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Cursos de capacitação profissional com certificado www.cursosavante.com.br Como lidar com alunos com necessidades especiais? Ao decorrer deste e-book gratuito, você verá 26 dicas incríveis para aprimorar o seu relacionamento em sala de aula com alunos que possuem necessidades especiais. Mas antes, existem algumas questões que devemos deixar claras! O que é um aluno com necessidades especiais? Todo aluno que foge do padrão de aprendizado para sua idade, tanto para menos quanto para mais, considerando o físico, sensorial e mental. Também pode ser considerado aluno com necessidades especiais, os que apresentam um tipo de dificuldade devido a: problemas de dicção, transtornos comportamentais, TDAH (Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), bloqueio ou refeição ao aprendizado de uma língua estrangeira (filtro afetivo). Deve ficar claro que alunos superdotados também são considerados portadores de necessidades especiais. Ser portador de necessidades especiais não significa incapacidade de aprender. Devemos estar preparados para um atendimento diferenciado e individualizado, pois o aprendizado pode ser mais lento, mas não impossível. Quem deve identificar a necessidade especial? O professor que faz o diagnóstico? A resposta é NÃO. Os professores não possuem qualificação para realizar um diagnóstico oficial. Os pais devem ser os principais colaboradores nesse momento, onde existe uma suspeita de necessidade especial, devendo informar à escola onde seus filhos precisam de mais apoio. O grande problema é manter um diálogo aberto e sincero com os pais, já que muitos não aceitam ou compreendem que existe um problema, dificultando muito o trabalho do professor.

Como Lidar Com Alunos Com Necessidades Especiais

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Como lidar com alunos com necessidades especiais?

Ao decorrer deste e-book gratuito, você verá 26 dicas

incríveis para aprimorar o seu relacionamento em sala de

aula com alunos que possuem necessidades especiais.

Mas antes, existem algumas questões que devemos deixar

claras!

O que é um aluno com necessidades especiais?

Todo aluno que foge do padrão de aprendizado para sua idade, tanto para menos quanto para

mais, considerando o físico, sensorial e mental.

Também pode ser considerado aluno com necessidades especiais, os que apresentam um tipo

de dificuldade devido a: problemas de dicção, transtornos comportamentais, TDAH

(Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade), bloqueio ou refeição ao aprendizado de

uma língua estrangeira (filtro afetivo). Deve ficar claro que alunos superdotados também são

considerados portadores de necessidades especiais.

Ser portador de necessidades especiais não significa incapacidade de aprender. Devemos estar

preparados para um atendimento diferenciado e individualizado, pois o aprendizado pode ser

mais lento, mas não impossível.

Quem deve identificar a necessidade especial? O professor que faz

o diagnóstico?

A resposta é NÃO. Os professores não possuem qualificação para realizar um diagnóstico

oficial.

Os pais devem ser os principais colaboradores nesse momento, onde existe uma suspeita de

necessidade especial, devendo informar à escola onde seus filhos precisam de mais apoio. O

grande problema é manter um diálogo aberto e sincero com os pais, já que muitos não

aceitam ou compreendem que existe um problema, dificultando muito o trabalho do

professor.

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É comum confundir distúrbios com: bagunça, hiperatividade ou falta de interesse. O dia a dia

da de sala de aula não necessariamente trará ao professor segurança suficiente para traçar ou

identificar a média de aprendizagem de uma determinada faixa etária.

Existe uma avalanche de diagnósticos equivocados: afinal, ao “medicar”, a responsabilidade

deixa de ser dos pais, educadores e passa a ser médica, isto é, é mais fácil medicar do que lidar

com problemas que possam nem passar pelo aluno. Por exemplo, um aluno apático e

briguento por conta de problemas e brigas constantes dos pais – é mais fácil dizer que a

criança está com problemas do que aceitar um fracasso no casamento. Ou, um aluno que vem

de outras atividades, várias vezes, sem almoçar e com poucas horas de sono pode ser

facilmente considerado como alguém que tem déficit de atenção. Há também pais que

informam a escola sobre a condição dos filhos, mas proíbem que o professor fale sobre o

assunto com o próprio aluno, e não admitem concessões ou adaptações para ele.

Como lidar com estes casos, já que em nosso campo raramente

estudamos isso na universidade? Mesmo com o diagnóstico, como

fica o papel do professor diante deste desafio?

Primeiro, os pais é que devem informar o problema. O professor não deve diagnosticar o aluno

ou sequer, levantar suspeita. Porém, às vezes, é possível identificar uma dificuldade com que

um aluno lida com certas coisas na sala de aula, e, como pedagogos, vamos ter que encontrar

soluções pedagógicas. Uma pergunta possível para os pais seria: “E na escola, como anda o

trabalho do aluno?”

Além disso, diante do diagnóstico um professor deve, acima de tudo, procurar também ajuda

profissional, validada pela instituição onde trabalha. Alguns pais, inclusive, podem não saber

com lidar com um diagnóstico que muitas vezes parece sentenciar o aluno ao fracasso. A

inclusão só será possível mediante um diálogo franco e aberto entre pais e escola, e suporte

intenso da instituição de ensino ao professor. Também devemos ter muita paciência e

compreensão, e sempre experimentar novas técnicas.

Desafios. Existem muitos desafios para a educação inclusiva:

Salas de aula cheias, com condições nem sempre favoráveis.

Tempo limitado e aulas “corridas”, sem tempo suficiente para identificarmos

problemas e pensarmos em soluções para lidar com o aluno e, às vezes, coma família

do mesmo.

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Achar/procurar estratégias para incluir e envolver essas crianças.

Descobrir seus pontos fortes e francos, múltiplas inteligências, etc.

Currículo ambicioso e “apertado”, provas com todo o conteúdo, horário mínimo de

aula, professores com horários cheios.

Instituições de ensino oferecendo opções a estes alunos.

Trabalhar com “testes prontos”, que não estão adaptados para estes alunos.

Prover condições de trabalho que permitam acomodação às necessidades do aluno.

Trabalhar com as expectativas de forma diferente, encontrando uma forma de

envolver este aluno, mas ainda continuando nosso trabalho com os outros alunos.

Trabalhar com estes alunos em níveis mais avançados (aulas de idiomas).

Falta de compreensão de turmas que reclamam da “lentidão” de uma aula que

favoreça um aluno com necessidades especiais.

Grande esforço para integrar o aluno à turma e à aula, seguido de avaliação que trata

a todos como iguais.

Baixa autoestima destes alunos com necessidades especiais.

Livros excessivamente calcados no paradigma visual.

As dicas e técnicas descritas aqui surgiram a partir de leitura, e da

própria experiência de cada um dos participantes:

Carminha Pimentel relatou sua experiência com um aluno que conversa a aula inteira, e toma

remédios para controlar o problema.

Aurélio Araújo tem um aluno com hiperatividade diagnosticada e que toma medicamentos

controlados. Além disso, ele apresenta dificuldades de socialização, e tem comportamentos

agressivos. Na mesma turma há um aluno que parece ser hiperativo, é extremamente

indisciplinado e age como um líder negativo em sala de aula. O professor se diz confuso e

sobrecarregado ao zelar pela integridade deste aluno enquanto também gerencia uma sala de

aula.

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Luciana Berner conta que conheceu um aluno que só foi diagnosticado após a intervenção do

professor, pois os pais não havia percebido a necessidade do filho.

Kelly Amorim relata um caso em que um aluno de 8 anos, novo aluno na instituiçào. Logo de

início a mãe procurou a professora para relatar o problema de dicção, até mesmo para o

Português. Desde o início ela vem tralhando de forma diferente com ele e semana passada e

mãe do menino trouxe um feedback, de que o aluno está melhorando a fala desde que entrou

para o curso. Ela também tem um aluno com baixa cognição aos 9 anos.

Maria Xavier relatou o caso de uma aluna de nível básico que foi diagnosticada com um tumor

que faz com que ela tenha crises de ausência, não consegue abstrair e tem muita dificuldade.

A professora nunca tinha tido uma aluna com este perfil, e a mãe, que é especialista em

necessidades especiais, não quis que a aluna fosse encaminhada ao departamento de

necessidades especiais.

Valéria Franca relatou que já teve uma aluna parecida com a de Maria Xavier. Conversando

com ela, começou a identificar os dias em que ela teria uma convulsão. Valéria também

relatou a experiência que teve com dois cadeirantes, que mudou totalmente sua dinâmica em

sala de aula.

Natália Guerreiro contou-nos sobre uma mulher adulta de pouquíssimo estudo que tinha uma

deficiência que só a permitia enxergar de cabeça pra baixo. Ela escrevia da direita pra

esquerda, se sentia envergonhada, e usava o livro “normal” para que os outros alunos não

soubessem. Ela também não aceitava que a professora escrevesse diferente no quadro.

Giselle Santos teve uma aluna narcoléptica, que dormia durante as aulas, inclusive durante as

falas.

Gustavo Barcellos relatou que teve uma aluna totalmente surda, e notou quando viu o

aparelho em seus ouvidos.

Shirley Rodrigues já teve vários alunos com necessidades especiais, e relata que o mais difícil

de todos foi um superdotado.

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Técnicas e dicas

1. Ter conhecimento de como o cérebro processa a língua ajuda a personalizar as atividades e

catalisar aprendizagem.

2. Utilizar elogios e estabelecer bom relacionamento com o aluno, estabelecer rapport

(chamar o aluno pelo nome, estabelecer contato visual, sorrir, estabelecer relação amigável,

atentar para dúvidas e ter paciência com elas, usar bom humor, etc…).

3. Alunos que precisam se movimentar mais durante uma aula – usar como assistente e dar

também um pequeno intervalo para tomar água, para os hiperativos um brinquedinho bem

pequeno que não produz som nenhum (tipo bichinho de pelúcia) para acalmar, passar

conforto.

4. “Scaffolding” das tarefas e uma forma diferente de apresentação de tarefas, ou seja, utilizar

o conhecimento e auxílio de colegas de classe, trabalhos em pares, grupos, etc…

5. Demandar que o aluno produza dentro de sua capacidade de produção. Cada aluno deverá

trabalhar dentro de suas possibilidades (isto é inclusão). Não idealizar e sim aceitar que nós

professores não estamos na sala de aula para criarmos gênios. Temos que ter MUITA

paciência.

6. Kelly Amorim relatou a história de um aluno com baixa cognição aos 9 anos de idade. Como

as aulas possuem sempre histórias e músicas, ela sempre solicita a ele, no final da aula, que na

próxima aula ele leve uma historinha sobre o que aprendeu e o que lembra da aula. Assim ele

vem se mantendo motivado, pois está conseguindo acompanhar a turma, uma vez que está

fazendo, à sua própria maneira, um apanhado do que foi aprendido e esse trabalho, em casa, o

faz pensar mais e ter mais tempo de contato com o livro e a matéria, além do dever de casa.

7. Apoio emocional em casa e na escola. Isso pode ajudar a superar os traumas de ser um

aluno diferente de seus colegas.

8. Personalização, observando quando um aluno se sai melhor em sala, com o que ele se sente

mais confortável, se é mais auditivo, sinestésico ou visual.

9. Conversar com o coordenador pedagógico, e uma vez tendo o aluno diagnosticado,

estabelecer parceria com os pais com tarefas que sejam a extensão do mundo do aluno em

sala de aula e vice-versa.

10. Fazer um pequeno exercício em sala de aula, usando habilidades diferentes.

11. Trabalhar dentro das possibilidades dos alunos, aceitando que não estamos em sala para

criar gênios.

12. Valorizar cada habilidade que um aluno demonstrar ter para a leitura e histórias…

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13. Incentivar o aluno a sentar-se próximo ao professor.

14. Desenvolver avaliações que ensinem a “olhar a diferença”, e a medir o que o aluno

consegue fazer, ao invés daquilo que ele não consegue fazer.

15. Conhecer bastante cada aluno, conversar com eles, e em alguns casos, ter os números de

contato da família sempre à mão.

16. Contar histórias pode ajudar disléxicos com leitura/escrita.

17. Trabalhar a consciência da turma em relação a alunos com necessidades especiais. Não se

responsabilizar sozinho pela administração da aula, mas compartilhar necessidades também

com outros alunos, incentivando a cooperação.

18. Estar atento às dificuldades destes alunos aula após aula.

19. Inclusão requer sensibilização da família, escola, colegas de classe, TODOS devem

trabalhar juntos.

20. Usar sensibilidade durante o planejamento e avaliação destes alunos.

21. Em alguns casos será necessário usar tradução e repetição, e levar outras tarefas para

manter os outros alunos ocupados enquanto damos atenção ao aluno com necessidades

especiais.

22. Pensar em como registrar a aula, e considerar se será necessário falar do conteúdo antes

da aula. Identificar se haverá alguém para passar a matéria para o aluno após a aula.

23. Usar gravação de voz para os exercícios em vez de escrita (para tarefas de casa) e também

para memorização da pronúncia. (em casos de aulas de outro idioma)

24. Provas podem ser lidas para o aluno, separadamente do restante da turma, em alguns

casos.

25. Solicitar o apoio de instituições como associações de classe, e nos cursos de formação.

Também, pressionar editoras para fornecer opções para alunos com necessidades visuais.

26. Os pais podem levar alguns materiais para casa, como joguinhos da memória por exemplo.

Créditos: Esse conteúdo foi retirado do site http://breltchat.wordpress.com/2012/04/30/como-lidar-com-alunos-com-

necessidades-especiais-um-resumo-do-chat-do-dia-2604/, em 08/2013. A autora é a professora Maria do Carmo Xavier, do RJ.