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1 COMO USAR O FANTOCHE DENTRO DA IGREJA Gilmar Cerqueira de Souza 2001

Como Usar o Fantoche Dentro Da Igreja

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"É muito importante saber que o fantoche dentro da igreja não é apenas um passatempo infantil, mas um instrumento de linguagem usado para alcançar qualquer classe de pessoas que tenham dificuldades em abrir o coração para ouvir uma mensagem de forma convencional, ou seja, através de palestras." pg. 11

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COMO USAR O FANTOCHE DENTRO DA IGREJA

Gilmar Cerqueira de Souza

2001

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Índice

03 - Dedicatória

04 - Introdução

05 - Primeiras palavras

07 - Capítulo 1 - O começo

10 - Capítulo 2 - Onde usar o fantoche

11 - Capítulo 3 - Primeiro passo – Goste de criança s

15 - Capítulo 4 - Como usar o fantoche dentro da ig reja – Parte 1

15 - Capítulo 5 - Como usar o fantoche dentro da ig reja – Parte 2

19 - Capítulo 6 - Como preparar uma história com fa ntoches para igreja

24 - Capítulo 7 - Que tipo de fantoche usar em uma apresentação dentro da igreja

26 - Capítulo 8 - Engatinhando na arte de manipular

29 - Capítulo 9 - Experiências pessoais com fantoch e

32 - Capítulo 10 - Resumos de experiências através do ministério da Turma do Fumaça

34 - Conclusão

35 - Considerações finais

36 - Quem é o autor

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Dedicatória

A minha fiel companheira e esposa Cristiane Lopes.

Obrigado por suas orações neste Ministério em que você é parte fundamental.

Obrigado por confiar e acreditar em seus sonhos fazendo deles os seus.

Toda honra glória e poder ao nosso guia Jesus Cristo. Que SEU nome seja

sempre exaltado entre todos os nomes, amém.

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Introdução

Eu não tenho a pretensão de ser um escritor, mas tenho a coragem de ser um

mensageiro.

Há mais de uma década, sempre procurei algo para poder crescer em meu

ministério com fantoches.

Eu até que encontrei, mas não exatamente aquilo que realmente procurava.

Desejava ser orientado, aconselhando, instruindo enfim eu precisava de um

direcionamento de como usar este trabalho dentro das igrejas. Infelizmente, tive

que aprender errando muito. Através de muitos erros que cometi no início, fui

humilhado e ridicularizado. Até pensei em desistir. Mas aí, lembrei desta promessa

bíblia: “Tudo posso naquele que me fortalece.” Fil. 4:13. Com muita oração,

encontrei forças e sabedoria para escrever, não diria exatamente um livro, mas um

manual de orientações de como usar este recurso dentro das igrejas, tendo como

base tudo aquilo que passei e jamais gostaria que alguém passasse. Por isso,

coloco aqui um pouco do muito que Deus ainda tem reservado para cada um que

deseja realizar a sua obra nesta terra que é levar o seu evangelho (ler S. Mateus

24:14) e então virá o fim... Fim da morte e começo de uma vida eterna ao lado de

nosso Rei e Salvador Jesus Cristo (se você acredita nisso então diga em sua

mente, amém).

Portanto, leia cada palavra, cada frase, cada parágrafo como se fosse à última

coisa a ler nesta vida.

Usar a Bíblia para mostrar à realidade e provar a veracidade de tudo àquilo que eu

procurei dizer através de minha experiência com os fantoches.

Antes de ler este livro, primeiro, pegue uma Bíblia, ore a Deus e tenha uma boa

leitura.

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Primeiras Palavras

É muito fácil e cômodo julgarmos e criticarmos tudo aquilo que vemos e ouvimos.

Eu sempre digo que, criticar é mais fácil que realizar.

Existe ainda uma grande polêmica se é certo ou não usar fantoche dentro da

igreja.

- O que dizer a respeito disso?

Uns dizem que pode, outros dizem que não pode. E você, o que diz?

Vou tentar esclarecer como um pergunta.

- É certo as mulheres irem à igreja de saia?

Você deve estar imaginando que fiquei louco com esta pergunta, mas preste

atenção no que perguntei.

- É certo ir de saia à igreja?

- O que você acha?

- Qual é a sua opinião?

Claro que pode usar saia dentro da igreja!

- Será?

- E se a saia for uma micro saia onde se pode ver mais o corpo que a roupa?

- Percebe?

A saia longa dentro da igreja pode usar, agora, a micro saia não.

Talvez esta seja a resposta de muitas pessoas.

Através desta ilustração eu tento esclarecer de forma bem simples, que o fantoche

dentro da igreja, é correto, se for usado para edificar, e errado, se for para

escandalizar.

Durante a leitura deste livro, você irá descobrir e conhecer os métodos

aconselháveis, de como usar os fantoches dentro da igreja.

Este livro pode fazer você mudar de idéia ou não, como pode também, reforçar

aquilo que você já pensava a respeito dos fantoches.

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Agora, eu prefiro deixar a sentença final deste julgamento para Deus (Mat. 7:1)

lembrando que o ministério é conhecido pelos bons frutos (Mat. 7:16 a 20).

Antes de julgarmos, oremos a Deus para nos orientar a respeito de uma decisão.

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Capítulo 1

O COMEÇO

“Guarda-me ó Deus, porque em tu confio.” Salmo 16:1

Sempre que criamos um método novo de trabalho barramos em um obstáculo

chamado – preconceito.

O preconceito tem desanimado a muitos em suas brilhantes iniciativas.

Sabemos um o único Criador de todas as coisas é Deus.

Nós apenas aproveitamos o que já existe para modelarmos mediante àquilo que

se passa em nossa mente, ou seja, ‘vou apenas criar uma linguagem de fácil

entendimento as outras pessoas’. Claro que tudo deve ser dirigido de acordo com

a vontade divina.

Como o salmista Davi, devemos suplicar a Deus por sua proteção, pedindo a Ele

que nos guarde daqueles que nos perseguem em tudo aquilo que fazemos ou

procuramos fazer.

Conforme escreve o salmista Davi: ‘Guarda-me ó Deus, porque em ti confio’ (Sal.

16:1).

Esta confiança deve ser alimentada através de nossas orações, principalmente,

quando somos chamados a criar ou realizar algo em nome de Jesus.

Quantas e quantas pessoas, dotadas de dons e talentos, fogem da presença de

Deus, e acabam enterrando-os só porque alguém os persegue, falando que aquilo

não era certo, que aquilo não era Deus. Quando agimos assim é porque estamos

longe da presença divina.

É necessário em todos os momentos pedimos a Deus por sabedoria como fez

Salomão, (ler I Reis 3:9 e Prov. 1:7) assim, saberemos discernir o que é certo e o

que é errado.

Quando desistimos de alguma coisa que estamos fazendo para Deus, é porque o

que estávamos fazendo na verdade, era apenas para o nosso próprio

engrandecimento (ler S. João 3:30)

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Portanto, se você desistiu ou está pensando em desistir de continuar usando o

seu talento só porque alguém o criticou, é sinal de que você não estava fazendo

para Deus.

A partir de agora, procure orar a Deus e colocar em prática a promessa que Deus

faz a você. (ler S. João 4:10)

Você pode até estar se perguntando: O que tem haver este versículo com a minha

desistência de realizar algo para Deus?

É simples, como a mulher Samaritana questionou a Jesus por ter Ele pedido água

a ela, assim fazemos nós sempre que Ele nos pede algo.

Não questione a Deus, simplesmente faça o que Ele pedir, mas, lembre-se: Muitos

irão criticá-lo por suas decisões e a melhor decisão é aquela de Deus toma por

nós, e, nós a aceitamos.

‘Tudo posso naquele que me fortalece.’ Fil. 4:13

Sozinho, nunca conseguirei alcançar o que realmente desejo.

Posso estar rodeado de pessoas, posso estar sendo auxiliado por muitas pessoas,

mas, continuarei sempre só, se não depositar em Deus toda a minha confiança,

pois somente através dEle e por Ele é que alcançamos vitórias.

Deus nos fortalece exatamente naquele momento em que a nossa mente e o

nosso corpo já não obedecem mais as ordens cerebrais.

Quando a palavra desistir está prestes a ser pronunciada por meus lábios, então,

como num último suspiro eu clamo a aí, Ele me ouve devolvendo todas as minhas

forças: tanto físicas intelectuais e principalmente espirituais; o que me faz ter a

plena certeza de que posso todas, mas todas as coisas mesmo, nAquele que me

fortalece (ler Fil. 4:13).

É bom não esquecer, que a verdadeira vitória, só vem do Senhor. (ler I Cor.

15:57).

Se a sua leitura já chegou até aqui, então, prepare-se para entrar em um mundo

fascinante, um mundo chio de idéias, expectativas, graça e sentimento.

O que você já leu até aqui foi apenas para mostrar as coisas que estão por vir.

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Neste mundo dos fantoches, não existe maldade. Para entrar nele eu preciso

acreditar nas coisas, mas não em tudo que vejo ou ouço. Para conhecer este

mundo, primeiro preciso entrar.*

*O que eu quis dizer com este parágrafo foi: ‘tenha sensibilidade, seja sincero e

não vá pelo que os outros dizem. Ore sempre a Deus e seja coerente em suas

decisões. ’

Neste mundo dos fantoches muitas dúvidas serão esclarecidas. Atenção, as

dúvidas que falo, estão relacionadas especificamente a este mundo, que parece

ser tão simples, mas ao mesmo tempo é tão complexa, que nos faz levar muito a

sério e com razão, os seus importantes significados.

Estou convidando a conhecer este mundo chamado: fantoche, meu conselho a

você a esquecer todas as idéias que tem a respeito dos fantoches e de como usa-

los dentro da igreja. Faça uma purificação mental de tudo àquilo que você já ouviu

falar a respeito de fantoches. Quando estiver com a mente toda limpa e receptiva

para as novas idéias sobre este mundo chamado - fantoche, então, será mais fácil

assimilar as dicas e os importantes toques que serão dados, e, um novíssimo

conceito sobre estes bonecos será revelado.

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Capítulo 2

ONDE USAR O FANTOCHE

- Dentro da igreja

- Escolas

- Reuniões

- Aniversários

- Acampamentos

- Programações jovens de igrejas

Para cada ocasião, existe uma linguagem apropriada, e essa linguagem, é exigida

na hora de se trabalhar com os fantoches.

Os fantoches usados de maneira correta irão proporcionais grandes resultados a

todos, pois não existe ser humano tão insensível que não se encante por ‘tais

bonecos’.

Tudo é uma questão de conhecimento, é necessário primeiro conhecer o fantoche,

para depois usá-lo.

Lembrando que: ‘Posso todas as coisas naquele que me fortalece’, e usar

corretamente um fantoche dentro da uma igreja, não será problema, desde que eu

humildemente, aceite ser orientado e corrigido, pois só assim o meu ministério

crescerá.

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Capítulo 3

PRIMEIRO PASSO – GOSTE DE CRIANÇAS

Goste em primeiro lugar de crianças (ler S. Mateus 18:1 a 6).

As crianças têm por natureza a sinceridade, eu seja, quando ela diz não, á não.

Seja o seu sentimento pelos pequenos, um sentimento puro, desinteressado, ame

de forma altruísta e os melhores resultados irão aparecer. Gostar de crianças é

apenas o início de inicio, de como se trabalhar com fantoches.

Lembre-se: Tudo o que você fizer em sua vida, faça como se fosse à única coisa

que existe para fazer, portanto faça com amor, faça bem feito, faça com

dedicação, com humildade, acima de tudo faça como se fosse um presente a ser

escolhido para alguém que você mais ama, ou melhor, ainda, faça para Deus.

Fantoche não atinge apenas as crianças, o fantoche tem a força de atingir a todos

por isso, é necessário saber usá-los.

• Respeite os limites da imaginação e procure construir pontes que liguem o

real com o imaginário:- fantoche dentro da igreja não deve fazer ou dizer

coisas que você não faria ou diria como pessoa.

• Respeite as técnicas de se trabalhar com fantoches e seu possível crie

outras: ao manipular um fantoche não faça de qualquer jeito, procure dar o

máximo de realismo, sincronizando da melhor forma possível os

movimentos de sua mão com as palavras que você diz.

É muito importante saber que o fantoche dentro da igreja não é apenas um

passatempo infantil, mas um instrumento de linguagem usado para alcançar

qualquer classe de pessoas que tenha dificuldade em abrir o coração para ouvir

uma mensagem de forma convencional, ou seja, através de palestras.

Não estou com isso querendo dizer que, as palestras não sejam importantes, pelo

contrário elas são e muito, o que estou dizendo é que existem várias formas de se

dar uma palestra, e cada palestrante, usa um método e o fantoche também se

torna um método, prático e eficiente, quando usado de forma correta.

Quando olhamos para um fantoche vemos apenas um boneco. Na verdade é um

boneco aparentemente e não tem graça nenhuma. Mas, quando a gente pega o

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simples boneco e coloca na mão, tudo se transforma. Ele quase ganha vida

própria, pois, somente Deus é que dá a vida. Quando ele é manipulado com

leveza e graciosidade, ganha movimentos que até parecem reais. Uma

manipulação de bonecos bem feita e uma história inteligente conquista a simpatia

das pessoas.

Um exemplo prático aconteceu comigo de duas formas:

A primeira foi quando senti a força que os bonecos transmitem quando usados

sabiamente. Eu estava longe de Jesus, mas, era um jovem que já conhecia a

Palavra de Deus. Tudo o que falavam as coisas de Cristo. Estava totalmente

decidido a não voltar mais para Jesus. Até o dia em que, assistindo a uma

apresentação com fantoches, fui tocado novamente por Deus, através de Seu

Espírito Santo.

A segunda, eu já estava atuando neste ministério de fantoches em uma de minhas

viagens pelo Brasil. Foi exatamente na cidade de Análopis – GO que eu pude

sentir as forças deste ministério e descobrir a sua grande importância para Deus.

Era uma seta-feira, eu e o meu precioso amigo Chérri Filho, que é publicitário,

escritor, estávamos em mais de uma de nossas viagens, realizando uma

Campanha de Reavivamento Espiritual. Inclusive ela, foi à pessoa que Deus

colocou em minha vida, para o fortalecimento e crescimento do meu ministério.

A programação era dividida sempre da seguinte forma: Meia hora antes era

dedicada às crianças e eu comandava esta parte com os meus fantoches da

Turma do Fumaça, contando histórias sobre o amor de Jesus e após a parte das

crianças, o meu amigo Chérri entrava para dar a mensagem para todos que ali

estavam.

Depois da minha apresentação com os bonecos para as crianças, fui abordado

por um homem eu deveria ter na época, uns 37 anos. Com a voz embargada pela

emoção. Ele me disse: “Gilmar, hoje o que você disse com os seus bonecos,

tocou profundamente o meu coração. Na verdade, estou brigado com uma pessoa

há uns doze anos mais ou menos, e todo mundo aqui da igreja, meus familiares e

até pastores já tentaram nos reconciliar como amigos, mas infelizmente, todas as

tentativas foram em vão. Mas ao ouvira mensagem quem você passou com os

bonecos, não tenho dúvidas que também senti o Espírito Santo de Deus falando

comigo”. Com lágrimas nos olhos, ele já não conseguia mais esconder a emoção

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de ter sua vida mudada, através do Espírito Santo de Deus. Então ele me

perguntou:

- Sabe o que eu vou fazer agora?

Respondi:

- Não

Ele continuou:

- Vou agora mesmo ligar para este amigo e pedir perdão a ele e se ele aceitar,

seremos grandes amigos novamente.

O interessante de todo é que quando ele veio falar comigo, deixou-me claro que,

aquela mensagem que eu havia passado com os bonecos, ele já havia escutado

várias vezes, e de forma mais eloquente. Espero que você tenha entendido. Não

estou dizendo que os pastores, as pessoas que falaram com ele, enfim, todos que

durante estes doze anos tentaram promover esta reconciliação e falharam, não

estavam sendo direcionadas por Deus. Não sou melhor do que ninguém. Na

verdade, me considero o mais indigno e pecador da face da terra. Só que Jesus

precisa falar ao coração daquele homem que estava brigado com seu amigo há

doze anos.

Como Deus é dono do tempo e Senhor dos Senhores, então, não sou eu quem vai

discutir aqui quem Ele deveria ter usado ou não para ser um instrumento, para

fazer com que a Sua Palavra chegasse àquela pessoa. Podemos até nos sentir

incapazes, mas, quando Deus olha para nós e diz: ‘É você que eu quero’. Ele faz

milagres.

Deus tem infinito poder para usar uma pessoa ou algo não convencional.

- Lembra de Moisés?

Deus escolheu Moisés para tirar o povo do Egito, mas, também usou uma vara

para convencer aqueles que não acreditassem em Moisés.

Ele usou até uma Jumenta para falar!

- Lembra de Balãao?

Foi isso que aconteceu.

Jesus não deixou de usar aquelas outras pessoas. Ele apenas quis usar um outro

método de pregação, lembra das parábolas?

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Então, desta vez Ele também usou, só que através de bonecos. Quem somos nós,

para discutir quais são os recursos corretos para Deus usar?

Não cometa o mesmo erro que Caim, ao acreditar que os seus próprios recursos

estavam corretos. Deus havia lhe pedido um carneiro para sacrifício, e ele achou

por bem oferecer suas frutas. É exatamente isso que acontece conosco. Tudo

bem Caim escolheu as melhores frutas, mas Deus não havia pedido frutas. Eu

posso achar que estou fazendo o melhor para Deus, mas se eu não obedecer a

Sua vontade, nada valerá. Portanto o que Deus pede é o que deve ser feito.

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Capítulo 4

COMO USAR O FANTOCHE DENTRO DA IGREJA – PARTE 1

‘Por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado’. Mat.

12:37

Se você pensa que por estar manipulando um boneco de fantoche pode falar

qualquer coisa dentro da igreja, está totalmente errado. Deve-se tomar muito

cuidado e prestar muita atenção naquilo que será dito em uma apresentação com

fantoches, principalmente dentro da igreja.

Quando estiver apresentando uma peça com fantoches dentro da igreja é

fundamental seguir as orientações abaixo:

• Orar e preparar a história com bastante antecedência.

• Se for apresentar com outras pessoas, é muito importante que todos leiam

e estudem muito bem o texto.

• Depois de estudado o texto, é indispensável o ensaio.

• No ensaio, serão descobertas as dificuldades que cada um pode vir a ter

com o seu personagem.

• Reavaliar o texto e discutir em equipe, também é ótimo.

Estas são algumas orientações básicas a respeito de como desenvolver uma boa

apresentação com fantoches na igreja.

Agora, atenção! Eu considero esta, se não for a aparte mais importante, é uma

das mais importantes.

• Nunca, mas nunca mesmo, debochem de personagens bíblicos em uma

peça com fantoches.

Serei mais específico.

• Nunca faça paródias ou piadas de histórias bíblicas.

Se você for contar uma história bíblica com fantoches, procure cantá-la de forma

mais sensata e verdadeira possível, sem precisar apelas para o humor, pois o

humor, só vai causar irreverência dentro da igreja e muitos poderão se

escandalizar com tal atitude. (ler Rom. 14:13).

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É muito comum pessoas despreparadas apelarem somente para o humor com os

fantoches, e sem perceber caminha para o ridículo.

Infelizmente estas pessoas, acreditam que para uma apresentação com fantoches

ter resultado e ser considerada boa, é necessário que as pessoas que assistem

estejam o tempo todo em gargalhadas.

Se você se preocupar apenas em fazer os outros rirem estará esquecendo do

principal que é a mensagem a ser passada com os fantoches.

• Procure em todas as apresentações com fantoches, tornar a mensagem

mais importante e não os bonecos.

Lembre-se: Você está exaltando a Deus e não os seus bonecos. (ler Rom. 11:36).

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Capítulo 5

COMO USAR O FANTOCHE DENTRO DAS IGREJAS – PARTE 2

Conforme já mencionando anteriormente, é necessário detalharmos alguns

assuntos como:

• A importância da mensagem

O que seria uma mensagem importante? Uma mensagem importante pode ter

várias respostas, mas a mensagem importante a qual me refiro e pergunto a você,

é aquela que será usada em sua apresentação com fantoches, saiba dividir os

bonecos da mensagem a ser passada através deles.

Por exemplo: Se estou em um quarto escuro e preciso achar algo e não tem

energia elétrica e digamos que só tenha ao meu alcance uma vela, então pergunto

à você:

- Somente a vela é o suficiente para iluminar o quarto?

Claro que não! Eu preciso ascender esta vela, então é óbvio, que precisarei de

fogo. Talvez a esta altura você deva estar até pensando, aonde quero chegar com

tudo isso.

É simples, que quero chegar naquele quarto escuro e encontrar aquilo que estou

procurando.

- Percebe? Para mim o mais importante, não é a vela, não é o fogo, e sim,

encontrar aquilo que eu procuro.

Trabalhar com fantoches dentro da igreja, pode ser um quarto escuro para muita

gente e é por isso, que muitos cometem muitos erros e sempre estão no mesmo

lugar, até chegar ao ponto de desistirem.

Voltemos ao raciocínio do quarto escuro. Vamos comparar a mensagem com o

‘algo que eu desejo encontrar naquele quarto escuro’ as velas serão os fantoches

e o texto será o fogo. Para melhor entender, acompanhe o raciocínio: Trabalhar

com fantoches dentro da igreja é isso. Sendo o que eu procuro naquele quarto

escuro representa a mensagem, a vela o fantoche, o fogo o meu texto, é só juntar

as coisas. Quando eu entrei no quarto escuro eu fui procurar algo,

independentemente dela estar escuro ou não, certo? Como ele está escuro é claro

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que eu vou precisar de algo para iluminar o que neste caso escolhi uma vela,

certo?

- O que representa a vela? Muito bem, a vela representa os fantoches. Agora,

precisamos do fogo para acender a vela, certo? E o que representa o fogo em

nosso contexto? Perfeito, o fogo em nosso contexto representa o texto, que você

usa para criar um diálogo entre os fantoches.

Portanto, lembre-se:

O fantoche é um meio de se chagar nas pessoas, igual a vela que seria o meio

para iluminar aquele quarto escuro mas, precisei do fogo para ascender a vela,

que é o texto para ser usado pelos fantoches para chegar nas pessoas. E por fim,

o que procuro são as pessoas, que eu só poderei alcançá-las através da

mensagem, que no nosso contexto, é aquilo que procuro dentro daquele quarto

escuro.

Agora note que se eu estiver sem a vela e o fogo, para ascendê-la irei procurar o

‘algo no quarto escuro do mesmo jeito’, terei muito mais dificuldade para

encontrar, mas, mesmo assim vou procurar.

Eu dei toda esta volta de propósito para fixar em sua mente que não adiante você

enrolar em uma apresentação com fantoches, pois o principal é o conteúdo, ou

seja, a mensagem, independentemente, do tempo a ser usado em uma

apresentação.

Portanto, se você se preocupar só em fazer os outros rirem, estará esquecendo do

mais importante, que é a mensagem a ser passada através dos fantoches.

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Capítulo 6

COMO PREPARAR UMA HISTÓRIA COM FANTOCHES PARA IGREJ A

“Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não

crê mentiroso o fez; portanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu.”

I João 5:10

Tudo aquilo que falo no meu dia a dia, as coisas que leio, vejo e assisto pela

televisão, são as informações que irão ficar em minha mente.

Quanto mais me dedicar à vida espiritual, mais facilidade de falar para a respeito

das coisas celestiais.

A minha vida precisa ser um constante testemunho a respeito de meu Jesus.

Preciso testemunhar o seu amor a todos, aceitar Sua vontade e colocar em prática

em meu viver diário. Quanto mais eu testemunhar a respeito de meu Jesus, mais

terei a passar. Com uma vida dedicada a Deus, não haverá espaço para o inimigo

dominar a minha mente e muito menos as minhas atitudes. Crer em Jesus Cristo,

é ter para si o testemunho da vida, mas se não creio em Deus, não passo de um

mentiroso e não terei o verdadeiro testemunho a passar às outras pessoas.

Estou insistindo nesta mesma tecla de testemunho, porque é somente através

dele, que irei conseguir uma boa história, ou seja, um bom teto para a minha

mensagem com fantoches.

• Ler bastante ajuda e muito.

• Ouvir as pessoas, também é um excelente exercício de como desenvolver

a criatividade e sensibilidade.

Agora, na hora de montar um texto, preste muita atenção nos tópicos abaixo:

1. Não usar gíria

2. Não usar frases de televisão

3. Não usar palavras com duplo sentido

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1. Não usar gíria

É comum presenciarmos apresentações, em que grupos de fantoches, utilizam

muito deste recurso chamado, gíria. Não é aconselhável usar gírias dentro da

igreja, só pode ser usada e assim mesmo com muita restrição, quando o tema a

ser usado pedir, exemplo:

Uma personagem dentro da história é um rebelde. Neste caso, usar a gíria

somente para caracterizar a personagem é valido e mesmo assim, cuidar muito

das palavras que serão usadas, pois dependendo das palavras você só irá causar

escândalo às pessoas e ainda causar uma tremenda irreverência na casa de Deus

(ler Rom. 14:13).

Portanto, seja sábio e cuide da sua linguagem.

Procure usar o menor tempo possível a ‘tal’ personagem ‘rebelde’, dentro de sua

história.

Para caracterizarmos uma personagem em uma peça de fantoche, não é

necessário aparecer com esta personagem por muito tempo ou o tempo ou o

tempo todo. Use rápidas aparições, assim você ira fixar com muito mais facilidade

a tal personagem na mente das pessoas. A personagem que aparece e

desaparece de maneira relâmpago, é mais fácil de ser lembrada, pense nisso e

ponha em prática. O meu conselho pessoal é não usar a gíria dentro da igreja.

2. Não usar frases de televisão

Este é uma parte muito delicada e precisa do dobro de sua atenção.

Quando digo não usar frases de televisão estou me referindo aos jargões (frases

que marcam as personagens dos artistas), por exemplo:

Existe uma artista de televisão que, criou uma personagem e a frase que

caracteriza esta personagem é: Ô coitado! Você já deve saber que personagem é

esta? Exatamente, a artista responsável por tal criação, é Maria Gorete, sua

personagem é a Filomena, mais conhecida como ‘Filo’.

- Porque não é legal usar estas frases feitas? O que há de mal?

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Perguntas como estas podem ou não passar em nossa mente. Mas se ela não

passou em sua mente, mesmo assim, ainda é muito importante que você saiba o

real motivo de não usar estas frases.

Como já mencionei, tudo aquilo que lemos, falamos, vemos e assistimos pela

televisão vai para o nosso subconsciente. Sendo assim, não é recomendável usar

tais frases, porque farão as pessoas lembrarem da televisão, exemplo:

Você está realizando uma programação em uma igreja e em um determinado

momento da história, um dos seus personagens comenta que precisa ter mais fé...

Nesta hora, você está lavando a mensagem para o coração das pessoas de que

elas também precisam ter mais fé, até aí, tudo correto. Na sequência entra um

outro personagem nesta mesma história que ouviu o outro dizer que precisa ter

mais fé. Ele ao invés de continuar no mesmo raciocínio da mensagem, podendo

até convidar o personagem para orar e dessa forma orientando a todos que

assistem a agirem da mesma forma, ele não faz, prefere usar uma frase de

televisão, digamos no caso a frase: ô coitado, o que automaticamente causaria

risos e mais risos descontrolados da platéia, mas também causaria escândalo a

outras pessoas. (ler Rom. 14:13)

Agora, pergunto:

- O que seria mais proveitoso?

- Usar uma frase que leve as pessoas a refletirem na história ou causar risos

descontrolados e escândalos a outros? (ler Rom. 14:13)

A reflexão é mais duradoura e pode até ajudar na decisão de uma pessoa, ao

ponto que algumas risadas descontroladas, têm efeito rápido e passageiro.

Não estou aqui querendo manipular a sua decisão, apenas estou orientando para

que depois você não tenha que ouvir de algumas pessoas que o seu ministério

não seja de Deus.

E tem mais, uma frase de televisão, tira toda a seriedade, levando a pessoa do

santo para o profano porque, automaticamente, a mente dela irá buscar do

subconsciente aquilo que ela tem visto na televisão, desviando toda a sua atenção

para as coisas da carne e não do espírito, deixando inclusive de continuar

prestando atenção em sua história, tornando os bonecos, mais importante que a

mensagem.

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Com todas estas informações que passei, não quero dizer que as histórias com

fantoches, dentro da igreja, não podem ser engraçadas, pelo contrário, não podem

como tem a obrigação de ser.

Espere um pouco, agora que não entendi nada mesmo!

- Uma hora rir não pode e agora pode?

É simples, não disse que as histórias não podem ser engraçadas; disse que usar

recursos que já existem na televisão não é recomendável, e que o humor deve ser

usado no momento certo e não a todo momento.

Lembre-se: A mensagem deve ser mais importante que o fantoche. E depois,

criatividade, é algo que não tem preço. Portanto, ao invés de copiar, crie, sem

precisar apelar para coisas prontas que podem até dar um sentido errado a sua

apresentação causando constrangimentos futuros.

3. Palavras com duplo sentido

Muito cuidado ao usar palavras com duplo sentido. Use sempre palavras que

edifiquem, e que valorizem a sua mensagem. È comum palavras com duplo

sentido serem usadas em apresentação dentro da igreja.

O valor de sua mensagem, e o respeito pelo seu ministério com fantoches, estão

fortemente relacionados com aquilo que você diz em suas apresentações.

Existem pessoas, que chegam até anotarem aquilo que se diz, nas apresentações

com fantoches dentro das igrejas.

O duplo sentido nas palavras é mais usado quando se deseja uma reação de risos

da platéia. Não se deixe enganar pelas risadas do público. Nem sempre as risadas

da platéia, estão aprovando a sua apresentação.

Posso até estar sendo redundante, mas risadas e mais risadas, em uma

apresentação com fantoches, não significa e jamais significará que ela esteja

realmente agradando a Deus. E mais, não se iluda com o fato de que você precisa

agradar ao público, pois é o público, que deve se agradar de sua apresentação.

Não faça de seus fantoches ‘o bobo da corte’.

Page 23: Como Usar o Fantoche Dentro Da Igreja

23

Se as pessoas virem o seu ministério com fantoches, apenas como meio de

diversão, é sinal de que você deve desistir deste ministério com bonecos ou então,

começar tudo de novo.

Cuidado, mais muito cuidado mesmo, para você não ser rotulado em suas

apresentações como ‘bobo’.

Como já dizia o primeiro palhaço Bozo, da televisão brasileira, e que agora

aproveitou sabiamente o seu dom de fazer rir e o devolveu a Jesus, tornando-se

dEle um sevo bom e fiel, quando tive a alegria tive a alegria de entrevista-lo em

meu programa infantil: ‘A Turma do Fumaça’, pela Rádio Novo Tempo de Curitiba.

Palavras do palhaço Bozo, hoje, Pastor Arlindo Barreto: ‘Há muita gente que se

diz séria por aí, que anda fazendo palhaçada com o Povo de Deus; e muitos

palhaços falando de forma séria para o povo de Deus.’

Agora, se você não fizer isto acontecer é sinal de que, o seu ministério com

fantoche, não tem nenhum valor portanto, é necessário, ao invés, de conquistar

apenas os sorrisos da platéia, é obrigatório primeiro conquistar o respeito pelo seu

ministério com fantoche.

Palavras com duplo sentido, caminham apenas para a única direção: a

irreverência. Não pense você que, pode usar o duplo sentido de uma palavra, para

a edificação de sua mensagem. Se desejar falar alguma coisa com os fantoches,

use as palavras certas e vá direto ao assunto.

Page 24: Como Usar o Fantoche Dentro Da Igreja

24

Capítulo 7

QUE TIPO DE FANTOCHES USAR EM UMA APRESENTAÇÃO DENT RO DA

IGREJA

O boneco de fantoche, já possui uma característica própria.

Eles já são cômicos por sua natureza.

Eles podem ser feitos de diversas formas e técnicas, com os mais variados tipos

de materiais, basta apenas à criatividade de cada artista, mas é preciso saber eu

dentro da igreja, o fantoche deve seguir algumas regras para o melhor

desempenho da participação, como por exemplo:

• Não é bom usar fantoches de animais que falem. Pois animais na vida real

não falam.

Você pode até dizer que é apenas um fantoche e que não faz mal nenhum. Mas

se me permite, eu digo que tem muito há ver. Não será instrutivo e pedagógico

mostrar isso as crianças.

Lembre-se que tudo aquilo que a gente vê, ouve e se envolve em nossa vida, vai

para o nosso subconsciente.

Da mesma forma, a criança quando vê um animal de fantoche falando vai para o

subconsciente dela, e sem dúvidas, para ela e pela idade que ela tem, um animal

de fantoche falando será uma grande perturbação mental. (Outro dia eu assistia a

uma apresentação de fantoche e no meio da história apareceu um cachorrinho

que falava; indignada e contrariada com a cena que via, uma criança de uns 5

anos mais ou menos gritou: ‘Cachorro não fala’. Sem graça a pessoa que

manipulava o boneco respondeu ‘eu sou um cachorrinho especial’ e não satisfeita,

a criança replicou novamente ‘Especial, somos nós pra Jesus!”

A característica de um animal em fantoche falando relembra também muito o

Jardim do Éden. É certo que animal nenhum fala, com exceção do papagaio, que

mesmo assim, apenas reproduz alguns sons que ouve, mas falar de forma

racional, nenhum animal é capaz.

É claro que se Deus permitir eles falarão, foi o caso de uma jumenta, o animal que

servia como meio de transporte para Balaão, então Deus usou este animal, a

Page 25: Como Usar o Fantoche Dentro Da Igreja

25

jumenta (ler Núm 22:30), mas isto não quer dizer que os animais foram feitos para

falarem.

Os animais não foram feitos para falar

Então, quando um fantoche de animal é usado em uma apresentação falando é

caracterizado como espiritismo. O Diabo quem usou um animal para enganar

quando disfarçado em uma serpente quando proferiu palavras de persuasão para

conquistar a atenção de Eva. Muitos estudiosos da Bíblia, afirmam ter sido a

primeira sessão de espiritismo. (ler Gen. 3:1-24)

Se você acha que estou sendo muito radical em minhas colocações, então estudo

mais sobre o comportamento de uma mente infantil e verá que eu não estou

exagerando. As coisas de Deus devem ser ensinadas com muita sabedoria e não

com dúvidas e polêmicas. (ler Col. 4:6)

O fantoche, já é visto por algumas pessoas e denominações religiosas, como um

recurso negativo e impróprio para o evangelismo infantil. Sabendo deste detalhe é

importante evitar qualquer coisa que escandalize ou denigra a imagem de seu

ministério com fantoche.

Não fazer orações com os bonecos

A oração é o meio mais santo de se falar com o nosso Deus. Portanto em

momento algum use o fantoche para orar. Um boneco jamais poderá se comunicar

com Deus.

A sugestão é você já deixar combinado com alguém para poder fazer a oração.

Existem mais orientações detalhadas a respeito de como usar este ministério

dentro da igreja, mas o que você já leu é um dos primeiros passos,

importantíssimos de como utilizar o fantoche dentro da igreja. Saga as orientações

que você leu neste livro e principalmente a orientação divina através de muita

oração e seja criativo em seu ministério. Lembre-se: Você deve primeiro

conquistar o respeito pelo seu trabalho e depois às risadas do público.

O mais importante é a mensagem e não o fantoche.

Page 26: Como Usar o Fantoche Dentro Da Igreja

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Capítulo 8

ENGATINHANDO NA ARTE DE MANIPULAR

1. Como desenvolver uma boa manipulação

É necessário bastante treino em frente a um espelho. Deve haver perfeita

sincronia entre a sua mão e a sua boca. O som que você emite deve ser

acompanhado a risca pela sua mão.

Exemplo: Se eu falar a palavra C-A-S-A eu irei abrir a boca duas vezes, pois este

é número de sílabas que possui a palavra CASA.

A mesma quantidade de vezes em que eu abrir a minha boca, assim eu também

irei fazer para a minha mão.

E assim, você irá fazer em todas as palavras, frases e textos que você

desenvolver através de sua manipulação com fantoches.

Uma boa manipulação dos bonecos, ou seja, uma técnica mais aprimorada é o

melhor recurso para prender a atenção do público.

Quando estiver manipulando um fantoche, lembre-se que não só as crianças que

estão ali assistindo. Jovens e adultos também gostam deste tipo de apresentação,

portanto se algumas crianças já desconfiam que exista alguém por de trás dos

bonecos imaginem os adultos.

Agora, se você deseja realmente prender a atenção do público é necessário

desenvolver a técnica de manipulação da melhor forma possível.

2. Boneco versus Adulto versus Manipulador

Quando se fala em fantoche logo vem à mente a seguinte imagem: “Uma casinha

quadradinha, um monte de bonecos falando, procurando prender a atenção da

criançada e também dos adultos”.

Quando se fala em fantoche, automaticamente já se associa ‘crianças’. Na

verdade a própria característica permite esta associação. Só que fantoche é muito

mais. Não se limita apenas ao mundo infantil.

Page 27: Como Usar o Fantoche Dentro Da Igreja

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Fantoche eu diria ‘atrai automaticamente a atenção de crianças por ser um

instrumento de imaginação e liberdade de expressão’, mas o fantoche também

pode e deve ser usado para o público adulto. Neste caso é necessário trabalhar

primeiramente a manipulação.

A sua técnica de manipulação deve estar em excelente nível, ou seja, a sincronia

dos movimentos, a leveza dos movimentos e a interpretação, são fatores

primordiais para se trabalhar com os adultos.

Não estou dizendo que para se trabalhar com a criança não precise também

destes recursos, precisa sim e muito, só que as crianças se encantam mais e se

envolvem de forma mais fácil, porque é uma linguagem de imaginação e as

crianças têm muito disso, de imaginar os acontecimentos, ou seja, elas se

envolvem de forma mais sincera com as histórias. Já o adulto, te a sua própria

personalidade, opinião formada, sabe esconder e controlar seus sentimentos e

seu senso crítico é aguçado. É por estes motivos que se faz necessária uma boa

técnica de manipulação. O que irá prender realmente a atenção dos adultos é a

manipulação bem desenvolvida.

3. Boneco versus Criança versus Manipulador

A relação entre fantoche e criança, deve ser a mais sincera possível.

É comum ouvir das pessoas que, as crianças jamais podem ver o manipulador e

que o manipulador deve estar sempre escondido atrás do cenário. Os mais

radicais garantes que a criança perde o encanto pelos bonecos, ao descobrir a

existência de uma pessoa, segurando os bonecos. É comprovada que tal

afirmação não é verdadeira.

Muitas pessoas já me falaram que, quando saio de trás do cenário elas perdem o

encanto ao me verem. Só que tem um detalhe, as pessoas que falaram, nenhuma

delas eram crianças. O adulto não gosta de ver o manipulador, porque gosta de

ser enganado, assim como eles também não tem nenhuma dificuldade, para

enganar a outros.

É como o falso perdão ‘eu te perdôo, mas, não fale mais comigo’. Assim é o adulto

assistindo a uma apresentação com fantoches parar crianças, eles sabem que tem

alguém ali segurando os bonecos, mas prefere não saber, desta forma pode

desenvolver melhor a sua imaginação e até entrar na história. Agora, a criança

Page 28: Como Usar o Fantoche Dentro Da Igreja

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não se preocupa com isso, ela está envolvida diretamente com os bonecos e a

história, mas o adulto se envolve primeiro com o manipulador. Percebe a

diferença? A criança só tem olhos para o boneco.

Costumo em algumas apresentações, aparecer segurando o boneco na mão

simplesmente parar a criança saber que o boneco sozinho não tem vida, e que é

necessária uma pessoa para o boneco poder falar e brincar com a criança.

Só que ai está à diferença ‘A criança não tem maldade, malícia e muito menos a

intenção de enganar alguém, é por isso que ela se preocupa com o manipulador,

pois para ela o manipulador é um e o boneco é outro. A criança tem o dom de

separar e personalidade do ator-bonequeiro (nomenclatura oficial usada para

quem trabalha profissionalmente com Teatro de Bonecos).

Assim, você age de forma sincera, ao aparecer para a criança e trabalha ainda

mais a imaginação dela. É importante passar para a criança, que o único doador

da vida é Deus, e que você está apenas brincando de boneco com ela.

Page 29: Como Usar o Fantoche Dentro Da Igreja

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Capítulo 9

EXPERIÊNCIAS PESSOAIS COM FANTOCHES

Comece a me envolver com este ministério em 1989 na cidade de São Paulo, mas

de forma séria em 1992.

Eu estava longe de Jesus. Não queria saber de igreja, estava apostatado de

minha igreja (Adventista do Sétimo Dia), não acreditava mais em sermões, tudo

era sem graça. Foi aí que um amigo por nome de Carlos Sodré membro da Igreja

Batista em São Paulo, capital, me convidou para um retiro espiritual de sua igreja

e eu aceitei o convite.

Viajamos para uma fazenda da cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo.

Chagando lá a primeira coisa que se fez dói uma oração. Comecei a pensar: ‘ih, já

vi tudo vai ser uma chatice daquelas, logo mais vem o sermão e aquele monte de

blá, blá, blá...’

Havia um sistema de som por todo o acampamento, para anunciar a hora de cada

programação. Foi quando eles anunciaram o primeiro culto da noite.

Tomei um banho, na época fazia muito calor e geralmente a cidade de Ribeirão

Preto é conhecia como uma terra quente ou se permite o vocabulário, uma terra

calorenta. Tomei o meu acento no meio daqueles quase quatrocentos jovens que

tinha vindo de várias outras cidades vizinhas, para participaram daquele retiro

espiritual. Ali sentado abaixei a cabeça e fiquei. Na verdade, eu não estava a fim

de ouvir nada. Só estava ali para agradar ao meu amigo, pois que eu queria

mesmo era dar uns mergulhos na belíssima piscina que tinha no local, mesmo

porque a temperatura naquela noite chegava a quase 40 graus, e o calor, era

demais.

Em pé foram cantados alguns hinos, ajoelhados oramos. A minha mente só estava

para a recreação, e não para as coisas espirituais daquele retiro. Terminada a

oração, sentei, abaixei a cabeça e fiquei rabiscando uns papeis que encontrei por

ali.

De repente aquele silêncio, imaginei que o pregador estivesse orando em

pensamento como se faz normalmente antes de começar a pregação. Em

seguida, todos começaram a rir ao mesmo tempo. Aquilo me chamou a atenção.

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Então resolvi levantar a minha cabeça e ver com os meus próprios olhos o que

estava acontecendo. Quando olhei vi algo tão expressivo e cheio de sentimento

que não consegui mais desviar a minha atenção, eu quase não piscava.

Rapidamente dei uma olhada em volta e vi aqueles quase quatrocentos jovens,

todos olhando para a mesma direção. Todos estavam atentos, ninguém queria

perder um lance sequer daquela pregação. Foi uma das cenas mais lindas e

emocionantes que eu já presenciei em minha vida.

Crianças, jovens, idosos, pastores, líderes religiosos que ali estava, enfim, todos

olhando para a mesma direção e querendo ouvir cada palavra, ninguém queria

perder nada. È como se a terra tivesse parado. Naquele momento eu também já

estava envolvido com a pregação. A mensagem era forte e muito bonita. Então

sentado ali eu senti e Espírito Santos de Deus falando comigo. Eu estava sendo

convidado a voltar para Jesus. Tentei resistir, mas não consegui.

Durante as quatro noites que ali ficamos as cenas se repetiram, e a cada noite a

mensagem era mais forte e mais profundo. A cada noite, jovens e mais jovens, se

entregavam a Jesus, arrependidos de seu pecados e desejosos de começarem

tudo de novo; ao lado de Cristo Jesus. Eu fui um desses jovens, que também

voltou para Jesus naquele momento.

Todos têm a sua experiência de conversão. Na verdade, cada um acha a sua

própria história de conversão a mais bonita.

Eu diria que, quando o Espírito Santo começa a trabalhar no coração é somente

você e Deus. Na verdade mais Deus do que você sabe realmente aquilo que está

se passando em sua vida, em nosso coração e em nossa mente.

Eu só sei que aquelas mensagens eu já havia escutado antes e confesso que

ouvira de maneira mais eloquente. Tudo o que escutava durante aquelas noites eu

já sabia. Mas, a foram de como aquelas mensagens eram transmitidas, estava

sendo a primeira vez.

Lembrei de Jesus que durante muitas vezes em suas pregações usou um recurso

chamado parábolas. O pregador daquele retiro: Roberto Maranhão. Seu recurso:

A Bíblia, a palavra de Deus. Seu guia: O Espírito Santo de Deus. Sua ferramenta:

fantoches. A parábola que ele usou foi o fantoche que, durante aquelas quatro

noites e através do Espírito Santo de Deus, alcançou muitas almas para Cristo.

Page 31: Como Usar o Fantoche Dentro Da Igreja

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Eu, Gilmar Cerqueira de Souza, hoje feliz e membro da Igreja Adventista do

Sétimo Dia confesso que não importa o recurso a ser usado desde que, seja

usado de maneira sábia e correta, será sempre uma benção para a vida de muitas

pessoas, como foi para a minha.

‘Quando Deus escolhe e chama, Ele capacita.’ (palavras do Pr. Josué Yrion – Dr.

em Missiologia)

Então, no último dia do retiro, Roberto Maranhão, realizou uma oficina (curso

relâmpago) de manipulação de fantoches, para os interessados. Paguei uma taxa

para custear as despesas dele e junto com outras pessoas realizei uma oficina de

50 minutos, ministrada por Roberto Maranhão.

De lá para cá, eu me agarrei a força de vontade, dedicação e a obediência em

ouvir e aceitar o chamado de Deus para este ministério e que hoje está registrado

na Biblioteca Nacional de Direitos Autorais como “A TURMA DO FUMAÇA”.

Somente pela misericórdia divina é que podemos nos tornar um instrumento nas

mãos de Deus.

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Capítulo 10

RESUMOS DE EXPERIÊNCIAS ATRAVÉS DO MINISTÉRIO DA TU RMA DO

FUMAÇA

A Família Chilena

Certa vez, a nossa equipe estava realizando uma apresentação na Igreja

Adventista do Sétimo Dia Central de Curitiba e ao final da apresentação uma

família de chilenos se aproximou da gente e muito eufórico e feliz, o pai agradecia

dizendo que graças as nossas mensagens e os recursos por nós usados, os

fantoches, todos haviam aceitado a Jesus. Amém!

A criança com leucemia

Fui informado certa vez, pela locutora da Rede Novo Tempo de Rádio, Micheli

Malinoski, que o pai da uma criança havia ligado para a sede da Rede Novo

Tempo de Rádio querendo saber quem era o responsável pela produção infantil

da rádio.

Depois que ela respondeu ao pai que a pessoa responsável morava em Curitiba.

Ele disse emocionado: “Há três meses o meu filho está em fase terminal de sua

doença, e durante este tempo ele só esboça algumas reações de vida, quando

ouve o programa infantil da Turma do Fumaça, estou feliz, pois sinto o meu filho

voltar a sentir prazer pela vida durante o programa”.

Uma rápida experiência que aconteceu comigo

Cada vez, fui fazer uma apresentação em uma igreja. Chegando lá eu fui impedido

de realizar a programação dentro da igreja. Inconformado com tal atitude da igreja

eu desejei saber o porquê daquilo. Então, um dos líderes da igreja me respondeu:

- Gilmar, na semana passada um grupo de fantoches se apresentou aqui e causou

muito escândalo as pessoas. Então, decidimos que fantoche dentro da igreja

nunca mais.

Depois de ouvir aquelas palavras eu disse:

- Estivemos aqui o ano passado e foi tudo bem.

Page 33: Como Usar o Fantoche Dentro Da Igreja

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Aquele líder concordou com minhas palavras e rapidamente reuniu a liderança e

decidiram reconsiderar. Fiz a apresentação dentro da igreja e ao final da

apresentação, o líder da igreja, resolveu me pedir desculpas em público pelo

transtorno. Na verdade não fiquei chateado com aquilo, pelo contrário eu até

aprovo tal atitude. A igreja precisa selecionar com muito cuidado a sua

programação.

Agora, o que me entristeceu foi saber que um grupo de fantoches passou por lá e

deixou uma má impressão, a respeito de bonecos dentro da igreja. Também

acredito que este grupo jamais imaginou usou de má fé. Tenho certeza que, eles

estavam com as melhores das intenções. Só que, apenas boas intenções em uma

apresentação com fantoches, não é o suficiente, é preciso muito mais. É isso que

eu ponho neste livro. O algo mais, para que a igreja aprenda a ver este ministério

de fantoches com bons olhos. Eu digo: “Você não deve agradar a igreja para

aceitar o seu ministério, devemos agradar a Deus e automaticamente a igreja irá

aprovar os seus fantoches.” Então, siga as orientações e seja feliz.

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Conclusão

Graças à misericórdia e o amor de Deus por mim, poderia escrever páginas e mais

páginas a respeito deste ministério com fantoches que venho realizando desde

1989 pelo Brasil, ainda que para muitos eu seja totalmente desconhecido.

Deus, até agora te me esclarecido o que devo fazer e o que ainda pode ser feito

através deste ministério tão forte e poderoso.

Costumo falar que quando alguém convida você para realizar uma apresentação

na igreja, é bom que esta pessoa veja em seu ministério seriedade e poder,

porque se ela vir em seu ministério apenas diversão é sinal de que coisa está

errada.

Eu poderia ter escrito muito mais páginas, conforme eu já mencionei, mas eu

procurei ser conciso e escrever apenas aquilo o que chamo de primordial parar os

primeiros passos neste ministério chamado fantoche.

Deixe Deus usar você, não se esconda atrás dos preconceitos e não deixe

aquelas pessoas que só vivem para criticar os outros, o que Deus preparou para

você. Lembre-se: Deus está acima de todas as coisas e você pode tudo,

simplesmente porque Ele te fortalece.

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Considerações finais

Espero que você tenha compreendido pelo menos um pouquinho daquilo que eu

procurei passar a respeito de como usar corretamente o fantoche dentro das

igrejas.

Eu comecei este ministério em 1989, mas, eu não julgo um ministério pelo tempo

e sim pelos resultados alcançados.

Aliás, eu nem posso julgar, muito manos avaliar, pois somente a Deus pertencem

tais poderes e autoridade.

Você pode até chamar de pretensão, mas eu prefiro chamar de fé de que Deus

me usou apenas como um canal de comunicação para orientar sobre aquilo que

eu vivo durante 24 horas por dia, de como usar os fantoches dentro das igrejas.

Siga as orientações e seja feliz.

Page 36: Como Usar o Fantoche Dentro Da Igreja

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Quem é o autor

Meu nome é Gilmar Cerqueira de Souza, nasci em 01/04/72 na cidade de

Registro, interior de São Paulo, sou o quarto filho de uma família de seis irmãos.

Meu pai dormiu no Senhor em 1985. A minha mãe é uma das minhas grandes

incentivadoras e eu a mo muito e Jesus mais ainda.

Casei com uma mulher que eu a chamo de super-espôsa. Sem ela eu já teria

desistido deste ministério há muito tempo. Além da força e ânimo que ela dá

também participa do ministério como cantora. Uma de suas várias qualidades, a

que mais aprecio é a sua organização em tudo que faz. Agradeço muito a Deus,

por ter me presenteado com a mulher que tenho hoje. A você Cristiane Lopes,

esposa e mulher da minha vida, todo o meu afeto.

Trabalho com teatro de bonecos desde 1989 desenvolvendo personagens para

rádio e TV. Meu grande sonho é que as pessoas que usam este ministério com

bonecos dentro das igrejas, procurem sempre a direção do Espírito Santo de

Deus, aperfeiçoando em tudo a sua maneira de trabalhar com os fantoches. Pois

só assim, é que será conquistado o respeito de todos e o carinho das crianças e

principalmente a aprovação de Deus.

Marca que utilizamos durante nosso ministério com fantoches