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Ana Claudia Okamoto Adalberto Moraes Simões Alexandre José Teixeira André Luís Mattos Piedade Laércio Teixeira dos Santos “Condições de uso, manuseio, armazenamento e descarte de xilol em laboratórios de Patologia e Histologia: uma abordagem multidisciplinar." Araraquara - SP 2010

“Condições de uso, manuseio, armazenamento e descarte de ... · Vocês são os presentes mais valiosos que Deus podia nos dar ! ! ! Agradecimentos Aos diretores de nossas unidades

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Ana Claudia OkamotoAdalberto Moraes SimõesAlexandre José Teixeira

André Luís Mattos PiedadeLaércio Teixeira dos Santos

“Condições de uso, manuseio,

armazenamento e descarte de xi lol em

laboratór ios de Patologia e Histologia: uma

abordagem mult idiscipl inar ."

Araraquara - SP2010

Ana Claudia OkamotoAdalberto Moraes SimõesAlexandre José Teixeira

André Luís Mattos PiedadeLaércio Teixeira dos Santos

“Condições de uso, manuseio,

armazenamento e descarte de xi lol em

laboratór ios de Patologia e Histologia: uma

abordagem mult idiscipl inar ."

Trabalho de Conclusão de Curso como parte dos requisitos para a obtenção do certificado do Curso de Higiene Ocupacional do Programa de Gestão de Resíduos/ Pró-Reitoria Administrativa, Araraquara, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”.

Orientador: Prof. Dr. Elerson Gaetti Jardim Jr.

Araraquara - SP2010

Dedicatór ia

Às nossas famílias por sempre nos apoiar, amar incondicionalmente e

entender a nossa ausência. Ou ainda, simplesmente pelo maravilhoso e simples fato

de existirem.

Vocês são os presentes mais valiosos que Deus podia nos dar ! ! !

Agradecimentos

Aos diretores de nossas unidades pela indicação de nossos nomes, o que

possibilitou a realização desse curso e convivência com os organizadores, palestrantes

e colegas de curso.

Ao nosso orientador, Prof. Dr. Elerson Gaetti Jardim Júnior, que nos cedeu

seu tempo, conhecimento e amizade.

À PRAd/PGR na pessoa da Dr.a Janaína Conrado Lyra da Fonseca que

possibilitou e viabilizou a execução deste curso.

À Reitoria pelo oferecimento do curso, pela oportunidade e incentivo.

Aos nossos colegas de curso pela convivência agradabilíssima, carinho e

amizade. Foi muito bom conhecê-los! !

Aos motoristas Eli, Joacir e Valdomiro (Câmpus de Araçatuba), Hilton,

João, Ricardo e Roberto (Câmpus de Franca) por nos proporcionar uma viagem

segura, tranquila e amigável.

E finalmente, mas não menos importante, a Deus que nos proporcionou

condições para que pudéssemos conviver com todas essas pessoas e tantas outras

que não pudemos citar, mas que nos amam, ensinam, auxiliam e colaboram para o

nosso desenvolvimento pessoal e profissional.

Okamoto, A. C.; Simões, A. M.; Teixeira, A. J.; Piedade, A. L. M.; Santos, L. T. “Condições de uso, manuseio, armazenamento e descarte de xilol em laboratórios de Patologia e Histologia: uma abordagem multidisciplinar" 2010, (31). Trabalho de conclusão de curso –

Curso de Higiene Ocupacional, Programa de Gestão de Resíduos/Pró-Reitoria Administrativa.

Araraquara, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Araraquara. 2010.

ResumoA avaliação de riscos é uma importante ferramenta que possibilita o embasamento criterioso

para os processos decisórios das normas de biossegurança e higiene ocupacional. Tendo em

vista esses aspectos, este estudo teve como objetivos avaliar os riscos do uso de xilol em

laboratórios de Histologia e Patologia, verificar o conhecimento dos técnicos laboratoriais em

relação a esse composto químico e aplicabilidade das normas de biossegurança, além de

abordar novas perspectivas e normas de boa prática laboratorial. Os dados foram coletados por

meio de questionários e os resultados mostraram que a maioria dos técnicos conhece as normas

de manipulação, de descarte e efeitos colaterais do xilol, e utiliza equipamentos de proteção

coletiva e/ou individual. O tempo de exposição de todos os técnicos não excede o estabelecido

pela NR-15. Desta forma, pode-se concluir que a maioria dos técnicos está em consonância com

as normas de biossegurança que é uma ciência é dinâmica, interdisciplinar que surge em

resposta as necessidades da sociedade, e depende de responsabilidade, disciplina,

conscientização, comprometimento e sensibilização dos profissionais.

Palavras chaves: Xilol. Biossegurança. Saúde do trabalhador. Patologia. Histologia. Riscos

ocupacionais.

Okamoto, A. C.; Simões, A. M.; Teixeira, A. J.; Piedade, A. L. M.; Santos, L. T. “Conditions of

use, handling, storage and disposal of xylene in Histology and Pathology laboratories: a multidisciplinary" 2010, (31). Trabalho de conclusão de curso – Curso de Higiene

Ocupacional, Programa de Gestão de Resíduos/Pró-Reitoria Administrativa. Araraquara,

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”. Araraquara. 2010.

AbstractRisk assessment is an important tool that provides the foundation for careful decision-making

processes of biosafety and occupational hygiene standards. Considering these aspects, this

study aimed to evaluate the risks of the use of xylene in Histology and Pathology laboratories,

verify the knowledge of laboratories technicians for that chemical agent, verify the application of

biosafety standards, and to discuss new perspectives standards of good laboratory practice.

Data were collected through questionnaires and the results showed that the majority of

technicians know the rules of the handling, disposal and adverse effects of xylene, and uses

collective and / or individual protection equipment. The exposure of all the technicians for this

chemical agent do not go beyond that is established by the NR-15. Thus, one can conclude that

most technicians are in according with biosafety standards that is a dynamic and

interdisciplinary science, and it is in response to the needs of society and depends on

professionals responsibility, discipline, awareness, commitment and sensibility.

Keywords: Xylene. Biosafety. Occupational health. Pathology. Histology. Occupational risks.

Lista de Gráficos

Gráfico 1- Porcentagem de funcionários que manuseiam o xilol em 13

função do tempo.

Gráfico 2- Porcentagem de funcionários que manuseiam o xilol em 13

função da exposição.

Gráfico 3- Porcentagem de funcionários que manuseiam o xilol em 14

função de orientação prévia da chefia, conhecimento

das normas de manipulação, utilização de capela de exaustão

e conhecimento dos efeitos colaterais.

Gráfico 4- Porcentagem de técnicos que utilizam EPIs ou EPC no 15

manuseio do xilol.

Gráfico 5- Ciência das normas de descarte do xilol. 15

Gráfico 6- Problemas de saúde devido ao uso de xilol. 16

Lista de Abreviaturas

CETESB = Companhia Estadual de Tecnologia de Saneamento Ambiental

CIPA = Comissão Interna de Prevenção de Acidentes

EPC = Equipamento de Proteção Coletiva

EPI = Equipamento de Proteção individual

mg/m3 = Miligramas por metro cúbico

MTE = Ministério do Trabalho e Emprego

NIOSH = National Institute of Occupational Safety and Health

NR = Norma regulamentadora

OMS = Organização Mundial de Saúde

PCMSO = Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional

PGR = Programa de Gestão de Resíduos

PGSST = Programa de Gestão de Segurança e Saúde do Trabalhador

ppm = partes por milhão

PPRA = Programa de Prevenção de Riscos Ambientais

SSST = Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalhador

UNESP = Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”

Sumário

1 Introdução 10

2 Objetivos 12

3 Bases de dados consultadas 12

4 Material e Métodos 12

5 Resultados 12

6 Discussão 17

7 Sugestões 22

8 Conclusões 23

Referências 24

Anexos 27

10

1 INTRODUÇÃOAs substâncias químicas são componentes essenciais aos seres vivos, fazendo

parte da composição dos mesmos ou servindo como nutrientes. Essas substâncias também

estão presentes nos diversos tipos ambientes e ecossistemas, bem como nos produtos

industrializados produzidos pelo homem (FREITAS et al., 1995; TAMBELLINI e CÂMARA,

1998; OMS, 2008). Podem ocorrer naturalmente ou serem sintetizadas, e segundo

Paracelsus (1493-1541) “Todas as substâncias são nocivas. O que diferencia o veneno do

remédio é a dose”.

Seguindo essa linha de raciocínio, o homem é um composto químico complexo,

dinâmico, em constante transformação que interage com o ambiente e a sociedade, por

conseguinte, com as substâncias químicas presentes no seu organismo, na natureza,

ambiente, resumidamente, presentes em toda matéria. E essas interações podem ser

benéficas ou prejudiciais à saúde e ao meio ambiente. Dessa forma, o homem é um ser

biopsicossocial racional capaz de transformar e/ou produzir novas substâncias químicas

para os diferentes setores, com as mais variadas utilidades e propósitos (TAMBELLINI e

CÂMARA, 1998; SAMPAIO e LUZ, 2009).

Assim, com a industrialização e sua expansão, surgiu uma imensa variedade de

novas substâncias para suprir as necessidades do homem, de acordo com a demanda

socioeconômica e com isso, surgem compostos como o xilol que está presente em diversos

produtos, como tintas, combustíveis, solventes, vernizes, adesivos, pesticidas, além de ser

utilizado nos mais variados setores e atividades, como por exemplo, em industrias

petrolíferas, farmacêuticas e químicas, além de laboratório de Histologia e Patologia

(GARDNER, 1996; COSTA et al., 2007; KERETETSE et al., 2008).

O xilol é solvente orgânico, líquido, volátil, incolor, inflamável, nocivo, derivado

do petróleo ou da hulha. É um hidrocarboneto aromático que se apresenta sob três formas

isoméricas, para, orto e meta-xileno, sendo este último o principal componente (GARDNER,

1996; JACOBSON e McLEAN, 2003). O para-xileno está sob o número CAS 106-42-3, o

orto com o número 95-47-6 e o meta-xileno possui o número 108-38-3 (Anexo C) e todos

representam riscos que são definidos de acordo com as Normas Regulamentadoras (NR)

do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), onde os fatores de riscos ambientais (agentes

físicos, químicos e biológicos, ou a associação destes) são definidos na NR-9 e o grau de

insalubridade na NR-15.

Segundo a Ficha de Informação de Produtos Químicos da Companhia Estadual

de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) e National Institute of Occupational

Safety Health (NIOSH), o xilol ou xileno é tóxico ao homem e outros organismos como

11

ratos, peixes, camundongos, protozoários, bactérias e algas. Possui baixa solubilidade em

água, mas é solúvel em etanol e outros solventes orgânicos, podendo contaminar o lençol

freático, uma vez que o etanol atuaria como cossolvente e aumentaria a presença desses

compostos na água (SILVA et al., 2002)

Especificamente, em relação a sua toxicidade ao homem, o xilol ou xileno

provoca uma série de reações adversas como dores de cabeça, perda de memória em curto

prazo, leucopenia, trombocitopenia, cianose, irritação ocular, dermatite, efeitos

hematotóxicos, infertilidade, além de alterações neuropsicológicas e neurofisiológicas como

ansiedade, fadiga, tremores e vertigem (JACOBSON e McLEAN, 2003; COSTA et al., 2007;

KERETETSE et al., 2008, CASTRO et al., 2010).

Um dos principais efeitos colaterais desse agente químico é a depressão do

sistema nervoso central, porém, cabe ressaltar que esses efeitos adversos estão

relacionados com o binômio exposição-efeitos, que por sua vez está diretamente associado

às vias de absorção, tipo e concentração do agente químico, freqüência e duração da

exposição, susceptibilidade individual, dentre outros fatores (TAMBELLINI e CÂMARA,

1998; FREITAS, 2002; XELEGATI et al., 2006).

Devido ao fato do xilol ser volátil, seu principal mecanismo de absorção é pela

via aérea, onde é absorvido rapidamente, contudo, também pode ser absorvido mais

lentamente pela via cutânea, ou ainda pela via oral, embora essa via esteja associada a

acidentes e seja mais rara (RITCHIE et al., 2003; KAVCAR et al., 2006; CASTRO et al.,

2010).

Uma vez absorvida (aproximadamente 64%), essa substância chega ao sangue

e pode ser redistribuída, disseminando-se para vários órgãos (CASTRO et al., 2010), onde

exercerá seu efeito tóxico. No entanto, é interessante mencionar que 95% do xileno

absorvido sofre a biotransformação no fígado, onde é oxidado em ácido metil-hipúrico,

sendo que a maioria desse metabólito é excretado na urina e uma pequena porcentagem de

xileno inalterado é eliminada pelos pulmões (JACOBSON e McLEAN, 2003). E estudos

mais recentes como de Wang et al. (2007), Janasik et al. (2008) e Janasik et al. (2010)

relatam que os compostos orgânicos voláteis como o xileno, se apresentam, em pequena

quantidade, na forma inalterada no sangue e urina, e poderiam servir de marcador biológico

quando esses agentes químicos estão em níveis mais baixos do que os da média

ponderada do tempo de adotada para avaliar a exposição ocupacional.

Diante das características, propriedades e fatos associados ao xilol, esse agente

químico é tema de vários artigos relacionados a Biossegurança que por sua vez se insere

no contexto da Segurança e Higiene do Trabalhador (VIEIRA e LAPA, 2006).

12

2 OBJETIVOS

Este estudo teve como objetivo avaliar as condições de uso, manuseio,

armazenamento e descarte de xilol em laboratórios de Histologia e Patologia, a partir do

conhecimento dos técnicos sobre esse agente químico, discutir a situação atual dos

técnicos de laboratórios em relação ao ambiente de trabalho, ciência e aplicação das

normas de biossegurança e abordar novas perspectivas, com sugestões que minimizem a

exposição ao xilol e auxilie nas normas de boas práticas laboratoriais.

3 BASES DE DADOS CONSULTADAS

Foram consultadas as bases de dados PubMed, Scielo e Google acadêmico

empregando-se as palavras chave “xilol” , “xylene”, “xileno”.

4 MATERIAL E MÉTODOSEste estudo foi realizado na Faculdade de Odontologia e Curso de Medicina

Veterinária do câmpus de Araçatuba-UNESP. A coleta de dados foi realizada por meio de

questionário auto-aplicado, com perguntas sobre saúde ocupacional e percepção e/ou

conhecimento sobre os riscos oferecidos pelo uso de xilol. Participaram somente os

técnicos (18) que foram convidados e aceitaram responder o questionário de forma

voluntária e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, sendo que os mesmos

realizam processamento de peças histológicas e/ou patológicas.

Foram formuladas 11 questões, nas quais se verificou tempo de serviço, carga

horária de trabalho com xilol, conhecimento dos efeitos colaterais, manipulação,

armazenamento e descarte, além de outras questões, conforme o Anexo A.

5 RESULTADOSA partir dos dados obtidos, verificou-se que 12 funcionários (66,67%) trabalham

com xilol há mais de 15 anos, 2 trabalham (11,11%) entre 10 a 15 anos, assim como outros

2 entre 5 a 10 anos e, 2 funcionários trabalham com xilol entre 0 a 5 anos (Gráfico 1).

13

0 - 5 anos 5 - 10 anos 10 - 15 anos mais de 15 anos0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

Porcentagem de técnicos

Gráfico 1- Porcentagem de funcionários que manuseiam o xilol em função do tempo.

Em relação à exposição diária, 7 funcionários (38,89%) relataram que

trabalham com esse composto volátil entre 0 a 2 horas, 3 trabalham (16,67%) entre 2 a 4

horas, 2 utilizam (11,11%) o xilol entre 4 a 6 horas e 5 manipulam (27,78%) esse produto

entre 6 a 8 horas (Gráfico 2).

0 - 2 horas 2 - 4 horas 4 - 6 horas 6 - 8 horas0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

Porcentagem de funcionários

Gráfico 2- Porcentagem de funcionários que manuseiam o xilol em função da exposição.

14

Quanto a orientação de manipulação prévia por parte da chefia, 9 responderam

que receberam instruções prévias e 9 declararam que não receberam tais informações

(gráfico 3). Nesse mesmo gráfico, 12 (66,67%) servidores relataram que conhecem as

normas de manipulação e 6 (33,33%) afirmaram que não as conhece. Dos 18 voluntários,

14 (77,78%) responderam que sabem dos efeitos colaterais desse agente químico e o

restante (22,22%) não. E em relação a capela, 8 (44,44%) trabalham em capela e 10 não

(55,56%) (Gráfico 3).

Recebeu orientação Normas Utilização de capela Efeitos colaterais0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

SimNão

Gráfico 3- Porcentagem de funcionários que manuseiam o xilol em função de orientação

prévia da chefia, conhecimento das normas de manipulação, utilização de capela

de exaustão e conhecimento dos efeitos colaterais.

De acordo com as respostas, 10 funcionários (55,56%) utilizam equipamento de

proteção individual ou coletiva, durante a manipulação, e ou outros (44,44%) não utilizam

nenhum EPI ou EPC. Dentre os que utilizam, 5 (27,78%) responderam que utilizam

somente a máscara de proteção e 2 (11,11%) utilizam capela de exaustão, um (5,56%)

utiliza máscara, luvas e óculos, um (5,56%) usa máscara e luvas e um (5,56%) trabalha

com máscara, gorro, óculos e luvas durante a manipulação (Gráfico 4).

15

c M M + LM + L + O

M + L + O + GSem EPI/EPC

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

50,00%

Porcentagem de técnicos

C= capela L= luvas M= máscara O= óculos G= gorro

Gráfico 4- Porcentagem de técnicos que utilizam EPIs ou EPC no manuseio do xilol.

Foi perguntado se os técnicos sabiam como é realizado o descarte do xilol, 9

(50%) relataram que sabiam, que o xilol é acondicionado em um recipiente, frasco,

devidamente rotulado e enviado para o descarte químico que será coletado por uma

empresa. Quatro servidores (22,22%) não sabem como o descarte é realizado, um (5,56%)

não respondeu, um (5,56%) ainda não realizou descarte, um (5,56%) relatou que o descarte

é realizado com incineração e dois (11,11%) responderam somente que uma empresa vai

coletar, mas não descreveu como eles acondicionam antes disso (Gráfico 5).

Conhecem

Desconhece

m

Não respondeu

Não realiz

ou

Incinera

ção

Empres

a0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Porcentagem de funcionários Gráfico 5- Ciência das normas de descarte do xilol.

16

Quando se perguntou se eles tiveram algum problema de saúde devido ao uso

de xilol, ou se conheciam alguém que teve problemas com esse agente, 3 (16,67%)

responderam que tiveram problemas, como alergia, dor de cabeça, náusea, irritação ocular

e de garganta, rinite, afta, dor de ouvido e pele das mãos ressecadas. Os demais (83,33%)

não tiveram nenhum problema de saúde. E 9 conhecem alguém que desenvolveu alguma

enfermidade e 9 não. Nesse sentido, perguntou-se se eles realizavam exames periódicos

para monitorar a exposição, 14 (77,78%) responderam que não e 4 (22,22%) que sim,

entretanto, desses 4, 2 relataram que neste ano, 2010, foi a primeira vez. Se considerara

que esses 2 servidores não realizavam o exame rotineiramente, a porcentagem daqueles

que não realizam o monitoramente sobe para 88,89% (Gráfico 6).

Teve problema Conhece alguém Exame periódico0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

SimNão

Gráfico 6- Problemas de saúde devido ao uso de xilol.

Todos os técnicos utilizam o xilol somente para processamento de peças

histopatológicas. E da mesma forma, todos afirmaram que o xilol fica armazenado no

próprio laboratório em que trabalham.

Em outra questão, solicitou-se que os funcionários citassem algumas

sugestões, assim, 10 (55,56%) sugeriram a instalação de capelas, 6 (33,33%) citaram EPIs

específicos (luvas e máscaras) para o manuseio do xilol, 2 sugeriram área com maior

ventilação (11,11%), e dentre os que sugeriram a capela, um ainda sugeriu um depósito.

17

6 DISCUSSÃO

Neste trabalho, observou-se que a maioria dos técnicos de laboratório trabalha

com o xilol há mais de 15 anos (66,67%), 11,11% entre 10 a 15 anos, e essa percentagem

se mantem para aqueles que trabalham entre 5 a 10 anos e 5 a 0 anos, o que demonstra a

heterogeinidade de experiência entre esses indivíduos, em relação ao manuseio desse

agente químico. E segundo a NR-15, esse composto oferece um grau médio de

insalubridade, quando ultrapassado o seu limite de tolerância média (78 ppm por até 48

horas/semanais).

O tempo de exposição também foi avaliado e verificou-se que 38,89%

manuseiam o xilol entre 0 a 2 horas por dia, 16,67% entre 2 a 4 horas, 11,11% entre 4 a 6

horas e 27,78% entre 6 a 8 horas diárias, e mesmo neste último caso, o limite de tolerância,

em relação ao tempo, não é ultrapassado, visto que a carga horária semanal é de 40 horas.

Entretanto, não foi avaliado o limite de exposição ocupacional (78 ppm ou 340mg/m3).

Nesse sentido, cabe ressaltar que atualmente, os técnicos de segurança da Unesp estão

realizando uma verificação dos riscos para, a seguir poderem planejar, implementar

medidas e procedimentos para que todos possam atuar corretamente e observou-se que

essa tomada de decisão foi da direção administrativa da instituição que objetiva deixar a

universidade dentro da legalidade, uma vez que a mesma possui servidores no regime

autárquico e celetista.

Quando se questionou os 18 voluntários sobre o recebimento de orientações

prévias, sobre uso, manuseio, armazenamento e descarte de xilol, por parte da chefia ou

encarregados, 9 (50%) declararam que receberam e os outros 50% não, e segundo a NR-32

(Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde), item três, o empregador deve

capacitar os trabalhadores envolvidos para a utilização segura de produtos químicos.

Acredita-se que esse fato se deva ao baixo valor dado aos riscos ambientais, descritos na

NR-9, neste caso, ao risco químico, pois segundo Tambellini e Câmara (1998), a saúde do

trabalhador passou a ser mais valorizada a partir da década de 80, e com morosidade. E

como relatado anteriormente, a maioria dos técnicos trabalham com o xilol há mais de 15

anos. Cabe ressaltar que o item 5 da NR-32 discorre sobre os resíduos, solicitando que os

mesmos sejam identificados, classificados e sinalizados, podendo, assim, utilizar o sistema

de rotulação de perigos químicos (diamante do perigo ou de Hommel) que traz informações

quanto aos riscos à saúde, inflamabilidade, reatividade e riscos específicos (Anexo B).

Embora 9 (50%) tenham relatado que não receberam orientações prévias,

77,78% relatou que estão cientes dos efeitos colaterais que esse composto ocasiona, o que

nos remete a Comissão Interna de Prevenção a Acidentes (CIPA) e ao Programa de Gestão

18

de Resíduos da universidade que provavelmente tenham sanado, em parte, a ignorância

sobre o manuseio do xilol. Os demais 22,22% que desconhecem os efeitos colaterais desse

produto, talvez devessem ser estimulados e/ou orientados, pois segundo Castro et al.

(2010), a biossegurança é uma questão de disciplina e comprometimento.

Verificou-se que 16,67% dos histotécnicos tiveram algum problema de saúde

relacionado ao manuseio do xilol, como alergia, dor de cabeça, irritação ocular e de

garganta, pele ressecada, dentre outros, além disso, 50% conhece alguém que teve

problemas de saúde em decorrência da exposição ao xilol. Entretanto, os mesmos

desconhecem problemas como os relatados por Xiao et al. (2001) que sugeriram que a

exposição ao xileno teria influências direta sobre os testículos e hormônios e

consequentemente, sobre o esperma, diminuindo a vitalidade, produção e motilidade, por

outro lado aumentaria as anomalias do mesmo; e indiretamente, por meio do sistema

nervoso central que poderia ocasionar a má qualidade do sêmen. Nesse sentido, Reutman

et al. (2002), estudando trabalhadoras que sofrem exposição ocupacional a combustíveis e

solventes, verificaram que os hidrocarbonetos poderiam atuar como toxicantes ao sistema

reprodutor, onde esses agentes químicos provocariam uma redução do hormônio

luteinizante e comprometeria o processo de reprodução. Como esses dois últimos estudos

são recentes, verificou-se que, provavelmente, os funcionários não estão se atualizando e

essa atualização é de suma importância para as boas práticas laboratoriais.

Sabe-se que os efeitos colaterais estão diretamente associados às vias de

absorção, tipo e concentração do agente químico, freqüência e duração da exposição,

susceptibilidade individual, interações farmacocinéticas e farmacodinâmicas que podem

resultar em uma diminuição (antagonismo) ou aumento (sinergismo) da toxicidade,

biotransformação, (TAMBELLINI e CÂMARA, 1998; HADDAD et al., 2001; FREITAS, 2002;

XELEGATI et al., 2006). Esses efeitos podem ser minimizados pelo uso de EPI e/ou EPC

descritos na NR-6, e de acordo com os dados obtidos, 55,56% dos voluntários utilizam EPI

ou EPC, o que demonstra uma contradição, visto que 77,78% sabem sobre os efeitos

colaterais do xilol, mas nem todos seguem as normas de manipulação e biossegurança.

A NR-7 (PCMSO) preconiza um monitoramento anual para trabalhadores

expostos a riscos, porém neste ano de 2010 é que está sendo realizado o primeiro exame

para detecção do ácido metil-hipúrico, marcador biológico da exposição ao xilol. Nesse

aspecto, ocorreu uma discrepância de dados, pois 77,78% responderam que não

realizavam exames periódicos e 22,22% responderam que sim, sendo que destes, 2

marcaram que este ano foi a primeira vez. Acredita-se que os 2 que marcaram efetivamente

19

que realizam exame de monitoramento periódico, estavam se referindo a outros exames, e

não especificamente a detecção do ácido metil-hipúrico na urina.

Outra questão realizada foi quanto ao uso de capela de exaustão, onde 44,44%

relataram que trabalha com capela, e foi onde se verificou que a unidade precisa adquirir tal

equipamento, que segundo o relato dos próprios histotécnicos, diminui o vapor do xilol.

Acredita-se que a ausência de capela nos laboratórios seja devido a falta de recursos

financeiros, ou ainda devido as condições físicas dos mesmos que impossibilitaria a

instalação de uma capela.

Neste trabalho, foi realizada uma questão aberta, onde se solicitava algumas

sugestões para eliminar ou minimizar a exposição ao xilol e os técnicos sugeriram

instalação de capelas, EPIs específicos, pois as luvas e máscaras que eles utilizam são de

procedimento e não para compostos voláteis, área com mais ventilação e oferecimento de

um depósito único para armazenamento, visto que o xilol fica armazenado nos próprios

laboratórios.

A partir das informações coletadas, pode-se constatar que a instituição está

preocupada com o cumprimento das leis, iniciando pela criação do PGR e PGSST em 2006

(http://www.unesp.br/pgr/historico.php), contratação de engenheiro e técnicos de segurança.

E segundo Freitas (2002), essas atitudes administrativas podem ser motivadas por,

basicamente 4 fatores, onde a primeira envolve a alteração da natureza dos riscos, pois as

principais causas de óbitos deixaram de ser as doenças infecciosas e ocorreu um aumento

da expectativa de vida do homem, juntamente com as doenças crônico-degenerativas. A

segunda se refere ao próprio desenvolvimento científico e tecnológico que levaram a uma

melhor e mais consciente avaliação de métodos epidemiológicos, laboratoriais, dentre

outros, além do desenvolvimento que faz com que novas substâncias químicas sejam

criadas e produzidas. O terceiro fator seria devido a regulamentação, e por fim o último fator

que seria em virtude da necessidade de respostas de uma sociedade organizada.

Sucintamente, pode dizer que as alterações de avaliações e conceitos surgem em

determinado período histórico como resposta a um problema simultaneamente social.

Segundo A. J. Teixeira (comunicação pessoal), a execução do PGR e PGSST

foi muito bem recebida pela comunidade universitária, entretanto, parecia uma guerra onde

havia somente um soldado, representado pelas coordenações dos programas. Esses

programas amadureceram e adotaram medidas de gestão de ordem estratégica, de modo a

oferecer capacitação para alguns membros de diversos setores ou áreas da comunidade

universitária, com a finalidade de que esses membros se tornem multiplicadores do

conhecimento, com ênfase no gerenciamento de descarte de resíduos. Assim, verifica-se

20

que a realização da avaliação de exposição e efeitos de substâncias químicas como o xilol,

ou de forma genérica a riscos ambientais, e estabelecimento de normas de biossegurança

dependem de várias áreas do conhecimento, ou ainda de interdisciplinaridade

(TAMBELLINI e CÂMARA, 1998)

Em 1995, redigiu-se a lei brasileira de biossegurança (Lei 8974/95) que abrange

formas de biossegurança para técnicas de engenharia genética e manipulação de

organismos geneticamente modificados, e o decreto 1752/95 regulamenta essa lei.

Entretanto, quando se considera que o conceito de biossegurança é mais amplo, verifica-se

que, no Brasil, as Normas Regulamentadoras da Consolidação das Leis do Trabalho foram

as precursoras dessa ciência que está em destaque na atualidade, uma vez que em 1978, o

MET formulou as NR-1 a NR-28, sendo que a NR-1 cria as disposições gerais e a

Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho - SSST, órgão responsável pelas atividades

relacionadas com a segurança e medicina do trabalho. E posteriormente as demais NRs.

Nesse contexto, a utilização do xilol em laboratórios histopatológicos, em

especial nos laboratórios de universidades, deve levar em consideração as NRs 6, 7, 9, 15

e 32 (EPI, Programa de controle Médico de Saúde Ocupacional, Programa de Prevenção de

Riscos Ambientais, Atividades e operações insalubres, e Segurança e Saúde no Trabalho

em Serviços de Saúde, respectivamente). Uma forma de minimizar ou eliminar a toxicidade,

seria, inclusive por meio da substituição do xilol, como sugerido por Chen et al (2010) que

relataram que o propileno glicol metil éter, que seria menos tóxico e mais eficiente do que o

xilol para processamento histopatológico.

Segundo Teixeira e Vale (1996) a biossegurança abrange um conjunto de

medidas de prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes as atividades de

pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços. Sendo

que essas atividades objetivam a saúde do homem, dos animais, além da preservação do

meio ambiente e na qualidade dos resultados. Contudo, atualmente essa ciência se mostra

muito mais abrangente e é considerada parte integrante da Higiene Ocupacional (VIEIRA e

LAPA, 2006). Seguindo essa linha de pesquisa, Kato et al. (2007) reforçam a complexidade

dos fatores relacionados a saúde do trabalhador e inter-relaciona a saúde deste com um

ambiente saudável, questionando valores sociais e econômicos, seguindo a tendência da

inclusão da responsabilidade social.

A higiene ocupacional, na qual se insere a avaliação de riscos, biossegurança, é

dinâmica e está em constante atualização, visto que acompanha os avanços tecnológicos e

as necessidades da sociedade, bem como está associada a políticas de órgãos

governamentais e não governamentais (NDIVA et al. , 2008; NORDMANN, 2010; VIEIRA e

21

LAPA, 2006). Segundo G. C. Trivelato (comunicação pessoal), a avaliação de riscos bem

como implantação e execução de um PPRA se baseia na sensibilização e conscientização

dos gestores.

Freitas (2002) resume bem todos os conceitos quando inicia seu relato

escrevendo que:“A avaliação de riscos tem-se constituído em importante ferramenta,

com o objetivo de subsidiar os processos decisórios, de controle e prevenção da

exposição de populações e indivíduos aos agentes perigosos a saúde que estão

presentes no meio ambiente por meio de produtos, processos produtivos ou

resíduos”.

E finaliza com a seguinte frase: “O maior desafio para que a avaliação de riscos possa tornar-

se uma ferramenta efetiva para a vigilância ambiental em saúde é que ela seja

contextualizada a nossa realidade e baseada em abordagens integradas e

participativas que possam incluir a análise de “reações” químicas, físicas e

biológicas combinadas com “reações” sociais, políticas, culturais, éticas e morais,

contribuindo para a busca de soluções mais amplas e duradouras”.

22

7 SUGESTÕES

A partir dos dados coletados neste trabalho, tentar-se-á sensibilizar a administração

para que sejam instaladas capelas nos laboratórios que manipulam xilol e/ou outras

substâncias químicas voláteis tóxicas;

Oferecer cursos de treinamento e/ou atualização a todos os servidores técnicos que

trabalham em laboratórios, para que todos saibam das normas de uso, manuseio,

armazenamento e descarte de xilol, uma vez que os servidores podem mudar de

local de trabalho;

Realizar projetos que possibilitem a busca por novos produtos que possam substituir

o xilol.

23

8 CONCLUSÕES

O tempo de exposição dos técnicos dos laboratórios de Histologia e Patologia ao

xilol não excede o estabelecido pela NR-15;

66,67% tem ciência das normas de manipulação do xilol, bem como as normas de

descarte;

Somente 55,56% utilizam EPIs ou EPC;

A maioria dos técnicos (77,78%) conhece os principais e mais comuns efeitos

colaterais da exposição ao xilol;

A avaliação de riscos tem como finalidade diminuir os riscos para os seres humanos,

animais, meio ambiente e trabalhos desenvolvidos, tendo um caráter dinâmico e

interdisciplinar que surge em resposta as necessidades sociais e/ou econômicas

e/ou culturais;

A implantação e execução das normas de higiene ocupacional, biossegurança,

requer a sensibilização e conscientização dos profissionais e administradores, bem

como disciplina e comprometimento.

24

REFERÊNCIAS

1 CASTRO, T. M. et al. Biossegurança e biosseguridade do manuseio do xilol em

laboratórios de anatomia patológica. Brasília méd. v. 47, n. 1, p. 100-07, 2010.

2 CHEN, C. Y et al. A novel xylene substitute for histotechnology and histochemistry.

Biotech. Histochem. v.85, n. 4, p. 231-40, 2010.

3 COSTA, K. N. S. et al. Avaliação dos riscos associados ao uso do xilol em

laboratórios de anatomia patológica e citologia. Rev. Bras. Saúde Ocup. v. 32, p; 50-

6, 2007.

4 FREITAS, C. M. Avaliação de riscos como ferramenta para a vigilância ambiental em

Saúde. Inf. Epidemiol. Sus, v. 11, n. 4, 2002 .

5 FREITAS, C. M.; PORTE, M. F. S.; GOMEZ, C. M. Acidentes químicos ampliados: um

desafio para a saúde pública. Rev. Saúde Pública, v. 29, n. 6, 1995.

6 GARDNER, R. A statistical analysis of data on exposure to xylene at selected

workplaces in the U.K. Ann. Occup. Hyg. v.40, n.4, p. 411-22, 1996.

7 HADDAD, S. et al. A PBPK modeling-based approach to account for interactions in the

health risk assessment of chemical mixtures. Toxicol. Sci. v.63, n. 1, p. 125-31, 2001.

8 JACOBSON, G. A.; MCLEAN, S. Biological monitoring of low level occupational xylene

exposure and the role of recent exposure. Ann. Occup. Hyg. v. 47, n. 4, p. 331-6,

2003.

9 JANASIK, B.; JAKUBOWSKI, M.; JAIOWIECKI, P. Excretion of unchanged volatile

organic compounds (toluene, ethylbenzene, xylene and mesitylene) in urineas result of

experimental human volunteer exposure. Int. Arch. Occup. Environ. Health, v. 81, p.

443–449, 2008.

10 JANASIK et al. Unmetabolized vocs in urine as biomarkers of low level occupational

exposure. International Journal of Occupational Medicine and Environmental Health, v. 23, n. 1, p. 21 – 26, 2010.

11 KATO, M.; GARCIA, E. G.; WÜNSCH Filho, V. Exposição a agentes químicos e a

Saúde do Trabalhador. Rev. Bras. Saúde ocup. v. 32, n. 116, p. 06-10, 2007.

25

12 KAVCAR et al. Occurrence, oral exposure and risk assessment of volatile organic

compounds in drinking water for Izmir. Water Res. v. 40, n. 17, p. 3219-30, 2006.

13 KERETETSE, G. S. et al. DNA damage and repair detected by the comet assay in

lymphocytes of African petrol attendants: a pilot study. Ann. Occup. Hyg. v. 52, n. 7,

p. 653-62, 2008.

14 NDIVA MONGOH M.; HEARNE R.; KHAITSA M. L. Private and public economic

incentives for the control of animal diseases: the case of anthrax in livestock.

Transbound Emerg Dis. V.55, n, 8, p.:319-28, 2008.

15 NORDMANN B. D. Issues in biosecurity and biosafety. Int J Antimicrob Agents.

2010 Aug 7.

16 ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Substâncias químicas perigosas â saúde e

ao ambiente. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2008. 106p.

17 REUTMAN, S. R. et al. Evidence of reproductive endocrine effects in women with

occupational fuel and solvent exposures. Environ Health Perspect. v. 110, n. 8, p.

805-11, 2002.

18 RITCHIE et al. Biological and health effects of exposure to kerosene-based jet fuels

and performance additives. J Toxicol Environ Health B Crit Rev. v. 6, n. 4, p. 357-

451, 2003.

19 SAMPAIO, R. F.; LUZ, M. T. Funcionalidade e incpacidade humana: explorando o

escopo da classificação internacional da Organização Mundial da Saúde. Cad. Saúde Pública. v. 25, n. 3, p. 475-83, 2009.

20 SILVA, R. L. B. et al. Estudo da contaminaçäo de poços rasos por combustíveis

orgânicos e possíveis conseqüências para a saúde pública no Município de Itaguaí,

Rio de Janeiro, Brasil. Cad. Saúde Pública. v. 18, n. 6, p. 1599-1607, 2002.

21 TAMBELLINI, A. T.; CAMARA, V. M. A temática saúde e ambiente no processo de

desenvolvimento do campo da saúde coletiva: aspectos históricos, conceituais e

metodológicos. Ciênc. saúde coletiva, v. 3, n. 2, p. 47-59, 1998.

22 VIEIRA, V. M.; LAPA, R. Riscos em laboratório: prevenção e controle. Cadernos de

Estudos Avançados, v. 3, n. 1, p. 25-43, 2006.

26

23 WANG et al. Unmetabolized vocs in urine as biomarkers of low level occupational

exposure indoor environments. J. Occup. Health, v. 49, p. 104-110, 2007.

24 XELEGATI et al. Chemical occupational risks identified by nurses in a hospital

environment. Rev. Latino-am. Enfermagem, v. 14, n. 2, p. 214-9, 2006.

25 XIAO, G. et al. Effect of benzene, toluene, xylene on the semen quality and the

function of accessory gonad of exposed workers. Ind Health. v. 39, n. 2, p. 206-10,

2001.

27

ANEXOSAnexo A- Questionário

QUESTIONÁRIO SOBRE USO E EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL AO XILOL

1. Há quanto tempo trabalha com xilol?( ) 0 a 5 anos ( ) 5 a 10 anos ( ) 10 a 15 anos ( ) mais de 15 anos

2. Quantas horas por dia trabalha com xilol?( ) 0 a 2 horas ( ) 2 a 4 horas ( ) 4 a 6 horas ( ) 6 a 8 horass

3. Recebeu orientações de sua chefia para trabalhar com xilol? ( ) Sim ( ) Não

4. Conhece as normas de manipulação do xilol?( ) Sim ( ) Não

5. Sabe dos efeitos colaterais do xilol?( ) Sim ( ) Não

6. Utiliza equipamentos de proteção individual ou coletiva, durante o uso de xilol? Quais?( ) Sim QUAIS:______________________________________________________( ) Não

7. Como é realizado o descarte dos rejeitos de xilol?

8. Teve algum problema de saúde relacionado ao uso de xilol? ( ) Sim QUAL:______________________________________________________( ) Não

9. Conhece alguém que teve problema de saúde relacionado ao uso de xilol?( ) Sim QUAL:______________________________________________________( ) Não

10. Realiza exame periódico de saúde para monitorar sua exposição ao xilol?( ) Sim ( ) Não

11. Quais suas sugestões para eliminar ou minimizar a exposição ao xilol?

12. Onde o xilol fica armazenado?

13. Em qual tipo de atividade você utiliza o xilol?

14. Quando você utiliza o xilol, você realiza o trabalho em capela de exaustão?( ) Sim ( ) Não

28

Anexo B- Sistema de rotulação de perigos químicos (diamante do perigo ou de Hommel),

com a classificação do xilol.

3Inflamabilidade

0Reatividade

2Saúde

Específico

Inflamabilidade0 não queima1 acima de

93ºC2 entre 38ºC

e 93ºF3 entre 23ºC

e 38ºC 4 abaixo de

23ºC

Reatividade0 estável1 instável se

aquecido2 reação

química violenta3 pode explodir

com choque mecânico ou calor

4 pode explodir

Riscos à Saúde0 não

oferece risco1 algum

risco2 perigoso3 muito

perigoso 4 letal

Riscos EspecíficosOx oxidanteAcid ácidoAlk alcalino (base)Cor corrosivo W não misturar

com água

29

Anexo C- Identificação do meta-xileno (CETESB)

30

IDENTIFICAÇÃO Help

Número ONU Nome do produto Rótulo de risco

1307 XILENO (META)

Número de risco *

Classe / Subclasse 3

Sinônimos 1,3 - DIMETILBENZENO; m - XILOL; m - XILENO; XILENO

Aparência LÍQUIDO AQUOSO; SEM COLORAÇÃO; ODOR DOCE; FLUTUA NA ÁGUA; PRODUZ VAPOR IRRITANTE E INFLAMÁVEL.

Fórmula molecular m - C8 H10

Família química HIDROCARBONETO

FabricantesPara informações atualizadas recomenda-se a consulta às seguintes instituições ou referências:ABIQUIM - Associação Brasileira da Indústria Química: Fone 0800-118270ANDEF - Associação Nacional de Defesa Vegetal: Fone (11) 3081-5033Revista Química e Derivados - Guia geral de produtos químicos, Editora QD: Fone (11) 3826-6899 Programa Agrofit - Ministério da Agricultura

MEDIDAS DE SEGURANÇA Help

Medidas preventivas imediatas EVITAR CONTATO COM O LÍQUIDO E O VAPOR. MANTER AS PESSOAS AFASTADAS. CHAMAR OS BOMBEIROS. PARAR O VAZAMENTO SE POSSÍVEL. ISOLAR E REMOVER O MATERIAL DERRAMADO.

Equipamentos de Proteção Individual (EPI) USAR LUVAS, BOTAS E ROUPAS DE POLIETILENO CLORADO, NEOPRENE, POLIURETANO OU VITON E, MÁSCARA FACIAL PANORAMA COM FILTRO CONTRA VAPORES ORGÂNICOS.

RISCOS AO FOGO Help

Ações a serem tomadas quando o produto entra em combustão EXTINGUIR COM ESPUMA, PÓ QUÍMICO SECO OU DIÓXIDO DE CARBONO. ESFRIAR OS RECIPIENTES EXPOSTOS, COM ÁGUA. O VAPOR PODE EXPLODIR SE A IGNIÇÃO FOR EM ÁREA FECHADA.

Comportamento do produto no fogo O VAPOR É MAIS PESADO QUE O AR. ESTE VAPOR PODE SE DESLOCAR A UMA CONSIDERÁVEL DISTÂNCIA E, CASO HAJA CONTATO COM UMA FONTE DE IGNIÇÃO QUALQUER, PODERÁ OCORRER O RETROCESSO DA CHAMA.

Produtos perigosos da reação de combustão NÃO PERTINENTE.

Agentes de extinção que não podem ser usados A ÁGUA PODE SER INEFICAZ.

Limites de inflamabilidade no arLimite Superior: 6,4%Limite Inferior: 1,1%

Ponto de fulgor 28,9°C (VASO FECHADO)

Temperatura de ignição 530,4 °C

Taxa de queima 5,8 mm/min

Taxa de evaporação (éter=1) 9,2

NFPA (National Fire Protection Association)Perigo de Saúde (Azul): 2Inflamabilidade (Vermelho): 3Reatividade (Amarelo): 0

31

Anexo C- Identificação do meta-xileno (CETESB)- continuação PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS E AMBIENTAIS Help

Peso molecular 106,16

Ponto de ebulição (°C) 131,9

Ponto de fusão (°C) - 47,9

Temperatura crítica (°C) 343,8

Pressão crítica (atm) 513,8

Densidade relativa do vapor NÃO PERTINENTE

Densidade relativa do líquido (ou sólido) 0,864 A 20 °C (LÍQUIDO)

Pressão de vapor 10 mmHg A 28,3 °C

Calor latente de vaporização (cal/g) 81,9

Calor de combustão (cal/g) -9.752,4

Viscosidade (cP) 0,59

Solubilidade na água INSOLÚVEL

pH NÃO PERT.

Reatividade química com água NÃO REAGE.

Reatividade química com materiais comuns NÃO REAGE.

Polimerização NÃO OCORRE.

Reatividade química com outros materiais INCOMPATÍVEL COM OXIDANTES FORTES.

Degradabilidade BIODEGRADÁVEL (100% DE REMOÇÃO APÓS 192 HORAS EM ÁGUA SUBTERRÂNEA NATURAL, A 13°C).

Potencial de concentração na cadeia alimentar DADO NÃO DISPONÍVEL.

Demanda bioquímica de oxigênio (DBO) 0g/g, 5 DIAS; 0%, 8 DIAS.

Neutralização e disposição final QUEIMAR EM UM INCINERADOR QUÍMICO EQUIPADO COM PÓS-QUEIMADOR E LAVADOR DE GASES. TOMAR OS DEVIDOS CUIDADOS NA IGNIÇÃO, POIS O PRODUTO É ALTAMENTE INFLAMÁVEL. RECOMENDA-SE O ACOMPANHAMENTO POR UM ESPECIALISTA DO ÓRGÃO AMBIENTAL.

INFORMAÇÕES ECOTOXICOLÓGICAS Help

Toxicidade - limites e padrõesL.P.O.: 0,05 ppmP.P.: 0,3 mg/LIDLH: 900 ppmLT: Brasil - Valor Médio 48h: 78 ppmLT: Brasil - Valor Teto: 117 ppmLT: EUA - TWA: 100 ppmLT: EUA - STEL: 150 ppm

Toxicidade ao homem e animais superiores (vertebrados)M.D.T.: DADO NÃO DISPONÍVELM.C.T.: HOMEM: TCLo (6 h - 6 DIAS): TCLo = 424 mg/m³

Toxicidade: Espécie: RATOVia Respiração (CL50): LCLo (4 h) = 8.000 ppmVia Oral (DL 50): 5.000 mg/kgVia Cutânea (DL 50): LDLo = 2.000 mg/kg (INTRAP.)

Toxicidade: Espécie: CAMUNDONGOVia Respiração (CL50): LCLo (4 h) = 2.010 ppm

Toxicidade: Espécie: OUTROSVia Cutânea (DL 50): 14.100 mg/kg, (OBS.1).

32

Toxicidade aos organismos aquáticos: PEIXES : Espécie POECILIA RETICULATA: CL50 (14 DIAS) = 38 ppm; CARASSIUS AURATUS: DL50 (24 h) = 16 mg/L; MORONE SEXATILIS (ORDEM PERCIFORMES): CL50 (96 h) = 9,2 ppm; LEPOMIS MACROCHIRUS: TLm (96 h) = 22 ppm - ÁGUA CONTINENTAL.

Toxicidade a outros organismos: BACTÉRIAS

Anexo C- Identificação do meta-xileno (CETESB)- continuação

Toxicidade a outros organismos: MUTAGENICIDADE

Toxicidade a outros organismos: OUTROS PROTOZOARIOS: TETRAHYMENA PYRIFORMIS:CL100 (24 h) = 3,77 nmol/L

Informações sobre intoxicação humana EVITAR CONTATO COM O LÍQUIDO E O VAPOR. MANTER AS PESSOAS AFASTADAS. CHAMAR OS BOMBEIROS. PARAR O VAZAMENTO SE POSSÍVEL. ISOLAR E REMOVER O MATERIAL DERRAMADO.

Tipo de contato VAPOR

Síndrome tóxica IRRITANTE PARA OS OLHOS, NARIZ E GARGANTA. SE INALADO CAUSARÁ DOR DE CABEÇA, DIFICULDADE RESPIRATÓRIA OU PERDA DE CONSCIÊNCIA.

Tratamento MOVER PARA O AR FRESCO. SE A RESPIRAÇÃO FOR DIFICULTADA OU PARAR, DAR OXIGÊNIO OU FAZER RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL.

Tipo de contato LÍQUIDO

Síndrome tóxica IRRITANTE PARA A PELE. IRRITANTE PARA OS OLHOS. PREJUDICIAL SE INGERIDO.

Tratamento REMOVER ROUPAS E SAPATOS CONTAMINADOS E ENXAGUAR COM MUITA ÁGUA. MANTER AS PÁLPEBRAS ABERTAS E ENXAGUAR COM MUITA ÁGUA. NÃO PROVOCAR O VÔMITO.

DADOS GERAIS Help

Temperatura e armazenamento AMBIENTE.

Ventilação para transporte ABERTA OU PRESSÃO A VÁCUO.

Estabilidade durante o transporte ESTÁVEL.

Usos INTERMEDIÁRIO PARA CORANTES E SÍNTESES ORGÂNICAS; SOLVENTE; INSETICIDA; COMBUSTÍVEL PARA AVIAÇÃO.

Grau de pureza PESQUISA: 99.99%; PURO: 99.9%; TÉCNICO: 99.2% .

Radioatividade NÃO TEM.

Método de coleta PARA XILENO: MÉTODO 5.

Código NAS (National Academy of Sciences)

FOGOFogo: 3

SAÚDEVapor Irritante: 1

Líquido/Sólido Irritante: 1Venenos: 2

POLUIÇÃO DAS ÁGUASToxicidade humana: 1Toxicidade aquática: 3

Efeito estético: 2

REATIVIDADEOutros Produtos Químicos: 1

Água: 0Auto reação: 0

OBSERVAÇÕES Help

33

1) IRRITAÇÃO SEVERA A PELE DO COELHO: 10 ug (24 h), AR LIVRE. POTENCIAL DE IONIZAÇÃO (PI) = 8,56 eV. NÚMERO DE RISCO 33 PARA EMBALAGENS II NÚMERO DE RISCO 30 PARA EMBALAGENS III