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Conflitos pela água na Ásia e na Europa
Colatina, 16 de março de 2009
Adônis Ferreira Caliman
Christian Lenk De Souza
Conrado Campo Dall’orto Freitas
Pablo Simões Brandão
Wellington Carlos da Silva
Conflitos pela água na Ásia e na Europa
Seminário entregue ao Instituto Federal do Espírito Santo – Campus Colatina com a orientação Professor (a) Lilia Marcia de Alvarenga Lourete.
“(...) dois vizinhos que “nunca se davam bem O vizinho a jusante acusando o outro, a montante, de
nunca a água correr para sua propriedade ou de despejar lixo nela nas raras ocasiões que deixava.”
(…) Nossa língua reflete essas raízes antigas: “rivalidade” vem do Latim rivalis, ou “aquele que usa o
mesmo rio que outrem.”
Citação do livro estado do mundo 2005
Resumo
Os conflitos gerados pela água se tornam cada vez mais comuns no Brasil e no
mundo visto que este é um recurso de suma importância para diversas atividades e
que começa a apresentar escassez em varias partes do globo, em muitas dessas
partes ocorrem conflitos pela pouca água que existe, pois estes não são suficientes
para atender a população ribeirinha, ou em casos em que a jusante usando de sua
soberania pela água não permite a passagem desta parra a montante, também
ocasiona conflitos quando as águas que passam para jusante são de baixa
qualidade ou até mesmo impróprias para uso, valendo ressaltar que embora existam
muitas guerras pela utilização da água um dado de 2005 divulgado no livro “O
estado do mundo” afirma que ocorreram 37 conflitos (envolvendo violência)
enquanto foram feitos 157 tratados de paz.
Índice de imagens
Figura 1- Localização dos rios Tigre e Eufrates. Fonte: http://www.ecodebate.com.br.............6
Figura 2-Barragem de Atatürk. Fonte: http://filmescomenergia.blogspot.com............................7
Figura 3-Localização do rio Jordão. Fonte: http://revistaescola.abril.com.br..............................8
Figura 4-incêndio em depósito de produtos químicos. Fonte: http://www.dw-world.de.............9
Figura 5-Localização do rio Salween. Fonte http://assets.panda.org........................................11
Figura 6-localização da bacia Kuras-araks....................................................................................13
Figura 7-Barragem de Farakka........................................................................................................14
Figura 8-Localização do rio Ganges...............................................................................................15
Figura 9-Localização do rio Danúbio..............................................................................................16
Figura 10-Rio Danúbio. Fonte: http://4.bp.blogspot.com.............................................................17
Figura 11-Localização do Mar de Aral............................................................................................18
Figura 12-Estado do Mar de Aral....................................................................................................19
Sumário
Introdução..............................................................................................................................................5
1. Conflito pelo rio Tigre e Eufrates....................................................................................................6
2. Conflitos pelo vale do Jordão.........................................................................................................8
3. Cooperação no rio Reno.................................................................................................................9
4. Conflitos no rio Salween...............................................................................................................11
5. Bacia do Kuras-araks.....................................................................................................................12
6. Conflitos pelo rio Ganges..............................................................................................................14
7. Rio Danúbio..................................................................................................................................16
8. Bacia do Mar de Aral....................................................................................................................18
9. Conclusão.....................................................................................................................................20
5
Introdução
Quando se fala de conflitos por água, é necessário distinguir os vários tipos de
conflitos cujo resultado nem sempre é uma guerra. Falam-se conflitos quando se
produz escaramuças, tensões políticas oficiais e um conflito de interesse.
Neste documento serão tratados dos conflitos grados pela água na Europa e Ásia
onde acontece em numero considerável estes conflitos, que ora são verbais ora
utilizam de forças militares para conseguir maior utilização da água das bacias da
eurásia, as causas destes conflitos são adversas, conflitos entre a montante e a
jusante ocorrem basicamente por dois motivos, por que a montante utiliza grande
parte da água reduzindo os recursos disponíveis para a jusante geralmente através
de barragens ou inutiliza a água que a jusante recebe derramando lixo no rio.
6
1. Conflito pelo rio Tigre e Eufrates
Os principais conflitos na Ásia são gerados pela disputa do uso dos rios Eufrates e
Tigre, situados na antiga mesopotâmia, estes rios são os principais rios para
Turquia, síria e Iraque, o Iraque depende quase que 100% das águas do rio Eufrates
e tigre, síria é mantida 85% pelas águas do rio Eufrates, enquanto a Turquia que é a
montante depende apenas de 35%.
Figura 1- Localização dos rios Tigre e Eufrates. Fonte: http://www.ecodebate.com.br
Padovani afirma no site Padogeo que a Turquia apresenta no seu plano para
desenvolvimento econômico o projeto de construção de diversas usinas hidrelétricas
para aumentar a produção de energia elétrica, As barragens de Birecik, Karkamise e
Atatürk são umas das cinco barragens ao longo do rio Eufrates e fazem parte do
“Plano para a Anatólia do Sudeste” (GAP), que pretende construir ao todo vinte e
duas barragens, que representarão conseqüentemente uma diminuição na água que
chega até os países da jusante, Com a implantação do GAP a Turquia ira gerar
7.476 MW (22 Usinas Hidrelétricas), e ira irrigar uma área de 16.930 km ² (19
barragens).
A barragem de Atatürk causou discórdias entre Turquia e síria no ano de 1990 no
período de um mês onde as comportas ficaram fechadas para encher o seu
reservatório privando a Síria do acesso a água, entre a
7
Síria e o Iraque no ano de 1970 ocorreram conflitos devido às construções das
primeiras barragens em território sírio, privando o Iraque de certa quantidade de
água, Em 1987 foi firmado um acordo entre esses países que estabeleceria o fluxo
de água para a Síria de 500 metros cúbicos de água por segundo.
Figura 2-Barragem de Atatürk. Fonte: http://filmescomenergia.blogspot.com
De acordo com padovani o prefeito de Bagdá Mahamed Dib afirma que através da
tecnologia do petróleo já foram realizadas varias perfurações que encontraram
petróleo e nenhuma fonte de água ele ressalta que vende o petróleo a US$ 35 e
deixa um lucro de US$ 22, e que compra cada barril de água da Bulgária por US$
110, considerando estes valores a cada barril de água o Iraque esta pagando cinco
barris de petróleo.
Outro dado referenciado no site padogeo e que corre uma cooperação entre estes
países de acordo com a reportagem do jornal turco Turkish NY, de 12 de março de
2008, tentando resolver as tensões pela água, criaram um instituto em Attatürk
formado por 18 especialistas de cada um dos três países para tentarem resolver os
problemas hídricos.
8
2. Conflitos pelo vale do Jordão
O rio Jordão que é a fronteira natural entre Israel e a Jordânia tendo cento e noventa
quilômetros de extensão é a causa de conflitos entre estas duas nações vistas que
questões religiosas sempre causaram conflitos nesta região o rio Jordão não se
diferencia, pois além de importância hídrica têm grande valor religioso para ambas
as nações, pois teria sido onde o personagem bíblico Jesus teria sido batizado.
Figura 3-Localização do rio Jordão. Fonte: http://revistaescola.abril.com.br
Após a guerra dos seis dias (1967) como e afirmado no site padogeo Israel passou a
ter o controle sobre a faixa de gaza e a Cisjordânia, a partir de então Israel controla
praticamente toda a água do rio Jordão, com isso o consumo per capita de Israel e
cerca de cinco vezes maior que de seus vizinhos regionais, através da Mekorot
(AGENCIA NACIONAL DE ÁGUA) fundada em 1973, Este controla o consumo de
água na região, visto que os palestinos da Cisjordânia são proibidos de perfurar
poços para fins domésticos e industriais, fazendo com que no verão eles sejam
obrigados a comprar água de Israel por aproximadamente setenta e cinco centavos
de dólar o metro cúbico, onde na verdade eles estão comprando água do próprio
subsolo, extraídas pelas bombas de Mekorot Que conseqüentemente reduzem o
lençol freático Diminuindo o fluxo das nascentes da Jordânia.
9
3. Cooperação no rio Reno
Como afirma Neusa Soliz o rio Reno, que é o rio mais caudaloso da Alemanha, Que
nasce nos Alpes suíços e ira ter sua foz no mar no norte (Holanda) Tem 1320 km e
cerca de 22 afluentes,sendo que a sua bacia se espalha pela Europa passando pela
Suíça, Áustria, Alemanha, França e os Países Baixos, numa área Correspondendo a
uma área de 250 mil quilômetros quadrados, o rio Reno alem de fornecer energia
através de hidroelétricas também e utilizado nas termoelétricas situadas nas suas
margens, que utilizam suas águas para o processo de resfriamento que
conseqüentemente tem aumentado as temperaturas de suas águas , o Reno o rio
de maior importância no transporte de cargas na Europa.
Como afirma a mesma o rio Reno já teve um nível de poluição tão alta que se tornou
um rio sem condições para abrigar qualquer tipo de vida, a poluição atingiu seu auge
nos anos sessenta e setenta. Em 1950 foi criada a (IKSR) Comissão Internacional
de Proteção do Reno formada por Suíça, França, Alemanha, Holanda e
Luxemburgo. Mais somente em 1963 que foram definidas os seus objetivos que
seriam de analisar o estado do rio, propor medidas de saneamento, preparar
acordos internacionais e elaborar disposições das conferências ministeriais.
Figura 4-incêndio em depósito de produtos químicos. Fonte: http://www.dw-world.de
10
Dados afirmados pela mesma revelam que em 1976 os países da IKSR assinaram o
seu primeiro acordo sobre a poluição química e outro que se refere especificamente
aos cloretos com o intuito de diminuir a quantidade de sal nas águas do rio Reno,
Para não ultrapassar a quantidade de 200mg por litro, no ano de 1991 foi assinado
um acordo suplementar para a proteção do Reno em relação aos cloretos.
Seguindo as idéias de Neusa Soliz ela afirma que em 1987 em razão do impacto do
incêndio de um depósito de produtos químicos em Sandoz, na suíça, Os ministros
dos cinco países decidiram criar um plano de ação para o rio Reno, para que ele
pudesse voltar a abrigar no seu leito espécies de peixes migratórias entre elas a
truta e o salmão. Também foi estabelecido o conceito integral de “ecossistema
fluvial” incluindo o leito, as margens e as áreas de inundação temporária devendo
todas estas serem preservadas.
Neusa Soliz fazendo referencia ao ministro alemão do meio ambiente, Jürgen Trittin,
cita uma afirmação do mesmo: “Hoje a vida retornou às águas do Reno. Sua
qualidade melhorou muito, a flora e o mundo animal se recuperaram e o programa
para a volta do salmão mostra resultados. As empresas situadas à sua margem
estão mais bem preparadas para evitar incidentes com conseqüências para o rio,
graças às recomendações de segurança da IKSR. Os acidentes com derrame de
substâncias químicas nocivas diminuíram consideravelmente. Também o plano de
ação contra enchentes tem sido implantado com êxito"
Neusa Soliz apontando outra referencia agora em nível de Europa diz que a
qualidade das águas do rio Reno e um dos grandes êxitos do programa de
preservação ambiental na Europa, segundo Olaf Tschimpke, presidente da Liga de
Proteção à Natureza (NABU) houve um balanço positivo para o saneamento do rio
no ultimo encontro em Bomn, dados revelam que o despejo de substancias toxicas
apresentou uma queda entre 70% e 100%. Das águas de esgoto de empresas
municipais e privadas, cerca de 95% passa por tratamento antes de retornar ao
Reno, com os trabalhos de descontaminação do Reno praticamente não se
encontram substâncias toxicas como o dioxina e DDT, a quantidade de metais
11
pesados como chumbo, cobre e zinco tem diminuído significadamente e quase não
são mais encontrados, o problema se resume agora a alguns metais em especifico
com o cádmio e com a presença de pesticidas,A presença de espécies naturais do
Reno começa a caminhar para o que era antes dos impactos ambientais se tornando
um indicador de qualidade d’água que a água do Reno se tornou mais apta para as
espécies animais, tais como o salmão em que foram contados até inicio de 2003
mais de 1900 milhões, significando uma menor presença de poluentes.
4. Conflitos no rio Salween
Segundo Aron T. e Newton (2007), o grande problema enfrentado nesse rio/bacia é
que não existem acordos da utilização de suas águas entre os paises ribeirinhos, o
que faz que cada nação use o rio de maneira livre, resultando também em vários
projetos unilaterais.
Figura 5-Localização do rio Salween. Fonte http://assets.panda.org
12
Desde 2002, Mianmar e Tailândia discutem a possibilidade de construção de uma
usina hidrelétrica nos desfiladeiros do Salween (em Tasang-Mianmar a 200m da
fronteira com a Tailândia), ela vai ter mais de 180m de altura e sua capacidade
elétrica vai ser de 3.300 a 3.600 MW (megawatts), aonde um quarto da potencial vai
para Mianmar e o resto vai ser comprado pela Tailândia, Além disso, a Tailândia
quer canalizar 10% do fluxo das águas de Mianmar para uso na irrigação e
abastecimento de água potável.
Segundo os mesmos isso pode gerar conflitos internos em Mianmar, que é
governada por uma junta militar, pois a região onde será construída a hidrelétrica
coincide com a base operacional da resistência nacionalista que se opõe a junta de
Rangum.
Em 2003 a China criou um projeto para construção de 13 hidrelétricas no rio que
gerariam 21,32 milhões de KW, a China criou o projeto sem se comunicar com
nenhum dos dois outros paises e isso causa tensões políticas entre os ribeirinhos.
Vale lembrar-se da escassez de eletricidade que se passa na china o que torna os
projetos mais urgentes.
A China tem maior poder econômico, político, e militar que os dois outros países
juntos, isso faz com que os recursos hídricos de Mianmar e da Tailândia estejam em
grandes riscos, dependendo do que a China decida fazer com a parte superior do
rio.
5. Bacia do Kuras-araks
Antes do declínio da União Soviética, foram assinados dois acordos sobre a gestão
hídrica da bacia. Um com a Turquia, que falava que os recursos hídricos ao longo
das fronteiras seriam divididos igualmente aos dois paises, e foi criado a Comissão
Mista de Fronteira da Água, cuja tarefa era de gerir a utilização dos recursos hídricos
13
compartilhados. E o outro foi assinado com o Irã, esse acordo foi semelhante ao
outro. Afirma Joshua T. Newton (2007)
Após a queda da URSS e com o surgimento da Armênia, Azerbaijão, e Geórgia
passaram a existir diversos novos pontos de fronteiras, esses novos países não
criaram nenhum quadro jurídico a respeito da gestão hídrica.
O principal problema que a bacia enfrenta hoje é a poluição, o rio está altamente
contaminado por produtos químicos, biológicos, e resíduos radioativos. Foram
criadas estações de tratamento de resíduos, mas estas fracassaram.
Figura 6-localização da bacia Kuras-araks
O que agrava mais a situação são as tensões políticas entre Armênia e Azerbaijão,
que vem desde que formavam a URSS, e se agravou depois dos conflitos para
dominação da região de Nagorno-Karabakh, onde a Armênia saiu vitoriosa.
14
Atualmente foram feitos acordos entre a Geórgia e o Azerbaijão, e entre a Geórgia e
a Armênia. Devido às desavenças entre Armênia e Azerbaijão, esses não assinarão
nenhum acordo sobre a gestão hídrica, o que torna a situação alarmante.
6. Conflitos pelo rio Ganges
Como afirmam Aaron T. Wolf e Joshua T. Newton, o rio Ganges tem sua nascente e
grande parte dos afluentes situadas no Himalaia ocidental, ele deságua no delta do
rio Sunderbans passando pelas planícies do norte da índia e posteriormente por
Bangladesh, Como na grande parte dos conflitos entre países sobre o fluxo de água
a construção de uma barragem agrava esta situação, neste conflito é a barragem de
Farakka que desvia as águas do Ganges e regula o seu fluxo, em 1951 Quando se
idealizou a construção de Farakka a região para onde o rio Ganges percorria após
sair da índia era parte do território do Paquistão que posteriormente se emanciparia
e viria a se tornar Bangladesh em 26 de março de 1972.
Figura 7-Barragem de Farakka
As primeiras tentativas de acordos entre índia e a região que até então pertencia ao
Paquistão ocorreram entre 1960 e 1962, com as negociações ainda em curso a índia
anuncia em 30 de janeiro de 1961 o inicio das obras para a construção de Farakka,
entre 1968 a 1970 ocorrem reuniões para tentar um acordo para utilização da águas
do rio Ganges, Paquistão estando numa situação prejudicial tenta até 1971
15
apresenta uma proposta baseada numa divisão equitativa das águas do Ganges, a
índia estando em uma posição favorável considerando a utilização até então das
águas do Ganges, tenta então retardar estes possíveis acordos com a alegação da
necessidade da uma coleta de dados relativos ao fluxo do Ganges para o
estabelecimento dos valores de fluxo que serão destinados ao Paquistão.
Figura 8-Localização do rio Ganges
Os mesmos afirmam que em 21 de Março de 1971 é criado Bangladesh, tendo em
seu território a área onde se localiza o leito do rio Ganges após sair da índia até o
seu delta, em março de 1972 foi criada uma comissão formada por integrantes dos
dois países, porém a questão especifica do Ganges seria tratado apenas pelos
primeiros ministros de cada país, nos dias 16 e 17 de julho em 1973, ficou
estabelecido definido que o acordo entre Bangladesh e índia seria assinado antes da
barragem de Farakka entrar em funcionamento.
Em afirmação de Aaron T. Wolf e Joshua T. Newtones afirmam que dados
recolhidos sobre o rio Ganges apontam que o fluxo do Ganges no período de secas
é insuficiente para satisfazer ambas as partes, Bangladesh apresenta propostas
para a resolução do problema das águas referente ao período das secas como a
criação de reservatórios que armazenariam água do período das cheias para ser
utilizada nos messes de estiagem e/ou o aumento do fluxo do Ganges através da
16
preservação das suas margens projeto que contaria com o apoio do Nepal, pois
afluentes do Ganges estão situados no mesmo, a índia por sua vez apresenta
propostas que visam a ligação de rios de norte a rios do sul como a ligação do
Bramaputra ao Ganges, a assinatura do Acordo de Águas Ganges foi obtida em 05
de novembro de 1977, este acordo definiu o compartilhamento da águas do Ganges
em Farakka e a necessidade de projetos para aumentar fluxo do Ganges, após o
acordo de 1977 ocorrem outras reuniões para tentar estabelecer acordos para o
compartilhamento que não obtiveram sucesso, de 1977 ate 2002 não foram
assinados acordos nem realizadas ações em prol do rio Ganges apenas em 202 a
índia anuncia a ligação dos rios do norte aos rios do sul e leste.
7. Rio Danúbio
Como afirma Aaron T. Wolf e Joshua T. Newto historicamente os países ribeirinhos
ao rio (Danúbio, Alemanha, Áustria, Eslováquia, Hungria, Croácia, Sérvia, Bulgária,
Romênia, Moldávia e Ucrânia) Apresentam já um passado como aliados devido a
inimigos políticos comuns, com isso os conflitos na bacia tendem a ter soluções
pacificas
Figura 9-Localização do rio Danúbio
17
Para Aaron T. Wolf e Joshua T. Newto historicamente as parcerias em função do rio
Danúbio visam proporcionar a sua navegabilidade no rio, em 1980 começaram a
aparecer problemas de qualidade no rio que atrapalham a sua navegação, pois o
Danúbio passa por grandes cidades incluindo quatro capitais nacionais (Viena,
Bratislava, Budapeste e Belgrado) recebendo assim grandes quantidades de
resíduos destas, pois atendem as necessidades de milhões de indivíduos da
indústria e da agricultura, Com dissolução da então URSS os países recém
formados não apresentavam infra-estrutura necessária para a correta utilização do
rio, os países ribeirinhos assinaram em 1985 um acordo comumente chamado de
acordo de Bucareste que desfazia o que tinha sido proposto com o acordo de
Belgrado datado de 1948, a partir de então foi definido que para a recuperação da
bacia do Danúbio seria necessário um trabalho conjunto diferente do proposto em
1948 que visava à responsabilidade individual sobre o rio.
Os mesmo afirmam que em setembro de 1991 em Sofia foi realizada uma reunião
com os ribeirinhos que gerou uma iniciativa denominada Programa Ambiental para a
Bacia do Rio Danúbio, esta iniciativa propunha a monitoração da bacia do rio
Danúbio, que esta seria dependente de ações conjuntas para sua conservação e
que o desenvolvimento nessas áreas ocorrem de forma a não prejudicar a bacia do
rio Danúbio
Aaron T. Wolf e Joshua T. Newto afirmam ainda que em 1993 foi criado o “plano de
ação estratégica” (SAP) que tinha como principal diretriz que a ações para a
revitalização do Reno deveriam ser concretas e a curto prazo em 1994 ocorreu a
convenção de países ribeirinhos ao Danúbio em Sofia que além de visar um plano
de conservação e sustentabilidade para o Danúbio visa uma divisão equitativa das
suas águas.
18
Figura 10-Rio Danúbio. Fonte: http://4.bp.blogspot.com
8. Bacia do Mar de Aral
Segundo Aaron T. Wolf e Joshua T. Newto A bacia do mar de Aral (Mar de Aral, Syr
Darya e Amu Darya) banha os países: Cazaquistão, Quirguistão, Tajiquistão,
Turquemenistão e Uzbequistão, Os problemas ambientais da bacia do Mar Aral
estão entre os piores do mundo. Desvios de água (para irrigação de algodão)
praticas agrícolas, resíduos industriais, resultaram no desaparecimento do mar, na
salinização, e na poluição orgânica e inorgânica do Aral.
Figura 11-Localização do Mar de Aral
19
Segundo Aaron T. Wolf e Joshua T. Newto o mar de Aral (o quarto maior lago do
mundo) na década de 90, recebia um décimo do fluxo do ano anterior, A
monocultura intensiva de algodão (uma das culturas que mais utiliza água) resultou
em degradação ambiental extrema. A utilização de pesticidas e a salinização,
juntamente com a poluição industrial, diminuíram a qualidade da água, resultando
em elevadas taxas de doenças e mortalidade infantil (morrem uma a cada dez
crianças nascidas). Isso gerou tensões entre os ribeirinhos do Mar de Aral e de seus
afluentes (Syr Darya e Amu Darya).
Em 1991, a Comissão Internacional de Coordenação da água (ICWC) foi formada
pelos estados envolvidos para preencher o vazio de planejamento regional. Em 1998
foi criado o IFAS (Fundo Internacional para o Mar Aral) com objetivo de estabilização
do ambiente do Mar de Aral para reabilitar a zona do desastre ao redor do Mar, para
melhorar a gestão das águas internacionais da bacia.
Figura 12-Estado do Mar de Aral
Desde sua formação, o IFAS tem estado sob severas restrições e teve dificuldades
com a sua credibilidade e em lidar com diversas questões. A organização não foi
muito bem sucedida no desenvolvimento de estratégias regionais de gestão de
água. Devido a isso, em 2002, os cinco países envolvidos criaram a Organização de
Cooperação da Ásia Central (CACO), com um amplo mandato para promover a
cooperação entre os Estados-Membros sobre a água, energia e o meio ambiente.
Até o início de 2004, a secretaria ainda não foi estabelecida, mas está sendo
planejada.
20
9. Conclusão
Através da elaboração deste trabalho se verifica que os recursos hídricos são de
suma importância para o desenvolvimento, e que a escassez deste gera conflitos da
montante contra a jusante em que montante tenta se tornar soberana na utilização
das águas da bacia em questão.
Percebesse claramente que a água pode gerar conflitos envolvendo forças armadas,
todavia em grande parte apenas se já existe um histórico de desentendimentos entre
estas regiões se chegara ao ponto da utilização de forças armadas, pois em bacias
cujos países têm um histórico de acordos já provenientes de outros fatores ocorre
uma cooperação para o desenvolvimento sustentável visando aumentar o fluxo do
rio e a diminuição da sua poluição opção que apresenta resultados irrevogavelmente
melhores para ambas as partes.
21
Referências
Livros
Barlow, Maude; Clarke, Tony. Ouro Azul. Publicado 2003. Pg76 a 83
WORLDWATCH INSTITUTE. O estado do mundo 2005 estado do consumo e o
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22
TRANSBOUNDARYWATERS. Estudo de Caso de Movimentos de resolução de litígios: a bacia do Tigre-EufratesDisponivel em: http://www.transboundarywaters.orst.edu/research/case_studies/Tigris-Euphrates_New.htm . Acesso em 7 de junho de 2010
TRANSBOUNDARYWATERS. Estudo de caso de resolução de litígios: a bacia do Kura-Araks. Disponível em: http://www.transboundarywaters.orst.edu/research/case_studies/Kura_Arkas_New.htm . Acesso em 7 de junho de 2010
TRANSBOUNDARYWATERS. Estudo de Caso de resolução de litígios: O Programa
Ambiental para o rio Danúbio. Disponível em
http://www.transboundarywaters.orst.edu/research/case_studies/Denube_New.htm
Acesso em 15 de junho de 2010
TRANSBOUNDARYWATERS. Estudo de Caso de resolução de litígios
transfronteiriços: Mar de Aral. Disponível em :
http://www.transboundarywaters.orst.edu/research/case_studies/syr_darya_New.htm
Acesso em 15 de junho de 2010