada pelo

próprio devedor ou por terceiros intervenientes, que será(ão) solidariamente

responsável(is) pela dívida.

• Os direitos reais constituídos através de hipoteca continuarão a existir, caso o

devedor transfira o bem a outra pessoa (direito de seqüela). Se a dívida hipotecária

não for paga, o credor hipotecário tem o direito de executar a garantia, mesmo que

essa não seja mais propriedade do devedor.

• O pagamento de uma ou mais prestações da dívida não importa em exoneração

correspondente da garantia. Enquanto não terminar o contato, a hipoteca não pode

ser baixada.

• O cônjuge do hipotecante deverá comparecer ao ato de constituição da hipoteca,

qualquer que seja o regime de casamento(outorga uxória).

• Um imóvel pode ser hipotecado mais de uma vez ao mesmo credor ou até mesmo

a outro credor, mediante novo título. A ordem das hipotecas é fixada pela data da

sua inscrição no Registro de Imóveis. A denominação que se dá é a ordinal. Por 

exemplo: O Sr. José dá em primeira hipoteca, em segunda hipoteca etc. Se a

primeira hipoteca for cancelada, a segunda hipoteca passar a ser a primeira, a

terceira assume o lugar da segunda e assim sucessivamente.

• Tudo que for acrescido ao bem hipotecado passará a fazer parte integrante da

hipoteca. É o princípio geral de direito que diz que: o acessório segue o principal.

Este princípio é aplicado ao direito das coisas: imóveis, aviões, navios, etc.

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• Sempre temos que considerar a liquidez do bem ao recebermos um em hipoteca.

Não podemos esquecer que esse bem poderá ter que ser vendido em praça pública

e que somente atrairá interessados se o bem apresentar valor econômico. O valor 

do bem deve ser compatível com o risco assumido, principal somado aos encargos,

que ele garante hipotecariamente, durante o período integral da operação.

• Se não houver o pagamento da dívida conforme o contrato, o credor hipotecário

não poderá ficar com o bem dado em garantia. Ele deve promover a execução

 judicial da hipoteca.

• A dívida poderá ser considerada vencida se:

1 - O bem hipotecado deteriorar-se ou depreciar-se, reduzindo a garantia, e o

devedor não reforçá-la;

2 - O devedor cair em insolvência ou falir;

3 - As obrigações não forem pontualmente cumpridas;

4 - Se perecer o objeto dado em garantia;

5 - Se houver desapropriação.

• É extremamente necessário examinar previamente a documentação do imóvel ou

de outros bens(embarcações marítimas, aeronaves etc.) e de seus proprietários.

Documentos como: título de aquisição do imóvel ou outros bens, certidão do

registro de imóveis ou outros bens, certidão de filiação vintenária e etc.

• O simples fato de se constituir uma garantia hipotecária não representa, por si só,a segurança da liquidez do crédito. Na atividade de concessão de crédito, o

importante é o retorno dos créditos nos prazos previstos, que é conseguido com

uma análise global do risco assumido, ou seja a análise de crédito é fundamental

para a concessão, não devemos nos basearmos somente na garantia para a

emissão de nosso parecer de crédito.

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• A lei 8.009, de 29.03.90, eliminou os bens de família arrolados em venda judicial

para fins de pagamento de dívidas contraídas. Assim são considerados para efeito

de impenhorabilidade do bem de família:

1 - O imóvel residencial próprio do casal, quando nele resida, e o bens móveis que

o guarnecem;

2 - Os bens móveis que guarnecem a residência locada;

3 - A sede de moradia, na propriedade rural, com os respectivos bens móveis;

4 - O imóvel de menor valor, se o casal ou a entidade familiar for possuidor(a) de

mais de um e outro não houver sido construído, na forma legal, como bens de

família.

• Também, não são penhoráveis a pequena propriedade rural, na qual trabalha a

família, para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, e o

imóvel rural, até um módulo, desde que seja o único de que disponha o devedor.

• Portanto no ato da concessão de crédito, além da verificação de capacidade

financeira momentânea do cliente, também deve ser verificado o patrimônio e

serem descartados os bens que sejam impenhoráveis.

Penhor Mercantil

Definição segundo o dicionário Michaelis - Moderno Dicionário da Língua

Portuguesa

pe.nhor sm (lat pignore) 1 Contrato acessório pelo qual o devedor, ou terceiro,

entrega ao credor ou a quem o represente uma coisa móvel, que é por ele retida

com o fim de assegurar, preferencialmente, o cumprimento da obrigação. 2 Objeto

entregue a um credor como garantia do pagamento de uma dívida. 3 Objeto móvel

ou imóvel que assegura o pagamento de uma dívida. 4 Garantia, prova, segurança.

5 Certo jogo popular. Pl: penhores. Penhores de amor: os filhos.

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Definição: Chamamos de penhor mercantil a garantia na qual o bem empenhado faz

parte integrante do negócio comercial.

• O penhor mercantil pode abranger tanto os estoques de matérias-primas quantoos estoques de produtos acabados de empresa cliente, devendo sempre ser dada a

preferência aos produtos acabados, pois estes já estão prontos para a

comercialização e oferecem maior liquidez.

• Os estoques, que são objeto de penhor mercantil, são confiados obrigatoriamente

à guarda dos fiéis depositários, os quais se tornam responsáveis pela guarda,

existência e conservação dos bens dados em garantia, embora estes permaneçam

de posse do cliente em locais próprios ou de terceiros.

• Ao operar com pessoa jurídica, deve-se atentar se no contrato social ou no

estatuto da empresa, existe a permissão de constituição de penhor como garantia.

• Na descrição dos bens, devem ser fornecidos todos os detalhes que permitam sua

completa e imediata identificação, avaliação e localização:

1 - espécie, características, marca de identificação, classificação, tipo, safra (se

houver) etc.

2 - valor unitário (preço de custo).

3 - quantidade (de cada tipo de bem penhorado).

4 - valor total (para cada tipo de bem penhorado e total).

5 - local ou locais onde estão depositados os bens penhorados.

• Quando a mercadoria a ser penhorada esteja depositada em armazém geral, os

títulos que a representam, conhecimento de depósito e warrants, devem ser 

endossados, com firmas reconhecidas em cartório e entregues na

empresa/instituição que está realizando a operação.

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• Uma segurança maior em relação a garantia pode ser obtida se o bem estiver 

segurado e se existir um cláusula que beneficie a empresa/instituição que recebeu o

bem em alienação fiduciária.

• Não devem ser tomados em penhor mercantil ou vinculados aqueles bens

passíveis de deteriorização, bens obsoletos ou de difícil comercialização.

• A validade na constituição do penhor mercantil é calçada na figura do fiel

depositário. Por isso, essa figura deve ser completa e corretamente identificada no

contrato, devendo, no caso de operações com pessoa jurídica, ser escolhida uma

pessoa que não possua controle acionário ou cargo diretivo na empresa

Reserva de Domínio

Definição segundo o dicionário Michaelis - Moderno Dicionário da Língua

Portuguesa

re.ser.va sf (der regressiva de reservar) 1 Ação ou efeito de reservar. 2 O que se

guarda ou poupa para casos imprevistos. 3 Vasa (nas marinhas de sal). 4 Mil Corpo

militar pronto a entrar em combate quando necessário o reforço das fileiras. 5 Mil

Situação dos soldados que tendo já servido pelo tempo determinado na lei, ficamtodavia sujeitos a ser chamados novamente ao serviço, em caso urgente. 6 Mil

Militar nomeado para substituir outro no serviço, no caso de impossibilidade deste.

7  Náut Vasos de guerra destinados a prestar ajuda aos que se acham em

dificuldade. 8 Reg (Norte) Cercado para o gado, com boa pastagem e abundante

aguada. 9 A parte dos lucros dos bancos ou companhias que não entra nos

dividendos nem nas despesas gerais, mas fica depositada como fundo para acudir 

a qualquer eventualidade; fundo de reserva. 10  Circunspeção, discrição, recato,

retraimento. 11 Dissimulação. 12  Restrição. 13 Cautela, discrição no falar. 14

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Cláusula, condição. sm ..." R. de domínio, Com: garantia usada pelo vendedor, a

fim de reaver a coisa, quando o comprador não paga..."

ASPECTOS A SEREM COMENTADOS SOBRE O FUNCIONAMENTO

DA COBRANÇA

No atual ambiente de negócios, o fluxo de dinheiro é o sangue vital de qualquer 

empresa. Os cobradores são os que manejam a cobrança de clientes devedores,

assim como a manutenção de arquivos de contas a receber e, freqüentemente, édeixado aos seus próprios recursos desenvolver um programa adequado que gere o

fluxo de dinheiro necessário.

Mas, infelizmente, muitos dos guardas da linha de frente que controlam em grande

escala esse sangue vital têm pouco ou nenhum treinamento nas estratégias e

procedimentos que mantém o fluxo em movimento.

Por isso, a ênfase principal do que estudaremos está nas estratégias e técnicas

práticas para as atividades de cobrança. Essas estratégias e procedimentos

funcionam igualmente para grandes, médias e pequenas empresas ou ainda, para

instituições financeiras.

O trabalho do cobrador, uma posição profissional de alto nível, é crítico para a

operação diária dos negócios de toda a comunidade comercial que funciona à base

de crédito. Se subtraíssemos a concessão de crédito da lista de

procedimentos comerciais, a economia global simplesmente não evoluiria.

Assim, será enfatizada uma abordagem bem planejada e direcionada ao aumento

de fluxo de dinheiro. Os responsáveis pela cobrança não são apenas responsáveis

por cobrar clientes em mora, o que estimula o fluxo de dinheiro atual, mas também

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são uma das mais importantes peças da empresa no departamento de contas a

receber e, especialmente, no desempenho de futuras vendas.

Devemos sempre nos lembrar que pior do que não vender, é vender e não receber,

e que más cobranças são a certeza de maus resultados, e boas cobranças não são

a certeza de bons resultados.

É importante ter em mente também, que clientes devedores ainda assim são

clientes, e que eles podem ser reabilitados se o possível for feito para acabarem um

bom negócio e prontamente pago no futuro.

Todas as empresas têm que lidar com clientes problemáticos. Não somente com o

pagador moroso, para quem todas as técnicas existentes podem ser exigidas para

assegurar o pagamento, como também com o cliente que está

em dificuldades financeiras, o qual terá sérias dificuldades em efetuar o pagamento.

Assim como em outras partes do processo de cobrança, há modos deminimizar o

impacto de tais situações pelo reconhecimento, assim que possível, do tipo de

cliente com o qual se está negociando.

Clientes novos devem ser detalhadamente checados em seu aspecto creditício.

Porém, se um cliente antigo e bom pagador se torna problema de repente, a

mudança de circunstância pode facilmente pegar a empresa credora de surpresa.

Cuidados na monitoração de limites de crédito e padrões de pagamento e análise do

tempo de relacionamento com o cliente podem fornecer antecipadamente um

sistema de advertência inestimável da possibilidade de um desastre iminente no que

tange ao pagamento e à adimplência das obrigações de determinado cliente.

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Quando se deparar com uma dívida potencialmente difícil de ser cobrada,

freqüentemente a empresa que cobrar primeiro, ou seja, quem tiver um

relacionamento constante com o cliente, terá mais chance de recebimento.

Se a empresa credora tiver uma boa relação com o cliente e o diálogo permanecer 

constante, o cliente pode se ver inclinado a limitar o prejuízo para a empresa à custa

de alguns de seus outros fornecedores, que eventualmente

sejam mais frouxos na cobrança.

Em tais situações, infelizmente, a empresa credora está preocupada com adefinição do melhor caminho a seguir, e nenhum conselho pode ensinar a

abordagem certa e errada: cada circunstância é única. Tudo o que pode ser 

feito é ficar atento a qualquer sinal de dificuldade dos clientes, para então tomar 

uma atitude, e diminuir, destarte, o impacto dos problemas que surgirem.

Nessa época informatizada, há muito a ser feito para aliviar o fardo da rotina deescritório, e em cobrança, deve-se manter registro preciso e agir de acordo com a

rotina gerencial. As opções disponíveis abrangem o processamento de

scripts de cobrança, a manutenção do registro das cartas, anotações das conversas

por telefone, etc.

CUIDADOS NA ANÁLISE DE CADASTRO DE PESSOA JURÍDICA

Verificar a qual grupo a empresa cliente compõe, bem como as demais do

conglomerado. Pesquisar a situação financeira de cada uma e do grupo como um

todo, se existem participações de empresas estrangeiras e sua relevância.

Observar qual a natureza jurídica da empresa (Firma individual, Sociedade por Cotas de responsabilidade limitada, Sociedade Anônima, etc...). Vale lembrar que

 juridicamente, conforme o tipo de sociedade, os sócios respondem ou não com seus

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bens particulares pelas dívidas da sociedade (Embora nem sempre possamos

contar com isto).

Verificar também no caso de Sociedade Anônima de capital aberto, e esta possui

ações negociadas em bolsas de valores, e qual a sua cotação e valorização.

Analisar o ramo de atividades da empresa em análise, lembrando que determinados

segmentos de mercado podem se apresentar mais ou menos vulneráveis conforme

a ocasião.

É fundamental conhecermos a experiência e tradição da empresa candidata ao

crédito no seu segmento de mercado. (Produtos fabricados e/ou comercializados,

aceitação dos mesmos, nome, marca, se são perecíveis, risco de mercado, etc.).

Sondar a conjuntura e perspectivas da empresa, visando avaliar seu crescimento e

até mesmo sua possibilidade de sobrevivência. Informar-se a respeito dascaracterísticas de seu setor, tais como sazonalidade, safra e pontos críticos.

Conhecer suas perspectivas de produção e consumo, inclusive concorrência.

Deverá ser elaborada uma boa ficha cadastral da empresa, de seus sócios ou

diretores, e de possíveis devedores solidários, devendo ser levantados os seguintes

aspectos:

Sede, filiais, distribuidores e constituição;

Composição do capital social e suas respectivas alterações;

Bens da empresa tais como imóveis, máquinas e seguros dos

mesmos;

Bancos que movimenta, nacionais e estrangeiros;

Fornecedores nacionais e estrangeiros;

Principais clientes, nacionais e estrangeiros;

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Produtos fabricados;

Protestos, apontamentos e registros negativos;

Outros aspectos relevantes.

Estimar através da análise do cliente e de seu potencial de compras, o

percentual de sua participação no mercado, verificando se há ou não

centralização de clientes.

Estudar os balanços, balancetes e demais demonstrativos financeiros e

contábeis, para constatar a saúde financeira do cliente. Verificar situação

econômica e financeira da empresa, nível de solvência, grau de endividamento,

necessidade de capital de giro, evolução e margem de lucro. Precisamos

considerar, porém, a existência de valores totalmente corroídos pela inflação

de longos anos, bem como balanços completamente manipulados conforme a

conveniência das empresas.

No caso de renovação, considerar:

Há quanto tempo é cliente;

Se o credor tem operações com grupos ou ligados;

Tipos de operações de crédito realizadas;

Experiência de solvência.

Exigir o máximo possível de referências comerciais e bancárias, com seus nomes,

números de telefone e nomes das pessoas com as quais se pode estabelecer 

contato;

Além de entregar os documentos necessários, o solicitante de crédito deverá

preencher um formulário que auxiliará na elaboração ou renovação da ficha

cadastral;

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Avaliar e verificar a exatidão das informações, e buscar dados relevantes que

possam subsidiar as decisões de crédito. As fontes de informações indicadas pelo

próprio cliente devem ser vistas com reservas. Aprofundar as pesquisas em fontes

não indicadas por ele. Procurar detectar o que se passa por trás das informações

comerciais;

Tomar com reserva informações relacionadas ao tipo de atividade e relacionamento

com a praça. A primeira procede do próprio cliente, e a segunda, por informantes

que mantêm relacionamento e interesses com o cliente;

Verificar se a documentação entregue se encontra em ordem, e se não foi objeto de

adulteração ou falsificação;

Confirmar os dados informados com os documentos comprobatórios, e pesquisar 

as informações comerciais, bancárias e restritivas.

Conferir o registro do Contrato Social ou estatuto e alterações na Junta Comercial

do estado ou no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas.

Proceder à atualização verbal de referências comerciais em caso de renovação do

cadastro, ou quando o cliente estiver experimentando problemas de pagamento,para traçar um panorama atualizado da saúde financeira do cliente.

Conceder crédito é confiar. A palavra crédito tem sua origem no vocábulo "credere",

que significa: crer, confiar, acreditar. Uma operação de crédito expressa, portanto,

uma demonstração de confiança do credor no cliente, correndo o credor o risco de

prejuízo, se o cliente não corresponder a essa expectativa.

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Assim, realizam-se operações de crédito (empréstimos, financiamentos,

arrendamentos) confiando-se no pagamento dentro do prazo e

das condições estipuladas.

O que define a disposição em conceder crédito é o fator "confiança", que deve estar 

implícito na efetivação da operação. Num sentido mais amplo, esse fator baseia-se

não só na determinação do cliente em pagar na forma combinada,como também na

sua capacidade de pagamento.

O maior problema numa concessão de crédito é o de definir "quanta" confiança ainstituição credora poderá ter em seus clientes e traduzi-la em valores numéricos, ou

seja, em linhas de crédito (risco potencial).

Surge então, uma dificuldade: o risco pode ser medido em cruzados, porém a

confiança, que é a base para se estabelecer este risco, não pode ser medida de

uma maneira cartesiana, objetiva e algébrica, por tratar-se de um conceito subjetivoe, portanto, sujeito à interpretação pessoal.

Uma determinada linha de crédito ou operação para um cliente poderá ser 

considerada adequada por um Gerente; excessiva por outro, e insignificante por um

terceiro. Tampouco, há fórmulas matemáticas para estabelecê-lo.

Existe, contudo, uma série de conceitos técnicos, a maior parte ditada pelo bom

senso e pela experiência, que auxiliam a avaliação da capacidade de crédito docliente.

Um estudo feito pelo Sebrae identificou vários fatores que implicam riscos ou

chances de sucesso para a sobrevivência de novos negócios.

FATORES QUE IMPLICAM RISCOS OU CHANCE DE SUCESSO PARA ASOBREVIVÊNCIA DE NOVOS NEGÓCIOS.

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PORTE

Quanto menor o empreendimento, maiores os riscos de mortalidade:

71% das empresas extintas possuíam até 2 empregados, enquanto apenas

9,8% tinham mais de 5.

IDADE

Quanto mais novo o empreendimento, maiores os riscos de extinção, principalmente

no primeiro ano. Cerca de 36% das empresas morreram e/ou desapareceram antesde completar um ano de vida. No período de até dois anos, o total de negócios

extintos e/ou desaparecidos foi da ordem de 47%.

ESCOLARIDADE

A escolaridade básica amplia as chances de sucesso do empreendedor no mundodos negócios. Quanto maior a escolaridade, maior a chance de sucesso. No

universo das empresas extintas, 35% dos proprietários tinham até o 1º grau

incompleto, enquanto este limite na escolaridade atingia menos de 20% do grupo de

empresas de sucesso.

EXPERIÊNCIA 

Ausência de experiência prévia é outro fator determinante para o insucesso do

empreendimento. Em 50% das empresas, o empresário tinha experiência anterior,

menos que os 60% de experiência registrada nas empresas de sucesso.

Considerando a experiência como autônomo, 26% dos proprietários das empresas

que morreram no primeiro ano, trabalhavam anteriormente como autônomos, contra

17% dos empresários bem-sucedidos.

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FALTA DE CAPITAL  

Apenas 6% dos empreendimentos cujas empresas morreram tinham capital

disponível por ocasião da abertura da empresa, contra 14% dos empresários que

obtiveram sucesso.

IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DAS OPORTUNIDADES

Nada menos do que 71% dos empresários cujas empresas “faleceram” afirmaram

que abriram suas empresas porque identificaram boa oportunidade de negócio, masnão pesquisaram as reais potencialidades do mesmo.

A longa série de quebradeiras, inadimplências, insolvências, concordatas e

falências ocorridas recentemente, pegou de surpresa muita gente.

Acionistas minoritários, mutuários, fornecedores, clientes, bancos, credores, enfim,

vastos segmentos da sociedade e empresas que movimentam a economia do país

amargaram penosos prejuízos por terem sido surpreendidos, muitas vezes da noitepara o dia, com a notícia de que seus créditos dificilmente seriam recebidos a

contento, e, portanto, voaram pelos ares, sumiram.

Os casos notórios de grandes bancos e empresas que se arruinaram são apenas os

mais conhecidos de uma longa e incontável lista de naufrágios empresariais, alguns

fraudulentos. Mais de uma centena de instituições financeiras foram liquidadas em

um passado recentíssimo.

Essa fragilidade de conhecimentos e de informações que impede um diagnóstico

constantemente atualizado da saúde financeira de clientes é decorrente de um

inexistente sistema de acompanhamento interno preventivo contra esse tipo de

catástrofe. Geralmente, só depois da explosão da crise dos devedores se detecta

que os problemas financeiros destes não eram novos. E ninguém sabia,

essencialmente por negligência dos credores.

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O desconhecimento é tal que há casos de notórios insolventes que chegaram a

ganhar prêmios, inclusive de qualidade, e os credores até do sistema financeiro

foram tão amadores em sua percepção de risco, que seguiram concedendo

empréstimos e outros créditos até recentemente, inflacionando os próprios rombos.

Na verdade, o brasileiro muito pouco zela pela auto proteção e preservação de

risco. O desprezo pela ação preventiva pode ser avaliado pelo gigantismo de

empréstimos e créditos podres, sem condições de pagamento, encontrados em

diversos bancos e empresas.

Alguns chegam a beneficiar amigos dos controladores, outros fraudamtransferências de recursos para outras empresas do mesmo grupo, mas há também

inúmeros créditos impagáveis por má avaliação de risco por parte do cobrador de

crédito.

A confiança dos credores é tal que eles nem sequer se preocupam muitas vezes em

saber se o cliente tem suporte financeiro para sustentar o pagamento do crédito emquestão. Muitos deles são confiantes e desprevenidos, muitas vezes negligentes; e

a descontrolada inflação nas últimas décadas ajudou a alimentar esse desleixo.

Por isso, é fundamental a busca de dados e critérios definidos por classificação de

risco na concessão de crédito. É fundamental mudar o enfoque da estruturado

processo decisório de crédito, agora mais voltada para a ação preventiva,com vista

a evitar problemas futuros.

É importante analisar os clientes prospectivos e correntes, e se o credor quiser,

poderá dar crédito inclusive a clientes que não tenham risco preferencial, sabendo

que correrá risco de levar calote.

Com um sistema de classificação e análise de créditos é possível evitar grande

parte dos problemas - os créditos podres – que já levaram a pique diversas

empresas no país. Hoje qualquer credor tem de gerar e cumprir normas rígidas e

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uma política interna de crédito, para poder enfrentar a batalha comercial do dia-a-dia

das empresas.

CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

O cliente não será exposto ao ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de

constrangimento ou ameaça.O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito

à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em

excesso,acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano

 justificável.

DA FORMA DA COBRANÇA

O artigo 43 do Código de Defesa do Consumidor dispõe que o consumidor, sem

prejuízo do disposto no artigo 86, terá acesso às informações existentes em

cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele,

bem como sobre as suas respectivas fontes. A abertura de cadastro, ficha, registroe dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor,

quando não solicitada por ele.

DAS PENALIDADES

De acordo com o artigo 71 do CDC, utilizar, na cobrança de dívidas, de ameaça,

coação, constrangimento físico ou moral, afirmações falsas, incorretas ou

enganosas ou de qualquer outro procedimento que exponha o consumidor,

injustificadamente, ao ridículo ou interfira em seu trabalho, descanso ou lazer :Pena

- Detenção de três meses a um ano e multa.Portanto, fique atento ao CDC. Ele

estabelece uma série de direitos e obrigações ao fornecedor e ao consumidor. O

Sebrae-SP dispõe de informativos e palestras que tratam do assunto, orientando na

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adoção de práticas preventivas que visam evitar que sua empresa tenha problemas

com clientes

CENÁRIO DA INADIMPLÊNCIA NO BRASIL

A cada novo dia surgem diversas notícias de que as classes C e D são as meninas

dos olhos do comércio e da indústria. São os principais alvos de campanhas de

marketing, graças ao recente crescimento econômico do Brasil e a melhora no

padrão de vida (aumento da renda média, acesso ao crédito e mais qualidade de

vida) dessa parte da população.

É claro que o consumo e a realização dos sonhos não podem ser simplesmente

esquecidos, mas pouco se falou da necessidade de guardar dinheiro e construir 

patrimônio, algo tão necessário para o futuro - inclusive para conquistar melhores

oportunidades de consumo lá (ali) na frente, com consciência e inteligência.

Explosão de consumo e de devedores, o resultado da explosão do consumo

começou a aparecer: de acordo com a Serasa Experian, a inadimplência do 

consumidor registrou acréscimo de 17,3% se comparada a abril de 2010. Os

números apresentados hoje representam a 12ª elevação consecutiva. Alguns dirão

que os níveis ainda são baixos e administráveis. A situação não é boa.

Se você, amigo leitor do Dinheirama, perceber que está dentro dessa estatística

divulgada, entenda que o grande desafio é aceitar que o (principal) culpado pela

situação difícil do momento não é ninguém além de você mesmo, que optou por 

realizar aquisições que suas condições financeiras não permitiam.

Lembre-se ainda que a inadimplência pode levá-lo ao pior dos perigos: a

necessidade de arcar com os altos juros praticados no Brasil. Vale, mais uma vez,

repetir o mantra já tantas vezes mencionado por aqui: crédito fácil não é sinônimo

de crédito barato. Simples assim.

MEDIDAS DE CONTROLE SÃO NECESSÁRIAS

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Temos percebido que o governo vem adotando medidas de restrição ao crédito.

Interessante, mas ele poderia também optar por alternativas mais eficientes e

práticas como a limitação de parcelas em financiamentos. Com o aumento dos juros, as pessoas não reduziram o consumo, mas optaram por aumentar os prazos.

O perigo ficará cada dia mais evidente à medida que o consumidor mais afoito for 

incorporando novas despesas e novos parcelamentos em seu orçamento. Uma

bomba relógio está sendo armada diante de nossos olhos!

Outro ponto que não pode ser desconsiderado ao estudar os números é o quesito

inflação. Ao contrário de alguns especialistas, não acredito que a alta dos preços foi

o fator determinante para os resultados de agora. É inegável, estou de acordo, que

alguns produtos como combustíveis e alimentos, por exemplo, tiveram um

acréscimo significativo nos últimos meses.

CARTÃO DE CRÉDITO, FERRAMENTA DE CONSUMO E RESPONSABILIDADE

Vale a lembrança de que o cartão de crédito é um grande instrumento de educação

financeira, mas também é um perigo para os desavisados. Quem utiliza a

ferramenta da maneira apropriada, respeitando os limites do padrão de vida,

consegue usufruir dos benefícios prazo estendido, segurança e controle nas

compras. Já quem utiliza o cartão de crédito sem o devido cuidado e gasta mais do

que pode se virá enroscado com os mais altos juros (mais de 500% ao ano em

alguns casos) e, conseqüentemente, com a inadimplência.

A preocupação com o cartão de crédito também se justifica pela facilidade de uso.

Se você não consegue resistir aos apelos de consumo, uma alternativa é deixar o

cartão em casa e não carregá-lo na carteira, optando pela sua utilização apenas

nos momentos de extrema necessidade. Nessa hora, a responsabilidade com seu

bolso tem que ser valorizada.

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EDUCAÇÃO FINANCEIRA, OPORTUNIDADE E CONSCIÊNCIA

Colocar a educação financeira em destaque no dia a dia familiar é um grande

desafio. Mas, pense bem, ter que conviver amarrado, sem liberdade e envolto em

dívidas, sofrimento e falta de esperança não é um desafio muito maior? Quantos já

chegaram até o Dinheirama pensando que a vida tinha acabado e que não sabiam

mais o que fazer para colocar as finanças em dia. Sei que não é fácil.

Por fim os sinais da inadimplência podem ser interpretados como um grave perigo.

Ora, na medida em que ela for aumentando, maiores serão os perigos para a

economia real. Empregos, crescimento do país, oportunidades, tudo ficará

comprometido. Como você pode ver, o fato de se programar para quitar suas contas

possui maiores desdobramentos e conseqüências do que você pode imaginar.

1. ↑ COLENGHI, Vitor Mature. O&M e Qualidade Total: uma integração perfeita. Rio de Janeiro:

Qualitymark, 1997.

• CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à Teoria Geral da Administração – Edição

Compacta, 2 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000, 463 p.

• COLENGHI, Vitor Mature. O&M e Qualidade Total: uma integração perfeita. Rio de

Janeiro: Qualitymark, 1997.

• Professor Jássio Pereira, UFERSA

• DAFT, Richard L. Administração. Tradução da 6. ed. norte-americana São Paulo:

Thomson Learning, 2005

• ARAUJO, L.C. Tecnologias de gestão organizacional. São Paulo: Atlas: 2001

• ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. 11. ed São Paulo: Prentice-Hall,

2005. 536 p

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