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Londrina 2013 DARIANE CRISTINA DA SILVA RIBEIRO CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO EM ODONTOLOGIA COMPARAÇÃO TOMOGRÁFICA DE ESPAÇOS PARA INSTALAÇÃO DE MINI-IMPLANTES NA MANDÍBULA ANTES E APÓS SEIS MESES DE MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA

COMPARAÇÃO TOMOGRÁFICA DE ESPAÇOS PARA INSTALAÇÃO DE … · Obrigada pela paciência e compreensão nos momentos de ausência, ... confiabilidade do método foi verificada por

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Londrina 2013

DARIANE CRISTINA DA SILVA RIBEIRO

CENTRO DE PESQUISA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE MESTRADO EM ODONTOLOGIA

COMPARAÇÃO TOMOGRÁFICA DE ESPAÇOS PARA INSTALAÇÃO DE MINI-IMPLANTES NA MANDÍBULA ANTES E APÓS SEIS MESES DE MOVIMENTAÇÃO

DENTÁRIA

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Londrina 2013

COMPARAÇÃO TOMOGRÁFICA DE ESPAÇOS PARA INSTALAÇÃO DE MINI-IMPLANTES NA MANDÍBULA ANTES E APÓS SEIS MESES DE MOVIMENTAÇÃO

DENTÁRIA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Odontologia. Área de Concentração: Ortodontia. Orientadora: Profª Drª Paula Vanessa Pedron Oltramari-Navarro.

DARIANE CRISTINA DA SILVA RIBEIRO

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AUTORIZO A REPRODUÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Dados Internacionais de catalogação-na-publicação Universidade Norte do Paraná

Biblioteca Central

Setor de Tratamento da Informação

Ribeiro, Dariane Cristina da Silva.

R368c Comparação tomográfica de espaços para instalação de mini-

implantes na mandíbula antes e após seis meses de movimentação

dentária. Londrina: [s.n], 2013.

ix; 50f.

Dissertação (Mestrado). Odontologia. Ortodontia.

Universidade Norte do Paraná.

Orientador: Profª. Drª. Paula Vanessa Pedron Oltramari

Navarro

1- Odontologia - dissertação de mestrado - UNOPAR 2-

Ortodontia 3- Procedimentos de ancoragem ortodôntica 4-

Tomografia computadorizada de feixe cônico 5- Mandíbula 6-

Movimentação I- Navarro, Paula Vanessa Pedron Oltramari,

orient. II- Universidade Norte do Paraná.

CDU 616.314-089.23

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Londrina, _____de ___________de 20___.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________ Profª Drª Paula Vanessa Pedron Oltramari-

Navarro Universidade Norte do Paraná

____________________________________ Prof. Dr. Ricardo de Lima Navarro Universidade Estadual de Maringá

____________________________________ Profª Drª Ana Cláudia de Castro Ferreira

Conti Universidade Norte do Paraná

DARIANE CRISTINA DA SILVA RIBEIRO

COMPARAÇÃO TOMOGRÁFICA DE ESPAÇOS PARA INSTALAÇÃO DE MINI-IMPLANTES NA MANDÍBULA ANTES E APÓS SEIS MESES

DE MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Odontologia. Área de Concentração: Ortodontia.

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Dedico este trabalho aos meus pais, Césio e

Darisi, meus anjos guardiões, que me guiam e

amparam na estrada da vida.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus por seu amor e misericórdia infinitos.

Obrigada, Senhor, por caminhar comigo e, principalmente, por me carregar quando

penso em desistir. Obrigada por ser meu guia e por me perdoar quando não

compreendo seus propósitos para minha vida. Amado Mestre, permita que eu seja

humilde o suficiente para encontrar a sabedoria e a coragem indispensáveis à

caminhada profissional.

Agradeço, especialmente, aos meus orientadores Prof. Dr. Ricardo de

Lima Navarro e Profa Dra Paula Vanessa Pedron Oltramari-Navarro. Não poderia

fazê-lo de forma separada, pois acredito ter sido privilegiada em ser orientada por

este casal tão especial! Obrigada Prof. Dr. Ricardo por confiar em mim para conduzir

este trabalho e por sempre estimular meu amadurecimento profissional. Agradeço à

Profa Dra Paula por, mais uma vez, me iluminar com seu conhecimento profissional

e, principalmente, por me amadrinhar com tamanho afeto neste curso de mestrado.

Recebam meu reconhecimento e gratidão!

À Profa Dra Thais Maria Freire Fernandes-Poletti pelo exemplo de conduta

profissional e amor à docência. Obrigada por não medir esforços para me auxiliar e,

principalmente, por me apoiar tantas vezes durante nosso curso. Que o seu sorriso

de luz continue inspirando muitos alunos que passarem pelo seu caminho!

À Profa Dra Ana Cláudia de Castro Ferreira Conti por acreditar no meu

potencial e por incentivar o meu desenvolvimento na área acadêmica. Obrigada pela

maneira com que transmite seu conhecimento e pelas agradáveis conversas!

Ao Prof Dr Renato Rodrigues de Almeida pelo exemplo e atenção

dedicados a nossa turma durante este período. Obrigada por dividir comigo suas

experiências e por transmitir seu conhecimento de maneira tão afetuosa.

Ao Prof Dr Márcio Rodrigues de Almeida por me ensinar que

conhecimento científico e senso crítico convergem para a formação de bons

profissionais.

À Coordenação do Curso de Mestrado em Odontologia, representada pelo

Prof. Dr. Alcides Gonini Junior.

A todos os funcionários da secretaria e da clínica de Odontologia da

UNOPAR. Especialmente ao querido Johne, que está sempre disposto a nos ajudar.

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À Justymara Fernanda dos Santos Serrano, funcionária da biblioteca da

UNOPAR, obrigada por sua gentileza, disponibilidade e conhecimento transmitido.

Ao corpo docente do mestrado em Odontologia da Unopar, especialmente:

Profa Dra Sandra Maciel, Profa Dra Karen Parron, Profa Dra Sandra Kiss, Profa

Dra Lucinea Rezende, Profa Dra Regina Frederico, Profa Dra Sandrini Berger,

Prof Rodrigo Varella, Prof Dr Murilo Baena e Prof Dr Ricardo Guiraldo por terem

contribuído para minha formação acadêmica.

Aos meus colegas de mestrado

Queridos amigos, a tão sonhada defesa das dissertações chegou. É com

imensa alegria e frio na barriga que divido com vocês esta fase. Saibam que os

momentos compartilhados durante estes 2 anos estarão eternamente em meu

coração e pensamento. Foi maravilhoso conviver com vocês, afinal “... a gente vive

junto, a gente se dá bem...”!!!! Agradeço a todos por compartilharem comigo

conhecimento científico e experiência clínica.

Meu amigo, Jefferson Schwertner, obrigado por sempre me incentivar e

por ser meu exemplo de superação. Obrigada pelo carinho que você e Isadora

Schwertner dedicam a mim!

Minha amiga Thais Soliva, obrigada por ser minha companheira desde o

primeiro dia. Agradeço principalmente por ter me ensinado a viver a vida de maneira

mais leve e divertida!

Agradeço ao meu amigo Fábio Domingues, por ter me conduzido durante a

elaboração deste trabalho. Obrigada pela generosidade em dedicar seu tempo para

me ensinar.

Minha querida Michelle Weidt, obrigada por compartilhar comigo o desafio

geográfico entre Londrina e a nossa cidade maravilhosa. Obrigada pela

oportunidade de te conhecer melhor e por ser a melhor relações públicas da nossa

turma!

Ao querido Giovani Lago, obrigada pela ótima companhia e pela ampla

experiência clínica compartilhada comigo. Agradeço ainda pelas gargalhadas

divertidas que dividimos neste curso.

Minha querida amiga Flávia Diane, obrigada pela parceria sem limites

durante este curso e por me ensinar a ser uma pessoa melhor. Você e Pedro são

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muito especiais! Agradeço a Deus por ter encontrado corações tão generosos e

amáveis na família Urnau. Obrigada por me acolherem com tamanha dedicação.

Espero um dia, retribuir um pouco de tudo que fizeram por mim.

Ao meu amigo Paulo Rossato, agradeço por dividir comigo o posto de

caçulas da turma e por me ensinar os recursos visuais de uma aula irretocável.

Paulinho, você é brilhante, espero poder assistir muitas de suas aulas!

Agradecimentos especiais

Aos meus amados pais, Césio e Darisi, que sempre me fizeram crer que

somos do tamanho dos nossos sonhos. Obrigada por terem me apresentado ao

mundo de forma tão sábia. Devo a vocês tudo o que sou, moral e profissionalmente.

Papai obrigada por ter me dado a chance de aprender com o Ortodontista

maravilhoso que é; seus ensinamentos acompanharão minha prática clínica para

sempre! Mamãe, obrigada por dividir comigo os dias de trabalho na Clínica, por

perdoar minhas malcriações nas semanas que antecediam o mestrado e por seu

companheirismo sem tamanho. Amo vocês!

Aos meus amados irmãos Césio e Caio por existirem na minha vida.

Obrigada por dividirem comigo todos os momentos, desde as lágrimas às risadas.

Agradeço também pelas mensagens de incentivo durante este período. Sou muito

privilegiada por ter mais do que irmãos; vocês são meus parceiros! Que possamos

manter nossos corações conectados por toda nossa vida.

Ao meu noivo, Rafael, por ser meu aconchego, meu recanto de paz, meu

amor. Obrigada pela paciência e compreensão nos momentos de ausência, por

sempre apoiar minhas decisões profissionais, e, principalmente por conduzir tão bem

a nossa obra durante as semanas do curso! “Por onde for, que ser seu par...” . Amo

você!!!!

Aos meus amigos, que acompanham e torcem por cada momento da minha

vida. Agradeço, especialmente, às minhas companheiras de trabalho, Kátia e

Angélica, por cuidarem da minha agenda e dos nossos pacientes com afeto e

dedicação.

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RIBEIRO, Dariane Cristina da Silva. Comparação tomográfica de espaços para instalação de mini-implantes na mandíbula antes e após seis meses de movimentação dentária. 2013. 50 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2013.

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar a disponibilidade óssea interradicular em diferentes regiões na mandíbula, observar como a variação no ângulo de inserção (45º, 60º e 90º) influencia a superfície de contato entre osso e mini-implante, e verificar a diferença destas variáveis entre os tempos inicial (T0) e após 6 meses de movimentação dentária (T1). Para isso, foram avaliadas 60 TCFC de 30 pacientes (12 homens e 18 mulheres), com média de idade de 19,6 anos (±6,4), em T0 e em T1, por meio do programa Dolphin Imaging 11.5®. Este programa possibilitou avaliar as distâncias interradiculares (MD) e a espessura intercorticais (VL) provenientes de três ângulos de inserção: 45°, 60° e 90°, em diferentes regiões da mandíbula. A confiabilidade do método foi verificada por meio do Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) e pela concordância de Bland & Altman. O teste de Wilcoxon comparou as variáveis estudadas nos dois tempos avaliados (T0 vs T1). Dentro de cada período, a comparação entre as regiões avaliadas foi realizada pelo Teste de Friedman (pós-teste de Dunn). Verificou-se excelente concordância intraexaminador (CCI: 0,84 à 0,96), com intervalos de confiança estreitos e viés baixo para todas as variáveis. Em T0, a disponibilidade óssea MD variou de 1,5mm (entre incisivos centrais inferiores) a 3,5mm (entre primeiro e segundo pré-molares). Em T1, as áreas com menor (1,4mm) e maior (3,9mm) disponibilidade óssea neste sentido permaneceram entre os incisivos centrais e entre primeiro e segundo pré-molares. Comparando os tempos T0 vs T1, houve significante aumento da disponibilidade óssea MD nas regiões entre incisivo lateral e canino (p=0,0363), primeiro e segundo pré-molares (p=0,0114) e segundo pré-molar e primeiro molar (p<0,0001). Adicionalmente, verificou-se que a redução do ângulo de inserção (90o, 60o e 45o) aumenta progressivamente a disponibilidade óssea intercorticais (VL), tanto em T0 como em T1, para todas as regiões avaliadas (p<0,0001). Com base nos resultados obtidos, a movimentação dentária inicial pode ser utilizada como um recurso adicional para aumentar a disponibilidade óssea MD em algumas regiões da mandíbula, antes da instalação de mini-implantes. Ainda, reduzir o ângulo de instalação dos dispositivos beneficia todas as regiões avaliadas na mandíbula.

Palavras-chave: Procedimentos de ancoragem ortodôntica. Tomografia computadorizada de 1. Mandíbula. Movimentação dentária.

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RIBEIRO, Dariane Cristina da Silva. Tomographic comparison of zones for mini-implants’ placement in the mandible before and after six months of tooth movement. 2013. 50 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia) – Universidade Norte do Paraná, Londrina, 2013.

ABSTRACT

The aim of this study was to measure the interradicular space and thickness of alveolar process in the posterior region of mandible, assess the impact of a change in insertion angle of 45, 60 and 90 degrees, and compare the changes of these variables from the starting time (T0) to 6 months of tooth movement (T1). Thus, we evaluated 60 CBCT of 30 patients (12 men and 18 women), mean age of 19.6 years (± 6.4), at T0 and T1. The interradicular space and thickness of alveolar process from the three insertion angles, in the different regions of the mandible, were measured using Dolphin Imaging™ 11.5 software. The reliability of this method was verified by means of the intraclass correlation coefficient (ICC) and the Bland & Altman agreement test. Wilcoxon test was used to compare the variables assessed at both times (T0 vs T1). Within each period, comparison of the evaluated regions was performed using the Friedman test (Dunn's post test). There was an excellent intraobserver agreement (ICC: 0.84 to 0.96) with narrow confidence intervals and low bias for all variables. At T0, the MD bone availability ranged from 1.5 mm (between mandibular central incisors) to 3.5 mm (between first and second premolars); while at T1 the lowest (1.4mm) and larger (3.9 mm) available bone areas remained between central incisors and between first and second premolars. Comparing T0 vs T1, there was a significant increase of MD bone availability in the regions between lateral incisor and canine (p = 0.0363), first and second premolars (p = 0.0114) and the second premolar and first molar (p < 0.0001). Additionally, it was found that reducing the angle of insertion gradually increases the intercortical bone availability (buccolingual), both at T0 and T1, for all regions tested (p < 0.0001). Based on these results, the initial tooth movement can be used as an additional feature to increase bone availability in some MD regions of the mandible, before implantation of mini-implants. Still, reducing the insertion angle benefits all regions evaluated.

Key-Words: Orthodontic anchorage. Cone-beam computed tomography. Mandible. Tooth Movement.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

1Q Primeiro quartil

3Q Terceiro quartil

CCI Coeficiente de Correlação Intraclasse

DAE Dispositivos de ancoragem esquelética

DM Discrepância de modelo

MD MD

CFC Tomografia computadorizada de feixe cônico

VL Vestibulolingual

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 11

2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 13

3 PROPOSIÇÃO ................................................................................................... 18

4 ARTIGO ............................................................................................................. 19

5 CONCLUSÕES .................................................................................................. 45

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 46

ANEXOS ................................................................................................................... 49

Anexo A – Parecer do Comitê de Ética ..................................................................... 49

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1 INTRODUÇÃO

A escolha de mecanismos de ancoragem ortodôntica adequados é um

assunto de grande importância para os ortodontistas1. Neste contexto, o uso de

mini-implantes para promover resistência ao movimento dentário indesejado é

crescente entre os profissionais2. Atualmente, os mini-implantes se destacam

como dispositivos de ancoragem esquelética (DAE) temporária, assegurando a

movimentação dentária com mínimos efeitos colaterais3. As vantagens destes

dispositivos estão relacionadas à simplicidade da técnica de instalação, ao

tamanho reduzido, ao baixo custo, à possibilidade de aplicação imediata da

carga, e, principalmente, ao fato de não dependerem da colaboração do

paciente3, 4.

É inquestionável que as vantagens dos mini-implantes contribuem para

realizar uma movimentação dentária com mínimos efeitos colaterais.

Entretanto, ao considerar que o sítio de instalação mais comum destes

dispositivos é o rebordo alveolar, há que se ponderar o risco de prejuízo às

estruturas anatômicas adjacentes5, 6. Desta maneira, ao planejar o protocolo de

instalação dos mini-implantes é fundamental atentar para o local de eleição e

para o ângulo de inserção, com base em características anatômicas7. Tanto na

maxila quanto na mandíbula, o osso alveolar vestibular é a área mais acessível

e, também, aquela utilizada com mais frequência2, 8.

Sempre que possível, recomenda-se instalar mini-implantes em

gengiva inserida7, 9, assim como posicioná-los em áreas mais apicais. Isto

porque as distâncias interradiculares aumentam nesta direção e, portanto, o

risco de dano às raízes diminui 10. Angular a inserção dos dispositivos para

regiões mais apicais, não só reduz o risco às estruturas anatômicas, como

também, aumenta o contato entre osso e mini-implante11, 12.

Até a presente data, é possível encontrar muitos trabalhos relatando as

áreas de eleição para instalação de mini-implantes, seja utilizando radiografias

como método de avaliação, ou ainda, mais recentemente, utilizando

Tomografias Computadorizadas de Feixe Cônico (TCFC)5, 7, 9, 11, 13.

Recentemente, as TCFC se destacaram como método de avaliação da

morfologia alveolar, pois permitem visualizar estruturas anatômicas que as

radiografias convencionais não fornecem 14, 15.

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Embora muitos estudos já tenham mapeado zonas de eleição para a

instalação de mini-implantes na mandíbula5, 7, 8, 12, 16, pouco se sabe sobre as

alterações da disponibilidade óssea interradicular (mesiodistal e

vestibulolingual) promovidas pelo alinhamento dentário. Considerando que, na

literatura revisada, não foram encontrados estudos que comparem a

disponibilidade óssea ao longo da terapia ortodôntica (especialmente entre as

fases pré e pós-alinhamento) com TCFC, é um desafio determinar se existe

diferença neste período.

Portanto, o objetivo do presente trabalho é: (1) avaliar a disponibilidade

óssea interradicular em diferentes regiões na mandíbula, (2) observar como a

variação no ângulo de inserção (45º, 60º e 90º) influencia a superfície de

contato entre osso e mini-implante, e (3) verificar a diferença destas variáveis

entre os tempos inicial (T0) e após 6 meses de movimentação dentária (T1).

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2 REVISÃO DE LITERATURA

Os mini-implantes são utilizados com frequência pelos ortodontistas

como dispositivos de ancoragem esquelética (DAE) temporários que

asseguram a movimentação dentária com mínimos efeitos colaterais3, desde

que permaneçam estáveis, sem danificar as estruturas adjacentes15, 17, 18. O

osso alveolar, embora utilizado com frequência para a inserção de mini-

implantes, representa uma área de risco por estar próxima a diversas

estruturas anatômicas. Além de Kuroda et al.19, Chen et al.4 concluíram que

quanto maior a proximidade dos mini-implantes com as raízes, maior o risco de

insucesso.

Entretanto, os fatores que afetam a taxa de sucesso dos DAE vão

muito além da escolha adequada do local de inserção. Esses agentes podem

ser relacionados aos mini-implantes (diâmetro, comprimento) 5, 9, 11, 12, 20, ao

protocolo de instalação (ângulos de inserção do dispositivo, estabilidade

primária e habilidade do profissional)2, 17, 21-23 e ao período de inserção do

dispositivo (antes ou após o alinhamento dentário)9.

Em relação às dimensões dos mini-implantes, Chen et al.4 relataram

que dispositivos maiores que 1,2 mm de diâmetro foram usados com taxas de

sucesso acima de 70% . Em uma revisão com 14 publicações de ensaios

clínicos, Crismani et al.24 concluíram que mini-implantes com diâmetro de

1,2mm e comprimento de 8,0mm são vantajosos. Isto porque estas dimensões

asseguram a estabilidade do dispositivo, além de representar mínimos riscos

às raízes adjacentes ao local de inserção.

Quanto ao protocolo de instalação, Park et al.25 introduziram o conceito

de que a inserção mais oblíqua (60º em relação ao longo eixo dentário) é

vantajosa quando comparada à introdução perpendicular dos mini-implantes.

Isto porque, além de minimizar o risco de injúria radicular, esta alteração

aumenta a disponibilidade de tecido ósseo em regiões mais apicais do

processo alveolar11.

O aumento da aplicação clínica dos mini-implantes destacou a

estabilidade destes dispositivos como um fator de preocupação importante ao

longo do tratamento ortodôntico9, 12, 21, 22. Miyaki et al.26 definiram que a

estabilidade primária resulta, principalmente, do embricamento mecânico obtido

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14

no momento de inserção do mini-implante. Portanto, esta variável apresenta

relação direta com a quantidade e a qualidade óssea presentes no sítio de

eleição. Desta maneira, para aumentar o sucesso da terapia com mini-

implantes, é fundamental que o profissional analise a anatomia topográfica de

cada paciente5, 8.

O crescimento da indicação TCFC representou um significante avanço

para a instalação dos DAE, especialmente para os mini-implantes27. Apesar

disto, esta tecnologia ainda não é acessível para muitos clínicos pelo alto

custo, tanto dos programas de análise das imagens tridimensionais, como dos

aparelhos. Desta maneira, grande parte dos tratamentos que incluem o uso de

mini-implante é executada com base em exames de localização bidimensional

5, 28. Embora as TCFC identifiquem com mais precisão as características

anatômicas do local de inserção, há que se destacar a importância de ponderar

a relação risco-benefício antes de submeter os pacientes à dose de radiação

deste exame29, 30.

Ainda assim, as TCFC se destacam como diagnóstico auxiliar para

avaliar a morfologia alveolar, pois permitem visualizar estruturas anatômicas

que as radiografias convencionais não fornecem14, 15. Kau et al.15 afirmaram

que a TCFC permite melhor visualização das áreas disponíveis para inserção

dos mini-implantes, bem como as estruturas adjacentes aos dispositivos

instalados. Portanto, esse tipo de exame, por sua alta precisão e acurácia,

pode contribuir sobremaneira para o planejamento dos tratamentos

ortodônticos. Além disso, estas reconstruções tridimensionais não apresentam

as desvantagens inerentes às radiografias convencionais, como distorção e

superposição das imagens28, 31, 32.

É inquestionável que as ferramentas oferecidas pelos programas de

análise das imagens tridimensionais tornaram os procedimentos para

instalação dos mini-implantes mais seguros28. Isto porque, verificar a espessura

vestibulolingual (VL) e o espaço mesiodistal (MD) entre as raízes ficou mais

preciso. Estas informações sobre a disponibilidade óssea são muito valiosas

clinicamente, já que elas representam um importante preditor da estabilidade

do mini-implante em qualquer local33.

Vários estudos verificaram os locais ideais para instalação dos mini-

implantes5, 8, 9, 11, 12, 16, 20. Poggio et al. avaliaram tomografias de mandíbulas e

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15

maxilas com a finalidade de definir zonas de segurança para a instalação de

mini-implantes. Na maxila, eles recomendaram os espaços interradiculares das

regiões entre o canino e segundo molar na região palatina, além da região

entre o canino e o primeiro molar na região vestibular. Na mandíbula,

sugeriram espaços interradiculares entre o canino e o segundo molar.

Afirmaram ainda que, na região posterior, a maioria dos espaços

interradiculares apresenta área suficiente para instalação destes dispositivos

temporários.

Deguchi et al.11 estudaram por meio de tomografias as regiões com

maior quantidade de osso e, portanto, mais favoráveis para a instalação dos

DAE. Os autores utilizaram parâmetros clínicos, como a linha de oclusão e a

margem gengival para determinar ponto de inserção dos DAE. Além disso,

variaram o ângulo de inserção no sentido ocluso gengival para determinar a

profundidade de osso disponível. Embora o estudo apresentasse um número

reduzido de pacientes (dez), os autores encontraram valores significativos

quanto à disponibilidade óssea nas regiões mésio-distais de primeiros molares.

Lee et al.20, avaliaram qual seria a melhor posição para inserir os mini-

implantes, quantificando a área de inserção e propiciando guias práticos para

colocação dos dispositivos. Trinta TCFC de maxilas e mandíbulas de adultos

com oclusão normal foram utilizadas. As distâncias entre as raízes e a

espessura óssea foram avaliadas, tomando como referência a JAC em 2, 4, 6 e

8mm. Concluíram que a região anterior da maxila disponibilizava espaços

maiores que 3 mm à 8mm da JAC. Já a região posterior da maxila apresentava

espaços maiores que 3 mm nas áreas entre os pré-molares e entre o segundo

pré-molar e o primeiro molar. Na região posterior da mandíbula, o espaço MD

considerado suficiente foi encontrado entre os pré-molares, entre os molares e

entre os segundos pré-molares e primeiro molar a 4mm da JAC. No segmento

anterior, os autores concluíram que a instalação do mini-implante é mais

segura em áreas subapicais. Destacaram ainda, que na região intermolares é

recomendado angular os mini-implantes para obter maior segurança em

relação às estruturas anatômicas adjacentes.

Como já foi mencionado, o contato do mini-implante com as raízes

dentárias pode ser uma causa de insucesso na mecânica ortodôntica

planejada19. Para reduzir este risco, Park et al.25 divulgaram o conceito de que

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uma inserção mais oblíqua (60 graus em relação ao longo eixo dentário) é

preferida com relação à inserção perpendicular dos mini-implantes, uma vez

que é encontrado maior tecido ósseo disponível em regiões mais apicais do

processo alveolar.

Os ângulos de inserção ainda não são um consenso na literatura e

podem variar nas diferentes áreas, dependendo do diâmetro e comprimento

dos mini-implantes e da técnica de instalação. Park et al.34 recomendaram

inserções oblíquas, porém utilizando angulações severas de 30 a 40 graus na

maxila e de 10 a 20 graus na mandíbula, objetivando maior contato entre a

cortical óssea e o mini-implante. Wilmes et al.6 mostraram o impacto do ângulo

de inserção na estabilidade primária dos mini-implantes em segmentos ósseos

de porcos, com dois tipos diferentes de mini-implante (1,6 x 8 mm e 2 x 10

mm), em 7 ângulos diferentes (30º, 40º, 50º, 60º, 70º, 80º e 90º). Os autores

concluíram que os ângulos de inserção dos mini-implantes de 60 e 70º

contribuem de forma significante para o aumento da estabilidade primária.

Entretanto, conforme o ângulo fica mais oblíquo (30º, 40º, 50º), a estabilidade

diminui. Contudo, os autores afirmaram que diante de um espaço pequeno

entre as raízes, o ângulo de inserção deve ser mais oblíquo para minimizar os

riscos de danos às estruturas adjacentes.

Woodall et al.2 realizaram um estudo parecido, in vitro, com modelos

tridimensionais criados para receber mini-implantes. 96 mini-implante foram

distribuídos entre 24 hemi-arcadas simulando a maxila e 24 hemi-arcadas

simulando a mandíbula. Os dispositivos foram inseridos na região de primeiro e

segundo pré-molares, com pares de ângulos seguindo a ordem 90 e 30 graus;

90 e 60 graus, 30 e 60 graus. Os resultados mostraram que os mini-implantes

com 90 graus foram os que apresentaram melhores resultados de ancoragem e

resistência quando comparados aos de 60 e 30 graus que não apresentaram

diferenças estatísticas relevantes entre si. Consideraram ainda que nem

sempre é possível obter uma angulação de 90 graus na cavidade bucal.

Wilmes e Woodall2, 6, concluíram que quanto menor o grau ou mais

oblíquo seja o ângulo, menor resistência e ancoragem. Já o estudo de Laursen

et al.8 (2013), os autores encontraram diferentes resultados. Neste trabalho,

foram utilizados fragmentos humanos de mandíbula e maxila para simular a

inserção de mini-implantes em 45o e 90o a 6mm da JAC. Os autores

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17

concluíram que, embora reduzir o ângulo de inserção dos mini-implantes de

90o para 45o aumente o risco de perfurar o seio maxilar, também melhora a

estabilidade dos dispositivos em ambos os arcos.

Além do sitio de instalação, questiona-se o melhor momento para

instalação de mini-implantes durante o tratamento ortodôntico, antes ou após o

nivelamento dentário. O trabalho desenvolvido por Schnelle et al.9, a partir de

radiografias panorâmicas, sugere um aumento da disponibilidade óssea

interradicular após o nivelamento dentário. Contudo, os autores destacaram

que a utilização deste recurso bidimensional representou uma importante

limitação do estudo, uma vez que este exame não permite a obtenção de

imagens precisas.

Assim, o presente trabalho objetiva avaliar a disponibilidade óssea

interradicular (MD e intercorticais) por meio de TCFC em dois momentos: antes

(T0) e após 6 meses de movimentação dentária (T1).

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18

3 PROPOSIÇÃO

Com base na Literatura revisada, o objetivo deste trabalho é avaliar a

disponibilidade óssea interradicular em diferentes regiões na mandíbula;

observar como a variação no ângulo de inserção (45º, 60º e 90º) influencia a

superfície de contato entre osso e mini-implante; e verificar a diferença destas

variáveis entre os tempos inicial (T0) e após 6 meses de movimentação

dentária (T1).

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19

4 ARTIGO

COMPARAÇÃO TOMOGRÁFICA DE ESPAÇOS PARA A INSTALAÇÃO DE MINI-IMPLANTES NA MANDÍBULA ANTES E APÓS SEIS MESES DE MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA

RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar a disponibilidade óssea interradicular em diferentes regiões na mandíbula, observar como a variação no ângulo de inserção (45º, 60º e 90º) influencia a superfície de contato entre osso e mini-implante, e verificar a diferença destas variáveis entre os tempos inicial (T0) e após 6 meses de movimentação dentária (T1). Para isso, foram avaliadas 60 TCFC de 30 pacientes (12 homens e 18 mulheres), com média de idade de 19,6 anos (±6,4), em T0 e em T1, por meio do programa Dolphin Imaging™ 11.5. Este programa possibilitou avaliar as distâncias interradiculares (MD) e a espessura intercorticais (VL) provenientes de três ângulos de inserção: 45°, 60° e 90°, em diferentes regiões da mandíbula. A confiabilidade do método foi verificada por meio do Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) e pela concordância de Bland & Altman. O teste de Wilcoxon comparou as variáveis estudadas nos dois tempos avaliados (T0 vs T1). Dentro de cada período, a comparação entre as regiões avaliadas foi realizada pelo Teste de Friedman (pós-teste de Dunn). Verificou-se excelente concordância intraexaminador (CCI: 0,84 à 0,96), com intervalos de confiança estreitos e viés baixo para todas as variáveis. Em T0, a disponibilidade óssea MD variou de 1,5mm (entre incisivos centrais inferiores) a 3,5mm (entre primeiro e segundo pré-molares). Em T1, as áreas com menor (1,4mm) e maior (3,9mm) disponibilidade óssea neste sentido permaneceram entre os incisivos centrais e entre primeiro e segundo pré-molares. Comparando os tempos T0 vs T1, houve significante aumento da disponibilidade óssea MD nas regiões entre incisivo lateral e canino (p=0,0363), primeiro e segundo pré-molares (p=0,0114) e segundo pré-molar e primeiro molar (p<0,0001). Adicionalmente, verificou-se que a redução do ângulo de inserção (90o, 60o e 45o) aumenta progressivamente a disponibilidade óssea intercorticais (VL), tanto em T0 como em T1, para todas as regiões avaliadas (p<0,0001). Com base nos resultados obtidos, a movimentação dentária inicial pode ser utilizada como um recurso adicional para aumentar a disponibilidade óssea MD em algumas regiões da mandíbula, antes da instalação de mini-implantes. Ainda, reduzir o ângulo de instalação dos dispositivos beneficia todas as regiões avaliadas na mandíbula.

Palavras-chave: Procedimentos de ancoragem ortodôntica. Tomografia computadorizada de feixe cônico. Mandíbula. Movimentação dentária.

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20

Introdução

A escolha de mecanismos de ancoragem ortodôntica adequados é um

assunto de grande importância para os ortodontistas1. Neste contexto, o uso de

mini-implantes para promover resistência ao movimento dentário indesejado é

crescente entre os profissionais2. Atualmente, os mini-implantes se destacam

como dispositivos de ancoragem esquelética (DAE) temporária, assegurando a

movimentação dentária com mínimos efeitos colaterais3. As vantagens destes

dispositivos estão relacionadas à simplicidade da técnica de instalação, ao

tamanho reduzido, ao baixo custo, à possibilidade de aplicação imediata da

carga, e, principalmente, ao fato de não dependerem da colaboração do

paciente 3, 4.

É inquestionável que as vantagens dos mini-implantes contribuem para

realizar uma movimentação dentária com mínimos efeitos colaterais.

Entretanto, ao considerar que o sítio de instalação mais comum destes

dispositivos é o rebordo alveolar, há que se ponderar o risco de prejuízo às

estruturas anatômicas adjacentes5, 6. Desta maneira, ao planejar o protocolo de

instalação dos mini-implantes é fundamental atentar para o local de eleição e

para o ângulo de inserção, com base em características anatômicas7. Tanto na

maxila quanto na mandíbula, o osso alveolar vestibular é a área mais acessível

e, também, aquela utilizada com mais frequência2, 8.

Sempre que possível, recomenda-se instalar mini-implantes em gengiva

inserida7, 9, assim como posicioná-los em áreas mais apicais. Isto porque as

distâncias interradiculares aumentam nesta direção e, portanto, o risco de dano

às raízes diminui10. Angular a inserção dos dispositivos para regiões mais

apicais, não só reduz o risco às estruturas anatômicas, como também,

aumenta o contato entre osso e mini-implante11, 12.

Até a presente data, é possível encontrar muitos trabalhos relatando as

áreas de eleição para instalação de mini-implantes, seja utilizando radiografias

como método de avaliação, ou ainda, mais recentemente, utilizando TCFC5, 7, 9,

13, 14. Recentemente, as TCFC se destacaram como método de avaliação da

morfologia alveolar, pois permitem visualizar estruturas anatômicas que as

radiografias convencionais não fornecem15, 16.

Embora muitos estudos já tenham mapeado zonas de eleição para a

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instalação de mini-implantes na mandíbula 5, 7, 8, 12, 17, pouco se sabe sobre as

alterações da disponibilidade óssea interradicular (MD e VL) promovidas pelo

alinhamento dentário. Considerando que, na literatura revisada, não foram

encontrados estudos que comparem a disponibilidade óssea ao longo da

terapia ortodôntica (especialmente entre as fases pré e pós-alinhamento) com

TCFC, é um desafio determinar se existe diferença neste período.

Portanto, o objetivo do presente trabalho é: (1) avaliar a disponibilidade

óssea interradicular em diferentes regiões na mandíbula, (2) observar como a

variação no ângulo de inserção (45º, 60º e 90º) influencia a superfície de

contato entre osso e mini-implante, e (3) verificar a diferença destas variáveis

entre os tempos inicial (T0) e após 6 meses de movimentação dentária (T1).

MATERIAL E MÉTODOS

O protocolo deste estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em

Pesquisa (CEP) da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR) (Pt/178750).

AMOSTRA

A amostra foi constituída por 60 TCFC e 60 modelos de gesso de 30

pacientes pertencentes ao arquivo de Ortodontia da UNOPAR. Estes pacientes

(12 homens e 18 mulheres) apresentavam média de idade de 19,6 anos (±6,4),

má oclusão de Classe I ou II de Angle e padrão facial mesocefálico (23,4o,

±4,8). A discrepância de modelo no arco inferior foi moderada (-3,5mm,

±3,0mm), sendo em média -2,3mm (±1,5) na região anterior e -1,2mm (±2,3) na

região posterior.

Os pacientes foram tratados na Clínica de Mestrado em Ortodontia da

Unopar com braquetes pré-ajustados convencionais sob o mesmo protocolo.

Durante a fase de nivelamento dos arcos, respeitou-se a mesma sequência de

fios: 0,13” Nitinol (NiTi), 0,14” NiTi, 0,16” NiTi. As documentações ortodônticas

(TCFC e modelos de gesso) foram solicitadas em dois momentos, antes e após

6 meses da instalação do aparelho ortodôntico.

Os critérios de inclusão para seleção da amostra foram: ausência de

tratamento ortodôntico prévio, presença de todos os dentes permanentes com

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exceção dos terceiros molares, ausência de diastemas, além de ausência de

patologias bucais.

METODOLOGIA

Padronização do Posicionamento da Imagem (planos de orientação)

As TCFC foram obtidas no mesmo tomógrafo (I-Cat Imaging Sciences-

Kavo®), sob o mesmo protocolo: 22 x 16 cm FOV, 40 segundos, 0,4mm3 voxel,

120 KVP e 36 mA). Posteriormente, as imagens foram exportadas para o

programa Dolphin Imaging 11.5™ (Patterson Dental Supply Inc, Chatsworth,

Calif.) no formato DICOM.

Previamente às medições, foi estabelecida uma padronização do

posicionamento da face, a partir da determinação de planos de referência. O

programa (Dolphin Imaging 11.5™) permite corrigir a posição das imagens nos

diferentes planos: coronal, sagital e axial. A referência escolhida para

padronizar o plano axial será o alinhamento das órbitas e o Plano de Frankfurt.

Já no plano sagital, foi utilizado o plano sagital mediano (Figuras 1- A e B).

Figura 1 - Padronização do posicionamento da imagem.

Fonte: Do autor

A

A B

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23

Através do recurso disponibilizado pelo programa, a imagem é

verticalizada de maneira que seja obtido um ângulo reto entre o longo eixo dos

dentes e o plano oclusal (Figura 2 – A e B).

Figura 2 - Verticalização da cabeça em relação ao solo.

Fonte: Do autor.

Seleção das Imagens para Mensuração

As imagens serão obtidas através de reconstrução seccional do rebordo

alveolar com as 4 variações possíveis deste recurso. Inicialmente, será

utilizado o crânio em norma lateral para definir os limites de reconstrução

(linhas brancas – Figura 3, A) e delimitação do plano axial (linha vermelha -

Figura 3, B). A visão axial foi utilizada para delimitar a linha de referência da

reconstrução panorâmica, sendo possível visualizar as áreas entre raízes dos

dentes na mandíbula (Figura 3, C). As áreas para simulação do local de

inserção do dispositivo de ancoragem foram determinadas, na região posterior,

à uma distância de 5 mm da JAC, e na região anterior à 7 mm da JAC. A

escolha destas distâncias a partir da JAC para a instalação dos mini-implantes

visa preservar a irrigação sanguínea do tecido ósseo adjacente e da crista

marginal. Estes valores servirão como guia para as mensurações lineares entre

as raízes (Figura 3, D) e local para simular a inserção dos mini-implantes nas

diferentes angulações.

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Figura 3 - Reconstrução seccional do rebordo alveolar

A) Crânio em norma lateral para seleção dos limites a serem reconstruídos (linhas brancas) e delimitação da posição do plano axial (linha vermelha); B) Visão axial para delimitação da linha de referência de reconstrução panorâmica; C) Espaço entre as raízes; D) Reconstrução perpendicular ao rebordo alveolar Fonte: Do autor.

Mensurações das Imagens: Distância interradicular e Espessura Intercortical

Por meio do programa de visualização e análises tridimensionais Dolphin

imaging 11.5®, as regiões entre os dentes: 31-41 (Região 1), 42-43 (Região 2),

32-33 (Região 6), 43-44 (Região 3), 33-34 (Região 7), 44-45 (Região 4), 34-35

(Região 8), 45-46 (Região 5), e 35-36 (Região 9) foram avaliadas,

contabilizando um total de 2.880 medidas (Figura 4). Nestas regiões foram

quantificadas as distâncias interradiculares (dimensão MD - Figura 5) e a

espessura intercorticais (VL) para três diferentes angulações (45º, 60º e 90º).

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Figura 4 - Regiões avaliadas na mandíbula

Fonte: Schnelle et al. (2004).

Figura 5 - Ilustração das distâncias interradiculares (sentido MD) – Região anterior e região posterior

Fonte: Sabec18

.

A partir do limite de 5mm da JAC na região posterior e 7mm na região

anterior foram realizadas imagens perpendiculares ao rebordo alveolar2, 5, 7, 10,

11. Neste local, 3 ângulos de inserção para instalação de mini-implantes: 45o,

60o e 90o foram simulados (Figura 6). Para cada ângulo de inserção, a

espessura entre as corticais ósseas vestibular e lingual foi quantificada em

milímetros.

1 2 3 4 5 6 7 8 9

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Figura 6 - Simulação dos ângulos de inserção

A) 45º B) 60º e C) 90º perpendicular ao rebordo alveolar. Fonte: Sabec

18.

Considerando a dificuldade de visualizar a JAC neste corte ortogonal, o

ponto de instalação do dispositivo foi delimitado a partir da crista óssea. Desta

forma, foi preciso mensurar a distância entre JAC e crista óssea, para então

subtrair este valor do limite anterior (7mm) e do limite posterior (5mm) em cada

região (Figura 7).

Figura 7 – Vista panorâmica: aspectos frontal e ortogonal

A) Distância entre JAC e Crista óssea. B) Delimitação do ponto de instalação do mini-implante a partir da crista óssea Fonte: Do autor.

JAC

Crista óssea = 2,4mm

2,4mm

4,6mm

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Análise dos Modelos

A quantidade de apinhamento dentário foi calculada por meio da

discrepância de modelo (DM), que consiste na diferença entre os valores do

espaço presente e do espaço requerido19. O espaço presente foi obtido por

meio da soma entre as distâncias da mesial do primeiro molar permanente até

a mesial do canino com a distância da mesial do canino até a linha média de

ambos os lados (Figura 8). O espaço requerido foi a soma das medidas mésio-

distais de todos os incisivos, caninos e pré-molares. As medições dos modelos

foram realizadas com um paquímetro digital (Mitutoyo Sul Americana Ltda.,

São Paulo, Brasil, modelo/código 500-143B).

Figura 8 - Obtenção do espaço presente

Fonte: Do autor.

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para acessar a confiabilidade dos métodos na avaliação da

disponibilidade óssea interradicular e intercortical nos diferentes ângulos, 30%

das medidas foram repetidas após 30 dias e os resultados foram avaliados por

meio do Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) e a concordância de Bland

& Altman, seguindo os critérios descritos por Fleiss 20.

Após o teste de normalidade Shapiro-Wilk, os dados foram descritos

pelos parâmetros de mediana e quartis (1o e 3o). Com o objetivo de comparar

disponibilidade óssea interradicular e intercortical entre os tempos inicial e após

6 meses de movimentação dentária, foi utilizado o teste de Wilcoxon. Uma vez

que não houve diferença significante entre as medições do lado direito e do

lado esquerdo (p<0,05), as medidas realizadas em ambos os lados foram

agrupadas por região, com a intenção de facilitar o tratamento estatístico.

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O teste de Friedman foi aplicado com a intenção de comparar a

disponibilidade óssea interradicular (MD) nas diferentes áreas estudadas em

cada tempo (T0 e T1), seguido do pós-teste de Dunn. Além disso, o teste de

Friedman foi utilizado para avaliar a disponibilidade óssea intercorticais entre

os ângulos (45º, 60º e 90º), por região, em T0 e em T1, separadamente.

RESULTADOS

Erro do método

Os resultados demonstraram excelente concordância intraexaminador,

com ICC variando entre 0,84 à 0,96. A Análise de Bland & Altman evidenciou

resultados análogos, com um viés baixo para todas as áreas e intervalos de

confiança estreitos, o que representa boa replicabilidade das medidas obtidas

(Tabela 1).

Tabela 1 - Confiabilidade do método para avaliação da disponibilidade óssea interradicular e nas diferentes angulações (45o, 60o e 90o): Coeficiente de Correlação Intraclasse (CCI) e Concordância de Bland & Altman

DISPONIBILIDADE ÓSSEA

Regiões CCI Bland & Altman

CCI P Erro Viés Lim sup Lim Inf

1

Interrad 0,91 p < 0,0001* 0,0087 0,02 0,40 -0,36

45o 0,94 p < 0,0001* 0,0023 -0,07 1,42 -1,56

60o 0,89 p < 0,0001* 0,0030 0,02 1,29 -1,25

90o 0,87 p < 0,0001* 0,0015 0,06 0,73 -0,61

2 / 6

Interrad 0,84 p < 0,0001* 0,0202 -0,06 0,86 -0,99

45o 0,96 p < 0,0001* 0,0011 0,08 1,10 -0,93

60o 0,92 p < 0,0001* 0,0028 -0,11 1,30 -1,53

90o 0,90 p < 0,0001* 0,0016 -0,02 0,92 -0,97

3 / 7

Interrad 0,87 p < 0,0001* 0,0142 -0,13 0,62 -0,89

45o 0,93 p < 0,0001* 0,0013 0,06 1,36 -1,23

60o 0,94 p < 0,0001* 0,0012 0,04 1,15 -1,05

90o 0,90 p < 0,0001* 0,0016 0,10 0,93 -0,73

4 / 8

Interrad 0,87 p < 0,0001* 0,0088 -0,02 -1,01 0,97

45o 0,95 p < 0,0001* 0,0007 0,00 1,07 -1,06

60o 0,93 p < 0,0001* 0,0011 -0,06 1,04 -1,17

90o 0,93 p < 0,0001* 0,0090 0,06 0,80 -0,68

5 / 9

Interrad 0,86 p < 0,0001* 0,0095 -0,05 0,96 -1,06

45o 0,96 p < 0,0001* 0,0007 0,02 0,76 -0,71

60o 0,91 p < 0,0001* 0,0007 -0,02 0,90 -0,95

90o 0,85 p < 0,0001* 0,0011 -0,01 0,95 -0,98

* Significante para p<0,05

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Comparação da disponibilidade óssea ao início e após 6 meses de movimentação dentária.

Verificou-se diferença estatisticamente significante na disponibilidade

óssea interradicular entre os tempos T0 e T1 nas seguintes regiões: incisivo

lateral e canino (Regiões 2 / 6), pré-molares (Regiões 4 / 8), e entre pré-molar e

molar (Regiões 5 / 9). Não houve diferença estatística para a disponibilidade

óssea interradicular nas regiões entre incisivos centrais (Região 1), nem entre

canino e pré-molar (Regiões 3 / 7) (Tabela 2, Gráfico 1).

Tabela 2 - Comparação da disponibilidade óssea interradicular e nas diferentes angulações (45o, 60o e 90o) antes (T0) e após 6 meses (T1): Mediana, 1o Quartil, 3o Quartil, teste Wilcoxon (p)

Regiões Avaliação T0 Avaliação T1

Valor P Mediana 1Q 3Q Mediana 1Q 3Q

1

Interrad 1,5 1,3

1,9

1,4

1,0 1,9 0,1474

45o

10,1 8,9

11,0

9,0 7,5 10,0 0,0008*

60o 8,2 7,2 9,1 7,7 6,6 8,2 0,0008*

90o 6,4 5,9 6,9 6,1 5,8 6,7 0,0422*

2 / 6

Interrad 2,3 1,8 3,1 2,7 2,1 3,4 0,0363*

45o 11,5 10,0 12,4 10,7 9,2 12,4 0,0250*

60o 9,5 8,3 10,4 8,8 7,6 10,1 0,0218*

90o 7,3 6,4 8,0 7,2 6,5 7,9 0,5246

3 / 7

Interrad 2,3 1,9 2,8 2,5 1,8 3,0 0,8711

45o 14,1 13,1 15,2 13,7 12,4 14,8 0,0150*

60o 11,1 10,3 12,6 11,1 10,1 12,5 0,2890

90o 7,9 7,3 8,9 7,9 7,3 8,5 0,1472

4 / 8

Interrad 3,5 2,9 4,0 3,9 3,1 4,5 0,0114*

45o 14,3 13,0 15,6 14,4 12,7 16,1 0,2852

60o 12,0 11,0 13,1 12,0 10,8 13,3 0,0519

90o 8,6 7,9 9,3 8,3 7,8 9,4 0,9525

5 / 9

Interrad 3,1 2,6 3,6 3,5 3,1 4,1 <0,0001*

45o 14,3 12,8 15,6 14,6 13,2 15,8 0,0161*

60o 12,6 11,5 13,6 12,7 11,8 13,9 0,0130*

90o 10,2 9,3 10,7 10,0 9,5 10,9 0,1768

*Significante para p<0,05.

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30

Gráfico 1 – Disponibilidade óssea interradicular por região entre os tempos T0 e T1

*Estatisticamente significante (p<0,05)

Fonte: Do autor.

A disponibilidade óssea intercortical entre os tempos T0 e T1 também

variou de maneira estatisticamente significante. Na região entre os incisivos

centrais (Região 1) houve diferença nos três ângulos 45º, 60º e 90º. Já entre

incisivo lateral e canino (Regiões 2 / 6) e entre pré-molar e molar (Regiões 5 /

9) a distância intercortical variou nos ângulos 45º e 60º entre os tempos T0 e

T1. Na região entre canino e pré-molar (Regiões 3 / 7), houve diferença apenas

no ângulo de 45º. Não houve diferença estatística para a disponibilidade óssea

intercortical na região entre pré-molares (Regiões 4 / 8) (Gráficos 2, 3 e 4).

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Gráfico 2 – Disponibilidade óssea intercortical por região em 45º entre os tempos T0 e T1

*Estatisticamente significante (p<0,05)

Fonte: Do autor.

Gráfico 3 – Disponibilidade óssea intercortical por região em 60º entre os tempos T0 e T1

*Estatisticamente significante (p<0,05) Fonte: Do autor.

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Gráfico 4 – Disponibilidade óssea intercortical por região em 90º entre os tempos T0 e T1

*Estatisticamente significante (p<0,05)

Fonte: Do autor.

Comparação da disponibilidade óssea interradicular entre as regiões

Ao comparar a disponibilidade óssea interradicular nas diferentes áreas

estudadas, em cada período avaliado (Tabela 3), verificou-se em T0 menor

disponibilidade óssea interradicular na Região 1 (Mediana: 1,5), seguida pelas

regiões 2 / 6 e 3 / 7 (Mediana: 2,3). As regiões de maior disponibilidade óssea

foram 5 / 9 (Mediana: 3,1) e 4 / 8 (Mediana: 3,5) (Gráfico 5).

Em T1, a disponibilidade óssea interradicular variou de forma

semelhante. A área entre 1 apresentou o menor valor (Mediana: 1,4), seguida

pelas regiões 3 / 7 (Mediana: 2,5) e 2 / 6 (Mediana: 2,7). As regiões de maior

disponibilidade óssea foram 5 / 9 (Mediana: 3,5) e 4 / 8 (Mediana: 3,9) (Gráfico

6).

Em ambos os tempos (T0 e T1), houve diferença estatisticamente

significante entre a maioria das regiões, com exceção das regiões 2 / 6 x 3 / 7 e

4 / 8 x 5 / 9 (Tabela 4).

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Tabela 3 - Comparação da disponibilidade óssea interradicular antes (T0) e após o nivelamento ortodôntico (T1): Mediana, 1o Quartil, 3o Quartil, teste de Friedman (p)

*Significante para p<0,05.

Gráfico 5 – Disponibilidade óssea interradicular entre as áreas (T0)

Fonte: Do autor.

Regiões T0 T1

1

Mediana 1,5 1,4

1º quartil 1,3 1,0

3° quartil 1,9 1,9

2 / 6 Mediana 2,3 2,7

1º quartil 1,8 2,1

3° quartil 3,1 3,4

3 / 7 Mediana 2,3 2,5

1º quartil 1,9 1,8

3° quartil 2,8 3,0

4 / 8 Mediana 3,5 3,9

1º quartil 2,9 3,1

3° quartil 4,0 4,5

5 / 9 Mediana 3,1 3,5

1º quartil 2,6 3,1

3° quartil 3,6 4,1

Teste de Friedman P <0,0001 <0,0001

Dis

po

nib

ilid

ade

ósse

a (

mm

)

1

2 / 6

3 / 7

4 / 8

5 / 9

Regiões

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Gráfico 6 – Disponibilidade óssea interradicular após 6 meses (T1)

Fonte: Do autor.

Tabela 4 - Comparação da disponibilidade óssea interradicular entre as diferentes áreas nos tempos (T0) e (T1) – Teste de Friedman

T0 T1 TESTE DE FRIEDMAN P<0,0001 P<0,0001

1 x 2 / 6 < 0,05 < 0,05

1 x 3 / 7 < 0,05 < 0,05

1 x 4 / 8 < 0,05 < 0,05

1 x 5 / 9 < 0,05 < 0,05

2 / 6 x 3 / 7 Ns Ns

2 / 6 x 4 / 8 < 0,05 < 0,05

2 / 6 x 5 / 9 < 0,05 < 0,05

3 / 7 x 4 / 8 < 0,05 < 0,05

3 / 7 x 5 / 9 < 0,05 < 0,05

4 / 8 x 5 / 9 Ns Ns

*Significante para p<0,05.

Dis

po

nib

ilid

ade

ósse

a (

mm

)

1

2 / 6

3 / 7

4 / 8

5 / 9

Regiões

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Quanto à variação no ângulo de inserção dos mini-implantes, observou-

se que houve diferença estatística para todas as regiões tanto em T0, como em

T1 (Tabela 5).

Tabela 5 – Comparação da disponibilidade óssea intercorticais entre os ângulos 45o, 60o e 90o, nas diferentes regiões, em T0 e T1: Mediana, Primeiro Quartil (1Q), Terceiro Quartil (3Q), Teste de Friedman (p)

* Significante para p<0,05. Letras diferentes representam diferença significante entre os grupos.

DISCUSSÃO

Dentre os fatores que afetam a taxa de sucesso e a eficácia dos mini-

implantes, destaca-se a escolha adequada do local de inserção. Este aspecto

está relacionado às características do paciente, às especificações do mini-

implante escolhido e ao protocolo de inserção dos dispostivos 14, 21-23.

Considerando as características dos pacientes, Kuroda et al.24

demonstraram que a proximidade com as raízes é o principal fator para o

insucesso dos mini-implantes10. A quantidade de espaço interradicular pode ser

influenciada, dentre outros fatores, pela forma e pelo comprimento das raízes.

Quando a estrutura radicular apresenta uma forma cônica, há maior

disponibilidade óssea interdental na região entre os terços médio e apical 25. Ao

considerar que os mini-implantes mais comumente utilizados medem entre 1,2

a 2,0 mm de diâmetro e 4,0 a 10,0mm de comprimento, o dano à estrutura

radicular pode ser evitado se as dimensões do dispositivo selecionado forem

compatíveis ao sítio de instalação9, 26.

Em relação ao diâmetro MD entre as raízes, alguns autores9, 12, 25

Regiões 45o 60

o 90

o p

Mediana (1Q/3Q) Mediana (1Q/3Q) Mediana (1Q/3Q)

T0 1 10,1A (8,9/11,0) 8,2

B (7,2/9,1) 6,4

C (5,9/6,9) <0,0001*

2 / 6 11,5 A

(10,0/12,4) 9,5 B

(8,3/10,4) 7,3 C

(6,4/8,0) <0,0001*

3 / 7 14,1 A

(13,1/15,2) 11,1 B

(10,3/12,6) 7,9 C

(7,3/8,9) <0,0001*

4 / 8 14,3 A

(13,0/15,6) 12,0 B

(11,0/13,1) 8,6 C

(7,9/9,3) <0,0001*

5 / 9 14,3 A

(12,8/15,6) 12,6 B

(11,5/13,6) 10,2 C

(9,3/10,7) <0,0001*

T1 1 9,0A (7,5/10,0) 7,7

B (6,6/8,2) 6,1

C (5,8/6,7) <0,0001*

2 / 6 10,7 A

(9,2/12,4) 8,8 B

(7,6/10,1) 7,2 C

(6,5/7,9) <0,0001*

3 / 7 13,7 A

(12,4/14,8) 11,1 B

(10,1/12,5) 7,9 C

(7,3/8,5) <0,0001*

4 / 8 14,4 A

(12,7/16,1) 12,0 B

(10,8/13,3) 8,3 C

(7,8/9,4) <0,0001*

5 / 9 14,6 A

(13,2/15,8) 12,7 B

(11,8/13,9) 10,0 C

(9,5/10,9) <0,0001*

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acreditam que distâncias maiores que 3,0mm são necessárias para a

instalação de mini-implantes com diâmetros entre 1,0 e 1,3mm. Quanto à

distância VL, a dimensão deve ser tal que assegure o comprimento do mini-

implante na região intercortical do rebordo alveolar. Assim, o profissional

precisa selecionar criteriosamente um dispositivo que respeite as

características anatômicas do sítio de instalação previsto.

Outro aspecto a ser considerado durante planejamento com mini-

implantes refere-se ao momento de instalação - antes ou após o nivelamento

dentário. Contudo, pouco foi estudado à esse respeito. No estudo de Schnelle

et al. 9 os espaços interradiculares para a instalação de mini-implantes antes e

após o tratamento ortodôntico foram comparados com radiografias

panorâmicas. Assim, os autores descreveram que as distorções inerentes à

técnica utilizada limitam o trabalho. Além disso, com radiografias convencionais

é inviável verificar a espessura intercortical em cada região. No presente

trabalho, as regiões de eleição para a instalação dos mini-implantes foram

avaliadas por meio de TCFC antes e após 6 meses do início da movimentação

dentária.

O método utilizado para avaliar as distâncias interradiculares e

intercorticais nos diferentes ângulos de inserção foi padronizado a partir de

metodologias previamente descritas10, 17, 25. As medidas interradiculares e

intercorticais foram obtidas à 7mm da JAC na região anterior, e à 5mm da JAC

na região posterior. Na região anterior, foi escolhida uma localização mais

apical para não comprometer as estruturas anatômicas adjacentes e, também,

para assegurar maior disponibilidade óssea8, 25, 27. Embora alguns trabalhos5, 12

tenham adotado a crista óssea como referência, neste estudo, a JAC foi eleita

para avaliar a distância interradicular e a espessura intercorticais (simulando

diferentes ângulos de inserção: 45º, 60º e 90º). Isto porque a crista óssea pode

estar comprometida por problemas periodontais, sendo, portanto, menos

confiável8, 17.

Ainda com relação à metodologia aplicada, há que se destacar a alta

confiabilidade do método proposto (Tabela 1). Isso porque, todas as medidas

foram distribuídas dentro dos limites aceitáveis de variação, indicando que

duas avaliações para cada medida, realizadas por um mesmo examinador

experiente ao manuseio de programa Dolphin, tendem a produzir resultados

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semelhantes. A análise da confiabilidade requer dois testes estatísticos, neste

caso o CCI e o Bland & Altman28, pois o CCI isoladamente não fornece

informação suficiente sobre a confiabilidade das medidas devido a: não

demonstração de indicação do valor medido ou suas variações; erro na medida

e impossibilidade de ser interpretado clinicamente. O gráfico de Bland &

Altman28, no qual o tamanho e a amplitude das diferenças nas medidas podem

ser interpretados facilmente (erros ou outliers), complementa a análise de

correlação por examinar os padrões da diferença entre as duas medidas, isto é,

mede a variação em relação à diferença média28, 29.

Nos resultados deste estudo, as distâncias interradiculares variaram

entre 1,5 a 3,5mm em T0, e entre 1,4 a 3,9mm em T1 (Tabela 2). De maneira

análoga a outros trabalhos17, 25, a área mais crítica para instalar os mini-

implantes antes ou após o nivelamento dentário foi a região 1, provavelmente

em função do contorno alveolar na região anterior da mandíbula. Apesar de ser

inviável instalar mini-implantes nesta área na presente amostra, este resultado

não pode ser generalizado para todos os pacientes. Isto porque Monnerat et

al.5 observaram que, a partir de 11mm da crista óssea, há espaço MD

disponível (aproximadamente 3.08mm), porém esta região deve ser avaliada

com muito cuidado. Uma alternativa clínica é separar as raízes

intencionalmente para favorecer a instalação de mini-implantes, quando eles

forem indispensáveis à mecânica proposta. Por isso, é fundamental ponderar a

relação custo-benefício desta opção terapêutica, pois devem ser consideradas

não somente as variações anatômicas individuais, mas também a possibilidade

de prejuízo radicular mesmo com um dispositivo de dimensões reduzidas. Além

disso, mini-implantes menores são mais vulneráveis ao insucesso25, 30.

O sítio de instalação na região 4 / 8 apresentou maior disponibilidade

óssea MD entre as raízes, seguido da região 5 / 9. Estes resultados

corroboram com outros estudos10-12, 17, 25, que elegeram estas áreas como as

mais seguras para a instalação de mini-implantes. A predileção por estes locais

pode ser justificada pela característica anatômica da cortical óssea vestibular

mandibular, que decresce da direção posterior para a anterior 8, 11, 14.

Ao comparar os dados entre o momento inicial (T0) e após 6 meses de

movimentação dentária (T1), observou-se que a disponibilidade óssea MD

tende a aumentar em todas as áreas, à exceção da região entre incisivos

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centrais. Esta diferença foi estatisticamente relevante nas regiões entre:

incisivo lateral e canino, primeiro e segundo pré-molar, segundo pré-molar e

primeiro molar. Tais evidências chamam a atenção para o aspecto clínico, em

que o alinhamento inicial beneficia a disponibilidade óssea nestes locais. Por

outro lado, na região anterior não há benefício ao paciente em aguardar o

alinhamento dentário para a instalação de mini-implantes, pois houve uma

tendência de redução da disponibilidade óssea interradicular após 6 meses de

movimentação dentária. Provavelmente, esta diminuição na região anterior

decorreu da alteração na posição radicular ao alinhamento inicial, somada à

característica anatômica destes elementos.

Estes resultados evidenciam que, para a maioria das regiões analisadas,

o melhor momento para a instalação de mini-implantes seria após um

alinhamento dentário inicial. Isto porque, à exceção da região entre incisivos

centrais (Região 1), foi observado um aumento da disponibilidade óssea

interradicular entre o período inicial (T0) e 6 meses após o início da

movimentação ortodôntica (T1). Neste contexto, para a amostra avaliada, tanto

antes como após o nivelamento dentário inicial, não se verificam áreas seguras

para instalação de mini-implantes na região anterior da mandíbula, pois não há

espaço suficiente na região anteroinferior para posicioná-los.

Com relação à disponibilidade óssea MD dentro de cada período (T0 e

T1), separadamente, verificou-se diferença significante entre a maioria das

áreas avaliadas. Com exceção das regiões 2 / 6 e 3 / 7, tanto em T0 como em

T1, que não apresentaram diferença significante. De forma equivalente, as

regiões 4 / 8 e 5 / 9 também não apresentaram diferenças significativas. A

Região 1 foi estatisticamente diferente de todas as outras regiões (Tabela 4)

independente do período avaliado. Possivelmente, este resultado decorre da

relação morfológica entre dente e osso na região anterior em T0, somado ao

fato de o apinhamento dentário ser mais concentrado na região anteroinferior.

Isso porque, diante do alinhamento dentário inicial houve aproximação das

raízes e, portanto, redução da disponibilidade óssea na Região 1 (Figura 9).

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Figura 9 - Relação dente-osso em T0 e T1. A linha azul representa a disponibilidade óssea em T0. A linha vermelha ilustra redução do espaço interradicular, enquanto que a linha verde mostra o aumento deste em T1.

Fonte: Do autor.

Quanto à disponibilidade óssea intercortical (VL), considerando que os

ângulos de inserção ainda não são um consenso na literatura2, 5, 6, 8, 11, 31, neste

estudo foram avaliadas as distâncias intercorticais em 45º, 60º e 90º. No

presente trabalho, a espessura do osso alveolar variou de 6,4 a 14,3mm

(Tabela 2 e gráficos 2, 3 e 4), verificando-se o menor valor na Região 1 ao

simular a inserção com ângulo de 90º; e o maior valor nas regiões 4 / 8 e 5 / 9.

Assim, o aumento do ângulo de inserção (de 45º para 90º) acarretou a

diminuição da espessura do osso alveolar em todas as regiões (Tabela 5).

Estes resultados corroboram com outros estudos 8, 11, 32. Um exemplo é o

trabalho de Laursen et al.8, que afirmaram que reduzir o ângulo de inserção de

90º para 45º beneficia a estabilidade primária, pois aprimora a superfície de

contato entre o dispositivo e a cortical óssea. Outro aspecto importante a ser

destacado é que o ângulo de inserção deve ser mais oblíquo quanto menor for

o espaço interradicular, com o objetivo de minimizar o risco de injúrias às

estruturas adjacentes6.

Por outro lado, Miyawaki et al.21 e Woodall et al.2 acreditam que alterar o

ângulo de inserção dos mini-implantes não beneficia a estabilidade primária.

Woodall et al.2 afirmam, ainda, que os mini-implantes em 90 graus

apresentaram melhores resultados de ancoragem e resistência quando

comparados aos de 60 e 30 graus.

Entre os tempos T0 e T1, ao simular a inserção do mini-implante em 45º,

foi observada diferença estatística em quase todas as regiões, exceto entre 4 /

8 (Gráfico 2). Em 60º, as regiões 1, 2 / 6 e 5 / 9 também foram diferentes

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estatisticamente (Gráfico 3). Já em 90º, apenas a Região 1 apresentou valores

estatisticamente significantes (Gráfico 4). Das regiões em que houve diferença

significante, apenas nas regiões 5 / 9 a disponibilidade óssea intercortical

aumentou após 6 meses de movimentação dentária quando a inserção do mini-

implante foi simulada em 45º e 60º. As demais regiões apresentaram

comportamento análogo entre si, com diminuição da disponibilidade óssea

intercortical entre os tempos T0 e T1.

Como não foram encontrados trabalhos que comparem a distância

intercortical em diferentes momentos em TCFC, não é possível discutir estes

resultados com outras publicações prévias. Entretanto, acredita-se que o

comportamento observado entre os tempos T0 e T1 seja em função de uma

remodelação óssea alveolar decorrente da movimentação dentária inicial.

Alguns estudos23, 33 estabeleceram correlações significativas entre a

morfologia do osso alveolar e o apinhamento dentário. Embora dente e osso

possam exercer uma influência recíproca, no presente trabalho não foi

verificada associação entre a disponibilidade óssea e a discrepância de

modelo. Estes resultados numéricos se devem, provavelmente, à moderada

discrepância de modelo inicial característica da amostra estudada. A aplicação

desta metodologia em grupos que apresentem discrepâncias de modelo mais

severas poderia demonstrar essa associação.

De acordo com os resultados encontrados, ao considerar a utilização de

mini-implantes como recursos terapêuticos, há que se relacionar vários

aspectos, como o sítio de eleição, o tempo e o protocolo de instalação do

dispositivo. Neste trabalho, as áreas com maior disponibilidade óssea foram

verificadas nas regiões 5 / 9, tanto em T0, como em T1. Embora na região 1

tenha havido uma tendência de redução da disponibilidade óssea MD após 6

meses de movimentação dentária, todas as demais regiões avaliadas

demonstraram ganho de espaço para mini-implantes após movimentação

dentária inicial na mandíbula.

Corroborando com o estudo de Laursen et al.8, em relação ao protocolo

de instalação, a redução no ângulo de inserção do dispositivo de 90º para 45º

aumentou a disponibilidade óssea intercortical (Tabela 5). Desta maneira, além

de eleger uma área segura do ponto de vista da morfologia óssea, sempre que

possível, é importante posicionar os mini-implantes em gengiva inserida para

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não influenciar negativamente a taxa de sucesso destes dispositivos.

Assim, ao optar pela terapia com estes recursos de ancoragem

temporários, é fundamental adequar o diâmetro e o comprimento destes

dispositivos ao sítio de instalação previsto. Dessa forma, cabe ao ortodontista

avaliar de forma criteriosa o momento da instalação dos mini-implantes,

utilizando a possibilidade de nivelamento dentário como um recurso adicional

ao planejamento.

CONCLUSÕES

Pode-se concluir que a movimentação dentária inicial no arco inferior

aumentou a disponibilidade óssea para a instalação de mini-implantes em

todas as regiões avaliadas, com exceção da região interincisivos. Ainda, variar

a angulação dos dispositivos de 90º para 60º e 45º é vantajoso do ponto de

vista da disponibilidade óssea em todas as regiões, tanto antes como após o

nivelamento dentário.

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5 CONCLUSÕES

Com base nos resultados obtidos, pode-se concluir que a

disponibilidade óssea interradicular (MD) decresce da região posterior para a

anterior. Em T0, variou entre 1,5mm nos incisivos centrais e 3,5mm na área de

pré-molares. Já em T1, houve diminuição da disponibilidade óssea MD entre os

incisivos (1,4mm) e aumento entre pré-molares (3,9mm).

A distância intercorticais aumentou em todas as áreas quando o ângulo

de inserção foi alterado de 90º para 60º e 45º. Ao comparar o ângulo de

inserção entre os tempos T0 e T1, todas as regiões apresentaram diminuição

da disponibilidade óssea intercortical, à exceção da área entre segundo pré-

molar e primeiro molar.

Com tudo, o alinhamento dentário inicial pode representar uma variável

adicional importante ao planejamento de terapias com mini-implantes.

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ANEXOS

Anexo A – Parecer do Comitê de Ética

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