40

Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

Citation preview

Page 1: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word
Page 2: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

UNIDADE 01O PROCESSO COMUNICATIVO E SEUS ELEMENTOS

Caro (a) aluno (a)

Inicialmente vamos conhecer o significado da palavra comunicação. Ela vem

do latim cummunicare, que significa “tornar comum”, “partilhar”, “repartir”, “associar”,

“trocar opiniões”, “conferenciar”. No Dicionário de Comunicação, de Rabaça e

Barbosa (1987), encontramos a seguinte definição: comunicar implica em

participação (communicatio tem o sentido de “participação”), interação, troca de

mensagens, emissão ou recebimento de informações. A partir disto, podemos dizer

que é um processo de participação nas experiências que modificam as mensagens.

FIG. 01

Sendo assim, podemos entender que a comunicação é que conduz todos os

relacionamentos e atividades humanas, nada pode acontecer sem que haja a

comunicação, seja ela oral ou escrita. Porém, para que haja a comunicação é

necessário que a mensagem passada pelo emissor seja entendida pelo receptor. Se

uma ideia for colocada por um falante e o ouvinte não compreender a mensagem,

não houve a comunicação.

Segundo Matos (2009, p.3), a comunicação é[...] troca de entendimento e sentimento, e ninguém entende outra pessoa sem considerar além das palavras, as emoções e a situação em que fazemos a tentativa de tornar comuns as emoções e a situação em que fazemos a tentativa de tornar comuns conhecimentos, ideias, instruções ou qualquer outra mensagem, seja ela verbal, escrita ou oral. (MATOS, 2009, p.3)

A partir disto podemos entender porque alguns conflitos e desentendimentos

humanos, em muitas vezes, acontece pela falta ineficiência ou apenas pela falta de

comunicação e/ou má interpretação da informação passada.

Matos (2009, p.4), também aponta que,[...] segundo William Oxner e Sérgio Charlab, na coleção de artigos especiais A Revolução da Informação, publicada no Jornal do Brasil (1995), o dicionário define informação utilizando os conceitos de comunicação e recepção de conhecimento, mas o sentido moderno desta palavra é mais difícil de ser compreendido. ‘Não é algo que se possa detectar com os nossos sentidos. A informação não pode ser tocada, ouvida e nem dela se desprende qualquer aroma. Não se pode considerá-la da mesma forma que uma maquinaria. Contudo, está em toda a parte, ao nosso redor, todo o

Page 3: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

tempo. Está dentro do jornal e nas telas de televisão. Ela nos envolve quando escutamos o rádio ou quando nos encontramos pra conversar com amigos, quando trabalhamos ou nos divertimos. Está dentro de nós e é também parte do nosso código genético’ (MATOS, 2009, p.4).

Os autores citados por Matos, ainda apontam que a palavra informação, até a

chegada dos computadores, se referia ao ato “pessoal de ganhar conhecimento”

(MATOS, 2009, p.4). E após a chegada dos computadores o termo “informação” é

reconhecido como “algo que pode ser coletado, manipulado, trocado e processado”

(MATOS, 2009, p.4).

A partir desses conceitos podemos entender um pouco sobre a necessidade

de o ser humano comunicar-se a todo o momento. Leonard Boff, citado em Matos

(2009, p.4), de uma maneira criativa diz que,Já dizia Chacrinha: “Quem não se comunica se trumbica”. É só se comunicando, realizando esta transcendência concreta na comunicação, que o ser humano constrói-se a si mesmo. É só dando de si que recebe. Ele é um ser em potencialidade permanente. Então, o ser humano é um ser de abertura, um ser potencial, um ser utópico. Sonha para além daquilo que é dado e feito. E sempre acrescenta algo ao real. (BOFF, citado em MATOS, 2009)

A partir disto, vamos estabelecer a diferença entre comunicação e

informação.

INFORMAÇÃO: o emissor passa uma mensagem codificada para um

receptor, quer dizer, a informação necessita do emissor e receptor e a mensagem.

Ela também exige a mediação humana: análise e consenso em relação ao

significado.

COMUNICAÇÃO: só acontece quando a mensagem é recebida pelo receptor

e compreendida pelo mesmo, isto é, decodificada, e deve retornar ao emissor.

A partir destas informações vamos conhecer como acontece o processo

comunicativo e a definição dos termos anteriores.

Desta forma, observamos que a diferença entre estas duas palavras está a

informação necessita de alguém que a transmite a outrem, e a maneira como ela é

entendida é que vai levar à comunicação e esta ser entendida pelo receptor. Não

havendo a decodificação da maneira esperada, significa que a informação não foi

elaborada de modo coerente e com coesão. Pode ser também que por ter um toque

humano a informação seja mais difícil de ser passada com absoluta fidelidade.

Page 4: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

Para ilustrar melhor podemos citar, como exemplo, os textos publicados no

Facebook ou mensagens no WhatsApp que, por vezes ocasionam alguns problemas

pessoais. O que ocorre é que o emissor “tenta” passar uma informação e a

mensagem deixa lacunas, gerando ao receptor certo desconforto, gerando inclusive

sérios desentendimentos.

O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

A comunicação é um sistema aberto, tal qual a empresa. E, sendo um

sistema, ele é organizado por alguns elementos que são peças importantes para que

o processo seja efetivo.

COLOCAR UMA IMAGEM DO ESQUEMA DE COMUNICAÇÃO COM OS ELEMENTOS ABAIXO

FIG.02ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO

Fonte: de onde parte a mensagem;

Emissor: é quem transmite a mensagem;

Receptor: é aquele que recebe a mensagem e tem o papel de repassá-

la, se necessário, para o destinatário;

Mensagem: é a ideia que se quer transmitir;

Canal (meios de comunicação): é o meio pelo qual se passa a

mensagem. Pode ser natural – meios sensoriais – ou tecnológico –

qualquer recurso que não utilize o corpo;

Código: é um conjunto de sinais estruturados usados por uma

comunidade linguística. O receptor identificará esse sistema de signos

(no nosso caso, a língua portuguesa) se seu repertório for semelhante

ao do emissor;

Codificação: transformação da mensagem de acordo com regras

predeterminadas, para convertê-la em mensagem;

Decodificação: interpretação de uma mensagem, pelo receptor, de

acordo com um código predeterminado;

Linguagem: qualquer sistema de signos (orais, escritos, visuais,

fisionômicos, sonoros, gestuais, etc.) capaz de servir à comunicação

entre os indivíduos;

Page 5: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

Língua: é o produto social da linguagem de uma sociedade. É um

conjunto de convenções necessárias, para permitir o exercício da

linguagem.

Signos: é uma convenção social e arbitrária, constituída pela

combinação de um conceito, denominado significado, e uma imagem

acústica, ou forma física, denominada significante;

FIG. 02 – COLOCAR A IMAGEM INDICADA OU ALGUMA SIMILAR

O QUE PODE ATRAPALHAR O PROCESSO COMUNICATIVO?

Alguns fatores podem interferir no processo comunicativo, sendo assim, é

necessário ter certeza de que o receptor da mensagem a compreenda de modo

correto. Porém, algumas vezes estas informações sofrem algum tipo de

interferência, Correia (2010, p.15) as classifica por: ruído, entropia e redundância.

Assim, temos

Ruído: Qualquer intervenção que atrapalhe a transmissão de uma

mensagem. Exemplo: Televisão ligada, som alto, conversas paralelas,

roupas extravagantes.

Entropia: É uma mensagem que não tem início nem fim, desordenada.

Exemplo: Mensagem uma não é fim início que tem nem.

Redundância: É a repetição da mesma mensagem com outras

palavras. Exemplo: A abordagem da gramática faz-se necessária

porque ela é importante para a construção de texto. Produzir textos

implica em conhecer bem a sintaxe da língua. É necessário conhecer

suas normas para a escritura de textos. (CORREA, 2010, p. 15)

Se não forem observados estes fatores nossa comunição será prejudicada.

Seja em nosso cotidiano ou no ambiente organizacional.

QUAIS AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM?

Entendemos que no processo da comunicação, usamos a linguagem com

funções pré-estabelecidas. Isto significa que ninguém conversa sem ter um objetivo,

queremos sempre que a mensagem chegue ao receptor da maneira como a

Page 6: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

pensamos. Assim, percebemos que a linguagem tem algumas funções e elas estão

distribuídas em seis funções.

1. Função referencial ou denotativa: O foco é no referente, ou seja, aquilo

que representa o assunto contido na mensagem. O sentido literal das

palavras ou do contexto.

2. Função emotiva ou expressiva: O destaque é para o emissor, pois vão

centrar-se nas opiniões, emoções, de sentimentos verdadeiros ou simulados.

Dessa forma o texto é voltado para o subjetivo e pessoal. Normalmente

focado em primeira pessoa (eu) nas formas verbais e o uso dos pronomes.

3. Função conativa ou apelativa: A mensagem é centrada no receptor e é

realizada de maneira que o convença, tentando influenciá-lo, chamar sua

atenção para o contexto ali expressado, quer dizer, o contexto é a parte mais

importante. Sendo a mensagem focada no receptor, há o uso de argumentos

que fazem parte do universo do mesmo. Geralmente usa-se a segunda

pessoa do singular ou plural (você, vocês).

4. Função fática ou de contato: O destaque é o canal, ou seja, como visto

acima, é o suporte que veicula uma mensagem de um emissor a um receptor.

5. Função metalinguística: Preocupação com o código. É a língua falando

sobre a língua, ou seja, a linguagem (código) torna-se objeto de análise do

próprio texto.

6. Função poética: Centrada na própria mensagem, predomina a conotação e

o subjetivismo.

Finalizando, a partir destas informações iniciais podemos concluir que para

nos comunicarmos bem, precisamos melhorar todos os tipos de comunicação. Ela é

importante para nossa vida pessoal, quando estabelecemos contato com outras

pessoas, mas também principalmente na vida profissional, pois precisamos trabalhar

para sobreviver e, ainda mais importante, para nos sentirmos úteis e sermos

reconhecidos pelo papel social que a vida nos apresenta.

https://www.youtube.com/watch?v=1TFJ6ANvLKs

https://www.youtube.com/watch?v=zP8JunZNoww

Page 7: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

REFERÊNCIAS:BOSCO, J. B. Redação empresarial. São Paulo: Atlas, 1998

BUSUTH, M. F. Redação técnica empresarial. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.

CORREA, V. L. Leitura e produção de texto. 2ª Ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A.,

2006.

_____. Língua portuguesa: da oralidade à escrita. Curitiba: IESDE Brasil S.A. 2010.

MATOS, G. M. de. Comunicação empresarial sem complicação: como facilitar a

comunicação na empresa, pela via da cultura e do diálogo. 2ª ed. rev. e ampl.-

Barueri, São Paulo, Manole, 2009.

PEREZ, C. & BAIRON, S. Comunicação & Marketing. São Paulo: Futura, 2002.

PIMENTA, M. A. Comunicação empresarial: conceitos e técnicas para

administradores. Campinas – São Paulo: Alínea, 2002.

REGO, F. G. T. do. Comunicação empresarial, comunicação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e técnicas. São Paulo:

Summus, 1986.

Page 9: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

UNIDADE 02VARIAÇÃO LINGUÍSTICA E OS NIVEIS DE LINGUAGEM

Caro(a) aluno(a)

Na unidade 1 buscamos focar os estudos nos processos comunicativos, com

o significado da palavra “comunicação”. Tudo isto para podermos perceber que este

item está envolvido com determinados elementos necessários para que se possa

dizer que houve este processo comunicacional. Quando este processo não se

processa de modo adequado, vimos que pode ter acontecido algo tenha saído

errado e precisamos entender qual fator determinou este acontecimento. Por fim,

apresentamos as funções da linguagem, e que todos estes itens são importantes

para a vida pessoal e cotidiana.

Bom estudo!

INTRODUÇÃO

O processo da comunicação vem dos primórdios da civilização quando o

homem sentiu a necessidade de expressar-se. Sendo assim, desenhou objetos que

faziam parte de seu cotidiano e comunicava-se por expressões corporais. Mais

tarde utilizou a fala como meio de comunicação e, somente muito mais tarde

adquiriu o conhecimento do processo da escrita. Ainda existem povos que utilizam

apenas a comunicação oral e nenhum registro escrito.

Existem estudos na área da linguística que procuram descrever ou explicar a

linguagem verbal humana e defendem um princípio chamado prioridade da língua

oral sobre a escrita, citado em Correa (2009, p.29). Porém, não pretendemos discutir

tal afirmação, mas valorizar os dois tipos de comunicação verbal. Cada uma delas

tem seu valor de acordo com o momento da comunicação. Em situações dialógicas

a comunicação oral é a mais importante, no entanto, para a comunicação por e-

mails, Facebook, e outros em que escrever é o único recurso. Desta maneira, o que

mais importa é o domínio da comunicação oral e escrita e saber como utilizá-las

adequadamente.

COLOCAR UMA IMAGEM DO HOMEM EVOLUINDO NO PROCESSO DA COMUNICAÇÃO

FIG.01

Page 10: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

LÍNGUA ORAL E LÍNGUA ESCRITA

Dividimos a língua oral de acordo com suas características, conforme

apresentado a seguir:

Língua não-padrão: É a que utilizamos no momento da fala, que não está de

acordo com as regras gramaticais, porém compreensível.

Linguagem corporal: É a utilização de expressões corporais como parte do

processo comunicacional. Pode ser um sorriso, um olhar expressivo, a postura,

gestos, entre outros.

Intervenção do receptor: No momento da comunicação o ouvinte interrompe o

processo comunicacional para opinar, pedir mais informações, corrigir.

Contexto situacional: Durante uma conversa, o emissor pode fazer referência

a algum assunto externo ao assunto tratado, porém faz parte daquele momento da

fala.

Já na comunicação escrita observamos as características a seguir:

Língua padrão: No momento da escrita não se admite o uso da língua padrão.

Toda comunicação escrita deve seguir a normas gramáticas de nossa língua, em por

isso que estudamos gramática.

Contextualização: Emissor e receptor não estão longe um do outro, dessa

forma é necessário que o escritor do texto situe seu leitor no contexto que está

sendo comunicada a mensagem. O leitor deve “viajar” para dentro do texto. Isso só

ocorrerá se a contextualização ocorrer de maneira bem explícita.

Adequação do texto ao leitor: Autor e leitor não interagem no momento da

leitura de um texto, sendo assim deve haver um direcionamento daquilo que se

escreve para quem lê. Diz respeito também a uma linguagem adequada, na boa

escolha das palavras.

VARIAÇÃO LINGUÍSTICA

Quantas vezes nos deparamos com pessoas que vêm de outros estados ou

regiões do país e desconhecemos determinadas palavras que os mesmos utilizam?

Ou tendemos a tomar uma atitude preconceituosa em relação àqueles que se

expressão de forma incorreta? Quando se trata de texto escrito o uso correto das

normas gramaticais facilita nossa compreensão, porém na linguagem oral a situação

Page 11: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

é diferente. Assim, podemos perceber que existem alguns fatores podem variar

numa mesma língua, são eles:

Aspectos geográficos: De acordo com a região à qual pertence uma pessoa, a

língua sofrerá alterações. Pode acontecer na gramática, no significado de palavras

ou nos sons. Estas diferenças ocorrem dentro um mesmo estado.

COLOCAR IMAGEM DE PESSOAS DE OUTROS ESTADOSFIG.02Aspectos socioeconômicos: O acesso à cultura também influencia na

comunicação. Pessoas que costuma ler muito tem um repertório de palavras muito

maior que outras que não têm o hábito da leitura. Consequentemente costuma

estruturar frases de modo mais próximo à língua padrão. Porém isto não significa

que a linguagem de pessoas menos cultas é pior, ela é apenas diferente, pois

atende as necessidades específicas do emissor.

COLOCAR FIGURA DE PESSOA QUE NÃO GOSTA DE LERFIG.03Idade: A experiência acumulada durante a vida faz com que a língua se

altere. Isto se deve às necessidades enfrentadas ao longo da vida e o contexto de

vida. Cada fase da vida é marcada por expressões diferentes.

COLOCAR FIGURA DE PESSOAS COM MAIS IDADEFIG. 04Sexo, etnia e grupos sociais: Por mais estranho que pareça estes fatores

influenciam na língua. Existem as diferenças entre a linguagem de homem e mulher

porque as necessidade e realidades se diferem. Observamos isto nas revistas

destinadas a públicos diferenciados. Nos diferentes grupos étnicos existe uma

variação linguística. Os cultos religiosos também podem influenciar, pois possuem

termos específicos para aquelas etnias. Já nos grupos sociais, observamos a

linguagem de acordo com suas “tribos”, são os roqueiros, blogueiros, surfistas,

grafiteiros, entre outros.

COLOCAR FIGURA QUE ATENDA ESTE ITEMFIG. 05

NÍVEIS DE LINGUAGEM

Até este ponto já vimos que a língua pode mudar por diversos fatores. Dessa

forma ela assume diferentes níveis de linguagem. Sendo assim, por meio das

Page 12: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

palavras de Martins e Zilberknop, citado em Correa (2006, p.19), temos os diversos

níveis de linguagem:

Língua culta: é o nível que respeita as normas gramaticais.

Língua coloquial: não respeita as normas gramaticais aceitáveis aos falantes

nativos.

Língua vulgar ou inculta: onde acorre grandes desvios gramaticais, não

aceitáveis para o falante nativo de determinados níveis sociais. Exemplo: A

muié não sabe ponha a linha na aguia.

Língua regional: encontram-se expressões e aspectos gramaticais próprios de

algumas regiões.

Língua grupal: nível que pertence a grupos fechados e é dividida em:

Técnica: que pertence a áreas de estudo.

Gíria: própria de determinados grupos.

Dentre do que foi apresentado, cabe salientar que nenhum desses níveis

pode ser considerado errado, desde que sejam utilizados na comunidade linguística

adequada. Entendemos por comunidade linguística o grupo de pessoas que utilizam

o mesmo código. Sendo assim, não devemos julgar o modo como uma pessoa se

expressa, mas observar se ele está sendo utilizado com o grupo que abrange o

nível. Por fim, podemos observar que como a nossa língua está organizada, e

somente desta maneira o leitor poderá entender o que é necessário para a

elaboração de textos comunicativos.

A partir do que foi apresentado, podemos entender por que algumas pessoas

dizem com frequência: “Eles não me aceitam! Eles não me compreendem!”;

“Ninguém entende o que falo!”; Minhas palavras são distorcidas pelos meus

ouvintes!”; entre outra mais. No ambiente corporativo ou familiar, já não pensamos

assim: “Por que eles não conseguem compreender o que eu compreendo? É tudo

tão simples!”; “Por que será que eles interpretam errado o que estou dizendo de

forma tão clara e evidente?”; “Por que você complica tudo?”(Matos, 2009, p.10).

A resposta é simples, diz Matos (2009, p.11):[...] as pessoas percebem e interpretam as coisas e situações conforme sua carga de experiências, conhecimentos, crenças, valores, sentimentos, condicionamentos e vivência pessoal. Cada um tem uma maneira diferente de perceber e interpretar o mundo, as palavras e atos, os objetos e as ações. Então, quando estão juntos dirão que o que era simples ficou complicado. Pensemos,“Se cada um percebe uma coisa de forma pessoal

Page 13: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

e diferente, o processo de interação humana é inviável?” (MATOS, 2009. p.11)

A resposta é não, é a convivência com as diferenças que tornará a

convivência humana algo instigante e motivador, quer dizer, cada um possui um

ponto de vista de acordo com a posição em que se encontra. E, a partir de diferentes

pontos de vista é que se dá a abertura para o diálogo e a capacidade de

convivermos em grupo e trabalhar em equipe, porém sempre observando o respeito

e as diferenças, como já abordadas.

Em se tratando da comunicação falada, é ideal que o emissor utilize-se da

linguagem do receptor, aquela que ele conhece e usa, baseando-se na experiência

do receptor. Isto significa que não adianta um engenheiro civil explicar o que está

previsto na obra se seu interlocutor não entende nada deste contexto. Para tanto,

devemos levar em consideração se o ato da fala está sendo realizado dentro dos

limites de percepção do ouvinte.

Sendo assim, antes de haver a comunicação, devemos observar se o

interlocutor é capaz de ouvir, interpretar e decodificar a mensagem, sem que haja

comprometimento e distorção do conteúdo. Isto tudo implica no conhecimento do

que é a percepção.

A PERCEPÇÃO

(Para melhor ilustrar uma situação de percepção, leia o texto a seguir, citado

em Matos, 2009, p.11),

Durante o intervalo de um seminário de administração, Ana Sofia, executiva de uma

grande multinacional de cosméticos, é apresentada a Maria Elisa, diretora de uma

conceituada empresa de brinquedos. Segundo seu nível de percepção, Ana Sofia

poderá pré-julgar a sua interlocutora:

Considerá-la simpática pela forma como se apresentou e tratá-la

cordialmente e com alguma abertura para a troca de informações sobre as

atuações de suas empresas;

Achá-la esnobe, pois, ao se cumprimentarem, Maria Elisa olhou para o

lado oposto ao seu e, por essa razão considerou-se destratada, o que

motivará uma atitude de rejeição a um contato mais receptivo;

Page 14: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

Julgá-la antipática pela forma presunçosa com que se sentiu tratada ao

serem apresentadas e assumir uma atitude refratária a uma maior

aproximação;

Considerá-la uma pessoa interessante pela forma carinhosa como foi

recebida e cumprimentá-la com sorrisos e sugestões de assuntos para

conversarem, buscando possíveis afinidades para a realização de negócios

entre suas empresas.

O texto mostra a maneira como nossos comportamentos e nossas ações

estão baseados na maneira como percebemos o outro no contexto envolvido. A

percepção da realidade é subjetiva e individual, parte do universo ao qual o indivíduo

está incluído. No entanto, devemos considerar que nossa percepção de determinado

tema, situação, pensamento não é o único e verdadeiro, o outro também passa pelo

mesmo caminho. Desta forma destacamos a importância da percepção no processo

comunicacional humano.

Ainda em Matos, (2209, p.13), o mesmo aponta que o psicólogo Jesse

Nirenberg, já no início dos 50, estudioso na aplicação das técnicas de comunicação

nas empresas, costumava destacar em suas palestras e cursos”a importância de se

adquirir sensibilidade quanto ao conteúdo implícito da conversação” (Matos, 2009,

p.) Ele ressaltava a necessidade de, quando envolvidos em uma dinâmica de

comunicação, desenvolvemos o hábito de perguntarmos a nós mesmos: Por que ele

está dizendo isso? O que está subentendido nisso?(Matos, 2009. p.13)

Segundo Nirenberg, citado em Matos (2009, p.13)[...] cada linha de comunicação transmite várias mensagens simultaneamente. Uma dessas mensagens é comunicada por meio de sentido das palavras. É a mensagem explícita, ou seja, denotativa, que tem maior valor comum a todos os usuários da língua, pois reflete a compreensão solidificada pelo ambiente pelo ambiente cultural e independe de interpretações individuais (MATOS, 2009, p.13

Como já visto na unidade 1, existe na mensagem o sentido das palavras ou

expressões que são constituídas por elementos objetivos e subjetivos, que variam

de acordo com o contexto e capacidade de interpretação do interlocutor, quer dizer,

a significação, neste caso, sofre variações individuais de uma pessoa para outra,

ganhando outros valores.

Diante disto, Nirenberg (citado em MATOS, 2009, p.13), [...] considerava fundamental o culto ao hábito de analisar continuamente o motivo e a intenção das mensagens, por meio de questionamentos que

Page 15: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

devemos fazer a nós mesmos: O que o interlocutor quer dizer além do que está explicitamente comunicado? Qual o seu intuito ou razão pra abordar tal assunto dessa maneira?

As mesmas palavras produzem imagens mentais diferentes em pessoas diferentes. Realmente sua interpretação daquilo que está sendo dito e procure fazer com que a outra pessoa aja da mesma maneira (MATOS, 2009, p.13).

Assim, encerramos esta unidade com mais informações acerca do processo

comunicacional. São informações, que a princípio parecem simples, porém ao nos

aprofundarmos sobre elas, percebemos o quanto uma boa comunicação pode

influenciar nossa vida pessoal e principalmente a organizacional. Pois, este

ambiente é aquele no qual passamos a maior parte do dia, e para o profissional da

área de Recursos Humanos este conhecimento é fundamental.

SAIBA MAIS: www.youtube.com/watch?v=1ow1oDkhkjo . Acesso em 10. set. 2015

https://www.youtube.com/watch?v=6s7uqqXN1hc . Acesso em 10 set. 2015

https://www.youtube.com/watch?v=1R8oj5UkaSk . Acesso em 10. Set. 2015.

Page 16: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

REFERÊNCIAS:

BOSCO, J. B. Redação empresarial. São Paulo: Atlas, 1998

BUSUTH, M. F. Redação técnica empresarial. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.

CORREA, V. L. Leitura e produção de texto. 2ª Ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A.,

2006.

_____. Língua portuguesa: da oralidade à escrita. Curitiba: IESDE Brasil S.A. 2010.

MATOS, G. M. de, Comunicação empresarial sem complicação: como facilitar a

comunicação na empresa, pela via da cultura e do diálogo. 2ª ed. rev. e ampl.-

Barueri, São Paulo, Manole, 2009.

PEREZ, C. & BAIRON, S. Comunicação & Marketing. São Paulo: Futura, 2002.

PIMENTA, M. A. Comunicação empresarial: conceitos e técnicas para

administradores. Campinas – São Paulo: Alínea, 2002.

REGO, F. G. T. do. Comunicação empresarial, comunicação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e técnicas. São Paulo:

Summus, 1986.

Page 17: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

UNIDADE 3COMUNICAÇÃO E CULTURA

Caro(a) aluno(a)

Nas unidades anteriores vimos que para a comunicação se realize de forma

integral utilizamos dois elementos principais, ou seja, por meio da linguagem, que

representa todo o sistema de sinais convencionais, sejam estes de ordem verbal ou

não verbal; e a língua, que representa um sistema de códigos convencionais – de

natureza gramática -, utilizados pelos membros de uma determinada comunidade,

para nós, a Língua Portuguesa. Assim, partindo desses estudos, vamos conhecer

um pouco mais sobre nossa língua.

Bons estudos!

Partindo dos conteúdos anteriores, temos que o signo linguístico é concebido

como um elemento representativo, que se constitui por dois elementos básicos: o

significante e o significado, que juntos formam um todo indissociável. Para que

possamos entender melhor, vamos exemplificar com a palavra “casa”. Ao ouvirmos,

logo temos uma imagem associada à materialização desta imagem, quer dizer, algo

que a represente de forma gráfica, através dos fonemas (sons das letras) que

formam as sílabas.

Dessa forma, temos:

COLOCAR A IMAGEM DE UMA CASAO significado da palavra “casa”, segundo Amora (2009, p.128), a palavra

“casa” significa: 1. Construção que se destina a habitação; 2. Família; 3. Morada; 4.

Estabelecimento. (Amora, 2009, p. 128). Isto implica na noção de significado, que

nos remete a uma imagem mental.

E, foneticamente os sons desta palavra seriam assim representados: K/A/Z/A;

uma imagem sensorial, neste contexto representado por letras. Desta forma

estamos falando do significante.

Diante disto, tal representação nos leva a considerar que as letras do alfabeto

nem sempre são fieis a pronúncia dos fonemas. E é por este motivo que se criou o

alfabeto fonético. Conheça mais sobre ele:

Page 18: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

FIG.02https://www.google.com.br/search?q=alfabeto+fon

%C3%A9tico&es_sm=122&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0CAcQ_AUoAWoV

ChMItrLqw7T3xwIVzB2QCh2FhgHo&biw=1280&bih=709#tbm=isch&q=alfabeto+fon

%C3%A9tico+brasileiro+tabela&imgrc=olgtD-Bsrs3A9M%3A.

Assim, a tabela mencionada, evidencia o porquê de os fonemas /c/ e /s/ foram

representados por /k/ e /z/, respectivamente.

Também podemos antepor um outro signo em referência à palavra “casa”,

como por exemplo “uma” – uma casa. Porém, seria impossível formar “um casa”.

Isto demonstra que o conhecimento de uma língua não se apenas à identificação de

seus signos, mas também ao uso correto dos fatos linguísticos como um todo.

Portanto, como a língua exerce um papel estritamente social, ao utilizarmos

as regras que a língua portuguesa se nos impõe, nos tornamos aptos a exercer

nosso papel social, quer no campo da oralidade quanto no da escrita.

Page 19: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

Sendo assim, para que tenhamos uma comunicação adequada precisamos

entender o que é o código adequado a cada situação comunicacional. Assim temos

que,

 Código – conjunto de regras gramaticais por meio dos quais os signos se

combinam para permitir a expressão e a comunicação entre os usuários de uma

língua.i

Há dois tipos de código:

Código aberto – apresenta mais de um significado e, consequentemente,

mais de uma resposta para um mesmo significante, por isso, permite múltiplas

interpretações.

Código fechado – apresenta um único significado para cada significante

e, consequentemente, uma única resposta.

Caso de código fechado:

O código fechado é que deve ser utilizado nas comunicações escritas

organizacionais. E para que as mensagens sejam elaboradas de modo a não deixar

espaços para diversas interpretações, é importante que o emissor tenha um bom

repertório.

Repertório: conjunto de conhecimentos de uma pessoa que se constitui por

sua experiência de vida, grau de escolaridade, atividade profissional, leitura, cultura,

etc.

Além de um repertório adequado, o emissor também precisa levar em

consideração o receptor da mensagem. A mesma deverá atender ao repertório do

receptor.

Diante disto, entendemos que o texto empresarial privilegia a linguagem

escrita formal, a fim de evitar alguns problemas, vamos a eles.

O uso de termos compreendidos só por uma das partes envolvidas na

comunicação;

O uso de expressões informais, como tudo que nos é mais próximo,

tende a evocar mais intensamente nossas reações emocionais; essashttps://logisticauniso.files.wordpress.com/.../slides_978850208361_8.ppt

Page 20: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

expressões, por serem próprias a grupos de amigos ou familiares,

determinam a quebra de uma imparcialidade na transmissão da

informação e, consequentemente, a possibilidade de descrédito da

mensagem;

A ocorrência de quebra dos procedimentos gramaticais que constroem

a imagem de letramento, isto é, de um grau de escolaridade

propiciador de credibilidade.

Estas afirmações são de Gold, (2005, p.11)

Neste contexto ainda, precisamos tomar cuidado com certos exageros

observados em textos, exemplo: tautologia, coloquialismo excessivo, jargão, chavão,

verbosidade, aos quais chamamos de vícios de linguagem.

VÍCIO: é um hábito que se tornou padrão, adquirindo um caráter negativo.

(GOLD, p. 14)

O QUE É TAUTOLOGIA?

É um dos vícios de linguagem que “consiste em repetir uma ideia, de forma

viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido. O exemplo clássico é o

famoso subir para cima ou descer para baixo.” Mas há outros, como aponta Gold

(2005. p. 24), vale a pena conferir.

COLOQUIALISMO EXCESSIVO

Segundo Gold (2005, p. 24), [...] é o nome dado à maneira informal de nos comunicarmos. É o registro da linguagem que usamos em família. Como cada padrão de linguagem deve atender à finalidade para a qual é empregado, podemos concluir que o coloquialismo não é a forma adequada à comunicação empresarial escrita – mesmo que se dê por correio eletrônico. (GOLD, 2005, p. 24)

A informatização nas empresas nos levou à uma comunicação via

computadores, mas isto não exime a necessidade de se manter a escrita formal da

língua portuguesa. O texto pode ser simples, porém sem excesso de informalidade.

JARGÃO

Page 21: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

Este nome se dá à maneira específica e característica de um determinado

grupo se comunicar. Gold (2005, p. 25), nos dá um exemplo em relação aos

advogados que têm sua linguagem própria, os economistas também têm a sua, os

analistas de sistema, e assim por diante. No entanto, toda linguagem utilizada por

um grupo fechado, como os citados, deve sofrer uma adequação se o grupo de

destinatários se amplia, pois a linguagem deverá atingir também as pessoas que

não dominam o jargão do grupo.

Este fato não significa que a linguagem será mais “elevada” ou menos,

apenas que deve estar de acordo com o grupo que tiver mais destinatários,

logicamente se não pertencerem ao grupo fechado.

CHAVÃO

Gold (2005, p. 20), diz: “Você já imaginou receber uma mensagem no correio

eletrônico, um dos mais modernos canais de comunicação, com expressões da

década de 60?”.

Assim, entendemos como chavão o uso de expressões antiquadas, que foram

condicionadas aos textos empresariais. Gold (2005 p. 20), complementa a ideia

afirmando que é “um vício de estilo já incorporado como linguagem do texto

empresarial (Gold, 2005, p.21). Desta forma, visando a eficácia no texto, devemos

eliminar o uso destas palavras ou expressões.

Exemplo: outrossim, debalde, destarte, vimos através desta, solicitar..., venho

pela presente, solicitar..., acusamos o recebimento...., reiteramos nossos votos de

elevada estima e consideração..., sem mais para o momento..., entre outras.(GOLD,

2005, p. 20-21)

Para saber mais acesse o livro em nossa biblioteca virtual: Redação

empresarial de Mirian Gold, 2005.

O QUE É VERBOSIDADE?

Para Matos (2009, p.14), é a característica de dizer de forma complexa o que

pode ser dito de maneira mais simples. Ela se caracteriza pelo uso de vocabulário

entendido como rebuscado, sofisticado, pelo uso de parágrafos longos, e

construções intercaladas ou invertidas.

Como exemplo, citamos uma carta presente apresentada por Matos (2009,

p.16)

Page 22: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

EXEMPLO COM ERRO:

“Solicitamos o pagamento das mensalidades nas datas aprazadas no dito

carnê, colaborando destarte para manutenção precípua deste sodalício na

orientação e assistência dos seus associados. ”

O autor faz as seguintes perguntas sobre este texto:

Será que um órgão que tem por objetivo congregar colegas e uma

mesma profissão precisa se dirigir a seus pares com tal formalidade?

A reação imediata de quem recebe essa correspondência será positiva

ou negativa? O objetivo da associação de classe – qual seja, o

pagamento das mensalidades – terá o retorno esperado?

Em vista das respostas negativas a essas questões observamos a ineficácia

do uso de um vocabulário sofisticado nos textos modernos, não importando o tipo de

documento (MATOS, 2009, p. 16).

Agora, o exemplo corrigido:

“Solicitamos o pagamento das mensalidades até as datas de vencimento

constates do carnê. ” (MATOS, 2009, p. 16).

Assim, com estes itens e exemplos aqui abordados, podemos perceber que

escrever textos empresariais não só dependem do repertório, mas também da

compreensão e do entendimento das normas gramaticais de nossa língua. Á medida

que evoluirmos com os estudos outras informações serão acrescidas, tornando sua

produção textual mais coerente e concisa.

SAIBA MAIS: http://www.letras.ufscar.br/linguasagem/edicao05/refenli_francajm.php .

acesso em 10.set.2015.

Page 23: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

i

FIG.01: https://www.google.com.br/search?q=alfabeto+fon

%C3%A9tico&es_sm=122&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0CAcQ_AUoAWoVChMItr

Lqw7T3xwIVzB2QCh2FhgHo&biw=1280&bih=709#tbm=isch&q=alfabeto+fon

%C3%A9tico+brasileiro+tabela&imgrc=olgtD-Bsrs3A9M%3A. Acesso em 12 set 2015-09-

14

FIG. 02

REFERÊNCIAS

AMORA, S. Minidicionário Amora da língua portuguesa. 19ª ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

BOSCO, J. B. Redação empresarial. São Paulo: Atlas, 1998.

BUSUTH, M. F. Redação técnica empresarial. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.

CAHEN, R. Tudo que seus gurus não lhe contaram sobre comunicação empresarial: a linguagem como patrimônio da empresa e ferramenta de marketing. São Paulo: Best Seller, s/a.

CORREA, V. L. Leitura e produção de texto. 2ª Ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2006.

_____. Língua portuguesa: da oralidade à escrita. Curitiba: IESDE Brasil S.A. 2010.

GOLD, M. Redação empresarial: escrevendo com sucesso na era da globalização. 3. Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005.

MATOS, G. M. de, Comunicação empresarial sem complicação: como facilitar a comunicação na empresa, pela via da cultura e do diálogo. 2ª ed. rev. e ampl.-Barueri, São Paulo, Manole, 2009.

PEREZ, C. & BAIRON, S. Comunicação & Marketing. São Paulo: Futura, 2002.

PIMENTA, M. A. Comunicação empresarial: conceitos e técnicas para administradores. Campinas – São Paulo: Alínea, 2002.

REGO, F. G. T. do. Comunicação empresarial, comunicação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e técnicas. São Paulo: Summus, 1986.

Page 24: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

UNIDADE 04COMUNICAÇÃO AO LONGO DO TEMPO

Caro (a) aluno (a)

Já vimos anteriormente que a comunicação empresarial demanda de

conhecimentos próprios da língua portuguesa para que seja coerente e coesa. Aliás,

estes dois significados – coerência e coesão – veremos mais adiante. Também já falamos

que a “linguagem das correspondências reflete também um estilo de vida moderna, em

que a informação é aquela de mais fácil digestão.” (GOLD, 2005, p. 7).

Assim, nesta unidade daremos mais elementos para melhorar a comunicação nas

empresas.

Boa aprendizagem!

Começamos esta unidade falando sobre a comunicação ao longo do tempo, desde

a invenção da escrita até a chegada da informática e da tecnologia.

As novas tecnologias têm avançado rapidamente, e a utilização destas ferramentas

vem facilitar a comunicação na vida cotidiana e empresarial, criando, também novas

formas de interação entre as pessoas.

Porém, nem tudo aconteceu da noite para o dia, até chegarmos a Era da

Informação muitos anos se passaram, muitas invenções aconteceram e a escrita á uma

delas.

Uma das grandes “invenções” da humanidade até hoje foi a escrita, “que surge a

partir da necessidade do homem de criar registros, armazenar dados, enfim, de preservar

sua história.” (TRINDADE, s/d, p. 1). Complementado esta ideia, Pimenta (2002, p. 24),

afirma que a “relação que as pessoas tinham com o tempo e o espaço foi alterado, porque

com a escrita as informações puderam ser registradas e transportadas de um local para

outro.” (PIMENTA, 2002, p. 24).

Mesmo se pensarmos no rudimento das primeiras manifestações da escrita (há

aproximadamente 5000 anos), o fato de poder registrar informações sobre culturas e

povos já pode ser considerado como uma evolução importante para a comunicação. O

conhecimento produzido pela humanidade podia ser acumulado socializado, quer dizer, o

conhecimento podia ser partilhado com gerações futuras. (PIMENTA, 2002, p. 24).

Page 25: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

A partir da invenção da tipografia acontece um salto considerável para o registro

dos conhecimentos e compartilhado com mais pessoas. Tanto que a História se divide em

antes da tipografia e depois dela. Aquilo que era produzido por copistas, nos mosteiros

normalmente, podia ser reproduzido em maior escala, diminuindo o custo e facilitando o

acesso às informações.

Somente muito mais tarde outras ferramentas de comunicação passaram a ser

importantes, tais como o telégrafo e o telefone. A informação podia mais chegar mais

rápido. Com a invenção das ondas eletromagnéticas nas comunicações, “primeiro com o

telégrafo sem fio, em seguida o rádio e anos mais tarde coma televisão, a ampliação da

comunicação para um maior número de pessoas potencializou-se como fenômeno de

massa” (PIMENTA, 2002, p.24).

Toda esta evolução da comunicação gerou uma mudança na dinâmica da

sociedade, porque o conhecimento do processo comunicativo passou a ser visto como

status, saber ler e escrever diferenciava as classes sociais.

STATUS: 1. Conjunto de direitos e deveres que caracterizam a poisção de uma

pessoa em suas relações com as outras; 2. Por ext posição legal e um indivíduo; 3.

Adquiriu o status de cidadão brasileiro; 4. Prestígio, renome. (AMORA, 2009. P. 692)

Na atualidade, temos a Internet como a mais rápida e eficiente ferramenta de

comunicação em massa. A função dela é ampliar a comunicação, possibilitar a troca de

informações em tempo real.

Andrade e Silva (2008) comentam em seu artigo, que a TIC,[...] proporciona, em uma sociedade globalizada, o conhecimento de diversas culturas, uma melhoria dos meios de comunicação e uma rapidez cada vez maior, pois, vale ressaltar que nos dias atuais as informações são recebidas de maneira instantânea por todo o mundo e, esta tecnologia proporciona também o conhecimento de diversas culturas de um modo que anteriormente a estas invenções não era possível. Os meios de comunicação em massa, como a televisão, o rádio, a Internet, entre outros, incentivam, de certa forma, a sociedade ao consumo. Ocorrendo, então, a massificação de hábitos, costumes e atitudes, fazendo com que certa sociedade seja exemplo a ser seguido por outras.Geralmente os países mais desenvolvidos são exemplos para os países menos desenvolvidos. Além disso, as informações são transmitidas, na maioria das vezes, por uma visão subjetiva, e isto faz com que a sociedade não tenha a visão objetiva dos fatos relatados por esta tecnologia. O avanço das tecnologias de informação e comunicação é, às vezes, somente assistido pela sociedade, pois essa tecnologia não viabiliza a interação consistente dos indivíduos. (ANDRADE e SILVA, s/d, p. 1)

Diante deste contexto, na evolução da comunicação ao longo da História, a

comunicação também evoluiu, quer dizer, a mensagem antes enviada de forma visual

(desenhos nas pedras, nas cavernas), passou a ser de forma rápida com linguagem

própria para a época. Toda esta análise serve para compreendermos a necessidade de

uma linguagem adequada para o espaço empresarial.

Page 26: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

É este o motivo que nos leva a conduzir seus estudos para uma melhor maneira de

produzir mensagem efetivas. Assim, vamos continuar comm mais informações sobre dois

fatores que impedem uma boa comunicação.

REDUNDÂNCIA E ENTROPIA

Pimenta (2002, p. 27), nos diz que existem dois conceitos importantes em relação

aos processos comunicacionais, são eles: redundância e entropia. A autora destaca que,Segundo Robinson (1991), a redundância caracteriza a mensagem que contém elementos conhecidos e, portanto, seu conteúdo parece mais previsível. Os artigos de jornais, a música popular, os gibis e as telenovelas são exemplos de peças de comunicação que utilizam a redundância na forma e na linguagem, que se repetem. Contrariamente, a entropia é marcada por algum elemento estranho, não usual, gerando um alto grau de imprevisibilidade em relação ao seu conteúdo. A publicidade busca utilizar a entropia para “chamar a atenção” sobre o produto em questão (PIMENTA, 2002, p. 27)

Na unidade 1 já vimos o que significa redundância. E, nesta unidade se faz

necessário para apresentar o significado de entropia.

Vejamos um exemplo,

"Todo sistema natural, quando deixado livre, evolui para um estado de máxima

desordem, correspondente a uma entropia máxima".

http://ivancarlo.blogspot.com.br/2011/08/entropia-e-tendencia-ao-caos.html .

Na comunicação, relacionamos a entropia com o grau de desorganização da

mensagem. Assim, quanto mais desorganizada, mais entrópica. O código é utilizado com

o objetivo de evitar que o caos tome conta da mensagem. Ainda, a entropia da informação

busca definir o grau de incerteza de uma mensagem que, pode direcionar para a

redundância, ruído e imprevisibilidade.

Page 27: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

No entanto, na comunicação empresarial, como já vimos, devem-se evitar estes

dois tipos de ocorrências. Porém, é importante conhecê-los para que a produção da

mensagem seja elaborada da maneira mais objetiva possível, sem comprometê-la.

Na unidade anterior, destacamos alguns vícios de linguagem que devem ser

evitadas. Nesta unidade apresentamos outros tipos destes vícios. Assim, Valle (2013, p.

179), aponta:

Gerundismo: a rejeição ao gerúndio se concentra na construção em que a

forma gerundial vem antecipada pela dupla vou estar / vamos estar. O

modismo parece ter sido disseminado no português pelos operadores de

telemarketing e daí migrado para outras faixas da linguagem oral. Esse tipo

de construção é, de fato, ruim e deve ser combatido, sobretudo por duas

razões:

1. A primeira é a presença de vou estar em lugar de estarei – vou é um

auxiliar determinativo que remete a ação expressa pelo verbo ao futuro;

2. A segunda é o emprego do gerúndio em um contexto em que não ocorre

simultaneidade.

Quando a simultaneidade ocorre, o uso da forma gerundial é pertinente.

Veja um exemplo:

Não me telefone amanhã à tarde, pois estarei estudando para

uma prova difícil.

Nessa frase, o emissor dá a entender que o estudo se prolongará por toda a tarde

e seria perturbado pelo eventual telefonema.

Veja exemplos de uso incorreto do gerúndio:

Não vamos estar fazendo a vistoria dos carros. (vamos fazer);

Senhora, vou estar transferindo a sua ligação para a diretoria.

(vou transferir);

Amanhã, vocês vão estar se desculpando pelas grosserias ditas

hoje. (vão se desculpar);

Ninguém sabe quando o Doutor Fulano vai estar voltando do

almoço. (voltará).

Essas locuções normalmente são ouvidas dos atendentes de telemarketing, ao

oferecerem produtos, SAC, entre outros, conforme Valle (2013, p. 179) exemplifica.

Para saber mais leia o que o jornalista e autor do Manual de redação e estilo de O

Estado de S. Paulo, Eduardo Martins Filho comenta sobre a origem do gerundismo.

Pleonasmo: repetição desnecessária de uma ideia.

Page 28: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

Exemplo: baseado em fatos reais; repetir de novo; anexar junto; ganhar

grátis; opinião individual de cada um, entre outros (VALLE, 2013, p. 180).

Barbarismo: consiste no uso errado da pronúncia, da forma ou da

significação de uma palavra.

Exemplo:

As casas eram germinadas. (em vez de geminadas);

Espero que você seje meu amigo. (em vez de seja);

Mortandela (em vez de mortadela), entre outros.

Cacofonia: É o uso de palavras que formam um som desagradável ou

sentido ridículo, quando unidas numa frase:

Exemplo: Paguei por cada livro R$ 25,00. (VALLE, 2013, p. 180-182)

Desta maneira, encerramos os casos de vícios de linguagem. No caso de dúvida

em relação ao uso de palavras e expressões, sempre é bom consultar um bom dicionário.

SAIBA MAIS:

Filme: O nome da rosa http://www.portalintercom.org.br/index.php?

option=com_content&view=article&id=4400&Itemid=138. Acesso em 10 set 2015.

FIG. 1: http://ivancarlo.blogspot.com.br/2011/08/entropia-e-tendencia-ao-caos.html. Acesso em 15 set 2015.

REFERÊNCIAS:

AMORA, A. S. Minidicionário Soares Amora da língua portuguesa. 19 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

ANDRADE, L. M. Tecnologias de informação e comunicação: as influências das novas tecnologias perante a sociedade. Lívia Maria Andrade. [email protected]. FIMI SILVA, Fabiano Correa da [email protected]

BOSCO, J. B. Redação empresarial. São Paulo: Atlas, 1998.

BUSUTH, M. F. Redação técnica empresarial. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.

CAHEN, R. Tudo que seus gurus não lhe contaram sobre comunicação empresarial: a linguagem como patrimônio da empresa e ferramenta de marketing. São Paulo: Best Seller, s/a.

CORREA, V. L. Leitura e produção de texto. 2ª Ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2006.

Page 29: Comunicação Empresarial - Bloco 01 Word

_____. Língua portuguesa: da oralidade à escrita. Curitiba: IESDE Brasil S.A. 2010.

MATOS, G. M. de, Comunicação empresarial sem complicação: como facilitar a comunicação na empresa, pela via da cultura e do diálogo. 2ª ed. rev. e ampl.-Barueri, São Paulo, Manole, 2009.

PEREZ, C. & BAIRON, S. Comunicação & Marketing. São Paulo: Futura, 2002.

PIMENTA, M. A. Comunicação empresarial: conceitos e técnicas para administradores. Campinas – São Paulo: Alínea, 2002.

REGO, F. G. T. do. Comunicação empresarial, comunicação institucional: conceitos, estratégias, sistemas, estrutura, planejamento e técnicas. São Paulo: Summus, 1986.