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Conceito de Ludoterapia

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Page 1: Conceito de Ludoterapia

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UM MÉTODO DE AJUDAR AS CRIANÇAS:A SE AJUDAREM-

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~ ludoterapía é baseada no fato de que o jogo.é o meio natural deauto-expressão da criança. "li: uma oportunidade dada à criança de se li-bertar de seus sentiniento; e problemas através do brinquedo, da mesmaforma que, em certas formas de terapia para adultos, o indivíduo resolvesuas dificuldades falando.. .s

. A Iudoterapía, quanto à sua rorina, pode set' difetiva· ~. 1sto é. o tera-peuta pode assumir a responsabilidade de orümtaçãb e de interpretação, ounão-díretíva: a responsabilidade e a díreçâo são. deixad~ às .eríanças. Co~esse último "ú~o de'~;ãp1a- é' qüe ~'nos preo~pa;emos;T' .

No entanto, antes de prosseguir com a descrição real da ludoterapía,devemos formular o ponto de vista de cada indivíduo, o~ervando os pc~~1~s de cada um; .ísto é, a teoria da estrutura da personalidade, pobre

, -~--,a qual ela estábaseada,j

Há muitas fontes de Informação a respeito da estrutura básica dapersonalidade do indivíduo, porque este é um dos mais intrigantes, senãodesconcertantes aspectos do ser humano. Muitas teorias da personalidadeforam desenvolvidas, abandonadas, re-examínadas, alteradas .e estudada~de novo , Tentativas foram feitas para "testar", "prever" traços e explicara estrutura da personalidade, No entanto, todo o assunto ainda está emaberto, e. as teorias que foram desenvolvidas até agora não parecem in-teiramente adequadas para explicar satísfatoríamente tudo o que foi obser-vado a respeito da dinâmica interior do indivíduo .

Por isso, para organizar um quadro de referências dentro do' Qual

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Page 2: Conceito de Ludoterapia

prosseguir, a seguinte explanação da teoria da personalidade é desenvolvi-da, como uma tentativa de teoria, aberta à critica e avaliação', mas basea-da na observação e estudo de crianças e adultos durante e depois de umaesperíêncta terapêutica não-díretíva. ~Ol'l \...J,.-tvC~.i~(:;;s.

-{"iJ'./'" If>:o. ~ ( I '\~ Ço..1.)JJ'7 \.

A TEORIA DA ESTRUTURA DA PERSONALIDADE SOBRE AQUAL SE BASEIA A LUDOTERAPIA NÃO-DIRETIVA

Parece haver uma f,orça poderosa dentro de cada indivíduo que lutaconthluâmente para uma completa auto-realização. Esta força pode ser ca-racterizada como 'Urna currida para a maturidade, independência e auto dire-ção. Tal corrida vai inexoravelmente alcançar a consumação, mas necessitad~ bom "terreno" "p~ que. se desenvolva. uma estrutura bem equilibrada.Como uma planta precisa de sol, chuva e terreno rico e bom para atingir'seu crescimento máximo, assim também o individuo, para atingir a satis-fação direta desse ímpulso 'de crescimento,.necessita de permtseívídade pa-ra ser ele mesmo; da, completa aceitação---º-e.-si - tanto por ele mesmoquanto .pelos outros - e atíngí» a dignidade, direito nato de todo ser nu-.mano.

,

Crescimento é um processo de mudança em esf!.i.!:~i_- relatlyo edinâmico. Experiências mudam a perspectiva e o foco do indivíduo. TU-Ç)do está constantemente mudando, desenvolvendo-se, intercambiando-se, tl:::Jassumindo vários graus de importância para o indivíduo à. luz da reor-gap.iza~ãO e i.il!e~ração_ de s,-:ss atitudes, pensamentos t? ,:;e~timentos.

O impacto das forças da vida, a interação dos indlviduos e a pró-pria. natureza do ser humano põem em :paut~ essa ~ç&~ c~_mente mutáv,êl que se _pr.Qç,essa..-dentro_.do~ind-i:víduo._Tudo_,á. r.elati~Q,....c_op1àft'cr-é:&'ütfa espécie_ele_coisa. cambiá,W,.J'e.oJg~.el - como o de·senha que se vê num calidoscóp~(').,.;,um tubo pelo qual se olha, através/de um buraquinho, para pedacinhos de vidro colorídgs de forma variada;quando se gira o tubo, o desenho se desmancha e reorganiza-se de ma-nelra bastante diferente. Quando as diversas partes do desenho se tocam,formam urna. nova configuraçã0. Não importa de que maneira se gire o tu-bo,o desenho mantém seu equilíbrio, lesta.'ldO a diferença no próprio de-senho que, às .vezes, é compacto e' indica. força e, às vezes, espalha-se e éaparentemente frágil, é não muitoencorp:ido. Há sempre ritmo e harmo-nia no desenho_. Cada modelo é diferente do outro e a. diferença é cau-sada pela maneira pela qual a luz o atravessa e pela firmeza da mão que .segura' o calídoscépío.y assim como pelas posições intercambiáveiS dospedaços de vidro colorido. '

, .AssiÍn, .ao sue ~arece, é a personalidade.. O organismo .vivo

dentro de,.J?i os "pedaços de vidro colorido" e a personalidade é estrutu.,rad~la org~n,i.zação Oesses "pedaços':':;' .;-- c,.. .' .' -_..---.

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."Ii A dinàmica da vida é tal que qualquer experíêncía, atitude ou pen-

samento de todo indivíduo' está constantemente mudando em relação àmteração das forças psicológicas ,eambientais sobre todos e cada um dosindivíduos, de maneira que o que aconteceu ontem não tenha para ele omesmo sentido que tinha quando sucedeu, por causa do impacto das for-ças da vida e da interação dos indivíduos; da mesma forma, amanhá aexperiência será integrada diferentemente. -

Essa característica de mudança aplica-se também às respostas decomportamento; Respostas que parecem bastante semelhantes dia apósdia,. são às vezes descritas como hábitos, mas os hábitos parecem desa-parecer subitamente quando o índívíduo 'não mais sente a' necessidadedeles; ou quando um tipo mais satístatórío de comportamento é encon-trado.

Foi essa flexibiiidade, observável na personalidade e no. comporta-, mente, que abriu a parti para que se admítisse o elemento d~'esperança, e uma maneira põsttiva_M-=-çQ~lcierar os iii:livídüos que desde _0_ jjrt"C'~o

pareciam derrotados. Quando o indivíduo toma consciência do pa~el queode desempenhar na direção de sua própria vida, e quando aceita ares- .".-

ponsabilidade Que acomnanha a liberdade ~ i - é ai quees a capacitado a fixar seu curso de ação com mais perfeição;

Por que Ema espera, espera sempre, apesar das continuas desilu-sões e desapontamentos? O que anmentâ sua fI! e a anima após cada ex-periência chocante? Seria o .acúmulo dentro "de:a Õ;ef'sal,>edoria" e "ex-períêncin", mais uma crescente conscíêncía de sua capacidade de enfren-tar essa situação? Estará ela ganhando .confíança e:n seu poder de supor-tar desapontamentos e manter-se nos próprios pés? Estará construindouma aceitação de sua mãe, que lhe possibilite continuar encontrando-secom ela cada vez que a Chame, através de forte fé na humanidade?

--? Uma criança geralmente perdoa depressa e es,gy.e.ce_a.s_e:xngriê,n-~as,·negativ.!§ .. A menos que as condições sejam extremamente ruins, elaaceita a vida como a encontra, tanto quanto às pessoas com quem viveManifesta, por todas as maneiras, uma avidez, uma curiosidade, um gran-de amor pela vida que a excita e encanta nos seus mais simples praze-!~s. Normalment~,uma. 'crla.'1.ça gosta de crescer re lutar por isso cons-tantemente - algumas vezes, mesmo,' ultrapassando-se em sua avidez. t!ao mesmo tempo nunnlde e orgulhosa. corajosa e temerosa, domínadorae submissa, curiosa e satisfeita, ávida e índíterente. Ama e odeia, luta efaz .a paz, fica encantadoramente feliz e desesperadamente triste. Por quê?'Alguns psicólogos podem explicar essas reações como exemplos de res-postas.Jl estímulos dados. - A autora prefere explicá-Ias como reações de,\.!!lla criança que está crescendo, crescendo, crescendo em experíência,crescendo em compreensão, crescendo na a~ta,ção de si mesma e do seu

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Page 3: Conceito de Ludoterapia

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nao, ZJtá a3s~ando todos os ingre.:iientes que se integram na con-uração, exclusivamente sua, a. que se dá o nome de personalidade.

- --~~--~--~Já foi dito muitas vezes que há certas necessidades básicas dentro

cada indivíduo e que o organismo está lutando constantemente jJ3rasatisfazer. Quando há uma satIsfação reiativamente direta, diz-se que,

O indivíduõé bem ajustado. Quando o esforço de busca de satisfação dasnecessidades é bloqueado, tomam-se caminhos tortuosos para se chegara esta satisfação. Neste caso" o indivíduo é considerado desajustado . Bs-sa é uma explícação muito superficial de ajustamento e de desajusta-mente.

Não parece adequado deter-nos em explícações das complexas ati-vidades do organismo humano. Certamente foi cL.to pouco a respeito .docomportamento humano, nesta explícação, para .justífícar as expressões -"respeito pelo indivíduo" e "a dignidaçjg que é um direito nato do' homem",De fato, inclinamo-nos a admirar o "tipo de comportamento desa-justado" porque parece mais complexo, mais engenhoso e mais seletivodo que aquele que é baseado na satisfação direta das necessidades,

A personalidade parece desafiar a classificação, a estereotipia e os'compartimentos estanques. Um indivíduo que é rígido e temeroso em:uma determinada situação, ou com uma determinada pessoa, freqüente-mente reage de maneira muito, diferente sob outras circunstâncias e emoutros relacionamentos. O comportamento do. índívíduo parece ser sem- _'pre causado por um objetivo: pela comp.eta auto-reaüzação •.Quan-cio esse objetivo é bloqueado por pressées exteriores,' a sua bus-ca não pára, mas continua com S8,; "YLOmentum" intensificadopor causa da força geradora de tensões, S/VI" é criada pelas frustrações.

Quando-u.m-indiúduo~ncontr8.-l'ma ;'?,~reira que torna mais dificllpara ele cOD-ggujrJLcompleta realização de si mesmo, é formada uma áres.geJ:CsistênciJb-ª~Jit.o_e_t~usão ..J) anseio pela auto realização continua e 6comportamento do indivíduo .dernonstra que ::> 2sti satisfazendo sua as-piração interior através de luta exterior p::.:-:.: estabelecer seu. conceitopróprio no mundo da realidade, ou que ele o está satisfazendo de formaartificiosa, confinando o em SdU mundo íntcríor, onde pode construí-tocom menor esforço. Quanto mais se volta para o interior, mais perigosose torna; e quanto mais-ele --Sé- sep-ira--domúndoda reãlidãde,maTsCil1:Tcllé ajudã-lo , - --- _o' " ----;'- --- '

As manifestações do comportamento exterior dependem da integra-ção de todas as experiências passadas e presentes, condições e relaciona--mentos e se prestam à realização dessa aspiração interior, que continuaenquanto houver vida. Possivelmente, a di 'erença entre o comportamentoajustado e o desajustado pode ser' explicada ássím: qua.~d(j-o. indivíduodesenvolve confiança suficiente-em si para.arráncar o conceito.auetem de sipróprio da terra daS sãinbras :e~levá~lo-atéa luz- do sol, e;a1nda, consclenre

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_/ 'I...e objetivamente dirigir seu comportamento através da avaliação, se!eç~o,e aplicação,~a fim de alcançar sua meta _dafinitiva na vida. - ll-'11Q. com-

ilp)eta au!o.-realizaçã().- então-parece estar ~j~5ta40.

Por outro lado, quando falta essa conríança ao indivíduo para queele passa dirigir abertamente o seu plano de ação, quando ele parece con-tentar-se em crescer tortuosamente, em vez de diretamente, em auto-rea-lização, e faz pouco ou nada para que seus anseias sejam canalizadps emdireções mais construtivas eoprodutivas, diz-se então que é '-1;',1 desajus.tado.

I

Os vários típos de comportam~nto desajustado, .taís como devaneio,mga, .compensação, _identificação, projeção, regressão, repressão - e to-dos os outros mecanismos desenvolvidos por, este tipo de comportamen-to - parecem ser uma prova das tentativas interiores do indivíduo deaproxírnar-sa de uma realização completa do conceito de' si próprio, Masessa realização éalcançada de maneira "distorcida", O comportamentodo indivíduo não está de acordo com o conceito interior de si mesmo queele criou em sua tentativa de alcançar a completa euto-realízação ~!O mais .separados estão._Q_~o!llP~!tamento .. e o. c,:mç"eit_Q,-_maioré _o gr:!Ude cle~!!JJlstamento. Qu~ndo o comportamento e c conceito se equivalem,e este, que se constrói dentro do indivíduo, encontra expressão exterioradequada, então se diz que o indivíduo é .ajustado. Não há mais um '10.co dístoro.do Ki'iú há mais conflíte íntertor. !

Por exemplo, Ema quer -ser um indivíduo' respeítado e reconne.cído como alguém de importância. Quer sentir' que é uma pessoa ama-da, útil e capaz ,Seu meio ambiente coloca a numa situação em que lhesão negadas as condições necessártas para demonstrar exteriormente 'seusanseíos interiores para afirmar-se a sl mesma ou à sua personalidadeconsciente. Por isso, tenta adquirir isto de maneira tortuosa, Ela men-te, luta e se recolhe ao mundo de seus sonhos, onde pode realizar seuauto-conceito _

t

O mesmo acontece com Tom, Timmy e Bobby, Parece .que estascrianças - como, qualquer outra - prec:sam fér o sentimento de auto-estima. Esse sentimento é algumas vezes criado na crianç!J, por amor e se-guranca"e umaconsclênc!lLde-'llllLp.er1ence a. alguém;_ mas, esses-fatoresparecem ser provas, para a criança, de que está sendo aceita comoum indiv1duo de valor, em vez de apenas satístazer a sua' necessidade deamor e de segurança.' As crianças, cujos casos são descritos nesse livro,não_possuem, em sua maioria relacionamentos que lhes forneçam amor, 8fT

gtIrançl!.. e. o, sentimento de pertencerem 3 allillém_.NõE;n!R~:atrã'Vés ""90Iroc~o ~~~, adquir.tt-,am.o De;e:~s~ntiO\e!lt.Q "de ,valgr 'p"e~~~,'

o 'sentimento de serem capazes de dirigir 3 si mesmas, uma consciênciacrescente de que t1$lam dentro de sí a capacidade de se manterem sobre

13

Page 4: Conceito de Ludoterapia

roprlol'l pós, de se aceitarem e de assumirem a responsabilidade de111\1I nOI'Honal1dadosconscientes. Assim fazendo, foi-Ihes possível sincronizar

hul.'1projeções de suas personalidade3 - o que o indivíduo é dentro de sitio nuo maneira manifesta ext:ariormente esse eu-interíor .

indivíduo reage desse modo por causa da configuração total deOCU\S IiS suas experiências. Sua reação é algo denso e complexo, que pedelIu'lr1onçl1o,objetividade, aceitação e a responsàbüídade de fazer alguma

1.1\ 'OBra isso. .-.---- - --- .

'1'lmAPIA NÃO-DIRETIVAtorapia não-diretiva é baseada no pressuposto de que o índiví-

tom dentro de si mesmo não só a _~apaCidade de_~~y_~g.? __f!euslomo.s sat1sfatoriamen~e,_~ m~ ta~é_I!l_eS;re impulso de c~e~cimento

I O comportamento maduro mais satísíatorío do, que o comporta-iuturo , . - . -'

:I'ISU tipo de terapia começa no ponto em que o indivíduo está c~'lu sou processo, permitindo mudanças de minuto a minuto du-

contato tero.pêU,ti,c,0"-; ,a velocidade da reorgani,ação d'Pende das- ...--------lIo1'10n011.\11, atitudes, pensamentos e sentimentos gwL...pr.o..v.ocam-O~~

I"IIV', u qual é ~ pré-E..e_qu.i~l~para u_Hia, ~erapia.J:>am _~eíU~"'~·. _

mpla não-diretiva permite ao indivíduo ser ele mesmo, aceí--ompiotcmente. sem avaliação ou pressão para mudança: reconhe-"I•••,.•••0 no, atitudes emociO:1ais expressas pela reflexão do que o

pJ'o~sou; é por esse processo de terapia que se oferece ao tn-\ oportunidade de ser ele mesmo, de aprender a se conhecer, 'de

11m »l'óprlo curso abertamente e ss' claras ~- de rodar o caüdos-por uasím dizer, de maneira que ele forme um desenho fuais sa-

I I pnrn suo. vida.

Inl',Ir

"-••••1'1rl 'Il.1gué'mconsidera. o problema de Tom, Ema, TiInIny e

110111'" I !\'I provas evidentes de que' essas crianças estão desenvolvendl)Imrllnlllllh(lLd, .., "deformadas", esse alguém é desafiado a. fazer algo -para

•• (1:\ uma delas a ce entender, -a se libertar de suas tensões en se conscientizar das poder03as_f,9rças ~ ~_c!ent~d~o lutando continuamente para §.6U_crescimento, maturidade

IIII HI'I'I':HAPTA

1\ hulotoro.p1a não-díretíva, como foi dito antes, pode ser descritaoportunidade que se oferece à criança de poder crescer sobm11cOos. Sendo o brinquedo seu meio natural de auto-expres.-

n oportunla:iiae de, ~rincandO, eXpanmr' seus sentimentos

)

acumulados de tensão, frustra窺, inseg}lra~ça, agressivídade, medo, es-panto c confusão-,

Libertando-sé desses sentimentos' através do brinquedo, ela se cons~

{

Cientiza deles, esclarece-os, enfrenta-os, aprende a controlá-los, ou os es-quece. Quando ela atinge uma certa estabilidade emocional, percebe suacapacidade para, se ~ealizar como um indivíduo, pensar por si mesma, to·

, mar suas próprias 11decisões, tornar-se psicologicamente mais madura e,assim sendo, tornar-se pessoa.

A sala de ludoterapia é um bom lugar de crescimento. Na segu-rança dessa sala, onde a "criança" é a pessoa mais importante, onde el.-lestá no comando da situação e de si mesma,' onde ninguém lhe diz oque deve fazer, nínguérn critica o que faz, ninguém a importuna, faz su-gestões, estimula-a ou intromete-se em seu mundo particular, subitamen-te ela sente que pode -abrir.-sua§..-as8s, pode olhar diretamente para den-tro de si mesma, pois é aceita completamente. Pode pôr à prova suasidéias; pode expressar-se completamente, pois esse é seu mundo e nãotem que competir mais com outras forças, tais corno a autoridade adul-ta, rivais contemporâneos ou situações onde ela é um penhor humanono jogo entre pais contendores, ou onde é o alvo das frustrações e agres-sões .de outras pessoas. Ela é um indivíduo dentro do seu próprio direi-to. !!; tratada com dignidade e respeito: Pode dizer qualquer coisa quesínta da maneira que quiser -:- e é aceita completamente. Pode brincarcom os brinquedos do modo que gostar - e é aceita éomp!etamente. \ Po-de odiar e amar e ser tão indiferente quanto uma estdtua~ - e ainda 0aceita completamente. PO::lELser rápida como um furacão ou lenta comollma tartaruga_ - e nãoé nem_cQr.tlda nem apressada. --

l!: uma experiência única para a criança descobrir de repente queas sugestões, õicienS~ i-ecrirrÍ1I1Rções,restrições, crlúcàS:Ciêsapr-ovações, aju-das e íntrusões __~os_ adultos desapareceram . Tudo ísso é substituído pe-la aceitação completa e pela situação permíssíva ,gue_lhe_,.poSs).b..~lit~~Elrela mesma.

Não é de se estranhar que a criança, durante seu primeiro contatoterapêutíco, íreqüenternente demonstre espanto. O que vem a ser isso?FIca desconfiada e curiosa. Durante toda a sua vida, sempre houve al-guém para ajudá-Ia a viver. É possível que houvesse até quem tivessedeterminado viver a sua vida. por ela. De repente, essa interferência de-saparece, e ela não vive mais à sombra de alguém que a obscureça. Vê-se, de repente, à luz do sol e as únIcas sombras são as que ela própriaquer lançar.

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l!: um 'desafio. E algo profundamente enraizado na criança respon-de a esse desafio claramente sentido para "ser'" - para exercitar esse po-der de vida dentro de si mesma, dirigi-Io, torná-lo mais útil, decisIvo e in-dividual. '. ' ,

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15

Page 5: Conceito de Ludoterapia

tn fazê-lo - ~rt:neu:~mente de maneira hesítante -. depois,uc sente liberdade e segurança na situação terapêutica, avan-

rno.ls firmeza na explôração das possfbilidades dessa experiência.mais bloqueada por- forças exteriores e o ímpulso dentro de sira crescer não tem barreiras ·ã-contornar-:-X- resistência psico-

untorlormente encontrâVã,--aésapareceu: ._- -.~ ---- _.-

scnca na sala de brinquedos de uma terapeuta compreensivavol, quo a aceite, dá-lhe essa sensação de segurança, rortaiecíca

número de limitações. A participação da· terapeuta, duran-rapõutíco, reforça também o seu sentimento de segur;~ç;~sensivel ao que a Criança está sentindo e expressando atra-

rlnquedo e de sua verbalízaçâo. Ela reflete;6SsasYatitudes emo;essas, de tal maneira que;:a -ajude a compregndér".se. me:

poita a criança, sua capacidade de manter-se sobre seus pró-elo tornar se um ind1vfduo mais maduro, independente, se lh~oportunidade para isso.

ldrn clIsso, para ajudar a criança a obter uma melhor eornpreen-111 li' mesma, através do reflexo ele suas atitudes emocionais, a tera

tnrnbõrn lhe proporciona o senti:nento de que e está compreendfm-.ulLl\nClo, sempre independentem;mte do que ela diga ou faça. As-

utc dá lhe a coragem para aprotundar-se no seu mundo ín-,>\ trazer o seu eu verdadeIro.

, criança, a terapia é realmente um desafio a este impulsoJ ••tá constantemente lutando pela realízação'] Um desafio queiorado na experiência da autora com crianças. A velocidade·

li. lln.s utilizam essa oportunidade varia de pessoa para pessoa,rl\l.) ue que essa variação nos graus de crescimento vem a ocorrer

H li' I1 , .pnríência de ludoterapia, jâ foi demonstrado· muitas vezes.

!'III'H • j I;r:l',)cuta, é uma oportunidade de testar a hipótese de que,,\ 1111111\ urna chance, a criança pode e realmente torna-se madura,L.... em suas atitudes, e mais construtiva na maneira pela qual

írnpulso interior J 'utora acredita que é essa mesma força interior para a auto rea-

turidade e independência que cria também as condições parahnmnrnos desajustamento. que parece ser ou urna, determínacãc

IVII dn parte da criança para ser e1a.mesma, seja de que modo for,ndo resístêncía ao bloqueio de sua completa auto-expressão -: Por

IIl\llu, quando Tom é repreendidO por seus pais, professores, amigos,uu o.tltude e comportamento tornaram-no inaceitável para eles,

111 toimo. em conservar-se assim, embora eles o:ataquem. Lutará10l\rl1emburrado. Há de desafiá-Ios. Fingirá. que cuspiu na

{i"-",."'"

bandeira. E, em sua completa frustração e conflito, chorará desespera-do. Isso parece ser também verdadeiro quanto às outras crianças men-cionadas neste livro.

Estão lutando pela maturidade, pela independência e pelo di·reito de serem elas mesmas.

t., Se o leitor examinar todo o material ilustrativo desse livro, tendoem mente uma pergunta - Na realidade que aconteceu a essa criança du-rante a hora de terapia? - a resposta parece saltar diante dele. Deu-seà criança a oportunidade de canalizar esse crescimento interior para ummodo de vida positivo e construtivo. Ela se agarrou avidamente a essaoportunidade, e é capaz de resolver seus próprios problemas, de fazersuas próprias escolhas, de assumir responsabilidades pelo que faz, muitomais do que lhe é usualmente permitido.

(

i•! Citações do que as crianças disseram ao descreverem a experíên-cía de ludoterapia, levando-se em conta que foram observações feitasespontaneamente, são mais conclusivas do que essa experiência represen-ta para elas do que qualquer coisa que a terapeuta possa dizer.

ttr~;j:

ITrês meninos de oito anos estavam tendo sessões de lu-

. doterapia de grupo. Durante a oitava entrevista, Herby, de repente, per-guntou à terapeuta: "Você tem de fazer isso? Ou você gosta de fazer is-so?" E acrescentou: "Eu não saberia 'ooníQ, fazê-Io".' Ronny perguntou:"Que quer dizer com isso? É só brincar. e pt·onto. SÓ'ib!'ipcal1" E Owenconcordou com Ronny: "Claro que sim." Mas Herby continuou a dis-cutir: "Quero dizer que não saberia fazer como ela faz. Nem sei bem oque ela faz. Ela parece não fazer nada. S6 que, de repente, estou lívre .Dentro de mim, estou livre." (Abre largamente os braços) "Sou Herby,Frankenstein e Tojo, e um diabo." (Ri e .bate no peito) "Sou um gran-de gigante e Um herói. Sou maravilhoso e terrível. Soti bobo e esperta-lhão. Sou duas, quatro, seis, oito, dez pessoas ao mesmo tempo, e lutoe mato."

•Terapeuta: "Você é várias pessoas numa só"

Ronny: "E você fede também."

Herby (lan9Mdo um olhar a Ronny): "Se eu fedo, você fede tam-bém."

.*

Terapeub: "Você é varies tipos de pessoa quando está aqui. Émaravilhoso e terrível, bobo e espertalhão ... "

Herby (interrompendo-a, exultante): "Sou bom e ruim e ainda con-tinuo sendo Herby. Estou lhes dizendo que sou maravilhoso. Posso serqualquer coÜ}a que quiser. to

17

Page 6: Conceito de Ludoterapia

Aparentemente, Herby sentiu que durante a hora de terapia podiaexprimir livremente todas as atitudes e sentimentos que eram uma ex-pressão de sua personalidade. Sentiu a permissividade e a aceitação que lhepermitiam ser ele mesmo. Pareceu reconhecer o poder de auto-direçãoque. tinha dentro de si.

ii<Dutro menino de doze anos comentou durante a primeira sessão

de terapia: "É tudo tão estranho. Tão düerente _ Aqui você diz que euposso fazer o que eu quiser. Não me diz o que devo fazer. Posso fazerum bonsqulnho de argila com e. cara de minha professora de trabalhos

"manuais, e dar ela pro jacaré comer." Riu. "Posso fazer qualquer coisa.Posso, ser eu!"

Bi11y, de cinco anos de idade, sempre se referia a si próprio na se-gunda ou na terceira pessoa. Quando queria fazer alguma coisa, comotirar seu casaco, por exemplo, ele diria: "Você vai tirar seu casaco", aoinvés de "Vou tirar meu casaco." Ou "Você vai pintar", em vez de "Voupintar." Gradativamente, durante as sessões de terapia, Billy tornou-se "eu"e, no fim de uma sessão, disse: "Eu achei a areia interessante hoje." Du-rante' o sexto contato, finalmente", entrou na caixa de areia, sentou-se,' ecorreu os dedos pela areia branca e limpa, e disse com uma nota de en-cantamento na voz: "Hoje, eu entrei na caixa de areia. Aos poucos euentrei na areia."

Era bem verdade. Semana após semana, fora chegando cada vezmais perto da areia, até que, como dissera: "Hoje, eu entrei na caixa deareia, "

DescObrir seu caminh.Q,_tê-tar a si .HAYl-{UV, \Á'''_A~~~sonal1dade.~tQmar,. a responseellídade-por-que acon~~_durar.te_a~.,apia.

Dúzias de exemplos semelhantes poderiam ser citados. Cada expe-riência terapêutica demonstra essa manifestação típica: a criança. adqui-re a coragem de seguir em frente e de se tornar um indivíduo mais ma-duro e independente.

Desde que o elemento de completa aceitação da criança parece serde tão vital importância, vale a pena um estudo mais profundo. Aceita-ção de quê? A resposta parece ser - aceitação da criança e a firme cren-ça de que esta seja capaz de auto-determinação - respeito por sua ca-pacidade de tornarse um ser humano pensante, índependente e constru-tivo.

A aceitação parece também implicar numa compreensão desse mo-vlmento ininterrupto em direção à completa auto-realização, como umlnd1vIduo psicologicamente Ilvre e que, portanto, pode funcionar comuc capacidade máxima. Uma pessoa ajustada é aquela que não encontra

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excesso de obstáculos em seu caminho - e a quem se deu a oportunr-dade de se libertar e de se fazer independente e dona de sí. A desajustadaé aquela a' quem, de uma maneira ou de outra, negou-se o direito de con-seguir tudo isso sem ter de lutar. Um exame de nossos arquivos demons-tra-o repetidamente. As vezes o indivíduo é rejeitado e posto de lado.As vezes, é sufocado por cuidados que, ao mesmo tempo que o amparam,tornam mais difícil para ele romper as barreiras. ,Os indivíduos não ma-nifestariam_os sintomas de seu comportãmento. a menos que e!illvessemlutando para. ...c::o.tl§.e!IDÍli~Uffi;:;!$,ta.tus:indi~idual. Os caminhos que buscampara isso são muitos e variados, mas têm em comum a resistência do::;:.-tindivíduo contra o bloqueio de s~a maturidade e independênci::;, Mesmoa criança dominada, que se torna rigidamente dependente, consegue in-dependência deste modo. A criança mimada, que se recusa a aprender aler na escola, parece, à primeira vista, estar lutando por independência ematuridade. Este poderia ser o caminho mais eficaz que descobriu paramanter-se no controle da situação, e é por isso uma satisfação para ela,já que isso expressa seu poder de dirigir-se e de individualizar-se. Estaé urna hipótese que traz controvérsia e é apresentada apenas corno umainterpretação de observações primárias feitas em relatórios de ludotera-pia: o crescimento interior do indivíduo ocorre algumas vezes, num es-.paço de tempo ínacredítavelmente pequeno, mas está sempre presente,seja em grau maior ou menor.

Muitos casos comprovam nue a única ne::ei;;r;:q::.~e',do Indivíduo éyi'@~m. amarr~l'; ser libertado e pode; expandir-se compieiãmênte;' sem

"se desgastar numa lut-ª fr::üsfrante~para. que seu iml'" i<n interíor possã sersatisfeito. Isso não significa que ele tenha se preo, .ipado tanto consigomesmo, que o resto do mundo cesse de existir para 21e. Significa que ele~lra à liberdade de realizar naturalmente esse írnpulso interior, sem queseja necessário fazer gísso o objetivo central de sua vida: e, ainda, cana-lizar todas as suas energÍas para"üÍna luta contra 11: -reíras que impedemsua maturidade e que tornam sua atenção voltada :: _.:-3. c' interior de' simesmo.

Quando esse impulso interior é satisfeito natural e constantemen-te - desde que crescimento é um processo contínuo, tanto quanto a vi-da - isso é excelente. O indivíduo adquire maturidade física e. precisaadquirir maturidade psicológica, para equilibrar a balança.

Assim como o indivíduo utiliza sua crescente independência físicapara estender os limites de seu potencial físico,. ele usa sua crescenteIndependêncía psicológica para alargar as fronteiras de sua capacidademental."

A criança que sabe correr, anda mais depressa do que a que só sa-be engatinhar. A que aprendeu a falar pode comunicar-se de maneira

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Page 7: Conceito de Ludoterapia

muito mais eficaz do que a que apenas sabe balbuciar. Com a maturi-dade, vemo crescimento do indivíduo para abarcar o mundo, na medidam que lhe é possível íncorporã-Io ao seu esquema de vida. E é assim

durante a vida inteira. A criança psicologicamente livre pode obter mui-to mais. de uma maneira construtiva e criadora, do que outra que gastatc!Idasas suas energias numa batalha tensa e frustrante parri se libertar etingir o ~\!Status como indivíduo. 1;

Ela será um individuetr,. Se não o conseguir por um meio legitimo,rccurã-Io-ã através de ações substitutas. É assim que a criança temcossos de mau-humor, faz pírraças, fica emburrada, sonha acordada, brí-

e tenta chocar os outros com, seu, comportamento. Os professores di-zem muitas vezes, quando tentam "manobrar" uma dessas exibições: "Dê-molhe alguma. responsabUidade dentro da sala!" - e têm usado outros ~}f'1,rtlfícios semelhantes, tentando vir de encontro à necessidade da criança (:T

ser reconhecida como uma pessoa de valor. Similarmente, durante a 'ludoterapia,_ dá-se. à ,0_ lança a possíbüídade de realizar esse poder que tem.

ntro de si, de to~r-§e,~la_~_ .

Os brinquedos auxílíam o processo porque são o meio natural deuto.expressão da criança. É o material geralmente concedido à criança. " .; tmo propriedade sua. Brincar livremente é para ela uma expressão 'do

(IUO quer fazer. Ela pode orientar o seu mundo. É essa a razão pela qualtorapeuta não deve dirigir o brinquedo de maneira alguma. ,Ele coloca")~,mãos da criança o que lhe pertence -' nesse 'caso, os brmquedos e ~

OU uso n~,gid_~~I;:.~;~~~_bl'ÍJ;l~ livre~te e sem ser_dirigi~, es-xpressando ~~.so~~~ge:;-J;s~á.Jlxp~~~m período de

nensamento e açao mdepe~~~~J;:::Est:HióerandO~Cís;;,sentlmtlntos e'.a~tudêsdesde hã.,algum temp~m-lutilndo -para salr,;..enLcampo abertQ.,) , .

Por isso é que não parece necessário dar à criança a consciência deIa tem um problema para que ela possa usufruir das vantagens da.O de terapia, Muitas crianças utilizaram a experiência terapêutica e

rgíram dela com sinais visíveis de atitudes mais maduras, e mesmolatIm, nunca chegaram a tomar consciência de que isso era mais do queIlJl período de brinquedo Iívre.

A ludoterapia não-díretíva não pretende ser um, meio de -.Substitutrtipo de comportamento "pouco desejável", por outro que é consíde-maís desejável pelos padrões adultos .. NãQ é uma tentativa de Impor

rlnnos a voz da autoridade, que diz: "Você tem um problema: Eu que-o quo você o corrija". Quando isso acontece, a. criança o recebe 'com re-llLOnoln -' seja ela ativa ou passiva, Ela não quer ser manípulada.' Aci-

rnn 110 tudo, luta para ser ela mesma. Padrões de'- comportamento quê''-nãom eaoolhídos por ela são coisas inconsistentes que não valem a pena

.1'0 e o esforço requeridos para ~orçar su~ assímílação',"

~".

.,Q tipo de terapia que estamos descrevendo é baseado numa teoria:>sitiva das capacidad~ in~viduais. Não está limitado a nenhunl cre~i~

mento do 'indivíduo. É, antes de tudo, um ponto de partida. Começa on-de o indivíduo está e deíxa-o ir tão longe quahio eié é capaz de ir. Por is-so é que não há entrevistas de diagnóstico antes da Iudoterapía , Sem levar

em conta o comportamento Sintomático, o indivíduo' rencontrado pelo te-rapeuta no ponto em que está. É essa a razão porque _a intenl.l'.e~ye_seL evitada o mais possível. O que aconteceu no passado, é fato passa-do. Já que a dinâmica da vida está constantemente mudando a relativi-dade das coisas, uma experiência passada é colorida pelas ínterações da ví-da e está também constantemente mudando. Tudo que tente impedir ocrescimento do indivíduo é uma experiência bloqueadora. Trazer à tera-pia o seu passado, elimina a possibilidade de que ele tenha creScido nessemeio tempo, e, conseqüeIltemen(e,- o passado não-tem lilãis"o mesmo sen-tido que tivera anteriormente. Perguntas de sondâgem-sâõ-fambém' elimi-nadas pêra mesma-mão. _Oindivíduo selecionará as coisas que, para-ele,são mais importantes, quando estiver pronto para fazê-lo,-:Qua.'ldo o tera-peuta não-díretívo diz que a terapia está centrada no cÚente, realmente"quer dízer isso, porque. p!l.l'8e:eJe::-p çlien~~!oIlte~de paGet, vivo,,-que..di-~~~imento~ gentro ~ra fora.

Durante uma experiência de ludoterapia, esse tipo de relacionamen-to é feito entre o terapeuta e a criança, o que permíte à. última revelar

seu verdadeiro eu e. - conseguindo a SUá aceítação' - é através dessa acei-tação, tendo crescido sua auto-confiança - ela ~ mais; capaz de estendeas fronteiras da sua personalidade. " ", t "

, A criança mora num mundo todo seu e poucos são os adultos que acompreendem realmente. A vida moderna é tão agitada e' opressora,_q1Je~

[

fICa dificil, para a criança, estabelecer com os adultos o relaC:Õname!?-toíntimo e delicado que é necessário à compreensão do que se passa em seuinteriO,r, Muitas pessoas tentam explorar a sua personalidade e, assim,ela defende a sua identidade. Mantém-se de lado, divertindo-se com coi-sas que para ela são muito mais interessantes e importantes.

21

Inclinada atentamente sobre uma coisa. qualquer, a criança. satís-faz sua írisacíãvet curiosidade e seus interesses sensoriais. O adultoacha graça ou a critica, quando ela anuncia, tendo na voz a emoção de

uma verdadeira descoberta: "Olha, essa areia é áspera, grossa e não temgosto 'de nada. Gosto de nada é assim?" Ou: "Essa tinta de dedo estásuan.do - suando como lama vermelha ou lama verde - êta laminha suada!"Ou a observação: "Gente indo do trabalho pra casa, do trabalho pra casa,do trabalho pra casa. Indo pro leste quando vão do trabalho pra casa -Indojantar. Amanhã vão voltar de novo. Vão voltar de novo. Vão voltarde noyo pro oeste. Virão pro oeste de manhãzinha e voltarão pro traba-

, lho." 10u" no caso do menininho de cinco anos que está olhando pela' ja-

/~

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Page 8: Conceito de Ludoterapia

HOlf\, pllro. uma grande igreja que há na vizinhança: "Olha lá a igreja, oJno, A igreja. que sobe até lá no céu. A igreja que toca música. A ígre-,uo toca. uma, duas, três, quatro vezes quando são quatro horas. Um

1i'fUJl\O com estacas em volta e onde todo o pessoal vai." E após umaloJlltl\ pausa: "E céu! Um montão de céu, lá em cima, E um passarinho.

um avíão. E fumaça." E depois de uma pausa mais longa: "E Dibs na~n"l11'\ha., olhando pr'aquele trenhão."

"Do.qui aquilo ali parece enorme pra você", disse-lhe a terapeuta, tran-llllll\tnonte,

"'n verdade. Grandãp. Muito grandão."udo parece grande, muito grande", disse a terapeuta.

11:>ssai da janela. Ele suspira. -"Mas Dibs não", disse' ,ele.t!\m!\nhOãa--rgfe.i1Ç" -

"Dibs não-t1 ritmo, poesia e agudeza nessa observação. Os adultos estão às

teto apressados, que não têm tempo para apreciar as crianças. O'lnho de cinco anos que fez essa observação, três meses antes rora

Irlondo como "estranhe, lento, incapaz de comunicação' com os ou-

Nosso. cultura impõe a dependência na criança - mas ela continuaI'ti.cor lndopend.:mte em seu mundo interior. Na hora da terapia --c uma

UO 11 críançc tenha adquirido confiança no terapeuta e o tenha accl-Lllftu LI\lltoquant; ...ele a aceitou - passa a compartiihar com ele seu n1uD."to In~odor o. ?cl'''.:if.5-de'§~_PE{léí~ãçãô, afãigamos honriZon~Te~

1I\\ln' • - ----'y..'elmAPfA N'\()-DIRETIVA EM GRUPO

nlamos lU''; agora, em nossa di.scussão, somente da terapia índíví-,tuo.lmentc :'.5 técnicas de ludoterapia não-diretiva podem ser aplí--

111\111\11também em prup,.;;>.A terapia de grupo é uma. experiência tera-uL1Ul\ não-díretiva acrescida dos elementos da avaliação símultãnea doIIl1Dorto.montoe das reações das personalidades umas sobre as outras.

lGneIa em grupo ínsere na terapia um elemento bastante' 'realista; .11"1110 1\ criança convive com outras eríanças, tendo, portanto,-que' con-

tl\ornr ns reações delas e desenvolver um respeito aos sentimentos de1I\(tl\ uma. Entretanto, o grupo que participa da terapia não-dírettva -não

umno um "clube", um "grupo recreativo" ou "grupo e~ucacional"; nemnonl!ldorado como substituto para uma "situação familiar.", 'Ci.,.:~:~_

óbvio que em casos onde os' problemas das crianças são :;~~Fe7.m torno do ajustamento social ateraIlia em grupo pode, serlmec_

lIuoodlaã que o tra amento individual. Por outro lado, em casos·.~on;roblo~as giram em,' torno de uma dificuldade emocional,_ profun-.• ~ ,. ~~

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damente localizada, a terapia individual parece ser melhor para a crlan-ça , Uma vez que freqüentemente é impossível determinar exatamente oque é o elemento fundamental dos problemas da criança, talvez seja arneínor política lhe oferecer' ambos os contatos - individual e em gru-po - quando tal arranjo é possível.

.Os problemas de terapia em grupo são melhor discutidos na tereeí-ra parte, onde a aplicação dos princípios não-díretívos é discutida deta-Ihadamente; também no capitulo 18, onde um registro completo da te-rapia em grupo é apresentada e avaliado e, no capítulo 19, no qual éapresentado o caso de Ema, em que se fez uma combinação dos dois ti-

Ipos de contatós.

..•• SEMELHANÇAS COM O ACONSELHAMENTO NÃO-DIRETIVO'\

Os Erincfpios da ludoteraEia não-diretiva,\ que são discutidos nestelivro, são baseados na técnica de aconselhamentô não-diretivo, 'à.-gUãl foideSenvolvida pelo Df. CarI R. Roaers' e é e!p-l1cadà.detalh~xrtenoseu livro ounseling and P.s)CCho.ther.a.llíL (1)

O aconselhamento não;diretivo é, em verdade, mais que uma t~sa,~ uma filosofia d~ Roteu,s:ialidades hu..'!lanas g~ realça a capacidade_in-tEirlor de cada indivíduo se diri&:ir. l!: uma experiência que envolve

duas pessoas e que dá unidade de prop6sitq àquela que está procurandoajuda - .tomar consciência da maneira maís completá' possívet doconceí.to que tem de si mesma, emergir num todo Integrado sem conceitos con-flitantes entre o "eu" e o "mim", ou seja, entre o auto-conceito interior e ocomportamento exterior. ' 'f

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Considerando-se a ênfase fundamentalmente localizada na partici--pação ativa do indivíduo nesta experiência evoíutíva; o termo "não-díre-tivo" parece não ser adequado. Enquanto esse termo descreve acurada-mente o papel do conselheiro. o qual é mantido por suficiente auto-díscí-plina para rreíar qualquer impulso que possa tirar a responsabilidade' docliente, é certamente inadequado quando se refere ao papel do cliente.Ao invés deste, o termo "terapia auto-díretíva" parece dar uma descrição

. mais honesta. e aeurada,

'O relacionamento estabelecido entre o conselheiro e ri cliente, nestetipo de terapia, é um resultado das atitudes básicas do terapeuta, as quaislhé tomam possível aceitar, sem reservas, os direitos ínalíenãveís do ín-dívíduo se auto-dirigir. O conselheiro não .põe ou tira estas atitudes comoum paletó; elas são-parte integrante de sua personalidade.

~~~.ti~~eada nestas atitudes do terape1.!t~~a estrntu~~ ~~apia_a~.!o-di.'U~.·. .~::e".'n.."gt"completa acei"lJ;!O.do. ~nte. como ele • ~nnJs'lvidade

(1) - Doston: Houghton Mfff1ln Compllny, 194':'

.~rd.-ov~23