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Como surge uma superbactéria? As superbacatérias são bactérias resistentes a diferentes classes de antibióticos testados em exames microbiológicos. "Ultimamente, tem ocorrido um aumento dos casos de enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos em vários centros brasileiros. Estas bactérias produzem uma enzima (carbapenemase) que inativa todos os antibióticos beta-lactâmicos, incluindo os carbapenêmicos. Neste grupo incluem-se a Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC)", Como se dá a disseminação de bactérias multirresistentes? A associação entre o uso de antimicrobianos e o desenvolvimento de resistência bacteriana é conhecida desde a introdução da penicilina, tendo sido, a partir de então, sistematicamente confirmada após o lançamento de diversos representantes de cada uma das diferentes classes farmacológicas. O período necessário para a ocorrência desse fenômeno mostrou-se surpreendentemente curto para muitos fármacos, enfatizando a imensa capacidade de adaptação dos micro-organismos a ambientes hostis, artificialmente criados pelo homem. Embora essas observações devessem intuitivamente soar como um sinal de alerta para a necessidade de se promover emprego terapêutico mais racional desses insumos, o que tem ocorrido, na verdade, é exatamente o oposto. Em alguns países, antimicrobianos são utilizados sem receita médica em até dois terços das ocasiões. Mesmo quando formalmente prescritos, sua indicação pode ser desnecessária em até 50% dos casos. Não existem evidências claras sobre as mais importantes causas implicadas nesse consumo desmedido, mas se acredita que diversos fatores contribuam de forma crucial, tais como a expectativa do paciente em receber tratamento eficaz, o tempo cada vez mais exíguo das consultas médicas (demanda elevada e baixa remuneração), o medo de litígio e as pressões da indústria farmacêutica e dos planos de saúde (para redução de número de reconsultas e de pedidos de exames diagnósticos). Além disso, talvez por falta de informação, muitos profissionais encaram o risco de indução de resistência como algo essencialmente teórico ou pouco provável. O atual texto versa sobre o emprego ambulatorial de antimicrobianos, onde se concentram 80% do consumo humano. A promoção do uso racional de antimicrobianos neste contexto é fundamental, já que infecções causadas por bactérias comunitárias resistentes são de mais difícil tratamento e se associam a maior morbidade. O crescimento no número de pacientes imunocomprometidos e com patologias complexas tratados em domicílio facilita a disseminação na comunidade de bactérias multirresistentes originárias dos hospitais, fazendo com que as outrora nítidas fronteiras que separavam o “hospital” da “comunidade” se tornem cada vez mais nebulosas. Nesse contexto, o uso abusivo de antimicrobianos mantém terreno fértil para abrigá-las. A superbactéria pode ser transmitida por contato direto ou pelo uso de objetos em comum de pessoas infectadas. Especialistas dizem que lavar

Como surge uma superbactéria

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Como surge uma superbactéria?

As superbacatérias são bactérias resistentes a diferentes classes de antibióticos testados em exames microbiológicos. "Ultimamente, tem ocorrido um aumento dos casos de enterobactérias resistentes aos carbapenêmicos em vários centros brasileiros. Estas bactérias produzem uma enzima (carbapenemase) que inativa todos os antibióticos beta-lactâmicos, incluindoos carbapenêmicos. Neste grupo incluem-se a Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC)",

Como se dá a disseminação de bactérias multirresistentes?

A associação entre o uso de antimicrobianos e o desenvolvimento de resistência bacteriana é conhecida desde a introdução da penicilina, tendo sido, a partir de então, sistematicamente confirmada após o lançamento de diversos representantes de cada uma das diferentes classes farmacológicas. O período necessário para a ocorrência desse fenômeno mostrou-se surpreendentemente curto para muitos fármacos, enfatizando a imensa capacidade de adaptação dos micro-organismos a ambientes hostis, artificialmente criados pelo homem. Embora essas observações devessem intuitivamente soar como um sinal de alerta para a necessidade de se promover emprego terapêutico mais racional desses insumos, o que tem ocorrido, na verdade, é exatamente o oposto. Em alguns países, antimicrobianos são utilizados sem receita médica em até dois terços das ocasiões. Mesmo quando formalmente prescritos, sua indicação pode ser desnecessária em até 50% dos casos. Não existem evidências claras sobre as mais importantes causas implicadas nesse consumo desmedido, mas se acredita que diversos fatores contribuam de forma crucial, tais como a expectativa do paciente em receber tratamento eficaz, o tempo cada vez mais exíguo das consultas médicas (demanda elevada e baixa remuneração), o medo de litígio e as pressões da indústria farmacêutica e dos planos de saúde (para redução de número de reconsultas e de pedidos de exames diagnósticos). Além disso, talvez por falta de informação, muitos profissionais encaram o risco de indução de resistência como algo essencialmente teórico ou pouco provável. O atual texto versa sobre o emprego ambulatorial de antimicrobianos, onde se concentram 80% do consumo humano.

A promoção do uso racional de antimicrobianos neste contexto é fundamental, já que infecções causadas por bactérias comunitárias resistentes são de mais difícil tratamento e se associam a maior morbidade. O crescimento no número de pacientes imunocomprometidos e com patologias complexas tratados em domicílio facilita a disseminação na comunidade de bactérias multirresistentes originárias dos hospitais, fazendo com que as outrora nítidas fronteiras que separavam o “hospital” da “comunidade” se tornem cada vez mais nebulosas. Nesse contexto, o uso abusivo de antimicrobianos mantém terreno fértil para abrigá-las.

A superbactéria pode ser transmitida por contato direto ou pelo uso de objetos em comum de pessoas infectadas. Especialistas dizem que lavar as mãos com água e sabão é a medida mais eficaz para evitar a disseminação da KPC e dos microorganismos resistentes no ambiente hospitalar.

O que é KPC, onde e quando foi identificada pela primeira vez?

A KPC é um tipo de enzima que provoca resistência de algumas bactérias aos antibióticos de uso habitual. A bactéria atinge, principalmente, pessoas com baixa imunidade que estejam hospitalizadas, como pacientes de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Ela pode ser transmitida por meio do contato direto, como o toque, ou pelo uso de um objeto comum. Passado pouco mais de um ano da celeuma trazida pelos casos da chamada gripe suína no Brasil, agora as atenções se voltam para os registros de vítimas fatais da superbactéria KPC. A superbactéria já foi identificada, desde 2009, em pelo menos seis Estados: Goiás, Distrito Federal, Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo. A Anvisa decidiu redigir até o início desta semana uma nota técnica para uniformizar o diagnóstico e reforçar a necessidade de notificação das infecções por bactérias resistentes aos tratamentos tradicionais - a exigência existe há 12 anos.

O que é NDM-1, onde e quando foi identificada pela primeira vez?

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Um novo tipo de bactéria resistente aos antibióticos mais poderosos pode gerar uma epidemia mundial, segundo estudo divulgado esta semana na publicação científica Lancet. Essas bactérias contêm um gene chamado NDM-1, que as torna resistentes a antibióticos, entre eles os chamados de carbapenemas. Isso é preocupante porque os carbapenemas são geralmente usados para combater infecções graves, causadas Os cientistas acreditam que esse gene, encontrado hoje principalmente na bactéria E.coli (que causa infecções urinárias), possa ser rapidamente reproduzido em outras bactérias.Para impedir que a NDM-1 se espalhe, os cientistas recomendam que se identifique e isole rapidamente pacientes diagnosticados com infecções do tipo. Medidas normais para tratamento de infecções como desinfetar equipamentos de hospitais e boa higiene.

O que é URE, onde e quando foi identificada pela primeira vez?

É a sigla de “Vancomycin-resistence enterococcus” (VRE), que pode ser traduzida para o português como sendo “enterococo resistente a vancomicina (ERV). O Gênero Enterococcus é representado por nove espécies, sendo as duas espécies principais e que causam a maioria das infecções relacionadas à assistência à saúde: E. faecalis (mais freqüente no Brasil 90%) e E. faecium com 5% a 10%.

A prevalência de Enterococcus spp resistentes à vancomicina (VRE) é emergente em hospitais ao redor do mundo, e as unidades que mais freqüentemente apresentam pacientes infectados ou colonizados por VRE são as unidades de transplante, unidades oncológicas e principalmente, as unidades e centros de terapia intensiva (UTI).

O que é infecção hospitalar e quais são os principais fatores de risco associados?

falta de funcionários e de material básico de higiene para atendimento, além da superlotação da UTI (Unidade de Terapia Intensiva) neonatal.Esses fatores podem ter facilitado a propagação das bactérias Estafilococos, Serratia e Klebsiella, que causaram infecção generaliz inadequadade soluções, falta de materiais para esterilização e prescrição excessiva de antibióticoada nos bebês, disse o hospital.

Quais são as medidas mais importantes na prevenção das infecções hospitalares?

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O CONTROLE DE QUALIDADE de todos os processos de aquisição de materiais, procedimentos invasivos e rotinas garante a minimização dos riscos relacionados a estes aspectos. Materiais de baixa qualidade prejudicam um processo adequado, podendo levar a falhas expondo o paciente.

Num ambiente hospitalar quais são os riscos de infecções para os profissionais de enfermagem?

O ambiente hospitalar apresenta uma série de situações, atividades e fatores com potenciais de risco aos profissionais de enfermagem, especialmente aos riscos biológicos. As doenças infectocontagiosas se destacam como as principais fontes de transmissão de microrganismos para pacientes e para profissionais. Outra importante fonte de contaminação refere-se ao contato direto com fluidos corpóreos durante a realização de procedimentos invasivos ou por meio da manipulação de artigos, roupas, lixo e até mesmo as superfícies contaminadas, sem que medidas de biosegurança sejam utilizadas.

Podem ser por: contato direto, por via aérea, por gotículas infectantes, visitantes, técnicas inadequadas, veículo comum contaminado (água, medicamentos e alimentos).

Quais são as medidas mais importantes na prevenção destes riscos?Os profissionais de saúde devem ficar atentos ao uso indiscriminado de antibióticos, adotar uma medida rigorosa de assepsia para o controle de infecção hospitalar Também é importante ressaltar as imunizações, os cuidados com a higiene e particularmente a lavagem de mãos. Este é um problema coletivo e mundial.

Qual é a situação atual das bactérias multirresistentes no Brasil?

Estabelecendo padrões básicos para atividades de educação e treinamento dos profissionais de saúde na área de controle e prevenção de infecção hospitalar, assim como padrões mínimos de capacitação dos profissionais controladores de infecção hospitalar, com comprovada importância para os PCIH.

O principal modo de evitar a transmissão das infecções hospitalares é, portanto LAVAR AS MÃOS antes e após o contato com os pacientes e após as eliminações.

A LIMPEZA do ambiente e dos materiais que o paciente irá utilizar é outro dos modos de evitar a propagação das infecções. Apenas a limpeza é suficiente para materiais que entram em contato com a pele ou material de copa e cozinha, exatamente como em casa.

Um tratamento com soluções químicas (ou aquecimento por fervura) de alguns materiais, conhecido como DESINFECÇÃO é necessário para diversos tipos de materiais. Alguns deles sofrem este processo porque são reutilizáveis por outros pacientes. Este tipo de tratamento é feito em algumas ocasiões, também em casa, quando são fervidas as mamadeiras de recém nascidos, por exemplo.

A ESTERILIZAÇÃO de materiais é necessária principalmente quando as barreiras da pele e tecidos mucosos são rompidos, como no caso de materiais utilizados em cirurgias. Alguns materiais são comprados já esterilizados, como seringas e agulhas para injeções por exemplo. Nestes casos o hospital deve se assegurar que o método utilizado pela indústria garante a qualidade do material e do método

A VACINAÇÃO de pessoal suscetível a doenças de alta transmissibilidade, como Sarampo, por exemplo, é fundamental para evitar a transmissão destas doenças no período em que ela ainda não tiver se manifestado (em incubação).

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No estado já foram registrados 18 casos e população deve tomar alguns cuidados. O avanço da superbactéria KPC já está causando medo aos paraibanos, já que no estado já foram registrados 18 casos. Portanto, é importante que todas as pessoas saibam se prevenir no dia a dia com ações simples. No Distrito Federal, Espírito Santo, Paraná e São Paulo também apareceram registros da klebsiella pneumoniae carbapenemase, ou KPS. Também houve ocorrências no Espírito Santo, Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Minas Gerais e na Paraíba.São 317 casos confirmados de superbactéria no país