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FERNANDO CESAR ALMEIDA SAMPAIO
COMPARAÇÃO IN VITRO DA EFICÁCIA DE TRÊS APARELHOS DE ULTRA-SOM NA REMOÇÃO DE
NÚCLEOS METÁLICOS FUNDIDOS
2007
VICE-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
FACULDADE DE ODONTOLOGIA Av. Alfredo Baltazar da Silveira, 580/cob (Shopping Barra World) - Barra da Tijuca
Rio de Janeiro – RJ - CEP: 22790-701 Tel.: (21) 2199-2204 / 2199-2206 (fax)
ii
FERNANDO CESAR ALMEIDA SAMPAIO
COMPARAÇÃO IN VITRO DA EFICÁCIA DE TRÊS APARELHOS DE
ULTRA-SOM NA REMOÇÃO DE NÚCLEOS METÁLICOS FUNDIDOS
Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia
da Universidade Estácio de Sá, visando a obtenção do
grau de Mestre em Odontologia (Endodontia).
ORIENTADOR: Prof. Dr. Ernani da Costa Abad
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ RIO DE JANEIRO
2007
iii
“A Fé sem realizações é como um corpo sem Alma,
é inerte, morta é o nada.
Filho caminha agora,
realiza “.
(trecho da prece de Leonor Franco Moreira)
iv
DEDICATÓRIA
Este Trabalho é dedicado a Marcos Antonio Almeida Sampaio.
Tenha certeza meu irmão, que tudo que
realizei, foi inspirado em sua dignidade, perseverança e
capacidade de superar todas as dificuldades.
Estou certo que você me iluminou,
para que pudesse desenvolvê-lo e concluí-lo.
v
AGRADECIMENTOS
Ao Pai de todos nós que sempre esteve segurando minha mão nas horas
necessárias, me orientando e fazendo escolher o caminho certo.
Meu pai Obadias Sampaio, exemplo que sempre norteou meus passos.
Minha mãe Maria Tereza que nunca deixou de me incentivar e apoiar em todos
os momentos.
Minha esposa Elizabeth que esteve presente nos momentos mais difíceis,
tendo sempre a palavra certa, o carinho esperado e o afago que todo marido
precisa.
Minhas filhas, Michelli e Vânia, que em suas ingenuidades me deram força
para seguir em frente, me incentivando a mostrá-las que um futuro promissor
não se alcança sem luta e dedicação.
Meu irmão Marcelo amigo de todas as horas, sempre disposto a ajudar e
apoiar. Tenho certeza que suas orações me proporcionaram o equilíbrio
necessário ao término desta jornada.
Ao Prof. Dr. Ernani da Costa Abad, orientador de todos os momentos e em
tudo que necessitei, me aconselhando como um amigo de longos anos, sempre
vi
pronto para dissipar dúvidas e mostrar com sua experiência, o caminho e a
postura certa na área do conhecimento e pesquisa. Seus conselhos tenha
certeza, já fazem parte do meu modo de agir e espero que nossa amizade se
solidifique e perdure para sempre. “OBRIGADO POR TUDO, MEU MESTRE
DOUTOR”.
Ao coordenador do Mestrado, Prof. Dr. José Freitas Siqueira Jr., que nunca se
ausentou nas horas em que foi solicitado, sempre mostrando companheirismo
e dedicação para com aqueles que buscam conhecimento e a toda equipe de
Profs. do mestrado da UNESA, que sempre nos permitiram interagir para que
pudéssemos além de absorver conhecimento, nos capacitar na docência.
A Prof. Dra. Maria Isabel de Castro de Souza que participou de maneira
decisiva no resultado desta jornada.
Aos meus colegas de mestrado que em toda e qualquer hora nunca negaram
ajuda e participação no percurso de nossa empreitada. Com certeza nós
somos vencedores.
As secretárias do mestrado Sueli e Angélica, nossas guardiãs, protetoras em
todos os momentos e a todos os funcionários da UNESA, que estiveram
sempre disponíveis para resolver nossas solicitações.
Aos Profs. Francisco Damasceno, Martha Amarante e Pablo Sotelo, colegas da
equipe de Endodontia da UNIVERSO, companheiros de trabalho, sempre
vii
prontos a ajudar nas horas que o tempo esteve curto, e a presença de um
colega se fazia necessária.
Ao Dr. Enéas Manoel Pereira, sub-secretário de Odontologia do município de
São Gonçalo, que percebeu a importância deste curso, sempre me apoiando e
colaborando para sua realização.
Ao Dr. Luiz Henrique C. Costa, diretor do Pronto Socorro de Alcântara e a
todos os odontólogos que me ajudaram na captação dos dentes usados neste
trabalho, meu muito obrigado, pois vocês participaram diretamente em sua
realização.
Aos Profs. Drs. José Guilherme Antunes Guimarães, Eduardo Moreira da Silva
e a Sra. Simone Krepsky, responsáveis pelo Laboratório de Bio-materiais
restauradores de Dentística da Faculdade de Odontologia da Universidade
Federal Fluminense, que me permitiram usufruir de seus equipamentos, em
uma das fases mais importantes da metodologia de meu trabalho.
As Profas. Fernanda Riche e Andréa Machado, companheiras do Projeto
Trauma, meu especial agradecimento, pela experiência compartilhada e a
certeza que o carinho e a amizade presentes em nossas horas de trabalho,
foram sempre importantes no meu aprendizado.
E para terminar, Prof. Hélio Pereira Lopes que me inspirou e mostrou dentro de
sua sabedoria e capacidade, que a Endodontia pode ser realizada com
viii
extrema simplicidade, desde que o conhecimento científico e profissionalismo
estejam presentes. Pode ter certeza Professor, que o caminho que este
Endodontista segue hoje, é inspirado na sua trajetória de sucesso.
ix
ÍNDICE
Resumo
Abstract
Lista de Figuras
Lista de Tabelas
Introdução
Revisão da Literatura
Proposição
Materiais e Métodos
Resultados
Discussão
Conclusões
Referências Bibliográficas
Anexos
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x
RESUMO
Quando necessária, a remoção de pinos radiculares se mostra tarefa
difícil de ser realizada, pois, além de tomar muito tempo, por vezes, enfraquece
a estrutura dentária. A remoção destas estruturas, por meio do uso da energia
ultra-sônica, exclusivamente, ou em combinação com outras técnicas, propicia
ao operador a eficiência cuja principal vantagem é a conservação da estrutura
dentária. Com o objetivo de comparar a eficácia da vibração ultra-sônica para
remoção de núcleos, utilizamos neste estudo quarenta e cinco incisivos
centrais superiores que receberam tratamento endodôntico, sendo em seguida
realizada a confecção de núcleos metálicos, fundidos em liga de Níquel –
Cromo (NiCr) e fixados com cimento fosfato de zinco. Foram distribuídos em
três grupos de 15 dentes, que receberam vibrações ultra-sônicas com três tipos
de aparelhos. No primeiro grupo o aparelho Enac OE-3, com ponta ST-09; no
segundo, o aparelho Jet sonic total - Gnatus, com ponta 34S; e no terceiro,
Aparelho Profi III Bios - Dabi Atlante, com ponta Remo C. Os resultados
mostraram ter ocorrido a remoção de todos os pinos das amostras usadas nos
aparelhos Enac e Jet Sonic Total. As amostras nas quais foram usadas
vibrações ultra-sônicas com aparelho Profi III - Bios não tiveram os pinos
metálicos removidos em sua totalidade. Os resultados estatísticos demonstram
que existe diferença significante, ao nível de 1% para as amostras. O teste
Tukey de comparação de médias observou haver diferença apenas na
comparação do grupo 3 (PROF III - BIOS) com os outros dois grupos. Através
da metodologia utilizada, concluiu-se que os aparelhos ENAC OE-3 e GNATUS
xi
JET SONIC TOTAL se comportaram da mesma maneira na remoção dos
núcleos enquanto que os piores resultados foram alcançados quando da
utilização do DABI ATLANTE PROF III - BIOS. O equipamento ENAC OE-3
obteve os melhores resultados pela diferença entre as médias dos grupos.
Palavras-chave: retratamento endodôntico, aparelhos de ultra-som, remoção
de núcleos metálicos.
xii
ABSTRACT
When necessary, the removal of root posts has proved to be a difficult
task to be accomplished. Besides taking long time, it may cause damage to the
dental structure. The removal of such structures, by means of the ultrasonic
energy, alone, or in combination with other techniques, provides the operator
with the efficiency which has as its main advantage the safety of dental
structure. In this study aiming to compare the effectiveness of the ultrasonic
vibration, forty five upper central incisors received endodontic therapy, followed
by the preparation and setting of metallic post, melted with league of Nickel - I
Chrome (NiCr) and fixed with zinc phosphate cement. They were then,
aleatorily distributed in three groups of 15 teeth which received ultrasonic
vibrations from three types of ultrasonic units. On the first group it was used the
Enac OE-3, with tip ST-09; on the second, the Jet total sonic - Gnatus, with tip
34S; and on the third, I Equip Profi III Bios - Dabi Atlante, with Remo C tip. The
results showed the complete removal of all posts from the samples when used
Enac and Jet Sonic Total. The samples in which Profi III - Bios was used didn't
have the metallic posts totally removed. The statistical results demonstrated
that significant difference exists at the level of 1% among the samples. The test
Tukey of comparison between averages observed that there were differences
just in the comparison of the group 3 (PROF III - BIOS) with the other two
groups. Through the applied methodology, it was concluded that the apparels
ENAC OE-3 and GNATUS JET SONIC TOTAL showed the same behavior in
the removal of the posts while the worst results were obtained when DABI
xiii
ATLANTE PROF III- BIOS was used. The ENAC OE-3 showed the best results
by the difference among the averages from the groups.
Keywords: endodontic retreatment, ultrasonic devices, removal of root posts.
xiv
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Rx radicular com tratamento endodôntico e desobstrução
para confecção do preparo intra-radicular
Figura 2 - Visão vestibular da amostra
Figura 3 - Dispositivo de confecção de preparos intra-radiculares
Figura 4 - Dispositivo de confecção de preparos intra-radiculares
Início de introdução da broca
Figura 5 - Dispositivo de confecção de preparos intra-radiculares
Confecção do preparo em execução
Figura 6 - Dispositivo de confecção de preparos intrarradiculares
Término de confecção do preparo
Figura 7 - Núcleo confeccionado em acrílico
Figura 8 - Núcleo em acrílico adaptado a amostra
Figura 9 - Núcleo metálico fundido após jateamento com óxido de
alumínio
Figura 10 – Amostra e núcleo metálico fundido
Figura 11 - Visão vestibular do núcleo adaptado a amostra
Figura 12 - Visão oclusal do núcleo adaptado a amostra
Figura 13 - Rx milimetrado com proporção extra / intra – radicular
Figura 14 - Dispositivo para fixação dos núcleos
Figura 14-A - Dispositivo para fixação dos núcleos (apoio sobre a
amostra)
Figura 15 - Aparelho Enac OE-3
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xv
Figura 16 - Ponta ST 09
Figura 17 - Apareho de Ultra-som Jet Sonic Total – Gnatus
Figura 18 - Ponta 34S
Figura 19 - Aparelho Profi III Bios – Dabi Atlante
Figura 20 - Ponta Remo C
Figura 21 - Resultados médios, em segundos, da remoção de núcleos
das amostras submetidas aos equipamentos ENAC OE-3,
GNATUS JET SONIC TOTAL e DABI ATLANTE PROF III –
BIOS
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xvi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Resultados, em segundos ( “ ) , para remoção de núcleos
das amostras tratadas pelo ENAC OE-3
Tabela 2 - Resultados, em segundos ( “ ) , para remoção de núcleos
das amostras tratadas pelo GNATUS JET SONIC TOTAL
Tabela 3 - Resultados, em segundos ( “ ) , para remoção de núcleos
das amostras tratadas pelo DABI ATLANTE PROF III – BIOS
Tabela 4 - Comparação dos resultados da média, em segundos ( “ ),
para remoção de núcleos das amostras tratadas pelos equipamentos
ENAC OE-3, GNATUS JET SONIC TOTAL e DABI ATLANTE PROF
III – BIOS
Tabela 5 - Resultado da comparação de médias feita pelo teste Tukey
entre os equipamentos ENAC OE-3, GNATUS JET SONIC TOTAL e
DABI ATLANTE PROF III – BIOS
55
56
56
59
59
1
INTRODUÇÃO
Na Clínica odontológica, o retratamento endodôntico dos dentes portadores
de núcleos metálicos fundidos com retenção intra-radicular é justificativa para
um alto grau de preocupação do profissional, pois sua remoção dependendo da
forma, comprimento, tipo de cimento utilizado para sua fixação e a conjugação
destes fatores, poderá interferir nas dificuldades inerentes à remoção, tais
como: trepanação da porção radicular do dente, fraturas radiculares e fratura
do próprio núcleo. O material presente, a anatomia da cavidade pulpar e
iatrogenias poderão também interferir na remoção dos núcleos.
Segundo WAGNILD & MUELLER (2007), as restaurações dos dentes
tratados endodonticamente são destinadas a proteger o remanescente
dentário, prevenir a reinfecção do sistema de canais radiculares e reconstruir a
estrutura dentária perdida. O pino, o núcleo e seus agentes de cimentação,
forman juntos o alicerce da restauração coronária.
FONSECA (1976) em seu estudo sobre retratamento endodôntico, classifica
etiologicamente as obstruções intra-radiculares em: mecânicas (intencionais e
acidentais) e biológicas (calcificação total, parcial ou nodular). O trabalho
detalha cada uma delas e demonstra resoluções de casos clínicos, através do
acesso intra-radicular e da cirurgia periapical.
BERNARDINELI et al. (1986) relataram que são vários os métodos
utilizados na remoção de retentores intra-radiculares, dos quais destacam-se a
tração simples realizada por diversos instrumentos presentes no arsenal
odontológico, tração com dispositivos confeccionados especialmente para este
2
fim e desgaste por brocas acionadas a motores de baixa ou alta rotação.
Baseados na possibilidade de acidentes, tais como fraturas radiculares e
desgaste excessivo da estrutura radicular, entre outros, alguns autores
(GIROLAMO & MATSON, 1990; CASTRISOS & ABBOTT, 2002) mencionam a
cirurgia perirradicular como alternativa à remoção de núcleos intra-radiculares.
Porém, VANNI et al. (2000) e NEHME (2001) mencionam que o retratamento
endodôntico realizado de modo criterioso, constitui a opção mais adequada
para solucionar o fracasso no primeiro tratamento. Mais recentemente, diversos
autores (GIROLAMO & MATSON, 1990; LOPES et al., 1992; BERBERT et al.,
1992; IMURA & ZUOLO, 1997; OLIVEIRA et al., 1999; VANNI et al., 2000;
SMITH, 2001; DIXON et al, 2002; SILVA et al., 2004; BUDD et al., 2005;
PLOTINO et al., 2007; SLUIS, 2007) relataram o uso de aparelhos que utilizam
ondas ultra-sônicas como auxiliar na remoção por tração do núcleo, sendo
unanimidade o reconhecimento da segurança e ausência de trauma no ato
operatório desse procedimento. IMURA & ZUOLO (1997) observaram como
vantagens do ultra-som a perda mínima de estrutura dentária, economia de
tempo, menor risco de perfuração ou fratura radicular e facilidade de aplicação
em qualquer ponto, sendo que a chave do sucesso na remoção do retentor
seria a fragmentação do cimento utilizado na fixação.
Vibrações ultra-sônicas são utilizadas também como coadjuvantes na
remoção da camada do smear layer das paredes do canal radicular, como
demonstrado por (GUERISOLI et al., 2002).
KUNERT (2006) em seu livro intitulado, “O Ultra-som na Prática
Odontológica”, descreve que os sistemas das unidades ultra-sônicas podem
3
ser magnetoestritivo, onde a energia elétrica é convertida em energia mecânica
através de intensa vibração provocada em um conjunto de lâminas de aço
soldadas em suas extremidades, ou piezoelétrico onde a passagem da
corrente elétrica alternada, provoca deformações dimensionais em um conjunto
de anéis cerâmicos, resultando em energia vibratória de alta freqüência que
são transmitidas à ponta ativa do aparelho ultra-sônico. Os aparelhos
magnetoestritivos possuem potência que alcançam amplitudes a partir de
20.000 Hertz ou 20 kHz até 25000 Hertz ou 25 kHz no máximo, enquanto os
sistemas piezoelétricos, variam de 28.000 Hz, ou 28 kHz a 38.000 Hz, ou 38
kHz. Podemos ainda utilizar os aparelhos sônicos, que operam com pressão
de ar comprimido, os quais são conectados aos terminais das turbinas ou
micromotores, por meio de canetas, ou peças de mão, com efeitos vibratórios
de no máximo, 6.000 Hz, ou 6 kHz.
De toda forma, a remoção de pinos intra-radiculares pode ser considerada
tarefa de aprimorada habilidade e conhecimento do operador, o qual terá que
avaliar as características do pino, material de confecção, tipo de cimento usado
para fixação, anatomia e estrutura dental remanescente, a fim de escolher a
técnica mais eficiente e confiável para sua remoção.
4
REVISÃO DA LITERATURA
TIPOS DE NÚCLEOS
Segundo MALONE & KOTH (1991) núcleos metálicos fundidos podem ser
confeccionados tanto para dentes uni-radiculares quanto para multi-radiculares
com canais divergentes. A técnica para fundição pode ser direta, quando a
fundição é realizada a partir de modelos em acrílico do preparo intra-radicular
ou indireta quando é realizado moldagem e modelos de gesso do preparo intra-
radicular. Uma das maiores vantagens dos pinos/núcleos fundidos é a
capacidade de se conseguir adaptação às formas irregulares dos preparos
intra-radiculares. O fato de serem fundidos em uma única estrutura confere aos
pinos/núcleos, uma maior estabilidade dispensando retenções auxiliares que os
sistemas pré-fabricados exigem. A técnica indireta mesmo exigindo maior
tempo de execução é mais indicada nos casos de pilares para coroas e
attachments.
OLIVEIRA (1997) descreve o Sistema Luminex – Kit de retenção intra-
radicular. Esse sistema é composto por pinos fototransmissores e metálicos,
alargadores de canais, cursores, medidores e chaves rosqueadoras. O autor
descreve como grande vantagem desse sistema de ancoragem o seu
componente fototransmissor que, além de polimerizar toda a resina do interior
do espaço intra-radicular, cria espaço para acomodar o pino metálico pré-
fabricado, que deverá ser fixado com cimento resinoso.
5
GABRIEL & CABANÍ (1999) indicam em seu livro, núcleos metálicos para
dentes com coroas destruídas. O preparo da raiz remanescente deve consistir
na confecção de um bisel na região paragengival, para adaptação da peça ao
colo da raiz de modo a compensar a ação de cunha que possa ocorrer na
porção intra-radicular. Podem ser confeccionados também, canaletas que
evitem a rotação da peça, no interior do conduto radicular. Os núcleos podem
ser confeccionados pela técnica direta ou indireta.
DRUMMOND (2000) comparou a resistência à tração de pinos metálicos de
aço-inoxidável com 3 diferentes pinos de fibra: carbono, estético e
fotopolimerizavel, fixados com cimento resinoso em terceiros molares. Após
serem submetidos a uma carga calculada de 2 mm/min na máquina de teste
Instron (Instron, Canton, MA, EUA), o autor concluiu não haver diferença
estatística na resistência a tração dos grupos testados. Porém, quando foram
aplicados ciclos térmicos nos pinos de fibra, houve uma diminuição na
resistência a flexão.
FERRARI et al. (2000) avaliaram clinicamente, pinos de resina epóxi
reforçado com fibra e pinos/núcleos fundidos. O trabalho foi realizado em 200
pacientes divididos em dois grupos de 100, nos quais foram fixados pinos de
resina conforme instruções do fabricante no grupo I e no grupo II pinos/núcleos
fundidos foram fixados com cimento fosfato de zinco. Os dentes permaneceram
em função mastigatória, por períodos que variaram de 6 meses, 1, 2 e 4 anos,
findo os quais, os pacientes foram chamados para controle, quando foram
realizadas radiografias dos dentes. Os resultados em relação ao sucesso
foram registrados estatisticamente mostrando que pinos de resina obtiveram
6
melhores resultados do que pinos/núcleos fundidos, após 4 anos em função
mastigatória, apresentando um percentual menor de infiltração, tanto no
selamento endodôntico, quanto na restauração coronária.
COELHO & MIRANZI (2001) relataram em sua revisão de literatura que os
pinos pré-fabricados intra-radiculares têm sido utilizados com maior freqüência
nos últimos quinze anos, tendo sido demonstrada sua eficiência na restauração
de dentes com grandes destruições. Os pinos pré-fabricados foram
classificados em auto-atarraxantes, auto-rosqueáveis e cimentados.
KRASTEVA (2001) relata a aplicação clínica de um sistema de pinos de
fibras reforçadas. O autor confere ao sistema, como principal indicação, a
necessidade de restauração de dentes tratados endodonticamente, com
grande perda de estrutura e que haja envolvimento estético. O sistema
apresenta pinos/núcleos confeccionados com fibras reforçadas poliméricas-
cerâmicas. Esse sistema obtém maior sucesso quando usado em dentes que
serão submetidos a tratamento restaurador, cujas coroas serão confeccionadas
sem a presença de metal, conferindo um aumento de resistência às forças de
tensão e flexão.
ROSENSTIEL et al. (2002) indicam o uso de núcleos metálicos fundidos,
em dentes com danos de grande extensão em sua estrutura. Os núcleos são
fixados através de pinos cimentados na estrutura dental; pinos estes fabricados
em laboratório por processo indireto, ou seja, moldados em acrílico antes da
fundição em metal, facilitando a obtenção de uma melhor forma de preparo do
núcleo, na restauração coronária. Entre as vantagens deste tipo de núcleo,
podemos citar: maior resistência e confecção por processo indireto e como
7
desvantagens: necessidade de um maior número de consultas clínicas e
confecção de uma coroa provisória.
Em revisão sobre a restauração de dentes tratados endodonticamente com
pinos e núcleos, (PEROZ et al., 2005) mencionam que o prognóstico favorável
de um dente, não depende somente do sucesso do tratamento endodôntico,
mas também ao tipo de restauração coronária realizada com o uso ou não de
pinos intra-radiculares. A adaptação de um anel metálico de 2 mm de extensão
no remanescente dental influi na sobrevida dos dentes tratados
endodonticamente e restaurados com coroas. Após o preparo intra-radicular do
pino, o selamento apical de obturação de canal deve ser de 4 a 6 mm., sendo
considerado a estrutura dental, mais importante do que o comprimento do pino
na prevenção das fraturas radiculares. A fixação adesiva oferece uma alta
resistência à fratura radicular e a infiltração, em comparação aos pinos
cimentados. Todos os dentes pilares de próteses parciais removíveis deveriam
receber pinos intra-radiculares em suas restaurações.
HAYASHI et al. (2006) realizaram estudo para confirmar a diferença na
resistência a fratura de dentes tratados endodonticamente restaurados com
diferentes tipos de pinos/núcleos e coroas. Pré-molares superiores humanos
extraídos foram restaurados com pinos de fibra, pinos pré-fabricados metálicos
e pinos/núcleos metálicos fundidos. O grupo controle foi formado por dentes
que sofreram apenas o preparo para coroas totais, sem a confecção das
mesmas. Com exceção do grupo controle, todos os dentes foram restaurados
com coroas totais, que para realização do trabalho, sofreram carga vertical de
90° e oblíqua de 45°. Os resultados mostraram que os dentes restaurados com
8
pinos/núcleos metálicos fundidos tiveram maior incidência de fratura do que
todos os outros grupos, quando sofreram carga vertical (90°). Estas fraturas
ocorreram no terço médio radicular ao nível do terço apical do pino. Os pinos
metálicos pré-fabricados quando submetidos à carga obliqua (45°),
demonstraram menor incidência de fratura entre todos os grupos, sendo que
2/3 das fraturas ocorreram no terço cervical. Os autores concluíram que sob
condições de carga vertical e oblíqua, as restaurações que combinem pinos de
fibra, com núcleos em resina restaurados com coroas totais metálicas, são os
que melhor protegem o remanescente dentário.
PLOTINO et al. (2006) avaliaram os módulos de flexão e a força flexora de
diferentes tipos de pinos endodônticos em comparação com a dentina
radicular. Na comparação de pinos de fibra reforçada, pinos metálicos e blocos
de dentina radicular, os autores concluíram que os módulos elásticos que mais
se aproximam da dentina radicular, são as dos pinos de fibra, enquanto os
pinos metálicos possuem valores muito mais altos. A força flexora de pinos de
fibra e metálicos são respectivamente 4 e 7 vezes mais altas que a dentina
radicular.
TIPOS DE AGENTES CIMENTANTES
GOLDSTEIN et al. (1986) realizaram estudo onde foram comparadas 4
técnicas de cimentação de pinos metálicos fundidos (prata/paládio) em 40
dentes uni-radiculares. Após remoção das coroas, as raízes foram tratadas
endodonticamente e espaços intra-radiculares foram preparados com brocas
9
Gates-Glidden n° 3 com 11 mm de comprimento. As fixações foram realizadas
com cimento fosfato de zinco de 4 maneiras diferentes. Usou-se: espiral de
Lentulo, explorador endodôntico, cones de papel e aplicação direta no pino. Os
pinos foram adaptados às raízes e 1,5 kg. de pressão constante foi aplicada
durante 15 minutos. As raízes foram seccionadas em seu longo eixo e com a
utilização de uma câmera acoplada ao microscópio, foram observadas áreas
de lacunas na interface entre o pino e a parede dentinária nas áreas oclusal,
apical e ao longo do pino metálico. Os resultados mostraram que com a espiral
de Lentulo não foi visualizada lacunas nas interfaces, seguido pelo explorador
endodôntico, aplicação direta no pino metálico e com visualização de maior
número de lacunas, a aplicação com cones de papel.
WALCKER & TJAN (1988) demonstraram o efeito da variação da proporção
pó/líquido do cimento fosfato de zinco na retenção de pinos intra-radiculares.
Alguns profissionais alteram a proporção sugerida pelos fabricantes para obter
melhor tempo de trabalho e facilidade de colocação do pino. Foram usadas
proporções pó/líquido respectivamente de 1:1, 3:1 e 5:1. Os resultados desse
estudo demonstraram uma correlação direta entre a proporção pó/líquido e a
retenção dos pinos. A diminuição da quantidade de pó na composição do
cimento diminuiu a força de tração necessária para deslocar o pino. Nesse
estudo foram utilizados pinos serrilhados por serem considerados os mais
retentivos.
RADKE et al. (1988) compararam agentes cimentantes na retenção de
pinos endodônticos fundidos. O cimento fosfato de zinco é o agente cimentante
mais comumente utilizado e permanece o modelo de comparação. Nesse
10
estudo, os autores comparam a capacidade de retenção de pinos fundidos em
ouro em canais de dentes extraídos, quando da utilização do cimento fosfato
de zinco, ionômero de vidro, policarboxilato e compósito resinoso. Os
resultados mostraram que o cimento fosfato de zinco e o cimento de ionômero
de vidro foram similares e mais eficazes na capacidade de retenção do que o
cimento de policarboxilato e compósito resinoso, os quais apresentaram
resultados equivalentes.
GORODOVSKY & ZIDAN (1992) realizaram estudo que avaliou a retenção
de coroas totais fixadas com 5 diferentes materiais. Preparos estandardizados
de coroas totais em molares extraídos foram realizados e confeccionados
coroas totais fundidas em ouro. As coroas foram fixadas com cimento: fosfato
de zinco, ionômero de vidro, resinoso, resinoso com agente de união dentinário
e resinoso adesivo. A resistência à retenção foi avaliada, submetendo as
amostras à carga até que ocorresse a fragmentação do agente cimentante. A
desintegração do cimento foi medida através da metodologia da American
Dental Association Specification n° 8. A qualidade do vedamento marginal foi
analisado com auxilio do escaniamento com microscópio eletrônico. As
análises estatísticas dos resultados revelaram diferenças significantes quanto à
resistência a retenção dos cimentos, classificando dos mais para os menos
retentivos em: resinoso adesivo, resinoso, resinoso com agente de união
dentinário, ionômero de vidro e fosfato de zinco. Quanto à desintegração dos
cimentos, os testes realizados não permitiram analisar estatisticamente os
resultados, devido ao restrito número de amostras. Os testes de qualidade do
vedamento marginal revelaram que o cimento resinoso permaneceu intacto, o
11
cimento fosfato de zinco foi submetido ao limite de desintegração e o cimento
de ionômero de vidro mostrou a pior integridade marginal.
Em um estudo in vitro no qual foram utilizados 83 dentes humanos
extraídos preparados para colocação de pinos, (CHAN et al., 1993)
compararam a retenção de pinos pré-fabricados em canais com boa adaptação
e com adaptação frouxa usando diferentes cimentos. Cimento fosfato de zinco,
cimento de policarboxilato, cimento de ionômero de vidro ou cimento resinoso
foram usados para cimentar cada pino. Uma força de tração foi aplicada para
remover cada pino, com o uso da máquina de teste universal Shimadzu IS-
5000 (Shimadzu Corporation, Kyoto, Japão), sendo registradas as forças de
separação. Pinos cimentados com cimento resinoso foram os de mais difícil
deslocamento. Pinos cimentados em canais com pouca adaptação exibiram
maior resistência ao deslocamento do que pinos cimentados em canais bem
adaptados, independentemente do tipo de cimento utilizado. Pinos pré-
fabricados contam primordialmente com o cimento para retenção e não são
recomendados em dentes com canais amplos não-circulares. A facilidade de
diferentes cimentos em reter pinos está relacionada às propriedades
mecânicas do cimento, a eficiência de união do cimento a duas superfícies que
foram unidas, a durabilidade do cimento e a configuração do pino e do preparo
do canal, que influenciam a distribuição de tensões pela camada de cimento.
Em estudo minucioso e bem controlado, (BERGERON et al., 2001)
compararam o efeito da vibração ultra-sônica na força necessária para remover
pinos pré-fabricados de titânio. Noventa e seis caninos humanos extraídos
foram preparados e obturados endodonticamente com guta-percha e cimento
12
resinoso com eugenol, Roth`s 801 Elite (Roth International, Chicago, IL, EUA) e
sem eugenol, AH 26 (Dentsply/Maillefer, Tulsa, OK, EUA). Em seguida os pinos
de Titânio # 6 Parapost XH foram fixados com cimento fosfato de zinco ou com
cimento resinoso Panavia 21 (J. Morita Corp., Irvine, CA, EUA). Metade das
amostras receberam vibração ultra-sônica por dezesseis minutos, enquanto a
outra metade não recebeu (grupo controle). Cada grupo de combinação de
cimento obturador endodôntico e cimento usado na fixação dos pinos
receberam carga elástica usando máquina de testes Instron (Instron, Canton,
MA, EUA), até desprendimento dos pinos. Os resultados obtidos na
comparação entre os cimentos usados na obturação endodôntica apontam
para uma resistência significativamente maior na remoção dos pinos quando
utilizado o cimento resinoso AH 26, em detrimento do cimento resinoso Roth`s
801 Elte. Não houve, neste estudo, diferença estatística na retenção dos pinos
cimentados com fosfato de zinco ou com Panavia 21. Concluiu-se então que a
presença do eugenol interfere no material resinoso usado na cimentação dos
pinos.
Em oitenta e quatro pré-molares humanos unirradiculares recém extraídos,
(GOMES et al., 2001) avaliaram a influência do ultra-som na retenção de
núcleos metálicos fundidos, fixados com três tipos de cimento: fosfato de zinco,
cimento de ionômero de vidro e cimento resinoso. Os dentes foram divididos
em seis grupos similares, sendo que nos três primeiros os núcleos foram
fixados, cada grupo com um dos três tipos de cimento, e não foram submetidos
à vibração ultra-sônica. Nos grupos 4, 5 e 6 ocorreu o mesmo tipo de fixação,
com aplicação de vibração ultra-sônica por dez minutos. Após essa etapa,
13
todos os dentes foram submetidos à tração, através da máquina de teste
universal (fabricante não informado). Os resultados obtidos com cimento
fosfato de zinco e cimento ionômero de vidro mostraram ser similares,
ocorrendo uma redução na retenção em torno de 35% quando ocorria
aplicação da vibração ultra-sônica. O cimento resinoso mostrou possuir maior
capacidade de retenção em todas as comparações, não existindo diferença
quando era aplicada ou não vibração ultra-sônica.
SOUZA & SANTOS (2002) relatam em artigo de revisão sobre cimentação
de pinos pré-fabricados, o uso dos cimentos fosfato de zinco, ionômero de
vidro e os materiais à base de resina composta. Os autores descrevem o
cimento fosfato de zinco como tendo resultados clínicos comprovados, mas
tendo baixa resistência à tração e nenhuma capacidade adesiva a estrutura
dentinária e aos materiais restauradores. O ionômero de vidro é descrito como
tendo boa compatibilidade, principalmente em dentes vitalizados e pelo bom
coeficiente de expansão térmica. Apresenta ainda adesividade a estrutura
dentinária pela ligação dos radicais carboxílicos com o cálcio do dente. Mais
recentemente surgiram os cimentos resinosos que podem ser, quanto ao
sistema de ativação, classificados em fotoativados, quimicamente ativados e de
dupla ativação. Os cimentos resinosos podem ser empregados em peças
metálicas, resinosas e cerâmicas, tendo a restrição do alto custo e a dificuldade
de uso. A capacidade retentiva é normalmente superior aos cimentos fosfato de
zinco e de ionômero de vidro.
14
TIPOS DE REMOÇÃO
WARREN & GUTMANN (1979) descreveram a técnica para remoção de
pinos do interior de canais radiculares, com o uso do dispositivo Post Puller
(Star Dental Mfg. Co., Conshohoken, PA, EUA), segundo os autores, facilitador
no processo de retratamento endodôntico. Os autores conferem as seguintes
vantagens ao dispositivo: as restaurações inadequadas podem ser facilmente
removidas, conservando a estrutura dentária; tratamento não cirúrgico; menor
risco de fratura, perfuração e torção radicular; as forças que incidem na
estrutura dental são uniformes e balanceadas. São descritas também algumas
desvantagens: o tamanho do Post Puller pode ser contra-indicado para dentes
posteriores ou com pequena dimensão mesio/distal; alguns pinos mais
profundos podem resistir ao tratamento com o Post Puller; muitas vezes o
aspecto do núcleo ou da coroa impedem a adaptação do dispositivo, limitando
seu funcionamento.
WILLIAMS & BJORNDAL (1983) relataram a técnica de remoção de
núcleos ou instrumentos fraturados do interior de canais radiculares, usando o
Kit Masserann (Micro-Méga AS, Besançon, Cedex, França) na qual é feito um
desgaste em volta do objeto fraturado e com auxílio de um trépano oco é
realizada a apreensão do objeto, sendo sua remoção realizada. Os autores
apontam como vantagens da técnica: simplicidade, pouca geração de calor,
não haver perigo do fragmento avançar para dentro do canal e eliminação de
forças excessivas com pequena chance de perfuração ou fratura radicular.
15
SHEMEN & CARDASH (1985) relataram uma simplificada técnica de
remoção de pinos/núcleos, usando o Saca Pino Pro Doctor, de fabricação
brasileira (São Paulo, SP). A técnica consiste em: 1°- reduzir o diâmetro
mesio/distal do núcleo em 3 mm para aplicação dos mordentes do instrumento;
2°- preparo da face oclusal da raiz num mesmo nível; 3°- apreender firmemente
os mordentes do instrumento nas faces lingual e bucal do núcleo; 4°- elevar o
suporte do instrumento, levantando a alavanca e aplicando força em direção
apical da face radicular. O autor confere ao instrumento, eficiência e segurança
na remoção de pinos intra-radiculares.
BANDO et al. (1985) descreveram técnicas para remoção de pinos intra-
radiculares com o uso de dois aparelhos: Pequeno Gigante Extrator de Pinos
(Yamazoe Dental Co., Japão) e o Alicate para remoção de pinos Kanematsu
(Takahashi Dental Co., Japão). Os autores conferem segurança e eficiência na
remoção de pinos, pois os aparelhos sustentam o dente enquanto o pino é
removido. São também descritas contra indicações no uso dos aparelhos:
estrutura remanescente desnivelada nas proximais; dente com estrutura
enfraquecida por tratamento endodôntico; estrutura dentária remanescente
pequena, para suportar o aparelho.
LOPES et al. (1985) realizaram estudo criterioso em conjunto com a
engenharia mecânica, demonstrando a dinâmica da remoção de pinos
metálicos intra-radiculares realizado com alicate saca-pinos. No trabalho, os
retentores intra-radiculares foram divididos em pino, núcleo e estojo, sendo
este último um anel metálico integrante do retentor que contorna a margem
cervical da raiz. Foi também demonstrado que o desgaste das coroas, tanto
16
métalo-cerâmica como métalo-plástica, até a exposição do núcleo é uma
medida mais segura do que a remoção sem o desgaste, concluindo-se que o
alicate saca-pinos é um instrumento de grande valia, eficácia e segurança na
realização do trabalho.
KRELL et al. (1986) relataram técnicas para remoção de pinos e cones de
prata fraturados do interior de canais radiculares, enfatizando a conservação da
estrutura radicular remanescente. A técnica descrita inclui se necessário
aumento do acesso ao pino fraturado com auxílio de brocas Gates Glidden,
seguida da introdução, entre o pino e a parede radicular, de uma lima Hedstron
que ao ser tocada pela ponta ultra-sônica, transmitirá a vibração, que também
poderá ser feita em uma pinça hemostática presa à parte extra-radicular do
pino.
GLICK & FRANK (1986) descreveram técnica para remoção de cones de
prata bem cimentados e pinos íntegros ou fraturados, com ultra-som. Os
autores demonstram técnicas que incluem: a aplicação das pontas ultra-
sônicas nas estruturas a serem removidas; abertura de um pequeno espaço
entre o pino ou o cone de prata para inserção de uma ponta ou lima que
transmitira a vibração ultra-sônica; o uso de limas trançadas ao redor do cone
de prata, que com ajuda de um solvente (clorofórmio), poderá ser desalojado
do interior do canal.
BERNARDINELI et al. (1986) demonstraram técnicas para a remoção de
núcleos dentários em dentes uni e multi-radiculares. Nos dentes portadores de
uma única raiz, a remoção ocorreria por tração simples nos casos mais fáceis;
tração com desgaste, onde a coroa do dente seria gasta, expondo o núcleo
17
propriamente dito, o qual, dependendo de sua forma e extensão, seria
tracionado através de dispositivos para esse fim (pequeno-gigante ou alicate
especial) ou desgastado com brocas por toda sua extensão. Nos casos de
núcleos fusionados, deveremos secioná-los para que se transformem em pinos
distintos e então sejam removidos como se fossem uni-radiculares.
ESBERARD et al. (1987) em estudo de laboratório com dentes extraídos,
avaliaram o emprego dos aparelhos ultra-sônicos Cavi-Endo (Dentsply Ind.,
York, PA, EUA) e Profi-Endo (Dabi-Atlante, Ribeirão Preto, SP). Avaliações
clínicas e radiográficas durante tratamento de canais radiculares, remoções de
núcleos, remoções de instrumentos fraturados etc., permitiram tirar conclusões
a respeito dos aparelhos, os quais podem ser indicados como meio auxiliar no
tratamento endodôntico. Entre as vantagens, podem ser citadas: melhor
limpeza dos canais radiculares; redução no tempo de preparo biomecânico;
melhor obturação dos canais radiculares; maior desgaste nas paredes
dentinárias; redução da fadiga do operador; irrigação continua e abundante;
remoção de cones de prata e instrumentos fraturados. Temos também
desvantagens, tais como: necessidade de grande período de treino prévio;
possibilidade de detritos serem empurrados para o ápice e periápice; fluxo
pobre em canais curvos; não abre espaço em profundidade, apenas em
lateralidade; fratura de instrumentos; custo relativamente alto e manutenção
especializada.
Em relato clinico de remoção de pinos pré-fabricados paralelos, (CHEUK &
KARAM, 1988) mencionaram a preferência na escolha dos pinos pré-fabricados
paralelos e serrilhados pela sua capacidade retentiva, apesar de provocar, com
18
isso, dificuldades em sua remoção. Pequeno Gigante Post Puller (Yamazoe
Dental Co., Koshigaya, Saitama Japão), os alicates de remoção de pinos
Kanematsu (Takahashi Dental Co., Tokyo, Japão) o Post Puller (Star Dental
Mfg. Co. Conshohoken, PA, EUA), o extrator de pino S.S. White (S. S. White
Dental Mfg. Co., Philadelphia, PA, EUA) e o extrator de pino Saca Pino (Pro
Doctor, São Paulo, Brasil), são instrumentos especializados que são bem
sucedidos em muitas situações. Para retirada de dois pinos intra-radiculares
nos elementos 21 e 22 foi realizado desgaste das coroas com pontas
diamantadas. Depois de retirada cuidadosa do compósito remanescente, foi
aplicada energia ultra-sônica que não obteve sucesso. Uma pinça hemostática
foi então utilizada no sentido anti-horário, removendo-se o pino com sucesso.
CHALFIN et al. (1990) relataram casos clínicos em que terapias
conservadoras foram realizadas, não se optando pelo tratamento cirúrgico. Os
autores afirmam que os pinos pré-fabricados são mais fáceis de serem
removidos que os fundidos, sendo os rosqueáveis mais retentivos, tendo
porém, sua remoção facilitada quando girados no sentido anti-horário.
GIROLAMO & MATSON (1990), em seu trabalho sobre técnicas que
utilizavam o ultra-som e suas implicações na remoção de núcleos metálicos
fundidos, enfatizaram a importância da resistência do remanescente radicular,
que é diretamente ligada com a profundidade e largura do pino intracanal. A
análise radiográfica é preponderante na observação do desenho do pino, para
escolha do método de remoção. Na apresentação de caso clínico, foi realizado
um pequeno alivio na interface do pino próximo à entrada do conduto e do
remanescente radicular para aplicação nesse local da ponta EWPP do
19
aparelho de ultra-som Cavitron (Dentsply International Ind., York, PA, EUA).
Concluiu-se que o uso do ultra-som traduz-se em técnica simples, segura e
confortável para o paciente, ao contrário do uso de alicates e outros
instrumentos mecânicos que, além de traumáticos, são perigosos em relação
ao remanescente dentário.
LOPES et al. (1992) avaliaram o tempo despendido na remoção de pinos
metálicos fundidos, por tração e ultra-som. No estudo, trinta incisivos
superiores humanos tiveram suas coroas removidas na união esmalte-cemento
pela face vestibular, em corte perpendicular ao longo eixo do dente. Após
preparo dos canais, foram confeccionados pinos fundidos em metal Duracast
com onze milímetros de comprimento intra-radicular e oito no segmento extra-
radicular, sendo fixados com cimento fosfato de zinco. Aleatoriamente, foram
formados três grupos de dez espécimes cada. No grupo I os pinos foram
removidos por tração, através da Máquina de Ensaio Universal Instron (Instron
do Brasil, Barueri, SP), com carga média de remoção no valor de vinte e seis
quilos e quatrocentos gramas. No grupo II, após procedimentos de fixação dos
espécimes em torno mecânico número zero, foi utilizado alicate saca-pinos
ajustado ao segmento extra-radicular, obtendo-se em média dois segundos e
cinqüenta centésimos para remoção dos pinos. No grupo III, o aparelho de
ultra-som Enac/OE-3 (Osada Eletric Co., Ltd, Nakatsu, Japão) com ponta ST-
09 obteve, em média, quinze minutos e trinta e seis segundos no ato de
remoção dos pinos. Apesar das discrepâncias nos tempos obtidos nos grupos
II e III, é válido ressaltar que os tempos gastos em procedimentos clínicos para
preparo dos espécimes não foram computados, porém devemos reconhecer
20
que neste estudo todos os pinos foram removidos, revelando eficiência dos
métodos utilizados.
BERBERT et al. (1992) em trabalho realizado em trinta dentes uni-
radiculares humanos recém-extraídos, avaliaram a influência da utilização de
ultra-som na remoção por tração de núcleos protéticos. Os espécimes foram
divididos em três grupos, sendo que no primeiro (controle), não foi aplicado o
ultra-som; no segundo, o ultra-som Profi Endo (Dabi-Atlante, São Paulo, SP) foi
aplicado por dois minutos e no terceiro, por cinco minutos. Estatisticamente não
houve diferença entre os grupos submetidos a ultra-som por dois ou cinco
minutos. Porém, a força necessária para remoção dos núcleos do grupo de
controle foi bem maior, comparado aos grupos que receberam o tratamento
com ultra-som.
Segundo LOPES et al. (1993) existe um elevado aumento na possibilidade
de desgaste de tecido dentinário quando optamos por remover retenções
metálicas intra-radiculares com auxílio de brocas de baixa ou alta rotação. Nos
casos de baixa rotação, a menor velocidade da broca acarreta um aumento da
força imposta na broca, que tende a aumentar conforme a velocidade da broca
diminui. Nos casos de alta rotação, diminuímos a força imposta à broca, mas
aumenta-se acentuadamente sua velocidade. Conforme observado, a remoção
por desgaste independentemente da velocidade da broca, acarreta um grande
aumento na perda de tecido dentinário que chega a ser com o uso da baixa
rotação, 104% vezes maior que com alta rotação.
BUONCRISTIANI et al. (1994) avaliaram 50 dentes extraídos que sofreram
tratamento endodôntico e foram preparados para receber pinos Paraposts n° 5
21
cimentados com cimento fosfato de zinco. As amostras foram divididas em
cinco grupos e aplicada energia ultra-sônica e sônica para verificação da maior
eficácia. Foram usados os aparelhos ultra-sônicos Cavitron (Dentsply
International Ind., York, PA, EUA), Enac (Osada Eletric Co., Ltd, Nakatsu,
Japão), Neosonic (Amadent, Cherry Hill, NJ, EUA) e os sônicos Micro-mega
(Medidenta, Woodside, NY, EUA) e Densonic (Dentsply International Ind., York,
PA, EUA). Os resultados obtidos mostraram que o aparelho Cavitron alcançou
seu objetivo com menor tempo, seguido pelo Enac, cujo tempo obtido não
demonstrou diferença estatística em relação ao primeiro. Com maior tempo
para remoção, o aparelho Neosonic, este sim, com diferença estatística em
relação aos dois primeiros. Os aparelhos dotados de energia sônica, Micro-
mega e Densonic, não obtiveram sucesso na remoção dos pinos.
TANOMARU et al. (1995) avaliaram a eficácia de dois aparelhos ultra-
sônicos em trinta dentes humanos, recém extraídos, uni-radiculares. Cada
dente sofreu tratamento endodôntico, sendo confeccionados núcleos metálicos.
Os dentes foram divididos em três grupos de dez dentes cada. No primeiro
grupo, não foi aplicada energia ultra-sonica. No segundo, foi usado o aparelho
Profi III (Dabi Atlante, Ribeirão Preto, SP) com geração de energia ultra-sônica
magnetoestritiva, numa freqüência de aproximadamente 25 Khz. No terceiro
grupo, o aparelho usado foi o Enac (Osada Eletric Co., Ltd, Nakatsu, Japão)
com efeito piezoelétrico reverso e freqüência superior a 30 Khz. Após esta
etapa, cada grupo tiveram seus núcleos submetidos a máquina de testes
universal Kratos (São Paulo, SP). Após comparações entre os aparelhos na
variância de forças necessárias para remoção dos núcleos, em relação ao
22
grupo que não sofreu energia ultra-sonica, concluiu-se que o uso do ultra-som
foi mais eficaz que sua ausência e que o aparelho Enac obteve melhores
índices de aproveitamento que o Profi III.
JOHNSON et al. (1996) relataram variações no tempo de aplicação do
aparelho ultra-sônico Enac com ponta ST-13 (Osada Eletric Co., Ltd, Nakatsu,
Japão), na remoção de núcleos do interior de canais de pré-molares inferiores
extraídos, fixados com cimento de fosfato de zinco. Os dentes foram divididos
em 4 grupos, com ausência de vibração no primeiro, 4 minutos de vibração no
segundo, 12 minutos no terceiro e 16 minutos no quarto grupo, seguida de
aplicação de força de tensão com o uso da máquina de teste universal Zwick
1445 (Ulm, Alemanha). O grupo com tempo de 16 minutos foi o mais eficaz na
remoção dos núcleos. O estudo procurou reproduzir uma situação clínica, na
qual variações no diâmetro do núcleo poderiam influir no resultado obtido.
YOSHIDA et al. (1997) demonstraram em estudo experimental a remoção,
por meio de vibração ultra-sônica, de pinos/núcleos fundidos e cimentados,
registrando os resultados clínicos e histológicos. Foi avaliado o tempo de
remoção em 80 dentes humanos extraídos, incluindo 40 dentes uni-radiculares
e 40 multi-radiculares. Foi examinado o efeito de melhorar a vibração ultra-
sônica do aparelho Enac (Osada Eletric Co., Ltd, Nakatsu, Japão), na potência
10, utilizando uma e duas pontas simultaneamente e também o efeito
patológico das vibrações no tecido periodontal em 24 dentes anteriores e pré-
molares de cães. Houve diferenças estatisticamente significante no tempo de
remoção entre dentes uni e multi-radiculares e entre uma e duas pontas (p <
0.05). Os dentes multi-radiculares requereram um tempo mais longo para
23
remoção dos pinos do que os uni-radiculares, e duas pontas produziram um
menor tempo do que uma ponta tanto para dentes uni-radiculares quanto para
multi-radiculares. Para dentes uni-radiculares tratados com uma ponta, a
remoção foi alcançada dentro de 5 min. Para os dentes multi-radiculares com
uma ponta, 7 dos 20 casos ultrapassaram 10 min. Quando duas pontas foram
utilizadas, os pinos foram removidos, nos uni-radiculares dentro de 3 min e de
quase todos os multi-radiculares dentro de 5 min. Inspeção visual feita logo
após 10 min de vibração mostrou hiperemia capilar e vaso dilatação, que pode
ter sido induzida pela vibração, no tecido conjuntivo gengival logo abaixo do
epitélio juncional. A camada de cimento no lado oposto da ponta ultra-sônica foi
destruída mais cedo do que a do lado em que a ponta foi colocada. Nesse
estudo, a ação da vibração ultra-sônica usando duas pontas em direções
opostas permitiu que a destruição da camada de cimento em ambos os lados
se desse simultaneamente. A influência da vibração no tecido periodontal do
dente afetado foi mínima, provavelmente devido ao tempo de vibração
relativamente curto do procedimento e ao fato de os dentes usados no
experimento não mostrarem qualquer lesão, tais como rachaduras e trincas.
IMURA & ZUOLO (1997) descreveram várias técnicas de remoção de
retentores intra-radiculares. Em sua revisão, mencionam alguns autores que
indicam a via cirúrgica para remoção, com a justificativa de que a via
endodôntica pode prejudicar a estrutura do remanescente dentário, em
desacordo com outros autores que preconizam o retratamento como melhor
alternativa. Relatam diversas técnicas e aparelhos para remoção dos
retentores com o mesmo objetivo, viabilizar a reinstrumentação e a
24
reobturação. Essas técnicas envolvem o uso de brocas, aparelhos que
apreendem o retentor e exercem forças de tração. Porém os autores afirmam
que o uso desses aparelhos se torna difícil em dentes posteriores e nos casos
de desgaste com enfraquecimento da estrutura dentinária. São descritas como
melhor alternativa, o uso do ultra-som que originalmente foi planejado para
atuar durante a fase do preparo dos canais radiculares. O ultra-som pode ser
usado isoladamente ou em combinação com outras técnicas. Diversas técnicas
são descritas, sempre com o objetivo de fragmentação da linha de cimento
usado na fixação do retentor, promovendo assim sua remoção.
FREITAS (1997) com base em sua experiência clínica na utilização do ultra-
som em Endodontia relata que o sistema endossônico traz ao profissional,
facilidades em todo seu trabalho, evidenciando a melhora da qualidade do
tratamento e não a velocidade ou o tempo reduzido. O autor concluiu ser o
ultra-som, um meio auxiliar de grande valia nos seguintes casos: técnica de
instrumentação dos canais radiculares, retirada de instrumentos fraturados e
núcleos, restaurações metálicas fundidas e pontes fixas, colocação de pinos
intra-radiculares, colocação de Hidróxido de Cálcio PA em dentes com
rizogênese incompleta e clareamento de coroas dentárias.
VANNI et al. (2000) relataram o uso de algumas opções para remoção de
retentores intra-radiculares. Foi descrito o uso de brocas carbide, o emprego do
ultra-som, de aparelhos acionados por mola, alicate extrator de pinos, aparelho
pequeno-gigante, aparelho acionado pneumaticamente (Sistema Coronaflex),
emprego do alveolótomo e aparelho acionado por pêndulo. Foi observado que
primordialmente deve-se observar o Rx do elemento dental para verificação do
25
tipo e comprimento do pino ancorado e a estrutura dental remanescente. Os
métodos acionados por mola, pneumaticamente, pêndulo e com emprego do
ultra-som não apresentam restrições quanto ao grupo dental ou arcada
dentária. O alicate extrator de pinos, pequeno-gigante e o alveolótomo
apresentam limitações de uso em dentes com pequena extensão mesio-distal e
em dentes posteriores. Em pinos que apresentam somente à parte intra-
radicular, o único recurso seria o desgaste com brocas carbide em alta rotação.
YAMANAKA et al. (2000), no relato de dois casos clínicos de remoção de
coroas e pinos/núcleos intra-radiculares, associaram o uso do ultra-som com
brocas e pinça porta-agulha. Foram utilizadas brocas transmetálicas na
realização de sulcos nas coroas metálicas, que foram então removidas,
expondo o núcleo metálico. Procedeu-se o desgaste até a exposição da linha
do cimento de fixação. A seguir, brocas esféricas ½ e ¼, de acordo com a
estrutura dental, são utilizadas em profundidade entre a dentina e o pino intra-
radicular, com cuidado para não ocorrer desgaste excessivo de dentina e com
a refrigeração para não causar danos nos tecidos periodontais. No espaço
formado entre a parede dentinária da raiz e o pino metálico, o ultra-som é
aplicado durante três minutos em cada face do núcleo, sempre com
refrigeração, até a liberação do pino, que é removido então com a pinça porta-
agulha. O ultra-som mostrou ser eficaz na função de romper o selo de cimento
que executa a fixação do núcleo.
SMITH (2001), em estudo clínico de remoção de núcleos fraturados com
aparelho ultra-sônico, relata que, em trinta pacientes (16 homens e 14
mulheres), vibração ultra-sônica realizada com aparelho piezoelétrico (marca
26
do aparelho não fornecida) foi aplicada em núcleos fraturados, após realização
de um desgaste em volta desse núcleo. Concluiu-se que o tempo de vibração
ultra-sônica aplicada estava diretamente relacionada com o comprimento do
fragmento do núcleo cimentado, diversamente da relação com o diâmetro do
núcleo, que não obteve significância estatística. Observou-se também que o
tempo gasto para desprendimento do fragmento do núcleo foi
aproximadamente 25% daquele obtido em estudos in vitro, devido
provavelmente à falta de qualidade na cimentação realizada em condições
clínicas.
NEHME (2001), em seu trabalho na eliminação de obstruções metálicas do
interior dos canais radiculares usando microscópio e ultra-som, relata que
devemos esgotar todas as alternativas de desobstrução antes do tratamento
cirúrgico, tais como brocas apropriadas, fórceps e instrumentos ultra-sônicos
de contato direto e indireto. Em sua metodologia, com auxílio do microscópio
cirúrgico, pontas ultra-sônicas do aparelho P-Max (Satelec, Merignac, França)
são usadas como espaçadores que atuam transmitindo a vibração ultra-sônica
ao redor da obstrução metálica e promovendo então seu deslocamento para
posterior remoção.
ABBOTT (2002) realizou estudo em 1600 dentes tratados por especialistas,
nos quais foram determinados os índices de fraturas radiculares durante a
remoção de pinos com vários aparelhos e técnicas. Pinos fundidos, paralelos
pré-fabricados, rosqueados e flexíveis, foram identificados através de Rx e
removidos através de: dispositivo Eggler (Star Dental Mfg. Co. Conshohoken,
PA, EUA), ultra-som, ultra-som + dispositivo Masserann (Micro-Méga AS,
27
Besançon, Cedex, França), pinos removidos junto às coroas e com auxílio de
alicates ortodônticos. Sem descrição detalhada da metodologia, o autor
concluiu que a remoção de pinos, desde que, com uma boa seleção do caso e
com a técnica adequada, pode ser um procedimento seguro, visto que dos
1600 pinos, somente 1 se fraturou.
DIXON et al. (2002) demonstraram o desempenho de dois aparelhos ultra-
sônicos diferentes, equipados com pontas criadas especialmente para a
vibração dos pinos. Os pinos refletiam o tamanho e as dimensões clinicamente
apropriadas, bem como sua fixação, realizada com cimento fosfato de zinco.
Foram utilizados vinte e quatro caninos superiores e inferiores, divididos em
três grupos similares. No primeiro grupo (controle) não foi aplicada energia
ultra-sônica e a força média para remoção dos pinos foi de 40,5 kg (SD=12.3).
No segundo grupo, o aparelho Spartan (Spartan USA, Fenton, MO, EUA) com
ponta analítica VT-S) o tempo médio para remoção dos pinos foi de 4min52s.
(SD= 2.26) e no terceiro grupo, o aparelho Enac (Osada Eletric Co., Ltd,
Nakatsu, Japão) com ponta ST-09, o tempo médio foi de 1min31s. (SD=0,34).
A diferença entre os dois grupos que utilizaram aparelhos de ultra-som foi
considerada estatisticamente significante (p< 0.005).
BERBERT et al. (2002) usando 50 pré-molares inferiores, avaliaram o efeito
do ultra-som sobre a força de tração necessária na remoção de pinos intra-
radiculares. No estudo foram realizados desgastes do núcleo expondo a linha
de cimento para incidência direta da vibração ultra-sônica, comparando-se a
grupos no qual não foram feitos desgastes. A incidência da vibração
28
diretamente sobre a linha de cimento reduziu em 80% a força de tração
necessária para remoção do núcleo.
CASTRISOS & ABBOTT (2002), em estudo realizado com setenta e quatro
membros da Academia de Endodontistas da Austrália e Nova Zelândia,
reportaram os métodos mais utilizados na remoção de núcleos intra-
radiculares. Do total de setenta e quatro membros da Academia, convidados a
participar do estudo, sessenta e dois (84%) participaram relatando a execução
do retratamento endodôntico, atitudes realizadas em relação ao risco de fratura
radicular durante a remoção do núcleo e métodos de remoções utilizadas. Do
total de especialistas participantes, 66% preferiram à remoção do núcleo,
enquanto 27% dividiram-se na realização da remoção do núcleo ou execução
de cirurgia periapical. Uma incidência mínima (< 0,002%) de fraturas
radiculares durante o procedimento foi relatada e estavam diretamente ligadas
à existência de núcleos com diâmetros exagerados ou a pouca quantidade de
estrutura dentinária. O dispositivo Eggler (Star Dental Mfg. Co. Conshohoken,
PA, EUA) de remoção de núcleos foi o mais usado para remoção de núcleos
fundidos em dentes anteriores juntamente com a vibração ultra-sônica.
CASTRISOS et al. (2002) mediram o esforço realizado nas raízes de 20
dentes durante a remoção de núcleos com o dispositivo Eggler (Star Dental
Mfg. Co. Conshohoken, PA, EUA). Dois grupos de 10 dentes foram estudados,
sendo que no primeiro grupo havia 01 mm de espessura de dentina coronária e
no segundo 02 mm de dentina. Os dentes foram então instrumentados e 10
mm de núcleos fundidos foram fixados com cimento fosfato de zinco. A
dinâmica de cimentação e remoção dos núcleos foi realizada duas vezes. Na
29
primeira vez, o dispositivo de remoção foi posicionado no longo eixo do dente e
na segunda vez com uma inclinação de 10° em relação ao longo eixo do dente.
Não ocorreram diferenças estatísticas significativas entre os grupos 1 e 2,
sendo registradas fraturas em 3 dentes do grupo 1 e 1 dente do grupo 2,
quando o aparelho foi colocado com 10° de inclinação. O estudo concluiu que o
dispositivo Eggler é relativamente seguro para remoção de núcleos fundidos,
devendo-se ter cuidado quando não se puder usá-lo no longo eixo do dente.
HAUMAN et al. (2003) realizaram trabalho para determinar se o tipo de
metal, cimento usado na fixação ou se o uso do ultra-som influenciava na força
de tensão necessária para remover pinos paralelos pré-fabricados, do interior
de canais radiculares. Em noventa caninos foram fixados pinos de aço
inoxidável e de titânio, com cimento fosfato de zinco, ionômero de vidro e
cimento resinoso. Os resultados obtidos mostraram que o tipo de metal, agente
fixador e aplicação ou não de vibração ultra-sonica, não influenciaram na força
dispensada para remoção dos pinos.
CASTRO et al. (2003/2004) realizaram estudo descrevendo técnicas e
remoção de pinos intra-radiculares, que foram classificados em passivos,
quando não apresentam apoio dentinário, mantendo-se em posição pela
cimentação; e ativos quando se fixam na dentina por rosqueamento ou
resiliência da dentina durante sua fixação. Quanto à forma, foram classificados
em cônicos, paralelos, paralelos com extremidade cônica ou haste fendida.
Conclui-se que a remoção por brocas oferece menor risco de fraturas,
enquanto o tracionamento é utilizado em pinos passivos e cimentados com
30
técnicas convencionais. A vibração ultra-sônica diminui a retenção dos pinos
cimentados convencionalmente.
GARRIDO et al. (2004) compararam a remoçáo de pinos metálicos fundidos
com o uso do ultra-som, com e sem refrigeração. Pinos fundidos em cobre-
alumínio foram fixados em 42 raízes de caninos superiores com cimento fosfato
de zinco e cimento resinoso. Os autores concluíram que a energia ultra-sônica
com spray de água reduziu a força realizada com a máquina de testes Instron
em 75% dos pinos fixados com cimento fosfato de zinco, da mesma forma que
os pinos fixados com cimento resinoso, tiveram a resistência à tração reduzida
em 71%, quando submetidos à energia ultra-sônica sem o uso do spray de
água.
Em trabalho realizado com 240 dentes, (SILVA et al., 2004) determinaram o
efeito da vibração ultra-sönica na força necessária para remoção de pinos
metálicos pré-fabricados e fundidos em cobre-alumínio. Foram fixados com
ionômero de vidro, pinos de 10 mm de comprimento com 0.8, 1.0 e 1.2 mm de
diâmetro. Após tratamento endodôntico as dentes foram divididos em grupos
de acordo com os diâmetros dos pinos. Metade das amostras recebeu vibração
ultra-sônica antes do teste de tração, enquanto a outra metade não. Os
resultados obtidos mostraram que a força necessária para remoção dos pinos
foi significativamente menor quando vibração ultra-sônica foi aplicada, não
tendo ocorrido relação com os diâmetros dos pinos.
SOUZA et al. (2004) realizaram estudo in vitro comparando a resistência à
remoção por tração de núcleos metálicos fundidos de Cu-Al com 9.0 mm de
comprimento e 3 diferentes diâmetros, 0.9, 1.3 e 1.7 mm. Foram usados 36
31
caninos superiores que tiveram suas coroas removidas e seus canais tratados
endodonticamente, sendo usada as brocas de Largo n° 2, 4 e 6 para a
confecção dos preparos intra-radiculares. Os núcleos metálicos foram fixados
com cimento fosfato de zinco e submetidos a teste de tração. A análise
estatística dos resultados não mostrou diferença significante entre os grupos
testados, concluindo-se que a variação do diâmetro de núcleos metálicos
cilíndricos não afeta a resistência à remoção por tração.
BUDD et al. (2005) avaliaram o aumento de temperatura no nucleo e da
superfície radicular durante o uso de dois aparelhos, que utilizaram energias
ultra-sônicas diferentes. O primeiro, Mini-Endo II (Sybron Dental, Oreange, CA,
EUA), utiliza a energia elétrica na produção da vibração ultra-sônica (transdutor
piezoelétrico). O segundo Cavitrom (Dentsply, York, PA, EUA), utiliza materiais
eletromagnéticos na produção de energia ultra-sônica (transdutor
magnetoestritivo). Os aparelhos foram usados com e sem refrigeração. As
temperaturas mais altas ocorreram no aparelho com transdutor piezoelétrico,
principalmente quando não havia refrigeração. Foi também verificado que a
temperatura no núcleo foi maior que a verificada na superfície radicular.
Em estudo in vitro, no qual foram utilizados 30 caninos superiores, (BRAGA
et al., 2005), promoveram a aplicação de uma ou duas unidades ultra-sônicas
Enac OE-5 (Osada Eletric Co., Ltd, Nakatsu, Japão), com ponta ST-09
simultaneamente em pinos metálicos fixados com cimento resinoso Panavia F
(Kuraray, Osaka, Japão). Após o uso do ultra-som, os espécimes foram
submetidos ao teste de tração através da máquina de teste universal Instron
32
4444 (fabricante não fornecido) e constatado que a aplicação de duas unidades
ultra-sônicas foi à técnica mais eficiente na remoção dos pinos.
DOMINICI et al. (2005) realizaram trabalho no qual foram medidas as
temperaturas atingidas pela superfície extra-radicular de pinos metálicos e da
superfície cervical da raiz de dez incisivos centrais e laterais superiores.
Vibração ultra-sônica através do aparelho Spartan (Fenton, MO, EUA) foi
realizada durante períodos de tempo que variaram entre 15 e 60 seg. Os
resultados foram estatisticamente significantes, quando se aplicou vibração
ultra-sônica por 60 seg., atingindo-se 125,3° C na superfície do pino metálico e
32,2° C na superfície cervical da raiz. Conclui-se que o calor gerado pode
provocar danos aos tecidos periodontais, principalmente em pinos metálicos de
grande extensão que recebem vibração ultra-sônica. Vale ressaltar que no
trabalho, não foi usado spray de água.
BRAGA et al. (2006) avaliaram a resistência à remoção por tração com
Máquina de Teste Universal, em 60 caninos superiores, que tiveram suas
coroas removidas e seus canais tratados endodonticamente, nos quais foram
preparados espaços intra-radiculares para fixação, com cimento Panavia F
(Kuraray, Osaka, Japão) nos comprimentos de 6, 8 e 10 mm, de pinos de fibra
de vidro e pinos de cobre-alumínio. Os autores não encontraram resultados
estatisticamente significantes no tipo de material do pino, mas sim em seus
comprimentos, sendo que os de 10 mm necessitaram de uma força de tração
maior para sua remoção.
Numa extensa revisão de literatura sobre o uso do ultra-som na endodontia,
(PLOTINO et al. 2007), relatam o uso da vibração ultra-sônica como meio
33
auxiliar na remoção de instrumentos fraturados e núcleos cimentados, do
interior do canal radicular, ressaltando o prognóstico favorável e a possibilidade
da realização do retratamento sem necessidade de tratamento cirúrgico.
Relatam também a efetividade do uso do microscópio associado às unidades
ultra-sonicas.
SLUIS (2007) revisa o uso do ultra-som mencionando Richman que
introduziu a energia ultra-sônica na Endodontia em 1957. Em 1976, à partir do
aparelho Cavitron usado em Periodontia, foi desenvolvido o Cavi-Endo
específico para Endodontia. O autor descreve suas indicações na Endodontia: -
acesso ao canal radicular; - irrigação; - remoção de pinos, instrumentos
fraturados e obstruções do canal radicular; - distribuição do cimento nas
paredes do canal radicular; - condensação de guta percha na obturação do
canal; - cirurgia parendodôntica; - aumento da permeabilidade dentinária
durante clareamento dental. Na remoção de pinos, a energia ultra-sônica
através de pontas específicas, desintegram a linha de cimento formada entre o
pino e o canal radicular, facilitando sua remoção. A aplicação por 10 segundos
de energia ultra-sônica pode reduzir a retenção do cimento fosfato de zinco e
do cimento de ionômero de vidro em 39% e 33% respectivamente. O autor
menciona a importância do uso de refrigeração, sugerindo um spray mínimo
com jato de 30 ml/minuto, o que impedirá o aumento da temperatura na
estrutura dentinária, impedindo agressão aos tecidos periodontais. Existem
vários tipos de pontas específicas para remoção do interior dos canais
radiculares de: obstáculos firmemente fixados, limas fraturadas e cones de
34
prata. O autor cita também o uso do microscópio cirúrgico como meio auxiliar
na remoção das obstruções intra-radiculares.
35
PROPOSIÇÃO
Este trabalho teve como objetivo, comparar, in vitro, a eficácia da
vibração ultra-sônica de três marcas de aparelhos, como meio de remoção de
pinos metálicos fundidos fixados no interior de canais radiculares,
determinando-se o tempo de aplicação utilizado por cada aparelho nas
remoções, mantendo-se a mesma potência.
36
MATERIAIS E MÉTODOS
Preparo dos espécimes
Neste estudo foram utilizados 45 incisivos centrais superiores humanos
com estruturas íntegras possuidores de raízes com comprimento mínimo de 13
mm e formas similares, extraídos por motivos diversos no Pronto Socorro de
Alcântara no município de São Gonçalo, Rio de Janeiro. Os espécimes após
permanecerem por 60 minutos em hipoclorito de sódio a 2,5% (Biodinâmica,
Ibiporã, Pr) para completa desinfecção foram armazenados em água para
manutenção da hidratação. Foram realizadas tomadas radiográficas (Kodak,
Rochester, EUA) do tipo periapical no sentido vestíbulo palatino para
verificação de possíveis obstruções e observação da anatomia radicular. Após
esta etapa os dentes foram submetidos a tratamento endodôntico, iniciando-se
pelo acesso à câmara pulpar realizada com broca diamantada esférica n° 1013
(KG Sorensen Ind. Com. Ltda, São Paulo, SP); em seguida, obtivemos os
comprimentos de trabalho introduzindo uma lima K # 15 (Mani, Kiohara, Japão)
até observarmos sua ultrapassagem pelo forâmen apical. Nesse ponto, com
auxílio de uma régua milimetrada (Dentsply/Maillefer, Petrópolis, RJ) tomamos
a medida e recuamos 1,0 mm. obtendo-se assim as medidas para o preparo
químico mecânico realizado pela técnica MRA (Lopes et al., 2004), com
confecção de batente apical com lima K # 40 (Mani, Kiohara, Japão), com 4
recuos escalonados de 1 mm cada, até lima K # 60 (Mani, Kiohara, Japão),
ocorrendo entre cada troca de instrumento, irrigação ( Kit de
37
irrigação/aspiração Máster, São Paulo, SP) com 3 ml. de hipoclorito de sódio a
2,5 %. Após esta etapa, os dentes tiveram seus canais secos, com cones de
papel absorvente (Dentsply-Maillefer, Petrópolis, RJ,) e obturados pela técnica
de compactação lateral com cones de guta percha (Dentsply Maillefer,
Petrópolis, RJ), utilizando-se como cimento obturador, o cimento Intra-Fill (SS
White, Rio de Janeiro, RJ) manipulado de acordo com as instruções do
fabricante e o auxilio de espaçadores digitais (Mani, Kiohara, Japão) e
condensadores verticais de Paiva (Golgran, São Paulo, SP). Após a conclusão
do tratamento endodôntico, os dentes foram incluídos e fixados em caixas
plásticas, medindo 1,0 x 1,0 x 4,3 mm, com auxilio de cera Utility (Technew Ind.
Com. Ltda, Rio de Janeiro, RJ) preenchendo a maior parte da caixa e resina
acrílica autopolimerizavel (Clássico Artigos Odontológicos, São Paulo, SP)
finalizando o preenchimento e deixando exposta à porção coronária, a nível
cervical.
Preparo do núcleo e cimentação
Após o preparo das amostras, com o auxílio de uma broca Zekrya
(Dentsply Maillefer, Ballaiguess, Suíça), as coroas dos dentes foram
seccionadas na altura da união amelo-cementaria da face vestibular,
perpendicular ao longo eixo do dente, expondo desta forma a entrada do canal
obturado. Depois de removida a coroa, foi realizada a desobstrução do canal
radicular, através de brocas Gattes Glidden (Dentsply Maillefer, Ballaiguess,
Suíça) num tamanho compatível com o diâmetro das embocaduras dos canais
38
obturados, objetivando a retirada somente de guta-percha nos terços cervical e
médio da raiz, num comprimento de 10 mm., sem que ocorresse desgaste das
paredes do canal radicular (fig. 1 e 2). Os preparos intra-radiculares foram
confeccionados através da broca diamantada 4138 (KG Sorensen Ind. Com.
Ltda, São Paulo, SP), fixadas a caneta de alta rotação (Kavo do Brasil Ind.
Com. Ltda, Joinville, SC) com refrigeração constante que realizou os preparos
intra-radiculares definitivos, que para serem padronizados, foram realizados
pelo dispositivo de confecção de preparos intra-radiculares do Laboratório de
Bio-materiais de Dentística da Faculdade de Odontologia da Universidade
Federal Fluminense, na cidade de Niterói, RJ (fig. 3, 4, 5 e 6). Com a
padronização, objetivamos a confecção de preparos com a mesma forma e o
mesmo comprimento, que foi de 10 mm. Preparados os espaços intra-
radiculares, foram confeccionados modelos em resina Duralay (Reliance Dental
Mfg Co, Worth, IL, EUA) de núcleos protéticos (fig. 7 e 8), que foram fundidos
no laboratório de prótese da Técnica em Prótese Dentária Leila de Faria Souza
Carneiro, CRO-RJ/TPD n° 2968, fundição esta, em liga de Níquel-Cromo
(VeraBond II - AalbaDent, Fairfield, EUA). Os núcleos metálicos prontos,
possuíam a parte intra-radicular com 10 mm de comprimento e a parte extra-
radicular, em formato de um cubo de 4 mm de lado, com objetivo de facilitar o
apoio da pontas ultra-sônicas durante a execução do trabalho. Após a fundição,
os núcleos foram submetidos a jateamento com óxido de alumínio (Elfusa
Geral Eletro Fusão Ltda, São Paulo, SP), para aumento do embricamento
mecânico entre o pino metálico e a camada de cimento usada na fixação (fig. 9,
10, 11. 12 e 13). Os mesmos, foram fixados ao preparo intra-radicular com
39
Cimento Fosfato de Zinco (SS White, Rio de Janeiro, RJ), manipulado de
acordo com as especificações do fabricante e inserido nos preparos, através de
espiral de Lentulo (Dentsply Maillefer, Ballaiguess, Suíça), fixada num contra
ângulo de baixa rotação (Kavo do Brasil Ind. Com. Ltda, Joinville, SC). A
fixação ocorreu com auxílio de um dispositivo de madeira, especificamente
confeccionado para este trabalho, ao qual foi acoplado um peso de 2
quilogramas que durante 5 minutos, cronometrados através de cronômetro
digital (Ind. Relógios Herweg S.A., Timbó, SC), permaneceu apoiado sobre os
núcleos, objetivando que todas as fixações ocorressem com o mesmo tempo e
sob a mesma pressão (figuras 14 e 14-A). Após o endurecimento do cimento, o
excesso foi removido com sonda exploradora (Duflex, Rio de Janeiro, RJ),
ficando as amostras dentro de recipientes plásticos fechados, envolvidos em
gaze umedecida durante 30 dias.
40
Figura 1 - Rx radicular com tratamento endodôntico e desobstrução para
confecção do preparo intra-radicular
Figura 2 - Visão vestibular da amostra
41
Figura 3 - Dispositivo de confecção de preparos intra-radiculares
42
Figura 4 - Dispositivo de confecção de preparos intra-radiculares Início de introdução da broca
43
Figura 5 - Dispositivo de confecção de preparos intra-radiculares Confecção do preparo em execução
44
Figura 6 - Dispositivo de confecção de preparos intra-radiculares Término de confecção do preparo
45
Figura 7 - Núcleo confeccionado em acrílico
Figura 8 - Núcleo em acrílico adaptado a amostra
46
Figura 10 - Amostra e Núcleo metálico fundido
Figura 10 - Corpo de prova e o
nucleo metálico fundido
47
Figura 11 - Visão vestibular do núcleo adaptado a amostra
Figura 12 - Visão oclusal do núcleo adaptado a amostra
Figura 13 - Rx milimetrado com proporção extra / intra -
radicular
48
Figura 14 - Dispositivo para fixação dos núcleos
49
Figura 14-A - Dispositivo para fixação dos núcleos (apoio sobre a amostra)
2 Kg
50
Aplicação do ultra-som
As amostras foram divididas aleatoriamente em 3 grupos de 15 dentes
cada. A seguir, as caixas plásticas foram fixadas a um torno de bancada (Loyal
Ferramentas, Importadora Leal Carneiro & CIA, Rio de Janeiro, RJ) para
receberem a aplicação das pontas ultra-sônicas. Para a aplicação destas
forças nas amostras do grupo 1, utilizou-se o aparelho de ultra-som Enac OE-3
(Osada Eletric Co., Ltd, Nakatsu, Japão) com a ponta específica ST-09 (fig 15 e
16), no grupo 2, o aparelho Jetsonic-Total (Gnatus Equipamentos Médico
Odontológicos Ltda, Ribeirão Preto, SP) com a ponta 34S (fig. 17 e 18) e no
grupo 3, o aparelho Profi III-Bios (Dabi Atlante, Ribeirão Preto, SP) com a
ponta Remo C (fig. 19 e 20).Todos os três aparelhos avaliados foram utilizados
em sua potência máxima, conforme orientação dos fabricantes para remoção
de coroas/núcleos. A incidência das pontas, sempre sob jato constante de
água, ocorreram em cada uma das faces dos núcleos, por períodos de até 60
segundos em cada uma delas, aferidos através de um cronômetro digital (Ind.
Relógios Herweg S.A., Timbó, SC) a partir do momento do acionamento e
contato da ponta ultra-sônica com a face do núcleo, iniciando-se pela face
vestibular e na seqüência, faces palatina, mesial, distal e incisal, até que o
núcleo fosse removido ou completado o ciclo que poderia ser repetido por no
máximo até 3 vezes. A remoção do núcleo era considerada quando este se
desprendia da estrutura radicular e não, quando apenas girava no interior da
raiz. Foram anotados os tempos necessários para a remoção de cada um dos
núcleos para que fosse realizada análise estatística. Para que não ocorresse
51
fadiga muscular por parte do operador, estabeleceu-se o número de 5
amostras por dia para aplicação do ultra-som. A aplicação do ultra-som, bem
como todas as fases de confecção das amostras, foi executada sempre pelo
mesmo operador.
Figura 16 - Ponta ST-09
Figura 15 - Aparelho Enac OE-3
52
Figura 17 - Apareho de Ultra-som Jet Sonic Total - Gnatus
Figura 18 - Ponta 34S
53
Figura 19 - Aparelho Profi III Bios - Dabi Atlante
Figura 20 - Ponta Remo C
54
RESULTADOS
Os tempos em segundos ( “ ), aplicados com as pontas específicas, na
potência máxima, dos aparelhos ENAC OE-3, JET SONIC TOTAL da Gnatus e
PROFI III - BIOS da Dabi Atlante estão expostos nas tabelas 1, 2 e 3 e no
figura 21 respectivamente, tendo ocorrido a remoção de todos os pinos das
amostras usadas nos aparelhos Enac e Jet Sonic Total. As amostras nas quais
foram usadas vibrações ultra-sônicas com aparelho Profi III - Bios não tiveram
os pinos metálicos removidos em sua totalidade. O teste estatístico utilizado
para as amostras, foi à análise de variância (ANOVA), por se tratar de dados
intervalares.
Tabela 1 – Resultados, em segundos ( “ ) , para remoção de núcleos das
amostras tratadas pelo ENAC OE-3.
AMOSTRA FACE V
FACE P
FACE M
FACE D
FACE O
TEMPO FINAL
REMOÇÃO
1 15” - - - - 15” SIM 2 60” - - - - 60” SIM 3 60” 39” - - - 99” SIM 4 32” - - - - 32” SIM 5 11” - - - - 11” SIM 6 73” 13” - - - 73” SIM 7 29” - - - - 29” SIM 8 36” - - - - 36” SIM 9 60” 60” 02” - - 122” SIM
10 60” 42” - - - 102” SIM 11 60” 60” 23” - - 143” SIM 12 60” 60” 45” - - 165” SIM 13 50” - - - - 50” SIM 14 52” - - - - 52” SIM 15 27” - - - - 27” SIM
55
Tabela 2 – Resultados, em segundos ( “ ) , para remoção de núcleos das amostras tratadas pelo GNATUS JET SONIC TOTAL.
AMOSTRA FACE
V FACE
P FACE
M FACE
D FACE
O TEMPO FINAL
REMOÇÃO
1 36” - - - - 36” SIM 2 120” 102” 60” 60” 60” 402” SIM 3 60” 26” - - - 86” SIM 4 47” - - - - 47” SIM 5 32” - - - - 32” SIM 6 60” 02” - - - 62” SIM 7 60” 60” 09” - - 129” SIM 8 60” 57” - - - 177” SIM 9 180” 180” 124” 120” 120” 724” SIM
10 35” - - - - 35” SIM 11 41” - - - - 41” SIM 12 60” 60” 02” - - 122” SIM 13 38” - - - - 38” SIM 14 60” 60” 60” 58” - 238” SIM 15 60” 45” - - - 105” SIM
Tabela 3 – Resultados, em segundos ( “ ) , para remoção de núcleos das amostras tratadas pelo DABI ATLANTE PROF III - BIOS.
AMOSTRA FACE
V FACE
P FACE
M FACE
D FACE
O TEMPO FINAL
REMOÇÃO
1 113” 60” 60” 60” 60” 353” SIM 2 180” 180” 180” 180” 180” 900” NÃO 3 180” 180” 180” 180” 180” 900” NÃO 4 180” 180” 180” 180” 180” 900” NÃO 5 180” 180” 180” 180” 180” 900” NÃO 6 120” 77” 60” 60” 60” 377” SIM 7 180” 180” 180” 180” 180” 900” NÃO 8 180” 180” 180” 180” 180” 900” NÃO 9 180” 180” 180” 180” 180” 900” NÃO
10 180” 180” 180” 180” 180” 900” NÃO 11 120” 120” 105” 60” 60” 425” SIM 12 180” 180” 180” 180” 180” 900” NÃO 13 180” 180” 180” 180” 180” 900” NÃO 14 180” 180” 180” 180” 180” 900” NÃO 15 180” 180” 180” 180” 180” 900” NÃO
56
0100200300400500600700800
ENAC OE3
GNATUS JETSONIC TOTALDABI ATLANTEPROF III
Figura 21 – Resultados médios, em segundos, da remoção de núcleos das amostras submetidas aos equipamentos ENAC OE-3, GNATUS JET SONIC
TOTAL e DABI ATLANTE PROF III - BIOS.
57
Grupos N Média Desvio Padrão (1) ENAC OE-3 15 67.73 48.04
(2) GNATUS JET SONIC TOTAL 15 151.6 187.4
(3) DABI ATLANTE PROF III - BIOS 15 797 213.7
Source of Variation SS DF Variance Est (MS)
Between Groups 4.777e+06 2 2.389e+06
Within Groups 1.163e+06 42 2.77e+04
Total 5.94e+06 44
s2_bet MSbet 2.389e+06 F = ------ = ----- = --------- = 86.24 P = 0.000 s2_wit MSwit 2.77e+04
Os resultados estatísticos demonstram que existe diferença significante,
ao nível de 1% para as amostras. O teste Tukey de comparação de médias
(tabela 4 e 5) observou haver diferença apenas na comparação do grupo 3
(PROF III - BIOS) com os outros dois grupos.
58
Tabela 4 – Comparação dos resultados da média, em segundos ( “ ) , para remoção de núcleos das amostras tratadas pelos equipamentos ENAC OE-3, GNATUS JET SONIC TOTAL e DABI ATLANTE PROF III - BIOS.
EQUIPAMENTO NÚMERO
DE AMOSTRAS
MÉDIA DE TEMPO
% DE REMOÇÃO DE NÚCLEOS
ENAC OE-3 15 67, 73” 100% GNATUS JET
SONIC TOTAL 15 151,60” 100%
DABI ATLANTE PROF III
15 797” 20%
F = 86,24; P = 0,0000; estatisticamente significante à 1%.
Tabela 5 – Resultado da comparação de médias feita pelo teste Tukey entre os equipamentos ENAC OE-3, GNATUS JET SONIC TOTAL e DABI ATLANTE PROF III - BIOS.
COMPARAÇÃO DE EQUIPAMENTO
DIFERENÇA DE MÉDIAS SE p q P<0,05
ENAC OE-3 versus
GNATUS JET SONIC TOTAL
151.6 - 67.73 = 83.87
42,97
3
1,952
NÃO
DABI ATLANTE PROF III versus
ENAC OE-3
797 - 67.73 = 729.3
42,97
3
16,972
SIM
DABI ATLANTE PROF III versus
GNATUS JET SONIC TOTAL
797 - 151.6 = 645.4
42,97
3
15,020
SIM
59
DISCUSSÄO
As restaurações protéticas confeccionadas com retenções intra-
radiculares são usadas para restaurar estética e funcionalmente os elementos
dentários que tiveram suas estruturas danificadas e tem como principais
objetivos, reforçar o remanescente radicular e impedir a penetração de fluidos
bucais para o interior do canal radicular, impedindo contaminação bacteriana.
Problemas e soluções relacionadas ao retratamento endodôntico são
discutidos por (FONSECA, 1976), ressaltando o antagonismo existente entre o
avanço tecnológico da endodontia nos últimos anos e o alto índice de
insucessos registrados.
O uso do ultra-som vem sendo indicado como acessório de grande
eficiência na remoção de variados tipos de artefatos que acidentalmente
obstruem a luz do canal radicular, além de pinos metálicos usados como
retentores intra-radiculares. As unidades ultra-sônicas foram pela primeira vez
mencionadas na Endodontia por RICHMAN (1957), relatando que o uso das
unidades ultra-sônicas possui um importante potencial no futuro da terapia
endodôntica. O autor destaca a suavidade e a direção vibracional na realização
do trabalho, ressaltando ainda as vantagens do uso do ultra-som na realização
de apicetomias.
Tem sido relatado por (WARREN & GUTMANN, 1979; BANDO et al. 1985;
IMURA & ZUOLO, 1997) que devido ao tamanho, o dispositivo para remoção
de pinos Post Puller pode ser contra-indicado para dentes posteriores ou com
60
pequena dimensão mesio-distal e muitas vezes o aspecto do núcleo ou da
coroa impede a adaptação do dispositivo, limitando seu funcionamento.
As ondas ultra-sônicas que se propagam através do metal que compõem
o pino, acarretam a fragmentação da linha de cimento que os envolve,
facilitando e diminuindo a força necessária para a sua remoção do canal
radicular (IMURA & ZUOLO, 1997).
YOSHIDA et al. (1997) observaram que a camada de cimento do lado
oposto ao que a ponta ultra-sônica estava sendo aplicada, era a que primeiro
se fragmentava e que os melhores resultados ocorreram com aplicação da
ponta ultra-sônica por um período de 05 minutos.
LOPES et al. (1997) observaram através de Rx, em 500 dentes tratados
endodonticamente portadores de retentores intra-radiculares, que: os incisivos
centrais (29,4%) e os laterais (26,2%) superiores apresentam maiores
incidências de retentores; em 11,4%, os retentores foram instalados em dentes
sem tratamento endodôntico; em 40,6% dos casos havia lesão perirradicular;
em 80,6% dos casos, os comprimentos dos pinos eram incompatíveis com o
princípio de retenção dos retentores intra-radiculares; e em 50,4% dos casos,
os retentores foram confeccionados sem levar em consideração a condição da
obturação do canal radicular. Estes dados mostram que são vários os fatores
que podem levar o profissional, a realizar o retratamento endodôntico e a
respectiva remoção do retentor intra-radicular, quando se fizer necessário. Isto
nos obriga a ter capacidade de realizar uma criteriosa e planejada escolha do
melhor método para a remoção das retenções intra-radiculares, escolha esta,
que não deve ser realizada sem a realização de tomadas radiográficas, com
61
objetivo de visualização das dimensões e tentativa de observação do material
de sua composição (GIROLAMO & MATSON, 1990; VANNI et al., 2000),
A opção da remoção de um pino metálico requer uma criteriosa
avaliação de alguns fatores, tais como material de confecção do pino, sua
extensão e estrutura do elemento dentário envolvido. (BERBERT et al. 1992;
TANOMARU et al. 1995), compartilham a opinião de que, comparado a outros
tipos de materiais, os núcleos metálicos fundidos apresentam maiores
dificuldades de remoção, devido à adaptação do metal as paredes do canal
radicular. Com isso podemos concluir que uma maior quantidade de cimento no
interior do preparo intra-radicular, que poderia facilitar o deslocamento do pino
no interior do preparo, não deve ter influenciado no estudo. Dependendo do
procedimento escolhido, poderíamos acarretar excesso de desgaste da
estrutura dentária, perfurações ou fraturas radiculares que levariam ao
insucesso do tratamento. PLOTINO et al. (2006) avaliaram a resistência à
flexão de três diferentes tipos de pinos de fibras reforçadas e três tipos de
pinos metálicos comparando-os à dentina radicular. Concluíram que os pinos
de fibra possuem um módulo elástico que mais se aproxima da dentina
enquanto que os metálicos chegam a ser de quatro a sete vezes maiores. O
uso do ultra-som promove a conservação da estrutura dentinária, diminuindo o
risco de acidentes e o tempo de execução do procedimento.
Nos casos de grande destruição da estrutura coronária ou sua total
ausência, pode-se optar pela introdução de uma lima endodôntica entre a
estrutura dentinária e o pino metálico na qual seria apoiada a ponta ultra-sônica
62
transmitindo a vibração, conforme descrevem (KRELL et al., 1986; GLICK &
FRANK,1986).
Destacamos trabalhos realizados por (BUONCRISTIANI et al., 1994;
JOHNSON et al.,1996; BRAGA et al., 2006), cujos resultados mostram que o
comprimento dos pinos tem influência na força necessária para sua remoção,
ao mesmo tempo em que SOUZA et al. (2004) relatam que o diâmetro de
núcleos metálicos, não interfere na força por tração necessária as suas
remoções.
DA METODOLOGIA
Neste trabalho foram utilizados três marcas de aparelhos com sistema
operacional piezoelétrico. O aparelho ENAC OE-3 de fabricação japonesa
fabricado pela Osada, o mais usado em trabalhos científicos com propósitos
similares, observados em (LOPES et al., 1992; BUONCRISTIANI et al. 1994;
TANOMARU et al., 1995; JOHNSON et al., 1996; YOSHIDA et al., 1997;
DIXON et al., 2002; BRAGA et al., 2005) e os aparelhos PROFI III - BIOS da
Dabi Atlante (Brasil) e JET SONIC TOTAL da Gnatus (Brasil), duas marcas
nacionalmente consagradas, todos com potência de 30.000 Hz, ou 30 kHz,
segundo (KUNERT, 2006).
Nossa metodologia com relação ao armazenamento e ao tratamento
endodôntico das amostras, foi influenciada nos trabalhos de (BERBERT et al.,
1992; BUONCRISTIANI et al., 1994; TANOMARU et al., 1995; JOHNSON et
al., 1996; DIXON et al., 2002), com o uso do hipoclorito de sódio como solução
63
irrigadora, obtenção do comprimento de trabalho visualmente, instrumentação
do conduto até lima K-40 e obturação do conduto através da técnica de
compactação lateral com uso de cones de guta-percha.
A opção pelos incisivos centrais superiores justifica-se pelo fato dos
mesmos possuírem canal radicular longo, único e amplo, sendo em 75% dos
casos retos, enquanto os outros 25% restantes, apresentam um discreto desvio
para distal, facilitando a realização dos preparos intra-radiculares (LEONARDO,
2005). Para refletir as dimensões usadas clinicamente, foram confeccionados
com 10 mm de comprimento similares ao tamanho médio das coroas dos
dentes utilizados neste estudo, que foi de 9,8 mm. O comprimento dos pinos foi
baseado na broca 4138 (GOMES et al., 2001), que possui 10 mm de
comprimento em sua parte ativa, no qual destacamos trabalhos realizados
cujos resultados mostram que o comprimento dos pinos tem Influência na força
necessária para sua remoção, conforme demonstrado por (SMITH, 2001;
BRAGA et al., 2006) que necessitou de uma maior força de tração para
remover pinos de 10 mm de comprimento, quando comparados a pinos de 6 e
8 mm.
Diferente de trabalhos realizados com o mesmo propósito (BERBERT et
al., 1992; LOPES et al., 1992; TANOMARU et al., 1995; DIXON et al., 2002)
procuramos obter preparos intra-radiulares, confeccionados mecanicamente,
com o uso do dispositivo de confecção de preparos, que proporcionou a
realização de preparos morfologicamente similares, em acordo com (GARRIDO
et al., 2004). Com isso padronizamos todos os preparos com o mesmo
comprimento e o mesmo diâmetro, com a finalidade de que as vibrações ultra-
64
sônicas atuassem em estruturas idênticas. Com isso, apesar de (GABRIEL &
CABANÍ, 1999), indicarem a confecção de canaletas para evitar a rotação do
pino no interior do preparo intra-radicular, elas teriam que ser realizadas
manualmente pelo operador. Conscientes de que neste estudo, mesmo
procurando padronizar os preparos intra-radiculares, clinicamente a anatomia
do canal radicular impossibilita essa padronização, mas como nosso objetivo é
a comparação da eficácia dos aparelhos na remoção dos núcleos, a
padronização eliminou a variável de se obter pinos morfologicamente
diferentes, o que poderia induzir resultados imprecisos.
A opção do cimento fosfato de zinco para fixação dos núcleos, originou-
se no fato de ser o material mais usado para este fim tanto clinicamente, como
em toda literatura, como encontramos em (RADKE et al., 1988; BERBERT et
al., 1992; LOPES et al., 1992; BUONCRISTIANI et al., 1994; TANOMARU et
al., 1995; JOHNSON et al., 1996; YOSHIDA et al., 1997; DOMINICI et al.,
2005), tendo sido inserido nos preparos intra-radiculares através da espiral de
Lentulo, (BUONCRISTIANI et al., 1994; BRAGA et al., 2005), o que facilitou o
escoamento e preenchimento de todas as paredes dos preparos intra-
radiculares, apoiado no trabalho de (GOLDSTEIN et al., 1986) na comparação
de técnicas de inserção do cimento fosfato de zinco no interior de preparos
intra-radiculares. A importância da relação pó/líquido informada pelo fabricante
na etapa de manipulação do cimento e fixação dos núcleos, é de vital
importância para sua retenção, conforme resultados de (WALCKER & TJAN,
1988).
65
A fixação dos núcleos metálicos foi realizada com auxílio de um
dispositivo de madeira no qual estava preso um peso de 2,0 Kg que era
apoiado sobre o núcleo metálico quando adaptado nas raízes durante a etapa
de fixação dos núcleos. A padronização de uma mesma carga sobre os pinos
durante a cimentação é relatada por diversos pesquisadores (GOLDSTEIN et
al., 1986; BERBERT et al. 1992; OLIVEIRA et al., 1999; GOMES et al., 2001;
SILVA et al., 2004) sendo que o peso de 2,0 Kg, usado em nossa metodologia,
é justificado por trabalhos que determinam a carga suportada verticalmente
pelos dentes entre 1,0 e 3,0 Kg (LINDAUER et al., 1989; KARR et al., 2007).
Procuramos usar a ponta específica para remoção de coroas e núcleos
de cada aparelho, ao contrário do trabalho de (BERBERT et al., 1992) que
utilizaram pontas para periodontia. Estamos cientes que na clínica, os núcleos
metálicos de incisivos centrais superiores não possuem a forma de cubo, mas
neste trabalho em laboratório, optamos por esta forma objetivando facilitar o
apoio das pontas ultra-sônicas, em uma superfície plana.
Após observarmos os trabalhos de (BUDD et al., 2005; DOMINICI et al.,
2005), optamos pelo uso do ultra-som com intenso spray de água como
comumente é usado em situações clínicas, pois os autores constataram um
elevado aumento de temperatura na superfície do pino e da estrutura dentária,
quando a vibração ultra-sônica era usada sem refrigeração, o que poderia
causar danos aos tecidos periodontais. Foram medidas temperaturas que
chegaram a 125° na superfície do pino e 32° na superfície cervical da raiz,
quando aplicada energia ultra-sônica por 60 segundos. A aplicação de energia
ultra-sõnica sem o uso de refrigeração é indicada nos casos onde houve a
66
utilização de cimentos resinosos para a fixação dos pinos, conforme citado por
(GARRIDO et al., 2004).
Devemos ressaltar que a restauração do elemento dentário quando
realizada com o uso de retenção intra-radicular, deve ser planejada e realizada
técnica e biologicamente de maneira a se conservar o dente em função pelo
maior tempo possível. Porém quando por algum motivo esta restauração
necessitar de troca, ela deverá ser removida sem prejuízo a estrutura do
elemento dentário, tarefa que com o uso do cimento fosfato de zinco, é
plausível de ser realizada (CHEUK & KARAM, 1988).
Foram realizados até três ciclos de um minuto em cada face do núcleo
metálico (faces vestibular, palatina, mesial, distal e incisal) para
desprendimento do pino de dentro do preparo intra-radicular. BERBERT et al.
(2002) realizaram estudo em que compararam a vibração ultra-sônica incidindo
sobre o núcleo e incidindo diretamente sobre a linha de cimento usado na
fixação. Os melhores resultados foram obtidos no segundo caso, sendo que
também foi contra indicado a aplicação de vibração sobre a face incisal do
núcleo, pois poderia ocorrer difusão direta sobre o periodonto de sustentação.
Os pinos metálicos foram considerados removidos e os tempos
mensurados, no instante em que se desprendiam totalmente do interior dos
preparos intra-radiculares e não somente quando giravam dentro deles
(BERGERON, 2001).
Foi observado durante a aplicação das unidades ultra-sônicas, que
existe uma relação evidente entre o som audível emitido pelo aparelho e sua
eficácia na remoção dos núcleos, em acordo com (DIXON et al., 2002). Os
67
aparelhos Enac e Jet Sonic Total emitiram som constante e uniforme numa
mesma intensidade, diferente do Profi III - Bios, que emitiu um nível de som
inconstante e de menor intensidade, observados sem o uso de aparelhos
específicos de audiometria.
DOS RESULTADOS
Desde sua introdução na endodontia, o uso do ultra-som vem se
desenvolvendo e se expandindo, promovendo entre outros benefícios, melhor
limpeza dos canais radiculares; redução no tempo de preparo biomecânico;
melhor obturação dos canais radiculares; maior desgaste nas paredes
dentinárias; redução da fadiga do operador; irrigação continua e abundante;
remoção de cones de prata e instrumentos fraturados (ESBERARD et al.,
1987). A remoção de núcleos metálicos de maneira segura para o elemento
dentário, rápida e de fácil execução, nos incentivou a realizar este estudo para
verificação da eficácia dos aparelhos testados. Nossos resultados evidenciam
dois aparelhos similares e eficazes e um terceiro que não obteve o mesmo
sucesso.
Com resultados discordantes, (HAUMAN et al. 2003) concluíram que o
uso do ultra-som não influenciou na força de tensão necessária para remover
pinos paralelos pré-fabricados, do interior de canais radiculares.
Em concordância com nosso trabalho, o aparelho Enac OE-3 é
amplamente testado em vários estudos de laboratório, sempre demonstrando
grande sucesso, conforme demonstrado por (LOPES et al., 1992;
68
BUONCRISTIANI et al., 1994; TANOMARU et al., 1995; JOHNSON et al.,
1996; YOSHIDA et al., 1997; DIXON et al., 2002; SILVA et al., 2004; BRAGA et
al., 2005).
DIXON et al. (2002) usando 24 caninos superiores e inferiores,
compararam o uso dos aparelhos Enac e Spartan, obtendo resultados com
diferença estatisticamente significantes entre os dois aparelhos. A metodologia
incluiu vibração aplicada no topo e nas laterais de pinos pré-fabricados de aço
inoxidável e também o contato do topo e das laterais da ponta ultra-sônica com
os pinos. Os autores obtiveram resultados com média de 1:31 min. com o uso
do aparelho Enac e 4:52 min. com o aparelho Spartan. Com resultados
similares ao nosso (1:07 min), o aparelho Enac se mostrou mais eficaz,
provavelmente por usar o mesmo comprimento do pino intra-radicular e mesmo
cimento usado na fixação.
JOHNSON et al. (1996) também compararam a eficácia da vibração
ultra-sônica em pinos pré-fabricados de aço inoxidável com 9 mm de
comprimento. Em 36 dentes uni-radiculares, os pinos foram submetidos à
vibração ultra-sônica por 4, 12 e 16 min. com aparelho Enac, para em seguida
serem submetidos ao teste de tração. As amostras que foram submetidas a 16
min. de vibração apresentaram estatisticamente, os melhores resultados. O
autor também menciona que variações no tempo de vibração requerido para
deslocar o pino podem ser atribuídas às diferenças no diâmetro do pino.
Verificamos que os dois autores também obtiveram os melhores
resultados com o aparelho Enac. Apesar de não serem usados pinos metálicos
fundidos e sim os pré-fabricados metálicos, comprova-se que a fratura da linha
69
de cimento usado na fixação (IMURA & ZUOLO, 1997), esta ligada diretamente
na remoção dos pinos intra-radiculares, em concordância com
(BUONCRISTIANI et al., 1994). Estes autores também obtiveram melhores
resultados estatísticos com o aparelho Cavitron e Enac, na remoção de pinos
de aço inoxidável com 4 mm de comprimento no interior de canais radiculares.
No estudo foram comparados 3 aparelhos ultra-sônicos e dois aparelhos
sônicos. Os autores observaram que as forças vibratórias que incidem no pino
metálico são proporcionais ao quadrado da raiz e ao módulo de elasticidade do
material do pino. Materiais rígidos como o que foi usado em nosso estudo
(NiCr), com um módulo de elasticidade alto, tendem a conduzir melhor as
vibrações que são transmitidas a linha de cimento usado na fixação. Em seu
estudo, (BUONCRISTIANI et al., 1994), usando pinos de 4 mm de
profundidade intra-radicular, ressaltam que pinos com maior extensão, podem
ser mais resistentes às forças vibratórias dentro dos níveis de potencia dos
aparelhos avaliados, ocasionando maior dificuldade de remoção.
O trabalho realizado por (YOSHIDA et al., 1997) demonstram resultados
com tempos bem menores na remoção de pinos, quando 2 pontas ultra-sônicas
do aparelho Enac são usadas simultaneamente. Os autores descrevem que a
camada de cimento do lado oposto ao que esta sendo aplicada à ponta ultra-
sônica é a que primeiro se fragmenta, ocasionando fragmentação bi-lateral do
selamento, no caso de dupla incidência vibratória, facilitando portanto a
remoção. Semelhante ao nosso, o estudo indica ser mais desejável aplicar
vibração ultra-sônica por menos de 5 minutos, para que clinicamente não
ocorram danos aos tecidos periodontais. No caso da não remoção, se faz
70
necessário remover estrutura dentária ao redor do pino. BRAGA et al. (2005)
realizou o mesmo tipo de estudo e concluiu também que duas pontas aplicando
vibração ao mesmo tempo, são mais eficazes na remoção dos pinos.
TANOMARU et al. (1995) compararam a influência do uso dos aparelhos
de ultra-som Enac com efeito piezoelétrico e o aparelho Profi III da Dabi Atlante
com efeito magnetoestritivo, na remoção por tração de pinos metálicos
fundidos. Sem mencionar na metodologia, o tipo de pontas usadas, os autores
descrevem a dinâmica de funcionamento dos aparelhos, conferindo ao Profi III
perda de calor na transformação de energia magnética em energia mecânica,
ocorrendo oscilações na freqüência vibratória alcançada, que atinge 24 a 25
Khz. No aparelho Enac, segundo os autores, com transformação de energia
elétrica em mecânica, não há dissipação de energia sob a forma de calor,
atingindo freqüência vibratória de 30 Khz. Os resultados obtidos pelos autores
mostram uma pequena vantagem nos resultados do aparelho Enac em relação
ao Profi III. Esta diferença comparada ao nosso trabalho, com desempenho
insuficiente do aparelho Profi III – Bios, pode ser justificada pela mudança do
tipo de geração de ondas ultra-sônicas do aparelho Profi III que passou de
magnetoestritivo para piezoelétrico no Profi III - Bios.
BERBERT et al. (1992) usando metodologia semelhante a nossa, usou
vibração ultra-sônica com o aparelho Profi III em pinos metálicos fundidos em
liga de cobre-berílio, fixados com cimento fosfato de zinco em 30 raízes de
dentes uni-radiculares. Ponta de periodontia foi utilizada por 2 e 5 minutos nas
faces dos pinos para em seguida serem levados a máquina de testes universal
e serem os resultados comparados aos do grupo controle que não recebeu
71
vibração. Os autores concluíram que não houve diferença estatística entre o
grupo que recebeu vibração por 2 minutos e o que recebeu por 5 minutos,
sendo que a força necessária para remoção dos pinos foi menor quando
comparado ao grupo controle.
Em nosso estudo, tínhamos como parte da metodologia, submeter às
amostras que não tivessem os pinos removidos somente com vibração ultra-
sônica, a máquina de teste universal, para verificar a força de tração
necessária para remoção, observando qual aparelho influenciaria mais nos
resultados. Durante a execução da metodologia, constatamos que somente o
aparelho Profi III - Bios não conseguiu remover todos os pinos, invalidando a
comparação entre os três aparelhos.
As amostras que não tiveram os pinos removidos farão parte de um
novo estudo, que serão comparadas a um novo grupo, que não receberá
vibração ultra-sônica (controle) para verificar se o aparelho Profi III - Bios
influenciou na força de tração necessária a remoção (TANOMARU et al., 1995;
HAUMAN et al., 2003).
72
CONCLUSÕES
De acordo com a metodologia empregada neste trabalho, podemos
concluir com base nos resultados obtidos, que quanto à eficácia na remoção de
núcleos metálicos do interior de canais radiculares:
1°: Os aparelhos ENAC OE-3 e GNATUS JET SONIC TOTAL se
comportam da mesma maneira na remoção dos núcleos enquanto que os
piores resultados foram alcançados quando da utilização do DABI ATLANTE
PROF III – BIOS.
2°: O equipamento ENAC OE-3 obteve os melhores resultados pela
diferença entre as médias dos grupos.
73
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