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Compreendendo a nossa dependência dos serviços dos ecossistemas

A Avaliação dos Ecossistemas do Milénio (Millennium Ecosystem Assessment) – a primeira auditoria global às florestas, pântanos e outros ecossistemas mundiais – concluiu que os ecossistemas têm diminuído mais rápida e extensivamente ao longo dos últimos 50 anos do que em qualquer outro momento comparável na história humana.

Se nada for feito para inverter esta tendência, haverá sérias consequências não só para a biodiversidade, mas também actividades humanas, incluindo as empresas.

Isto ocorrerá porque as empresas dependem dos serviços que os ecossistemas saudáveis proporcionam, como água doce, recursos genéticos, polinização, regulação climática e protecção dos riscos naturais.

No entanto, as empresas muitas vezes não estão plenamente conscientes da sua dependência dos ecossistemas e as possíveis ramificações.

O Corporate Ecossytem System Review, que foi desenvolvido pelo World Resources Institute, o instituto Meridian e o World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), estabeleceu uma metodologia para ajudar as empresas a investigarem os riscos e oportunidades decorrentes da dependência e impactes nos ecossistemas, e a identificarem estratégias para a sua adequada gestão.

Em 2010, a Sonae Sierra encomendou ao Centro de Biologia Molecular e de meio Ambiente da Universidade do Minho a aplicação desta metodologia dos serviços dos ecossistemas em dois dos nossos centros comerciais em Portugal: o AlgarveShopping e o NorteShopping.

Este estudo constatou que os serviços dos ecossistemas mais importantes e dos quais os centros são dependentes são a energia (derivados de combustíveis fósseis), a água potável e os serviços culturais que trazem lazer e turismo (para a região do Algarve em particular).

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Os impactes das mudanças climáticas podem agravar os riscos associados ao consumo de serviços públicos (tais como o aumento dos preços e a escassez de recursos e, no caso dos combustíveis fósseis a energia derivada, a eventual introdução de um imposto sobre emissões de carbono) e criar uma maior necessidade de regulação de desastres naturais , tal como garantir a permeabilidade dos solos, em preparação para a possibilidade de inundações devido a eventos climáticos extremos.

Foi ainda recomendado que a Sonae Sierra continue a explorar as opções disponíveis para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e aumentar a eficiência energética através do uso de equipamentos eficientes, como a iluminação LED.

Foi sugerido também que a Sonae Sierra investisse na reciclagem de água e de recolha da água sempre que possível, da utilização de espécies que são mais resistentes à seca nos jardins do centro e melhorar a drenagem de agua nos centros.

Todas estas práticas já estão a ser implementar através dos standards de projecto da Sonae Sierra (SHEDS) e pelas estratégias para as Mudanças Climáticas e Água.