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Conectas Direitos Humanos

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Page 1: Conectas

CONECTAS DIREITOS HUMANOS

A CONECTAS DIREITOS HUMANOS é uma associação civil internacional, sem fins lucrativos, que diante do quadro extremamente grave encontrado no Estado do Espírito Santo e a aparente na adoção de medidas efetivas, se vê obrigada a intervir. Assim, com base no artigo 9º, III da Lei 9.784/99 e os artigos 5º, XXXIV, a, e 129, IV da CF, requer que o procedimento administrativo seja analisado com a urgência que a situação impõe, reiterando o pedido do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária – CNPCP.

Aqui a associação acrescenta novas informações, sendo muito importante para reforçar o ofício encaminhado pelo CNPCP ao Procurador Geral da República, em maio de 2009, com o pedido de intervenção federal no Espírito Santo. Na exposição de motivos, ressaltam que a situação daquele estado vem gerando indignação que ultrapassa os limites do território nacional, e que diversas organizações puderam, através de relatórios próprios, constatar as condições daqueles locais.

O Conselho Nacional de Justiça – CNJ realizou inspeções em diversos estabelecimentos penais e sócio-educativos do Estado do Espírito Santo em maio de 2009, incluindo em Novo Horizonte. Lá encontrou diversos presos com marca de mordidas de roedores, além da superlotação e da presença permanente chorume no piso, devido à enorme quantidade de lixo acumulado. Por fim, cita a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, que também realizou diligências naquelas unidades prisionais.

Diante da verdadeira comoção gerada pelos acontecimentos no estado, ressaltam que apesar das inúmeras inspeções realizadas, dos diversos relatórios produzidos e das inúmeras recomendações e medidas já adotadas, nada disso tem sido suficiente para minimizar a condição subumana a que estão submetidas essas pessoas. Isso porque, o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), em inspeção realizada 5 meses após o encaminhamento do primeiro ofício pelo CNPCP, constatou que ainda haviam homens e mulheres encarcerados em contêineres, desprovidos de quaisquer condições humanas de existência.

Assim, apesar da interdição judicial da unidade decretada em maio deste ano, que determinava, além da proibição de recebimento de mais detentos, a desocupação do presídio, nada foi feito pelas autoridades locais, o que demonstra a importância da adoção de uma medida mais gravosa por parte do Procurado Geral.

A solicitação efetuada pela Conectas ainda coloca que, caso o Procurador-Geral da República não entendesse pela conveniência e oportunidade da intervenção, que fosse suscitado um incidente de deslocamento de competência da Justiça Estadual para a Justiça Federal dos processos de execução, então em trâmite, sobre as questões referentes aos presídios de celas metálicas. O pedido de deslocamento de competência se justificaria não somente pela absoluta falta de efetividade das medidas tomadas até então, mas também porque “o Estado brasileiro assumiu responsabilidades no plano internacional, das quais não pode se escusar sob o argumento de que a violação é praticada no âmbito dos Estados federados“1.

1 Página 15 do pedido.