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Como nasceu a música brasileira?
A música brasileira mistura elementos de várias culturas, principalmente as chamadas culturas formadoras: a dos colonizadores portugueses (européia), a dos nativos (indígena) e a dos escravos (africana). É difícil estabelecer com certeza os elementos de origem, mas sabemos que alguns instrumentos musicais, por exemplo, são tradicionais de certas culturas.
Flauta doce
Violino e Viola (família decordas)
Instrumentos de teclado(como o ancestral do piano,o cravo)
Violão
Instrumentos europeus
Instrumentos indígenas
Flautas indígenas Maracá (chocalho)
Instrumentos africanos
AgogôBerimbau
Cuíca (ou Puíta)
Atabaques
TÍTULO DO FILME: A MISSÃO (The Mission, ING 1986)
Sugestão: ver as cenas de música (coral e fábrica de instrumentos) e a cena do primeiro contato do Padre
Gabriel com os índios, na floresta.
Esse encontro entre a música dos jesuítas e a música dos indígenas é a pré-história da música popular do Brasil. A música popular do Brasil só se tornaria mais forte no final do século 17, com o LUNDU, dança africana de meneios e sapateados, e a MODINHA, canção de origem portuguesa de cunho amoroso e sentimental. Esses dois padrões, a influência africana e a européia, alternaram-se e combinaram-se das mais variadas e inusitadas formas durante o percurso que desembocou, junto a outras influências posteriores, na música popular dos dias de hoje, que desafia a colocação de rótulos ou classificações abrangentes.
Durante o período colonial e o Primeiro Império, além dos já citados lundu e modinha, também as valsas, polcas e tangos de diversas origens estrangeiras encontraram no Brasil uma nova forma de expressão. Já no século 19 surgem os conjuntos de chorões, que adaptam formas musicais européias ao gosto brasileiro e à forma brasileira de se tocar essas construções. Surge então, a partir da brasileirização dessas formas, o CHORO, e firmam-se novas danças, como o MAXIXE.
Choro
Considerado como a primeira música urbana tipicamente brasileira. Os primeiros conjuntos de choro surgiram por volta de 1880, no Rio de Janeiro —antiga capital do Brasil. Esses grupos eram formados por músicos —muitos deles funcionários da Alfândega, dos Correios e Telégrafos, da Estrada de Ferro Central do Brasil. O nome veio do caráter choroso da música que esses pequenos conjuntos faziam. A composição instrumental desses primeiros grupos de chorões girava em torno de um trio formado por flauta, instrumento que fazia os solos; violão, que fazia o acompanhamento como se fosse um contrabaixo —os músicos da época chamavam esse acompanhamento grave de "baixaria"—; e cavaquinho, que fazia o acompanhamento mais harmônico, com acordes e variações.
Esse tipo de música também era conhecida na época como pau-e-corda, porque as flautas usadas naquele tempo eram feitas de ébano. O choro foi o recurso que o músico popular utilizou para tocar, do seu jeito, a música importada que era consumida, a partir da metade século 19, nos salões e bailes da alta sociedade. As primeiras referências ao organizador desses conjuntos de pau-e-corda citam o flautista Joaquim Antônio da Silva Calado, ou apenas, Calado. O nascimento do choro e dessa sua fórmula de improvisação é 50 anos anterior ao jazz. Portanto, o tão falado improviso jazzístico já existia no Brasil dos tempos do Império. Esses primeiros músicos improvisadores encontravam-se completamente ao acaso e não tinham nenhuma regra para o número de figurantes ou para o tipo de composição instrumental. Revelou, entre outros, grandes artistas como João Pernambuco e Donga (violonistas); Pixinguinha e Altamiro Carrilho (mestres da flauta) e Jacó do Bandolim. Hoje, músicos, entre outros, como Paulinho da Viola e também os conjuntos Época de Ouro, Premeditando o Breque mantêm em atividade essa manifestação instrumental popular que os grandes centros urbanos do Brasil produziram e produzem.
VÍDEOS:
CHIQUINHA GONZAGA
-Trecho minissérie TV
- Música Atraente
PIXINGUINHA
- Choro
- Música Carinhoso
Outras duas coisas que ajudaram decisivamente o aparecimento da canção popular no Brasil foram o carnaval carioca e o gramofone. Pixinguinha, João da Baiana, Donga - autor de Pelo Telefone, primeiro samba gravado, em 1917 - foram grandes nomes nesse período, junto com os continuadores dos chorões.
O samba urbano só se firmaria na década de 30, época em que surge a primeira escola de samba, a Deixa Falar, fundada em 1929. Depois, com a popularização do rádio e do disco a música popular se consolidaria e chegaria ao mundo de opções musicais que hoje o Brasil possui.
Samba
Na década de 1930, as estações de rádio, em plena
difusão pelo Brasil, passam a tocar os sambas para os
lares. Os grandes sambistas e compositores desta época
são: Noel Rosa autor de Conversa de Botequim; Cartola de
As Rosas Não Falam; Dorival Caymmi de O Que É Que a
Baiana Tem?; Ary Barroso, de Aquarela do Brasil; e
Adoniran Barbosa, de Trem das Onze.
Na década de 1970 e 1980, começa a surgir uma nova
geração de sambistas. Podemos destacar: Paulinho da
Viola, Jorge Aragão, João Nogueira, Beth Carvalho, Elza
Soares, Dona Ivone Lara, Clementina de Jesus, Chico
Buarque, João Bosco e Aldir Blanc.
Samba-enredo
Surge no Rio de Janeiro durante a década de 1930. É o
tema do desfile de uma escola de samba. Ele que define
toda a coreografia e cenografia utilizada no carnaval.
Samba de partido alto
Com letras improvisadas, falam sobre a realidade dos
morros e das regiões mais carentes. É o estilo dos grandes
mestres do samba. Os compositores mais conhecidos
são: Martinho da Vila e Zeca Pagodinho.
Pagode
Nasceu na cidade do Rio de Janeiro na década de 70 e
ganhou as rádios e pistas de dança na década seguinte. Tem
um ritmo repetitivo e utiliza instrumentos de percussão e
sons eletrônicos. Letras simples e românticas. Os principais
grupos são : Fundo de Quintal, Inimigos da HP.
Samba-canção
Surge na década de 1920, com ritmos lentos e letras
sentimentais e românticas. Exemplo: Ai, Ioiô (1929), de
Luís Peixoto.
Samba carnavalesco
Marchinhas e sambas feitos para dançar e cantar nos
bailes carnavalescos. Exemplos : Abre alas, Cabeleira do
Zezé, Bandeira Branca, Chiquita Bacana, Colombina,
Cidade Maravilhosa entre outras.
Samba-exaltação
Com letras patrióticas e ressaltando as maravilhas do
Brasil, com acompanhamento de orquestra. Exemplo:
Aquarela do Brasil, de Ary Barroso gravada em 1939 por
Francisco Alves.
Samba de breque
Este estilo tem momentos de paradas rápidas, onde o
cantor pode incluir comentários, muitos deles em tom
crítico ou humorístico. Um dos mestres deste estilo é
Moreira da Silva .
Samba de gafieira
Foi criado na década de 1940 e tem acompanhamento de
orquestra. Rápido e muito forte na parte instrumental, é
muito usado nas danças de salão.
Sambalanço
Surgiu na década de 50 em boates de São Paulo e Rio de
Janeiro. Recebeu uma grande influência do jazz. Um dos
mais significativos representantes do sambalanço é Jorge
Ben Jor, que mistura também elementos de outros estilos.