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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Enfermagem Jéssica Balduino Livia Aparecida Rebolo Costa Tamires Alves de Souza CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM SOBRE O CÂNCER DO COLO UTERINO E DO EXAME PAPANICOLAOU LINS SP 2016

CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM … · dia sonharam comigo, ... por nos dar a chance de iniciar um projeto maravilhoso que ... Querido Deus te agradeço pela vida,

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UNISALESIANO

Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium

Curso de Enfermagem

Jéssica Balduino

Livia Aparecida Rebolo Costa

Tamires Alves de Souza

CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DE

ENFERMAGEM SOBRE O CÂNCER DO COLO

UTERINO E DO EXAME PAPANICOLAOU

LINS – SP

2016

JÉSSICA BALDUINO

LIVIA APARECIDA REBOLO COSTA

TAMIRES ALVES DE SOUZA

CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM SOBRE O

CÂNCER DO COLO UTERINO E DO EXAME PAPANICOLAOU

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Enfermagem, sob a orientação do Professor Dr. Silvio Fernando Guideti Marques e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni.

LINS – SP

2016

JÉSSICA BALDUINO

Balduino, Jéssica; Costa, Livia Aparecida Rebolo; Souza, Tamires

Alves

Conhecimento dos acadêmicos de Enfermagem sobre o câncer de

colo uterino e do Exame Papanicolaou / Jéssica Balduino; Livia

Aparecida Rebolo Costa; Tamires Alves de Souza. – – Lins, 2016.

30p. il. 31cm.

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em

Enfermagem, 2016.

Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Silvio Fernando Guideti

Marques

1. Câncer de Colo Uterino. 2. Papanicolaou. 3. Enfermagem. 4. Conhecimento. I Título.

CDU 616-083

B149c

JÉSSICA BALDUINO

LIVIA APARECIDA REBOLO COSTA

TAMIRES ALVES DE SOUZA

CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM SOBRE O

CÂNCER DO COLO UTERINO E DO EXAME PAPANICOLAOU

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium,

para obtenção do título de Bacharel em Enfermagem.

Aprovada em: _____/_____/_____

Banca Examinadora:

Prof. Orientador: Silvio Fernando Guideti Marques

Titulação: Doutor em Bases Gerais da Cirurgia e Cirurgia Experimental pela

Faculdade de Medicina - UNESP/Botucatu.

Assinatura ______________________________

1º Profª: Daniela da Silva Garcia Regino

Titulação: Mestre em Enfermagem e Especialista em Enfermagem em Saúde

Pública e Enfermagem do Trabalho.

Assinatura _____________________________

2º Profª: Helena Ayako Mukai

Titulação: Mestre em Ciências da Saúde pela FAMERP – São José do Rio

Preto

Assinatura _____________________________

3º Profª: Viviane Cristina Bastos Armede

Titulação: Mestre em Doenças Tropicais pela Faculdade de Medicina –

UNESP/Botucatu

Assinatura _____________________________

Dedico este trabalho aos meus pais Anderson e Sandra, meus

alicerces nesses 5 anos, sem eles nada disso seria possível. Obrigada

por todo amor, carinho e compreensão. Vocês são minha inspiração!

Essa conquista é nossa! Amo muito vocês!

Jéssica Balduino

Dedico este trabalho à minha mãe. Mulher de caráter

inigualável, honesta, guerreira e amiga, que nos momentos mais

difíceis sempre me confortou com suas palavras e me deu forças

para continuar essa jornada. Obrigada por tudo mãe, sem o seu

apoio nada seria possível. Te amo!

Livia Aparecida Rebolo Costa

Dedico este trabalho aos meus pais, Márcia e Roberto, que um

dia sonharam comigo, que há muito sorriram ao meu primeiro

choro e choraram ao meu primeiro sorriso, vocês me ensinaram a

dizer “obrigado”, mas não avisaram que neste dia não haveria

palavras… e, hoje, só posso dizer: pai, mãe, amo vocês!

Tamires Alves de Souza

Agradecimentos

Se tem uma palavra que me define nesse momento é GRATIDÃO,

primeiramente obrigada Deus por cuidar de cada detalhe e me sustentar

para superar os obstáculos enfrentados no decorrer deste Trabalho de

Conclusão de Curso. Agradeço aos meus pais Sandra e Anderson por não

pouparem esforços para que este sonho fosse realizado, sempre me

apoiando e me mantendo firme, mesmo diante das adversidades, essa

vitória é nossa! Amo vocês! A minha família que sempre torceu por mim

principalmente minhas tias Eliana e Cristina por fazerem parte deste

sonho comigo e me socorrerem sempre. A minha mãe Adélia que mesmo

distante sempre torceu e orou por mim. Te amo mãe!

Aos meus colegas do CAIS Clemente Ferreira Lins, pela paciência,

conselhos, incentivos, e todo apoio prestado a mim, vocês são demais! Aos

meus colegas de classe que se tornaram grandes amigos. Aprendi muito

com vocês, se tem uma palavra que nos define hoje é COMPANHEIROS,

vocês foram essenciais para o meu crescimento, vou levá-los para sempre

em meu coração. Obrigada PERFEITOS! Aos meus amigos Caik Souza,

Jessyca Fidelis e Lucas Morais, por aturarem minhas lamentações no

WhatsApp e por participarem dos momentos felizes também, amo vocês

seus lindos!

Amiga Livia Rebolo, faltam palavras para agradecê-la, pela

amizade, companheirismo, cafés da tarde, risos, choros, foram 5 anos

intensos ao seu lado, obrigada. Sem você a caminhada seria mais longa,

encaramos juntas. Que essa parceria dure para sempre. Amo muito você!

Amiga TAMIREEE, sua louca, obrigada por tudo, pela amizade nesses 5

anos. Soltamos muitas faíscas, mas a amizade sempre prevaleceu. Foi

difícil, mas chegamos ao fim. Que essa parceria dure para sempre. Amo

você! E não posso esquecer de agradecer ao Bacana, gato da Tamis que foi

o quarto elemento desse grupo, nos divertindo muito em todas as reuniões

tornando nosso trabalho mais leve e feliz! Te amo mascotinho! Ao meu

amigo Daniel Solfa, que iniciou a faculdade ao nosso lado, se tornou um

grande amigo e foi essencial no decorrer do curso. Obrigada pela ajuda

no trabalho, por estar sempre presente em minha vida, te amo!

Aos professores do curso, que com seus conhecimentos e lições de

vida nos ensinaram a importância do trabalho em equipe, do amor ao

próximo e principalmente por serem mais que professores, amigos mesmo.

Vou levar cada um no meu coração, vocês me inspiram. A Coordenadora

do curso de Bioquímica, Leda Maria, pela disponibilidade e carinho

dispensados a nós, quando ninguém mais acreditava no nosso antigo

projeto. A senhora é demais. OBRIGADA! Ao nosso orientador Silvio, pelo

apoio e dedicação para que este trabalho fosse concluído com sucesso. A

Professora Jovira por nos ajudar a desvendar os segredos do tão temido

TCC. A senhora arrasa!

E um agradecimento especial, a nossa Professora e amiga

Balancieri, por nos dar a chance de iniciar um projeto maravilhoso que

por circunstâncias fugiram do nosso controle, não pode ser concluído, mas

mesmo assim, se manteve presente em nossas vidas, dando o maior

incentivo e torcendo por nós. Amo você teacher!

“Eu tentei 99 vezes e falhei. Mas na centésima tentativa eu consegui. Nunca Desista de seus objetivos, mesmo que eles pareçam impossíveis. A próxima

tentativa pode ser a vitoriosa. ”

(Albert Einstein)

Jéssica Balduino

Agradecimentos

Querido Deus te agradeço pela vida, família e amigos. Por me

mostrar a melhor direção diante dos desafios e por me dar forças nos

momentos mais difíceis. Te peço que conduzas meu caminho, de acordo

com o Teu querer que é o melhor para mim.

Agradeço a minha mãe. Minha primeira amiga, exemplo de vida,

que acima de tudo me apoiou nesta trajetória. Sou muito grata em ter a

senhora na minha vida. Ao meu irmão, Tarso, que mesmo cursando sua

faculdade em outra cidade, sempre se mostrava interessado e preocupado

comigo. Aos meus tios, Neide e José, que vivenciaram a exaustão do

último ano de faculdade e sempre me ampararam.

A todos amigos que conheci durante o curso de Enfermagem. Com

certeza são inesquecíveis, levo em meu coração cada lembrança de vocês.

Em especial agradeço a Jéssica Balduino, grande amiga que a faculdade

me deu e parceira de monografia. Por me mostrar o verdadeiro

significado da amizade, por sempre ser assim, divertida, encantadora,

confidente, alegre, companheira e irmã em todas as horas e todos os

momentos. Que a nossa amizade seja eterna. Muito obrigada por tudo!

Amo você! A Tamires Alves, amiga e parceira de monografia. Que apesar

das dificuldades e das brigas, fez o que estava ao seu alcance para

finalizar este trabalho. Obrigada por tudo amiga, guardo você com muito

carinho em meu coração. E seu gato, Bacana, o quarto elemento deste

Trabalho de Conclusão de Curso! Ao meu querido amigo Daniel Solfa, por

transbordar alegria e felicidade, e estar sempre ao meu lado! Muito

obrigada por tudo! Amo você! Ao trio, Ana Laura Amaro, Jéssica

Gregório e Laís Lourenço, por todo carinho e amizade durante esses anos!

Aos professores do curso, que me ensinaram a verdadeira essência

do amor, companheirismo e trabalho em equipe. A Professora Leda

Maria, por nos apoiar incondicionalmente. Ao nosso Orientador Silvio,

pelo incentivo, princípios e dedicação para que este trabalho fosse

concluído. A Professora Jovira, pela paciência, disponibilidade,

ensinamentos e nos apoiar sempre. A Professora e amiga Ludmila

Balancieri, que mesmo ausente se fez presente em todos os momentos. E

por ser minha inspiração, como profissional e como ser humano!

Possibilidades

" Cultiva a paciência sem esmorecer. Por maiores as dificuldades para a execução das tarefas que te cabem, trabalham e espera. Não te rendas ao

desânimo e insiste no bem. Guarda contigo a possibilidade do limite, mas Deus tem a possibilidade do impossível."

(Emmanuel)

Livia Aparecida Rebolo Costa

Agradecimentos

Certamente, em primeiro lugar devo agradecer a Deus que sempre

me proporcionou e me deu grande força para estar aqui hoje, nessa reta

final da faculdade, onde concluo minha graduação em enfermagem

bacharelado.

Jamais me esquecerei de agradecer a compreensão das pessoas

especiais da minha vida, que são minha família, minhas irmãs Bruna,

Beatriz e Paulo, meu cunhado José, Diego, meus tios Vera Lucia,

Humberto, Sebastião, Marina, as minhas primas Marine e Sabrina as

quais me deram ânimo e que sempre torceram pelo meu sucesso fazendo

com que eu nunca desistisse, mesmo diante a tais circunstâncias que me

ocorreram, que sempre entenderam quando minha presença não foi

plausível e quando o meu medo, minha preocupação e atenção pareciam

se voltar exclusivamente para este trabalho, fica aqui minha eterna

gratidão. Ao meu noivo Caio, me falta palavras nesse momento para

agradecer o quanto foi importante, e o quanto foi imprescindível sua

companhia ao longo desses anos. Você é essencial na minha vida, e sem

você não estaria aqui de pé, firme, e forte, você é meu alicerce. Te amo!!

Aos meus colegas de trabalho da Neonatal da Santa Casa de Lins,

a Enfermeira Márcia, Fernanda, Janaina, Marilene, Rubiana, Dr. Davi,

Dr. Célia, que sempre me incentivaram a terminar o curso. Aos meus

companheiros de trabalho da Unimed Lins que são minha segunda

família, que me proporcionaram horários flexíveis para que eu pudesse

realizar o estágio obrigatório

A Jessica Balduino e Lívia Rebolo que sempre permaneceram fieis

ao trabalho, fazendo com que esse trabalho se concretizasse. Jamais me

esquecerei de agradecer a compreensão das pessoas especiais da minha

vida, que são minha família, que me deu ânimo para que eu nunca

desistisse, mesmo diante a tais circunstâncias que me ocorreram, que

sempre entenderam quando minha presença não foi plausível e quando o

meu medo, minha preocupação e atenção pareciam se voltar

exclusivamente para este trabalho, fica aqui minha eterna gratidão. Ao

meu amigo Daniel Solfa, que mesmo distante sempre se disponibilizou

trazendo amparos e alegria aos nossos dias turbulentos. E ao meu gato

Bacana, pelas travessuras que nos acompanharam durante a evolução do

nosso trabalho, deixando um clima mais divertido. TE AMO!

Agradeço também aos meus professores que de alguma forma,

contribuíram para o desenvolvimento do meu intelecto, em especial, o

Paulo, a Viviane, a Fabiana, Thais, Patrícia, Daniela, e aos nossos

orientadores que aceitaram acompanhar o nosso trabalho, dando-nos um

alento exclusivo, fica aqui o meu estime real valor a vocês Silvio e Leda

Maria. Em especial a Professora Ludmila Balancieri, que foi um anjo

iluminado no nosso caminho.

“O fruto de um trabalho de amor, atinge sua plenitude na colheita, e esta chega sempre no seu tempo certo. ”

Autor desconhecido

Tamires Alves de Souza

RESUMO

A cada ano mais mulheres adoecem por falta de conhecimento sobre como prevenir o câncer de colo uterino, além do fato dos profissionais de saúde não estarem preparados para lidar com situações que coloquem a mulher em constrangimento. Para que se tenha uma mudança nessa realidade, é preciso que os profissionais de saúde, dentre eles o enfermeiro, consigam planejar, sistematizar, organizar e orientar os serviços de prevenção com vistas à promoção da saúde. Os objetivos deste estudo foram analisar o conhecimento dos acadêmicos do curso de enfermagem sobre o câncer do colo uterino e o exame Papanicolaou e avaliar o progresso do conhecimento desde a entrada ao ensino superior até o término do curso de Enfermagem quanto à importância do exame Papanicolau e o câncer uterino. Trata-se de uma pesquisa exploratória-descritiva de abordagem quantitativa, mediante aplicação de questionário aos acadêmicos do curso de Enfermagem do Unisalesiano - Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – Lins SP. Participaram da pesquisa 123 estudantes regularmente matriculados no curso de Enfermagem. Verificou-se que a média de idade dos entrevistados foi de 25,52 anos, sendo que 42,3% fazem o uso ocasionalmente do preservativo e 53,7% afirmaram que a primeira relação sexual foi entre os 15 e 17 anos. Foi observado que 95,1% entrevistados já ouviram falar sobre o Exame Papanicolaou e 89% sabem qual a finalidade do mesmo. Identificou-se que 95,1% dos entrevistados tem conhecimento sobre os cuidados prévios necessários para realização do Exame Papanicolaou. A maioria dos entrevistados (89%) não receberam a vacina contra o HPV. Diante da coleta de dados observou-se que o nível de conhecimento dos acadêmicos de enfermagem é pouco satisfatório, visto que se trata de um curso da área da saúde onde estarão lidando diretamente com esse tipo de assunto e abordagem devido a profissão. Conclui-se que apesar do exame Papanicolaou ser ofertado gratuitamente, ainda existem estudantes que não possuem conhecimento adequado acerca deste tema. Sugerindo a Instituição realizar trabalhos dinâmicos que envolvam a participação da família do estudante e da comunidade em geral, buscando a sensibilização sobre a importância da prática regular do exame Papanicolaou e a longo prazo a conscientização dos futuros profissionais da saúde sobre esse tema tão significativo atualmente.

Palavras-chave: Câncer de Colo Uterino. Papanicolaou. Enfermagem. Conhecimento.

ABSTRACT

Every year more women get sick because of the lack of knowledge of how to prevent uterine cancer, beside the fact that health professionals are not prepared to deal with situations where women can be exposed to embarrassment. To occur any change about this reality it is necessary that health professionals, between them the nurse, to be able to plan, systematize, organize and orient prevention systems aiming a health promotion. The main goals about this study were, to analyze the nursing academics knowledge about uterine cancer and Pap test and to evaluate knowledge progress starting from the beginning of college to the end of Nursing school about the uterine cancer and Pap test importance. It is a descriptive-exploratory research of quantitative approach by application of a questionnaire to the nursing academics from Unisalesiano – Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – Lins SP. 123 students, regularly enrolled in Nursing school, participated in this research. It was checked that the average age of the interviewed people was 25,52 years and from this average 42,3% usually use condom and 53,7% of them said that the their first sexual intercourse was between the age of 15 and 17. It was analyzed that 95,1% of the interviewed people have ever heard about the Pap test and 89% know what it is about. It was identified that 95,1% of the interviewed people have knowledge about the previous care needed to take the Pap test. Most of the interviewed people (89%) didn’t take the HPV vaccine. Facing the data collect, it was observed that the nursing academics knowledge’s level is unsatisfactory since it is about a health area school where they are going to deal directly with this kind of subject and approach because of their profession. It was concluded that despite the Pap test be offered for free, there still are students that do not have adequate knowledge about this topic. It is an institution duty to perform dynamic tasks which involve the student’s family’s participation and the community in general, trying to achieve the future health professionals’ sensitization about this topic so significant currently.

Keywords: Uterine cancer. Papanicolaou. Nursing. Knowledge.

LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Diferença entre tumor benigno e tumor maligno................................24

Figura 02: Sexo dos participantes da pesquisa..................................................44

Figura 03: Quantidade de participantes que possuem ou não filhos...................46

Figura 04: Quantidade de participantes que fizeram ou não curso prévio na área

da saúde antes de ingressar na faculdade.........................................................46

Figura 05: Quantidade de participantes que fazem uso ou não de métodos

contraceptivos....................................................................................................48

Figura 06: Quantidade de participantes que sabem para que serve o Exame de

Papanicolaou.....................................................................................................51

Figura 07: Quantidade de participantes que sabiam que o Exame Papanicolaou

detecta o câncer do colo do útero, assim como, doenças transmissíveis e

infecções em gerais............................................................................................54

Figura 08: Quantidade de participantes que possuem histórico familiar de câncer

do colo uterino....................................................................................................55

Figura 09: Opinião dos participantes sobre a periodicidade que as mulheres

devem realizar o Exame Papanicolaou..............................................................56

Figura 10: Quantidade de participantes que receberam ou não a dosagem da

vacina contra o HPV...........................................................................................58

LISTA DE QUADRO

Quadro 1: Estádios Clínicos e seus Tratamentos…………………………………28

LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Idade dos participantes da pesquisa.................................................45

Tabela 02: Número de alunos participantes da pesquisa segundo os semestres

do curso.............................................................................................................45

Tabela 03: Quantidade de filhos dos participantes que possuem filhos..............46

Tabelo 04: Quantidade de participantes que realizaram curso prévio na área da

saúde.................................................................................................................47

Tabela 05: Ano de ingresso dos participantes na faculdade...............................47

Tabela 06: Qual foi a idade da primeira relação sexual dos participantes (em

anos)..................................................................................................................47

Tabela 07: Métodos contraceptivos mais utilizados pelos participantes.............48

Tabela 08: Frequência do uso de preservativos pelos participantes...................49

Tabela 09: Número de parceiros sexuais dos participantes nos últimos 3

meses................................................................................................................ 49

Tabela 10: Quantidade de participantes que já realizaram algum tratamento para

DST....................................................................................................................50

Tabela 11: Quantidade de participantes que já ouviram falar sobre o exame

Papanicolaou.....................................................................................................50

Tabela 12: Frequência dos participantes na submissão do Exame

Papanicolaou.....................................................................................................51

Tabela 13: Participantes que nunca foram submetidos ao Exame

Papanicolau.......................................................................................................52

Tabela 14: Quais são os motivos das mulheres para não realizarem o Exame

Papanicolau.......................................................................................................52

Tabela 15: Qual era a idade dos participantes na primeira coleta do

Papanicolaou.....................................................................................................53

Tabela 16: Opinião dos participantes sobre o momento certo para a realização

do Exame Papanicolaou.....................................................................................53

Tabela 17: Quantidade de participantes que sabem como é realizada a coleta do

Exame Papanicolaou.........................................................................................55

Tabela 18: Opinião dos participantes em relação as mulheres que devem fazer

o Exame de Papanicolaou..................................................................................55

Tabela 19: Opinião dos participantes sobre onde o Exame Papanicolaou pode

ser realizado.......................................................................................................56

Tabela 20: Opinião dos participantes em relação aos cuidados prévios

necessários para realização do Exame Papanicolaou.......................................57

Tabela 21: Quantidade de participantes da pesquisa que sabem qual doença é

prevenida com a vacina contra o HPV, recém-liberada no Sistema Único de

Saúde (SUS), porém muito utilizada no sistema particular.................................57

Tabela 22: Quantidade de participantes que receberam a dosagem da vacina

contra o HPV se tiveram ou não alguma reação após recebê-la.........................58

Tabela 23: Comparativo de questões do conhecimento acerca do tema com os

alunos do 2º semestre e do 10º semestre...........................................................60

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AJCC: Amerian Joint Committee on Cancer

CCV: Câncer de Colo Úterino

DSTs: Doenças Sexualmente Transmissíveis

FIGO: Internacional Federation of Gynecology and Obstretrics

HIV: Vírus da Imunodeficiência Humana

HPV: Papilomavírus Humano

INCA: Instituto Nacional do Câncer

JEC: Junção Escamocolunar

LIE: Lesões intra-epiteliais

NIC: Neoplasia Intra-epitelial Cervical

OMS: Organização Mundial da Saúde

SIL: Lesão Intra-epitelial escamosa

RNM: Ressonância Nuclear Magnética

TC: Tomografia Computadorizada

TCLE: Termo de Consentimento Livre Esclarecido

TNM: Tumor Linfonodo Metástase

UICC: União Internacional Contra o Câncer

USG: Ultrassonografia

WHO: World Health Organization

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.................................................................................................. 20

CAPÍTULO I - CONHECENDO O CÂNCER DE COLO UTERINO .................. 23

1 DEFINIÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO .......................................... 23

2 ANATOMIA DO SISTEMA GENITAL FEMININO ......................................... 25

2.1 Genitália externa feminina .......................................................................... 25

2.2 Genitália interna feminina ........................................................................... 26

3 FISIOPATOLOGIA DO CÂNCER DE COLO UTERINO ............................... 26

4 ESTADIAMENTO .......................................................................................... 27

5 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ...................................................................... 29

6 FATORES DE RISCO ................................................................................... 31

7 DIAGNÓSTICO.............................................................................................. 32

8 TRATAMENTO .............................................................................................. 33

8.1 Radioterapia................................................................................................ 34

8.2 Quimioterapia.............................................................................................. 34

8.3 Cirurgia ....................................................................................................... 35

CAPÍTULO II - PAPILOMA VÍRUS HUMANO (HPV) E O EXAME PREVENTIVO

PAPANICOLAOU ............................................................................................ 36

1 PAPILOMA VÍRUS HUMANO (HPV)............................................................. 36

1.1 Definição de Papiloma Vírus Humano ........................................................ 36

1.2 Patogenia e história natural da infecção ..................................................... 36

1.3 Quadro Clínico ............................................................................................ 37

1.4 Tratamento.................................................................................................. 38

2 EXAME PREVENTIVO PAPAPANICOLAOU ............................................... 38

2.1 Definição do Exame Preventivo Papanicolaou ........................................... 38

2.2 Material necessário para exame colpocitológico ......................................... 39

2.3 Técnica de Coleta ....................................................................................... 40

CAPÍTULO III - A PESQUISA .......................................................................... 42

1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 42

2 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................... 44

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 61

CONCLUSÃO................................................................................................... 62

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 63

APÊNDICES ..................................................................................................... 70

ANEXOS .......................................................................................................... 80

20

INTRODUÇÃO

O presente estudo tem como ponto principal a avaliação do conhecimento

dos acadêmicos do curso de enfermagem de uma instituição particular do interior

paulista acerca do câncer de colo de útero, e a importância do Papanicolaou. De

acordo com Fernandes e Narchi (2007) este câncer há décadas vem sendo

amplamente estudado pela comunidade cientifica, ocupando lugar de destaque

para as causas de mortalidade e morbidade na população feminina. Em suma

“leva a morte grande contingente de mulheres em idade útil, social e

economicamente ativa” (FOCCHI, RIBALTA e SILVA apud HALBE, 2000).

Os custos para o tratamento do câncer são elevados e a reabilitação das

pacientes na maioria das vezes é cara, levando precocemente ao óbito. Focchi,

Ribalta e Silva (2000) relatam que o câncer de colo de útero é o que ocorre com

maior frequência no aparelho genital feminino, destacando-se como um dos mais

incidentes entre os tumores ginecológicos malignos.

World Health Organization (WHO) (2016 apud INSTITUTO NACIONAL

DO CÂNCER – INCA, 2016), expressam que a contingência de mortalidade por

câncer de colo de útero, pode ser controlada através de programas organizados

de rastreamento, trazendo como benefício a redução da morbimortalidade.

Para o INCA (2006) o câncer de colo uterino é a quarta causa de morte

por câncer no Brasil, respondendo por cerca de 530 mil casos novos por ano no

mundo, e em 2016, para o nosso país foram estimados cerca de 16.340 casos.

Sendo mais frequente nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul. Na

região Norte é o segundo mais incidente.

Para Zugaib (2012) existem certos fatores que acrescem para a

ocorrência deste tipo de câncer, como o início precoce da vida sexual,

imunossupressão – gestação, diabetes, infecção pelo Vírus da Imunodeficiência

Humana (HIV), colagenoses, transplante de órgãos, utilização de drogas

imunossupressoras ou corticoterapia, história prévia de doenças sexualmente

transmissíveis (Chlamydia trachomatis, Neisseria gnorrhoiae e herpes) e

tabagismo.

INCA (2011) recomenda que tais circunstâncias devem ser prioritárias para

o rastreamento do câncer de colo de útero no Brasil através do exame

Papanicalaou: mulheres entre 25 e 60 anos ou que já tenham vida sexual ativa

21

antes dessa faixa etária; e mulheres portadoras do vírus HIV ou

imunodeprimidas;

Embora o aumento de acesso ao exame preventivo tenha aumentado no

país, isto não foi suficiente para reduzir a tendência de mortalidade por câncer

do colo do útero e, em muitas regiões, o diagnóstico ainda é feito em estádios

mais avançados da doença. O diagnóstico tardio pode estar relacionado com:

(1) a dificuldade de acesso da população feminina aos serviços e programas de

saúde; (2) a baixa capacitação dos recursos humanos envolvidos na atenção

oncológica (principalmente em municípios de pequeno e médio porte); (3) a

capacidade do Sistema Público de Saúde para absorver a demanda que chega

às unidades de saúde e (4) as dificuldades dos gestores municipais e estaduais

em definir e estabelecer um fluxo assistencial, orientado por critérios de

hierarquização dos diferentes níveis de atenção, que permita o manejo e o

encaminhamento adequado de casos suspeitos para investigação em outros

níveis do sistema (BRASIL, 2013).

Guimarães (2012) declara que ainda permanece uma grande dificuldade

na aceitação das mulheres para a realização do exame de Papanicolaou. A

literatura afirma que, independente do diagnóstico, mais de 80% delas relatam

desmotivação ou vergonha, 60% referem que os médicos não a examinam e,

cerca de 50% apontam que o tempo de espera para ser atendida e a lentidão no

agendamento dificultam a realização do exame citopatológico. Contudo, a

prática do exame depende da iniciativa do médico e da constância da coleta que

é demarcada pela procura de consulta, de mulheres que apresentem os

sintomas.

A partir da questão “os futuros profissionais da saúde têm conhecimento

sobre o câncer do colo uterino e da importância do Exame Preventivo

Papanicolau?” levantou-se a seguinte hipótese que norteia o trabalho: a cada

ano mais mulheres adoecem por falta de conhecimento sobre como prevenir o

câncer de colo uterino, além do fato dos profissionais de saúde não estarem

preparados para lidar com situações que coloquem a mulher em

constrangimento. Para que se tenha uma mudança nessa realidade, é preciso

que os profissionais de saúde, dentre eles o enfermeiro, consigam planejar,

sistematizar, organizar e orientar os serviços de prevenção com vistas à

promoção da saúde (SANTOS et al., 2014). Cabe ainda ressaltar a importância

22

do impacto psíquico que o diagnóstico de uma doença sexualmente

transmissível e precursora do câncer terá em adolescentes e adultas jovens na

construção da autoimagem e da sexualidade. Mulheres jovens sexualmente

ativas devem ser orientadas sobre a anticoncepção, exames preventivos,

doenças sexualmente transmissíveis e práticas de sexo seguro. Essas medidas

podem ser implementadas sem a necessidade da inclusão no programa de

rastreamento (USA/CDC, 2006).

O trabalho em questão tem como objetivo primário analisar o

conhecimento dos acadêmicos do curso de enfermagem sobre o câncer do colo

uterino e o exame Papanicolaou. O objetivo secundário foi avaliar o progresso

do conhecimento desde a entrada ao ensino superior até o término do curso de

Enfermagem quanto à importância do exame Papanicolau e o câncer uterino.

Para demonstrar na prática a veracidade da hipótese, foi realizada

pesquisa, no Unisalesiano – Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de

Lins – SP, cujos métodos e técnicas estão escritos no Capítulo III.

O trabalho está assim organizado: Capítulo I: trata teoricamente sobre o

Câncer de Colo Uterino. Capítulo II: descreve sobre o Papiloma Vírus Humano

(HPV) e Exame Preventivo Papanicolaou. Capítulo III: descreve e analisa a

pesquisa realizada no Unisalesiano – Centro Universitário Católico Salesiano

Auxilium de Lins – SP. Encerrando o trabalho vêm a proposta de intervenção e

conclusão.

23

CAPÍTULO I

CONHECENDO O CÂNCER DE COLO UTERINO

1 DEFINIÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO

O câncer de colo uterino tem seu início através de uma lesão pré-invasiva

com chance de cura em até 100% dos casos (anormalidades epiteliais conhecido

como displasias e carcinoma in situ ou diferentes graus de neoplasia intra-

epitelial do colo – NIC), estas podem progredir lentamente por anos, até atingir

o estágio mais agressivo da doença, tornando-se assim mais difícil sua cura, em

alguns casos impossível (MORON; CAMANO e KULAY JUNIOR, 2011).

O câncer é a definição dada a uma coleção de mais de 100 doenças que

compartilham de um crescimento desordenado de células que invadem os

tecidos e órgãos circunvizinhos, segundo INCA (2011).

“A neoplasia é uma proliferação anormal do tecido, que foge parcial ou

totalmente ao controle do organismo e tende à autonomia e à perpetuação, com

efeitos agressivos sobre o homem’’ (INCA, 2011, p. 19).

Segundo Otto (2002) o Câncer de Colo Uterino (CCU) inicia-se no colo do

útero da mulher, onde é localizado no fundo da vagina. O útero é o órgão que

acopla o embrião durante a gestação e ao nascer de parto natural, o feto passa

pelo canal vaginal. Esse tipo de câncer tem comportamento anormal e lento,

onde suas células se tornam diferenciadas. De início é considerada como

displasia, dando origem a uma série de alterações significativas, progredindo

assim para o desenvolvimento de um câncer maligno.

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Figura 1. Diferença entre tumor benigno e tumor maligno

Fonte: Figueiredo, 2013.

As neoplasias benignas ou tumores benignos têm seu crescimento de forma organizada, geralmente lento, expansivo e apresentam limites bem nítidos. Apesar de não invadirem os tecidos vizinhos, podem comprimir os órgãos e tecidos adjacentes. As neoplasias malignas ou tumores malignos manifestam um maior grau de autonomia e são capazes de invadir tecidos vizinhos e provocar metástases, podendo ser resistentes ao tratamento e causar a morte do hospedeiro (ABC DO CÂNCER, 2011, p.19).

Para Oncoguia (2015) as células malignas se modificam e multiplicam-se

rapidamente, disseminando para o fundo do colo uterino. Este tipo de câncer

pode ser desenvolvido de duas formas distintas;

a) carcinoma de células escamosas;

b) adenocarcinoma.

De acordo com o INCA (2016) o carcinoma epidermóide (células

escamosas), é o tipo mais incidente e que acomete o epitélio escamoso

(representa cerca de 90% dos casos), e o adenocarcinoma, tipo mais raro e que

acomete o epitélio glandular (cerca de 10% dos casos).

Classificação citológica mais atual do esfregaço cervical é o Sistema de Bethesda, Maryland, Estados Unidos. Essa classificação incorporou vários conceitos e conhecimentos adquiridos que, resumidamente, são: o diagnóstico citológico deve ser diferenciado para as células escamosas e glandulares; inclusão do diagnóstico citomorfológico sugestivo da infecção por HPV, devido às fortes evidências do envolvimento desse vírus na carcinogênese dessas lesões, dividindo-as

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em lesões intra-epiteliais de baixo e alto graus, ressaltando o conceito de possibilidade de evolução para neoplasia invasora; e a introdução da análise da qualidade do esfregaço. (INCA, 2006, p. 15)

O carcinoma epidermóide também conhecido como lesões intra-epiteliais

escamosas (LIE), são caracterizados pela alteração da maturação e

transformações nucleares que acometem vários tipos de níveis do epitélio, assim

divididas de acordo com seu agravamento e extensão. Classificadas segundo

Bthseda em Neoplasia Itra-epitelial Cervical (NIC);

a) NIC I – células atípicas confinadas ao terço inferior do epitélio

b) NIC II – células atípicas confinadas aos dois terços inferiores do

epitélio

c) NIC III ou carcinoma in situ - acomete toda a espessura desse. (PALO,

2002).

2 ANATOMIA DO SISTEMA GENITAL FEMININO

2.1 Genitália externa feminina

A vulva representa a entrada da vagina, que em sua normalidade,

cobre e protege o meato uretral. O monte púbico (monte de Vênus) é composto

principalmente de tecido adiposo, rico em folículos pilosos com distribuição

característica (MONTENEGRO e REZENDE FILHO, 2014; ZUGAIB, 2012).

Os grandes lábios são duas pregas cutâneas alongadas que delimitam

entre si uma fenda. Os pequenos lábios são duas pregas cutâneas pequenas

localizadas medialmente aos grandes lábios, a partir deles a pele possui outras

características como, umidade acentuada e ausência de pelos (MONTENEGRO

e REZENDE FILHO, 2014; ZUGAIB, 2012).

O vestíbulo da vagina é uma fenda elítptica delimitada pelos pequenos

lábios, se estende do clitóris até a borda posterior do hímen. Os orifícios da

uretra, vagina, glândulas parauretrais e de Bartholin têm suas aberturas no

vestíbulo. O clitóris é uma pequena projeção arredondada na porção superior

dos pequenos lábios, é composto por dois corpos cavernosos (MONTENEGRO

e REZENDE FILHO, 2014; ZUGAIB, 2012).

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2.2 Genitália interna feminina

O útero está localizado no aparelho reprodutor feminino, localizado

inferiormente ao abdômen, atrás da bexiga e na frente do reto, sendo composto

pelo corpo e colo. O colo uterino que é a porção inferior do útero, fica situado

dentro da vagina, ele é composto pelo canal cervical, que é recoberto por células

caliciformes, responsáveis pela produção de muco. A parte que mantém contato

com a vagina, é a externa, revestida por células planas, definida como epitélio

escamoso ou estratificado. A junção escamocolunar (JEC) situa-se dentro do

canal cervical, presente na ecto e na endocervice, de acordo com a alteração

hormonal feminina (JONES; WENTZ; e BURNETT, 1996).

Meldau (2010) cita também que a localização da junção escamo colunar

em relação ao orifício cervical externo pode variar, de acordo com a idade, o

estado menstrual, a gravidez e o uso de pílulas anticoncepcionais.

O útero tem como função primordial implantar e acoplar embriões, sendo

responsável pela ejeção do feto no momento do parto, induzida por contrações

para que este momento ocorra (DEZEM; SAMPAR, 2006).

De acordo com Dangelo e Fatini (2003), o útero fisiologicamente possui

um formato de uma pera, dividido em quatro partes, composto pelo fundo, corpo,

istmo e cérvix. O fundo do útero, conhecida como cúpula, é espaçada, e recebe

o nome de cérvix.

Segundo Smeltzer e Bare (2002) O útero em sua parte superior mede

cerca de 7 (sete) cm de comprimento e 5 (cm) de largura, com uma espessura

de 1,35 aproximadamente. A variação do tamanho do útero ocorre em virtude do

número de filhos concebidos, ou quando a mulher é acometida por tumor (p. ex.,

fibróides).

3 FISIOPATOLOGIA DO CÂNCER DE COLO UTERINO

O câncer de colo cervical tem início através de uma infecção pertinente

causada por algum tipo de vírus da classe do HPV, conhecido também como

oncogênicos, responsáveis pelo crescimento desordenado de células,

contribuindo para o surgimento do tumor canceroso INCA (2016). O revestimento

do colo uterino contém várias camadas de células epiteliais pavimentosas,

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dispostas de uma maneira bem ordenada. No câncer as estratificações destas

células ficam indispostas ou desordenadas (INCA, 2016).

As lesões tendem a crescer internamente ao tecido, quanto externamente

em forma de projeções, podendo ser chamados de endofíticas ou exofíticas.

Esses casos tem uma grande importância clínica, pois podem disseminar-se,

atingindo a bexiga anteriormente, o reto posteriormente, as paredes pélvicas

lateralmente, a vagina e de forma extensiva o tecido paracervical, como relatam

Freitas et al. (2011).

De acordo com INCA (2008), as células alteradas em sua morfologia e as

consideradas normais fisiologicamente independentes, se multiplicam de uma

forma muito rápida, quando o seu tecido é menor, e com um ritmo mais

lentificado quando seus volumes forem maiores. Quanto menor for o tumor, mais

fácil acontecerá a quebra, tornando-as sensíveis para os quimioterápicos e

radioterápicos, utilizados no tratamento de controle do câncer de colo uterino.

Quando um tumor maligno alcança cerca de 1 cm de diâmetro, torna-se detectável pelos métodos diagnósticos disponíveis e contem cerca de 109 células. Acredita-se que é necessário um longo período de tempo para o tumor alcançar este tamanho, talvez alguns anos. Ele apresenta tempos diferentes de duplicação em momentos diferentes de sua história natural e, em alguns deles, bem antes desta detecção provavelmente já ocorreu a metastatização hematogênica (INCA, 2008, p.55)

O sistema imunológico humano, por meio de uma rede complexa de

células, é capaz de reconhecer os invasores internos e externos, afim de criar

uma barreira para eliminar e destruir, todavia, neutralizando as alterações

advindas do agente causador. Isso ocorre devido à grande quantidade de células

de defesa que o corpo humano possui, capazes de se auto reconhecerem,

fazendo com que as células respondam rapidamente, de uma maneira coerente

e harmônica, prevenindo assim os prejuízos para o organismo humano (INCA,

2008).

4 ESTADIAMENTO

O estadiamento é a maneira que se faz a descrição do câncer, de acordo

com sua localização e disseminação, obtendo dados de afetamento do órgão

conseguinte. Quem faz a solicitação de exames específicos para se detectar o

câncer é o profissional médico. A doença com um estadiamento pré-definido

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contemporiza ao médico escolher o tipo de tratamento mais adequado ao

paciente, resultando em um bom prognóstico trazendo uma boa recuperação

(ONCOGUIA, 2014).

O estadiamento do colo do útero é clinico e baseia-se nos dados do exame fisico e dos exames subsidiados- urografia excretora que pode ser substituída por ultrassonografia- USG para avaliação dos rins, vias urinárias, retossigmoidoscopia e raio-X de tórax, embora não altera o estadiamente quando possíveis, podem ser realizadas a tomografia-computadorizada- TC, com contraste intravenoso, ou a Ressonância Nuclear Magnética- RNM, de abdômen e pelve- a vantagem na escolha da RNM, porque ela avalia as dimensões do tumor e a invasão parametrial (MORON; CAMANO e KULAY JUNIOR, 2011. p. 651).

Para Oncoguia, (2014), o estadiamento se torna uma forma simples,

desenvolvida pela União Internacional Contra o Câncer (UICC), que descreve

através de um sistema, para que todos os profissionais da área da saúde

compreendam de uma maneira rápida o comprometimento da doença.

Os sistemas utilizados para estadiar a variação do câncer de colo de

útero, são:

1. o sistema FIGO (International Federation of Gynecology and

Obstetrics);

2. o sistema TNM da AJCC (American Joint Committee on Cancer)

(ONCO GUIA, 2014).

Segue abaixo os estádios clínicos e suas especificidades em relação ao

tratamento.

Quadro 1. Estádios Clínicos e seus Tratamentos.

Estádio Clínico Tratamento

Estádio clinico IA1 Estádio inicial, com pequena invasão e profundidade (até 3mm), o tratamento pode ser

conservador e o risco de contaminação para linfonodos pélvicos é muito baixo.

IA2 O tratamento de escolha para este estádio é a histerectomia radical modificada,

linfadenectomia pélvica caso não se evidencie invasão linfovascular na peça de conização,

pode ser considerada a possibilidade de histerectomia extra facial, e linfadenectomia pélvica.

Estádio IB1 e

II A ≤ 4 cm

O tratamento preconizado é cirúrgico realizando-se histerectomia parametrectomia e

colpectomia proximal, além do esvaziamento linfonodal pélvico por laparotomia ou

histerectomia radical por via vaginal associada a linfadenectomia pélvica por

videolaparoscopia. A diferença entre as modalidades cirúrgicas e radioquimioterápicas está

nos seus efeitos colaterais.

Estádios IB2, IIB,

III, IV O tratamento de escolha é a radioterapia associada a quimioterapia, com finalidade

sensibilizante. Excepcionalmente, pode ser realizada a histerectomia, com anexectomia, após

o termino do tratamento radioquimioterapico.

Fonte: Adaptado de Moron; Camano e Kulay Junior, 2011

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São muito semelhantes. O sistema AJCC classifica o câncer de colo do

útero com base em 3 fatores: extensão do tumor (T), se o câncer disseminou

para os linfonodos (N) e se ele disseminou para locais distantes (M)

(ONCOGUIA, 2014).

TNM é abreviatura de tumor (T), linfonodo (N) e metástase (M):

a) T- pelo sistema TNM, o T acompanhado de um número (0 a 4) é usado

para descrever o tumor primário, particularmente o seu tamanho. Pode

também ser atribuída uma letra minúscula “a” ou “b” com base na

ulceração e taxa mitótica. Indica o tamanho do tumor primário e se

disseminou para outras áreas.

b) N - o N no sistema TNM representa os linfonodos regionais, e também é

atribuído a ele um número (0 a 3), que indica se a doença disseminou

para os gânglios linfáticos. Pode também ser atribuída uma letra

minúscula “a”, “b” ou “c”. Descreve se existe disseminação da doença

para os linfonodos regionais ou se há evidência de metástases em

trânsito.

c) M – o M no sistema TNM indica se a doença se espalhou para outras

partes do corpo. Indica se existe presença de metástase em outras partes

do corpo (ONCOGUIA, 2014).

Para a ação do enfermeiro, o conhecimento do estadiamento é fundamental para traçar o plano de assistência, compreender as bases terapêuticas do tratamento médico instituído, orientar adequadamente o raciocínio clínico diante dos sinais e sintomas apresentados pelo cliente e, finalmente, para poder estabelecer com o cliente uma relação profissional orientada pelo respeito e por critério prognóstico mais realista (INCA, 2008, p 70).

5 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS

Na grande maioria dos casos de câncer de colo uterino, não é possível

identificar os sintomas, essa fase é chamada de pré-clínica. O principal sintoma

é detectado através do exame preventivo Papanicolaou, onde é evidenciado nos

casos de câncer, lesões no colo do útero, que podem estar ou não em um estágio

mais avançado, segundo INCA (2016).

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Em sua fase inicial, a doença costuma ser assintomática, apesar de a paciente poder observar uma secreção vaginal aquosa; os sintomas iniciais incluem sangramento pós-coito, sangramento vaginal irregular ou escape de sangue entre as menstruações ou após a menopausa, e secreção com odor fétido; com a progressão da doença, o sangramento torna-se mais constante e é acompanhado por dor que se irradia para as nádegas e pernas, assim como por sintomas urinários e retais que podem ser devidos à invasão desses órgãos; perda de peso, anemia, edema dos membros inferiores e febre assinalam que já se trata de doença em fase avançada (NETTINA, 2012, p. 850-51).

Smeltizer e Bare (2002) definem que o câncer cervical, fortuitamente

apresenta sintomas e que estes podem se apresentar como uma secreção

vaginal liquida podendo passar despercebidas pela mulher, após o banho ou

relação sexual. Quando já estiver ocorrendo as manifestações clinicas, como o

sangramento irregular, ou sangramento após a relação íntima com o parceiro, a

doença pode estar em um estágio avançado.

ONCOGUIA (2014) destaca os principais sintomas apresentados pela

mulher na fase em que a doença já se encontra em um nível avançado,

acometendo tecidos próximos ao colo do útero:

a) sangramento vaginal irregular;

b) menstruação mais longa do que de costume;

c) sangramento presente após menopausa;

d) sangramento após relação sexual;

e) dor durante o ato sexual.

Ao exame especular podem ser evidenciados sangramento, tumoração, ulceração e necrose no colo do útero. O toque vaginal pode mostrar alterações na forma, tamanho, consistência e mobilidade do colo do útero e estruturas subjacentes (BRASIL, 2013, p.46)

O câncer do colo uterino pode ocasionar algumas complicações como

disseminação para a bexiga e reto; metástase para pulmões, mediastino, osso e

fígado. As complicações relacionadas ao tipo de tratamento incluem cistite,

proctite, estenose vaginal, perfuração uterina e irradiação externa na

radioterapia intracavitária. E depleção da medula óssea, obstrução intestinal e

fístula na irradiação externa (NETTINA, 2012).

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6 FATORES DE RISCO

As prevalências das neoplasias malignas se destacam nas regiões

geográficas e geoeconômicas, tendo menor prevalência nos países

escandinavos, como a Dinamarca, Suécia e Noruega, apresentando maior

incidência nos países da América Latina, segundo relatos de Halbe (2000).

Vários fatores têm contribuído para etiologia do câncer, dentre eles se

destacam as alterações da condição imunológica, nutricional, do tabagismo e do

uso de contraceptivos, considerados cofatores de grande importância clínica.

O câncer de colo uterino tem como causa principal a infecção advinda do

HPV, que ocorre em cerca de 99,7% dos casos, por se tratar de uma DST é

relativamente grave, pois envolve mulheres e homens, que são acometidos, e

não desenvolvem sintomas na maioria dos casos. Certamente os fatores de risco

estão diretamente ligados ao comportamento sexual (MORON; CAMANO e

KULAY JUNIOR, 2011).

Segundo INCA (2002), a multiplicidade de parceiros, a história de

infecções sexualmente transmitidas, relação sexual precoce, multiparidade, são

considerados de alto risco para se contrair o câncer de colo uterino. Estudos

epidemiológicos relatam que o tabagismo, a alimentação inadequada, e o uso

contínuo de anticoncepcionais aumentam o risco de desenvolver a doença.

Organização Mundial da Saúde (OMS) (apud INCA, 2002) ressalta ainda

que a insistência pelo HPV em cargas virais elevadas retrata um grande fator de

risco, porém, compreende que o Vírus do Papiloma Humano, não é o bastante

para progressão do câncer de colo de útero.

É de conhecimento na literatura, a existência de mais de 150 tipos de

HPV. Responsáveis em causar o câncer de colo de útero os tipos 16, 18, 31, 33,

35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 68, e 82. São classificados como alto risco para

oncogênese, apenas 15 deles, causadores do papiloma vírus humano, como

também os outros subtipos, em especial os tipos 16, e 18, causadores de 70%

das neoplasias malignas, consideradas também as mais importantes no mundo

(MORON; CAMANO e KULAY JUNIOR, 2011).

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7 DIAGNÓSTICO

As células malignas do câncer de colo uterino, surgem da camada

escamosa da ectocervice e da camada colunar do canal cervical. O carcinoma

epidermoide simula uma taxa de 90% dos casos, ficando apenas 10% para os

casos de adenocarcinoma. Existem ainda os raros casos de sarcomas e

linfomas, de células linfocitóides.

De acordo com Moron; Camano e Kulay Junior (2011) para se fazer o

diagnóstico correto, necessita-se de uma completa anamnese, juntamente com

um exame físico detalhado, e como subsidio a citologia cervicovaginal, a

colposcopia e por fim uma biopsia.

O INCA (2002) ressalta que o Diagnóstico apropriado se estabelece

através do resultado obtido do exame de Papanicolaou, juntamente com a

análise do tecido obtido do colo uterino afirmando a neoplasia maligna

Segundo atualizações recentes do Instituto Nacional do Câncer (2000), o

diagnóstico é estabelecido através de exames gerais e específicos:

a) anamnese: Onde se realiza as coletas de informações, dirigidas aos

fatores de risco e aos sinais pautados sobre o câncer.

b) exame Físico: Abrange a palpação do fígado, das regiões

supraclaviculares e inguinais a procura de nódulos que possam

identificar uma possível metástase, no caso em que a doença seja

localizada e que esta se encontra em um período avançado.

c) citologia: é uma das formas mais eficazes de rastreamento do câncer

cervical para se avaliar as células neoplásicas, exceto quando existe

sangramento, tecido necrótico juntamente com células inflamatórias

que dificultam uma visualização adequada. A citologia pode indicar

um falso negativo na maioria das vezes, todavia a paciente que

apresentar sintomas relacionado ao câncer, deve ser considerado

como um resultado definitivo.

d) colposcopia e biopsia dirigida: tem como função primordial demarcar

a extensão da doença no colo e na vagina, seguida da biopsia para

sustentação do diagnóstico. Fundamentada na propedêutica do

carcinoma invasor inicial do colo uterino. Quando o exame

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histopatológico ratifica lesões lealmente invasivas, a biopsia é um bem

aliado para confirmação do diagnóstico.

e) fica como dever médico o correto preenchimento do prontuário da

paciente, juntamente com um gráfico que representa o tamanho da

lesão, sua localização e extensão, indicando os locais em que foram

coletadas as amostras para biopsia.

f) exames básicos: Inclui, hemograma completo, coagulograma, glicose,

uréia, creatinina sérica, eletrólitos, urinálise, raio X de tórax,

eletrocardiograma, anti-HIV com o assentimento ou consentimento da

paciente, Transaminase Glutâmica Oxolacética (TGO), Transaminase

Glutâmica Pirúvica (TGP), e fosfatase alcalina (opcional) (INCA, 2000).

Outros exames de avaliação: usados como complemento para a

monitorização dos diagnósticos, os marcadores virais de hepatites B e C, são

requisitos opcionais, solicitados pelo médico. Os exames de imagem são

aconselhados para definir de forma mais cuidadosa a extensão ou estadiamento

da doença nos casos mais avançados:

a) ultrassonografia abdominopélvica: Indicada nos estádios iniciais até

IBI, porém não se faz uma avaliação linfonodal;

b) tomografia computadorizada abdominopélvica: comporta uma

estimativa do fígado, do trato urinário e de estruturas ósseas,

avaliando também a possível existência de linfadenomegalias;

c) ressonância magnética: determina a dimensão do tumor, o estado dos

linfonodos, sua extensão parametrial, avalia a profundidade da

invasão do tecido. Não está disponível nas unidades de saúde, por se

tratar de um exame opcional.

d) uretrocistoscopia e retossigmoidoscopia: indicados quando há

suspeita de envolvimento, da bexiga ou do reto (INCA, 2000).

8 TRATAMENTO

WHO (apud INCA, 2000) relata que a cirurgia e a radioterapia, estão entre

os principais tratamentos para o câncer de colo uterino. A conduta terapêutica,

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dependerá do estadiamento do tumor, de acordo com seu tamanho, levando em

conta a idade, e o desejo da mulher em manter a fertilização ativa.

Estão entre os principais procedimentos cirúrgicos, a conização, ou seja,

a retirada de um pedaço do útero em forma de cone, para biopsia, ou a

traqueclectomia radical (extirpação do colo uterino, juntamente com seus

respectivos linfonodos). Nos casos de lesões invasivas, menores do que 2 cm,

são indicadas as cirurgias conservadoras, preservando possíveis mortes

decorrentes de complicações (INCA, 2000).

8.1 Radioterapia

A radioterapia tem um papel importante para o tratamento dos tumores

invasivos do colo uterino, pois tem grande potencial curativo em estágio inicial

(SANTOS et al. apud FREITAS, et al. 2011).

Em pacientes com doença extrauterina de alto risco, o benefício da

radiação foi definido há quase 20 anos, porém o impacto na sobrevida é um tema

escasso na literatura (SANTOS et al. apud FREITAS et al., 2011).

8.2 Quimioterapia

Os recentes avanços alcançados na taxa de sobrevida dos pacientes com

câncer de colo uterino foram obtidos através de diagnóstico precoce e não no

desenvolvimento terapêutico, afinal a taxa de sobrevida de 5 anos nos estágios

avançados permanecem inalteradas (SANTOS et al. apud FREITAS et al.,

2011).

Quimioterapia é também a alternativa padrão na doença disseminada, na recidiva ou na falha terapêutica/impedimento de uso da hormonioterapia (cardiopatias hipertensivas ou isquêmicas, obesidade e/ou diabete melito). Embora vários agentes quimioterápicos utilizados em mono ou poliquimioterapia possam induzir remissões objetivas, o tratamento do câncer de endométrio avançado é paliativo, sem impacto na sobrevida dos pacientes (SANTOS et al. apud FREITAS et al,. 2011, p.501)

As respostas ao tratamento surgem por volta de 3 a 6 meses, os agentes

quimioterápicos que demonstram atuação são: cisplatina, carboplatina,

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doxorrubiana e epirrubiana, sendo sua taxa de resposta superiores a 20%

SANTOS et al. apud FREITAS, et al. 2011).

8.3 Cirurgia

O tratamento cirúrgico é considerado paliativo de acordo com cada

caso. É definido através do estadiamento da doença, do tamanho do tumor que

é um relevante fator na escolha inicial, da idade, e do desejo de ter filhos. A

cirurgia e a radioterapia estão entre os mais utilizados.

No estádio IA1, pode ser indicada a histerectomia total (abdominal,

vaginal ou via laparoscópica), dando-se preferência pela via vaginal, sendo de

menor custo, menor morbidade e menor tempo de internação.

A conização do colo uterino é a retirada de um cone do colo, que abrange

a ectocérvice e o canal endocervical, está indicada para pacientes sem prole

definida. A ooforectomia é a remoção de um ou ambos ovários, é opcional na

dependência da idade da mulher.

No estádio IA2 pode ser realizada a histerectomia radical modificada (tipo

II de Rutledge e Piver), que envolve colpectomia do terço superior de vagina,

ressecção de metade dos ligamentos útero-sacros e paramétrios, associando-

se à linfadenectomia pélvica.

Traquelectomia radical com linfadenectomia pélvica pode ser indicada em

pacientes que desejem ter filhos.

Existem ainda as contraindicações para tratamento cirúrgico, que inclui

portadores de doenças que contraindiquem cirurgia de grande porte, e

obesidade mórbida (INCA, 2006).

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CAPÍTULO II

PAPILOMA VÍRUS HUMANO (HPV) E O EXAME PREVENTIVO

PAPANICOLAOU

PAPILOMA VÍRUS HUMANO (HPV)

1.1 Definição de Papiloma Vírus Humano

O Papiloma vírus vem da família Papovaviridae e pode ser dividido em

dois tipos: mucosa e cutâneo. Os HPVs denominados de mucosa compreendem

três subtipos, um alto risco associado ao câncer de colo uterino, o intermediário

e o baixo (FREITAS et al., 2011).

O câncer de colo uterino é a principal consequência da infecção pelo papilomavírus humano, é uma neoplasia maligna que acomete 500.000 mulheres por ano em todo o mundo, sendo responsável por aproximadamente 230.000 mortos, o que corresponde a um óbito a cada 2 minutos. (MORON; CAMANO e KULAY JUNIOR, 2011, p. 528)

Segundo o INCA (2008), na classificação geral, o câncer de colo uterino

ocupa, o segundo lugar, entre as neoplasias que mais afetam as mulheres no

Brasil, perdendo apenas para o câncer de mama. Porém vale a pena ressaltar

que algumas regiões do Brasil, o câncer de colo uterino ocupa o primeiro lugar

nas estatísticas, como é o caso da região Norte.

Alguns hábitos e fatores de risco podem tornar a mulher mais propícia e

vulnerável a infecção pelo papilomavírus humano, como promiscuidade sexual,

múltiplos parceiros, tabagismo, dieta, baixo nível econômico também pode

influenciar, pois com isso pode haver deficiências higiênicas e nutricionais

NETTO e FOCCHI apud MORON; CAMANO e KULAY JUNIOR, 2011).

1.2 Patogenia e história natural da infecção

Compreende-se que esta infecção é ocasionada pela penetração do vírus

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em microerosões ou microfissuras dos genitais, isso permite ao HPV aderir

células mais profundas do epitélio (NETTO e FOCCHI apud MORON; CAMANO

e KULAY JUNIOR, 2011).

Nessa instância, a replicação viral não ocorre. Entretanto, a medida que prosseguem a maturação celular e sua transformação em células intermediárias e superficiais, ricas em citoqueratinas, tornam-se permissíveis a síntese de capsídeos proteicos e a formação de vírions completos. Com a natural descamação da fase final do ciclo celular, escamoso, os novos vírus são liberados e acabam por acometer as células vizinhas, preservando o processo de infecção (NETTO e FOCCHI apud MORON; CAMANO e KULAY JUNIOR, 2011, p. 584).

Sua transmissão ocorre por contato sexual. Utilizar o preservativo

masculino não evita a transmissão, pois o mesmo não protege toda região genital

externa, nesse caso o ideal seria utilizar o preservativo feminino (NETTO e

FOCCHI apud MORON; CAMANO e KULAY JUNIOR, 2011).

Após ocorrido a inoculação, o período de incubação é de

aproximadamente 3 semanas a 8 meses até que as lesões induzidas apareçam

(NETTO e FOCCHI apud MORON; CAMANO e KULAY JUNIOR, 2011).

O ciclo da infecção tem diversas formas e os diferentes fatores de risco

podem interferir na sua evolução, porém a regressão espontânea da doença

ocorre em caso de resposta imunológica eficaz (NETTO e FOCCHI apud

MORON; CAMANO e KULAY JUNIOR, 2011).

Em contrapartida, sua ação é expressivamente maior em mulheres que

utilizam medicamentos ou aquelas que tem patologias que afetam sua

imunidade, como no caso de pacientes transplantados e com Lúpus, mulheres

portadoras de HIV estão mais suscetíveis a apresentar infecção por HPV, e a

incidência de neoplasias é sensivelmente maior para elas (NETTO e FOCCHI

apud MORON; CAMANO e KULAY JUNIOR, 2011).

1.3 Quadro Clínico

O HPV é considerado o mais comum das Doenças Sexualmente

Transmissíveis (DSTs), e tem três diferentes formas:

1. Infecção Latente: é a mais comum de todas as formas, não tem

potencial oncogênico, mas é responsável por desencadear as outras

formas da doença.

38

2. Infecção Subclínica: esta forma da doença, pode ser diagnosticada

através de colpocitologia e colposcopia realizando o exame

ginecológico/preventivo, sua incidência é menor que a anterior. Sua

principal característica são as áreas esbranquiçadas no colo uterino.

3. Infecção Clínica: essa infecção pode ser detectada pela mulher ou

pelo exame preventivo de rotina, se manifesta através de formações

verrucosas, ou tumorações, que se apresentam geralmente no introito

vaginal, pequenos e grandes lábios e as regiões anal e perianal. Para

detectar o grau da lesão é necessário a realização com exames de

colposcopia e anatomopatológico (NETTO e FOCCHI MORON;

CAMANO e KULAY JUNIOR, 2011).

1.4 Tratamento

O tratamento depende do grau e local da lesão. Os métodos disponíveis

até o presente momento são:

1. Químicos: ceratolíticos – ácido metacresol sulfônico, ácido

tricloroacético, resina de podofilina, podofilotoxina, 5-fluoracil e

imiquimod.

2. Físicos: diatermo, criocauterização e eletrocoagulação;

3. Cirúrgicos: excisão com tesoura e bisturi, cirurgia de alta frequência e

laser (NETTO e FOCCHI apud MORON; CAMANO e KULAY JUNIOR,

2011).

2 EXAME PREVENTIVO PAPAPANICOLAOU

2.1 Definição do Exame Preventivo Papanicolaou

O exame Papanicolaou é o principal método utilizado para detectar lesões

precursoras e diagnosticar o câncer de colo uterino, podendo ser realizado em

qualquer posto de saúde da rede pública e clínicas privadas, desde que tenham

profissionais capacitados para a coleta. É necessário que esses locais façam um

trabalho de prevenção intenso, alertando quanto a importância da realização do

exame periodicamente o que permite reduzir a mortalidade de mulheres com

39

câncer de colo uterino. O procedimento é indolor, simples e rápido, pode causar

um leve desconforto, necessita de um preparo básico no dia anterior ao exame

como: não ter relação sexual (mesmo com camisinha), não realizar duchas ou

medicamentos vaginais nas 48 horas que antecedem o exame e principalmente

não estar menstruada, pois o sangue pode alterar o resultado do exame. (INCA,

2016)

O exame citológico do colo do útero, também chamado de citopatológico,

citologia cervicovaginal, esfregaço de Papanicolaou, Pap test, foi utilizado para

detecção do câncer de colo uterino e suas lesões precussoras por Papanicolaou

e Traut, em 1943. Com isso foi possível realizar o diagnóstico precoce das

neoplasias cervicais, e consequentemente obteve-se queda na taxa de

mortalidade (HALBE, 2000).

“A citologia é o método de rastreamento universal para patologia do colo

do útero. Não estabelece diagnóstico definitivo, mas conduz à propedêutica”

(HALBE, 2000, p. 2133)

Segundo Dexeus e Lópes-Marin; Herbest (apud HALBE, 2000), a taxa de

falso-negativo é de 5 a 25%, e falso-positivos ocorrem em torno de 5% devido a

infecções, atrofias e HPV, podem ocorrer falhas por coleta inadequada, má

fixação do esfregaço na placa, e até mesmo erro de leitura do citologista.

2.2 Material necessário para exame colpocitológico

Para que haja boa qualidade da coleta do material, é importante que se

tenha local adequado e material disponível para essa ação, além de uma equipe

capacitada para realizar o procedimento.

Material necessário para a coleta:

1. Avental/camisola para uso da mulher.

2. Luvas de vinil, ginecológicas ou luvas de látex.

3. Espéculos de tamanhos pequeno, médio, grande.

4. Pinça de Chevron.

5. Espátula de Ayre.

6. Escovinha do tipo Campos-da-Paz.

7. Lâminas de vidro com extremidade fosca.

8. Frasco porta-lâmina ou caixa para transporte.

40

9. Solução fixadora, álcool a 96% ou polietilenoglicol líquido ou spray de

polietilenoglicol.

10. Gaze.

11. Fita adesiva de papel para a identificação dos frascos.

12. Requisição do exame.

13. Lápis grafite.

14. Lençóis, preferencialmente descartáveis. (INCA, 2008, p. 592)

2.3 Técnica de Coleta

a) deve-se orientar a paciente a deitar na maca em posição ginecológica;

b) explicar o procedimento;

c) calçar as luvas;

d) expor o colo do útero introduzindo o espéculo;

e) a coleta das células é feita com a espátula de Ayre na junção

escamocolunar, e a coleta cervical com a escova adequada.

f) Após a coleta, deve-se realizar o esfregaço na lâmina e imediatamente

fixar, com álcool 95% ou com fixador próprio à base de polietilenolicóis

e álcool etílico.

O exame citológico de esfregaços cervicais reconhece grau de maturação epitelial, alterações celulares, flora bacteriana e alterações virais. A partir da classificação de Papanicolaou, em cinco classes, tem-se desenvolvido o interesse em um diagnóstico descritivo dos achados, inclusive com uma antevisão do provável aspecto histológico existente. O citologista nos informa sobre citologia normal, sobre compatibilidade com neoplasia intra-epitelial, sobre invasão incipiente, sobre microcarcinoma, sobre carcinoma francamente invasivo. Revela, ainda, se existem alterações inflamatórias, presença de microrganismos e de

lesões virais (HALBE, 200, p. 2134).

Em 1988, no Simpósio do “Nathional Institutes of Health”, foi estabelecido

o chamado Sistema Bethesda para classificar os achados em citologia cervical.

As terminologias de lesões epiteliais escamosas, são divididas em 3 grupos:

1. Células escamosas atípicas de significado indeterminado: são as

atípicas secundárias à atrofia, a processos inflamatórios e a

traumatismos. É aconselhável melhorar o meio cervicovaginal e repetir

a coleta. Estão indicados estrogenioterapia, se o esfregaço for atrófico

e tratamento de processo infeccioso presente.

41

2. Lesão intra-epitelial escamosa (SIL), dividida em SIL de baixo grau

(NIC I) e SIL de alto grau (NIC II e III).

3. Carcinoma de células escamosas.

As alterações ocorridas por HPV, fazem parte da SIL de baixo grau

(HALBE, 2000).

O “American College of Obstretricians and Greynecologists” e a “International Academy of Citology” recomendam a primeira coleta aos 18 anos ou no início da atividade sexual, e anualmente por toda a vida. A “American Cancer Society” sugere que se inicie aos 20 anos ou no início da vida sexual ativa, e anualmente até se obter dois testes negativos; sugere-se então a coleta a cada 3 anos se a paciente não for de risco (HALBE, 2000, p. 2134).

Em 1988, em uma reunião convocada pelo Ministério da Saúde, foi

decidido que no Brasil a prioridade de rastreamento é para mulheres de 25 (vinte

e cinco) aos 60 (sessenta) anos de idade, principalmente mulheres que nunca

realizaram a citologia oncótica, deve-se proceder o exame a cada três anos

apenas após dois resultados negativos com intervalos de um ano (HALBE,

2000).

Porém, se o exame for realizado anualmente, diminui as chances de um

resultado falso-negativo ser detectado três anos depois, podendo acarretar

prejuízos a mulher. Para que os resultados tenham exatidão, todos os processos

precisam ser respeitados e feitos com maior precisão possível. Realizar o exame

anualmente proporciona uma maior segurança preventiva às mulheres (HALBE,

200).

43

de informações, quanto no tratamento dessas através de técnicas estatísticas,

desde as mais simples até as mais complexas.

Para Barros e Lehfeld (2007), na pesquisa exploratória-descritiva realiza-

se o estudo, a análise, o registro e a interpretação dos fatos do mundo físico sem

a interferência do pesquisador. Segundo Gil (2008), esse tipo de pesquisa é

utilizado para estudar as características de um determinado grupo: idade, sexo,

raça, origem, escolaridade, ocupação, estado de saúde entre outros.

1.1.2.Métodos e técnicas

Para alcançar as metas delineadas, utilizou-se de um instrumento

elaborado pelas autoras. Este instrumento contém 4 questões discursivas

referente ao sexo, idade, curso, semestre de Enfermagem e 24 questões

objetivas e múltipla escolha, contendo perguntas informativas e opinativas

acerca do tema abordado.

Para atender os critérios de inclusão desta pesquisa, os acadêmicos

deveriam estar regularmente matriculados no curso de Enfermagem da

Instituição pesquisada, pois acredita-se que os profissionais de saúde não estão

preparados para lidar e orientar as mulheres nesta situação de possível

constrangimento.

Os alunos foram comunicados mediantes seus professores e autorização

para a aplicação do questionário.

A coleta de dados discorreu no período noturno. Inicialmente foi realizada

a leitura da Carta de Informação ao Participante, onde os alunos foram

orientados sobre os objetivos, benefícios e riscos da pesquisa e a necessidade

de aceitação mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido – TCLE / Termo de Assentimento. Após a coleta de dados, os

resultados serão apresentados mediante o uso da estatística descritiva,

acompanhada de gráficos e tabelas representativas.

1.1.3. Local da Pesquisa

A pesquisa foi realizada no Unisalesiano – Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium de Lins, no curso de Enfermagem.

44

1.1.4 Sujeitos da Pesquisa

Conforme apresentado, os sujeitos do estudo foram convidados a

participar da pesquisa mediante a assinatura do TCLE /Termo de Assentimento.

Participaram da pesquisa 123 acadêmicos do curso de Enfermagem. Não houve

recusas. A coleta teve duração de 20 minutos em cada sala. Uma semana foi

necessária para a coleta em todas os semestres de Enfermagem.

2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para melhor contextualização e explicação dos temas, os resultados

serão apresentados mediante gráficos e tabelas. As 4 primeiras perguntas

questionando sexo, idade, curso e semestre, serão discutidas a seguir,

respectivamente.

Figura 02: Sexo dos participantes da pesquisa.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Segundo Pinho (2002) a predominância dos trabalhadores nos hospitais

é do sexo feminino, principalmente na enfermagem, explicada em função do

arquétipo, atribuído às mulheres. Fato que também é elucidado em diversas

10081%

2319%

Femino

Masculino

45

culturas, onde a assistência e higienização dos doentes são consideradas como

extensão dos afazeres da mulher.

Tabela 01: Idade dos participantes da pesquisa.

Idade N %

< 18 2 1,6 18 - 21 50 40,7 22 – 25 26 21,1 26 – 29 8 6,5 30 - 33 19 15,4

> 34 18 14,7 TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Participaram da pesquisa 123 acadêmicos do curso de Enfermagem, com

idade de 17 a 57 anos de idade. Com idade média de 25,52. Esse dado revela

um perfil bastante jovem dos estudantes e também o quão precocemente estes

profissionais poderão se inserir no mercado de trabalho.

Segundo Wetterich (2007) em estudo realizado na Escola de Enfermagem

de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, a idade de mais predominância

no ingresso a faculdade, é entre 17 a 21 anos. Faixa etária, na qual os jovens se

veem diante da tomada de decisão e se tornam responsáveis legalmente para

assumir suas atitudes.

Tabela 02: Número de alunos participantes da pesquisa segundo os semestres

do curso.

Semestre N %

2º 24 19,5 4º 31 25,2 6º 24 19,5 8º 16 13,0 10º 28 22,8

TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

É interessante a distribuição dos participantes em relação aos semestres.

Isto mostra o quanto o curso de Enfermagem é valorizado na região de Lins. E

ressalta a importância que os jovens e pessoas que independentemente da

idade, buscam o conhecimento e aprimoramento pessoal diante dos novos

aprendizados adquiridos e da realização da formação em uma graduação de

ensino superior.

46

Figura 03: Quantidade de participantes que possuem ou não

filhos.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 03: Quantidade de filhos dos participantes que possuem filhos.

Quantidade N %

01 16 51,6 02 14 45,1 03 1 3,3

TOTAL 31 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

De acordo com a idade média de 25,5 anos, já era esperado uma grande

quantidade de participantes que não possuem filhos.

Questão 02.

Figura 04. Quantidade de participantes que fizeram ou não curso

prévio na área da saúde antes de ingressar na

faculdade.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

3125%

9275%

Sim Não

7561%

4839%

Não

Sim

47

Tabela 04: Quantidade de participantes que realizaram curso prévio na área da

saúde.

Cursos N %

Auxiliar de Enfermagem 2 4,2 Técnico em Enfermagem 44 91,6

Técnico em Farmácia 1 2,1 Técnico em Radiologia 1 2,1

TOTAL 48 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

As mulheres que realizaram curso prévio na área da saúde (n= 25), 20 se

submeteram ao exame preventivo Papanicolaou. Porém, 5 entrevistadas que já

deram início a sua atividade sexual, ainda não realizaram o exame Papanicolaou

e relatam a vergonha e/ou medo como motivo.

Questão 03.

Tabela 05: Ano de ingresso dos participantes na faculdade.

Ano N %

2011 2 1,6 2012 30 24,4 2013 18 14,6 2014 24 19,5 2015 28 22,8 2016 21 17,1

TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

A maioria dos participantes da pesquisa estão de acordo com a matriz

curricular do curso de Enfermagem (5 anos). Apenas dois estão em atraso na

matriz curricular, ou trancaram a matrícula e retornaram anos depois, ou até

mesmo uma dependência de disciplina, fazendo com que o estudante conclua o

curso com outra turma.

Questão 04.

Tabela 06: Qual foi a idade da primeira relação sexual dos participantes (em

anos).

Idade N %

12 – 14 13 10,6 15 – 17 66 53,7 18 – 20 27 22,0

21 ou mais 8 6,5 Não teve 9 7,2 TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

48

Segundo Brasil (2008) relacionamento amoroso geralmente se inicia

nesta etapa de transição. Há uma aceitação das mudanças físicas, procedendo

em um corpo adulto com capacidade de reprodução. Inicia a fase com que as

meninas começam a utilizar roupas mais curtas que expõem seu corpo. No

namoro as brincadeiras vão tomando uma proporção maior, resultando numa

relação sexual genital. A sexualidade colabora com a formação da identidade do

adolescente e aumento da autoestima, afinal esta fase é rodeada de mudanças

físicas e psicológicas.

Questão 05 e 06

Figura 05: Quantidade de participantes que fazem uso ou não de

métodos contraceptivos.

Fonte: Balduino, Costa, Souza, 2016.

Tabela 07: Métodos contraceptivos mais utilizados pelos participantes.

Método contraceptivo N %

DIU 3 2,8 Injeção anticoncepcional 9 8,7 Pílula anticoncepcional 49 47,1 Pílula do dia seguinte 0 0

Preservativo 43 41,4 TOTAL 104 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

3125%

9275%

Não

Sim

49

Tabela 08: Frequência do uso de preservativos pelos participantes.

Frequência N %

Sempre 36 29,3 As vezes 52 42,3

Nunca 34 27,6 Quando dá tempo 1 0,8

TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

É de extrema importância elucidar que a maioria dos entrevistados fazem

o uso de algum método contraceptivo. Isso mostra que eles possuem uma noção

básica sobre os métodos disponíveis no mercado e na saúde pública. “Há ainda

muita controvérsia na relação entre o uso de anticoncepcional oral e a infecção

HPV. Este vírus é responsivo in vitro ao uso de esteroides, e estes interferem

estimulando a atividade transformadora dos oncogenes virais” (GELLER, 2008

apud FREDIZZI et al., 2008, p.78). O uso prolongado de anticoncepcionais orais,

induz um aumento do risco de câncer de colo uterino. Ressaltando que em

mulheres que fazem o uso desses medicamentos por mais de 10 anos, o risco é

duas vezes maior. (CASTELLSAGUÉ; MUÑOZ, 2003)

Segundo Silveira (2011) apesar do preservativo ser indicado para prevenir

infecções causadas por DST’s, este método não evita a contaminação pelo

Papilomavírus Humano em todos os casos. Qualquer contato pele a pele com o

condiloma pode haver a transmissão do vírus. Por isso é recomendado o uso de

preservativo feminino, já que o mesmo garante uma proteção maior da região

genital feminina. A frequência também foi questionada e 27,6% afirmam que

nunca usaram o preservativo. Dado alarmante, visto que o questionário foi

aplicado em um curso da área de saúde, e sabe-se que o preservativo é um

método contraceptivo disponibilizado de forma gratuita que ajuda na prevenção

de muitas doenças sexualmente transmissíveis.

Questão 07.

Tabela 09: Número de parceiros sexuais dos participantes nos últimos 3 meses.

Quantidade N %

Nenhum parceiro 20 16,3 1 parceiro 98 79,7

2 parceiros 3 2,4 3 ou mais parceiros 2 1,6

TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

50

Segundo Albuquerque et al. (2011) e Eduardo et al. (2012), há um

aumento na incidência de lesões cervicais por HPV em mulheres cujo número

de parceiros sexuais for maior que dois. Gerando, assim, uma situação de alarde

para as mulheres que não possuem um parceiro fixo. Estão vulneráveis a

qualquer tipo de infecção e doença sexualmente transmissíveis.

Ao longo dos anos, estudos reforçam a ideia da associação do câncer de colo uterino com a atividade sexual das mulheres, sendo que as mulheres com múltiplos parceiros sexuais, que iniciaram a atividade sexual muito cedo e também que tiveram muitos filhos são mais predispostas a desenvolverem este tipo de câncer. (HAMMOUDA et al., 2005 apud MOURA et al., 2010, p. 98)

Questão 08.

Tabela 10: Quantidade de participantes que já realizaram algum tratamento para

DST.

Alternativas N %

Sim, com ajuda de profissionais 5 4,1 Sim, por conta própria 1 0,8

Não 117 95,1 Não me lembro 0 0

TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

O histórico de doenças sexualmente transmissíveis (DST), principalmente na exposição ao vírus papiloma humano (HPV), é um fator de risco de grande significância para o câncer de colo do útero. Estando o HPV presente em 99% dos casos de câncer de colo do útero, estudos vêm demonstrando papel importante no desenvolvimento da neoplasia das células cervicais e nas suas transformações em células cancerígenas (MOURA et al., 2010, p.95).

É de extrema importância que os acadêmicos de enfermagem, tenham o

conhecimento sobre as principais Doenças Sexualmente Transmissíveis, e os

métodos contraceptivos e de proteção da própria saúde e da saúde do parceiro.

Questão 09.

Tabela 11: Quantidade de participantes que já ouviram falar sobre o exame

Papanicolaou.

Alternativas N %

Sim e sei para que serve 117 95,1 Sim, porém não sei para que serve 6 4,9

Não 0 0 TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

51

De acordo com a tabela acima, 95,1%, ou seja, 117 dos entrevistados

responderam que já ouviram falar sobre o exame Papanicolaou e sabem para

que serve. Portanto, o resultado foi satisfatório em relação a este conhecimento,

segundo Ferreira (2009) a maioria das mulheres demonstram conhecer a

finalidade do exame e a procedência da importância do mesmo para sua saúde.

Questão 10.

Figura 06: Quantidade de participantes que sabem para que serve o

Exame de Papanicolaou.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

O exame de Papanicolaou foi desenvolvido como forma preventiva, de diagnóstico e de tratamento das possíveis alterações cervicais. O principal objetivo do exame é o tratamento da infecção pelo HPV, a remoção das lesões condilomatosas, que leva a cura das pacientes na maioria dos casos. Se não houver tratamento, as lesões condilomatosas podem desaparecer, permanecerem inalteradas ou aumentarem em tamanho ou número (BRASIL, 2006 apud MOURA et al., 2010, p. 95)

Questão 11.

Tabela 12: Frequência dos participantes na submissão do Exame Papanicolaou.

Frequência N %

Semestralmente 7 5,7 Anualmente 67 54,5

A cada 2 anos 6 4,8 Nunca fiz 43 35,0 TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

1411%

10989%

Não

Sim

52

Tabela 13: Participantes que nunca foram submetidos ao Exame Papanicolaou.

Sexo N %

Feminino 20 46,5 Masculino 23 53,5

TOTAL 43 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Segundo Pinho et al. (2002), mulheres que não realizaram com

periodicidade recomendada ou nunca realizaram o exame Papanicolaou tem

maior probabilidade de desenvolverem o câncer de colo uterino.

Questão 12.

Tabela 14: Quais são os motivos das mulheres para não realizarem o Exame

Papanicolaou.

Motivos N %

Vergonha 9 45 Medo 5 25

Não acha necessário 4 20 Não teve relação sexual 1 5 Não sabe para que serve 1 5

TOTAL 20 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Os motivos: “não teve relação sexual” e “não sabe para que serve” se

encaixaram na opção “Outros” da questão.

Sabe-se que para o andamento do exame preventivo Papanicolaou, a

mulher precisa expor o seu órgão genital com a posição ginecológica, que muitas

vezes geram uma sensação de desconforto, desproteção, vergonha, medo e

constrangimento, embora a mesma reconheça a necessidade e importância da

realização deste exame para sua saúde. (FONSECA, 2010).

Dentre os principais motivos para a não realização do exame

Papanicolaou, a vergonha é um sentimento muito relatado pelas mulheres que

não se submetem ao exame, esse número pode aumentar quando o profissional

que realiza o mesmo é do sexo masculino (FERREIRA, 2009)

53

Questão 13.

Tabela 15: Qual era a idade dos participantes na primeira coleta do

Papanicolaou.

Idade N %

12 – 15 9 11,3 16 – 19 40 50,0 19 – 22 25 31,3

23 ou mais 6 7,4 TOTAL 80 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Sabe-se que se detectado precocemente, levando em consideração as

condições de vida e de saúde dessa mulher, o câncer de colo uterino pode ter

cura. (MOURA et al, 2010)

Por sua vez, dentre as causas, o diagnóstico tardio pode estar relacionado com: 1) dificuldade de acesso da população feminina aos serviços de saúde; 2) a baixa capacitação de recursos humanos envolvidos na atenção oncológica, principalmente em municípios de pequeno e médio porte; 3) a capacidade do sistema público em absorver a demanda que chega as unidades de saúde; 4) a dificuldade dos gestores municipais e estaduais em definir e estabelecer uma linha de cuidados que perpasse todos os níveis de atenção - atenção básica, média complexidade e alta complexidade – e de atendimento - promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos (BRASIL, 2006, p. 58)

Questão 14.

Tabela 16: Opinião dos participantes sobre o momento certo para a realização

do Exame Papanicolaou.

Alternativas N %

Antes da primeira relação sexual 10 8,1 Após a primeira relação sexual 86 70,0

Não existe momento correto 10 8,1 Não responderam 17 13,8

TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

“O exame citopatológico deve ser realizado em mulheres de 25 a 60 anos

de idade, uma vez por ano e, após dois exames anuais consecutivos negativos,

a cada três anos. ” (BRASIL, 2006, p. 58)

Observa-se o bom nível de conhecimento em relação ao momento certo

para a realização da citologia oncótica.

54

Questão 15.

Figura 07: Quantidade de participantes que sabiam que o Exame

Papanicolaou detecta o câncer do colo do útero, assim

como, doenças transmissíveis e infecções em gerais.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Em relação aos dados obtidos nesta tabela, é preocupante 14

entrevistados do curso da saúde não terem o conhecimento da finalidade do

Exame Preventivo Papanicolaou.

Pois sabe-se que esses conhecimentos básicos deveriam ser disponíveis

para toda a população, independente do acesso ao curso de graduação e cursos

profissionalizantes.

Responsabilidade das instituições de ensino e públicas de saúde em

abordar este tema tão atual em forma de campanhas, promoção à saúde e

palestras à comunidade, focando no conhecimento do câncer do colo uterino e

da importância do exame preventivo Papanicolaou.

Além das responsabilidades das instituições é de responsabilidade dos

profissionais de saúde realizar na prática esses programas de promoção a

saúde, realizando busca ativa, durante as visitas domiciliárias, para que se tenha

total abrangência das atividades.

1411%

10989%

Não

Sim

55

Questão 16.

Figura 08: Quantidade de participantes que possuem histórico familiar

de câncer do colo uterino.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Questão 17, 18 e 19.

Tabela 17: Quantidade de participantes que sabem como é realizada a coleta do

Exame Papanicolaou.

Alternativas N %

Coleta de sangue 0 0 Coleta de material citológico

do colo do útero 120 97,6

Exame de urina 0 0 Não responderam 3 2,4

TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 18: Opinião dos participantes em relação as mulheres que devem fazer

o Exame de Papanicolaou.

N %

Toda mulher a partir da primeira relação sexual

92 74,8

Toda mulher a partir do primeiro ciclo menstrual

24 19,5

Mulheres que apresentam fatores de risco para câncer do colo do útero

4 3,3

Não responderam 3 2,4 TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

10989%

1411%

Não

Sim

56

Figura 09: Opinião dos participantes sobre a periodicidade que as mulheres

devem realizar o Exame Papanicolaou.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

O exame Papanicolaou consiste da exposição do colo do útero com

introdução do espéculo, e com uma espátula de Ayre é realizado a coleta das

células na junção escamocolunar (HALBE, 2000)

Segundo Brasil (2013) é preconizado que toda mulher, entre 25 a 64 anos

de idade, que já iniciou sua vida sexual, deve realizar o exame preventivo, de

início, anualmente. Após dois exames consecutivos com resultados negativos

para displasia ou neoplasia do colo uterino, este é preconizado a realização a

cada 3 anos.

Questão 20 e 21.

Tabela 19: Opinião dos participantes sobre onde o Exame Papanicolaou pode

ser realizado.

Alternativas N %

Postos de Saúde 115 60,8 Hospitais 9 4,8

Clínicas Particulares 62 32,8 Não responderam 3 1,6

TOTAL 189 100,0 Observação: 38 participantes escolheram 2 (duas) alternativas; 9 participantes escolheram as 3 alternativas.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

10182%

54%

1714%

Uma vez por ano

Uma vez a cada dois anos

Depende de cada mulher

57

Segundo a Resolução COFEN Nº 381/2011 (ANEXO B) a coleta de

material para colpocitologia oncótica pelo método Papanicolaou é privativa do

enfermeiro, ou seja, todas as unidade e equipes de atenção primária que tenham

um enfermeiro capacitado e dotado de conhecimento técnico, científico e prático,

poderá realizar o exame preventivo Papanicolaou. Nas clínicas particulares o

próprio médico ginecologista e/ou obstetra realiza o procedimento. Sendo em

casos específicos realizado em hospitais, já que o mesmo refere um local de

atenção secundária.

Tabela 20: Opinião dos participantes em relação aos cuidados prévios

necessários para realização do Exame Papanicolaou.

Alternativas N %

Não estar menstruada, não ter tido relação nas últimas 48h e não ter realizado ducha vaginal

117 95,1

Apenas não estar menstruada 6 4,9 Nenhum fator interfere na coleta do Papanicolaou

0 0

TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Os locais de maior realização do exame citológico são de caráter

ambulatoriais, destacando assim os Postos de Saúde e Clínicas Particulares. Os

cuidados prévios necessários para uma coleta adequada de Papanicolaou

abrangem: a abstinência sexual nas últimas 48h, não estar menstruada e não ter

realizado ducha vaginal. Essas condutas devem ser realizadas para que se

tenha uma boa qualidade na realização do exame e um prognóstico com clareza

pelo citologista.

Questão 22.

Tabela 21: Quantidade de participantes da pesquisa que sabem qual doença é

prevenida com a vacina contra o HPV, recém-liberada no Sistema

Único de Saúde (SUS), porém muito utilizada no sistema particular.

Alternativas N %

Sífilis 9 7,3 Gonorreia 0 0

Câncer do colo do útero 106 86,2 Não sei 6 4,9

Não responderam 2 1,6 TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

58

De acordo com a tabela, evidenciou-se que 106 entrevistados acertaram

a questão escolhendo a alternativa “Câncer do colo uterino”. Pois sabe-se que a

imunização profilática evita a infecção pelo HPV e as doenças a ela associadas

e as terapêuticas levam ao retrocesso das lesões pré-cancerosas e remissão do

câncer agressivo (FRANCO, 2005).

Questão 23 e 24.

Figura 10: Quantidade de participantes que receberam ou não a

dosagem da vacina contra o HPV.

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela 22: Quantidade de participantes que receberam a dosagem da vacina

contra o HPV se tiveram ou não alguma reação após recebê-la.

Alternativas N %

Não 14 100,0 Sim 0 0

TOTAL 14 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

“As vacinas vêm se mostrando mais efetivas quando administradas antes

do início da atividade sexual e as campanhas de vacinação deverão ter como

alvo os adolescentes e os pré-adolescentes” (SOPER, 2006; AULT, 2006 apud

NADAL, 2006, p. 339).

Espera-se, com o uso disseminado da vacina, que 70% dos cânceres

cervicais sejam evitáveis, bem como a mesma magnitude das outras doenças

10989%

1411%

Não

Sim

59

anogenitais relacionadas à infecção pelo Papilomavírus Humano. (GONIK, 2006

apud NADAL, 2006).

“Devido à pouca idade do público-alvo para a vacinação, os médicos e os

pais deverão auxiliar na tomada de decisão” (GONIK, 2006 apud NADAL, 2006,

p. 339).

De qualquer forma, a imunização contra o HPV é uma das perspectivas

para o futuro e a proposta do programa de vacinação, quando a mesma estiver

disponível, deverá ser clara, precisa e com informação educativa tanto para a

população em geral como para os profissionais de saúde. (GONIK, 2006 apud

NADAL, 2006).

Em relação aos efeitos adversos das pessoas imunizadas pela vacina do

HPV, felizmente nenhuma das nossas entrevistadas, apresentaram no local de

aplicação sintomas como astenia (perda ou diminuição da força física), dor,

distúrbio gastrointestinal, cefaleia, prurido e rash cutâneo (HARPER et al, 2004;

HARPER et al, 2006 apud GIRALDO, et al, 2008).

Outro ponto importante a ser destacado em relação ao HPV, é que muitos

estudantes desconhecem que o homem pode ser um portador sintomático do

HPV (FERNANDES et al, 2009).

O homem deve se preocupar com as questões e métodos de profilaxia,

mesmo sem apresentar sintomas, pois contribuem para a dispersão do vírus e

infecção da mulher, que passa a ter uma maior probabilidade de desenvolver

câncer de colo uterino, uma vez que o HPV tem alta prevalência nas neoplasias

cervicais precursoras do câncer (FERNANDES et al, 2009).

De acordo com a Tabela 23, pode-se perceber que não há diferenças

significativas entre os acadêmicos ingressantes e os concluintes do curso de

Enfermagem acerca do nível de conhecimento sobre o Câncer de Colo Uterino

e a importância do Exame Preventivo Papanicoalou.

Porém observa-se que os alunos dos períodos finais, ou seja, 28

entrevistados, tiveram 100% de acertos em algumas questões.

60

Tabela 23: Comparativo de questões do conhecimento acerca do tema com os

alunos do 2º semestre e do 10º semestre.

2º Semestre 10º Semestre

Questão 10. Para que serve o exame de Papanicolaou? N % Detecção de lesão precussora do câncer do colo do útero 54,2 100 Proteção da mulher contra o câncer 33,3 - Não sei 12,5 - Questão 14. Em sua opinião qual é o momento correto para realizar o exame?

Antes da primeira relação sexual 8,3 3,6 Após a primeira relação sexual 50,0 96,4 Não existe momento correto 8,3 - Não responderam 33,4 - Questão 15. O exame do Papanicolaou detecta o câncer do colo de útero, assim como, doenças sexualmente transmissíveis e infecções em gerais, você sabia disso?

Não 8,3 - Sim 62,5 100 Não responderam 29,2 - Questão 17. Como é realizada a coleta do Papanicolaou? Coleta de material citológico do útero 87,5 100 Não responderam 12,5 - Questão 18. Quem deve fazer o exame de Papanicolaou? Toda mulher a partir da primeira relação sexual 75,0 82,1 Toda mulher a partir do primeiro ciclo menstrual 16,7 14,3 Mulheres que apresentam fatores de risco para câncer do colo do útero

8,3 3,6

Questão 19. De quanto em quanto tempo deve-se fazer o exame de Papanicolaou?

Uma vez por ano 83,4 89,3 Uma vez a cada dois anos - 7,1 Depende de cada mulher 8,3 3,6 Não responderam 8,3 Questão 20. Onde este exame pode ser realizado? Postos de Saúde 52,6 73,7 Hospitais 10,5 - Clínicas Particulares 36,9 26,3 1º semestre: 8 entrevistados escolheram duas respostas (Postos de Saúde e Clínicas Particulares) e 4 entrevistados escolheram as três alternativas (Postos de Saúde, hospitais e clínicas particulares). N= 38 10º semestre: 10 entrevistados escolheram duas respostas (Postos de Saúde e Clínicas Particulares). N= 38

Questão 21. Quais os cuidados prévios necessários para realização do Papanicolaou?

Não estar menstruada, não ter tido relações nas últimas 48h, e não ter realizado ducha vaginal

83,4 100

Apenas não estar menstruada 8,3 - Nenhum fator interfere na coleta do Papanicolaou 8,3 - Questão 22. A vacina contra o HPV, recém liberada no Sistema Único de Saúde (SUS), porém a muito tempo utilizada no sistema particular, tem como intuito prevenir qual doença?

Sífilis 3,6 Câncer do colo do útero 83,4 96,4 Não sei 8,3 - Não responderam 8,3 -

N = 24 entrevistados

N = 28 entrevistados

Fonte: Elaborado pelas autoras.

61

PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Ao expor sobre câncer de colo uterino e exame preventivo Papanicolaou,

a importância da prevenção à saúde, tanto no âmbito individual quanto na

comunidade, que é primordial para se obter uma qualidade de vida. Com isso é

necessário que se tenha uma boa instrução acadêmica principalmente para os

profissionais de enfermagem que estão a frente deste processo, que aborde

temas do cotidiano que facilmente podem ser resolvidas. Sugerindo a Instituição

realizar trabalhos dinâmicos que envolvam a participação da família do

estudante e da comunidade em geral, buscando a sensibilização sobre a

importância da prática regular do exame Papanicolaou e a longo prazo a

conscientização dos futuros profissionais da saúde sobre esse tema tão

significativo atualmente.

Diante dos resultados, é de extrema importância que se intensifique o

tema abordado, não só na teoria, porém desenvolvendo trabalhos dinâmicos,

encontros e participação em eventos específicos com foco de demonstrar a

importância da prevenção, através de palestras, distribuição de folders, exibição

de vídeos, educação em saúde, técnicas sobre a coleta do exame preventivo,

orientações, possibilitando ao acadêmico vivências que o permitirão desenvolver

um trabalho eficaz e humanizado para que os índices dessa patologia sejam

amenizados. E que as mulheres tenham mais entendimento da importância do

exame preventivo Papanicolaou, e a gravidade desta doença para a vida da

mulher.

62

CONCLUSÃO

Em virtude do término desta pesquisa “Conhecimento dos Acadêmicos de

Enfermagem sobre o câncer do Colo Uterino e do Exame Papanicolaou” com

objetivos de analisar o conhecimento dos acadêmicos do curso de enfermagem

sobre o câncer do colo uterino e o exame Papanicolaou e avaliar o progresso do

conhecimento desde a entrada ao ensino superior até o término do curso de

Enfermagem quanto à importância do exame Papanicolau e o câncer uterino.

Ao contestar a pergunta problema observa-se que o nível de

conhecimento dos acadêmicos foi pouco satisfatório, porque podemos constatar

erros em perguntas simples e por se tratar de uma graduação em Enfermagem,

onde os mesmos irão atuar diretamente com a população, tendo como papel

principal, a prevenção, acredita-se que esse resultado deveria ser muito

satisfatório porque além da maioria dos participantes ser do sexo feminino e

sexualmente ativas, alguns tem curso prévio na área da saúde e a matéria saúde

da mulher está presente na matriz curricular. Verificou-se que 42,3% fazem o

uso ocasionalmente do preservativo, onde foi observado que 95,1% ouviram

falar sobre o Exame Papanicolaou e também 95,1% dos acadêmicos

entrevistados tem conhecimento sobre cuidados prévios necessários para a

realização do Exame Papanicolaou.

Diante disto, a hipótese exposta no início do trabalho foi comprovada visto

que os futuros profissionais da saúde necessitam do conhecimento teórico,

científico e prático para orientar, sistematizar e organizar os serviços de

prevenção buscando sempre a promoção da saúde da população alvo.

Realizando ações educativas, com palestras de explicação da finalidade do

exame preventivo Papanicolaou, as etapas do procedimento, onde o mesmo

pode ser realizado, quem pode se submeter ao exame e quem pode realizá-lo,

garantindo a segurança e privacidade das mulheres.

63

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70

APÊNDICES

71

APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO

(T.C.L.E)

Eu ......................................................................................................................... ,

portador do RG n°. .................................................., atualmente com ............. anos,

residindo na

................................................................................................................................... , no

curso de ..............................., ............... Semestre no Unisalesiano – Lins, após leitura da

CARTA DE INFORMAÇÃO AO PARTICIPANTE DA PESQUISA, devidamente

explicada pela equipe de pesquisadores JÉSSICA BALDUINO, LIVIA APARECIDA

REBOLO COSTA E TAMIRES ALVES e pesquisador responsável SILVIO

FERNANDO GUIDETI MARQUES, apresento meu CONSENTIMENTO LIVRE E

ESCLARECIDO em participar da pesquisa proposta, e concordo com os procedimentos

a serem realizados para alcançar os objetivos da pesquisa, esta que terá como benefícios

a conscientização dos acadêmicos da relevância do tema para o conhecimento

profissional, interesse na realização do exame preventivo Papanicolaou e

autoconhecimento do entrevistado acerca do tema da pesquisa. Já os riscos relacionam-

se ao constrangimento do público alvo.

Concordo, também, com o uso científico e didático dos dados, preservando a

minha identidade.

Fui informado sobre e tenho acesso a Resolução 466/2012, e estou ciente de que

todo trabalho realizado torna-se informação confidencial guardada por força do sigilo

profissional e que, a qualquer momento, posso solicitar a minha exclusão da pesquisa.

Ciente do conteúdo, assino o presente termo.

Lins, ............. de ....................... de 2016

.............................................................

Assinatura do Participante da Pesquisa

.......................................................... Pesquisador Responsável: Silvio Fernando Guideti Marques

Rua Walter Quintela, 70 - Residencial Leonel Brizola Telefone: (14) 3523-9625

72

APÊNDICE B: TERMO DE ASSENTIMENTO

(No caso de menores entre 12 e 17 anos 11 meses e 29 dias)

Eu ......................................................................................................................... ,

portador do RG n°. ............................................................, atualmente com ............. anos,

residindo na

................................................................................................................................... , no

curso de ..............................., ............... Semestre no Unisalesiano – Lins, após leitura da

CARTA DE INFORMAÇÃO AO PARTICIPANTE DA PESQUISA, devidamente

explicada pela equipe de pesquisadores JÉSSICA BALDUINO, LIVIA APARECIDA

REBOLO COSTA E TAMIRES ALVES e pesquisador responsável SILVIO

FERNANDO GUIDETI MARQUES, tendo o consentimento do meu responsável já

assinado, apresento meu CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO em participar

da pesquisa proposta, e concordo com os procedimentos a serem realizados para alcançar

os objetivos da pesquisa estando o meu responsável ciente e de acordo com aquele

consentimento.

A mesma irá apresentar como benefícios a conscientização dos acadêmicos da

relevância do tema para o conhecimento profissional, interesse na realização do exame

preventivo Papanicolaou e autoconhecimento do entrevistado acerca do tema da

pesquisa. Já os riscos relacionam-se ao constrangimento do público alvo.

Concordo também como o uso científico e didático dos dados, preservando a

minha identidade.

Fui informado sobre e tenho acesso a Resolução 466/2012 e, estou ciente de que

todo trabalho realizado torna-se informação confidencial guardada por força do sigilo

profissional.

A qualquer momento, posso solicitar a minha exclusão da pesquisa.

Ciente do conteúdo, assino o presente termo.

Lins, ............. de ....................... de 2016

.............................................................

Assinatura do Participante da Pesquisa

............................................................. Pesquisador Responsável: Silvio Fernando Guideti Marques

Rua Walter Quintela, 70 - Residencial Leonel Brizola Telefone: (14) 3523-9625

73

APÊNDICE C: CARTA DE INFORMAÇÃO AO PARTICIPANTE DE

PESQUISA

A pesquisa “CONHECIMENTO DOS ACADÊMICOS DE ENFERMAGEM

SOBRE O CÂNCER DO COLO UTERINO E DO EXAME PAPANICOLAOU”

realizada pela equipe de pesquisadores JÉSSICA BALDUINO, LIVIA APARECIDA

REBOLO COSTA e TAMIRES ALVES DE SOUZA junto com o pesquisador

responsável SILVIO FERNANDO GUIDETI MARQUES tem como objetivos analisar o

conhecimento dos acadêmicos do curso de Enfermagem sobre o câncer do colo uterino e

a importância do exame de Papanicolaou, bem como, avaliar o progresso do

conhecimento dos alunos desde a entrada ao ensino superior até o término do curso de

Enfermagem neste contexto.

A mesma irá apresentar como benefícios a conscientização dos acadêmicos da

relevância do tema para o conhecimento profissional, interesse na realização do exame

preventivo Papanicolaou e autoconhecimento do entrevistado acerca do tema da

pesquisa. Já os riscos relacionam-se ao constrangimento do público alvo.

Caso concorde com os termos e condições apresentadas, uma vez que os dados obtidos

serão utilizados unicamente para pesquisa e ensino, preservando a sua identidade, você ou

representante legal, deve assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e está Carta de

Informação ao Participante da Pesquisa, ressaltando que tem total liberdade para solicitar sua

exclusão da pesquisa a qualquer momento, sem ônus ou prejuízo algum.

Fui informado sobre e tenho acesso a Resolução 466/2012 e estou ciente de que

todo trabalho realizado se torna uma informação confidencial guardada por força do sigilo

profissional e que, a qualquer momento, posso solicitar a minha exclusão da pesquisa.

Por estarem entendidos, assinam o presente termo.

Lins, ............. de ....................... de 2016

.............................................................

Assinatura do Participante da Pesquisa

............................................................. Pesquisador Responsável: Silvio Fernando Guideti Marques

Rua Walter Quintela, 70 - Residencial Leonel Brizola

Telefone: (14) 3523-9625

74

APÊNCIE D: QUESTIONÁRIO UTILIZADO NAS COLETAS

Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino

Idade: __________

Curso: ____________________

Semestre: ________

1. Você tem filhos?

( ) Não

( ) Sim

Quantos? _________________________

2. Fez curso prévio na área da saúde antes de ingressar na faculdade?

( ) Não

( ) Sim

Se sim, qual? ______________________

3. Em qual ano ingressou na faculdade?

( ) 2012 ( ) 2015

( ) 2013 ( ) 2016

( ) 2014

Outro ano: ________________________

4. Qual foi a idade da primeira relação sexual? (em anos)

( ) 12 – 14

( ) 15 – 17

( ) 18 – 20

( ) 21 ou mais

( ) Não teve

5. Faz uso de métodos contraceptivos?

( ) Não

( ) Sim

Se SIM, qual?

( ) Preservativo

( ) Pílula anticoncepcional

( ) Pílula do dia seguinte

( ) DIU

( ) Injeção anticoncepcional

( ) Outro: __________________________

6. Qual a frequência do seu uso de preservativos?

( ) Sempre

( ) As vezes

75

( ) Nunca

( ) Quando dá tempo

7. Qual o número de parceiros sexuais nos últimos 3 meses?

( ) Nenhum parceiro

( ) 1 parceiro

( ) 2 parceiros

( ) 3 ou mais parceiros

8. Já fez algum tratamento para DST?

( ) Sim, com ajuda de profissionais

( ) Sim, por conta própria

( ) Não

( ) Não lembro

9. Você já ouviu falar sobre o exame de Papanicolaou?

( ) Sim e sei para que serve

( ) Sim porém não sei para que serve

( ) Não

10. Para que serve o exame de Papanicolaou?

( ) Detecção de lesão precursora do câncer do colo do útero.

( ) Proteção da mulher contra o câncer.

( ) Não sei.

11. Com que frequência você realiza o exame do Papanicolaou?

( ) Semestralmente

( ) Anualmente

( ) A cada 2 anos

( ) Nunca fiz

12. Caso NÃO TENHA REALIZADO o exame do Papanicolaou, responda:

Por qual motivo?

( ) Vergonha

( ) Medo

( ) Não acha necessário

( ) Sexo masculino

( ) Outros: ________________________

Caso TENHA REALIZADO o exame responder questões 14 e 15:

13. Com que idade foi realizada a primeira coleta do Papanicolaou?

( ) 12 à 15 anos

( ) 16 à 19 anos

( ) 19 à 22 anos

76

( ) 23 ou mais

14. Em sua opinião qual é o momento correto para realizar o exame?

( ) Antes da primeira relação sexual

( ) Após a primeira relação sexual

( ) Não existe momento correto

15. O exame do Papanicolaou detecta o câncer do colo de útero, assim

como, doenças sexualmente transmissíveis e infecções em gerais,

você sabia disso?

( ) Sim ( ) Não

16. Tem histórico familiar de câncer do colo do útero?

( ) Sim ( ) Não

17. Como é realizada a coleta do Papanicolaou?

( ) Coleta de sangue

( ) Coleta de material citológico do colo do útero

( ) Exame de urina

18. Quem deve fazer o exame de Papanicolaou?

( ) Toda mulher a partir da primeira relação sexual

( ) Toda mulher a partir do primeiro ciclo menstrual

( ) Mulheres que apresentam fatores de risco para câncer do colo do útero

19. De quanto em quanto tempo deve-se fazer o exame de

Papanicolaou?

( ) Uma vez por ano

( ) Uma vez a cada dois anos

( ) Depende de cada mulher

20. Onde este exame pode ser realizado?

( ) Postos de Saúde

( ) Hospitais

( ) Clínicas Particulares

21. Quais os cuidados prévios necessários para realização do

Papanicolaou?

( ) Não estar menstruada, não ter tido relação nas últimas 48hs e não ter

realizado ducha vaginal

( ) Apenas não estar menstruada

( ) Nenhum fator interfere na coleta do Papanicolaou.

22. A vacina contra o HPV, recém-liberada no Sistema Único de Saúde

(SUS), porém a muito tempo utilizada no sistema particular, tem

como intuito prevenir qual doença?

77

( ) Sífilis

( ) Gonorréia

( ) Câncer do colo do útero

( ) Não sei

23. Você recebeu a dosagem da vacina contra o HPV?

( ) Sim ( ) Não

24. Ocorreu alguma reação após receber a dosagem da mesma?

( ) Sim ( ) Não

Se sim, qual o tipo de reação?

__________________________________

78

APÊNDICE E: TABELAS

Tabela da Figura 02 - Sexo dos participantes da pesquisa.

Sexo N %

Feminino 100 81,3 Masculino 23 18,7

TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela da Figura 03 - Quantidade de participantes que possuem ou não filhos.

Alternativas N %

Não 31 25,2 Sim 92 19,5

TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela da Figura 04 - Quantidade de participantes fizeram ou não curso prévio

na área da saúde antes de ingressar na faculdade.

Alternativas N %

Não 75 61,0 Sim 48 39,0

TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela da Figura 05 - Quantidade de participantes que fazem uso ou não de

métodos contraceptivos.

Alternativas N %

Não 31 25,2 Sim 92 74,8

TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela da Figura 06 - Quantidade de participantes que sabem para que serve o

Exame de Papanicolaou.

Alternativas N %

Detecção de lesão precursora do câncer do colo do útero

104 84,6

Proteção da mulher contra o câncer 15 12,2 Não sei 4 3,2 TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

79

Tabela da Figura 07 - Quantidade de participantes que sabiam que o Exame

Papanicolaou detecta o câncer do colo do útero, assim como, doenças

transmissíveis e infecções em gerais.

Alternativas N %

Não 7 5,7 Sim 105 85,4

Não responderam 11 8,9 TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela da Figura 08 - Quantidade de participantes que possuem histórico familiar

de câncer do colo uterino.

Alternativas N %

Não 114 92,7 Sim 6 4,9

Não responderam 3 2,4 TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela da Figura 09 - Opinião dos participantes sobre a periodicidade das

mullheres que devem realizar o Exame Papanicolaou.

Alternativas N %

Uma vez por ano 101 82,1 Uma vez a cada dois anos 5 4,0 Depende de cada mulher 17 13,9

TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

Tabela da Figura 10 - Quantidade de participantes que receberam ou não a

dosagem da vacina contra o HPV.

Alternativas N %

Não 109 88,6 Sim 14 11,4

TOTAL 123 100,0

Fonte: Elaborado pelas autoras.

80

ANEXOS

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ANEXO A: RESOLUÇÃO COFEN Nº 381/2011.

Normatiza a execução, pelo Enfermeiro, da coleta de material para

colpocitologia oncótica pelo método de Papanicolaou

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), no uso das atribuições que lhe são

conferidas pela Lei nº 5.905, de 12 de julho de 1973, e pelo Regimento da

Autarquia, aprovado pela Resolução Cofen nº 242, de 31 de agosto de 2000;

CONSIDERANDO o Artigo 11, inciso I, alínea ” m “, da Lei nº 7.498, de 25 de

junho de 1986, segundo o qual o Enfermeiro exerce todas as atividades de

Enfermagem, cabendo-lhe, privativamente, a execução de cuidados de

enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de

base científica e capacidade de tomar decisões imediatas;

CONSIDERANDO a magnitude epidemiológica, econômica e social do câncer

do colo do útero, e a Portaria GM/MS nº 2.439, de 8 de dezembro de 2005, que

institui a Política Nacional de Atenção Oncológica;

CONSIDERANDO a coleta de material para colpocitologia oncótica pelo método

de Papanicolaou como um procedimento complexo, que demanda competência

técnica e científica em sua execução;

CONSIDERANDO a Resolução Cofen nº 358, de 15 de outubro de 2009, que

dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a

implementação do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos e privados,

em que ocorre o cuidado profissional de Enfermagem; e

CONSIDERANDO tudo o mais que consta nos autos do PAD/Cofen nº 680/2010

e a deliberação do Plenário em sua 404ª Reunião Ordinária,

RESOLVE:

Art. 1º No âmbito da equipe de Enfermagem, a coleta de material para

colpocitologia oncótica pelo método de Papanicolaou é privativa do Enfermeiro,

observadas as disposições legais da profissão.

Parágrafo único: O Enfermeiro deverá estar dotado dos conhecimentos,

competâncias e habilidades que garantam rigor técnico-científico ao

82

procedimento, atentando para a capacitação contínua necessária à sua

realização.

Art. 2º O procedimento a que se refere o artigo anterior deve ser executado no

contexto da Consulta de Enfermagem, atendendo-se os princípios da Política

Nacional de Atenção Integral a Saúde da Mulher e determinações da Resolução

Cofen nº 358/2009.

Art.3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

MANOEL CARLOS NERI DA SILVA – Presidente

GELSON LUIZ DE ALBUQUERQUE – Primeiro Secretário

Publicada no DOU nº 140, pág. 229 – seção 1.

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ANEXO B: PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

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