Conceitos de Depreciação para Máquinas e Equipamentos - IBAPE.pdf

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    INSTITUTO BRASILEIRO DE AVALIAES E PERCIAS DE ENGENHARIA(ENTIDADE FEDERATIVA NACIONAL)

    FILIADO: IVSC-International Valuation Standards Committee UPAV-Unin Panamericana de Associones de Valuacin

    NOVOS CONCEITOS DE DEPRECIAES PARAMQUINAS E EQUIPAMENTOS

    Coordenao:Osrio Accioly Gatto

    Elaborao:Marcos Augusto da Silva

    Colaborao:Rosana Akemi MurakamiAgnaldo Calvi BenvenhoCarlos Eduardo Cardoso

    Mrio Lucas Gonalves EstevesFrederico Correia Lima Coelho

    Reviso:Octavio Galvo Neto

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    1 APRESENTAO

    O IBAPE Instituto Brasileiro de Avaliaes e Percias de Engenharia, EntidadeFederativa Nacional, instituio sem fins lucrativos, congrega entidades atuantes nas reas deEngenharia de Avaliaes e Percias de Engenharia em diversas Unidades da Federao. Dentreseus objetivos destacam-se aes visando o aprimoramento, divulgao e transmisso doconhecimento tcnico.

    filiado s mais importantes entidades internacionais dedicadas ao segmento deavaliaes: UPAV1 Unio Pan-americana de Associaes de Avaliao e o IVSC 2ConselhoInternacional de Normas de Avaliao, organismos voltados para a difuso do conhecimentotcnico e normalizao nos mbitos continental e global.

    O presente Estudo foi elaborado com o intuito de disponibilizar engenheiro avaliador

    ferramentas de trabalho que traduzam a realidade do mercado quanto a depreciao de bensmveis e que conceitualmente estejam alinhadas ao Estudo de Vidas teis de Mquinas eEquipamentos publicado pelo IBAPE-SP.

    Desenvolvido pelos Engos. Marcos Augusto da Silva e Osrio A. Gatto, ps-graduados em Avaliaes e Percias de Engenharia e filiados ao IBAPE-SP, estes Novos Conceitos contam coma colaborao de Agnaldo Calvi Benvenho, Carlos Eduardo Cardoso, Mrio Lucas GonalvesEsteves, Frederico Correia Lima Coelho e Rosana Akemi Murakami; e com a reviso de Octavio

    Galvo Neto.

    Todos os estudos foram elaborados observando-se os comportamentos de mquinas eequipamentos usados e venda, o que propiciou a gerao de uma curva de depreciao quemede os valores de reposio de mercado para equipamentos em bom estado de conservao,uma vez que o equipamento ao ser colocado a venda usualmente recebe uma manuteno oupequena reforma.

    1UninPanamericana de Asociones de Valuacin.2InternationalValuation Standards Council.

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    2 OBJETIVO

    O presente trabalho possui como objetivo principal apresentar um conceito de depreciaoque esteja correlacionado ao Estudo de Vidas teis de Mquinas e Equipamentos, publicado peloIBAPE-SP em setembro/2007 no Livro Engenharia de Avaliaes Editora PINI, e que seconstitua de uma ferramenta de trabalho atualizada que melhor represente a realidade demercado.

    Preenche uma importante lacuna em razo da ausncia de referncias atualizadas quanto classificao de vidas teis de mquinas e equipamentos contemporneos publicao. Asvidas contempladas neste estudo so representadas em anos e so vlidas para condiesnormais de uso e manuteno.

    Para o desenvolvimento deste novo conceito de depreciao a metodologia utilizada foi ade inferir curvas de depreciaes, modeladas atravs de dados de mercado (bens novos e

    usados), a partir de uma amostragem de 850 mquinas e equipamentos, coletados em umperodo de 03 meses, condio que visou afastar a influncia de variaes de preos no tempo.

    Um dos grandes mritos desta abordagem reside exatamente no fato de apoiar-se emconstataes, visto que as curvas de depreciaes existentes so tericas e baseadas emmodelos matemticos. Ressalte-se tambm que no objetivo dos autores criticar outrosmodelos, mas apenas oferecer uma nova alternativa.

    Novos conceitos de depreciao de mquinas e equipamentos foi demonstrado noCOBREAP de 2009 em So Paulo e no Encontro de Avaliadores Pan-americano em Bogot,tendo sido recomendado como modelo para utilizao nas avaliaes.

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    3 HISTRICO DAS DEPRECIAES

    A seguir apresentamos um breve histrico das depreciaes comumente utilizadas nasavaliaes de mquinas, equipamentos e demais bens mveis.

    Curvas de Depreciao mais utilizadas:

    Linha Reta Ross-Heidecke Cole Valor Decrescente ndice de Criticidade Curvas de Iowoa, R 2,R3 , L0 , L2 Caires

    Dentre estas destacam-se,:

    Mtodo da Linha Reta

    D= Vdx nonde :D = depreciao na data da avaliaoVd = valor deprecivel

    n = vida tilx = idade do bem

    O conceito da linha reta, que por definio linear, no pondera o estado de conservao,impe o ajustamento do valor residual e permitindo ainda que seja ajustado o valor dadepreciao inicial.

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    Mtodo Ross-Heidecke

    A Curva de Ross, ajustada a partir da parbola de Kuentzle, pondera os estados deconservao de Heideck.

    Como se observa na sua curva ilustrativa, no est contemplado o valor residual ao fim davida til, que deve ser aplicado, conforme demonstrado no Estudo Valores de Venda do IBAPE-SP.

    A curva de Ross-Heideck de uso corrente na avaliao de benfeitorias civis, no sendousualmente considerada para mquinas e equipamentos.

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    Mtodo de Cole

    Tambm conhecido como mtodo da srie, estabelece a depreciao emprica em cadaperodo como sendo igual ao produto da depreciao total pelos elementos da srie (sendo N onmero de perodos, geralmente anual):

    N.. .321

    N,

    N.. .321

    1 N,

    N.. .321

    2 N ,

    N.. .321

    1

    A base fixa igual ao valor da depreciao total Dt = Vn - Vr

    O valor de cada depreciao peridica obtido multiplicando-se cada elemento da sriepela depreciao total (Dt).

    Depreciao no perodo:

    )1n(n)VV(2

    Dp r o

    onde:

    Dp = fator ou parcela de depreciao anualVo = valor de aquisio novoVr = valor residual (variando de 5% a 20% aproximadamente de Vo)n = vida til em anos

    Depreciao acumulada:

    2

    D)xn2(xD pa

    Da = depreciao acumulada no perodox= idade atual

    Valor do bem no estado (V) dado pela diferena entre o valor novo (Vn) pelo valordepreciado acumulado (Da):

    Vx = Vo - Da

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    Verifica-se que neste mtodo a depreciao nos primeiros perodos maior que a dosltimos, refletindo a realidade prtica.

    Criticidade

    O ndice de Criticidade representa o percentual que deve ser aplicado em manuteno,de modo a permitir o funcionamento de uma instalao com NDICES DE DISPONIBILIDADECOMPATVEIS COM O EMPREENDIMENTO.

    A Depreciao fsica ser calculada com os valores de criticidade (corrigida ou no) por

    meio do modelo:

    Onde:n = o nmero de anos de operaoC = a criticidade mxima do perodo, conforme a tabela

    (*) Os valores dos ndices de Criticidade podero ser corrigidosem funo de dados disponveis da manuteno praticada

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    Hlio de Caires

    O critrio de depreciao usado no trabalho concebido por Hlio Roberto Caires,largamente utilizado, considera que a depreciao uma funo dependente de idade (t), prticasde manuteno (), regime de trabalho (t), vida til esperada () de acordo com a frmula:

    Onde: A = 1,347961431B = A-1C = 3,579761431e = 2,7182

    Fator de trabalho: tem a funo de levar em conta as condies de carga de trabalho doequipamento tais como: regime contnuo, intermitente, constantes acionamentos e paradas,rotao alta e/ou baixa, sub ou super utilizao em relao s condies de projeto, temperaturas

    e ambiente corrosivo, etc.). Este item pontuado de acordo com a tabela a seguir :

    Fator de Trabalho(

    Nulo 0Leve 5

    Normal 10Pesado 15Extremo 20

    0, 067348748 - 0, 041679277 - 0, 001022860 ( , ) = 0,853081710 e

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    Fator de Prticas de Manuteno: leva em conta o regime e manuteno aplicado aosequipamentos tais como sem manuteno, com manuteno corretiva, manuteno preventiva emanuteno preditiva, com equipe prpria, terceirizada ou externa. O fator de prticas de

    manuteno pontuado de acordo com a tabela a seguir .

    Prticas de Manuteno () Inexistente 0Deficiente 5

    Normal 10Rigorosa 15Perfeita 20

    Curvas de Iwoa - R3, R2, L0 , L2

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    A partir da expertise acumulada pelo desenvolvimento de inmeros trabalhos na rea de Avaliaes Patrimoniais, a Mercatto Assessoria e Avaliaes adotou a Curva Lo para odesenvolvimento dos seus trabalhos, realizando um ajuste para permitir uma depreciao inicial,que claramente observada no mercado, e a utiliza com bons resultados h mais de 10 anos,reproduzidas aqui como exemplo, as curvas de depreciao para 10 e 25 anos.

    Curva Vida til 10 Anos

    Vida til 25 anos

    Estas curvas mostraram-se aderentes ao mercado, pois continham depreciaes iniciais esobrevidas associadas no mesmo modelo.

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    4 DEPRECIAO PROPOSTA

    Desenvolvimento

    A ideia de elaborar um Novo Conceito de Depreciaes teve como origem e base asseguintes premissas:

    Vincular modelos de depreciao com o Estudo de Vidas teis atualizado, validado epublicado (IBAPE SP);

    A partir das vidas teis e dos equipamentos cotados no mercado de usados, verifica-seo percentual de perda em relao ao valor do mesmo bem na condio de novo.

    Foram realizadas pesquisas abrangendo amostras no mercado de mquinas eequipamentos novos e usados, totalizando 850 bens, contendo os seguintes tipos:

    Mquinas e Equipamentos Agrcolas Mquinas Operatrizes Equipamentos de Movimentao e Transporte Injetoras Plsticas Impressoras Grficas Veculos

    Os bens em oferta, que constituram a amostra do trabalho, em sua maioria apresentavam

    bom estado de conservao e foram agrupados em suas respectivas vidas teis (10,15, 20anos),onde foram analisadas as relaes entre os valores dos bens novos e usados a venda,gerando os seguintes modelos:

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    Curva Vida til 10 Anos

    Curva Vida til 15 Anos

    0,00

    0,20

    0,40

    0,60

    0,80

    1,00

    1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25

    D e p r e c i a o

    Idade (anos)

    10 anos

    0,00

    0,20

    0,40

    0,60

    0,80

    1,00

    1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31 33 35

    D e p r e c i a o

    Idade (anos)

    15 anos

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    Curva Vida til 20 Anos

    Estas curvas foram consolidadas em um modelo que relaciona a idade transcorrida emfuno da vida til do bem (i/v).Desta forma, podem ser usadas para qualquer vida til previstasem necessidade de extrapolao.

    Como comparao e validao do modelo proposto, apresenta-se a seguir o trabalhodesenvolvido pelo Eng Mrio Lucas Gonalves Esteves (Engenheiro Mecnico pela PontifciaUniversidade Catlica de Minas Gerais), denominado DETERMINAO DA VIDA TIL TOTAL EVALOR RESIDUAL DE UM BEM UTILIZANDO A REGRESSO LINEAR.

    0,000,20

    0,40

    0,60

    0,80

    1,00

    1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46

    D e p r e c i a o

    Idade (anos)

    20 anos

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    A partir de uma ampla pesquisa contemplando uma amostra de 304 (trezentos e quatro)mquinas motoniveladoras Caterpillar modelo 140 foi obtida a seguinte curva.

    Aps a regresso, adotando-se o modelo mais aderente, a curva resultante foi a seguinte:

    Neste trabalho estima-se que para uma vida til de 20 anos o Valor Residual de cerca de20%. Se for considerada uma vida til de 15 anos, o resultado ser de30%. A forma dadepreciao inicial mais acentuada e os valores residuais apontados mostram-se aderentes ao

    presente Estudo.

    R$-

    R$50.000,00

    R$100.000,00

    R$150.000,00

    R$200.000,00

    R$250.000,00 R$300.000,00

    R$350.000,00

    R$400.000,00

    R$450.000,00

    R$500.000,00

    R$550.000,00

    R$600.000,00

    R$650.000,00

    R$700.000,00

    R$750.000,00

    A n o

    2 0 0 9

    2 0 0 8

    2 0 0 8

    2 0 0 8

    2 0 0 7

    2 0 0 6

    2 0 0 6

    2 0 0 5

    2 0 0 5

    2 0 0 4

    2 0 0 2

    2 0 0 2

    2 0 0 0

    1 9 9 9

    1 9 9 8

    1 9 9 7

    1 9 9 6

    1 9 9 5

    1 9 9 4

    1 9 9 1

    1 9 8 9

    1 9 8 6

    1 9 8 4

    1 9 8 0

    1 9 7 5

    R$-R$20.000,00R$40.000,00R$60.000,00R$80.000,00R$100.000,00R$120.000,00

    R$140.000,00R$160.000,00R$180.000,00R$200.000,00R$220.000,00R$240.000,00R$260.000,00R$280.000,00R$300.000,00R$320.000,00R$340.000,00R$360.000,00R$380.000,00R$400.000,00R$420.000,00R$440.000,00R$460.000,00R$480.000,00R$500.000,00R$520.000,00R$540.000,00R$560.000,00R$580.000,00R$600.000,00R$620.000,00R$640.000,00

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    5 CONCLUSES

    Apresenta-se a seguir a curva consolidada (relao idade transcorrida / vida til), que ora proposta para uso em casos de equipamentos em bom estado de conservao ou submetidosa pequenas reformas;

    i/vDepreciaoBom Estado

    0,00 0,950,05 0,910,10 0,870,15 0,830,20 0,790,25 0,760,30 0,720,35 0,680,40 0,650,45 0,620,50 0,580,55 0,550,60 0,520,65 0,490,70 0,470,75 0,440,80 0,410,85 0,390,90 0,360,95 0,341,00 0,321,05 0,291,10 0,271,15 0,261,20 0,241,25 0,22

    1,30 0,201,35 0,191,40 0,171,45 0,161,50 0,151,55 0,141,60 0,131,65 0,121,70 0,111,75 0,101,80 0,101,85 0,10

    1,90 0,101,95 0,102,00 0,10

    0,00

    0,10

    0,20

    0,30

    0,40

    0,50

    0,60

    0,70

    0,80

    0,90

    1,00

    0,00 0,15 0,30 0,45 0,60 0,75 0,90 1,05 1,20 1,35 1,50 1,65 1,80 1,95

    D e p r e c i a o

    Relao i/v

    Curva Consolidada

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    Ainda, a partir dos estudos realizados, para mquinas e equipamentos em estado de conservao regular , sugere-se a considerao da curva de abaixo reproduzida:

    i/vDepreciao

    Estado Regular

    0,00 0,950,05 0,890,10 0,820,15 0,760,20 0,710,25 0,670,30 0,630,35 0,590,40 0,550,45 0,520,50 0,490,55 0,450,60 0,420,65 0,390,70 0,370,75 0,350,80 0,320,85 0,290,90 0,260,95 0,241,00 0,221,05 0,201,10 0,181,15 0,161,20 0,141,25 0,121,30 0,111,35 0,101,40 0,101,45 0,101,50 0,101,55 0,10

    1,60 0,101,65 0,101,70 0,101,75 0,101,80 0,101,85 0,101,90 0,101,95 0,102,00 0,10

    0,00

    0,10

    0,20

    0,30

    0,40

    0,50

    0,60

    0,70

    0,80

    0,90

    1,00

    0,0 0 0 ,15 0, 30 0,4 5 0 ,60 0, 75 0,9 0 1 ,05 1, 20 1,3 5 1 ,50 1, 65 1,8 0 1 ,95

    D e p r e c i a o

    Relao i/v

    Curva Consolidada

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    Observaes finais

    Os modelos apresentados representam curvas de depreciao que se aproximamdos modelos de Caires, desde que ponderados os estados de conservao e uso;

    Contemplam o conceito de sobrevida das curvas de Iwoa;

    J consideram os valores residuais e depreciao inicial;

    Valem apenas para equipamentos em uso, com estados de conservao entre bom eregular;

    No so recomendados para bens retrofitados;

    No so recomendados para bens sujeitos ambientes agressivos;

    No so recomendveis para situaes em que o bem se encontre em estado deconservao/uso considerado ruim ou com manutenes precrias. Nestes casosdeve ser considerada uma significativa reduo da relao i/v e adotados outrosmodelos que apresentem curvas que depreciem de forma mais acelerada.