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Isenção de responsabilidade

Nem a Comissão Europeia nem qualquer pessoa agindo em nome da Comissão serão responsáveis pela possível utilização da informação seguinte. As opiniões expressas pertencem aos próprios autores e não refletem necessariamente as da Comissão Europeia. Nada neste panfleto insinua ou manifesta uma garantia de qualquer tipo. Os resultados apenas devem ser usados como diretrizes, como parte de uma estratégia global.

© Comunidades Europeias, 2017. Reprodução autorizada desde que sejamencionada a fonte.

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Impressão

Este panfleto foi preparado pela empirica Gesellschaft für Kommunika-tions- und Technologieforschung mbH em nome da Comissão Europeia, Direcção-Geral GROW- Mercado Interno, Indústria, Empreendedorismo e PMEs. É uma publicação da Iniciativa Europeia em e-leadership sob o contrato de serviço “Competências de Liderança para Tecnologias Facilitadoras Digitais e Tecnologias Facilitadoras Essenciais ” (www.eskills-lead.eu)

Editores

Editores: Werner B. Korte, Tobias Hüsing, Eriona Dashja, empirica GmbHConceção e apresentação: www.mediadesign-bonn.de

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PrefácioAs tecnologias digitais e tecnologias facilitadoras essenciais estão a criar novas oportunidades e a fomentar novos, e por vezes perturbadores, modelos de negócios. Para explorar plenamente estas tecnologias, empresas de todas as dimensões e em todos os setores necessitam de trabalhado-res com competências high-tech, também, e o que é muito importante, ao nível da equipa de liderança. Estas competên-cias são muito procuradas a nível global e é pouco provável que as instituições educativas e de formação estejam em posição de dar resposta.

A promoção de competências de liderança high-tech e a disponibilização de uma grande reserva de talentos requer esforços coerentes e consistentes a longo prazo em muitos domínios políticos. Também requer um contributo ativo de inúmeras partes interessadas e parcerias públicas/provadas escalonáveis. Para que tal aconteça, é necessária uma melhor compreensão das características e da magnitude do desafio, bem como das respetivas soluções.

Este documento fornece um resumo das competências de liderança high-tech de última geração na Europa e destaca propostas de ação concretas e a melhor forma de implemen-tar um plano da União Europeia ao nível dos Estados-Memb-ros e ao nível europeu. Estas propostas baseiam-se nos resultados de um processo de consulta, no qual os peritos partilharam as suas experiências e visões sobre as competên-cias de liderança high-tech até 2020 e posteriormente.

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Devem ser empregues esforços consideráveis para aumentar a reserva de talentos europeia e reduzir lacunas, desigu-aldades e carências de competências. Tal requer uma mudança de mentalidades de políticos e de partes interessa-das e, nomeadamente, o reconhecimento que a aprendiza-gem ao longo da vida e o desenvolvimento de competências são fundamentais para o sucesso da Europa, pelo que os sistemas nacionais de educação e formação deverão ser capazes de oferecer respostas e agir em conformidade.

Isto significa mais investimentos nas competências de liderança high-tech, em que as pessoas se encontram no centro. É da responsabilidade do setor privado e público tornar este processo inclusivo. Sem o empenho das partes interessadas, a nível regional, nacional e da UE, não será possível satisfazer a necessidade da Europa de competências de high-tech.Agora é a altura de uma atuação conjunta!

Slawomir TokarskiDiretor

Innovation and Advanced ManufacturingDG Mercado Interno, Indústria, Empreendedorismo e PMEs

Comissão Europeia

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O impacto do high-tech nas competências e no emprego na Europa

A recente e rápida evolução da automação para além do trabalho de rotina e a sua expansão - em combinação com a inteligência artificial - para a aprendizagem de máquinas e a robótica móvel permitiu uma variedade mais ampla de tarefas mais complexas que influenciarão o trabalho e a procura de competências na Europa nas próximas décadas. As estatísticas sugerem que 54 por cento dos trabalhos atuais nos EU28 podem ser computorizados, incluindo muitos trabalhos de poucas ou médias qualificações na indústria, construção, transportes e logística. As empresas têm consciência das implicações destas tendências: em 2016, no quarto inquérito consecutivo, a importância da automati-zação e do aperfeiçoamento dos processos de negócios aumentou, segundo o inquérito global da McKinsey1. Mais de metade dos inquiridos apontam-nos como as três principais prioridades para as suas organizações.

Ao mesmo tempo, assistimos ao aparecimento de empregos completamente novos, que acompanharão alterações significativas no que respeita a procura de competências. As tecnologias high-tech, tais como as tecnologias de fabrico avançadas, associadas ao aumento dos custos da mão de obra em países terceiros (p. ex. na China) oferecem novas oportunidades à Europa em termos de crescimento de emprego. Isto poderia permitir reconduzir a produção para países desenvolvidos. Num inquérito2 realizado a empresas transformadoras americanas pelo Boston Consulting Group em 2016, 37% destas empresas, com um volume de vendas anual superior a mil milhões de dólares estava a planear ou a considerar ativamente deslocar unidades de produção da China para os Estados Unidos. Das empresas muito grandes, com vendas superiores a 10 mil milhões, 48% reconduziu a sua produção para a origem. O regresso às origens ("reshoring") é considerado por muitos especialistas como uma potencial fonte de renovação na criação de emprego, nomeadamente em setores mais afetados, como a produção, e que, no passado, foram os mais expostos a atividades de deslocalização.

Perturbações causadas por novas tendências tecnológicas, industriais e empresariais

Existe um poderoso impulso inovador pelas novas tendências das tecnologias de informação (TI) e tecnologias facilitadoras essenciais (KETs: micro e nanoeletrónica, nanotecnologias, biotecnologia industrial, fotónica e tecnologias de produção avançadas). Nos próximos anos, o seu impacto transformaci-onal na economia e na sociedade aumentará dramaticamente a necessidade de novas competências, especialmente de competências de liderança high-tech.

A procura difere consoante as diferentes tendências tecnoló-gicas e tipos de competências, mas os peritos prevêem que Big Data, a Internet das Coisas e a combinação de sistemas cognitivos e robótica sejam as mais revolucionárias e que criem a maior procura. Aproximadamente 70% dos peritos inquiridos para o nosso trabalho concordam que o aumento da procura irá criar lacunas de competências na Europa. A combinação de tecnologias digitais e de tecnologias facilita-doras essenciais irá criar uma necessidade importante de competências multidisciplinares, o que é atualmente menos visível que as competências digitais, mas crucial para modernização da indústria a longo prazo.

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Em 2020, 65% dos nossos empregos atuais terão sofrido mudanças devido a desenvolvi-mentos tecnológicos. É importante que todas pessoas desenvolvam competências para que permaneçam competitivas na Economia Digital. Os líderes industriais europeus, em particular, deverão adquirir as competências técnicas, comerciais e de liderança estratégicas para iniciar e alcançar inovação digital.

Saskia Van UffelenCEO Ericsson BeLux, Digital Champion Bélgica

1. Economic Conditions Snapshot, dezembro de 2016: McKinsey Global Survey results, dezembro de 2016: http://www.mckinsey.com/business-functions/strategy-and-corporate-finance/our-insights/economic-conditions- snapshot-december-2016-mckinsey-global-survey-results 2. Boston Consulting Group: Transformation: Delivering and sustaining breakthrough performance, 2016: http://media-publications.bcg.com/transformation-ebook/BCG-Transformation-Nov-2016.pdf

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As queixas sobre a dificuldade em colmatar a falta de competências não se traduzem necessariamente no aumento do emprego, mesmo que as competências fiquem disponí-veis. As desigualdades entre a procura e a oferta abundam, devido a expetativas irrealistas, mau sentido de oportunidade ou a mera geografia. Na Europa, a oferta nem sempre está disponível onde existe procura. A procura de competências high-tech resultará na necessidade de nova formação e certificação para a população ativa e gestores de hoje, bem como da criação de novos empregos adicionais.

A natureza inovadora e os perfis tecnológicos destas tendên-cias, nomeadamente Big Data e a Internet das Coisas (IdC), tecnologias avançadas de produção e outras tecnologias facilitadoras essenciais é bastante provável que crie a necessidade de competências genuinamente novas e, onde exista aumento de receitas, a criação de novos empregos.

A importância de competências de liderança high-tech

As competências necessárias para obter inovação tecnológica de sucesso são essenciais para o desenvolvimento da competitividade e capacidade inovadora da Europa. A economia moderna depende de indivíduos com a capacidade de conceber novos modelos de negócios e de aproveitar oportunidades para utilizar as novas tecnologias da melhor forma para acrescentar valor.

A metáfora do "T", em conjunto com a apresentação do triângulo de competências de liderança é útil para descrever profissionais "prontos para o futuro", que são inovadores adaptativos com o talento em high-tech necessário e competências de liderança.

A metáfora profissional em forma de T 3

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As principais características da quarta revo-lução industrial com as qual nos deparamos hoje são velocidade sem precedentes e omni-presença, que alterarão as regras dos negócios e as correntes de valor tradicionais. Necessita-mos de líderes high-tech que o compreendam e que sejam capazes de aproveitar as oportuni-dades que oferece.

Maria Laura FornaciConsultor Senior Fondazione ISTUD

3. Adaptado da fonte: T Summit 2016 Event: http://tsummit.org/t

COMPETÊNCIAS QUE ATRAVESSAM FRONTEIRASTrabalho em equipa, comunicação, perspetiva, redes, pensamento crítico,

compreensão global, gestão de projetos, etc.

VÁRIAS DISCIPLINASCompreensão & comunicações

VÁRIOS SISTEMASCompreensão & comunicações

PROFUNDIDA-DE EM,

PELO MENOS, UMA

DISCIPLINARaciocínioanalítico

& resoluçãode problemas

PROFUNDIDA-DE EM,

PELO MENOS, UM

SISTEMARaciocínioanalítico

& resoluçãode problemas

EU

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O triângulo de competências high-tech

Representam:

>> Liderança estratégica: para gerir pessoal interdisciplinar, e influenciar partes interessadas através de fronteiras funcionais e geográficas

>> Proficiência empresarial: para inovar modelos comerciais e operacionais, acrescentando valor às organizações

>> Proficiência high-tech: para visualizar e impulsionar mudanças para aperfeiçoar o desempenho comercial, aproveitando as oportunidades de inovação nas tendências high-tech.

Medidas tomadas

Desde a sua comunicação sobre "competências em TIC para o Século 21" (2007), a Comissão Europeia tem vindo a ajudar a desenvolver as competências digitais e a criar uma maior reserva de talentos de profissionais de TI, necessária para que a UE seja inovadora e competitiva no mercado global. Em 2012, a Comissão Europeia adotou uma “Estratégia Europeia para Tecnologias Facilitadoras Essenciais - Uma ponte para crescimento e emprego” 4, em que define a estratégia para impulsionar a aplicação das KET na Europa. Vários Estados-Membros lançaram grandes iniciativas nacionais, nomeada-mente a Alemanha5, França6 e Itália7 .

A comunicação da Comissão Europeia para um "Renascimen-to Industrial Europeu”8 (2014) destaca que as tecnologias digitais são essenciais para aumentar a produtividade através da redefinição de modelos de negócio e da criação de novos produtos e serviços. Através do Fórum da Política Europeia sobre Empreendedorismo Digital9 (criado pela Comissão Europeia em 2014), foram entregues vários relatórios, incluindo "Aceleração da transformação digital na indústria e empresas europeias" (março de 2016) e "Requalificação da indústria europeia: Procuram-se novas ferramentas operacio-nais" (julho de 2016).

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Os líderes de hoje em dia necessitam de navegar pelas complexidades de um ambiente sujeito a rápidas mudanças. As competências de liderança high-tech significam a capacidade de identificar os riscos e as oportunidades que as inovações apresentam às pessoas, organi-zações e à sociedade no geral.

Nicolas SchmitMinistro do Trabalho, Emprego e Economia Social e Solidária, Luxemburgo

4. https://ec.europa.eu/growth/industry/key-enabling-technologies/european-strategy_en5. http://www.hightech-strategie.de/de/The-new-High-Tech-Strategy-390.php6. http://www.economie.gouv.fr/files/files/PDF/pk_industry-of-future.pdf7. http://www.fabbricadelfuturo-fdf.it/?lang=en8. https://ec.europa.eu/growth/industry/policy/renaissance_en9. http://ec.europa.eu/growth/sectors/digital-economy/entrepreneurship/strategic-policy-forum_en

Liderançaestratégica

Inteligêncianos negócios

Inteligênciaem High-Tech

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Estas atividades são conhecidas e reconhecidas nos círculos de especialistas. Em 2016, um inquérito de especialistas realizado pela empirica confirmou que estas análises e iniciativas eram reconhecidas como muito relevantes para a abordagem dos desafios resultantes da perturbação digital e da modernização industrial e para criar as reservas de talento que podem ser necessárias para desencadear novos desen-volvimentos e tendências tecnológicas.

É altura de integrar atividades relacionadas com competênci-as digitais e tecnologias facilitadoras essenciais numa agenda abrangente de competências high-tech. Os mais recentes desenvolvimentos nestas áreas revelam que as competências multidisciplinares são cruciais para a modernização e competitividade industrial e, consequentemente, a criação e a retenção do emprego na UE.

A Europa necessita de 50 000 lídereshigh-tech adicionais por ano

Competências de liderança interdisciplinares que exploram novas tecnologias digitais e tecnologias facilitadoras essenci-ais para que as empresas e as indústrias se superem na sua área de negócio são fatores fundamentais para a economia high-tech.

Calculamos que, em 2015, exerciam funções 600 000 líderes com a combinação de um portfólio em T de competências digitais, comerciais e estratégicas. No que respeita as TH, calculamos que o número total de líderes high-tech em 2015 era de 200 000. Em suma, para o efeito de definição do grupo alvo a atingir e fomentar pela política, estimamos que existam 800 000 líderes high-tech nos 28 países da UE.

Desenvolvemos vários cenários e, com um cenário de crescimento conservador, prevemos que, por ano, exista a necessidade de uma média de 43 000 novos líderes no domínio da liderança digital e de 7000 no domínio das TH.

Resumindo os números, o cenário anterior requer que a Europa crie cerca de 50 000 líderes high-tech adicionais por ano até 2025 ou um total aproximado de 450 000 até 2025, fornecendo-lhes oportunidades educacionais relevantes e expondo-os à experiência de trabalho e de liderança necessá-ria. Se a Europa não for capaz de fomentar o fornecimento destes líderes high-tech, corre o sério risco de desperdiçar oportunidades de inovação e permitir que estes sejam utilizados pela concorrência.

Importância de líderes para fomentar inovação a todos os níveis

A população de líderes high-tech é altamente diversificada e consiste em líderes que podem ser encontrados em diferen-tes níveis empresariais. Além de executivos de nível C (tais como CEOs, CTOs, CIO, etc.), que constituem o nível mais elevado das empresas, existe também uma camada mais vasta de "líderes de nível médio". Estes incluem líderes de divisões, departamentos, equipas de projeto e outros subgrupos.

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O desenvolvimento da digitalização não é uma era de mudanças, mas a mudança de uma era. Por isso, é necessário que as pessoas adaptem o seu talento, competências e atitudes às novas formas de pensar, interpretar, agir e de se relacionar neste novo ecossistema, se quiserem permanecer competitivos e sobreviver neste novo ambiente profissional.

Nacho de Pinedo CEO do ISDI - Instituto para o desenvolvimento da internet

10. Harvard Business School (2013) ”Danger in the middle: Why midlevel managers aren’t ready to lead” Harvard Business publishing; disponível em: http://www.harvardbusiness.org/sites/default/files/PDF/17807_ CL_MiddleManagers_White_Paper_March2013.pdf 11. Alexander S. (2016) “Key to Sustainable Success: Developing Middle Managers”, publicado em Everwise em 20 de maio de 2016, disponível em: https://www.geteverwise.com/talent-development/key-to-sustainable- success-developing-middle-managers/12. Ibid.

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Os líderes de nível médio são fundamentais para o sucesso da execução das estratégias comerciais e da transformação organizacional permanente. Representam, com frequência, motores visionários e inovadores, com motivação, capaci-dades e elevado potencial.

Apesar da importância dos líderes de nível médio se encont-rar em crescimento, muitas vezes as suas competências não estão à altura dos requisitos do mercado10. Para organi-zações com ambição de competir e prosperar, existe uma clara necessidade de investir em recursos suficientes para o desenvolvimento dos seus líderes de nível médio11. O desenvolvimento de uma liderança de sucesso tem por base a mistura de aprendizagem experiencial no trabalho, treino e feedback com formação formal. Os programas de boas práticas mantêm a aprendizagem o mais perto possível do trabalho diário de um líder12.

A maioria das organizações não possuem programas de desenvolvimento para líderes de nível médio. As medidas alternativas possíveis para fomentar o seu desenvolvimento incluem a procura de um coach, tornarem-se eles próprios mentores de outros indivíduos em crescimento, estabelecer a consciencialização dos próprios talentos e pontos de desen-volvimento, procura de oportunidades que os forcem a sair da sua zona de conforto e permitir tempo para "pensar fora da caixa". As partes interessadas acolheriam favoravelmente um suporte ao nível da UE na realização de um inventário de iniciativas relevantes disponíveis neste campo e/ ou no desenvolvimento de um mapa de desenvolvimento de líderes de nível médio para domínios high-tech.

Necessidade de uma nova geração de líderes

A natureza multidisciplinar e em rápida evolução das TH e o seu ambiente de mercado altamente competitivo e difícil de prever requerem uma nova geração de líderes, especialmente no campo das TH, capazes de identificar, criar e servir mercados fundamentalmente novos. Tal tem implicações diretas nos requisitos de competências para estes lideres.

Em seguida, apresentamos algumas das competências fundamentais que a nova geração de líderes de KET devem possuir:>> Aprender a aprender, incluindo, a um nível primário, a capacidade de absorver e atualizar constantemente os conhecimentos, bem como de criar novos conhecimentos em adição ao existente.

>> Alerta, no que respeita a capacidade de monitorizar constantemente os desenvolvimentos internos e externos (p. ex., económicos, sociais, culturais, políticos, tecnológicos, etc.), ganhando consciência das tendências mais recentes, bem como a capacidade de agir rapida- mente em conformidade.

>> Adaptabilidade, que implica estar aberto à mudança (positiva ou negativa) e a considerar a variedade no local de trabalho, a capacidade de aceitar, de se preparar e enfrentar as mudanças.>> Experimentação contínua e capacidade de reconstruir fracassos, com a aceitação de potenciais fracassos e a capacidade de os transformar em experiências de aprendizagem valiosas e, preferencialmente, em situações de vitória.

>> Competências multidisciplinares e de integração, incluindo a capacidade de utilizar e integrar vários campos em soluções conjuntas para problemas complexos, melhor conseguida a nível coletivo (p. ex., através do trabalho em equipa). As competências de integração seguem lado a lado com uma mentalidade orientada para a criação e desenvolvimento, pensamentos inovadores e competências de resolução de problemas.

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Não está a ser prestada atenção suficiente à formação de pessoas em ambientes de elevada intensidade de capital. A formação prática nos equipamentos caros é altamente desafiante. É necessário desenvolver novos métodos educati-vos para tais ambientes.

Rudy Lauwereins Vice Presidente, IMEC (Organização de I&D que combina tecnologia de microchips com experiência em software e TIC)

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Competências de liderança high-tech em relance

Partindo do pressuposto que a medição direta da prevalência de competências de liderança high-tech não é possível com base em estatísticas e ocupações oficiais existentes, criámos uma tabela classificativa europeia experimental, que utiliza dados disponíveis para monitorizar os progressos em áreas relacionadas com competências high-tech.

Por enquanto, a primeira versão desta tabela classificativa experimental foca-se apenas no subgrupo digital de com-petências de liderança, ou seja, competências e-leadership designadas. Não desenvolvemos uma tabela classificativa comparável para cada um dos seis domínios de tecnologias facilitadoras essenciais, dado que seriam necessários esforços e recursos consideráveis, que ultrapassariam significativa-mente o âmbito do nosso trabalho.

É composta por domínios como: >> educação para e-leadership, >> proporção da mão de obra com potencial em e-leadership>> variáveis estruturais que permitem a exploração de oportunidades em e-leadership e >> políticas ou outros mecanismos de fomento de e-leadership.

Com base em 24 indicadores de fontes primárias e secundári-as, a tabela classificativa compara o "desempenho" nos Estados-Membros da UE e identifica pontos fortes e fracos de ecossistemas de e-leadership para alimentar a discussão de políticas nacionais e da UE.

Mede os fatores que provavelmente afetam a procura e a oferta de competências de e-leadership em cada país e, assim, oferece visões sobre o desempenho em domínios de e-leadership distintos.

Pode ser utilizada pelos responsáveis do desenvolvimento de

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Desempenho em e-leadership por indicador

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Fonte: empirica 2017:

Políticas e iniciativas de partes interessa-das - competências

para o empreendedorismo digital

Políticas e iniciativas de partes interessadas - educação e formação

em e-leadership

Políticas e iniciativas de partes interessa-das - Competências Práticas de Tecnologi-

as da Informação

Estado do desenvolvimento do cluster

Impacto das TIC em novosserviços e produtos

Capacidade de inovação

Absorção tecnológica de nível de empresa

Disponibilidade de últimas tecnologias

Empresas que usam redes sociais

Empresas que usam RFID

Empresas que empregam especialistas em TIC

Empresas em setores TIC intensivos

Programas de Mestrado/Nível Educ. Exec. misturando TIC com negócios

Programas candidatos a e-leadership

Emprego no sector das TIC

Empresas de elevado crescimento em setores TIC intensivos

Empresas de elevado crescimento no sector das TIC

Graduados em gestão empresarial

Graduados em TIC

Núcleos de profissionais de TIC

Gestores de TIC, arquitectos e analistas

Gestores de linha

Qualidade de escolas de gestão

Formação em empresas para especialistas em TI/TIC

EU DE (2016) DE (2015)

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políticas e pela indústria, pela educação superior executivo, tanto para contrariar ameaças como para sugerir novas vias de oportunidades.

Competências de liderança high-tech Índice comparativo

O índice experimental combina cada uma das diferentes dimensões da tabela classificativa de e-leadership para comparar as políticas dos Estados-Membros da UE neste campo. O índice reúne indicadores sobre o clima de negócios e políticas, infraestruturas e resultados relacionados com e-leadership. Situa os Estados-Membros em quatro grupos de desempenho:

>> (Grupo 4) Irlanda, Holanda, Finlândia, Reino Unido, Suécia, Bélgica e Dinamarca são líderes, com desempenho superior em mais de 20%à média da UE;>> (Grupo 3) Luxemburgo, Malta, Áustria, Alemanha, França, Eslovénia e Estónia têm um desempenho inferior a 20% acima ou perto da média da UE;>> (Grupo 2) Espanha, Lituânia, República Checa, Letónia, Hungria, Portugal e Polónia têm um desempenho inferior à media europeia em 20%.>> (Grupo 1) Chipre, Croácia, Eslováquia, Bulgária, Itália, Grécia e Roménia têm um desempenho inferior a 20% abaixo da média da UE.

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Mapa europeu de quartis de Índice e-leadership

Classificação de Marcos de Excelência em TIC na UE ”ICT Pole of Exellence”, IRC (2014)

Classificação de 1-3Classificação de 4-11Classificação de 12-34

Fonte: empirica 2017

IE

NLFI

UKSEBEDKLUMTATDEFR

SIEE

EUESLTCZLV

HU

PTPLCYHRSKBG

IT

GRRO 2.9

3.2

3.63.8

3.93.9

3.94.04.04.1

4.34.34.3

4.34.95.15.1

5.3

5.55.7

5.75.8

6.06.26.2

6.46.76.7

6.9

Grupo 1: mais de 20% abaixo da média daEU Grupo 3: menos de 20% acima da média da EU

Grupo 2: menos de 20% abaixo da média da EU Grupo 4: mais de 20% acima da média daEU

Helsínquia

Londres

Estocolmo

AmsterdãoEindhoven

Leuven

Paris Darmstadt

KarlsruheMunique

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A Irlanda encontra-se no topo do desempenho de 2016, seguida de perto pela Holanda e pela Finlândia. No geral, a situação nos grupos é a mesma de 2015, exceto para a Croácia, que desceu para o Grupo 1, ao passo que Portugal e a Polónia subiram para o Grupo 2.

Boas práticas de competências de liderança high-tech

À medida que o campo de treino das competências high-tech se desenvolve, temos vindo a assistir ao aparecimento de diferentes programas e iniciativas de treino bem sucedidos, que se unem a uma série de boas práticas.

Esta secção identifica estas boas práticas, abordando aspetos importantes das competências de liderança high-tech da nossa análise de programas e iniciativas. Incluem exemplos de >> Novos programas e plataformas educativas e de formação, >> Programas de parcerias e mentorias multi-investidores diversas partes interessadas, >> Iniciativas para alinhamento da educação em produção avançada e outras tecnologias inovadoras com as necessidades da indústria >> Uma infraestrutura avançada para a formação em tecnologias de produção avançadas, iniciada e liderada por>> Esquemas de formação em empreendedorismo e start-ups e aceleradores.

EXEMPLO DE BOAS PRÁTICAS

IMEC INTERNATIONAL – a fusão da imec e da iMinds criou um centro de investigação em high-tech líder mundial para fomento da economia digital, Bélgica

A Imec realiza investigação líder a nível mundial em nanoele-trónica e fornece soluções em tecnologias relevantes para a indústria. A Imec está sediada em Leuven, na Bélgica e tem escritórios na Bélgica, Holanda, Taiwan, EUA, China, Índia e Japão com cerca de 2 500 investigadores, incluindo quase 800 industriais residentes e investigadores convidados.

A Imec é um líder global no ramo da nanoeletrónica há mais de 30 anos e inovou aplicações em sistemas inteligentes para a Internet das Coisas (IdC), Internet da Saúde e a Internet da Energia.

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Na AGFA, precisamos de executivos que impulsionem a nossa inovação. Ao longo de décadas, investimos na transformação digital das nossas atividades na indústria gráfica e no setor dos cuidados de saúde. Apesar de sermos um agente global e inovador, é difícil encontrar pessoas com a formação executiva certa. Esta iniciativa surge na altura certa, para proporci-onar uma nova geração de líderes capazes de capitalizar as nossas competências de TI.

Freddy Van den Wyngaert CIO, Agfa ICS

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Construiu uma rede extensa de parceiros a nível mundial, bem como na Flandres e criou subsidiárias de sucesso.

As atividades da iMinds abrangem domínios de investigação como a IdC, privacidade e segurança digital e a conversão de dados em bruto em conhecimento. A sua experiência em software é bastante conhecida e as suas atividades de empreendedorismo na Flandres são de primeira qualidade.

A iMinds foi o centro de investigação e empreendedorismo digital da Flandres, com cerca de 1000 investigadores em cinco universidades flamengas que conduziram investigação estratégica e aplicada em áreas como Media, Saúde, Cidades Inteligentes e Produção. Em conjunto com os seus parceiros de investigação - empresas, governos e organizações não governamentais - a iMinds transforma o know-how digital em produtos e serviços concretos. Além disso, a iMinds apoia investigadores e empreendedores (start-up) na introdução no mercado das suas ideias.

No final de 2016, os centros de investigação e nanoeletrónica imec and o centro de investigação digital e de incubação iMinds fundiram-se num centro de I & D high tech. Sob o nome imec, a entidade combinada encontra-se a criar um centro de investigação high-tech de classe mundial para a economia digital, combinando a liderança de longa data na tecnologia de microchips com a experiência profunda em software e TI. http://www2.imec.be/

EXEMPLO DE BOAS PRÁTICAS

Software Campus – um inovador programa de liderança high-tech de excelência, Alemanha

O Software Campus é uma cooperação única entre o gover-no, educação e indústria que oferece apoio a jovens investiga-dores para que se tornem líderes high-tech. Cada participante trabalha num projeto académico fundado pelo Software Campus. Após a seleção dos participantes, as bolsas são solicitadas ao Ministério da Educação e Investigação. Além disso, os candidatos recebem formação em liderança de alta qualidade pelos parceiros industriais participantes. Por isso, colaboram com uma empresa parceira, onde são orientados por um gestor experiente e contribuem com a sua investi-gação.

O Software Campus teve origem na ideia de criar uma nova geração de gestores com bases avançadas em TI, dado que os novos líderes high-tech do futuro devem possuir tanto competências económicas (e de engenharia) como excelen-tes competências e conhecimentos em TI.

Um total de 19 partes interessadas, composto por universi-dades, instituições de investigação e empresas contribuem para a parceira multi-investidores. Os parceiros industriais incluem nomes importantes, como a Deutsche Post DHL, Siemens e SAO. Uma das maiores prioridades era incluir empresas de diferentes setores económicos e fomentar uma plataforma para trabalho pré-competitivo. http://www.softwarecampus.de/en/home/

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Os empreendedores high-tech audazes são importantes para a economia digital, mas a liderança no trabalho é mais abrangente e mais profunda, o que significa reforçar as competên-cias de liderança high-tech da mão de obra para fomentar a inovação de sucesso no futuro.

Roger De KeersmaeckerConsultor Executivo, IMEC

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EXEMPLO DE BOAS PRÁTICAS

PROMPT – Mestre profissional em desenvolvimento de software, Universidade de Mälardalen, Suécia

O programa educativo avançado PROMPT tem o objetivo de garantir o fornecimento à indústria de especialistas em software e aumentar a competitividade industrial através de cursos universitários personalizados gratuitos para engenhei-ros e desenvolvedores.

A PROMPT foi lançada como uma iniciativa educativa nacional, em cooperação com vários setores académicos e um grande número de empresas e organizações industriais suecas líderes. Em conjunto, as partes desenvolvem cursos académicos de nível avançado, adaptados para engenheiros profissionais e desenvolvedores de software. O objetivo é garantir o fornecimento à indústria de competências e inovações avançadas de software.

Os cursos, todos de nível de mestrado, são desenvolvidos para que se adaptem aos que se encontrem a trabalhar r que pretendam combinar o trabalho e os estudos. Os cursos são produzidos em cooperação com as empresas com necessi-dades da competência e o ensino foi adaptado para profissio-nais que combinam os estudos com o trabalho. Os cursos combinam estudos convencionais com a aprendizagem à distância com base na web e com o ensino nas empresas participantes.

O objetivo do projeto é, por um lado, implementar a atuali-zação de competências que melhorarão significativamente a competitividade na indústria e, por outro, apoiar o desenvol-vimento de novas inovações com base no software. As empresas participantes obtêm uma vantagem no que respeita a integração de novas pesquisas nas suas áreas de atividade. PROMPT é uma iniciativa aberta que acolhe empresas e instituições de ensino superior (IES) adicionais. O projeto PROMPT é financiado pelo programa "Expertise for Innovation" da Fundação para o Conhecimento sueca e também pelas IES e empresas participantes.http://www.promptedu.se/

EXEMPLO DE BOAS PRÁTICAS

Universidade de TI de Copenhaga, Dinamarca

A Universidade de TI de Copenhaga é uma universidade dinamarquesa independente de orientação global, fundada em Copenhaga, na Dinamarca, em 1999. A Universidade de TI é uma universidade de faculdade única, com uma abordagem transdisciplinar e a universidade dinamarquesa mais recente, com cerca de 2000 alunos. Com base na sua missão de contribuir para tornar a Dinamarca um país de exceção na criação de valor com TI; a Universidade de TI esforça-se por oferecer investigação e educação reconhecidas internacional-mente e altamente relevantes.

A Universidade de TI de Copenhaga oferece 3 programas de BSc, 4 programas de MSc e um vasto programa de PhD, bem como Mestrados e Licenciaturas profissionais, incluindo estudos interdisciplinares em Ciências, Humanidades, Design e Negócios. Os alunos provêm de meios muito distintos e muitos são internacionais, oferecendo novas perspetivas e abordage-ns. O espírito empreendedor tanto da Universidade como dos seus alunos é elevado, como evidenciado na lista de cerca de 50 start-ups fundadas por alunos da ITU.

Os diferentes programas da Universidade TI de Copenhaga ensinam temas de importância e relevância crucial para a inovação e a criação de valor com TI em empresas, agora e no futuro, com uma abordagem transdisciplinar e uma forte representação de análise de software e dados na investigação e educação.http://en.itu.dk/

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A iniciativa PROMPT constrói-se sobre a inve-stigação bem sucedida, em cooperação entre o meio académico e a indústria. A motivação dos investigadores é conseguir trabalhar com os seus parceiros de investigação numa nova forma; treinando profissionais e, por seu lado, obter informações sobre os desafios da indús-tria e formas de trabalhar.

Malin RosqvistLíder de projeto no projeto PROMPT, Escola de Inovação, Design & Engenharia, Universidade de Mälardalen

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EXEMPLO DE BOAS PRÁTICAS

DiTex – Programa executivo de talentos digitais, Espanha

O DiTex – Programa executivo de talentos digitais é dirigido a diretores de Recursos Humanos, gestores de talentos e especialistas em gestão, bem como a gestores de formação e desenvolvimento responsáveis pela agenda digital do negócio e pela transformação de talentos. O objetivo é ensinar e aprender conhecimentos sobre os negócios digitais, de forma a conduzir a transformação de talentos da empresa a partir dos RH e familiarizar-se com as ferramentas digitais para a gestão de novos KPIs. O programa consiste em 8 módulos e combina a teoria com o desenvolvimento de um projeto nuclear. Os professores do ISDI são profissionais digitais ativos reconhecidos e peritos nas suas áreas de ensino.

O DiTex é provavelmente um de poucos programas do género que é bastante orientado para o mercado / indústria e oferecido por um novo operador do mercado de formação "digital" e de "transformação digital" dedicado, destinado a executivos com prática em trabalhos digitais e especialistas, em lugar de académicos e professores, e que pode ser adaptado de forma fácil e rapidamente às necessidades em mudança do mercado.http://www.isdi.education/ditex

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A inovação digital tornou-se uma chave do crescimento económico, mas muitas empresas líderes não se estão a mostrar capazes de manter a liderança como inovadores. Neces-sitam de profissionais de e-leadership que catalizem as competências das suas equipas de forma a produzir ideias rentáveis.

Silvia LealDiretora Académica de Programas de TI, Escola de Negócios IE

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EXEMPLO DE BOAS PRÁTICAS

Festo Didactic “Transfer Factory” – Plataforma de investi-gação e ensino, Alemanha

A digitalização na produção avançada exige que os trabalha-dores desenvolvam uma profunda compreensão da estrutura e da programação de redes de instalações digitais. Tais competências são ensinadas da melhor forma em ambientes reais controlados, aos quais as instituições de formação e as empresas não possuem, por norma, acesso. A plataforma de aprendizagem e investigação CP Factory - uma iniciativa de financiamento privado da Festo Didactic - responde a este desafio oferecendo às instituições de ensino superior e às empresas acesso à tecnologia e às aplicações da Indústria 4.0.

A base da plataforma de formação é MPS® Transfer Factory. A plataforma demonstra a produção do futuro numa rede inteligente controlada localmente e foi desenvolvida para a formação flexível numa vasta gama de tecnologias e temas. Estes objetos incluem redes de instalações, programação PLC, tecnologia de acionamentos, tecnologia de sensores, tecnologia de segurança, robótica, montagem, bem como análise e otimização de fluxos de valor.

A Festo Didactic disponibiliza, também, cursos de formação individuais, em conjunto com a MPS® Transfer Factory, que abordam comunicações, robótica, simulação, processamento de imagem, programação PLC, bus de campo, tecnologia RFID, simulação de instalações e resolução de problemas.

É uma das poucas iniciativas de formação de financiamento privado em digitalização de produção avançada e, por isso, única no mundo. Além disso, as instalações de formação com a mais tecnologia mais recente são únicas na Europa.www.festo-didactic.com

EXEMPLO DE BOAS PRÁTICAS

Programa UK Futures – Competências para a inovação na produção, Reino Unido

O programa UK Futures é uma série de programas de aprendizagem direcionada a problemas específicos emergen-tes ou persistentes da mão de obra.

No concurso "Skills for innovation in manufacturing", partes interessadas do setor empresarial e académico foram convida-das a apresentar propostas de projetos direcionadas ao desenvolvimento de competências de gestão do processo de inovação e à exploração de produtos ou serviços inovadores para valor comercial.

Cada projeto premiado irá testar o desenvolvimento de competências nos seus locais de trabalho, resultando numa série de programas de aprendizagem destinada a abordar necessidades de competências específicas dos locais de trabalho. Recebem um co-investimento do UKCES de até £150 000 por projeto.

A iniciativa é única, dado que não foi identificada qualquer outra iniciativa na Europa que se foque no desenvolvimento de competências de gestão do processo de inovação e para a exploração de produtos e serviços inovadores na produção avançada.

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Sem educação 4.0, a indústria 4.0 não sobreviverá. A indústria digital depende das competências digitais dos trabalhadores e da especialização sobre os domínios, pelo que a transformação digital depende da educação e formação adequadas.

Marius RiegerOrador de política educacional no ZVEI - Zent-ralverband Elektrotechnik- und Elektronikin-dustrie e. V.

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As organizações que entregaram propostas bem sucedidas incluem um fabricante líder no Reino Unido, um corpo de representantes das entidades patronais e universidades do Reino Unido. Os projetos estão sediados em Belfast, Cardiff, Glasgow, Swansea e Lancaster.https://www.gov.uk/government/organisations/uk-commissi-on-for-employment-and-skills

EXEMPLO DE BOAS PRÁTICAS

Start-up Estonia

O governo da Estónia iniciou o Start-up Estonia no final de 2011, um programa para a promoção de start-ups de negó-cios em áreas de grande crescimento com uma forte compo-nente de TI. Start-up Estonia é uma iniciativa que apoia start-ups de empreendedorismo digital, ajudando os estu-dantes e investigadores locais a desenvolver incentivos de negócios na área de TI. Start-up Estonia reúne mentores de todo o mundo para a partilha de conhecimentos com os empreendedores locais, organiza workshops, palestras abertas e eventos de networking para auxiliar a colaboração e a partilha de informações para proveito mútuo.

A iniciativa tem o objetivo de desenvolver as capacidades dos intervenientes do mercado (p. ex., através do financiamento do aparecimento de novos aceleradores), para oferecer formação a start-ups, em lugar de ofertas de apoio direito às mesmas (subsídios).

A iniciativa está unida a organizações de financiamento de 2014. Hoje em dia, e desde 2016, o programa é gerido pela Fundação KredEx. Até aí, foi gerido pelo Fundo de Desenvol-vimento da Estónia, que substitui a Enterprise Estonia em 2014. Prevê-se que a necessidade do Startup Estonia se torne obsoleta até cerca de 2020 e o próprio mercado crie projetos de startup.http://www.startupestonia.ee

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A inovação baseia-se no talento. A inovação comercial bem sucedida requer que o talento e a liderança reflitam a era digital: a capacidade de liderar e inspirar equipas virtuais e multicul-turais, de adaptação a ambientes em mudança e a preparação para adotar novas formas de fa-zer negócio. O trabalho da Comissão Europeia em e-leadership e competências de liderança high-tech é de importância vital para todos os governos, empresas, organizações e indivíduos que tentem transformar as inovações tecnoló-gicas em oportunidades.

Bruno LanvinDiretor Executivo da Global Indices, INSEAD, membro da direção de ICANN e GovTech

É altura da indústria e dos governos imporem uma forma de pensar dual relativamente à educação e desenvolvimento de competências táticas como fator de sucesso do empreen-dedorismo. As organizações que ignorem a necessidade de competências digitais serão ul-trapassadas pela digitalização das economias.

Christian PagelDiretor de Gestão de Tecnologias de Informação/CIO, ThyssenKrupp Industrial Solutions

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Proposta para uma agenda Europeiade competências de liderança high-tech

As nossas recomendações foram concebidas para ajudar a garantir que a Europa possui uma reserva suficiente de líderes high-tech no futuro. Resultam de consultas de especialistas em workshops, inquéritos e entrevistas.

Estiveram envolvidos num inquérito e em entrevistas mais de 700 peritos. Cerca de 100 peritos manifestaram interesses em contribuir para o desenvolvimento da agenda e cerca de 50 fizeram propostas específicas.

As recomendações e ações vão ao encontro dos desafios e oportunidades da Europa no desenvolvimento de competênci-as de liderança high-tech, agilizar a educação e a formação e fomentar talentos de acordo com seis prioridades estratégicas:

As recomendações fornecem guias de ação a todos os níveis na Europa, para a indústria, os meios académicos, governos e outras partes interessadas de nível nacional e para as instituições da União Europeia. São propostos em seguida, com uma calendarização para ações chave.

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Produção Avançada

Micro enanoeletrónica

Biotecnologia industrial

Materiaisavançados

FotónicaNano-tecno-logias

Sistemas de TIherdados

Computaçãoem nuvem

Análisede Big Data

Internet das Coisas

COMPETÊNCIASDE LIDERANÇA

HIGH-TECHMóvel Redes

Sociais

Monitorização,comparação e

previsão

Serviços digitais com base em plataformas para suporte de carreiras, etc.

Indústria, educaçãoe formação

Melhor coordenaçãoe financiamento

Estratégias digitais e de competências high-tech

nacionais

Promoção e sensibilização

Definições, classificações

Tabela classificativa e índice

Medição, previsão

Boas práticas de nível mundial

Monitorização de "balcão único"

Universidade para novas parcerias e programas de ALV

Adaptação rápida do programa

Universidades europeias de software

Aperfeiçoamento da mobilidade

Construir ecossistemas

Credenciação da mão de obra

Multidisciplinaridade nos currículos

Cursos não técnicos

Competências do professor

Mentoring inverso

Definição de condições de quadro

Suprimento da inovação estimulada pelo governo

Sistema de vouchers e deduções fiscais

Programa de aumento do nível de qualidade europeu

Compromisso político

Conselhos consultivos nacionais para o desenvolvimento informado de políticas

Ecossistema de serviços digitais • Diagnóstico • Auto-avaliação • Progresso na carreira

Promoção europeia • Parceria com multi-investidores • Campanha de sensibilização • Modelos e histórias de sucesso

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Prioridade estratégica 1 - Monitori-zação, comparação e previsão

1.1 Definições, segmentações e classificações relativas a competências de liderança high-tech para a economia

Os desenvolvimentos e tendências na tecnologia, indústria e negócios estão a impor alterações profundas às competênci-as da mão de obra, exigindo novas competências num número cada vez maior de atividades.

A indústria e as empresas na Europa e a nível global apresen-tam uma necessidade crescente de profissionais e líderes empresariais altamente qualificados - pessoas capazes de liderar a inovação digital e a transformação das indústrias e de ultrapassar o "vale da morte" das start-ups dedicadas a tecnologias digitais e tecnologias facilitadoras essenciais.

O aparecimento de empregos completamente novos irá acompanhar alterações significativas nas exigências atuais de competências, ao passo que alguns empregos estão ameaça-dos pela automatização. As definições e classificações atuais de empregos irá alterar-se profundamente.

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Ação recomendada 1.1. Envolvimento abrangente com grupos de partes interessadas para continuar a aperfeiçoar definições, segmentações e classificações no que diz respeito às competências de liderança high-tech

Colaborar de forma abrangente com grupos de partes interessadas e padrões para competências de liderança high-tech, de forma a incluir competências digitais, bem como competências de tecnologias facilitadoras essenciais. Aperfeiçoar e redefinir a mão de obra e as profissões de TI à luz dos desenvolvimentos e tendências na tecnologia, indústria e negócios. O mesmo se aplica às competências de trabalhadores e líderes no domínio das tecnologias facilitado-ras essenciais, com a criação de empregos emergentes.

Elaborar quadros de classificação e de competências, tais como ISCO, ESCO e e-CF e desenvolver perfis profissionais da UE no âmbito do Workshop do CEN sobre as competências TIC.

1.2 Tabela classificativa e índice e novas formas de medição e quantificação

Para compensar a falta de estatísticas oficiais sobre a procura de competências de liderança high-tech, uma iniciativa recente da Comissão Europeia está a desenvolver abordagens em tempo real com base em dados de disponibilidade e análise de Big Data.

A quantificação da mão de obra de "liderança high-tech" e a medição da procura e da oferta deparam-se com desafios semelhantes - principalmente dado que a mão de obra de liderança high-tech especializada não é uma categoria ocupacional e a mistura de competências de diferentes bases não é captada nas estatísticas. São necessárias novas metodologias e métodos de medição.

Com um ambiente político e empresarial favorável e um ecossistema digital e high-tech próspero a nível europeu e dos Estados-Mem-bros, aumento dos investimentos em inovação, equipamento da mão de obra com competên-cias de liderança em inovação e competências digitais relacionadas, existe um forte potencial para que a Europa se torne líder na economia global e produza bens e serviços de maior valor para o comércio global bem sucedido.

Werner B. KorteDiretor, empirica GmbH

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Ação recomendada 1.2 Atualização regular de uma tabela de classificação e índice de liderança high-tech

Deve ser alargada para além do "digital", para incluir tecnolo-gias facilitadoras essenciais cada vez mais fundamentais e, sobretudo, os domínios dos pontos fortes da Europa, tais como a fotónica, nanoeletrónica e robótica. Desenvolver tabelas de classificação e índices de nível europeu e trans-europeu relacionados, que envolvam as respetivas partes interessadas e que apresentem regularmente resultados. Estas atividades devem ter por base e alargar-se além das já existentes nesta área, incluindo as da Comissão Europeia relacionadas com o Digital Economy & Society Index (DESI).

Ação recomendada 1.3 Desenvolver metodologias robus-tas para a medição e quantificação da oferta e procura de mão de obra e para a previsão de competências de lideran-ça high-tech

Desenvolver metodologias, indicadores e algoritmos robustos e fidedignos, que abranjam todo o escopo de competências de liderança high-tech e prever números relativos à mão de obra, procura (em excesso) e oferta, incluindo e tendo por base os dados de disponibilidade. Fornecer estimativas e dados fiáveis por categoria e por grupo de trabalhadores, diferenciados por nível e conjuntos de competências, permitindo uma análise detalhada e a identificação de alterações estruturais na mão de obra. >>

A EuroCIO reestruturou alguns dos seus cursos para que se adaptem melhor aos requisitos da indústria. Todos os cursos foram reduzidos, por vezes de nove módulos para três, e, normal-mente, um curso dura apenas um semestre para que se adapte aos programas de mudança nas empresas.

Jean-Marc GuiolOperações RH e EuroCIO - European CIO Association

Recomendamos o favorecimento de "clusters de competênci-as" em lugar de "empregos" e o desenvolvimento de aborda-gens orientadas para o futuro para definir "conjuntos/grupos de capacidades e competências". Fazer a ligação entre os resultados os departamentos de recursos humanos das empresas e utilizá-los para o ensino e formação para níveis superiores, executivos e VET. Apresentar resultados diferenci-ados e desagregados por género, sempre que possível. Procurar a colaboração com o mercado dos dados de disponibilidade online.

1.3 Aprendizagem mútua com as boas práticas de classe mundial

A identificação de boas práticas promove a aprendizagem a partir da experiência, oferecendo abordagens que podem ser úteis para o desenvolvimento, avaliação e aperfeiçoamento de estratégias e programas.

Ações recomendadas 1.4 Desenvolvimento de uma plata- forma online de boas práticas para aprendizagem mútua

Desenvolver e atualizar regularmente uma plataforma online para a aprendizagem mútua de boas práticas sobre com-petências de liderança high-tech e desenvolvimento de talentos. Deve estar associada a compromissos, como por exemplo, o compromisso assumido pelas partes interessadas perante a Coligação para a Criação de Competências e Emprego na Área Digital, lançada em dezembro de 2016.

Garantir a sua disseminação ampla pela indústria, parceiros sociais, organizações de educação e formação europeus e os respetivos criadores de políticas nos Estados-Membros da UE. Deve também ser direcionada a associações que a promovam junto dos seus membros e, de uma forma mais abrangente, também aos responsáveis pelas decisões nas empresas e organizações.

Envolver de forma estreita as instituições europeias e os seus canais de comunicação e formatos de publicação, incluindo "Skills Panorama" do CEDEFOP e "Statistics in Focus" do Eurostat.

14. http://eskills-lead.eu; Competências em e-leadership para PMEs: Diretrizes europeias e rótulos de qualidade para promoção de competências e-leadership em novos currículos: http://eskills-guide.eu

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1.4 "Balcão único" europeu para a monitorização de e comparação de talentos high-tech

Já se encontram disponíveis dados sobre literacia digital, e-competências, e-leadership e competências KET de trabalhos realizados na última década, que abrangem números e previsões de oferta e procura de nível europeu e nacional. Os dados relativos a competências de liderança high-tech, a partir dos quais oferecemos algumas primeiras quantificações e estimativas necessitam de ser adicionados e todos deverão ser publicados.

Um "balcão único" para alojar esta informação poderia oferecer uma análise, monitorização e comparação temporal alargada e permitir que as partes interessadas e os criadores de políticas tenham uma base sólida.

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KNVI, a associação holandesa de profissio-nais de tecnologias da informação apoia as iniciativas da Comissão Europeia para destaque de e-leadership que mostram a importância da compreensão das TI a todos os níveis como ele-mento chave para um crescimento económico sustentável na Europa.

Klaas BrongersConselho Consultivo, KNVI (Associação nacional de profissionais de informática da Holanda)

15. Coligação para a criação de competências e emprego na área digital: https://ec.europa.eu/digital-single-market/ en/digital-skills-jobs-coalition

Ação recomendada 1.5 Implementação de um mecanismo de monitorização de talentos high-tech

Atualizar regularmente apresentações dos dados de desen-volvimento da mão de obra high-tech e números relativos à oferta e procura de competências digitais e de tecnologias facilitadoras essenciais, bem como competências de lideran-ça específicas, e fazer previsões regulares para a UE e para os Estados-Membros. Estabelecer e operar um mecanismo de monitorização na forma de um "balcão único" para apoio de políticas com base em provas. Recomenda-se a utilização de abordagens testadas e comprovadas no seu desenvolvimento e a atualização regular de dados, tais como os utilizados na atualização contínua do Digital Economy & Society Index (DESI).

Prioridade estratégica 2 – Indústria, educação e formação

2.1 Universidades para formação contínua, novas parcerias e intervenientes

Com o ritmo atual da inovação e os ciclos de vida reduzidos das tendências, a rapidez é importante. A educação deve responder rapidamente às necessidades do mercado e os programas de educação e formação devem ser adaptados e não devem ser demasiado morosos para grupos-alvo executivos. Por exemplo, a EuroCIO reduziu os seus progra-mas de formação de executivos de acordo com as exigências dos gestores.

As universidades e escolas de negócios devem também adaptar o seu currículo ou assistir ao roubo do seu mercado pelo setor privado. Os exemplos incluem escolas de negócios como a ISDI de Madrid ou os cursos oferecidos pela Universi-dade Nova da Bulgária. As certificações da indústria de vendas de TI também poderiam ser desenvolvidas para se transformarem em programas de formação e certificação em liderança.

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A diversidade deve ser característica de todas as ações com o lema "Indústria, educação e formação". O tópico "liderança high-tech" adapta-se bem ao papel da mulher na indústria, dado que o ênfase não reside puramente na tecnologia, o que muitas vezes dissuade as mulheres.

Os serviços de recursos humanos e de carreiras necessitam de se adaptar à natureza global dos mercados de trabalho e à procura de competências horizontais. Os novos atores educativos, como a "Ecole 42" na França, estão a trazer valor aos sistemas existentes. Alargar o catálogo de formação digital com currículos não tradicionais pode ajudar a respon-der à procura insatisfeita e os programas mais breves e mais centrados, nomeadamente de formação não presencial, oferecem modelos interessantes para universidades e escolas de negócios.

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O ritmo do aparecimento de novos conheci-mentos sobre competências digitais e e-lea-dership exige que os sistemas educativos man-tenham os conteúdos dos cursos atualizados e relevantes, fazendo coincidir os resultados das pesquisas com as necessidades da indústria. Os métodos colaborativos para o desenvolvimento dos cursos devem incluir tanto investigadores como peritos da indústria e os cursos devem ser "e-based" e flexíveis para permitir a combi-nação dos estudos com o trabalho.

Olle VogelCoordenador de programa , KK Stiftelsen (Fundação para o conhecimento), Estocolmo

Ação recomendada 2.1 As universidades e escolas de negócios tornam-se instituições de formação contínua e estabelecem novas parceiras (na indústria) e o aparecimen-to de novos intervenientes

As universidades técnicas e escolas de negócios devem ter um papel mais ativo no desenvolvimento de talentos relacionados com a indústria, alinhando currículos e progra-mas com as necessidades emergentes de competências e ganhando aceitação como fornecedoras de formação para profissionais e executivos na indústria. Para as PME, o aperfeiçoamento do currículo deve basear-se numa metodologia ágil de inovação progressiva. O modelo de carreira tradicional tipo "cascata" é inconsistente com a rápida alteração das necessidades de competências no mundo empresarial contemporâneo.

As universidades e escolas de negócios pioneiras começaram a oferecer uma mistura de cursos práticos, técnicos e estratégicos, que vão ao encontro das necessidades das PME. Os cursos específicos de liderança high-tech realizados em alturas específicas - como "comprimidos" ou "tapas" - podem ajudar a criar os futuros Líderes high-tech e a criar indústrias de software nacionais nos Estados-Membros.

Ação recomendada 2.2 Orientação para adaptação e desenvolvimento de um programa de formação rápida

O Comité Europeu de Normalização (CEN) deve apoiar o desenvolvimento de ferramentas e orientações normalizadas para o desenvolvimento e adaptação de programas rápidos de competências high-tech, tendo por base experiências como a abordagem "perfil curricular" utilizada no desenvolvi-mento de currículos de competências de e-leadership orientados para a indústria, incluindo certificação geral rápida ou rótulos, para aumentar a aceitação entre os fornecedores de formação e os clientes da indústria. Está programada para 2017 uma nova iniciativa da Comissão Europeia com ênfase em diretrizes para o desenvolvimento do currículo para competências KET.

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2.2 "Universidades europeias de software" para educação, formação e investigação em inovação com base em software

A transformação digital necessita de líderes com competênci-as profundas de software, bem como em novos modelos de negócios e em ecossistemas inteligentes de especialização industrial. Em 2011, num artigo popular "Why Software is Eating the World", Marc Andreessen avisou que "todas as empresas se devem tornar uma empresa de software".

Ao passo que as empresas de plataformas de software são protótipos do ambiente empresarial do futuro (digital), as estruturas tradicionais do ensino superior abrem pouco espaço às novas abordagens necessárias na educação, formação e investigação com ênfase no software. O software deve tornar-se uma prioridade importante na Europa.

A inovação com base no software deve ser promovida de forma mais agressiva, a par com abordagens empreendedo-ras à criação e desenvolvimento de negócios, de forma a que os responsáveis pela tomada de decisões reconheçam o papel cada vez mais fundamental do software e de outras tecnolo-gias emergentes na inovação e no sucesso empresarial. Pura e simplesmente, não existem profissionais suficientes com as competências de liderança necessárias nem formação multidisciplinar relacionada.

O aspeto fundamental da rapidez da implementação não pode surgir dos princípios de desenvolvimento de software antigos e estes devem ser substituídos por protótipos novos e mais rápidos e pela construção de negócios em redor de protótipos, com desenvolvimento adicional e progressivo do software. Vários peritos realçaram que o software deve sempre ser considerado como uma nova "matéria prima" para a criação de indústrias e negócios e que a Europa necessita de o entender. As universidades e escolas de negócios devem alterar as suas abordagens do ensino e da formação e devem estar muito mais abertas a uma aprendizagem interativa com clientes e fornecedores. De forma a responder adequada-mente e passar do "uso" à "criação" de software, existe uma forte procura de uma ligação e colaboração muito mais próximas entre a investigação, design e produção na Europa e de uma "agenda de software" estratégica para a Europa.

Ação recomendada 2.3 Universidades de software europei-as e programas de educação, formação e investigação em inovação com base em software

Considerar a implementação de uma "Universidade de Software" em todos os países europeus, nas linhas da experiência recente da Universidade TI de Copenhaga (ITU).

Fomentar o desenvolvimento e implementação de uma cooperação entre a indústria e as universidades, como o PROMPT (Professional Master in Software Development) na Suécia, com o objetivo de aumentar a oferta de competênci-as e inovações na indústria através de ofertas de educação e formação personalizadas, produzidas em cooperação com empresas com necessidade de tais competências. Tanto o software como o hardware são importantes para a economia da UE e a sua combinação é fundamental para o desenvolvimento de aplicações. Os governos devem oferecer incentivos a instituições que atraiam um fluxo elevado de alunos bem qualificados para programas disciplinares, desenvolvidos em cooperação com a indústria e que combi-nem competências de software e engenharia e competências de negócios e liderança digital. Um exemplo prático é o programa "Expertise for Innovation" da Fundação para o Conhecimento sueca (através do qual o PROMPT recebe algum financiamento).

Os fabricantes avançados necessitam de avançar gradualmente para a digitalização, que é evolucionária e não revolucionária. Um elemento nesta transformação passa pelo investimento em conjuntos de competências híbridas, que fundem TI, análise de dados e tecnologias de produção.

Emir DemircanGestor Relações Públicas UE no CECIMO

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Ações recomendadas 2.4 Melhorar diversos tipos de mobilidade, dentro e além das tecnologias avançadas A necessidade de (futuros) líderes high tech de uma maior exposição a experiências de trabalho que treinem as com-petências técnicas, de negócios e estratégicas em simultâneo pode ser suprida por esquemas de mobilidade.

As universidades técnicas e outras instituições de educação vocacional e superior, bem como instituições de educação e formação de executivos devem desenvolver e implementar esquemas de mobilidade:

>> entre tecnologias digitais e tecnologias facilitadoras essenciais (composição de equipas "inteligentes");>> ao longo da cadeia de valor KET/Produção avançada (inte grando a investigação e a produção numa única ins talação, ou os gestores de inovação que sigam uma i inovação ao longo de todos os TRL (AMT);>> entre KETs/AMTs e áreas de aplicação (estabelecendo parcerias com empresas do domínio de aplicação ou interação próxima com utilizadores finais); e>> entre a universidade e a indústria (criando ecossistemas abertos, em que a indústria e a universidade trabalham em projetos conjuntos).

2.3 Construir ecossistemas

O nível mais elevado da inovação requer ecossistemas que promovam a interação entre atores fundamentais ativos em diferentes níveis da cadeia de valores - indústria, investi-gação, educação e formação - e com bases técnicas ou não técnicas. Para poder replicar ecossistemas e de forma a que a Europa disponha de uma cobertura alargada, devem ser fáceis de entender e implementar.

Ações recomendadas 2.5 Construir ecossistemas

Tirar partido dos centros de inovação digital e centros de competência ativos em tecnologias avançadas para a construção de ecossistemas que criem ecossistemas na forma de centros de inovação e pontos fulcrais em países europeus, fomentando os pontos fortes locais, como as telecomuni-cações nos países nórdicos, as finanças no Reino Unido, a educação na Finlândia ou a indústria automóvel na Aleman-ha. Estes devem estar abertos a novos atores e outras regiões.

2.4 Credenciação da mão de obra

A credenciação da mão de obra está relacionada com o processo de recompensar indivíduos com base em indicado-res verificáveis de uma qualificação comprovada, nomeada-mente para avaliação da disponibilidade no local de trabalho. A credenciação permite medir conhecimentos, competências e capacidades aplicáveis ao desempenho no trabalho.

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Nos próximos 10 anos, a indústria da construção irá viver uma revolução "verde", que exige que os arquitetos se tornem líderes em inovação, capazes de liderar processos de projeto integrados.

Barbara WideraArquiteta PhD, Universidade de Ciência e Tecnologia de Wroclaw

A transformação digital precisa de líderes com competências sólidas de assuntos técnicos, tanto ao nível do software como dos modelos de negócios e ecossistemas digitais.

Prof. Dr. Dr. h.c. Manfred BroyZentrum Digitalisierung (Centro de Digitali-zação), Baviera (Alemanha)

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Várias iniciativas de credenciação da mão de obra, destinadas a potenciais empregados e entidades empregadoras ajudam a aproximá-los e permitem oferecer clareza e compreensão, bem como padrões de qualidade.Inclui a certificação digital, que é cada vez mais um importan-te indicador validado de concretizações, competências, qualidades ou interesses obtidos em vários ambientes de aprendizagem.

Ações recomendadas 2.6 Credenciação da mão de obra

As instituições de educação superior e executiva e de formação devem trabalhar em conjunto com associações industriais para o desenvolvimento de normas de credenci-ação da mão de obra e formatos de certificados de qualidade para cursos ad-hoc ou de curto prazo. É necessário um melhor equilíbrio e compreensão sobre a coexistência de certificação formar e outras formas de credenciação da mão de obra, tal como certificados digitais e micro credenciais. A criação de modelos de trabalho, de normas transparentes e consistentes e a visibilidade perante empregados e entidades empregadoras irá ajudar.

2.5 Integração de multidisciplinaridade no currículo

O sistema educativo atual tem tendência a produzir gradua-dos focados numa única disciplina - mecânica, eletricidade ou engenharia de sistemas - ao passo que a indústria requer, com frequência, pessoas com formação em várias disciplinas e capazes de trabalhar nos seus pontos de interseção, tal como a mecatrónica. Esta multidisciplinaridade deve tornar-se central nos currículos de trabalhadores de qualifi-cações médias e elevadas.

Ações recomendadas 2.7 Integração de multidisciplinarida-de no currículo

As instituições de educação superior e executiva e de formação devem aumentar a multidisciplinaridade, treinando os alunos em várias disciplinas em simultâneo, de modo a que sejam capazes de trabalhar na interseção dessas disciplinas, tal como a mecatrónica.

2.6 Integração de cursos não técnicos em currículos técnicos

É uma combinação de competências técnicas e não técnicas que impulsiona a capacidade de transformação de pessoas nas tecnologias digitais e tecnologias facilitadoras essenciais, que apresentam agilidade e capacidade de resolver proble-mas complexos. A operação bem sucedida requer competên-cias que ultrapassam o campo técnico, que abrangem muitas áreas não técnicas e transversais, incluindo qualidade, risco e segurança, gestão e empreendedorismo, comunicação, competências relacionadas com a inovação e competências de inteligência emocional.

As instituições educativas devem oferecer módulos dedica-dos para que os alunos técnicos se familiarizem com assuntos não técnicos. Uma das abordagens prometedoras implica misturar alunos técnicos e não técnicos em equipas de projeto conjuntas que exijam experiência multidisciplinar. Além do papel das escolas de negócios ao fornecer cursos não técnicos, o envolvimento de "boutiques" de consultoria ou PMEs na oferta de cursos não técnicos a estudantes técnicos também poderia ser uma opção. Além disso, as universidades técnicas poderiam também oferecer, elas mesmas, cursos técnicos e não técnicos. Finalmente, as escolas de negócios poderiam oferecer cursos técnicos (opcionais) que ajudam os alunos não técnicos a entender as possibilidades da tecnologia e as oportunidades de negócio que as acompanham.

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Os currículos da liderança high-tech podem unir a indústria e a educação a um nível executivo e estratégico, para tirar partido da economia digital. A UE deve formar um grupo de líderes em liderança high-tech, para ajudar os países da UE a atingir este objetivo do mercado único.

Carm CachiaCEO / Coordenador Executivo, Fundação eSkills em Malta

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Ações recomendadas 2.8 Integração de cursos não técnicos em currículos técnicos

As instituições de educação superior e executiva e de formação devem garantir que os currículos técnicos incluem cursos não técnicos em qualidade, risco e segurança, gestão e empreen-dedorismo, comunicação, competências relacionadas com inovação e competências de inteligência emocional. Devem ser promovidas e encorajadas iniciativas multifuncionais.

2.7 Atualização das competências de professores

Para garantir que a educação acompanha os desenvolvimen-tos da indústria, as competências dos professores necessitam de atualização constante. As permutas bidirecionais entre a indústria e a sala de aula podem garantir a perceção sobre os desenvolvimentos mais recentes.

Ações recomendadas 2.9 Atualização das competências de professores

As instituições de educação superior e executiva e de formação devem garantir um bom alinhamento dos progra-mas educativos com as necessidades da indústria, permitindo a visita de pessoal docente às empresas de para que estes obtenham uma perceção dos desenvolvimentos mais recentes e permitir que os profissionais das empresas ensinem regularmente em sala de aula para aumentar a importância (prática) da educação.

2.8 Mentoring inverso

Na digitalização, o conhecimento está frequentemente utilizado em níveis inferiores da hierarquia de uma organi-zação. "Mentoring inverso", juntar trabalhadores mais velhos com jovens para que se eduquem mutuamente, pode promover novas formas de pensar, nomeadamente em negócios que dependem fortemente da tecnologia.

Ações recomendadas 2.10 Formação de programas e instrumentos de mentoring inverso

As empresas devem permitir que os executivos tenham mentores mais jovens para tecnologia, redes sociais e tendências atuais e devem promover a aprendizagem mútua.

Prioridade estratégica 3 - Serviços digitais com base em plataformas para apoio de carreiras e recrutamento

3.1 Serviços digitais com base em plataformas para apoio a diagnósticos e autoavaliação

O planeamento de carreiras pessoais e os processos de recrutamento e avaliação de funcionários podem beneficiar de serviços digitais que suportam o diagnóstico e autoavali-ação de competências e capacidades. No entanto, estes servi-ços encontram-se dispersos e são pouco conhecidos entre os que mais precisam deles.

A economia high-tech necessita de uma nova geração de líderes que consigam identificar, criar e servir novos mercados. Os currículos redefinidos devem estimular a multidisciplinari-dade e agilidade empresarial necessárias.

Dr. Kristina DervojedaGestora Sénior, Inovação & Desenvolvimento, PwC

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Ações recomendadas 3.1 Ecossistema de serviços digitais para apoio a diagnósticos e autoavaliação com base em plataformas Apoiar o desenvolvimento de um repositório online de serviços com garantia de qualidade que apoie diagnósticos e autoavaliação durante o recrutamento, bem como a avali-ação e processos de progresso na carreira. Estes devem ter em consideração o potencial de desenvolvimento do indiví-duo, bem como as certificações. Um ecossistema online de ferramentas, refinado constantemente pelas reações e respostas de clientes através de um portal único, poderia ajudar a alinhar sistemas nacionais com iniciativas de nível europeu.

As plataformas e ferramentas participantes devem usar normas europeias como ESCO16 e a Infraestrutura Europeia de e-Competência (e-CF), e ser distinguidas com o slogan ‘e-CF inside’ ou‘powered by e-CF’ como forma de branding. As plataformas deveriam permanecer abertas, sob um espírito colaborativo como a Wikipedia, e permitir o desen-volvimento e manutenção pela comunidade, com uma organização coordenadora geral.

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O Conselho de Sociedades Informáticas Profis-sionais da Europa (CEPIS) e a sua iniciativa IT Professionalism Europe (ITPE) têm o objetivo de fomentar o profissionalismo TI na Europa, para garantir à Europa as vantagens da revolução digital. O desenvolvimento contínuo da Infraestrutura Europeia de e-Competência, incorporando as exigências de competências de e-leadership, é vital para suprir a falta de competências digitais e abordar as faltas sentidas hoje em dia na Europa, bem como para criar mão de obra com as competências e capacidades que serão necessárias aos empre-gadores amanhã.

Fiona FanningSecretária Geral, CEPIS - Conselho de Sociedades Informáticas Profissionais da Europa

Prioridade estratégica 4 - Melhor coordenação e financiamento

4.1 Melhor informação e mais uso estratégico do financiamento disponível

Os peritos argumentam que os criadores de políticas de todos os níveis na Europa - europeu e nacional - não estabeleceram ainda a política e as condições do quadro de financiamentos na área das competências e talentos para obter o aumento necessário da inovação e da competitividade da indústria e das empresas europeias.

Ações recomendadas 4.1. Definição de condições do quadro de financiamentos e desenvolvimento de novos esquemas de financiamento de apoio à ruptura digital e à modernização industrial

Os criadores de políticas necessitam de compreender mais profundamente a economia e a sociedade high-tech de modo a que a Europa possa incentivar a inovação. Uma vez que a inovação e a ruptura advêm frequentemente de terceiros criativos, desconhecidos ou sem estabilidade organizacional e financeira, devem ser disponibilizados pequenos fundos a curto prazo para ajudar esta comunidade volátil a produzir modelos de conceitos e de negócios que apoiem as aplicações de capital ou outros financiamentos para a continuação do desenvolvi-mento.

O Fundo Social Europeu (ESF) oferece oportunidades de financiamento em várias áreas relacionadas com competências e os responsáveis pela atribuição de financiamentos (através de Programas Operacionais nos Estados-Membros) necessitam de desenvolver uma compreensão das questões relacionadas e dos requisitos futuros para que sejam devidamente tomados em consideração nos seus planos.

O programa Erasmus+ para apoio a ações nos campos da edu-

cação, formação, juventude e desporto para o período

2014-2020 oferece financiamento a alianças de conhecimentos

e competências setoriais e, em 2017, será testado em seis

setores um modelo de cooperação setorial de competências. As

atribuições necessitam de um tamanho considerável e o âmbito

da atividade deve ser alargado a outros setores para que tenha

impacto nas lacunas de competências high-tech na Europa.

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16. ESCO – Competências, aptidões, qualificações e ocupações europeias: https://ec.europa.eu/esco/portal/home? resetLanguage=true&newLanguage=en; e-CF: http://www.ecompetences.eu/

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4.2 Suprimento de inovação estimulada pelo governo Os atores nas fases de start-up e empreendedorismo e desenvolvimento inicial de projetos contam, sobretudo, apenas com o apoio de incubadoras e aceleradores, apesar da importância do seu papel na construção da inovação. Têm a oportunidade de receber algum financiamento dos progra-mas de investigação e inovação da Comissão Europeia através do SME Instrument e do modelo Fast Track to Innovation (FTI), uma medida ascendente do Horizon 2020 para promover atividades de inovação próximas do mercado. Estes programas estão fortemente sobrecarregados. Assegurar o financiamento para a "fase de teste do modelo de negócios" e a "fase de crescimento" de empresas jovens continua a ser um problema nos países europeus.

O suprimento de inovação estimulada pelo governo, que pode moldar ativamente e criar mercados, permitindo que o Estado desempenhe um papel ativo no fomento do cresci-mento económico a longo prazo conduzido pela inovação é ainda menos desenvolvido na Europa do que nos EUA. No seu livro "The entrepreneurial state. Debunking public vs. private sector myths’ publicado em 2015, Marina Mazzucato revela que toda a tecnologia que torna o iPhone tão "inteligente" foi financiada pelo governo através de esquemas do género: a internet, o GPS, o ecrã tátil e o programa Siri de ativação por voz.

Ações recomendadas 4.2 Suprimento de inovação estimu-lada pelo governo

A Comissão Europeia tem estado ativa a incentivar o proces-so de suprimento público, mas os Estados-Membros da UE devem tornar-se agora ativos e intensificar as atividades para o suprimento de inovação estimulada pelo governo, que pode moldar ativamente e criar mercados, permitindo que o Estado desempenhe um papel ativo no fomento do cresci-mento económico a longo prazo conduzido pela inovação e, ao mesmo tempo, apoie start-ups e PME inovadoras.

Poderiam apoiar seletivamente empresas de investimento ativas na fase de capital inicial para criar um modelo econó-mico sustentável e financiar a aquisição de protótipos de vanguarda através de concursos, tal como no modelo DARPA dos EUA, aberto a todos os candidatos. Neste caso, o DoD, NASA e outros organismos públicos são obrigados a gastar uma percentagem fixa do seu orçamento externo em start-ups e PMEs inovadoras.

4.3 Incentivar indivíduos

Os próprios indivíduos são responsáveis pelo desenvolvimen-to das suas competências ao longo da vida ativa, pelo que o financiamento poderia incluir apoio à educação e formação contínua, através de sistemas de vouchers ou deduções fiscais para os indivíduos e entididades empregadoras.

Ações recomendadas 4.3 Promoção de sistemas de vouchers e deduções fiscais para indivíduos e empresas para apoiar a formação contínua

Os incentivos financeiros e fiscais para competências de liderança high-tech devem ser avaliados e redirecionados para que tomem em consideração abordagens novas e comprovadas do financiamento de indivíduos para a aqui-sição de tais competências através da formação contínua. Os exemplos típicos incluem, por exemplo, vales de formação ou CIAs (contas individuais de aprendizagem). Estes tipos de apoio financeiro à formação podem ser disponibilizados para reduzir o custo total da formação e oferecidos tanto a indivíduos como a PMEs.

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4.4 Aumento do nível de qualidade europeu no reconheci-mento mundial da educação e formação em liderança high-tech

A Europa não tem apenas falta de profissionais high-tech no geral, mas também de líderes de inovação com proficiência tecnológica, excelência em gestão e liderança. Os programas de formação conjuntos de universidades e indústria, como o Software Campus iniciado na Alemanha, necessitariam de ser alargados e implementados em toda a Europa. Os peritos e criadores de políticas na conferência TI na Alemanha em novembro de 2016 insistiram em atividades conjuntas em grande escala que envolvam a indústria, instituições de educação e formação e criadores de políticas.

Ações recomendadas 4.4 Aumento do nível de qualidade europeu através de programa de educação e formação em competências de liderança em inovação conjuntos da indústria / universidade

A Comissão Europeia deve iniciar e providenciar co-financia-mento para um programa de formação Europeu que una as universidades e a indústria e de reconhecimento mundial para a criação de uma reserva maior de líderes high-tech e de inovação, comparável a outros programas ambiciosos como o Airbus ou CERN. A criação e implementação de inovações conjuntas indústria / universidade deve ter por base a experiência do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT), fundado em 2008 para estimular a inovação e o empreendedorismo na Europa para a superação de alguns dos seus maiores desafios.

Prioridade estratégica 5 - Estratégias nacionais digitais e de competências high-tech

5.1 Compromisso político a longo prazo e planos de ação concretos

Existem grandes divergências em toda a Europa no que respeita as políticas e iniciativas nacionais relacionadas com competências high-tech para a economia high-tech. Por exemplo, no passado, o índice de atividade das políticas de competências em TIC com base em dados de 2009 e 2013 apresentou melhorias, mas também revelou disparidades significativas de país para país.

Os governos devem adotar um compromisso a longo prazo para o desenvolvimento e implementação de competências high-tech e de liderança, cruciais para o futuro de todos os Estados-Membros.

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A liderança digital traduz-se na capacidade de utilizar novos métodos e instrumentos para transformar uma empresa de acordo com princípios de organização digital. O fomento sistemático dessas competências coletivas e individuais é fundamental para o crescimento substancial na Europa. Necessita que seja implementado, assim que possível, um plano de ação comum da UE, dos Estados-Membros e dos grandes intervenientes corporativos.

Dr. Dirk WerthDiretor Executivo & Científico, Instituto AWS para Produtos Digitais e Processos

A Europa necessita de pessoas com capa-cidade de planear e liderar, com êxito, a transformação digital das nossas empresas e serviços públicos e explorar as oportunidades apresentadas pelas tecnologias facilitadoras essenciais. Temos de ser capazes de reunir uma grande variedade de talentos digitais para que tal aconteça. O digital está a transformar o modo de vida e trabalho dos europeus. Preci-samos de mais grandes líderes para que esta transformação seja um sucesso.

John Higgins CBEDiretor geral, DIGITALEUROPE

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5.2 Conselhos consultivos nacionais para o desenvolvimento informado de políticas

Se se pretende que os governos nacionais e autoridades associadas ajam eficazmente para impulsionar inovação, competitividade e crescimento, estes necessitam de infor-mação e conselhos para entender os desenvolvimentos emergentes dos requisitos de competências e liderança em inovação numa economia high-tech. Os conselhos consulti-vos poderiam oferecer este serviço, em linha com as organi-zações consultivas governamentais precedentes sobre assuntos económicos, segurança social, educação ou ciência.

Ações recomendadas 5.2: Investimento em conselhos consultivos nacionais para o desenvolvimento informado de políticas

A UE deve apoiar a criação de conselhos consultivos nacionais para competências de liderança em inovação em cada Estado-Membro, para promover o desenvolvimento informa-do de políticas, em sintonia com a nova coligação para a criação de competências e emprego na área digital. Os governos devem convidar a indústria e as academias que possam contribuir com experiência em áreas em que a economia, a sociedade e as novas tecnologias se sobrepon-ham, tal como a ciber segurança e a investigação forense digital, e-governo. inovação social digital ou a combinação de soluções de hardware e software.

Prioridade estratégica 6 - Promoção e consciencialização de competências de liderança para a economia high-tech

6.1 Promoção europeia de parcerias de multi-investidores e campanhas sobre competências de liderança para a economia high-tech

A consciencialização é essencial para que as partes interessa-das relevantes reconheçam a importância para a sociedade das ações relativas a um tema importante como "competên-cias de liderança para a economia high-tech". Isto pode tomar

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Ações recomendadas 5.1 Compromisso político a longo prazo e planos de ação concretos para o desenvolvimento de competências de liderança high-tech

A UE deve motivar um compromisso político a longo prazo por parte dos Estados-Membros para a criação de centros de competências high-tech em todas as principais regiões, para fomentar a especialização em sistemas inteligentes, com base nos centros de investigação, competência e inovação existentes e oferecer infraestruturas bem equipadas para a formação em "liderança high-tech" e a promoção de carrei-ras. As atividades industriais existentes devem ser integradas e, idealmente, os governos devem colocar a responsabilidade da coordenação de todas as atividades relacionadas com "competências de liderança de inovação" num único Ministé-rio. O "conceito partilhado" de uma estratégia de competên-cias digitais apresentado no lançamento da coligação para a criação de competências e emprego na área digital em dezembro de 2016 17 pode oferecer uma boa inspiração e plataforma inicial para a cooperação.

A conetividade está inerente ao desenvolvi-mento dos postos de trabalho do futuro. Os futuros trabalhadores do conhecimento devem interagir dinamicamente e partilhar tarefas com a tecnologia de produção inteligente. Neste contexto, a educação para a produção e a requalificação têm um papel fundamental na preparação das pessoas para novas aborda-gens da comunicação de conhecimentos, do desenvolvimento de competências e capaci-dades e da formação avançada.

Chris DecubberDiretor Técnico, EFFRA (European Factories of the Future Research Association - Associação de Investigação das Fábricas Europeias do Futuro)

17. https://ec.europa.eu/digital-single-market/en/news/launching-digital-skills-and-jobs-coalition-boosting-europes-digital-skills

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a forma de conferências e workshops, concursos e prémios, promoção de boas práticas / histórias de sucesso, boletins informativos, portais web, vídeos, webinars, blogues ou comunicação através das redes sociais.

Ações recomendadas 6.1 Campanha de promoção europeia e consciencialização

A UE deve apoiar atividades de consciencialização para as competências de liderança high-tech na Europa, em todos os níveis de educação. Os lideres de opinião e públicos podem ser estimulados por mensagens fáceis de entender. Os modelos (ver recomendação seguinte) podem reforçar o impacto através de TED talks, atividades de promoção em grandes eventos europeus e nacionais relacionados com high-tech, participação em programas de televisão, etc.

6.2 Modelos e histórias de sucesso

A importância da liderança high-tech deve ser promovida em grande escala, principalmente junto das PME e setores tradicionais. Muitos estão a ser ultrapassados no que respeita a adoção de novas tecnologias digitais e tecnologias facilita-doras essenciais e têm falta de capacidade de adaptação e transformação. Seriam os mais afetados pelas ruturas tecnológicas. Para os ajudar, seria útil promover descrições concretas de carreiras e a publicidade de modelos a seguir, demonstrando as oportunidades - particularmente para mulheres - na nova economia, orientada para atrair estudan-tes e empregados.

Ações recomendadas 6.2 Modelos de competências de liderança high-tech, casos de negócios e histórias de sucesso

A UE deve desenvolver e promover a consciencialização sobre modelos, casos de negócios e histórias de sucesso de líderes na economia high-tech como caminhos para o sucesso e como uma oportunidade, também e especialmente para mulheres. Estes poderiam ser disponibilizados online para as escolas, de modo a motivar os alunos desde cedo.

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A ECWT está empenhada em liderar ações coordenadas para a paridade de género na liderança high-tech como chave para as trans-formações digitais e crescimento económico na Europa.

Eva FabryDirector, European Centre for Women and Technology / Centro Europeu para as Mulheres e Tecnologia

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Os resultados obtidos não teriam sido possíveis sem a generosa participação de peritos e partes interessadas nacionais provenientes de todos os Estados-Membros da UE que nos apoiaram ao longo de todo este contrato de serviço, ao responder a pesquisas e entrevistas online e ao assistir aos eventos organizados.

Agradecemos o apoio e contribuições dos associados do Comité Steering: Roger de Keersmaecker, IMEC, Laurent Zibell, IndustriAll European Trade Union e Anders Flodström, EIT ICT Labs Master School.Também se devem agradecimentos aos Correspondentes Nacionais em cada Estado-Membro da UE da nossa Rede Europeia de Pesquisa Social de Informação (ENIR) (www.enir.org), aos peritos e participantes da European Conference on High-tech leadership skills for Europe realizada em Bruxelas no dia 26 de janeiro de 2017 e aos oradores, peritos e partici-pantes que contribuíram nesta série de workshops.

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Agradecimentos

Este contrato de serviço foi comissionado pela DG da Comissão Europeia para o Mercado Interno, Indústria, Empreendedorismo e PME's. André Richier, Administrador Principal, Unidade de Tecnologias Facilitadoras Essenciais, Produção Digital e Interoperabilidade foi o nosso contacto ao longo do estudo.

A PwC e IDC, bem como colegas da Oxford Martin School na Universidade de Oxford contribuíram diretamente para o trabalho ao abrigo deste contrato de serviço. Gostaríamos de agradecer, sobretudo, o apoio de Kristina Dervojeda, Mark Lengton, Marianne Kolding, Gabriella Cattaneo, Carl Benedikt Frey e Thor Berger. Um obrigado especial aos colegas do Japão, Canadá e dos EUA, incluindo Masajoshi Tsuru e Akira Kataoka da Information Technology Promotion Agency (IPA), Meenakshi Gupta do Information and Communications Technology Council (ICTC) no Canadá e Adams Nager da Information Technology and Innovation Foundation (ITIF) nos EUA.

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Mais informações

Comissão EuropeiaDireção-Geral do Mercado Interno, Indústria, Empreendedorismo e PMEs Unit F/3 “KETs, Digital Manufacturing and Interoperability“ 1040 Bruxelas, Bélgicae-Mail: [email protected]

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