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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL COMPARAÇÃO DE REFORÇO COM CHAPAS DE AÇO E FIBRAS DE CARBONO EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO SUBMETIDAS À FLEXÃO SIMPLES Paulo Mascarenhas dos Santos FEIRA DE SANTANA -SETEMBRO DE 2008-

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

COMPARAÇÃO DE REFORÇO COM CHAPAS DE AÇO E FIBRAS DE CARBONO EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO

SUBMETIDAS À FLEXÃO SIMPLES

Paulo Mascarenhas dos Santos

FEIRA DE SANTANA

-SETEMBRO DE 2008-

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PAULO MASCARENHAS DOS SANTOS

COMPARAÇÃO DE REFORÇO COM CHAPAS DE AÇO E FIBRAS DE CARBONO EM VIGAS DE CONCRETO ARMADO

SUBMETIDAS À FLEXÃO SIMPLES

Orientador: Prof. Paulo Roberto Lopes Lima

FEIRA DE SANTANA

-SETEMBRO DE 2008-

Trabalho de Final de Curso apresentado à Universidade Estadual de Feira de Santana com objetivo de concluir o curso de Engenharia Civil.

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AGRADECIMENTOS

À Deus, pela oportunidade de estudar e concluir este trabalho atingindo

o objetivo desejado.

À minha família pelo apoio durante a realização deste trabalho.

Ao Prof. Paulo Roberto Lopes Lima pela sua orientação, contribuições e

momentos esclarecedores que me proporcionou, sem os quais não poderia ter

chegado ao fim.

A toda sociedade baiana por manter uma instituição pública de ensino

com qualidade comprovada da qual tenho orgulho de fazer parte.

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“Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa,

nunca tem medo e nunca se arrepende”. (Leonardo Da Vinci)

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar duas entre as diversas

técnicas de reforço de vigas à flexão. A necessidade de se reforçar uma

estrutura ocorre a partir do momento que o elemento estrutural não é mais

capaz de suportar o aumento de esforços. Esse aumento pode ocorrer através

do aumento do carregamento, modificação das condições de contorno, etc. As

duas técnicas apresentadas consistem na colagem de fibras de carbono ou

chapa de aço na face inferior da viga através de resina epóxi.

Ambas as técnicas são simples e eficientes desde que projetadas e

executadas por profissionais qualificados e de experiência nesta área. Possuem

como uma de suas vantagens a velocidade de execução e o tempo curto para

que a estrutura possa entrar novamente em serviço, sendo ideal para reforçar

estruturas de lojas onde o tempo é um fator primordial.

Palavras-Chave:

Reforço; vigas; concreto; chapas de aço; fibras.

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ABSTRACT

This paper aims to present two among the various techniques of

enhancing the bending of beams. The need to reinforce a structure occurs from

the time that the structural element is no longer able to withstand the increased

effort. This increase may occur by increasing the load, change the boundary

conditions, etc.. Both techniques are presented in the bonding of carbon fibers

or steel plate on the underside of the beam with epoxy resin.................................

Both techniques are simple and efficient since it designed and

implemented by qualified professionals and experience in this area. They have

as one of its advantages to speed implementation and short time so that the

structure can come back into service, ideal for strengthening structures of shops

where the weather is a primary factor..............................................................

Key words: .............................................................................................................

Strengthening; beams, concrete, steel plates; fiber.

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LISTA DE SÍMBOLOS

As

Afc

Aref

Ach

bw

d

d’

d”

Es

Ec

Ech

Eref

εc

εs

εbi

εb

εfc

εref

Fc,rd

Fs,rd

Fref,rd

fcd

fsd

= Área da armadura longitudinal de aço tracionada

= Área da fibra de carbono para reforço

= Área do reforço

= Área da chapa de aço para reforço

= Largura da base da viga

= Distancia entre a fibra mais comprimida e a armadura tracionada

= Distancia entre a fibra mais comprimida e a armadura comprimida

= Distancia entre a base inferior da viga e a armadura tracionada

= Módulo de elasticidade longitudinal do aço

= Módulo de elasticidade longitudinal do concreto

= Módulo de elasticidade longitudinal da chapa de aço

= Módulo de elasticidade longitudinal do reforço

= Deformação específica do concreto

= Deformação específica do aço

= Deformação específica preexistente quando da instalação do reforço

= Deformação específica do reforço para o carregamento máximo

= Deformação específica da fibra de carbono

=Deformação específica do reforço

= Força resistente de cálculo do concreto

= Força resistente de cálculo do aço

= Força resistente de cálculo do reforço

= Resistência a compressão de cálculo do concreto

= Resistência a tração de cálculo do aço

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ffcd

fchd

fyk

fck

fct,k h

Mrd

= Resistência a tração de cálculo da fibra de carbono

= Resistência a tração de cálculo da chapa de aço

= Resistência a tração de característica de escoamento da amadura

= Resistência a compressão característica do concreto

= Resistência a tração característica do concreto = Altura da seção transversal da viga

= Momento resistente de cálculo

Msd

Mgd

Mrd,A

Mrd,B

Z

x

x’

LN

Φ

ψ

= Momento solicitante de cálculo

= Momento solicitante de cálculo devido a carga permanente

= Momento resistente de calculo no ponto A

= Momento resistente de calculo no ponto B

= Resultante da força de compressão do concreto e tração do aço

= Profundidade da linha neutra

= Redução da profundidade da linha neutra

= Linha neutra

= Coeficiente de redução em função da novidade da fibra de carbono

= Coeficiente para correção da taxa constante de tenções no concreto

γc γs γ

= Coeficiente de minoração da resistência do concreto

= Coeficiente de minoração da resistência do aço = Coeficiente de majoração das cargas solicitantes

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS RESUMO ABSTRACT 1 INTRODUÇÃO

1.1 Justificativa 1.2 Objetivo Geral 1.3 Objetivo Específico 1.4 Estrutura do Trabalho

2 REFORÇO ESTRUTURAL

2.1 Tipos de Reforço 2.2 Reforço por Adição de Chapas de Aço Coladas

2.2.1 Preparo da Superfície de Concreto 2.2.2 Preparo da Chapa de Aço 2.2.3 Passos para aplicação do reforço

2.3 Reforço com Fibras de Carbono 2.3.1 Características da Chapa de Carbono 2.3.2 Preparo da Superfície de Concreto 2.3.3 Elementos e Aplicação da Manta de Fibra de Carbono 2.3.4 Passos para Aplicação do Reforço

2.4 Resina Epóxi 2.5 Transferência de Esforços 2.6 Método de Dimensionamento

2.6.1 Considerações para o Dimensionamento 2.6.2 Modos de Ruptura à Flexão 2.6.3 Procedimento de Cálculo

3 ESTUDO DE CASO

3.1 Exemplo e Aplicação 3.1.1 Momento Fletor Resistente de Cálculo da Seção 3.1.2 Momento Fletor Solicitante de Cálculo da Seção 3.1.3 Nova Situação 3.1.4 Deformação na Face Inferior da Viga

3.2 Reforço Utilizando Fibras de Carbono 3.3 Reforço Utilizando Chapa De Aço

4 ANÁLISE DE CUSTO 5 CONCLUSÃO 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

v vi vii viii

13 14 14 14 15

16 16 16 19 20 20 21 22 24 25 26 28 30 32 32 33 35

41 41 42 43 44 44 47 49

51

53

55

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ANEXO 01 - Orçamentos 58

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Reforço com chapas de aço 18 Figura 2.2 - Reforço com fibras de carbono 21 .. Figura 2.3 - Sistemas compostos com fibras de carbono 23 Figura 2.4 - Diagrama tensão-deformação específica das fibras de carbono e aço 24 Figura 2.5 - Lixamento da superfície de concreto 25 Figura 2.6 - Limpeza da superfície de concreto 25 Figura 2.7 - Sistemas compostos com fibras de carbono 27 Figura 2.8 - Efeito da espessura sobre a resistência à tração (aço-aço) 31 Figura 2.9 - Característica do domínio 2 33 Figura 2.10 - Característica do domínio 3 34 Figura 2.11 - Diagrama de distribuição de tensões 37 Figura 3.1 - Seção da viga do estudo de caso para análise da necessidade do reforço 41 Figura 3.2 - Diagrama de deformações 47 B . ..

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48

49

51

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LISTA DE TABELAS

Tabela 2.1 - Propriedades mecânicas de materiais para reforço Tabela 2.2 - Dimensionamento de seções retangulares Tabela 3.1 - Planilha de cálculo da força na fibra de carbono Tabela 3.2 - Planilha de cálculo da força na chapa de aço Tabela 4.1 - Custo para viga utilizando fibra de carbono Tabela 4.2 - Custo para viga utilizando chapa de aço

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1 INTRODUÇÃO

Diversos são os fatores que implicam numa estrutura de concreto

armado a necessitar de um reforço. Entre estes citam-se: necessidade de

mudança do tipo de utilização da estrutura, falta de controle nos materiais

utilizados para confecção das peças estruturais de concreto, falta de um plano

de manutenção periódica das estruturas, erro na concepção do projeto, erro

durante a fase de execução, variações térmicas, incêndios e explosões. Há

também as situações em que se pretende reforçar uma estrutura para aumentar

os seus níveis de segurança, como por exemplo, estruturas sujeitas a ações

sísmicas.

Quando uma estrutura não é mais capaz de resistir às cargas a que está

submetida, ou quando estas cargas são indevidamente aumentadas, torna-se

necessário reforçá-la ou reabilitá-la.

A execução do reforço deverá incluir, também, a reparação de danos

existentes no elemento a ser reforçado e, no caso de ocorrer fissuras

significativas, deverá proceder-se a injeção de resina epóxi.

O reforço pode ser executado por diversos materiais como concreto,

barras de aço, chapas metálicas, compósitos de fibras e resinas.

Neste trabalho será apresentado o reforço com chapas de aço e fibras

de carbono. Ambos as técnicas se caracterizam pela união dos elementos de

reforço à superfície de concreto por meio de uma resina à base de epóxi com

grande capacidade de aderência.

A resina à base de epóxi é um elemento de grande importância para

execução do reforço, pois a resina é a responsável pela transmissão integral

dos esforços do elemento a ser reforçado para o elemento de reforço. Deve-se

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levar em consideração, também, a temperatura durante sua aplicação e a

temperatura na qual o elemento de concreto reforçado ficará exposto.

O reforço com chapa de aço e fibras de carbono coladas à superfície de

concreto são métodos de simples e rápida aplicação. Além disso, não são

necessárias grandes alterações na seção transversal do elemento de concreto

a ser reforçado.

1.1 Justificativa

O reforço com chapas de aço e fibras de carbono aumentam

consideravelmente a capacidade portante da estrutura, são métodos eficientes

e adequados tanto para obras de pequeno porte quanto para pontes e viadutos.

Tradicionalmente é um assunto não discutido na sala de aula apesar de sua

importância.

O estudo do reforço com fibras de carbono e chapas de aço abre um

mercado para engenheiros que procuram se especializar em reforço de

estruturas já que vem crescendo cada vez mais a demanda por esse tipo de

serviço e poucos são os profissionais com capacidade técnica para reforçar

estruturas de concreto.

1.2 Objetivo Geral

O presente trabalho tem como objetivo geral apresentar as diversas

soluções para as situações de vigas submetidas ao esforço de flexão simples

que necessitem de reforço estrutural.

1.3 Objetivo Específico

O presente trabalho tem como seu objetivo específico a avaliação e

comparação de vigas de concreto armado submetidas à flexão simples

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reforçadas com duas técnicas diferentes de reforço: Chapas de aço coladas na

face inferior da viga e fibras de carbono coladas na face inferior da viga.

1.4 Estrutura do Trabalho

No capítulo um é feita uma rápida apresentação dos dois métodos de

reforço apresentados (chapas de aço e fibras de carbono coladas a face

solicitada a tração) e também algumas de suas características.

No capítulo dois apresenta-se a revisão bibliográfica abordando o reforço

utilizando fibras de carbono e chapas de aço, juntamente com os fundamentos

básicos necessários para o perfeito entendimento do funcionamento de uma

estrutura de concreto reforçada. Neste item é abordado também o

procedimento de cálculo utilizado e as considerações para realização do reforço

da estrutura.

No capítulo três apresenta-se um estudo de caso de uma viga bi-apoiada

de um mezanino que terá seu uso modificado o que tem como conseqüência

aumento do esforço de flexão. Neste estudo de caso se tem a avaliação do

esforço de flexão e também o procedimento de cálculo para reforçá-las com

fibras de carbono e chapas de aço.

No capítulo quatro foi feita uma análise do custo, levado em

consideração apenas materiais, para reforçar a viga do estudo de caso com

fibras de carbono e chapas de aço.

No capítulo cinco são mostrados registros fotográficos da utilização de

reforço com chapas de aço e fibras de carbono.

Finalmente, no capítulo seis, tem-se a conclusão deste trabalho.

2 REFORÇO ESTRUTURAL

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2.1 Tipos de Reforço

Entende-se por reforço o aumento da capacidade portante da estrutura,

sendo executado quando o elemento estrutural não tem mais capacidade para

suportar aumento nos esforços de tração, compressão, flexão, cisalhamento,

etc. O reforço pode ser usado em lajes, vigas e pilares.

O reforço de uma estrutura ocorre quando há necessidade de correção

de anomalias de projeto, execução, utilização ou da necessidade de se

modificar a finalidade da edificação. Os tipos de reforços mais utilizados estão

listados abaixo:

• Reforço mediante adição de concreto simples ou armado;

• Encamisamento;

• Concreto Projetado;

• Reforço por protensão exterior;

• Reforço por colagem de lâminas de compósito de fibras de carbono;

• Reforço por adição de perfis metálicos;

• Reforço por adição de chapas metálicas coladas.

2.2 Reforço por Adição de Chapas de Aço Coladas

Esta técnica surgiu em torno dos anos 60 e, desde então, várias

pesquisas foram realizadas para estudar o comportamento da estrutura

reforçada.

Segundo Silveira (1997), ao mesmo tempo que França e África do Sul

desenvolviam seus trabalhos, nas décadas de 70 e 80, foi com os

pesquisadores ingleses, como R. N. Swamy, R. Jones e G. C. Mays, que a

técnica das chapas coladas teve um nível de utilização prática antes não

alcançado, isso porque foram realizados uma série de ensaios e em

conseqüência um grande número de dados que possibilitaram ajustar um

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modelo matemático com resultados confiáveis. Em seguida, aparecem

trabalhos oriundos de vários países, como os estudos de Cánovas (1988), no

Instituto Eduardo Torrojas, na Espanha, D. Van Gemert et al (1990), na

Katholike Universiteit Leuven, na Bélgica, Hussein e Ziraba (1994,1995), na

King Fahd University of Petroleum and Minerals, na Arábia Saudita, Oehlers e

Moran (1990), na University of Adelaide, na Austrália e Campagnolo et alli

(1995), na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, entre outros. Em um

trabalho realizado no Curso de Pós-Graduação em Engenharia Civil da

Universidade Federal Fluminense, Silveira e Souza (1997), desenvolveram um

método para o projeto de chapas coladas, e compararam os resultados obtidos

por este método com os de Bresson, Cánovas, Van Gemert, Ziraba, Oehlers e

Campagnolo, chegando a resultados satisfatórios (Ripper e Souza, 1998).

O reforço por adição de chapas metálicas coladas é caracterizado pela

união da superfície de concreto a chapas de aço através de uma resina com

alta capacidade de adesão e resistência mecânica. É uma opção para reforço

de elementos de concreto, de rápida e simples execução, recomendada

principalmente quando é necessário reforçar a estrutura em um tempo curto ou

não é possível fazer grandes alterações na geometria da peça.

No final do processo tem-se um elemento estrutural composto por

concreto-resina-aço, o que possibilita à estrutura uma resistência maior ao

esforço cortante e ao momento fletor. Como conseqüência tem-se um elemento

mais rígido que deforma pouco antes de iniciar o colapso. É de fundamental

importância que a resina utilizada para fazer a colagem concreto-aço seja de

qualidade comprovada e a superfície do concreto e do aço sejam preparadas.

Na figura 2.1 tem-se uma viga em concreto armado reforçada com chapa de

aço colada.

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Figura 2.1 – Reforço com chapas de aço Fonte: Ripper e Souza (1998, p. 151)

A aplicação do reforço com chapa de aço colada a vigas pode ser

empregado tanto em obras mais usuais, como edifícios e obras de pequeno

porte, mas também pode ser usada em pontes e viadutos.

Para aplicação do método devem-se levar em consideração certas

restrições impostas por regulamentos. O regulamento mais aceito para a

colagem de chapas de aço em vigas é o do Comitê Europeu de Betão (C.E.B)

que, dentre outras restrições especifica que (Ripper e Souza, 1998):

• A espessura da camada de resina não exceda a 1,5mm (quanto mais

espessa a camada, menor a resistência à tração). Cánovas (1984)

sugere que este limite seja de 1,0mm;

• A espessura da chapa não ultrapasse 3mm (a não ser que sejam

utilizados dispositivos especiais de ancoragem com buchas metálica

expansivas, em particular), pois chapas mais espessas não se adaptam

bem as irregularidades da superfície de concreto;

• O incremento a obter nos esforços resistentes, comparando a situação

depois do reforço com a original, não seja superior a 50%, tanto para a

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flexão quanto para o cisalhamento (limitação que, em alguns casos, será

muito conservadora).

2.2.1 Preparo da Superfície de Concreto

Analisando as tensões de transferência entre o aço e o concreto através

de finas camadas de resina, que é o caso típico de colagem das chapas, o

C.E.B. - F.I.P, em seu boletim nº 162 (1983 apud Ripper e Souza, 1998),

comenta o papel da preparação prévia das superfícies de concreto, a partir do

conceito de que a força de ligação aço-resina-concreto é diretamente

proporcional à área e especialmente à largura da superfície de contato, mesmo

contando com o fato de que a distribuição das tensões não é uniforme.

Uma superfície muito rugosa tornará difícil a aplicação da resina,

podendo levar a uma espessura irregular da película daquela, com a formação

de bolhas de ar localizada que são resultado do desprendimento da resina pela

ação de seu próprio peso, excesso pontual de espessura de cola, uma

contrariedade imposta pela lei da gravidade às tensões de aderência. Já uma

superfície praticamente lisa pode, também, trazer dificuldades, particularmente

em termos de compatibilidade com a estrutura da superfície de aço. Logo, o

mais adequado é o preparo de uma superfície uniformemente rugosa, essa

rugosidade pode ser obtida com o uso de jatos de areia ou com a cuidadosa e

contínua percussão provocada por martelo de agulhas. Para garantir uma

melhor aderência à superfície, depois de apicoada deve ser limpa com jatos de

água sob pressão e seca com jatos de ar comprimido, de forma a estar limpa e

seca durante a aplicação da resina (Ripper e Souza, 1998).

Caso existam fissuras na superfície do concreto, estas deverão ser

seladas, antes da execução do reforço, de modo a impedir a fuga de resina.

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2.2.2 Preparo da Chapa de Aço

As chapas metálicas devem ser submetidas à decapagem de modo a

potencializar ao máximo sua capacidade de aderência. A decapagem pode ser

realizada através de jato de areia ou lixamento elétrico.

Logo após a decapagem, a superfície deve ser protegida com um filme

autocolante apropriado, de forma a prevenir um possível ataque do meio no

qual está inserida e também durante seu transporte, esta deverá ser retirada,

apenas, momentos antes de sua aplicação.

As superfícies metálicas que não ficarem em contato com a resina

devem receber tratamento de pintura anticorrosiva.

2.2.3 Passos para Aplicação do Reforço

Para aplicação do reforço com chapa de aço colada será necessária uma

série de providências indispensáveis para o bom funcionamento do novo

sistema de compósito. Abaixo, está o resumo dos passos necessários para

realização deste tipo de reforço:

• Lixar a superfície de concreto de forma a eliminar as partículas soltas;

• Limpar a superfície de concreto para eliminar poeira e óleos, com

solvente;

• Aplicar o “primer” para selar a superfície de concreto;

• Aplicar a argamassa de regularização sobre a superfície de concreto

para eliminação de buracos evitando assim que o reforço se descole por

vazios deixados durante a colagem;

• Lixar a regularização de modo a promover a aderência entre a superfície

regularizada e os demais materiais;

• Aplicar a resina epóxi com controle de sua espessura;

• Colar a chapa de aço.

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Figura 2.2 – Reforço com fibras de carbono Fonte: Machado (2007, p.80)

2.3 Reforço com Fibras de Carbono

As fibras de carbono começaram a ser comercializadas no princípio da

década de 1960 após extenso programa de pesquisa desenvolvido nos Estados

Unidos, Inglaterra e Japão (Emmons,1998).

A idéia de reforçar estruturas de concreto armado com fibras de carbono

surgiu no início dos anos 80 no Japão. Os abalos sísmicos nessa região da

Ásia, causando diversos danos às estruturas, mostraram a necessidade de

recuperação e reforço em curto intervalo de tempo. Esses foram os principais

aspectos considerados para utilização desse material no confinamento de

pilares (Machado, 2002).

As fibras de carbono podem ser também utilizadas para o aumento da

capacidade resistente, à flexão e ao esforço transversal de vigas e lajes,

processo que, no entanto, exige muito cuidado no desenvolvimento dos

detalhes que devem ser adotados para o sistema de amarração do compósito,

assim como a mais detalhada análise das tensões de deslizamento na interface

entre o compósito e o concreto (Ripper e Souza,1998).

No Brasil a primeira aplicação de fibras de carbono para reforço

estrutural ocorreu em 1998 no viaduto Santa Tereza localizado em Belo

Horizonte (figura 2.2). O reforço com fibras de carbono foi escolhido

principalmente por aspectos estéticos, pois se tratava de uma estrutura

tombada pelo patrimônio histórico (Beber, 2003).

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A fibra de carbono é outra alternativa para o reforço de elementos

estruturais quando não são mais capazes de suportar o aumento de carga a

que são submetidos. A fibra de carbono apresenta resistência à tração

aproximadamente dez vezes maior que a do aço.

O sistema tem como característica a colagem de fibras de carbono à

superfície de concreto a qual é fixada por meio de uma resina especialmente

produzida que permite a transferência dos esforços entre o elemento de

concreto e as fibras de carbono. Ao final tem-se um elemento composto por

concreto armado e manta de fibra de carbono com uma maior capacidade de

resistência à flexão de vigas e lajes.

2.3.1 Características da Chapa de Carbono

O sistema de reforço com manta de fibra de carbono é composto de dois

elementos principais:

Fibra de Carbono: elemento responsável pela resistência mecânica do

sistema;

Matriz Epoxídica: responsável pela transferência integral das tensões

atuantes da estrutura de concreto para as fibras de carbono por atrito e por

adesão. Além disso, a matriz epoxídica envolve todas as fibras de carbono

presentes no reforço proporcionando resistência mecânica e também

resistência aos agentes agressivos que podem vir a deteriorar as fibras.

Na figura 2.3 está a representação esquemática do sistema formado por

fibras de carbono e a matriz epoxídica e a sua ampliação em microscópio

eletrônico.

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Na tabela 2.1 estão algumas das características mecânicas da fibra de

carbono CF160 e da fibra de carbono CF130.

Tipo de Fibra de Carbono

Módulo de Elasticidade (MPa)

Resistência Última de Tração (MPa)

Deformação Específica (%)

CF160 288000 3790 1,7

CF130 227000 3800 1,7

A figura 2.4 mostra o diagrama tensão deformação de fibras de carbono

de duas das fibras de carbono existentes e do aço CA-50A. Observando-se que

esta, diferente do aço, não possui um patamar de escoamento, o que as

caracterizam como material frágil.

Figura 2.3 - Sistemas compostos com fibras de carbono Fonte: Machado (2007, p.76)

Tabela 2.1 - Propriedades mecânicas de materiais para reforço

Fonte: Machado (2007, p.82)

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24

xxx xx

Como pode ser observado na figura 2.4, a qual mostra a deformação

específica em função da tensão, tanto de fibras de carbono quanto do aço, fica

clara a superioridade da fibra de carbono em relação ao aço, no que diz

respeito à resistência de tração. Essa extraordinária resistência da fibra de

carbono é importantíssima para o reforço de estruturas pois a área de reforço

se torna muito pequena.

2.3.2 Preparo da Superfície de Concreto

Para aplicação e funcionamento adequado do reforço com de fibras de

carbono é indispensável tomar algumas precauções, conforme estão

discriminadas a seguir:

• Utilização de abrasivos, jatos de areia ou limalhas metálicas para a

limpeza da superfície onde deverá ser aderido o sistema. Essa limpeza

deve contemplar a remoção de poeira, pó, substâncias oleosas e graxas,

partículas sólidas não totalmente aderidas, recobrimentos diversos como

pinturas, argamassas, etc (figura 2.5 e 2.6). Também deverão ficar

Figura 2.4 - Diagrama tensão-deformação específica das fibras de carbono e aço . Fonte: Machado (2007, p.77)

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25

Figura 2.5 – Lixamento da superfície de concreto Fonte: Beber (2003, p.106)

Figura 2.6 – Limpeza da superfície de concreto Fonte: Beber (2003, p.106)

totalmente expostos quaisquer nichos ou imperfeições superficiais

significativas.

• No caso do reforço exigir o recobrimento de mais de uma superfície

lateral da peça, ocorrerá a necessidade de arredondamento das quinas

envolvidas nessa aplicação, visando com isso evitar concentração de

tensões na fibra de carbono e eliminar eventuais "vazios" entre o

concreto e o sistema, por deficiência na colagem.

• Caso o elemento esteja deteriorado, é necessário que se faça sua

restauração, e só depois disso se inicie o reforço com a fibra de carbono.

2.3.3 Elementos e Aplicação da Fibra de Carbono

O sistema de reforço com fibra de carbono é composto por cinco

componentes e aplicado conforme discriminado a seguir:

Primer Epóxico: sistema epóxico com 100% de sólidos, baixa viscosidade,

necessário para uma ancoragem físico/química com os poros da superfície do

concreto, estabelecendo uma base estável à aplicação da argamassa e do

epóxi estruturante. Dever-se-á remover a nata superficial característica de toda

superfície do concreto, além de graxas, óleos, poeira e contaminantes

porventura existentes. Caso haja processo de corrosão nas armaduras dever-

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26

se-á tratá-las. As superfícies novas de concreto deverão estar curadas por pelo

menos 28 dias.

Massa Epóxica de Correção: argamassa especialmente formulada para

correção de superfícies antes da aplicação do epóxi estruturante. Aplicável com

espátula ou desempenadeira de aço, permite corrigir protuberâncias deixando a

superfície própria para a aplicação da fibra de carbono. Antes, dever-se aplicar

primer epóxico.

Adesivo Epóxico Estruturante: sistema epóxi em forma de potente adesivo

usado para servir de matriz à fibra de carbono. O sistema de fibra de carbono

assim formado, constitui um compósito de altíssima resistência à tração,

superior em qualidade a todas as formas de reforço estrutural até então

existentes. Após a execução do serviço, em peças estruturais expostas à luz do

sol, deve-se aplicar uma tinta acrílica de acabamento para proteção contra a

radiação UV.

Fibra de Carbono: o sistema de reforço com fibra de carbono é composto por

dois tipos de fibra de carbono: o MFC 130 e o MFC 530 que, uma vez

envolvidos na matriz epóxica estruturante, promovem uma série de vantagens

sobre os sistemas convencionais de reforço, além de inigualável integração à

superfície do concreto da peça estrutural a ser reforçada.

Camada de Proteção ou Estética: Terminada a aplicação da fibra de carbono

pode ser aplicada uma camada de proteção ou estética disponível em diversas

cores e texturas.

2.3.4 Passos para Aplicação do Reforço

Para aplicação do reforço com fibras de carbono é necessário uma série

de providências indispensáveis para o bom funcionamento do novo sistema de

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27

compósito. A seguir está o resumo dos passos necessários para realização

deste tipo de reforço:

• Lixar a superfície de concreto de forma a eliminar as partículas soltas;

• Limpar a superfície de concreto para elimina poeira e óleos, com

solvente;

• Aplicar o “primer” para selar a superfície de concreto;

• Aplicar a argamassa de regularização sobre a superfície de concreto

para eliminação de buracos para evitar que o reforço se descole em

virtude de vazios deixados durante a colagem;

• Lixar a regularização de modo a promover a aderência entre a superfície

regularizada e os demais materiais;

• Impregnar com resina de saturação a superfície de concreto;

• Colar a fibra de carbono;

• Impregnar a fibra de carbono com a mesma resina utilizada na

impregnação da superfície de concreto;

• Aplicar a pintura de proteção.

Na figura 2.7 estão as partes que compõe um elemento de concreto

reforçado com fibras de carbono.

Figura 2.7 - Sistemas compostos com fibras de carbono Fonte: Rodrigues (2002, p.4)

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28

2.4 Resina Epóxi

As resinas são constituídas por monômeros que ao se polimerizarem,

por reação, transformam-se em polímeros de grande comprimento, que

possuem características muito variáveis, de acordo com as características do

monômero ou da mistura com o catalisador ou de agentes de cura que tenha

sido empregado na reação.

Existe uma série de resinas sintéticas utilizadas na construção civil, e

entre estas as que mais de destacam, por sua freqüente utilização, são as

resinas de poliéster, as acrílicas, os poliuretanos e as resinas epóxi. Entre as

resinas citadas a mais utilizada na restauração e reforço de estruturas é a

resina epóxi, em função de suas vantagens sobre as citadas acima.

No Brasil, as resinas epoxídicas, derivadas do petróleo, são as mais

utilizadas. Estas resinas resultam da combinação da epocloridina e do bifenol

que tem como característica a presença, em sua molécula, de um grupo epóxi

em cada extremo de sua cadeia. As características destas resinas são

determinadas de acordo com as proporções destes dois materiais, e com isso é

possível dosar uma resina e se obter as características que mais interessam

para uma determinada aplicação.

As formulações epoxídicas utilizadas como ligantes são insensíveis à

umidade, e são, por esta razão, utilizadas para combater a corrosão das barras

das armaduras. Estas formulações têm boa aderência à maioria dos materiais,

como concreto, argamassas e aço, mas não aderem a superfícies sujas de

ceras, graxas, ou óleos ou a materiais desagregados (Ripper e Souza, 1998).

Uma propriedade importante das formulações epoxídicas é a ausência

quase total de retração durante o processo de cura, o que garante a integridade

da superfície de concreto. No entanto, têm o coeficiente de dilatação térmica

bastante superior ao do concreto e, por isso, os serviços realizados em peças

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submetidas a variações acentuadas de temperatura podem estar sujeitos ao

surgimento de fissuras e a deslocamentos relativos, provocados por

incompatibilidade de deformações (Ripper e Souza, 1998).

Um fator a ser considerado durante a aplicação das formulações

epoxídicas é a temperatura ambiente. A utilização destes produtos a

temperaturas inferiores a 10ºC pode redundar em insucesso, porque o processo

de polimerização é capaz de não ocorrer. Por outro lado, os reparos com este

material são em geral ineficazes nos casos de peças sujeitas a temperaturas

elevadas (acima de 50ºC), pois o mesmo se torna plástico, perdendo a rigidez

(Ripper e Souza, 1998).

Entre os diversos usos na recuperação e reforço de estruturas estão os

seguintes:

• Injeção de fissuras e trincas;

• União de concretos de diferentes idades;

• Argamassas epóxi para preencher fissuras;

• Colagem de chapas, perfis e compósitos.

As resinas epóxi necessitam de outro elemento para que venham a

reagir. Esses elementos são chamados de catalisadores ou agentes de cura.

Entre os catalisadores estão os fenóis, álcoois, aminas, amidas, ácidos

carboxílicos, etc.

A resina e o catalisador possuem características físicas e químicas que

são de fundamental importância para a recuperação e o reforço de estruturas.

Estas características estão citadas abaixo:

• Resistência à tração de 30 até 90 MPa;

• Resistência a compressão oscilando entre 120 e 210 MPa;

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• Adesão excelente ao concreto base, rompendo sempre o concreto por

tração fora da zona de colagem;

• Tempo variável em adquirir resistência desde 0,5 até 10 horas. A

máxima resistência costuma ser alcançada aos 7 dias;

• Retração muito menor do que a do concreto;

• Módulo de elasticidade variável entre 15 a 30 GPa;

• Alongamento de ruptura oscilando entre 2 a 5% em formulações sem

carga (micro esferas que reduzem volume e a densidade). Em

argamassas, esse alongamento pode ser de 0,5 a 1%;

• O coeficiente de dilatação térmica varia desde 2 até 6,10E-6 m/mºC.

As formulações à base de resina, catalisador e carga se empregam,

fundamentalmente, para formar massas selantes ou para formação de adesivos

empregados na união de aço e concreto.

Cargas são microesferas inorgânicas de baixo peso usadas para diminuir

o peso, reduzir volume de resina usada e conseqüentemente o custo. A

quantidade de microesferas a ser usada deve é determinada de acordo com a

finalidade.

As formulações compostas apenas por misturas de resina e catalisador

são utilizadas na injeção de trincas e fissuras, afim de se resolver o monolitismo

do concreto em elementos estruturais. Igualmente, estes tipos de formulações

puras tem aplicação na adesão de concretos e também na proteção do mesmo.

2.5 Transferência de Esforços

Para Ripper e Souza (1998), independentemente da natureza da

solicitação (flexão, cisalhamento, compressão, tração, etc.), a ruptura do

concreto reforçado com fibras de carbono ou chapa de aço sempre ocorre no

concreto. As características que regem o sistema de transferência de esforços

através das resinas são:

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• Compressão: total mobilização da resistência à compressão do concreto

quando as tensões são perpendiculares à interface;

• Tração: um valor médio nominal igual à tensão de tração do concreto fct,k

será perfeitamente admissível e seguro, mesmo se for considerada uma

excessiva dispersão dos valores (>50%). As resistências à tração das

resinas (frt) são muitas vezes superiores à do concreto, sendo esta

diferença diretamente dependente da espessura da camada de resina

(figura 2.8);

• Cisalhamento: a resistência à adesão deve ser tomada igual a ftk. Nota-

se que, de maneira geral, a resistência ao cisalhamento (considerado

aqui o valor último da mesma) é mobilizada para valores muito pequenos

de deslizamento entre as partes (s ≤ 0,02mm).

Assim, pelo exposto, infere-se que as espessuras de resina deve sempre

ser pequenas, da ordem de um milímetro, e que é a resistência característica

do concreto à tração que condiciona a resistência última da ligação, pelo que

será perigoso estabelecer-se sistemas de reforço deste tipo para concretos com

fck < 17,5 MPa.

Figura 2.8 - Efeito da espessura sobre a resistência à tração (aço-aço) Fonte: Cánovas (1988 apud Ripper ; Souza, 1998)

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2.6 Método de Dimensionamento

O método de reforço que será apresentado é valido tanto para o reforço

com chapas de aço como para o reforço utilizando mantas de fibras de

carbono. O dimensionamento será feito pelo estado limite último, situação na

qual ocorre simultaneamente o esmagamento por pressão do concreto e a

deformação plástica do aço.

2.6.1 Considerações para o Dimensionamento

Para calcular a resistência à flexão do elemento estrutural reforçado

deve-se fazer uma série de considerações, tais como:

• O cálculo deve ser realizado com base nas dimensões das seções e da

quantidade e distribuição das armaduras de aço das mesmas, assim

como das propriedades e características mecânicas dos materiais que

constituem o concreto armado;

• Prevalecem os critérios de Bernoulli, ou seja, as seções planas

permanecem planas após a ocorrência dos carregamentos e as

deformações são linearmente proporcionais à distância da linha neutra;

• A resistência à tração do concreto é desprezada;

• A deformação específica no concreto não pode ultrapassar 0,0035cm/cm

segundo os critérios da Associação Brasileira de Normas Técnicas

(ABNT) NBR 6118/2003;

• A deformação será considerada linear até a ruptura no sistema;

• A aderência entre o elemento de reforço e o substrato de concreto

armado é considerada perfeita.

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2.6.2 Modos de Ruptura à Flexão

A ruína da seção transversal para qualquer tipo de flexão no estado-

limite último é caracterizada pela deformação específica de cálculo do concreto

e do aço, que atingem (a deformação máxima do aço, do concreto ou ambas)

os valores últimos (máximos) das deformações específicas desses materiais.

Os conjuntos de deformações específicas do concreto e do aço, ao longo

de uma seção transversal retangular com armadura simples (só tracionada)

submetida a ações normais, definem seis domínios de deformação. Destes seis

domínios existentes serão descritos apenas os domínios dois e três que

caracterizam o comportamento de vigas.

Domínio 2 (figura 2.9) - Flexão Simples ou Composta

• Início: εs= 0,010 e εc= 0.

• Término: εs= 0,010 e εc= 0,0035.

• Estado-limite último caracterizado por grandes deformações do aço (εs=

0,010).

• Concreto não alcança ruptura (εc= 0,0035).

• A reta de deformação gira em torno do ponto A (εs= 0,010).

• A linha neutra corta a seção transversal (tração e compressão).

• A seção resistente é composta pelo aço tracionado e pelo concreto

comprimido.

Figura 2.9 – Característica do domínio 2 .Fonte: Chust e Figueiredo Filho (2004)

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Domínio 3 (figura 2.10) – Flexão Simples ou Compost a

• Início: εs= 0,010 e εc= 0,0035.

• Término: εs=εyd (deformação específica de escoamento do aço) e

εc=0,0035

• Estado-limite último caracterizado por εc=0,0035 (deformação de ruptura

do concreto).

• A reta de deformação gira em torno do ponto B (εc= 0,0035).

• A linha neutra corta a seção transversal (tração e compressão).

• A seção resistente é composta pelo aço tracionado e pelo concreto

comprimido.

• A ruptura do concreto ocorre simultaneamente com o escoamento da

armadura: situação ideal, pois os dois materiais atingem sua capacidade

resistente máxima (são aproveitadas integralmente).

• A ruína se dá com aviso (grandes deformações).

Considerando uma situação particular que pode ocorrer nos domínios

dois e três em que as deformações máximas no concreto (εc=0,0035) e no aço

(εs=0,010) são atingidas simultaneamente.

Figura 2.10 – Característica do domínio 3 .Fonte: Chust e Figueiredo Filho (2004)

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Para essa situação tem-se:

dx x ×= κ , onde

26,0105,3

5,3 ≅+

=+

=sc

cx εε

εκ

Sendo assim, ocorrem três possibilidades diferentes para que aconteça a

ruptura das peças de concreto armado:

• Kx=0,26: aço e concreto atingem seus limites de deformação no mesmo

instante. Peças com esta característica são denominadas de

normalmente armada;

• Kx<0,26: a ruptura se inicia pelo aço (εs=0,010). Peças com esta

característica são denominadas de subarmadas;

• Kx>0,26: a ruptura se inicia pelo concreto (εc=0,0035). Peças com esta

característica são denominadas de superarmadas.

2.6.3 Procedimento de Cálculo

Para o cálculo do momento resistente da seção de concreto será usada

a tabela 2.2. Esta tabela de dimensionamento é montada em função dos

valores de ocorrência possível para máxcε e sε , dos quais se obtem,

diretamente, Kx e Kz, que conduzem a diversos KII (função da resistência

característica fck do concreto adotado) e α (função do aço escolhido). Esta

tabela fornece coeficientes KII e α, montados de tal forma que, nas expressões

(2.1) e (2.2), deve-se usar as seguintes unidades.

)(

)()(

mb

tmMcmd

w

dII

×= κ (2.1)

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)(

)()( 2

md

tmMcmA d

s ××=

α (2.2)

No caso de reforço estrutural como já se tem o valor de três das

variáveis presentes na equação 2.1 (d, Md e bw) basta inserir com estes valores

nesta equação e então é obtido o valor de KII. Logo, entrando com este valor na

tabela 2.2 são encontradas as deformações específicas do aço (εs) e do

concreto (εc).

A distância da face superior da viga até a linha neutra (x), figura 2.11, é

encontrada pela equação 2.3.

dxs

máxc

máxc ×

+=

εεε

(2.3)

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Fonte: Süssekind (1979, p.109)

Tabela 2.2 – Dimensionamento de seções retangulares

K II α

ψψψψ εcmáx(‰) εs(‰) Kx kz

fck (20MPa)

fck (25MPa) CA-25B CA-50B

0,121 0,20 10,00 0,020 0,992 60,41 59,19 2,14 4,30 0,244 0,42 10,00 0,040 0,984 29,77 29,17 2,13 4,28 0,357 0,64 10,00 0,060 0,976 20,22 19,81 2,12 4,26 0,465 0,87 10,00 0,080 0,968 15,43 15,12 2,10 4,22 0,565 1,11 10,00 0,100 0,960 12,58 12,32 2,08 4,17 0,657 1,36 10,00 0,120 0,952 10,70 10,48 2,06 4,13 0,742 1,63 10,00 0,140 0,944 9,35 9,16 2,05 4,10 0,811 1,90 10,00 0,160 0,936 8,41 8,24 2,04 4,08 0,871 2,20 10,00 0,180 0,928 7,67 7,52 2,02 4,04 0,917 2,50 10,00 0,200 0,920 7,13 6,99 2,00 4,00 0,954 2,82 10,00 0,220 0,912 6,69 6,56 1,98 3,96 0,986 3,16 10,00 0,240 0,904 6,33 6,20 1,97 3,94 1,000 3,50 10,00 0,259 0,896 6,08 5,95 1,96 3,91 1,000 3,50 9,00 0,280 0,888 5,87 5,76 1,94 3,87 1,000 3,50 8,17 0,300 0,880 5,70 5,59 1,92 3,83 1,000 3,50 7,44 0,320 0,872 5,55 5,43 1,90 3,78 1,000 3,50 6,79 0,340 0,864 5,40 5,29 1,86 3,76 1,000 3,50 6,22 0,360 0,856 5,28 5,17 1,85 3,74 1,000 3,50 5,71 0,380 0,848 5,16 5,06 1,84 3,70 1,000 3,50 5,25 0,400 0,840 5,05 4,95 1,82 3,65

O momento resistente de viga de concreto armado reforçada é

constituído dos seguintes esforços:

Figura 2.11 – Diagrama de distribuição de tensões

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Fc= força resultante da seção comprimida de concreto;

F’s= força resultante na seção comprimida de aço;

Fs= força resultante na seção tracionada de aço;

Fref= força resultante da seção tracionada do reforço.

O coeficiente ψ é destinado a corrigir o valor da taxa constante de

tensões de compressão no concreto.

A seguir está a demonstração de como encontrar os valores de cada

uma das resultantes apresentadas na figura 2.11.

4,185,08,0 ck

wc

fbxF ××××=ψ (2.4)

15,1yd

ss

fAF ×= (2.5)

15,1'' ydss

fAF ×= (2.6)

refrefref fAF ×= (2.7)

Logo

)4,0()"4,0(')4,0( xhFdxFxdFM refssrd −××Φ+−+−×= (2.8)

=Φ fator de redução em função do reforço com fibra de carbono ser

recente, o ACI Committe 440 (apud Machado, 2002) recomenda usar 85,0=Φ .

Vale lembrar que para o aço a equação refrefref Ef ×= ε só é válida para

ooo07,2≤sε já para deformações dentro do intervalo

ooo

ooo 0,1007,2 ≤≤ sε a

tensão é constante.

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39

Quando o reforço é aplicado, este não está submetido a qualquer nível

inicial de tensões, contudo, o substrato ao qual o reforço será aderido já está

submetido a tensões decorrentes da atuação de seu peso próprio. Assim, o

nível de tensões atuantes no reforço será diferente daquele que ocorre na fibra

externa do substrato sobre o qual o reforço é colado.

Portanto, para se conhecer o nível de tensão ao qual o reforço será

submetido é necessário que se conheça previamente o nível de tensão

existente na superfície do substrato, devido às cargas atuantes no momento de

sua aplicação. Conhecido esse nível de tensão, conhece-se o nível de

deformação existente na superfície de concreto.

A deformação máxima permissível para o reforço é definida pela

equação 2.13.

bibref εεε −= (2.13)

=refε deformação máxima do reforço;

=bε deformação no reforço para o carregamento máximo;

=biε deformação preexistente.

Para execução do reforço de vigas em concreto armado é indispensável

que se faça uma série de verificações como:

• Determinação do momento fletor máximo de cálculo que está atuando

na viga, Msd;

• Determinação do momento resistente à flexão da viga a partir das

características geométricas da seção e das características mecânicas

dos materiais que a constitui, Mrd;

• Comparar Msd com Mrd. Se Msd > Mrd a viga necessita de reforço; caso

contrário não é necessário o reforço da viga;

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• Caso seja necessário reforçar a viga, deve-se determinar o modo de

ruptura para o reforço.

Conhecido o regime no qual será dimensionado o reforço, o

procedimento será o descrito a seguir:

• Arbitra-se a distância da face superior da viga até a linha neutra (x) em

conformidade com o modo de ruptura;

• Calculam-se as deformações dos diversos materiais, admitindo-se a

linearidade da variação dos materiais;

• Conhecidas as deformações, calculam-se as tensões atuantes nos

diversos materiais;

• A partir do conhecimento das tensões encontram-se as forças

resistentes em cada material;

• Calcula-se o momento resistente em qualquer ponto da seção

transversal.

Este procedimento é interativo uma vez que a primeira etapa é repetida

até que se tenha o momento resistente maior que o momento solicitante.

Entretanto, existe uma distância da face superior da viga até a linha neutra (x)

onde se tem um dimensionamento econômico, ou seja, a área de reforço é a

mínima possível. Isso ocorre quando: sdrd MM = .

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3 ESTUDO DE CASO

Com o objetivo de demonstrar o que foi explicado será criado um

exemplo de vigas bi-apoiadas, em concreto, solicitadas à flexão e carregamento

uniformemente distribuído.

3.1 Exemplo e Aplicação

Um Shopping Center deseja aumentar a capacidade de refrigeração de

ar, e a alternativa encontrada para instalação dos novos equipamentos é fazer

sua locação em um mezanino, em concreto armado, existente. Sabendo que a

viga mais carregada tem 7,0 m de vão, com seção 20 x 60 cm, armadura de

tração existente As = 8,36 cm² (3 ø 20mm). A sobrecarga das novas máquinas

passará para a viga, mais carregada, uma carga uniformemente distribuída de

20,82 kN/m.

OBS: O mezanino funciona como depósito e foi projetado para uma sobrecarga

de 4,5 kN/m². Para execução do reforço será retirada toda a sobrecarga

existente no mezanino, isso tem como conseqüência uma redução na área

reforço necessaria.

A armadura submetida à compressão não será utilizada no procedimento de

cálculo.

Figura 3.1 - Seção da viga do estudo de caso para análise da necessidade do reforço

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Dados da Seção:

fck = 25 MPa

Aço CA-50

h=60 cm

d = 57,50 cm

d’=2,50 cm

bw=20 cm

As=8,36 cm²

Materiais Usados Para Reforçar a Viga:

Chapa de aço 250MPa

Fibra de carbono MBrace CF130

3.1.1 Determinação do Momento Fletor Resistente de Cálculo da

Seção

Na primeira tentativa a viga será considerada normalmente armada, logo:

Parâmetros para Viga Normalmente Armada

26,0=xκ

ooo5,3=cε

ooo10=sε

00,1=ψ

Profundidade da Linha Neutra (x):

dxsc

c ×+

=εε

ε

5,57105,3

5,3 ×+

=x

cmx 15=

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Momento Fletor Resistente de Cálculo da Seção (M rd):

)4,0(85,08,0 xdf

bxMc

ckwrd −×××××=

γψ

)15,04,0575,0(4,1

2500085,020,015,080,000,1 ×−××××××=rdM

mkNM rd ×= 90,187

Área de Aço (As):

)4,0( xdf

MAs

s

sk

rd

−×=

γ

)15,04,0575,0(15,1

50090,187

×−×=As

236,8 cmAs=

A viga é normalmente armada pois a área de aço encontrada no cálculo

desenvolvido acima é igual a existente na seção transversal da viga.

3.1.2 Momento Fletor Solicitante de Cálculo da Seçã o

Cargas Permanentes (g):

Peso próprio da Viga = 0,20 m x 0,6 m x 1,0 m x 25 kN/m³= 3,0 KN/m

Peso da laje = 1,0m x 1,0 m x 0,2 m x 25,0 KN/m³= 5,0 KN/m

Revestimento piso cerâmica = 1,0 KN/m

Reboco = 0,5 KN/m

Total (g) = 9,50 KN/m

Cargas Acidentais (q):

Casa de máquinas = 4,5 KN/m² x 2,5m = 11,25 KN/m

Total (q) = 11,25 KN/m

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Cargas Totais (g + q):

Total (g + q) = 9,50 KN/m + 11,25 KN/m = 20,75 KN/m

Total (g + q) = 20,75 KN/m

Momento Fletor Solicitante de Cálculo (M sd):

γ××+=8

)( 2lqgM sd

4,18

7)25,1150,9( 2

××+=sdM

mkNM sd ×= 93,177

3.1.3 Momento Solicitante de Cálculo Após a Nova Si tuação:

Implantação das Novas Máquinas no Mezanino Existent e.

γ××+=8

)( 2lqgM sd

4,18

7)82,205,9( 2

××+=sdM

mkNM sd ×= 00,260

Comparando o momento resistente de cálculo da seção com o momento

solicitante de cálculo após a implantação do maquinário, torna-se clara a

necessidade do reforço uma vez que .rdsd MM >

3.1.4 Deformação na Face Inferior da Viga

Momento Fletor de Cálculo Devido ao Peso Próprio (M gd):

γ××=8

2lgM gd

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4,18

75,9 2

××=gdM

mkNM gd ×= 46,81

Verificação da Deformação Máxima do Concreto:

)(

)(

)(

mbw

mtMgd

cmdkll ×

=

20,0

146,8

5,57=llk

40,9=llk logo temos: 724,0=ψ e oo

o57,1=máxcε

Profundidade da Linha Neutra (x):

)4,0()/(85,0)(68,0)( 2 xdmkNf

mbxmkNMgdc

ckw −××××××=×

γψ

)4,0575,0(4,1

2500085,020,068,0724,046,81 xx −×××××=

mx 0857,0= ou cmx 57,8=

Redução da Região Comprimida (x’):

xx 8,0'=

57,88,0' ×=x

cmx 85,6'=

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Força na Armadura Tracionada (F s):

'4,0 xdZ −=

85,64,05,57 ×−=Z

cmZ 76,54=

Z

MF gd

sd =

5476,0

46,81=sdF

kNFsd 76,148=

Tensão na Armadura Tracionada

As

Ff sd

sd =

36,8

76,148=sdf

2/795,17 cmkNf sd = ou MPaf sd 95,177=

Deformação Preexistente Devido ao Peso Próprio ( εbi):

fc

sdbi

E

f=ε

21000

95,177=biε

000847,0=biε ou oo

o847,0=biε

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3.2 Reforço Utilizando Fibras de Carbono

Será feito inicialmente o dimensionamento em que ocorra

simultaneamente o esmagamento por compressão do concreto e a deformação

plástica do aço (seção normalmente armada).

Na figura 3.2 está a representação dos esforços que estão atuando na

seção transversal da viga. Está seção transversal será usada também para o

dimensionamento do reforço utilizando chapas de aço.

Na tabela 3.1 estão os valores das forças, deformações e momento fletor

representadas na figura 3.2.

Figura 3.2 – Diagrama de deformações

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Tabela 3.1– Planilha de cálculo da força na fibra de carbono

Tent. x (cm) εc(‰) εs(‰) Fc,rd (kN) Fs,rd (kN) Ffc(kN) Mrd(kNxm)

01 15,000 3,5 9,92 364,29 363,48 3.406,72 187,63

02 20,000 3,5 6,56 485,71 363,48 921,01 243,48

03 21,000 3,5 6,08 510,00 363,48 451,29 254,07

04 21,500 3,5 5,86 522,14 363,48 219,87 259,29

05 21,626 3,5 5,80 523,79 363,48 188,89 260,00

Como a igualdade sdrd MM = foi satisfeita, o processo interativo é

interrompido e então se faz o cálculo da área da fibra de carbono necessária

para o reforço.

Área da fibra de Carbono

bibcf εεε −=

847,0210,6 −=cfε

ooo363,5=

cfε

fcfcfc Ef ×= ε

227000005363,0 ×=fcf

MPaf fc 40,217.1=

fc

fcfc f

FA =

31040,1217

89,188

×=fcA

2000155,0 mAfc = ou 255,1 cmAfc =

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Tabela 3.2 – Planilha de cálculo da força na chapa de aço

Serão utilizadas cinco camadas com 19cm de largura, toda viga será

reforçada pois não foi calculado o comprimento de ancoragem , logo o vão será

de 7m.

Então, área de fibra de carbono=0,19x5x7=6,65m²

3.3 Reforço Utilizando Chapa de Aço

O procedimento de cálculo para o reforço com chapas de aço é o mesmo

realizado para o reforço com fibras de carbono. Na tabela 3.2 estão os valores

das forças, deformações e momento fletor resistente para o reforço com chapa

de aço.

Tent. x (cm) εc(‰) εs(‰) Fc,rd (kN) Fs,rd (kN) Fch(kN) Mrd(kNxm)

01 15,000 3,5 9,92 364,29 363,48 2.895,91 187,63

02 20,000 3,5 6,56 485,71 363,48 782,86 243,48

03 21,000 3,5 6,08 510,00 363,48 383,60 254,07

04 21,500 3,5 5,86 522,14 363,48 186,89 259,29

05 21,568 3,5 5,83 525,21 363,48 160,31 260,00

Como a igualdade sdrd MM = foi satisfeita, o processo interativo é

interrompido e então se faz o cálculo da área da chapa de aço necessária para

o reforço.

Área da Chapa de Aço

bibcf εεε −=

847,0210,6 −=cfε

ooo363,5=

cfε

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Como a deformação encontra-se dentro do intervalo oo

ooo

o 0,1007,2 ≤≤ sε

tem-se:

s

skch

ff

γ=

15,1

250=chf

MPafch 39,217=

31039,217

31,160

×=chA

20007374,0 mAch = ou 2374,7 cmAch =

Será utilizada chapa de aço com 4,75mm de espessura e 16cm de

largura, toda viga será reforçada pois não foi calculado o comprimento de

ancoragem, logo o vão será de 7m.

Então, área de fibra de carbono=0,16x7=1,12m²

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Tabela 4.1 – Custo para viga utilizando fibra de carbono

4 ANÁLISE DE CUSTO

As tabelas 4.1 e 4.2 descrevem os materiais necessários para execução

do reforço utilizando fibras de carbono e chapas de aço coladas. Os dados

apresentados, juntamente com as condições de contorno de cada situação

permitem fazer uma análise de viabilidade econômica.

Descrição Quantidade Unidade Preço Unit. Total Parcial

Fibra de Carbono 6,650 m² 131,76 876,20

Pimer A 0,249 l 138,07 34,38

B 0,083 l 87,00 7,22

Putty A 0,249 l 130,69 32,54

B 0,083 l 77,96 6,47

Saturant A 0,678 l 406,12 275,35

B 0,226 l 340,28 76,90

Total Geral= R$ 1.309,07

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Tabela 4.2 – Custo para viga utilizando chapa de aço

Descrição Quantidade Unidade Preço Unit. Total Parcial

Chapa de Aço 1,120 m² 149,00 166,88

Pimer A 0,210 l 138,07 28,99

B 0,070 l 87,00 6,09

Putty A 0,210 l 130,69 27,44

B 0,070 l 77,96 5,46

Saturant A 0,571 l 406,12 231,89

B 0,190 l 340,28 64,65

Total Geral= R$ 531,41

Analisando as tabelas 4.1 e 4.2 observa-se que o custo para se reforçar

a viga do estudo de caso com fibra de carbono é aproximadamente 60% maior

que o reforço em chapa de aço colada. Entretanto, o método não é selecionado

só por uma simples análise de custo. Para seleção, deve-se avaliar fatores

como: facilidade de acesso ao local, mobilização e desmobilização de

máquinas.

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5 CONCLUSÃO

Os métodos de reforço apresentados neste trabalho são uma ótima

alternativa quando se dispõem de tempo e quando não é possível modificar a

geometria da seção transversal. Deve-se ter bastante atenção durante o

processo executivo usando mão-de-obra qualificada para o procedimento, uma

vez que o ponto mais importante, tanto para o reforço com fibras de carbono

quanto para o reforço com chapa de aço colada, é a perfeita união entre o

elemento de reforço e o elemento a ser reforçado (concreto) que é promovida

pela resina epoxídica. Também é de fundamental importância que se faça um

tratamento prévio da superfície de concreto para que as condições

estabelecidas durante o processo de cálculo sejam atendidas.

Observa-se que a área necessária para reforçar uma estrutura com

chapa de aço colada é aproximadamente cinco vezes maior que a área de fibra

de carbono necessária para reforçar a mesma viga, isso se deve às

propriedades mecânicas da fibra de carbono, que é um material de elevada

resistência, cerca de dez vezes mais resistente que o aço.

Foi avaliado, também, custo para execução dos dois métodos de

reforço apresentados e observado que a fibra de carbono possui um custo

muito superior em relação às reforçadas com chapa de aço, tabela 4.1 e 4.2,

entretanto é preciso levar em consideração outros fatores para decidir qual a

melhor alternativa.

No reforço com chapas de aço coladas há a necessidade de escorar o

elemento de reforço devido a seu peso, é preciso também tomar as devidas

precauções de forma a proteger a chapa contra a corrosão. Devido a seu peso,

há situações onde o procedimento executivo se torna difícil, como por exemplo

em locais onde é difícil a mobilização de materiais, equipamentos e operários.

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Vários são os fatores que levam o profissional a decidir qual a melhor

alternativa para reforçar determinada estrutura entre das quais se podem citar:

restrição em realizar escoramento, agressividade do ambiente, dificuldades de

acesso ao local de reforço, etc. Para as situações onde não se tenha restrições

para o escoramento e o meio não ofereça risco de corrosão do aço e viável o

reforço com chapa de aço colada.

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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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de Estruturas de Edificações. NBR 6120/1980, Rio de Janeiro, RJ. 5 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informação e

documentação – índice – apresentação. NBR 6034/2004, Rio de Janeiro, RJ.

4 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Informação e

documentação – trabalhos acadêmicos – apresentação. NBR 14724/2002,

Rio de Janeiro, RJ. 7 p.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto de Estruturas

de Concreto – Procedimento. NBR 6118/2003, Rio de Janeiro, RJ. 221 p.

BEBER, Andriei José. Comportamento Estrutural de Vigas de Concreto Armado Reforçadas com Compósitos de Fibra de Carbon o. Tese de Doutorado em Engenharia Civil – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS. 2003. 317 p. Disponível em <http://www.cpgec.ufrgs.br>. Acesso em 03 de agosto de 2008. CAMPAGNOLO, J. L., et al. Técnicas de ancoragem em vigas de concreto armado reforçadas com chapas de aço coladas , Anais, 34ª REIBRAC. São Paulo: 1995. CÁNOVAS, Manuel Fernández. Patologia e terapia do concreto . São Paulo: Editora Pini Ltda., 1988. 55 p. CHUST CARVALHO, Roberto; FIGUEIREDO FILHO, Jasson Rodrigues de –

Cálculo e Detalhamento de Estruturas Usuais de Conc reto Armado

Segundo a NBR 6118:2003. São Carlos: Editora da Universidade Federal de

São Carlos, 2005. 373 p.

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56

MOUZAHEM, Taufik Mohammad. Avaliação de Reforços de Vigas de Concreto Armado à Flexão. Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do Grau de Bacharel em Engenharia Civil - União Dinâmica de Faculdades Cataratas. Foz do Iguaçu, SC. 2006. 81 p.

DE SOUZA, Vicente Custódio Moreira; RIPPER, Thomaz - Patologia,

Recuperação e Reforço de Estruturas de Concreto. São Paulo: Editora Pini

Ltda., 1998. 255 p.

EMMONS, P.;THOMAS, J.; VAYSBURD, A., Muscle Made With Carbon Fiber ,

Civil Engineering. Janeiro, 1998.

HELENE, Paulo R.L - Manual para reparo, reforço e proteção de estrutu ras

de concreto. São Paulo: Editora Pini Ltda., 1988. 119 p.

HUSSAIN, M. Flexural behavior of pre-cracked reinforced concret e beams strengthened externally by steel plates. ACI Structural Journal, v.92, n. 1, 1995.

LEONHARDT, Fritz; MÖNNING, Eduard – Construções de concreto,

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MACHADO, Ari de Paula - Reforço de Estrutura de Construção Armado com

Fibras de Carbono. São Paulo: Editora Pini Ltda.,2002. 1.º Ed, 271 p.

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RODRIGUES, Joaquin. Reforçando o concreto com fibrocabon-E . Revista

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57

SILVEIRA, Sebastião S. Dimensionamento de Vigas de Concreto Armado Reforçadas com Chapas Coladas com Resina Epóxi. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ. 1997. 120 p. Disponível em <http://www.infohab.org.br>. Acesso em 21 junho 2008.

SÜSSEKIND, José Carlos - Curso de Concreto. São Paulo: Editora Globo

S.A.,1979. v.1, 376 p.

VAN GERMERT, et al. Desing methods for strengthening reinforced concrete beams and plates. Katholike Universiteit te Leuven , Laboratorium Reyntjens, Leuven: 1990. ZIRABA, Y. N. et al. Combined experimental-numerical approach to characterization of steel-glue-concrete interface . Material and Structures, n. 28, França: 1995.

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ANEXO 1

ORÇAMENTOS

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Orçamento Fibra de Carbono Fonte: Confidencial =Ref: Cotação Fibra de Carbono. Prezado Senhor Paulo: Seguem abaixo nossos e preços e demais condições para fornecimento de produtos, foi concedida uma condição especial de preços em virtude de ser a primeira obra com nosso sistema ( esse desconto aparece na planilha a abaixo). Durante a execução dessa obra nós faremos uma supervisão como é de praxe em um novo aplicador do sistema. 1-S&P Fibra de carbono 300G/6. Embalagem: Rolos de 45m²/Largura de 0,6m Preço por M²: R$ 131.76/m² IPI: 10% Consumo Aproximado: 1m² 2- PRIMER – Epóxi claro de baixa viscosidade, e alto teor de sólidos que pode ser aplicado usando um rolo. Embalagem: A= 2,84 litros / B= 0,95 litros Preço: A = R$ 138.07/ UND // B = R$ 87.00 / UND IPI: 0% Consumo aproximado de 0,25 litros da mistura(A+B) por m². 3- PUTTY – Pasta Epóxi com alto teor de sólidos que pode ser aplicada usando uma desempenadeira ou rodo para nivelar a superfície. Embalagem: A= 2,84 litros / B= 0,95 litros Preço: A = R$ 130.69/ UND // B = R$ 77.96 / UND IPI: 0% Consumo aproximado de 0,40 litros da mistura(A+B) por m². 4- SATURANT-Resina com alto teor de sólidos que pode ser aplicada usando um rolo para iniciar a saturação das fibras de carbono. Embalagem: A= 11.35 litros / B= 3.78 litros Preço: A = R$ 406.12/ UND // B = R$ 340.28 / UND IPI: 0% Consumo aproximado de 0,68 litros da mistura(A+B) por m².

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Conforme vossa solicitação segue uma planilha resumo com preços em real e custo por m². Condições de fornecimento: Preço válido para faturamento de 30 dd. Preço FOB São Paulo ICMS de 7% incluso. Faturamento mínimo: R$1.500,00. Validade Proposta: 27/09/2008 Sendo o que temos para o momento, nos disponibilizamos para qualquer esclarecimento julgados necessários.

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Orçamento Chapa de Aço Fonte Confidencial Paulo Boa tarde!!!! Conforme contato telefônico segue resposta a cotação: Chapa em aço carbono 3.00mm 1000x2000mm R$ 195,00 Chapa em aço carbono 4.75mm 1000x2000mm R$ 298,00 Condição de pagamento:30 dd Entrega imediata A vista desconto de 2%