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Conclusão Do Trabalho

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Page 1: Conclusão Do Trabalho

FILOSOFIA APLICADA A EDUCAÇÃO

FILOSOFIA E ÉTICACONCEITOS CLASSÍCOS, QUESTÕES ATUAIS

O SIGNIFICADO DA PALAVRA FILOSOFIA

O termo “Filosofia”, consequentemente, lembra um estado de espírito, o da

pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento, o estima, procura e respeita. Assim, com

o auxílio da etimologia, podemos ver que a Filosofia não é puro logos, pura razão: ela é

a procura amorosa da verdade.

Pitágoras de Samos (um dos filósofos pré-socráticos, que viveu no séc.VI a.c.)

foi a primeira pessoa a fazer uso da palavra Filosofia (philos-sophia). Pitágoras teria

afirmado que a sabedoria plena e completa pertence aos de3uses, mas que os homens

podem deseja-la ou amá-la, tornando-se filósofos.

A Filosofia exige que nós retiremos de nossas relações mais ordinárias uma

reflexão criteriosa sobre as mesmas; é um modo de pensar que persegue o ser humano

em seu exercício de compreensão do mundo onde ocorrem essas relações, possibilitando

ação crítica, criativa e transformadora sobre a realidade.

A Filosofia é a procura da verdade, não a sua posse, porque fazer Filosofia é

estar a caminho; as perguntas em Filosofia são mais essenciais que as repostas e cada

resposta transformam-se numa nova pergunta. (JASPERRS, 1997).

Sócrates perscrutou minuciosamente a democracia grega, dedicando-se à

investigação da verdade, compreendida com a absolutização do conceito, apta a gerir as

relações dos sujeitos, em todas as suas dimensões. De tal modo, o filósofo grego

empenhou-se em estabelecer um método que auxiliasse os indivíduos a reconhecer o

crítico estado em manter-se alheio à realidade, qual seja, vocês se lembram? É esta

mesma, a Maiêutica.

O cerne da ética socrática é a felicidade suprema, ou seja, através de conceitos

que possam ser instituídos como lei universal objetivando alcançar o bem supremo. O

contato com esse bem supremo propicia o polimento da alma, determinando a

propagação do bem. Nesta concepção ética, a felicidade é a virtude natural conseqüente

da boa conduta, de conquistar a imperturbabilidade do espírito e consagrar-se ao

conhecimento e à verdade

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PARA REFLETIR...

A arte moral não é a de viver bem tendo em vista alcançar a felicidade, e

sim a arte de ser feliz porque se vive bem.

Para Sócrates, e posteriormente para Platão, submeter à luz da razão a moral

estabelecida não é meramente uma atitude convencional, e sim, uma postura liberada

que pretende solucionar as querelas apontando as falsas virtudes.

Para Platão, tudo o que conhecemos com existente, até mesmo os conceitos,

estão em nossa mente. Da mesma forma que ele subordina o mundo sensível ao das

idéias, também o faz com o bem moral ao supramoral. Nesse processo, é preciso que as

virtudes sejam praticadas. Como sua teoria ética relaciona-se com a política, a razão

(virtude da prudência) corresponderia aos governantes (filósofos), a fortaleza (virtude

da vontade) aos guerreiros e a temperança (virtude do apetite) aos artesãos. Sua moral,

assim como Sócrates e como será a de Aristóteles, é eudemonista (felicidade).

A ética de Aristóteles era finalista no sentido de visar a um fim, a saber, que o

ser humano pudesse alcançar a felicidade, considerada a aspiração da vida humana.

Entendia a moral como um conjunto de qualidades que definia a forma de viver e de

conviver das pessoas, uma espécie de segunda natureza que guiaria o ser humano para a

felicidade, que era composta de vários bens, dentre eles: a sabedoria, a virtude e o

prazer. A sabedoria era considerada o bem de maior valor, por se identificar com a

contemplação.

O bem moral consistia em agir de forma equilibrada e sob a orientação da razão.

O “meio-termo”, o ponto justo levaria à felicidade, a uma “vida boa e bela”, não como

privilégio individual e sim coletivo, pois considerava que o bem individual não poderia

estar em desacordo com o bem social. A orientação era viver em conformidade com a

razão e com as virtudes do cidadão, de onde viriam o discernimento e o autocontrole,

que fariam a assimetria entre os desejos e habilidades.

Em filosofia, Epicuro entendia que a vida humana podia ser afetada pelo prazer

ou pela dor, sendo o primeiro sua inclinação natural, de modo que a dor deveria ser

evitada. Para ele, o prazer seria “o fim e o começo de uma vida bem aventurada”, o

primeiro dos bens naturais. O prazer, identificado com a ausência do sofrimento e da

dor, seria própria felicidade. E “o ápice desse tipo de prazer é a conquista da

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imperturbabilidade de espírito (ataraxia). Mas ela só chega pelo discernimento da

diversidade dos desejos, pois nem todos devem ser atendidos”.

A ciência, ou episteme, por sua vez, não se caracterizaria com ação, mas como

conhecimento; ciência e Filosofia não eram, tampouco, pensadas separadamente. Para

Aristóteles, assim como para toda Antiguidade e ainda pelos vários séculos seguintes, os

temas das ciências modernas estavam englobados pela Filosofia natural. O filosofo e o

cientista eram em geral a mesma pessoa; a filosofia e a ciência possuíam uma unidade

que começava a se desfazer, pouco a pouco, até se romper por completo na

modernidade.

CONCEPÇÕES ÉTICAS

Você já questionou se existe diferença entre ética e moral?!

Etimologicamente, as duas palavras possuem origens distintas e significados

idênticos. Moral vem do latim mores, que quer dizer costume, conduta, modo de agir.

Essa identidade existente entre elas marca a tendência de serem tratados como a mesma

coisa, embora do estreito vínculo que as une, elas são diferentes.

Poder-se dizer que a moral normatiza e direciona a prática das pessoas, por

referir-se às situações particulares e quotidianas, não chegando à superação desse nível,

e a ética, tornando-se examinadora da moral, teria acerca das condutas, estudando as

concepções que dão suporte à moral. São, pois, dois caminhos diferentes que resultam

em status também diferentes; o primeiro, de objeto, e o segundo, de ciência. Donde

deduzimos que a Ética é a ciência da moral.

Cada sociedade, cada cultura cria valores morais diferentes, correspondentes a

suas condições históricas e sociais e a seus interesses e necessidades. Portanto, por

conta da articulação histórica e pela forma como cada sociedade vê os valores, é

compreensível que existem diferentes concepções éticas articuladas ao tempo e ao

espaço.

“A ética é uma forma de ser e modo de agir, não de maneira mecânica, mas

como fruto da reflexão em consonância com a cultura e a filosofia da organização.”

(PASSOS, 2006, p 66).

Procuraremos expor sucintamente as condições éticas consideradas mais

importantes, sem nenhuma pretensão de esgotar o assunto; nosso propósito é lançar um

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olhar que possamos compreender a historicidade dos valores e nos apropriarmos de

elementos necessários às reflexões.

CONCEPÇÕES ÉTICAS NA GRÉCIA ANTIGA

Algumas circunstâncias como a democracia escravocrata e a democracia da vida

política com ao advento da polis, oportunizaram aos filósofos a condição propícia para a

reflexão acerca do ser, das questões morais e sociais, na antiga Grécia.

Os assuntos de ordem pública encontravam-se subordinados ao poder de argumentação,

da palavra e do discurso, tornando-se imprescindível em detrimento da qualidade social

e economia dos indivíduos, nessa forma de organização social e política, a democracia.

Pessoa relacional é assim compreendida como ser em construção na relação com

o outro e, portanto, ser que não está pronto. Deste modo o conceito de pessoa relacional

é também pessoa potencial.

Compreender a pessoa na qualidade potencial implica em incompletude. Talvez

você não tenha ainda escutado falar em Heráclito, uma dos pensadores originários (pré-

socráticos). Talvez, apenas. Mas certamente você conhece a máxima heracliteana... É a

afirmação de que não nos banhamos duas vezes no mesmo rio... Lembra? Pois é... Não

nos banhamos duas vezes no mesmo rio, pois nem mais o rio é o mesmo, como nós

também não somos. Portanto, somos devir (vir-a-ser), construímos nosso próprio ser,

nos tornamos “pessoa” em um contexto que é socialmente produzido em torno de

aspectos valorativos, culturais, políticos, etc.

Buscamos realizar nossas virtudes, aprendemos com as nossas experiências,

somos temporais, situados em épocas repletas de cultura. Somos potencialidade! Temos

em nos a potência de vir-a-ser, de aprender e gerar aprendizagem em cada instância da

nossa vida, em caráter processual. De acordo com Pegoraro (2002, p.72,grifo nosso) “ a

fenomenologia depende do conceito de pessoa como um ser temporal e potencial; como

um núcleo vivo e central que cresce pelo exercício de relações, deliberações, escolhas,

decisões e ações”.

Para que possamos bem construir o nosso ser pessoa relacional/potencial no

mundo do trabalho, é indispensável que o referido “exercício de relações, deliberações,

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escolhas, decisões e ações” mobilize também saberes e valores. Essa mobilização pode

ser compreendida como competência.

COMPETÊNCIA E PROFISSÃO

Diálogos sobre a questão da “competência” estão presentes em diversos âmbitos

sociais. Por exemplo, “competência na sala de aula”, “planejamento estratégico e

competência nas empresas”, “competências e habilidades nas organizações”,

“Programas de qualidade e competência profissional”, etc.

Já estudamos sobre a formação do conceito “pessoa” e sobre a necessária

superação dos processos ideológicos de dominação social, dentre outras temáticas.

Agora, vamos concluir o tema “Trabalho e pessoa enquanto existência

relacional/potencial” conhecendo o significado da palavra competência e convidando

você, querido graduando e querida graduanda, para a aplicação dos saberes que aqui

estamos a construir durante a nossa disciplina, reunindo os fundamentos teórico-práticos

indispensáveis à constante formação acadêmica e profissional.

Por que o entendimento do conceito de competência é importante para a nossa

formação, na qualidade de pessoa relacional/potencial no mundo do trabalho?

Para responder ao questionamento acima é preciso compreender que

competência remete a mobilização. Não corresponde a todo tipo de mobilização, mas

aquele que revela, na ação, a capacidade de reflexão, crítica e decisão, reunindo valores

e saberes.

Se a competência manifesta-se na ação, não é inventada na hora: se faltam os

recursos a mobilizar, não há competência; se os recursos estão presentes, mas não são

mobilizados em tempo útil e conscientemente, estão, na prática, é como se eles não

existissem.

Que deverá ser constituída ou construída a partir de um novo tipo de relação

entre as pessoas, é possível partir de uma idéia que podemos chamar de cotidiano,

significando, com isso, que cada ser humano, pelo simples fato de existir, depara-se

com o mundo, criando correlações que irão caracterizar seu próprio modo de ser e de

viver.

Um diálogo é, para nós, aquilo que deixou uma marca. O que perfaz um

verdadeiro diálogo não são termos experimentado algo de novo, mas termos encontrado

no outro algo que ainda não havíamos encontrado em nossa experiência de mundo.

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As práticas sociais foram criadas pelas empresas e ONGs para atender a

população marcada pela desigualdade social, privilegiando o segmento mais vulnerável

desse nosso universo social: a infância, e a adolescência que foram destituídas de seus

direitos, e contribuir para a construção de novas metodologias e articulação política com

outros programas e projetos voltados para a promoção dos direitos humanos.

Você sabe o que significa ONGs.?

As organizações não governamentais ONGs são organizações formais, privadas,

sem fins lucrativos, auto-governadas e com participação de parte dos seus membros

como voluntários com o objetivo de realização de prática sociais.

Os modelos utilizados para avaliar programas sociais, sejam de cunho

governamental, sejam de ONGs, sofrem críticas principalmente pelo baixo grau de

relevância e de utilidade das informações geradas, que, normalmente não respondem

satisfatoriamente às necessidades dos agentes sociais envolvidos.

Neste sentido o diálogo das empresas com o Estado, visando à elaboração

teórica e a prática de proposta de atendimento a populações em estado de carência e

extrema pobreza, pode refletir na busca de soluções para as desigualdades e o diálogo

pode ser determinante para o sucesso desse desafio.

ÉTICA E RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA

A ética em uma forma simplificada pode ser definida como um ramo da filosofia

que lida com o que moralmente denominamos de bom ou mal, certo ou errado. A

palavra ética vem do grego ethos, que significa costume, modo de agir. O uso popular

proporcionou deferentes significados, sendo que o que mais é mencionado diz respeito

aos princípios de conduta das pessoas em geral.

Segundo Lisboa (1997) os filósofos referem-se a ética para denotar estudo

teórico dos padrões de julgamentos morais, inerentes as decisões de cunho moral.

Correlacionadas à questão da responsabilidade, as observações que são feitas não

pretendem converter os agentes sociais em indivíduos éticos, mas determinar as

posições ideológicas e filosóficas que remetem seres humanos.

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A ética pode ser definida como a teoria, o conhecimento ou a ciência do

comportamento moral que pretende explicar, compreender, justificar e criticar a moral

de uma sociedade, dentro de um contexto filosófico e cientifico.

De fato a visão é que ciência e tecnologia são fatores primordiais para o

desenvolvimento humano, como forças positivas e instrumentos que celebram a

submissão da natureza ao gênio humano e importante para o progresso da humanidade.

DO PLURALISMO DE INTERESSES SOCIAIS

À PRÁTICA DO DIÁLOGO

O pluralismo torna-se adequado a situações nas quais os indivíduos apresentam

razões que supõem valore diferenciados e que partilham elementos comuns e que

determinam se os indivíduos podem chegar a um acordo que seja favorável a todos.

O pluralismo persiste na idéia de posição contrária à realidade, com pontos de

vista definidos sobre Estado e tomada de decisão, com prioridade para o papel do

indivíduo.

A psicologia, a filosofia e a sociologia constituem um aspecto importante, pois

os grandes psicólogos, filósofos e sociólogos que estudaram as relações sociais tiveram

influência na formação do ser humano ético e profissional.

No pluralismo, as decisões dependem dos Estados e de outros envolvidos, que

levam em consideração os aspectos como cultura, sociedades, a prática do diálogo, com

uma análise que depende da questão e da importância dentro do contexto dos interesses

sociais.

O diálogo é definido como falar alternadamente, o trocar idéias, o

compartilhamentos de experiências e informações. Para que o diálogo ocorra, são

necessárias condições específicas. É preciso conhecer o proposto e é também

fundamental a disposição à aprendizagem e construção contínua de saberes.

As mudanças que pluralismo determina são transferências de parte da soberania

entre Estado e as organizações que adquirem características próprias. Refletem nos

aspectos sociais e nos valores organizacionais, como forma de regulação das atividades

e na extinção de conflitos que existem por serem indivíduos com personalidades

distintas e próprias que formam uma organização.

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O pluralismo tem sua origem no período moderno e desenvolveu-se no pós-

moderno, em que a cultura ocidental aceitou as idéias utilizadas e alcançou diversas

formas:

1- Pluralismo intelectual, no qual todas as pessoas podem ter sua idéias com

respeito ao texto lido e ninguém pode requerer exclusivamente na verdade de sua

interpretação.

2- Pluralismo religioso, que se tornou vigente na pós-modernidade, baseados na

filosofia e na teologia, onde não existe uma verdade absoluta.

3- Pluralismo teológico, baseado nos pressupostos da teoria cristã, em que pode-

se supor a experiência de um ser superior, sendo Deus ou Cristo.

O pluralismo de interesse e concepções é estimulado por meio de práticas sociais

e favorece à construção, mediante o diálogo, de novas reflexões e conhecimentos acerca

da própria experiência e das experiência dos demais humanos.

O objetivo maior do pluralismo de interesse é estimular o diálogo como

necessidade estratégica e prática, respeitando a diversidade dos vários segmentos sociais

e com visões e percepções diferentes de mundo, mas que estejam integrados por meio

dos valores e princípios que norteiam as práticas sociais as que estejam vinculados.

ETICA E MORAL

Definição.

A ética não se restringe a descrição de costume ou de hábitos de diferentes

povos. Esta descrição seria Etiologia ou Etnografia. O objetivo real da ética vai além do

sentido etimológico. A ética procura princípios que dirijam a consciência na escolha do

bem e concentra sua atenção na vontade humana (como lógica, na inteligência), porque

o objetivo da Ética é o ato humano, e o ato humano é produzido pela vontade.

a) Ato humano – é o ato voluntário e livre.

b) Objeto formal – é o ponto de vista sob o qual uma ciência encara o objeto

material.

A Ética estuda o aspecto moral e humano e de toda a atividade humana: o bem e

o mal, o honesto e o desonesto, o justo e o injusto, o virtuoso e o vicioso.

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Mas para julgar o aspecto moral dos atos humanos é preciso ser portador de

critérios, princípios e normas que sirvam para distinguir o bem do mal; o justo do

injusto, a virtude do vício.

Resumindo:

1) A Ética procura o bem e o mal moral;

2) Procura determinar princípios e normas éticas;

3) Que levam o individuo a cumprir com seus deveres e ordenar seus atos.

Pode-se definir o objeto formal da Ética recorrendo ao conceito de valor. Valor é

a qualidade que faz estimável alguma coisa.

A Ética procura um pensamento que tenha um valor absoluto de verdade.

Procura um querer e um agir que tenha um valor absoluto de bem. A Filosofia apronta

para valores universais e absolutos, mesmo sabendo que são humanamente inatingíveis.

A Ética se propõe a indicar um valor universal para toda a atividade humana, um bem

que tem valor sempre, um valor-guia para todos os humanos.

Uma última palavra: Ética não é ciência mecânica, não é técnica que se aprende,

põe-se e funciona. Nem é ciência, como lógica, voltada para inteligência: aprende-se,

põe-se em prática, é eficiente. A Ética dirigiu-se à vontade, se esquece tudo que

aprendeu. Permanece o caráter, o hábito, que for bom, é virtude.

Da Ética ocupou-se da vida inteira de Sócrates. Sobre a Ética discorreu plantão

em todos os seus diálogos.

Ético significa, portanto, tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para

que seja uma moradia mais saudável: materialmente sustentável psicologicamente

integrada e espiritualmente fecunda.

Na ética há o permanente e o mutável. O permanente é a necessidade do ser

humano de ter uma moradia: uma maloca indígena, uma casa no campo e um

apartamento na cidade. Todos estão envolvidos com a ética, porque todos buscam uma

moradia permanente.

Mas a ética introduz uma operação necessária: abre esse enraizamento. Estão atentas as

mudanças históricas, às mentalidades e às sensibilidades cambiáveis, aos novos desafios

derivados das transformações sociais. Ela impõe exigências a fim de tornar a moradia

humana mais honesta e saudável. A ética acolhe transformações e mudanças que

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atendam a essas exigências. Sem essa abertura de mudanças, a moral se fossiliza e se

transforma em moralismo.

A ética, portanto, desinstala a moral. Impede que ela se feche sobre si mesma. Obriga-se

à constante renovação no sentido de garantir a habitabilidade e a sustentabilidade da

moradia humana: pessoal, social e planetária.

A ética é uma ciência comprometida com a busca aprofundada das relações entre

o homem e os conceitos de bem e de mal. Trata-se de uma ciência da qual não

pode4mos nos esquivar, pois o bem e o mal, o certo e o errado, impregnam nossa

conduta prática. Embora a grande maioria não pense no assunto, o comportamento

humano é uma contínua resposta às questões éticas. É nesse ponto que nasce a

distribuição entre ética e moral.

ÉTICA: LIMITES E POSTURAS

Diz um velho ditado que os advogados enforcam seus erros, os médicos os

enterram e os jornalistas os divulgam. Estamos na berlinda. Diariamente. Nossas

virtudes e mazelas não são recatadas.

“Ética”, lembra Luiz Garcia, “não é mordaça”. “o que ela pede não é menos

notícia, mas melhor notícia: a informação correta, completa, digna”. Infelizmente,

procedentes lamentáveis não têm tido força suficiente para refrear o impulso da

manchete irrefletida.

A morte da princesa Diana, carregada da dramaticidade que marcou todos os momentos

de sua vida, é um paradigma desse fenômeno.

Reações emocionais e julgamentos precipitados espartilharam a repercussão da

tragédia. Os paparazzi, cortejados pela imprensa sensacionalista, foram lançados no

fossa da execração. Não se trata, por óbvio, de tentar absorver o comportamento desses

urubus do drama humano. Mas não é razoável reduzir o show mediático ao cruel

pragmatismo dos profissionais do subjornalismo. A fabrica das celebridades depende de

uma complexa linha de montagem: a síndrome de Cinderela, o sensacionalismo da

imprensa e a demanda social e frivolidade.

Na fabrica das celebridades não se esgotam no mítico e trágico itinerário das

cinderela. O sensacionalismo mediático transforma a vida num contínuo programa de

auditório.

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A morte de Diana escancarou também outro ângulo de celebridades: a crente

demanda de futilidade.

REGRAS DO JOGO

Escreve Piaget: “Toda moral consiste num sistema de regras e a essência de toda

moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras”.

Inspirado por tal definição, Piaget inicia suas pesquisas escolhendo um campo

muito peculiar da atividade humana: o jogo de regras.

Todo crime será inelutavelmente castigado, mesmo que seja por forças da

natureza: eis a idéia de justiça “imanente”, segundo Piaget. Nela acreditam as crianças

menores.

A virtude estóica é, no fundo, a indiferença e a renuncia a todos os bens do

mundo que não dependem de nós, e cujo curso é fatalmente determinado. Por

conseguinte, indiferença e renúncia a tudo, salvo e pensamento, a sabedoria, a virtude,

que constituem os únicos bens verdadeiros: indiferença e renuncia à vida e a morte, à

saúde e a doença, ao repouso e a fadiga.

O estóico pratica esta indiferença e renuncia para não ser perturbado, magoado

pela possível e freqüente carência dos bens terrenos, e para não perder, de tal maneira, a

serenidade, a paz, o sossego, que são o verdadeiro supremo, único bem da alma. O sábio

e beato, porque, inteiramente fechado na sua torre de marfim, nada lhe acontece que não

seja por ele querido, e se conforma com o demais, sem saudades e sem esperanças; pois

sabe que tudo é feito de um determinismo universal. A serenidade, a apatia dos estóicos

seria, sem dúvida, fruto de uma fatigosa conquista, de uma dura virtude. Mas é uma

virtude absolutamente negativa. Com efeito, quando o homem se torna indiferente a

tudo, e a tudo renuncia, salvo o seu pensamento – cujo conteúdo é, em definitivo, esta

mesma renúncia -, não lhe resta efetivamente mais nada. Não Deus, pois no sistema

estóico, é uma pura palavra; não a alma, destinada a resolver-se na matéria. A sabedoria

estóica é ação negadora da expansão das forças espirituais, virtude corrosiva, morte

moral.

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È UMA VIRTUDE

Aristóteles, discípulo de Platão, herdou questões de seus antecessores. Para

Aristóteles, a amizade é uma virtude. Sendo virtude, ela significa a excelência de algo.

Ela é, além disso, o objetivo último da vida moral, aquilo que define o ápice de uma

vida corretamente vivida. Saber ser amigo equivale a ser ético.

Esqueça o Passado – e não se atormente com o futuro

O dia de amanhã é forte permanente de inquietação para as pessoas.

Viva o presente. “Para que tantos planos em vida tão curta?”, disse Horácio.

Não se preocupar com que vem pela frente é “uma das maiores marcas de sabedoria”,

segundo Epicuro.

Seja simples – até na maneira de se expressar

Uma pessoa afetada na maneira de falar é afetada entre outras coisas.

Fale com simplicidade. Silêncio também é bom. “A palavra expõe-nos aos mais pesados

castigos”, disse um sábio. “Mas o silêncio jamais tem contas a dar”. Não só não causa

sede como confere um traço de nobreza.

Ria dos Absurdos da vida, em vez de chorar

Muitos filósofos compararam a atitude oposta de dois homens notáveis da

Antiguidade. Diante das dificuldades que a vida traz, um chorava. O outro ria. Melhor

rir, concluíram os sábios.

A CONCILIAÇÃO ENTRE O CORPO E A MENTE

Com o conceito de afeto, Spinoza buscou superar a separação tradicional entre matéria e

espírito.

Em termos ontológicos, considerava-se que partes: o corpo e o espírito – ou

alma.

Com base nesse entendimento, quando o homem seguia sua natureza

propriamente humana, agia segundo sua razão, guiando-se por uma moral universal de

conduta que encontra seu apogeu no imperativo categórico kantiano, e sua versão mais

flexível certamente na prudência aristotélica. Quando , ao contrário, curvavam-se ao

corpo, às demandas animais, portanto, às necessidades, aos prazeres da carne.

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COMO TOMAR DECISÕES?

Ao fazer escolhas, lidamos com nossa concepção de mundo, da vida humana,

das relações sociais e dos costumes.

Origem das opiniões

Se as decisões sempre são tomadas de acordo com algum costume ou alguma

opinião, fica a pergunta: como são elaborados tais costumes e opiniões ou maneiras de

pensar?

DICIPLINA e LIBERDADE

Como essa dobradinha aparece no pensamento de Kant

E em letra de música do compositor Renato Russo

A existência ou não da liberdade é fundamental para se pensar a ética. Se o

homem não é livre para agir, não pode ser responsável por sua ação. Se existe liberdade,

ninguém pode ser considerado criminoso. Com isso, cria-se a “ética dos coitadinhos”,

que joga a culpa no “sistema”, no impessoal. Seguindo esse discurso, as pessoas podem

reivindicar para si todos os direitos sem carregar consigo nenhum dever.

Acontece que, como perceber Kant, a liberdade não é um fato exterior. É um

fato (feito) da razão: o homem pode prescrever para si regras de conduta, ante as quais

ele mesmo é legislador e executor. Ou seja: que se obriga a si mesmo é livre para se

desobrigar. Quem assume um compromisso consigo mesmo não esta comprometido

com ninguém, então é livre.

Encontramos essa idéia reafirmada na letra da música Há Tempos, do

LegiãoUrbana, na qual Renato Russo diz: “disciplina e liberdade”. Falar em disciplina

como sinônimo de liberdade pode ser visto como algo fascista, mas Russo explicou sua

posição em entrevista: “Eu estou falando de autodisciplina. Se você pensar numa

relação sujeito-objeto, é fascista, mas numa relação sujeito-sujeito, não é. Não é: ‘eu

vou disciplinar você’. A natureza é disciplinada. Eu preciso de muita disciplina! (...) È

uma invasão do doublé think dos 1984: ‘Liberdade é escravidão’, “Ignorância é força’.

Se “você tiver um conceito legal de liberdade, imediatamente surge uma idéia positiva”.

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Se “disciplina e liberdade”, o homem é livre e responsável por suas ações. Disso

podemos deduzir que, para viver em grupo, devemos seguir a regra do senso comum de

“não fazer aos outros os que você não quer que seja feito a você”. Kant não pensava

numa sociedade de anjos: regras são necessárias mesmo em uma sociedade de

demônios. Os homens são racionais, livres e responsáveis pelo seu agir (ou não agir). O

Estado, a televisão, “o sistema” não são sozinhos os culpados pelos problemas sociais:

afinal, a sociedade é feita também de homens individualmente responsáveis. Como diria

Ortega y Gasset: “Eu sou eu e minhas circunstâncias; se não me salvo a elas, não me

salvo de mim mesmo”. Ainda que o homem esteja sempre imerso em circunstâncias que

não escolheu, pode decidir entre lidar com elas ou de deixar levar pela correnteza. Pode

decidir compreender sua circunstância, sua responsabilidade e sua liberdade ou cantar o

samba do “deixa a vida me levar”.

Uma magia chamada GENEROSIDADE

Uma revolução inspirada na alegria da partilha nada tem a ver com o ideal

simplista de que os bens sejam repartidos igualmente. Mas, se a convivência humana se

apoiasse sobre as bases mais generosas da cooperação, não haveria tamanha

concentração de lucros e, provavelmente, não teríamos atingido esse inquietante conflito

social que se alastra por todas as latitudes. Lucros melhor repartidos tornam a sociedade

mais pacifica mais feliz e, logicamente, mais produtiva. Portanto, mais rica...

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FALANDO EM FILOSOFIA E ÉTICA

A ética na escola

Ética e sexualidade

Ética e política

Ética e família

A ética do sujeito responsável

Aulas expositivas com debate

Leitura e discussão de texto

Pesquisa em biblioteca e internet

Pesquisa de campo sobre ética na ciência

Elaboração de painel

Seminário sobre A Ética do sujeito responsável

TIPOS DE AVALIAÇÃO

Leitura, análise e discussão de texto.

Atividade de pesquisa

Prova escrita contextualizada

Pesquisa de campo e relatório da pesquisa

Seminário

Apresentação

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