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CONCURSO MPU/2013 DIREITO PENAL MILITAR PROF. VLADIMIR LUÍS SILVA DA ROSA 1

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CONCURSO MPU/2013 DIREITO PENAL MILITAR

PROF. VLADIMIR LUÍS SILVA DA ROSA

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Professor Vladimir Luís Silva da Rosa. Doutorando em Direito Penal/UBA-Arg. Mestre em Direito Ambiental/UCS. Especialista em Gestão do Meio Ambiente/UCS. Especialista em Metodologia da Pesquisa,MJ. Oficial da Brigada Militar/RS.

Como citar. ROSA, Vladimir Luís Silva da. Introdução

ao Direito Penal Militar. Material da 1ª aula de Direito Penal Militar, ministrada no Curso de Especialização Televirtual em Direito Militar – Verbo Jurídico, 2012.

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CRIME MILITAR

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DECRETO-LEI Nº 1.001, DE 21 DE OUTUBRO DE 1969.

CÓDIGO PENAL MILITAR

PARTE GERAL - Artigos 1 a 135. LIVRO ÚNICO - Artigos 1 a 135

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A Constituição Federal dispõe em seu art. 124, que: "À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei. ( grifo nosso)"

Crime militar é o fato típico e antijurídico, sancionado em lei para a proteção da disciplina das Forças Armadas, Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares dos Estados e do Distrito Federal, praticados por militar ou civil, em consonância com uma ou várias das condições objetivas de punibilidade.

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Nosso legislador, no Decreto-lei n.º 1.001 (Código Penal Militar) não definiu o que seria crime militar, apenas enumerou taxativamente as diversas situações que caracterizam esse delito.

E os crimes militares definidos em lei estão, à evidência, no Código Penal Militar, em seu art. 9º (com as alterações da Lei n.º 9.299 de 07 de Ago de 1996) o qual enumera as diversas hipóteses em que são considerados crimes militares em tempo de paz.

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CRIME MILITAR PRÓPRIO: pode apenas ser praticado por militar, sendo essa qualidade do agente essencial para que o fato delituoso ocorra. CRIME MILITAR IMPRÓPRIO: definido tanto no CP Comum como no CPM, mas, por artifício, são considerados militares através do inciso II, do art. 9º, do CPM – embora civis na sua essência, assumem caráter militar.

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Para ser considerado militar, não basta o crime

estar previsto na parte especial do CPM (que

trata dos crimes militares em tempo de paz e em

tempo de guerra), mas estar a ação ou omissão

prevista também nas hipóteses elencadas na

parte Geral do aludido Código.

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Prescreve o art. 9º do CPM: “Art. 9.º. Consideram-se crimes militares em tempo de paz: I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo

diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial."

II – Os crimes previstos neste código, embora também o sejam com

igual definição na lei penal comum, quando praticados: a) por militar em situação de atividade ou assemelhado, contra militar

na mesma situação ou assemelhado; b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, em lugar

sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;

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Crimes Militares em Tempo de Paz c) por militar em serviço ou atuando em razão da função, em

comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou civil; (Nova redação já alterada pela Lei n.º 9.299, de 07/ago/96);

d) por militar durante o período de manobras ou exercício,

contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;

e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado,

contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar;

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Crimes Militares em Tempo de Paz Prescreve o art. 9º do CPM: Art. 9.º. Consideram-se crimes militares em tempo de paz: Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra

a vida e cometidos contra civil, serão da competência da justiça comum.

III - os crimes praticados por militar da reserva, ou reformado,

ou por civil, contra as instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:

a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa militar;

b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício da função inerente ao seu cargo;

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Crimes Militares em Tempo de Paz Prescreve o art. 9º do CPM: III - os crimes praticados por militar da reserva, ou

reformado, ou por civil, contra as instituições militares, considerando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos seguintes casos:

c)contra militar em formatura, ou durante o período de prontidão,

vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras;

d)ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra

militar em função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior.”

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Classificação Para efeitos didáticos, os crimes militares são divididos em

duas categorias: a) Propriamente Militar (crimes militares próprios ou puros) -

também denominado puramente ou exclusivamente militar.(art. 9º , inciso I).

No crime militar próprio porém, o sujeito ativo assume uma

particularidade, condição esta de origem jurídica, considerando-o como aquele praticado por pessoa de certa qualidade, como de militar. É aquele que atinge, diretamente, a disciplina e o dever militar. É o delito do soldado.

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Classificação Para efeitos didáticos, os crimes militares são divididos em

duas categorias: a) Propriamente Militar (crimes militares próprios ou puros) -

também denominado puramente ou exclusivamente militar.(art. 9º , inciso I).

Exemplos: Art. 149 ,Motim ; Art. 149, . Parágrafo Único, Revolta; Art.

152, Conspiração; Art. 157, Violência contra Superior, Art. 163, Recusa de obediência, Art. 187, Deserção.

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Classificação Para efeitos didáticos, os crimes militares são divididos em

duas categorias: b) Impropriamente Militar ( crimes militares impróprios) -

também chamado de acidentalmente ou meramente militar. (art. 9º , inciso II).

No crime militar impróprio, não se exige qualquer qualidade

específica à pessoa do agente do sujeito ativo. É aquele que pode ser praticado tanto pelo agente militar ou civil. É delito militar apenas pelas circunstâncias, estando previsto como crime tanto no CP quanto no CPM.

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Classificação Para efeitos didáticos, os crimes militares são divididos em

duas categorias: b) Impropriamente Militar ( crimes militares impróprios) -

também chamado de acidentalmente ou meramente militar. (art. 9º , inciso II).

Exemplos: Art. 205, Homicídio; Art. 209, Lesão Corporal; Art. 214,

Calúnia; Art. 215, Difamação; Art. 216, Injúria; Art. 240, Furto; Art. 242, Roubo; Art. 254, Receptação; Art. 259 Dano.

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Crimes Propriamente Militares Assim, o inciso I do art. 9º do referido dispositivo prevê como crime militar o seguinte:

"I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial.”

Na primeira parte do inciso são aqueles crimes que previstos no CPM e também na lei penal comum, porém são definidos de modo diverso.

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Crimes Propriamente Militares Assim, o inciso I do art. 9º do referido dispositivo prevê como crime militar o seguinte:

"I - os crimes de que trata este Código, quando definidos de modo diverso na lei penal comum, ou nela não previstos, qualquer que seja o agente, salvo disposição especial."

Na Segunda parte o crime só está definido no CPM e não está previsto no CP.

São os crimes definidos com exclusividade na lei penal militar sem correspondentes na lei penal comum, ou seja, são os que somente estão previstos no CPM.

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Crimes Propriamente Militares São considerados crimes propriamente ou puramente militares. Assim exemplificando na hipótese "quando definido de modo diverso na Lei Penal Comum", podemos citar os delitos de dano culposo (art. 266; o CP comum só cogita de dano doloso) e de fazer desaparecer coisas (arts. 259 e 265).

Exemplificando os crimes constantes na segunda parte que trata daqueles "não previstos", podemos citar os delitos de dormir em serviço (art. 203), deserção (art. 187), insubmissão (art. 183) etc.

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Crimes Propriamente Militares A expressão "qualquer que seja o agente" enseja o entendimento de que o sujeito ativo do crime pode ser tanto o militar quanto o civil. Ocorre que há determinados crimes cujo sujeito ativo é exclusivamente o militar, nas hipóteses supracitadas (dormir em serviço (art. 203), deserção (art. 187).

Por exceção, o mesmo ocorre com o civil convocado que não se apresenta na data prevista, pois seria o único agente que poderia cometer o crime de insubmissão (art. 183).

Por isso entendemos que os crimes puramente militares somente compreendem aqueles que só podem ser cometidos por militares.

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Crimes Militares Impróprios ou Acidentais São os crimes militares, comuns em sua natureza (previstos com a mesma definição na lei penal comum), mas que, quando praticados por militar da ativa em certas condições, a lei os configura como militares: “II – Os crimes previstos neste código, embora também o sejam com igual definição na lei penal comum, quando praticados:” São estes os crimes considerados acidentalmente militares, como ocorre a título de exemplo, com os delitos de estelionato que tanto está previsto no art. 171 do Código Penal e 251 do Código Penal Militar, com igual definição. Este inciso abrange seis situações particulares expressas em alíneas, que passaremos a estudar.

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Por Militar Da Ativa: Contra militar da ativa a) “por militar em situação de atividade ou assemelhado,

contra militar na mesma situação ou assemelhado;“ Por militar em situação de atividade deve-se entender o

militar que está ainda no serviço ativo, ainda que de licença, esteja ou não "em" ou "a" serviço, fardado ou não, e que o crime contra outro militar (seja na mesma corporação ou não) da ativa.

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Por Militar Da Ativa: Contra militar da ativa a) “por militar em situação de atividade ou assemelhado,

contra militar na mesma situação ou assemelhado;“ Para exemplificar a letra “a” do inciso II, se um soldado do

Exército, de folga, agredir com socos e pontapés um soldado da Polícia Militar, da ativa, de folga, ocasionando-lhe lesões corporais, praticará, em tese, crime militar capitulado no art. 209 do CPM.

Em local sob à administração militar

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Art. 6º São equivalentes as expressões "na ativa", "da ativa", "em serviço ativo", "em serviço na ativa", "em serviço", "em atividade" ou "em atividade militar", conferidas aos militares no desempenho de cargo, comissão, encargo, incumbência ou missão, serviço ou atividade militar ou considerada de natureza militar nas organizações militares das Forças Armadas, bem como na Presidência da República, na Vice-Presidência da República, no Ministério da Defesa e nos demais órgãos quando previsto em lei, ou quando incorporados às Forças Armadas. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.215-10, de 31.8.2001)

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Por Militar Da Ativa: Contra militar da ativa b) “por militar em situação de atividade ou assemelhado, em

lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;”

Requer o dispositivo agora que o local onde ocorreu o delito

esteja sujeito à administração militar.

Lugar sujeito à administração militar é o espaço físico em que, necessariamente, as Forças Armadas, as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares realizam suas atividades, como quartéis, aeronaves e navios militares ou mercantes em serviço militar, fortalezas, estabelecimentos de ensino militar, campos de prova ou treinamento etc. e também o que, na forma da lei, se encontrar sob a administração militar.

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Por Militar Da Ativa: b) “por militar em situação de atividade ou assemelhado, em

lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;"

Não se considera, entretanto, lugar sujeito à administração

militar a casa nele situada, como a cedida a oficiais e praças para residência, nas chamadas vilas militares, por força do inciso XI do art. 5o- da Constituição Federal:

"A casa é o asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem o consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial”.

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Por Militar Da Ativa: b) “por militar em situação de atividade ou assemelhado, em

lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;“

Em virtude desse mandamento constitucional, a administração não penetra no

interior das casas referidas, não interfere na privacidade dos lares, conforme tem decidido a jurisprudência do STF.

Ex.: Um Sargento, de folga, no interior do 2º BPM, ao manusear indevidamente sua pistola particular, calibre 380, efetua disparo acidental que atinge um estagiário civil que trabalhava como telefonista. Em decorrência do disparo que atingiu-lhe o tórax, o mesmo veio a falecer.

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De serviço c) “por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou civil;" (Nova redação já alterada pela Lei n.º 9.299, de 07/ago/96) Na nova redação dada a alínea "c", a qual foi alterada pela Lei n.º 9.299, acrescentou-se a expressão atuando em razão da função e suprimiu a expressão assemelhado.

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De serviço c) “por militar em serviço ou atuando em razão da função, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou reformado, ou civil;" (Nova redação já alterada pela Lei n.º 9.299, de 07/ago/96) Evidentemente não se houve o legislador com felicidade pela técnica legislativa empregada, pois se o militar encontra-se "em comissão de natureza militar, ou em formatura", está, à evidência, em serviço. Bastaria, pois, somente a expressão "em serviço”.

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De serviço Para a configuração do crime previsto na letra "c" do inciso II, não basta, como no da letra "b" , que o agente militar seja da ativa. Necessário se faz que esteja no desempenho de um serviço ou comissão inerente a seu cargo militar ou em formatura, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, ou que esteja atuando em razão da função.

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De serviço Ex.:

Uma guarnição composta de um sargento e dois soldados, ao se

deparar com um roubo a banco no Centro Comercial João

Pessoa, é recebida com disparos de arma de fogo efetuados pelos

meliantes, e, ao final da ocorrência, defendendo-se da ação dos

“marginais”, os Policiais Militares conseguem alvejar um dos

“meliantes” que veio a falecer no hospital.

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Em período de manobras “d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;” Em face do que já foi esclarecido com relação às outras alíneas, só comporta dois comentários: 1º de que por período de manobras ou exercício deve ser o entendido como o do tempo real da manobra ou exercício;

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Em período de manobras “d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;” 2º a mesma incoerência ocorrida na alínea anterior observa-se nesta, quando diz: "por militar durante o período de manobras ou exercício"; ora, difícil conceber um militar de folga fazendo parte de manobras ou exercícios.

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Em período de manobras "d) por militar durante o período de manobras ou exercício, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil;" Ex.: Durante exercícios de maneabilidade na Mata do Buraquinho, um soldado da Companhia ambiental atinge um civil, que pescava no rio, com um disparo a esmo de fuzil, ocasionando-lhe lesões na perna.

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Contra o patrimônio e a ordem administrativa militares e) “por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar;" Nesta alínea não constitui condição que o militar esteja

em serviço; basta que esteja no serviço ativo. Trata-se agora de

um militar, ainda que de folga, que pratique um crime contra o

patrimônio sob a administração militar, ou a ordem

administrativa militar.

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Contra o patrimônio e a ordem administrativa militares e) “por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar;” Crimes contra o patrimônio sob a administração militar são os previstos no Título V do Livro I da Parte Especial do CPM, com a epígrafe "Dos crimes contra o patrimônio", como os de furto simples (art. 240), estelionato (art. 251), apropriação indébita (art. 248), receptação (art. 254), etc.

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Contra o patrimônio e a ordem administrativa militares e) “por militar em situação de atividade, ou assemelhado, contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem administrativa militar;" No que se refere à última parte desse dispositivo, que trata da "ordem administrativa militar" é a administração militar propriamente dita. Assim, os crimes contra a ordem administrativa militar são os elencados nos Títulos VII (Dos crimes contra a administração militar) e VIII (Dos crimes contra a administração da Justiça Militar) do Livro I da Parte Especial do CPM, como os de peculato (art. 303), corrupção passiva (art. 308), prevaricação (art. 319), etc.

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f) "Revogada pela Lei n.º 9.299, de 07/08/96. No inciso II e suas alíneas, que acabamos de examinar, arrolou o CPM os crimes só praticados por militares ou assemelhados.

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Crimes Militares praticados por Militares da Reserva, Reformados ou Civis Veremos agora o inciso III , cujos agentes agora são o militar da reserva, o reformado e o civil, desde que praticados contra as instituições militares, nas hipóteses compreendidas nas quatro alíneas do mesmo inciso e nas hipóteses dos incisos I e II.

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Crimes Militares praticados por Militares da Reserva, Reformados ou Civis Observa-se que o militar da reserva, reformado ou civil estão sujeito a praticar crime propriamente militar ou crimes militares impróprios, conforme o caso os quais veremos a seguir:

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Crimes Militares praticados por Militares da

Reserva, Reformados ou Civis

"III - os crimes praticados por militar da reserva,

ou reformado, ou por civil, contra as instituições

militares, considerando-se como tais não só os

compreendidos no inciso I, como os do inciso II, nos

seguintes casos:”

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DECISÃO: A presente impetração insurge-se contra decisão, que, emanada do E. Superior Tribunal Militar, encontra-se consubstanciada em acórdão assim ementado:

“‘Habeas Corpus’. Trancamento de ação penal. Competência da Justiça Militar. Inocorrência de constrangimento ilegal. Incabível a arguição de incompetência da Justiça Castrense quando o crime é praticado por civil contra

Administração Militar (Capitania dos Portos), nos termos do art. 124 da CF, c/c o art. 9º, inciso III, alínea ‘a’, do CPM.

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Aplicabilidade da Lei Complementar nº 97/99 (Dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas), que atribui à Marinha do Brasil a competência para promover a segurança da navegação do País, com destaque para o art. 17, as atribuições subsidiárias particulares. A Lei Complementar nº 136/10 introduziu alterações na Lei Complementar nº 97/99, ampliando as atividades subsidiárias desempenhadas pela Marinha, passando a ter natureza de atividade militar, para fins previstos no art. 124 da Constituição Federal. Inocorrência de constrangimento ilegal, em razão da competência do Conselho Permanente de Justiça para a Marinha. Ordem denegada. Decisão unânime.” (grifei)

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EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PENAL MILITAR.

PROCESSUAL PENAL MILITAR. CRIME DOLOSO PRATICADO POR CIVIL CONTRA A VIDA DE MILITAR DA AERONÁUTICA EM SERVIÇO: COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR PARA PROCESSAMENTO E

JULGAMENTO DA AÇÃO PENAL: ART. 9º, INC. III, ALÍNEA D, DO

CÓDIGO PENAL MILITAR: CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES.

HABEAS CORPUS DENEGADO. 1. A jurisprudência do Supremo

Tribunal Federal é no sentido de ser constitucional o julgamento

dos crimes dolosos contra a vida de militar em serviço pela justiça

castrense, sem a submissão destes crimes ao Tribunal do Júri, nos

termos do o art. 9º, inc. III, "d", do Código Penal Militar. 2. Habeas

corpus denegado.

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Por Militar da Reserva, Reformado ou Civil Contra: O patrimônio e a ordem administrativa militares a) “contra o patrimônio sob a administração militar, ou contra a ordem administrativa militar;"

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Por Militar da Reserva, Reformado ou Civil Contra: A alínea "a" trata do crime praticado “contra o patrimônio sob a administração militar ou contra a ordem administrativa militar”. Com relação ao patrimônio militar, é necessário que o crime atente sobre bem que esteja efetivamente sob a tutela da administração militar, a exemplo do crime de Receptação, em se tratando de coisa sob a administração militar o crime é militar, embora civil o autor.

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Por Militar da Reserva, Reformado ou Civil Contra: Da mesma forma, o crime militar que venha atingir a ordem administrativa militar deverá ser do interesse da administração militar e de fato refletir no bom andamento do serviço.

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Por Militar da Reserva, Reformado ou Civil Contra: No entanto, se a coisa, originariamente militar, por qualquer meio deixa de estar sob a administração militar, ou passa a pertencer a militares, como patrimônio individual, o crime cometido, desde que fora da área sob à administração militar, será processado e julgado pela Justiça Comum, a exemplo de armas compradas pela Polícia Militar de um dos Estados da Federação e vendida a oficiais e praças, para sua defesa pessoal. Sua apropriação, por parte de terceiros, não constitui crime militar.

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O militar da ativa, funcionário da Justiça Militar ou de Ministério Militar, em local sob a administração militar

b) “em lugar sujeito à administração militar contra militar

em situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício da função inerente ao seu cargo;"

Trata a alínea "b" dos crimes praticados pelos mesmos

agentes (militar da reserva, reformado ou civil), contra o militar da ativa ou ainda contra funcionário do Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício da função inerente a seu cargo, desde que em lugar sujeito à administração militar.

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O militar da ativa, funcionário da Justiça Militar ou de Ministério Militar, em local sob a administração militar

b) “em lugar sujeito à administração militar contra militar

em situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício da função inerente ao seu cargo;"

Assim exemplificando, seria o caso de um civil que

desempenha suas funções numa unidade militar, culminar por causar lesões corporais num oficial de justiça da Justiça Militar que comparecer naquela unidade para citá-lo.

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O militar da ativa, funcionário da Justiça Militar ou de Ministério Militar, em local sob a administração militar

b) “em lugar sujeito à administração militar contra militar

em situação de atividade ou assemelhado, ou contra funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no exercício da função inerente ao seu cargo;"

Outro exemplo é o caso de uma Sargento reformado que

comparece a Unidade Militar para resolver problema de seu particular interesse, e desacata um militar que ali trabalhava como atendente.

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O militar em formatura, ou durante exercícios, estacionamentos e manobras militares em geral

c) “contra militar em formatura, ou durante o período de

prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras;”

Entendeu o legislador acertadamente que a jurisdição

militar deve estender-se também nos casos em que o militar deva, por dever, afastar-se de sua unidade.

Vejamos as diversas situações:

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O militar em formatura, ou durante exercícios, estacionamentos e manobras militares em geral

c) “contra militar em formatura, ou durante o período de

prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício, acampamento, acantonamento ou manobras;”

a) Formatura: lexicamente, significa ato ou efeito de

formar; alinhamento e ordenação de tropa. b) Período de prontidão: lapso temporal em que a tropa

permanece em sua unidade em estado de alerta para eventual deslocamento.

c) Vigilância e observação: ato ou efeito de vigilar,

espreitar.

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a) Exploração: procurar, descobrir; percorrer, estudando; em

regra, explora-se terreno para cumprimento de alguma

missão.

b) Exercício: refere-se a adestramento de tropa.

c) Acampamento: estacionamento de tropa em barracas.

d) Acantonamento: deriva de acantonar, que significa dispor ou

distribuir tropas por cantões; é o lugar onde se acantonam

tropas, aproveitando das instalações existentes.

e) Manobras: também visa o adestramento da tropa com seu

deslocamento da unidade.

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Ex.: Dois pelotões de alunos do Curso de Formações de

Oficiais da AMAN montam acampamento de barracas na

localidade do Conde. Dois Alunos Oficiais do 1º ano jogam, em

uma das barracas, um garrafa com gasolina (coquetel molotofe)

que explode e queima um dos alunos do 4º ano, ocasionando-lhe

queimaduras graves no corpo.

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O militar em função de natureza militar, ou no

desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da

ordem pública, administrativa ou judiciária

d) “ainda que fora do lugar sujeito à administração militar,

contra militar em função de natureza militar, ou no desempenho de

serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública,

administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para

aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior.”

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d) “ainda que fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar em função de natureza militar, ou no desempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em obediência a determinação legal superior.” Esse dispositivo é de uma amplitude por demais abrangente, pois abrange, inúmeras situações em que não predomine sua natureza militar. Assim em sua primeira parte, compreende a situação do militar da reserva, reformado ou civil, que pratique crime contra militar em função de natureza militar, ainda que fora do lugar sujeito à administração militar.

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Na sua segunda parte compreende as situações que não

sejam de natureza militar e sim de natureza policial-militar.

Em situações anormais, as Forças Armadas podem ser

convocadas ou requisitadas para a preservação da ordem

pública, como, por exemplo, no estado de sítio, calamidade

pública etc.

Finaliza o dispositivo na hipótese de o militar estar

cumprindo ordem legal superior.

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Prevê o dispositivo uma terceira hipótese: nesse caso, o

militar estaria exercendo uma função que não seria nem de

natureza militar nem policial-militar.

Apenas requer-se que a ordem superior seja legal.

Vimos, portanto, nesse inciso, as diversas hipóteses em que

o militar da reserva, reformado ou o civil está sujeito à jurisdição

militar, quando são sujeitos ativos de crime.

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Da análise do dispositivo legal, verifica-se (nos incisos I e II) que para existir o crime militar nem sempre bastará que o autor seja militar praticando fato previsto como crime no CPM. Será necessário, além da previsão de um delito tipificado no CPM, algumas condições ou situações objetivas quanto às circunstâncias da pessoa, do lugar e do tempo, sem as quais poderá existir um crime de natureza comum, mas nunca um crime militar.

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"Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos contra civil, serão da competência da justiça comum." O presente parágrafo foi acrescido ao art. 9.º. por força da Lei n.º 9.299/96, estabelecendo que serão da competência da justiça comum, todos os crimes tratados no art. 9º, quando dolosos contra a vida forem praticados contra o civil.

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"Parágrafo único. Os crimes de que trata este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos contra civil, serão da competência da justiça comum." Antes de mais nada , observe que a competência da Justiça Militar é matéria constitucional, pois o art. 124 prescreve que “compete a Justiça Militar processar e julgar os crimes militares definidos em lei”, não importando quem seja o agente, o qual pode ser militar da ativa, militar da reserva, reformado ou civil, portanto extensiva.

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Já o § 4º do artigo 125 do mesmo diploma legal dispõe que

“compete a Justiça Militar Estadual processar e julgar os

policiais militares e bombeiros militares nos crimes militares,

definidos em lei...”, sendo assim uma regra restritiva.

Ora, a lei em evidência (9.299/96) provocou um verdadeiro

deslocamento de competência ao prever, acrescentando o

Parágrafo único ao art. 9º do CPM, que os crimes de que trata

este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos contra

civil, serão de competência da justiça comum.

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Notamos que os arts. 124 e 125, § 4º da CF/88 expressam a

competência da Justiça Militar Federal e Estadual,

respectivamente, de maneira cristalina, ou seja, processar e

julgar os crimes militares definidos em lei, não fazendo distinção

quanto ao fato de serem dolosos ou culposos, nem muito menos

ao agente passivo (vítima).

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EMENTA: Recurso extraordinário. Alegação de

inconstitucionalidade do parágrafo único do artigo 9º do Código

Penal Militar introduzido pela Lei 9.299, de 7 de agosto de 1996.

Improcedência.- No artigo 9º do Código Penal Militar que define

quais são os crimes que, em tempo de paz, se consideram como

militares, foi inserido pela Lei 9.299, de 7 de agosto de 1996,

um parágrafo único que determina que "os crimes de que trata

este artigo, quando dolosos contra a vida e cometidos contra

civil, serão da competência da justiça comum".-Ora, tendo sido

inserido esse parágrafo único em artigo do Código Penal Militar

que define os crimes militares em tempo de paz, e sendo

preceito de exegese....

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(assim, CARLOS MAXIMILIANO, "Hermenêutica e Aplicação do Direito", 9ª ed., nº 367, ps. 308/309, Forense, Rio de Janeiro, 1979, invocando o apoio de WILLOUGHBY) o de que "sempre que for possível sem fazer demasiada violência às palavras, interprete-se a linguagem da lei com reservas tais que se torne constitucional a medida que ela institui, ou disciplina",

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...não há demasia alguma em se interpretar, não obstante sua forma imperfeita, que ele, ao declarar, em caráter de exceção, que todos os crimes de que trata o artigo 9º do Código Penal Militar, quando dolosos contra a vida praticados contra civil, são da

competência da justiça comum, os teve, implicitamente, como excluídos do rol dos crimes considerados como militares por esse dispositivo penal, compatibilizando-se assim com o disposto no "caput" do artigo 124 da Constituição Federal.-

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Completados 15 anos de vigência e críticas à Lei nº 9.299/96, a jurisprudência do STF e do STJ, o recente posicionamento da 2ª Auditoria da 1ª CJM, no conhecido caso do "morro da Providência", as modificações legislativas introduzidas pela Emenda Constitucional nº 45/2004 e pelo Projeto de Lei nº 6.615-C, de 2009, e, ainda, a doutrina especializada têm-se posicionado no sentido de que, inobstante a má técnica legislativa de que padece a citada lei, os crimes militares de que tratam o artigo 9º do CPM, quando dolosos contra a vida e cometidos contra civil, serão da competência da Justiça comum (federal ou estadual), uma vez que, de forma implícita, tais delitos foram excluídos do rol dos crimes considerados de natureza militar, nos termos do citado parágrafo único do art. 9º, compatibilizando-o, assim, com o disposto no caput do artigo 124 e inciso IV do artigo 109, ambos da Constituição Federal.

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Súmula 6 Competência - Delitos - Acidente de Trânsito - Viatura de Polícia Militar Compete á Justiça Comum Estadual processar e julgar delito decorrente de acidente de trânsito envolvendo viatura de Polícia Militar, salvo se autor e vítima forem policiais militares em situação de atividade.

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Súmula 47 - revogada pela Lei 9.299/96 Competência - Processo e Julgamento - Crime Cometido por Militar Contra Civil - Arma da Corporação Compete à Justiça Militar processar e julgar crime cometido por militar contra civil, com emprego de arma pertencente à corporação, mesmo não estando em serviço.

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Súmula 172 Compete à Justiça Federal processar e julgar militar por crime de abuso de autoridade, ainda que praticado em serviço.

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Súmula 673

O art. 125, § 4º, da constituição não impede a

perda da graduação de militar mediante

procedimento administrativo.

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Súmula 694

Não cabe "habeas corpus" contra a imposição

da pena de exclusão de militar ou de perda de

patente ou de função pública.

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Art. 10. Consideram-se crimes militares, em tempo de guerra:

I - os especialmente previstos neste Código para o

tempo de guerra;

II - os crimes militares previstos para o tempo de paz;

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III - os crimes previstos neste Código, embora também o sejam com igual definição na lei penal comum ou especial, quando praticados, qualquer que seja o agente:

a) em território nacional, ou estrangeiro,

militarmente ocupado; b) em qualquer lugar, se comprometem ou

podem comprometer a preparação, a eficiência ou as operações militares ou, de qualquer outra forma, atentam contra a segurança externa do País ou podem expô-la a perigo;

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IV - os crimes definidos na lei penal comum ou especial, embora não previstos neste Código, quando praticados em zona de efetivas operações militares ou em território estrangeiro, militarmente ocupado.

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Militares Estrangeiros Art. 11: "Os militares estrangeiros, quando em comissão ou estágio nas forças armadas, ficam sujeitos à lei penal militar brasileira, ressalvado o disposto em tratados ou convenções internacionais". Enquanto que as normas de direito penal comum (Código Penal) são destinadas a todos os cidadãos, sem distinção, as de direito penal militar, por terem caráter especial, aplicam-se, quase que exclusivamente (salvo algumas exceções, como os casos em que o civil comete crime militar) aos militares integrantes das Forças Armadas, das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares dos Estados e do Distrito Federal.

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Equiparação a militar da ativa Militar Da Reserva Ou Reformado “Art. 12: 0 militar da reserva ou reformado, empregado na administração militar, equipara-se ao militar em situação de atividade, para o efeito da aplicação da lei penal militar". Trata-se de uma hipótese em que o inativo passa para a atividade em uma situação especial, em cargo administrativo. Natural, portanto, que integrando-se novamente a administração militar, fique sujeito à jurisdição militar.

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Militar da Reserva ou Reformado O servidor militar em situação de atividade, é o militar da ativa, o que se encontra ainda, no exercício de suas funções. Cumpre-nos, porém, esclarecer, com relação o que seja militar da reserva ou reformado.

Militar da reserva ou reformado é o que se encontra na inatividade.

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Militar da Reserva ou Reformado A diferença entre eles é a seguinte: o militar da reserva, remunerada ou não (o art. 97 do CPPM alude a essas duas categorias da reserva), está sujeito, ainda, à prestação de serviço na ativa, mediante convocação ou mobilização, enquanto o militar reformado está dispensado definitivamente, da prestação de serviço na ativa. Prevê a legislação castrense para efeito de sua aplicação, a equiparação dos mesmos (reserva ou reformado) ao militar da ativa. Dispõe a respeito o art. 12 da legislação penal castrense:

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Militar da Reserva ou Reformado A outra prerrogativa do militar da reserva ou reformado refere-se ao art. 13 do CPM, in verbis: "Art. 13. O militar da reserva, ou reformado, conserva as responsabilidades e prerrogativas do posto ou da graduação, para o efeito da aplicação da lei penal militar, quando pratica ou contra ele é praticado crime militar".

Justifica-se, pois o militar não perde esta qualidade ao deixar o serviço em tais situações. Portanto, natural que mantenha todas as prerrogativas de seu posto ou graduação.

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83

Assemelhados: Derrogado.

O conceito de assemelhado vem expresso no art. 21

do CPM:

“Art. 21: Considera-se assemelhado o servidor, efetivo

ou não, dos Ministérios da Marinha, do Exército ou da

Aeronáutica, submetido a preceito de disciplina militar, em

virtude de lei ou regulamento”.

O art. 84 do CPPM dispõe de forma igual o conceito de

assemelhado, trocando apenas a palavra “servidor” por

“funcionário”.

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Defeito de incorporação

Art. 14. O defeito do ato de incorporação não exclui a aplicação da lei penal militar, salvo se alegado ou conhecido antes da prática do crime.

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85

Tempo de guerra Art. 15. O tempo de guerra, para os efeitos da

aplicação da lei penal militar, começa com a declaração ou o reconhecimento do estado de guerra, ou com o decreto de mobilização se nele estiver compreendido aquele reconhecimento; e termina quando ordenada a cessação das hostilidades.

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Contagem de prazo

Art. 16. No cômputo dos prazos inclui-se o dia do começo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo calendário comum.

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Legislação especial. Salário-mínimo

Art. 17. As regras gerais deste Código aplicam-se aos fatos incriminados por lei penal militar especial, se esta não dispõe de modo diverso. Para os efeitos penais, salário mínimo é o maior mensal vigente no país, ao tempo da sentença.

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Crimes praticados em prejuízo de país aliado

Art. 18. Ficam sujeitos às disposições deste Código os crimes praticados em prejuízo de país em guerra contra país inimigo do Brasil:

I - se o crime é praticado por brasileiro; II - se o crime é praticado no território

nacional, ou em território estrangeiro, militarmente ocupado por força brasileira, qualquer que seja o agente.

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89

Infrações disciplinares Art. 19. Este Código não compreende as

infrações dos regulamentos disciplinares.

Crimes praticados em tempo de guerra Art. 20. Aos crimes praticados em tempo de

guerra, salvo disposição especial, aplicam-se as penas cominadas para o tempo de paz, com o aumento de um terço.

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90

Servidores Militares De acordo com o art. 22 do CPM a pessoa considerada militar é : "Art. 22. É considerada militar; para efeito da ap1icação deste Código, qualquer pessoa que, em tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às forças armadas, para nelas servir em posto, graduação, ou sujeito à disciplina militar”. Os servidores militares formam uma categoria especial de servidores públicos que são denominados de militares . A Constituição Federal por sua vez, em seu art. 42 oferece dispõe o que vem a ser servido militar estadual:

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Servidores Militares De acordo com o art. 22 do CPM a pessoa considerada militar é : "Art. 42. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos."

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Servidores Militares De acordo com o art. 22 do CPM a pessoa considerada militar é : O art. 142 CF prescreve: “ As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garanti dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”

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Assemelhado

Art. 21. Considera-se assemelhado o servidor, efetivo ou não, dos Ministérios da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, submetido a preceito de disciplina militar, em virtude de lei ou regulamento.

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Pessoa considerada militar

Art. 22. É considerada militar, para efeito da aplicação deste Código, qualquer pessoa que, em tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às forças armadas, para nelas servir em posto, graduação, ou sujeição à disciplina militar.

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Equiparação a comandante

Art. 23. Equipara-se ao comandante, para o efeito da aplicação da lei penal militar, toda autoridade com função de direção.

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Conceito de Superior O conceito de superior vem descrito no art. 24 do CPM, que dispõe: “Art. 24: 0 militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobre outro de igual posto ou graduação, considera-se superior, para efeito de aplicação da lei penal militar”. Vemos, pois, que o conceito de superior não decorre apenas da escala hierárquica, como ocorre com o militar com o posto de capitão em relação ao primeiro-tenente. Aqui, embora ambos tenham o mesmo posto, considera superior aquele que em virtude da função, exerce autoridade sobre outro de igual posto ou graduação.

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Conceito de Superior O conceito de superior vem descrito no art. 24 do CPM, que dispõe: “Art. 24: 0 militar que, em virtude da função, exerce autoridade sobre outro de igual posto ou graduação, considera-se superior, para efeito de aplicação da lei penal militar". Assim, exemplificando, um oficial subalterno no comando de uma companhia é considerado superior aos colegas do mesmo posto que servem na mesma companhia.

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Crime praticado em presença do inimigo Art. 25. Diz-se crime praticado em presença do

inimigo, quando o fato ocorre em zona de efetivas operações militares, ou na iminência ou em situação de hostilidade.

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Referência a "brasileiro" ou "nacional" Art. 26. Quando a lei penal militar se refere a

"brasileiro" ou "nacional", compreende as pessoas enumeradas como brasileiros na Constituição do Brasil.

Estrangeiros Parágrafo único. Para os efeitos da lei penal

militar, são considerados estrangeiros os apátridas e os brasileiros que perderam a nacionalidade.

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100

Os que se compreendem, como funcionários da Justiça Militar

Art. 27. Quando este Código se refere a funcionários, compreende, para efeito da sua aplicação, os juízes, os representantes do Ministério Público, os funcionários e auxiliares da Justiça Militar.

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101

Casos de prevalência do Código Penal Militar

Art. 28. Os crimes contra a segurança externa do país ou contra as instituições militares, definidos neste Código, excluem os da mesma natureza definidos em outras leis.

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CRIME MILITAR Art. 29 ao 47 CPM

102

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ELEMENTOS DO FATO TÍPICO:

Relação de causalidade

Art. 29. O resultado de que depende a existência do crime somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

§ 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado. Os fatos anteriores, imputam-se,

entretanto, a quem os praticou.

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ELEMENTOS DO FATO TÍPICO:

CONDUTA:

AÇÃO OU OMISSÃO

DOLOSA CULPOSA

DIRETO

INDIRETO

IMPRUDÊNCIA;

NEGLIGÊNCIA;

IMPERÍCIA

EVENTUAL;

ALTERNATIVO.

CONSCIENTE;

PRETERDOLOSO DOLO NO ANTECEDENTE.

CULPA NO CONSEQUENTE.

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CONDUTA A conduta causalista no CPM não está acompanhada do elemento

subjetivo, equivalendo dizer que a exploração da conduta para o sistema em análise prescinde da averiguação de dolo ou de culpa, elementos que estão alocados na culpabilidade, bastando a mera voluntariedade.

Aliás, essa é a principal diferença entre o finalismo e o causalismo

(clássico ou neoclássico), porquanto para o sistema finalista a conduta deve ser direcionada a um fim, ou seja, toda conduta para ser relevante ao Direito Penal deve apresentar a busca de um fim a ser atingido.

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Frise-se, portanto, que o dolo e a culpa no sistema adotado pelo CPM estão na culpabilidade e não no fato típico, inseridos na conduta. Como prova dessa constatação, tome-se o art. 33 do referido Código que, sob a rubrica da culpabilidade, define dolo e culpa.

A conduta pode apresentar-se também no CPM sob as formas de

ação ou de omissão, muito embora o sistema causalista neoclássico, em sua essência, tenha relegado a omissão a um segundo plano.

Ao referir-se a uma conduta para o Direito Penal militar, limita-se a

abarcar os comportamentos humanos, excluindo-se, portanto, os fatos resultantes de comportamento animal ou de fatos da natureza, a exemplo de tempestades, terremotos etc.

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ELEMENTOS DO FATO TÍPICO:

OMISSÃO

PRÓPRIA IMPRÓPRIA (COMISSIVO POR OMISSÃO)

At; 29 § 2º A omissão é relevante como causa quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilância; a quem, de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado; e a quem, com seu comportamento anterior, criou o risco de sua superveniência.

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VLSR 108

Concretizam-se com a simples conduta negativa do

agente, independentemente da produção de qualquer

resultado posterior.

A norma é que determina o comportamento positivo.

Ex.: art. 194 CPM, Omissão de Oficial

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VLSR 109

Ocorre quando alguém, que está obrigado a agir

positivamente, se omite e permite que o resultado se

produza, embora pudesse evitá-lo.

A pessoa tem o dever jurídico de impedir o resultado

concreto, desde que possível fazê-lo, nos casos previstos

no art. 29, §2º, do CPM.

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VLSR 110

Nesses crimes, o agente não tem simplesmente a obrigação de agir, mas a obrigação de agir para evitar um resultado – é dever agir com a finalidade de impedir a ocorrência de determinado evento.

Os elementos dessa modalidade, como já dito, podem ser encontrados no art. 29, §2º do CPM.

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VLSR 111

a) A abstenção da atividade que a norma impõe;

b) A superveniência do resultado típico em decorrência da omissão;

c) A ocorrência da situação geradora do dever jurídico de agir.

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Se perfazem com a simples conduta negativa do agente. Nesses delitos o tipo impõe ou determina um comportamento positivo por parte do sujeito. Ela descreve implicitamente o que ele deve fazer. Ex: Omissão de Oficial (art. 194 - simples); arts. 236, 144, 246, 257, 269, 299, 305 do CPB

Pergunta-se: Há crimes omissivos próprios que pode ser iniciado com uma conduta positiva por parte do sujeito? R- Sim, a apropriação indébita de coisa achada, consumando-se quando o sujeito deixa, no prazo legal (15 dias) de entregar a coisa à autoridade competente.

Independem de resultado para consumarem-se.

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Certas vezes, porém, embora o verbo indique um modo positivo,

há possibilidade de o agente praticar o crime por omissão,

sempre que tiver o dever de agir (por imposição de lei), esteja na

posição de garante ou tenha criado o risco. Quando isso ocorre

nos deparamos com um crime comissivo por omissão (ou

omissivo impróprio).

Ex: A mãe que deixa de alimentar o filho recém-nascido e este

falece.

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A diferença entre ambos, reside no fato de que o crime omissivo próprio a conduta negativa já vem descrita no tipo.

Ex: Art. 135 CPB. Já o crime comissivo por omissão (omissivo impróprio) a figura típica não define, não descreve a omissão, o tipo não descreve a conduta proibida.

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Dever legal

Situação de garantidor

O criador do risco da ocorrência do resultado

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VLSR 119

a) Poder de agir;

b) Evitabilidade do resultado;

c) Dever de impedir o resultado.

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ELEMENTOS DO FATO TÍPICO:

RESULTADO

MATERIAL;

MERA CONDUTA;

FORMAL.

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Não há diferenças no estudo do resultado para o Código Penal comum e para o CPM.

Pode-se, simplesmente, mencionar que no CPM, a exemplo do CP, há crimes que possuem um resultado naturalístico exigido para sua consumação, crimes esses classificados como “crimes materiais”. Mas há crimes que a consumação prescinde de um resultado

físico, natural, classificados como crimes de “mera conduta” e crimes “formais”.

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Todavia, frise-se, como no Direito Penal comum, que os crimes formais e os de mera conduta, embora não possuam um resultado naturalístico, possuem um resultado jurídico, idealizado pela norma penal militar.

Assim, conclui-se que todo crime possui resultado jurídico.

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ELEMENTOS DO FATO TÍPICO:

Relação de causalidade

Art. 29. O resultado de que depende a existência do crime somente é

imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem

a qual o resultado não teria ocorrido.

§ 1º A superveniência de causa relativamente independente exclui a

imputação quando, por si só, produziu o resultado. Os fatos anteriores,

imputam-se, entretanto, a quem os praticou.

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ELEMENTOS DO FATO TÍPICO:

CAUSALIDADE

ABSOLUTAMENTE

RELATIVAMENTE

PREEXISTENTE

CONCOMITANTE

SUPERVENIENTE

PREEXISTENTE

CONCOMITANTE

SUPERVENIENTE POR SI SÓ

NÃO POR SI SÓ

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VLSR 125

Conceito: é o elo de ligação concreto, físico,

material e natural que se estabelece entre a

conduta do agente e o resultado naturalístico,

por meio do qual é possível dizer se aquela

deu ou não causa a este.

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R- NEXO CAUSAL é o liame que une a conduta ao resultado, é o

que possibilita a imputação de um fato a alguém.

A imputação não pode passar da pessoa que efetivou a conduta.

Não se pode efetivar nenhum juízo de responsabilidade a uma

pessoa se o evento não for causado por ele. Portanto, a averiguação

do liame, do nexo causal entre a conduta e o resultado, como

pressuposto primeiro para a imputação, impede, assim, a

responsabilidade objetiva, princípio típico de um Direito Penal

Liberal.

VLSR 126

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ITER CRIMINIS

COGITAÇÃO+PREPARAÇÃO+EXECUÇÃO+CONSUMAÇÃO

EXAURIMENTO

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Art. 30. Diz-se o crime: Crime consumado I - consumado, quando nêle se reúnem todos

os elementos de sua definição legal; Tentativa II - tentado, quando, iniciada a execução,

não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.

Pena de tentativa Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a

pena correspondente ao crime, diminuída de um a dois terços, podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena do crime consumado.

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129

CONSUMAÇÃO E TENTATIVA Diz-se o crime: Zaffaroni e Pierangeli – processo entre o desígnio criminoso (no

foro intimo do agente) e a consumação do ilícito. Processo denominado ITER CRIMINIS ou CAMINHO DO CRIME

– significa o conjunto de etapas que se sucedem, cronologicamente, no desenvolvimento do delito.

02/05/2013 VLSR

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Há perfeita adequação do fato à descrição típica. Ação composta em 2 fases: Interna – o agente antecipa e representa mentalmente o resultado,

escolhe os meios necessários a serem utilizados no cometimento da infração.

Externa – quando o agente exterioriza sua conduta, colocando em

prática tudo aquilo que por ele fora programado.

As etapas percorridas chamam-se iter criminis, que nada mais é do que o caminho percorrido pelo agente até a consumação do delito.

As etapas do iter criminis são a cogitação, a preparação, a execução e a consumação.

02/05/2013 130 VLSR

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Essa fase é diferente para o Direito Penal. Aqui, o agente pensa ou quer a prática do delito,

mas não sai dessa esfera imaginária. Quando o agente define a infração penal que

deseja praticar, representado e antecipando mentalmente o resultado.

02/05/2013 131 VLSR

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Atos preparatórios – seleciona os meios aptos a chegar ao resultado pretendido. Procura o lugar apropriado, enfim, prepara-se para ingressar na terceira fase do iter criminis.

Os atos preparatórios não são punidos no Direito Penal (art. 54 CPM).

Diz o tipo “O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.”

Ex.: Comprar arma para matar inimigo, mas não o fazê-lo.

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Execução – (atos executórios): consuma-se a infração penal ou

em razão de circunstâncias alheias a sua vontade, a infração

não chega a consumar-se.

Vencidas as fases da cogitação e preparação, o agente passará aos

atos executório do delito.

Só a partir daí há, em regra, interesse para o Direito Penal.

O agente voluntariamente começa a concretizar os elementos do

tipo desejado.

Ex.: O agente efetua os disparos de arma de fogo contra o

desafeto. 02/05/2013 133 VLSR

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Dispõe o art. 30, I, CPM: “Diz-se o crime consumado, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal”.

Ocorrerá a consumação quando o fato concreto praticado pelo

agente se adequar perfeitamente a uma norma penal incriminadora.

É a última fase do processo delitivo.

O agente imaginou o crime; preparou-o e houve a consumação.

Ex.: o agente imaginava o delito, adquire a arma, aponta-a para o desafeto, aciona o gatilho e atinge o alvo, cumprindo seu intento.

02/05/2013 134 VLSR

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Exaurimento – consuma-se o delito, esgotando-se plenamente.

Iter Criminis é específico para os crimes dolosos, não atingindo as condutas culposas.

O instante consumativo distingue-se conforme a particularidade

dos crimes:

Materiais – quando se verifica a produção do resultado naturalístico, ou seja, quando há a modificação no mundo exterior.

Omissivos próprios – com a abstenção do comportamento imposto ao agente. Ex: omissão de socorro (art. 135).

02/05/2013 135 VLSR

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Mera conduta – com o simples comportamento previsto no tipo,

não se exigindo resultado naturalístico. Ex: dirigir embriagado,

porte ilegal de arma.

Qualificados pelo resultado – com a ocorrência do resultado

agravador. Ex: lesão corporal qualificada pelo resultado morte.

Permanente – enquanto durar a permanência, uma vez que o

crime permanente é aquele cuja consumação se prolonga,

perpetua-se no tempo.

Ex: seqüestro ou cárcere privado (art. 225 CPM).

02/05/2013 136 VLSR

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Regra Geral – a cogitação e os atos preparatórios não são

puníveis.

Exceção – legislador criou algumas infrações autônomas, que

poderiam ser consideradas preparatórias, como o crime de posse de

instrumentos destinados usualmente a prática de furtos.

02/05/2013 137 VLSR

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- O iter criminis se encerra com a consumação. Pode-se dizer,

portanto, que o exaurimento é um plus à consumação, que não tem

o condão de alterar a situação anterior. É mera conseqüência física

ou moral do delito.

No crime exaurido, após a consumação, outros resultados lesivos

ocorrem. O crime pode estar consumado e dele não haver

resultado todo o dano que o agente previra e visara.

02/05/2013 138 VLSR

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Exs: O crime de Corrupção Passiva, que se consuma com a

solicitação, exaure-se com o recebimento da vantagem indevida;

A Concussão (crime formal) consuma-se com a simples exigência da vantagem indevida e exaure-se com o recebimento;

a Extorsão mediante Seqüestro (art. 244 CPM) consuma-se com o arrebatamento da vítima e exaure-se com o recebimento do resgate.

02/05/2013 139 VLSR

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Dispõe o Art. 30, II, CPM: Diz-se o crime tentado, quando iniciada a execução, não se consuma, por circunstâncias alheias à vontade do agente”.

Haverá tentativa quando iniciada a execução, o crime não se

consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente (art. 30,

II, CPM).

Parágrafo único. Pune-se a tentativa com a pena

correspondente ao crime, diminuída de um a dois terços,

podendo o juiz, no caso de excepcional gravidade, aplicar a pena

do crime consumado. 02/05/2013 140 VLSR

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CONCEITO: é a realização incompleta do tipo penal (atos executórios/ não consumação/ circunstâncias alheias)

ORIGEM HISTÓRICA: Os romanos não chegaram a desenvolver o instituto da tentativa. Por seu turno, o Direito Canônico também não formulou o conceito de tentativa.

O desenvolvimento do mencionado instituto data do século XVI,

com os Patrícios ou pós-glosadores italianos, mormente com Próspero Farinacius, através de sua obra “Tratactus Criminalis”. Este chamava a tentativa de “Conactus”.

Ele já distinguia entre a “conactus proximus” (atos de execução) e “conactus remotus” (atos preparatórios). Com isso Farinacius deu as bases da doutrina científica da tentativa.

02/05/2013 141 VLSR

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Essa doutrina somente foi finalizada em 1810,

com o advento do Código Penal francês que

instituiu a definição de tentativa, em seu art. 2º, a

qual é adotada por quase todos os códigos atuais.

02/05/2013 142 VLSR

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Muitos doutrinadores consideram a tentativa como um

crime autônomo. Não têm razão. Na verdade, a tentativa

é a realização incompleta da figura típica.

Não existe nenhuma norma incriminadora tipificando a

conduta de “tentar matar alguém”, “tentar subtrair”, etc.

A tentativa é um tipo penal ampliado, um tipo penal

aberto, um tipo penal incompleto, mas é um tipo penal.

02/05/2013 143 VLSR

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A tipicidade da tentativa decorre da conjugação

do tipo penal com o dispositivo que a define e

prevê a sua punição, que tem eficácia extensiva,

uma vez que, por força dele é que se amplia a

proibição contida nas normas penais

incriminadoras a fatos que o agente realiza de

forma incompleta.

02/05/2013 144 VLSR

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A norma contida no art. 30, II, parágrafo único, de caráter

extensivo, cria novos mandamentos proibitivos, transformando

em puníveis fatos que seriam atípicos.

É uma regra secundária que se conjuga com a regra principal, a

norma incriminadora.

Sem tal norma de extensão (art. 30, II), a tentativa de furto, por

exemplo, seria um fato atípico, por força do princípio da Reserva

Legal.

02/05/2013 145 VLSR

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ELEMENTOS QUE CARACTERIZAM CRIME TENTADO

a) conduta dolosa, isto é, que exista uma vontade livre e consciente de querer praticar determinada infração penal.

b) que o agente ingresse, obrigatoriamente, na fase dos chamados atos

de execução. c) e não consiga chegar à consumação do crime, por circunstâncias

alheias à sua vontade. No caso do agente, voluntariamente, interromper a execução,

desistindo de nela prosseguir ocorre desistência voluntária. No caso de impedir a produção do resultado, mesmo depois de

praticar tudo aquilo que estava ao seu alcance para chegar à consumação do delito ocorre o arrependimento eficaz.

02/05/2013 VLSR

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A tentativa é a figura truncada de um crime. Deve possuir tudo o que caracteriza o crime, menos a consumação.

O art. 30, II, afirma que o crime tentado ocorre quando,

iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.

Início da execução de um crime. Não consumação por circunstâncias alheias à vontade do

agente.

02/05/2013 147 VLSR

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Já foi visto que antes de iniciada a atividade típica não

há que se falar em tentativa, posto que estamos diante

dos atos preparatórios e, enfatize-se, o primeiro

elemento da tentativa é a existência de ato de execução.

02/05/2013 148 VLSR

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Iniciada a execução de um crime, ela pode ser interrompida por dois motivos:

◦ Pela própria vontade do agente - hipótese em que poderá

haver Desistência Voluntária ou Arrependimento Eficaz;

◦ Por circunstâncias estranhas à vontade do agente –

hipótese em que estará configurada a tentativa.

02/05/2013 149 VLSR

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Crimes habituais – são os delitos em que, para se chegar à consumação, é preciso que o agente pratique, de forma reiterada e habitual, a conduta descrita no tipo.

Exs: Homicídio culposo (art. 206, CPM).

Crimes preterdolosos – quando há dolo na conduta e culpa no resultado; dolo no antecedente e culpa no conseqüente. Os crimes culposos exigem resultado naturalístico (ART. 209, §3º Lesão corporal seguida de morte).

Exs: não há tentativa de lesão corporal seguida de morte, ou tentativa de lesão corporal qualificada pelo resultado aborto, uma vez que o resultado não pode ter sido querido ou assumido pelo agente, caso fosse se trataria de tentativa de homicídio e tentativa de aborto.

02/05/2013 VLSR 150

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Crimes culposos – não existe tentativa nos crimes culposos, uma vez que a vontade do agente não foi dirigida a produzir o resultado, este ocorre em razão de sua inobservância de cuidado. Não se cogita, não se prepara e não se executa uma ação dirigida a cometer um delito culposo.

Crimes omissivos próprios – ou o agente não faz aquilo que a lei

determina e consuma a infração, ou atua de acordo com o comando da lei e não pratica qualquer fato típico. Ex: omissão de socorro.

CRIMES COMPLEXOS E TENTATIVA

Crime complexo - é quando numa mesma figura típica há fusão de dois ou mais tipos penais.

Ex: o roubo, a subtração da coisa alheia móvel é adicionada a

violência ou a grave ameaça. Subtração (art. 240), violência à pessoa (art. 209) e ameaça (art. 223), tudo do CPM.

02/05/2013 VLSR

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No roubo a consumação exige a prática das condutas de forma unida. Se o agente usar à violência ou à grave ameaça e não obtiver sucesso no que diz respeito á subtração da coisa, o delito será tentado.

No latrocínio - homicídio consumado + subtração consumada = latrocínio é consumado.

homícidio tentado + subtração tentada = latrocínio tentado.

205, § 2º, V do Código Penal

§ 2º - Se o homicídio é cometido: V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou

vantagem de outro crime (pena de 10 a 30 anos). 02/05/2013 VLSR

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Para Fragoso e Noronha – havendo uma subtração consumada e um homicídio tentado, resolve-se pela tentativa de latrocínio.

Homícidio consumado + subtração tentada

Frederico Marques – entende que houve latrocínio tentado em virtude de ser crime complexo.

STF – Súmula 610 – Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não realize o agente a subtração de bens da vítima.

02/05/2013 VLSR

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Crime impossível Art. 32. Quando, por ineficácia absoluta

do meio empregado ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime, nenhuma pena é aplicável.

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CRIME IMPOSSIVEL

1. Ineficácia absoluta do meio – quando o agente após dar início aos

atos de execução, só não alcança o resultado pretendido porque utilizou meio absolutamente ineficaz.

Exemplos clássicos: - utilização de revólver sem munição ou com munição já detonada; - aquele que querendo causar a morte de alguém por

envenenamento, substitui, equivocadamente, o veneno por açucar; - falsificação grosseira, destinada à obtenção de vantagem ilícita; - aquele que quer contaminar alguém com moléstia grave de que

não é portador.

02/05/2013 VLSR

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2. Absoluta impropriedade do objeto – Objeto é tudo aquilo contra o qual se dirige a conduta do agente.

Objeto é a pessoa ou a coisa sobre a qual recai a conduta do agente. Nessse caso por se objeto absolutamente impróprio não se fala em tentativa.

Exs: - se alguém atira em direção a outrem que parece dormir,

quando, na realidade, já se encontrava morto, não comete o delito de homicídio, haja vista que o objeto é absolutamente impróprio para esta finalidade, pois que só se pode causar a morte de quem esteja vivo.

- mulher, supondo-se grávida, ingere substância abortiva apta a

expelir o feto, quando, na realidade, não existe gravidez. - pessoa que pretende contaminar outrem com doença venérea, que

já se encontra contaminado, ou que apresenta imunidade a ela.

02/05/2013 VLSR

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SÚMULA Nº 145 DO STF – Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.

Uma vez preparado o flagrante pela polícia, a total impossibilidade

de se consumar a infração penal pretendida pelo agente pode ocorrer tanto no caso de absoluta ineficácia do meio por ele utilizado como no de absoluta impropriedade do objeto.

Flagrante preparado - quando o agente é estimulado pela vítima,

ou mesmo pela autoridade policial, a cometer a infração penal com o escopo de prendê-lo. A vítima e a autoridade policial, e até terceiros que se prestem a esse papel, são conhecidas como agentes provocadores.

Flagrante esperado – não há estimulação por parte da polícia, vítima

ou terceiros. Nesses casos, tendo a autoridade policial prévio conhecimento da intenção do agente, o aguarda, sem estimulá-lo, e cuida para evitar o crime. Fala-se em tentativa.

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Para Rogério Greco – não importa se o flagrante

é preparado ou esperado. Desde que o agente

não tenha possibilidade, em hipótese alguma,

de consumar o crime, o caso será de crime

impossível, considerando-se a absoluta

ineficácia do meio por ele empregado, ou a

absoluta impropriedade do objeto.

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ASSIS, Jorge César de. Comentários ao Código Penal Militar. Curitiba: Juruá, 2004.

GIULIANI, Ricardo Henrique Alves. Direito Penal Militar. Porto Alegre: Verbo jurídico, 2009.

LOBÃO, Célio. Direito Penal Militar. 3. ed. atual. Brasília: Brasília Jurídica, 2006.

LOUREIRO NETO, José da Silva. Direito Penal Militar. 5. ed. São Paulo: Atlas.

SANTANA, Luiz Augusto. Apostila do Curso de Formação de Oficiais (APMBA). Bahia.

02/05/2013 vlsr