Como fazer relatório em geociências

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Artigo: Como fazer relatorio em geociencias

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    TERR DIDATICA 10-2:105-120 2014ARTIGO

    Como fazer relatrios em Geocincias

    Fernanda QuaglioInstituto de Geocincias e Cincias Exatas, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Rio [email protected] H. GrohmannInstituto de Energia e Ambiente, Diviso Cientfica de Tecnologia de Petrleo, Gs Natural e Bioenergia. Av. Prof. Luciano Gualberto, 1289, Cidade Universitria, So [email protected] R. FairchildInstituto de Geocincias, Universidade de So Paulo, So [email protected]

    ABSTRACT HOW TO PREPARE UNDERGRADUATE TERM PAPERS IN GEOSCIENCES. Term papers are educational tools for students to present a topic related to a discipline in the form of an academic text. They are part of the natural learning process of the students. However, the student often encounters more difficulty in elaborating reports than in learning about the subject matter related to the discipline itself. Moreover, useful information for the elaboration of reports is commonly dispersed throughout the literature on the subject. The aim of this guide is to orient undergraduate students in Geosciences on how to present well-structured and well-presented term papers with high quality texts. Here we bring together step-by-step instructions on organizing and developing undergraduate term papers, including tips on library research, text presentation, citations, and preparation of tables, figures and references.

    KEYWORDS Geosciences; Term paper; Undergraduate education; Academic text.

    RESUMO Relatrios so recursos didticos empregados para que os alunos apresentem, na forma de texto acadmico, um tema relacionado disciplina em curso. So, portanto, parte do processo natural de aprendizagem dos estudantes. Muitas vezes, no entanto, o aluno enfrenta maior dificuldade na elaborao do relatrio em si do que na aprendizagem sobre o tpico da disciplina. Alm disso, as informaes teis para a elaborao de relatrios de disciplina comumente se encontram dispersas na literatura geral sobre o tema. O objetivo principal deste guia orientar o aluno de graduao em Geocincias a desenvolver relatrios bem estruturados e apresentados, que abordem com textos de qualidade os tpicos rela-cionados disciplina. Est aqui reunido o passo-a-passo para a organizao e desenvolvimento de um relatrio, incluindo dicas importantes para pesquisa bibliogrfica, apresentao do texto, citaes, formatao de tabelas, figuras e referncias.

    PALAVRAS-CHAVE Geocincias; Relatrio; Graduao; Texto acadmico.

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    sobre o desenvolvimento do trabalho cientfico.A despeito da diversidade de trabalhos sobre

    redao cientfica, so raros ou mesmo inexistentes textos voltados para a elaborao de relatrios de disciplinas de graduao em Geocincias. O presente trabalho rene orientaes para suprir a lacuna.

    2 - Os relatrios em GeocinciasBasicamente dois tipos gerais de relatrios

    podem ser solicitados em disciplinas de Geologia/Geocincias: os de reviso bibliogrfica e os que incluem trabalho de campo com ou sem coleta de material para posterior anlise em laboratrio.

    A estrutura geral e cada captulo ou subdiviso do trabalho dependero da naturea do relatrio, embao da naturea do relatrio, emba da naturea do relatrio, embasada em seus objetivos principais. Assim, importante compreender profundamente os objetivos, o que auxilia a manter o foco e a unidade do trabalho sem despender de muito tempo para finalilo.

    Os relatrios de reviso bibliogrfica geralmente abordam uma unidade geolgica com um tema especfico: contedo fssil em relao a um ou mais grupos taxonmicos, amostras litolgicas, emprego de diferentes mtodos analticos, ou mesmo histrico das pesquisas realiadas sobre aquela unidade ou regio. Ainda que seja apenas de reviso bibliogrfica, este tipo de relatrio pode apresentar anlise estatstica, ou mesmo organiao de dados levantados em grficos de histograma, pia, disperso etc. Nesses casos, devem conter a seo de mtodos.

    Os relatrios com base em trabalhos de campo, como os de mapeamento, dependem de dois tipos de coleta: de dados e de material. A coleta de dados se refere s informaes e observaes obtidas durante o campo e que so anotadas na caderneta e registradas em imagens fotogrficas. Como a caderneta a principal fonte de dados para a descrio dos resultados, de extrema importncia anotar todas as informaes e detalhes observados no campo, incluindo croquis, desenhos e esquemas, alm de possveis interpretaes e dvidas. Todas as informaes devem estar bem organiadas, para que nenhum dado seja perdido durante a descrio, anlise e discusso dos resultados. A fase de documentao fotogrfica durante o campo igualmente fundamental para registrar as caractersticas litolgicas, afloramentos e feies fisiogrficas. As imagens obtidas durante o campo so de grande valia para auxiliar a memria, e como complepara auxiliar a memria, e como complementao s informaes armaenadas na caderneta, pois registram fielmente detalhes que podem

    1 - IntroduoOs relatrios so desenvolvidos com o objetivo

    de apresentar resultados de trabalhos de campo, anlises de amostras, ou mesmo reviso bibliogrfica sobre um tema especfico abordado pelo programa de disciplinas de graduao. Como ferramenta didtica aplicada pelos professores, diversos relatrios so apresentados pelos alunos ao longo de cursos de graduao em Geologia/Geocincias. A confeco dos relatrios parte natural do processo de aprendiagem dos estudantes. No entanto, comum o aluno enfrentar maior dificuldade em aprender a confeccionar o relatrio do que em assimilar os tpicos das disciplinas.

    Embora no constituam artigos cientficos e tampouco monografias, os relatrios oferecem a oportunidade para o aluno de graduao adquirir experincia com a redao cientfica. Os relatrios tambm representam oportunidade para experimentar as fases de execuo necessrias na elaborao de artigos, seguindo as normas especficas de publicaes cientficas. Tais fases incluem o levantamento bibliogrfico, anlise de amostras, tratamento e interpretao dos dados, comparao com estudos prvios, discusso e concluses, bem como a estruturao do trabalho e organiao das figuras, tabelas e referncias bibliogrficas.

    Assim, a experincia ser importante no somente quando o aluno redigir sua monografia de trabalho de concluso de curso, como tambm durante sua psgraduao e carreira profissional.

    1.1 - Justificativas e objetivosDiversos trabalhos sobre confeco de trabalhos

    acadmicos esto disponveis para consulta. Entre os estrangeiros, Umberto Eco aborda os passos na elaborao de monografias e discorre elegantemente sobre a chamada alquimia da tese (Eco 1990, p. 24). Gustavii (2003) apresenta sugestes prticas de como redigir e ilustrar artigos cientficos. Dentre os trabalhos desenvolvidos por autores brasileiros, Jost e Brod (2005) apresentam as principais caractersticas, elementos e erros mais comuns em textos acadmicos em Geocincias, com base em suas experincias como editores de revistas cientficas e participaes em bancas de psgraduao. J Oliveira e Sgolo (2005) destacam as regras para confeco de teses e dissertaes de acordo com as normas da ABNT, com nfase nos trabalhos acadmicos desenvolvidos por estudantes de psgraduao do IGcUSP. Severino (2007) discorre

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    passar despercebidos no campo, como estruturas, texturas, cores, graus de alterao, dimenses de afloramentos e diversas outras caractersticas (A. Bartorelli 2014, comunicao verbal).

    A coleta de material constitui a amostragem de fraes de rocha para posterior estudo em laboratrio. As informaes de coleta, as quais devem ser anotadas na caderneta, incluem caractersticas gerais do afloramento, litologia, coordenadas, nvel estratigrfico, etc. Sem essas informaes, a amostra perde totalmente seu valor cientfico.

    Em alguns relatrios de mapeamento, as amostras coletadas devero ser encaminhadas laminao para posterior anlise petrogrfica. As descries petrogrficas so importantes para acessar detalhes sobre as diferentes litologias encontradas e que acreslitologias encontradas e que acrescentaro informaes importantes ao mapa final. Nesses casos, importante adicionar ao trabalho as descries petrogrficas como um dos apndices.

    Alguns mapas e croquis, que representam fases prvias elaborao do mapa final, tambm podem ser solicitados como apndices. O mapa de pontos deve conter a localiao dos dados encontrados, incluindo informaes litolgicas e controle estrutural, isto , as medidas estruturais levantadas no local amostrado. No caso de relatrios de mapeamento sedimentar, importante que sejam apresentados mapas indicando os afloramentos descritos e caminhamento, ou seja, o traado percorrido com indicao dos contatos entre cada unidade encontrada. Com isso, o professor poder avaliar como os alunos realiaram a amostragem e confeccionaram o mapa final.

    3 - Estrutura de apresentaoA estrutura de um trabalho determina a flui

    de com a qual o leitor compreender o assunto abordado. Assim, um resumo deve ser a primeira

    seo apresentada, pois a partir da que o leitor se informa das linhas gerais e concluses do trabalho, e tambm decide ler ou no o restante do trabalho. Como o prprio nome sugere, o resumo sintetia tema, objetivos, rea de estudo, abordagem adotada e concluses.

    A introduo apresenta o tema de forma generaliada, com nfase no contexto e a problemtica cientfica do trabalho. Aps introduir o leitor ao assunto geral, so listados os objetivos.

    A geologia regional vem em seguida, descrevendo o arcabouo geolgico. Depois, os materiais e mtodos detalham o objeto de estudo, bem como as tcnicas utiliadas para a obteno dos dados.

    A seguir, devem ser apresentados os resultados e discusses a respeito do trabalho.

    As concluses devem encerrar o relatrio, arrematando os objetivos apresentados inicialmente.

    As referncias bibliogrficas devem ser listadas aps o texto, para possibilitar ao leitor a busca das fontes citadas.

    O relatrio pode ainda conter documentos anexos, como listas extensas de dados, tabela ou mapa de pontos, fichas descritivas ou mesmo perfil geolgico, figuras ou mapas que tenham que ser consultados continuamente em todas as sees do trabalho. Quando construdos pelo autor do texto, tais documentos constituem apndices. Se utiliados a partir de outros trabalhos, so chamados de anexos (ABNT 1989). Os apndices e anexos sempre devem ser apresen tados por ltimo, pois representam documentos suplementares ao texto principal.

    4 - ElaboraoA ordem de apresentao das sees de um

    relatrio ou seja, sua estrutura no a mesma daquela usada para a execuo do trabalho (Fig. 1).

    Figu ra 1 . O rdem de desenvo lv imento do trabalho, com as etapas de pr-redao, redao e finalizao, e ordem de apresentao no documento final.

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    4.1.2 - Roteiro inicial/EstruturaoUma ve definidos o tema e os objetivos gerais,

    possvel estruturar o trabalho a partir do roteiro inicial e a busca bibliogrfica. O roteiro inicial, ou estruturao bsica do relatrio, depender da definio dos captulos nos quais o trabalho ser dividido. Este primeiro roteiro servir de guia para as fases de elaborao do trabalho e constituir a base para o ndice ou sumrio final.

    Segue abaixo modelo de estruturao bsica de um relatrio. Em algumas disciplinas o professor oferece o roteiro inicial do trabalho. Ele poder ser modificado dependendo da naturea do trabalho, isto , se reviso bibliogrfica, trabalho de campo ou anlise de dados, mapeamento, etc. Por exemplo, a geologia regional de determinada rea pode ser o material de estudo em um relatrio de reviso bibliogrfica. Assim, o material (a geologia regional) e os mtodos (se houver) seriam descritos em captulos separados.

    ndice ou Sumrio Lista de Figuras Lista de Tabelas 1. Resumo 2. Introduo 3. Material e Mtodos 4. Resultados e Discusso 5. Concluses 6. Referncias Anexos

    4.1.3 - Busca e seleo de referncias bibliogrficasComo j observado por Oliveira e Sgolo

    (2005), este passo ser a base de todo o trabalho, uma ve que a discusso sobre o tema tratado deve ser fundamentada em trabalhos anteriores, como artigos cientficos e teses. Pode ser realiada com o auxlio de stios de busca pela internet. O Google (http://www.google.com.br) um stio interessante para a busca inicial, mas devem ser utiliados stios mais especficos para as Geocincias, como o GeoRef (http://www.agiweb.org/georef/onlinedb/pre-view.html). Alguns portais, como o Portal da Pesquisa (http://portaldapesquisa.com.br), costumam hospedar as principais bases de dados bibliogrficos da rea.

    Durante a busca, so selecionados os trabalhos adequados para a realiao do relatrio. Terminada esta tarefa, o aluno dever obter os trabalhos selecionados, seja na forma impressa na biblioteca ou por via eletrnica. O acervo das bibliotecas das

    equivocado tentar executar o trabalho na mesma ordem da apresentao das sees no documento final. Isto comumente compromete a concatenao de ideias e argumentos, bem como a fluide da leitura.

    O professor Gilberto Amaral (IGcUSP e Unicamp), em um manuscrito no publicado sobre a elaborao de teses em Geocincias, sugere que o desenvolvimento da pesquisa cientfica deve utiliar a abordagem sistmica (G. Amaral, sem data, Como fazer uma tese em Geocincias?, Manuscrito indito, 57p.). Esta abordagem implica o planejamento das vrias etapas de execuo, como definio do tema de estudo, seleo bibliogrfica, coleta de dados, interpretao, concluses etc. A ltima etapa corresponde fase de avaliao, quando se verifica se os objetivos de cada etapa do projeto foram contemplados. Caso no tenham sido atingidos, devese realimentar o sistema, isto , refaer os passos de certas etapas, mas no necessariamente todo o trabalho.

    Em qualquer trabalho acadmico, incluindo os relatrios de disciplinas, devese adotar a abordagem sistmica, realiandose cada fase aos poucos, avaliandose se os objetivos foram atingidos e executandose novamente a fase necessria. Dessa forma, o trabalho aperfeioado aos poucos e ganha maior unidade e robuste. Este mtodo produ resultados melhores e em menos tempo do que a abordagem unidirecional, na qual cada etapa do estudo realiada de uma nica ve.

    4.1 - Pr-redao: por onde comear?A Figura 1 destaca as principais etapas da pr

    redao.

    4.1.1 Definio do tema e objetivos do trabalhoNo caso de relatrios de graduao, geralmente

    o tema e o delineamento geral dos objetivos so definidos no momento em que o professor requisita sua confeco. Por exemplo, em um relatrio de uma disciplina de mapeamento, o objetivo principal ser a obteno do mapa da rea delimitada. As instrues sobre o tema, objetivos e detalhes de como o relatrio deve ser estruturado variam de acordo com cada disciplina. Em geral, o professor entrega as orientaes impressas no incio do curso. No entanto, muitas instrues so fornecidas oralmente, e o aluno deve estar atento a tais orientaes.

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    universidades pblicas brasileiras inclui material impresso e assinaturas eletrnicas de grande nmero de peridicos cientficos, que podem ser acessados pelas redes dessas instituies.

    Os peridicos assinados pelas bibliotecas das universidades e institutos nacionais podem ser localiados na base de dados do IBICT (Instituto Brasileiro de Informao em Cincia e Tecnologia; http://ibict.br), por meio do acesso rpido ao CCN (Consulta ao Catlogo Coletivo Nacional; http://ccn.ibict.br/busca.jsf). Da mesma forma, os portais das bibliotecas das universidades estaduais e federais do Brasil possuem acervos que renem obras impressas (como livros, peridicos, mapas, teses e dissertaes). Muitas das obras possuem acesso eletrnico livre nos portais eletrnicos das bibliotecas de cada instituio.

    Os trabalhos assim selecionados devem ser lidos e as informaes e dados sintetiados. Buscas e selees adicionais devero ser altamente relevantes para o relatrio e realiadas aps cada uma das fases de execuo, at que sejam reunidas as informaes suficientes para atender os objetivos iniciais.

    Muito embora no haja necessidade de citar todos os artigos j publicados sobre o assunto tratado, as referncias selecionadas devem ser cronologicamente abrangentes. Sempre que possvel, o relatrio dever contemplar os primeiros autores que definiram a unidade geolgica ou conceitos utiliados, bem como os trabalhos mais importantes e recentes sobre o assunto. O nmero de referncias utiliadas no precisa necessariamente ser alto, mas deve ser representativo e abrangente para assegurar a robuste do relatrio.

    A maior parte das referncias composta por trabalhos publicados em peridicos cientficos arbitrados pelo sistema de reviso por pares (peer review). Os artigos so publicados somente aps a avaliao do manuscrito por dois ou mais pesquisadores atuantes no tema geral do trabalho. O sistema de reviso busca assegurar a idoneidade do contedo do artigo e garantir que o conhecimento veiculado apresente qualidade e originalidade cientficas. Alguns peridicos ainda aplicam a chamada reviso cega, na qual os avaliadores desconhecem a autoria do manuscrito em julgamento.

    Secundariamente, tambm podem ser consultadas teses, dissertaes, trabalhos de concluso de curso e resumos em eventos cientficos. Os resumos devem ser utiliados apenas quando trouxerem informaes de extrema relevncia para o relatrio, ainda no disponveis em peridicos arbitrados.

    Livros e captulos de livros tambm podem ser utiliados como fonte bibliogrfica, mas aqueles considerados didticos (que apresentam conceitos bsicos sobre o tema) devem ser evitados, pois raramente representam fontes primrias de informaes.

    Jamais devem ser empregados textos de autoria desconhecida, como aqueles encontrados em stios abertos de internet.

    4.2 - Confeco: da redao finalizaoAps a fase de prredao, a confeco do

    trabalho se dar em duas fases principais: a redao do contedo e a finaliao, isto , a sntese e a verificao final do relatrio como obra integrada e completa (Fig. 1).

    4.2.1 - Geologia RegionalEsta fase ser realiada com base nos artigos

    lidos na fase anterior, sempre tendo como foco os objetivos iniciais do relatrio (Fig. 2). O captulo sobre a geologia regional pode ser dividido em subitens, como Conhecimento Prvio, ou Sntese de Trabalhos Anteriores, e Contexto Geolgico Regional, os quais tratam, respectivamente, do levantamento bibliogrfico sobre a unidade geolgica estudada do ponto de vista histrico, e a sntese consensual sobre a unidade em estudo.

    Deste ponto em diante, recomendase que a lista de referncias bibliogrficas seja atualiada conforme as citaes ao longo do texto em elaborao, de modo a evitar citaes de referncias faltantes ou referncias listadas mas no citadas no texto. Tambm podem ser utiliados programas de gerenciamento e organiao automtica de referncias, tais como Mendeley, EndNote, Papers, JabRef, BibTEX, entre outros.

    Nesta fase tambm devem ser selecionadas e confeccionadas as figuras de localiao, mapa geolgico regional, coluna estratigrfica, e qualquer outro material visual de apoio pertinente geologia regional.

    4.2.2 - Material e MtodosPor material entendese o objeto de estudo.

    Em trabalhos como mapeamento, estratigrafia e petrografia, a prpria geologia regional pode ser considerada o objeto de estudo do relatrio. Por isso, muito comum que aps a seo de geologia regional sejam apresentados os mtodos, sem que

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    na discusso. Dados inditos, assim como resultados negativos, devem ser descritos nos resultados e suas implicaes discutidas. A discusso deve abordar os argumentos levantados na introduo e a comparao dos resultados com outros trabalhos relevantes. No entanto, jamais deve conter a repetio dos resultados ou reviso bibliogrfica mais extensa.

    4.2.4 - Introduo e finalizao da DiscussoMuitas vees o aluno encontra dificuldade em

    iniciar o trabalho porque comea o relatrio pela introduo. mais fcil redigir a introduo aps escrever sobre a geologia, mtodos, resultados e incio da discusso, ou seja, quando se domina o tema com mais propriedade.

    A introduo no deve conter detalhes de geologia regional nem resultados ou concluses. Ela deve apenas apresentar ao leitor o assunto geral, que ser tratado de forma mais detalhada nas outras sesses do trabalho. na introduo que o leitor se informa sobre a localiao do material estudado, a problemtica geral envolvida e a importncia do estudo. Jost e Brod (2005) sugerem que na introduJost e Brod (2005) sugerem que na introduo devem constar a formulao geral do problema, o estado da arte sobre seu conhecimento, a localiao da rea, os objetivos e a abordagem utiliada.

    At este ponto, o aluno tem maior domnio sobre o assunto e capa de finaliar as discusses, de acordo com as informaes fornecidas na introduo e os objetivos levantados.

    importante notar que todas as fases anteriores formam a base para o trmino da discusso. na discusso em que se busca ligar as questes levantadas na introduo, incluindo as ideias da literatura mencionadas, com a interpretao dos resultados obtidos. Nesta fase comum a necessidade de consultar referncias bibliogrficas adicionais para aprofundar a discusso dos resultados.

    4.2.5 - ConclusesAs concluses devem incluir apenas as dedu

    es alcanadas a partir dos aspectos previamente discutidos. No devem repetir resultados ou discusso. Devem ser elaboradas de modo simples e direto, e podem ser apresentadas sob a forma de itens. importante conferir se os objetivos apresentados inicialmente foram contemplados nas concluses.

    se coloque separadamente o item de materiais.Os mtodos so os procedimentos utiliados

    para o levantamento e anlise dos dados. O termo metodologia deve ser empregado somente nos casos de estudo do mtodo, ou mesmo quando da comparao de diferentes mtodos (Jost e Brod 2005, Amaral, texto indito, p. 41).

    Os mtodos devem ser redigidos de forma direta e clara, para que outros pesquisadores possam repetir os procedimentos. Mtodos amplamente conhecidos no necessitam de detalhamento. Por outro lado, aqueles mais raramente empregados ou recentemente descritos na literatura devem ter os autores originais citados (Jost e Brod 2005, Oliveira e Sgolo 2005). Preferencialmente, os mtodos devem ser escritos na ordem cronolgica em que foram empregados ao longo do trabalho (Airola et al. 2000). Marcas, modelos de equipamentos, nomes e marcas registradas de programas devem ser especificados (Oliveira e Sgolo 2005).

    Esta seo no deve incluir resultados ou interpretaes.

    4.2.3 - Resultados e incio da DiscussoOs resultados devem ser apresentados de forma

    a levar o leitor a acompanhar a discusso posterior. Resultados numricos podem ser resumidos em figuras, grficos, ilustraes, diagramas, quadros e esquemas (G. Amaral, texto indito). Diagramas e tabelas tambm so teis para facilitar a compreenso dos dados, e tambm para a comparao dos resultados obtidos com os dados discutidos na literatura.

    Os relatrios de reviso bibliogrfica no incluem resultados analticos. Por outro lado, os relatrios que envolvem coleta e anlise de dados devem incluir a descrio dos resultados levantados em campo e eventualmente anlise de amostras preparadas em laboratrio. A caderneta de campo importante nesta etapa como fonte de informaes sobre as atividades de campo e materiais coletados.

    Aps a leitura crtica da bibliografia levantada, pode ser redigida a discusso inicial desses resultados comparandoos com outros estudos. Em alguns casos, os resultados e a discusso podem ser reunidos em uma mesma seo, mas eles devem ser organiados separadamente (como subitens, por exemplo).

    A aplicao de novos mtodos, bem como a descoberta de novos afloramentos, pode resultar em dados inditos, os quais devem ser abordados

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    em sua primeira verso. Por este motivo, precisase de tempo e dedicao para se trabalhar o texto em suas diversas verses at sua forma final. Alm disso, reler o texto aps um intervalo de alguns dias ou mesmo semanas pode auxiliar no amadurecimento das ideias ali expressas e detectar erros gramaticais e de digitao. Relatrios redigidos s pressas jamais alcanam a qualidade desejada. Trabalhos em grupo podem resultar em relatrios mais ricos, j que cada integrante pode contribuir aos poucos para a qualidade do texto.

    6 - PlgioOs autores de conceitos, ideias e resultados

    extrados de artigos, livros, monografias e outros trabalhos publicados apresentados no relatrio devem ser citados ao longo do texto e a referncia correspondente includa na seo de referncias. A citao da autoria essencial para se evitar incorrer em plgio, considerado crime previsto no artigo 184 do Cdigo Penal e cuja sano pena de trs meses a um ano ou multa. O plgio no se tradu apenas em um conjunto de normas de forma e estilo de texto. uma prtica que alcana os limites da tica ao configurar imitao fraudulenta de uma obra (Moraes 2007, p. 95). Da ser considerado crime. Devese atentar para o fato de que o plgio ocorre no somente quando trechos de obras publicadas so copiados literalmente sem a citao do autor. A parfrase, que constitui a reproduo de ideias, modelos, concepes ou conceitos sem o uso literal do texto original, tambm pode representar plgio se estiver desacompanhada da citao do autor.

    O plgio em ambiente acadmico tem sido amplamente debatido em pases estrangeiros e a tolerncia a essa prtica por parte das agncias de fomento e revistas cientficas internacionais tem sido cada ve menor (Vasconcelos 2007). Mais recentemente este assunto tem se acalorado tambm no Brasil, sobretudo aps casos confirmados de plgio em universidades brasileiras, que envolveram processos judiciais resultando em demisses de docentes e perda de ttulos por parte de alunos. Foi proposta ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (Proposio nmero 2010.19.0737901) a ementa (nmero 34/2010/COP) que aborda a prtica de plgio nas instituies de ensino e o comrcio ilegal de monografias (Paiva 2010).

    Embora comum em trabalhos escolares brasileiros de Ensino Fundamental e Mdio (Silva

    4.2.6 - Resumo a partir do resumo que o leitor decide se vai

    ler o restante do documento. Por isso, o resumo deve conter a sntese do trabalho realiado, e deve ser redigido somente aps a confeco das outras sees do relatrio. Esta sntese deve apresentar o contexto geral, bem como os principais resultados e concluses, de forma concisa e informativa. O aluno deve ficar atento para no incluir no resumo a mera repetio do ttulo (Jost e Brod 2005). O resumo tambm no deve incluir citaes bibliogrficas. No caso dos relatrios, o professor pode utiliar o resumo para avaliar se os alunos foram capaes de sintetiar os pontos principais do tema abordado.

    4.2.7 - VerificaoDevese conferir o ndice/sumrio e verificar

    se cada seo do trabalho complementa a anterior. Devese tambm verificar se as citaes ao longo do texto constam na lista de referncias e viceversa. Por fim, fase a verificao da organiao dos anexos/apndices e a confeco da capa.

    Esta fase vai revelar a ateno e o cuidado com que o trabalho foi realiado. Muitas ocorrncias de paginao errada, referncias inexistentes ou no citadas, bem como a discrepncia entre objetivos e concluses podem sugerir que o trabalho foi finaliado s pressas.

    5 - Estilo do textoO estilo de redao naturalmente pessoal,

    mas algumas diretries podem ser adotadas para delinear o formato geral e tornar o texto de fcil leitura. Textos cientficos devem ser apresentados em linguagem simples, mas formal, cujo foco a apresentao de dados e interpretaes sobre determinado tema para a comunidade cientfica. Erros gramaticais, grias, expresses coloquiais ou regionais considerados como parte do estilo em alguns textos literrios so inaceitveis em textos acadmicos ou cientficos. Tambm devem ser evitadas frases desnecessariamente longas, redundantes ou repeties de ideias.

    Jost e Brod (2005, p. 7) resumem as principais caractersticas de estilo que os textos acadmicos em Geocincias devem conter: coerncia e nfase para alcanar a elegncia, clarea para no confundir os objetivos, simplicidade para compreenso fcil e conciso para leitura gil.

    Muito raramente se obtm um texto adequado

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    Tanto trabalhos monogrficos (relatrios, trabalhos de formatura, dissertaes e teses), como manuscritos para serem submetidos publicao em peridicos cientficos, devem ser editados em uma coluna. No caso de monografias e relatrios, as margens comumente so apresentadas com 2 cm.

    Recomendase adicionar um espao de pargrafo antes dos ttulos e subttulos. Os resumos devem ser formatados ligeiramente diferentes em relao ao restante do texto (veja abaixo).

    Trabalhos com poucas pginas (at 30) podem ser apenas grampeados no canto superior esquerdo. J trabalhos mais extensos devem ser encadernados. A encadernao pode ser feita grampeandose toda a margem esquerda do trabalho, em pasta com presilha, ou com espiral e capa e contracapa plsticas. Outra forma apresentar o texto em pastas do tipo documento (com lombada solta para prender as folhas). A encadernao requer uma margem maior, de 3 cm. Se a impresso for feita em frente e verso, as pginas mpares devem ter a margem esquerda maior, enquanto as pginas pares devem ter a margem direita maior. Sugerese consultar o professor a respeito do tipo mais adequado de encadernao para facilitar a manipulao do trabalho durante a correo e avaliao.

    A numerao das pginas pode seguir dois modelos. No primeiro, todas as pginas so numeradas (em algarismos arbicos), com exceo da capa e ndice. A contagem das pginas deve se iniciar aps a capa, mas ser impressa somente a partir da primeira pgina da introduo. Por exemplo: o relatrio tem a primeira pgina com a capa, a segunda com o ndice, a terceira com o resumo e palavraschave, e a introduo se inicia na quarta pgina. Como a capa no contada e a numerao deve ser impressa somente a partir da introduo, a paginao comear a partir da pgina 3, no captulo introduo.

    No segundo modelo, as pginas iniciais aps a capa (ndice, resumo etc.) so numeradas com algarismos romanos minsculos (i, ii, iii, iv etc.) e as pginas restantes com algarismos arbicos, a partir de 1. Em ambos os casos os nmeros devem ter a mesma localiao na pgina (direita, centraliada ou esquerda e inferior ou superior, mas sem variar).

    Cada anexo/apndice deve ter paginao independente do corpo do texto, seja ela em algarismos romanos ou arbicos (por exemplo, cada anexo comea da pgina 1, i ou I).

    Os ttulos de primeiro nvel de hierarquia (isto , cada captulo) podem ser iniciados em nova

    2008), o plgio jamais deve ocorrer em ambiente acadmico, seja em relatrios de graduao, seja em artigos cientficos ou textos de outra naturea. imprescindvel que o aluno compreenda a gravidade existente na prtica de plgio e estar sempre atento: a transcrio de trechos ou utiliao de ideias de obras publicadas deve ser acompanhada da citao do autor que as criou. A forma de citar depender das normas adotadas (veja exemplos na prxima seo).

    7 - FormalidadesAs formalidades correspondem a um conjunto

    de regras de estilo de formatao adotadas ao longo de todo o documento. Existem diversas normas de formatao que podem ser adotadas. Em textos nacionais, comum a adoo das normas estabelecidas pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT 2002/ NBR6023). Para textos internacionais e alguns nacionais redigidos em lngua inglesa existem diversos conjuntos de normas, sendo mais comumente adotado o Manual de Publicaes da Associao Americana de Psicologia (APA 2009).

    7.1 - CapaNa capa devem constar as informaes bsi

    cas sobre o relatrio, nesta sequncia: instituio (Universidade e Instituto), cdigo e nome da disciplina, ttulo do relatrio, nome completo do aluno ou de cada integrante do grupo e data. No caso de relatrios individuais e curtos (menos de 10 pginas), recomendase colocar as informaes da capa na poro superior da pgina e no restante da pgina o ndice/sumrio. Para relatrios longos ou que sejam desenvolvidos em grupo, sugerese utiliar toda a pgina para as informaes da capa.

    7.2 - Apresentao e formatao do textoOs relatrios devem ser impressos em papel

    sulfite A4. Se o papel tiver gramatura baixa (75g/m2), recomendase imprimir uma pgina por folha, pois partes do texto e figuras podem transparecer parcialmente no verso. Se for utiliado papel com gramatura maior (acima de 90g/m2), sugerese imprimir nos dois versos da folha. No caso de se utiliar papel sulfite reciclado, recomendvel a confeco de figuras apenas em escala de cina, para evitar que a colorao do papel interfira no padro de colorao das figuras.

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    terminologia. Este guia no pretende investigar profundamente qual termo deve ser usado, mas levanta um questionamento que est longe de ser respondido. Por esse motivo, a melhor forma de se decidir sobre o emprego de ndice ou sumrio perguntar ao professor responsvel pela disciplina sua preferncia sobre cada um dos termos.

    A hierarquia dos ttulos e subttulos deve ser uniformiada para que o leitor acompanhe os nveis organiados pelos autores. Deve conter os trs primeiros nveis hierrquicos numerados e as pginas correspondentes. Subttulos de quarto nvel de hierarquia (por exemplo, 1.1.1.1) no devem constar do ndice/sumrio. Se necessrios, devem ser apresentados somente ao longo do texto, sem numerao, e formatados de modo a se destacarem do texto pelo recurso itlico ou negrito. Tambm no se deve subdividir um ttulo (captulo) em apenas um subttulo. Os anexos, assim como as listas de figuras e tabelas, podem ou no ser includos na numerao hierrquica do ndice/sumrio.

    7.4 - Resumo e palavras-chaveA extenso do resumo no caso de relatrios

    varia de acordo com o tema abordado, mas se recomenda no ultrapassar uma pgina. Embora no seja regra, os resumos so geralmente apresentados em pargrafo nico, tamanho de fonte um ponto a menos do que o corpo do texto (em geral 11) e espao simples entre linhas. Jamais devem conter citaes de referncias.

    Aps o pargrafo do resumo, devem ser apresentadas as palavraschave (de trs a sete), que so palavras ou expresses relacionadas ao tema do trabalho. As palavraschave so importantes por serem utiliadas em sistemas de busca para localiao de trabalhos com temas especficos. Devese evitar citar palavras que j faam parte do ttulo do trabalho.

    7.5 - Nomes de unidades geolgicas e taxonmicosOs nomes das unidades geolgicas devem estar

    acompanhados pela categoria correspondente e serem iniciados com letras maisculas. Por exemplo: Bacia do Paran, Grupo Tubaro, Subgrupo Guat, Formao Rio Bonito. Quando utiliadas unidades geolgicas cuja categoria varia de acordo com o autor, a adoo de determinada categoria deve ser especificada e citado o autor que a props. Se apenas uma mesma categoria for utiliada,

    pgina.Para facilitar a leitura, recomendase o uso de

    fontes serifadas no corpo do texto e fontes sem serifas nos ttulos e subttulos. As serifas so os traos sutis existentes na base de alguns conjuntos de letras que acabam formando uma balia quase contnua na poro inferior da linha do texto. Com isso, auxiliam na leitura de grandes blocos de texto, como aqueles em pgina de tamanho A4 e coluna nica. Alguns exemplos de fontes serifadas so: Times New Roman, Garamond e Bookman. J as letras sem serifas so mais utiliadas em ttulos, porque tendem a valoriar cada uma das poucas palavras existentes, e do a eles um aspecto mais limpo. Alguns exemplos de fontes sem serifas: Arial, Calibri e Tahoma. O tamanho padro para textos de relatrios 12, com espao entre linhas de 1,5 pontos.

    7.3 - ndice/SumrioO ndice ou sumrio apresenta a estrutura do

    trabalho (Resumo, Introduo, Material e Mtodos, Resultados, Discusso, Concluses etc.) hierarquiada e com indicao das pginas.

    O emprego desses termos na diviso em itens da estrutura do trabalho tema controverso. O termo em latim, index, significa acusador, denunciador, inscrio, ttulo, sinal, indcio (Cintra e Cretela 1944). O termo em ingls (index) utiliado como ndice remissivo e, assim como em portugus, originado do latim. Os termos table of contents ou simplesmente contents costumam ser utiliados em livros de lngua inglesa para indicar a lista inicial de captulos com a respectiva indicao das pginas. Na prtica, uma conveno adotada por editores estrangeiros para indicar o ndice remissivo que passou a ser utiliada tambm no Brasil (N. Tudrey 2013, comunicao verbal). Entretanto, a palavra ndice j existia na lngua portuguesa com significado prprio previamente criao da conveno do termo em ingls. O termo em ingls table of con-tents no foi traduido, e usase a palavra sumrio na diviso do trabalho apresentada antes da introduo. A norma NBR 10719 (ABNT 1989) no muito clara a esse respeito, pois ora no distingue claramente os termos, ora considera ndice como sinnimo de ndice remissivo e sumrio como a lista inicial dos captulos de um relatrio, trabalho acadmico ou livro. Monteiro (1998) fe uma breve discusso sobre o assunto e detalha os pontos nos quais a norma NBR 10719 (ABNT 1989) parece duvidosa quanto definio e conceituao da

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    7.7 - Citaes no textoAs citaes ocorrem sempre que se utiliam

    trechos, conceitos ou ideias de obras j publicadas. Devem ser utiliadas para evitar a prtica de plgio (veja seo anterior). As citaes podem ser diretas ou indiretas, dependendo se ocorre a transcrio literal de trechos ou nova redao. Existe tambm a chamada citao de citao, ou transcrio indireta.

    7.8 - Citaes diretas Tambm chamadas de transcries diretas ou

    literais, correspondem a trechos extrados integralmente de outros trabalhos e apresentados em sua forma original. Os trechos devem estar delimitados por aspas e acompanhados pelos dados da publicao, incluindo o nmero da pgina do excerto. Transcries de textos mais longos que trs linhas inteiras devem ser separadas do corpo do texto. Exemplo:

    Tanto a litologia observada nos afloramentos como a do meio da bacia, conhecida graas sondagem da Petrobrs, mostramse de uma uniformidade impressionante. (Amaral 1967, p. 8).

    7.9 - Transcries indiretasChamadas comumente de citao de citao,

    ocorrem quando uma citao realiada a partir de uma j feita por outro autor. Esse tipo de citao deve ser evitado, e empregado somente quando o trabalho original for inacessvel, o que geralmente ocorre nos casos de obras raras e antigas. importante acessar a publicao original para se certificar de que as informaes citadas por determinado trabalho constam, de fato, no original. Desta forma, evitase a chamada propagao do erro bibliogrfico (G. Amaral, texto indito, p.27).

    Quando esse tipo de citao for imprescindvel, podese empregar a expresso citado em ou apud (do latim em ou junto de), e podese incluir na lista de referncia apenas a publicao utiliada. Exemplo:

    Um mtodo comum empregado na Paleontologia para definio de espcie o tipolgico, o qual, segundo Bernard (1896, citado em Mayr 1964), reflete o conhecimento do especialista, e no necessariamente a histria natural do grupo.

    esta deve ser empregada de maneira uniforme ao longo do texto. Neste caso, podese mencionar o autor apenas na primeira ve em que for citada. Do contrrio, cada categoria deve vir acompanhada do autor correspondente. Por exemplo: Subgrupo Irati (de acordo com Hachiro et al. 1993); Formao Irati (de acordo com White 1908).

    J os nomes cientficos de organismos devem ser destacados com o recurso itlico. Aps a primeira apresentao no texto, o nome genrico pode ser abreviado. Por exemplo: Baurusuchus salgadoensis deve ser grafado por extenso na primeira ve em que for citado; nas vees seguintes, o nome do gnero pode ser abreviado, mantendose o nome por extenso da espcie: B. salgadoensis. No caso de exemplares identificados at o nvel de gnero apenas, esta categoria deve ser informada por extenso em todos os pontos do texto onde for citada, estando a indicao de espcie abreviada sem o destaque itlico. Por exemplo: Baurusuchus sp. Tanto nas tabelas e como nas figuras, o nome deve ser escrito por extenso, inclusive nas legendas, para que o leitor no precise recorrer ao texto para se informar do nome completo da espcie.

    Nomes de minerais podem ser abreviados utiliandose a notao de Kret (1983) ao se tratar da descrio de litotipos. Dessa forma, um cianitagranadamuscovita quartito pode ser abreviado para KyGrtMs quartito, e um muscovitabiotitaquarto xisto pode ser escrito MsBtQt xisto (mas no msbtqo xisto). O mesmo vale para paragneses minerais. Por exemplo: as rochas metapelticas preservam paragneses de alta presso (RtKyGrtMsBtPlQt).

    7.6 - Palavras estrangeirasAs palavras estrangeiras devem ser utiliadas

    com cautela, j que o excesso de termos em outra lngua atrapalha a fluide do texto. Quando imprescindveis, devem estar em itlico, como nappe (do francs) ou klippe (cujo plural klippen, do alemo). Em vrios casos, termos estrangeiros podem ser substitudos por palavras em portugus, como stio em ve de site para se referir a um endereo da internet. O termo software, por exemplo, no tem plural em sua forma original em ingls, o que pode causar estranhea primeira vista, como na frase foram utiliados trs software diferentes para a anlise estatstica dos dados. Este problema pode ser contornado ao se substituir o termo original pelo equivalente em portugus; no caso do exemplo: programa de computador ou aplicativo.

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    autor cujo nome composto. Exemplos: Riccomini e Coimbra (1992) ou Riccomini & Coimbra (1992).

    Outros elementos, entretanto, devem ser obedecidos para facilitar a leitura e recuperao das informaes de publicao na lista de referncias. Dessa forma, usamse letras minsculas para separar trabalhos de um mesmo autor publicados num mesmo ano. Exemplo: (Hasui 1975a, b). Os trabalhos devem ser citados em ordem cronolgica. Exemplo: Almeida 1949, AbSber 1972, Hasui 1975. No caso de trabalhos com trs autores ou mais, utiliase a notao et al. (que pode ou no estarem itlico e seguida de ponto) que a abreviao em latim para e outros. Exemplo: Giannini et al. 2004.

    7.11 - Referncias bibliogrficasAs citaes ao longo do texto devem ter suas

    informaes de publicao organiadas aps o texto em ordem alfabtica na lista de referncias bibliogrficas, em seo distinta e denominada Referncias. Podem ser organiadas pela ordem de citao no caso do uso do sistema de citao numrico. No entanto, como se recomenda que os relatrios de disciplina adotem o sistema autordata, abordaremos aqui somente esses exemplos.

    A organiao por ordem alfabtica de autor facilita a recuperao dos dados bibliogrficos de referncias de interesse ao leitor. Nos casos de publicaes de um mesmo autor em anos diferentes, as referncias devem ser apresentadas em ordem cronolgica. E, nos casos de diversas publicaes de um mesmo autor em colaborao com outros dois ou mais, devese respeitar a ordem cronolgica das publicaes, e no alfabtica do segundo autor.

    A forma como os dados de cada referncia devem ser apresentados varia de acordo com a norma adotada. A Tabela 1 lista exemplos para organiao das referncias bibliogrficas segundo o estilo de regras da ABNT e segundo as diretries para publicao no peridico nacional Brazilian Journal of Geology (BJG 2013), as quais se baseiam nas normas da APA (2009). De forma geral, o estilo APA ocupa menos espao do que o estilo ABNT, alm de ter as informaes bsicas de citao (autores e ano) sequenciais, o que facilita a localiao de determinada referncia na lista.

    J que no h regras rgidas para o emprego de um conjunto de regras especfico em relatrios de graduao, fica a critrio do professor da disciplina

    No exemplo, podese incluir na lista de referncias apenas Mayr (1964) ou Mayr (1964) e Bernard (1986).

    7.10 - Citaes indiretasSo usadas quando apenas a ideia ou con

    ceito so mantidos da obra original. o tipo mais recomendado de citao, pois denota mais maturidade do texto, alm de resultar em leitura mais fluida. H duas formas de citaes indiretas: por nmero e autordata.

    O sistema por nmero mais adotado em obras literrias e, no caso de textos acadmicos, em algumas revistas cientficas. Por exemplo: Segundo a classificao adotada1. Os dados bibliogrficos referentes a cada nmero sobrescrito so detalhados em notas de rodap ou ao final do texto, em uma lista de referncias organiada por ordem de citao.

    O sistema autordata aquele em que o sobrenome do autor e o ano da publicao so citados junto ao texto. Para relatrios de disciplina, a forma mais adequada a citao por autordata.

    Alm disso, o nome do autor pode faer parte da sentena, ou ser mencionado entre parnteses. Por exemplo: Segundo a classificao de Miall (1996), ou Segundo a classificao adotada (Miall, 1996). Embora o emprego de uma ou outra forma de citao indireta dependa do estilo pessoal do redator do texto, a meno do autor entre parnteses costuma resultar em textos de leitura mais fluida e agradvel.

    Dependendo do conjunto de normas adotado, alguns detalhes empregados nas citaes ao longo do texto podem variar. Assim, os nomes dos autores citados podem ser grafados com a primeira letra em maiscula e as demais minsculas, ou totalmente em maisculas. Uma ve adotado um estilo, o mesmo deve ser utiliado ao longo de todo o documento. Por exemplo: Petri (1958) ou PETRI (1958). O ano pode ou no ser separado do autor por vrgula. Exemplos: Miall 1996 ou Miall, 1996. Podese usar vrgula ou pontoevrgula para separar citaes de diferentes trabalhos de um mesmo autor. Exemplos: (Almeida 1949, 1984) ou (Almeida, 1949; 1984). Podese ainda adotar o uso do e tironiano, cujo smbolo &, para citaes com dois autores. Este um sinal que representa a conjuno latina et, e pode ser empregado para simboliar que a autoria da publicao formada apenas por dois autores, evitandose confundir essa condio com a de uma publicao de apenas um

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    TIPO DE REFERNCIA ABNT BJG

    Artig

    o cie

    ntfi

    co

    Um autorRICCOMINI, C. Arcabouo estrutural e aspectos do tectonismo gerador e deformador da Bacia Bauru no Estado de So Paulo. Revista Brasileira de Geocincias, v. 27, p. 153-162, 1997.

    Riccomini C. 1997. Arcabouo estrutural e aspectos do tectonismo gerador e deformador da Bacia Bauru no Estado de So Paulo. Revista Brasileira de Geocincias, 27: 153-162.

    Dois autoresALVARENGA, C.J.S.; TROMPETTE, R. Evoluo tectnica Brasiliana da Faixa Paraguai: a estruturao da regio de Cuiab. Revista Brasileira de Geocincias, vol. 23, n.1, p. 18-30, 1993.

    Alvarenga C.J.S., Trompette R. 1993. Evoluo tectnica Brasiliana da Faixa Paraguai: a estruturao da regio de Cuiab. Revista Brasileira de Geocincias, 23(1): 18-30.

    Vrios autores

    ATENCIO, D.; COUTINHO, J.M.V.; DORIGUETTO, A.C.; MASCARENHAS, Y.P.; ELLENA, J.; FERRARI, V.C. Menezesite, the first natural heteropolyniobate, from Cajati, So Paulo, Brazil: description and crystal structure. American Mineralogist, vol. 93, p. 81-87, 2008.

    Atencio D., Coutinho J.M.V., Doriguetto A.C., Mascarenhas Y.P., Ellena J., Ferrari V.C. 2008. Menezesite, the first natural heteropolyniobate, from Cajati, So Paulo, Brazil: description and crystal structure. American Mineralogist, 93: 81-87.

    Aceito, mas ainda no publicado

    RUBERTI, E.; COMIN-CHIARAMONTI, P.; AZZONE, R.G.; ENRICH, G.E.R.; DE MIN, A.; GOMES, C.B. Petrogenesis of Early Cretaceous potassic alkaline rocks from the Banhado Complex, Southeastern Brazil. Mineralogy and Petrology, No prelo.

    Ruberti E., Comin-Chiaramonti P., Azzone R.G., Enrich G.E.R., De Min A., Gomes C.B. (no prelo). Petrogenesis of Early Cretaceous potassic alkaline rocks from the Banhado Complex, Southeastern Brazil. Mineralogy and Petrology.

    Livr

    o

    Edio nica ANELLI, L.E. O Guia Completo dos Dinossauros do Brasil. So Paulo: Editora Peirpolis, 2010. 222 p.

    Anelli L.E. 2010. O Guia Completo dos Dinossauros do Brasil. So Paulo, Editora Peirpolis, 222p.

    Mais de uma edio ZAR, J.H. Biostatistical Analysis. Second Edition, Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1984. 1120 p.

    Zar J.H. 1984. Biostatistical Analysis. Second Edition, Englewood Cliffs, Prentice Hall, 1120p.

    Captulo de livro

    GIANNINI, P.C.F.; ASSINE, M.L.; SAWAKUCHI, A.O. Ambientes elicos. In: PEDREIRA, A.J.; ARAGO, M.A.N.F.; MAGALHES, A.J. Ambientes de Sedimentao Siliciclstica do Brasil. So Paulo: Beca, 2006. p. 72-101.

    KARMANN, I. Ciclo da gua, gua subterrnea e sua ao geolgica. In: TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M.C.M.; FAIRCHILD, T.R.; TAIOLI, F. Decifrando a Terra. 1 edio, So Paulo: Oficina de Textos, 2000. p. 114-136.

    TICKELL, C. Foreword. In: LOVELOCK, J.E. The Revenge of Gaia: Earths Climate Crisis and the Fate of Humanity. New York: Perseus Books, 2006. p. xv-xvii.

    Giannini P.C.F., Assine M.L., Sawakuchi A.O. 2006. Ambientes elicos. In: Pedreira A.J., Arago M.A.N.F., Magalhes A.J. (orgs.) Ambientes de Sedimentao Siliciclstica do Brasil. So Paulo, Beca, p. 72-101.

    Karmann I. 2000. Ciclo da gua, gua subterrnea e sua ao geolgica. In: Teixeira W., Toledo M.C.M., Fairchild T.R., Taioli F. (orgs.) Decifrando a Terra. 1 edio, So Paulo, Oficina de Textos, p. 114-136.

    Tickell C. 2006. Foreword. In: Lovelock J.E. (ed.) The Revenge of Gaia: Earths Climate Crisis and the Fate of Humanity. New York, Perseus Books, p. xv-xvii.

    Monografia

    CRUZ JNIOR, F.W. Sistemas deposicionais, geomorfologia e geologia estrutural de uma rea na Regio de Felipe Guerra, Sudoeste da Bacia Potiguar. 1996. Monografia de Concluso de Curso - Centro de Cincias Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN.

    Cruz Jnior F.W. 1996. Sistemas deposicionais, geomorfologia e geologia estrutural de uma rea na Regio de Felipe Guerra, Sudoeste da Bacia Potiguar. Monografia de Concluso de Curso, Centro de Cincias Exatas e da Terra, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 120p.

    Dissertao

    MORAES, R. Metamorfismo e deformao da seqncia vulcano-sedimentar Juscelndia, GO, e geoqumica dos seus Anfibolitos. 1992. Dissertao de Mestrado - Instituto de Geocincias, Universidade de Braslia, Braslia, DF.

    Moraes R. 1992. Metamorfismo e deformao da seqncia vulcano-sedimentar Juscelndia, GO, e geoqumica dos seus Anfibolitos. Dissertao de Mestrado, Instituto de Geocincias, Universidade de Braslia. Braslia, 171p.

    Tese

    ALMEIDA, R.P. Tectnica e sedimentao do Ediacarano ao Ordoviciano: exemplos do Supergrupo Camaqu (RS) e do Grupo Caacup (Paraguai Oriental). 2005. Tese de Doutorado - Instituto de Geocincias, Universidade de So Paulo, So Paulo, SP.

    Almeida R.P. 2005. Tectnica e sedimentao do Ediacarano ao Ordoviciano: exemplos do Supergrupo Camaqu (RS) e do Grupo Caacup (Paraguai Oriental). Tese de Doutorado. Instituto de Geocincias, Universidade de So Paulo, So Paulo, 203p.

    Resu

    mo

    em C

    ongr

    esso

    Digi

    tal

    Publ

    ica

    o es

    pecia

    l

    Impresso

    PRECIOZZI, F.; BASEI, M.A.S.; PEEL E.; BETTUCCI, L.S.; CORDANI, U.G.; OYHANTCABAL, P. Punta del Este Terrane: Mesoproterozoic basement and Neoproterozoic cover. In: IV SOUTH AMERICAN SYMPOSIUM ON ISOTOPE GEOLOGY AND IV SSAGI, 2003. Short Papers... Salvador, BA, 2003. p. 660-661.

    Preciozzi F., Basei M.A.S., Peel E., Bettucci L.S., Cordani U.G., Oyhantcabal P. 2003. Punta del Este Terrane: Mesoproterozoic basement and Neoproterozoic cover. In: IV South American Symposium on Isotope Geology and IV SSAGI. Salvador, Short Papers, p. 660-661.

    BERNARDES-DE-OLIVEIRA, M.E.C.; CASTRO-FERNANDES, M.C.; BRAZ, F.F. Os registros fossilferos da flora do Araripe. In: REUNIO ANUAL REGIONAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PALEONTOLOGIA, 2009. Anais... Crato, CE. 1 CD-ROM.

    Bernardes-De-Oliveira M.E.C., Castro-Fernandes M.C., Braz F.F. 2009. Os registros fossilferos da flora do Araripe. In: Reunio Anual Regional da Sociedade Brasileira de Paleontologia. Crato, Anais, 1 CD-ROM.

    MARTINS, L.; JANASI, V.A.; VLACH, S.R.F. Monazite preservation and formation during anatexis: an example from garnet-bearing migmatite, Brazil. In: GOLDSCHMIDT GEOCHEMISTRY CONFERENCE, 2007.Cologne, NW. Geochimica et Cosmochimica Acta, vol. 70, p. A756.

    Martins L., Janasi V.A., Vlach S.R.F. 2007. Monazite preservation and formation during anatexis: an example from garnet-bearing migmatite, Brazil. In: Goldschmidt Geochemistry Conference. Cologne, Geochimica et Cosmochimica Acta 70, A756.

    MapaCARRARO, C.C.; GAMERMANN, N.; EICK, N.C.; BORTOLUZZI, C.A.; JOST, H.; PINTO, J.F. Mapa Geolgico do Estado do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Instituto de Geocincias da UFRGS: 1974. 1 mapa, colorido. Escala 1:1.000.000.

    Carraro C.C., Gamermann N., Eick N.C., Bortoluzzi C.A., Jost H., Pinto J.F. 1974. Mapa Geolgico do Estado do Rio Grande do Sul, escala 1:1.000.000. Porto Alegre, Instituto de Geocincias da UFRGS.

    Comunicao em meio eletrnico

    WORLD METEOROLOGICAL ORGANIZATION - WMO. Winners of the Norbert Gerbier-Mumm International Award. 2009. Disponvel em: . Acesso em: 08 dez. 2009.

    World Meteorological Organization - WMO. 2009. Winners of the Norbert Gerbier-Mumm International Award. . Acesso em 08/dez/2009.

    Relatrio tcnico

    ING (Instituto de Gesto das guas e Clima). RPGA dos rios Pardo e Jequitinhonha. 2008. Relatrio Tcnico. 44 p.

    MARTHA JR., G.B. Efeitos da adubao com uria sobre o desempenho bioeconmico da fase de cria em sistemas pastoris na regio do Cerrado. Convnio EMBRAPA/PETROBRS, Braslia, DF, 2006. Relatrio Tcnico, 270 p.

    ING (Instituto de Gesto das guas e Clima). 2008. RPGA dos rios Pardo e Jequitinhonha. Relatrio Tcnico, 44p.

    Martha Jr. G.B. 2006. Efeitos da adubao com uria sobre o desempenho bioeconmico da fase de cria em sistemas pastoris na regio do Cerrado. Relatrio Tcnico, Braslia, Convnio EMBRAPA/PETROBRS, 270p.

    Tabela 1. Exemplos de organizao de referncias bibliogrficas de acordo com as normas estabelecidas pela Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT 2002) e baseados nas diretrizes da Brazilian Journal of Geology (BJG 2013).

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    localiao e, dependendo do assunto, mapa geolgico e coluna estratigrfica. Se o relatrio incluiu trabalho de campo com coleta de amostras, os pontos e os nveis estratigrficos de coleta devero ser indicados, respectivamente, no mapa geolgico e na seo estratigrfica. Mapas de ponto, afloramentos, caminhamento, assim como croquis e perfis geolgicos tambm so importantes para informar o leitor sobre a provenincia dos objetos de estudo ou mostrar como ocorreu o desenvolvimento do relatrio.

    8.2 - Apresentao e formatao das figurasNo caso de relatrios de mapeamento, geral

    mente os mapas e perfis confeccionados devem vir anexos, e no ao longo do texto. Nesses casos, o objetivo principal do relatrio a produo do mapa, o qual, geralmente confeccionado em tamanho maior que A4.

    J figuras ilustrativas de aspectos mencionados ao longo do texto, como localiao, mapas (geolgicos ou geogrficos) extrados da literatura, grficos, esquemas, fotos de campo, e quaisquer figuras que acompanhem os captulos de Introduo, Material e Mtodos ou Resultados devem estar inseridas ao longo do texto. comum a composio mltipla de mapas ou imagens em diferentes escalas (A. Bartorelli 2014, comunicao verbal). Isto importante para que o leitor localie mais facilmente a rea de estudo em escala regional.

    As figuras devem estar posicionadas aps a primeira citao, e legendadas com algarismo arbico seguido de texto explicativo (veja exemplos nas figuras 2 e tabela 2). As legendas sempre devem vir abaixo das figuras e ser redigidas em espaamento simples, justificadas ou centraliadas.

    As figuras, incluindo os grficos, devem apresentar tamanho harmonioso em relao pgina e estar em resoluo suficiente para se evitar o aspecto pixelado de figuras com resoluo muito baixa. A resoluo definida pela densidade de elementos em uma imagem, ou seja, o nmero de pontos em uma determinada rea. As medidas para impresso em papel so definidas por dpi (do ingls dots per inch, ou pontos por polegada). Para medidas de monitores, a unidade usada ppi (do ingls pixels per inch, unio da abreviatura em ingls de picture pix element, ou seja, elementos de imagem). Em geral, a resoluo de tela melhor do que em papel, devido diferena entre os sistemas de formao de tonalidades e intensidades de cores utiliados em telas e impressoras. No entanto,

    ou mesmo do aluno a adoo da norma. Uma ve selecionado o conjunto de regras, que pode ainda ser diferente dos exemplos da tabela 1, o estilo adotado deve ser mantido ao longo de toda a lista de referncias, para que o produto final seja uniforme.

    importante salientar ainda que, no caso de dados inditos obtidos verbalmente, indicase somente a fonte da comunicao no corpo do texto. A fonte no includa nas referncias, j que no h dados de publicao para serem informados. Exemplo: B.B. BritoNeves (comunicao pesB.B. BritoNeves (comunicao pessoal) ou B.B.BritoNeves (resultados no publicados).

    8 - Elementos de apoio ao textoFiguras e tabelas podem ser utiliadas como

    material de apoio para ilustrar algum aspecto levantado no texto em diversas sees, como introduo, material e mtodos, resultados e discusso. Assim, so recursos utiliados para mostrar ao leitor a localiao de rea, padres obtidos com base em algum mtodo especfico ou mesmo organiar dados. As figuras incluem mapas, esquemas, diagramas, croquis, fotografias e grficos. Tais recursos somente devem ser utiliados se informativos e necessrios, ou seja, quando auxiliarem na abordagem do assunto tratado no texto. Alm disso, so autoexplicativos, ou seja, capaes de levar o leitor compreenso da ideia apresentada com dependncia mnima do texto.

    Jost e Brod (2005) destacaram que o planejamento de cada figura, grfico ou tabela em textos acadmicos deve ser avaliado quanto sua finalidade, grau de relao com o texto, opes alternativas e dimenses. Assim, cada elemento deve contribuir efetivamente para a compreenso de uma ideia e formar um conjunto lgico e equilibrado com o texto. Grficos so figuras especficas empregadas para demonstrar variaes ou padres de distribuio de dados. As tabelas so elaboradas somente quando se necessita resumir resultados, agrupar conjuntos de dados que sero comparados, reunir procedimentos e resultados experimentais, ou fornecer dados de forma que o procedimento possa ser reproduido.

    8.1 - FigurasComo em Geocincias os relatrios abordam

    estudos relacionados a unidades geolgicas, eles sempre devero apresentar uma ou mais figuras de

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    o objeto ou feio deve ocupar a maior parte da rea da imagem.

    No caso de imagem extrada, modificada ou traduida de trabalhos publicados, ou mesmo sintetiada a partir de vrias, todas as referncias originais devem ser informadas e includas na seo Referncias.

    A figura 2 um exemplo de mapa de localiao e geolgico (extrado de Rodrigues et al. 2010, p. 3) com todos os elementos essenciais para sua compreenso: indicao de norte, escala, legenda das unidades litoestratigrficas, convenes cartogrficas e abreviaes utiliadas. Note que a figura usa o recurso de composio mltipla de mapas, destacando a posio da rea de estudo em contexto geolgico regional e no Brasil. Alm disso, como a figura foi confeccionada a partir de figuras de outros trabalhos, estes esto indicados no texto explicativo da legenda.

    Se a figura utiliada for extrada de um trabalho originalmente escrito em ingls, todos os dieres devem ser vertidos para o portugus, o texto da legenda reescrito e a fonte da figura indicada.

    comum o uso de dpi tanto em tela como em impressoras. Pelo menos 300 dpi para fotos e 400 dpi para desenhos so nveis adequados de reso so nveis adequados de resonveis adequados de resoluo para impresso.

    Fotos tambm devem estar com resoluo e enquadramento suficientes para que a estrutura seja facilmente observada na imagem. Se a imagem utiliada de um trabalho estiver em resoluo baixa, a mesma deve ser redesenhada em programa adequado (por exemplo, Corel Draw).

    Os smbolos e as palavras em figuras devem estar legveis e devidamente explicados em suas respectivas legendas. Mapas, sees estratigrficas, perfis e fotos de afloramentos devem sempre vir acompanhados da legenda de cores ou texturas de preenchimento e simbologia padroniada das feies geolgicas.

    A escala deve ser adequada rea abrangida e deve ser indicada, assim como o norte, no caso de mapas e perfis. No caso de fotografias, devese atentar para o tamanho e posio da escala, bem como o tamanho do objeto fotografado em relao rea da imagem. Assim, a escala deve ser visvel e posicionada na borda da imagem e

    Figura 2. (extrada de Rodrigues et al. 2010). A. Contexto geolgico e geotectnico regional da Provncia Borborema (modificado de Archanjo e Fetter 2004). B. Principais zonas de cisalhamento regionais e contexto geolgico e localizao da seco geolgica regional (Figura 2) e do mapa geolgico da rea estudada (Figura 3). AM = Alto Moxot e SJC = So Jos do Campestre.

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    que os sistemas de cor reproduem, sendo que o sistema RGB atinge maior variedade de tons do que o CMYK. Essa diferena de padres ocorre porque a formao de um determinado tom feita a partir da adio (no sistema RGB) ou subtrao (no sistema CMYK) das cores primrias em cada sistema. Com isso, a mesma coordenada de cores para ambos os sistema pode resultar em tons de cores diferentes. Os programas de desenho geralmente utiliam outro modelo de cores para padroniar o sistema utiliado no monitor e na impressora. Mas, em alguns casos, essa configurao est desabilitada, ou mesmo o sistemapadro de cores utiliado no o modelo que padronia ambos os sistemas.

    8.4 - TabelasAs tabelas so utiliadas para se organiarem

    de forma concisa informaes relevantes para a compreenso da ideia do trabalho. Devem estar numeradas conforme so citadas ao longo do texto, em algarismos arbicos seguidos de um ponto. Para um efeito visualmente elegante, podese optar por manter apenas as linhas horiontais das tabelas. Diferentemente das figuras, o ttulo deve estar na parte superior da tabela, justificado e em espaamento simples. Conferir, como exemplo, a Tabela 2 (traduido de Quaglio et al. 2008) abaixo.

    9 - Consideraes finaisAs orientaes aqui apresentadas foram sele

    cionadas pelos autores para facilitar o trabalho do estudante especificamente durante a confeco de um relatrio. Alguns aspectos relacionados ao estilo podero ser alterados conforme o estudante ganhar mais experincia na elaborao de relatrios e outros textos acadmicos. Outros aspectos no foram aqui abordados, uma ve que estas orientaes so apenas uma introduo ao tema.

    Caso necessite de esclarecimento, o estudante deve buscar o professor. Isso deve ser feito desde

    8.3 - Figuras impressasComo os relatrios geralmente devem ser

    entregues impressos, a configurao dos padres grficos utiliados no programa de desenho importante. Os programas mais comumente empregados para confeco de desenhos so o Corel Draw, Adobe Illustrator, Canvas, Inskscape, entre outros. Se as figuras forem desenhadas com preenchimento em escalas de cina, recomendase usar a paleta com intervalos de pelo menos 20% de escala, para que a diferena entre os padres seja perceptvel na figura impressa. Assim, podem ser utiliadas at seis variaes de cina da paleta, incluindo o branco e o preto (0%, 20%, 40%, 60%, 80% ou 100% de preto).

    Muitas vees, apenas as opes de tons de cina no so suficientes para o preenchimento de todos os padres necessrios. Assim, podemse utiliar cores ou mesmo smbolos. Porm, os smbolos que acompanham os programas de desenho no so adequados para a representao geolgica. Em geral, necessria a criao de smbolos e sua adio s opes de preenchimento do programa (Jost e Brod 2005). Se a qualidade da impressora for baixa, devese evitar usar linhas com espessura mnima, que provavelmente no sero ntidas na verso impressa. A figura 2 um exemplo que mescla padres de preenchimento e tons de cina, e apresenta boa diferenciao dos tipos de rocha no mapa geolgico.

    Os sistemas de cores utiliados no programa de desenho e na impressora devem ser compatveis, para que o tom de cor impresso no seja diferente daquele visualiado no monitor do computador. O sistema de reproduo de cor utiliado em monitores o RGB (do ingls Red vermelho, Green verde e Blue aul), enquanto o sistema padro de impresso o CMYK (do ingls Cyan aul, Magenta magenta ou fcsia, Yellow amarelo e K Key, a cor usada como chave para o alinhamento das demais, o preto). O olho humano distingue mais tonalidades de cor do

    Exemplar Valva Comprimento Altura Largura Alongamento Obesidade

    GP/1E 5301a direita 44 48 13 0,91 3,69

    GP/1E 5394 direita 63,1 60,9 15 1,03 4,06

    GP/1E 5457b direita/esquerda 53,5 48,2 13 1,10 3,70

    Tabela 2. Dimenses em mm dos exemplares representativos de Adamussium auristriatum sp. nov.

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    o incio e ao longo de todo o trabalho (Kearns e Gardiner 2011). O aluno nunca deve esperar que o professor se interesse pelo seu relatrio. Ao contrrio, o estudante deve, sempre que crer necessrio, procurar o professor para resolver suas dvidas. As questes levantadas devem ser especficas, de forma que o professor perceba que o aluno est, de fato, aprofundandose no tema e trabalhando no relatrio. Da a importncia de nunca se faer o trabalho s pressas. O aluno interessado sempre ser lembrado pelo professor no momento da avaliao. E o aluno passivo, que espera que o professor ou monitor lhe entregue todo o passoapasso, tambm.

    AgradecimentosOs autores agradecem: aos revisores A. Barto

    relli e C.D.R. Carneiro pelas sugestes ao manuscrito que enriqueceram a sua verso final; editora N. Tudrey pelas discusses sobre o uso de termos em editorao; aos professores do IGcUSP pelas ideias gentilmente sugeridas, com base nos relatrios entregues pelos alunos em suas disciplinas: Adriana Alves, Oswaldo Siga Jr., Paulo Roberto dos Santos, Renato Paes de Almeida, Slvio Roberto Farias Vlach e Veridiana Teixeira de Soua Martins; aluna de graduao do IGcUSP Juliana de Freitas Rosa pelos comentrios. FQ desenvolveu a maior parte deste trabalho durante seus projetos de monitoria voluntria e PAE, enquanto estudante de doutorado (bolsista CNPq) do Programa de PsGraduao em Geoqumica e Geotectnica do IGcUSP.

    10 - RefernciasAirola A., Hawkins J., Huotilainen S., Stenro

    os, A. 2000. How to write a report. North Karelia Polytechnic, International Business Degree Programme. URL: http://molar.crb.ucp.pt/cursos/1%C2%BA%20e%202%C2%BA%20Ciclos%2020Lics%20e%20Lics%20com%20Mests/MD/1%C2%BAANO/2%C2%BASEM/12UBA6/CO/3%C2%AA%20aula%20CBM/Writing%20a%20report.pdf. Acesso 15.05.2013.

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