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REDAÇÃO Baseado na obra de João Domingues Maia Língua, Literatura e Redação, Volume 1, 2. e 3, Editora Ática, 1990. São Paulo, ISBN 85 08 03073 9 João Domingues Maia – Mestre e Doutor em Letras pela PUC- RJ. ----------------------------------- ----------------------------------- ------- O QUE É REDAÇÃO Uma redação é uma composição escrita , construída na forma de um texto , seguindo-se um dos seguintes tipos: uma narração , uma descrição , uma dissertação ou uma notícia jornalística. O texto de uma redação deve abordar um tema e é composto de frases , orações , períodos , parágrafos , escrito num idioma, como o português, o inglês, o francês, e imagina-se, em outra língua qualquer.

Como Fazer Uma Redacao

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Como fazer uma boa redação

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REDAO

Baseado na obra de Joo Domingues MaiaLngua, Literatura e Redao, Volume 1, 2. e 3, Editora tica, 1990.So Paulo, ISBN 85 08 03073 9 Joo Domingues Maia Mestre e Doutor em Letras pela PUC-RJ.-----------------------------------------------------------------------------O QUE REDAO Uma redao uma composio escrita, construda na forma de um texto, seguindo-se um dos seguintes tipos: uma narrao, uma descrio, uma dissertao ou uma notcia jornalstica. O texto de uma redao deve abordar um tema e composto de frases, oraes, perodos, pargrafos, escrito num idioma, como o portugus, o ingls, o francs, e imagina-se, em outra lngua qualquer. FRASE qualquer enunciado dotado de significao.

Exemplos: (a) Ateno ! (b) Sabrina uma menina muito comunicativa.ORAO Caracteriza-se por ter um verbo, claro ou subentendido, ou uma locuo verbal.Exemplos: (a) Nunca mais vi o Sr. Carvalho. (b) Tnhamos construdo uma casa no subrbio.PERODO Constitui-se de uma ou mais oraes. Quando possui uma s orao diz-se que o perodo simples e a orao absoluta.Exemplo: Macunama presenciou a raiva do gigante.Quando o perodo possui mais de uma orao, diz-se ser um perodo composto.Exemplo: Piaim estava to furibundo que atirou os mangars longe. PARGRAFO O pargrafo uma unidade do discurso constituda por uma sequncia de frases, formando uma subdiviso de um texto mais longo. Tipograficamente, caracteriza-se por uma pequeno afastamento da margem esquerda. Outra caracterstica do pargrafo, sob o ponto de vista lingustico, a de conter uma ideia central, a qual se agregam outras, secundrias, todas intimamente relacionadas entre si pelo sentido.

TPICO FRASAL A estrutura da maioria dos pargrafos apresenta as seguintes partes: introduo, desenvolvimento, mas, mais raramente uma concluso.

A introduo num pargrafo consiste de um ou dois perodos curtos, que expressam de modo resumido a ideia central do pargrafo ou ideia-ncleo do pargrafo. A essa ideia-ncleo d-se o nome de tpico frasal. O desenvolvimento consiste na explanao da ideia-ncleo.

REFLEXO SOBRE UM TEMA Diante de um tema sobre o qual devemos escrever comum uma reao de desnimo. comum no incio no nos ocorrer uma s ideia, no sabemos como comear e o que dizer. Isso pode ser evitado se, ao invs de comearmos logo a redao, utilizarmos parte do tempo procurando ideias atravs da reflexo.Essa reflexo pode ser orientada atravs de um questionamento que busque um contedo ordenado e racional. A partir de uma simples pergunta inicial, podemos criar algo parecido como uma reao em cadeia.A pergunta inicial depender do fato ou conceito que temos em mente, ou poder ser selecionada dentre as que se seguem: Quando? (tempo) Onde? (lugar) Como? (modo) Por que? (causa) Para que? (finalidade) Quais as consequncias?

Depois disso, as ideias sero suficientes para darmos contedo redao. O prximo passo ser selecion-las e orden-las, para que sirvam introduo, ao desenvolvimento e ao fechamento do texto, fazendo uma concluso.

Deve ficar claro que os recursos para criarmos e desenvolvermos ideias dependero muito da nossa cultura geral, da nossa vivncia com o tema. Por isso, o interesse pela leitura de livros, jornais e revistas fundamental.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Cultura no o que se l. Mas, o que se v.

In memorian, Plnio Marcos de Barros, dramaturgo brasileiro, (Santos,29 de setembrode1935So Paulo,29 de novembro de1999) foi umescritorbrasileiro, autor de inmeraspeas de teatro. Foi tambmator, diretor ejornalista. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Plnio_Marcos)-------------------------------------------------------------------------------------------------------------PARFRASE Um tipo de atividade importante a quem apresenta dificuldade para redigir consiste em parafrasear. Parafrasear dar outra forma a uma mensagem escrita, sem alterar-lhe o sentido. Trata-se de uma forma de escrever que toma como modelo uma forma anterior escrita. O exerccio da parfrase permite-nos praticar a busca de sinnimos e de outras estruturas possveis para a mesma frase, sem se preocupar em com e como comear, o que dizer e como terminar.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------NARRAO A narrao dos tipos de composio escrita mais comum. Existem dois processos de que se vale o narrador para que saibamos as ideias dos personagens no curso de uma narrao. Esses processos so: o discurso direto e o discurso indireto. Vejamos cada um deles.

Discurso Direto No discurso direto a fala dos personagens reproduzida fielmente. Para introduzi-la, o narrador se utiliza de verbos como, dizer, afirmar, sugerir, perguntar, indagar, ...., e ainda de dois pontos, aspas ou travesso.

Discurso Indireto O discurso indireto tambm introduzido pelos verbos tais como dizer, afirmar, responder, confessar, . No entanto, nesse caso, o narrador diz com suas prprias palavras aquilo que os personagens teriam dito: isto , incorpora em seu prprio discurso as mensagens dos personagens, sem a preocupao de reproduzir textualmente as palavras desses.

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DESCRIO A descrio consiste na caracterizao de um objeto, um ser ou uma paisagem, podendo ser literria ou tcnica.

A descrio literria tem como caractersticas: subjetividade, linguagem conotativa, interferncia da sensibilidade do redator referindo-se a objetos ou seres concretos ou imaginrios.

A descrio tcnica apresenta como caratersticas: objetividade, linguagem referencial, denotativa, referindo-se apenas a objetos concretos. Usa-se na composio de um memorial.

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DISSERTAO (I)

J foi mostrado nas sees anteriores a narrao e a descrio. Estas, juntamente com a dissertao, que veremos a seguir, constituem os tipos mais comuns de composio escrita. A dissertao um outro tipo de composio, muito usado no meio acadmico.

Uma dissertao tem trs partes fundamentais: introduo, desenvolvimento e concluso.

A introduo serve para preparar o leitor. Deve estar relacionada com o que se vai discutir ou expor no desenvolvimento. Deve ser relativamente breve em relao ao todo. Pode ser apenas de um pargrafo. No deve desviar-se do que estar contido no desenvolvimento. Deve ser objetiva, portanto, sem rodeios.

O desenvolvimento a parte mais significativa da dissertao. Parte em que mais se discute a tese, mais se debatem os problemas. A so apresentados os raciocnios, a argumentao, as controvrsias e as dedues. a substncia do trabalho. No pode ser menor do que introduo e (ou) a concluso.

A concluso o fecho da dissertao. Nela, o redator pode resumir os seus pontos de vista. Apresenta uma sntese das ideias contidas no desenvolvimento. No pode ser dispensada. Deve ser breve e ter um carter geral. Pode ser at mesmo de um pargrafo somente.

DISSERTAO (II)

Alguns conselhos ao se elaborar este tipo de composio.

Delimitao do tema:

preciso, em fase de terminado tema, escolher cuidadosamente os aspectos que devero ser abordados, vale dizer: impor certos limites redao.

Diferentes maneiras de desenvolver ideias:1. Analisando-as e desdobrando-as.2. Apreciando os ps e os contras.3. Estabelecendo, quando for o caso, paralelos por analogia ou contraste. 4. Verificando as causas e consequncias.

Tipos de dissertao:

1. Dissertao Expositiva O autor apresenta ideias sem defend-las ou interpret-las. Deve ser objetiva, demonstrando que o autor conhece bem o tema e o expe com lgica, clareza e coerncia.

2. Dissertao Polmica O autor apresenta ideias de modo a provar sua opinio. O autor deve se valer de argumentos fortes, no sentido de tentar convencer o leitor.

Usa-se dissertao para:

1. Trabalhos de Concluso de Cursos de Graduao.2. Trabalhos de Concluso de Pesquisa de Mestrado.3. Trabalhos de Concluso de Tese de Doutorado.4. Artigos acadmicos ou cientficos.

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Para saber como se escreve um resumo, uma introduo, o corpo de um artigo ou dissertao, e como escrever uma concluso:

Como elaborar trabalhos cientficos(artigo, survey, tutorial, dissertao)( descompactar o arquivowritingcenter.rar e encontrar o arquivodicas.html)

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NOTCIA Vejamos agora um tipo de composio especial: a reportagem jornalstica.

Uma reportagem qualquer pode ser dividida em trs partes: ttulo, primeiro pargrafo (lead) e o restante da histria.

TTULO Caracteriza-se por: (a) Apresentar funo apelativa;(b) Ser uma mensagem condensada;(c) Destacar-se graficamente ao resto da reportagem.

LEAD O lead (primeiro pargrafo) o mais importante da reportagem e caracteriza-se por:(a) Conter as primeiras informaes;(b) Ser breve;(c) Geralmente responder s perguntas: Quem? , O que?, Quando?, Onde?, Por que? e Como?

COMPLEMENTAO O redator deve resumir a histria toda no primeiro pargrafo, com o cuidado de manter o interesse do leitor pelo resto da coluna. Portanto, seleciona os incidentes mais importantes para o lead, escolhe outros fatos de mais destaque, at que chegue aos menos importantes, construindo o que se chama pirmide invertida. Na base dessa pirmide invertida est o lead.QUALIDADES DO TEXTO (I)

Entre as qualidades fundamentais de um texto destacam-se a clareza, a conciso, a correo, a procisso, a naturalidade e a originalidade.

A clareza resulta da linguagem simples, acessvel, e sem ambiguidades.

A conciso resulta da ausncia de palavras suprfluas ou digresses inteis, do cuidado em no adjetivar desmedidamente ou redigir perodos extensos e emaranhados.

A correo decorrente da observncia da linguagem habitualmente empregada pelas pessoas cultas, da preocupao com a ortografia, a concordncia, a regncia, o emprego dos pronomes ...

A preciso o resultado da escolha da palavra certa para a ideia que se quer exprimir, pois a impropriedade dos termos torna a linguagem ambgua e obscura.

A naturalidade resulta de uma linguagem simples e espontnea, sem termos pomposos ou artificiais que revelem preciosismo ou linguagem afetada.

A originalidade resulta do modo particular e criativo com que o redator trata o tema, refletindo a inteno de fugir a qualquer imitao.

QUALIDADES DO TEXTO (II)

Na seo anterior, foram mostradas as qualidades que um texto deve possuir.Nesta, abordaremos um dos defeitos mais frequentes a ser evitado: o clich.

Por clich entenda-se aquelas palavras ou frases que constituem lugar comum, chavo. usado nas situaes mais diversas pelas mais diferentes pessoas, como uma frmula que a tudo resolve.

Clichs podem ser: amorosos, paisagsticos, familiares e existenciais.

VCIOS DE LINGUAGEM (I)

Um vcio comum encontrado em textos o emprego abusivo de pronomes retos.

Exemplo 1: Quando eu cheguei casa do meu amigo, eu disse a ele que eu gostaria de que ele me ajudasse num projeto que eu estava elaborando ...

Forma correta: Quando eu cheguei casa do meu amigo, disse a ele que gostaria de que me ajudasse num projeto que estava elaborando ...

Exemplo 2: Eu penso que, se eu passar a maior parte do dia me divertindo, eu no terei xito nos estudos e eu acabarei sendo reprovado.

Forma correta: Penso que, se eu passar a maior parte do dia me divertindo, no terei xito nos estudos e acabarei sendo reprovado.

VCIOS DE LINGUAGEM (II)

Um dos vcios mais comuns que podem aparecer num texto, trata-se do emprego abusivo das conjunes coordenativas: e, a, mas a, ento, mas ento.

VCIOS DE LINGUAGEM (III)

Evitar o uso abusivo do que, que pode ser um pronome ou uma conjuno.

Exemplo: Creio que o que talvez seja ainda pior que a inflao que assola o nosso pas e que diminui o poder de compra do povo que ela se faz acompanhar de uma corrupo moral que devora o cerne da sociedade.

Forma correta: O que talvez seja ainda pior, creio, que a inflao que assola o nosso pas, diminuindo o poder de compra do povo, faz-se acompanhar de uma corrupo moral que devora o cerne da sociedade.

VCIOS DE LINGUAGEM (IV)

Ambiguidade Frequentemente encontramos num texto frases que causam ambiguidade, isto , frases que do margem duplicidade de significados.

a) Ambiguidade motivada pela posio do adjunto adverbial.Exemplo: Os alunos que estudam raramente tiram notas ruins.Correo: Os alunos que estudam tiram notas ruins raramente.b) Ambiguidade nas oraes adjetivas.

Exemplo: Pintaram o quarto da casa em que durmo.

Correo: Pintaram o quarto da casa no qual durmo.

c) Ambiguidade nas oraes reduzidas.

Exemplo: Comprando legumes na feira, encontrei o meu vizinho.

Coreeo: Quando eu comprava legumes na feira, encontrei o meu vizinho.

Exemplo: Soltar no matar. (no existe vrgula na orao)

Soltar, no matar.

Soltar no, matar.

d) Ambiguidade motivada pelo uso de pronomes.

Exemplo: Pedro disse a Fernando que ele no havia tirado boas notas.

Correo: Pedro disse a Fernando que ele, Fernando, no havia tirado boas notas. Pedro, que no tirara boas notas, comentou isso com Fernando.

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