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Como medida adicional para o
controle da doença
Prof. Expedito Luna
Vacina contra dengue
III Congresso Mineiro de Epidemiologia, Prevenção e
Controle de InfecçõesSPBR.DENG.19.11-0310
➢ Prof. Dr. Expedito Luna, da Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo
➢ Participei do projeto de desenvolvimento de vacina contra
dengue do Instituto Butantan e NIH.
➢ Projetos de pesquisa com apoio da Sanofi-Pasteur.
➢ Participação em congressos com apoio da Sanofi-Pasteur.
➢ Participo de comitês técnicos relacionados à vacina contra
dengue da Sanofi-Pasteur.
Declaração de interesses:
➢ Precisamos de uma vacina contra dengue?
➢ Dengvaxia® : características e indicação
➢ Estratégias de vacinação
➢ Dengvaxia®: desenvolvimentos futuros
Tópicos:
➢ Problemas da infraestrutura urbana: abastecimento de água intermitente,
habitações precárias, problemas de drenagem de águas pluviais, coleta de
resíduos sólidos e sua destinação final.
➢ Dificuldades na indução de mudanças comportamentais.
➢ Descontinuidade das políticas públicas de controle vetorial:
descontinuidade administrativa, precariedade da estrutura dos órgãos
municipais responsáveis pelo controle vetorial, carência de RH capacitados.
➢ Novas alternativas de controle vetorial ainda em fase de pesquisa
(Wolbachia, mosquitos geneticamente modificados).
A necessidade de uma vacina
contra dengue
Casos Prováveis e internações por dengue/FHD Brasil, 1986-2019*
* Dados Preliminares – Outubro / 2019. Fontes: Sinan/SVS/MS e SIH/SAS/MS
Gentilmente cedido pelo Dr. João Bosco Siqueira Jr., da UFG
➢ Características:
✓ Vacina viva atenuada, quimérica, construída a partir do vírus da vacina de febre amarela 17D.
✓ Os genes prM e E do vírus FA-vacinal foram substituídos pelos genes dos 4 DENV selvagens.
✓ Cerca de 10 mil sujeitos participaram dos ensaios em Fases 1 e 2.✓ Ensaios em Fase 3 realizados na Ásia (n = 10.275) – crianças entre 2
e 14 anos na Tailândia, Filipinas, Malásia, Indonésia e Vietnam; e na América Latina (n = 20.869) – crianças entre 9 e 16 anos no Brasil, Colômbia, Honduras, México e Porto Rico.
✓ 3 doses (via subcutânea), com intervalo de 6 meses entre elas.
– Dengvaxia® (Sanofi Pasteur) – vacina viva atenuada Dengue-FA vírus 17D
Villar et al. New England J Med, 2015Hadinegoro et al. New England J Med, 2016
1. Hadinegoro, 2015, N Engl J Med, Submitted.
Eficácia da Dengvaxia aos 25 meses da fase ativa, 9-16 anos, post hoc 1
Resultados conjuntos (CYD14+CYD15;ITT) EV (%) IC 95%
Qualquer sorotipo
DENV-1
DENV-2
DENV-3
DENV-4
Dengue grave
FHD (OMS)
Casos de hospitalização
Soropositivos para dengue
Soronegativos para dengue
60,7 69,9
47,7 66,9
31,3 59,2
64,4 80,4
76,2 88,2
77,3 98,0
76,1 97,9
70,1 87,7
67,2 90,0
5,9 76,1
CYD14+ CYD 15= Análise conjunta CYD 14 e CYD 15; DENV=vírus da dengue; dengue hemorrágica; ITT=intenção de tratar; EV=eficácia da vacina; OMS=Organização Mundial da Saúde. PFP=Desfecho final primário. PFS=Desfecho final secundário.
Objetivo estudo anti NS-1
• Avaliar os desfechos de hospitalização e dengue grave baseados em
seu sorostatus prévio nos indivíduos participantes dos estudos CD14,
CYD15 e CYD23/57 utilizando dengue anti –NS1 e PRNT50.
| 8Sridhar S et al. NEJM 2018; 379: 327-40.
Análise de sorostatus prévio à vacinação: Estudo NS1 Amostras do Mês 13
Safety Outcomes (Hospitalized/Severe Dengue)
Efficacy Outcomes
NS1 Suppl.Analysis
Surrogate of baseline(M13)
True baseline(M0)
|
9
Sridhar S et al. NEJM 2018; 379: 327-40.
Curva de hospitalização por dengue virologicamente confirmada
(Mês 0 –Mês 66~). Idade 9-16 anos
10
XXXevelique nonecto
XXXXX %
Sridhar S et al. NEJM 2018; 379: 327-40.
➢ Indicação:
✓ Na prevenção de casos secundários de dengue;✓ Na população de 9 a 45 anos de idade.
– Dengvaxia® – Indicação
Bula da Dengvaxia®:
http://www.anvisa.gov.br/datavisa/fila_bula/frmVisualizarBula.asp
➢ Estratégias de vacinação voltadas à população alvo:
➢ Questões:
➢ Triagem sorológica pré-vacinação:
➢ Uso de teste de diagnóstico rápido (TDR): necessidade de testes de alta
sensibilidade e principalmente de alta especificidade (redução de falsos-
positivo).
➢ Está em fase final de desenvolvimento um TDR de alta especificidade e
sensibilidade.
Estratégias de vacinação
Wilder-Smith et al. Vaccine, 2019
➢ Estratégias de vacinação voltadas à população alvo:
➢ Questões:
➢ Situações que possibilitem a estratégia testar-e-vacinar:
➢Estabelecimentos educacionais
➢Locais de trabalho
➢Militares e corporações da segurança pública
➢Serviços privados
➢ Soroprevalência na população
Estratégias de vacinação
Moreira Jr ED – 2019 – slide do autor
➢ Vantagens:
➢ Reúnem a população alvo, de forma estável.
➢ Propiciam a viabilidade da estratégia testar-e-vacinar:
➢ Desvantagens:
➢Resistência da comunidade escolar.
➢Exigência de planejamento conjunto entre setores saúde e educação,
em longo prazo.
➢ Questões:
➢Consentimento dos pais.
➢Eventos adversos pós-vacinação (EAPV)
Vacinação em escolas
Moreira Jr ED – 2019 – slide do autor
➢ População alvo: meninas entre 11 e 13 anos.
➢ Vacinação realizada nas escolas (1ª dose, lançamento da vacina no PNI), no
1º semestre de 2014.
➢ Meta: 80%
➢ Ampla campanha de divulgação, tanto na mídia tradicional (televisão,
rádio), quanto nas mídias sociais.
➢ Assessoria de comunicação especializada nas mídias sociais: identificação e
resposta rápida aos rumores circulando nas mídias sociais.
➢ Resultado: 4,19 milhões de doses aplicadas (80,6% de cobertura vacinal).
Experiência bem sucedida no BrasilA introdução da vacina HPV para meninas em 2014
http://portalms.saude.gov.br/campanhas/9000-vacinacao-contra-o-hpv
Campanha de vacinação HPV, eventos adversos: o caso Bertioga
2o semestre de 2014:
Bertioga, estado de São Paulo – aglomerado de eventos adversos
4/09/2014, 80 meninas vacinadas em uma escola → 13 (16.3%) apresentaram
EAPV:
tonturas, dor de cabeça, fraqueza, mal estar geral, tremores, desmaios e
parestesia / paresia, (~2 horas após a vacinação) → 8 atendidas em serviços
de emergência,
3 hospitalizadas → todas com recuperação total, sem sequelas
Investigação e diagnóstico: reação de ansiedade após vacinação
Divulgação ampla nas mídias tradicionais e sociais.
↓ Possível contribuição para a queda observada nas coberturas vacinais.
Levou à recomendação pelo Ministério da Saúde que todas as equipes realizando
vacinação extra-muros contem com referência de serviços de resgate e de
emergência.
Vacinação HPV: o caso
Bertioga
Slid
e d
o a
uto
r
Vacinação HPV em escolas no Estado de São Paulo
• Estado de São Paulo: população de 45,5 milhões• 645 municípios → 28 regionais de vigilância em saúde (GVEs)
• Investigação rápida, realizada em novembro de 2018:
– Se o Município realizou vacinação HPV em escolas após 2014.
– Descrição das ações realizadas.
– Quais as dificuldades enfrentadas
– Quais os planos para o futuro
• Em 28/12/2018: respostas de 425 municípios (65,9%)
Gentilmente cedido pela Dra. Ana Sartori, da FM-USP - 2019
Vacinação HPV em escolas no Estado de São Paulo
• A maioria dos municípios (~75%) realizou algum tipo de atividade envolvendo as escolas na vacinação HPV, em sua maioria em 2015 e 2016:
– Toda a vacinação realizada nas escolas, o que envolveu a realização de reuniões com as equips das escolas, com pais, e com os alunos, o envio de “Cartas de Autorização” aos pais, a realização de “dias de vacinação” nas escolas, a verificação das cadernetas de vacinação, das Cartas de Autorização dos pais, e a vacinação em si.
– “Mobilização nas escolas” → divulgação à comunidade escolar, estímulo e encaminhamento à vacinação nas UBS.
• A maioria dos municípios que realizou a vacinação em escolas considerou ser uma atividade bem sucedida e gratificante, que permitiu atingir altas coberturas vacinais em curto período de tempo, além de possibilitar espaços para discussão de tabus, medos e razões para a hesitação em vacinar.
Gentilmente cedido pela Dra. Ana Sartori, da FM-USP - 2019
Ilhabela*, SP Reuniões das equipes de saúde com professores
Treinamento de professores fomentou a colaboração entre saúde e educação
* População: 32.197 (2015)
Slide do autor
Ilhabela, SP Reuniões com os pais
Slide do autor
Ilhabela, SP Vacinação nas escolas
Slide do autor
Ilhabela, SP Participação de equipes de saúde
e professores na vacinação
Slide do autor
Vacinação HPV nas escolas: dificuldades
Escolas / Equipes da educação• Necessidade de estabelecer parceria com o setor
educação.• Falta de estrutura e local adequado para vacinação
nas escolas • Falta de estrutura para atendimento imediato dos
EAPV• Interferência nos calendários e na rotina escolar
Setor Saúde• Falta de recursos humanos. • Excesso de trabalho • Atividades extra-muros atrapalham a
rotina das unidades de saúde • Falta de veículos para transporte de
pessoal e equipamentos. • Ocorrência simultânea de febre
amarela e sarampo, demandando campanhas de vacinação.
• Necessidade de aumentar a compreensão e adesão dos pais e alunos sobre a vacinação.
• Identificada a hesitação em vacinar na comunidade.
• Os alunos não traziam as carteiras de vacinação, nem as Cartas de Autorização.
• A divulgação nas mídias de EAPVs teve impacto negativo, reduzindo a adesão à vacinação.
PAIS / ALUNOS / COMUNIDADE
Gentilmente cedido pela Dra. Ana Sartori, da FM-USP - 2019
➢ Testes rápidos.
➢ Ampliação da faixa etária alvo.
➢ Reavaliação do esquema vacinal.
Dengvaxia, desenvolvimentos
futuros
Av. Dr. Arnaldo, 455 • Cerqueira César
São Paulo • Brasil • 01246 903
www.fm.usp.br
/fmuspoficial • /fmuspoficial
Prof. Expedito Luna