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CONSOLADOR Comunidade Espírita Cristã Distribuição gratuita Editorial Canto da poesia ezembro chegou... Mais um Natal chegando... Luzes nas árvo- res, pessoas indo e vindo sobraçando embrulhos de presen- tes e/ou sacolas de supermercado, o relógio parecendo correr mais rápido que nos outros meses, o tempo curto demais para todos os preparativos... Será este o verdadeiro espírito do Natal?! Não queremos dizer que desaprovamos o que todos nós fazemos ou que isto é errado e contra a lei de Deus, mas sim que o Natal deveria ser muito mais e não só isso. Deveríamos nos lembrar que Natal significa “nascimento” e que o aniversariante é Jesus, nascido numa manjedoura para exemplifi- car a humildade, a simplicidade em nosso comportamento, a pure- za de coração em nossos sentimentos, o congraçamento de todos nós, Seus irmãos, em torno deste Pai que nos enviou Seu filho bem- -amado para relembrar Sua Lei Maior de AMOR, para nos ensinar a seguir todos os Seus mandamentos, resumidos magistralmente em “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si-mesmo”. Já nos foi asseverado que quando vai chegando o Natal, Jesus fica mais perto de nós, tentando se fazer ouvir em nosso íntimo para que não nos esqueçamos dos mais necessitados, e, assim, lhe ofertarmos sentimentos mais elevados, limpando nossos corações de mágoas, rancores que fazem mal em primeiro lugar a nós mesmos. Se tiver- mos “olhos de ver”, o ar nos parecerá mais leve, o céu mais azul, as crianças mais tranquilas, enfim, a vida mais fácil de se viver. Ainda há tempo! Não deixemos para o próximo o que podemos e devemos fazer neste Natal: operar este “milagre” dentro de nós – oferecer a Jesus nossos corações em forma de manjedoura onde Ele possa se aninhar! Feliz Natal! D CARTA DE NATAL Pelo espírito Casimiro Cunha Meu amigo. Não te esqueças. Pelo Natal do Senhor, Abre as portas da bondade Ao chamamento do Amor. Reparte os bens que puderes Às luzes da devoção. Veste os nus. Consola os tristes, Na festa do coração. Mas, não te esqueças de ti, No banquete de Jesus: Segue-lhe o exemplo divino De paz, de verdade e luz. Toma um novo compromisso Na alegria do Natal, Pois o esforço de si mesmo É a senda de cada qual. Sofres? Espera e confia. Não te furtes de lembrar Que somente a dor do mundo Nos pode regenerar. Foste traído? Perdoa. Esquece o mal pelo bem. Deus é a Suprema Justiça. Não deves julgar ninguém. Esperas bens neste mundo? Acalma o teu coração. Às vezes, ao fim da estrada, Há fel e desilusão. Não tiveste recompensas? Guarda este ensino de cor: Ter dons de fazer o bem É a recompensa melhor. Queres esmolas do Céu? Não te fartes de saber Que o Senhor guarda o qui- nhão Que venhas a merecer. Desesperaste? Recorda, Nas sombras dos dias teus, Que não puseste a esperança Nas luzes do amor de Deus. Natal!... Lembrança divina Sobre o terreno escarcéu... Conchega-te aos pobrezinhos Que são eleitos do Céu. - Mas, ouve, irmão! Vai mais longe Na exaltação do Senhor: Vê se já tens a humildade, A seiva eterna do amor. Médium: Francisco Cândido Xavier Fonte: O Mensageiro AGUADEM NOSSO PRÓXIMO NÚMERO NO MÊS DE JANEIRO COMEMORANDO OS 40 ANOS DE FUNDAÇÃO DO CONSOLADOR - COMUNIDADE ESPÍRITA CRISTÃ ! ANO 7 • N° 28 • OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2012

Comunidade Espírita Cristã - consolador.org · Ao chamamento do Amor. Reparte os bens que puderes Às luzes da devoção. Veste os nus. Consola os tristes, ... ANO 7 • N° 28

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CONSOLADORComunidade Espírita Cristã

Distribuição gratuita

Editorial Canto da poesia

ezembro chegou... Mais um Natal chegando... Luzes nas árvo-res, pessoas indo e vindo sobraçando embrulhos de presen-tes e/ou sacolas de supermercado, o relógio parecendo correr

mais rápido que nos outros meses, o tempo curto demais para todos os preparativos...

Será este o verdadeiro espírito do Natal?! Não queremos dizer que desaprovamos o que todos nós fazemos ou que isto é errado e contra a lei de Deus, mas sim que o Natal deveria ser muito mais e não só isso. Deveríamos nos lembrar que Natal significa “nascimento” e que o aniversariante é Jesus, nascido numa manjedoura para exemplifi-car a humildade, a simplicidade em nosso comportamento, a pure-za de coração em nossos sentimentos, o congraçamento de todos nós, Seus irmãos, em torno deste Pai que nos enviou Seu filho bem--amado para relembrar Sua Lei Maior de AMOR, para nos ensinar a seguir todos os Seus mandamentos, resumidos magistralmente em “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si-mesmo”.

Já nos foi asseverado que quando vai chegando o Natal, Jesus fica mais perto de nós, tentando se fazer ouvir em nosso íntimo para que não nos esqueçamos dos mais necessitados, e, assim, lhe ofertarmos sentimentos mais elevados, limpando nossos corações de mágoas, rancores que fazem mal em primeiro lugar a nós mesmos. Se tiver-mos “olhos de ver”, o ar nos parecerá mais leve, o céu mais azul, as crianças mais tranquilas, enfim, a vida mais fácil de se viver.

Ainda há tempo! Não deixemos para o próximo o que podemos e devemos fazer neste Natal: operar este “milagre” dentro de nós – oferecer a Jesus nossos corações em forma de manjedoura onde Ele possa se aninhar! Feliz Natal!

D

CARTA DE NATALPelo espírito Casimiro Cunha

Meu amigo. Não te esqueças.Pelo Natal do Senhor,Abre as portas da bondadeAo chamamento do Amor.

Reparte os bens que puderes Às luzes da devoção.Veste os nus. Consola os tristes,Na festa do coração.

Mas, não te esqueças de ti,No banquete de Jesus:Segue-lhe o exemplo divinoDe paz, de verdade e luz.

Toma um novo compromissoNa alegria do Natal,Pois o esforço de si mesmoÉ a senda de cada qual.

Sofres? Espera e confia.Não te furtes de lembrarQue somente a dor do mundoNos pode regenerar.

Foste traído? Perdoa.Esquece o mal pelo bem.Deus é a Suprema Justiça.Não deves julgar ninguém.

Esperas bens neste mundo?Acalma o teu coração.Às vezes, ao fim da estrada,Há fel e desilusão.

Não tiveste recompensas?Guarda este ensino de cor:Ter dons de fazer o bemÉ a recompensa melhor.

Queres esmolas do Céu?Não te fartes de saberQue o Senhor guarda o qui-nhãoQue venhas a merecer.

Desesperaste? Recorda,Nas sombras dos dias teus,Que não puseste a esperançaNas luzes do amor de Deus.

Natal!... Lembrança divinaSobre o terreno escarcéu...Conchega-te aos pobrezinhosQue são eleitos do Céu.

- Mas, ouve, irmão! Vai mais longeNa exaltação do Senhor:Vê se já tens a humildade,A seiva eterna do amor. Médium: Francisco Cândido Xavier Fonte: O Mensageiro

AGUADEM NOSSO PRÓXIMO NÚMERO NO

MÊS DE JANEIRO COMEMORANDO OS 40

ANOS DE FUNDAÇÃO DO CONSOLADOR -

COMUNIDADE ESPÍRITA CRISTÃ !

ANO 7 • N° 28 • OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 2012

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Consolador - Rua Cinco de Julho, 276 - Copacabana

CONSOLADORComunidade Espírita Cristã

ra o quarto dos cinco filhos de sua família. Nasceu em 1878 na cidade paulista de Piracicaba e foi educado em colégio de orientação metodista. De sua iluminada educadora norte--amaericana, Miss Martha H.Watts, recebeu os primeiros ensinamentos sobre os Evangelhos, o que o encantou desde a

infância e deles retirou inspiração para os seus futuros escritos. Seu pai faleceu quando era ainda muito novo, obrigando-o a tra-

balhar desde cedo para auxiliar a família. Ingressou no comércio tra-balhando com os irmãos mais velhos. Obteve êxito com uma casa comercial fundada por ele mesmo e gozou de uma vida econômica confortável, auxiliando a quem lhe batesse à porta.

Desposou D. Elisa Runcke, que veio a falecer muito cedo, deixando uma filha, Martha, nome dado em homenagem à educadora.

D. Messiota de Campos Pereira, de Juiz de Fora, Minas Gerais, foi sua segunda esposa. Com ela teve mais cinco filhos, um homem e quatro mulheres.

Pedro de Camargo ingressou na vida pública, sendo eleito vereador em sua cidade, porém, como não demonstrasse atração pela política, acabou por abandoná-la.

Em 1905 interessou-se pelo espi-ritismo e nele encontrou respostas para perguntas que lhe rondavam a mente. A partir de então, e por quase trinta anos, Pedro de Camar-go trabalhou na divulgação do Es-piritismo em sua região adotando o pseudônimo de Vinícius.

Mudou-se para São Paulo em 1938 e assumiu a presidência da União Federativa Espírita Paulista, fundando com confrade amigo uma escola de evangelização para jovens e crianças.

Foi convidado a participar do Programa Radiofônico Espírita Evan-gélico do Brasil, por meio do qual pôde continuar seu trabalho de divulgação da Doutrina Espírita pelas ondas hertzianas, posterior-mente com a Rádio Piratininga, trabalho esse iniciado anos antes por Caírbar Schutel, em Araraquara.

Realizava, todos os domingos, pela manhã, na sede da Federa-ção Espírita do Estado de São Paulo, as “Tertúlias Evangélicas” que chamavam a atenção do público pela intimidade com os conteúdos evangélicos.

Colaborou no periódico“O Semeador” órgão de divulgação da Fe-

BIOGRAFIAVinícius (Pedro de Camargo)

A APOLOGIA DA VINGANÇA E O PONTO DE VISTA ESPÍRITA

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deração Espírita do Estado de São Paulo e no “Reformador”, da Fe-deração Espírita Brasileira, além dos livros, todos editados pela FEB.

O grande sonho de Vinícius sempre foi uma instituição educacional espírita. E ele conseguiu realizá-lo quando fundou o “Instituto Espírita de Educação” e, mais tarde, o “Externato Hilário Ribeiro” fazendo parte da direção das duas instituições e auxiliando-as até 1962.

Vinícius era grande orador espírita e muito requisitado pelas casas es-píritas da capital paulista e região. Desenvolveu também atividades no campo da assistência social, não obstante acreditasse que o trabalho de iluminação de consciências viesse em primeiro plano. Seus livros sem-pre tiveram a palavra Mestre como título, referindo-se a Jesus. Entre elas temos: Em torno do Mestre, Na Seara do Mestre, O Mestre na Educação, Em Busca do Mestre. Desencarnou em 1966 na capital paulista.

Pesquisas na Vikipédia – InternetNota: Conheci Vinícius em minha mocidade e assisti a muitas de suas

memoráveis ‘tertúlias’ na Federação Espirita do Estado de São Paulo, o que muito contribuiu para minha formação espírita. Ao final delas o coral da Federação se apresentava iluminando ainda mais o ambiente. Entre as músicas preferidas pelo expositor estavam a canção napolitana “Santa Lucia” e “La Speranza” da trilogia “Fé, Esperança e Caridade” do grande compositor Rossini.

Yvonne Pereira dizia-me que seu mestre encarnado fora Vinícius, em-bora nunca houvesse tido contato pessoal com ele. G.S.

uando a atriz entrevis-tada disse que a ‘aque-la novela da TV tinha como fio condutor a vingança’ eu constatei a

obviedade de seu pronunciamen-to; a maioria de novelas, filmes, romances, inclusive alguns espí-ritas, têm este alinhamento em suas tramas. Para a cultura emi-nentemente materialista na qual vivemos é até louvável que os per-sonagens se satisfaçam com o gos-tinho do desforço pelos proble-mas criados pelos seus desafetos, uma vez que - segundo tal cultura - ninguém terá que prestar contas perante o nada, ou a supostas leis da remota possibilidade de outra vida após esta. No entanto, para a Doutrina dos Espíritos, a vingan-ça é um ato deplorável para o es-

pírito, requerendo às vezes séculos para que ele se reequilibre de seus desatinos e possa quitar-se peran-te a justiça divina. Tanto isto é real que os doutrinadores nas sessões de desobsessão e socorro espiri-tual estão sempre às voltas com o problema de tentar livrar do erro em que permanecem as entidades que lá comparecem reivindican-do vingança, ou se lastimando de não poderem realizá-la devido a ação das preces e impedimentos de entidades que protegem suas vítimas.

A mensagem de Jesus é cristali-na a esse respeito quando aconse-lha aos seus discípulos a apresen-tar a outra face a alguém que lhes bata numa delas, sobrepondo-se à antiga lei mosaica do olho por olho e dente por dente. Vinícius, o

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Visite nosso site : www.consolador.org

CONSOLADORComunidade Espírita Cristã

MÉDIUNS NOTÁVEISFernando de Lacerda

grande pregador espírita, dizia em suas palestras que se a humanida-de se ativesse ainda à lei mosaica, estaria melhor nos dias atuais, pois Moisés pedia que se retribu-ísse o mal feito a alguém com ou-tro mal igual, mas que os homens continuam a revidar, no mínimo redobrando a agressão sofrida, a guerrear a pretexto de ínfimas afrontas - o que ainda acontece in-felizmente entre as nações.

Segundo a mensagem do espí-rito de Jules Olivier, encontrada em “O evangelho Segundo o Es-piritismo”, ‘a vingança tem como companheiras assíduas a falsidade e a baixeza’ e quando não chega a extremos na crueldade crimi-nosa, ataca o inimigo na honra e nas afeições, não recuando diante da calúnia e pérfidas insinuações, habilmente espalhadas a todos os ventos’... E termina sua men-sagem dizendo que não ousaria pensar que um membro da gran-

de família espírita pudesse ceder ao impulso da vingança, senão para perdoar. Os bons romances espíritas mostram claramente os resultados dos mais diversos tipos de desforra usados para atingir suas vítimas, alertando-nos para que nos vacinemos contra essa in-dignidade que continua a assolar a humanidade, ainda atuante em muitos cristãos desavisados.

Lembramos também aos pais para que procurem extirpar o malévolo sentimento de vingança que porventura surja em seus fi-lhos, sentimento esse oriundo dos tempos da selvageria por que to-dos nós passamos em nossa evo-lução. Já é tempo de nos libertar-mos de suas infelizes insinuações, pois elas poderão se transformar em garras sanguinárias se não lhe dermos acirrado combate, apoian-do-nos no Evangelho de Jesus.

Gerson Sestini

ernando Augusto de Lacerda e Mello, foi um conhecido médium português que muito contribuiu para a divulgação do Espiritis-mo nos paises de língua portuguesa. Nasceu em Loures, próxi-

mo a Lisboa, em 1865, e desencarnou no Rio de Janeiro, Brasil, em Agosto de 1918.

Passou os primeiros anos de sua vida em Loures e aos 13 anos de idade seguiu para Lisboa, onde viveu até aos 18 anos, em casa de um tio mais abastado. Nesse período professou idéias republicanas, tendo se desiludido com as intrigas da política e, até mesmo, perdido a fé religiosa materna.

Em 1887 iniciou sua colaboração na imprensa, e dois anos após ma-nifestou-se sua mediunidade no terreno da psicografia mecânica. A faculdade causou-lhe verdadeira surpresa, uma vez que o seu braço era tomado involuntáriamente por uma entidade que conhecera quando encarnada, e que escrevia com a mesma caligrafia e assinatura que lhe conhecera em vida. O teor dessas mensagens era sarcástico e injurio-so contra o próprio médium, tendo o fenômeno perdurado por largo tempo.

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De volta a Lisboa, ingressou na polícia administrativa do Governo Civil onde, gradualmente, ascendeu até chegar ao cargo de sub-inspe-tor, tendo sempre se destacado por sua probidade e competência, as-sumindo simultaneamente a gestão de uma fábrica que herdara do tio.

A prática mediúnica

Passada a fase das manifestações iniciais, a partir de Outubro de 1906, Fernando de Lacerda começa a receber diversas mensagens do plano espiritual, assinadas por escritores renomados e personalidades do mundo social, já desencarnados.

Segundo descreveria mais tar-de, uma noite percebeu uma voz emanada de uma entidade in-visível, informando que deseja-va transmitir uma mensagem a uma personalidade conhecida no mundo das letras. Obedecendo, o médium dirigiu-se a sua mesa de trabalho, tomou do lápis e ime-diatamente recebeu comovedo-ra mensagem de Camilo Castelo Branco ao seu amigo encarnado,

António José da Silva Pinto, vigoroso polemista e conhecido escritor.De modo geral, Fernando de Lacerda sentia a aproximação do es-

pírito que desejava se comunicar, e, normalmente, via-o em seguida. Era frequente o médium permanecer em estado de vigília, enquanto mantinha conversação com os encarnados presentes; o lápis que em-punhava, rápidamente preenchia as laudas de papel. Nessas ocasiões encontrava-se alheio ao teor das mensagens, desconhecendo muitas vezes o significado de palavras e expressões, bem como fatos nelas re-feridos. Por vezes, chegou a receber duas mensagens simultâneamente,

Publicação Trimestral do Consolador - Comunidade Espírita Cristã

Rua Cinco de Julho, 276 - Copacabanawww.consolador.org

Presidente: José CorniVice-Presidentes: Sandra Aurora A. dos Santos,Dilce de Cássia L. Tavares BitencourtDiretor Doutrinário: Gerson SestiniJornalista Responsável: Vivian Rodrigues Designer Gráfico: Gilbert Corni Cartas para este jornal: Aos cuidados do Consolador Rua Cincode Julho, 276 - Copacabana - 22051-030 - Rio de Janeiro - RJ

e-mail: [email protected]

Expediente

CONSOLADORComunidade Espírita Cristã

4 CONSOLADORComunidade Espírita Cristã

com o uso das duas mãos.As comunicações recebidas em reuniões mediúnicas eram encami-

nhadas aos jornais, logo sendo conhecidas e comentadas num verda-deiro fenómeno na mídia portuguesa da época. As primeiras mensa-gens, coligidas, foram publicadas em livro – Do Paiz da Luz - em, cuja primeira edição logo se esgotaria, pela curiosidade em torno das pa-lavras de autores desencarnados, portugueses e estrangeiros, queridos e vivos na memória popular: Eça de Queiroz, Camilo Castelo Branco, Alexandre Herculano, Émile Zola, entre outros escritores e poetas que figuram nos quatro volumes de sua obra.

A perseguição ideológica e o auto-exílio

Fernando de Lacerda dividia o tempo entre as suas funções na polí-cia, a educação de Laura, sua sobrinha, órfã de mãe desde os 2 anos de idade, e Fernando, filho do gerente da fábrica, também órfão de mãe, com a mesma idade de Laura, e o trabalho mediúnico.

Em 1908, consumando-se o regicídio do rei D. Carlos e do príncipe Luís Filipe, intensificaram-se as lutas em torno das idéias republicanas. Portugal mergulhou em profunda crise político-institucional. Servi-dor público identificado com a monarquia, espírita cristão declarado, defensor público do conceito de Deus, da alma e da vida após a mor-te, através das mensagens que psicografava, de figuras desparecidas e respeitadas no mundo literário português, divulgadas pelos periódicos portugueses, Fernando de Lacerda não ficaria imune à queda da mo-narquia e consequente implantação da República no país em 1910.

Tendo a sua probidade questionada, profissional e pessoalmente, através de intensa campanha que lhe foi movida pelo advogado e jor-nalista Fernão Botto Machado, Fernando de Lacerda pediu uma sin-dicância de seus próprios atos na função pública, provando-se apenas que o sub-inspector da Polícia era culpado de ser demasiado tolerante com os seus subordinados.

Devido à repercussão de outra sindicância em que Fernando de Lacerda foi afastado de suas funções e injustamente admoestado no sentido de que não poderia mais continuar exercendo o seu cargo na polícia, em julho de 1911 ele embarca para o Brasil, entregando aos seus irmãos a direção da fábrica, cuja situação financeira não era das melhores à época, bem como a educação das crianças, então já com 12 anos.

No Rio de janeiro, onde aportou a 23 de Julho, foi acolhido e alber-gado pelo amigo Dr. Fernando de Moura, que o conhecera numa via-gem realizada a Portugal alguns anos antes, e por este apresentado, no mesmo dia, à Federação Espírita Brasileira, onde imediatamente foi convidado a participar da sessão que ali se realizava.

Fernando de Lacerda encontrou dificuldades para instalar-se no Bra-sil. Seu amigo, Dr. Fernando Moura socorreu-o, cedendo-lhe os alu-gueis de dois sobrados na praia do Flamengo, passando o médium a viver daqueles proventos.

A morte, no Brasil

No Brasil, o médium continuou a receber as comunicações dos ami-gos espirituais, entregando-as aos jornais cariocas para publicação, en-

quanto prosseguia sua tarefa mediúnica de doutrinador dos espíritos em sofrimento, tendo publiado uma pequena obra através do espírito Silva Pinto: O Suicídio, Suas Causas e Seus Efeitos, em 1913.

Com a chegada ao Rio de Janeiro do seu afilhado, que vinha traba-lhar no setor bancário, uma hérnia formada há anos rebentou, sendo o médium conduzido a um hospital para uma cirurgia de emergência, à qual não resistiu, vindo a falecer de septicemia no dia 6 de Agosto de 1918. À época de sua desencarnação, trabalhava na preparação do quarto volume de “Do Paiz da Luz”. Um amigo retomou os originais deixados pelo médium, vindo a ser publicado o último volume da série em 1926.

Fonte de consultas: internet:RIZZINI, Jorge. Kardec, Irmãs Fox e Outros. Editora EME, VASCONCELOS, Manuela. Fernando de Lacerda: o médium português. Lisboa: Comunhão Espírita Cristã de Lisboa

LIVRO DO TRIMESTRENossa Vida no Além

arlene Nobre, presidente da Associação Médico--Espírita do Brasil e di-retora do jornal “Folha Espírita”, é autora da

obra “Nossa Vida no Além”, editada pela Fé Editora Jornalística.

O livro, constituído por ampla pesquisa bibliográfica em obras espíritas e também não espíritas, sendo a maioria das primeiras psi-cografadas por Francisco Cândido Xavier, dá-nos um extenso painel sobre a sobrevivência do espírito. Na Codificação Espírita encontramos o estudo feito por Kardec em “O Céu e o Inferno” analisando comunica-ções obtidas na Sociedade Espírita de Paris . Depois dele outros auto-res se ocuparam do assunto, nos sé-culos XIX, XX, continuando até os dias atuais.

A autora faz considerações so-bre as experiências de quase-morte (EQM), fenômeno já aceito pela ciência oficial; transcreve os fatos narrados por estudiosos não espíri-tas, entre eles Dr.Raymond Moody Jr. e Dra. Elizabeth Kübler-Ross. No capítulo “Como é Morrer” descre-ve o complexo processo da morte, retirando-os das obras de André Luiz e estendendo o assunto nos di-ferentes processos da definitiva tra-vessia para o estágio na erraticida-de: o encontro com entes queridos já desencarnados, a jornada para os locais de recuperação e refazimento, a acolhida em colônias espirituais afins ao seu grau evolutivo, e a adap-tação à nova vida, tudo amplamente ilustrado, com dezenas de exemplos retirados da vasta bibliografia das obras psicografadas por Francisco Cândido Xavier.

Neste livro encontramos respos-tas a muitas de nossas perguntas a respeito de nossa existência além da vida física, dentro da realidade e da lógica que a Doutrina Espírita nos oferece. Cremos que o leitor, tanto o curioso como o estudante do es-piritismo, tenham especial interesse por este tema.

Consultas na Internet: Mundo Espírita

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