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Composição, riqueza e abundância de espécies em uma comunidade de abelhas (Hymenoptera, Apoidea) em fitofisionomia de Cerrado Edson Braz Santana Feira de Santana Abril/2017 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA

Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

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Page 1: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

Composição, riqueza e abundância de espécies em uma comunidade de

abelhas (Hymenoptera, Apoidea) em fitofisionomia de Cerrado

Edson Braz Santana

Feira de Santana

Abril/2017

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA

Page 2: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

Composição, riqueza e abundância de espécies em uma comunidade de

abelhas (Hymenoptera, Apoidea) em fitofisionomia de Cerrado

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Zoologia da

Universidade Estadual de Feira de Santana,

como um dos requisitos para a obtenção do

título de Mestre.

Edson Braz Santana

Orientador (a): Cândida Maria Lima Aguiar

Co-orientador (a): Celso Feitosa Martins

Feira de Santana

Abril/2017

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOLOGIA

Page 3: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

Ficha Catalográfica – Biblioteca Central Julieta Carteado

Santana, Edson Braz

S223e Composição, riqueza e abundância de espécies em uma comunidade

de abelhas (Hymenoptera, Apoidea) em fitofisionomia de Cerrado /

Edson Braz Santana. – Feira de Santana, 2017.

48f. : il.

Orientadora: Cândida Maria Lima Aguiar.

Coorientador: Celso Feitosa Martins.

Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Feira de Santana,

Programa de Pós-Graduação em Zoologia, 2017.

1. Abelhas – Chapada Diamantina, BA. I. Aguiar, Cândida Maria

Lima, orient. II. Martins, Celso Feitosa, coorient. III. Universidade

Estadual de Feira de Santana. IV. Título.

CDU: 595.799

Page 4: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

EDSON BRAZ SANTANA

COMPOSIÇÃO, RIQUEZA E ABUNDÂNCIA DE ESPÉCIES EM UMA

COMUNIDADE DE ABELHAS (HYMENOPTERA, APOIDEA) EM

FITOFISIONOMIA DE CERRADO

Aprovado em ___/___/___

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________________________

Profª. Drª. Cândida Maria Lima Aguiar (ORIENTADORA)

______________________________________________________________________

Profª. Drª. Solange Cristina Augusto (UFU)

______________________________________________________________________

Prof. Dr. Willian Moura de Aguiar (UEFS)

Feira de Santana

Abril/2017

Page 5: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

AGRADECIMENTOS

E há quem diga que a vida passa num segundo... Nesse tempo se criam momentos, e

entre momentos criamos lembranças, entre lembranças criamos laços e entre laços,

fazemos história. E foram muitas as histórias...

Agradeço à minha família que foi o meu alicerce antes, durante e será depois dessa

etapa de formação profissional. Aqui destaco o carinho incomensurável que tenho por

minha mãe, sempre tão doce, alegre e otimista. Minha fonte de viver!

À minha orientadora, que foi professora, mãe, parceira. Que sempre me incentivou a

buscar mais e o melhor pra mim. Pelos puxões de orelha, pela sua paciência e carinho,

muito obrigado!

Ao professor Celso Martins, pela co-orientação e pelos dados cedidos.

Outra família, essa que o tempo formou, Lívia, Igor, Daniel, Francisca, Lidiane, serei

sempre grato por toda nossa história e por toda a contribuição que me ofereceram,

enquanto estivemos juntos no mesmo lar, bem como fora dele.

Aos amigos antigos, Brunelle Ramos, Jéssica Moreira, Jorge Leberg, Rodrigo

Rodrigues, presentes sempre em minha vida. Hoje são partes fundamentais de mim.

Marciany Dantas ou Zefinha pros íntimos. Uma amiga, uma irmã, uma parceira pra

vida. Juntos desde o início. E quando foi o início mesmo? À sua amizade, carinho,

respeito e companheirismo, muito obrigado.

Junto a Zefinha, também tem Vivian Heloise, Erick Douglas, Rodrigo Tuvira. Bênçãos

vindas de outros planetas (cada ser humano é um universo), que me ajudaram, além de

muitas outras coisas, a me encontrar consigo mesmo e entender quem sou e o que sou.

Claudia Oliver, minha pretinha. O que seria de mim sem você em minha vida? O que

seriam nossas viagens ao campo se não tivéssemos nos conhecido?! Você é especial pra

mim. Um dos melhores seres humanos que já conheci.

Às novas amizades, principalmente do LENT - B. Lázaro, Verônica, Guilherme, Bruno,

Eliane, Rita, Matheus, novas promessas do futuro da biologia.

À todos os professores do programa de Zoologia que direta ou indiretamente

contribuíram tanto na minha formação profissional, como também pessoal. Aos colegas

do programa, e aos técnicos do laboratório, promessas de grandes amizades.

À CAPES e ao CNPq pelo suporte financeiro necessário para a realização do trabalho.

À todos, mesmo aqueles que aqui não citei, muito obrigado!

Page 6: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

RESUMO

As abelhas constituem um táxon com importante papel ecológico, pelos serviços de

polinização de plantas selvagens e cultivadas. Apresentam grande diversidade na região

Neotropical, incluindo o bioma Cerrado. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a

comunidade de abelhas em uma área de Cerrado no entorno do Parque Nacional da

Chapada Diamantina, com base nos parâmetros composição da comunidade, riqueza de

espécies, diversidade, abundância e dominância. As amostragens foram realizadas de

outubro de 2013 a julho de 2016. A coleta das abelhas foi realizada com rede

entomológica, durante suas visitas às flores, das 08 às 16:00h, durante dois a três dias

consecutivos em cada expedição de coleta. Um total de 62 espécies (507 indivíduos)

foram coletadas. Apidae foi a família com maior riqueza de espécies (S=44 espécies),

com destaque para o gênero Centris (S=10). Halictidae foi a segunda mais rica em

espécies, Megachilidae e Andrenidae apresentaram baixa riqueza. As espécies mais

abundantes foram Apis mellifera (23%), Partamona sp.1 (17%) e Trigona spinipes

(15%), todas eussociais. A comunidade apresentou menor riqueza de espécies (S) e

diversidade (H') que outras comunidades de abelhas em fitofisionomia de Cerrado,

incluindo uma área próxima amostrada há 30 anos. Embora muitos fatores estejam

envolvidos nas variações na riqueza de espécies entre áreas restritas, uma explicação

plausível para a baixa riqueza local, é o alto grau de antropização atual.

PALAVRAS-CHAVE: Comunidades de abelhas, antropização, análise faunística

Page 7: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

ABSTRACT

Bees are a taxon with an important ecological role, by the pollination services to wild

and cultivated plants. They have a high diversity in the Neotropical region, including

the Cerrado biome. The aim of this work was to characterize a bee community of in a

Cerrado area in the vicinity of the Chapada Diamantina National Park, based on the

parameters composition, species richness, diversity, abundance and dominance. The

samplings were carried out from october 2013 to july 2016. The collection of the bees

was carried out with an entomological net, during their visits to the flowers, from 08:00

to 16:00, during two or three consecutive days in each collection expedition. A total of

62 species (507 individuals) were collected. Apidae was the family with the highest

species richness (S=44 species), mainly the genus Centris (S=10). Halictidae was the

second richest in species, while Megachilidae and Andrenidae had low species richness

and abundance. The most abundant species were Apis mellifera (23%), Partamona sp.1

(17%) and Trigona spinipes (15%), all of them eusocial species. The community

showed lower species richness (S) and diversity (H ') than other bee communities in the

Cerrado phytophysiognomy, including a nearby area sampled 30 years ago. Although

many factors are involved in variations in bees species richness among restricted areas,

a plausible explanation for the low local species richness is the high degree of current

anthropization.

KEY WORDS: Bee communities, anthropization, faunistic analysis

Page 8: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

LISTA DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS

Figura 1. Representação da área de estudo no município de Palmeiras, no estado

da Bahia, Brasil.

37

Figura 2. Distribuição mensal da precipitação pluviométrica de Palmeiras, de

janeiro de 2013 a dezembro de 2016. Fonte: INMET.

37

Figura 3. Estimativa da riqueza acumulada de espécies (estimador Chao 1). 38

Figura 4. Estimativa da riqueza acumulada de espécies (estimador Jackknife 2). 38

Figura 5. Distribuição temporal da riqueza das espécies de abelhas durante o

período de outubro de 2013 a julho de 2016.

39

Figura 6. Distribuição temporal da abundância das espécies de abelhas durante o

período de outubro de 2013 a julho de 2016.

39

Tabela 1. Riqueza e Abundância de espécies de abelhas (Hymenoptera, Apoidea)

durante o período de outubro de 2013 a julho de 2016 em uma comunidade do

Cerrado na Chapada Diamantina, Bahia, Brasil.

40

Tabela 2. Distribuição temporal das abelhas (Hymenoptera, Apoidea) durante o

período de outubro de 2013 a julho de 2016, em uma comunidade do Cerrado na

Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. Período seco/Período chuvoso - Seco Inicial

(SI), Seco Intermediário (SIn), Seco Final (SF), Chuvoso Inicial (CI), Chuvoso

Intermediário (CIn), Chuvoso Final (CF).

43

Tabela 3. Classificação das espécies de abelhas de acordo com os parâmetros

Frequência, Raridade e Dominância no período de outubro de 2013 a julho de

2016, na Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. (MF) Muito Frequentes, (F)

Frequentes e (IN) Infrequentes. (R) Raras, (C) Comuns ou (IN) Intermediárias.

Dominância de Kato - LD=1,63.

46

Anexo 1 - Distribuição de horas, duração da pesquisa, fitofisionomia, coordenadas

e riqueza de espécies em trabalhos no Cerrado.

48

Page 9: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................................... 10

1. Considerações sobre comunidades biológicas ..................................................... 10

2. Os estudos sobre as comunidades de abelhas no Brasil ...................................... 13

OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 16

OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 16

MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 17

1. Área de estudo ...................................................................................................... 17

2. Amostragem ......................................................................................................... 17

3. Análise de dados .................................................................................................. 18

RESULTADOS ...................................................................................................... 21

1.- Riqueza de espécies e composição da comunidade de abelhas ......................... 21

2.- Abundância das espécies e dominância ............................................................ 21

3.- Distribuição temporal das espécies ................................................................... 22

DISCUSSÃO .......................................................................................................... 24

REFERÊNCIAS .................................................................................................... 29

ANEXOS ................................................................................................................ 48

Page 10: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

10

INTRODUÇÃO GERAL

1. Considerações sobre comunidades biológicas

Comunidades biológicas são conjuntos de populações de espécies diferentes que

compartilham do mesmo espaço e tempo (McGill et al., 2006). Normalmente não

apresentam limites bem definidos, demonstram fluxo dinâmico na composição e

dificilmente, ocorre sobreposição de espécies em toda sua distribuição (Looijen & van

Andel, 1999). As comunidades, geralmente consideradas como o conjunto de

populações presentes em uma área, estão associadas aos diferentes tipos de relações que

os organismos desenvolvem e como interagem uns com os outros. As propriedades

resultantes dessas interações são percebidas através da estrutura trófica, fluxo de

energia, diversidade de espécies, abundância relativa e estabilidade da comunidade. Os

trabalhos com comunidades, podem ser focados no conjunto de populações que vivem

em uma determinada região (comunidade), ou podem ser mais restritos a populações

que apresentam alguma afinidade taxonômica (assembleia). Delimitando assim

subconjuntos que são mais práticos para investigar (Pianka, 1973; Fauth et al., 1996).

As comunidades sofrem influência de diversos fatores. Os abióticos, como pH,

salinidade, umidade, altitude, pluviosidade e temperatura, e os fatores bióticos, como a

disponibilidade de recursos alimentares, competição, predação, parasitismo e ação

antrópica. Os fatores abióticos têm um papel fundamental na organização das

comunidades, eles podem delimitar os conjuntos de espécies que podem ocupar uma

área especifica ou determinado hábitat (Peroni & Hernandez, 2011). Mas eles não são

os únicos a atuarem sobre os indivíduos das comunidades. Os fatores bióticos,

representados pelas interações entre espécies, tais como a frugivoria, herbivoria e

polinização, também influenciam a organização das comunidades (Lewinsohn et al.,

2006). As condições abióticas associadas com a influência dos fatores bióticos podem

influenciar na abundancia, riqueza de espécies e na mudança das espécies dominantes

(Heithaus, 1974; Peroni & Hernandez, 2011, Lewinsohn et al., 2006).

A estrutura das comunidades pode ser caracterizada através das interações entre

as espécies, que pode ser do tipo gradiente, compartimentado ou aninhado. O padrão

gradiente, como o próprio nome sugere, remete à organização das interações entre as

populações, que se distribuem de forma gradual em uma matriz ou grafo bipartido.

Comunidades que não apresentam descontinuidade clara ou diferenciação de

Page 11: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

11

subconjuntos. O padrão compartimentado é caracterizado pela formação de

subconjuntos de interações, que apresentam espécies com ligações mais fortes com um

subconjunto de espécies do que outro. E o padrão aninhado, que é caracterizado por

uma progressão de subconjuntos inclusivos, onde espécies especialistas se associam

preferencialmente com espécies mais generalista, formando assim um agrupamento

aninhado (Lewinsohn et al., 2006).

A comunidade pode ser caracterizada também através da análise da composição,

riqueza e abundância. Apesar do processo ser aparentemente simples, observar a riqueza

de espécies de uma comunidade pode ter suas complicações, devido a dificuldades na

identificação taxonômica e pela dependência quanto ao esforço amostral (Cure et al.,

1991).

Outro parâmetro que ajuda a caracterizar a comunidade e que há muito tempo

vem sendo discutido é a diversidade de espécies (Oliveira et al., 2010). Parâmetro

intrínseco de qualquer comunidade, a diversidade vinha sendo discutida a muito tempo

na busca de um conceito. No início do século XX a diversidade era considerada

primariamente como um fenômeno histórico, um reflexo da acumulação de espécies ao

longo do tempo. Enquanto ao final do século, alguns autores apresentavam definições

mais próximas do conceito atual de diversidade (Martins & Santos, 1999). Dentre eles,

Magurran (1988) entendia a diversidade sendo obtida através da medida do número de

espécies, associada com a distribuição da abundância relativa. E Ricklefs (1990)

defendia que a diversidade é uma resposta resultante do número de espécies, encontrada

em uma área pequena ou grande. E que a mesma, reflete uma medida da variedade de

espécies, levando em consideração a abundância relativa de cada uma.

Um dos principais problemas enfrentados pelas comunidades biológicas é o

processo de antropização, que provoca fragmentação e perda de habitats, afetando

consequentemente as comunidades de plantas e animais (Chapin et al., 2000; Pimm &

Raven 2000; Potts et al., 2010). A fragmentação é um processo que provoca a

diminuição do habitat, isolando as áreas uma das outras e formando matrizes de habitats

diferentes do original, promovendo alterações no ecossistema local e a perda de

diversidade (Wilcove et al., 1986).

A busca de informações sobre a degradação antrópica dos habitats aumentou nos

últimos anos. Essa mobilização está associada principalmente ao consenso que o dano

Page 12: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

12

causado pela perda de espécies nas comunidades biológicas, pode prejudicar a garantia

na qualidade dos serviços ecossistêmicos (Daily, 1997; Balmford et al., 2002; Dobson et

al., 2006), que dependem diretamente de importantes interações ecológicas que podem

sofrer perda ou alterações através da ação antrópica. A relação planta-polinizador é um

bom exemplo de interação ecológica. A fragmentação, e consequente isolamento dos

habitats, influenciam diretamente no principal serviço que os polinizadores realizam, a

polinização (Donaldson et al., 2002; Samejima et al., 2004).

As abelhas constituem um grupo com importante papel para polinização, sendo

consideradas polinizadores de grande valia tanto para plantas selvagens como para

plantas cultivadas (Imperatriz-Fonseca et al., 2006). Porém, vários fatores estão

causando um declínio em suas populações. Em alguns países da Europa e na América

do Norte, os pesticidas e a intensificação da agricultura foram colocados como

principais responsáveis pelo declínio (Rasmont et al., 2005; Colla & Packer, 2008).

Enquanto que para a região Neotropical, ameaças como o desmatamento, intensificação

da agricultura, ambos resultando em perda de habitats, e a introdução de espécies

exóticas, têm contribuído como principais responsáveis para o declínio das espécies de

abelhas (Freitas et al., 2009).

Essas ameaças afetam de diferentes formas as espécies de abelhas, como o

desmatamento, que diminui as espécies vegetais que ofereceriam recursos alimentares

ou substrato de nidificação (Kremen et al., 2004). A intensificação da agricultura, que

reduz a diversidade de espécies vegetais, aumenta o uso de pesticidas e promove a

aração do solo, que destroem tanto as larvas quanto os adultos (Freitas et al., 2009). E a

espécie exótica Apis mellifera, que se adaptou bem aos climas dos neotrópicos e

conseguiu expandir suas populações, que são encontradas desde a Argentina até os

Estados Unidos (Winston, 1987; Seeley, 2006).

Outras ameaças às abelhas são os metais pesados, encontrados em alguns

estudos com o mel de abelhas, devido a utilização humana de subprodutos industriais e

agroquímicos (Carneiro et al., 2001). Além disso, outros danos são causados pelas

mudanças climáticas, através dos furacões, secas, inundações, incêndios, que nos

últimos anos tem se tornado mais frequente para as regiões neotropicais (Freitas et al.,

2009).

Page 13: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

13

A perda e fragmentação dos habitats decorrente do crescimento populacional,

aumento da urbanização, e retirada de recursos naturais, como minérios, rochas, argila e

areia, constituem os principais problemas que influenciam na perda de recursos

utilizados pelas abelhas para alimentação ou nidificação, e dessa forma, favorecem o

desequilíbrio na oferta dos serviços de polinização e na estrutura das comunidades

(Roulston & Goodell, 2011; Viana et al., 2012).

2. Os estudos sobre as comunidades de abelhas no Brasil

No táxon Hymenoptera, as abelhas se destacam como um dos grupos mais

diversos, com cerca de 30.000 espécies estimadas para o mundo (Michener, 2007). Para

o Brasil, foram registradas 1.668 espécies. Cinco famílias são encontradas para a fauna

de abelhas brasileiras, Apidae, Andrenidae, Colletidae, Halictidae, e Megachilidae. A

diversidade de abelhas polinizadoras em nossa fauna é considerada alta, com estimativa

de 3 mil espécies para o Brasil, e elas são muito importantes na manutenção dos

serviços ecossistêmicos nos mais variados biomas (Silveira et al., 2002; Moure et al.,

2007).

A partir dos anos 60 surgiram os primeiros estudos sistematizados sobre

comunidades de abelhas, desenvolvidos com um método padronizado, proposto por

Sakagami e colaboradores (1967). A principal característica deste método é a coleta de

espécimes e de espécies de abelhas sem escolha, o que permite comparar abundâncias e

reconhecer espécies dominantes na comunidade. A grande maioria dos estudos sobre as

comunidades de abelhas tinham como foco a caracterização de alguns parâmetros das

comunidades, como composição, riqueza e abundância das espécies, além de gerarem

dados sobre utilização de recursos florais e sazonalidade. Recentemente, outros

enfoques vêm sendo acrescentados sobre as comunidades de abelhas, como por

exemplo, análise das interações entre abelhas e plantas visitadas utilizando ferramentas

de redes ecológicas (Pigozzo & Viana, 2010; Santos et al., 2010), amplitude e

sobreposição dos nichos trófico e temporal (Aguiar, 2003; Andena et al. 2012; Aguiar et

al., 2013; Santos et al., 2013).

Em meio aos trabalhos que foram conduzidos em várias regiões do Brasil,

muitos estudos importantes sobre as comunidades de abelhas foram desenvolvidos.

Trabalhos estes que cobrem desde áreas de florestas primárias até ambientes urbanos e

Page 14: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

14

sistemas agropecuários. Porém, ainda não se tem um panorama completo em relação à

fauna de abelhas que cubra a extensão de todos os biomas brasileiros, havendo grandes

lacunas geográficas na distribuição dos estudos, e grande concentração nas regiões

Sudeste e Sul do Brasil (Pinheiro-Machado et al., 2002).

Na paisagem costeira do Brasil foram amostradas comunidades de abelhas

estabelecidas em áreas com fitofisionomia de restingas e dunas litorâneas (Alves-dos-

Santos, 1999; Ramalho & Silva, 2002; Viana & Alves-dos-Santos, 2002; Madeira-da-

silva & Martins, 2003; Viana & Kleinert, 2006; Albuquerque et al., 2007; Oliveira et

al., 2010, Silva et al., 2015), vegetação savânica de tabuleiros costeiros (Aguiar &

Martins, 2003) e mata atlântica (Aguiar & Martins, 2003; Gonçalves & Brandão, 2008).

No domínio da caatinga, formação vegetacional xerófila que ocupa grande parte

do interior do Nordeste do Brasil, um conjunto de estudos sobre as comunidades de

abelhas foi realizado, com amostragens nos estados da Bahia (Martins, 1994; Viana,

1999; Aguiar & Zanella, 2005; Batalha-Filho et al., 2007; Santos et al., 2013), Paraíba

(Aguiar & Martins, 1997; Aguiar & Martins, 2003), Minas Gerais (Alvarenga, 2014),

Pernambuco (Milet-Pinheiro & Schlindwein, 2008), Alagoas e Sergipe (Moura, 2008) e

Rio Grande do Norte (Zanella, 2003).

No domínio do Cerrado, estudos sobre comunidades de abelhas foram realizados

em várias áreas restritas, com predominância da amostragem na porção mais

meridional, entre as latitudes 19 e 22o S, como a Reserva de Cerrado da FAPESP em

Corumbataí no estado de São Paulo (Andena et al., 2005) e na Estação Florestal de

Experimentação de Paraopeba em Minas Gerais (Silveira & Campos, 1995), na Reserva

Ecológica do Panga (Minas Gerais) (Carvalho & Bego, 1996), na Reserva Biológica

Boqueirão (Minas Gerais) (Pires et al., 2012). Em Cajuru (São Paulo), em um latifúndio

com áreas protegidas (Fazenda Santa Carlota), Pedro e Camargo (1991) registraram a

riqueza de espécies e abundância relativa, de abelhas visitando flores em uma área que

foi antropizada nos anos 60 pelo cultivo de cana de açúcar, café e pasto e que após esse

período foi preservado. Ainda nesta porção do Cerrado, d’Avila & Marchini (2008) e

Andena et al. (2012) realizaram estudos de comunidades de abelhas no estado de São

Paulo. Na porção mais setentrional do Cerrado, Santos et al., (2004) estudaram a

comunidade de abelhas em uma área de transição Cerrado-Amazônia no Tocantins (5o

S). Rebelo et al. (2003) fizeram uma revisão para a região setentrional do estado do

Page 15: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

15

Maranhão incluindo comunidades de abelhas em áreas de Cerrado (2 o e 3o S) e Rego et

al. (2012) registraram as espécies encontradas em uma área de Cerrado e para outras

fitofisionomias (caatinga, floresta amazônica, etc.).

Nas formações de topo de montanha, com mais de 900 m, conhecidas como

Campo Rupestre, áreas características pelos afloramentos rochosos e vegetação

herbáceo-arbustiva, foram realizados alguns poucos estudos sobre as comunidades de

abelhas. Araújo et al. (2006) observaram a diversidade de abelhas e as espécies de

plantas visitadas na região sul da Cadeia do Espinhaço, e Silva-Pereira & Santos (2006)

investigaram a diversidade das comunidades de abelhas e vespas em uma área restrita

de campo rupestre na porção norte da Cadeia do Espinhaço conhecida como Chapada

Diamantina.

Na Chapada Diamantina (Bahia), região conhecida por abrigar um mosaico de

fitofisionomias, incluindo florestas, cerrados, caatinga e campos rupestres (Conceição et

al., 2005), as comunidades de abelhas de algumas áreas restritas foram investigadas.

Para essa área já foram realizados alguns trabalhos sobre as comunidades de abelhas,

como o de Martins (1994), realizado em uma fitofisionomia de Cerrado gramíneo-

lenhoso com elementos de campos rupestres; Almeida & Gimenes, (2002) em três áreas

de campo rupestres, observaram as espécies de abelhas e as espécies de plantas

visitadas; Aguiar et al, (2005) com um estudo de Avaliação Ecológica Rápida

realizaram um inventário preliminar da apifauna de diferentes tipos de vegetação na

Chapada Diamantina, incluindo Cerrado. Silva-Pereira & Santos (2006), amostraram as

espécies de abelhas e vespas para uma área de campo rupestre, dando destaque a

informações para abundância de indivíduos e biomassa.

Em 2009 foram iniciados estudos na Chapada Diamantina que buscavam

caracterizar e analisar as alterações na estrutura de comunidades de abelhas em áreas do

Sítio Chapada Diamantina (CDA) do Programa Ecológico de Longa Duração - PELD,

localizada no município de Lençóis, no estado da Bahia. Dando continuidade às

atividades deste Programa (PELD), buscaremos caracterizar a comunidade de abelhas

em uma área restrita no município de Palmeiras, submetida ao processo de antropização.

Page 16: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

16

OBJETIVOS

1. Objetivo Geral

Caracterizar a comunidade de abelhas (Hymenoptera, Apoidea) em uma área de

Cerrado no entorno do Parque Nacional da Chapada Diamantina.

2. Objetivos Específicos

Caracterizar parâmetros de avaliação da comunidade abelhas em uma área restrita

de Cerrado na Chapada Diamantina, Bahia;

Caracterizar a abundância das espécies de abelhas, identificando quais espécies são

dominantes na comunidade;

Investigar se há nestas comunidades, espécies de distribuição restrita e/ou

consideradas raras que possam ser consideradas prioritárias em Planos de conservação;

Page 17: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

17

MATERIAL E MÉTODOS

1. Área de estudo

O trabalho foi realizado em uma área caracterizada pela presença de vegetação

de Cerrado, localizada no entorno do Parque Nacional da Chapada Diamantina, no

município de Palmeiras (S 12° 31’ 44” / W 41° 33’ 32”), Bahia, Brasil. O clima é

tropical úmido. O período mais chuvoso geralmente ocorre de dezembro a abril

enquanto agosto a novembro é o período mais seco (Jesus et al., 1983; Nimer, 1989). A

pluviosidade média anual da área varia de 600 a 1000 mm durante o ano, com uma

temperatura média de 22°C (CEI, 1994).

A área de amostragem foi previamente definida em 2009 durante a implantação

do Programa Ecológico de Longa Duração – PELD (sitio CDA). A área de amplitude do

estudo apresenta cerca de 135.000 m2 e foi dividida em três subáreas (I, II e III), que

distavam de 800m a 1,800m entre si (Fig. 1). Em cada subárea foram definidos 3

transectos de aproximadamente 1.500m de comprimento e aproximadamente 6m de

largura. Esses transectos seguiam trilhas ou caminhos previamente estabelecidos na

área.

A subárea I (Fig. 1), localmente conhecida como Teto verde (12° 25’ 48.06”S /

41° 29’ 07.81”W), situada nas proximidades da rodovia BR 242, apresentava sinais de

extração de fragmentos de rochas, provavelmente para produção de paralelepípedos, e

estradas de barro com tráfego de motos e carros. A vegetação local era composta por

campos herbáceo-arbustivos e por árvores de pequeno a médio porte. A subárea II (12°

26’ 49”S / 41° 30’ 10.73”W), localmente conhecida como Barranco, estava também

situada nas proximidades da BR 242. Apresentava ao lado uma área de extração de

argila e a maior parte da vegetação era formada por arvores de pequeno a médio porte,

arbustos e ervas. A subárea III (12° 25’ 49.56”S / 41° 30” 20.12”W), localmente

conhecida como Coités, estava situada próximo a BR 242 e a uma outra rodovia (BA

480). Esta área apresentava casas com moradores próximas ao transecto e a vegetação

predominante era herbáceo-arbustiva, com poucas árvores de pequeno a grande porte.

2. Coleta de dados

No total foram feitas 16 amostragens, sendo três em 2013 (outubro, novembro

e dezembro), quatro em 2014 (janeiro, fevereiro, setembro e novembro), cinco em 2015

(fevereiro, março, abril, agosto, outubro) e quatro em 2016 (janeiro, março, maio e

Page 18: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

18

julho). De agosto de 2015 a julho de 2016 as coletas foram realizadas bimestralmente,

durante 2 dias consecutivos, das 8:00 às 16:00 h. A amostragem de dezembro de 2015,

que estava prevista no planejamento de amostragens, não foi realizada, devido a um

incêndio que ocorreu na região, sendo realizada em janeiro de 2016.

Em cada mês de amostragem, o transecto a ser percorrido em cada subárea (I,

II, e III) era escolhido através de sorteio, para evitar que um transecto recebesse maior

esforço de amostragem.

Dois coletores capturavam com rede entomológica as abelhas que estavam

voando, bem como as que pousavam nas plantas com flores. Em cada planta com flores

que era encontrada ao longo do transecto, o coletor esperava a aproximação de

visitantes florais por 5 a 10 minutos, seguindo metodologia estabelecida por Sakagami

et al. (1967), que prevê a captura dos indivíduos sem escolha, possibilitando assim

análises de abundância e dominância das espécies.

As abelhas coletadas eram sacrificadas com acetato de etila e acondicionadas

individualmente em potes plásticos. Em laboratório, os espécimes eram montados a

seco. Os indivíduos foram identificados no menor nível taxonômico possível através de

chaves taxonômicas e consultas aos especialistas. As informações foram cadastradas em

um banco de dados digital e os espécimes serão depositados no Museu de Zoologia da

Universidade Estadual de Feira de Santana.

3. Análise dos dados

Para a análise faunística foi utilizado o índice de diversidade de Shannon,

calculado através da fórmula H’ =-∑ pi x Ln pi, sendo pi a proporção de indivíduos da

espécie i representada na amostra, e ln o logaritmo neperiano de pi (Magurran, 2011).

Para avaliar a uniformidade da abundância das espécies foi utilizado o índice de Pielou,

através da formula J’ = H’/log2S, onde H’ é o índice de diversidade de Shannon e log2S

o logaritmo na base dois da riqueza de espécies (Magurran, 2011). Medidas obtidas

utilizando o programa Past versão 3.12 (Hammer et al., 2001).

Foram utilizados o índice de Berger-Parker e de Kato et al. (1952) para calcular

a dominância das espécies. O índice de Berger-Parker foi calculado através da fórmula

d=Nmax/N, onde o Nmax é o número de indivíduos da espécie mais abundante, e N o

número total de indivíduos coletados (Magurran, 2011). Pelo índice de Kato et al.,

(1952), as espécies foram consideradas dominantes quando o valor do limite inferior

(LI) da abundância relativa se manteve acima do limite de dominância (LD). O LD foi

Page 19: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

19

obtido pelo inverso do número total de espécies capturadas e multiplicadas por 100

(Sakagami & Matsumura, 1967).

onde:

Ls = Limite superior;

Li = Limite inferior

K1 = 2(ni + 1)

K2 = 2(N – ni + 1)

Fo = valor obtido da tabela de distribuição de F ao nível de 5% de significância

para graus de liberdades obtidos em k1 e k2 e, k’1 e k’2;

N = Número total de indivíduos;

ni = Numero de indivíduos da espécie i;

k’1 = 2 (N – ni + 1);

k’2 = 2 (ni + 1)

LD = (1/S)x100

Onde:

LD = Limite da dominância;

S = Número total de espécies

Para avaliar se o esforço amostral da comunidade foi suficiente para amostrar a

riqueza de espécies nas áreas de estudo, foi feita uma curva de rarefação através de 1000

aleatorizações com os estimadores Chao e Jackknife (Magurran, 2011). Análise

realizada através do programa EstimateS versão 9.1.0.

A Frequência de Ocorrência (FO) foi calculada a partir da ocorrência das

espécies nas amostras, FO= (o número de amostra na qual a espécie i foi amostrada /

Page 20: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

20

número total de amostras) x 100, onde cada amostra corresponde a uma expedição de

coleta. As espécies foram consideradas muito frequentes quando F0 ≥ 50%, frequentes

quando F0 < 50% e ≥ 25%; e infrequentes quando F0 < 25% (Palma, 1975).

Para avaliar se uma espécie era considerada comum, intermediária ou espécie

rara, foram utilizados a Frequência de Ocorrência (FO), citada anteriormente e a

Dominância (sensu Palma, 1975). A Dominância (D) foi calculada pelo algoritmo D=

(abundância da espécie i / número total de indivíduos de todas as espécies) x 100. As

espécies foram consideradas dominantes, quando D ≥ 5%; acessória, quando D < 5% e

≥ 2,5%; e ocasionais, quando D < 2,5% (Palma, 1975).

Através dos dados de Frequência de Ocorrência (FO) e Dominância (D), citados

anteriormente, as espécies foram classificadas em comuns (Frequente + Dominante),

raras (Infrequente + Ocasional) e intermediárias (outras combinações) (Palma, 1975;

Aguiar & Gaglianone, 2011).

Para relacionar os dados pluviométricos (Fig. 2) com outros resultados do

trabalho, os mesmos foram escalonados. Os meses com pluviosidade de 0 à 100 mm

foram considerados como “pouco chuvosos”, de 100 a 300mm como “chuvosos” e

acima de 300mm como “muito chuvosos”.

Page 21: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

21

RESULTADOS

1. Riqueza de espécies e composição da comunidade de abelhas

Na comunidade de abelhas desta área de Cerrado, 62 espécies foram

representadas, com 35 gêneros e um total de 507 indivíduos. O número de espécies

por subárea variou de 30 a 38 espécies, sendo a subárea III a que apresentou maior

número de espécies (Tabela 1).

Apidae foi a família que apresentou maior riqueza de gêneros e espécies

74% e 70%, respectivamente. Halictidae apresentou 14% e 20%, enquanto

Megachilidae e Andrenidae foram representadas por poucos gêneros e espécies.

Dentre os gêneros, Centris (Apidae) se destacou em termos de riqueza, com 10

espécies, assim como Augochloropsis (Halictidae) com seis espécies. A riqueza de

Apidae se deu principalmente pela contribuição das tribos Centridini e Meliponini,

com 13 e 10 espécies, respectivamente.

A comunidade apresentou diversidade de H’= 2,786 e equitatividade de J=

0,6751. O estimador Chao 1, indicou que a riqueza esperada (127 espécies) é mais

alta do que a observada (S=62) na área de estudo, bem como o Jackknife 2 (118

espécies). A curva de rarefação mostrou-se em ascensão, que indica que há mais

espécies que podem ser amostradas, como reforçam ambos os estimadores de

riqueza Chao 1 e Jackkniffe 2 (Figs. 3 e 4).

2. Abundancia das espécies e dominância

Apidae foi a família que apresentou maior abundância relativa, 91% dos

indivíduos, se considerarmos a presença de Apis mellifera, e 68% dos indivíduos

coletados, se esta espécie for excluída da amostra. Halictidae apresentou 6,5% dos

indivíduos, enquanto Megachilidae e Andrenidae, não chegaram cada uma a 1% do

total de indivíduos amostrado. A área apresentou 32 espécies singletons. Nas

subáreas I e II, foram encontradas 18 espécies singletons cada, e na subárea III, 20

espécies singletons (Tabela 1).

Os gêneros mais abundantes foram Apis, Centris, Trigona e Partamona, que

juntos perfazem mais de 78% da amostragem total de indivíduos. As espécies mais

abundantes foram Apis mellifera (23%), Partamona sp.1 (17%) e Trigona spinipes

(15%).

Page 22: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

22

A distribuição de indivíduos por espécie mostrou-se da seguinte forma, 30%

das espécies apresentaram a maior parte dos indivíduos, enquanto 70% das espécies

apresentaram em sua maioria, um, dois ou três indivíduos por espécie. Cerca de

51% das espécies apresentaram um único indivíduo, sendo consideradas singletons

(Tabela 1). O número total de indivíduos coletados por subárea variou de 108 a 280,

sendo a subárea III, a que apresentou maior abundância.

A dominância de Berger-Parker para a área foi 0,2352. Porém, para cada

subárea, a dominância de Berger-Parker apresentou diferenças sutis, com os

seguintes valores: I - 0,3426, II - 0,3109 e III - 0,2428.

Através do índice de Kato, as espécies dominantes foram, Apis mellifera,

Partamona sp.1, Trigona spinipes, Trigona hyalinata, Centris (C.) aenea e C.

caxienses (Tabela 3).

3. Distribuição temporal das espécies

Os meses que apresentaram maior riqueza de espécies foram agosto e março

de 2015, maio, março e janeiro de 2016 (Fig. 5), os quais apresentaram 18, 15, 15,

12 e 12 espécies, respectivamente. Os meses de agosto e maio estão relacionados a

meados do período seco. Enquanto os meses de janeiro e março, são considerados o

início e o período intermediário chuvoso na Chapada Diamantina (Fig. 2).

Os meses que apresentaram maior abundância (Fig. 6) foram setembro de

2014 (n= 78), agosto de 2015 (n= 54) e julho de 2016 (n= 76). Meses considerados

pouco chuvosos (Fig. 2), e que comumente estão relacionados aos períodos mais

secos para a região.

Das espécies amostradas, 38 espécies ocorreram exclusivamente nas

subáreas. Na subárea I e II, foram 10 e 11 espécies, respectivamente. Enquanto na

subárea III, foram 17 espécies (Tabela 1).

As espécies mais frequentes (MF) foram Apis mellifera e Trigona spinipes,

que ocorreram em mais de oito expedições de coleta durante toda a amostragem. As

espécies frequentes (F) foram, Augochlora sp.1, Augochloropsis sp.3,

Augochloropsis sp.5, Centris aenea, C. caxienses, C. tarsata, C. moerens, C. aff.

fuscata, Ceratina (Crewella) sp.1, Dialictus sp.1 e Partamona sp.1, encontradas em

mais de quatro amostragens. E as infrequentes, foram as espécies encontradas em

Page 23: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

23

até três expedições. 77% das espécies foram consideradas raras, sua grande maioria

apresentava um, dois ou três indivíduos (Tabela 3).

Apis mellifera foi a espécie com ocorrência no maior número de amostras,

representada em 11 expedições (Tabela 2), bem como a mais abundante. O mês de

maior abundância desta espécie foi julho de 2016. Trigona spinipes, foi coletada no

período chuvoso, seco e intermediário. Seu mês de maior abundância também foi

julho de 2016. Enquanto Partamona sp.1, também foi encontrada no período seco e

chuvoso, tendo como mês de maior abundância novembro de 2014.

Page 24: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

24

DISCUSSÃO

A comunidade de abelhas do presente estudo apresentou uma riqueza menor

(S=62) do que outras comunidades de abelhas estabelecidas em fitofisionomias de

Cerrado (Anexo 1), em especial comparado a uma área de Cerrado com elementos de

campo rupestres no mesmo município, amostrada por Martins (1994) há 30 anos, onde

147 espécies foram registradas. Os diferentes níveis de antropização das áreas são

possíveis fatores que explicariam a baixa riqueza de espécies da área estudada.

Enquanto a área estudada tem evidências de atividade antrópica como, rodovias,

estradas de terra e trilhas, Martins (1994) amostrou uma área com vegetação nativa

heterogênea, com alta diversidade florística, predominante de Cerrado, mas também

com elementos florísticos de campo rupestre, e pouca influência humana.

Há poucos dados sobre a riqueza regional da melissofauna na região da Chapada

Diamantina. Silva-Pereira & Santos (2006) em uma área restrita de campos rupestres

próxima, encontraram 39 espécies de abelhas, usando o mesmo método padronizado

(Sakagami et al., 1967), o que pode ser considerada uma riqueza baixa de espécies,

comparada a outras comunidades. Estudos prévios na região (Aguiar et al., 2005) que

incluíram amostragem no Cerrado, utilizaram métodos distintos de amostragem, como

AER (Avaliação Ecológica Rápida), o que dificulta a comparação das riquezas de

espécies observadas.

Na porção setentrional do Cerrado foram encontradas para o Maranhão, com

metodologia padronizada, Rego & Albuquerque (2012), encontraram 41 espécies.

Enquanto Santos et al. (2004), em uma área de transição Cerrado-Amazônia no estado

do Tocantins, encontraram 83 espécies. Neste, a ação antrópica foi sugerida como um

dos principais componentes que influenciaram na diminuição da riqueza de espécies

comparado a outros cerrados, através do uso intensivo de terras para a agropecuária,

queimadas para pastagem, e destruição de colônias para obtenção do mel.

Em áreas de Cerrado situadas em latitudes maiores (19° a 22° S), na porção mais

meridional do bioma, as comunidades de abelhas apresentaram maior riqueza de

espécies, em geral superior a cem espécies por comunidade, do que na região da

Chapada Diamantina e na porção setentrional do bioma. Carvalho e Bego (1996),

encontraram uma riqueza de 128 espécies em uma área preservada na Reserva

Ecológica do Panga, Minas Gerais. Silveira e Campos (1995) observaram uma riqueza

Page 25: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

25

de 124 espécies para a Reserva de Cerrado da FAPESP em Corumbataí/SP e 171

espécies na Estação Florestal de Paraopeba, Minas Gerais. Ambas áreas preservadas,

sendo que a área de Paraopeba apresentou maior riqueza de espécies, apesar de ter

sofrido com a ação de incêndios (1960 e 1968) em dois períodos distintos (Thibau, et

al., 1975).

Ainda na porção setentrional do Cerrado, Andena et al. (2005), registraram 108

espécies de abelhas na Reserva da FAPESP em Corumbataí, Minas Gerais, e Andena et

al. (2012) encontraram 71 espécies no Parque Estadual de Vassununga, São Paulo.

Apesar da riqueza alta no primeiro trabalho, o número de espécies foi considerado baixo

pelos autores em comparação a outras áreas de Cerrado em latitudes próximas. As

hipóteses explicativas aventadas para esta baixa riqueza seriam a substituição da

vegetação natural por pastagem e plantação de cana-de-açúcar que por consequência

diminuem a disponibilidade de substratos para nidificação.

A riqueza de espécies da comunidade de abelhas aqui estudada se equipara a

observada em comunidades de abelhas da caatinga, uma fitofisionomia que

normalmente se estabelece em clima mais seco que o encontrado para os cerrados. Essas

fitofisionomias também apresentam variações nos tipos de formações vegetacionais,

havendo de formações predominantemente arbustivas abertas a vegetação com árvores

grandes. A riqueza de espécies de abelhas nas comunidades de abelhas da caatinga

variou de 42 a 80 espécies. Martins (1994) encontrou 42 espécies em Casa Nova, Bahia.

Aguiar &Martins (1997) relataram uma comunidade composta por 45 espécies para a

caatinga de são João do Cariri, Paraíba. Milet-Pinheiro & Schlindwein (2008) obtiveram

79 espécies no agreste de Pernambuco. E Santos et al. (2013) registraram 80 espécies

em uma área de caatinga antropizada no município de Castro Alves, Bahia.

As comparações sobre a riqueza de espécies local são influenciadas por vários

fatores, incluindo tamanho da área amostrada, esforço e periodicidade das amostragens

(Aguiar et al., 2005). Diferentes fatores podem provocar variação na riqueza de espécies

de abelhas em diferentes áreas, dentre eles a presença de recursos para nidificação, os

recursos para alimentação, a história biogeográfica do grupo, bem como a competição,

são fatores de extrema importância para a diferenciação das comunidades quanto a sua

composição (Roubik, 1989; Silveira & Rocha, 1993).

Page 26: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

26

Apidae foi a família mais representativa na comunidade estudada, bem como na

comunidade estudada por Martins (1994). Esta é uma família que apresenta grande

representatividade nas comunidades de abelhas do Cerrado, e isso está associado à

diversidade de espécies, que apresentam, dentre outras características, diferentes

estratégias para encontrar os recursos oferecidos pelas plantas (Martins, 1994; Silveira

& Campos, 1995; Aguiar et al., 2005).

No presente estudo foram registradas 13 espécies de Centridini, Centris e

Augochloropsis se destacaram com 10 e 6 espécies, respectivamente. Silveira e Campos

(1995) destacam a importância de grupos como Meliponini, Augochlorini e Centridini

nas comunidades de abelhas do Cerrado, sendo essas as tribos mais ricas naquela

comunidade, principalmente Centridini. Um estudo prévio (Aguiar, et al., 2017, no

prelo) que usou método de amostragem em planta-alvo (Byrsonima spp.), especifico

para maximizar a coleta de abelhas de óleo, indica que esta área de Cerrado, possui uma

riqueza alta de Centridini (S=14 espécies), assim como de abelhas coletoras de óleo das

tribos Tetrapediini e Tapinotaspidini. Meliponini também é um importante grupo na

comunidade de abelhas local. Na comunidade estudada foram encontradas 12 espécies,

enquanto que Martins (1994) registrou sete espécies. Destas, Paratrigona cf. lineata,

Tetragonisca sp.1, Trigona hyalinata, foram representadas na comunidade estudada

neste trabalho e não foram registradas por Martins (1994).

A distribuição dos indivíduos por família na comunidade estudada apresentou a

mesma ordem de abundância (Apidae / Halictidae / Megachilidae / Andrenidae) quando

comparado com Martins (1994). A alta abundância Apidae e Halictidae pode estar

relacionada ao fato de ambas apresentarem grupos com espécies eussociais, e com

outros níveis de socialidade (Michener, 2007).

As espécies dominantes na comunidade estudada (Apis mellifera, Partamona

sp.1, Trigona spinipes, Trigona hyalinata, Centris aenea, C. caxienses e C. fuscata)

contrastaram com as espécies dominantes na comunidade estudada por Martins (1994).

Apenas Apis mellifera e Trigona spinipes, foram dominantes em ambas as

comunidades. Estas espécies têm grande êxito na colonização dos habitats, por serem

espécies eussociais, com ninhos perenes. Elas não necessitam de substrato específico

para nidificar, pois fazem ninhos aéreos, além de armazenar alimentos para os períodos

de menor oferta e de regularem a temperatura do ninho. Outras características

Page 27: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

27

importantes são os ninhos dessas espécies que apresentam grandes números de

indivíduos, eficientes na busca de recursos e visitação de flores (Almeida & Laroca,

1988; Roubik, 1989).

Quando se avalia a distribuição das abundâncias, percebemos que assim como

em Martins (1994), boa parte das espécies foram representadas por apenas um, dois ou

três indivíduos, sugerindo que suas populações são pequenas nestas comunidades. Este

padrão de distribuição das abundancias é bem conhecido para as comunidades de

abelhas nas regiões neotropicais, onde é frequente que muitas espécies sejam

representadas por poucos indivíduos nas amostras e poucas espécies por muitos

indivíduos (Laroca, 1992; Michener, 2007).

Apidae apresentou espécies ocorrendo em todo o período de coleta, isso está

relacionado ao elevado número de espécies desta família na comunidade e

principalmente às espécies eussociais, que apresentam colônias perenes, com atividade

durante todo o ano (Roubik, 1989; Michener, 2007).

Dos táxons que compõem as comunidades de abelhas no Cerrado, foi notável a

baixa frequência de espécies de Xylocopa na comunidade estudada. Em contraste,

Martins (1994), encontrou seis espécies deste gênero em uma comunidade de abelhas do

Cerrado nas proximidades da área estudada. Isso pode estar relacionado à pouca oferta

de substratos para nidificação, já que as espécies de Xylocopa nidificam exclusivamente

em madeira, ocos de bambu e escapos florais (Chaves-Alves et al., 2011; Marchi &

Alves dos Santos, 2013; Martins et al., 2014).

A comunidade de abelhas estudada no Cerrado do entorno do Parque Nacional

da Chapada Diamantina apresentou riqueza de espécies para o cerrado, similar a

encontrada nas áreas setentrionais do mesmo, e menor que a encontrada nas porções

meridionais do bioma. Destaca-se a diversidade de abelhas coletoras de óleo, em

especial Centridini, como grupo importante na comunidade, além dos Meliponini de

médio e pequeno porte. Adicionalmente, a baixa frequência de muitas espécies constitui

um indicio de que as populações de algumas espécies de abelhas são pequenas. Por

outro lado, a área apresenta potencial para auxiliar na conservação das populações de

abelhas já protegidas legalmente na área do Parque Nacional da Chapada Diamantina, já

que apesar do efeito da antropização no entorno, muitas espécies de abelhas encontram

nestas áreas antropizadas os requisitos para manutenção de suas populações. Novos

Page 28: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

28

trabalhos na região deverão aumentar o conhecimento sobre esta importante fauna de

polinizadores, e possuem potencial para subsidiar medidas que possam diminuir a ação

dos efeitos antrópicos.

Page 29: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

29

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Page 37: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

37

Figura 1 – Representação da área de estudo no município de Palmeiras, no estado da Bahia,

Brasil.

Figura 2 – Distribuição mensal da precipitação pluviométrica de Palmeiras, de janeiro de 2013 a

dezembro de 2016. Fonte: INMET.

Page 38: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

38

Figura 3 - Estimativa da riqueza acumulada de espécies (estimador Chao 1).

Figura 4 - Estimativa da riqueza acumulada de espécies (estimador Jackknife 2).

Page 39: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

39

Figura 5 - Distribuição temporal da riqueza das espécies de abelhas durante o período de outubro

de 2013 a julho de 2016.

Figura 6 - Distribuição temporal da abundância das espécies de abelhas durante o período de

outubro de 2013 a julho de 2016.

Page 40: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

40

TABELA 1 - Riqueza e Abundância de espécies de abelhas (Hymenoptera, Apoidea) durante o período de outubro de 2013 a julho de 2016 em uma comunidade do Cerrado na Chapada

Diamantina, Bahia, Brasil.

Subfamília/Tribo Espécie N° de indivíduos Subárea I Subárea II Subárea III

ANDRENINAE

Oxaeini

Oxaea flavescens 3 X X X

APINAE

Apini

Apis mellifera 119 X X X

Bombini

Bombus (Fervidobombus) morio 3 X X

Centridini

Centris (Centris) aenea 28 X X

Centris (Centris) caxienses 13 X X X

Centris (Centris) varia 1 X

Centris (Hemisiella) tarsata 4 X X X

Centris (Ptilotopus) moerens 10 X X

Centris (Ptilotopus) sponsa 3 X

Centris (Xanthemisia) lutea 1 X

Centris aff. fuscata 11 X X X

Centris cf. spilopoda 8 X X X

Centris trigonoides 1 X

Epicharis (Epicharana) flava 1 X

Epicharis (Epicharis) bicolor 1 X

Epicharis (Triepicharis) analis 3 X X

Emphorini

Diadasia sp.1 1 X

Melitoma sp.1 9 X X

Page 41: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

41

Melitomella grisescens 2 X

Ericrocidini

Acanthopus excellens 3 X

Mesoplia cf. friesei 1 X

Mesoplia rufipes 3 X

Eucerini

Florilegus sp.1 1 X

Euglossini

Euglossa cordata 2 X X

Eulaema (Apeulaema) nigrita 1 X

Exomalopsini

Exomalopsis (Phanomalopsis) sp.1 1 X

Exomalopsis (Exomalopsis) sp.2 1 X

Meliponini

Frieseomelitta sp.1 1 X

Geotrigona mombuca 3 X X X

Melipona (Melipona) quadrifasciata 2 X X

Nannotrigona testaceicornis 4 X X

Paratrigona cf. lineata 7 X X X

Partamona sp.1 90 X X X

Partamona sp.2 2 X

Tetragonisca sp.1 1 X

Trigona hyalinata 31 X

Trigona spinipes 77 X X X

Protepeolini

Leiopodus abnormis 1 X

Tapinotaspidini

Tapinotaspoides sp.1 1 X

Tapinotaspoides sp.2 1 X

Tetrapediini

Page 42: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

42

Tetrapedia aff. diversipes 1 X

Xylocopini

Ceratina (Crewella) sp.1 10 X X X

Ceratina (Ceratinula) sp.2 1 X

Ceratina (Calloceratina) sp.3 1 X

HALICTINAE

Augochlorini

Augochlora (Oxystoglossella) sp.1 5 X X X

Augochlora (Oxystoglossella) sp.2 1 X

Augochlora (Augochlora) sp.3 1 X

Augochloropsis sp.1 1 X

Augochloropsis sp.2 1 X

Augochloropsis sp.3 7 X X

Augochloropsis sp.4 1 X

Augochloropsis sp.5 6 X X X

Augochloropsis sp.6 2 X X

Pseudaugochlora sp.1 1 X

Pseudaugochlora sp.2 1 X

Temnosoma cf. metallicum 1 X

Halictini

Dialictus sp.1 5 X X

MEGACHILINAE

Anthidiini

Dicranthidium sp.1 1 X

Megachilini

Coelioxys sp.1 1 X

Megachile (Pseudocentron) sp.2 1 X

Megachile (Sayapis) sp.1 1 X

Índices ecológicos: H’= 2,777 / D= 0,2352 / J= 0,6756

Page 43: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

43

TABELA 2 - Distribuição temporal das abelhas (Hymenoptera, Apoidea) durante o período de outubro de 2013 a julho de 2016, em uma comunidade do Cerrado na Chapada Diamantina,

Bahia, Brasil. Período seco/Período chuvoso - Seco Inicial (SI), Seco Intermediário (SIn), Seco Final (SF), Chuvoso Inicial (CI), Chuvoso Intermediário (CIn), Chuvoso Final (CF).

Espécies out/13 nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 set/14 nov/14 fev/15 mar/15 abr/15 ago/15 out/15 jan/16 mar/16 mai/16 jul/16

Acanthopus excellens X X

Apis mellifera X X X X X X X X X X X

Augochlora sp.1 X X X X

Augochlora sp.2 X

Augochlora sp.3 X

Augochloropsis sp.1 X

Augochloropsis sp.2 X

Augochloropsis sp.3 X X X X

Augochloropsis sp.4 X

Augochloropsis sp.5 X X X X X

Augochloropsis sp.6 X X

Bombus morio X X

Centris aenea X X X X

Centris caxienses X X X X

Centris varia X

Centris tarsata X X X X

Centris moerens X X X X

Centris sponsa X

Centris lutea X

Centris aff. fuscata X X X X X

Centris cf. spilopoda X X X

Centris trigonoides X

Ceratina sp.1 X X X X X X

Ceratina sp.2 X

Ceratina sp.3 X

Coelioxys sp.1 X

Page 44: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

44

Diadasia sp.1 X

Dialictus sp.1 X X X X

Dicranthidium sp.1 X

Epicharis flava X

Epicharis bicolor X

Epicharis analis X X

Euglossa cordata X X

Eulaema nigrita X

Exomalopsis sp.1 X

Exomalopsis sp.2 X

Florilegus sp.1 X

Frieseomelitta sp.1 X

Geotrigona mombuca X X X

Leiopodus abnormis X

Megachile sp.1 X

Megachile sp.2 X

Melipona quadrifasciata

X X

Melitoma sp.1 X X X

Melitomella grisescens

X

Mesoplia cf. friesei X

Mesoplia rufipes X

Nannotrigona

testaceicornis

X X X

Oxaea flavescens X

Paratrigona incerta X X X

Partamona sp.1 X X X X X X X

Partamona sp.2 X X

Page 45: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

45

Pseudaugochlora sp.1 X

Pseudaugochlora sp.2 X

Tapinotaspoides sp.1 X

Tapinotaspoides sp.2 X

Temnosoma cf. metallicum

X

Tetragonisca sp.1 X

Tetrapedia aff.

diversipes

X

Trigona hyalinata X X X

Trigona spinipes X X X X X X X X

Período

seco/chuvoso

SIn SF CI CIn CIn SIn SF CIn CIn CF SIn SIn CIn CIn SI SIn

Page 46: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

46

Tabela 3 - Classificação das espécies de abelhas de acordo com os parâmetros Frequência, Raridade e Dominância no período de

outubro de 2013 a julho de 2016, na Chapada Diamantina, Bahia, Brasil. (MF) Muito Frequentes, (F) Frequentes e (IN)

Infrequentes. (R) Raras, (C) Comuns ou (IN) Intermediárias. Dominância de Kato - LD=1,63.

Frequência Raridade Dominância

Acanthopus excellens IN R 0,40

Apis mellifera MF IN 20,02

Augochlora (Oxystoglossella) sp.1 F IN 0,66

Augochlora (Oxystoglossella) sp.2 IN R 0,16

Augochlora (Augochlora) sp.3 IN R 0,16

Augochloropsis sp.1 IN R 0,16

Augochloropsis sp.2 IN R 0,16

Augochloropsis sp.3 F IN 0,92

Augochloropsis sp.4 IN R 0,16

Augochloropsis sp.5 F IN 0,79

Augochloropsis sp.6 IN R 0,16

Bombus (Fervidobombus) morio IN R 0,40

Centris (Centris) aenea F C 4,02

Centris (Centris) caxienses F IN 1,72

Centris (Centris) varia IN R 0,16

Centris (Hemisiella) tarsata F IN 0,52

Centris (Ptilotopus) moerens F IN 1,35

Centris (Ptilotopus) sponsa IN R 0,40

Centris (Xanthemisia) lutea IN R 0,16

Centris aff. fuscata F IN 1,47

Centris cf. spilopoda IN R 0,46

Centris trigonoides IN R 0,16

Ceratina (Crewella) sp.1 F IN 1,35

Ceratina (Ceratinula) sp.2 IN R 0,16

Ceratina (Calloceratina) sp.3 IN R 0,16

Coelioxys sp.1 IN R 0,16

Diadasia sp.1 IN R 0,16

Dialictus sp.1 F IN 0,66

Dicranthidium sp.1 IN R 0,16

Epicharis (Epicharana) flava IN R 0,16

Epicharis (Epicharis) bicolor IN R 0,16

Epicharis (Triepicharis) analis IN R 0,40

Euglossa cordata IN R 0,16

Eulaema (Apeulaema) nigrita IN R 0,16

Exomalopsis (Exomalopsis) sp.2 IN R 0,16

Page 47: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

47

Exomalopsis (Phanomalopsis) sp.1 IN R 0,16

Florilegus sp.1 IN R 0,16

Frieseomelitta sp.1 IN R 0,16

Geotrigona mombuca IN R 0,40

Leiopodus abnormis IN R 0,16

Megachile (Pseudocentron) sp.2 IN R 0,16

Megachile (Sayapis) sp.1 IN R 0,16

Melipona quadrifasciata IN R 0,16

Melitoma sp.1 IN R 1,22

Melitomella grisescens IN R 0,16

Mesoplia cf. friesei IN R 0,16

Mesoplia rufipes IN R 0,40

Nannotrigona testaceicornis IN R 0,52

Oxaea flavescens IN R 0,40

Paratrigona incerta IN R 0,92

Partamona sp.1 F C 14,46

Partamona sp.2 IN R 0,16

Pseudaugochlora sp.1 IN R 0,16

Pseudaugochlora sp.2 IN R 0,16

Tapinotaspoides sp.1 IN R 0,16

Tapinotaspoides sp.2 IN R 0,16

Temnosoma cf. metallicum IN R 0,16

Tetragonisca sp.1 IN R 0,16

Tetrapedia aff. diversipes IN R 0,16

Trigona hyalinata IN IN 4,66

Trigona spinipes MF IN 12,32

Page 48: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma

48

ANEXOS

Quadro 1 – Esforço amostral, duração da amostragem, fitofisionomia, coordenadas e riqueza de espécies em trabalhos

no Cerrado. Artigo Esforço

amostral

Duração Fitofisionomia Coordenadas

geográficas

N° de espécies Federação

Rego &

Albuquerque, 2012

144 h 12

meses

Cerrado senso stricto 01°01'; 41°48'30" W 41 Maranhão

Este estudo (Santana,

2017)

840 h Cerrado gramíneo-

lenhoso com

elementos de campo

rupestre

12° 31’ S; 41° 33’ W 61 Bahia

Silva-Pereira &

Santos, 2006

170 h 8 meses Campo rupestre 12°27'30" S;

41/27'56" W

39 Bahia

Martins, 1994 208 h 12

meses

Cerrado gramíneo-

lenhoso com

elementos de campo

rupestre

12°34' S; 41°23' W 147 Bahia

Carvalho & Bego,

1996

384 h 12

meses

Cerrado típico do

Brasil Central

19°11'10" S;

48°23'30" W

128 Minas Gerais

Silveira & Campos,

1995

233 h 12

meses

Cerrado senso stricto

a cerradão

19°20'S; 44°20'W 182 Minas Gerais

Andena et al., 2012 288 h 12

meses

Cerrado senso stricto 21° 36’ S; 47° 34’ W 71 São Paulo

Andena et al., 2005 288 h 12

meses

Cerrado com

transições, campo

limpo, cerrado,

cerradão e mata seca

22° 15’ S; 47° W 103 São Paulo

Silveira & Campos,

1995

872 h 11

meses

Campo limpo a mata

seca

22°15' S; 47°00' W 124 São Paulo

Page 49: Composição, riqueza e abundância de espécies em uma