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5/9/2018 ConhecendoasForas-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/conhecendo-as-forcas 1/21  Conhecendo as Forças Que forças atuam na carga durante o transporte  A amarração da carga deve ser feita para as condições normais de viagem. Porém a condição normal de viagem não deve ser entendida como tranqüila e com direção controlada com a distância e velocidades adequadas. Amarração da carga deve ser feita para “viagem normal”, e isto também inclui frenagens bruscas, mudanças repentinas de direção e más condições de conservação das estradas, ruas e avenidas. Considerando que a amarração da carga deve ser efetuada de acordo com estas considerações, todas as medições e cuidados devem ser verificados, pois ninguém sabe ou imagina o que pode ocorrer durante o transporte, mesmo em pequenas e curtas distâncias. As seguintes forças podem ocorrer em viagens normais e corriqueiras: Na direção do deslocamento 0,8 G corresponde à 80% do peso da carga (c = 0,8) Nas laterais (máximo) 0,5 G corresponde à 50% do peso da carga (c = 0,5) Para trás (máximo) 0,5 G corresponde à 50% do peso da carga (c = 0,5)  O peso (P) O peso é a força pela qual um corpo é atraído pela Terra verticalmente ao solo. Ela é calculada multiplicando-se o valor da massa em kg pelo valor da aceleração da gravidade (g = 9,81 m/s²) P = m x g  A força de massa (F) A força de massa, também chamada de inércia ou força centrífuga é a força que neutraliza a mudança de estado de movimento. Ela é calculada multiplicando-se o valor da massa pelo valor da aceleração. F = m x a Obs.: Durante o cálculo relativo à

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 Conhecendo as Forças

Que forças atuam na carga durante o transporte

 

A amarração da carga deve ser feitapara as condições normais deviagem. Porém a condição normalde viagem não deve ser entendidacomo tranqüila e com direçãocontrolada com a distância evelocidades adequadas.

Amarração da carga deve serfeita para “viagem normal”, e istotambém inclui frenagens bruscas,mudanças repentinas de direção emás condições de conservação

das estradas, ruas e avenidas.

Considerando que a amarração dacarga deve ser efetuada de acordocom estas considerações, todas asmedições e cuidados devem serverificados, pois ninguém sabe ouimagina o que pode ocorrer duranteo transporte, mesmo em pequenas ecurtas distâncias.

As seguintes forças podem ocorrer em viagens normais e corriqueiras:

Na direção do deslocamento 0,8 G corresponde à 80% do peso da carga (c = 0,8)

Nas laterais (máximo) 0,5 G corresponde à 50% do peso da carga (c = 0,5)

Para trás (máximo) 0,5 G corresponde à 50% do peso da carga (c = 0,5)

 

O peso (P) 

O peso é a força pela qual umcorpo é atraído pela Terraverticalmente ao solo.

Ela é calculada multiplicando-se ovalor da massa em kg pelo valorda aceleração da gravidade (g =9,81 m/s²) P = m x g

 

A força de massa (F)

A força de massa, tambémchamada de inércia ou forçacentrífuga é a força que neutralizaa mudança de estado demovimento.

Ela é calculada multiplicando-se ovalor da massa pelo valor da

aceleração. F = m x a

Obs.: Durante o cálculo relativo à

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segurança da carga, a força deinércia é geralmente representadapelo conceito de força de massa,sendo utilizado o fator deaceleração correspondendo aopeso, por exemplo, 0,5 P

 A força de atrito (Fat)

A força de atrito tem um papelprimordial na fixação da carga.Atua entre a carga e a superfíciede carregamento, impedindo omovimento. É feita adiferenciação entre atrito estático– com o coeficiente de atritoestático (µestático) com ocoeficiente de atrito cinético (µ).

O atrito estático ocorre, porexemplo, quando a carga deve ser

deslocada em relação à superfíciede carregamento. O atrito cinéticose apresenta quando já existe ummovimento, por exemplo, entre acarga e a superfície decarregamento. Esta última émenor que o atrito estático.

 

Durante o cálculo da segurança da carga, é considerado apenas o atrito cinético. A dimensão da forçade atrito dependerá do Peso “P” da carga e do coeficiente de atrito cinético (µ).

Ela é calculada multiplicando-se o valor do coeficiente de atrito pelo valor do peso. Fat = µ x P

Para melhor compreendermos, se o coeficiente de atrito entre a carga e o assoalho é µ=0,2 e acarga possui um peso de 1.000 daN (= 1.000 kg), ela é "presa" pela força de atrito somente em 0,2

x 1.000 daN = 200 daN (=200 kg) e uma força de 800 daN deverá ser aplicada para amarrar à cargacom segurança ao veículo de transporte.

Se o coeficiente de atrito entre a carga e o assoalho é µ=0,6 (por exemplo quando utilizando umamanta anti-deslizante) a mesma carga é "presa" com 0,6 x 1.000 daN = 600 daN, e agora somenteuma força de 400 daN deverá ser aplicada para amarrar à carga com segurança ao veículo detransporte.

Concluímos que, com a utilização de mantas anti-deslizantes, teremos uma redução de até 50% decintas de amarração (com amarração por atrito) ou amarrações de menores dimensões (comamarração diagonal).

Amarração por Atrito  A utilização da

amarração poratrito, ummétodoassociado àforça, estáamplamentedisseminada,visto que éfacilmente vistanas rodoviasbrasileiras,porém sem orespaldotécnico

necessário paragarantir aestabilidade e

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imobilidade dacarga durante otransporte.

A amarraçãopor atrito (oupara baixo),realmente se

realiza atravésdo uso decintas deamarração quesãotensionadassobre a carga.

Através daforça de pré-tensionamento,as cintas deamarraçãoatuamverticalmenteem relação àcarga e asuperfície decarregamento,produzindoforça decompressão eaumento doatrito, de modoque as forçasatuantesdurante otransporte nãoconsigammover a carga.

 

A força de pré-tensionamento aplicada deverá sermensurada através de um dispositivo medidor detensão, uma vez que a norma EN 12.195-2recomenda um máximo de 50% da força de traçãoadmissível (LC) na forma de força de pré-tensionamento.

(Por exemplo, para um conjunto de capacidade2.500 daN, a força máxima de pré-tensionamentonão poderá exceder 1.250 daN).

Outro ponto importante é que a norma EN12.195-2 especifica que os conjuntos de

amarração utilizados neste tipo de amarraçãosejam identificados em suas etiquetas com seuSTF (Força de Tensão Padrão), que é o valor dopré-tensionamento atingido na cinta de amarraçãocom uma força manual na alavanca da catracaSHF (Força de Tensão manual) de 50 daN = 50kgf.

 

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Detalhe de etiqueta de identificação do conjunto de amarração

O cálculo da força de tensionamento Fv se realiza por meio da fórmula simplificada, quando oângulo de inclinaçãoα varia de 90º à 83º:

 

Onde,

Fv = Força de Pré-Tensãoc = Coeficiente de aceleração: para frente 0,8, para os lados 0,5 e para trás 0,5μ = coeficiente de atrito cinéticoP = Peso da cargaK = coeficiente:- 1.5 sem deslizadores de canto- 2.0 com deslizadores de canto.

 

O ângulo de inclinação α  

Uma eficiente força de pré-tensão na amarração por atrito depende, dentre outros fatores, doângulo α da cinta de amarração.

Ilustração do ângulo α Faixas de atuação – Ângulo α

 

Com um ângulo de amarração α variando entre 90º à 83º, uma ótima força depré-tensão nas cintas é obtida.

Um ângulo de amarração α inferior à 83º deve ser considerado para cálculo dastensões;

Um ângulo de amarração α inferior à 30º não deve ser utilizado em amarraçãopor atrito.

 

Obs.: Para um ângulo de amarração de 90º, a força de pré-tensionamento possui 100% deeficiência. Para um ângulo de amarração de 30º, a força de pré-tensionamento possui somente 50%de eficiência.

Caso tenhamos deslizadores de cantos, podemos assumir que a tensão aplicada no lado da catracatambém será conseguida do outro lado e, desta forma conseguiremos duas vezes o valor da pré-tensão da catraca que estamos utilizando. (k=2)

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Caso não tenhamos deslizadores de cantos, a tensão aplicada no lado oposto da catraca será de50% do valor obtido no lado em que está a catraca. ( k=1,5).

Amarração Direta

 

A Amarração Direta consiste em fixar a carga diretamente ao veículo de transporte.

Um dos tipos é a Amarração Diagonal:

Conexão direta ao veículo assim como na carga por meio de Amarração Diagonal:

 

Neste tipo deamarração,podemos reduzir aquantidade deamarrações de 8para 4, devido à

adição do ângulolongitudinal β e doângulo transversalα, ao ângulovertical.

Com a ajudada AmarraçãoDiagonal, épossível fixar amaioria das cargaspesadas. Comeste método, ospontos deamarração sãoposicionados na

superfície doassoalho docaminhão e naprópria carga. Osconjuntos deamarração(cintas, cabos deaço ou correntes)ficam conectadosentre esses pontosde amarração e,em contraste coma Amarração porAtrito, sãolevementetensionados e

esticados por meiodo aperto manual.

Neste caso, o fatode uma carga ficarfixada de formasuficientedependerá, em suamaioria,da capacidade decarga(LC) dosconjuntos deamarraçãoutilizados.

As forças defixação exigidasresultamdo escorregamen

 

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to dacarga durante aviagem. Uma vezque a amarraçãoabsorvediretamente as

forças produzidaspelos movimentosdo veículo(acelerações,desacelerações eforçascentrífugas), usa-se como base decálculo a tensãopermitida dosequipamentosutilizados (cintas,cabos de aço oucorrentes).

 

O cálculo da capacidade de carga LC de cada um dos quatro equipamentos à serem utilizados, se realiza pormeio dafórmula simplificada (retirada da EN 12.195-2):

 

Podemos verificar que, na AmarraçãoDiagonal, teremos dois ângulos, α e β.

O ângulo α é medido entre o equipamentode amarração e a superfície decarregamento.

O ângulo β é medido entre o equipamentode amarração e o eixo longitudinal dasuperfície de carregamento.

Uma vez conhecendo-se estes ângulos,

temos que retirar das tabelas as relaçõestrigonométricas dos mesmos, que no casodo ângulo α será o seno e o cosseno e nocaso do ângulo β apenas o cosseno.

Para obtermos os maiores níveis de segurança e as menorescapacidades de carga dos conjuntos de amarração, o ângulo αdeverá permanecer no intervalo de 20º a 65º e o ângulo βdeverá permanecer no intervalo de 6º a 55º.

 

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Outro tipo é a Amarração Inclinada:

Conexão direta ao veículo assim como na carga por meio de Amarração Inclinada (longitudinal e/outransversal):

Neste tipo de amarração, como podemos ver na ilustração acima, a possibilidade de deslocamento da cargaé bloqueada no sentido longitudinal ou transversal.

Analisando o bloqueio no sentido longitudinal, existe a possibilidade da carga mover-se em curvas nosentido transversal e vice-versa. 

Desta forma, a Amarração Inclinada é totalmente eficaz quando utilizamos 8 conjuntos de amarração, sendo4 no longitudinal e 4 no transversal, o que em muitas situações é considerado trabalhoso e de alto custo.

A estabilidade da carga

 

De acordo com a norma EN 12.195-1 e a norma alemã VDI2700, a carga deve ser amarrada contra a possibilidade detombamento lateral.

Sabemos que no transporte rodoviário a força de massa Fglateral é de 0,5, ou seja, 50% do peso da carga tende à sedeslocar nas curvas e movimentos do caminhão.

Ao calcular a estabilidade lateral, uma fator de perda de 0,2deve ser adicionado.

Isto significa que a carga que não é estável para os ladosdeverá ser segura por 0,7 Fg (0,5 + 0,2), o que equivale a70% do seu peso contra tombamento.

Uma carga é estável se a distância do centro de gravidadeaté a extremidade de tombamento (Bs) dividida pela alturado centro de gravidade (Hs) é maior que o coeficiente deaceleração (c) ao qual a carga deve ser amarrada emsentido contrário.

 

A carga é estável se:

Para frente: Bs dividido por Hs = maior que 0,8

Para os lados: Bs dividido por Hs = maior que 0,7

Para trás: Bs dividido por Hs = maior que 0,5

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A amarração de cargas instáveis deve ser feita levando em consideração:

Amarração contra deslizamento;

Amarração contra tombamento;

Se a carga é segura através da amarração por atrito, as cintas utilizadas deverão ao mesmo tempocumprir os dois passos acima.

Cintas de

amarração

 

Uma cinta de amarração com catraca é um dispositivo composto por fita plana de material sintéticode alta tenacidade com catraca, com ou sem acessórios.

A cinta deve ser produzida com fita tecida totalmente de fios industriais garantidos pelo fabricante

do fio, como sendo estáveis à luz e ao calor, com tenacidade não abaixo de 60 cN/tex, de um dosseguintes materiais:

poliamida (PA), multifilamento de alta tenacidade;

poliéster (PES), multifilamento de alta tenacidade;

polipropileno (PP), multifilamento de alta tenacidade

As faixas de temperatura para utilizações permitidas são:

-40°C a +80°C para polipropileno (PP)

-40°C a +100°C para poliamida (PA)

-40°C a +100°C para poliéster (PES)

Os conjuntos de amarração podem ser compostos por uma ou duas partes.

 

Conjunto de amarração de uma parte  Para o sistema composto por uma parte, uma das extremidades da cinta é costurada diretamentena catraca e a outra extremidade é livre para entrar no tambor ranhurado da catraca.

Deve-se informar a largura da cinta e a capacidade de carga do sistema, considerando que o fatorde segurança é de 2:1 e jamais deveremos trabalhar com a carga de ruptura.

Conjunto de amarração de duas partes  Para o sistema composto de duas partes, a parte curta é costurada diretamente na catraca sendouma das extremidades equipada com um terminal metálico (gancho).  

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A parte longa possui uma extremidade livre para entrar no tambor ranhurado da catraca e a outracom outro terminal metálico (gancho).

Deve-se informar a largura da cinta e a capacidade de carga do sistema. Porém, estas possuemcapacidade definida pela norma EN 12.195-2, conforme a tabela abaixo:

25mm – Capacidade 250 kgf Direto – 500 kgf em cesto (U invertido);

35mm – Capacidade 1.000 kgf Direto – 2.000kgf em cesto (U invertido);

50mm – Capacidade 2.000 kg Direto – 4.000kgf em cesto (U invertido);

50mm – Capacidade 2.500 kgf Direto – 5.000kgf em cesto (U invertido);

75mm – Capacidade 5.000 kgf Direto – 10.000kgf em cesto (U invertido);

100 mm - Capacidade 5.000 kgf Direto –10.000 kgf em cesto (U invertido);

No Brasil, os conjuntos de amarração são fabricados em Poliéster (PES) e Polipropileno (PP) e é deextrema importância saber distinguir estes materiais.

 

Menor custo  Em linhas gerais, o polipropileno (PP) apresenta menor resistência e maior alongamento que opoliéster (PES). Também apresenta menor custo e em geral o comprador não conhece o produto etampouco sabe distinguí-lo.

Na amarração por atrito, é de vital importância que a cinta de amarração apresente o menoralongamento possível, pois isto significa que a força transferida para a carga passa a ser menor,fato que condena todo o estudo e cálculo das tensões realizado e, na prática, a carga permanecesolta e sujeita à deslocamento nas frenagens.

O alongamento máximo das cintas não deve ultrapassar 7% do comprimento original quandotracionado à capacidade de carga nominal (LCT).

 

Identificação dos conjuntos de amarração  Cada unidade ou sub-unidade do conjunto de amarração, se desmontável, deve ser identificadasobre um rótulo com as seguintes informações:

Capacidade da amarração (LCT)

Comprimentos em metros;

Força manual normal SHF

Força de tensão padrão STF (daN), que foi testada e aprovada para a catraca quandousada para amarração por atrito;

Aviso: "Proibido para levantamento de cargas";

Matéria prima da cinta (símbolo);

 

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Fabricante ou fornecedor;

Código de registro de fabricação;

Número e item da norma ABNT ou EN 12.195-2;

Mês e ano de fabricação;

Alongamento da cinta total em %;

Fator de segurança 2:1

 

Capacidade dos equipamentos de amarração (LCT)  A capacidade de carga das cintas de amarração são impressas na etiqueta com o símbolo LCT =Limite de Carga de Trabalho. Ela é indicada em daN (decaNewton – 1 daN = 1 kgf) e este valor édefinido para tração direta. Se a amarração é utilizada ao redor da carga, formando um loop, estevalor é duplicado.

A capacidade de carga das cintas de amarração nunca deve ser excedida. Por razões de segurança,

a carga mínima de ruptura é o dobro da capacidade da amarração (LCT). A capacidade de carga dosistema (LC) não deve ser confundida com a força de pré-tensionamento da catraca (Stf).

 

Força de Tensão Manual (Shf)  A força que é aplicada à alavanca da catraca por meio do punho do operador. Por razõesergonômicas, esta força foi fixada em 50 daN = 50 kgf.  Força de Pré-Tensionamento (Stf)  A força que é produzida pela força manual aplicada na catraca e que efetivamente é transferidapara a cinta de amarração.  Manuseio de cintas de amarração  

Utilize somente cintas sem danificações;

Não exceda à capacidade de carga do sistema;

Não aplique nós às cintas de amarração;

Não utilize cintas de amarração em aplicações de elevação decargas;

A etiqueta de identificação sempre deverá estar presente e legível.

Elementos de Tensão (Catracas)  Um elemento de tensão é um

dispositivo mecânico que permitetransferir tensão à cinta deamarração.

Vale salientar que no mercadobrasileiro encontramos os maisdiversos tipos de catracas.

Caso encontre desgaste prematurodas engrenagens sob condiçõesnormais de utilização (semsobrecarga), amassamentos etorções na alavanca, certamenteadquiriu produto de custo reduzidoe que não é testado de acordo com

a norma EN 12.195-2.

 

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  Catracas com haste curta

A catraca com haste curta é também chamada de catraca padrão (conforme a normaEN 12.195-2) .A força de pré-tensionamento de uma catraca padrão será identificada na etiqueta

como Stf e seu valor varia de 250 à 350 daN em tração direta para uma força de 50daN (= 50 kgf) na alavanca. Valores maiores podem ser atingidos, porém medidos como auxilio de um dispositivo indicador de tensão.

A alavanca da catraca padrão deve ser empurrada para cima para aplicar tensão àcinta.

 

Catraca com haste longa  

A catraca com haste longa é também chamada de catraca prolongada de alta pré-tensão e em geral são ergonômicas.

A força de pré-tensionamento de uma catraca prolongada será identificada na etiqueta

como Stf e seu valor varia de 375 à 1.000 daN em tração direta.Valores maiores podemser atingidos, porém medidos com o auxilio de um dispositivo indicador de tensão.

A alavanca da catraca padrão deve ser empurrada para baixo para aplicar tensão àcinta.

Obs.: Conectar barras com o intuito de prolongar a alavanca da catraca além deperigoso é proibido, pois as catracas podem ser sobrecarregadas, danificadas e sériosacidentes podem lesionar o usuário.

 

Catraca de grande capacidade de carga  

As catracas de grande capacidade são dimensionadas para receber cintas de largura

75mm e 100mm e são mais largas que as cintas convencionais que possuem 50mm delargura. Estes sistemas foram projetados para amarração diagonal e não paraamarração por atrito. Desta forma, a força de pré-tensão das catracas de grandecapacidade são similares às forças de pré-tensão das catracas com hastes prolongadas,cerca de 600 à 750 daN.

 

Catraca tipo guincho (fixa)  

As catracas tipo guincho são fixas no veículo e possuem operação mecânica. As forçasde pré-tensão das catracas desse tipo podem variar em uma grande faixa de valores einformações devem ser fornecidas pelos fabricantes.

 

Dispositivos de medição das forças de pré-tensão  

Existem diferentes tipos de dispositivos de medição capazes de determinar de formarápida e precisa a pré-tensão das cintas de amarração, os quais serão abordados emitem específico.

 

Elementos de conexão (ganchos)  

Elementos de conexão são os dispositivos utilizados para conectar as cintas deamarração aos pontos de amarração nos veículos de transporte e/ou ao ponto deamarração na carga.

Devem possuir capacidade de carga correspondente à das cintas e atender ao mesmofator de segurança. Os elementos de conexão não devem ser carregados em qualquerparte da carroceria e devem ser conectados nos pontos de amarração de dentro para

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fora. 

Travas de segurança  

Os elementos de conexão podem ser fabricados na forma de garra, tipo jota, tipo delta,entre outros. Alguns destes ganchos são equipados com travas de segurança.

Deve-se exigir dos fabricantes que estes ganchos atendam à norma e à capacidade decarga e ruptura do conjunto de amarração, ou seja, caso o conjunto de amarraçãotenha capacidade de carga direta de 2.500kg, os ganchos devem atendem a estacapacidade e possuir carga mínima de ruptura duas vezes a este valor. (fator desegurança 2:1).

Os elementos de conexão nunca devem ser utilizados como nas fotos abaixo:

 

Nota: se os elementos de fixação são conectados erroneamente, eles podemquebrar.Não devem ser conectados de qualquer forma e em qualquer parte da carroceria.

Pontos de ancoragem nos veículos de transporte

 

No Brasil não há uma regra ou norma específica quetrate dos pontos de ancoragens dos veículos detransporte.

Apenas temos o conceito de que tais terminais sãoimportantes e que devem suportar determinada carga,mas não está explícito sua capacidade. Basta olharmospara a maioria absoluta de caminhões para constatartamanho perigo.

Em função disso, trazemos a prática da Alemanha, paísque possui normas e regras específicas para os pontos deancoragem desde 1993.

 

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Naquele país, desde 1º de outubro de 1993, todos novosveículos de transporte de cargas com plataforma abertadevem estar equipados com pontos de amarração, deacordo com as normas da Associação Alemã de Transportede Cargas (BGF), chamado de parágrafo 22 normas deprevenção de acidentes “Veículos“ BV D 29. Desde Julho de2000, estes equipamentos obrigatórios também são

exigidos pela norma européia EN 12.640.

 

A norma EN 12640  

Esta norma determina as exigências mínimas para pontos de amarração em veículos de transportede cargas comerciais com um peso total permissível superior a 3,5 toneladas.

Esta norma não é aplicada para:

Veículos que se destinam somente ao transporte de cargas volumosas;

Veículos que se destinam somente ao transporte de cargas especiais, que exijamequipamentos especiais para a amarração;

O número de pontos de amarração está relacionado com o comprimento do assoalho do veículo.

A distância máxima entre a parede frontal e o primeiro ponto de amarração será de 50centímetros.

A distância máxima entre dois pontos de amarração será de 120 centímetros (entre eixosserá de 150 centímetros)

A parede frontal deverá ser equipada com pelo menos dois pontos de amarração.

A força de tensão máxima permissível dos pontos de amarração resultam do peso total permissíveldo veículo de transporte.

 

Força de tensão permissível para pontos de amarração  

Veículos com peso total permissível superior a 3,5 toneladas e inferior a 7,5 toneladas –800 daN = 800 kgf 

Veículos com peso total permissível superior a 7,5 toneladas e inferior a 12 toneladas –1.000 daN = 1.000 kgf 

Veículos com peso total permissível superior a 12 toneladas – 2.000 daN = 2.000 kgf 

Pontos de amarração na parede frontal – 1.000 daN = 1.000 kgf 

Obs.: os pontos de amarração e suas respectivas capacidades deverão ser identificadasno piso do veículo.

 

Sistemas com pontos de amarração variáveis  

De acordo com a norma EN 12640, os pontosde amarração também podem ser variáveis sobtrilhos com encaixes seguros.

 

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Todos os tipos de sistemas de pontos deamarração permitem ao operador conectar osterminais de amarração no veículo para amanutenção da estabilidade e segurança dacarga.

Cada furo na barra lateral é um ponto deamarração.

 

As cintas podem também ser utilizadas emqualquer um dos pontos de amarração.

 

Pontos de amarração comcapacidades de carga particulares

 

Geralmente, pontos de amarração com

capacidades de carga particulares sãoutilizados em veículos especiais.

Estes pontos possuem capacidade de cargasuperior à exigida pela norma EN 12640.Entretanto, estes pontos de ancoragem sãoidentificados com a capacidade de carga pelofabricante.

Estes componentes foram desenvolvidos paraaplicação em elevação de cargas e aidentificação em toneladas corresponde àelevação de cargas. Em elevação de cargas, ofator de segurança é de 4:1.

Em amarração de cargas, o fator de segurançaé de 2:1, portanto, podemos considerar odobro da capacidade identificada nocomponente para utilização em amarração decargas.

 

Ex.: Capacidade de carga para elevação: 5tons.

Para amarração, 10 tons.

 

Elementos de Conexão

 

Elementos de conexão são os dispositivos utilizados para conectar as cintas de amarração, correntes ecabos de aço aos pontos de amarração nos veículos de transporte e/ou ao ponto de amarração na carga.

Devem possuir capacidade de carga correspondente às das cintas, correntes e cabos de aço, além deatender ao mesmo fator de segurança.

Na Europa, devem vir identificados em baixo relevo com a capacidade de carga em daN e com aidentificação do fabricante.

 

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 Tipos

 

Os elementos de conexão podem ser fabricados na forma de garra, tipo jota, tipo delta entre outros. Algunsdestes ganchos são equipados com travas de segurança.

Estes não devem ser carregados em qualquer parte da carroceria e devem ser conectados nos pontos deamarração de dentro para fora.

 

Os elementos de conexão nunca devem ser utilizados como nas fotos abaixo!  

Nota: Se os elementos de fixação são conectados erroneamente eles podem se deformar e/ou quebrar.Não devem ser conectados de qualquer forma e em qualquer parte da carroceria.É necessário a instalação de pontos de ancoragem na carroceria, em geral soldáveis e apropriados paraeste fim.

Medidores de Tensão- TFI

 

Na amarração por atrito, conforme a norma EN 12.195-1, dimensionamos aforça que devemos aplicar à carga sendo que esta força é dependente dopeso da carga, do coeficiente de atrito estático entre as superfícies emcontato e do ângulo de inclinação das cintas e, ao final, da força de tensãopadrão transferida pelo usuário à cinta de amarração através da haste dacatraca.

Uma vez calculada e dimensionada a quantidade de amarrações comcatracas ergonômicas por exemplo, onde a tensão de cada conjunto deamarração deverá atingir a força de pré-tensão de aproximadamente 750daN, como ter a certeza de que na prática as cintas estão realmentetensionadas neste valor? R.: Através da utilização de medidores de tensão

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que podem ou não estarem incorporados à catraca.

Os medidores de tensão incorporados às catracas são dispositivosmecânicos de aço que possuem uma escala graduada (em geral 250 daN,500 daN, 750 daN e 1.000 daN) e um pino que se desloca nesta escala àmedida que tensionamos o sistema.

Um dos grandes benefícios deste tipo de equipamento é o de permitir ao

motorista e demais envolvidos no transporte a conferência da tensãoresidual no sistema após percorrer certa distância. É muito comum einclusive recomendado que todo sistema de amarração têxtil sejaretensionado após determidada distância percorrida, pois a carga pode seacomodar e assentar no assoalho do caminhão e também as cintas podemalongar-se. (limite máximo de 7% do comprimento total).

Exemplos de aplicação – TFI – Tension Force Indicator – FabricanteSpanSet

Correntespara amarração

 

As correntes de amarração são feitas de aço e possuemum tensionador de alavanca ou uma catracatensionadora.

A norma técnica mais atualizada e utilizada como baseé a EN 12.195-3 e os dispositivos devem ser fornecidoscom certificado de garantia.

A produção de correntes para amarração necessita de

aço com pelo menos qualidade 8 (Grau 80).

A cor das correntes diferem-se entre si e podem ser

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escolhidas livremente pelos fabricantes.

 

A capacidade de carga de umacorrente de amarração éidentificada em plaqueta de açocom a sigla LC – Capacidade deCarga.

Ela é indicada em daN(decaNewton – 1 daN = 1 kgf) eeste valor é definido para traçãodireta. Se a amarração é utilizadaao redor da carga, formando umloop, este valor é duplicado.

 

Diâmetro nominal daCorrente

LC em daN – Grau 8 LC em daN – Grau 10

6 mm 2.200 daN 3.000 daN

8 mm 4.000 daN 5.000 daN

10 mm 6.300 daN 8.000 daN

12 mm 10.000 daN 13.000 daN

16 mm 16.000 daN 20.000 daN

Fonte: EN 12.195-3 para sistemas de amarração de cargas de correntes grau 8

 

Combinações  

Devido a diferentes reações e variações de comprimento quando sob carga, acombinação de diferentes sistemas de amarração tais como cabos de aço, cintassintéticas e correntes não é permitida para amarrar a mesma carga e na mesmadireção.

Também não é permitida a combinação de partes e elementos de correntes dediferentes qualidades (ex. Grau 80 com Grau 100).

 

Identificação dos dispositivos de amarração de correntes  

Correntes de amarração devem possuir plaqueta de identificação metálicapermanente e com as seguintes informações:

Capacidade de carga em kiloNewtons;

Força de tensão padrão Stf em (decaNewtons) para qual oequipamento é designado;

Para os tensionadores, especificação da máxima força de tensãomanual para atingir o WLL;

Tipo de amarração;

 

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Aviso: Utilizar somente em amarração!;

Nome ou símbolo do fabricante ou fornecedor;

Código de rastreabilidade;

Número e parte da norma européia, EN 12.195-3;

Os tensionadores devem ser identificados pelo menos com o nome ou símbolo dofabricante.

Modelo de plaqueta de identificação – Grau 8 

Manuseio de correntes de amarração  

Os sistemas de amarração de correntes devem ser manuseados somente porpessoa devidamente qualificada. Recomenda-se realizar inspeção visual antes decada uso, buscando por amassamentos, deformações, torções e danos noscomponentes.

Utilize somente correntes em bom estado e inspecionadas;

Não exceda a capacidade de carga (LC) das correntes;

Não aplicar nós nas correntes.

Não utilizar correntes de amarração em aplicações de elevação.

Não utilize as correntes em cantos vivos.

As plaquetas de identificação devem sempre estar presentes elegíveis.

Inspeção -Cintas dePoliéster

 

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  Deve-se inspecionar o conjunto deamarração durante a sua utilização embusca de defeitos aparentes. Casosejam constatados defeitos quepossam colocar em risco a segurança,deve-se retirar o conjunto deamarração de uso.

Devemos sempre levar emconsideração:

Quando forem detectadasfissuras, trincas,amassamentos, redução deárea metálica, rupturas oucorrosão na catraca e nosterminais metálicos.

Quando for detectado aberturasuperior à 5% nos ganchos oudeformações em geral.

De acordo com os prazos de inspeção estabelecidos pelo fabricante, é necessário realizar uminspeção anual por pessoa qualificada. Dependendo das condições de trabalho, é possível quesejam necessárias mais inspeções em intervalos menores. Deve-se então atentar para asseguintes situações:

A cinta apresenta corte na região centraldevido à exposição à superfície irregular e

cortante, resultando em perda deresistência.

REMOVER DE SERVIÇO

A cinta apresenta cortes no sentidotransversal (largura) devido ao contato comcanto vivo. Este tipo de dano resultará em

uma substancial perda de resistência.

REMOVER DE SERVIÇO

 

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REMOVER DE SERVIÇO REMOVER DE SERVIÇO

 

Aqui a cinta foi utilizada sobre um canto vivo.Nunca tente unir qualquer tipo de dano nas

cintas de amarração.

REMOVER DE SERVIÇO

A cinta de amarração foi sobrecarregada atéseu limite e rompeu. Prevenção: Sempreverifique e inspecione a quantidade correta

de amarrações e suas capacidades.

REMOVER DE SERVIÇO

 

OBS.:  Todos os danos acima podem ser evitados com a utilização de luvas de proteção eprotetores de canto.

Informações importantes:

a) Utilize a quantidade correta de amarrações em boas condições, resistentes o bastantepara a carga à ser transportada;

b) Para as catracas, retire de uso quando apresentar deformações no tambor ranhurado ena trava de segurança, desgaste da engrenagem ou ruptura da alavanca de tensão.

c) Nos terminais metálicos, retire de uso quando constatar alongamento e abertura dosganchos superior à 5%, fisuras, corrosão considerável e deformações permanentes.

d) Aplique tensão somente com os dispositivos apropriados – não utilize barras adicionais.Verifique a tensão novamente durante sua viagem.

e) Não utilizar nós no sistema de amarração.

f) Utilize as proteções contra abrasão e cantos vivos

g) Quando o tensionador for uma catraca, tenha certeza de que pelo menos duas voltascompletas de cinta estejam enroladas no tambor.

h) Não exponha as cintas contra álcalis e ácidos fortes.

i) Todo conjunto de amarração deve conter etiqueta de identificação com a identificaçãodo fabricante, comprimento, capacidade de carga, data de fabricação, código derastreabilidade. Na inexistência da etiqueta ou caso as informações estejam ilegíveis,deve-se solicitar a substituição da mesma após inspeção pelo fabricante ou retirá-la deuso por não conhecer o responsável técnico legal pela fabricação do produto.

 j) Em caso de dúvidas, consulte-nos.

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