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COORDENAÇÃO GERAL PROF. Disciplina: Direito Civil Assunto: Como Fazer uma Petição Inicial - Prof. Pedro Barrêtto Coordenação do material: Prof. Chrystian Picone - Texto Retirado do site www.supermandaoab.com.br - TV Exame de ordem |www.tvexamedeordem.com.br| Prof. Chrystian Picone Página 1 COMO FAZER UMA PETIÇÃO INICIAL Produzido pelo Prof. Pedro Barretto e adaptado pelo Prof. Chrystian Picone Para se aprender a fazer uma petição inicial, o melhor caminho é o de se ENTENDER a lógica do instrumento, para que então se raciocine de modo inteligente e se compreenda o caminho com o qual se elabora e desenvolve sua estrutura! E, creiam, é fácil e simples aprender a fazer uma inicial quando se entende sua lógica! Vamos em frente... Há várias técnicas para se ensinar a fazer uma petição inicial. Costumo seguir uma que desenvolvi e que reputo didática, a qual tem ajudado meus alunos a aprenderem com maestria a peticionar em Juízo, bem como, aos amigos que estudam para o Exame de Ordem, tem se revelado técnica infalível... a galera aprende mesmo! Nesse linear, ensino que uma Petição Inicial tem três momentos , aquilo que me permitirei chamar de: MOMENTO 1: Apresentação Formal MOMENTO 2: Conteúdo MOMENTO 3: Fechamento Aprendendo-se por esse caminho de ensino, o candidato tem que visualizar três etapas no diálogo que ele estabelecerá com o Estado Juiz, formalizado nesse primeiro contato, a petição inicial; deve perceber que a primeira coisa é cumprimentar o Juiz, indicar quem é ele, se apresentar, justificar qual fundamento legal permitiu vir até ele, informar qual é a ação apresentada e contra quem é; esse é o primeiro momento, o da apresentação formal. Em seguida, deve contar ao Juiz qual foi o fato que o trouxe a postular a tutela jurisdicional pretendida, fundamentar o pedido dessa tutela fim com base em argumentos jurídicos consistentes e, finalmente, pedir essa tutela e os demais postulados acessórios ligados a ela e ao processo; esse é o segundo momento, aonde realmente entra na petição inicial o conteúdo desse diálogo; por fim, após cumprir as formalidades, após informar todos os dados necessários, o peticionante deve se despedir e aguardar o desenrolar do processo; nesse desiderato, deve registrar qual valor que se atribui a causa, seguindo obrigatoriedade imposta pelo CPC e deve enfim registrar que aguarda o deferimento do que foi pedido, assinando e colocando a data e sua identificação pessoal, ou seja, o número de sua OAB; é o famoso jargão “nesses termos, pede deferimento; advogado ____, OAB nº ____/___, Local __________, Data ___/___/___”. Sempre lembrando que nas provas de concurso o candidato jamais assina em nome próprio, para não se identificar, e assim ser eliminado do concurso por estar se identificando para a Comissão Examinadora. Resumindo esses três momentos, os quais serão detalhada e

COMO FAZER UMA PETIÇAO

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COMO FAZER UMA PETIÇÃO INICIAL

Produzido pelo Prof. Pedro Barretto e adaptado pelo Prof. Chrystian Picone

Para se aprender a fazer uma petição inicial, o melhor caminho é o de se ENTENDER a lógica

do instrumento, para que então se raciocine de modo inteligente e se compreenda o caminho com o

qual se elabora e desenvolve sua estrutura! E, creiam, é fácil e simples aprender a fazer uma

inicial quando se entende sua lógica! Vamos em frente...

Há várias técnicas para se ensinar a fazer uma petição inicial. Costumo seguir uma que desenvolvi

e que reputo didática, a qual tem ajudado meus alunos a aprenderem com maestria a peticionar

em Juízo, bem como, aos amigos que estudam para o Exame de Ordem, tem se revelado técnica

infalível... a galera aprende mesmo!

Nesse linear, ensino que uma Petição Inicial tem três momentos, aquilo que me permitirei chamar

de:

• MOMENTO 1: Apresentação Formal

• MOMENTO 2: Conteúdo

• MOMENTO 3: Fechamento

Aprendendo-se por esse caminho de ensino, o candidato tem que visualizar três etapas no diálogo

que ele estabelecerá com o Estado Juiz, formalizado nesse primeiro contato, a petição inicial; deve

perceber que a primeira coisa é cumprimentar o Juiz, indicar quem é ele, se apresentar, justificar

qual fundamento legal permitiu vir até ele, informar qual é a ação apresentada e contra quem é; esse

é o primeiro momento, o da apresentação formal. Em seguida, deve contar ao Juiz qual foi o fato

que o trouxe a postular a tutela jurisdicional pretendida, fundamentar o pedido dessa tutela fim

com base em argumentos jurídicos consistentes e, finalmente, pedir essa tutela e os demais

postulados acessórios ligados a ela e ao processo; esse é o segundo momento, aonde realmente entra

na petição inicial o conteúdo desse diálogo; por fim, após cumprir as formalidades, após informar

todos os dados necessários, o peticionante deve se despedir e aguardar o desenrolar do processo;

nesse desiderato, deve registrar qual valor que se atribui a causa, seguindo obrigatoriedade imposta

pelo CPC e deve enfim registrar que aguarda o deferimento do que foi pedido, assinando e

colocando a data e sua identificação pessoal, ou seja, o número de sua OAB; é o famoso jargão

“nesses termos, pede deferimento; advogado ____, OAB nº ____/___, Local __________, Data

___/___/___”. Sempre lembrando que nas provas de concurso o candidato jamais assina em nome

próprio, para não se identificar, e assim ser eliminado do concurso por estar se identificando para a

Comissão Examinadora. Resumindo esses três momentos, os quais serão detalhada e

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cuidadosamente explicados abaixo, podemos afirmar que a visão organizada que o peticionante tem

que ter sobre cada detalhe que ele deve fazer constar em sua petição é a seguinte:

• 1º MOMENTO – Apresentação Formal

a) Cumprimentar o Juiz e indicar a Vara;

b)Se apresentar, com qualificação completa;

c) Narrar o fundamento do ajuizamento, ou seja, os artigos legais que permitem ajuizar a ação em

tela;

d)Indicar qual é a ação;

e) Informar quem é o Réu, ou seja, contra quem se pretende opor a tutela requerida;

•2º MOMENTO - Conteúdo

a) Narrar os FATOS;

b)Fundamentar juridicamente o que será pedido; é o famoso “DO DIREITO”;

c) Pedir; esse é o mais importante campo da peça; o clássico “DO PEDIDO”;

Obs: em regra o conteúdo é edificado nesses três passos; fatos, fundamentos e pedido;

entretanto, em algumas peças podemos inserir alguns itens extras aqui dentro, como

aprenderemos de peça em peça; é assim, por exemplo, na peça de Embargos do Executado em

que abrimos tópicos extras para esclarecer alguns dados importantes, como o “da

tempestividade”, assim como o “da garantia” e ainda o “do efeito suspensivo dos embargos”; na

mesma linha, na Ação Anulatória e também no Mandado de Segurança, quando queremos pedir a

tutela antecipada / liminar, abrimos um link extra e falamos sobre o pedido da tutela de urgência,

fazendo alguns comentários importantes. Logo, a conclusão é a de que, em regra, o conteúdo da

petição inicial tem os três passos padrões (dos fatos; do direito; do pedido), podendo ser a peça

incrementada de alguns itens especiais em destaque que melhor esclarecem informações importantes

que o Juiz precisará ler.

• 3º MOMENTO – DESPEDIDA

a) atribuição do valor da causa;

b)pedido de deferimento;

c) assinatura, local e data.

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Comecemos então a detalhar as explicações de cada um desses momentos, registrando todas as

observações importantes para que vocês possam conhecer o caminho para se elaborar uma petição

inicial com sucesso!

1º MOMENTO – APRESENTAÇÃO FORMAL

Como elencado acima, a apresentação formal da sua petição inicial se edifica em cinco etapas,

frisando:

a) cumprimento;

b)apresentação / qualificação; referência ao advogado e seu endereço;

c) fundamento do ajuizamento;

d)identificação da ação ajuizada;

e) indicação do réu.

Sigamos etapa por etapa esse caminho.

1. a) CUMPRIMENTO

A primeira coisa que vocês deve pensar é: o que é uma petição inicial? É o documento que

formaliza o seu primeiro contato, seu primeiro diálogo, com o Estado Juiz, com o Pode

Judiciário...por via desse documento, você estará formalizando seu relato, seu pedido, e

justificando porque você realmente acredita que pode pedir... Pense...o que é uma petição inicial? É

o documento com o qual você contará ao Juiz o motivo que lhe traz ao Judiciário, informando o quê

você pretende do Judiciário, qual a tutela jurisdicional pretendida. Você deve pensar o seguinte: esse

papel que propiciará seu inicial contato com o Estado Judicante deverá conter a escrita de tudo que

você quer que o Juiz saiba, desde a narrativa dos fatos que lhe trouxeram a Juízo, bem como

aquilo que você pretende postular, pedir, peticionar...MAS, ACIMA DE TUDO, O JUIZ

PRECISA SABER QUEM VOCÊ É...QUAL AÇÃO VOCÊ ESTÁ AJUIZANDO...CONTRA

QUEM...

Concorde que para que se instaure esse diálogo, todas essas informações tem que ser esclarecidas...e,

é de bom grado, que se é você quem está iniciando o diálogo, que você saiba cumprimentar com

educação e com a formalidade que o Direito exige, aquele com quem você está procurando o

diálogo, o Juiz...logo, concorde comigo, a primeira coisa a fazer no inaugural contato, na

petição inicial, é cumprimentar o Magistrado, e, não custa, chame-o de Excelência, reverenciando-

o com o cumprimento que louva e dignifica a sua atuação judicante...chame-o de doutor, ainda que

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ele não tenha um doutorado e que isso não seja uma obrigatoriedade...mas chame! É respeitoso...e

o direito louva tal postura...Por isso, comece sempre seu discurso se dirigindo a ele, com algo do

tipo Exmº Sr. Dr. Juiz de Direito, e, especifique com qual Juiz você está falando, pois existem

muitos...ele, certamente estará atuando em certa Vara, comum ou especializada, naquela

comarca aonde você estará deflagrando seu intento de pleitear uma tutela jurisdicional...por logo,

rediga o início de sua peça da maneira mais diligente, cumprimentando o Juiz da Vara que

receberá sua petição, e assim redija o cabeçalho no tradicional jargão Exmº Sr. Dr. Juiz de Direito

da ___ Vara ___ da Comarca _____. Perceba que se você está numa prova de concurso, não

necessariamente você precisa informar se a vara é civil, de fazenda, comum ou especializada...até

porque dificilmente você conhecerá toda a organização judiciária brasileira...o que importa é que

você demonstre à Comissão Examinadora que você sabe que a sua ação será distribuída e que

“cairá” em alguma vara...e é isso que você tem que fazer constar na sua inicial... Fazendo isso,

creia, você deu o primeiro passo...você cumprimentou respeitosamente o Juiz da Vara que

receberá sua ação, após o critério de distribuição aplicado seguindo as normas de organização

judiciária...

Por fim, a observação derradeira que deixo ao amigo leitor é a e de que se a ação for ajuizada em

face da União, faremos uma sutil modificação no cabeçalho da nossa petição inicial; ao invés de

falarmos em “Juiz de Direito”, falaremos em “Juiz Federal”; ao invés de falarmos em “___

Vara ___”, falaremos em “___ Vara Federal”; finalmente, ao invés de escrevermos “... da

Comarca ____”, escreveremos “... da Seção Judiciária ___”. Logo, observemos, num exemplo

genérico, como ficariam os cabeçalhos das nossas petições iniciais, nos casos de serem ajuizadas

em face dos Estados/DF/Municípios ou em face da União:

• Exmº Sr. Dr. Juiz de Direito da ____ Vara _____ da Comarca ______ (matéria Estadual

ou Municipal)

• Exmº Sr. Dr. Juiz Federal da _____ Vara Federal da Seção Judiciária ____ (matéria Federal)

Caminhemos agora para o segundo passo no aprendizado da elaboração da nossa petição inicial.

1.b)APRESENTAÇÃO /QUALIFICAÇÃO; REFERÊNCIA AO ADVOGADO E AO SEU

ENDEREÇO

Para o segundo passo, reflita; agora que você cumprimentou o Juiz que receberá sua petição, é

razoável que você se apresente, correto? O Juiz quererá saber quem você é...é natural, concorda? Se

alguém bate na sua casa e diz que veio pedir algo, no mínimo, de início, você vai querer saber

quem é essa pessoa, certo? Nome, qualificação, nacionalidade, estado civil, endereço, CPF e

identidade, são dados importantes a serem fornecidos...Faça isso...aí sim...você e ele se

conhecerão...e aí será possível avançar nos próximos passos...logo, nesse ponto específico da sua

inicial, se qualifique cumprindo, pelo menos, exatamente o que determina o Código de Processo

Civil no art. 282, II, o qual informa que a Petição Inicial deve conter o nome, prenome, estado civil,

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profissão, domicílio e residência do autor e do réu. Logo, após o cabeçalho, você deve iniciar sua

escrita, por exemplo, da seguinte maneira: “Caio Tício, brasileiro, solteiro, engenheiro, CPF nº

_______, Identidade nº ___________, domiciliado na cidade ____________ e com residência na

___________________”. Feito isso, agora que a parte já está qualificada, é necessário lembrar que

ela precisa de um advogado e que é por meio deste que se viabiliza a formalização do acesso ao

Judiciário. Portanto, o postulante tem que ter um advogado (ainda que seja dativo!), e, em regra, o

advogado sabe que deve fazer constar nos autos o substabelecimento, instrumento que formaliza a

transmissão dos poderes representativos, ou, numa linguagem mais comum, a procuração

mandatária que lhe autoriza representar a parte judicialmente.

Portanto, na sua petição inicial, faça a referência a esse documento, o qual, por certo, seguirá em

anexo. Além de fazer referência à procuração e ao advogado, faça constar na petição o endereço do

advogado, para que ele possa receber todas as intimações e comunicados necessários, como reza o

art.39,I do CPC. Nesse propósito, basta que você escreva “...vem por meio de seu advogado,

procuração em anexo, o qual tem endereço para receber intimações e demais comunicados na

Rua ___________”.

Nesses termos, observem a estrutura que a petição inicial já está ganhando nesse primeiro momento,

o da apresentação formal, após dados os dois primeiros passos (cumprimento +

apresentação/qualificação e referência ao advogado ale de indicação do seu endereço):

Exmº Sr. Dr. Juiz de Direito da ____ Vara _____ da Comarca ______

Caio Ticio, brasileiro, solteiro, engenheiro, CPF nº _______, Identidade nº _________,

domiciliado na cidade __________ e com residência no endereço __________________,

vem, por meio de seu advogado (procuração em anexo), o qual tem endereço para receber

todas e quaisquer intimações e demais comunicados no logradouro _______________, Passo

então com vocês ao próximo passo, que também é super importante, e, nas provas da OAB, na

segunda etapa, sempre recebem pontuação especifica! Falo dos fundamentos do ajuizamento da

ação, tema a seguir abordado!

1.c)FUNDAMENTO DO AJUIZAMENTO

O terceiro e próximo passo é fundamentar jurídica e legalmente o ajuizamento da ação. Ou seja,

pare para pensar: agora, é seu dever mostrar ao Juiz que existe um determinado (ou mais de um)

artigo (s) de certa (s) lei (s) que autoriza que num caso como o seu possa ser manuseada a ação que

você está utilizando. Logo, faça constar na sua petição inicial esse esclarecimento, demonstrando

que você sabe que existe autorização legal para ajuizar essa ação em casos como esse seu. E,

creiam, meus amigos, para cada ação existe um rol de artigos a serem citados; e, juntos, são eles

que dão embasamento e permissão para tal ajuizamento; E EM QUALQUER QUE SEJA A

AÇÃO QUE ESTEJAMOS MANUSEANDO, INDICAREMOS ESSE ROL ADEQUADO DE

ARTIGOS, CASO A CASO.

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Vai uma importante dica: sempre citaremos o art.282 do CPC, e mais algum ou alguns outros; o

art.282 do CPC é o que se refere à Petição Inicial, serve como grande cláusula geral que ensina os

requisitos mínimos obrigatórios de qualquer petição.

Portanto, qualquer que seja a ação tributária que estejamos a nos valer, faremos referência ao

art.282 do CPC e aos demais que são especificamente focados nessa ação trabalhada no caso em tela.

Exemplifico. Se a peça a ser redigida por uma petição inicial em mandado de segurança, quais

artigos utilizaremos para fundamentar nosso ajuizamento? Além do 282 do CPC, citaremos o

art.5º da Constituição, aonde resta autorizado o uso do mandamus, e, se for um MS Individual,

citaremos o inciso LXIX, já se for o MS Coletivo, trocamos de inciso e passamos a citar o

art.5º, LXX, já que é nesse subseqüente inciso que aparece a referência permissiva de uso do

mandado de segurança coletivo. Em ambos os casos, faremos expressa referência à Lei do Mandado

de Segurança, que é a Lei 12.016/09, e, em especial, citaremos os arts.6º e 7º,III, já que o art.6º é o

artigo que cuida da peitção inicial em Mandado de Segurança e o art.7º,III é o que fundamenta o

pedido da liminar, o qual, com certeza, faremos no decorrer da peça. Logo, observem como fica

o fundamento do ajuizamento numa petição inicial em mandado de segurança individual: “...vem,

nos termos do art.5ºLXIX, CRFB/88, do art. 282, CPC e dos arts. 6º e 7º,III da Lei 12.016/09...”.

Ora, sendo assim, visualizem a nossa petição inicial ganhando mais um passo estruturante:

Exmº Sr. Dr. Juiz de Direito da ____ Vara _____ da Comarca ______

Caio Ticio, brasileiro, solteiro, engenheiro, CPF nº _______, Identidade nº _________,

domiciliado na cidade __________ e com residência no endereço __________________,

vem, por meio de seu advogado (procuração em anexo), o qual tem endereço para receber

todas e quaisquer intimações e demais comunicados no logradouro _______________,

respeitosamente, perante V.Exª, nos termos dos arts.5º,LXIX da CRFB/88, do art. 282 do CPC e

dos arts. 6º e 7º, III da Lei 12.016/09, impetrar o presente...

No mesmo modo de pensar e aprender, meus amigos, trabalhemos com outro exemplo. Façamos

referência a uma ação anulatória com pedido de depósito do montante integral. Para essa ação,

fundamentaremos seu ajuizamento citando o art.282, CPC, o art.38 da Lei 6830/80 (lei de execução

fiscal, que faz expressa referência à ação anulatória no seu art.38) e, por fim, para nos referirmos

ao depósito do montante integral, faremos referência ao art.151,II do CTN, o qual combinaremos

com o art.156, X do CTN, o qual cita a extinção do crédito pela decisão judicial transitada em

julgado.

Logo, sendo a ação uma Ação Anulatória com pedido de Depósito, a nossa petição ganha esse

corpo:

Exmº Sr. Dr. Juiz de Direito da ____ Vara _____ da Comarca ______

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Caio Ticio, brasileiro, solteiro, engenheiro, CPF nº _______, Identidade nº _________,

domiciliado na cidade __________ e com residência no endereço __________________,

vem, por meio de seu advogado (procuração em anexo), o qual tem endereço para receber

todas e quaisquer intimações e demais comunicados no logradouro _______________,

respeitosamente, perante V.Exª, nos termos do art. 282 do CPC, art.38 da Lei 6830/80 e dos arts.

151,II e 156, X do CTN, ajuizar a presente...

Se ao invés de se pretender realizar o depósito do montante integral, optando-se pelo pedido de

tutela antecipada, mudamos alguns artigos! Continuaremos a falar do 282 do CPC e do art.38 da

LEF, mas não mais citaremos o art.151,II do CTN, o qual faz referência ao depósito do montante

integral; no seu lugar, citaremos o art.151, V, apenas mudando o inciso, já que é no quinto inciso do

art.151 que encontramos a referência da antecipação de tutela suspendendo a exigibilidade do crédito

tributário no curso da ação anulatória. Por fim, sempre que peço tutela antecipada, cito também

nas minhas petições os artigos do CPC que reputo importantes para fazer referência a ela, quais

sejam, os arts. 273 e 585,§1º do codex processual. Não que seja obrigatório, mas “cai bem” na

petição! Logo, a nossa petição inicial ficaria da seguinte maneira:

Exmº Sr. Dr. Juiz de Direito da ____ Vara _____ da Comarca ______

Caio Ticio, brasileiro, solteiro, engenheiro, CPF nº _______, Identidade nº _________,

domiciliado na cidade __________ e com residência no endereço __________________,

vem, por meio de seu advogado (procuração em anexo), o qual tem endereço para receber

todas e quaisquer intimações e demais comunicados no logradouro _______________,

respeitosamente, perante V.Exª, nos termos dos arts. 282, 273 e 585 §1º do CPC, art.38 da Lei

6830/80 e dos arts. 151,V c/c 156, X do CTN, ajuizar a presente...

Por fim, deixo registrado que se vocês quiserem pegar um quadro resumo desses fundamentos

de ajuizamento, relativos a cada uma das ações tributária, entrem no link “dicas”, o qual está

dentro do link “super segunda fase”, e, lá, vocês vão encontrar um quadro resumo, maceteado,

aonde aparecem todos os artigos a serem citados em cada ação ajuizável!

1.d)INDICAÇÃO DA AÇÃO. DANDO “NOME” À PEÇA

Esse quarto passo é curto, simples e objetivo! Aqui o que deve fazer o peticionante? Após

fundamentar o ajuizamento da ação, deve agora o advogado dizer qual ação é essa que está sendo

ajuizada! É de bom grado que se faça, e, nas provas da OAB, É IMPRESCINDÍVEL que se escreva

tal nomenclatura, o que prova à Banca Examinadora que o candidato acertou a peça, identificou a

ação correta!

Utilizaremos como linguagem padrão a expressão “AJUIZAR”, sempre que estivermos no uso

de uma das ações tributárias clássicas (anulatória; declaratória; consignatória; repetitória) e ainda no

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uso dos Embargos do Executado; nesses termos, escreveremos após fundamentarmos o ajuizamento

que a parte vem AJUIZAR a AÇÃO XXXX.

Substituiremos a palavra “ajuizar” no caso de Mandado de Segurança (quando falaremos em

“IMPETRAR” o presente MANDADO DE SEGURANÇA), bem como nos casos de exceção de

pré-executividade (quando utilizaremos a nomenclatura “ADUZIR” a presente EXCEÇÃO DE

PRÉ-EXECUTIVIDADE), e, ainda, nos casos de RECURSOS (em que falaremos em

“INTERPOR”o presente recurso de APELAÇÃO).

De acordo com o exposto, observem a nossa petição inicial ganhando mais um passo e caminhando

para o fechamento do seu primeiro momento, o da apresentação formal, no exemplo tomado com

uma ação anulatória com pedido de tutela antecipada:

Exmº Sr. Dr. Juiz de Direito da ____ Vara _____ da Comarca ______

Caio Ticio, brasileiro, solteiro, engenheiro, CPF nº _______, Identidade nº _________,

domiciliado na cidade __________ e com residência no endereço __________________,

vem, por meio de seu advogado (procuração em anexo), o qual tem endereço para receber

todas e quaisquer intimações e demais comunicados no logradouro _______________,

respeitosamente, perante V.Exª, nos termos dos arts. 282, 273 e 585 §1º do CPC, art.38 da Lei

6830/80 e dos arts. 151,V c/c 156, X do CTN, ajuizar a presente

AÇÃO ANULATÓRIA COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA

Por fim, para que encerremos esse primeiro momento da nossa petição inicial, façamos o

comentário derradeiro, referente ao quinto e último passo, qual seja, o da indicação do Réu, ou

seja, a narrativa da informação que revela contra quem se pretende opor a tutela jurisdicional

requerida. Observemos:

1.e)INDICAÇÃO DO RÉU

Após todo esse caminho traçado, o desfeche final vem com a lembrança que é dever do peticionante

informar ao Juiz qual é a fazenda ré, ou seja, contra que se pretende fazer valer o direito

requerido. Logo, após todos os passos já aprendidos e à identificação da ação, basta que se escreva a

tradicional frase “em face do Município (ou Estado ou União) ___________ / Fazenda Pública

Municipal (ou Estadual ou Nacional)”. Essa é a regra e assim procederemos em todas as ações

cognitivas, a Anulatória, a Declaratória, a Consignatória, a Repetitória e nos Embargos do

Executado.

Mudaremos sutilmente no incidente processual anômalo de defesa chamado Exceção de Pré-

Executividade, no Mandado de Segurança e nos Recursos.

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Vejamos primeiro um exemplo dentro da regra, aonde demonstraremos uma petição inicial numa

ação anulatória com pedido de depósito em face de certo Município, que, no exemplo, será o

Município do Rio de Janeiro, capital fluminense.

Observemos:

Exmº Sr. Dr. Juiz de Direito da ____ Vara de Fazenda Pública da Comarca da Capital /

RJ

Caio Ticio, brasileiro, solteiro, engenheiro, CPF nº _______, Identidade nº _________,

domiciliado na cidade __________ e com residência no endereço __________________,

vem, por meio de seu advogado (procuração em anexo), o qual tem endereço para receber

todas e quaisquer intimações e demais comunicados no logradouro _______________,

respeitosamente, perante V.Exª, nos termos do art. 282 do CPC, art.38 da Lei 6830/80 e dos

arts. 151,II e 156, X do CTN, ajuizar a presente...

AÇÃO ANULATÓRIA COM PEDIDO DE DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL

Em face do Município do Rio de Janeiro/RJ, Fazenda Pública Municipal , pelos fatos e

fundamentos a seguir expostos.

Bom, se vocês visualizarem acima, vocês tem o primeiro momento da petição inicial concluso,

cumpridos os cinco passos elementares. Olhem o mesmo gráfico abaixo com o destaque de cada

um dos cinco passos:

Exmº Sr. Dr. Juiz de Direito da ____ Vara de Fazenda Pública da Comarca da Capital /

RJ (1)

Caio Ticio, brasileiro, solteiro, engenheiro, CPF nº _______, Identidade nº_________,

domiciliado na cidade __________ e com residência no endereço__________________, vem,

por meio de seu advogado (procuração em anexo), oqual tem endereço para receber todas

e quaisquer intimações e demais comunicados no logradouro _______________,

respeitosamente, perante V.Exª, (2) nos termos do art. 282 do CPC, art.38 da Lei 6830/80 e dos

arts. 151,II e 156, X do CTN, ajuizar a presente

(3) AÇÃO ANULATÓRIA COM PEDIDO DE DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL

(4) Em face do Município do Rio de Janeiro/RJ, Fazenda Pública Municipal , pelos fatos e

fundamentos a seguir expostos. (5)

2º MOMENTO – CONTEÚDO

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Como já exposto no início desse escrito, o segundo momento a ser visualizado na nossa petição

inicial é o que chamamos de conteúdo e ele é composto por uma “espinha dorsal” de três passos

(dos fatos; do direito; do pedido), podendo receber o acréscimo de alguns tópicos extras que são

inseridos como plus nesse nosso segundo momento. E isso varia de petição para petição, de acordo

com a natureza da ação.

Caminhemos e observemos essas pontuações.

2.a) DOS FATOS

Imagine se vocês fosse o Juiz que está recebendo em seu gabinete aquela ação distribuída. Você lê as

qualificações, vê quem é a parte, contra quem é a ação, identifica de plano a ação ajuizada, e, em

seguida, qual sua primeira curiosidade? Por certo você pensará “o que aconteceu? O que trouxe essa

pessoa aqui para ajuizar essa ação? Quais foram os fatos que motivaram essa demanda?”. Logo, é

dever do peticionante informar ao magistrado, de modo sucinto e objetivo, quais foram os fatos

que provocaram a contenda em evidência. E assim reza o art.282, III do CPC.

A recomendação que sempre dou aos meus alunos, quando do ensino da elaboração de petições

iniciais para as provas de segunda fase do Exame da Ordem, é a de que sejam apenas leias ao que foi

escrito no enunciado da questão. Não inventem, não narrem episódios ou informações que não foram

dadas pelo Examinador. Na hora de descrever os fatos, basta citar história contada pelo

examinador, e, quando muito, usar as próprias palavras para explicar de modo objetivo essa

história, elucidando a situação que motivou o ajuizamento da ação, mas sem jamais mudar o que

foi apresentado pelo elaborador do quesito como situação fática ensejadora do problema.

2.b)DO DIREITO. OS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO

Esse é o passo mais determinante da petição inicial, pois é aqui que o advogado vai utilizar toda sua

argumentação jurídica para mostrar que tem direito à tutela jurisdicional pretendida. Ou seja, é

nesse espaço da peça que o peticionante deve justificar, mediante uso de argumentos jurídicos, as

tese, a qual legitima seus pedidos e demonstra ao Juiz que assiste o bom direito à parte autora,

para que então possa o Magistrado, convencido pelo fundamentos jurídicos do pedido, acolher o

pedido principal deferindo a tutela almejada.

Nesse ponto da peça entra o conhecimento que o candidato deve ter sobre o direito material e

sobre as leis, bem como, sua atualização jurisprudencial. Aqui estará a questão central, ou, como se

costuma afirmar, a questão de mérito!

Algumas dicas objetivas para os alunos que farão a prova da OAB são importantes aqui. Sempre

que vocês estiverem utilizando o argumento jurídico que garanta o direito pretendido, caso vocês

se lembrem de terem lido a matéria em algum manual, citem a fonte doutrinária, bem como, se

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possível, também façam citação de um ou dois julgados do STF/STJ sobre o tema. Façamos alguns

comentários breves.

• CITAÇÃO DE DOUTRINA

Até o Exame 2009.2, era permitida a consulta à doutrina, o que a partir do Exame 2009.3 ficou

vedado face o Provimento 136/09, que substituiu o antigo Provimento 109 de 2005. Nesse propósito,

fica mais difícil, é claro, fazer a citação doutrinária, mas não fica impossível! A recomendação que

tenho dado a meus alunos é que leiam pelo menos um bom manual, e indico alguns. Nesse linear,

o candIdato se familiariza com pelo menos um doutrinador, o qual, certamente pode ter abordado a

questão que caiu como mérito na sua prova; e, se assim for, terá o candidato segurança para

citar esse doutrinador.

• CITAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA

Quanto à jurisprudência, é importante está acompanhando os informativos do STF e do STJ, pois,

é altamente factível que a questão explorada pelo Examinador tenha sido uma questão debatida nos

Tribunais maiores em tempos recentes, quiçá, de véspera mesmo. Se o aluno estiver acompanhando

e lendo, caso a questão caia na prova ele ficará seguro e a vontade para sustentar sua tese dentro dos

limites que a jurisprudência se edificou.

•Seguindo o nosso aprendizado, a nossa petição inicial já está ganhando substancial corpo.

Visualizemos aonde já chegamos, fazendo referência aos fatos e aos fundamentos jurídicos do

pedido. Toemos como exemplo a ação anulatória com pedido de depósito:

Caio Ticio, brasileiro, solteiro, engenheiro, CPF nº _______, Identidade nº _________,

domiciliado na cidade __________ e com residência no endereço __________________,

vem, por meio de seu advogado (procuração em anexo), o qual tem endereço para receber

todas e quaisquer intimações e demais comunicados no logradouro _______________,

respeitosamente, perante V.Exª, nos termos do art. 282 do CPC, art.38 da Lei 6830/80 e dos

arts. 151,II e 156, X do CTN, ajuizar a presente...

AÇÃO ANULATÓRIA COM PEDIDO DE DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL

Em face do Município do Rio de Janeiro/RJ, Fazenda Pública Municipal , pelos fatos e

fundamentos a seguir expostos.

I – DOS FATOS

II – DO DIREITO. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO.

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Antes de partirmos para o terceiro passo desse nosso segundo momento, façamos alguns

comentários esclarecedores. Como já citado anteriormente, as vezes podemos colocar ente o item I

e o item II alguns sub-itens, e isso varia de peça a peça.

Logo, quando assim fizermos, na nossa petição inicial o DO DIREITO não será o item II, recebendo

uma numeração mais seqüenciada. Exemplifico com alguns modelos de petição inicial.

Começo pela própria anulatória com pedido de depósito, em que podemos fazer expressa referência,

em destaque, ao depósito, destacando item específico para demonstrar que o depósito já foi feito

e informar que o comprovante segue em anexo, ou, simplesmente para formalizar o intento de

proceder ao depósito para fins de suspender a exigibilidade do crédito. Nesse propósito,

analisemos como ficaria a elaboração do conteúdo da nossa petição:

I – DOS FATOS

II – DO DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL

III – DO DIREITO. DOS FUNDAMENTOS DO PEDIDO

Na mesma propagação de raciocínio, se a anulatória for acompanhada de pedido de antecipação de

tutela ao invés de pedido de depósito, o item II será o “DA CONCESSÃO DA TUTELA

ANTECIPADA” e não “do depósito”. Vejamos:

I – DOS FATOS

II – DA CONCESSÃO DA TUTELA ANTECIPADA

III – DO DIREITO. DOS FUNDAMENTOS DO PEDIDO

Dou outro exemplo de especializações nos itens do conteúdo da petição inicial, no espaço entre a

discrição dos fatos e a apresentação dos fundamentos jurídicos do pedido. Narro o exemplo dos

Embargos do Executado. Nesses, é razoável inserirmos três referências especiais: a) à

tempestividade dos Embargos; b) à garantia feita para dar admissibilidade aos Embargos; c) do

efeito suspensivo dos Embargos. Nesse desiderato, visualizemos o conteúdo da nossa inicial

embargante:

I – DOS FATOS

II – DA TEMPESTIVIDADE DOS PRESENTES EMBARGOS

III – DA GARANTIA OFERECIDA

IV – DO EFEITO SUSPENSIVO

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V – DO DIREITO. DOS FUNDAMENTOS DO PEDIDO

Em linhas de conclusão, apenas para ilustrar um último exemplo, cito o MANDADO DE

SEGURANÇA. Nesse, é necessário abrir tópico de destaque para apontar o ato coator e autoridade

coatora, bem como a pessoa jurídica à qual ela é vinculada. Em seguida, abrimos um segundo

tópico para falarmos da LIMINAR.

Visualizemos:

I – DOS FATOS

II – DO ATO COATOR. DA AUTORIDADE COATORA E DA PESSOA

JURÍDICA À QUAL É VINCULADA

III – DA LIMINAR

IV – DO DIREITO. DOS FUNDAMENTOS DO PEDIDO

Por fim, registramos que no link do nosso site “SUPER SEGUNDA FASE” temos o sub-link

“MODELOS DE PETIÇÃO INICIAL”, e ainda o sub-link “DICAS”, nos quais vocês poderão

encontrar os modelos de petições e alguns comentários super importantes! Avancemos pro próximo

passo!

2.c)DO PEDIDO

Aqui formalizamos o nosso pleito, esclarecendo exatamente o que queremos do Judiciário como

tutela jurisdicional pretendida, na devida dosimetria. Costumo ensinar a meus alunos uma regrinha

para ajudar no raciocínio jurídico e facilita na visualização do pedido. O primeiro ponto é perceber

que existe o chamado Pedido Específico, que varia de ação para ação, bem como, os Pedidos

Genéricos. O que chamamos de pedido específico é aquilo que se revela como o principal fim

almejado com a ação; já por pedidos genéricos, falamos dos pedidos que se fazem em diversas

ações igualmente, como o requerimento de citação do réu, por exemplo. Façamos alguns

comentários interessantes sobre os pedidos.

PEDIDOS GENÉRICOS:

Começo comentando os pedidos genéricos. Existem pedidos que quase sempre fazemos,

independente de qual seja a ação manuseada no caso concreto. Salvo algumas pequeninas exceções,

em regra, nesse pedido genérico, formalizamos três pedidos ao Magistrado, a saber:

a) pedimos a citação do réu;

b)pedimos a permissão para a produção de todas as provas cabíveis;

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c) pedimos ainda a condenação do réu ao pagamento de verbas sucumbenciais e honorários

advocatícios.

Ressalvados alguns casos especiais, a seguir comentados, sempre elaboraremos esses três pedidos na

nossa petição; afinal, pensem: é necessário requerer a citação do réu, nos termos do art.282, VII,

sob pena de não se convalidar o processo (art.214, CPC); é de bom grado pedir permissão para

fazer todas as provas necessárias para demonstrar a verdade e a titularidade do direito alegado, se

realmente for preciso e caso não se possa trazê-las de plano na própria petição, nos termos do

art.282, VI do CPC; por fim, importante pedir a condenação do réu, caso vencido, a pagar todas as

verbas devidas ao final do processo, reembolsando as despesas processuais e remunerando com

honorários o advogado da parte vencedora, nos termos do disposto no art.20 do CPC.

Esse é o modelo regra e assim agiremos em quase todas as nossas peças. Sempre faremos esses

pedidos nas ações típicas tributárias, como a anulatória, a declaratória, a repetitória e a

consignatória. Também faremos nos embargos do executado. Há entretanto algumas

considerações especiais a serem comentadas sobre esses pedidos genéricos.

O primeiro destaque que faço é quanto ao Mandado de Segurança. No uso desse remédio

constitucional não se pede para produzir provas, pois as provas tem que ser feitas

documentalmente e acostadas na própria petição inicial; ou seja, no MS a prova é pré-constituída, e,

logo, não se faz o pedido genérico de produção de provas. Também no MS não se pode pedir a

condenação da fazenda ré, caso vencida, ao pagamento de honorários advocatícios, face vedação

prevista na parte final do art.25 da Lei 12.016/09, acolhendo tese prevalecente nos Tribunais de

que em sede de mandado de segurança não há “parte vencida” e sim ato coator impugnado. Nesse

linear, não se pode pedir condenação em honorários em sede de mandado de segurança. Quanto

às demais verbas sucumbenciais, relativas às despesas com custas no processo, plenamente viável

pedi-las; ainda assim, mesmo que não se formalize tal pedido, o direito é assegurado, tanto pelo

fato de o art.25 da Lei do MS não vedar, como pelo fato de o art.20 do CPC assegurar, e ainda

porque no art.282 não se exige a formalização desse pedido. Na prática, a maioria dos advogados

nem chega a pedir por expresso.

Logo, em sede de MS, o pedido genérico não trará o pedido para produção de provas e nem de

condenação em honorários advocatícios. Ainda em sede de MS, importante frisar que deve ser

requerida a intimação do Ministério Público para se manifestar, nos termos do art.12 da Lei

12.016/09. Quanto a esse ponto, friso que requerer que seja ouvido o parquet não é um ônus do

advogado e sim um dever do Juiz, mas, como o STF entende que caso não seja intimado o MP o MS

é nulo, é da práxis advocatícia que na inicial já se formalize o requerimento de que seja intimado o

MP.

Logo, no pedido genérico em sede de Mandado de Segurança temos algumas diferenças da maneira

como construímos esse pedido genérico nas ações ordinárias tributárias; enquanto nessas ações

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pedimos a citação do réu, a permissão para produção de provas e a condenação do réu em verbas

sucumbenciais e honorários advocatícios, no MS não pedimos citação do réu, pois, no fundo “não

há réu”, mas sim, pedimos a notificação da autoridade coatora, pedindo-se ainda a intimação do

MP, bem como não pedimos permissão para produção de provas e nem a condenação em

honorários advocatícios.

Por fim, rogo a atenção de vocês para se lembrarem que numa petição inicial, o segundo momento

dela é o do conteúdo, e, após os dois primeiros passos (narrar os fatos e apresentar os fundamentos

jurídicos do pedido), marchamos para o terceiro e derradeiro passo desse segundo momento,

quando então formalizamos o nosso pedido.

No “do pedido” trabalhamos com o PEDIDO ESPECÍFICO, o que, cada ação tem o “seu”, bem

como, com os PEDIDOS GENÉRICOS, que são pedidos iguais que fazemos em quase todas as

ações:

a) citação do réu;

b)pedido de permissão para produção de provas;

c) condenação do réu ao pagamento de verbas sucumbenciais e honorários advocatícios.

Vistos os comentários sobre o PEDIDO GENÉRICO, falemos a seguir dos PEDIDOS

ESPECÍFICOS!

PEDIDOS ESPECÍFICOS:

Em cada ação temos o chamado PEDIDO ESPECÍFICO, que, na verdade pode ser composto por

dois ou até mais pedidos, um deles que chamaremos de PEDIDOESPECÍFICO SUBSTANCIAL

ou PRINCIPAL e o (os) demais que chamaremos de PEDIDOS ESPECÍFICOS ACESSÓRIOS ou

CONEXOS. Esses pedidos tem ligação direta e perfeita com o mérito de cada ação e co a

indicação nuclear da tutela jurisdicional pretendida, tutela essa que, por lógico, varia de uma

ação para outra.

Exemplifiquemos.

Numa Ação de Repetição de Indébito, o que a parte pretende em juízo? Só cabe uma resposta: a

condenação da fazenda ré a restituir o montante pago indevidamente, correto? Portanto, o PEDIDO

ESPECÍFICO numa AÇÃO REPETITÓRIA é o de que seja julgada procedente a ação para fins

de se condenar a ré a repetir o montante apontado, face a todos os fundamentos apresentados.

E é “específico” pois somente nessa ação, somente na ação repetitória é que se formula pedido como

esse.

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Já se estivermos numa Ação Anulatória, o pedido específico só pode ser o de que seja julgada

procedente a ação para fins de se anular o lançamento e declarar extinto o crédito tributário

atacado, face aos fundamentos ante esposados. Logo, observem que em cada ação, temos um

PEDIDO ESPECÍFICO PRINCIPAL ou SUBSTANCIAL, com o qual o advogado, em nome e

interesse da parte, pede a tutela primordial que está sendo buscada. No caso da Anulatória, é

evidente que o PEDIDO ESPECÍFICO PRINCIPAL vem acompanhado de um PEDIDO

ESPECÍFICO ACESSÓRIO ou CONEXO, qual seja, o de que se conceda a tutela antecipada nos

termos formulados e face aos fundamentos apresentados, para fins de se suspender a

exigibilidade do crédito tributário (nos casos de anulatória com pedido de antecipação de tutela)

ou então que se autorize o depósito do montante integral em dinheiro para fins de suspender a

exigibilidade do crédito tributário, face os fundamentos ante esposados (nos casos de anulatória

com depósito do montante integral). Já se estivermos falando de uso de embargos do executado,

o PEDIDO ESPECÍFICO PRINCIPAL é o de que seja julgada procedente a ação embargante para

fins de declarar a inexistência da dívida executada, reconhecendo a nulidade da CDA e afirmando

a extinção do crédito tributário exeqüendo. Acompanhando esse pedido específico principal,

vem o PEDIDO ESPECÍFICO CONEXO, qual seja, o de que seja autorizado o levantamento da

garantia ao final do processo.

Portanto, constatem, meus amigos e amigas, que SEMPRE faremos um PEDIDO

ESPECÍFICO PRINCIPAL e EVENTUALMENTE elaboraremos em seguida um ou alguns

PEDIDOS ESPECÍFICOS ACESSÓRIOS, todos ligados ao mérito do que queremos, pedidos

esses com os quais realmente formalizamos o nosso pleito externando aquilo que verdadeiramente

buscamos ao final do processo.

Analisemos o modelo da nossa petição inicial formatada com base em todas as informações que já

aprendemos, exaurindo o primeiro e o segundo momentos, quais sejam, a apresentação formal

(em seus cinco passos) e o conteúdo (em seus três passos). Visualizem no exemplo de uma ação

anulatória com pedido de depósito:

Caio Ticio, brasileiro, solteiro, engenheiro, CPF nº _______, Identidade nº _________,

domiciliado na cidade __________ e com residência no endereço __________________,

vem, por meio de seu advogado (procuração em anexo), o qual tem endereço para receber

todas e quaisquer intimações e demais comunicados no logradouro _______________,

respeitosamente, perante V.Exª, nos termos do art. 282 do CPC, art.38 da Lei 6830/80 e dos

arts. 151,II e 156, X do CTN, ajuizar a presente...

AÇÃO ANULATÓRIA COM PEDIDO DE DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL

Em face do Município do Rio de Janeiro/RJ, Fazenda Pública Municipal , pelos fatos e

fundamentos a seguir expostos.

I – DOS FATOS

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II – DO DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL EM DINHEIRO

III – DO DIREITO. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO.

IV – DO PEDIDO

a)PEDIDOS ESPECÍFICOS

b) PEDIDOS GENÉRICOS

3º MOMENTO – DESPEDIDA

Esse é o mais simples e mais curto dos três momentos da nossa petição inicial.

Noventa e nove por cento da estrutura dela já foi conclusa. Apesar, é importante saber formular de

maneira técnica e adequada esse fechamento da peça inaugural. E, nas provas do Exame da

Ordem, nas segundas fases de direito tributário, a Banca Examinadora atribui pontuação nesse

momento, distribuindo graus nos quesitos que apresentaremos a seguir, entretando no Exame

2010.2, a banca examidora, no caso a FGV, atribui valoração maior ao DO DIREITO.

São três passos extremamente objetivos a serem elencados, conforma já citado anteriormente, para o

que, relembramos:

a) atribuição de valor à causa;

b)pedido de deferimento, face a todo o exposto;

c) firmar local, data e assinar a peça, consignando o número de inscrição da OAB do advogado

peticionante

Ora, nos termos dos arts.258 e 259 do CPC, toda ação deve ter um valor da causa, o qual deve

constar de modo expresso na petição inicial. E esse é o primeiro passo da DESPEDIDA da nossa

petição inicial.

Nas provas do Exame de Ordem, é fundamental que o candidato coloque na sua petição inicial o

famoso jargão “dá-se a causa o valor R$________”. Costumo dizer a meus alunos que não chega a

ser imprescindível que se especifique qual é esse valor, em números, mas sim, e isso sim é

fundamental, cito que é necessário abrir na peça o tópico que se refira ao valor da causa, pois é essa

informação que a Banca Examinadora quer ver, detectando que o candidato tem conhecimento das

exigências dos citados arts. 258 e 259 do CPC e que ele sabe que numa petição inicial se deve

atribuir valor à causa.

A única peça em que não é necessário atribuir valor à causa é na Exceção de Pré-Executividade,

pois, de fato, não se trata de uma petição inicial em ação judicial, já que a EPE sequer tem natureza

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de ação, sendo apenas um incidente processual anômalo que se revela como importante via de

defesa de um executado, quando a matéria autoriza seu uso. Nessa, é dispisciendo atribuir valor a

causa, o qual, com certeza, seria o arbitrado pela fazenda exeqüente na petição inicial da ação

executiva objeto do ataque excipiente.

Por fim, quanto a esse primeiro passo, o de atribuir o valor a causa, chamo a atenção que na inicial

em embargos do executado, o valor da causa será o mesmo atribuído pela petição inicial

exeqüente, o qual é determinado pelo valor do montante objeto do título executivo e da própria

execução fiscal; o art.6º, §4º da LEF determina que na inicial executiva o valor da causa seja o

mesmo da dívida exeqüenda constante da certidão de dívida ativa, e, por logo, não pode ser diferente

o da ação embargante.

O segundo e penúltimo passo desse terceiro momento, é o de se fazer constar na peça a tradicional

expressão “nesses termos, pede deferimento”, ou, como simplesmente é colocado de modo

abreviado, “N.T., p.d.”. Não que seja obrigatório, essencial, jamais. É apenas uma maneira cordial

de se encerrar o diálogo estabelecido desde o endereçamento da ação formalizado na elaboração

do cabeçalho, ou, no cumprimento, como chamamos. Portanto,sempre oriento meus alunos a após

atribuírem o valor da causa, formalizarem de modo solene o encerramento de sua “fala” (escrita!),

reiterando o pedido de deferimento de tudo que foi pleiteado, após toda a exposição feita. Por

isso o famoso “nesses termos, pede deferimento”, ou então, “face o exposto, aguarda acolhida”, ou

como cada um queria formalizar.

Após tudo isso, o derradeiro terceiro passo, com o qual se fecha o terceiro momento e a

própria petição inicial. Devemos firmar a data e local, bem como escrevermos “Advogado

________, OAB nº _____”, com o que demonstramos que existe um advogado assinando a peça

e identificando-o pelo número de inscrição perante a Seccional da OAB em que é inscrito. Aqui,

nesse quesito último, peço a todos

vocês M-Á-X-I-M-A A-T-E-N-Ç-Ã-O para o mais importante de todos os comentários feitos até

aqui: é determinante que vocês, ao redigirem a peça, qualquer que seja ela, qualquer que seja a ação

em tela, „J-A-M-A-I-S A-S-S-I-N-E-M COM O NOME DE VOCÊS! Se vocês fizerem isso vocês

serão eliminados sumariamente do concurso, pois nenhum candidato pode se identificar para a

Banca, o que levantaria desconfortáveis argumentos quanto a idoneidade e imparcialidade da

correção. Portanto, basta que vocês façam referência ao tópico, deixando o espaço em branco aonde

se escreveria o nome do advogado e se colocaria o número da inscrição, ou então, se o Examinador

der nome ao advogado e número a sua inscrição, vocês utilizam o que foi fornecido pelo

Examinador na elaboração da questão.

Sendo assim, face a todo o exposto até aqui, visualizemos nossa petição inicial, enfim conclusa, com

o já habitual exemplo da ação anulatória com pedido de depósito do montante integral em dinheiro:

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Caio Ticio, brasileiro, solteiro, engenheiro, CPF nº _______, Identidade nº _________,

domiciliado na cidade __________ e com residência no endereço __________________,

vem, por meio de seu advogado (procuração em anexo), o qual tem endereço para receber

todas e quaisquer intimações e demais comunicados no logradouro _______________,

respeitosamente, perante V.Exª, os termos do art. 282 do CPC, art.38 da Lei 6830/80 e dos

arts. 151,II e 156, X do CTN, ajuizar a presente...

AÇÃO ANULATÓRIA COM PEDIDO DE DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL

Em face do Município do Rio de Janeiro/RJ, Fazenda Pública Municipal , pelos fatos e

fundamentos a seguir expostos.

I – DOS FATOS

II – DO DEPÓSITO DO MONTANTE INTEGRAL EM DINHEIRO

III – DO DIREITO. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO.

IV – DO PEDIDO

c) PEDIDOS ESPECÍFICOS

d) PEDIDOS GENÉRICOS

Dá-se a causa o valor R$ ________________________

Nesses Termos,

Pede deferimento.

Local ______________, Data ___ / ___ / ______

Advogado _______________________ , OAB nº __________

Por fim, meus amigos, reitero o registro a vocês da informação de que no próprio site

www.suprmandaoab.com.br vocês vão achar informações super úteis e importantes quanto as

peças a serem elaboradas, bem como modelos preparados de petições iniciais em cada uma das

ações e ainda dados e dicas elementares para que vocês possam obter o maior êxito possível no

aprendizado e na prática da elaboração das petiços iniciais em matéria tributária!