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Rev. FAE, Curitiba, v.5, n.2, p.37-48, maio/ago. 2002 |37 Revista da FAE Uma discussão sobre o conceito de desenvolvimento* Gilson Batista de Oliveira** Resumo A busca desenfreada pela industrialização e pelo desenvolvimento econômico levou a maioria dos países do mundo a concentrar seus esforços na promoção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), deixando a qualidade de vida em segundo plano. O crescimento econômico era visto como meio e fim do desenvolvimento. Esta visão está mudando lentamente, mas deixou graves danos para a humanidade. Desta forma, o objetivo desse artigo é esclarecer o significado do conceito de desenvolvimento, enfatizando a controvérsia existente entre este e o conceito de crescimento econômico. Procura-se ademais discutir a relação entre desenvolvimento e meio ambiente, desenvolvimento e industrialização, assim como o conceito de desenvolvimento humano. Palavras-chave: crescimento econômico, desenvolvimento, industrialização e desenvolvimento humano. Abstract A wild search for industrialization and economic development leads most of the countries of the world to concentrate their efforts in promoting a Gross National Product increase, letting quality of life be in a second level. The economic growth was seen as the only way of reaching development. This focus on growth is changing, little by little, nevertheless it brought serious damages for humanity. The aim of this paper is to clarify the meaning of the concept of development, emphasizing the existing controversy between this concept and the concept of economic growth. It argues the relation between development and environment, development and industrialization, as well as the concept of human development. Key words: economic growth, development, industrialization and human development. *Este artigo é baseado na discussão central da dissertação de mestrado do autor, intitulada O Desenvol- vimento Humano e Social na Região Metropolitana da Baixada Santista: 1970, 1980 e 1991” apresentada, em julho de 1999 ao Curso de Mestrado em Desenvolvimento Econômico da Universidade Federal do Paraná. **Economista. Mestre em Desenvol- vimento Econômico pela Universi- dade Federal do Paraná, UFPR. Professor da FAE - Business School. E-mail: [email protected]

Conceito de desenvolvimento

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Rev. FAE, Curitiba, v.5, n.2, p.37-48, maio/ago. 2002 |37

Revista da FAE

Uma discussão sobre o conceitode desenvolvimento*

Gilson Batista de Oliveira**

Resumo

A busca desenfreada pela industrialização e pelo desenvolvimentoeconômico levou a maioria dos países do mundo a concentrar seus esforçosna promoção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), deixando aqualidade de vida em segundo plano. O crescimento econômico era vistocomo meio e fim do desenvolvimento. Esta visão está mudando lentamente,mas deixou graves danos para a humanidade. Desta forma, o objetivodesse artigo é esclarecer o significado do conceito de desenvolvimento,enfatizando a controvérsia existente entre este e o conceito de crescimentoeconômico. Procura-se ademais discutir a relação entre desenvolvimentoe meio ambiente, desenvolvimento e industrialização, assim como o conceitode desenvolvimento humano.

Palavras-chave: crescimento econômico, desenvolvimento, industrializaçãoe desenvolvimento humano.

Abstract

A wild search for industrialization and economic development leads mostof the countries of the world to concentrate their efforts in promoting aGross National Product increase, letting quality of life be in a second level.The economic growth was seen as the only way of reaching development.This focus on growth is changing, little by little, nevertheless it broughtserious damages for humanity. The aim of this paper is to clarify the meaningof the concept of development, emphasizing the existing controversybetween this concept and the concept of economic growth. It argues therelation between development and environment, development andindustrialization, as well as the concept of human development.

Key words: economic growth, development, industrialization and humandevelopment.

*Este artigo é baseado na discussãocentral da dissertação de mestradodo autor, intitulada O Desenvol-vimento Humano e Social na RegiãoMetropolitana da Baixada Santista:1970, 1980 e 1991” apresentada,em julho de 1999 ao Curso deMestrado em DesenvolvimentoEconômico da Universidade Federaldo Paraná.

**Economista. Mestre em Desenvol-vimento Econômico pela Universi-dade Federal do Paraná, UFPR.Professor da FAE - Business School.E-mail: [email protected]

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Introdução

O desenvolvimento da indústria e ocrescimento dos padrões de consumo têm levadoo homem a refletir sobre a vida que leva. Isto é,pensar sobre os efeitos do processo de crescimentoeconômico no padrão de vida da sociedade. Essaconsciência vem florescendo, principalmente, apartir da Segunda Guerra Mundial.

A década de 1990 foi marcada por uma sériede debates sobre o chamado desenvolvimentosustentável. Este conceito abrange a preocupaçãoda sociedade com a oferta futura de bens eserviços indispensáveis à sobrevivência dahumanidade. A ECO-92, no Rio de Janeiro, é umexemplo da preocupação do homem com seuplaneta e com seu semelhante. As nações passama preocupar-se finalmente com os impactos doprocesso de crescimento na qualidade de vida.

Neste artigo procura-se discutir o verdadeirosentido do desenvolvimento. Para tanto, éabordada a relação entre o conceito de crescimentoeconômico e o conceito de desenvolvimento, assimcomo a relação entre desenvolvimento, meioambiente, industrialização e qualidade de vida.

O sentido do desenvolvimento

O debate acerca do conceito de desenvol-

vimento é bastante rico no meio acadêmico,

principalmente quanto à distinção entre

desenvolvimento e crescimento econômico, pois

muitos autores atribuem apenas os incrementos

constantes no nível de renda como condição para

se chegar ao desenvolvimento, sem, no entanto,

se preocupar como tais incrementos são

distribuídos. Deve-se acrescentar que “apesar das

divergências existentes entre as concepções de

desenvolvimento, elas não são excludentes. Na

verdade, em alguns pontos, elas se completam”

(SCATOLIN, 1989, p.24).

O desenvolvimento, em qualquer concepção,deve resultar do crescimento econômico acompa-nhado de melhoria na qualidade de vida, ou seja,deve incluir “as alterações da composição doproduto e a alocação de recursos pelos diferentessetores da economia, de forma a melhorar osindicadores de bem-estar econômico e social(pobreza, desemprego, desigualdade, condiçõesde saúde, alimentação, educação e moradia)”(VASCONCELLOS e GARCIA, 1998, p. 205).

Os debates sobre o desenvolvimentoeconômico foram acirrados no período posteriorà segunda grande guerra.1 Segundo Sunkell ePaz (1988), terminado o conflito bélico, que foiresultado de fatores econômicos, políticos ehistóricos muito profundos, que não cabeanalisar aqui, o tema foi encarado por todos ospaíses, principalmente os aliados, que visavamlivrar o mundo, e, obviamente, seus própriosterritórios, dos problemas que os perseguiam(e ainda perseguem) nos períodos anteriores:guerra, desemprego, miséria, discriminaçãoracial, desigualdades políticas, econômicas esociais. Essa preocupação revelou os anseios deprogresso e de melhoria das condições de vidadas nações e regiões, que podem ser vislumbradostanto na primeira Declaração Inter-aliada de1941, como na Carta do Atlântico, do mesmoano, que expressavam o desejo de criarcondições para que todos os homens possamdesfrutar de seguridade econômica e social. Taisintenções foram reafirmadas em diversas

1 A Segunda Guerra Mundial durou de 1939 a 1945.

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declarações e conferências que sucederam operíodo de guerra.2

O documento de maior importância dessaépoca, no que tange a questões de desenvol-vimento, é a Carta das Nações Unidas, divulgada,em abril de 1945, na Conferência de SãoFrancisco. Cabe lembrar que foi em São Francisco,nesse mesmo ano, a criação oficial daOrganização das Nações Unidas (ONU), compostainicialmente por 51 países, cuja finalidadeprimava pela manutenção e melhoramento dosníveis de qualidade de vida, ou seja, tinha comopropósito contribuir para a elevação dos níveisde desenvolvimento em todos os sentidos dotermo. Desde sua criação, a ONU está empenhadaem: promover o crescimento e melhorar aqualidade de vida dentro de uma liberdademaior; utilizar as instituições internacionais parapromoção do avanço econômico e social;conseguir cooperação internacional necessáriapara resolver os problemas internacionais deordem econômica, social, cultural ou de caráterhumanitário; e promover e estimular o respeitoaos direitos humanos e as liberdadesfundamentais de toda a população do globo,sem distinção de raça, credo, sexo, idioma ou cor.

Com a ONU intensificaram-se os debatesacerca do conceito e dos meios para seconquistar o desenvolvimento. Passado o piorda crise bélica (Segunda Guerra), foi criada,pelos países aliados e pela própria Organizaçãodas Nações Unidas, uma série de programas eorganismos especiais para ajudar os países atratar dos problemas econômicos e sociais demodo a manter o equilíbrio mundial. Dentreesses, pode-se citar o Fundo MonetárioInternacional, o Banco Internacional deReconstrução e Desenvolvimento, o AcordoGeral de Tarifas e Comércio, o Programa dasNações Unidas para Agricultura e Alimentação, o

Programa para a Educação, Ciência e Cultura, aOrganização Mundial de Saúde, a OrganizaçãoInternacional do Trabalho, cada um com funçãoe instrumentos específicos de atuação, mas comum objetivo em comum: melhorar a qualidadede vida das pessoas.

No entanto, a controvérsia entre os conceitosde crescimento econômico e desenvolvimentoainda não foi bem esclarecida. Como bem observaScatolin (1989, p.06):

Poucos são os outros conceitos nas Ciências Sociais quetêm-se prestado a tanta controvérsia. Conceitos comoprogresso, crescimento, industrialização, transformação,modernização, têm sido usados freqüentemente comosinônimos de desenvolvimento. Em verdade, elescarregam dentro de si toda uma compreensão específicados fenômenos e constituem verdadeiros diagnósticosda realidade, pois o conceito prejulga, indicando em quese deverá atuar para alcançar o desenvolvimento.

O debate sobre o tema é acirrado pelaconceituação econômica do termo desen-volvimento. Os economistas vêem surgir anecessidade de elaborar um modelo dedesenvolvimento que englobe todas as variáveiseconômicas e sociais.3 Sob o prisma econômico,“desenvolvimento é, basicamente, aumento dofluxo de renda real, isto é, incremento naquantidade de bens e serviços por unidade detempo à disposição de determinada coletividade”(FURTADO, 1961, p.115-116).

2 O desejo de disseminar o progresso e o desenvol-vimento econômico também estava expresso na Declaraçãodas Nações Unidas, firmada por representantes de 26 nações,em 1942.

3 Para Souza (1993, p. 15), a discussão a respeito do“desenvolvimento econômico no Brasil tomou forma comos estudos da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos (1951/53) e do Grupo Misto BNDES-CEPAL (1953/55), queforneceram elementos para os planos nacionais [dedesenvolvimento] subseqüentes”.

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Sandroni (1994) já considera desenvolvimentoeconômico como crescimento econômico(incrementos positivos no produto) acompanhadopor melhorias do nível de vida dos cidadãos e poralterações estruturais na economia. Para ele, odesenvolvimento depende das características decada país ou região. Isto é, depende do seu passadohistórico, da posição e extensão geográficas, dascondições demográficas, da cultura e dos recursosnaturais que possuem.

Milone (1998) diz que para se caracterizaro desenvolvimento econômico deve-se observarao longo do tempo a existência de variaçãopositiva de crescimento econômico, medidopelos indicadores de renda, renda per capita,4

PIB5 e PIB per capita, de redução dos níveis depobreza, desemprego e desigualdade e melhoriados níveis de saúde, nutrição, educação, moradiae transporte.

Souza (1993) aponta a existência de duascorrentes de pensamento econômico sobre otema. A primeira corrente encara o crescimentocomo sinônimo de desenvolvimento, enquantona segunda crescimento é condição indispensávelpara o desenvolvimento, mas não é condiçãosuficiente. Na primeira corrente estão os modelosde crescimento da tradição clássica e neoclássica,como os de Harrod e Domar.6 Já na segundacorrente estão os economistas de orientaçãocrítica, formados na tradição marxista7 oucepalina,8 que conceitua o crescimento como umasimples variação quantitativa do produto,enquanto desenvolvimento é caracterizado por

mudanças qualitativas no modo de vida daspessoas, nas instituições e nas estruturasprodutivas. São exemplos dessa última correnteos economistas Raul Prebisch e Celso Furtado.

O desenvolvimento deve ser encarado comoum processo complexo de mudanças etransformações de ordem econômica, política e,principalmente, humana e social. Desenvolvimentonada mais é que o crescimento – incrementospositivos no produto e na renda – transformadopara satisfazer as mais diversificadas necessidadesdo ser humano, tais como: saúde, educação,habitação, transporte, alimentação, lazer,dentre outras.

Scatolin (1989, p.15) diz que essa visãocomeçou a ser difundida, no final da década de1940, pelos economistas estruturalistas (ligados

O desenvolvimento deve serencarado como um processo

complexo de mudanças etransformações de ordem

econômica, política e,principalmente, humana e social

4 O termo per capita é utilizado para fazer referência aopeso médio. Isto é, quer dizer que representa o somatório davariável em questão dividido pela população.

5 Produto Interno Bruto é o somatório de todos os bense serviços produzidos em uma economia em determinadoperíodo de tempo.

6 O modelo de Harrod e Domar engloba três variáveisbásicas para explicar o crescimento: taxa de investimento (I),taxa de poupança (S) e relação produto/capital (Y/K). Paraesses economistas, a taxa de crescimento do produto (Y’) édeterminada pela propensão a poupar (s=S/Y), que representaa parcela da renda não consumida, que servirá para ofinanciamento do investimento, multiplicada pela relaçãomarginal produto/capital (v=DY/DK=DY/DI), que, por sua vez,representa a variação do produto se aumentar uma unidadeadicional de capital. Algebricamente, Y’=s.v. Assim, setivermos, por exemplo, s=15% e v=0,20 teremos Y’=0,03.Isto quer dizer que o país pode crescer 3% se tiver uma taxade poupança de 15% da renda e uma relação produto/capitalde 0,20 (VASCONCELOS e GARCIA, 1998).

7 Pensamento formado no modelo criado por Karl Marxque defende a supressão da exploração do homem por seusemelhante e a instalação do regime socialista.

8 Refere-se aos economistas que seguem os ensinamentosda CEPAL – Comissão Econômica para América Latina e Caribe.

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à CEPAL), que passaram a encarar o desenvol-vimento de maneira bem distinta do crescimento.“Enquanto este era entendido como um processode mudança ‘quantitativa’ de uma determinadaestrutura, desenvolvimento era interpretado comoum processo de mudança ‘qualitativa’ de umaestrutura econômica e social.”

Seguindo o raciocínio de Souza (1993), odesenvolvimento econômico requer um ritmo decrescimento econômico contínuo9 (k) e superiorao crescimento da população (r). Isso, é claro,englobando mudanças estruturais e melhorianos indicadores de qualidade de vida. Ocrescimento aparece, portanto, como a chavepara a solução dos problemas humanos e para odesenvolvimento. Porém, numa definição maisdetalhada, a questão é saber como as variaçõesde k são distribuídas entre a população. Ainda,se este crescimento é fruto de investimentos emhabitação, educação, dentre outros fatores quecontribuem para melhorar as condições de vida,ou em armas (equipamentos militares).Analogamente, se tivermos k<r estaremos numasituação em que o crescimento econômico éinsuficiente em relação ao crescimento dapopulação. Essa situação é típica dos países eregiões subdesenvolvidas, que tambémapresentam estruturas econômicas inadequadase elevada concentração de renda, bem comobaixos níveis de condições de vida.

Scatolin (1989, p.7), fazendo uma análise dodesempenho dos indicadores de desenvolvimentopara o Estado do Paraná, aborda bem essaproblemática. Demonstra que “para muitosautores o desenvolvimento é entendido comocrescimento econômico. O problema básico daeconomia brasileira é a falta de crescimento. Ogrande desafio é que se obtenham taxas decrescimento do produto de forma mais rápidado que as taxas de incremento populacional”.

Nesses termos, o crescimento econômico precisaacontecer em ritmo capaz de atender àssolicitações das distintas classes sociais, regiõese países.

É desta maneira que o desenvolvimentopassa a ser entendido como uma resultante doprocesso de crescimento, cuja maturidade se dáao atingir o crescimento auto-sustentado, ouseja, talvez alcançar a capacidade de crescer semfim, de maneira contínua. Em nome dodesenvolvimento buscam-se valores crescentes:mais mercadorias, mais anos de vida, maispublicações científicas, mais pessoas com títulosde doutor, dentre vários outros.

Dessa maneira, na procura pelo crescimentosempre está presente o sentimento de que o bomé quando se tem mais, não importando aqualidade desse acréscimo. Nesse sentido, sãoconsideradas desenvolvidas as sociedades capazesde produzir continuamente. É por isso que asnações perseguem o desenvolvimento (este comosinônimo de crescimento econômico) com oobjetivo de acumular cada vez mais bens, sem,no entanto, se preocupar com os efeitos dessaacumulação desenfreada (CASTORIADIS, 1987).

Mesmo com tanta controvérsia, ocrescimento econômico, apesar de não sercondição suficiente para o desenvolvimento, éum requisito para superação da pobreza e paraconstrução de um padrão digno de vida.

9 Milone (1998, p. 512), nos diz que a economia, isto é,“o produto, cresce desde que ocorra: 1) acumulação de capital:através do aumento de máquinas, indústrias etc.; da realizaçãode obras de infra-estrutura: estradas, energia etc.; e doinvestimento em recursos humanos: melhor preparação damão-de-obra, etc. 2) crescimento da população: um aumentoda população implica um aumento da força de trabalho e dademanda interna. (...). 3) progresso tecnológico: pode serneutro; poupador de capital ou poupador de trabalho”.

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Desenvolvimento e meio ambiente

A preocupação em preservar o meio ambientefoi gerada pela necessidade de oferecer àpopulação futura as mesmas condições e recursosnaturais de que dispomos. Essa problemática, quese faz constantemente presente nos nossos dias,foi abordada inicialmente na teoria econômica,em 1798, por Thomas R. Malthus, na sua obra AnEssay on the Principle of Population, e retomadacom maior força na segunda metade do séculopassado pelo chamado Clube de Roma, queelaborou e publicou um relatório intitulado TheLimits to Growth, em 1972, sob a organização deDornella H. Meadows.

Malthus (1996) demonstra preocupação como estrangulamento da produção de alimentos, quecresce, na sua visão, linearmente em relação aocrescimento exponencial da população. Adefinição de crescimento linear e crescimentoexponencial pode ser melhor entendida seolharmos os conceitos da matemática de funçãolinear e função exponencial. A função linear temprogressão aritmética enquanto a funçãoexponencial tem progressão geométrica. Assim, ocrescimento da população seria sempre maior queo acréscimo na produção de alimentos, e chegariao dia cuja sobrevivência da humanidade ficariacomprometida. Porém, Malthus não contava queas inovações das técnicas e do modo de produçãoampliassem a produtividade do setor agrícola,tampouco previa uma redução nas taxas decrescimento da população.

Os autores do texto apresentado pelo Clubede Roma retomaram o postulado de Malthusacrescendo novos elementos à discussão. O modeloelaborado por eles apresenta cinco grandes temasde preocupação global: 1) aceleração daindustrialização; 2) aumento dos indicadores dedesnutrição; 3) rápido crescimento populacional;4) deploração dos recursos naturais não renováveis

e 5) deterioração do meio ambiente. Obviamente,sempre pensando no longo prazo, para garantir asobrevivência das gerações futuras, procuraramdirecionar os debates para o caráter sustentável dodesenvolvimento. Com isso, chamaram a atençãopara problemas, principalmente poluição edegradação do meio ambiente, que afetam aqualidade de vida de todo o planeta ereacenderam a chama do debate sobre o sentidodo desenvolvimento (MEADOWS et al., 1972).

O movimento em torno do desenvolvimentosustentável, contra a degradação ambiental, naatualidade é muito grande. Centenas deorganizações não governamentais (ONGs) epraticamente todos os governos e órgãos oficiaisdo mundo lutam pelo controle da poluição epela preservação da natureza como forma degarantir a qualidade de vida no nosso planeta.10

A idéia de desenvolvimento sustentável estáfocada na necessidade de promover odesenvolvimento econômico satisfazendo osinteresses da geração presente, sem, contudo,comprometer a geração futura. Isto é, tem queatender “às necessidades do presente, semcomprometer a capacidade das novas geraçõesatenderem às suas próprias necessidades”(COMISSÃO..., 1991, p.46).

Pensar em desenvolvimento é,antes de qualquer coisa, pensarem distribuição de renda, saúde,

educação, meio ambiente...

10 As ONGs são instituições privadas, sem fins lucrativos,que implementam ações socioambientais. Nos últimos anos,as ONGs têm tido participações significativas na luta pelapreservação do meio ambiente e por uma melhor qualidadede vida em diversas regiões. Dentre outras ações, as ONGsvêm realizando programas de educação ambiental, deproteção de mananciais, de coleta seletiva e reciclagem delixo e de conservação da fauna e da flora.

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A história do pensamento sobre desenvol-vimento sustentável está diretamente ligada àhistória do pensamento ambiental. O conceitode desenvolvimento sustentável é parteinextrincável do movimento ambientalista quesurgiu na Europa e nos Estados Unidos nasdécadas de 1960 e 1970. Basicamente, podemosdividir a evolução da preocupação com odesenvolvimento sustentável em cinco temas:

1) preservação da natureza;

2) desenvolvimento da administração(gerenciamento) e da ciência ecológicanos trópicos;

3) ambientalismo e crise global;

4) ecologia global, conservação e meioambiente;

5) ambientalismo global.

Sachs (1993), discutindo a questão dodesenvolvimento sustentável, aponta cincodimensões de sustentabilidade dos sistemaseconômicos que devem ser observadas para seplanejar o desenvolvimento: social, econômica,ecológica, espacial e cultural. O objetivo dasustentabilidade social é melhorar os níveis dedistribuição de renda, com a finalidade de diminuira exclusão social e a distância (econômica) quesepara as classes sociais. A sustentabilidadeeconômica diz respeito a aumentos na eficiênciado sistema, seja na alocação de recursos ou na suagestão. Sustentabilidade ecológica concerne àpreservação do meio ambiente, sem, contudo,comprometer a oferta dos recursos naturaisnecessários à sobrevivência do ser humano. Asustentabilidade espacial refere-se ao tratamentoequilibrado da ocupação rural e urbana, assimcomo de uma melhor distribuição territorial dasatividades econômicas e assentamentos humanos.Já a sustentabilidade cultural diz respeito àalteração nos modos de pensar e agir da sociedadede maneira a despertar uma consciência ambiental

que provoque redução no consumo de produtoscausadores de impactos ambientais.

Considerando essas dimensões, na visão deSachs (1993), consegue-se atingir o desenvol-vimento sustentável. Isso, obviamente, nãoesquecendo que os agentes econômicos(empresas, famílias e governo) têm carências quenão podem deixar de ser atendidas.

Satisfazer as necessidades e as aspirações humanas é oprincipal objetivo do desenvolvimento. Nos países emdesenvolvimento, as necessidades básicas de grandenúmero de pessoas – alimento, roupas, habitação,emprego – não estão sendo atendidas. Além dessasnecessidades básicas, as pessoas também aspiramlegitimamente a uma melhor qualidade de vida. Nummundo onde a pobreza e a injustiça são endêmicas,sempre poderão ocorrer crises ecológicas e de outrostipos. Para que haja um desenvolvimento sustentável, épreciso que todos tenham atendidas as suas necessidadesbásicas e lhes sejam proporcionadas oportunidades deconcretizar as suas aspirações e uma vida melhor(COMISSÃO..., 1991, p.46-47).

Essa discussão é fundamental para esclarecera controvérsia entre o conceito de crescimentoeconômico e o conceito de desenvolvimento.Ampliação do produto é importante, mas nãotraz por si só desenvolvimento.

Pensar em desenvolvimento é, antes dequalquer coisa, pensar em distribuição de renda,saúde, educação, meio ambiente, liberdade,lazer, dentre outras variáveis que podem afetara qualidade de vida da sociedade.

Industrialização e desenvolvimento

Na literatura especializada em economiaé muito comum associar desenvolvimento comindustrialização, pois a indústria é responsávelpor incrementos positivos no nível do produto,no assim chamado crescimento econômico. Issoocorre, principalmente, devido à ampliação da

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atividade econômica advinda dos efeitos deencadeamento oriundos do processo de indus-trialização. Tais efeitos servem para aumentar acrença de que a industrialização é indispensávelpara se obter melhores níveis de crescimento ede qualidade de vida. Essa é a razão pela qualtodos os países do mundo almejam tantoindustrializar seu território.

Sobre esse tema, Sunkel e Paz (1988)observam que o desenvolvimento da indústria foidurante algum tempo considerado como sinônimode desenvolvimento econômico. Esse processo, noentanto, não se dá necessariamente de maneiraespontânea, pode ser deflagrado por medidas eações dos governos que vêem na indústria ocaminho para alcançar o desenvolvimento. A idéiade buscar o desenvolvimento por meio daindustrialização é reforçada pelo desempenho dasnações mais industrializadas do planeta, comoEstados Unidos e Inglaterra por exemplo, quealcançaram níveis elevados de conforto e dequalidade de vida.11

Na década de 1950, os países subdesenvol-vidos deram atenção especial à elaboração e àimplementação de planos para se alcançar odesenvolvimento. Porém, esses planos limitavam-se a promover um processo de industrializaçãointensivo que, por ser sinônimo de crescimentoeconômico, era encarado como um processo dedesenvolvimento econômico (MILONE, 1998).

De acordo com Sunkel e Paz (1988), aspolíticas de industrialização e de redistribuiçãode renda foram influenciadas pelas experiênciasdos Estados Unidos, com o New Deal,12 e dosregimes existentes na Alemanha e Itália, queadotaram política de gastos públicos para eliminaro desemprego e sair da crise desencadeada pelaqueda da bolsa de Nova Iorque, em 1929, bemcomo pela experiência planificadora da extintaUnião Soviética.

Na América Latina e no Brasil, durante asdécadas de 1950, 1960 e 1970, as políticas dedesenvolvimento enfatizavam a necessidade depromover o crescimento do produto e da rendapor meio da acumulação de capital e daindustrialização baseada na estratégia desubstituição de importações. Essa estratégiavisava produzir internamente o que antes eraimportado. Para tanto, protegiam-se os produtoresinternos da concorrência estrangeira por meiode taxas e tarifas de importação, além de umasérie de benefícios concedidos pelos governos,que acreditavam ser a industrialização a chavedo desenvolvimento. Esse foi o caminho escolhidopara se tentar romper os laços de dependênciaque os países periféricos (subdesenvolvidos ouem desenvolvimento) mantinham, e ainda

mantêm, com os países centrais (desenvolvidos).13

Sunkel e Paz (1988) dizem que os paísescentrais, notadamente os Estados Unidos,preocupados com problemas de abastecimento deprodutos estratégicos, alimentos e insumosindustriais provenientes da América Latinapromoveram, juntamente com países dessa região,a intensificação da produção agrícola e de certas

11 “Por isso, a industrialização era entendida a um sótempo como a solução para os problemas enfrentados pelaAmérica Latina e o caminho para o desenvolvimento”(SCATOLIN, 1989, p.16).

12 Programa de governo criado e implementado pelopresidente norte-americano Franklin Roosevelt, em 1933, queprevia gastos públicos para gerar emprego e renda e incentivara demanda agregada da economia.

13 Apenas para se ter uma idéia, no ato de criação daONU, dos 51 países que participaram da Conferência de SãoFrancisco, em 1945, “sólo unos diez o doce podíamconsiderarse países desarrollados e industrializados; de losrestantes constituían una proporción mayoritaria loslatinoamericanos, que no habían sufrido em sus territorioslos efectos destructivos del conflito belico mundial” (SUNKELe PAZ, 1988, p.19).

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indústrias básicas para que suas economiaspudessem continuar funcionando normalmente.Essa cooperação, ao invés de romper, fortaleceu eperpetuou os laços de dependência entre os paísesdo centro e os da periferia.

Sobre esse assunto, Souza (1993, p.14) dizque o processo de industrialização não apareceuem todos os lugares a um só tempo, mas emalgumas regiões do mundo. Não obstante,“dentro de cada país, o crescimento tem-seconcentrado em alguns centros. Acentuaram-seas desigualdades entre países e regiões [epessoas], as quais tornaram-se mais evidentescom o crescimento mais do que proporcional doscentros industrializados”.

Sliwiany (1987) argumenta que a industriali-zação não gera unicamente aumento do produtoe da renda nacional, ela amplia a distância entrecrescimento econômico e desenvolvimento(qualidade de vida), pois provoca, dentre outrosfatores, a destruição e poluição do meioambiente, distorções de urbanização e alienaçãodo ser humano.

Cano (1985, p.29) observa que nas regiõesindustrializadas do Brasil “a qualidade de vidabaixou consideravelmente: ganharam maisindústrias e mais empregos, mas tambémganharam mais filas de transporte, menos água,escolas e hospitais (...) e muito mais favelas”.

A participação do Estado como regulador,produtor e indutor do desenvolvimento nãotrouxe apenas bons resultados para os países da

América Latina, inclusive o Brasil. Conseguiu-se,sem dúvida alguma, ampliar a estruturaprodutiva, mas ampliou-se também o hiato entreas taxas de crescimento e de desenvolvimento.Industrialização e crescimento nem sempresignificam desenvolvimento. O Brasil é um bomexemplo disso.

A necessidade de promover a industrializaçãoe o crescimento econômico ofusca a visão dosplanejadores e dificulta a visualização daquilo querealmente importa no processo de desenvol-vimento: a qualidade de vida da população.

Por muito tempo foi esquecido que as pessoassão tanto os meios quanto o fim do desenvol-vimento econômico. O que importa, na verdade,mais do que o simples nível de crescimento ou deindustrialização é o modo como os frutos doprogresso, da industrialização, do crescimentoeconômico são distribuídos para a população, demodo a melhorar a vida de todos.

O desenvolvimento humano

Após várias décadas na busca de comopromover o crescimento econômico, está seredescobrindo que este por si só não é suficiente.Pensa-se hoje, cada vez mais, como as pessoassão afetadas pelo processo de crescimento, ouseja, se os incrementos positivos no produto e narenda total estão sendo utilizados ou direcionadospara promover o desenvolvimento humano.

O conceito de desenvolvimento humano é, portanto, maisamplo do que o de desenvolvimento econômico,estritamente associado à idéia de crescimento. Isso nãosignifica contrapô-los. Na verdade, a longo prazo, nenhumpaís pode manter – e muito menos aumentar – o bem-estar de sua população se não experimentar um processode crescimento que implique aumento da produção e daprodutividade do sistema econômico, amplie as opçõesoferecidas a seus habitantes e lhes assegure a oportunidadede empregos produtivos e adequadamente remunerados.

Por muito tempo foi esquecidoque as pessoas são tanto os

meios quanto o fim dodesenvolvimento econômico

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Por conseguinte, o crescimento econômico é condiçãonecessária para o desenvolvimento humano [e social] e aprodutividade é componente essencial desse processo.Contudo, o crescimento não é, em si, o objetivo último doprocesso de desenvolvimento; tampouco assegura, por sisó, a melhoria do nível de vida da população(PROGRAMA..., 1996, p.01).

Cada vez mais, a sociedade preocupa-se emvislumbrar como o crescimento econômicoafeta a qualidade de vida de toda a população.Até bem pouco tempo, os países e regiões eramclassificados entre ricos e pobres, usando-separa isso, exclusivamente, as variações do PIB,sem ao menos tentar medir a qualidade de vidados habitantes.

Furtado (1974, p.75) afirma que “a idéia dedesenvolvimento econômico é um simples mito.Graças a ela tem sido possível desviar as atençõesda tarefa básica de identificação das necessidadesfundamentais da coletividade e das possibilidadesque abrem ao homem os avanços da ciência, paraconcentrá-las em objetivos abstratos como são osinvestimentos, as exportações e o crescimento”.

Lentamente isso está mudando. As pessoas eseu nível de vida estão se tornando o propósitofinal do desenvolvimento, pois é mais importantesaber que oportunidades as crianças e os jovenstêm de acesso à educação, à saúde e a uma moradiadigna, enfim, de desfrutar uma longa vidaprodutiva que lhes permita manter uma família,do que saber simplesmente qual foi a variação doPIB do período anterior (PROGRAMA..., 1996).

O desenvolvimento humano está ocupandolugar central no debate sobre o desenvolvimentodesde o início da década de 1990. A maior provadisso é a importância que ganhou o RelatórioMundial de Desenvolvimento Humano publicado,a partir de 1990, pelo PNUD.14 Nesse relatórioprocurou-se conduzir a discussão sobre odesenvolvimento de forma diferentes da usual. Aquestão central passa da tradicional pergunta de

quanto se está produzindo para como isto estáafetando a qualidade de vida da população. Paradifundir essa idéia, a Organização das NaçõesUnidas vem realizando uma série de conferênciasque abrangem direta ou indiretamente asquestões sociais.15

A publicação do primeiro relatório sobre odesenvolvimento humano suscitou uma série dedebates acerca da eficiência das políticas decrescimento para promover o desenvolvimentohumano. Como bem resume Rodrigues (1993,p.20), “o crescimento econômico carece desentido, se não consegue promover, em últimainstância, o desenvolvimento humano [e social],entendido como a realização (ou satisfação)pessoal dos indivíduos de um país/região”.

Dessa forma, para atingir o desenvolvimentohumano, tem-se que reduzir a exclusão social,caracterizada pela pobreza e pela desigualdade.Em termos simplórios, os países ou regiõesdevem concentrar-se não apenas no crescimentodo bolo, mas também na sua distribuição.16

14 Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.15 Por exemplo, a Cúpula Mundial da Infância (Nova

Iorque, 1990), a Conferência das Nações Unidas para o MeioAmbiente (Rio de Janeiro, 1992), a II Conferência Internacionalde Direitos Humanos (Viena, 1993), a ConferênciaInternacional sobre a População e Desenvolvimento (Cidadedo Cairo, 1994), a Cúpula Mundial de Desenvolvimento Social(Copenhague, 1995) e a IV Conferência sobre a Mulher,Desenvolvimento e Paz (BEIJING, 1995).

16 Delfim Netto quando comandava o Ministério daFazenda, durante a vigência do regime militar no Brasil,elaborou uma máxima para justificar sua política econômicaque apresentava características de concentração de renda e,nitidamente, excludente. “Devemos fazer o bolo crescer paradepois distribuir”, era sua frase predileta. Essa política agravouas desigualdades sociais e elevou o custo social do sistemaeconômico brasileiro. Para maiores detalhes, ver FURTADO(1974 e 1977).

Rev. FAE, Curitiba, v.5, n.2, p.47-48, maio/ago. 2002 |47

Revista da FAE

Para auxiliar a monitorar a eficiência daspolíticas adotadas para atingir o tão sonhadodesenvolvimento, é imprescindível a existênciade um amplo quadro de indicadores dequalidade de vida e desenvolvimento humano.

Considerações finais

No Brasil, na América Latina e em todo ochamado Terceiro Mundo é comum se observara distribuição desigual de recursos básicos paraa maioria da população, tais como educação,saúde, saneamento básico, habitação, renda,dentre vários outros. Essa desigualdade éinerente ao processo de crescimento dessasregiões e deve ser combatida para gerar maiorese melhores benefícios para todos.

O ser humano nunca recebeu toda atençãoque merece. Sempre se pensou em termosabstratos, como a elevação do PIB e da renda,esquecendo-se de questionar como o homem éafetado por isso.

A distribuição dos frutos do crescimento

econômico deve ser regida pelos princípios da

necessidade e da justiça social e não, apenas e

tão-somente, pelos desígnios das forças

econômicas dominantes e das relações de poder

político e dos processos de decisão que,

geralmente, favorecem algumas regiões e grupos

em detrimento das regiões mais carentes e das

camadas marginalizadas da população.

A sociedade pode, e deve, se organizar para

transformar os impulsos de crescimento econômico,

geralmente desencadeados por forças externas à

região, em desenvolvimento, ou seja, em melhores

níveis de qualidade de vida para todos.

É preciso pensar um novo cenário que

favoreça o conjunto da população e não, apenas

e tão-somente, pequenos grupos sociais. É preciso

pensar em uma economia social, a serviço de todos,

em favor da melhoria dos indicadores de qualidade

de vida. Não se pode pensar o contrário, seria como

andar na contramão da história.

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