COMPOSTAGEM ORGÂNICA - bonscursos.com · A compostagem é um processo biológico de decomposição de matéria ... areia e 1/3 de terra é um rico adubo para plantas novas, floreiras

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TÉCNICAS PARA PRODUZIR

COMPOSTAGEM ORGÂNICA

Nelson Geromel



SUMÁRIO

Passos básicos para um produtor orgânico.................................................................................. 2

COMPOSTO ORGÂNICO ............................................................................................................................. 3

COMO PREPARAR O COMPOSTO................................................................................................................. 5

COMO FAZER ..................................................................................................................................................... 8

FATORES FÍSICO-QUÍMICOS......................................................................................................................... 8 Teor de Umidade................................................................................................................................................ 8 Controle de odores ............................................................................................................................................. 8

Qualidade do produto final .................................................................................................................................. 9 PROBLEMAS.................................................................................................................................................... 9 Produção de odores ........................................................................................................................................... 9 Produção de biogás............................................................................................................................................ 9 Riscos para a saúde pública............................................................................................................................. 10 Presença de metais pesados ............................................................................................................................. 10

MINHOCULTURA ............................................................................................................................................ 10

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO .................................................................................................................... 12

Biodigestor Rural........................................................................................................................................ 21

Fábrica de Adubo Orgânico............................................................................................................................... 24

Passos básicos para um produtor orgânico 1o) Elaborar um Plano Estratégico para o agro negócio a ser desenvolvido, pesquisando dentro do cenário atual todos os aspectos referentes ao ambiente externo (país, estado, região, cidade) e interno (a propriedade em si) do sistema agro ecológico. A base desse planejamento encontra-se na aplicação de uma visão holística (integradora, abrangente) do sistema agro ecológico, que considera a interdependência de todas as suas dimensões: ambiental, cultural, econômica e social.

2o) Procurar na sua região agricultores, associações e demais entidades que já trabalhem com produtos orgânicos, a fim de obter as primeiras informações sobre os seguintes aspectos: aptidão e potencial dos produtos regionais para o mercado orgânico, logística de comercialização, formas de iniciar parcerias com os agentes locais.

3o) Definir uma estratégia comercial para a produção, procurando “vender antes de produzir”. Para tanto, o produtor deverá fazer um estudo, verificando quais os produtos mais aceitos pelo mercado e quais os canais de comercialização que pretende atingir: feiras, supermercados,



lojas, empresas distribuidoras, restaurantes. A escolha dos canais de distribuição em que o produtor pretende atuar (venda direta, terceirização, criação de sociedades) também faz parte deste processo.

4o) Elaborar um plano de manejo agro ecológico para a sua propriedade, incluindo calendário agrícola, processos e insumos utilizados para cada cultura, os quais deverão respeitar as normas nacionais para produtos orgânicos. Este plano de manejo, será exigido pela entidade certificadora no momento em que o produtor realizar sua inscrição junto a ela.

5o) Realizar a inscrição numa entidade certificadora de produtos orgânicos idônea, a fim de iniciar todo o processo necessário para a obtenção futura do selo de certificação.

6o) Seguir as normas de produção da entidade certificadora, buscando, ao mesmo tempo, atualizar as informações geradas por empresas, técnicos, universidades, instituições de pesquisa, e agricultores que trabalhem na área.

7o) Considerar a administração uma ferramenta básica para o sucesso da atividade: definir estratégias de médio/longo prazos, realizar orçamentos anuais controlando custos e prevendo receitas. Postura profissional é imprescindível para o produtor que pretende se manter no mercado de orgânicos, no qual a qualidade é a chave de todo processo de produção

8o) Manter e criar novas parcerias, aprimorando as relações com todos os parceiros envolvidos na produção, distribuição e venda dos produtos orgânicos.

COMPOSTO ORGÂNICO A compostagem é um processo biológico de decomposição de matéria orgânica que está contido em restos de origem animal ou vegetal como estrume, folhas, papel e restos de comida, em que os microrganismos a transformam, num material semelhante ao solo de florestas a que se chama composto.

O produto final resultante é um enriquecedor do solo, ou seja ele poderá ser aplicado ao solo para melhorar a suas características, sem que haja uma contaminação do meio ambiente.

Entre as vantagens da compostagem podemos destacar, economia de espaço físico em aterro sanitário, reaproveitamento aproveitamento agrícola da matéria orgânica produzida, reciclagem dos nutrientes contidos no solo, eliminação de patogênicos e ambientalmente de seguro.

O processo de compostagem pode ocorrer de duas maneiras:

a) Método natural onde a fração orgânica do lixo é levada para um patio e disposta em leiras. A aeração é feita por revolvimentos periódicos para o desenvolvimento do processo de decomposição e biológica, este processo tem um tempo estimado que pode variar de três a quatro meses;



b) Método acelerado a aeração é forçada por tubulações perfuradas, sobre as quais se colocam as leiras, ou em reatores dentro dos quais são colocados os resíduos, avançando no sentido contrário ao da corrente de ar. O ar é injetado sobre pressão, este processo pode variar de dois a três meses.

O grau de decomposição ou de degradação do material submetido ao processo de compostagem é acompanhado levando-se em consideração três fatores: cor, umidade e odor. A cor inicial tem um tom marrom e a final é preta, no início do processo a umidade é elevada e o odor é ocre passando para o de terra mofada no final do processo.

Existem alguns fatores que devem ser observados durante o processo de compostagem da fração orgânica:

Aeração: é necessária para que a atividade biológica entrar em ação, possibilitando a decomposição da matéria orgânica de forma mais rápida.

Temperatura: o processo se inicia à temperatura ambiente, mas com passar do tempo e à medida que a ação microbiana se intensifica a temperatura se eleva, podendo atingir valores acima de 60 ° Celsius, esta fase do processo é chamada de termófila e é importante para a eliminação dos micróbios patogênicos e sementes de ervas daninhas. Depois que a temperatura atinge este pico inicializa-se um processo de abaixamento da temperatura chegando à temperaturas próximas de 30 ° Celsius, é nesta fase em que ocorre a bioestabilização da matéria orgânica.

Umidade: ou teor de umidade dos resíduos depende da granulometria da fração orgânica, bem como da porosidade e grau de compactação da mesma. Para que haja uma compostagem satisfatória a umidade não deve exceder o máximo de 50% em peso, durante o processo. Se houver um aumento da umidade a atividade biológica será reduzida, por outro lado se for muito elevada à geração biológica será prejudicada, ocorrendo anerobiose. Sob estas condições forma-se o chorume, que é um liquido negro, de odor ocre. Se o local onde está sendo feita a compostagem for descoberto, o material estará sujeito às ações da chuva, o que aumentará em demasiado a produção de chorume.

Granolometria: é um fator que deve ser levado em consideração para que se inicie o processo de compostagem da fração orgânica. As partículas podem atingir valores máximos por volta de 5,0 a 1, 2 cm de diâmetro. Para que a fração orgânica atingir esses valores, deverão ser utilizadas peneiras.

VANTAGENS: ” Fazer Compostagem em casa poupa transporte e custos de deposição de resíduos, como o destino final adequado”

- O composto melhora a estrutura do solo, e atua como adubo.



- O composto tem fungicidas naturais e organismos benéficos que ajudam a eliminar organismos causadores de doença, no solo e nas plantas.

- Sustentabilidade do uso e melhoramento da fertilidade do solo.

- Retenção de água nos solos.

- Redução no uso de herbicidas e pesticidas.

- Redução da contaminação e poluição atmosférica.

- Envolvimento dos cidadãos para ajudar a mudar estilos de vida.

Entre outras vantagens da compostagem podemos destacar, economia de espaço físico em aterro sanitário, aproveitamento agrícola da matéria orgânica produzida, reciclagem dos nutrientes contidos no solo, eliminação de patogênicos e ambientalmente é seguro.

COMO É QUE O COMPOSTO BENEFICIA O SOLO?

O composto adiciona matéria orgânica aos solos arenosos e dá porosidade aos solos argilosos. Introduz no solo organismos benéficos, como bactérias e fungos, que têm a capacidade de passar os nutrientes da parte mineral do solo para as plantas.

COMO POSSO UTILIZAR O COMPOSTO?

O composto maturado é usado para relvados, vasos, hortas, canteiros, floreiras e caldeiras das árvores. Uma mistura de 1/3 de composto, 1/3 de areia e 1/3 de terra é um rico adubo para plantas novas, floreiras e plantas de interior. Para projetos de arquitetura paisagística, uma mistura de 60% de composto com 40% de terra é ideal para relvados, canteiros, árvores e arbustos novos. - Aplicado nas plantações adiciona matéria orgânica, melhora a estrutura do solo, reduz a necessidade de fertilizantes e o potencial de erosão do solo;

- Pode ser armazenado por longos períodos de tempo, sem odores nem moscas;

- Pode ser usado em qualquer época do ano;

- Elimina ou reduz os problemas de deposição de estrumes, reduzindo os de contaminação do lençol freático por nitratos;

- Também pode ser usado como cobertura morta;

O seu uso reduz o aparecimento de doenças nas plantas.

COMO PREPARAR O COMPOSTO 1.Colocar no fundo do recipiente uma camada de aproximadamente 20 cm de palha ou ramos cortados, de forma a permitir o arejamento e a drenagem do chorume.



2. A camada seguinte deverá ser constituída por restos da cozinha cortados em pedaços pequenos (para acelerar o processo de decomposição).

3. Os restos de comida devem ser misturados e ligeiramente cobertos com resíduos de jardim secos para evitar as moscas.

4. Deve-se sempre alternar as camadas de resíduos verdes e resíduos orgânicos.

5. O grau de decomposição ou de degradação do material submetido ao processo de compostagem é acompanhado levando-se em consideração três fatores: cor, umidade e odor. A cor inicial tem um tom marrom e a final é preta, no início do processo a umidade é elevada e o odor é ocre passando para o de terra mofada no final do processo.

Nota: para que o processo corra bem e sem maus cheiros, é necessário ar, umidade e temperatura adequada.

Exemplos:

Para pequenos jardins, vasos de plantas e pessoas que morem em apartamentos:

Pode se usar um balde plástico ou lata de uns 20 litros com furo próximo ao fundo para a saída do excesso de água e chorume.

Para hortas , jardins maiores e pessoas que possuam casa com quintal: Pode usar um buraco no chão ou fazer montes cujo manuseio será mais fácil



Está mistura deve ser revolvida constantemente, para que toda ela receba luz, temperatura e aeração em quantidades homogêneas. Devendo também receber quantidade diária de água, para que se acelere o processo de decomposição do material.

Entende-se por material orgânico e de fácil decomposição, cascas e pedaços de frutas e verduras, restos de comida; papel (sendo que guardanapos e papel higiênico possuem decomposição muito mais rápida); folhas, gravetos, sementes secas e que não possam germinar, grama cortada e outros; fezes de animais como galinhas, coelhos, caprinos, suínos e gado; sangue de animais; Fauna epígea: logo abaixo da camada de folhas, sobre o solo; Cinza de fogão à lenha; cascas de ovo e ossos; e tudo o mais que tenha origem animal ou vegetal que possua decomposição rápida.

Se forem galhos, mato, toras de madeira, também funciona. O método mais simples requer a disposição do material numa pilha que vai ser regada e revolvida ocasionalmente, tendo em vista a promoção de umidade e oxigênio aos microorganismos da mistura. Durante o período de compostagem (que poderá levar um mês ou um ano), o material empilhado sofre decomposição por intermédio de bactérias e fungos até a formação de húmus. Quando este material composto se encontrar estabilizado biologicamente, poderá ser usado para correção de solos ou como adubo.

As dimensões acima representadas podem variar de acordo com o tamanho do terreno e quantidade de composto que se pretende produzir.

A Compostagem orgânica, nada mais é do que uma reciclagem, contribuindo para diminuição do lixo doméstico, propiciando economia financeira.

Na hora de retirar o húmus, os dois primeiros centímetros de cobertura devem permanecer na composteira, pois estão com os tatuzinhos-de-jardim, as lacraias e ovos de minhoca.

O processo de vida do planeta depende do húmus, e a destruição desse acaba com a capacidade do solo reter vida e gerar vida.



A composteira atrai pássaros e demais seres da cadeia trófica, refletindo em toda vida ao redor.

COMO FAZER Compostagem é como cozinhar, com muitas receitas e variações, você faz sucesso!

Esta poderá ser uma aproximação simples:

1. Recolha folhas, erva e aparas de jardim;

2. Coloque num monte ou caixote;

3. Salpicar com água, mantendo a umidade.

Para uma compostagem rápida (1-3 meses) alternar camadas de misturas verdes e materiais secos. Para arejar o empilhado, remexa e retalhe os materiais em bocados mais pequenos e umedeça-os. Para uma compostagem lenta (3-6 ou mais meses) adicionar, continuamente, material ao caixote e manter a umidade. É simples e novas receitas dentro deste contexto se encaixam perfeitamente!

Observação

Restos de comida, serão bem vindos, mas alimentos de origem animal (carne) podem atrair ratos e pragas do gênero.

FATORES FÍSICO-QUÍMICOS

Teor de Umidade

O teor ótimo de umidade para compostagem aeróbica compreende-se entre 50 a 60%. O ajuste de umidade pode ser feito por mistura de componentes. Na prática também se verifica que depende da eficácia do arejamento (manual ou mecânica) da massa em compostagem, nas características físicas dos resíduos (estrutura, porosidade etc.) e na carência microbiológica da água. Altos teores (~ 65%) fazem com que a água ocupe os espaços vazios da massa, impedindo a livre passagem do oxigênio, o que poderá provocar o aparecimento de zonas de anaerobiose.

Baixos teores de umidade (inferiores a 40%), inibem, por sua vez, a atividade microbiológica, diminuindo a taxa de estabilização.

O teor ótimo de umidade é de, aproximadamente, de 55%.

Controle de odores

A maior parte dos problemas de odores nos processos de compostagem aeróbia estão associados ao desenvolvimento de condições anaeróbias na pilha de compostagem.

Em grandes processos de compostagem aeróbia é comum encontrar fragmentos de revistas, livros e outros compostos orgânicos que não são compostados num espaço curto de tempo, e como o oxigênio nem sempre é suficiente, desenvolvem-se condições anaeróbias. Nestas circunstâncias, há produção de ácidos orgânicos que emitem odores intensos. Para



minimizar os potenciais problemas de odores é importante reduzir o tamanho das partículas, retirar plásticos e outros materiais não biodegradáveis do material orgânico para compostar.

Qualidade do produto final

A qualidade do composto obtido pode ser definida em termos de composição de nutrientes e de matéria orgânica, pH, textura, distribuição do tamanho das partículas, percentagem de sais, odor residual, grau de estabilidade e maturação, presença de organismos patogênicos e concentração de metais pesados. Infelizmente, estes valores são bastante variáveis e não existe consenso quanto às quantidades ideais para estes parâmetros.

Para além do composto ser calibrado pode-se considerar que ocorre uma triagem biológica, já que as minhocas tendem a recuperar o material orgânico ligado ao inorgânico, valorizando também os inertes, dado que ficam mais limpos. Relativamente à qualidade do composto verifica-se uma melhoria tendo em consideração que à digestão das minhocas estão associadas enzimas e microorganismos. O processo de digestão demora menos de dois meses, permitindo que seja feito em espaços cobertos, em condições ambientais controladas.

PROBLEMAS

Os principais problemas associados à utilização do processo de compostagem são: os maus odores, os riscos para a saúde pública, a presença de metais pesados e a definição do que constitui um composto aceitável. A separação de plásticos e papéis também pode constituir um problema, pois, uma grande quantidade de papel reduz a proporção de nutrientes orgânicos e plásticos são muito lentos em sua decomposição, reduzindo a homogeneidade do composto. A não ser que estas questões sejam resolvidas e controladas, a compostagem pode tornar-se numa técnica inviável.

Produção de odores

Sem um controle apropriado do processo, a produção de odores pode tornar-se um problema. Como consequência a escolha da localização da estação de compostagem, o design do processo e a gestão do odor biológico são de extrema importância.

Produção de biogás

Esta é também uma consequência indireta da compostagem, pois, está relacionada com a deposição de materiais em aterro. A formação de biogás nos aterros pode ser bastante nociva para o ambiente, uma vez que, ocorre uma grande libertação de metano para a atmosfera que contribui para o aumento do efeito estufa. Constitui também um risco para a segurança do próprio aterro, uma vez que, pode provocar explosões. Existem processos que permitem a recolha deste gás para posterior combustão ou aproveitamento energético.



Riscos para a saúde pública

Se a operação de compostagem não for conduzida adequadamente existem fortes probabilidades de os organismos patogênicos sobreviverem ao processo. A ausência de microorganismos patogênicos no composto final é extremamente importante, uma vez, que este vai ser utilizado em aplicações às quais as pessoas vão estar diretamente expostas. No entanto, o controle desses microorganismos pode ser facilmente alcançado, quando o processo é eficiente e controlado. A maior parte dos microorganismos patogênicos são facilmente destruídos às temperaturas e tempos de exposição utilizados nas operações de compostagem (55ºC durante 15 a 20 dias).

Presença de metais pesados

Pode afetar todas as operações de compostagem, mas principalmente, aquelas onde se utilizam esfarrapadoras mecânicas. Quando os metais dos resíduos sólidos são desfeitos, as partículas metálicas que se formam podem ficar agarradas aos materiais mais leves. Depois da compostagem estes materiais vão ser aplicados ao solo, podendo provocar sérios problemas de toxicidade.

MINHOCULTURA

No Egito antigo, a minhoca tinha tal valor que era prevista até a pena de morte para quem exportasse do Império uma só minhoca. O vale do Nilo deve muito de sua fertilidade ao trabalho desse estupendo animal.

Em meados dos anos 60, os italianos perceberam que vinhos famosos começaram a perder qualidade (bouquet) e fama. Descobriu-se que a uva perdia muitas de suas qualidades finas devido à adubação química. Então os italianos começaram a usar húmus no solo das parreiras. Hoje, a Itália é o maior produtor de húmus.

As minhocas aceleram o processo de decomposição da matéria orgânica, pelos microrganismos, incrementando a biossíntese de reguladores de crescimento (como auxinas, citocininas e giberelinas).

A minhoca é um verme anelídeo, isto é, tem o corpo dividido em anéis que variam em quantidade de acordo com a espécie. Podemos encontrar minhocas com 7 ou até com mais de 500 anéis, como os minhocuçus. As minhocas possuem 5 pares de corações e 1 par de rins. O sangue



percorre todo o corpo por 5 vasos sangüíneos e capilares. Possuem cérebro, cavidade bucal, uma minitromba chamada de “prostômio”, que funciona como um perfurador, faringe, esôfago, 3 pares de glândulas calcíferas, papo, moela, intestino e ânus. Possuem também próstata, 1 par de testículos, 1 par de ovários e receptáculos seminais. A parte digestiva da minhoca é tubular, percorrendo toda a extensão do seu corpo, da boca ao ânus. Sua respiração é feita através da pele, pelas ramificações capilares (respiração cutânea), daí a necessidade de umidade suficiente no substrato. A minhoca é fotofóbica, tendo, portanto, horror ao sol, à luz natural ou artificial. Exposta ao sol por alguns minutos, ela morrerá. Não possuem visão nem audição, mas são sensíveis ao tato. Quando seccionada na parte dianteira até o nono anel, a minhoca tem a capacidade de auto-regenerar-se (regenera totalmente a sua parte posterior). Quando o ambiente e a temperatura são favoráveis, a reprodução das minhocas dura quase o ano todo, principalmente nos períodos quentes e úmidos e, preferencialmente, à noite. O ambiente não pode ser seco nem úmido em excesso. Cada minhoca, em condições ideais, pode deixar de 100 a 140 descendentes em um ano. Levando em consideração que as filhas e as netas também procriarão, podemos afirmar com absoluta convicção que, em um ano, uma minhoca pode ter até 1.500 descendentes. Elas são hermafroditas incompletas,sendo, portanto necessário que duas se acasalem para que os ovos de ambas sejam fecundados, pois não há auto-fecundação. A cada sete ou dez dias, ou de três em três dias, segundo alguns autores, cada minhoca vai produzir um casulo com o formato de uma pequena pêra, arredondada numa ponta e afilada na outra (por onde saem as minhoquinhas). Dentro de cada casulo, temos de dois a 15 ovos, fertilizados ou não. O período de incubação pode variar de 10 a 21 dias, se as condições forem favoráveis. Caso contrário, os ovos não eclodirão, o que só ocorrerá quando as condições ambientais forem propícias para o seu desenvolvimento. Quando nascem, as minhocas são brancas, tomando a cor de seus pais à medida que forem se alimentando. A minhoca vive em média 16 anos e sua fertilidade sexual permanece até



o fim da vida. O que caracteriza a sua puberdade é a existência do clitelo, uma espécie de cinta saliente, esbranquiçada, em torno de seu corpo, a mais ou menos 1/3 do seu comprimento. A maturidade sexual é atingida entre 60 a 90 dias de idade. Embora a minhoca seja frágil, ela pode remover material (terra) em quantidade de até 60 vezes o seu próprio peso. Esse movimento torna o solo mais poroso, permeável, macio, arejado, solto e leve, e melhora fisicamente a sua estrutura e a sua composição, tornando mais fácil o seu manejo para cultivo. Nesse solo, a penetração das raízes e da água é facilitada, o que possibilita um desenvolvimento maior das plantas, com melhores safras e com mais altos índices de produtividade. As minhocas comem diariamente uma quantidade de alimento igual ao seu próprio peso e produzem, por dia, húmus equivalente ao seu peso corporal

TÉCNICAS DE PRODUÇÃO

O minhocário deve situar-se em área elevadas, com pequenas deslividade, preferencialmente voltadas para o norte, protegidas das correntes de ar frio do sul. Áreas de baixada, sujeita à geada e encharcamento devem ser evitadas.

Para iniciar a criação, um litro de minhoca deverá ser colocado em um canteiro de 1,0m2 de paredes e 0,40m de profundidade. Este canteiro pode ser construído com blocos, tábuas, bambus, porém recomenda-se o uso de tijolo, por serem mais duráveis e não reterem o calor. O fundo do canteiro é de chão batido, já que as minhocas não entram na terra. Neste canteiro, deverá ser colocado esterco até a altura de 0,30m, que deverá, estar semi-curtido, mas se estiver cru deverá ser bem molhado e após 2 dias, revirado, para então ser molhado novamente, repetindo esse processo 3 ou 4 vezes. Com o esterco dentro do canteiro coloca-se o litro de minhoca.

A proporção será sempre de 1l/m2 seja qual for a área do canteiro. De 45 a 60 dias processa-se todo o esterco. As minhocas ingerem diariamente o composto em quantidade equivalente ao seu peso e 60% disso vira húmus. As minhocas trabalham em camadas consumindo primeiro a parte superior do canteiro e aprofundando-se em seguida. O canteiro deve ser mantido em temperatura de 16 a 22 graus C e a 50% de umidade. Por isso, deve ser regado em média 2 vezes por semana. Deve-se verificar com a mão a umidade, espremendo um punhado de massa, se não escorrer líquido, deve ser molhado. Deve-se sempre varrer o terreno em volta do canteiro, estando atendo a possíveis pragas, como sanguessugas, sapos, formigas, larvas de insetos, etc..



A quantidade de húmus obtida no processo é maior que 50% da quantidade de esterco utilizado. Ao retirar o húmus do canteiro, para a separação das minhocas, um outro canteiro já deve estar pronto para ser povoado, com o composto na medida correta, pois a minhoca não sobrevive se permanecer muito tempo fora do esterco.

Há inúmeros processos de separação da minhoca do húmus, por exemplo, colocar um saco de cebolas cheio de esterco, em cima do canteiro e as minhocas migrarão em busca de alimento. Esse saco depois é despejado em um novo canteiro. Ou podemos colocar a massa diretamente em uma peneira de malha 4 e peneirar suavemente. O húmus passará, sobrando as minhocas. Após peneirado, o húmus deverá ser embalado e colocado em um local seco e preferencialmente arejado ao abrigo do sol.

A fuga de minhocas pode ocorrer à noite quando chove. As minhocas também fogem quando a temperatura e a umidade no canteiro não são favoráveis, ou quando há uma superpopulação ou falta de alimentação. Tendo em vista que as minhocas não andam de "ponta cabeça", se protegermos as bordas internas dos canteiros com uma calha invertida (na forma de um L), feita com folhas-de-flandres, evitaremos que elas fujam.

O Húmus Prolonga a florada e a frutificação, aumentando a produção agrícola. Os vegetais ficam mais resistentes à ação de pragas e doenças. As plantas ficam mais vigorosas e mais verdes, melhorando seu aspecto e desenvolvimento. Dá maior porosidade ao solo. Segura a umidade do solo por mais tempo Diminui o tempo de germinação de sementes. É de grande importância para o solo porque trata a terra e a planta simultaneamente, enquanto que a adubação química atinge apenas a planta.



O uso em excesso não prejudica a planta. Pelo contrário, só beneficia. Quanto mais húmus for colocado na terra, mais produtiva e fértil ela será. É um produto ecologicamente correto. ANÁLISE MÉDIA DE UM BOM PRODUTO Umidade................................... 45 a 58% pH............................................ 7,11 a 7,54 Matéria Orgânica.............................. 42 a 56% Nitrogênio.................................... 1,66 a 2,04% Fósforo....................................... 1,42 a 3,82% Potássio...................................... 1,44 a 2,23% Cálcio........................................ 5,44 a 7,26% Magnésio...................................... 0,88 a 1,32% Magnésio...................................... 0,88 a 1,32% Ferro......................................... 0,82 a 1,84% Manganês...................................... 552 a 767 Zinco......................................... 418 a 1235 Cobre......................................... 193 a 313 Cobalto....................................... 15 a 37 Carga Bacteriana......................... 5x10.8 a 2x10.12

Para fazer o composto orgânico, o criador também pode utilizar as minhocas nativas que, ao contrário das vermelhas da Califórnia, transformam em adubo todo o material orgânico, como jornais, papéis, papelões, folhas, restos de culturas e podas, lixo doméstico, etc. Só não servem para a produção do composto, os plásticos, vidros e metais. A única desvantagem das minhocas nativas é que elas são menos produtivas, sua produtividade é menor do que a das vermelhas da Califórnia e o composto leva 90 dias para ficar pronto. Questões frequentemente colocadas sobre Compostagem

• Porque é que se deve compostar? Porque é que a matéria orgânica não deve ir para aterro? A matéria orgânica é um recurso valioso quando decomposto ou usada como cobertura no jardim. Melhora o solo e as plantas, previne a erosão, e mantém a humidade e nutrientes do solo. Num aterro, os resíduos orgânicos em decomposição geram gás de metano que polui o ar e cria o perigo de explosão. Restos de jardim,



em aterro, também reagem com outros resíduos e dão origem a lixiviados tóxicos que contaminam as águas subterrâneas. A compostagem de jardim é também muito mais barata que enviar os resíduos para aterro ou para centrais de compostagem industrial.

• Quanto tempo demora? A resposta varia, dependendo do processo utilizado, dos ingredientes e do cuidado. Talvez mais importante, depende do uso final; muitos ingredientes podem ser usados para proteger árvores e arbustos imediatamente, enquanto que podem ser necessários vários meses até se atingir a estabilidade exigida para a germinação de plantas sensíveis. Em condições óptimas, a compostagem pode produzir composto utilizável em um mês ou dois, desde que se revolva frequentemente a pilha. Uma caixa de minhocas requer 3 a 6 meses para transformar os restos de comida em composto, enquanto numa pilha de folhas não controlada estas podem levar mais de um ano a desaparecer.

• Qual o modo mais fácil de fazer compostagem? A compostagem lenta (pilha estática) e a compostagem fechada são dois métodos que requerem pouca manutenção.

• Qual é a diferença entre composto e cobertura? O composto é a matéria orgânica decomposta que pode ser misturada com o solo para o melhorar. Cobertura é material colocado sobre o solo para evitar o surgimento de ervas daninhas, manter a humidade, prevenir a erosão, ou como manto atraente para o solo. Composto e restos de jardim triturados constituem uma excelente cobertura orgânica.

• Como é que se sabe quando se tem a razão carbon/azoto (razão C/N) correcta? De modo geral os materiais ricos em carbono (castanhos) tendem a ser mais lenhosos e mais secos, e materiais ricos em azoto (verdes) tendem a ser mais macios, húmidos e frescos. Se usar materiais castanhos e verdes em proporções semelhantes obterá aproximadamente a proporção correcta de 30:1 de C/N. Embora a razão de C/N de 30:1 seja a ideal para obter um composto rápido e aquecido, muitas variações desta proporção também darão origem a composto de qualidade, embora num prazo mais alargado.

• Cheira mal a compostagem? Desde que o material a compostar tenha arejamento suficiente para se manter aeróbio não devem surgir odores desagradáveis. Se obtiverem odores fortes então devem adicionar-se aparas de madeira ou outro material estruturante e misturar o sistema para o arejar. Os odores de amónia podem surgir no caso de se compostarem demasiados materiais ricos em azoto, tais como aparas frescas de relva. Para preveni-lo pode calcular a mistura de materiais apropriada para atingir a relação carbono para azoto correcta.



• O que fazer se tiver demasiados materiais ricos em azoto (verdes)? Armazenar materiais ricos em carbono (folhas secas, serradura) e usá-los quando necessário. Arranjar (pedir) materiais castanhos aos vizinhos. Aparas frescas de relva podem ser secas e usadas como material castanho. Adicionar toalhas ou guardanapos de papel, cartão ou papelão.

• O que fazer se tiver demasiados materiais ricos em carbono? Adicionar restos de cozinha. Pedir materiais verdes aos vizinhos. Adicionar estrume, fertilizantes ricos em azoto, farinha de sangue ou farinha de osso.

• O composto tem humidade suficiente? Excesso de água pode impedir a entrada de oxigénio, originando maus cheiros. Regra da esponja: pega-se numa mão cheia de material a compostar e aperta-se. Não deve pingar mas deve deixar humidade na mão. Para verificar como o composto se encontra no interior pode usar-se um pau de vassoura: faz-se um buraco com o pau e retira-se. Este não deve trazer agarrados pedaços de composto empastado. Se o composto se encontrar muito molhado deixe circular o ar e misture um material seco (terra velha de plantas, serradura, pedrinhas de calcário, papelão). Para composto seco, regar com água que repousou num balde (para sair o cloro).

• E quando a pilha tem humidade suficiente mas não aquece nem está a decompor? Com materiais frescos e devidamente partidos a pilha aquece se também for revolvida e tiver a humidade adequada. Às pilhas com grandes quantidades de materiais castanhos velhos devem adicionar-se materiais ricos em azoto (aparas frescas de relva, fertilizante ou estrume) quando revolvidas. A adição de fertilizantes azotados líquidos irá acelerar a compostagem e aquecer a pilha. A pilha pode ser demasiado pequena: 1 m x 1 m x1 m é o tamanho mínimo recomendável. Outra solução também pode ser isolar a pilha para evitar a saída do calor.

• Deve adicionar-se terra às pilhas de compostagem? Terra não é necessário nas pilhas de compostagem; contudo pode ser benéfico pois confere uma carga adicional de microrganismos para ajudar no processo. Apenas uma quantidade muito pequena deve ser adicionada no início do processo pois aumenta muito o peso da pilha.

• Os torrões de terra (erva com raízes e terra) devem ser compostados separadamente? Os torrões com ervas decompõem-se melhor em contentores fechados ou completamente cobertos com plástico preto para excluir a luz e parar todo o crescimento.

• Qual o melhor sítio para colocar a pilha? O calor do sol fará secar mais rapidamente uma pilha aberta, por



isso esta deve ser mantida à sombra. No entanto os contentores fechados devem ser colocados ao sol. As pilhas devem ser feitas sobre terra para permitir a entrada de microrganismos decompositores e a saída de água. As pilhas devem ser construídas em solo plano, num local de fácil acesso.

• Como saber qual a altura para revolver a pilha? A pilha deve ser revolvida quando a temperatura começa a diminuir. Uma pilha que não atinge temperaturas altas deve ser revolvida uma vez por semana, ou sempre que houver oportunidade e tempo.

• Devem cobrir-se as pilhas? Uma pilha que tenha um bom conteúdo de humidade (teste da esponja) beneficiará com uma cobertura de plástico, pedaços de tapete, palha ou musgo. A cobertura ajuda a manter a pilha húmida no verão e previne a inundação pela chuva. No entanto, se desde o início a pilha já estiver demasiado seca ou molhada, cobrir irá agravar o problema.

• Poderá usar-se composto directamente no jardim? O melhor é misturar o composto com solos minerais para jardinagem, para se atingir a textura ideal e fornecer um suporte para as raízes das plantas. As plantas não enraízam bem em composto puro.

• Se compostar ervas daninhas com sementes, estas poderão sobreviver e voltar a germinar? É melhor compostar as ervas daninhas antes que formem sementes. Algumas sementes podem sobreviver a temperaturas até 70¡C, e mesmo uma pilha de compostagem bem feita pode não atingir tais temperaturas uniformemente em todo o lado. Se adicionar ervas daninhas com sementes adicione estrume ou materiais ricos em azoto para assegurar o aquecimento suficiente e coloque as sementes no centro da pilha, onde as temperaturas são mais elevadas.

• Como é que se compostam raízes de hera e silvas? Plantas que se propagam vegetativamente devem ser cuidadosamente secas ao sol antes de serem usadas na compostagem. Ou então devem ser compostadas separadamente e cobertas com plástico preto durante um ou dois anos.

• Podem usar-se vegetais doentes na compostagem? Regra geral é melhor não os usar pois corre-se o risco de se voltar a contaminar o jardim.

• Será uma boa prática adicionar cinzas de lareira a uma pilha de compostagem? Em composto a ser usado em solos ácidos é uma boa prática, mas não em composto a ser usado em solos alcalinos. No entanto, se forem compostados em grande quantidade, materiais ricos em azoto, especialmente em contentores fechados, a massa a compostar poderá tornar-se ácida, e as cinzas de lareira podem ser adicionadas para neutralizar o pH.



• Que tipo de resíduos de animais domésticos podem ser compostados com segurança? Resíduos de animais de estimação, tais como porcos da Índia, coelhos ou hamsters podem ser decompostos com segurança, em conjunto com as tiras de papel ou madeira usadas nas suas jaulas. Contudo, excrementos de cães ou gatos devem ser evitados, pois podem conter parasitas ou organismos patogénicos nocivos para o Homem. A água dos aquários, no entanto, contém algas e matéria orgânica que podem ser benéficos para as plantas, podendo por isso ser adicionada à pilha.

• Podem compostar-se ossos e aparas de carne? Podem enterrar-se espinhas de peixe? Existe uma probabilidade muito grande de ocorrerem pestes, por isso não se recomenda a compostagem destes materiais. Os ossos também demoram muito tempo a decompor.

• Podem compostar-se resíduos de tosquia? As fibras naturais tais como os resíduos de tosquia, algodão, linho e serapilheira, podem ser todas compostadas.

• Plantas tratadas com pesticidas podem ser compostadas? Não. Muitos tipos diferente de químicos são utilizados nos pesticidas. Alguns tornam-se inofensivos rapidamente, outros desaparecem após uma compostagem cuidadosa; no entanto, outros tem um tempo de vida muito longo e provavelmente irão resistir à compostagem.

• Que tipos de aparas de madeira/serradura irão compostar melhor? As aparas ou pós de árvores caducas de madeira dura são melhores para compostar. O cedro pode ter substâncias inibidoras e a serradura do tratamento de pressão, da madeira prensada ou da madeira compensada, contêm vários compostos tóxicos. Não se recomenda, por isso, a sua utilização na compostagem. Ao usar serradura lembre-se de que é um material rico em carbono e pobre em azoto. A serradura também é uma boa cobertura.

• Podem compostar-se filtros de café e sacos de chá? Sim. Qualquer produto de papel não tratado pode ser compostado. As minhocas adoram grãos e filtros de café, assim como saquinhos de chá. Não deve compostar papeis tratados, tais como papel de revista, fotografias, papel de lustro, e alguns papéis de cópia.

• Pode fazer-se composto apenas com restos de cozinha, sem restos de jardim? Sim, restos de cozinha podem ser compostados em caixas de minhocas e em contentores fechados.

• As agulhas de pinheiro devem ser compostadas separadamente? As agulhas de pinheiro desaparecem mais lentamente que os outros resíduos por causa da sua cobertura cerosa, mas não constituem problema no composto nem no jardim.

• As folhas de carvalho são boas para a compostagem? As folhas de carvalho são ligeiramente acídicas, mas de resto são uma boa adição à pilha de compostagem.



• Serão os inóculos ou ativadores uma boa ideia? Os inóculos comerciais são constituídos por microrganismos dormentes. Se desejar aumentar a actividade dos que já existem na matéria prima, a adição de solo ou composto acabado funciona tão bem como inóculos comerciais. Os activadores aceleram o crescimento microbiano através da adição de açúcares ou azoto. Normalmente não são necessários mas se a mistura de materiais a ser decomposta tem uma razão de C/N superior a 30:1, a adição de azoto acelerará o processo de compostagem. Cal é por vezes adicionada quando o pH é inferior a 5. Se o processo de compostagem se tornar anaeróbio, os ácidos que são formados fazem descer o pH. O arejamento do sistema, para o tornar de novo aeróbio, também provocará a subida do pH para valores próximos da neutralidade.

• As lesmas são um problema? Qual o seu papel na compostagem? As lesmas não são um problema para a compostagem. Na verdade contribuem para o processo pois alimentam-se dos resíduos em decomposição. A proximidade da pilha pode no entanto ser um problema; coloque a pilha de compostagem longe da horta.

• Como manter afastados os ratos? A melhor maneira de manter afastados os roedores e outras pestes é evitar criar condições que os atraiam. Se adicionar carne ou produtos lácticos, ou deixar alimentos cozinhados à vista, estará a convidá-los a aparecer. Por outro lado se fizer apenas compostagem de vegetação, tal como folhas e aparas de relva, estará a minimizar a possibilidade deles aparecerem. Adicionar restos de fruta e vegetais é seguro desde que sejam bem enterrados nos outros materiais a compostar e que o sistema os faça desaparecer rapidamente. Cobrir a pilha com uma camada de solo ou plástico, também é uma boa ideia, assim como preparar armadilhas para os apanhar. Usar contentores, com rede no fundo também pode funcionar, mas a malha não deve ser mais larga que 0.5ââ.

• Como manter as moscas afastadas? As moscas da fruta e domésticas podem tornar-se um problema para compostores de interior ou muito próximos de janelas, a menos que sejam tomadas medidas preventivas. Restos de comida devem ser cobertos por uma camada de material castanho, como solo, composto velho, papel rasgado, folhas ou raspas de madeira. Revolvimento frequente também ajuda pois as altas temperaturas matam as larvas das moscas. Em caixas de minhocas os restos de comida devem ser enterrados no leito. Armadilha simples: pegue numa garrafa de plástico e fure-lhe a tampa. Corte-a a meio e verta um pouco de vinagre na metade inferior da garrafa, cerca de 2 centímetros. Depois inverta a metade superior e introduza-a na metade inferior, formando assim um funil que conduz ao interior da garrafa. As moscas da fruta serão atraídas pelo vinagre e ficarão presas na garrafa ou afogar-se-ão no líquido.



• As bichas-cadela são prejudiciais? Qual o seu papel na compostagem? As bichas-cadela são raramente ameaçadoras para as colheitas e podem auxiliar no processo de compostagem. Alimentam-se de vegetação em decomposição e invertebrados.

• Como evitar que restos de cozinha cheirem mal enquanto são armazenados para compostagem? Camadas alternadas de serradura e restos de comida num balde fechado evitarão que estes comecem a cheirar mal. Os restos de comida também podem ser guardados no frigorífico.

• Se usar composto, continuará a ser necessário adicionar fertilizantes? Isso depende das necessidades nutricionais das plantas e do estado do solo, em termos de nutrientes. O composto fornece nutrientes necessários às plantas, em pequenas doses, no decurso da estação de crescimento. Se o solo é particularmente pobre, ou se está a cultivar uma planta que necessita de uma grande quantidade de azoto logo após ser plantada, então pode ser necessário adicionar outros tipos de fertilizante. O melhor será mandar analisar o solo e decidir com base nos resultados e nas necessidades das plantas que pretende cultivar.

• Devem usar-se luvas quando se mexe no composto? Se excrementos de animais não forem compostados, não é necessário.

• Para fazer compostagem é necessário um contentor? Não. A compostagem pode ser feita em pilhas expostas ao ar. No entanto os contentores ajudam a manter o calor, a manter as pilhas limpas e são mais apropriados para situações urbanas.

• O que fazer quando os vizinhos se queixam da compostagem, mesmo sem maus cheiros? Dê um bom exemplo, mantendo a sua pilha limpa. Mantenha a pilha o mais longe possível das habitações. Explique os benefícios da compostagem sempre que tiver oportunidade. Diga porque o faz e como resulta bem; eles ficarão convencidos, mais cedo ou mais tarde.

• Poderá o composto danificar as plantas? De maneira geral o composto é bom para as plantas, pois ajuda a melhorar a estrutura do solo, a reter a humidade, a aumentar o teor em matéria orgânica e proporciona a libertação lenta dos nutrientes, importante para o crescimento das plantas. Contudo se o composto for utilizado antes de adequadamente maturado pode queimar quimicamente as plantas ou competir com elas pela utilização do azoto do solo. O composto fresco não deve ser utilizado para iniciar o cultivo de plantas sensíveis, tais como tomates ou pimenteiras, pois podem sucumbir ao excesso de humidade. Estas plantas devem ser iniciadas em vasos com misturas estéreis.



• Irá formar-se lixiviado? A compostagem em contentores produz lixiviado, uma sopa orgânica rica chamada “chá de composto” ou chorume que é valorizada pelos jardineiros. A melhor opção é desenhar os compostores de modo a apanharem o lixiviado, para que este não provoque sujidade, nem odores, nem problemas de moscas. No compostor de contentor duplo o lixiviado é apanhado por materiais absorventes no contentor exterior.

Biodigestor Rural

Pesquisador e incansável defensor do uso do biodigestor rural, o Prof. Jaime Germano do Nascimento, engenheiro agrônomo alagoano de Porto Calvo, radicado em Recife-PE, desenvolveu um modelo próprio de biodigestor rural que vem mostrando excelentes resultados na produção de gás e biofertilizante, além do que, suas características funcionais são bastante compatíveis com a região e cultura agrícola nordestina. O biodegestor PE, como é denominado pelo seu criador, é fruto de anos de pesquisas, análises e observações de resultados práticos, além de muita criatividade. Com a crise do petróleo na década de 70 foi trazido para o Brasil a tecnologia dos biodigestores, sendo os principais modelos implantados o Chinês e o Indiano. Na região nordeste foram implantados vários programas de difusão do biodigestores e a expectativa era muito grande, mas os benefícios do biogás e do biofertilizante de excelente qualidade, obtidos não foram suficientes para dar continuidade a estes programas e os resultados não foram muito satisfatórios. Na Paraíba por exemplo, na década de 80, a EMATER, conseguiu através de convênio com o Ministério das Minas e Energia, a implantação de cerca de 200 biodigestores em propriedades rurais daquele estado, segundo avaliação recente do “NERG - Núcleo de Energia da UFPB” deste universo de biodigestores implantados apenas 4,6% estão em funcionamento e 96.9% dos proprietários não desejam reativar os seus. O Núcleo de Energia (NERG) do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em Campina Grande PB, teve sua origem vinculada a desdobramentos de pesquisas em energia eólica, no final da década de setenta. Posteriormente, através da ampliação de suas atividades em outros dominios correlatos,constituiu-se um grupo interdisciplinar de trabalhos em energia.



Tendo trabalhado nos programas de implantação dos dois principais modelos trazidos, quando coordenador do SEI- Sistema Energético Integrado da EMATER/PE, o Prof. Jaime aponta como um dos motivos que na sua opinião dificultou a difusão dos biodigestores, o fato de no tempo não ter sido dado maior ênfase as qualidades do biofertilizante, cujo benefício é de maior significado para o agricultor. Outro ponto citado, foi quanto a adaptabilidade dos modelos implantados. No modelo Indiano - que foi o mais difundido - um dos problemas é a campânula do gasômetro, quase na sua totalidade confeccionados em aço, aumentam muito o custo e oxidam com bastante facilidade, exigindo manutenções constantes, somado ainda ao fato de o modelo não se prestar para funcionamento com capim. Já no modelo chinês os maiores problemas são de estanquidade. Segundo o professor, devido as características do nosso solo e clima, ocorrem constantes rachaduras em sua cúpula, com consequente perda de gás. De construção relativamente simples tais biodigestores funcionam com mistura de água, esterco animal e ou fibras vegetais como capim, cascas etc. Suas principais funções são garantir um meio anaeróbico favorável a biodigestão, permitir a alimentação sistemática da matéria orgânica e a coleta e armazenamento do gás produzido. Os resíduos líquidos e sólidos resultantes do processo formam um biofertilizante de excelente qualidade e larga aplicabilidade na agricultura.

No modelo PE, que ele mesmo define como sendo uma variação do modelo Chinês, devido a um novo desenho da câmera de fermentação e manejo, e construção independente do gasômetro, tais problemas não ocorrem, mostra disto é a unidade construída há mais de 14 anos no IPA para fins de pesquisa, e que apesar de não estar sendo usada

atualmente, encontra-se em perfeito estado de conservação. Testes comparativos com a citada unidade mostraram também que a sua produtividade global é equivalente aos modelos Indiano e Chinês. Outras vantagens foram ressaltadas pelo Prof. Jaime, como o custo, paritário ao modelo chinês e bem inferior ao Indiano. Tal diferença deve-se principalmente ao gasômetro que no PE funciona independentemente da câmera de fermentação, podendo ser dimensionado em função da curva de consumo, e em alguns casos ter seu uso dispensado ou mesmo sua construção realizada em uma etapa posterior, além disto como a campânula de metal funciona sem contato direto com a biomassa em fermentação, não sofre muito com a corrosão tendo durabilidade muito superior a do modelo Indiano, praticamente dispensando manutenção. Outro diferencial é quanto a



flexibilidade do modo de carga que pode ser contínuo, semicontínuo ou batelada, funcionando muito bem com capim em qualquer um dos modos. Em dezembro de 98 foi dado início a construção do biodigestor, empregando-se mão de obra local e tendo o Prof. Jaime participado ativamente juntamente com o pai do Célio, o Sr. José. Devido as dimensões e principalmente o perfil curvo das paredes, Sr. José chegou a duvidar do sucesso da construção, o próprio Célio diz que mesmo sendo engenheiro mecânico ficou impressionado com sua elaboração, principalmente quando as primeiras fieiras de tijolos estavam assentadas. A medida que as paredes foram sendo levantadas foram caindo todas as dúvidas e em janeiro deste ano, num clima de muita alegria, ficou pronto esperado biodigestor, entrando em operação dias depois. Atualmente aposentado, o Prof. Jaime está colaborando com dois projetos distintos que adotaram seu biodigestor. Um projeto integrado para produção de derivados de leite de um pequeno produtor rural de Araçoaiaba e um projeto piloto da Secretaria de Agricultura de São Lourenço da Mata , que visa beneficiar pequenos produtores rurais da região, ambos em Pernambuco. O biogás, também conhecido como gás dos pântanos é o resultado da decomposição de matérias orgânicas, em meio anaeróbio, por bactérias denominadas metagogênicas, sendo uma mistura, onde seus principais componentes são o gás metano, com valores médios na ordem de 55 a 65%, e o dióxido de carbono com aproximadamente 35 a 45% de sua composição. A produção do biogás é naturalmente encontrada em pântanos, aterros e esgotos entre outros. Um fato curioso está ligado ao antigo costume de se enterrar o lixo em buracos nos quintais, bastante comum ainda hoje onde não se tem serviço de coleta de lixo. Após aterrado o material orgânico no meio anaeróbico formado, sob a ação da bactérias metagogênicas, passava a produzir gás metano, em alguns casos o volume retido alcançava altas pressões produzindo rompimento do solo e freqüentemente a combustão espontânea, desprendendo enormes chamas com duração de alguns minutos, tal fato algumas vezes era erroneamente associado, por desconhecimento das pessoas surpreendidas, a fenômenos sobrenaturais ou manifestações de seres místicos e folclóricos. Atualmente, em vários países o biogás é produzido em aterros sanitários e aplicado como fonte energética em processos sanitários, e em alguns casos existe até a comercialização do biogás para uso nas indústrias. Em São Paulo o biogás chegou a ser utilizado, experimentalmente, em caminhões de coleta de lixo.



Fábrica de Adubo Orgânico O projeto da Fábrica de Adubo orgânico, objetiva aproveitar todo o lixo orgânico (restos de frutas, verduras), que é rico em nutrientes, produzido na Ceasa. Mensalmente, são comercializadas 60 mil toneladas de produtos hortifrutigranjeiros e 1,5% desse volume é impróprio ao consumo humano, devido ao manuseio e embalagens inadequadas. A Usina de Compostagem trabalha com aproveitamento de resíduos orgânicos através de duas técnicas: compostagem e vermicompostagem. A Compostagem é desenvolvida em uma área de 1hec, onde todos os resíduos orgânicos coletados são empilhados e revirados, semanalmente, para serem transformados em compostos orgânicos. O processo tem a duração de 100 dias e é feito através da atividade dos microorganismos. Na vermicompostagem, os resíduos orgânicos são colocados em canteiros para, em seguida, serem adicionadas as minhocas vermelhas da Califórnia (Eisenia phoetida). Depois, os resíduos são transformados em húmus de minhocas ou vermicomposto. A técnicas beneficiam bastante a produção agrícola porque os adubos produzidos são de larga aplicação na agricultura.

A fábrica BIOEXTON está implantada na Ceasa/PE. Com isso, um novo processo será desenvolvido na transformação do lixo em adubo orgânico. Através do biocatalisador, o tempo para transformação será de 72h. A técnica já é utilizada em vários países europeus. Na cidade mineira de Uberaba, a tecnologia está a serviço da principal atividade econômica da região, a agricultura. A Bioexton descobriu como transformar lodo de esgoto, serragem, sobras de celulose ou qualquer resíduo orgânico em adubo. A empresa desenvolveu diferentes tipos de biocatalisadores que reagem com os resíduos.

- O biocatalisador acelera a fermentação, a compostagem e a mineralização da matéria orgânica, transformando o resíduo que não pode ser usado na agricultura em um adubo orgânico-mineral de alta qualidade. O produto é vendido para fábricas de adubo em vários estados. Os resíduos são formados por esterco, serragem e gesso. Para cada tonelada de material, são usados 20 litros de catalisador. O adubo está pronto depois de 72 horas.

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COMPOSTAGEM ORGÂNICA - bonscursos.com · A compostagem é um processo biológico de decomposição de matéria ... areia e 1/3 de terra é um rico adubo para plantas novas, floreiras