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CONCEITO O ponto inicial para o projeto Conecta Conde se deu a partir de um minucioso estudo daquele territó- rio, da compreensão de sua realidade, seus proble- mas, dos comportamentos observados in loco. A apropriação dos insumos fornecidos pela prefeitura com a oficina participativa junto à população foram tomados como premissas para elaboração desta proposta. Assim, o caminhar e permanecer na área objeto de estudo foi o primeiro passo. Perce- beu-se também que era necessário extrapolar a po- ligonal sugerida para entender as articulações entre territorialidades da cidade. Entre diversas territorialidades da cidade Das pessoas, dos espaços, dos usos existentes no lugar Do espaço público para melhorar a qualidade de vida de todos Dos diversos modais e seus usuários CONEXÃO APROPRIAÇÃO INTEGRAÇÃO TRANSFORMAÇÃO O ponto chave ao pensar esse território, foi o de que, de nada valeria uma proposta que não considerasse os usos e formas de apropriação do lugar por parte de seus usuários e da população local. Logo, o disciplinamento dos fluxos, dos pontos de transporte, as ligações entre os usos principais, as permanências, consideraram os palcos comportamentais observados para o direciona- mento proposto. Dessa maneira, surgiu o partido do de- senho urbano, cujas linhas diagonais do tratamento do piso indicam conexões entre os vários pontos de interes- se das atividades cotidianas. O eixo norteador do de- senvolvimento projetual se ancorou nos conceitos de “apropriação” e “conexão”. Junto a questões conceituais, duas outras premissas perme- aram toda a concepção projetual, a sustentabilidade e a viabilidade tecnoconstrutiva do projeto. Optou-se por ma- teriais não só de fácil execução, mas também, de fácil ma- nutenção para o uso cotidiano. Buscou-se com isso, econo- mia no uso dos recursos sem perda da qualidade da pro- posta. Atrelado a isso, os princípios da arquitetura vegetal visaram criar espaços cuja permanência pudesse ser pro- longada para horas mais quentes do dia amenizando a temperatura e outros efeitos como a poluição do ar. Outro aspecto a ressaltar foi a garantia da ampla mobilidade e proteção do uso dos espaços para os pedestres. ZONEAMENTO O zoneamento da proposta considerou usos pré-existentes buscando aliar às solicitações da população. Neste senti- do, o projeto apresenta áreas de lazer passivo e de perma- nência no trecho da rua Nossa Senhora da Conceição que passou a ser uma via pedestrianizada em sua porção em frente ao colégio, à prefeitura e ao cartório. Do lado oposto, que se encontra serviços como a unidade básica de saúde e a polícia militar, propôs-se um uso compartilha- do com bolsões de estacionamento, tendo em vista a ne- cessidade de tais equipamentos públicos. A intensão de tornar essa via preferencialmente para o pe- destre, justifica-se por ser uma vontade exposta da popula- ção nas oficinas participativas, bem como, por favorecer o patrimônio edificado da cidade, uma vez que se libera as visuais para o cruzeiro e a igreja matriz. A área próxima ao mercado em conjunto com a praça Pedro Alves foi tratada como um grande espaço destinado à alimentação, por ser uma área central ao projeto e por já congregar tal atividade. O ginásio poliesportivo se apresenta como uma barreira visual no contexto atual fragmentando a interlocução entre os espaços livres. Desta forma, o projeto propõe sua integração e articulação com outros equipamentos espor- tivos em seu entorno pensado para um lazer ativo. Buscou-se para esse espaço uma mescla de atividades que contemplassem públicos diferenciados como acade- mia da terceira idade, circuito para cooper e caminhada, playground, equipamentos para skate e patins. Por ser utili- zado pelas escolas locais, aproveitou-se da lateral do giná- sio para a inserção de palco e arquibancada para apre- sentações locais e para integrar o circuito cultural. A praça do entorno do ginásio também agregou o ponto de integração entre os transportes alternativos, os pontos de ônibus e a ciclovia que foi pensada para conectar a área do centro do Conde fazendo a conexão com os demais bairros a cidade. 1/4 CONCURSO PÚBLICO NACIONAL DE PROJETO DE URBANISMO PARA A REURBANIZAÇÃO DA ÁREA CENTRAL DE CONDE, PARAÍBA.

CONCEITO - zeoserver.pb.gov.br · O diagrama de uso e ocupação do solo. Fundamental para o entendimento da relação Fundamental para o entendimento da relação entre os usos do

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CONCEITO

O ponto inicial para o projeto Conecta Conde se deu a partir de um minucioso estudo daquele territó-rio, da compreensão de sua realidade, seus proble-mas, dos comportamentos observados in loco. A apropriação dos insumos fornecidos pela prefeitura com a oficina participativa junto à população foram tomados como premissas para elaboração desta proposta. Assim, o caminhar e permanecer na área objeto de estudo foi o primeiro passo. Perce-beu-se também que era necessário extrapolar a po-ligonal sugerida para entender as articulações entre territorialidades da cidade.

Entre diversas territorialidades da cidade

Das pessoas, dos espaços, dos usos existentes no lugar

Do espaço público para melhorar a qualidade de vida de todos

Dos diversos modais e seus usuários

CONEXÃO

APROPRIAÇÃO

INTEGRAÇÃO

TRANSFORMAÇÃO

O ponto chave ao pensar esse território, foi o de que, de nada valeria uma proposta que não considerasse os usos e formas de apropriação do lugar por parte de seus usuários e da população local. Logo, o disciplinamento dos fluxos, dos pontos de transporte, as ligações entre os usos principais, as permanências, consideraram os palcos comportamentais observados para o direciona-mento proposto. Dessa maneira, surgiu o partido do de-senho urbano, cujas linhas diagonais do tratamento do piso indicam conexões entre os vários pontos de interes-se das atividades cotidianas. O eixo norteador do de-senvolvimento projetual se ancorou nos conceitos de “apropriação” e “conexão”.

Junto a questões conceituais, duas outras premissas perme-aram toda a concepção projetual, a sustentabilidade e a viabilidade tecnoconstrutiva do projeto. Optou-se por ma-teriais não só de fácil execução, mas também, de fácil ma-nutenção para o uso cotidiano. Buscou-se com isso, econo-mia no uso dos recursos sem perda da qualidade da pro-posta. Atrelado a isso, os princípios da arquitetura vegetal visaram criar espaços cuja permanência pudesse ser pro-longada para horas mais quentes do dia amenizando a temperatura e outros efeitos como a poluição do ar. Outro aspecto a ressaltar foi a garantia da ampla mobilidade e proteção do uso dos espaços para os pedestres.

ZONEAMENTO

O zoneamento da proposta considerou usos pré-existentes buscando aliar às solicitações da população. Neste senti-do, o projeto apresenta áreas de lazer passivo e de perma-nência no trecho da rua Nossa Senhora da Conceição que passou a ser uma via pedestrianizada em sua porção em frente ao colégio, à prefeitura e ao cartório. Do lado oposto, que se encontra serviços como a unidade básica de saúde e a polícia militar, propôs-se um uso compartilha-do com bolsões de estacionamento, tendo em vista a ne-cessidade de tais equipamentos públicos.

A intensão de tornar essa via preferencialmente para o pe-destre, justifica-se por ser uma vontade exposta da popula-ção nas oficinas participativas, bem como, por favorecer o patrimônio edificado da cidade, uma vez que se libera as visuais para o cruzeiro e a igreja matriz.

A área próxima ao mercado em conjunto com a praça Pedro Alves foi tratada como um grande espaço destinado à alimentação, por ser uma área central ao projeto e por já congregar tal atividade.

O ginásio poliesportivo se apresenta como uma barreira visual no contexto atual fragmentando a interlocução entre os espaços livres. Desta forma, o projeto propõe sua integração e articulação com outros equipamentos espor-tivos em seu entorno pensado para um lazer ativo.

Buscou-se para esse espaço uma mescla de atividades que contemplassem públicos diferenciados como acade-mia da terceira idade, circuito para cooper e caminhada, playground, equipamentos para skate e patins. Por ser utili-zado pelas escolas locais, aproveitou-se da lateral do giná-sio para a inserção de palco e arquibancada para apre-sentações locais e para integrar o circuito cultural.

A praça do entorno do ginásio também agregou o ponto de integração entre os transportes alternativos, os pontos de ônibus e a ciclovia que foi pensada para conectar a área do centro do Conde fazendo a conexão com os demais bairros a cidade.

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CONCURSO PÚBLICO NACIONAL DE PROJETO DE URBANISMO PARA A REURBANIZAÇÃO DA ÁREA

CENTRAL DE CONDE, PARAÍBA.

Entre diversas territorialidades da cidade

Das pessoas, dos espaços, dos usos existentes no lugar

Do espaço público para melhorar a qualidade de vida de todos

Dos diversos modais e seus usuários

APROPRIAÇÃO

Fluxos de transporte coletivos e alternativosOs diagramas de fluxos de ônibus apresentam a situação atual e a proposta. Foi preciso elaborar o diagrama atual das linhas de ônibus para observar o comportamento desse modal diante do cenário de conflitos entre os diferentes modais, e gargalos em determinados cruzamentos. Os novos percursos para as linhas de ônibus que fazem a conexão do centro do Conde com os eixos Jacumã e João Pessoa visaram minimizar os conflitos do tráfego entre os modais, aumentar a disponibilidade de percursos para a população, bem como, possibilitou um eixo de integração entre os ônibus e os alternativos

LEGENDALinha de ônibus joão Pessoa - CondeLinha de ônibus joão Pessoa - Jacumã

FLUXO ATUAL

FLUXO PROPOSTO

LEITURA DO LUGARO diagrama de leitura do lugar apresenta o diagnóstico da realidade atual da área objeto de estudo compreendendo os elementos principais das dinâmicas sócio-espa-ciais. Observa-se os pontos de maior concentração de pessoas, os principais locais de travessias de pedestres, as paradas de transportes alternativos com os lugares de em-barque e desembarque, as paradas de ônibus e a localização do ponto final, os locais de estacionamento, os sentidos dos fluxos, a localização espacial da feira livre nos dias da semana em que a mesma acontece.

Uso e ocupação do soloO diagrama de uso e ocupação do solo. Fundamental para o entendimento da relação entre os usos do espaço livres públicos, das edificações e seus acessos. Dessa forma, pode-se definir na proposta como permitir esses acessos de maneira fluida e direta.

Terminal Mototáxi Alternativos

Parada de ônibus e alternativos. Conflitos de atividades

Parada de alternativos, motos, estacionamento irregular de veículos, quiosques e barracas para lanches com estruturas precárias.

Conflito viário entre modais: ônibus alternativos, veícuos particulares, ciclistas e pedestres

Pouca e inadequada arborização ao longo

da via e da praça Pedro Alves

Utilização do espaço público para estacionamento do Guarda Municipal desordenadamente

Aglomeração e travessias de pes-soas conflitante com a PB 018 em horários diversificados em virtude

das atividades religiosas

Presença de equipamentos públi-cos com demanda para veículos

particulares e institucionais

Apropriação da rua durante os dias de feira livre (final de semana)

Ponto final das linhas de ônibus. Calha viária estrei-

ta e ponto de manobra inadequado.

Terreno que abriga as bancas de feira durante o período ocioso

Terreno ocioso gerando insegurança aos

traseuntes

LEGENDA

Instituição pública

Comércio

ReligiosoMisto

3

24

5

6

8

9

7

13

11 10

12

Igreja Católica1

Escola Estadual Pedro Gondim2

Posto Policial / UBS3

Prefeitura4

Igreja evangélica5

Mercado Público6

Praça Pedro Alves7

Guarda Municipal8

Praça9

Secretaria de Educação10

Escola Municipal Noêmia Alves11

Cemitério municipal12

Escola Estadual João da Cunha Vinagre13

1

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CONCURSO PÚBLICO NACIONAL DE PROJETO DE URBANISMO PARA A REURBANIZAÇÃO DA ÁREA

CENTRAL DE CONDE, PARAÍBA.

Alargamento da calçada e desvio da via como estratégia de trafic calm para redução da velocidade de veículos auto-motivos. Faixa elevada de travessia conectando igreja matriz e a rua Nossa Senhora da Conceição.

Paginação de piso destacando o cru-zeiro e liberação das visuais do cruzeiro e da igreja matriz.

Trecho em frente ao colégio, à prefei-tura e ao cartório da rua Nossa Senhora da Conceição pedestriani-zado com mobiliário urbano voltado para permanência e lazer passivo.

Espaço compartilhado da rua Nossa Senhora da Conceição com estacionamento, para atendimento aos equipamentos públicos, unidade básica de saúde e a polícia militar. Via passa a ter sentido único.

Traçado urbano favorece acesso local de veículos às edificações.

Fonte solicitada pela população segue partido da proposta situada na porção central do espaço compartilhado da rua Nossa Senhora da Conceição

Praça Pedro Alves com coberta semi vazada. Destinada a espaço gourmet com implantação de quiosques conecta-da ao mercado municipal

Área de integração entre modais: bicicletas, alter-nativos, motos e ônibus.

Praça de esportes, lazer ativo

Academia terceira idade

Área de skate e patins12

2

3

3

4

4

5

5

5

67

76

PlaygroundCooper e caminhadaParada de ônibus

8

8

Baia para carga e descarga9

9

Ponto de Alternativos10

10

Ponto de mototáxi11

1111

11

Vagas para estacionamento12

1212

12

1212

12 12

Bancos - descanço contemplação13

1313

Caramanchão14

14

14

Paraciclos

Quadra de areiaAnfiteatro

Espaço para apresentações e arquibancada aproveitando o desnível do terreno.

16) Rua Domingos Maranhão passa a ter sentido único.

Continuidade da rua Nossa Senhora da Conceição passa a ter sentido único.

Eixos da ciclovia integra as porções do território nos 4 sentidos, fortalecen-do a mobilidade

LEGENDA

1

-

Circuito CulturalO Circuito cultural prevê a organização dos percursos para os festejos mais significativos da cidade.O desfile cívico, tradição na cidade poderá optar por um percurso desde a secretaria de educação, passando pela praça central até o pátio de entrada da escola Pedro Gondim.

A procissão da padroeira da cidade ocorre sempre em novembro e percorre o trecho desde a igreja Matriz em direção a igreja de Santana.

A proposição de um espaço efêmero na entrada da praça esportiva pode atender aos eventos de menor porte, como campanhas educativas , feira de artesanato e montagem de palco para os festejos juninos.

Eventos de maior porte como a parada LGBT e os blocos de carnaval que precisam de um percurso maior, propõe-se a concentração na praça central seguindo pela rua Domingos Maranhão, adentrando outras ruas laterais , o circuito se con-clui no ponto de partida.

0 2.5 5.0 7.5Corte AA Corte BB

AC

D

D

BB

C A

Corte CC Corte DD

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CENTRAL DE CONDE, PARAÍBA.

IPÊ ROXO

PAU-FERRO

AROEIRA

PATA DE VACA

OITIZEIRO

PALMEIRA TRIÂNGULO BUGANVILE PINGO DE OURO IXORA JASMIM AZUL GRAMA SÃO CARLOS CARAMANCHÃO INTERTRAVADO DE CONCRETO

A proposição de um espaço efêmero na entrada da praça esportiva pode atender aos eventos de menor porte, como campanhas educativas , feira de artesanato e montagem de palco para os festejos juninos.

Materiais e vegetação

A proposição dos materiais prezou pela viabilidade técnica, econômica e construtiva. A vegetação sugerida prevê especíes nativas, além da manutenção das especieis pré-existentes. Nesta conjuntura, observa-se o tratamento paisagistico de canteiros e bordaduras mesclando especíes de médio e grande porte, incluinido arbustivas e forração.

PALMEIRA VEITCHIA

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CENTRAL DE CONDE, PARAÍBA.