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Professor Genival Magalhães – Jacundá-PA, outubro de 2017. 1 OS DEDICADOS – CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE O MUNICÍPIO DE JACUNDÁ CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE O MUNICÍPIO DE JACUNDÁ E O ESTADO DO PARÁ CONHECIMENTO GERAIS DO MUNICÍPIO DE JACUNDÁ-PA (HISTÓRIA, GEOGRAFIA E ATUALIDADES); CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE JACUNDÁ-PA: LOCALIZAÇÃO GEOGRAFICA; ASPECTOS SOCIOECONOMICOS; AS PECTOS FISIOGRÁFICOS; GEOLOGIA; RECURSOS HÍDRICOS HISTÓRIA DO MUNICIPIO, DA EMANCIPAÇÃO ATÉ OS DIAS ATUAIS; PRINCIPAIS FATOS HISTÓRICOS OCORRIDOS NO MUNICÍPIO. ORIGEM DO MUNICÍPIO. Jacundá foi desmembrado do município de Marabá e Itupiranga com os seguintes limites: Tucuruí, São Domingos do Capim e Itupiranga. LOCALIZAÇÃO: Sudeste do Pará, na microrregião de Tucuruí. ÁREA DO MUNICÍPIO: 2.008,315 Km 2 COORDENADAS GEOGRÁFICAS: 04° 27’ 03” de Latitude Sul, 49° 06’ 59” de Longitude Oeste. LIMITES: NORTE Goianésia do Pará; SUL Nova Ipixuna; LESTE Rondon do Pará e OESTE Novo Repartimento. DISTÂNCIA DA CAPITAL: 420 km CLIMA: Tropical úmido com inverno seco, tipo AW na classificação de Koppen. A temperatura média anual varia de 26° a 27° máxima e mínima de 21,5° a 22,5° C. Chove durante todo o ano de 100 a 125 dias de chuva, registrando as maiores precipitações pluviométricas nos meses de fevereiro, março e abril. A média anual de precipitação pluviométrica oscila entre 1.750 a 2.000 mm. VEGETAÇÃO: Predomina a floresta tropical, onde há Ipê, Castanheira, Maçaranduba, Muiracatiara, Estopeiro, Cumaru Vermelho e outras espécies arbóreas. HIDROGRAFIA: A hidrografia de Jacundá foi bastante prejudicada com a implantação da Hidroelétrica de Tucuruí, pois o município teve sua área bastante reduzida, sendo representada por dois setores descontínuos. O primeiro setor é formado pelo mais importante representante na hidrografia do município, o rio Tocantins, que foi inundado pela represa, sendo que, somente os seus afluentes da margem esquerda a partir do igarapé da Piteira até o Córrego da Saúde ficaram pertencendo à Jacundá. Já os seus afluentes da margem direita, a partir do igarapé Jacundazinho

CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE O MUNICÍPIO DE … · hidrografia do município, o rio Tocantins, que foi inundado pela represa, sendo que, somente os seus afluentes da margem esquerda

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Professor Genival Magalhães – Jacundá-PA, outubro de 2017.

1 OS DEDICADOS – CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE O MUNICÍPIO DE JACUNDÁ

CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE O MUNICÍPIO DE JACUNDÁ E O ESTADO DO PARÁ

CONHECIMENTO GERAIS DO MUNICÍPIO DE JACUNDÁ-PA (HISTÓRIA, GEOGRAFIA E

ATUALIDADES); CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE JACUNDÁ-PA: LOCALIZAÇÃO

GEOGRAFICA; ASPECTOS SOCIOECONOMICOS; AS PECTOS FISIOGRÁFICOS; GEOLOGIA;

RECURSOS HÍDRICOS HISTÓRIA DO MUNICIPIO, DA EMANCIPAÇÃO ATÉ OS DIAS ATUAIS;

PRINCIPAIS FATOS HISTÓRICOS OCORRIDOS NO MUNICÍPIO.

ORIGEM DO MUNICÍPIO. Jacundá foi desmembrado do município de Marabá e Itupiranga com os

seguintes limites: Tucuruí, São Domingos do Capim e Itupiranga.

LOCALIZAÇÃO: Sudeste do Pará, na microrregião de Tucuruí.

ÁREA DO MUNICÍPIO: 2.008,315 Km2

COORDENADAS GEOGRÁFICAS: 04° 27’ 03” de Latitude Sul, 49° 06’ 59” de Longitude Oeste.

LIMITES: NORTE – Goianésia do Pará; SUL – Nova Ipixuna; LESTE – Rondon do Pará e OESTE

– Novo Repartimento.

DISTÂNCIA DA CAPITAL: 420 km

CLIMA: Tropical úmido com inverno seco, tipo AW na classificação de Koppen. A temperatura

média anual varia de 26° a 27° máxima e mínima de 21,5° a 22,5° C. Chove durante todo o ano de

100 a 125 dias de chuva, registrando as maiores precipitações pluviométricas nos meses de

fevereiro, março e abril. A média anual de precipitação pluviométrica oscila entre 1.750 a 2.000 mm.

VEGETAÇÃO: Predomina a floresta tropical, onde há Ipê, Castanheira, Maçaranduba, Muiracatiara,

Estopeiro, Cumaru Vermelho e outras espécies arbóreas.

HIDROGRAFIA: A hidrografia de Jacundá foi bastante prejudicada com a implantação da

Hidroelétrica de Tucuruí, pois o município teve sua área bastante reduzida, sendo representada por

dois setores descontínuos. O primeiro setor é formado pelo mais importante representante na

hidrografia do município, o rio Tocantins, que foi inundado pela represa, sendo que, somente os

seus afluentes da margem esquerda a partir do igarapé da Piteira até o Córrego da Saúde ficaram

pertencendo à Jacundá. Já os seus afluentes da margem direita, a partir do igarapé Jacundazinho

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ao igarapé Piranheira. Foram todos inundados. O outro setor, localizado à Noroeste de Tucuruí,

ficou com parte do rio Arataú e parte de seu afluente, o rio Pacajazinho.

Desaguando no lago da represa de Tucuruí, aparecem outros afluentes do rio Tocantins, como os

rios Lontra, Bacuri e Grande Valentim e os igarapés Jacaré, Castanheira, São Pedro e Jacundá.

GEOLOGIA E RELEVO: A estrutura geológica do município é representada por rochas cristalinas

do complexo Xingu (Pré-Cambrino Inferior), granitos, granodioritos, etc; e do Grupo Tocantins do

pré-Cambriano Médio (filitos, cloritaxistos, metagrauvacas, etc.).

Tem áreas planas e grandes elevações. É originário de rochas pré-cambrianas já bastante erodidas.

A altitude da sede e de 95 m. Os tipos de solo encontrados são argilosos, areno-argilosos e arenoso,

caracterizados por grande nível de acidez. São férteis e relativamente profundos.

POPULAÇÃO: Conforme censo disponibilizado pelo IBGE (2010), o município possui 51.360

habitantes. (homens: 25.769 mulheres: 25.591, população zona urbana: 45.702; população zona

rural: 5.673 habitantes).

Comparativo com o censo de cada período:

1991 1996 2000 2007 2010

43.012 39.455 40.546 51.511 51.360

Atualmente a população é de 55.204 hab.

PRINCIPAIS LOCALIDADES: Porto Novo, Vila Pajé, Quatro Bocas, Santa Rosa, Centro dos

Baianos, Bagaço, Limão e Placa da Moram.

HISTÓRIA: Habitada inicialmente pelos índios Gaviões, a área originária do município de Jacundá

teve entre os seus primeiros ocupantes brancos o Coronel Francisco Acácio de Figueiredo,

integrante da comitiva do deputado e Coronel Carlos Gomes Leitão, que chegou ao local em 1892.

O pequeno povoado ribeirinho servia de parada para quem navegava pelo Rio Tocantins e sediou

a 2° Circunscrição Judiciária do município de Baião, ao qual pertencia.

Em 1915 cem moradores fizeram um abaixo-assinado e conseguiram afixar o povoado ao território

de Marabá. Na época a principal atividade econômica era o extrativismo da borracha, do caucho,

da castanha-do-pará e o diamante. Já no final dos anos 30, a exploração de diamantes as margens

do Tocantins, na localidade de Foz do Riacho (depois chamado de Jacundá) era a principal fonte

da economia local. Por Jacundá passava um trecho da estrada de ferro Tocantins.

Na segunda metade dos anos 70, com a abertura da Rodovia PA-150, a região recebeu um grande

número de posseiros. O confronto entre invasores e grileiros foi inevitável. A interferência do extinto

GETAT (Grupo Executivo de Terras do Araguaia e Tocantins), a partir de 1980 ajudou a serenar os

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3 OS DEDICADOS – CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE O MUNICÍPIO DE JACUNDÁ

ânimos. O órgão titulou e demarcou inúmeros lotes de terra, mas os novos proprietários rurais

continuaram sem infraestrutura, como escolas, estradas etc.

Durante esse período instalaram-se na Vila Arraia várias madeireiras, que deram um novo impulso

a economia local. Com a construção da barragem de Tucuruí, foram inundados 900 km2 do território

de Jacundá, deixando submersas cachoeiras, canais, garimpos de diamante, além da antiga sede

do município e de alguns vilarejos. A sede municipal foi transferida das margens do Rio Tocantins

para a Vila Arraia, no Km 88 da Rodovia PA-150, com o remanejamento das famílias que moravam

na área que foi inundada pelo lado da hidroelétrica.

Hoje os índios Gaviões vivem numa área destinada no Km 15 da PA-70. Os demais habitantes

estão espalhados pela cidade e vilarejos do município, que ganhou autonomia política em 1961.

A palavra Jacundá e o nome genérico de vários peixes da família dos ciclídios, que medem até 26

cm de comprimento e se alimentam de insetos, como o Jacundá-Coroa e o Jacundá-Pinima. Esta

palavra designa ainda, uma dança indígena, que imita a pesca do Jacundá. Nela, homens e

mulheres formam um círculo de mão dadas, alternadamente. Para o centro gira ao som de uma

música. Na região onde fica o município há grande quantidade desse peixe daí a origem do nome.

Jacundá também e uma planta da família das miriáceas.

CONDIÇÕES DE INFRAESTRUTURA E TRANSPORTE: As principais vias de acesso ao município

são: por hidrovia, através do rio Tocantins; por rodovia, através da PA-150 e via aérea.

As estradas vicinais de acesso aos núcleos de apoio rural (vilas, povoados e comunidades),

constituem 630 km de estradas coletoras, que permitem o escoamento da produção. Mesmo sendo

em grande parte, encascalhada, são passíveis de trânsito, ruim na época de inverno, não sendo

diferente, portanto, das demais, da região Norte do Brasil.

Os detalhamentos das estradas constam no plano de desenvolvimento rural de Jacundá. A

microrregião Jacundá é servida por uma malha viária de aproximadamente 3.000 km. Sendo

atendida por um sistema viário com uma frota de 3.34 veículos, com destaque para automóveis

(342), motocicletas (1.701), ônibus (24), micro-ônibus (05) e caminhões (277).

O ESTADO DE PARÁ: GEOGRAFIA, HISTÓRIA DO PARÁ, PRINCIPAIS FATOS E

ACONTECIMENTOS DO ESTADO

HISTÓRIA DO PARÁ. A história do Pará começou antes da chegada dos portugueses ao Brasil,

em 1500, antes os dias atuais.

Ocupação pré-cabralina. Os arqueólogos dividem os antigos habitantes da pré-história brasileira

em três grupos, do acordo com o modo de vida e ferramentas. Assim, temos os povos: caçadores-

coletores, do litoral e os agricultores. Estes grupos foram posteriormente, denominados pelos

colonizadores europeus de índios.

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Existem registros arqueológicos comprovando a presença humana no arquipélago do Marajó e na

região de Santarém desde 3000 a.C. No Marajó habitavam os povos agricultores em cabanas ou

casas subterrâneas, desde 3500 anos atrás. Estes povos conheciam a cerâmica, os corantes,

compostos medicinais naturais, praticavam a coivara (queimadas para limpar a terra) e plantavam

mandioca. A mais conhecida cultura deste grupo é a cerâmica marajoara, que possui decoração e

tamanho peculiares. No período de 500 e 1300 foi o auge da cultura marajoara.

Ocupação portuguesa. Em 1500, o navegador espanhol Vicente Yañez Pinzón foi o primeiro

europeu a navegar pela foz do Rio Amazonas. Em 26 de agosto de 1542. O espanhol Francisco de

Orellana chegou também à foz do rio Amazonas, por via fluvial partindo de Quito, no Equador. Em

28 de outubro de 1637, o português Pedro Teixeira partiu de Belém, foi até Quito e voltou: durante

a expedição, ele fincou um marco de pedra na confluência dos rios Aguarico e Napo, na atual

fronteira entre Equador e Peru, assegurando, para Portugal e, posteriormente, para o Brasil, a posse

da maior parte da Amazônia, incluindo a totalidade do atual território paraense.

Revoltas Coloniais. Desde a segunda metade do século XVII, explodiram na colônia várias

revoltas, geralmente provocadas por interesses econômicos contrariados. Em 1684, a revolta dos

Beckman, no maranhão, voltou-se contra o monopólio exercido pela Companhia de Comércio do

Estado do Maranhão. Já no século XVIII, a guerra dos Emboabas envolveu paulistas e “forasteiros”

na zona das minas; a guerra dos Mascates opôs os comerciantes de Recife aos aristocráticos

senhores de engenho de Olinda; e a revolta de Vila Rica, liderada por Filipe dos Santos, em 1720,

combateu a instituição das casas de fundição e a cobrança de novos impostos sobre a mineração

do ouro.

Os mais importantes movimentos revoltosos desse século foram a Conjuração Mineira e a

Conjuração Baiana, as quais possuíam, além do caráter econômico, uma clara conotação política.

A Conjuração Mineira ocorrida em 1789, também em Vila Rica, foi liderada por Joaquim Jose da

Silva Xavier, o Tiradentes, que terminou preso e enforcado, em 1792. Pretendia, entre outras coisas,

a independência e a proclamação de uma república. A Conjuração Baiana – também chamada

Revolução dos Alfaiates, devido à participação de grande número de elementos das camadas

populares (artesãos, soldados, negros libertos) –, ocorrida em 1798, tinha ideias bastantes

avançadas para a época, inclusive a extinção da escravidão. Seus principais líderes foram

executados. Mais tarde, estourou outro importante movimento de caráter republicano e separatista,

conhecido como revolução Pernambucana de 1817.

INDEPENDÊNCIA. Em 1808, ocorreu a chamada “Inversão Brasileira”, isto é, o Brasil tornou-se a

sede da monarquia portuguesa, com a transferência da família real e da corte para o Rio de Janeiro,

fugindo da invasão napoleônica na Península Ibérica. Ainda na Bahia, o príncipe regente D. João

assinou o tratado de abertura dos portos brasileiros ao comércio das nações amigas, beneficiando

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principalmente a Inglaterra. Terminava assim, o monopólio português sobre o comércio com o Brasil

e tinha início o livre-cambismo, que perduraria até 1846, quando foi estabelecido o protecionismo.

Além da introdução de diversos melhoramentos (Imprensa Régia, Biblioteca Pública, Academia

Militar, Jardim Botânico, faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia e outros), no governo

do príncipe regente D. João (que passaria a ter o título de D. João VI a partir de 1816, com o

falecimento da rainha D. Maria I) o Brasil foi elevado à categoria de reino e teve anexadas a seu

território a Guiana Francesa e a Banda Oriental do Uruguai, que tomou o nome de província

Cisplatina.

A partir de 1821, com a volta do rei e da corte para Portugal, o Brasil passou a ser governado pelo

príncipe regente D. Pedro. Atendendo principalmente aos interesses dos grandes proprietários

rurais, contrários à política das cortes portuguesas, que desejavam recolonizar o Brasil, bem como

pretendendo libertar-se da tutela da metrópole, que visava diminuir-lhe a autoridade. D. Pedro

proclamou a independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822, às margens do riacho do Ipiranga,

na província de São Paulo. É importante destacar o papel de José Bonifácio Andrada e Silva, à

frente do chamado Ministério da Independência, na articulação do movimento separatista.

PRIMEIRO REINADO. Aclamado imperador do Brasil. Dom Pedro I tratou de dar ao país uma

Constituição, outorgada em 1824. No início do seu reinado, ocorreu a chamada “Guerra da

Independência”, contra guarnições portuguesas sediadas principalmente na Bahia. Em 1824, em

Pernambuco, a Confederação do Equador, movimento revoltoso de caráter republicano e

separatista, questionava a excessiva centralização do poder político nas mãos do imperador, mas

foi prontamente debelado. Em 1828, depois da guerra contra as Províncias Unidas do Rio da Prata,

o Brasil reconheceu a independência do Uruguai.

Depois de intensa luta diplomática, em que foi muito importante a intervenção da Inglaterra, Portugal

reconheceu a independência do Brasil. Frequentes conflitos com a Assembleia e interesses

dinásticos em Portugal levaram D. Pedro I, em 1831, a abdicar o trono do Brasil em favor do filho

D. Pedro II, então com cinco anos de idade.

PERÍODO REGENCIAL. O reinado de D. Pedro II teve início com o período regencial, que durou

até 1840, quando foi proclamada a maior idade do imperador, que contava cerca de quinze anos.

Durante as regências, ocorreram intensas lutas políticas em várias partes do país, quase sempre

provocadas pelos choques entre os interesses regionais e a concentração do poder no Sudeste

(Rio de Janeiro). A mais importante foi a guerra dos Farrapos ou Revolução Farroupilha, movimento

republicano e separatista ocorrido no Rio Grande do Sul, em 1835, e que só terminou em 1845.

Além dessa, ocorreram revolta na Bahia (Sabinada), no Maranhão (Balaiada) e no Pará

(Cabanagem).

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SEGUNDO REINADO. O governo pessoal de D. Pedro II começou com intensas campanhas

militares, a cargo do general Luís Alves Lima e Silva, que viria a ter o título de duque de Caxias,

com a finalidade de pôr termo às revoltas provinciais. A partir daí, a política interna do império

brasileiro viveu uma fase de relativa estabilidade, até 1870.

A da economia era a agricultura cafeeira, desenvolvida a partir de 1830, no Sudeste, inicialmente

nos morros como o da Tijuca, vale do Paraíba fluminense (província do Rio de Janeiro), avançando

para São Paulo (vale do Paraíba e Oeste paulista). Até 1930, o ciclo do café constituiu o principal

gerador da riqueza brasileira. A partir da década de 1850, graças aos empreendimentos de Irineu

Evangelista de Sousa, o barão e depois visconde de Mauá, entre os quais se destaca a construção

da primeira estrada de ferro brasileira, ocorreu um primeiro surto de industrialização no país.

A base social do império era a escravidão. Desde o período colonial, os negros escravos continuam

a principal, e quase exclusiva, mão de obra no Brasil. As restrições ao tráfico negreiro começaram

por volta de 1830, por pressões da Inglaterra, então em plena revolução industrial. Finalmente, em

1888, após intensas campanha abolicionista, a chamada Lei Aurea declarava extinta a escravidão

no país. Nesse período, houve uma grande imigração para o Brasil, sobretudo de alemães e

italianos.

Na política interna, sobressaíram as guerras do Prata, em que o Brasil enfrentou o Uruguai e a

Argentina, e da tríplice aliança ou do Paraguai, que reuniu o Brasil, a Argentina e Uruguai numa

coligação contra o tratado Paraguaio Solano López. A guerra do Paraguai (1864–1870), um dos

episódios mais sangrentos da história americana, terminou com a vitória dos aliados.

A partir de 1870, a monarquia brasileira enfrentou sucessivas crises (questão religiosa, questão

militar, questão da abolição), que culminaram com o movimento militar, liderado pelo marechal

Deodoro da Fonseca, que depôs o imperador e proclamou a república, em 15 de novembro de 1889.

REPÚBLICA VELHA. A Primeira República, ou República Velha, estendeu-se de 1889 até 1930.

Sob a chefia do marechal Deodoro, foi instalado um governo provisório, que convocou uma

Assembleia Constituinte para elaborar a primeira Constituição Republicana, promulgada em 1891.

Os governos do marechal Deodoro, e, depois, do marechal Floriano Peixoto foram plenos de

conflitos com o Legislativo e rebeliões, como as duas revoltas da Armada.

Com a eleição de Prudente de Morais, tem início a chamada “política do café com leite”, segundo a

qual os presidentes da República seriam escolhidos dentre os representantes dos estados mais

ricos e populosos – São Paulo e Minas Gerais – prática que foi seguida, quase sem interrupções,

até 1930.

A economia agrário-exportadora continuou dominante. O café representava a principal riqueza

brasileira, e os fazendeiros paulistas constituíam a oligarquia mais poderosa. As classes médias

eram pouco expressivas e começava a existir um embrião de proletariado. Por ocasião da primeira

guerra mundial (1914–1918), ocorreu um surto de industrialização, em função da substituição de

importações europeias por produtos fabricados no Brasil.

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7 OS DEDICADOS – CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE O MUNICÍPIO DE JACUNDÁ

A partir da década de 1920, o descontentamento dos militares explodiu em uma série de revoltas,

destacando-se a Marcha da Coluna Prestes entre 1924 e 1927, que percorreu grande parte do

Brasil. As oligarquias alijadas do poder central também se mostravam insatisfeitas. Quando ocorreu

a crise de 1929 – iniciada com o crash da bolsa de Nova York –, com seus reflexos negativos sobre

os preços do café, a desorganização da economia, as divergências político-eleitorais das oligarquias

dominantes e as aspirações de mudança de amplos setores da sociedade provocaram a

deflagração da revolução de 1930, que levou Getúlio Vargas ao poder.

CICLO DA BORRACHA

PRIMEIRO CICLO. O Pará apresenta uma economia sem relevância até cerca de 1880, quando

começa o Ciclo da Borracha: muitos migrantes são recebidos, principalmente da Região Nordeste

do Brasil, para realizarem a extração do látex em latifúndios pertencentes à elite da capital, Belém.

Durante quase quarenta anos, Belém do Pará foi a residência de “barões da borracha”, onde foi

construída até uma réplica de Paris pelo então prefeito Antônio Lemos: uma reforma urbana

invejável até por Rio de Janeiro e São Paulo. A província tornou se estado com a proclamação da

República, em 15 de novembro de 1889. Na década de 1910, termina o ciclo da borracha, voltando

o Pará a pobreza: passando a ser apenas um mero fornecedor de matéria-prima para o Sudeste

brasileiro.

SEGUNDO CICLO. Na Segunda Guerra Mundial, pelas mãos de Getúlio Vargas, foi criado o Banco

de Crédito da Borracha para incentivar a retomada da extração de látex para a exportação, com a

demanda dos Estados Unidos, o que ficou conhecido como o Segundo Ciclo da Borracha. Na

mesma época, o governo estadunidense, interessado na localização estratégica de Belém, implanta

importantes obras na capital, como o aeroporto, a vila militar e o Grande Hotel. Porém o segundo

ciclo não tarda a findar: com a rendição do Japão, cessam os interesses militares dos Estados

Unidos são liberadas as colónias produtoras de borracha na Ásia, perdendo novamente a

preferência pela borracha amazônica, sendo o Pará renegado outra vez a pobreza: intensifica se o

papel de fornecedor de matérias-primas para a crescente indústria da Região Sudeste do Brasil.

REDESCOBERTA. Por volta de 1960, o Pará foi “redescoberto”: o presidente Juscelino Kubistchek

construiu Brasília, e paralelamente, construiu rodovias radiais ligando diversas regiões do país à

nova capital, sendo a rodovia Belém-Brasília uma delas. Mudou a temática de transportes no Pará

e na Amazônia, que era quase completamente fluvial, passa a ser rodoviarista. Essa estrada

facilitou o escoamento de produtos e pessoas em direção ao Distrito Federal e ao resto da nação.

A COLONIZAÇÃO DO SUDESTE PARAENSE E A MINERAÇÃO EM CARAJÁS. Já nos governos

militares, criou-se uma concepção de que a Amazônia possuía um solo extremamente fértil (tese

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8 OS DEDICADOS – CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE O MUNICÍPIO DE JACUNDÁ

rechaçada recentemente), sendo um “vazio demográfico” que deveria ser devastado e ocupado

para ser o “celeiro agrícola da nação”, para garantir a posse das terras ao Brasil e para amenizar

conflitos por terras em outras regiões, com o lema “terras sem homens para homens sem terras”.

Paralelamente, foram realizadas prospecções minerais no Sudeste do Pará (região que tem Marabá

como cidade polo), responsáveis por descobrirem as reservas de Carajás: gigantescas reservas

mineralógicas que deveriam ser exploradas.

Foi realizado um grande plano de colonização das terras que margeavam as estradas, na linha

entre Belém e Brasília (Sudeste do Pará), onde foram implantadas agrovilas e rurópoles. Muitos

migrantes foram atraídos, principalmente do Nordeste e Sul do Brasil, porém fracassaram os planos

de assentamentos: os colonos abandonaram seus lotes e mudaram-se para as maiores cidades do

Sudeste paraense, ocasionando inchaço populacional, grilagem de terras, constituição de

latifúndios, devastação, desterritorialização de populações tradicionais e corrida pelo ouro em Serra

Pelada. O que foi um clima extremamente propício para que o Sudeste paraense se tornasse um

local desflorestado, dominado por uma elite agrária, muito produtivo (de bens primários) e

principalmente, extremamente violenta. Antes dos planos de colonização, o Pará tinha cerca de 80

municípios: Agora, são 143 municípios, quase todos criados no Sudeste do estado.

Nessa época (década de 1980), houve a construção da usina hidroelétrica de Tucuruí, que é a maior

hidroelétrica 100% brasileira e que faz parte do plano de crescimento econômico da região: ela foi

inaugurada pelo presidente João Figueiredo, servindo principalmente como fornecedora de energia

a baixo custo para os grandes projetos minerais e secundariamente para a população comum do

estado.

ATUALIDADE. Atualmente, com uma economia na exploração mineral, o Pará é a maior reserva

mineralógica do planeta: 75% de todas as exportações do Pará é minério, principalmente

proveniente das reservas de Carajás; 13% de madeira, também proveniente principalmente do

Sudeste paraense; 2% de pimenta e 10% de outros produtos (principalmente energia elétrica, da

hidroelétrica de Tucuruí). Sua capital é uma metrópole comparável a Belo Horizonte, Porto Alegre

ou a Brasília, com voos para a Europa, Miami, e Caribe sem necessidade de conexão em outras

regiões brasileiras. Goza de uma infraestrutura herdada do ciclo da borracha, onde ocorre

frequentes e seguidos booms imobiliários promovidos por grandes construtoras; a indústria

estadual, ainda fraca, é baseada na siderurgia, para exportação, seu setor primário (agropecuária

e mineração) é concentrada no Sudeste do estado, sua rede de transportes valoriza o rodoviarismo

e despreza o fluviarismo maior potencial de transporte da Amazônia, por uma imposição dos

brasileiros.

O ESTADO PODE SER DIVIDIDO BASICAMENTE EM TRÊS GRANDES ÁREAS:

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9 OS DEDICADOS – CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE O MUNICÍPIO DE JACUNDÁ

1. Nordeste paraense: menor região em território, cerca de 22% do estado, possui a capital,

Belém do Pará, que também é sua cidade polo e a 10º maior cidade brasileira em número de

habitantes [1.437.600, segundo dados do censo 2009]. Sem dúvida essa é a região com a

melhor qualidade de vida, possui uma grande malha viária, bom estado de conservação das

florestas amazônicas e maior presença de poder político. Especializada no setor terciário

(serviços), há pouca concentração fundiária e melhor infraestrutura para o turismo e

estabelecimento de escritórios, é a região mais populosa e povoada, onde a população

“tradicionalmente paraense” (origem basicamente luso-indígena). Aí estão os menores

municípios do Pará em cobertura territorial. É dominada por uma elite ligada aos setores de

comunicação, construção civil e supermercadista.

2. Sudeste paraense: a região que mais gera riquezas do estado, cobrindo cerca de 25% do

mesmo, tem Marabá como cidade polo. Possui, um grande parque agromineral voltado para a

exportação, e onde estão situadas as reservas de Carajás e o maior número de latifúndios.

Apenas cerca de 20% da população é paraense. É a região do bico de papagaio, onde há a

maior concentração de conflitos fundiários no Brasil. A violência atual na região já é mais amena,

se comparada a décadas atrás. A região não para de receber migrantes, principalmente

nordestinos empobrecidos, visando a empregos simples e subempregos, e fazendeiros sulistas

emergentes visando à aquisição de terras para o empreendimento do agronegócio. Existe a

previsão que serão mais um milhão nos próximos três anos, uma situação preocupante. Ainda

com muitos conflitos no campo e dominada por uma elite aristocrática ligada a terra, essa região

está quase toda devastada. Possui 1,3 milhão de pessoas e 14 milhões de cabeça de gado:

mais de dez cabeça de gado per capita.

3. Oeste do Pará: compreende mais da metade de todo o Estado, é a região menos povoada e

menos populosa, que menos gera riqueza, onde a floresta amazônica está melhor preservada.

Esta região compreende o Centro, o Sudeste, o Oeste e o Nordeste do Pará, tem Santarém

como cidade-polo. Tendo sua população tradicionalmente de paraense, a região vem sofrendo

recente crescimento econômico com o escoamento de soja produzida no Mato Grosso (maior

produtor sojeiro do planeta) através da hidrovia Tapajós-Teles Pires e da rodovia Santarém-

Cuiabá, o produto é transportado até o porto de Santarém, onde é embarcado diretamente para

a exportação internacional. 5% de toda a soja exportada por Santarém já e de produção própria.

A região é dominada por uma elite de comerciantes e de fazendeiros tradicionais, possui os

maiores e menos habitados municípios do Pará, em extensão territorial, entre eles, Altamira,

que é o maior município do mundo.

GEOGRAFIA DO PARÁ

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Professor Genival Magalhães – Jacundá-PA, outubro de 2017.

10 OS DEDICADOS – CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE O MUNICÍPIO DE JACUNDÁ

Localização Geográfica: região Norte do Brasil

Limites geográficos: Suriname e Amapá (Norte): Oceano Atlântico (Nordeste); Maranhão (Leste);

Tocantins (Sudeste); Mato Grosso (Sul); Amazonas (Oeste); Roraima e Guiana (Noroeste).

Área: 1.247.689,5 km2

Fronteiras com os seguintes estados: Amapá, Maranhão, Tocantins, Mato Grosso, Amazonas e

Roraima.

Relevo: Planície amazônica

Vegetação: mangues no litoral, campos na Ilha de Marajó, cerra na área sul e Floresta Amazônica

(Oeste e Norte).

Ponto mais alto: Serra do Acari (906 metros).

Cidades mais populosas: Belém, Ananindeua, Santarém e Marabá.

Principais recursos naturais (minérios): ferro, manganês, bauxita, calcário, ouro e estanho.

Principais rios: Amazonas, Jari, tapajós, Guamá e Pará.

Principais problemas ambientais: poluição do ar na capital (Belém), desmatamento e poluição

dos rios.

ECONOMIA

A economia é baseada no extrativismo mineral (ferro, bauxita, manganês, calcário, ouro, estanho),

vegetal (madeira), na agricultura, pecuária, indústria, e no turismo.

A mineração é atividade preponderante na região sudeste do estado, sendo Parauapebas a

principal cidade que a isso se dedica. Já as atividades agrícolas são mais intensas na região

nordeste do estado, onde destaca-se o município de Castanhal; a agricultura também se faz

presente, desde a década de 1960, ao longo da malfadada Rodovia Transamazônica (BR-230). O

Pará é o maior produtor de pimenta do reino do Brasil e está entre os primeiros na produção de

coco da Bahia e banana. São Félix do Xingu é o município com maior produção de banana do país.

A pecuária é mais presente só no sudeste do estado, que possui um rebanho calculado em mais

de 14 milhões de cabeças de bovinos. A indústria do estado concentra-se mais na região

metropolitana de Belém, com os distritos industriais de Icoaraci e Ananindeua, e também vem se

consolidando em municípios como Marituba, Barcarena e Marabá através de investimentos na

verticalização dos minérios extraídos, como bauxita e ferro, que ao serem beneficiados, agregam

valor ao se transformarem em alumínio e aço no próprio estado. Pela característica natural da

região, destacam-se também como fortes ramos da economia as indústrias madeireira e moveleira,

tendo um polo moveleiro instalado no município de Paragominas.

O extrativismo mineral vem desenvolvendo uma indústria metalúrgica cada vez mais significativo.

No município de Barcarena é beneficiada boa parte da bauxita extraída no município de

Paragominas e na região do Tapajós, em Oriximiná. No momento Barcarena é um grande produtor

de alumínio, e sedia uma das maiores fábricas desse produto no mundo, boa parte é exportado, o

que contribui para o município desenvolver um dos principais portos do Pará, no distrito de Vila do

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11 OS DEDICADOS – CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE O MUNICÍPIO DE JACUNDÁ

Conde. Ao longo da Estrada de Ferro Carajás, que vai da região Sudeste do Pará até São Luís do

Maranhão, é possível atestar a presença crescente de siderúrgica. O governo federal implementou

em Marabá um polo siderúrgico é metalúrgico, além das companhias, já presentes na cidade. O

polo siderúrgico de Marabá utilizava intensamente o carvão vegetal para aquecer os fornos que

produzem, o ferro gusa, contribuindo assim, para a devastação mais rápida das florestas nativas da

região. Mas, recentemente este cenário vem mudando, as indústrias estão investindo no

reflorestamento de áreas devastadas e na produção de carvão do coco da palmeira Babaçu, que

não devasta áreas da floresta nativa porque consiste somente na queima do coco e não do coqueiro,

este é produzido principalmente no município de Bom Jesus do Tocantins.

Nos últimos anos, com a expansão da cultura da soja por todo o território nacional e também pela

falta de áreas livres a se expandir nas regiões Sul, Sudeste e até mesmo no Centro-Oeste (nas

quais a soja se faz mais presente), as regiões Sudeste e Sudoeste do Pará tornaram-se uma nova

área para essa atividade agrícola. Pela rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163), é escoada boa parte

da produção sojeira do Mato Grosso, que segue até o porto de Santarém, aquecendo a economia

da cidade tanto pela exportação do grão como pela franca expansão de seu plantio: a produção

local já representa 5% do total de grãos exportados.

A pauta de exportação do Pará, no ano de 2012, foi baseada em minério de ferro (59,46%), óxido

de alumínio (8,19%), minério de cobre (6,06%), alumínio bruto (5,09%) e bovinos (3,60%).

SUBDIVISÕES

O estado do Pará é formado oficialmente pela união de 144 municípios. A última alteração feita

entre seu município foi entre 1999 e 2012, com a criação e instalação do município de Mojuí dos

Campos, desmembrado de Santarém. Atualmente existem 51 pedidos de emancipação de distritos

para formação de novos municípios.

Os estados brasileiros são formados por subdivisões criadas pelo IBGE, chamadas de mesorregião

que congregam municípios com características similares, tais como: geografia e socioeconômicas.

Essas subdivisões são usadas para fins estatísticos, não constituindo uma entidade política ou

administrativa.

Oficialmente, o estado do Pará é dividido em seis mesorregiões:

• Baixo Amazonas;

• Marajó;

• Metropolitana de Belém;

• Nordeste Paranaense;

• Sudeste Paraense;

• Sudoeste Paraense.

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12 OS DEDICADOS – CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE O MUNICÍPIO DE JACUNDÁ

Por sua vez a mesorregião é subdividida em microrregiões, estipuladas de acordo com a

Constituição Brasileira, um agrupamento de municípios limítrofes, com a finalidade de integrar o

planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum, definidas por lei

complementar estadual.

O Pará é dividido oficialmente em vinte e duas microrregiões: Altamira; Aran; Belém; Bragantina;

Cametá; Castanhal; Conceição do Araguaia; Furos de Breves; Guamá; Itaituba; Marabá; Óbidos;

Paragominas; Parauapebas; Portal; Redenção; Salgado; Santarém; São Félix do Xingu; Tomé-Açu;

e Tucuruí.

ETNIAS

COR/RAÇA PORCENTAGEM

Pardos 73,0%

Brancos 23,0%

Negros 03,5%

Amarelos ou Indígenas 00,6%

Fonte: PNAD

De acordo com um estudo genético de 2013, a ancestralidade da população de Belém foi assim

descrita: 53,70% de contribuição europeia, 29,50% de contribuição indígenas e 16,8% de

contribuição africana.

De acordo com um estudo genético de 2011, a ancestralidade da população de Belém seria a

seguinte: 69,70% de contribuição europeia, 19,40% de contribuição indígena e 10,9% de

contribuição africana.

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13 OS DEDICADOS – CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE O MUNICÍPIO DE JACUNDÁ

IMIGRANTES

Portugueses. A presença dos portugueses, no estado, teve início no século XVII. Em janeiro de

1616, o capitão português, Francisco Caldeira Castelo Branco iniciou a ocupação da terra, fundando

o Forte do Presépio, núcleo da futura capital paraense. A fixação portuguesa foi efetivada com as

missões religiosas e as bandeiras, que ligavam o Forte do Presépio a São Luís do Maranhão, por

terra e subiram o Rio Amazonas. Os portugueses foram os primeiros a chegar no Pará. Deixando

contribuições que vão desde a culinária à arquitetura.

Japoneses. Os primeiros imigrantes japoneses que se destinaram à Amazônia saíram do Porto de

Kobe, no Japão, no dia 24 de julho de 1926, e só chegaram ao município de Tomé-Açu, no dia 22

de setembro do mesmo ano, com paradas no Rio de Janeiro e Belém.

Os japoneses foram responsáveis pela introdução de culturas como a juta e a pimenta-do-reino na

década de 1930; de mamão havia e do melão na década de 1970. A terceira maior colônia japonesa

no Brasil está no Pará, com cerca de 13 mil habitantes perdendo apenas para os estados de São

Paulo e Paraná. Eles vivem principalmente nos municípios de Tomé-Açu, Santa Izabel do Pará e

Castanhal. Sabendo-se que Tomé-Açu foi o primeiro local do Norte do país a receber imigrantes

japoneses, por volta de 1929.

Italianos. Os imigrantes italianos que vieram para o Pará são predominantemente da região Sul da

Itália, originários da Calábria, Campania e Brasilicata. Eram todos colonos, mas aqui se dedicaram

ao comércio. O primeiro comércio italiano de que se tem notícia é de 1888 que ficava em Santarém.

Eles fincaram raízes familiares em Belém, Breves, Abaetetuba, Óbidos, Oriximiná, Santarém e

Alenquer. A presença na região Oeste do Pará era tão acentuada, que havia uma representação

do consulado da Itália em Óbidos, considerada a cidade mais italiana do estado. O consulado ficava

em Recife, Pernambuco.

Em, Belém os italianos se dividiram entre a atividade comercial e os pequenos serviços. Ao mesmo

tempo em que trabalharam, foram importantes no início do processo de industrialização da capital

(1895). Segundo o censo de 1920, existia no Pará cerca de mil italianos. Ao final da Segunda

Guerra, registrou-se um refluxo causado pela perseguição a alemães, japoneses e italianos. Os

italianos, assim como os franceses, não permaneceram em território paraense.

Libaneses. A imigração dos libaneses para o Pará se deu na metade do século XIX, na época do

Ciclo da Borracha a até 1914 desembarcaram em Belém entre 15 mil a 25 mil imigrantes sírio-

libaneses, dos quais um terço foram para o Acre. No Pará, além da capital paraense, os libaneses

se deslocaram para os municípios de Cametá, Marabá, Altamira, Breves, (Pará), Monte Alegre,

Alenquer, Santarém, Óbidos, Soure, Maracanã, Abaetetuba, entre outros.

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14 OS DEDICADOS – CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE O MUNICÍPIO DE JACUNDÁ

Franceses. Os primeiros imigrantes franceses chegaram ao Brasil na segunda metade do século

XIX, dirigiram-se à colônia de Benevides, na região metropolitana de Belém do Pará. Os franceses

foram atraídos para a região, por causa do Ciclo da Borracha, acabaram se instalando em Belém,

tornando-a conhecida como Paris N’América.

Maranhenses. São os maiores, migrantes nacionais no estado do Pará. Por ser vizinho do estado

do Pará, os maranhenses vão em busca de melhores condições materiais. A população de Belém,

Sul e Sudeste do Pará é formada basicamente por migrantes maranhenses. O Maranhão e o Pará

têm uma longa história de ligação que começou desde a criação dos estados do Grão-Pará e

Maranhão. A parte cultural também há uma reciprocidade entre os dois estados. Inclusive a origem

do carimbo (dança de negros), é do Maranhão que com processo de aculturação tomou a forma

paraense. A lambada paraense da década de 1970 também influenciou o maranhão. A parte da

religião umbandista também há uma cumplicidade entre os dois estados. O hino do Círio de Nazaré

foi composto por um poeta maranhense chamado Euclides Farias.

ASPECTOS NATURAIS DO PARÁ

Todas as paisagens carregam em si o testemunho de todas as evoluções ocorridas no decorrer de

milhões de anos, essas são distintas, pois contém especificidade de cada lugar.

A paisagem é tudo aquilo que o ser humano consegue visualizar ou sentir através dos sentidos

(tato, olfato, audição, paladar e visão). Diante disso, as paisagens naturais que mais se destacam

no espaço geográfico são: relevo, clima, vegetação, e hidrografia, a partir dessa afirmação, a seguir

as características principais desses componentes paisagísticos.

Relevo. O território do estado do Pará é basicamente dividido em três unidades de relevo, desse

encontramos uma restrita porção de superfície sedimentar que abrange desde o Nordeste até o

Sudoeste, que representa a Planície Amazônica. A segunda compreende o Planalto Norte-

Amazônico, é constituído em um grande percentual de terrenos cristalinos, no local são registrados

os pontos mais elevados dos estados onde estão localizadas as serras do Acari (906 metros) e

Tumucumaque, que integra o Planalto das Guianas e o Planalto Sul-Amazônico que se insere no

Planalto Central Brasileiro, no seu ponto mais elevado encontra-se a Serra dos Carajás.

Clima. No contexto climático o Pará apresenta um prevalecimento do clima equatorial que possui

como principal característica a ocorrência de temperaturas bastante elevadas, acompanhadas de

muita umidade. A temperatura média anual no estado varia entre 24° e 26° C e a incidência de

chuvas abundantes registram índices pluviométricos que atingem até 2.900 mm ao ano.

A seca se apresenta no inverno e primavera, porém não ocorre em Belém que permanece úmida

durante todo o ano.

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15 OS DEDICADOS – CONHECIMENTOS GERAIS SOBRE O MUNICÍPIO DE JACUNDÁ

Vegetação. O território paraense apresenta basicamente mangues, campos, cerrados e Floresta

Amazônica, a última predomina no estado.

A variedade vegetativa é muito grande, nesse caso as composições principais de cobertura vegetal

dão origem a cinco tipos específicos de vegetação, como. Mata de Terra Firme (não sofre

inundações), Mata de Várzea (margens de rios que sofrem inundações), Mangue (porção litorânea

do estado), Campos e Cerrados.

Hidrografia. O rio Amazonas desagua no Oceano Atlântico em pleno território paraense. A rede

hidrográfica do estado é farta, nesse território há presença de duas bacias importantes, do

Amazonas e do Tocantins.

Quando as águas do rio Amazonas atingem o Oceano, o encontro das águas forma ondas com

mais de quatro metros de altura, esse fenômeno natural é denominado de pororoca.

Afluentes do Rio Amazonas

Margem direita: Xingu e Tapajós.

Margem esquerda: Jari, Paru, Trombetas e Nhamundá.

Na hidrografia do Pará existe ainda:

Lagos: geralmente se encontram em várzea.

Ilhas: a principal é a ilha de Marajó.

Litoral: são 618 km de extensão em território paraense.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

✓ Apostila elaborada para o concurso de 2016.