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Caras amigas e amigos Passadas as folias do carnaval, entramos de cabeça nos afazeres do dia-a-dia e vamos desenvolvendo os planos que traçamos para este ano. É interessante pensar que cada ano é um recomeço. Como um rio, que sempre se renova ao passar pelas mesmas margens, assim nós também vamos crescendo, apren- dendo, amadurecendo. Com os mesmos olhos passamos a ver o mundo de forma diferente a cada dia e descobrimos, nas pessoas que nos cercam, sempre novas facetas. Mesmo assim, no fundo de nós mesmos, nas ruas da nossa memória, continuamos armazenando nossos sonhos e lembranças, que vêm nos socorrer quando a realidade nos oprime. Junto com nossa maneira bem própria de ser, com nossa brasilidade e nossas capaci- dades pessoais, esses sonhos e lembranças também fazem parte da bagagem que traze- mos quando decidimos sair do nosso país e enfrentar a vida em terras estranhas. Cada um acaba vivendo de forma diferente a adap- tação num outro país, mas todos nós, migrantes, temos em comum essa dualidade de estar aqui e lá ao mesmo tempo, mesmo sem querer. Adriana Nunes, jornalista brasileira que mora na Alemanha, resolveu registrar essa realidade e saiu a campo para entrevistar mais de 60 imigrantes. O resultado do trabalho é o livro «Somente as pedras pre- ciosas vêm do Brasil», que apresenta um retra- to da imigração brasileira na Alemanha. Nesta edição Adriana nos fala um pouco de como surgiu o livro e da sua experiência como imi- grante. C I G A - B r a s i l C e n t r o d e I n t e g r a ç ã o e A p o i o ANO 7 - NÚMERO 33 - MARÇO 2005 - TIRAGEM:1500 EXEMPLARES Binningerstrasse 19 4103 Bottmingen Tel. +41 061 423 03 47 Fax +41 061 423 03 46 [email protected] www.cigabrasil.ch Nas ruas da memória, de cada janela surge um sonho, uma lembrança boa. (Irene Zwetsch) Continua página 3 Foto: Rubens Zischler

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Caras amigas e amigos

Passadas as folias do carnaval, entramosde cabeça nos afazeres do dia-a-dia e vamosdesenvolvendo os planos que traçamos paraeste ano. É interessante pensar que cada anoé um recomeço. Como um rio, que sempre serenova ao passar pelas mesmas margens,assim nós também vamos crescendo, apren-dendo, amadurecendo. Com os mesmos olhospassamos a ver o mundo de forma diferente acada dia e descobrimos, nas pessoas que noscercam, sempre novas facetas. Mesmo assim,no fundo de nós mesmos, nas ruas da nossamemória, continuamos armazenando nossossonhos e lembranças, que vêm nos socorrerquando a realidade nos oprime.

Junto com nossa maneira bem própria deser, com nossa brasilidade e nossas capaci-

dades pessoais, esses sonhos e lembrançastambém fazem parte da bagagem que traze-mos quando decidimos sair do nosso país eenfrentar a vida em terras estranhas. Cada umacaba vivendo de forma diferente a adap-tação num outro país, mas todos nós,migrantes, temos em comum essa dualidadede estar aqui e lá ao mesmo tempo, mesmosem querer. Adriana Nunes, jornalistabrasileira que mora na Alemanha, resolveuregistrar essa realidade e saiu a campo paraentrevistar mais de 60 imigrantes. O resultadodo trabalho é o livro «Somente as pedras pre-ciosas vêm do Brasil», que apresenta um retra-to da imigração brasileira na Alemanha. Nestaedição Adriana nos fala um pouco de comosurgiu o livro e da sua experiência como imi-grante.

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Nas ruas da memória, de cada janela surge um sonho, uma lembrança boa. (Irene Zwetsch)

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Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-InformandoCIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005

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O primeiro pontoque vem à tona quando se pensa embrasileiros morando em países germânicos é adiferença cultural. Não dá para negar quetemos outro padrão de tempo, que traba-lhamos de outra forma, que nos divertimosdiferente. Essa diversidade, se por um ladoenriquece a convivência, também pode gerarproblemas, frustrações, conflitos. E quando asituação fica difícil e vem a insegurança, adepressão, a vontade de desabafar, a necessi-dade de procurar informações e saídas,entram em ação os agentes de aconselhamen-to e profissionais especializados em diversasáreas. Há muitos brasileiros na Suíça traba-lhando no apoio aos imigrantes. Além dasassociações brasileiras espalhadas pelo país,existem também serviços específicos de apoiopsicológico, pedagógico, familiar e social. Naspróximas edições apresentamos dois serviçosexistentes na região de Basel, que contam como trabalho de profissionais brasileiras. Omesmo tipo de atendimento existe também emoutros cantões e as associações brasileiras locaispodem fornecer mais informações a respeito.

Falando em grupos brasileiros, nesteCIGA-Informando apresentamos o trabalhoda ABRACE, associação da região do Ticino,que procura apresentar um pouco da culturabrasileira à comunidade suíça local. O grupoexiste de 1996 e enfatiza também a importân-cia do aprendizado da língua portuguesa porparte dos filhos de brasileiros.

O contato da ABRACE e dos demais gru-pos brasileiros na Suíça você encontra nahomepage do CIGA-Brasil, que desdefevereiro está de «cara nova». Confira o novolayout da página e dê-nos sua opinião. A pro-posta é permitir que o leitor acesse de formafacilitada as informações de que necessita. Setiver alguma sugestão, fique à vontade paranos escrever. O crescimento e amadurecimen-to do nosso trabalho é fruto desta troca deexperiência com todos vocês, a quem agrade-cemos pelo apoio.

Uma ótima primavera a todos e até apróxima.

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➙ Continuação da página 1

A Infonet e o CEBRAC (Centro Brasileiro de Ação Cultural)estão promovendo uma noite literária com a escritoraRegina von Arx. No evento a artista estará apresentandoseus livros e fazendo o lançamento da obra «Espelhos»na Suíça. Além de um bate-papo com o público, Reginatambém lerá algumas poesias e estará autografandoos livros. Mais detalhes sobre o trabalho da autora eartista plástica podem ser conferidos diretamente emsua homepage: www.vonarx-arts.ch

Data: 19.03.2005 (Sábado), 16 horasLocal: Sede do CEBRACQuellenstrasse 25, 8005 Zurique Entrada GratuitaInformações: (01) 271 43 05 E-mail: [email protected]:http://www.cebrac.org

Bazar de Livros e Café Literário

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Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando

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César, o artista plástico Antonio Dias, avereadora Fá Stollenwerck, e o arquitetoGeraldo Wickert, responsável pela cons-trução do maior shopping center da Europa, o Centro, de Oberhausen. Outraspessoas foram-me indicadas por amigos,como o sociólogo Luiz Ramalho e o bailarinode dança afro-brasileira Murah Soares. Oque me interessava era reunir uma grandequantidade de experiências diversas e ricas.Por isso, no livro tem de tudo um pouco:pessoas que gostam da Alemanha, outrasque não se sentem bem aqui; pessoas que seintegraram ao mercado de trabalho alemão,outras que ficaram à margem da sociedade;e ainda aquelas que estão aqui de passa-gem, e cujo sonho é voltar, um dia, ao Brasil.

Você reuniu relatos de pessoas muito dife-rentes. O que elas têm em comum?

Quase todas elas passaram por um difícilprocesso de adaptação. A maioria se con-frontou com as dificuldades de aprender oalemão, um idioma nada fácil para brasi-leiros, com empecilhos burocráticos, com ochoque cultural, com a dificuldade de seadaptar ao novo clima. E quase todas elasdepararam-se, de uma forma ou de outra,com preconceitos, discriminações sutis ouescancaradas, e, em alguns casos, com umaxenofobia muito violenta.

Você, como imigrante, também se identificacom esses relatos? Como foi a sua históriano exterior?

Durante todas as entrevistas, semprehouve um momento, onde pensei: «Isto tam-bém aconteceu comigo. Eu também pensoassim.» De uma certa forma, eu vejo dife-rentes partes de mim em cada um dos depoi-mentos...

Eu vim para a Alemanha numa situaçãomuito privilegiada... Ainda como estudantede Germanística, Romanística, Teatro,Cinema e Televisão, consegui um estágio naDeutsche Welle, pela qual fui contratada,como editora, paralelamente à conclusão domeu curso. Trabalhei depois como editora-executiva no leitorado português da EditoraKönemann. Atualmente, trabalho numainstituição alemã de cooperação econômica.

Estou totalmente integrada ao mercado detrabalho e à sociedade alemã, o que não sig-nifica, porém, que não tenha tido profundosconflitos... Logo que cheguei, senti-memuito só e anônima, numa universidade tãogrande como a de Colônia. Eu achava as pes-soas sérias demais, um tanto indiferentes,muito formais... Eu me perguntava: «Ondeficou a espontaneidade desse povo? E amanifestação dos sentimentos, da alegria deviver?» Eu achava os alemães muito blo-queados emocionalmente, ao mesmo tempoque tinham uma imensa carência de demons-trações de carinho, de afeto... Hoje, possodizer que tenho excelentes amigos aqui, pes-soas muito confiáveis... Mas foi um longo edifícil processo...

Com essa coletânea de histórias, você diriaque seu livro mostra um perfil dosbrasileiros na Alemanha?

Sim, o livro mostra a riqueza e a com-plexidade do processo migratório brasileirona Alemanha. Os depoimentos são bemdiversos. Tem o exilado político, que se refu-giou na Alemanha da ditadura militar eacabou fazendo carreira aqui; do cafetão ecapoeirista do Rio de Janeiro, que hojeganha a vida com shows de dança e strip-tease, com aulas de capoeira e apresen-tações na televisão: da mulher que fugiu doracismo no Brasil, casou-se com um alemão eque é feliz; da que veio pensando que iatomar conta de um bebê e foi obrigada a seprostituir; do escritor que aborda o conflitoda «identidade dividida» em seus romances;e por aí vai...

Na sua opinião, que imagem o Brasil e osbrasileiros têm na Alemanha?

De um modo geral, os alemães associamo Brasil a tudo que dá prazer: praias, mu-lheres bonitas e sensuais, samba, caipirinha,futebol-arte, boa música, alegria de viver.Ao mesmo tempo, a imprensa alemã estácheia de matérias sobre a criminalidade, apobreza, a violência, as guerras entre ostraficantes de drogas nas favelas, o assassi-nato de meninos de rua, os problemas ambi-entais do Brasil.

Continua página 6 ➙

CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005

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Em 2001 você editou o livro «Somente aspedras preciosas vêm do Brasil - Brasileirosna Alemanha». Qual é o tema da obra?

Histórias de brasileiros que vivem naAlemanha. Entrevistei mais de 60 pessoas, detodas as partes do Brasil, de todas as classessociais e de diferentes profissões. Artistas,escritores, jornalistas, cinegrafistas, jogado-res de futebol, garimpeiros, sociólogos,políticos, homens de negócios, psicólogos,capoeiristas, prostitutas, garotos de «progra-ma»... Nos depoimentos em primeira pessoa,esses brasileiros falam dos motivos de teremvindo para a Alemanha, de suas experiênciasno novo país, do desafio de aprender umanova língua e de se adaptar a uma outramentalidade, das diferenças entre as duasculturas. Alguns depoimentos são bastanteanalíticos, outros bastante poéticos. E háainda anedotas engraçadíssimas, quase sur-reais...

Qual sua motivação para escrever o livro ecomo foi o processo de criação?

Na época em que eu era editora da RádioDeutsche Welle, tive a oportunidade deentrevistar vários brasileiros que realizavamtrabalhos bastante interessantes na Ale-manha. Certo dia, conversando com outra

jornalista, tivemos a idéia de registrar essasexperiências tão ricas e originais num livro. Aprincípio, pensamos em escrever o livro jun-tas, mas logo desistimos da idéia, porqueescrever qualquer coisa a quatro mãos émuito difícil. Decidi então tocar sozinha oprojeto, o qual eu própria financiei. Viajeipor toda a Alemanha para fazer as entrevis-tas. Eu tinha um catálogo de perguntasmuito precisas, mas, no decorrer da entre-vista, muitas vezes, deixei as perguntas delado e deixei as pessoas falarem livremente.Na hora de escrever as histórias, tentei meater ao máximo ao estilo lingüístico dosentrevistados. O que eu queria era que asubjetividade de cada um deles aflorasse...

Como você escolheu as pessoas a serementrevistadas?

Algumas eram pessoas que eu já haviaentrevistado na Rádio Deutsche Welle, comoo bailarino Ismael Ivo. De outras pessoas euhavia ouvido falar através da imprensaalemã, como o jogador de futebol Júlio

Livro apresenta perfil dosbrasileiros na AlemanhaA jornalista e imigrante Adriana Nunes resolveuregistrar no papel as histórias que escutou de vários brasileiros que moram na Alemanha.Do jogador de futebol, à babá que se tornouprostituta, do sociólogo ao capoeirista, doarquiteto ao garoto de programa, vários são os personagens do livro, que contam, de formabem pessoal, suas experiências, aventuras edesventuras no novo país. Adriana nos convidaa viajar com seus entrevistados pelo mundo daimigração brasileira na Alemanha e talvez,como ela mesma, descobrir partes da nossaprópria história em cada um desses depoimen-tos. Por E-mail, Adriana falou ao CIGA-Infor-mando sobre sua obra e seus objetivos.

Adriana Nunes

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Muitos brasileiros pensam em deixar o Brasilem busca de uma vida melhor no exterior.Seu livro pode contribuir para dar uma visãomais precisa do que significa viver numoutro país?

Sem dúvida. O livro revela claramenteque esta busca de uma vida melhor poderesultar no fim de muitas ilusões e utopias,mas também no surgimento de novos sonhose experiências enriquecedoras, simplesmentemaravilhosas...Para você pessoalmente, o resultado final dolivro trouxe alguma lição, alguma resposta?

Sim, ele teve um efeito catártico. Hoje,me sinto mais feliz, mais alegre, mais solta,me aceito mais como sou, após todas asmudanças pelas quais passei no exterior. Eaprendi a aceitar mais os alemães como elessão, sem renunciar jamais ao meu espíritoindagador e crítico.

Dizem que todo mundo na vida precisa terum filho, plantar uma árvore e escrever umlivro. Você já tem um filho, escreveu seulivro e quem sabe já plantou uma árvore.Quais são seus próximos planos?

Escrever outro livro, sem dúvida. Nuncapensei em plantar uma árvore, mas querofazer um curso de ikebana, aprender a fazerarranjos florais lindos e bem originais...

CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005

Politicamente, oBrasil é um país inofensivo para a Alemanha,não representa nenhuma ameaça, como, porexemplo, os países de onde vêm os terroris-tas muçulmanos. Economicamente, o Brasil,bem como toda a América Latina, perderamem importância, após a queda do muro deBerlim, pois os alemães passaram a se inte-ressar mais pelos países do Leste Europeu,bem como também pela Ásia.

Você acredita que as dificuldades e barreirasenfrentadas pelos brasileiros na Alemanhasão as mesmas em outros países? Daria para«transplantar» as histórias do livro para umoutro contexto?

Algumas certamente que sim. Acho quedificuldades com a língua, a saudade, aredefinição de identidade, dificuldades eco-nômicas e de integração ao mercado de tra-balho, com o clima e mentalidade diferentesexistem em toda parte, em graus obvia-mente diferentes. Mas seria o caso de seanalisar, primeiro, a situação específica decada país e de cada contexto cultural.

Como você vê a questão da integração dosbrasileiros na Alemanha? A comunidadebrasileira está integrada e participante ousofre discriminação/preconceito, ficando àmargem da sociedade?

Em meu livro, não me preocupei em le-vantar estatísticas ou fazer um estudo cientí-fico, com conclusões objetivas. A idéia foifazer um apanhado geral de experiênciasmúltiplas e diversas. Eu queria que meu livrofosse um ponto de partida para discussões eaté para outros trabalhos, de teor científico.Por isso, não gostaria aqui de fazer genera-lizações, sem base em dados concretos.Temos também que diferenciar as coisas. Àsvezes, um brasileiro está totalmente integra-do profissionalmente, mas continua sedeparando com preconceitos em sua vidaparticular. Quantas vezes, tive que escutardos alemães que as «brasileiras são mulheressuperficiais, preocupadas apenas com belezae sexo» ou então que «a maioria dasbrasileiras na Alemanha são prostitutas».Esses alemães, certamente, estiveram apenas

em alguns shows, bares ou clubes noturnosbrasileiros, onde um certo tipo de mulherescircula... Eles não conhecem as brasileirasque eu conheço... Ou então, às vezes, a pes-soa está à «margem» do mercado de traba-lho, vivendo de bicos aqui e ali, mas se sentebem na Alemanha, pois criou uma vida ricapara si e nem sonha em voltar ao Brasil...

Aqui na Suíça temos uma série de associ-ações brasileiras e grupos voltados à divul-gação da nossa língua e cultura. Qual é arealidade na Alemanha?

Aqui também há vários grupos e círculosculturais brasileiros. Há inclusive uma revistaeditada em Berlim, a Brazine (www.brazine.de),com temas exclusivamente brasileiros. Elatem encontrado uma boa repercussão entrea comunidade brasileira...

Você já percorreu diversas cidades fazendoleituras de seu livro tanto em portuguêscomo em alemão. Como tem sido a recep-tividade do público, tanto alemão quantobrasileiro?

A receptividade tem sido muito boa. Olivro foi indicado na bibliografia do semi-nário «Brasileiros em Berlim», do sociólogoSérgio Costa, professor da Universidade Livrede Berlim. No Brasil, o Instituto Goethe deSalvador organizou uma leitura, e o ex-côn-sul-geral da Alemanha no Brasil, o Sr.Thomas Meister, me convidou para outra. Fizleituras na Embaixada Brasileira de Berlim,na Universidade de Munique, no Museu dasMulheres, em Bonn, na Volkshochschule deUlm, em colaboração com a Universidade deUlm, em Hamburgo, etc... Dei entrevistaspara rádios e televisões de Hamburgo,Düsseldorf, Ulm, Colônia... No final das lei-turas, sou abordada não somente por ale-mães e brasileiros, mas também por outrosestrangeiros que se identificam com as his-tórias, como portugueses, espanhóis, irani-anos, finlandeses, outros latino-americanos...

Até agora o livro está publicado somente emalemão. Você tem idéia de lançá-lo tambémno Brasil?

Sim. Minha agente literária está nego-ciando agora com editoras brasileiras...

➙ Continuação da página 5

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Foto: Arquivo

Ficha Bibliográfica do livro:Nunes, Adriana Nur die Edelsteine kommen aus Brasilien. Brasilianer in Deutschland.Editado em 2001, 21 x 14,8 cm, 232 páginas. ISBN 3-8306-7063-X, Preço: EUR 20.00Pode ser encomendado Online, diretamente com a Editora.

Adriana Nunes nasceu emSalvador da Bahia. Estudou Jorna-lismo na Universidade Federal daBahia e na Universidade de Bra-sília.

Em 1984, foi bolsista do AFS, naCalifórnia, Estados Unidos, ondemorou 1 ano. Em 1988, mudou-separa a Alemanha, onde fez Mes-trado em Germanística, Romanís-tica, Teatro, Cinema e Televisão,na Universidade de Colônia.

Foi editora da rádio DeutscheWelle durante muitos anos e tra-balhou como jornalista freelancepara outras emissoras de rádio eTV alemãs, como a WDR, aDeutschlandradio e a RTL.

Foi correspondente freelance doJornal do Brasil e da Globo Newse Globo Sat. Trabalhou como dra-maturga e relações públicas paragrupos de teatro e dança daAlemanha.

Em 1999, assumiu o cargo de edi-tora-executiva do leitorado por-tuguês da Editora Könemann, edi-tora internacional, sediada emColônia. Trabalhou como traduto-ra e revisora independente paravárias outras editoras interna-cionais, como a Taschen Verlag,entre outras.

Seu primeiro livro «Ilse Losa -Schriftstellerin zwischen zwei Wel-ten» («Ilse Losa - escritora entre

dois mundos») foi publicado pelaTranvía Verlag, de Berlim.

Em 2001, a EOS-Verlag publicousua segunda obra, «Nur dieEdelsteine kommen aus Brasilien -Brasilianer in Deutschland».Desde então, Adriana vem fazen-do uma série de leituras e dandovárias entrevistas sobre o tema,em diversas cidades da Alemanhae no Brasil.

Desde 2004, trabalha como «pro-ject manager» na InWEnt GmbH.Atualmente, a jornalista estáplanejando seu terceiro livro.

Quem é Adriana Nunes

Endereço de contato da escritora:E-mail: [email protected]

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Aconselhamento trabalha com aschances e desafios da convivênciabinacional

Quando dois mundos se encontram,começa uma nova vida. Ao lado da riqueza eda atração que o novo traz, vêm à tona tam-bém diferenças culturais, de pensamento, desistema de vida, que às vezes dificultam aharmonia no relacionamento. Como lidarcom as diferenças, como construir juntos umavida comum e ser feliz? Essas e outras per-guntas são a ferramenta de trabalho doServiço de Aconselhamento para Casais eFamílias Binacionais (Beratungstelle fürBinationale Paare und Familien), que desde adécada de 70 presta informação e aconse-lhamento a pessoas que vivem num ambientebinacional, ou são atingidas por ele de algu-ma forma.

Quando o Serviço de Aconselhamento foicriado, a partir da iniciativa da Associação

«Freundinnen junger Mädchen», ligado àigreja católica, a idéia era oferecer um espaçoonde as pessoas pudessem depositar seusproblemas e conversar com alguém a res-peito. Tinha-se já a consciência de que a Suíçase tornava cada vez mais multicultural e deque a convivência entre pessoas de culturasdiferentes nem sempre acontece sem confli-tos. No início, era um trabalho desenvolvidocom muita boa vontade, mas sem respaldoprofissional. Com o tempo e o aumento daprocura pelo Serviço, a situação mudou e otrabalho se expandiu. Hoje existem escritóriosem Basel, Bern, Genebra, St. Gallen e Zuriquee o atendimento é feito por profissionais dasáreas de Assistência Social, Pedagogia,Psicologia e Direito, que prestam informaçãoe acompanham as pessoas que necessitam deapoio.

Patrícia de Paiva, assistente social bra-sileira que trabalha no Serviço de Acon-selhamento em Basel, contou ao CIGA-Informando como funciona o trabalho e queáreas são cobertas. Em primeiro lugar, elaressalta que o Serviço é um local onde as pes-soas encontram alguém para conversar sobreseus problemas e sentem que não estão sozi-nhas. Os profissionais que prestam atendimen-to fornecem informações sobre diferentesáreas da vida cotidiana: questões jurídicas,segurança social na Suíça, sistema educacionale integração no mercado de trabalho,respostas a perguntas de cunho social, culturalou religioso da Suíça e de outros países, antesou depois do casamento.

De acordo com Patrícia, o aconselhamen-to acontece em três momentos bemdefinidos. O primeiro é antes do casamentoou da tomada de decisão de ficar juntos. Osinteressados procuram o Serviço para buscarmaior conhecimento sobre o país do outro,sua cultura e quais as maiores diferenças emrelação à sua própria forma de viver. «Temosvários prospectos sobre a convivência emambiente binacional e em nossa bibliotecatemos livros sobre vários países, abordandodiferenças culturais, religiosas e outras, bemcomo biografias que contam experiências derelacionamento binacional, livros sobremigração e psicologia entre outros», informaa assistente social. Os livros podem seremprestados gratuitamente por quatro sem-anas, para que a pessoa tenha tempo paraanalisar tudo com calma.

«Nossa proposta é esclarecer sobre asdiferenças, desmistificar o que é essa culturaestranha e tornar o desconhecido um poucomais conhecido», explica Patrícia. Essas infor-mações preliminares, que vão desde o sistemaemocional, até as características do país, estru-tura da família e questões ligadas ao direito evistos, servem para se criar um cenário e ana-lisar as perspectivas da vida a dois.

Num segundo momento, já com a decisãotomada de assumir uma vida em conjunto, ouaté depois do casamento, as necessidades pas-sam a ser outras. Daí a conversa gira em torno

dos sentimentos, do relacionamento em si ede questões da vida prática. Quais são asfunções de cada um no relacionamento, comovamos nos comunicar (qual é a língua docasal), como podemos solucionar conflitos,como lidar com a questão financeira e com asestruturas da Suíça? Esses são alguns temasque surgem nesta segunda fase.

Especialmente para o parceiro que éestrangeiro uma pergunta fundamental dizrespeito à sua própria integração na socie-dade envolvente. Como migrantes, precisamossaber em que chão estamos pisando e nossaintegração no país vai ser um ponto funda-mental que ajuda a relação a prosperar, enfa-tiza Patrícia. Perguntas sobre a educação dascrianças e a divisão dos papéis na família tam-bém são freqüentes. É nessa hora também quesão vistos os direitos e deveres de cada um e,quando há conflitos, as conseqüências paracada um de uma possível separação. Nesseponto os atendentes enfatizam especialmentea questão da comunicação, tanto entre o casalcomo no ambiente que os cerca. Sem a possi-bilidade de se comunicar, fica muito mais difí-cil acontecer a integração.

O terceiro momento surge na hora dacrise. Quando os problemas e conflitosaumentam e um dos dois tem a sensação deque não é mais possível levar o relacionamen-to adiante, procura o Serviço de Aconselha-mento para falar de seus sentimentos e dasdificuldades da vida prática. «Se os casais nosprocuram no início da crise, há mais chance dese tentar trabalhar a questão em conjunto edar certo», explica Patrícia. O problema,segundo ela, é que na maioria dos casos oapoio dos profissionais é requisitado quando acrise já está no ápice e fica difícil um retorno.

«É preciso ainda acabar com o tabu quecerca a terapia de casal e de família», destacaa assistente social. Ela acredita que com orien-tação e informação é possível evitar ou sair deconflitos de forma positiva. Patrícia explicaque normalmente um dos parceiros procura oServiço, num momento em que precisa se situ-ar e definir o que deseja para o futuro. Depois,normalmente a pessoa Continua página 10 ➙

Casal binacional

Foto: Konrad Meyer

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traz seu parceirotambém e o acompanhamento é feito para ocasal. Às vezes acontece também que o casalconversa entre si e os dois decidem vir juntosprocurar ajuda.

O Serviço de Aconselhamento acompanhaos casais e as famílias por um curto ou médioprazo. Normalmente são feitas de 1 a 5 con-sultas e daí se avalia como continuar. Noscasos em que há necessidade de uma terapia,são indicados profissionais competentes,dependendo do caso. «Temos uma lista deterapeutas, advogados e outros profissionais,a quem podemos encaminhar nossos clientes,quando for preciso», explica Patrícia. Osclientes pagam uma taxa de CHF 30,00 porconsulta. Nos casos em que existe dificuldadefinanceira para arcar com esse custo é possí-vel analisar uma forma de financiar. «O impor-tante é que a pessoa não deixe de nos procu-rar por questões financeiras», diz Patrícia.

Um dado interessante do Serviço emBasel é que a equipe responsável, além de serinterdisciplinar, também vive num ambientebinacional em casa. Ursula Metzger é advo-gada, Konrad Meyer é pedagogo, com espe-cialização em Terapia Sistêmica de Casais eFamílias, e Patrícia é assistente social, comespecialização na área psicossocial. Todos ostrês têm relacionamentos binacionais eexperimentam, no dia-a-dia, os mesmos con-flitos e dificuldades que seus clientes. Oatendimento em Basel pode ser feito em por-tuguês, espanhol, francês, inglês e alemão,tanto por telefone como pessoalmente. Éimportante destacar que todas as infor-mações são confidenciais, isto é, os respon-sáveis pelo atendimento trabalham sob sigiloprofissional.

No primeiro contato com o Serviço deAconselhamento acontece a triagem da clien-tela. A pessoa pode falar ao telefone ou mar-car uma hora para explicar seu problema, suasdúvidas. Dependendo do caso o atendimentoé feito ali mesmo, ou a pessoa é encaminhadapara a instituição certa. «Temos prospectos devárias instituições e prestamos informaçãotambém em questões de integração e violên-cia», informa Patrícia.

A clientela atendida pelo Serviço é bemvariada. Tanto podem ser pessoas que estãonum relacionamento binacional, como tam-bém os pais, parentes ou amigos, que de algu-ma forma convivem com a família binacionale também procuram informações. Mesmo queas mulheres representem a maioria da clien-tela, o número de homens que procurou oServiço em 2004 também cresceu. «No pro-blema da integração, as mulheres tomam opeso muito sobre as suas costas e quando nãoagüentam mais procuram ajuda», observa aassistente social.

Trabalhando no Aconselhamento desde2002, Patrícia está convencida de que é pos-sível auxiliar casais e famílias a terem um rela-cionamento mais harmonioso, sem encarar asdiferenças como um problema. A idéia é quequanto mais informadas as pessoas estiveremsobre as mil possibilidades de lidar com situ-ações do dia-a-dia, melhor. A partir daí, se apessoa está disposta a trabalhar sobre essasdiferenças, é possível alcançar mais facilmenteuma solução que seja satisfatória para todasas partes.

(Irene Zwetsch)

Contato:Beratungsstelle für Binationale Paare und Familien

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➙ Continuação da página 9

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Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando

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ABRACE divulga a culturabrasileira no TicinoOs brasileiros na região do Ticino também procuram formas de se encontrar e realizar progra-mações em conjunto. Mais do que tudo, tentam mostrar à comunidade envolvente umaimagem de Brasil diferente daquela que muitas vezes faz as notícias ou aparece na televisão.Mostrar um pouco da cultura brasileira é um dos objetivos da associação ABRACE, que é apre-sentada nesta edição numa entrevista com sua presidente, Solange Winiger.

Como surgiu a ABRACE?A idéia de criar uma associação, centro

ou grupo onde se pudesse mostrar um poucoda cultura brasileira, surgiu com o nascimen-to do meu filho, quando comecei a me pre-ocupar como seria o seu crescimento numambiente onde se conhecia apenas o futebole prostitutas do país de origem da sua mãe.Sou diplomada em Letras, professora deinglês e antes de me casar e vir morar aqui, aminha vida profissional era muito ativa.Chegando aqui tive dificuldades enormespara ser aceita profissionalmente, apenaspelo fato de ser «brasileira» e isto me per-turbava bastante. Em um dos meus cursos naescola Migros, onde ensinei até no ano pas-sado, uma das minhas alunas era mãe adoti-va de duas crianças brasileiras. Aproximan-do-me sempre mais desta senhora suíça,descobri o seu desejo de também possibilitaràs suas crianças crescer aprendendo e con-vivendo um pouco com a cultura de origemdelas.

Quando descobri que era necessárioapenas três pessoas para se poder fundaruma associação, convidei ainda umabrasileira, também professora, mas de línguaportuguesa, e ela aceitou. Foi assim que nas-ceu a ABRACE - Associação Brasileira deCultura e Educação, em dezembro de 1996.Algumas semanas depois, nós três organi-zamos a apresentação de um livro de umescritor brasileiro que estava passando pelaSuíça, Júlio Brás. Foi o maior sucesso e ape-nas naquela noite passamos a ser mais devinte membros. Para nós esse foi o início danossa estória.

Quais são os objetivos (foram sempre osmesmos ou mudou com o tempo)?

O nosso objetivo de início era divulgar acultura brasileira, mostrando o lado culturalque até então não era ainda conhecido nestaparte da Suíça. Com o tempo alguns obje-tivos foram acrescentados pela própria neces-sidade dos membros.

Gilberto Gil lança em Paris o Anodo Brasil na França

CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005

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O «Ano do Brasil na França» foi lançadooficialmente no dia 18 de janeiro em Parispelo ministro da Cultura, Gilberto Gil, na pre-sença dos ministros franceses das RelaçõesExteriores, Michel Barnier, e da Cultura,Renaud Donnedieu de Vabres.

Cerca de 250 projetos culturais serão apre-sentados durante esta temporada brasileirana França. Outros países, como Argélia, Chinae Polônia já foram homenageados pelo go-verno francês, que defende a idéia da diversi-dade cultural.

O Ano do Brasil na França começará efetiva-mente em março com uma exposição sobre o«Brasil Indígena» no museu do Grand Palais, emParis.

A programação é bastante variada: demarço a dezembro serão realizadas em váriascidades francesas manifestações artísticas nasáreas de artes plásticas, teatro, cinema, músi-ca, fotografia, dança, entre outras.

O Museu d'Orsay, por exemplo, apresen-tará a exposição «A Fotografia Brasileira doSéculo 19». No Louvre haverá uma mostra dopintor holandês Frans Post, que viajou pelonordeste brasileiro no século 17. A exposição«Três Séculos de Arte Brasileira: A coleçãoCamargo» será apresentada no museu deBelas Artes de Rouen.

Na música, a programação também serádiversificada, com a apresentação de can-tores como Caetano Veloso e DanielaMercury e inclui até mesmo trios elétricos naCôte d'Azur e na capital francesa. A Óperade Rouen tocará músicas de Heitor Villa-Lobos.

Música temaO cantor Lenine compôs uma música espe-

cial para o Ano do Brasil na França, chamada«Brésil, Brésils» (Brasil, «Brasils»), uma analo-gia à diversidade cultural brasileira.

«O Brasil que será mostrado aos francesesmistura modernidade e tradição em todos ossetores. Este é o eixo temático desta temporadacultural», disse o ministro Gilberto Gil. «Nossasmanifestações artísticas, nosso mundo técnico ecientífico, nosso turismo, gastronomia e nossoprofundo compromisso com a paz serãomostrados aos franceses e ao número extra-ordinário de turistas que visitam a França»,acrescentou ministro, dizendo que a tempora-da cultural aproximará os dois governos.

Além da homenagem cultural feita pelaFrança, fatores políticos, que visam o estreita-mento das relações entre os dois países, tam-bém podem ser levados em conta na decisãode se organizar um evento deste tipo.

«A proximidade entre os dois países setraduz em fatos concretos. A França é osegundo maior parceiro do Brasil no campocientífico. Na área econômica, mais de 500empresas francesas estão instaladas no Brasil.Os dois países defendem a idéia de uma glo-balização mais justa, que também beneficieos países em desenvolvimento», disse o mi-nistro francês das Relações Exteriores, MichelBarnier. A França também apóia a entrada doBrasil no Conselho de Segurança da ONUcomo membro permanente.

Além de eventos culturais, várioscolóquios e debates sobre temas variadoscomo literatura, televisão e agricultura fami-liar também integram a programação do Anodo Brasil na França.

Ao que tudo indica, a temporada do Brasilna França deverá despertar o interesse dopúblico francês, que já sente um certo fascíniopela cultura brasileira, sobretudo em razão damúsica. Somente o anúncio oficial do «Brésil,Brésils »já lotou o Grande Salão do Ministériofrancês das Relações Exteriores. «Isso nuncaocorre», disse o ministro Barnier. (DanielaFernandes, da BBC Brasil, em 18/01/2005 naFSP)

Gilberto Gil lança em Paris o Anodo Brasil na França

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Há mais de mil anos um gênio marro-quino concebeu as figuras de 0 a 9 quehoje nós conhecemos como numeraisarábicos. Ele moldou as figuras de talforma que cada uma continha um apro-priado número de ângulos. O número 1contém um ângulo; o 2, dois ângulos, 3,três ângulos etc. O zero, significandonada, não tem nenhum ângulo.

Programas sociais são ampliadosem 2005 Durante entrevista coletiva a emissorasde rádio no dia 25/01, o ministro doDesenvolvimento Social e Combate àFome, Patrus Ananias, reafirmou a meta

de expansão dos programas e dasparcerias para geração de emprego erenda e fiscalização do Bolsa Família.Ele destacou que o ministério completaum ano com avanços no combate àfome e à pobreza. O ministro anunciou que as metas dosprogramas sociais serão ampliadas em2005. No caso do Bolsa Família, a pers-pectiva é de que o benefício chegue a8,7 milhões lares com renda per capitamensal de até R$ 100. Patrus garantiuque não faltarão recursos. Ele tambémlembrou que o Fome Zero hoje é exem-plo para outros países e recebe elogiosde entidades nacionais e internacionais.«Temos sido elogiados por organismosda ONU, como a FAO, ligada à agricul-tura, a OIT, a Unesco, a Unicef. O BancoMundial indicou o Bolsa Família para ogoverno do Egito», disse Patrus.

Patrus informou ainda que a assistênciaà população de rua será meta para2005. Está em curso um levantamentodo número de pessoas nestas condiçõese quais as principais necessidades. OMDS já repassou R$ 4 milhões, em2004, para a Organização do AuxílioFraterno, de São Paulo, que atende osmoradores de rua. A proposta doMinistério é incluir este público noBolsa Família. Para a região do Semi-Árido é prevista aconstrução de 50 mil cisternas, alémdos projetos de geração de emprego erenda em todos os municípiosbrasileiros, com oferta de microcréditoem parceria com os programas de agri-cultura familiar.

(MDS - Informe Especial)

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No início éramosmuito concentrados em oferecer atividadespara crianças: abrimos uma creche onde ascrianças até três anos podiam escutar esto-rinhas em língua portuguesa, cantavam e eraoferecida a possibilidade de conhecer algu-mas brincadeiras infantis típicas brasileiras.Foi uma experiência sensacional. Oferecía-mos também cursos de língua portuguesa,onde o meu próprio filho aprendeu a escre-ver e ler em português.

Como o grupo é estruturado, que atividadesrealiza?

O grupo é estruturado com uma direto-ria formada por presidente, vice-presidente,secretária, tesoureira e dois membros adjun-tos. Esta diretoria foi formada há poucotempo e a primeira atividade que fizemos foium aperitivo brasileiro, com música e petis-cos brasileiros, com o objetivo de divulgarum pouco mais a ABRACE nesta região.Proximamente estamos pensando em orga-nizar uma mostra de filmes brasileiros e con-tinuar com a oferta de cursos de língua e cul-tura para adultos e crianças.

Que coordena ou dirige o grupo?Desde 1996 sou eu que coordeno este

grupo com a ajuda do membros da diretoria.

Vocês têm encontros regulares, quando,onde?

Não. E este está sendo o nosso grandeproblema.

Quais foram os melhores momentos daAssociação?

Foi no início, onde a nossa diretoria eraformada por pessoas que realmente queriammudar a mentalidade das pessoas daqui emrelação ao Brasil. Nessa época a diretoria eraformada por um número maior debrasileiros, existiam objetivos em comum e avontade de ser brasileiro mesmo morandofora do Brasil. Este é o grande problema donosso grupo. Temos um número não elevado

de brasileiros que participam das atividadesoferecidas pela Associação. Em vários encon-tros tentamos avaliar o «porquê» desta nãoparticipação e chegamos sempre à conclusãode que talvez seja porque nos concentramosmuito sobre a questão cultural e não emlazer e parte social. Mas quando fundamos aABRACE o objetivo era centrado apenas naparte cultural.

E quais foram os momentos mais críticos?Ultimamente estamos passando por um

momento muito crítico. Eu estou trabalhan-do um pouco mais e não posso me dedicarcomo antes à ABRACE. Como conseqüência,não estamos vivendo uma harmonia degrupo neste momento. Sempre desejei queaparecesse alguém que pudesse me substi-tuir com a mesma energia de quando come-cei. A nova diretoria é completamente nova,somente eu e a secretária – Matilde Minke,somos da ex-diretoria. Talvez neste ano sejapossível que alguma coisa mude para me-lhor.

Qual foi a importância do II EncontroBrasileiro para o grupo?

Infelizmente não participamos, masespero poder participar no próximo.

Faça uma avaliação de 2004 e fale dosplanos para 2005.

2004 foi um ano de crise e de quase«morte» da ABRACE, porque por algunsmomentos a diretoria pensou em fechar aAssociação. Espero que 2005 seja um anorealmente de renascimento, no sentido posi-tivo. E no momento é ainda muito cedo paratermos uma idéia concreta .

O CIGA-Brasil deseja à equipe da ABRACEmuita energia e coragem para levar à frenteseu trabalho e desafia aos brasileiros quemoram na região a se engajarem tambémnesse trabalho tão importante de cultivo edivulgação da cultura brasileira em terrassuíças.

Pessoas de contato:

Solange Winiger - Presidente, Mariana Minke - Vice-presidenteCasella postale 1350, 6616 LosoneTel: 091 796 34 36, E-mail: [email protected]

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Ano 7 - N° 33 - Março 2005 CIGA-Informando

EXPEDIENTE

CIGA-Informando é uma publicação bimensal do CIGA-Brasil.

Tiragem: 1500 exemplares

Redação e edição: Irene Zwetsch

Fotos: Rubens Zischler

Layout & Realização:Wilber’s Grafik& Druck Services,[email protected]

Colaboradores desta edição: Eber Ferrer, Irit Chiprut, Maria Janotta e MérciaAlder.

Contato com a redação:CIGA-BrasilBinningerstrasse 194103 BottmingenTel/Fax: (061) 423 03 47/46E-mail: [email protected]

O fechamento redacional da próximaedição será no dia 15 de abril. Até esta data todos os textos e anúnciosdevem chegar às nossas mãos.

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CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005

O CIGA-Brasil é uma associação sem finslucrativos, sem vinculação política ou reli-giosa, que visa dar apoio aos brasileiros.

Formas de Atuação:Serviço de Informação e AconselhamentoContato: Dra. Lúcia da Cunha MessinaAtendimento por telefone e com hora marcada: (061) 273 83 05.Sempre às quintas e sextas-feiras,das 9 às 12 horas e das 14 às 18 horas.Ponto de Encontro: Atividades mensais.Cantinho das Crianças: Atividades para crianças de 2 a 5 anos, todas as terças e quintas-feiras, das 14 às 17h.

Para contribuir com o CIGA-Brasil envie-nos seu endereço e deposite a

anuidade de CHF. 30,- na Conta Corrente: 16 1.108.616.07 – 769

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Durante o final do ano é um prazer abrir a correspondência:cartões e cartas de amigos, contra-cheques «gordos»,anúncios de todo o tipo com ofertas extraordinárias e atémesmo os esperados bônus divididos entre os funcionários.Tudo isto faz parte do mês de dezembro.

Nada como um dia após o outro e chega o «janeiro»,aquele mês longo de 31 dias, o qual é denominado pelossuíços como: «Januarloch». Acho que eles têm razão,mas na realidade o buraco acontece quando recebemoso envelope que contém os formulários da Declaração doImposto de Renda. Alguns simplesmente, sabendo doseu conteúdo, colocam-no de lado para não terem o dis-sabor de aumentar o buraco de janeiro. Outros examinamo envelope e logo imaginam o tamanho das faturas???

Mesmo sem abrir o envelope temos que enfrentar o«bicho» e saber que preencher os formulários doImposto é uma obrigação de todo cidadão que residena Suíça, aliás nesta hora não existe discriminação deraça, cor ou nacionalidade – todos pagam! Alguns maise outros menos.

TIPOS DE IMPOSTO• Imposto Federal• Imposto Cantonal/Municipal• Imposto de Religião• Imposto Pessoal

Estes são os mais comuns em todos os Cantões, existemparticularidades bem peculiares, por exemplo no Argaué cobrado também Imposto dos Bombeiros e ImpostoHospital.

PERFIL DO CONTRIBUINTE• Todos os suíços e estrangeiros com Permissão C,

que exercem uma atividade lucrativa ou possuempatrimônio, nos seguintes termos:

• Trabalhadores regidos pela Legislaçao Trabalhista dopaís,

• Aposentados por qualquer entidade Estatal ou Privada• Profissionais liberais• Profissionais tercerizados (prestação de serviços)

Caso o indivíduo ou família estejam vivendo dentro domínimo existencial, será cobrada a taxa de ImpostoPessoal Anual. Atualmente no Cantão de Zurique custa CHF 24.– (vinte e quatro francos).

CASADOSPara os que são casados oficialmente e vivem emmatrimônio, a declaração é feita em conjunto e de-verá constar a assinatura dos dois cônjuges.

SEPARADOS OU DIVORCIADOSNeste caso a declaração é feita separadamente. Aparte que detém a guarda dos filhos menores faz jusao desconto de dependentes.

Em caso de separação ou divórcio, independente dadata, as duas partes dissolventes receberão doEscritório de Imposto de onde residem um formuláriopara preenchimento de Imposto Provisório, espe-lhando a nova situação financeira.

PRAZO DE ENTREGAEm Zurique e em vários outros Cantões, até o dia 31de março. Caso não consiga manter o prazo deentrega, solicitar por escrito prorrogação do mesmo.

Os estrangeiros que possuem a Permissão B, na maioriados casos têm o Imposto de Renda retido na fonte, ouseja, o valor é descontado automaticamente todos osmeses no contra-cheque. Isto também é aplicado para osestudantes estrangeiros que aqui residem e recebemBolsa de Estudos gerada por Instituição Suíça.

Preencher a Declaração de Rendas é muito importantepara o contribuinte assalariado, pois só assim poderáfazer os descontos referentes à sua profissão e tambémas deduções sociais a que tem direito. Além disto, quan-do o cidadão solicita ajuda financeira num Órgão Oficialdo Estado (exemplo: ajuda do Social, redução doprêmio mensal do Seguro Saúde, inscrição na AHV,isenção de pagamento de taxas oficiais ou custas deTribunal), o documento que lhe será exigido para finscomprobatórios é a cópia da Declaração de Rendas.

A pior coisa que pode acontecer ao contribuinte, sejaele suíço ou estrangeiro, é ter os seus rendimentos anu-ais estimados pelo Escritório Municipal de Impostos(Steueramt) da cidade onde reside. A estimativa nuncaé a favor do contribuinte e muitas vezes os descontossão os menores possíveis. Neste caso é bem melhorpreencher os formulários e entregá-los dentro do prazo.

Depois de todo este «blá blá» desejamos a todos osleitores/contribuintes do CIGA-Informando muita ener-gia e bastante sucesso no preenchimento da Declaraçãode Rendas de 2004!

SEM CAIR, NEM CAVAR O PRÓPRIO BURACO!

trimpos mércia alder & irit chiprut

Contato: Irit Chiprut Tel. 079 214 36 57, e-mail: [email protected]

Imposto de Renda:é importante fazer a declaração

CIGA-Informando Ano 7 - N° 33 - Março 2005

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Data limite para entrega dos trabalhos: 04 de abril de 2005

Para mais informações e pedido do Regulamento:E-mail : biblioraí[email protected] Biblioteca Ass. Raízes Telefone: (0041) 22 321 00 40 ou Ignez Agra responsável: (0041)22 349 70 74

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