Compreensão e Interpretação de Textos

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Compreenso e Interpretao de Textos Leitura de um texto Interessa a todos saber que procedimento se adotar para tirar o maior rendimento possvel da leitura de um texto. Mas no se pode responder a essa pergunta sem antes destacar que no existe para ela uma soluo mgica, o que no quer dizer que no exista soluo alguma. Genericamente, pode-se afirmar que uma leitura proveitosa pressupe, alm do conhecimento lingstico propriamente dito, um repertrio de informaes exteriores ao texto, o que se costuma chamar de conhecimento de mundo. A ttulo e ilustrao, observe a questo seguinte, extrada de um vestibular da UNICAMP: s vezes, quando um texto ambgo, o conhecimento de mundo que o leitor tem dos fatos que lhe permite fazer uma interpretao adequada do que se l. Um bom exemplo o texto que segue: "As videolocadoras de So Carlos esto escondendo suas fitas de sexo explcito. A deciso atende a uma portaria de dezembro de 1991, do Juizado de Menores, que probe que as casas de vdeo aluguem, exponham e vendam fitas pronogrficas a menores de 18 anos. A portaria probe ainda os menores de 18 anos de irem a motis e rodeios sem a companhia ou autorizao dos pais." (Folha Sudeste, 6/6/92) o conhecimento lingstico que nos permite reconhecer a ambigidade do texto em questo (pela posio em que se situa, a expresso sem a companhia ou autorizao dos pais permite a interpretao de que com a companhia ou autorizao dos pais os menores podem ir a rodeios ou motis). Mas o nosso conhecimento de mundo nos adverte de que essa interpretao estranha e s pode ter sido produzida por engano do redator. muito provvel que ele tenha tido a inteno de dizer que os menores esto proibidos de ir a rodeios sem a companhia ou autorizao dos pais e de freqentarem motis. Como se v, a compreenso do texto depende tambm do conhecimento de mundo, o que nos leva concluso de que o aprendizado da leitura depende muito das aulas de Portugus, mas tambm de todas as outras disciplinas sem exceo. Trs questes bsicas Uma boa medida para avaliar se o texto foi bem compreendido a resposta a trs questes bsicas: I - Qual a questo de que o texto est tratando? Ao tentar responder a essa pergunta, o leitor ser obrigado a distinguir as questes secundriasda principal, isto e, aquela em torno da qual gira o texto inteiro. Quando o leitor no sabe dizer do que o texto est tratando, ou sabe apenas de maneira genrica e confusa, sinal de que ele precisa ser lido com mais ateno ou de que o leitor no tem repertrio suficiente para compreender o que est diante de seus olhos. II - Qual a opinio do autor sobre a questo posta em discusso? Disseminados pelo texto, aparecem vrios indicadores da opinio de quem escreve. Por isso, uma leitura competente no ter dificuldade em identific-la. No saber dar resposta a essa questo um sintoma de leitura desatenta e dispersiva.

III - Quais so os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar a opinio dada? Deve-se entender por argumento todo tipo de recurso usado pelo autor para convencer o leitor de que ele est falando a verdade. Saber reconhecer os argumentos do autor tambm um sintoma de leitura bem feita, um sinal claro de que o leitor acompanhou o desenvolvimento das idias. Na verdade, entender um texto significa acompanhar com ateno o seu percurso argumentatrio. Francisco Plato Savioli Professor e Autor de Portugus do Anglo Vestibulares e tambm Professor Assistente Doutor de Lngua Portuguesa, Redao e Expresso Oral do Departamento de Comunicaes e Artes da ECA-USP.

Diretrizes Para Leitura, Anlise E Interpretao De Textos J no primeiro pargrafo do texto o autor passa a dificuldade de compreenso dos textos filosficos, mostrando que temos, mas facilidade para entender os textos tericos, ou seja, no texto literrio os leitores defrontam com textos cientficos ou filosficos, o qual os levam ao desanimo, mas deixa claro que so superveis, no tem a mesma facilidade dos textos literrios, cuja leitura revela uma seqncia de raciocnio e o enredo apresentado dentro dos quadros referenciais e fornecidos pela imaginao. No caso dos textos de pesquisa positiva, o raciocnio mais rigoroso, e preciso ter tcnica especificas para levantar os dados, no qual deve se acompanhar o encadeamento lgico destes fatos. Nos textos filosficos e tericos o que conta a razo flexiva, o que exige muita disciplina intelectual para que a mensagem possa ser compreendida. 2. Antes de abordar as diretrizes para leitura e analise de textos, recomenda se atentar para a funo dos mesmos em termos de uma teoria geral da comunicao, estabelencendo-se algumas justificativas psicolgicas e epistemolgicas fundamentais para a adoo destas normas metodolgicas e tcnicas, tanto para leitura como para redao e textos. O esquema da teoria geral apresentando pela teoria da comunicao seria uma mensagem entre um emissor e receptor, assim fornecera mais elementos para a compreenso da origem da finalidade de um texto, no entanto para ser transmitida, deve ser medializada, j que a comunicao entre as conscincias no pode ser feita diretamente, sendo assim o texto linguagem o cdigo que cifra a mensagem. Quando o autor (emissor) escreve um texto ele j havia pensado por tanto o leitor (receptor) ao ler o texto decodifica a mensagem, para ento pens-la e personaliz-la, compreendendo-a: assim se completa a comunicao. O homem sofre uma srie de interferncias pessoais e culturais que pem em risco a objetividade da comunicao. 3. As diretrizes metodolgicas que so apresentadas a seguir tm apenas objetivos prticos;

DELIMITAO DA UNIDADE DE LEITURA Unidade um setor do texto que forma uma totalidade de sentido, de acordo com esta orientao, a leitura de um texto, quando feita para fins de estudo, deve ser feita por etapas, ou seja, apenas terminada a anlise, de uma unidade que se passar seguinte.

O estudo da unidade deve ser feito de maneira continua, evitando ? se intervalos de tempo muito grandes entre vrias etapas da anlise.

2. ANLISE TEXTUAL Primeira abordagem do texto com vistas preparao da leitura. Trata-se de uma leitura atenta, mas corrida, sem buscar esgotar toda a compreenso do texto. Deve buscar a viso panormica, fazer levantamentos bsicos, assinalar todos os pontos possveis de dvida. Primeiro buscar dados sobre o Autor do texto, a seguir o vocabulrio, trata se de fazer um levantamento dos conceitos e dos termos que seja fundamental para compreenso do texto ou que sejam desconhecidos do leitor, por outro lado o texto pode fazer referncias a fatos histricos, a autores e especialmente a outras doutrinas, cujo o sentido no texto pressuposto pelo autor mas nem sempre conhecido pelo leitor. Os esclarecimentos so encontrados em dicionrios, textos de histria, manuais didticos, ou monografias especializadas.A analise textual pode ser terminada com uma esquematizao do texto cuja finalidade apresentar uma viso de conjunto da unidade. Toda unidade comporta de trs momento: Introduo, desenvolvimento e concluso.

ANALISE TEMATICA A analise temtica procura ouvir o autor, apreender, sem intervir nele, o contedo de sua mensagem. Em primeiro lugar busca-se saber do que fala o texto. A resposta a esta questo revela o tema ou assunto da unidade, Nem sempre otttulo da unidade da uma idia fiel do tema. Avanando um pouco mais na tentativa da apreenso d mensagem do autor, capta se a problematizao do tema, no tem como falar de alguma coisa sem apresentar como um problema para aquele que discorre sobre ele. Na explicao da tese sempre deve ser usada uma proposio, uma orao, um juzo completo e nunca apenas uma expresso, como ocorre no caso do tema. Associadas s idias secundrias, de contedo prprio e independentes, completam o pensamento do autor: subtemas e subteses. Quando se pede resumo de um texto, o que se tem em vista a sntese das idias do raciocino e no a mera reduo dos pargrafos. O resumo fica melhor se conseguirmos falar com outras palavras desde que no mude a idia do texto. A ANLISE INTERPRETATIVA A anlise interpretativa a terceira abordagem do texto com vistas sua interpretao, mediante a situao das idias do autor. Interpretar em sentido restrito, tomar uma posi prpria a respeito das idias enunciadas, superar a estrita mensagem do texto, forar o autor a um dialogoe explorar toda a fecundidade das idias expostas. 5. A PROBLEMATIZAO Na problematizao voc tem que retomar todo o texto, tendo em vista o levantamento

dos problemas relevates para a reflexo pessoal e principalmente discusso em grupo.

6. A SINTSE PESSOAL O leitor tem que fazer uma sntese pessoal do texto, trata se de uma etapa ligada antes construo lgica de uma redao do que leitura como tal.

CONCLUSO A leitura analtica ajuda o leitor na formao tanto na sua rea especifica de estudo quanto na sua formao filosfica em geral. Lngua Falada e Lngua Escrita No devemos confundir lngua com escrita, pois so dois meios de comunicao distintos. A escrita representa um estgio posterior de uma lngua. A lngua falada mais espontnea, abrange a comunicao lingustica em toda sua totalidade. Alm disso, acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes por mmicas, incluindo-se fisionomias. A lngua escrita no apenas a representao da lngua falada, mas sim um sistema mais disciplinado e rgido, uma vez que no conta com o jogo fisionmico, as mmicas e o tom de voz do falante. No Brasil, por exemplo, todos falam a lngua portuguesa, mas existem usos diferentes da lngua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se: Fatores regionais: possvel notar a diferena do portugus falado por um habitante da regio nordeste e outro da regio sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma regio, tambm h variaes no uso da lngua. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, h diferenas entre a lngua utilizada por um cidado que vive na capital e aquela utilizada por um cidado do interior do estado. Fatores culturais: o grau de escolarizao e a formao cultural de um indivduo tambm so fatores que colaboram para os diferentes usos da lngua. Uma pessoa escolarizada utiliza a lngua de uma maneira diferente da pessoa que no teve acesso escola. Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situao em que nos encontramos: quando conversamos com nossos amigos, no usamos os termos que usaramos se estivssemos discursando em uma solenidade de formatura. Fatores profissionais: o exerccio de algumas atividades requer o domnio de certas formas de lngua chamadas lnguas tcnicas. Abundantes em termos especficos, essas formas tm uso praticamente restrito ao intercmbio tcnico de engenheiros, qumicos, profissionais da rea de direito e da informtica, bilogos, mdicos, linguistas e outros especialistas. Fatores naturais: o uso da lngua pelos falantes sofre influncia de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criana no utiliza a lngua da mesma maneira que um adulto, da falar-se em linguagem infantil e linguagem adulta. PORTUGUS EMPRESARIAL QUE LINGUAGEM?

o uso da lngua como forma de expresso e comunicao entre as pessoas. Agora, a nossa lngua no somente um conjunto de palavras faladas ou escritas, mas tambm dos gestos e imagens. Afinal, no nos comunicamos apenas pela fala ou escrita. O QUE LINGUAGEM? Ento, a linguagem pode ser verbalizada, e da vem a analogia ao verbo. Voc j tentou se pronunciar sem utilizar o verbo? Se no, tente, e ver que impossvel se ter algo fundamentado e coerente! Assim, a linguagem verbal que se utiliza de palavras quando se fala ou quando se escreve. O QUE LINGUAGEM FORMAL? Linguagem formal aquela em que se usa o padro formal da lngua, isto , aquela ensinada na gramtica, seu uso se d em situaes mais formais. FONTE: http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070521103354AAmpWA7 O QUE LINGUAGEM INFORMAL? o padro informal da lngua aquela usada em situaes que no requer tanto rigor, como nas conversas com amigos ou com a famlia. bom ressaltar que no existe um padro certo e um errado. O certo voc adaptar sua fala de acordo com a situao FONTE: http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070521103354AAmpWA7 IMPORTNCIA DA LINGUAGEM FORMAL Ela usada para nvel intelectual e um Portugus bem clssico, sem grias e com posturas de comunicao de acordo com o tipo de literatura que for abordada. Outra utilizada para se comunicar com empresas nos moldes de grandes, pequenos mdios negcios. O modo de tratamento tambm utilizado em V. Sra. Exmo. e etc... Essas linguagens so necessrias para se referir a pessoas tais como qualquer autoridade e inclusive obrigatrio em Direito. FONTE: http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080901191507AA6HEB8 IMPORTNCIA DA LINGUAGEM INFORMAL A informal aquela que existem grias e alguns vcios de nossa lngua, tal como estou escrevendo aqui. Exemplo: e a meu amigo?, Mermo! Falou! T+, No sa linguagens consideradas de bom nvel e com modo de tratamento adequado quando se trata de intimidade. FONTE: http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20080901191507AA6HEB8 LINGUAGEM: VERBAL E NO VERBAL A linguagem pode ser no-verbal, ao contrrio da verbal, no se utiliza do vocbulo, das palavras para se comunicar.

OBJETIVO O objetivo, neste caso, no de expor verbalmente o que se quer dizer ou o que se est pensando, mas se utilizar de outros meios comunicativos, como: placas, figuras, gestos, objetos, cores, ou seja, dos signos visuais. CARACTERSTICAS

Funciona no presente e em dependncia do contexto. So intuitivas, expressam emoes e sentimentos. Podem ser intencionais ou no. Podem estar fora do controle da pessoa. subjetiva podendo causar equvocos ou mal entendidos. FUNES REPETIR reforo das mensagens verbais. (Ex. Elogiar e sorrir). SUBSTITUIR o uso do no verbal no lugar do formal. (ex.: continncia). ACENTUAR no verbal enfatizando a verbal. CONTRADIZER oposio com a verbal. (ex.: sarcasmo). REGULAR podem ser usadas para iniciar, continuar, interromper ou terminar as interaes. COMPLEMENTAR expandir, modificar ou fornecer detalhes a verbal. ( Pina e Cunha et al., 2005; Harris, 1993; Hogg e Vaughan, 2005). Exemplos de linguagem verbal: um texto narrativo. uma carta. o dilogo. uma entrevista. uma reportagem no jornal escrito ou televisionado. um bilhete. Exemplos de linguagem no verbal: o semforo. o apito do juiz numa partida de futebol. o carto vermelho. o carto amarelo. uma dana. o aviso de no fume ou de silncio. o bocejo. a identificao de feminino e masculino atravs de figuras na porta do banheiro. as placas de trnsito.

VERBAL E NO VERBAL (ao mesmo tempo) Charges. Cartoons. anncios publicitrios. Carto vermelho denncia de falta grave no futebol. Charge do autor Tacho exemplo de linguagem verbal (xente, plo norte 2100) e no-verbal (imagem: sol, cactus, pinguim). Placas de trnsito frente proibido andar de bicicleta, atrs quebra-molas. Imagem indicativa de silncio. Semforo com sinal amarelo advertindo ateno. OS TIPOS DE COMUNICAO Formal Comunicao formal: conscientemente planejada e oficializada atravs de documentos escritos. Informal Comunicao informal: surge espontaneamente na organizao, em reao s necessidades de seus membros. A comunicao informal pode ser ruim para a empresa, quando por exemplo, propaga muitos boatos, ou ser boa, quando facilita a ajuda entre os seus membros. FONTE: http://pontaodegestao.files.wordpress.com/2008/04/apostila-oficina-decomunicacao.doc FORMAL x INFORMAL Processo EFICIENTE a correta utilizao de ambas, conjuntamente. Uma respeita a hierarquia, a outra destaca os laos afetivos. Burocrtica, a outra facilita a propagao, espontnea. Ligao entre elas para que haja uma parceria entre as pessoas das duas estruturas. FORMAL x INFORMAL Oliveira (2007, p.80) de maneira genrica, existem dois tipos de formao de esquemas de comunicao numa empresa. So eles: o formal, que conscientemente planejado, facilitado e controlado. Ele segue a corrente de comando numa escala

hierrquica; e o informal, que surge espontaneamente na empresa, em reao s necessidades de seus membros. (apud GIGLIOTI, 2008). FORMAL x INFORMAL A formal auxilia no planejamento, organizao, direo e controle. A informal auxilia no controle, motivao, expresso emocional e transmisso de informaes intrnsecas do ser humano. O que imperceptvel para a formal, e complementada pela informal como controle comportamental das pessoas, motivaes, satisfaes ou frustraes. de fundamental importncia o chamado jogo de cintura, que o poder de negociao, o envolvimento do cliente pela empresa e conseguir que o mesmo sintase acolhido de maneira amigvel estabelecendo laos de amizade entre ele e a empresa, papel corretamente desempenhado pela estrutura informal. No entanto no se pode deixar de destacar a estrutura formal da empresa, porque ela se incumbir de transmitir as sensaes de confiabilidade, organizao empresarial, segurana e outros pontos relevantes que induzem qualquer indivduo a estabelecer negociao com determinada empresa. (GIGLIOTI, 2008). COMUNICAO INFORMAL VANTAGENS Gera rapidez na transmisso das informaes. Motiva e integra as pessoas da empresa Reduz a carga de comunicaes dos Gestores. Complementa a estrutura formal. Facilidade de compreenso e de atualizao torna sua velocidade incrivelmente superior a das outras. DESVANTAGENS geradora de boatos, rudos e atritos entre as pessoas. Provoca desconhecimento da realidade empresarial pelos gestores. Dificuldade de controle. COMUNICAO FORMAL VANTAGENS Estabelece um dilogo da empresa com seu pblico interno e externo. Padroniza os processos da empresa. Influenciar o comportamento dos colaboradores. Da credibilidade aos discursos gerenciais. DESVANTAGENS Burocratizao da informao dentro da organizao. Pouco trabalho em equipe. Falhas na comunicao. Dificuldade em personalizar as mensagens para os diferentes nveis de funcionrios.

Regncia Verbal e Nominal Definio: D-se o nome de regncia relao de subordinao que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. Ocupa-se em estabelecer relaes entre as palavras, criando frases no ambguas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras. REGNCIA VERBAL Termo Regente: VERBO

A regncia verbal estuda a relao que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). O estudo da regncia verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos as diversas significaes que um verbo pode assumir com a simples mudana ou retirada de uma preposio. Observe: A me agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar. A me agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer. Logo, conclui-se que "agradar algum" diferente de "agradar a algum". Saiba que: O conhecimento do uso adequado das preposies um dos aspectos fundamentais do estudo da regncia verbal (e tambm nominal). As preposies so capazes de modificar completamente o sentido do que se est sendo dito. Veja os exemplos: Cheguei ao metr. Cheguei no metr. No primeiro caso, o metr o lugar a que vou; no segundo caso, o meio de transporte por mim utilizado. A orao "Cheguei no metr", popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai, possui, no padro culto da lngua, sentido diferente. Alis, muito comum existirem divergncias entre a regncia coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a regncia culta. Para estudar a regncia verbal, agruparemos os verbos de acordo com sua transitividade. A transitividade, porm, no um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em frases distintas. CONCORDNCIA NOMINAL A concordncia nominal se baseia na relao entre um substantivo (ou pronome, ou numeral substantivo) e as palavras que a ele se ligam para caracteriz-lo (artigos, adjetivos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particpios). Basicamente, ocupa-se da relao entre nomes. Lembre-se: normalmente, o substantivo funciona como ncleo de um termo da orao, e o adjetivo, como adjunto adnominal. A concordncia do adjetivo ocorre de acordo com as seguintes regras gerais: 1) O adjetivo concorda em gnero e nmero quando se refere a um nico substantivo. Por Exemplo: As mos trmulas denunciavam o que sentia.

2) Quando o adjetivo se refere a vrios substantivos, a concordncia pode variar. Podemos sistematizar essa flexo nos seguintes casos: a) Adjetivo anteposto aos substantivos: - O adjetivo concorda em gnero e nmero com o substantivo mais prximo. Por Exemplo: Encontramos cadas as roupas e os prendedores. Encontramos cada a roupa e os prendedores. Encontramos cado o prendedor e a roupa. - Caso os substantivos sejam nomes prprios ou de parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. Por Exemplo: As adorveis Fernanda e Cludia vieram me visitar. Encontrei os divertidos primos e primas na festa. b) Adjetivo posposto aos substantivos: - O adjetivo concorda com o substantivo mais prximo ou com todos eles (assumindo forma masculino plural se houver substantivo feminino e masculino). Exemplos: A indstria oferece localizao e atendimento perfeito. A indstria oferece atendimento e localizao perfeita. A indstria oferece localizao e atendimento perfeitos. A indstria oferece atendimento e localizao perfeitos. Obs.: os dois ltimos exemplos apresentam maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no plural masculino, que o gnero predominante quando h substantivos de gneros diferentes. - Se os substantivos possurem o mesmo gnero, o adjetivo fica no singular ou plural. Exemplos: A beleza e a inteligncia feminina(s). O carro e o iate novo(s). 3) Expresses formadas pelo verbo SER + adjetivo: a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo no for acompanhado de nenhum modificador. Por Exemplo: gua bom para sade.

b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo. Por Exemplo: Esta gua boa para sade. 4) O adjetivo concorda em gnero e nmero com os pronomes pessoais a que se refere. Por Exemplo: Juliana as viu ontem muito felizes. 5) Nas expresses formadas por pronome indefinido neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposio DE + adjetivo, este ltimo geralmente usado no masculino singular. Por Exemplo: Os jovens tinham algo de misterioso. 6) A palavra "s", quando equivale a "sozinho", tem funo adjetiva e concorda normalmente com o nome a que se refere. Por Exemplo: Cristina saiu s. Cristina e Dbora saram ss. Obs.: quando a palavra "s" equivale a "somente" ou "apenas", tem funo adverbial, ficando, portanto, invarivel. Por Exemplo: Eles s desejam ganhar presentes. 7) Quando um nico substantivo modificado por dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as construes: a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do ltimo adjetivo. Por Exemplo: Admiro a cultura espanhola e a portuguesa. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do adjetivo. Por Exemplo: Admiro as culturas espanhola e portuguesa. Obs.: veja esta construo: Estudo a cultura espanhola e portuguesa.

Note que ela provoca incerteza: trata-se de duas culturas distintas ou de uma nica, espano-portuguesa? Procure evitar construes desse tipo. Concordncia Verbal e Nominal Observe: As crianas esto animadas. Crianas animadas. No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, as crianas. No segundo exemplo, o adjetivo animadas est concordando em gnero (feminino) e nmero (plural) com o substantivo a que se refere: crianas. Nesses dois exemplos, as flexes de pessoa, nmero e gnero se correspondem. Concordncia a correspondncia de flexo entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal. CONCORDNCIA VERBAL Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito. a) Sujeito Simples Regra Geral O sujeito sendo simples, com ele concordar o verbo em nmero e pessoa. Veja os exemplos: A orquestra 3 p. Singular tocou uma valsa longa. 3 p. Singular

Os pares que rodeavam a ns danavam bem. 3 p. Plural 3 p. Plural

Casos Particulares H muitos casos em que o sujeito simples constitudo de formas que fazem o falante hesitar no momento de estabelecer a concordncia com o verbo. s vezes, a concordncia puramente gramatical contaminada pelo significado de expresses que nos transmitem noo de plural, apesar de terem forma de singular ou vice-versa. Por isso, convm analisar com cuidado os casos a seguir. 1) Quando o sujeito formado por uma expresso partitiva (parte de, uma poro de, o grosso de, metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural. Por Exemplo:

A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. Metade dos candidatos no apresentou / apresentaram nenhuma proposta interessante. Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos, quando especificados: Por Exemplo: Um bando de vndalos destruiu / destruram o monumento. Obs.: nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a unidade do conjunto; j a forma plural confere destaque aos elementos que formam esse conjunto. Sinais de Pontuao

Os sinais de pontuao so recursos grficos prprios da linguagem escrita. Embora no consigam reproduzir toda a riqueza meldica da linguagem oral, eles estruturam os textos e procuram estabelecer as pausas e as entonaes da fala. Basicamente, tm como finalidade: 1) Assinalar as pausas e as inflexes de voz (entoao) na leitura; 2) Separar palavras, expresses e oraes que devem ser destacadas; 3) Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer ambiguidade. Veja a seguir os sinais de pontuao mais comuns, responsveis por dar escrita maior clareza e simplicidade. Vrgula ( , ) A vrgula indica uma pausa pequena, deixando a voz em suspenso espera da continuao do perodo. Geralmente usada: - nas datas, para separar o nome da localidade. Por Exemplo: So Paulo, 25 de agosto de 2005. - aps o uso dos advrbios "sim" ou "no", usados como resposta, no incio da frase. Por Exemplo: Voc gostou do vestido? Sim, eu adorei!

Pretende us-lo hoje? No, no final de semana. - aps a saudao em correspondncia (social e comercial). Exemplos: Com muito amor, Respeitosamente, - para separar termos de uma mesma funo sinttica. Por Exemplo: A casa tem trs quartos, dois banheiros, trs salas e um quintal. Obs.: a conjuno "e" substitui a vrgula entre o ltimo e o penltimo termo. - para destacar elementos intercalados, como: a) uma conjuno Por Exemplo: Estudamos bastante, logo, merecemos frias! b) um adjunto adverbial Por Exemplo: Estas crianas, com certeza, sero aprovadas. Obs.: a rigor, no necessrio separar por vrgula o advrbio e a locuo adverbial, principalmente quando de pequeno corpo, a no ser que a nfase o exija. c) um vocativo Por Exemplo: Apressemo-nos, Lucas, pois no quero chegar atrasado. d) um aposto Por Exemplo: Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular. e) uma expresso explicativa (isto , a saber, por exemplo, ou melhor, ou antes, etc.) Por Exemplo:

O amor, isto , o mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem seu princpio em Deus. - para separar termos deslocados de sua posio normal na frase. Por Exemplo: O documento de identidade, voc trouxe? - para separar elementos paralelos de um provrbio. Por Exemplo: Tal pai, tal filho. - para destacar os pleonasmos antecipados ao verbo. Por Exemplo: As flores, eu as recebi hoje. - para indicar a elipse de um termo. Por Exemplo: Daniel ficou alegre; eu, triste. - para isolar elementos repetidos. Exemplos:

A casa, a casa est destruda. Esto todos cansados, cansados de dar d! - para separar oraes intercaladas. Por Exemplo: O importante, insistiam os pais, era a segurana da escola. - para separar oraes coordenadas assindticas. Por Exemplo: O tempo no para no porto, no apita na curva, no espera ningum. - para separar oraes coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas e algumas oraes alternativas. Exemplos:

Esforou-se muito, porm no conseguiu o prmio. V devagar, que o caminho perigoso. Estuda muito, pois ser recompensado. As pessoas ora danavam, ora ouviam msica. ATENO Embora a conjuno "e" seja aditiva, h trs casos em que se usa a vrgula antes de sua ocorrncia: 1) Quando as oraes coordenadas tiverem sujeitos diferentes. Por Exemplo: O homem vendeu o carro, e a mulher protestou. Neste caso, "O homem" sujeito de "vendeu", e "A mulher" sujeito de "protestou". 2) Quando a conjuno "e" vier repetida com a finalidade de dar nfase (polissndeto). Por Exemplo: E chora, e ri, e grita, e pula de alegria. 3) Quando a conjuno "e" assumir valores distintos que no seja da adio (adversidade, consequncia, por exemplo) Por Exemplo: Coitada! Estudou muito, e ainda assim no foi aprovada.

- para separar oraes subordinadas substantivas e adverbiais, sobretudo quando vm antes da principal. Por Exemplo: Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir. Quando voltei, lembrei que precisava estudar para a prova. - para isolar as oraes subordinadas adjetivas explicativas. Por Exemplo: A incrvel professora, que ainda estava na faculdade, dominava todo o contedo. Ponto e vrgula ( ; )

O ponto e vrgula indica uma pausa maior que a vrgula e menor que o ponto. Quanto melodia da frase, indica um tom ligeiramente descendente, mas capaz de assinalar que o perodo no terminou. Emprega-se nos seguintes casos: - para separar oraes coordenadas no unidas por conjuno, que guardem relao entre si. Por Exemplo: O rio est poludo; os peixes esto mortos. - para separar oraes coordenadas, quando pelo menos uma delas j possui elementos separados por vrgula. Por Exemplo: O resultado final foi o seguinte: dez professores votaram a favor do acordo; nove, contra. - para separar itens de uma enumerao. Por Exemplo: No parque de diverses, as crianas encontram: brinquedos; bales; pipoca. - para alongar a pausa de conjunes adversativas (mas, porm, contudo, todavia, entretanto, etc.) , substituindo, assim, a vrgula. Por Exemplo: Gostaria de v-lo hoje; todavia, s o verei amanh. - para separar oraes coordenadas adversativas quando a conjuno aparecer no meio da orao. Por Exemplo: Esperava encontrar todos os produtos no supermercado; obtive, porm, apenas alguns. Dois-pontos ( : ) O uso de dois-pontos marca uma sensvel suspenso da voz numa frase no concluda. Emprega-se, geralmente: - para anunciar a fala de personagens nas histrias de fico. Por Exemplo: "Ouvindo passos no corredor, abaixei a voz : Podemos avisar sua tia, no?" (Graciliano Ramos)

- para anunciar uma citao. Por Exemplo: Bem diz o ditado: gua mole em pedra dura, tanto bate at que fura. Lembrando um poema de Vincius de Moraes: "Tristeza no tem fim, Felicidade sim." - para anunciar uma enumerao. Por Exemplo: Os convidados da festa que j chegaram so: Jlia, Renata, Paulo e Marcos. - antes de oraes apositivas. Por Exemplo: S aceito com uma condio: Irs ao cinema comigo. - para indicar um esclarecimento, resultado ou resumo do que se disse. Exemplos: Marcelo era assim mesmo: No tolerava ofensas. Resultado: Corri muito, mas no alcancei o ladro. Em resumo: Montei um negcio e hoje estou rico. Obs.: os dois-pontos costumam ser usados na introduo de exemplos, notas ou observaes. Veja: Parnimos so vocbulos diferentes na significao e parecidos na forma. Exemplos: ratificar/retificar, censo/senso, etc. Nota: a preposio "per", considerada arcaica, somente usada na frase "de per si " (= cada um por sua vez, isoladamente). Observao: na linguagem coloquial pode-se aplicar o grau diminutivo a alguns advrbios: cedinho, melhorzinho, etc. - na invocao das correspondncias. Por Exemplo: Prezados Senhores: Convidamos a todos para a reunio deste ms, que ser realizada dia 30 de julho, no auditrio da empresa. Atenciosamente, A Direo Ponto Final ( . )

O ponto final representa a pausa mxima da voz. A melodia da frase indica que o tom descendente. Emprega-se, principalmente: - para fechar o perodo de frases declarativas e imperativas. Exemplos: Contei ao meu namorado o que eu estava sentindo. Faam o favor de prestar ateno naquilo que irei falar. - nas abreviaturas. Exemplos: Sr. (Senhor) Cia. (Companhia) Saiba que: Pontuao nos ttulos e cabealhos Todos os cabealhos e ttulos so encerrados por pontos finais. No h uniformidade quando ao uso desta pontuao, mas de bom tom seguir o que determina a ortografia oficial vigente. Muitas pessoas consideram mais esttico no pontuar ttulos. Em jornalismo, por exemplo, no se usa a pontuao de titulao. Ponto de Interrogao ( ? ) O ponto de interrogao usado ao final de qualquer interrogao direta, ainda que a pergunta no exija resposta. A entoao ocorre de forma ascendente. Exemplos: Onde voc comprou este computador? Quais seriam as causas de tantas discusses? Por que no me avisaram? Obs.: no se usa ponto interrogativo nas perguntas indiretas. Por Exemplo: Perguntei quem era aquela criana. Note que: 1) O ponto de interrogao pode aparecer ao final de uma pergunta intercalada, entre parnteses. Por Exemplo: Trabalhar em equipe (quem o contesta?) a melhor forma para atingir os resultados esperados. 2) O ponto de interrogao pode realizar combinao com o

ponto admirativo. Por Exemplo: Eu?! Que ideia! Ponto de Exclamao ( ! ) O ponto de exclamao utilizado aps as interjeies, frases exclamativas e imperativas. Pode exprimir surpresa, espanto, susto, indignao, piedade, ordem, splica, etc. Possui entoao descendente. Exemplos: "Como as mulheres so lindas!" (Manuel Bandeira) Pare, por favor! Ah! que pena que ele no veio... Obs.: o ponto de exclamao substitui o uso da vrgula de um vocativo enftico. Por Exemplo: Ana! venha at aqui! Reticncias ( ... ) As reticncias marcam uma suspenso da frase, devido, muitas vezes a elementos de natureza emocional. Empregam-se: - para indicar continuidade de uma ao ou fato. Por Exemplo: O tempo passa... - para indicar suspenso ou interrupo do pensamento. Por Exemplo: Vim at aqui achando que... - para representar, na escrita, hesitaes comuns na lngua falada. Exemplos: "Vamos ns jantar amanh? Vamos...No...Pois vamos." No quero sobremesa...porque...porque no estou com vontade. - para realar uma palavra ou expresso. Por Exemplo: No h motivo para tanto...mistrio.

- para realizar citaes incompletas. Por Exemplo: O professor pediu que considerssemos esta passagem do hino brasileiro: "Deitado eternamente em bero esplndido..." - para deixar o sentido da frase em aberto, permitindo uma interpretao pessoal do leitor. Por Exemplo: "Estou certo, disse ele, piscando o olho, que dentro de um ano a vocao eclesistica do nosso Bentinho se manifesta clara e decisiva. H de dar um padre de mo-cheia. Tambm, se no vier em um ano..." (Machado de Assis) Saiba que As reticncias e o ponto de exclamao, sinais grficos subjetivos de grande poder de sugesto e ricos em matizes meldicos, so timos auxiliares da linguagem afetiva e potica. Seu uso, porm, antes arbitrrio, pois depende do estado emotivo do escritor. Parnteses ( ( ) ) Os parnteses tm a funo de intercalar no texto qualquer indicao que, embora no pertena propriamente ao discurso, possa esclarecer o assunto. Empregam-se: - para separar qualquer indicao de ordem explicativa, comentrio ou reflexo. Por Exemplo: Zeugma uma figura de linguagem que consiste na omisso de um termo (geralmente um verbo) que j apareceu anteriormente na frase. - para incluir dados informativos sobre bibliografia (autor, ano de publicao, pgina etc.) Por Exemplo: " O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros" (Jean- Jacques Rousseau, Do Contrato Social e outros escritos. So Paulo, Cultrix, 1968.) - para isolar oraes intercaladas com verbos declarativos, em substituio vrgula e aos travesses. Por Exemplo:

Afirma-se (no se prova) que muito comum o recebimento de propina para que os carros apreendidos sejam liberados sem o recolhimento das multas. - para delimitar o perodo de vida de uma pessoa. Por Exemplo: Carlos Drummond de Andrade (1902 1986). - para indicar possibilidades alternativas de leitura. Por Exemplo: Prezado(a) usurio(a). - para indicar marcaes cnicas numa pea de teatro. Por Exemplo: Abelardo I - Que fim levou o americano? Joo - Decerto caiu no copo de usque! Abelardo I - Vou salv-lo. At j! (sai pela direita) (Oswald de Andrade) Obs.: num texto, havendo necessidade de utilizar alneas, estas podem ser ordenadas alfabeticamente por letras minsculas, seguidas de parnteses (Note que neste caso as alneas, exceto a ltima, terminam com ponto e vrgula). Por Exemplo: No Brasil existem mulheres: a) morenas; b) loiras; c) ruivas. Os Parnteses e a Pontuao Veja estas observaes: 1) As frases contidas dentro dos parnteses no costumam ser muito longas, mas devem manter pontuao prpria, alm da pontuao normal do texto. 2) O sinal de pontuao pode ficar interno aos parnteses ou externo, conforme o caso. Fica interno quando h uma frase completa contida nos parnteses. Exemplos: Eu suponho (E tudo leva a crer que sim.) que o caso est encerrado. Vamos confiar (Por que no?) que cumpriremos a meta.

Se o enunciado contido entre parnteses no for uma frase completa, o sinal de pontuao ficar externo. Por Exemplo: O rali comeou em Lisboa (Portugal) e terminou em Dacar (Senegal). 3) Antes do parntese no se utilizam sinais de pontuao, exceto o ponto. Quando qualquer sinal de pontuao coincidir com o parntese de abertura, deve-se optar por coloc-lo aps o parntese de fecho. Travesso ( ) O travesso um trao maior que o hfen e costuma ser empregado: - no discurso direto, para indicar a fala da personagem ou a mudana de interlocutor nos dilogos. Por Exemplo: O que isso, me? o seu presente de aniversrio, minha filha. - para separar expresses ou frases explicativas, intercaladas. Por Exemplo: "E logo me apresentou mulher, uma estimvel senhora e filha." (Machado de Assis) - para destacar algum elemento no interior da frase, servindo muitas vezes para realar o aposto. Por Exemplo: "Junto do leito meus poetas dormem O Dante, a Bblia, Shakespeare e Byron Na mesa confundidos." (lvares de Azevedo) - para substituir o uso de parnteses, vrgulas e dois-pontos, em alguns casos.

Por Exemplo: "Cruel, obscena, egosta, imoral, indmita, eternamente selvagem, a arte a superioridade humana acima dos preceitos que se combatem, acima das religies que passam, acima da cincia que se corrige; embriaga como a orgia e como o xtase." (Raul Pompeia) Aspas ( " " ) As aspas tm como funo destacar uma parte do texto. So empregadas:

- antes e depois de citaes ou transcries textuais. Por Exemplo: Como disse Machado de Assis: "A melhor definio do amor no vale um beijo de moa namorada." - para representar nomes de livros ou legendas. Por Exemplo: Cames escreveu "Os Lusadas" no sculo XVI. Obs.: para realar ttulos de livros, revistas, jornais, filmes, etc. tambm podemos grifar as palavras, conforme o exemplo: Ontem assisti ao filme Central do Brasil. - para assinalar estrangeirismos, neologismos, grias, expresses populares, ironia. Exemplos: O "lobby" para que se mantenha a autorizao de importao de pneus usados no Brasil est cada vez mais descarado.(Veja) Com a chegada da polcia, os trs suspeitos "se mandaram" rapidamente. Que "maravilha": Felipe tirou zero na prova! - para realar uma palavra ou expresso. Exemplos: Mariana reagiu impulsivamente e lhe deu um "no". Quem foi o "inteligente" que fez isso? Obs.: em trechos que j estiverem entre aspas, se necessrio us-las novamente, empregam-se aspas simples. Por Exemplo: "Tinha-me lembrado da definio que Jos Dias dera deles, 'olhos de cigana oblqua e dissimulada'. Eu no sabia o que era oblqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar." (Machado de Assis) Colchetes ( [ ] ) Os colchetes tm a mesma finalidade que os parnteses; todavia, seu uso se restringe aos escritos de cunho didtico, filolgico, cientfico. Pode ser empregado:

- em definies do dicionrio, para fazer referncia etimologia da palavra. Por Exemplo: amor- (). [Do lat. amore.] 1. Sentimento que predispe algum a desejar o bem de outrem, ou de alguma coisa: amor ao prximo; amor ao patrimnio artstico de sua terra. (Novo Dicionrio Aurlio) - para intercalar palavras ou smbolos no pertencentes ao texto. Por Exemplo: Em Aruba se fala o espanhol, o ingls, o holands e o papiamento. Aqui esto algumas palavras de papiamento que voc, com certeza, vai usar: 1- Bo ta bon? [Voc est bem?] 2- Dios no ta di Brazil. [Deus no brasileiro.] - para inserir comentrios e observaes em textos j publicados. Por Exemplo: Machado de Assis escreveu muitas cartas a Slvio Dinarte. [pseudnimo de Visconde de Taunay, autor de "Inocncia"] - para indicar omisses de partes na transcrio de um texto. Por Exemplo: " homem de sessenta anos feitos [...] corpo antes cheio que magro, ameno e risonho" (Machado de Assis)

Asterisco ( * ) O asterisco, sinal grfico em forma de estrela, costuma ser empregado: - nas remisses a notas ou explicaes contidas em p de pginas ou ao final de captulos. Por Exemplo: Ao analisarmos as palavras sorveteria, sapataria, confeitaria, leiteria e muitas outras que contm o morfema preso* -aria e seu alomorfe -eria, chegamos concluso de que este afixo est ligado a estabelecimento comercial. Em alguns contextos pode indicar atividades, como em: bruxaria, gritaria, patifaria, etc. * o morfema que no possui significao autnoma e sempre aparece ligado a outras palavras. - nas substituies de nomes prprios no mencionados.

Por Exemplo: O Dr.* conversou durante toda a palestra. O jornal*** no quis participar da campanha.

Pargrafo ( ) O smbolo para pargrafo, representado por , equivale a dois sses (S) entrelaados, iniciais das palavras latinas "Signum sectionis" que significam sinal de seco, de corte. Num ditado, quando queremos dizer que o perodo seguinte deve comear em outra linha, falamos pargrafo ou alnea. A palavra alnea (vem do latim a + lines) e significa distanciado da linha, isto , fora da margem em que comeam as linhas do texto. O uso de pargrafos muito comum nos cdigos de leis, por indicar os pargrafos nicos. Por Exemplo: 7 Lei federal dispor sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivao do disposto no 4.(Includo pela Emenda Constitucional n 19, de 1998)

REGNCIA NOMINAL Regncia Nominal o nome da relao existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advrbio) e os termos regidos por esse nome. Essa relao sempre intermediada por uma preposio. No estudo da regncia nominal, preciso levar em conta que vrios nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Observe o exemplo: Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela preposio "a". Veja: Obedecer a algo/ a algum. Obediente a algo/ a algum. Apresentamos a seguir vrios nomes acompanhados da preposio ou preposies que os regem. Observe-os atentamente e procure, sempre que possvel, associar esses nomes entre si ou a algum verbo cuja regncia voc conhece. Substantivos Admirao a, por Averso a, para, por Atentado a, contra Devoo a, para, com, por Doutor em Dvida acerca de, em, sobre Medo a, de Obedincia a Ojeriza a, por

Bacharel em Capacidade de, para

Horror a Impacincia com

Proeminncia sobre Respeito a, com, para com, por

Adjetivos Acessvel a Acostumado a, com Afvel com, para com Agradvel a Alheio a, de Anlogo a Ansioso de, para, por Apto a, para vido de Benfico a Capaz de, para Compatvel com Contemporneo a, de Contguo a Contrrio a Curioso de, por Descontente com Desejoso de Advrbios Longe de Perto de Obs.: os advrbios terminados em -mente tendem a seguir o regime dos adjetivos de que so formados: paralela a; paralelamente a; relativa a; relativamente a. 8 - SINTAXE DE REGNCIA Regncia Verbal e Nominal Definio: D-se o nome de regncia relao de subordinao que ocorre entre um verbo (ou um nome) e seus complementos. Ocupa-se em estabelecer relaes entre as palavras, criando frases no ambguas, que expressem efetivamente o sentido desejado, que sejam corretas e claras. Diferente de Entendido em Equivalente a Escasso de Essencial a, para Fcil de Fantico por Favorvel a Generoso com Grato a, por Hbil em Habituado a Idntico a Imprprio para Indeciso em Insensvel a Liberal com Natural de Necessrio a Nocivo a Paralelo a Parco em, de Passvel de Prefervel a Prejudicial a Prestes a Propcio a Prximo a Relacionado com Relativo a Satisfeito com, de, em, por Semelhante a Sensvel a Sito em Suspeito de Vazio de

REGNCIA VERBAL Termo Regente: VERBO A regncia verbal estuda a relao que se estabelece entre os verbos e os termos que os complementam (objetos diretos e objetos indiretos) ou caracterizam (adjuntos adverbiais). O estudo da regncia verbal permite-nos ampliar nossa capacidade expressiva, pois oferece oportunidade de conhecermos as diversas significaes que um verbo pode assumir com a simples mudana ou retirada de uma preposio. Observe: A me agrada o filho. -> agradar significa acariciar, contentar. A me agrada ao filho. -> agradar significa "causar agrado ou prazer", satisfazer. Logo, conclui-se que "agradar algum" diferente de "agradar a algum". Saiba que: O conhecimento do uso adequado das preposies um dos aspectos fundamentais do estudo da regncia verbal (e tambm nominal). As preposies so capazes de modificar completamente o sentido do que se est sendo dito. Veja os exemplos: Cheguei ao metr. Cheguei no metr. No primeiro caso, o metr o lugar a que vou; no segundo caso, o meio de transporte por mim utilizado. A orao "Cheguei no metr", popularmente usada a fim de indicar o lugar a que se vai, possui, no padro culto da lngua, sentido diferente. Alis, muito comum existirem divergncias entre a regncia coloquial, cotidiana de alguns verbos, e a regncia culta. Para estudar a regncia verbal, agruparemos os verbos de acordo com sua transitividade. A transitividade, porm, no um fato absoluto: um mesmo verbo pode atuar de diferentes formas em frases distintas. CONCORDNCIA NOMINAL A concordncia nominal se baseia na relao entre um substantivo (ou pronome, ou numeral substantivo) e as palavras que a ele se ligam para caracteriz-lo (artigos, adjetivos, pronomes adjetivos, numerais adjetivos e particpios). Basicamente, ocupa-se da relao entre nomes. Lembre-se: normalmente, o substantivo funciona como ncleo de um termo da orao, e o adjetivo, como adjunto adnominal. A concordncia do adjetivo ocorre de acordo com as seguintes regras gerais: 1) O adjetivo concorda em gnero e nmero quando se refere a um nico substantivo.

Por Exemplo: As mos trmulas denunciavam o que sentia. 2) Quando o adjetivo se refere a vrios substantivos, a concordncia pode variar. Podemos sistematizar essa flexo nos seguintes casos: a) Adjetivo anteposto aos substantivos: - O adjetivo concorda em gnero e nmero com o substantivo mais prximo. Por Exemplo: Encontramos cadas as roupas e os prendedores. Encontramos cada a roupa e os prendedores. Encontramos cado o prendedor e a roupa. - Caso os substantivos sejam nomes prprios ou de parentesco, o adjetivo deve sempre concordar no plural. Por Exemplo: As adorveis Fernanda e Cludia vieram me visitar. Encontrei os divertidos primos e primas na festa. b) Adjetivo posposto aos substantivos: - O adjetivo concorda com o substantivo mais prximo ou com todos eles (assumindo forma masculino plural se houver substantivo feminino e masculino). Exemplos: A indstria oferece localizao e atendimento perfeito. A indstria oferece atendimento e localizao perfeita. A indstria oferece localizao e atendimento perfeitos. A indstria oferece atendimento e localizao perfeitos. Obs.: os dois ltimos exemplos apresentam maior clareza, pois indicam que o adjetivo efetivamente se refere aos dois substantivos. Nesses casos, o adjetivo foi flexionado no plural masculino, que o gnero predominante quando h substantivos de gneros diferentes. - Se os substantivos possurem o mesmo gnero, o adjetivo fica no singular ou plural. Exemplos: A beleza e a inteligncia feminina(s). O carro e o iate novo(s). 3) Expresses formadas pelo verbo SER + adjetivo: a) O adjetivo fica no masculino singular, se o substantivo no for acompanhado de nenhum modificador.

Por Exemplo: gua bom para sade. b) O adjetivo concorda com o substantivo, se este for modificado por um artigo ou qualquer outro determinativo. Por Exemplo: Esta gua boa para sade. 4) O adjetivo concorda em gnero e nmero com os pronomes pessoais a que se refere. Por Exemplo: Juliana as viu ontem muito felizes. 5) Nas expresses formadas por pronome indefinido neutro (nada, algo, muito, tanto, etc.) + preposio DE + adjetivo, este ltimo geralmente usado no masculino singular. Por Exemplo: Os jovens tinham algo de misterioso. 6) A palavra "s", quando equivale a "sozinho", tem funo adjetiva e concorda normalmente com o nome a que se refere. Por Exemplo: Cristina saiu s. Cristina e Dbora saram ss. Obs.: quando a palavra "s" equivale a "somente" ou "apenas", tem funo adverbial, ficando, portanto, invarivel. Por Exemplo: Eles s desejam ganhar presentes. 7) Quando um nico substantivo modificado por dois ou mais adjetivos no singular, podem ser usadas as construes: a) O substantivo permanece no singular e coloca-se o artigo antes do ltimo adjetivo. Por Exemplo: Admiro a cultura espanhola e a portuguesa. b) O substantivo vai para o plural e omite-se o artigo antes do adjetivo. Por Exemplo: Admiro as culturas espanhola e portuguesa.

Obs.: veja esta construo: Estudo a cultura espanhola e portuguesa. Note que ela provoca incerteza: trata-se de duas culturas distintas ou de uma nica, espano-portuguesa? Procure evitar construes desse tipo. 7 - SINTAXE DE CONCORDNCIA Concordncia Verbal e Nominal Observe: As crianas esto animadas. Crianas animadas. No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito, as crianas. No segundo exemplo, o adjetivo animadas est concordando em gnero (feminino) e nmero (plural) com o substantivo a que se refere: crianas. Nesses dois exemplos, as flexes de pessoa, nmero e gnero se correspondem. Concordncia a correspondncia de flexo entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal. CONCORDNCIA VERBAL Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito. a) Sujeito Simples Regra Geral O sujeito sendo simples, com ele concordar o verbo em nmero e pessoa. Veja os exemplos: A orquestra 3 p. Singular tocou uma valsa longa. 3 p. Singular

Os pares que rodeavam a ns danavam bem. 3 p. Plural 3 p. Plural

Casos Particulares H muitos casos em que o sujeito simples constitudo de formas que fazem o falante hesitar no momento de estabelecer a concordncia com o verbo. s vezes, a concordncia puramente gramatical contaminada pelo significado de expresses que nos transmitem noo de plural, apesar de terem forma de singular ou vice-versa. Por isso, convm analisar com cuidado os casos a seguir.

1) Quando o sujeito formado por uma expresso partitiva (parte de, uma poro de, o grosso de, metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural. Por Exemplo: A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia. Metade dos candidatos no apresentou / apresentaram nenhuma proposta interessante. Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos, quando especificados: Por Exemplo: Um bando de vndalos destruiu / destruram o monumento. Obs.: nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a unidade do conjunto; j a forma plural confere destaque aos elementos que formam esse conjunto. DEFINIO Em lingustica, Semntica estuda o significado e a interpretao do significado de uma palavra, de um signo, de uma frase ou de uma expresso em um determinado contexto. Nesse campo de estudo se analisa, tambm, as mudanas de sentido que ocorrem nas formas lingusticas devido a alguns fatores, tais como tempo e espao geogrfico. NDICE Linguagem Linguagem / Tipos de Linguagem 1- Linguagem a capacidade que possumos de expressar nossos pensamentos, ideias, opinies e sentimentos. A Linguagem est relacionada a fenmenos comunicativos; onde h comunicao, h linguagem. Podemos usar inmeros tipos de linguagens para estabelecermos atos de comunicao, tais como: sinais, smbolos, sons, gestos e regras com sinais convencionais (linguagem escrita e linguagem mmica, por exemplo). Num sentido mais genrico, a Linguagem pode ser classificada como qualquer sistema de sinais que se valem os indivduos para comunicar-se. Tipos de Linguagem A linguagem pode ser: Verbal: a Linguagem Verbal aquela que faz uso das palavras para comunicar algo.

As figuras acima nos comunicam sua mensagem atravs da linguagem verbal (usa palavras para transmitir a informao). No Verbal: aquela que utiliza outros mtodos de comunicao, que no so as palavras. Dentre elas esto a linguagem de sinais, as placas e sinais de trnsito, a linguagem corporal, uma figura, a expresso facial, um gesto, etc.

Essas figuras fazem uso apenas de imagens para comunicar o que representam.

Lngua Lngua A Lngua um instrumento de comunicao, sendo composta por regras gramaticais que possibilitam que determinado grupo de falantes consiga produzir enunciados que lhes permitam comunicar-se e compreender-se. Por exemplo: falantes da lngua portuguesa. A lngua possui um carter social: pertence a todo um conjunto de pessoas, as quais podem agir sobre ela. Cada membro da comunidade pode optar por esta ou aquela forma de expresso. Por outro lado, no possvel criar uma lngua particular e exigir que outros falantes a compreendam. Dessa forma, cada indivduo pode usar de maneira particular a lngua comunitria, originando a fala. A fala est sempre condicionada pelas regras socialmente estabelecidas da lngua, mas suficientemente ampla para permitir um exerccio criativo da comunicao. Um indivduo pode pronunciar um enunciado da seguinte maneira: A famlia de Regina era pauprrima. Outro, no entanto, pode optar por: A famlia de Regina era muito pobre. As diferenas e semelhanas constatadas devem-se s diversas manifestaes da fala de cada um. Note, alm disso, que essas manifestaes devem obedecer s regras gerais da lngua portuguesa,

para no correrem o risco de produzir enunciados incompreensveis como: Famlia a pauprrima de era Regina. Lngua Falada e Lngua Escrita Lngua Falada e Lngua Escrita No devemos confundir lngua com escrita, pois so dois meios de comunicao distintos. A escrita representa um estgio posterior de uma lngua. A lngua falada mais espontnea, abrange a comunicao lingustica em toda sua totalidade. Alm disso, acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes por mmicas, incluindo-se fisionomias. A lngua escrita no apenas a representao da lngua falada, mas sim um sistema mais disciplinado e rgido, uma vez que no conta com o jogo fisionmico, as mmicas e o tom de voz do falante. No Brasil, por exemplo, todos falam a lngua portuguesa, mas existem usos diferentes da lngua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se: Fatores regionais: possvel notar a diferena do portugus falado por um habitante da regio nordeste e outro da regio sudeste do Brasil. Dentro de uma mesma regio, tambm h variaes no uso da lngua. No estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, h diferenas entre a lngua utilizada por um cidado que vive na capital e aquela utilizada por um cidado do interior do estado. Fatores culturais: o grau de escolarizao e a formao cultural de um indivduo tambm so fatores que colaboram para os diferentes usos da lngua. Uma pessoa escolarizada utiliza a lngua de uma maneira diferente da pessoa que no teve acesso escola. Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situao em que nos encontramos: quando conversamos com nossos amigos, no usamos os termos que usaramos se estivssemos discursando em uma solenidade de formatura. Fatores profissionais: o exerccio de algumas atividades requer o domnio de certas formas de lngua chamadas lnguas tcnicas. Abundantes em termos especficos, essas formas tm uso praticamente restrito ao intercmbio tcnico de engenheiros, qumicos, profissionais da rea de direito e da informtica, bilogos, mdicos, linguistas e outros especialistas. Fatores naturais: o uso da lngua pelos falantes sofre influncia de fatores naturais, como idade e sexo. Uma criana no utiliza a lngua da mesma maneira que um adulto, da falar-se em linguagem infantil e linguagem adulta.

Fala / Signo Fala a utilizao oral da lngua pelo indivduo. um ato individual, pois cada indivduo, para a manifestao da fala, pode escolher os elementos da

lngua que lhe convm, conforme seu gosto e sua necessidade, de acordo com a situao, o contexto, sua personalidade, o ambiente sociocultural em que vive, etc. Desse modo, dentro da unidade da lngua, h uma grande diversificao nos mais variados nveis da fala. Cada indivduo, alm de conhecer o que fala, conhece tambm o que os outros falam; por isso que somos capazes de dialogar com pessoas dos mais variados graus de cultura, embora nem sempre a linguagem delas seja exatamente como a nossa. Nveis da fala Devido ao carter individual da fala, possvel observar alguns nveis: Nvel coloquial-popular: a fala que a maioria das pessoas utiliza no seu dia a dia, principalmente em situaes informais. Esse nvel da fala mais espontneo, ao utiiz-lo, no nos preocupamos em saber se falamos de acordo ou no com as regras formais estabelecidas pela lngua. Nvel formal-culto: o nvel da fala normalmente utilizado pelas pessoas em situaes formais. Caracteriza-se por um cuidado maior com o vocabulrio e pela obedincia s regras gramaticais estabelecidas pela lngua. Signo O signo lingustico um elemento representativo que apresenta dois aspectos: o significado e o significante. Ao escutar a palavra cachorro, reconhecemos a sequncia de sons que formam essa palavra. Esses sons se identificam com a lembrana deles que est em nossa memria. Essa lembrana constitui uma real imagem sonora, armazenada em nosso crebro que o significante do signo cachorro. Quando escutamos essa palavra, logo pensamos em um animal irracional de quatro patas, com pelos, olhos, orelhas, etc. Esse conceito que nos vem mente o significado do signo cachorro e tambm se encontra armazenado em nossa memria. Ao empregar os signos que formam a nossa lngua, devemos obedecer s regras gramaticais convencionadas pela prpria lngua. Desse modo, por exemplo, possvel colocar o artigo indefinido um diante do signo cachorro, formando a sequncia um cachorro, o mesmo no seria possvel se quisssemos colocar o artigo uma diante do signo cachorro. A sequncia uma cachorro contraria uma regra de concordncia da lngua portuguesa, o que faz com que essa sentena seja rejeitada. Os signos que constituem a lngua obedecem a padres determinados de organizao. O conhecimento de uma lngua engloba tanto a identificao de seus signos, como tambm o uso adequado de suas regras combinatrias. signo = significado ( o conceito, a ideia transmitida pelo signo, a parte abstrata do signo) + significante ( a imagem sonora, a forma, a parte concreta do signo, suas letras e seus fonemas) Lngua: conjunto de sinais baseado em palavras que obedecem s regras gramaticais.

Signo: elemento representativo que possui duas partes indissolveis: significado e significante. Fala: uso individual da lngua, aberto criatividade e ao desenvolvimento da liberdade de expresso e compreenso.

Significao das Palavras Sinnimos, Antnimos, Polissemia 2- Significao das Palavras Quanto significao, as palavras so divididas nas seguintes categorias: Sinnimos As palavras que possuem significados prximos so chamadas sinnimos. Exemplos: casa - lar - moradia - residncia longe - distante delicioso - saboroso carro - automvel Observe que o sentido dessas palavras so prximos, mas no so exatamente equivalentes. Dificilmente encontraremos um sinnimo perfeito, uma palavra que signifique exatamente a mesma coisa que outra. H uma pequena diferena de significado entre palavras sinnimas. Veja que, embora casa e lar sejam sinnimos, ficaria estranho se falssemos a seguinte frase: Comprei um novo lar. Obs.: o uso de palavras sinnimas pode ser de grande utilidade nos processos de retomada de elementos que inter-relacionam as partes dos textos. Antnimos So palavras que possuem significados opostos, contrrios. Exemplos: mal / bem ausncia / presena fraco / forte claro / escuro subir / descer cheio / vazio possvel / impossvel Polissemia Polissemia a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar mais de um significado nos mltiplos contextos em que aparece. Veja

alguns exemplos de palavras polissmicas: cabo (posto militar, acidente geogrfico, cabo da vassoura, da faca) banco (instituio comercial financeira, assento) manga (parte da roupa, fruta) Homnimos - Homnimos Perfeitos Homnimos So palavras que possuem a mesma pronncia (algumas vezes, a mesma grafia), mas significados diferentes. Veja alguns exemplos no quadro abaixo: acender (colocar fogo) acento (sinal grfico) acerto (ato de acertar) aprear (ajustar o preo) bucheiro (tripeiro) bucho (estmago) caar (perseguir animais) cegar (deixar cego) cela (pequeno quarto) censo (recenseamento) cptico (descrente) cerrao (nevoeiro) cerrar (fechar) cervo (veado) ch (bebida) cheque (ordem de pagamento) crio (vela) cito (forma do verbo citar) concertar (ajustar, combinar) concerto (sesso musical) coser (costurar) esotrico (secreto) espectador (aquele que assiste) esperto (perspicaz) espiar (observar) espirar (soprar, exalar) esttico (imvel) esterno (osso do peito) estrato (camada) estremar (demarcar) ascender (subir) assento (local onde se senta) asserto (afirmao) apressar (tornar rpido) buxeiro (pequeno arbusto) buxo (arbusto) cassar (tornar sem efeito) segar (cortar, ceifar) sela (forma do verbo selar; arreio) senso (entendimento, juzo) sptico (que causa infeco) serrao (ato de serrar) serrar (cortar) servo (criado) x (antigo soberano do Ir) xeque (lance no jogo de xadrez) srio (natural da Sria) sito (situado) consertar (reparar, corrigir) conserto (reparo) cozer (cozinhar) exotrico (que se expe em pblico) expectador (aquele que tem esperana, que espera) experto (experiente, perito) expiar (pagar pena) expirar (terminar) exttico (admirado) externo (exterior) extrato (o que se extrai de algo) extremar (exaltar, sublimar)

incerto (no certo, impreciso) incipiente (principiante) lao (n) ruo (pardacento, grisalho) tacha (prego pequeno) tachar (atribuir defeito a) Homnimos Perfeitos

inserto (inserido, introduzido) insipiente (ignorante) lasso (frouxo) russo (natural da Rssia) taxa (imposto, tributo) taxar (fixar taxa)

Possuem a mesma grafia e o mesmo som. Por Exemplo: Eu cedo este lugar para a professora. (cedo = verbo) Cheguei cedo para a entrevista. (cedo = advrbio de tempo) Ateno: Existem algumas palavras que possuem a mesma escrita (grafia), mas a pronncia e o significado so sempre diferentes. Essas palavras so chamadas de homgrafas e so uma subclasse dos homnimos. Observe os exemplos: almoo (substantivo, nome da refeio) almoo (forma do verbo almoar na 1 pessoa do sing. do tempo presente do modo indicativo) gosto (substantivo) gosto (forma do verbo gostar na 1 pessoa do sing. do tempo presente do modo indicativo) Parnimos Parnimos a relao que se estabelece entre palavras que possuem significados diferentes, mas so muito parecidas na pronncia e na escrita. Veja alguns exemplos no quadro abaixo. absolver (perdoar, inocentar) apstrofe (figura de linguagem) aprender (tomar conhecimento) arrear (pr arreios) ascenso (subida) bebedor (aquele que bebe) cavaleiro (que cavalga) comprimento (extenso) deferir (atender) delatar (denunciar) absorver (asprirar, sorver) apstrofo (sinal grfico) apreender (capturar, assimilar) arriar (descer, cair) assuno (elevao a um cargo) bebedouro (local onde se bebe) cavalheiro (homem gentil) cumprimento (saudao) diferir (distinguir-se, divergir) dilatar (alargar)

descrio (ato de descrever) descriminar (tirar a culpa) despensa (local onde se guardam mantimentos) docente (relativo a professores) emigrar (deixar um pas) eminncia (elevado) eminente (elevado) esbaforido (ofegante, apressado) estada (permanncia em um lugar) flagrante (evidente) fluir (transcorrer, decorrer) fusvel (aquilo que funde) imergir (afundar) inflao (alta dos preos) infligir (aplicar pena) mandado (ordem judicial) peo (aquele que anda a p, domador de cavalos) precedente (que vem antes) ratificar (confirmar) recrear (divertir) soar (produzir som) sortir (abastecer, misturar) sustar (suspender) trfego (trnsito) vadear (atravessar a vau) 1- Denotao e Conotao

discrio (reserva, prudncia) discriminar (distinguir) dispensa (ato de dispensar) discente (relativo a alunos) imigrar (entrar num pas) iminncia (qualidade do que est iminente) iminente (prestes a ocorrer) espavorido (apavorado) estadia (permanncia temporria em um lugar) fragrante (perfumado) fruir (desfrutar) fuzil (arma de fogo) emergir (vir tona) infrao (violao) infringir (violar, desrespeitar) mandato (procurao) pio (tipo de brinquedo) procedente (proveniente; que tem fundamento) retificar (corrigir) recriar (criar novamente) suar (transpirar) surtir (produzir efeito) suster (sustentar) trfico (comrcio ilegal) vadiar (andar ociosamente)

A significao das palavras no fixa, nem esttica. Por meio da imaginao criadora do homem, as palavras podem ter seu significado ampliado, deixando de representar apenas a ideia original (bsica e objetiva). Assim, frequentemente remetem-nos a novos conceitos por meio de associaes, dependendo de sua colocao numa determinada frase. Observe os seguintes exemplos: A menina est com a cara toda pintada. Aquele cara parece suspeito. No primeiro exemplo, a palavra cara significa "rosto", a parte que antecede a cabea, conforme consta nos dicionrios. J no segundo exemplo, a mesma palavra cara teve seu significado ampliado e, por uma srie de associaes, entendemos que nesse caso significa "pessoa", "sujeito", "indivduo".

Algumas vezes, uma mesma frase pode apresentar duas (ou mais) possibilidades de interpretao. Veja: Marcos quebrou a cara. Em seu sentido literal, impessoal, frio, entendemos que Marcos, por algum acidente, fraturou o rosto. Entretanto, podemos entender a mesma frase num sentido figurado, como "Marcos no se deu bem", tentou realizar alguma coisa e no conseguiu. Pelos exemplos acima, percebe-se que uma mesma palavra pode apresentar mais de um significado, ocorrendo, basicamente, duas possibilidades: a) No primeiro exemplo, a palavra apresenta seu sentido original, impessoal, sem considerar o contexto, tal como aparece no dicionrio. Nesse caso, prevalece o sentido denotativo - ou denotao - do signo lingustico. b) No segundo exemplo, a palavra aparece com outro significado, passvel de interpretaes diferentes, dependendo do contexto em que for empregada. Nesse caso, prevalece o sentido conotativo - ou conotao do signo lingustico. Obs.: a linguagem potica faz bastante uso do sentido conotativo das palavras, num trabalho contnuo de criar ou modificar o significado. Na linguagem cotidiana tambm comum a explorao do sentido conotativo, como consequncia da nossa forte carga de afetividade e expressividade. 2 - Figuras de Linguagem So recursos que tornam as mensagens que emitimos mais expressivas. Subdividem-se em figuras de som, figuras de palavras, figuras de pensamento e figuras de construo. Classificao das Figuras de Linguagem Observe: 1) Fernanda acordou s sete horas, Renata s nove horas, Paula s dez e meia. 2) "Quando Deus fecha uma porta, abre uma janela." 3) Seus olhos eram luzes brilhantes. Nos exemplos acima, temos trs tipos distintos de figuras de linguagem: Exemplo 1: h o uso de uma construo sinttica ao deixar subentendido, na segunda e na terceira frase, um termo citado anteriormente - o verbo acordar. Repare que a segunda e a ltima frase do primeiro exemplo devem ser entendidas da seguinte forma: "Renata acordou s nove horas, Paula acordou s dez e meia. Dessa forma, temos uma figura de construo ou de sintaxe. Exemplo 2: a ideia principal do ditado reside num jogo conceitual entre as palavras fecha e abre, que possuem significados opostos. Temos, assim, uma figura de pensamento.

Exemplo 3: a fora expressiva da frase est na associao entre os elementos olhos e luzes brilhantes. Essa associao nos permite uma transferncia de significados a ponto de usarmos "olhos" por "luzes brilhantes". Temos, ento, uma figura de palavra. Figura de Palavra A figura de palavra consiste na substituio de uma palavra por outra, isto , no emprego figurado, simblico, seja por uma relao muito prxima (contiguidade), seja por uma associao, uma comparao, uma similaridade. Esses dois conceitos bsicos - contiguidade e similaridade permitem-nos reconhecer dois tipos de figuras de palavras: a metfora e a metonmia. Metfora A metfora consiste em utilizar uma palavra ou uma expresso em lugar de outra, sem que haja uma relao real, mas em virtude da circunstncia de que o nosso esprito as associa e depreende entre elas certas semelhanas. importante notar que a metfora tem um carter subjetivo e momentneo; se a metfora se cristalizar, deixar de ser metfora e passar a ser catacrese ( o que ocorre, por exemplo, com "p de alface", "perna da mesa", "brao da cadeira"). Obs.: toda metfora uma espcie de comparao implcita, em que o elemento comparativo no aparece. Observe a gradao no processo metafrico abaixo: Seus olhos so como luzes brilhantes. O exemplo acima mostra uma comparao evidente, atravs do emprego da palavra como. Observe agora: Seus olhos so luzes brilhantes. Nesse exemplo no h mais uma comparao (note a ausncia da partcula comparativa), e sim um smile, ou seja, qualidade do que semelhante. Por fim, no exemplo: As luzes brilhantes olhavam-me. H substituio da palavra olhos por luzes brilhantes. Essa a verdadeira metfora. Observe outros exemplos: 1) "Meu pensamento um rio subterrneo." (Fernando Pessoa) Nesse caso, a metfora possvel na medida em que o poeta estabelece relaes de semelhana entre um rio subterrneo e seu pensamento (pode estar relacionando a fluidez, a profundidade, a inatingibilidade, etc.).

2) Minha alma uma estrada de terra que leva a lugar algum. Uma estrada de terra que leva a lugar algum , na frase acima, uma metfora. Por trs do uso dessa expresso que indica uma alma rstica e abandonada (e angustiadamente intil), h uma comparao subentendida: Minha alma to rstica, abandonada (e intil) quanto uma estrada de terra que leva a lugar algum. Reforma Ortogrfica

No de hoje que os integrantes da Comunidade dos Pases de Lngua Portuguesa (CPLP) pensam em unificar as ortografias do nosso idioma. Desde o incio do sculo XX, busca-se estabelecer um modelo de ortografia que possa ser usado como referncia nas publicaes oficiais e no ensino. No quadro a seguir tem-se, resumidamente, as principais tentativas de unificao ortogrfica j ocorridas entre os pases lusfonos. No Brasil, note que j houve duas reformas ortogrficas: em 1943 e 1971. Assim, um brasileiro com mais de 65 anos est prestes a passar pela terceira reforma. Em Portugal, a ltima reforma aconteceu em 1945. Cronologia das Reformas Ortogrficas na Lngua Portuguesa Sc XVI at ao sc. XX - Em Portugal e no Brasil a escrita praticada era de carter etimolgico (procurava-se a raiz latina ou grega para escrever as palavras). 1907 - A Academia Brasileira de Letras comea a simplificar a escrita nas suas publicaes. 1910 - Implantao da Repblica em Portugal foi nomeada uma Comisso para estabelecer uma ortografia simplificada e uniforme, para ser usada nas publicaes oficiais e no ensino. 1911 - Primeira Reforma Ortogrfica tentativa de uniformizar e simplificar a escrita de algumas formas grficas, mas que no foi extensiva ao Brasil. 1915 - A Academia Brasileira de Letras resolve harmonizar a ortografia com a portuguesa. 1919 - A Academia Brasileira de Letras revoga a sua resoluo de 1915. 1924 - A Academia de Cincias de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras comeam a procurar uma grafia comum. 1929 - A Academia Brasileira de Letras lana um novo sistema grfico. 1931 - Foi aprovado o primeiro Acordo Ortogrfico entre o Brasil e Portugal, que visava suprimir as diferenas, unificar e simplificar a lngua portuguesa, contudo no foi posto em prtica. 1938 - Foram sanadas as dvidas quanto acentuao de palavras. 1943 - Foi redigido, na primeira Conveno ortogrfica entre Brasil e

Portugal, o Formulrio Ortogrfico de 1943. 1945 - O acordo ortogrfico tornou-se lei em Portugal, mas no Brasil no foi ratificado pelo Governo. Os brasileiros continuaram a regular-se pela ortografia anterior, do Vocabulrio de 1943. 1971 - Foram promulgadas alteraes no Brasil, reduzindo as divergncias ortogrficas com Portugal. 1973 - Foram promulgadas alteraes em Portugal, reduzindo as divergncias ortogrficas com o Brasil. 1975 - A Academia das Cincias de Lisboa e a Academia Brasileira de Letras elaboram novo projeto de acordo, que no foi aprovado oficialmente. 1986 - O presidente brasileiro Jos Sarney promoveu um encontro dos sete pases de lngua portuguesa - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guin-Bissau, Moambique, Portugal e So Tom e Prncipe - no Rio de Janeiro. Foi apresentado o Memorando Sobre o Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa. 1990 - A Academia das Cincias de Lisboa convocou novo encontro juntando uma Nota Explicativa do Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa as duas academias elaboram a base do Acordo Ortogrfico da Lngua Portuguesa. O documento entraria em vigor (de acordo com o 3 artigo do mesmo) no dia 1 de Janeiro de 1994, aps depositados todos os instrumentos de ratificao de todos os Estados junto do Governo portugus. 1996 - O ltimo acordo foi apenas ratificado por Portugal, Brasil e Cabo Verde. 2004 - Os ministros da Educao da CPLP reuniram-se em Fortaleza (Brasil), para propor a entrada em vigor do Acordo Ortogrfico, mesmo sem a ratificao de todos os membros.

Nova Reforma Ortogrfica - Aspectos Positivos O Novo Acordo Ortogrfico, em vigor desde janeiro de 2009, gera polmica entre gramticos, escritores e professores de Lngua Portuguesa. Segundo o Ministrio de Educao, a medida deve facilitar o processo de intercmbio cultural e cientfico entre os pases que falam Portugus e ampliar a divulgao do idioma e da literatura portuguesa. Dentre os aspectos positivos apontados pela nova reforma ortogrfica, destacam-se ainda: - reduo dos custos de produo e adaptao de livros; - facilitao na aprendizagem da lngua pelos estrangeiros; - simplificao de algumas regras ortogrficas. Nova Reforma Ortogrfica - Aspectos Negativos

- Todos que j possuem interiorizadas as normas gramcais, tero de aprender as novas regras; - Surgimento de dvidas; - Adaptao de documentos e publicaes. Perodo de Adaptao

Mesmo entrando em vigor em janeiro de 2009, os falantes do idioma tero at dezembro de 2012 para se adaptarem nova escrita. Nesse perodo, as duas normas ortogrficas podero ser usadas e aceitas como corretas nos exames escolares, vestibulares, concursos pblicos e demais meios escritos. Em Portugal, cerca de 1,6% das palavras sero alteradas. No Brasil, apenas 0,5%. Atualizao dos Livros Didticos

De acordo com o MEC, a partir de 2010 os alunos de 1 a 5 ano do Ensino Fundamental recebero os livros dentro da nova norma - o que deve ocorrer com as turmas de 6 a 9 ano e de Ensino Mdio, respectivamente, em 2011 e 2012. Reforma na Escrita

Por fim, importante destacar que a proposta do acordo meramente ortogrfica. Assim, restringe-se lngua escrita, no afetando aspectos da lngua falada. Alm disso, a reforma no eliminar todas as diferenas ortogrficas existentes entre o portugus brasileiro e o europeu. Veja as mudanas trazidas pelo Novo Acordo Ortogrfico, em vigor desde janeiro de 2009.