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Concordânci a verbal IFSP 2013

Concordância verbal

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Material de suporte para aulas no IFSP.

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Concordância verbalIFSP 2013

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Recomendações A regra geral da concordância verbal na

língua portuguesa é que o verbo ajuste-se ao sujeito em pessoa e número.

Entretanto, há uma série de casos em que a aplicação dessa regra geral é dificultada pela posição dos termos sintáticos na frase. Há, também algumas exceções à regra, que ocorrem em casos específicos e limitados. Por isso, convém observar as recomendações que seguem.

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Sujeito simples Adiante, veremos os casos de

concordância verbal relacionados ao sujeito simples, isto é, ao sujeito que possui apenas um núcleo.

Exemplo: Pedro arremessou a pedra. (sujeito

simples; núcleo: Pedro) Pedro e João arremessaram pedras.

(sujeito composto; núcleos: Pedro e João)

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Nomes que só se usam no plural Quando o sujeito da frase é um nome que só

se usa no plural, como nomes de localidade, é importante verificar a presença do artigo.

Se não há artigo, o verbo fica no singular, porque se trata de um plural aparente.

Se há artigo, o verbo vai para o número em que está o artigo.

Assim: Minas Gerais produz muito leite. / As Minas

Gerais produzem muito leite. Férias faz bem. / As férias fazem bem.

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O sujeito da oração é o pronome relativo que, ou quem Quando o sujeito da oração é o pronome

relativo que, o verbo concorda com o antecedente do pronome relativo, ou seja, com a palavra a que o pronome relativo se refere.

Exemplos: Fui eu que falei. / Foste tu que falaste. /

Foi o menino que falou. / Fomos nós que falamos.

Eu conheço o homem de barbas brancas e cabelo liso que vendeu o apartamento.

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No caso de esse antecedente ser a expressão um dos (ou uma das), o verbo pode ir para o singular ou o plural. O primeiro caso destaca o sujeito do grupo, enquanto o segundo destaca seu pertencimento a esse grupo.

Exemplos: A baronesa era uma das pessoas que mais

desconfiavam de nós. Foi um dos poucos de seu tempo que

reconheceu a originalidade e importância da literatura brasileira.

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Quando o sujeito da oração é o pronome relativo quem, o verbo geralmente vai para o singular.

Exemplos: Sou eu quem o diz. Não foi ele quem fez isso.

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Orações que usam verbos como dar, bater e soar indicando horas, sem indicação de quem realiza a ação

Quando há indicação de horas sem que apareça quem realiza a ação de dar, bater ou soar, o sujeito passa a ser o número de horas indicado, com o qual o verbo deverá concordar.

Exemplo: Deu uma hora no relógio da torre. /

Deram duas horas no relógio da torre.

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Orações que empregam verbos com índice de indeterminação do sujeito Quando o verbo vier acompanhado do

índice de indeterminação do sujeito -se, ficará obrigatoriamente no singular.

Exemplos: Precisa-se de digitadores. / Acredita-se

em seres extraterrestre. / Trabalha-se em lugares poluídos. / Vive-se bem aqui.

E como saber se o -se está sendo usando como índice de indeterminação do sujeito?

Basta observar se está ligado a um verbo transitivo indireto.

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E o que é um verbo transitivo indireto? É um verbo que exige uma preposição para

se associar a seu objeto. Exemplo: Eu preciso de dinheiro. (Para associar-se a

dinheiro, o verbo precisar exige a preposição de. Portanto, é verbo transitivo indireto)

Eu quero dinheiro. (Para associar-se a dinheiro, o verbo querer não exige preposição. Portanto, é verbo transitivo direto)

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Orações que empregam verbos com partícula apassivadora Nas orações em que aparecem verbos com partícula

apassivadora, o sujeito da frase aparece geralmente posposto (colocado depois do verbo). É preciso estar atento a isso para aplicar a concordância conforme a regra geral.

Exemplos: Vende-se uma casa de veraneio. (O sujeito da frase é

uma casa de veraneio.) Vendem-se casas de veraneio. (O sujeito da frase é

casas de veraneio.) Em caso de dificuldade para identificar se a partícula –se

funciona como apassivadora, observar: a) se o verbo é transitivo direto; b) se é possível passar a oração para a voz passiva sem prejuízo de sentido (ex.: casas de veraneio são vendidas).

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Orações que empregam os verbos haver e fazer como impessoais O verbo haver (no sentido de existir, ou

indicando tempo transcorrido) e o verbo fazer (indicando tempo transcorrido) são impessoais, isto é, não possuem sujeito. Devem, portanto, ficar na terceira pessoa do singular.

Exemplos: Havia vários desejos em seu coração. / Fazia

dez anos que ele não vinha a São Paulo. / Deve haver vários desejos em seu coração. / Vai fazer dez anos que ele não vem a São Paulo.

Os dois últimos exemplos citados mostram que, quando um verbo auxiliar se junta a um verbo impessoal, ele também fica no singular.

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Orações que envolvem predicativos do sujeito No caso de orações construídas com sujeito e

predicativo do sujeito (do tipo A é B), a concordância não se faz obrigatoriamente com o sujeito. Ela pode ser realizada com o predicativo nos seguintes casos:

a) quando o sujeito for pronome interrogativo, como quem ou que;

b) quando o verbo de ligação indicar tempo, data ou distância;

c) quando o predicativo for constituído de pronome pessoal ou nome de pessoa;

d) quando o sujeito for pronome demonstrativo isto, isso, aquilo, o, ou pronome indefinido tudo;

e) quando forem utilizadas expressões como é muito, é pouco ou é suficiente.

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Quem são as três testemunhas? (caso a) São doze horas. (caso b) Os funcionários mais aplicados somos nós.

(caso c) As minhas maiores aflições era Juliana. (caso c) Isso são ossos duros de roer. (caso d) Eram tudo falcatruas de profissional

incompetente. (caso d) Cem metros é muito. (caso e) Doze reais é pouco. (caso e)

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Sujeito coletivo e expressões partitivas Se o sujeito for um coletivo, o verbo

permanece sempre no singular. Exemplos: O povo queria eleições diretas. O exército se mobilizou. Se o sujeito for um coletivo do singular

seguido de um complemento no plural, o verbo pode ir para o singular ou para o plural.

A série de notas fiscais está rasurada. Um grupo de notas fiscais estão rasuradas.

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Quando se trata de expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, o resto de, metade de), o verbo pode ir para o singular ou o plural.

Exemplos: Estão surgindo uma porção de razões

contra mim. A maioria das pessoas não entende o

que você diz.

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Oração tem sujeito formado por expressão que denota quantidade aproximada Quando o sujeito, indicador de quantidade

aproximada, é formado de um número plural precedido das expressões cerca de, mais de, menos de e similares, o verbo vai normalmente para o plural.

Exemplos: Cerca de vinte eram os companheiros de

classe. Menos de duzentas pessoas estavam no

comício.

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O sujeito da oração é a expressão “mais de um” ou “mais de dois” Quando o sujeito da oração é formado pelas

expressões mais de um ou mais de dois, o verbo concorda em número com o numeral dessas expressões.

Exemplo: Mais de um aluno faltou. / Mais de dois alunos

faltaram. Em dois casos, isso não acontece. Quando as expressões vierem repetidas, formando

sujeito composto, como em: Mais de um aluno e mais de um professor fizeram greve.

Quando o verbo indicar reciprocidade, como em: Mais de um atleta cumprimentaram-se.

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Oração tem como sujeito pronome interrogativo ou indefinido plural, seguido de de nós, de vós, dentre nós ou dentre vós Quando o sujeito da oração é formado por expressão desse tipo,

e o pronome interrogativo ou indefinido está no singular, o verbo permanece no singular, concordando com o pronome em pessoa e número.

Exemplo: Qual de nós vai ser a Rainha? Nenhum de nós chegará aos cem anos. Quando o sujeito da oração é formado por expressão desse tipo

e o pronome interrogativo ou indefinido está no plural, o verbo pode ficar na terceira pessoa do plural ou concordar em pessoa com o pronome.

Exemplos: Quais de vós virão conosco? Quais de vós vireis conosco? Quantos de nós chegarão aos cem anos? Quantos de nós chegaremos aos cem anos?

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Sujeito composto O sujeito é composto quando possui

mais de um núcleo.

Exemplo: Luís, Maria e José foram à feira. (núcleos: Luís, Maria e José)

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Quando o sujeito é composto, o verbo deve ir para o plural.

Entretanto, quando o sujeito composto vem depois do verbo, a concordância poderá ser feita com o núcleo mais próximo. A isso denomina-se concordância atrativa.

Exemplos: O mapa e o dicionário chegaram. (correto) *O mapa e o dicionário chegou. (incorreto) Chegaram o mapa e o dicionário. (correto) Chegou o mapa e o dicionário (correto).

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Apenas em três casos o sujeito composto anteposto ao verbo admite concordância no singular: a) quando é composto de dois núcleos sinônimos ou quase sinônimos; b) quando é composto de núcleos que são dispostos em gradação; c) quando é composto por núcleos que são verbos no infinitivo.

Exemplos: O rancor e o ódio deixou-o transtornado. (caso a) Uma indignação, uma raiva profunda, um ódio

sem reservas apossou-se dele. (caso b) Trabalhar e estudar fazia dele um homem feliz.

(caso c)

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Sujeito composto resumido por pronome indefinido Quando o sujeito composto vier resumido por

palavras como tudo, nada, ninguém etc., a concordância do verbo deverá ser feita obrigatoriamente com a palavra resumida.

Exemplos: Alunos, mestre, diretores, ninguém falou. A casa, os móveis, a roupa, tudo estava fora

do lugar. Alunos, mestres, funcionários, todos foram

ao casamento.

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Sujeito composto formado de pessoas diferentes Quando o sujeito composto é formado por pessoas

diferentes, a concordância segue a seguinte regra: a) se a primeira pessoa está presente, o verbo vai para a primeira pessoa do plural; b) se a primeira pessoa não está presente, o verbo pode ir para a segunda ou terceira pessoa. (Para o Português Brasileiro, é mais recomendável uso da terceira pessoa)

Exemplos: Eu, tu e ele resolvemos o exercício. (caso a) O professor, tu e eu saímos apressados. (caso a) Tu e teu professor chegastes cedo. (caso b) Tu e teu professor chegaram cedo. (caso b)

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Sujeito com núcleos ligados pela conjunção ou, ou nem Quando os núcleos do sujeito aparecem ligados pela

conjunção ou, ou nem, há duas possibilidades: a) caso a ideia envolvida seja a de exclusão, o verbo irá para o singular; b) caso a ideia envolvida não seja a de exclusão, o verbo irá para o plural.

Exemplos: Roma ou Viena será a sede das próximas Olimpíadas.

(uma alternativa exclui a outra) Nem João nem Raul será nomeado presidente. (uma

alternativa exclui a outra) Roma ou Viena são excelentes locais para as próximas

Olimpíadas. (uma alternativa não exclui a outra) Nem ar nem água corrente possuem suspiro igual. (uma

alternativa não exclui a outra)

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Referências CUNHA, C. Gramática da Língua

Portuguesa. 6ª edição. Rio de Janeiro: FENAME, 1980.

MEDEIROS, J. B. Português Instrumental: para cursos de contabilidade, economia e administração. 5ª edição. São Paulo: Atlas, 2005.

NICOLA, J. TERRA, E. Português de olho no mundo do trabalho: volume único. São Paulo: Scipione, 2004.