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Revista Suma Economica - Agosto 2018 22 Fundos de Invesmento MUTUAL FUNDS 2013 2014 2015 2016 2017 45,2% 10,6% 17,5% 5,4% 21,3% COMPORTAMENTO DA INDÚSTRIA DE FUNDOS Patrimônio Líquido Mercado Domésco Em junho Captação em 12 meses (em R$ bi) 40,9 00 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200 2018 Junho 260 Maior resgate líquido mensal em quase dez anos E m junho deste ano, a indústria de fundos de investimento registrou saída líquida de R$ 25,884 bilhões, o que significou o pior resultado em termos de captação desde outubro de 2008. No primeiro semestre de 2018, a indústria de fundos registrou captação líquida total de R$ 36,374 bilhões. Neste mesmo período no ano passado, a entrada líquida estava em R$ 129,3 bilhões. No sexto mês do ano apenas três categorias apresentaram entrada líquida de recursos. Na liderança o FIDC, com R$ 2,273 bilhões, após um mês de maio registrando saída líquida. Na sequência, Cambial, com R$ 982 milhões, e FIP, com R$ 617 milhões. Em termos de saída líquida de recursos, Renda Fixa e Multimercados tiveram participação fundamental para o resultado negativo de junho. As retiradas líquidas foram de R$ 15,916 bilhões e de R$ 11,370 bilhões, respectivamente. A categoria Ações foi outra a registrar saída líquida na casa dos bilhões, com R$ 1,763 bilhão. Nos primeiros seis meses do ano, a liderança, em termos de captação líquida, fica para Multimercados, com R$ 33,571 bilhões. Logo após vem Ações, que atingiu R$ 18,562 bilhões. FIDC, Renda Fixa e FIP apresentaram saída líquida acumulada no primeiro semestre deste ano, sendo que a categoria Renda Fixa atingiu uma retirada líquida significativa, que chega a R$ 21,784 bilhões. Em 12 meses, o destaque fica para Mulmercados, com R$ 79,086 bilhões, seguido de Ações com R$ 58,789 bilhões. Em termos de rentabilidade, para o mês de junho, em Renda Fixa destacou-se Renda Fixa Duração Alta Grau de Invesmento com alta de 1,02%. Entre os fundos de Ações, mais um mês de rentabilidade negava em todos os fundos da categoria. Em Mulmercados, alta de 1,39% em Mulmercados Invesmento no Exterior. Na categoria Previdência, apenas o po Previdência Renda Fixa registrou alta no sexto mês do ano. Nos seis primeiros meses de 2018, a liderança em termos de rentabilidade fica para Ações FMP-FGTS com 19,52%. Em Renda Fixa destaque para Renda Fixa Dívida Externa, que registrou variação de 9,44%. Em Mulmercados destaque para Long and Short Neutro, com alta 7,34%. Previdência Renda Fixa é destaque em sua categoria com crescimento de 2,35% entre janeiro e junho. Em 12 meses, o fundo de maior rentabilidade no geral é Ações FMP-FGTS, com alta de 59,78%. O patrimônio líquido da indústria de fundos chegou, em junho deste ano, a R$ 4,330 trilhões, considerando os fundos Off-Shore, variando 4,41% frente ao mês anterior.

COMPORTAMENTO DA INDÚSTRIA DE FUNDOS · categoria com crescimento de 2,35% entre janeiro e junho. Em 12 meses, o fundo de maior rentabilidade no geral é Ações FMP-FGTS, com alta

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Revista Suma Economica - Agosto 201822

Fundos de InvestimentoMUTUAL FUNDS

2013 2014 2015 2016 2017

45,2%

10,6%

17,5%

5,4%

21,3%

COMPORTAMENTO DA INDÚSTRIA DE FUNDOS

Patrimônio Líquido Mercado Domés�coEm junho Captação em 12 meses (em R$ bi)

40,9

00

20

40

60

80

100

120

140

160

180

200

2018Junho

260

Maior resgate líquido mensalem quase dez anos

E m junho deste ano, a indústria de fundos de investimento registrou saída líquida de R$ 25,884 bilhões, o que significou o pior resultado em termos

de captação desde outubro de 2008. No primeiro semestre de 2018, a indústria de fundos registrou captação líquida total de R$ 36,374 bilhões. Neste mesmo período no ano passado, a entrada líquida estava em R$ 129,3 bilhões.

No sexto mês do ano apenas três categorias apresentaram entrada líquida de recursos. Na liderança o FIDC, com R$ 2,273 bilhões, após um mês de maio registrando saída líquida. Na sequência, Cambial, com R$ 982 milhões, e FIP, com R$ 617 milhões.

Em termos de saída líquida de recursos, Renda Fixa e Multimercados tiveram participação fundamental para o resultado negativo de junho. As retiradas líquidas foram de R$ 15,916 bilhões e de R$ 11,370 bilhões, respectivamente. A categoria Ações foi outra a registrar saída líquida na casa dos bilhões, com R$ 1,763 bilhão.

Nos primeiros seis meses do ano, a liderança, em termos de captação líquida, fica para Multimercados, com R$ 33,571 bilhões. Logo após vem Ações, que atingiu R$ 18,562 bilhões. FIDC, Renda Fixa e FIP apresentaram saída líquida acumulada no primeiro semestre deste ano, sendo que a categoria Renda Fixa

atingiu uma retirada líquida significativa, que chega a R$ 21,784 bilhões.

Em 12 meses, o destaque fica para Multimercados, com R$ 79,086 bilhões, seguido de Ações com R$ 58,789 bilhões.

Em termos de rentabilidade, para o mês de junho, em Renda Fixa destacou-se Renda Fixa Duração Alta Grau de Investimento com alta de 1,02%.

Entre os fundos de Ações, mais um mês de rentabilidade negativa em todos os fundos da categoria. Em Multimercados, alta de 1,39% em Multimercados Investimento no Exterior. Na categoria Previdência, apenas o tipo Previdência Renda Fixa registrou alta no sexto mês do ano.

Nos seis primeiros meses de 2018, a liderança em termos de rentabilidade fica para Ações FMP-FGTS com 19,52%. Em Renda Fixa destaque para Renda Fixa Dívida Externa, que registrou variação de 9,44%. Em Multimercados destaque para Long and Short Neutro, com alta 7,34%. Previdência Renda Fixa é destaque em sua categoria com crescimento de 2,35% entre janeiro e junho.

Em 12 meses, o fundo de maior rentabilidade no geral é Ações FMP-FGTS, com alta de 59,78%.

O patrimônio líquido da indústria de fundos chegou, em junho deste ano, a R$ 4,330 trilhões, considerando os fundos Off-Shore, variando 4,41% frente ao mês anterior.

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Revista Suma Economica - Agosto 2018 23

SegurosINSURANCE

JAN a MAR JAN a MAR2017 2018

7.876

3.259

2.442

917

695

793

436

1.155

17.573

8.540

3.466

1.868

993

821

912

415

1.198

18.213

8,4

6,3

-23,5

8,3

18,2

15,1

-4,9

3,7

3,6

2017

2018(Mai.) 8,558

Em % | Maio 2018

12,9

28,7

22,4

13,4

7,2

6,3

5,4

3,7

Acumulação tem captação líquida menorOs planos de acumulação, que juntos com os

planos de risco, compõem o segmento de cobertura de pessoas, apresentou uma menor

captação líquida no primeiro quadrimestre deste ano.Foram R$ 13,606 bilhões, queda de 17,2% frente ao

mesmo período do ano passado, resultado de R$ 35,374 bilhões em prêmios e contribuições e de R$ 21,768 em resgates. No caso, houve uma retração de 2,4% nos prêmios e contribuições, enquanto os resgates fecharam o período com uma alta de 10,0%. As provisões, entre janeiro e abril, ficaram em R$ 786,752 bilhões, variação de 15,4%.

Após um inicio de ano ruim, o mercado vinha se recuperando em fevereiro e março, mas voltou a ter uma piora em abril. No quarto mês do ano, a captação líquida caiu 2,0% e ficou em R$ 4,669 bilhões, com um movimento de retração tanto nos prêmios e contribuições quanto nos resgates.

Do total de prêmios do quadrimestre, a família VGBL contribuiu com 91,29% dos R$ 35,374 bilhões. O PGBL apresentou uma fatia de 7,96%, com os planos tradicionais contribuindo com 0,75%. Por tipo de contratação, os planos individuais representaram 87,23% e os coletivos ficaram com 11,13%. Fechando, os planos para menores registraram uma porcentagem de 1,64% do total de prêmios e contribuições.

No ranking por empresas, a Brasilprev liderou no total de prêmios, chegando a 30,76% de participação, seguido do Bradesco Vida e Previdência, que englobou 25,34% do mercado. No VGBL, a Brasilprev tem 31,36% do mercado de distribuição de prêmios, com a segunda colocação ficando para o Bradesco Vida e Previdência, que fechou o quadrimestre com 25,36%. No PGBL,

invertem-se as posições, com o Bradesco Vida e Previdência na liderança com 25,47% de tal mercado, ficando a Brasilprev com 23,75%.

DADOS DA FENACAPDe acordo com a Federação Nacional de Capitalização

(Fenacap), a receita do setor de capitalização alcançou R$ 8,558 bilhões até maio deste ano, alta de 8,1% em relação ao registrado no mesmo período de 2017. As provisões técnicas chegaram R$ 29,287 bilhões, alta de 2,7%.

Por empresa, em maio, a liderança em receita ficou para o Bradesco, com R$ 2,453 bilhões e participação de 28,7% no mercado. A seguir, o Brasilcap, com R$ 1,914 bilhão e 22,4% de participação. Com relação às provisões técnicas, a liderança ficou com a Brasilcap, com R$ 9,880 bilhões, seguida do Bradesco, com R$ 6,730 bilhões.

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Revista Suma Economica - Agosto 201824

Vendas do ComércioRETAIL SALES

1,3

2017 2018

2,5

-7,0

-3,2 -4,0

Jan. Mar. Abr.

1,9

Mai.

2,4

Jun.

3,0 3,1 3,6

6,4 6,55,9

Nov.

3,3 3,2

Dez. Jan.Jul. Mar.0,6Abr.

2,7

Mai.

Novas projeçõesDiversas instituições ligadas ao varejo estão revendo os

seus números para 2018, sobretudo após os reflexos da greve dos caminhoneiros.

Após uma boa Páscoa e um bom dia das Mães, o mercado já estava mais otimista de um bom ano e que pudesse iniciar uma boa recuperação das perdas de 2015 e 2016, já que a alta de 2017 não foi tão significativa neste sentido.

Após um maio complicado, as projeções foram um pouco alteradas, mas mantiveram a tendência de uma alta bastante razoável para um período de recuperação de uma era turbulenta, era esta que ainda persiste tanto no ambiente externo, quanto no interno, sobretudo politicamente, mas que reflete em diversos indicadores macroeconômicos.

A Associação Comercial de São Paulo projeta uma alta de 3,6% no varejo restrito para este ano, apoiada, sobretudo na recuperação das vendas de bens duráveis.

Logicamente, o ritmo depende de uma acalmada no cenário, ainda tenso com as proximidades das eleições. Assentando a turbulência, com a inflação retomando um ritmo menos intenso e a demanda por crédito voltando a crescer, a tendência é de um bom segundo semestre, apoiado também na expectativa do dia dos Pais, das Crianças e do Natal.

INADIMPLÊNCIA MENOR NO SEMESTREA SCPC divulgou no início de julho os dados sobre a

inadimplência do consumidor para junho e para o semestre. No sexto mês do ano houve alta da inadimplência em 4,5% frente ao mesmo mês do ano anterior. Frente ao mês de maio, queda de 4,5%.

O resultado do primeiro semestre do ano registrou queda de 1,7%. Em 12 meses, a retração atingiu 3,8%. Nos seis primeiros meses do ano, apenas a região Sul apresentou crescimento nos dados de inadimplência.

Para a SCPC, com a economia em ritmo turbulento e

indefinido, as pessoas inibiram o consumo e a tomada de crédito, o que ajudou para que a inadimplência fosse um pouco menor entre janeiro e junho.

CONFIANÇA ESTÁVEL, PORÉM BAIXAOs dados de confiança do consumidor para junho

mantiveram a tendência de baixa e estão em 38,8 pontos (acima de 50 pontos indica consumidor “confiante”), segundo o CNDL ao divulgar o Índice de Confiança do Consumidor (ICC).

O resultado é preocupante e não deve ser considerado apenas o reflexo da greve dos caminhoneiros na queda entre a passagem de maio para junho

O cenário do ano tem sido este de preocupação com os rumos da economia, sobretudo da inflação e do nível de renda e emprego, de desconfiança com as questões políticas, entre outros motivos. Pela pesquisa, oito entre dez brasileiros ainda estão reticentes com o cenário econômico.

DEMANDA DO CONSUMIDOR POR CRÉDITODe acordo com o Serasa, a demanda do consumidor por

crédito caiu 0,9% em junho na comparação com o mesmo mês de 2017. Frente ao mês de maio houve retração de 7,0%. Nos primeiros seis meses do ano a alta registrada foi de 11,1%. Em 12 meses o crescimento ficou em 9,3%.

Na análise por renda em junho, todas as faixas tiveram desempenho negativo, com exceção da faixa até R$ 500 que se mantém apresentando altas significativas e fechou o sexto mês do ano com elevação de 20,5%. Na comparação com maio, queda generalizada. No primeiro semestre, a faixa até R$ 500 registrou alta de 34,2%. As restantes apresentaram alta na casa dos 8%. Em 12 meses, o cenário também é de crescimento generalizado, com dois dígitos para a faixa até R$ 500.

Por região, em junho frente ao mesmo mês de 2017, alta de dois dígitos no Centro-Oeste. No Sul e no Sudeste houve retração. Na comparação com maio houve queda generalizada. Nos seis primeiros meses do ano, também há alta em todas as regiões. Em 12 meses, o cenário é o mesmo.

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Revista Suma Economica - Agosto 2018 25

Vendas do ComércioRETAIL SALES

Variação do volume por ramo de atividade, em Maio

2017 2018

1,2

8,0%

2,2% 4,5%

6,9%

-6,1%-3,6%

-7,9% -7,9%

-14,0%

-1,9%

8,7

AC

7,0

RN

6,1

SC

5,3

ES

4,8 4,7 4,0

-1,1 -1,8 -1,8

3,7 3,6 2,2 1,9

-8,6

1,11,7 0,00,91,0

-0,2-0,2-0,1

4,6

RO

7,9

RR

14,1

AM

12,1

3,6

5,14,5

1,0

4,62,6 3,3

1,6

MT SP BA GO DFSE BR AP MA PE PIMGCE PR PBMSRJAL RSTO PA

Ago. Set. Out.Jul. Nov. Dez. Jan. Fev.

7,1

1,2

Abr.

4,1

Mar. Abr.

VENDAS DE VEÍCULOSDe acordo com a ANFAVEA, o licenciamento de

autoveículos nacionais e importados novos (automóveis, utilitários, caminhões e ônibus) foi de 201,982 mil unidades em junho, decomposta em 26,186 mil importados (13,0% de participação) e 175,796 mil nacionais, e uma alta de 3,6% frente ao mesmo mês de 2017. Na comparação com maio, houve praticamente estabilidade. O resultado dos primeiros seis meses do ano aponta um licenciamento de 1,166 milhão veículos novos, alta de 14,4% frente ao resultado do mesmo período do ano passado.

Especificamente para caminhões foram 5,703 mil unidades comercializadas em junho, alta de 35,2% frente ao mesmo mês de 2017. Sobre maio houve um crescimento de 1,4%. O resultado acumulado do primeiro semestre ficou 32,025 mil unidades, crescimento de 49,3% na comparação com o registrado mesmo período de 2017.

NÚMEROS DO IBGE PARA MAIOEm maio, as vendas do comércio cresceram 2,7% na

comparação com o mesmo mês de 2017, com importante destaque para o ramo de Hiper, Supermercados Bebidas e Fumo, que é um dos de maior peso no índice, e que, com a alta de 8,0%, compensou a perda em diversos outros ramos

do varejo, casos, por exemplo, de Móveis e Eletrodomésticos e de Combustíveis e Lubrificantes.

Na comparação com abril, como era esperado pelo mercado em virtude da greve dos caminhoneiros, o varejo apresentou retração de 0,6%. Interessante destacar que o ramo supermercadista foi o único, nesta base, a apresentar alta, mostrando que, mesmo com desabastecimento, o consumidor não pode deixar de se alimentar e teve que, obviamente, ir às compras, o que ficou observada na alta da inflação, muito influenciada por produtos alimentícios.

O resultado acumulado em 12 meses aponta uma alta de 3,7%. Nos primeiros cinco meses do ano, o crescimento foi de 3,2%, com destaque para a alta de 5,6% em Hiper, Supermercados, Bebidas e Fumo. Pelo lado negativo, queda de 4,9% em Combustíveis e Lubrificantes.

O varejo ampliado registrou alta em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado: 2,2%. O resultado foi menor do que o registrado do varejo tradicional em virtude da retração em materiais de construção, já que veículos registrou alta nesta base.

A queda frente ao mês de abril foi ainda maior no varejo ampliado, chegando a -4,9%. O varejo ampliado cresceu 6,3% no ano e 6,8% em 12 meses.

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Revista Suma Economica - Agosto 201826

Produção IndustrialINDUSTRIAL PRODUCTION

Maio de 2018em %

2017 2018

-18,3 -6,6-5,2 -5,2

-15,4 -9,7-27,4 -11,9-12,2 -9,1-10,9 -6,6

9,5 8,80,7 1,83,0 3,9

13,9 14,60,2 1,42,0 3,0

-10,9

-6,6

Após maio turbulento, o retornoà retomada

O mês de maio, como veremos nos dados do IBGE mais no final deste artigo, foi muito prejudicado pela greve dos caminhoneiros, que afetou

varejo, serviços, agronegócio e a indústria. Poucos setores industriais conseguiram ficar alheios a esta conjuntura. Fecharam o quinto mês do ano com bastante dificuldade, sobretudo pela falta de matérias-primas, o que paralisou muitas fábricas em todo o país naquelas duas semanas.

Porém, os primeiros dados de junho já indicam que o ritmo começou a se recuperar do baque e já há uma retomada, mesmo que lenta, do momento que era vivido no primeiro quadrimestre, quando a economia, mesmo que a passos curtos, vinha crescendo. Ficou-se muito preocupado com a questão da confiança do empresário, que realmente ficou abalada com a situação. Mas parece que em junho já há uma reversão da tendência.

Vários ramos já sentiram a mudança no sexto mês do ano, com o ânimo sendo retomado, e uma expectativa de

que o crescimento tenha sido bastante disseminado. A Associação Brasileira do Papelão Ondulado, por exemplo, indicou uma alta de 36,85% na expedição na passagem de maio pra junho. Importante indicador será quando comparamos junho deste ano com junho do ano passado; então veremos se a retomada virá a ser consistente no restante do ano. A base frente ao mês de maio é muito contaminada pela greve dos caminhoneiros, apesar de ser um indicador de que as coisas estão voltando ao normal.

PAPELÃO ONDULADODe acordo com a ABPO, a expedição de papelão

ondulado, em junho, atingiu 324,324 mil toneladas, alta de 11,66% frente ao mesmo período do ano passado e de 36,85% frente ao mês de maio. Em junho tivemos um dia útil a mais do que junho de 2017.

Esse desempenho foi importante após um mês de maio complicado devido à greve dos caminhoneiros. Em

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Revista Suma Economica - Agosto 2018 27

Produção IndustrialINDUSTRIAL PRODUCTION

maio, a expedição ficou em 236,985 mil toneladas, queda de 19,74% frente ao mês de maio de 2017. Estima-se que cerca de 60 mil toneladas de papelão ondulado deixaram de ser produzidas durante o período de paralisação dos caminhoneiros.

O resultado acumulado do primeiro semestre de 2018 aponta uma alta de 1,79% frente ao registrado no mesmo período do ano passado, chegando a 1,718 milhão de toneladas.

A projeção para 2018 antes da greve era de uma alta de 3,8%. Após a situação ocorrida em maio, a ABPO revisou as estimativas e, agora, projeta um crescimento de 2,8% em 2018.

VENDAS DE CIMENTOO cenário, que foi complicado no primeiro trimestre,

deveria se reverter nos três meses seguintes para, a partir daí, iniciar uma trajetória positiva.

Porém, a greve dos caminhoneiros prejudicou a trajetória do segundo semestre, mesmo que junho tenha mostrado um bom desempenho.

No primeiro semestre deste ano, as indústrias de cimento comercializaram 25,4 milhões de toneladas, queda de 1,5% sobre o mesmo período do ano passado. No primeiro trimestre a retração havia sido de 3,0%, mas o desempenho de maio levou a queda a 4,5% nos cinco primeiros meses do ano.

A ligeira recuperação só veio em junho, com a alta mensal de 13,2% frente ao mesmo mês do ano passado. Mesmo assim, o que ocorreu na ocasião foi muito em função do que estava projetado para ocorrer em maio e foi impedido pela greve, deslocando o processo para o mês seguinte.

A projeção para 2018 é de retração entre 1,0% e 1,5%. No inicio do ano a estimativa era de uma alta entre 1,0% e 2,0%, o que deve ser muito difícil de ser alcançado já que, segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), as vendas do segundo semestre teriam que superar uma alta de 10,0%.

PRODUÇÃO AUTOMOBILÍSTICADe acordo com a Associação Nacional de Veículos

Automotores (Anfavea), a produção total de autoveículos atingiu 256,305 mil unidades em junho, alta de 21,1% em relação ao resultado do mesmo mês de 2017. Frente ao mês de maio, elevação de 20,7%. Nos seis primeiros meses do ano foram produzidas 1,434 milhão de unidades, 13,6% acima do registrado no mesmo período do ano passado.

Deste total, para caminhões, a produção chegou a 8,635 mil unidades no sexto mês do ano, mostrando alta de 27,0% na comparação com junho de 2017 e crescimento de 16,3% frente ao mês de maio. No primeiro semestre foram 49,587 mil unidades, alta de 36,0% frente ao mesmo período do ano passado.

NÚMEROS DO IBGEA produção industrial brasileira caiu 6,6% em maio

na comparação com o mesmo mês de 2017, com influência importante da greve dos caminhoneiros, além de um dia útil a menos. A produção de Bens de Consumo Duráveis registrou queda de 11,9%, mas todas as outras categorias.

Por ramo, 24 dos 26 pesquisados registraram retração nesta base, destaques negativos para produtos alimentícios, vestuário, bebidas, automóveis, entre outros.

PRODUÇÃO NACIONAL DE AUTOVEÍCULOS2015

2016

2017

2018

JAN

205.305

JAN

148.693

JAN

174.713

JAN

216.834

MAI

213.843

MAI

177.159

MAI

250.872

MAI

212.294

OUT

205.068

OUT

175.710

OUT

249.932

OUT

MAR

255.866

MAR

198.830

MAR

235.433

MAR

267.460

JUL

224.140

JUL

190.612

JUL

225.518

JUL

DEZ

142.848

DEZ

200.887

DEZ

213.707

DEZ

FEV

206.400

FEV

144.183

FEV

200.385

FEV

213.480

JUN

188.185

JUN

184.483

JUN

212.328

JUN

256.305

NOV

175.114

NOV

216.297

NOV

249.089

NOV

ABR

220.272

ABR

171.517

ABR

189.547

ABR

266.111

SET

174.611

SET

170.304

SET

236.944

SET

AGO

217.769

AGO

178.704

AGO

260.914

AGO

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Revista Suma Economica - Agosto 201828

Produção IndustrialINDUSTRIAL PRODUCTION

PRINCIPAIS SEGMENTOS INDUSTRIAIS (2018)

Indústria Geral --> 93,4 | Extra�va Mineral --> 102 | Transformação --> 92,1Produtos Alimentares--> 85,7 | Bebidas--> 85,1 | Fumo--> 78,8 | Têx�l--> 93,4

Madeira--> 92 | Celulose, Papel e Papelão--> 90,3 | Farmacêu�ca--> 93,2 Perfumaria, Sabões e Detergentes--> 87,7 | Borracha e Plás�co--> 92,3

Minerais não-metalicos--> 87,2 | Metalúrgica-->99,7 | Mobiliário--> 87,9

Dez. Mai.Jan. Fev. Mar. Abr.

Em relação ao mês de abril, a indústria registrou retração de 10,9%, com destaque pela queda significativa de 27,4% em bens de consumo duráveis.

Nos primeiros cinco meses do ano, a alta da produção industrial ficou em 2,0%, com influência significativa de Bens de Consumo Duráveis (+13,9%) e de Bens de Capital (+9,0%). Importante destacar como o resultado de maio impactou para que a aceleração da produção industrial no ano arrefecesse, tanto que Bens Intermediários passou a ter um resultado acumulado de apenas 0,7%. Por ramo, em 2018, destaque para a produção de veículos automotores, com alta de 16,4%. Materiais de Informática, eletrônicos e ópticos com alta de 21,4%, também apresentam destaque. 44 dos 79 grupos pesquisados apresentam alta no período entre janeiro e maio.

Em 12 meses, o cenário aponta um crescimento de 3,0% na indústria geral, com Bens de Consumo Duráveis crescendo 14,6% e Bens de Capital registrando alta de 8,8%.

NÚMEROS REGIONAISEm maio deste ano, apenas três estados

registraram alta em suas produções industriais na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram eles Pará (6,0%), Amazonas (4,5%) e Rio de Janeiro (0,9%). Pelo lado negativo, alguns estados tiveram uma retração de dois dígitos, casos de Mato Grosso, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná e Bahia.

Na comparação com abril, apenas o Pará apresentou alta, que ficou em 9,2%. Algumas quedas, nesta base, foram representativas, como, por exemplo, da indústria paulista (-11,4%)

No ano, a liderança permanece com a produção industrial amazonense, cuja alta ficou em 17,9%, mantendo a única alta de dois dígitos. Pará vem na vice-liderança com 6,6% de alta. Pelo lado negativo, a produção capixaba registrou queda de 5,1% nos primeiros cinco meses do ano.

Em 12 meses, o Amazonas lidera com uma alta de 10,4%,vindo o Pará em sequência, com 9,4%.

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Revista Suma Economica - Agosto 2018 29

Produção IndustrialINDUSTRIAL PRODUCTION

Em %

-6,6

4,5

-10,3

-3,5

-13,7

-7,3

-5,4

0,9

-9,7

6,0

-4,8

-12,0

-8,2-10,8

-15,7

-10,9

-4,1 -4,9

-8,1

-15,0

-10,2

-2,3

-7,0

-11,4

-18,4

-15,0

-11,0

9,2

-10,0 -10,9

3,8

Acumulado em 12 meses

3,0

10,49,4

-0,6

3,0

0,2

-0,4-1,9

5,8

2,1 2,4

4,4

-0,2-0,3

Em Maio de 2017

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Revista Suma Economica - Agosto 201830

Bens de Capital Bens de ConsumoBens IntermediáriosGeral Extrativa Mineral Transformação

Produção IndustrialINDUSTRIAL PRODUCTION

Período Acumul. 12 Acumul. 12 Acumul. 12 Acumul. 12 Acumul. 12 Acumul. 12 até o mês meses até o mês meses até o mês meses até o mês meses até o mês meses até o mês meses

NÍVEL DE ATIVIDADE INDUSTRIAL

- Variação Acumulada até o mês: compara a produção acumulada no ano, de janeiro até o mês de referência do índice, com igual período do ano anterior.- Variação Acumulada em 12 meses: compara a produção acumulada nos últimos 12 meses de referência do índice, com igual período do ano anterior.

MAR/15 -5,90 -4,70 10,30 7,30 -7,90 -6,10 -18,00 -13,80 -2,80 -3,20 -8,40 -5,00

ABR -6,30 -4,80 10,50 7,80 -8,40 -6,30 -19,70 -14,50 -2,90 -3,00 -9,10 -5,40

MAI -6,60 -5,30 9,90 7,90 -9,00 -6,90 -20,60 -15,80 -3,40 -3,20 -9,60 -6,20

JUN -6,30 -5,00 9,40 8,40 -8,30 -6,60 -20,00 -15,40 -3,10 -3,10 -8,60 -5,60

JUL -6,60 -5,30 8,40 8,10 -8,50 -7,00 -20,90 -16,80 -3,40 -3,20 -8,70 -6,20

AGO -6,90 -5,70 7,70 7,70 -8,80 -7,40 -22,40 -18,40 -3,70 -3,40 -8,80 -6,50

SET -7,40 -6,50 7,30 7,30 -9,20 -8,20 -23,60 -20,40 -4,10 -3,90 -9,10 -7,50

OUT -7,80 -7,20 6,30 6,50 -9,60 -9,00 -24,50 -22,30 -4,50 -4,40 -9,50 -8,60

NOV -8,10 -7,70 4,70 5,20 -9,70 -9,30 -25,10 -24,10 -4,90 -4,60 -9,50 -9,00

DEZ/15 -8,30 -8,30 3,90 3,90 -9,90 -9,90 -25,50 -25,50 -5,20 -5,20 -9,40 -9,40

JAN -13,80 -9,00 -16,80 1,30 -13,30 -10,40 -35,90 -27,00 -11,90 -6,00 -11,90 -9,90

FEV -11,80 -9,00 -14,60 -0,60 -11,30 -10,20 -30,80 -27,10 -10,10 -6,30 -29,00 -20,00

MAR -11,70 -9,70 -15,30 -2,80 -11,10 -10,70 -28,90 -28,30 -10,30 -7,00 -9,80 -10,00

ABR -10,50 -9,60 -15,00 -4,60 -9,80 -10,30 -25,90 -27,90 -9,60 -7,30 -8,30 -9,30

MAI -9,80 -9,50 -14,40 -6,20 -9,00 -10,00 -23,00 -26,90 -9,20 -7,60 -7,50 -8,70

JUN -9,10 -9,80 -14,00 -7,90 -8,40 -10,10 -20,10 -26,60 -8,80 -8,10 -6,70 -8,80

JUL -8,70 -9,60 -13,40 -9,00 -8,00 -9,70 -18,50 -24,70 -8,30 -8,10 -6,90 -8,60

AGO -8,20 -9,30 -13,10 -10,30 -7,40 -9,20 -15,90 -21,90 -8,00 -8,30 -6,50 -8,20

SET -7,80 -8,80 -12,60 -11,30 -7,00 -8,50 -15,00 -19,80 -7,60 -8,10 -6,40 -7,60

OUT -7,70 -8,40 -12,10 -11,90 -7,00 -7,90 -14,40 -17,40 -7,40 -8,00 -6,50 -7,10

NOV -7,10 -7,50 -10,80 -10,80 -6,50 -7,00 -13,20 -14,70 -6,80 -7,10 -6,10 -6,40

DEZ/16 -6,60 -6,60 -9,40 -9,40 -6,10 -6,10 -11,10 -11,10 -6,30 -6,30 -5,90 -5,90

JAN 1,40 -5,40 12,50 -7,30 -0,30 -5,20 3,30 -7,90 0,80 -5,50 2,30 -4,80

FEV 0,30 -4,80 8,70 -6,10 -0,90 -4,60 3,70 -5,20 -0,80 -4,90 1,70 -4,30

MAR 0,60 -3,80 8,20 -4,30 -0,50 -3,70 4,40 -2,30 -0,40 -4,20 1,50 -3,40

ABR -0,70 -3,60 7,20 -2,70 -1,80 -3,70 1,90 -1,20 -1,00 -3,80 -0,80 -3,70

MAI 0,50 -2,40 6,30 -1,40 -0,30 -2,60 3,50 0,90 -0,30 -2,90 1,10 -2,30

JUN 0,50 -1,90 6,00 0,00 -0,20 -2,20 2,90 1,00 -0,10 -2,10 0,90 -2,10

JUL 0,80 -1,10 5,20 1,00 0,20 -1,40 3,70 2,80 0,00 -1,70 1,40 -1,00

AGO 1,50 -0,10 6,60 3,50 0,80 0,00 4,40 3,10 0,70 -0,60 2,10 -0,20

SET 1,60 0,40 6,10 4,60 0,90 -0,20 4,50 3,90 0,70 -0,30 2,40 0,80

OUT 1,90 1,50 5,80 5,80 1,40 0,90 5,60 6,00 0,90 0,70 2,90 2,10

NOV 2,30 2,20 5,30 5,50 1,90 1,70 5,80 6,50 1,40 1,20 3,20 2,90

DEZ/17 2,50 2,50 4,60 4,60 2,20 2,20 6,00 6,00 1,60 1,60 3,20 3,20

JAN/18 5,70 2,80 -0,10 3,50 6,70 2,60 18,30 6,90 4,20 1,80 6,20 3,40

FEV 4,30 3,00 -2,70 2,60 5,40 3,00 12,60 7,20 2,90 2,10 5,30 3,60

MAR 3,10 2,90 -2,20 1,80 3,90 3,10 10,80 7,40 1,70 2,00 3,90 3,50

ABR 4,50 3,90 -2,00 0,70 5,50 4,40 14,00 10,10 2,40 2,50 6,50 5,30

MAI 2,0 3,0 -1,20 0,50 2,50 3,30 9,50 8,80 0,70 1,80 3,00 3,90

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Revista Suma Economica - Agosto 2018 31

Câmbio & Comércio ExteriorENCHANGE RATES & FOREING COMMERCE

Mês agitado

227.863

169.209

18

D esde que os EUA anunciaram a taxação do aço, o mercado exportador mundial entrou em uma dinâmica bastante agitada, capitaneada pelo imbróglio principal,

a guerra comercial entre EUA e China.

Muitos outros países importantes, também atores relevantes no reflexo desta disputa, começaram a se armar para se defender de perdas que virão da dificuldade em negociar com os EUA, e se preparam como podem. União Europeia e Japão assinaram acordo comercial eliminando praticamente todas as tarifas, entre eles a de automóveis japoneses e de queijos europeus.

O aspecto “belicista” que se transformou o comércio internacional vem a tona também não só no aspecto todos contra os EUA. Transações bilaterais importantes começam a atingir outros patamares de discussão, muitas já de anos, mas que parecem ter aflorado após o episódio do aço. O Brasil, por exemplo, já cobra os Chineses pelo fim de barreiras para açúcar e frango. Vários países questionam a União Europeia (veremos na seção seguinte) sobre as cotas comerciais após o futuro Brexit. Ou seja, o mercado está em um período de bastante embate e será trabalhoso para a Organização Mundial de Comércio (OMC) lidar com tudo isso. A preocupação inclusive já toma coro nos debates sobre o PIB mundial em 2018 e o quanto ele pode ser afetado pela guerra comercial em curso.

Com relação ao embate mais importante de toda essa guerra comercial, os EUA anunciaram mais um pacote de taxação no início de julho. US$ 200 bilhões em produtos chineses, que incluem roupas, celulares entre outros, mais um capítulo desse conflito, que na semana anterior já havia tido sequência com

ambos os lados tarifando produtos em um total de US$ 34 bilhões. A China já formalizou queixa na OMC acerca dessa atitude norte-americana e a questão vai longe.

BREXIT E COTAS PODEM PARAR NA OMCO Brasil e inúmeros outros países exportam pra a União

Europeia através de sistemas de cotas (uma muito conhecida é a Cota Hilton para carne bovina) e o Brexit poderá causar alguns impactos na distribuição dessas cotas em diversos produtos.

Ainda sem prazo determinado para acontecer, a saída do Reino Unido já causa um debate relevante sobre tal distribuição, com o Brasil sendo um interessado no assunto, já que participa ativamente do sistema de cotas da UE em diversos produtos, como açúcar, frango, carne bovina, entre outros.

O fato é que o que tem se discutido é a questão da repatriação das cotas que pertencem ao Reino Unido levando em conta o período entre 2011-2015, o que já não reflete o que acontece no mercado exportador mundial e pode causar perdas a diversos países. Perda de flexibilização é um argumento dos países exportadores e eles querem uma compensação pela provável perda de mercado, algo que a União Europeia questiona não vendo ser um caso para tal compensação. O resultado: devemos ter no futuro, mas um painel na OMC.

EXPORTAÇÕES DE SOJA PODEM SE BENEFICIARSe a disputa comercial entre EUA e China está deixando o

comércio internacional apreensivo, um setor no Brasil, por enquanto, não tem o que reclamar: o exportador de soja.

Como a China é um grande consumidor da commodity, todo o conflito beneficia o nosso mercado exportador e a Associação

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Revista Suma Economica - Agosto 201832

Câmbio & Comércio ExteriorENCHANGE RATES & FOREING COMMERCE

COMÉRCIO EXTERIOR BRASILEIRO em US$ milhões

EXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES SALDO COM.

Período No Mês No Mês No Mês12 Meses 12 Meses 12 Meses

MAR/16 15.994 188.944 11.559 155.311 4.435 33.633 ABR 15.374 189.150 10.513 151.157 4.861 37.993 MAI 17.571 189.947 11.134 148.280 6.437 41.667 JUN 16.743 187.042 12.770 145.950 3.974 41.092 JUL 16.331 184.555 11.752 141.555 4.578 43.301 AGO 16.989 186.361 12.849 141.612 4.140 44.749 SET 15.790 185.999 11.987 140.391 3.803 45.609 OUT 13.721 183.677 11.375 137.713 2.346 45.965 NOV 16.220 186.090 11.463 136.568 4.758 49.522 DEZ 15.941 185.244 11.525 137.552 4.415 47.692 JAN/17 14.911 188.933 12.187 139.420 2.727 49.514 FEV 15.472 191.038 10.912 140.027 4.560 51.011 MAR 20.085 195.129 12.940 141.410 7.145 53.719 ABR 17.686 197.440 10.717 141.620 6.969 55.820 MAI 19.792 199.654 12.131 142.622 7.661 57.033 JUN 19.788 202.699 12.593 142.447 7.195 60.252 JUL 18.769 205.136 14.471 143.165 6.298 61.971 AGO 19.475 207.616 13.876 144.188 5.599 63.428 SET 18.666 210.478 13.488 145.688 5.178 64.789 OUT 18.877 215.638 13.676 147.992 5.201 67.645 NOV 16.688 216.095 13.142 149.672 3.546 66.424 DEZ 17.595 217.746 12.598 150.745 4.998 67.001 JAN/18 16.968 219.799 14.199 152.751 2.768 67.048 FEV 17.315 221.645 12.408 154.246 4.907 67.399 MAR 20.089 221.658 13.809 155.118 6.281 66.540 ABR 19.932 223.907 13.790 158.193 6.142 65.715 MAI 19.241 233.443 13.260 159.325 5.981 64.118 JUN 20.202 223.873 14.320 163.038 5.882 60.834 JUL 22.870 227.863 18.643 169.209 4.227 58.654

Crescimento:

Mês/mesmomês ano ant.

Em 12 meses

21,84 ---- 28,83 ---- -32,88 ---- ---- 11,08 ---- 18,19 ---- -5,35

4.907

6.281

5.5995.168 5.201

3.546

4.998

2.768

Out. Jan./2018 Fev.

6.1425.882

Jun.

4.227

5.981

Mai.Abr. Jul.

Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) calcula que nossos embarques cheguem a 73,5 milhões de toneladas, o que representaria uma alta de 8,0% frente ao registrado no ano passado. Com a estimativa de que os preços médios fiquem em torno de US$ 410 por tonelada, a tendência é que o faturamento alcance US$ 30,135 bilhões, uma alta de 17,2% sobre o arrecadado em 2017 e um recorde histórico. Todo o complexo, que abrange também farelo e óleo, deve gerar um faturamento de US$ 37,5 bilhões, também recorde, o que representaria uma alta de 18,3% frente ao ano passado.

NÚMEROS DAS TRANSAÇÕES CORRENTES E DO IDPEm junho, as transações correntes tiveram um

superávit de US$ 435 milhões. Em 12 meses o déficit ficou em US$ 13,932 bilhões, ou -0,70% do PIB. Nos primeiros seis meses do ano, o déficit chegou a US$ 3,586 bilhões.

O IDP de junho de 2018 ficou em US$ 6,533 bilhões, levando o resultado em doze meses para US$ 64,432 bilhões ou 3,11% do PIB. Nos primeiros seis meses do ano, o resultado ficou em US$ 29,878 bilhões.

EXPORTAÇÃO DE AUTOVEÍCULOSA exportação brasileira de autoveículos atingiu

64,910 mil unidades em junho deste ano, queda de 4,4% frente ao mesmo mês de 2017. Frente ao mês de maio, alta de 6,8%. Nos primeiro semestre de 2018 foram 379,001 mil autoveículos, alta de 0,5% frente ao registrado no mesmo período do ano passado.

Especificamente para caminhões, as vendas externas chegaram a 2,479 mil unidades no sexto mês do ano, retração de 11,0% frente ao mesmo mês de 2017. Na comparação com maio, evolução de 39,0%. Nos seis primeiros meses do ano, alta de 5,1% na comparação com o mesmo período de 2017, chegando 14,329 mil unidades.

Para ônibus, as vendas externas atingiram 924 unidades no sexto mês do ano. De janeiro a junho foram 4,722 mil unidades, alta de 15,1%.