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90 MAIO NECTAR Acontecimentos A COMPANHIA DAS QUINTAS E A ADEGA REGIONAL DE COLARES escolheram a garrafeira Wine o'Clock em Lisboa para apresentar, no dia 23 de Abril, o Bucel- las&Colares, um vinho branco regional Estremadura da colheita de 2007, que resulta da parceria das duas instituições e assinala o centenário (1908-2008) de duas das mais antigas regiões demarcadas do mundo. Pretendendo transmitir a personalidade e a excelên- cia dos vinhos de Bucelas e Colares, foi produzido COMPANHIA DAS QUINTAS E ADEGA REGIONAL DE COLARES Bucellas&Colares assinala centenário Para assinalar os 100 anos de existência de duas das mais antigas regiões demarcadas do mundo, Bucelas e Colares, a Companhia das Quintas e a Adega Regional de Colares uniram-se e produziram o vinho branco regional Estremadura Bucellas&Colares 2007, numa edição limitada de 3000 garrafas. REPORTAGEM PATRICK NEVES com 50% de cada uma das castas características das duas regiões - Arinto e Malvasia - sendo fruto do tra- balho conjunto de três enólogos: João Corrêa, Nuno D'Ó e Francisco Figueiredo. Proveniente de solos argilo-calcários da região de Bucelas, a casta Arinto amadurece de forma sublime, mantendo sempre excelentes níveis de acidez natural que se convertem num excelente potencial de enve- lhecimento dos vinhos que originam.

COMPANHIA DAS QUINTAS E ADEGA …...vinho, plena de fr escura e história. Com um final bas-tante longo, apresenta cor amarelo citrino, tendo si-do vinificado com recurso a uma fermentação

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Acontec imentos

A COMPANHIA DAS QUINTAS E A ADEGA REGIONAL DECOLARES escolheram a garrafeira Wine o'Clock emLisboa para apresentar, no dia 23 de Abril, o Bucel-las&Colares, um vinho branco regional Estremadurada colheita de 2007, que resulta da parceria das duasinstituições e assinala o centenário (1908-2008) deduas das mais antigas regiões demarcadas do mundo.Pretendendo transmitir a personalidade e a excelên-cia dos vinhos de Bucelas e Colares, foi produzido

COMPANHIA DAS QUINTAS E ADEGA REGIONAL

DE COLARESBucellas&Colares assinala centenário

Para assinalar os 100 anos de existência de duas das mais antigas regiões demarcadas do mundo, Bucelas e Colares, a Companhia das Quintas e a Adega Regional de Colares uniram-se e produziram o vinho branco regional Estremadura

Bucellas&Colares 2007, numa edição limitada de 3000 garrafas.R E P O R T A G E M P A T R I C K N E V E S

com 50% de cada uma das castas características dasduas regiões - Arinto e Malvasia - sendo fruto do tra-balho conjunto de três enólogos: João Corrêa, NunoD'Ó e Francisco Figueiredo.

Proveniente de solos argilo-calcários da região deBucelas, a casta Arinto amadurece de forma sublime,mantendo sempre excelentes níveis de acidez naturalque se convertem num excelente potencial de enve-lhecimento dos vinhos que originam.

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tradição. Foi um desafio lançado às equipes deenologia que tem uma característica invulgar que éa cooperação entre uma adega cooperativa e umaempresa privada, com as duas castas que definemcada uma das regiões da melhor maneira”.

José Vicente-Paulo, director executivo da Adega Re-gional de Colares, referiu que “o lançamento nãoteve objectivos comerciais” pelo que as garrafas,que são numeradas, “serão divididas pela Adega ea Companhia que ainda não definiram o distribui-dor. Temos já várias encomendas de restaurantesde topo e garrafeiras no país, mas as vendas são empequenas quantidades, não havendo uma estraté-gia consolidada”. No ar deixou a possibilidade deprojectos conjuntos no futuro uma vez que “a expe-riência foi muito positiva e, se o vinho tiver sucessojunto de enófilos e apreciadores, que é o seu públi-co-alvo, é provável que se repita”.

João Corrêa, enólogo da Companhia das Quintas,disse que o segredo deste vinho é provir de duas“regiões tão antigas e com uma tradição de vinhostão bons que quase não foi preciso grandes inter-venções por parte da equipe de enologia. É obtidocom uvas de vinhas já com alguns anos e a graçaque tem é ter sido feito com vinificações separadas,sendo finalmente casado na Companhia”. “Quan-do tivemos a ideia de o fazer experimentámos vá-rias percentagens de cada casta para conseguir umlote e a mais agradável foi esta, 50/50. O vinho nãoestagia em madeira e a característica comum às duascastas, a acidez, torna-o fresco e com grande lon-gevidade”, adiantou. “A carga simbólica deste vi-nho comemorativo também é muito importante,sendo uma raridade quer pela data mas tambémporque talvez nunca mais façamos um lote destes”.

Francisco Figueiredo, enólogo responsável pela Ade-ga Regional de Colares, destacou o “aspecto maisrústico e clássico” dado pela Malvasia de Colares“que ligou muito bem com a expressão mais exu-berante do Arinto de Bucelas”. •

Plantada em pé-franco nos característicos solos are-nosos da região demarcada de Colares, a casta nobree autóctone Malvasia é vindimada no final de Setem-bro, apresentando uvas com excelente acidez e gran-de equilíbrio aromático.

Ao juntá-las, o Bucellas&Colares mostra um perfilaromático muito elegante com notas de frutos depolpa branca como a pêra, frutos tropicais como oananás e um toque de limão, tendo também algunsaromas florais, principalmente de flores amarelas, denotável frescura. O fio condutor de todas as sensa-ções aromáticas é, no entanto, o seu carácter mineralque, na boca, continua a conduzir a prova aliando-sea uma acidez que demonstra a natureza atlântica dovinho, plena de frescura e história. Com um final bas-tante longo, apresenta cor amarelo citrino, tendo si-do vinificado com recurso a uma fermentação lentaem cubas de inox, durante um mês, a temperaturacontrolada.

Um vinho para enófilosPresente no evento, Bernardo Gouvêa, director ge-

ral da Companhia das Quintas, onde foi feito o casa-mento entre as duas vinificações, disse que “a parce-ria com a Adega Regional de Colares, iniciada há jáalgum tempo, resultou num vinho que constituiuma inovação a todos os níveis, que se destina acomemorar duas denominações que são muito im-portantes na região de Lisboa e têm uma enorme

Para Bernardo Gouvêa esta parceria é inovadora pois junta duas regiões que marcaram a história do vinhoem Portugal, apesar de serem pequenas e, hoje em dia, sofrerem com a pressão urbanística. José Vicente-Paulo agradeceu o contributo de todos os produtores de Colares na produção do vinho, destacando também a exposição que organizaram para comemorar o centenário juntamente com os engarrafadores e a Câmara Municipal de Sintra.Prometeu também para breve o lançamento duma edição limitada de aguardente comemorativa do centenário das duas regiões.

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Acontec imentos

ENTRES OS DIAS 12 DE ABRIL E 7 DE MAIO, depois dotrabalho, quem passasse no número 56 da ruaGarrett, em plena baixa pombalina, deparava-se comum dos eventos do Chiado After Work, uma iniciati-va organizada pela Castas e a Evoevents Supreme Ca-tering, apoiada pela Associação de Valorização doChiado. Para além da música house de DJ's convida-dos e actuações ao vivo, a acção permitiu que 6 em-presas nacionais apresentassem os seus vinhos -Artwine, Burmester, Herdade do Esporão, JoãoPortugal Ramos, Quinta da Bica e Vale D'Algares,bem como a degustação de tapas, da autoria do chefFausto Airoldi, cafés (Nespresso) e chás (First Flush).

Divido em três espaços (o Esporão Wine Bar logo àentrada, o Garrett Taste Zone no exterior e o Food&Wi-ne&Coffe Tasting), o Chiado After Work proporcio-nou verdadeiros momentos de descontracção e lazera todos os que se atreveram a entrar, à procura dum

CHIADO AFTER WORKHouse music, tapas e vinho atraem jovens

à baixa lisboetaHouse music e vinho pode parecer uma combinação difícil mas para os novos consumidores - principalmente jovens

até aos 35 anos - a fórmula resulta, na perfeição! Se aliado a outras músicas alternativas, espaços de convívio agradáveis, degustação de tapas e tratamento cuidado mas despretensioso do vinho

o efeito é ainda melhor. A prova disso foi o Chiado After Work…R E P O R T A G E M P A T R I C K N E V E S

prato de qualidade ou um simples after work drink. Doportfólio de vinhos disponíveis, em garrafa ou a copo,contavam-se um espumante da Bairrada - o Quintade Baixo 2006, um rosé do Ribatejo (Guarda Rios2007), dois vinhos brancos (Marquês de Borba 2008,do Alentejo, e Guarda Rios 2008), mais cinco tintos etrês Portos: Marquês de Borba 2008, Quinta de Baixo2006, Quinta da Bica 2005 (Dão), Quinta da BicaReserva 2005, D+D 2005 (Douro) e os Portos Bur-mester White Dry, White Extra Dry e LBV. No EsporãoWine Bar, Vinha da Defesa.

Objectivo da CastasMicaela Martins, que juntamente com o irmão

Cláudio Martins constituiu em Londres, há poucomais de um ano, a Castas, tem como objectivo “pro-mover o vinho português junto de consumidores eempresas, nacionais e estrangeiras”. “Sinto que em >

Sofia Aparício e a cantora Maria Pereira

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>>Os irmãos Micaela e Cláudio Martins

estão ligados ao vinho desde crianças, pois o avô era vitivinicultor.

“E porque a vida é demasiado curta para se beber mau vinho”,

a Castas surgiu com o intuito de “fazer bem ao vinho português,

promovendo-o em parceria com os produtores e educando

os consumidores, nacionais e estrangeiros”.

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Acontec imentos

Portugal não existe um marketing efectivo do vi-nho o que é uma lacuna que tentamos colmatar”,explicou a empresária, afirmando que “na Inglater-ra, por exemplo, quando se pergunta a alguém seconhece vinho português a resposta é sempreMateus Rosé, vinhos verdes, Portos e Madeiras. Nanossa opinião isso não se admite dada a qualidadedos vinhos que existem em todas as regiões por-tuguesas e as potencialidades do mercado britâni-co”. Assim, a Castas “dedica-se a promover os vinhosnacionais em Portugal e no estrangeiro, sendo járepresentante da CVRVV junto dos ingleses e ten-do como actividade principal a organização deeventos, sobretudo destinados a jovens consumi-dores (na faixa etária até aos 35 anos). Na forjatemos outros projectos e parcerias como é o casoda associação às Festas da Cidade de Lisboa, àcomemoração dos 50 anos do Cristo Rei e aos 150anos da cidade de Oeiras ”.

Produtores presentes na inauguraçãoNa inauguração, Luís Magone foi o DJ encarregue

de animar as hostes, seguindo-se a actuação da re-cém-formada banda Bloody Mary, liderada por MariaPereira e Ciro Cruz, que apresentou versões, entreoutros, de Joss Stone, Skunk Anasie, Radiohead e TheCure. No Esporão Wine Bar, a ex-manequim SofiaAparício recebia os visitantes ao balcão servindo tinto,branco e rosé Defesa, enquanto que, mais à frente, osrestantes produtores defendiam os seus vinhos, numaacção que se repetiu todas as quintas-feiras.

Em representação da Active Brands, Miguel Ro-drigues e Gonçalo Eusébio trouxeram “para se apro-ximar do público mais jovem” o Marquês de Borba

branco e tinto 2008 (João Portugal Ramos) e o D+DTinto 2005 (Drinks&Dreams), que resulta duma par-ceria entre os enólogos Francisco Gonçalves (Soge-vinus Fine Wines) e José Carlos Alvarez (BodegasEmílio Moro). Sérgio Silva, da Artwine, apresentou-secom os espumantes e vinhos Quinta de Baixo e Blau-dus, enquanto que, Sérgio Rodrigues, da Quatro Ân-coras, defendeu o Guarda Rios (tinto, branco e rosé)e o Vale D'Algares Branco 2007. A pequena produ-tora existente desde 1989 Madalena Sacadura BotteRibeiro, detentora de apenas 15 hectares de vinhaem Seia, destacou os tintos Quinta da Bica Reserva2004 e Quinta da Bica 2005, anunciando para breveo lançamento duma nova marca, da qual serão ape-nas produzidas 1000 garrafas.

Outras atracções Para além da música, vinhos e petiscos, o evento

colocou à disposição do público o livro de CharlesMetcalfe “The portuguese wine&food lover's guide”,galardoado com o prémio Luois Roderer como o mel-hor livro de vinhos de 2008, bem como o DVD de RuiMartins e o enólogo Paulo Laureano “Vinho para to-dos”. Desfiles de moda, cursos de vinhos, master clas-ses e jantares gourmet animaram o espaço Food&Wi-ne&Coffe Tasting, que contou ainda com as actua-ções do Quinteto do Conservatório de Lisboa, DJLetícia Vale, Mark Caine (saxofonista) e a exposiçãoda fotógrafa Catarina Oliveira Alves. De salientar quetodas as rolhas de cortiça foram recolhidas em con-tentores espalhados pelo recinto (os rolhinhas),seguindo posteriormente para reciclagem através doprograma Green Cork, iniciado a 5 de Junho de2008. •

A Castas tem como objectivo promover o vinho português

junto de consumidores e empresas, nacionais e estrangeiras. “Sinto que em Portugal não existe um marketing efectivo do vinho

o que é uma lacuna que tentamos colmatar”.

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Acontec imentos

COM O OBJECTIVO DE DESCENTRALIZAR a promoçãodos seus vinhos e criar uma interacção entre os clien-tes e o produtor, o enólogo Pedro Pinhão e o comer-cial José de Bragança, da Sociedade Agrícola da Quin-ta da Lagoalva de Cima, promoveram no dia 3 deAbril uma prova das suas novas colheitas na Batalha,na sala de refeições do restaurante Vinho em qual-quer circunstância, que também é garrafeira e clubeenófilo.

Vencedor da medalha Premium de Ouro no BerlinerWine Trophy, na Alemanha, e elaborado apenas emanos excepcionais pelos enólogos Diogo Campilho ePedro Pinhão, o monocasta Quinta da Lagoalva deCima Syrah 2005 é feito com uvas provenientes depequenos talhões, vindimadas à mão em Setembro,que foram seleccionadas em caixas e chegaram à ade-ga ainda durante a manhã. Após 3 dias de maceraçãopré fermentativa, a efervescência alcoólica ocorreu em

LAGOALVA DE CIMANovas colheitas em prova

A Sociedade Agrícola da Quinta da Lagoalva de Cima, localizada em Alpiarça, escolheu a sala de refeições do Vinho em qualquer circunstância, na Batalha, para dar a provar os novos Quinta da Lagoalva Talhão 1 2008,

Quinta da Lagoalva Rosé 2008 e Quinta Lagoalva de Cima Syrah 2005.R E P O R T A G E M P A T R I C K N E V E S

lagares de inox a 24ºC, sendo as massas esmagadasem prensa hidráulica. A fermentação malolácticadeu-se em barricas de carvalho francês novas e de umano, onde estagiou 14 meses e, posteriormente, foifiltrado antes de ser engarrafado, em Outubro de2007. De cor granada e aroma intenso, tem no nariznotas de especiarias, fruta preta madura e tabaco,sendo na boca profundo, com taninos elegantes eproporcionando um final longo. É ideal para acom-panhar pratos de forno, caça e queijos curados.

As colheitas de 2008O branco Quinta da Lagoalva Talhão 1 2008 é pro-

duzido a partir das castas Alvarinho, Arinto, FernãoPires, Sauvignon Blanc e Verdelho, tendo as uvas sidovindimadas mecanicamente em final de Agosto eSetembro, durante a noite, para preservar os aromas.Após o processamento na adega e decantação de 48

Em Abril a Sociedade Agrícola da Quinta da Lagoalva de Cima associou-se a uma feira no Algarve e, na capital, à Alimentaria e ao Peixe em Lisboa

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horas, o mosto clarificado fermentou em cubas de inoxa 16 ºC tendo a vinificação das diferentes castas ocor-rido separadamente e o lote final sido colado, estabi-lizado e filtrado antes de ser engarrafado em Fe-vereiro de 2009. De cor amarelo citrino, apresenta nonariz notas de fruta citrina e tropical; tendo na bocaboa acidez, frescura e equilíbrio. Para consumodiário, deverá ser servido à temperatura de 8/10ºCcomo aperitivo ou acompanhamento de saladas,massas, marisco, carnes magras, peixes grelhados ouqueijos de pasta mole.

Produzido com as castas Syrah e Touriga Nacional,o Quinta da Lagoalva Rosé 2008 foi processado naadega onde, após 18 horas de maceração peculiarfria, as uvas foram esmagadas em prensa pneumáti-ca. Terminadas as 48 horas de decantação, o mostoclarificado fermentou em cubas de inox a 16 ºC, ten-do as diferentes castas sido vinificadas separada-mente. O lote final foi colado, estabilizado e filtradoantes de ser engarrafado em Fevereiro de 2009. Comcor vermelho morango, apresenta no nariz notas demorango e framboesa, sendo na boca equilibrado,fácil e fresco. Servido a 8/10ºC é ideal como aperitivoou acompanhando saladas, massas, marisco, carnesmagras ou peixes grelhados.

Quinta da Lagoalva Reserva 2006Pedro Pinhão aproveitou a ocasião para dar a co-

nhecer também o vinho de topo Quinta da LagoalvaReserva 2006, obtido a partir das castas Alfrocheiro,Cabernet Sauvignon e Syrah. As uvas foram vindi-madas mecanicamente em Setembro e Outubro eimediatamente processadas na adega. Após 3 dias demaceração pré fermentativa, a fermentação alcoólicaocorreu em cubas de inox a 24ºC, tendo as massaspassado pela prensa hidráulica. A fermentação ma-loláctica ocorreu em barricas de carvalho francês,onde estagiou 10 meses, tendo a vinificação dasdiferentes castas decorrido em separado e, o lote fi-nal sido filtrado antes de ser engarrafado em Ou-tubro de 2007. Com uma cor granada intensa, temum aroma complexo a frutos pretos maduros, espe-ciarias e baunilha. Na boca tem bom volume, os tani-nos são elegantes e termina longo. Aconselhado ser-vir a 16ºC acompanhando carnes elaboradas, pratosde forno, caça e queijos curados.

Divulgação e oferta enoturísticaEm conversa com a Nectar, Pedro Pinhão referiu

que “apesar do mercado de Lisboa ser muito com-petitivo, a zona central do Oeste e da Batalha são

muito importantes para divulgar os vinhos da La-goalva, até porque não tem muitos produtores(excepto na Estremadura), tem locais muito movi-mentados, restauração importante e muitos con-sumidores do Ribatejo que aqui passam férias econsomem vinhos”. Relativamente à oferta enoturís-tica mencionou a visita à adega e às vinhas, incluindoprova, e a possibilidade de se fazer um passeio a ca-valo de atrelagem, da raça puro-sangue lusitana cria-da na Quinta. Destacou ainda a formação prestadapelos enólogos a clientes da restauração, com provasde vinhos comparativas e cegas, que inclui lições so-bre a importância dos copos, das temperaturas deserviço ou da adequação do vinho à refeição.

Azeite virgem extra e Bouquet de vinagreO técnico comercial José de Bragança chamou a

atenção para as outras actividades da Lagoalva, no-medamente a criação bovina, nas herdades da Castae da Perna Molhada, a produção agrícola (na Herda-de do Barracão do Duque), a produção florestal, naPerna Molhada e no Casal das Pombas, e a represen-tação nacional da marca norte-americana de geladosBaskin-Robbins e da referência italiana de cogumeloscongelados I Roscilli. Atentou ainda para a produçãodo azeite virgem extra Quinta da Lagoalva bem comodo Bouquet de Vinagre de Vinho Licoroso.

Obtido através das variedades italianas de azeitonaFrantoio e Moraiolo, oriundas de oliveiras com 200anos de existência, o azeite apresenta um ligeiro to-que amargo e picante, apesar de ser frutado e suave.

O Bouquet, obtido a partir da fermentação acéticade vinho licoroso, tem cor palha, revelando um aro-ma acético suave com notas de frutos secos. •

Apesar do mercado de Lisboa ser muito competitivo, a zona central do Oeste e da Batalha são muito importantes para divulgar os vinhos da Lagoalva, até porque não tem muitos produtores (excepto naEstremadura), tem locais muito movimentados,restauração importante e muitos consumidores do Ribatejo que aqui passam férias e consomem vinhos.

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NO DIA 16 DE ABRIL, a sala Man Ray do hotel MercureLisboa acolheu a 10ª edição da prova cega de se-lecção dos Grandes Vinhos Mercure 2009 que esco-lhe os néctares de excelência que farão parte da no-va carta dos espaços de restauração da cadeia emPortugal. No total foram degustados 157 vinhos,brancos, tintos e rosés, de todas as regiões vitiviníco-las portuguesas, por enólogos, escanções, distribui-dores e directores de hotel que foram divididos pormesas em grupos de sete. O evento serviu igual-mente de plataforma de diálogo entre os diversosagentes que, todos os anos, aproveitam a ocasiãopara confraternizar, trocar impressões, experiências epublicitar as suas realizações.

Em declarações à Nectar, Mauro Zanotti, respon-sável pela direcção do hotel, referiu que após a con-tabilização dos pontos, atribuídos e registados emfichas individuais pelos provadores, “há um vinhoganhador em cada mesa, dedicada a cada re-gião, que é seleccionado directamente para anova carta de 2009/2010. No Mercure Lisboaesses vinhos podem ser degustados no restau-rante @telier, localizado no rés-do-chão, masvão estar também disponíveis em todos os es-paços de restauração da cadeia em Portugal.Esta iniciativa, que se realiza há já 10 anos, éfeita anualmente entre Março e Maio em todosos países que possuem hotéis Mercure, tratan-do-se duma selecção de 12 a 15 vinhos que, pos-teriormente podem ir a concurso em França

HOTEL MERCURE LISBOAProva cega selecciona grandes vinhos

para nova carta 2009/2010De 157 grandes vinhos nacionais, enólogos, escanções, distribuidores e directores de hotel seleccionaram, em prova cega no dia 16 de Abril, um conjunto de 15 que fará parte da nova carta das áreas de restauração

dos hotéis Mercure em Portugal. Alguns deles podem aceder à prova internacional Grands Vins Mercure, a realizar brevemente em França.

R E P O R T A G E M P A T R I C K N E V E S

(ainda com data por definir este ano), no qualsão seleccionados os Grands Vins Mercure”.

Os vinhos escolhidosSob o lema “Deixar-se guiar pelos sentidos e pelo

paladar”, os vários vinhos em prova foram alvo dumprocesso que privilegia a aproximação intuitiva à de-gustação para, em seguida, serem segmentados emquatro grandes categorias ditadas por sabores, corese estado de espírito dos apreciadores: frescos e gour-met, equilibrados e elegantes, leves e frutados e en-corpados e distintos.

Henrique Nogueira Rodrigues, Bernardo Cabral, Hel-der Cunha, Diogo Sepúlveda, David Patrício e Filipe Pin-to foram alguns dos enólogos presentes, escolhendoquatro tintos e um branco para ilustrar as castas durien-ses: Quinta da Cassa Tinto 2006, Quinta dos QuatroVentos Tinto 2006, Foral da Vila Tinto 2007, Terras doGrifo Tinto 2007 e Evel DOC Branco 2008. A estes jun-tam-se os alentejanos Monte Mayor Branco e Rosé de2008, Planura Tinto 2008, Reserva do ComendadorTinto 2005 e Paço do Conde Tinto do mesmo ano.

Os vinhos da Estremadura fazem-se representarpor Quinta de Pancas Selecção do Enólogo Tinto2005 e Prova Régia Branco 2007, enquanto que oQuinta do Mondego Tinto 2005 sublinha as castasda região do Dão. Mais a Norte, Vinha Antiga Bran-co 2007 assinala as colheitas de Alvarinho e Torre deMenagem Branco 2008 caracteriza a região dos vi-nhos verdes. •

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Acontec imentos

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“Deixar-se guiar pelos sentidos e pelopaladar” foi a premissa que conduziu

a aproximação intuitiva à degustação,tendo os vinhos sido apresentados emquatro grandes categorias ditadas por

sabores, cores e estado de espírito dosapreciadores: “frescos e gourmet”,

“equilibrados e elegantes”, “leves e frutados” e “encorpados

e distintos”

Uma fusão entre a vertente técnica e profissional de especialistas

e a sensibilidade e gosto de apreciadorese clientes resultam na nova carta

de Grandes Vinhos Mercure 2009 cujasreferências passam a estar disponíveis

em todos os bares e restaurantes da cadeia hoteleira com aconselhamento

por parte de um escanção