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Nações Unidas União Africana Conselho Económico e Social União Africana E/ECA/CM/49/2 AU/STC/FMEPI/MIN/Rpt/2(II) Distr.: Limitada 5 de Abril de 2016 Original: Inglês Comissão Económica para África Conferência dos Ministros Africano das Finanças, Da Planificação e do Desenvolvimento Económico Quadragésima nona sessão Comité Técnico Especializado de Finanças, Assuntos Monetários, Planificação Económica e Integração da União Africana Segunda sessão Nona Reunião Anual Conjunta do Comité Técnico Especializado de Finanças, Assuntos Monetários, Planificação Económica e Integração da União Africana e da Conferência dos Ministros Africanos das Finanças, Planificação e Desenvolvimento Económico da Comissão Económica das Nações Unidas para África Adis Abeba, 4 e 5 de Abril de 2016 Relatório do Comité Conjunto de Peritos Introdução 1. A reunião de peritos das Nonas Reuniões Anuais Conjuntas do Comité Técnico Especializado de Finanças, Assuntos Monetários, Planificação Económica e Integração da União Africana e da Conferência dos Ministros Africanos das Finanças, Planificação e Desenvolvimento Económico da Comissão Económica das Nações Unidas para África, realizou-se em Adis Abeba, de 31 de Março a 3 de Abril de 2016. Primeira Parte I. Abertura da reunião [Ponto 1 da Agenda] A. Participação 2. A reunião contou com a participação de representantes dos Estados-membros a seguir mencionados: Argélia, Angola, Benim, Botswana, Burkina Faso, Burundi, Camarões, República Centro Africano, Chade, Comores, República do Congo, Côte d'Ivoire, Djibuti, Egipto, Guiné Equatorial, Eritreia, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Quénia, Lesoto, Libéria, Líbia, Madagáscar, Malawi, Mali, Mauritânia, Maurícias, Marrocos, Moçambique,

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Nações Unidas União Africana

Conselho Económico e

Social

União Africana

E/ECA/CM/49/2

AU/STC/FMEPI/MIN/Rpt/2(II)

Distr.: Limitada

5 de Abril de 2016

Original: Inglês

Comissão Económica para África Conferência dos Ministros Africano das Finanças,

Da Planificação e do Desenvolvimento Económico

Quadragésima nona sessão

Comité Técnico Especializado de

Finanças, Assuntos Monetários,

Planificação Económica e Integração da

União Africana Segunda sessão

Nona Reunião Anual Conjunta do Comité Técnico

Especializado de Finanças, Assuntos Monetários, Planificação

Económica e Integração da União Africana e da Conferência

dos Ministros Africanos das Finanças, Planificação e

Desenvolvimento Económico da Comissão Económica das

Nações Unidas para África

Adis Abeba, 4 e 5 de Abril de 2016

Relatório do Comité Conjunto de Peritos

Introdução

1. A reunião de peritos das Nonas Reuniões Anuais Conjuntas do Comité Técnico Especializado

de Finanças, Assuntos Monetários, Planificação Económica e Integração da União Africana e da

Conferência dos Ministros Africanos das Finanças, Planificação e Desenvolvimento Económico da

Comissão Económica das Nações Unidas para África, realizou-se em Adis Abeba, de 31 de Março a

3 de Abril de 2016.

Primeira Parte

I. Abertura da reunião [Ponto 1 da Agenda]

A. Participação

2. A reunião contou com a participação de representantes dos Estados-membros a seguir

mencionados: Argélia, Angola, Benim, Botswana, Burkina Faso, Burundi, Camarões, República

Centro Africano, Chade, Comores, República do Congo, Côte d'Ivoire, Djibuti, Egipto, Guiné

Equatorial, Eritreia, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Quénia, Lesoto,

Libéria, Líbia, Madagáscar, Malawi, Mali, Mauritânia, Maurícias, Marrocos, Moçambique,

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Namíbia, Níger, Nigéria, República Democrática do Congo, Ruanda, Senegal, Seychelles, Sierra

Leone, Somália , África do Sul, Sudão do Sul, Sudão, Suazilândia, Togo, Tunísia, Uganda,

República Unida da Tanzânia, Zâmbia, Zimbabwe.

3. A reunião teve a participação de um representante do seguinte Estado-membro associado: Saara

Ocidental.

4. Estiveram representadas as seguintes Comunidades Económicas Regionais: Mercado Comum da

África Oriental e Austral, Comunidade da África Oriental, Comunidade Económica dos Estados

da África Central, Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, Autoridade

Intergovernamental para o Desenvolvimento, União Aduaneira Africana, Comunidade de

Desenvolvimento da África Austral.

5. Estiveram representados os órgãos e agências especializadas das Nações Unidas a seguir

mencionados: Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, Organização

Internacional do Trabalho, Fundo Monetário Internacional, União Internacional de

Telecomunicações, Organização Internacional para as Migrações, Programa Conjunto das

Nações Unidas sobre VIH / SIDA, Escritório do alto Representante para os Países Menos

Desenvolvidos, Países em Desenvolvimento sem Litoral e Pequenos Estados Insulares,

Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Escritório do alto Comissariado das

Nações Unidas para os Direitos Humanos, Escritório das Nações Unidas de Serviços para

Projectos, Fundo de Desenvolvimento de Capital das Nações Unidas, Fundo das Nações Unidas

para a Infância, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Organização das Nações

Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de

Género e o Empoderamento das Mulheres, Programa das Nações Unidas para o Ambiente,

Programa de Assentamentos Humanos das Nações Unidas, Organização das Nações Unidas para

o Desenvolvimento Industrial, Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime,

Escritório das Nações Unidas junto da União Africana, Fundo das Nações Unidas para a

População, Banco Mundial, Programa Alimentar Mundial, Organização Mundial da Saúde.

6. Estiveram igualmente presentes observadores das seguintes organizações: Argentina, Austrália,

Bangladesh, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, China, Cuba, Dinamarca, Equador, Emirados

Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos da América, França, Finlândia, Alemanha, (República

Islâmica do) Irão , Irlanda, Japão, Cazaquistão, México, Holanda, Noruega, Reino Unido da

Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, República da Coreia , Rússia, Suécia, Suíça, Turquia,

(República Bolivariana da)Venezuela, União Económica e Monetária da África Ocidental.

7. Estiveram igualmente presentes os seguintes organismos intergovernamentais e regionais:

Banco Africano de Desenvolvimento, Liga dos Estados Árabes, Agência de Planificação e

Coordenação da NEPAD, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

8. A reunião contou igualmente com observadores das seguintes organizações: Action Aid

Ethiopia, Advectas, Afei Diagnosis Center, Africa Forum, African Capacity-Building

Foundation, African Economist, African Tax Administration Forum, AgriDevCo, Arab Bank for

Economic Development in Africa, Arab Reform Initiative, China Hyway Group, China-Africa

Business Council, China-Africa Development Fund, Chongqing Haifu Medical Technologies,

Consulting Development Associates, Deer Jet Medical Company, Echnoserbe Consulting, Fight

Against Desert Encroachment, Garment Industry Transparency Initiative, Gavi the Vaccine

Alliance, German Agency for International Cooperation, Global Green Growth Institute, Green

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Thinkers Youth Association and Network for African Youth Development, GRID-Arendal,

International Center for Agricultural Research in the Dry Areas, International Planned

Parenthood Federation, International Road Transport Union, Jiangsu Bioperfectus

Technologies, Mother and Child Multisectoral Development Organization /BlueEnergy, One

Campaign, Oxfam, Pan-African Chamber of Commerce and Industry, Poken Team, Reality of

Aid African Network, Rotary International, Sanbao Pharmaceuticals, Save the Children,

Shapoorji Pallonji, Tax Justice Network Africa, Times of Zambia, Transparency International

Secretariat, Ubuntu Leadership Institute, Upbeat Marketing, Wideway Sinostar Investment,

World Vision International, Wuhu Kanggi Pharmaceutical, Yuemei Group.

9. O Estado da Palestina, Estado observador não-membro das Nações Unidas, também esteve

presente.

B. Intervenções de abertura

10. A sessão de abertura das Nonas Reuniões Anuais Conjuntas do Comité Técnico Especializado

de Finanças, Assuntos Monetários, Planificação Económica e Integração da União Africana e da

Conferência dos Ministros Africanos das Finanças, Planificação e Desenvolvimento Económico

da Comissão Económica das Nações Unidas para África foi presidida pela Sra. Naimi Aziz,

Embaixadora da República Unida da Tanzânia em nome de Hamisi Mwinyimvua, presidente da

mesa cessante do comité de peritos e Secretário Permanente Adjunto das Finanças da República

Unida da Tanzânia.

11. Foram proferidas intervenções de abertura pelos Srs. Anthony Mothae Maruping, Comissário

para os Assuntos Económicos da Comissão da União Africana; Abdalla Hamdok, Secretário

Executivo Adjunto da Comissão Económica para a África; e Admasu Nebebe, Director no

Ministério das Finanças e Desenvolvimento Económico da Etiópia.

12. Na sua intervenção de abertura, a Sra. Aziz deu as boas-vindas a todos os participantes das

Nonas Reuniões Anuais Conjuntas e agradeceu ao Governo e ao povo da Etiópia pelo caloroso

acolhimento reservado a todos os convidados em Adis Abeba, tendo elogiado também a

Presidente da Comissão da União Africana, Nkosazana Dlamini Zuma e o Secretário Executivo

da CEA, Carlos Lopes, pelos excelentes preparativos organizacionais. Continuando, a Sra. Aziz

afirmou que o tema para a Conferência de Ministros de 2016, "Rumo a uma abordagem

integrada e coerente para a implementação, acompanhamento e avaliação da Agenda 2063 e dos

Objectivos de Desenvolvimento Sustentável", que assenta nas deliberações e recomendações da

Conferência de 2015 sob o tema: "Implementar a Agenda 2063 – planificação, mobilização e

financiamento para o desenvolvimento", e foi, portanto, essencial na promoção da adopção de

um quadro comum para a implementação, acompanhamento e avaliação da Agenda 2063 e dos

Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. Enfatizou que o êxito quer da Agenda 2063, quer

dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável, dependiam fortemente da sua integração a

nível nacional e da coerência dos mecanismos de planeamento e de apresentação de relatórios,

apoiados por estatísticas sólidas. Isto, por sua vez, iria acelerar a tão necessária transformação

estrutural inclusiva e sustentável no continente.

13. Na sua intervenção, o Sr. Maruping agradeceu aos peritos pela sua participação numa altura de

difícil situação económica no continente africano e afirmou que a reunião proporcionava uma

oportunidade preciosa para a troca de opiniões, partilha de experiências e tomada de decisão

colectiva sobre o que fazer adiante. Realçou a quada nos preços e na procura dos produtos de

exportação, o que levou a cortes na produção, aumento do desemprego, queda de rendimentos,

erosão das bases tributárias e menos divisas; a seca prolongada e severa que afectou a produção

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agrícola e interrompeu o fornecimento de energia hidroeléctrica, água potável e a serviços de

saneamento; as cheias que provocaram deslocamentos de pessoas, destruição de infra-estruturas

e causaram a propagação de doenças transmitidas pela água; e o fortalecimento do dólar dos

Estados Unidos que provocou um aumento na dívida externa denominados em dólar e aumentou

as tensões inflacionárias. O Sr. Maruping indicou que, em combinação, esses factores causaram

os desequilíbrios macroeconómicos e financeiros, a revisão em baixa das taxas de crescimento,

regressões no desenvolvimento económico e social e aumento da pobreza. Realçou a

importância, naquele contexto, da mesa-redonda ministerial a ser realizada durante a conferência

sobre o tema: "Enfrentar o impacto da seca, das cheias e da diminuição dos preços dos produtos

de exportação em África.

14. Referiu também que em 2015 no período entre a adopção de iniciativas globais chave como a

Agenda de Acção de Adis Abeba, os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e o Acordo de

Paris sobre as Alterações Climáticas, a União Africana adoptou a Agenda 2063 e o primeiro

plano de implementação decenal e realçou a abordagem integral do topo para a base, através da

qual a Agenda 2063 e o primeiro plano de implementação decenal tinham sido formulados.

Afirmou que a Agenda 2063 era um quadro pertinente e oportuno para aumentar as capacidades

produtivas, reforçar a competitividade, promover a diversificação, proporcionar o acréscimo de

valor e propiciar o comércio intra-Africano, bem como a participação efectiva de África nas

cadeias mundiais de valor.

15. Ao concluir, exortou os peritos a adoptarem uma abordagem integrada e coerente para a

implementação, acompanhamento e avaliação da Agenda 2063 e dos Objectivos de

Desenvolvimento Sustentável, tal como recomendado pelo Comité de Coordenação Conjunta

dos Chefes Executivos da Comissão da União Africana, das Comunidades Económicas

Regionais, da Comissão Económica para a África e do Banco Africano de Desenvolvimento e

da African Capacity Building Foundation na sua reunião em 2016 e como seria provavelmente

recomendado pelo mecanismo de Coordenação Regional para a África (RCM-África), na sua

próxima reunião em Abril de 2016.

16. Na sua intervenção de abertura, o Sr. Hamdok frisou que a Agenda 2063 tinha sido elaborada e

adoptada através de um processo consultivo entre os povos africanos, as instituições pan-

africanas e os dirigentes do continente. A África confrontava-se no momento com os dois

processos interligados: A Agenda 2063 e o seu Plano de Implementação Decenal a nível

continental e a transição dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio para os Objetivos de

Desenvolvimento Sustentável a nível mundial. Ressaltou ser crucial para a sua implementação

efectiva, um entendimento comum desses quadros continentais e mundiais, mormente a sua

pertinência para os programas de desenvolvimento nacionais e a relação entre os dois. Esse

entendimento constituiria uma oportunidade para implementar as duas agendas sem

sobrecarregar indevidamente os decisores políticos com múltiplos quadros de desenvolvimento,

minimizando ao mesmo tempo os desafios relacionados com a coordenação. Isto iria também

garantir que os benefícios fossem amplamente partilhados, como vista à redução da pobreza e

elevação da qualidade de vida para todos os africanos.

17. Nesse contexto, lembrou que o número de africanos que vivem na pobreza absoluta manteve-se

elevado e que a desigualdade continuava a ser uma grande preocupação, uma vez que o

crescimento em muitos países africanos não tinha sido inclusivo. Nestes termos, os dois quadros

devem dar um impulso suplementar aos esforços existentes para gerar a transformação estrutural

de África e aumentar o comércio, criar empregos e aumentar o rendimento para o povo Africano

através da diversificação dos produtos e do acréscimo de valor sustentado pela industrialização.

Os países africanos devem procurar aumentar o comércio intra-Africano através do reforço da

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integração regional, reduzindo o custo das trocas comerciais e assumindo um forte compromisso

com a criação de uma zona continental de comércio livre. Falou da necessidade de se considerar

a "ecologização" da transformação económica de África, a fim de se evitar os erros que os

países desenvolvidos tinham feito e reforçar as capacidades dos negociadores africanos para

assegurarem melhores preços para os seus recursos naturais.

18. Ao concluir, apelou para a continuação do apoio ao trabalho de advocacia liderado pelo

Presidente do Painel de Alto Nível sobre os Fluxos Financeiros Ilícitos, Thabo Mbeki e

aguardava com expectativa debates frutíferos durante a presente Conferência dos Ministros.

19. Falando em nome das autoridades federais do seu país, o Sr. Nebebe deu as boas-vindas aos

delegados à reunião e destacou o desempenho notável em termos de crescimento económico de

África nos últimos anos e os desafios que o continente enfrenta e salientou a necessidade de se

explorar opções audazes e transformadoras para um crescimento económico sustentado e um

desenvolvimento inclusivo e sustentável. Enfatizou também a necessidade de aproveitar as

sinergias e complementaridades dos quadros de desenvolvimento mundiais e regionais de longo

prazo, a fim de facilitar a realização das aspirações do continente para a transformação

estrutural. Para esse efeito, era essencial que os países implementassem as duas agendas de

forma coerente e integrada.

20. Quanto ao modo como os países africanos podem implementar as agendas mundiais e

continentais e proceder ao seu acompanhamento, o Sr. Nebebe sublinhou a convergência

substancial entre a Agenda 2063 e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, visto

que esta última integrara muitas das aspirações de África reflectidas na sua posição comum

sobre a agenda de desenvolvimento pós-2015. Com o intuito de reduzir a sobrecarga sobre as

estruturas nacionais e assegurar processos de implementação, acompanhamento e avaliação

coerentes, apelou para a formulação de um quadro integrado de resultados que integra quer a

agenda continental, quer a mundial.

21. Falando da experiência da Etiópia em termos de inclusão e integração dos quadros mundiais e

regionais de desenvolvimento no seu plano nacional de desenvolvimento, frisou que o processo

exige consultas extensivas com um vasto leque de intervenientes, o reforço das capacidades em

matéria de formulação de políticas e estatísticas e a participação activa das instituições

subnacionais. Afirmou que a sua expectativa era de que a conferência proporcionasse

oportunidades para partilhar experiências, particularmente sobre a forma como a

sustentabilidade pode ser integrada nos planos nacionais de desenvolvimento, o que é vital para

o êxito da implementação das agendas mundiais e regionais de desenvolvimento.

22. Ao concluir, ressaltou que as deliberações na Conferência de Ministros têm uma influência

significativa nos esforços de África no sentido de assegurar uma abordagem integrada e coerente

para a implementação, acompanhamento e avaliação da Agenda 2063 e os Objectivos de

Desenvolvimento Sustentável. O seu país, a Etiópia, continua empenhado com a implementação

das duas agendas, uma vez que ambas têm um objectivo comum de mudar a vida de 1000

milhões de pessoas do continente.

II. Eleição da Mesa e adopção da agenda e do programa de trabalho [Agenda item 2]

23. Foram eleitos os países que se seguem pelo Comité para constituir a Mesa:

Presidente : África Austral – África do Sul

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Primeiro Vice-Presidente: África Central – República Democrática do Congo

Segundo Vice-Presidente: norte da África – [a definir]

Terceiro Vice-Presidente: África Ocidental-Costa do Marfim

Relator: África Oriental-Uganda

24. O Comité Conjunto adoptou a agenda que se segue baseada na agenda provisória que tinha sido

distribuída e emendada:

1. Abertura da reunião

2. Eleição da mesa e adopção da agenda e do programa de trabalho

3. Panorâmica dos recentes desenvolvimentos económicos e sociais em África

4. Avaliação dos avanços na integração regional em África

5. Apresentação sobre o tema das nonas reuniões anuais conjuntas: "Rumo a uma

Abordagem Integrada e Coerente para a Implementação, Acompanhamento e Avaliação

da Agenda 2063 e dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável

6. Questões seleccionadas de desenvolvimento social

7. Situação do desenvolvimento da estatística em África

8. Questões estatutárias da Comissão Económica para África

9. Questões estatutárias da União Africana

10. Data e tema da décima reunião anual conjunta

11. Outros assuntos

12. Análise e adopção do projecto de relatório da reunião do Comité de Peritos e análise e

recomendação para adopção das propostas de resolução

13. Encerramento da reunião

Parte Dois

Procedimento

III. Panorâmica da recente evolução económica e social em

África [ponto 3 da agenda]

A. Apresentação

25. A representante do secretariado forneceu uma visão geral dos recentes desenvolvimentos

económicos e sociais em África, destacando as principais mensagens do documento

E/ECA/COE/35/2AU/STC/ FMEPI / EXP / 2 (II). Apesar do abrandamento económico global, o

crescimento de África ainda foi relativamente forte e continuaria positivo no médio prazo,

impulsionado pela procura interna, a melhoria da gestão macroeconómica, o aumento da

despesa pública e a diversificação das relações comerciais e de investimento. Contudo, ainda

haviam riscos internos e externos, incluindo a fraca recuperação mundial, os preços baixos das

matérias-primas, a restritividade da política monetária nos Estados Unidos e na União Europeia,

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os choques climáticos e a instabilidade de segurança e política. África registou progresso

significativos em relação aos resultados sociais. Foram registadas melhorias em termos de

redução da pobreza, educação universal, a paridade do género, mortalidade de menores de 5 e

acesso à água potável, mas os progressos continuam a ser limitados. O número de pobres em

termos absolutos continuou a crescer, e foi observado apenas um decréscimo marginal do

desemprego, num contexto de crescimento populacional em idade activa. Entretanto, a rápida

urbanização ofereceu oportunidades para o crescimento e para transformação. Numa análise

prospectiva, África tinha feito enormes ganhos de crescimento económico. A região, pois,

necessárias políticas fiscais contra-cíclicas, o comércio intra-africano e integração e estratégias

para aproveitar urbanização e industrialização para o aumento de jovens.

B. Debate

26. Durante o debate que se seguiu, os peritos observaram que fortes instituições e organizações

financeiras continentais e sub-regionais foram essenciais para prestar apoio aos programas de

investimento. A este respeito, estratégias inovadoras para a mobilização de recursos internos

foram fundamentais, incluindo as reformas fiscais, recursos financeiros não utilizados, tais como

fundos de pensão, mercados de capitais e poupança. O potencial para os governos contraírem

empréstimos nos mercados internacionais foi também destacada. Foi observada a partilha de

experiências entre países em matéria de mobilização de recursos internos .

27. A ameaça da subida da inflação, em alguns países em 2016, para a estabilidade macroeconómica

e a necessidade de instrumentos políticos adequados foi salientada. Contudo, os países africanos

tinham conseguido gerir os riscos de inflação e resistido ao impacto dos choques económicos

globais relativamente bem. Podem portanto executar políticas anti-cíclicas sem o risco de

instabilidade macroeconómica. A harmonização da estabilização macroeconómica de curto

prazo com as estratégias de diversificação de longo prazo foi possível, com a combinação certa

de políticas.

28. A criação de emprego foi uma prioridade fundamental para a agenda de transformação de África

e foram necessárias novas abordagens para encarar tal desafio. A este respeito, a transferência de

tecnologia foi essencial para o desenvolvimento de empresas inovadoras tendo em vista a

criação de emprego, sobretudo no desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento de

competências e o investimento na pesquisa e desenvolvimento foram também necessários para

apoiar a industrialização assente em produtos de base, a agregação de valor e a realização da

Agenda 2063 e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Além disso, foi enfatizada

a necessidade urgente da transição da actividade económica e do emprego informal para o

formal, aproveitando as oportunidades existentes no sector informal.

29. Apesar de os peritos terem reconhecido os progressos feitos na promoção da agenda de

desenvolvimento do continente, sublinharam a necessidade de reformas estruturais internas para

optimizar os resultados do desenvolvimento tendo em conta a queda no preço dos produtos de

base e o espaço limitado em termos fiscais. A indústria de produtos de base também foi

importante no financiamento de outras indústrias e na criação de empregos.

30. Além disso, foi manifestada a preocupação que o relatório pareceu encorajar um maior enfoque

nos mercados tradicionais, embora a diversificação do mercado podia igualmente ser necessária.

No entanto, foi salientada que os mercados, tanto tradicionais como emergentes são importantes.

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Recomendações

31. Na sequência do debate, o Comité Conjunto formulou as seguintes recomendações:

(a) Tendo em conta o abrandamento económico e a dependência em produtos de base de África,

a região precisa de diversificar os seus sectores económicos e mercados e adoptar a combinação

adequada de políticas para que os países africanos possam suportar os efeitos da crise económica;

(b) Como o comércio intra-africano é mais propício para a industrialização, África precisa de

produzir mais bens de consumo e serviços para os mercados nacionais e regionais para reduzir a

dependência de importação;

(c) Há uma necessidade urgente de transitar da actividade económica e do emprego informal

para o formal, aproveitando as oportunidades existentes no sector informal através de políticas

adequadas, reformas estruturais e desenvolvimento de competências;

(d) As recomendações sobre a transformação estrutural devem levar em conta as experiências,

como as da América Latina na diversificação através de serviços;

(e) O modelo de desenvolvimento de África deve ser orientado de acordo com os contextos e as

prioridades nacionais;

(f) A mobilização de recursos internos deve ser a principal estratégia para financiar o

desenvolvimento de África de forma sustentável. Além disso, os parceiros de desenvolvimento

internacional devem ser encorajados a honrar os seus compromissos em matéria de Ajuda Pública

ao Desenvolvimento (APD).

IV. Avaliação do progresso registado na integração regional

em África [ponto 4 da agenda]

A. Apresentação

32. O representante do Secretariado apresentou o estado da integração regional aos níveis sub-

regional e continental, incluindo as principais realizações alcançadas pelas Comunidades

Económicas Regionais face aos passos previstos no Tratado de Abuja. Todas as Comunidades

Económicas Regionais envidaram esforços enormes na área de integração regional, embora a

marcha da integração tenha sido relativamente lenta. Não obstante as realizações alcançadas, a

implementação de integração regional continua a enfrentar desafios, tais como fracas infra-

estruturas, má governação, conflitos e insegurança, preocupações relativas à soberania, barreiras

ao comércio e à circulação de pessoas e sobreposição de filiações das comunidades económicas

regionais.

33. O representante apresentou igualmente as sinergias existentes entre os objectivos da Agenda

2063 e a Agenda 2030 relativa ao Desenvolvimento Sustentável e observou que os objectivos de

ambas as agendas complementam-se e que a sua concretização contribuiria de modo

significativo em prol da aceleração do processo de integração no continente africano. Chamou

atenção para os riscos da priorização da implementação da agenda mundial em detrimento das

agendas africanas, à semelhança do que sucedeu no passado. A adopção da Agenda 2063e da

Agenda 2030 criou novos desafios para as comunidades económicas regionais e países

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africanos. Assim, os países devem trabalhar com vista a harmonizar os seus planos estratégicos

e de desenvolvimento com a Agenda 2063 e os respectivos primeiros Planos de Implementação

Decenal com a Agenda 2030 sobre o Desenvolvimento Sustentável, bem como devem

mobilizar e alocar os recursos internos necessários para a sua implementação.

B. Debate

34. Durante o debate que se seguiu, notou-se que a marcha da integração em África era

relativamente lenta e que havia a necessidade de se acelerar o ritmo com vista à concretização

dos marcos estabelecidos no Tratado de Abuja. Os participantes notaram a necessidade da

criação de instituições fortes a nível do continente, destinadas a permitir que África implante a

sua agenda para o desenvolvimento.

35. Os Peritos foram informados sobre os desafios enfrentados por alguns países na aplicação da

Agenda 2063 e da Agenda 2030 a nível nacional. Uma avaliação da anterior agenda de

desenvolvimento em termos da implementação e lições colhidas pode ser crucial para a

implementação de ambas as agendas. Os Peritos notaram a necessidade de se implementar a

Agenda no contexto nacional, e que os países adoptem instrumentos e mecanismos específicos

com vista a integrar com êxitos. Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2063

nos respectivos planos nacionais de desenvolvimento. Recomendou-se que se conceba um

roteiro que vise facilitar a integração de ambas as agendas nos contextos nacionais.

36. Relativamente ao financiamento da agenda 2063, notou-se que a dependência do financiamento

dos parceiros constituía um grande impedimento à implementação dos planos de

desenvolvimento de África, conforme testemunharam as experiências anteriores. Apesar de

muitas iniciativas e soluções terem sido propostas, a falta de implementação constituía um

grande desafio. No entanto, constatou-se a necessidade de os países mobilizarem, a nível

interno, o financiamento necessário.

c. Recomendações

37. À luz do debate travado, o Comité formulou as seguintes recomendações:

(a) Os Estados-membros devem acelerar a operacionalização das três instituições financeiras

pan-africanas, nomeadamente o Banco Central Africano, o Fundo Monetário Africano e o

Banco de Investimento Africano, assinando e ratificando os respectivos estatutos constitutivos;

(b) Exortar os Estados-membros africanos no sentido de assumirem a titularidade das suas

agendas de desenvolvimento continental, entre outras estratégias, adoptando mecanismos de

financiamento alternativos e inovadores, incluindo a mobilização de recursos internos;

(c) A Comissão da União Africana e a Comissão Económica para África devem ser solicitados a

prestar assistência aos Estados-membros em matéria de concepção de um roteiro para a

implementação, a nível nacional, da Agenda 2063 e da Agenda 2030 relativa ao

Desenvolvimento Sustentável e de instituírem um quadro comum abrangente e harmonizado de

monitorização e avaliação para as duas agendas.

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V. Apresentação sobre o tema da nona reunião anual conjunta: rumo a uma

abordagem integrada e coerente para a implementação, monitorização e

avaliação da Agenda 2063 e dos Objectivos de Desenvolvimento

Sustentável [ponto 5 da agenda]

A. Apresentação

38. O representante do secretariado apresentou o projecto de nota conceptual elaborado para a

Conferência dos Ministros, E/ECA/COE/35/Inf/1-AU/STC/FMEPI/ EXP/Info.1(II), que incide

no contexto da Agenda 2063 e seus objectivos, bem como delineia os objectivos e áreas

temáticas que seriam analisadas pela Conferência dos Ministros. Salientou a necessidade de

harmonização, aproveitamento de sinergias, sensibilização e de uma abordagem de

desenvolvimento coerente para o processo de implementação da Agenda 2063 e da Agenda

2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

39. Um comité directivo composto de representantes da Comissão da União Africana, Agência de

Coordenação e Planificação da Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD),

CEA, Banco Africano de Desenvolvimento e do Simpósio Africano sobre o Desenvolvimento

de Estatísticas foi criado para orientar o processo de desenvolvimento de um quadro de

avaliação para o primeiro plano de implementação decenal da Agenda 2063 e elaborar relatórios

de progresso em relação à implementação para os órgãos deliberativos da União Africana.

40. Destacou a importância da convergência entre os dois quadros, particularmente porque havia

mais objectivos na Agenda 2063 (20) do que nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável

(17), que eram de particular relevância para África: A Agenda 2063 abarcava igualmente

questões culturais, políticas e de governação, para além dos problemas sociais, económicos e de

sustentabilidade abordados pelos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável. O trabalho de

integração dos quadros nos sistemas de planificação nacionais iniciou no quarto trimestre de

2015, com vista à sensibilização das instituições do Estado e dos cidadãos comuns, bem como

promover o envolvimento e apropriação da Agenda 2063, a fim de catalisar e sustentar o ímpeto

para a transformação.

41. A Comissão da União Africana, trabalhando em conjunto com a Agência da NEPAD e as

comunidades económicas regionais, e apoiada pela ECA e o Banco Africano de

Desenvolvimento, deu início ao processo de desenvolvimento de um sistema de monitorização e

avaliação destinado a alavancar os seus respectivos pontos fortes que iriam, por último,

melhorar as suas funções de forma individual e colectiva na implementação da Agenda 2063.

Para esse efeito, os Estados-membros, as comunidades económicas regionais e as agências de

implementação concordaram em adoptar uma plataforma unificada de implementação,

elaboração de relatórios e monitorização para a avaliação contínua dos resultados dos relatórios

de actividades relativos a ambas as agendas, de modo a evitar sobrecarregar os decisores

políticos. Na execução do primeiro plano de implementação decenal da Agenda 2063, África

estaria também a implementar a Agenda 2030.

42. Uma vez que financiar ambas as agendas exigiria recursos financeiros e não-financeiros

significativos, o representante chamou a atenção para a Agenda para Acção de Adis Abeba, que,

entre outros objectivos, apela para o estabelecimento de uma plataforma de infra-estruturas

destinada a coordenar os investimentos em infra-estruturas. Em conclusão, apelou para a

mobilização de recursos para facilitar a implementação das duas estruturas e suas metas

ambiciosas.

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B. Debate

43. No debate que se seguiu, os peritos reconheceram a necessidade de harmonizar a Agenda 2063 e

a Agenda 2030, e assegurar a sua implementação efectiva, a fim de incorporá-las nos quadros

nacionais. A harmonização das agendas iria evitar que se sobrecarregasse excessivamente os

recursos humanos e financeiros dos Estados-membros. Ao mesmo tempo, convém ter em conta

as especificidades do continente e as diferenças de contexto, dotação de recursos e prioridades

de desenvolvimento de cada país. Os Estados-membros solicitaram também o apoio técnico da

União Africana para compensar as sua capacidade inadequada para a implementação.

44. Os peritos sublinharam a necessidade de harmonizar a terminologia das duas agendas e alinhar

os seus objectivos, as áreas prioritárias, as metas e os indicadores a nível regional. Ressaltaram a

importância de mecanismos claros de monitorização, avaliação e elaboração de relatórios, que

iriam juntar as duas agendas e prioridades nacionais, conforme articulado nos quadros nacionais

de desenvolvimento e visões de médio a longo prazos. Nesse contexto, observaram que o

exercício actual de mapeamento realizado em relação à Agenda 2063 e à Agenda 2030 deve ser

estendido para alinhar o quadro harmonizado com as prioridades de desenvolvimento nacionais.

Um mecanismo de elaboração de relatórios claro foi reconhecido como sendo importante para

os países com vista a avaliar o progresso, partilhar experiências, aprender uns dos outros e

melhorar a implementação. Reconheceram que uma boa coordenação entre os diferentes

sectores nacionais era essencial para assegurar que a implementação, monitorização e avaliação

das duas agendas fossem realizadas de forma integrada.

45. Os peritos identificaram as limitações de financiamento como o impedimento principal para a

implementação efectiva das duas agendas a nível nacional. Nesse contexto, e em consonância

com a Agenda para Acção de Adis Abeba, emanada da Terceira Conferência Internacional sobre

o Financiamento do Desenvolvimento, enfatizaram a necessidade de reduzir a dependência de

recursos externos através da identificação de fontes alternativas de financiamento,

principalmente através do aumento dos esforços de mobilização de recursos internos. Nesse

contexto, apelaram para uma maior clareza sobre como tirar o máximo proveito dos

compromissos assumidos na Agenda para Acção de Adis Abeba, e salientaram a necessidade de

conter os fluxos financeiros ilícitos, que custam ao continente 50 mil milhões $EU a cada ano.

46. Os peritos identificaram também a falta de disponibilidade e má qualidade de dados e

estatísticas como restrições para a implementação das duas agendas, uma vez que dados de boa

qualidade e facilmente disponíveis são fundamentais para a definição de referências e avaliação

do progresso.

C. Recomendações

47. À luz do debate, o Comité Conjunto fez as seguintes recomendações:

(a) Os países devem tomar medidas para incorporar o quadro harmonizado nos seus próprios

sistemas de planificação do desenvolvimento e adaptá-lo aos contextos específicos dos seus

países;

(b) A Comissão da União Africana, com o apoio da CEA, da Agência da NEPAD, da Fundação

Africana de Recorço de Capacidades, do Banco de Desenvolvimento Africano, das

Comunidades Económicas Regionais, bem como de outros parceiros, devem harmonizar a

terminologia relacionada com os objectivos, áreas prioritárias, metas e indicadores nas duas

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agendas através do exercício de mapeamento. A nível continental, a Comissão da União

Africana e a CEA devem estabelecer uma plataforma unificada de monitorização, avaliação

e elaboração de comunicação para as agendas harmonizados, enquanto a nível nacional, os

países devem coordenar o seu processo integrado de comunicação;

(c) A Comissão da União Africana, com o apoio da CEA e do Banco de Desenvolvimento

Africano, deve continuar a prestar apoio aos Estados-membros e às Comunidades

Económicas Regionais na:

(i) Incorporação da Agenda 2063 e dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável nos

planos de desenvolvimento nacional e nos planos estratégicos das Comunidades

Económicas Regionais;

(ii) Adopção de uma abordagem integrada e coerente para a implementação,

monitorização e avaliação da Agenda 2063 e para os Objectivos de Desenvolvimento

Sustentável; e

(iii) Conclusão da concepção de um quadro de monitorização e avaliação que tenha em

conta a Agenda 2063 e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável;

(d) Devem ser tomadas medidas para limitar os fluxos financeiros ilícitos, incluindo o

investimento num sistema de informação financeira em África; reforçar o compromisso

político para lutar contra o problema dos fluxos financeiros ilícitos; aprofundar o

compromisso com os países receptores com vista a fazer face às práticas prejudiciais das

multinacionais, através da implementação das recomendações contidas no relatório do Painel

de Alto Nível sobre os Fluxos Financeiros Ilícitos a partir de África;

(e) As capacidades das instituições nacionais envolvidas na recolha de receitas, incluindo as

autoridades aduaneiras e fiscais, devem ser reforçadas para melhorar a mobilização de

recursos internos;

(f) Devem ser empreendidos esforços para racionalizar as despesas nacionais, e as poupanças

resultantes devem ser reorientadas para o desenvolvimento e manutenção das infra-

estruturas de boa qualidade necessárias para melhorar as capacidades produtivas no

continente;

(g) A capacidade dos sistemas nacionais de estatística deve ser reforçada para apoiar a

implementação, monitorização e avaliação efectiva das duas agendas.

VI. Questões seleccionadas de desenvolvimento social [ponto 6 da agenda]

A. Primeiro Programa Prioritário Quinquenal sobre Emprego, Erradicação da Pobreza e

Desenvolvimento Inclusivo

1. Apresentação

48. A representante do secretariado, apresentando o documento de base sobre a implementação do

Primeiro Programa Prioritário Quinquenal sobre Emprego, Erradicação da Pobreza e

Desenvolvimento Inclusivo, estabelecido no documento E/ECA/ COE/35/12-

AU/STC/FMEPI/EXP/12 (II), lembrou que os Estados-membros da União Africana haviam

adoptado, em 2015, a Declaração e o Plano de Acção para o Emprego, Erradicação da Pobreza e

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Desenvolvimento Inclusivo e o Programa Conjunto de Migração Laboral. O programa foi

implementado pela União Africana, a Organização Internacional do Trabalho, a Organização

Internacional para as Migrações e a Comissão Económica para a África, com a adesão recente

do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento.

49. O primeiro programa prioritário quinquenal sobre emprego, erradicação da pobreza e

desenvolvimento inclusivo cobriu os seis principais domínios prioritários da Declaração e do

Plano de Acção: liderança política, prestação de contas e boa governação; emprego dos jovens e

das mulheres; protecção social e produtividade para o crescimento sustentável e inclusivo; e

instituições do mercado de trabalho em bom funcionamento das instituições do mercado de

trabalho eficientes e inclusivas; migração laboral e integração económica regional; e parcerias e

mobilização de recursos.

50. O programa prioritário estava ligado à Agenda 2063 e à Agenda 2030 para o Desenvolvimento

Sustentável, através de um alinhamento de indicadores e metas. As Comunidades Económicas

Regionais e os Estados-membros tiveram um papel fundamental a desempenhar na adaptação do

Programa e incorporá-lo nos planos de desenvolvimento regionais e nacionais, em conformidade

com os indicadores e metas relacionados do primeiro plano de implementação decenal da

Agenda 2063, e com o processo associado para a incorporação de políticas continentais nos

quadros nacionais de desenvolvimento. A Comissão da União Africana, as Comunidades

Económicas Regionais e os Estados-membros deverão igualmente acordar em incorporar o

Programa nos planos de desenvolvimento regionais e nacionais até ao final de 2017.

2. Debate

51. No debate que se seguiu, os peritos observaram que o papel do Estado orientado pelo

desenvolvimento em África tinha enfraquecido. A protecção social não tinha sido devidamente

integrada e priorizada no planeamento do desenvolvimento nacional. Em particular, a segurança

social para os grupos vulneráveis, incluindo as pessoas com deficiência, terá de ser reforçada.

Nesse sentido, os peritos destacaram a importância do Estado “providência” na redução das

desigualdades através de melhores políticas de redistribuição, que devem ser aplicadas para

garantir emprego e rendimento decentes.

52. Os peritos também destacaram a necessidade de fundamentar políticas de desenvolvimento

social com dados fiáveis, nomeadamente nos domínios do emprego e da protecção social. Para o

efeito, a Comissão da União Africana estava a colaborar com os Estados-membros e parceiros

no sentido de reforçar os dados e as estatísticas do trabalho. Era absolutamente necessário

reflectir o sector informal nessas estatísticas, como responsável pela maior parte do emprego em

África.

53. Os programas educativos ainda não foram suficientemente alinhados com a necessidade dos

mercados laborais de África, uma área onde o papel dos governos nacionais foi sublinhada. Tal

foi especialmente crítico tendo em conta a estrutura da população jovem de África e a

necessidade de aproveitar os dividendos demográficos. Os Estados-membros devem investir na

melhoria das competências e das capacidades dos jovens, nomeadamente através da saúde e da

educação.

54. A experiência de alguns países em matéria de políticas e programas de protecção social, redução

da pobreza e emprego foi partilhada.

3. Recomendações

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55. À luz do debate, os Comité formularam as seguintes recomendações:

(a) Os Estados-membros devem prestar maior atenção na desigualdade e na discriminação como

fontes de pobreza no contexto das políticas de desenvolvimento social;

(b) Os Estados-membros devem reforçar a produtividade e as capacidades dos pobres, através de

medidas adequadas de protecção social e da criação de trabalho decente;

(c) Os Estados-membros devem melhorar os resultados educacionais e de conhecimento em

África, a fim de aproveitar o dividendo demográfico e assegurar um alinhamento das

competências com as necessidades das economias;

(d) Apesar dos desafios da disponibilidade de dados, os Estados-membros procurar integrar a

economia informal no planeamento do desenvolvimento nacional;

(e) As comunidades económicas regionais e a Comissão da União Africana devem concordar

sobre um roteiro para a incorporação do programa prioritário quinquenal no planeamento

nacional em 2017, em conformidade com o primeiro plano de implementação decenal da

Agenda 2063 e a Agenda 2030 para Desenvolvimento Sustentável;

(f) Cada Estado-membro deverá desenvolver e implementar políticas de emprego nacionais

abrangentes, apoiados por sistemas de informação eficazes sobre o mercado de trabalho,

instituições do mercado de trabalho inclusivo e a grande vontade política com financiamento

adequado.

B. Resposta ao desafio da migração internacional

1. Apresentação

56. A representante do secretariado delineou o contexto da migração em África, em conjunto com as

principais tendências associadas. Grande parte da migração de africanos estava ocorrer dentro

do continente, e o perfil dos migrantes se caracteriza cada vez mais por uma população jovem e

do sexo feminino. A população jovem de África constitui um grande potencial para o

desenvolvimento económico, porém o elevado desemprego juvenil pode igualmente ser uma

fonte de instabilidade social e política. As remessas, que representavam a maior fonte de entrada

de recursos externos depois do Investimento Directo Estrangeiro em África, aumentaram

fenomenalmente ao longo das últimas duas décadas.

57. África necessita urgentemente de conceber uma resposta comum à migração com base na sua

própria perspectiva e fazer face a alguns dos principais desafios, incluindo a pouca

disponibilidade de dados, a falta de estratégias de migração nacionais e a incoerência entre os

quadros e estratégias políticas regionais e sub-regionais. O apoio político dos Estados-membros

para reforçar o diálogo e a coordenação entre os principais intervenientes também foi

fundamental.

2. Debate

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58. No debate que se seguiu, os peritos concordaram que a migração apresentava oportunidades

consideráveis em África. No caso da migração intra-África, os governos precisam de avaliar e

tirar proveito das competências dos migrantes para os seus próprios programas de

desenvolvimento. As remessas também representaram uma fonte considerável de crescimento

económico e de financiamento para o desenvolvimento em África. No entanto, havia uma série

escassez de confiança e de dados estatísticos actualizados sobre a migração em África. As

remessas foram, em particular, amplamente subestimadas e monitorizadas de forma irregular.

59. Os peritos também destacaram os vínculos entre a migração, a insegurança e o terrorismo. Foi

igualmente assinalado que os países devem adoptar uma abordagem cautelosa e evitar a

excessiva prestação de segurança para a questão da migração. Os peritos enfatizaram a

importância de garantir os fluxos de migração segura e ordeira ordenada, dentro e fora de

África, no pleno respeito dos direitos e da dignidade dos migrantes. Isto se aplica a países de

origem, de destino e de trânsito.

60. Com vista a aproveitar a migração para o desenvolvimento de África, foi importante reforçar as

instituições e melhorar a estabilidade macroeconómica, de modo a restaurar a confiança e

incentivar os fluxos de remessas, bem como o investimento. Por conseguinte, África precisava

de intervenções mais coordenadas e respostas políticas em matéria de migração. A este respeito,

verificou-se que a região já tinha posto em prática estratégias continentais, incluindo o Programa

Conjunto de Migração do Trabalho, a Declaração sobre Migração da Cimeira da União

Africana, de Junho de 2015, e o Instituto Africano de Remessas. Foi necessário continuar a

explorar o que já existia e identificar as lacunas.

3. Recomendações

61. À luz do debate, destacando a questão crucial da abordagem das verdadeiras causas e a criação

de um ligação entre a migração e o desenvolvimento, o Comité formulou as seguintes

recomendações:

(a) Devem ser criadas bases de dados precisas para o registo dos fluxos e das competências

dos migrantes, incluindo a identificação dos padrões de migratórios tanto a nível

nacional como regional;

(b) A Comissão da União Africana, a Comissão Económica para África e as Comunidades

Económicas Regionais, devem estabelecer uma iniciativa continental e negociar, bem

como intervir em nome dos migrantes para protegê-los das rotas internacionais de risco;

(c) Os Estados-membros devem aproveitar o papel das remessas como fonte de crescimento

económico em África, através da criação de um ambiente institucional e de políticas

favoráveis para atrair a entrada de recursos e o investimento;

(d) A Comissão da União Africana, a Comissão Económica para África e as Comunidades

Económicas Regionais devem reforçar a sua coordenação em matéria de migração em

África;

(e) Os Estados-membros devem criar oportunidades económicas para os jovens em África, a

fim de reter as competências e limitar a migração insegura e irregular;

(f) A Comissão da União Africana e a Comissão Económica para África devem trabalhar

em conjunto no sentido de elaborar uma estratégia continental para abordar a questão da

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migração irregular, em colaboração com a comunidade internacional e no quadro das

responsabilidades comuns.

VII. Estado do desenvolvimento estatístico em África [Ponto 7 da Agenda]

A. Apresentação

62. O representante do Secretariado apresentou o relatório sobre o estado de desenvolvimento

estatístico em África, contido no documento E/ECA/COE/35/12-AU/STC/FMEPI/EXP/12(II),

que descreve o progresso alcançado até à presente data, os desafios enfrentados e as medidas

tomadas com intuito de solucionar esses desafios no futuro. Os países africanos haviam

adoptado a Agenda 2063 e juntaram-se a comunidade internacional na adopção da Agenda 2030

relativa ao Desenvolvimento Sustentável com vista a solucionar o problemas enfrentados pelo

continente e satisfazer adequadamente as necessidades e as aspirações dos seus cidadãos. No

sentido de rastrear o progresso alcançado na implementação dessas agendas, registou-se a

necessidade de dados estatísticos de qualidade equivalentes entre os países, acessíveis e

produzidos de modo atempado.

63. As contas nacionais são pertinentes a julgar pela sua habilidade de prestar apoio em matéria de

definição, implementação e monitorização das políticas de desenvolvimento económico e social.

Contudo, é evidente que muito poucos países africanos usaram a versão do Sistema de Contas

Nacionais referente à 2008 (SNA 2008). A Estratégia Africana sobre a implementação do

Sistema de Contas Nacionais referente à 2008 capacita a Comissão da União Africana, em

colaboração com a CEA, o Banco Africano para o Desenvolvimento e as Comunidades

Económicas Regionais, no sentido de mobilizar recursos financeiro e técnico para a

implementação eficaz do Sistema referente à 2008.

64. O representante observou que, nos últimos anos, a monitorização e a avaliação de vários

programas em África não tinha registado êxitos devido à falta de dados de confiança e

contínuos. No sentido de ultrapassar o défice de disponibilidade de dados estatísticos, o relatório

do Painel de Alto Nível sobre a Agenda de Desenvolvimento Pós – 2015 havia apelado por uma

revolução de dados a nível mundial, e, em particular, em África. A Conferência dos Chefes de

Estado e de Governo da União Africana havia adoptado duas decisões pertinentes que visavam o

reforço da produção de dados estatísticos de qualidade em África, nomeadamente a decisão do

estabelecimento do Instituto Pan-africano Nelson Mandela de Estatística (a ser sedeado em

Túnis) e a decisão sobre a criação do centro pan-africano de formação em estatística (a ser

sedeado em Yamoussoukro). Essas instituições servirão para fortalecer o progresso já alcançado,

em particular, nas seguintes áreas: registo civil e estatística vital, governação e paz e segurança,

estatística, contas nacionais e outras questões emergentes tais como a revolução de dados. Um

dos principais problemas enfrentados pelos sistemas nacionais de estatística em África, que

inibia a produção de estatística de qualidade foi a falta de financiamento suficiente. Durante a

sua reunião mais recente realizada em Março de 2016, o Comité de Directores-Gerais dos

Escritórios Nacionais de Estatística havia recomentado que os Estados Africanos alocassem

0.015 por cento dos seus orçamentos nacionais para o desenvolvimento de dados estatísticos.

B. Debate

65. No debate que se seguiu, os peritos concordaram que os dados estatísticos eram cruciais para o

desenvolvimento económico e social. Os dados estatísticos são necessários na implementação da

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Agenda 2063, por tanto, os Estados-membros devem continuar a defender o desenvolvimento da

estatística.

66. O registo civil era demasiadamente centralizado e desassociado dos dados locais. A maioria da

população Africana residia nas zonas rurais e os sistemas de registo civil precisava de os incluir.

A medida que a maioria dos actos de registo civil decorria com recurso ao suporte de papel. A

digitalização constitui um passo crucial em prol da preservação e da melhor gestão de dados. Os

países em situações de pós-conflito, encontravam-se numa situação, particularmente difícil

relativamente à realização de censo populacional. Em 2006, os Ministros das Finanças haviam

solicitado os estatísticos no sentido de apoiarem os países na realização dos seus censos.

67. O financiamento para o desenvolvimento de estatística tratava-se da questão mais pertinente a

nível da região. A soluções propostas que estavam a ser implementadas por parte de alguns

Estados-membros incluíam a criação de fundos nacionais para a estatística e centros de

formação. Os países precisavam de aumentar a sua prestação de financiamento as instituições de

estatística. Quer os usuários quer os beneficiários de dados, incluindo, as instituições de

estatística, devem participar na mobilização de recursos para as actividades relacionadas com a

estatística.

68. Relativamente à formação, notou-se que a retenção de técnicos superiores em estatística

constitui um desafio para muitos países. As instituições Pan-africanas devem providenciar

financiamento às escolas de formação e encorajar os governos no sentido de recrutarem, de

modo sistemático, e envidar esforços no sentido de retê-los. Os peritos abordaram o trabalho que

havia sido realizado pelas escolas de formação em estatística na Tunísia e na Côte d’Ivoire, bem

como a sua potencialidade no preenchimento de lacunas em matéria de formação e de

harmonização de dados em África. As escolas de formação tinham um papel a desempenhar na

identificação de novas áreas de produção de dados, tais como a boa governação, paz e

segurança, urbanização e o reassentamento humano.

69. Em relação as questões sobre as avaliações de estatística e da pobreza, notou-se que a estatística

era importante para avaliação da pobreza. A África precisava de ultrapassar a etapa de números,

de modo a seguir a abordagem mais participativa possível na planificação para o

desenvolvimento e a colecta de dados estatísticos. Os decisores políticos devem aplicar todos os

dados produzidos no decurso da planificação para o desenvolvimento.

70. É importante recorrer ao uso da tecnologia e da revolução de dados com vista a modernizar a

estatística em África. A União Africana deve conceber um quadro jurídico que visa

regulamentar em matéria de estatística e apoiar a sua harmonização em África como parte da

Agenda 2063. Existe um risco enorme de a África ser ultrapassada caso o continente não

aproveite a revolução de dados e deve igualmente identificar e definir a tecnologia requerida.

71. Relativamente à apropriação e soberania dos dados, deve-se atribuir preferência aos dados

nacionais ao invés dos dados produzidos pelas instituições internacionais, que geralmente

baseiam-se nas estimativas. Os países devem produzir e assumir a titularidade dos seus dados

nacionais. Nos casos em que isso não seja possível, as estimativas elaboradas pelas organizações

internacionais podem ser úteis.

72. No que toca as estatística sobre a economia e as contas nacionais, os peritos notaram a falta de

cooperação ou coordenação adequada entre os gabinetes nacionais de estatística, os ministérios

dos governos e os bancos centrais. Realçaram de igual modo que a criação de um mecanismo

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africano de revisão pelos pares em matéria de estatística seria um elemento pertinente do quadro

africano institucional em matéria de estatística.

C. Recomendações

73. À luz do debate, o Comité teceu as seguintes recomendações:

(a) A Comissão da União Africana, a CEA e o Banco Africano de Desenvolvimento devem

prestar apoio as instituições de formação em estatísticas nos seus esforços tendentes a treinar

um número suficiente de estatísticos para trabalharem nos sistemas nacionais de estatística;

(b) Os Governos africanos devem alocar no mínimo, 0,015 por cento, dos seus orçamentos

nacionais com vista a apoiar as actividades desenvolvidas pelos escritórios nacionais de

estatística;

(c) A Comissão da União Africana deve coordenar a criação de um fundo africano para a

estatística que será financiado através dos esforços de mobilização de recursos envidados

pela Comissão da União Africana, a CEA e o Banco Africano de Desenvolvimento;

(d) A Comissão da União Africana, a CEA e o Banco Africano de Desenvolvimento devem

conceber um mecanismo de coordenação abrangente que será implementado pelos países

africanos e as comunidades económicas regionais com vista a melhor gerir a produção e o

uso da estatística nacional a todos os níveis.

(e) Os Governos africanos devem continuar a tomar as medidas necessárias na criação de um

ambiente de trabalho propício que alicie e retenha os estatísticos nos sistemas nacional de

estatística;

(f) A Comissão da União Africana, em colaboração com os Governos da Tunísia e da Côte

d’Ivoire, deve tomar as medidas necessárias que visam garantir que o Instituto Pan-africano

Nelson Mandela de Estatística e o centro pan-africano de formação em estatística estejam

operacionais até Junho de 2016, conforme acordado pelo Comité de Directores Gerais dos

Gabinetes Nacionais de Estatística em Março de 2016.

(g) A Comissão da União Africana, a CEA e o Banco Africano para o Desenvolvimento devem

conceber uma estratégia que visa promover a inovação e o uso da tecnologia no sentido de

melhorar a qualidade da estatística produzida pelos sistemas nacionais de estatística.

VIII. Questões estatutárias da Comissão Económica para África [Ponto 8 da Agenda]

A. Apresentação

74. Os representantes do secretariado apresentaram os documentos abaixo indicados relativos ao

ponto de agenda: o relatório bienal sobre o trabalho da Comissão para 2014-2015

(E/ECA/COE/35/9-AU/STC/FMEPI/EXP/9 (II)) e o segundo inquérito anual dos pareceres dos

parceiros em relação ao trabalho da CEA; o quadro estratégico da CEA para 2018-2019

(E/ECA/COE/35/5-AU/STC/FMEPI/EXP/5 (II)); os seguintes relatórios dos órgãos subsidiários

da CEA: o relatório intercalar sobre o trabalho do IDEP

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(E/ECA/COE/35/7AU/STC/FMEPI/EXP7 (II)), o relatório da primeira sessão do Comité do

Género e de Desenvolvimento Social (E/ECA/COE/35/16-AU/STC/FMEPI/EXP/16(II)), o

relatório da nona sessão do Comité de Cooperação e Integração Regional (E/ECA/COE/35/17-

AU/STC/FMEPI/EXP/17 (II)), o relatório da nona sessão do Comité de Desenvolvimento

Sustentável (E/ECA/COE/35/10-AU/ STC/FMEPI/EXP/10( II)), e os relatórios das reuniões do

comité intergovernamental de peritos; e, por último, o relatório sobre o apoio do conjunto do

sistema das Nações Unidas para a União Africana e o seu programa da NEPAD

(E/ECA/COE/35/6-AU/STC/FMEPI/EXP/6(II)).

75. Na apresentação do relatório bienal da CEA 2014-2015, a representante do secretariado

enfatizou as medidas tomadas pela CEA durante o último biénio, para a sua transformação num

grupo de reflexão de referência, a fim de melhorar a sua capacidade de influenciar as prioridades

e os programas dos parceiros-chave que trabalham nas questões políticas de desenvolvimento de

África; para capacitar África de modo a que possa apresentar a sua própria narrativa; e para

orientar a transformação estrutural de África com base nas suas próprias prioridades. Esses

esforços giram em torno de quatro prioridades estratégicas, nomeadamente: alcançar influência

política em prol da agenda de transformação de África; ganhar uma maior confiança e

credibilidade através da produção de alta qualidade, de estudos de políticas ajustadas e assentes

em evidências, bem como da difusão de conhecimento; reforçar os mecanismos de prestação de

contas e o aprofundamento da cultura da aprendizagem em todos as vertentes de trabalho; e

reforçar a eficácia operacional. Foram delineados os principais resultados nos nove

subprogramas do orçamento do programa para 2014-2015, fornecendo evidências das metas

alcançadas em matéria de influência política, credibilidade das intervenções da CEA em relação

à geração e difusão de conhecimentos, prestação de contas e aprendizagem, bem como eficácia

operacional.

76. Foi feita uma descrição sobre as acções de acompanhamento em todas as decisões e resoluções

da Conferência de Ministros nas suas oito reuniões conjuntas, em 2015, nomeadamente o

trabalho feito pela CEA para apoiar a Comissão da União Africana na integração da Agenda

2063 e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável; para apoiar as consultas com os

27 países africanos sobre a integração da Agenda 2063 nos planos estratégicos e de

desenvolvimento nacionais; para desenvolver quadros harmonizados de monitorização e

avaliação e de reporte; e para prestar assistência aos Estados-membros na coordenação das

consultas regionais que antecedem os principais fóruns mundiais e regionais sobre questões

como o financiamento para o desenvolvimento, as alterações climáticas, o desenvolvimento

sustentável e a revolução de dados.

77. Para concluir a sua exposição sobre as actividades da CEA, a representante observou que as

conclusões do segundo inquérito anual dos pareceres dos parceiros em relação ao trabalho da

CEA foram positivas, de um modo geral, indicando que a CEA era um parceiro fiável, com

amplo conhecimento e experiência sobre as questões de desenvolvimento em África. O inquérito

indicou igualmente que o estudo de viabilidade da CEA estava em condições de abordar a

agenda de transformação do continente; que estava efectivamente a desenvolver parcerias em

torno de iniciativas concretas na pesquisa e na difusão de conhecimento; que a sua difusão de

conhecimento era altamente sensível ao contexto, e relevante; e que o seu compromisso político

foi consistentemente de alta qualidade. Os inquiridos também sugeriram algumas áreas carentes

de melhoria, incluindo a necessidade de melhorar a comunicação e reforçar a visibilidade;

aprofundar as parcerias com organizações da sociedade civil e o sector privado; melhorar as

capacidades através de parcerias nacionais, e reforçar o planeamento e a elaboração de relatórios

sobre os fundos extra-orçamentais.

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78. Em seguida, a representante analisou o quadro estratégico da CEA para 2018-2019, enfatizando

que este baseava-se nos sucessos e nas lições aprendidas do biénio precedente e falou sobre as

novas prioridades, tais como a Agenda 2063 e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento

Sustentável, o financiamento para o desenvolvimento, as alterações climáticas e migração. No

âmbito do quadro estratégico, o trabalho da CEA foi organizado em torno de nove subprogramas

interdependentes e complementares.

79. Ao apresentar o relatório de actividades sobre o trabalho do IDEP, a representante do

secretariado salientou que, enquanto componente de formação da CEA, o programa do IDEP foi

consistente e teve como base as prioridades de África, incluindo o desenvolvimento sustentável,

o financiamento para o desenvolvimento, a economia verde, o comércio intra-africano, e a

migração para o desenvolvimento. Também destacou a importância do desenvolvimento de

capacidades, em particular no contexto dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e da

Agenda 2063. A representante descreve as várias actividades, diálogos, seminários e cursos

oferecidos pelo IDEP, alguns dos quais foram adaptados, enquanto outros foram oferecidos em

colaboração com os parceiros, e o Instituto também lançou um programa de aprendizagem via

Internet. Em 2015, cerca de 600 cursos foram oferecidos e 33 por cento dos beneficiários foram

mulheres. O IDEP também ofereceu um programa de mestrado, e os seus cursos foram

ministrados em Inglês, Francês e Árabe. Para além de Dakar, onde o instituto está sediado,

foram igualmente oferecidos cursos em outros países africanos. O IDEP precisava de melhorar

tanto a sua capacidade humana como os seus recursos financeiros para atender à crescente

procura pelos seus cursos. Os Estados-membros foram, portanto, convidados a pagar as suas

contribuições regularmente e, se for esse o caso, a liquidar as respectivas contribuições em

atraso.

80. Posteriormente, durante as apresentações ligadas ao tema, a representante do secretariado

afirmou que foi solicitada às cinco sub-regiões africanas a apresentação de candidaturas para

membro do Conselho de Administração do Instituto e o Conselho de Direcção propôs revisões

dos Estatutos do IDEP, na sua quinquagésima terceira e quinquagésima quarta reuniões. Um vez

concluídas as nomeações, o projecto de estatutos revisto seria apresentado para aprovação da

Conferência de Ministros nas actuais reuniões conjuntas.

81. Ao presentar o relatório da primeira sessão do Comité do Género e de Desenvolvimento Social,

a representante do secretariado observou que o Comité tinha sido formado através de uma fusão

do Comité da Mulher no Desenvolvimento, no âmbito do subprograma 6 e do Comité de

Desenvolvimento Humano e Social no âmbito do subprograma 9. O novo comité teve por

mandato fornecer orientação especializada para a CEA no âmbito do seu trabalho sobre género e

desenvolvimento social, em áreas como a igualdade do género e empoderamento da mulher;

população e juventude; emprego e protecção social; e urbanização. Em particular, considerou

igualmente os índices desenvolvidos pela Comissão, nomeadamente, o índice africano do género

e desenvolvimento e o índice africano de desenvolvimento social.

82. O relatório da nona sessão do Comité de Cooperação e Integração Regional, sob o tema

“reforçar a integração produtiva para a transformação de África”, analisou os progressos feitos

nas seguintes áreas: avaliação e monitorização dos progressos da integração; desempenho do

comércio internacional e intra-africano; estatuto da segurança alimentar em África;

desenvolvimento e promoção estratégica da cadeia de valor dos produtos agrícolas e alimentares

a nível regional; e desenvolvimento de infra-estruturas em África. O Comité adoptou

recomendações sobre questões como a necessidade de desenvolvimento do capital humano para

optimizar a inovação; o lento processo de integração na África Central; o princípio orientador da

Comissão da União Africana sobre o investimento em terra em grande escala, incluindo a meta

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fixada de 30 por cento das terras documentadas pertencerem às mulheres até 2025; e equilíbrio

entre a melhoria da produtividade agrícola e o ambiente.

83. No que diz respeito ao relatório sobre a nona sessão do Comité de Desenvolvimento

Sustentável, a representante do secretariado analisou as recomendações do Comité em áreas

como os pequenos Estados insulares em desenvolvimento, novas tecnologias e inovação,

economia verde e recursos naturais, desenvolvimento de recursos minerais, alterações climáticas

e desenvolvimento, bem como a composição do seu gabinete. Essas recomendações seriam

adoptadas pelo Fórum Regional Africano sobre o Desenvolvimento Sustentável na sua reunião

de Maio de 2016. Ao chamar a atenção do programa sobre inovações, tecnologias e gestão dos

recursos naturais de África, a representante explicou que o programa tinha a preocupado em

avançar no sentido da transição para uma economia de baixo carbono e já estavam em curso

trabalhos com vista a uma nova fórmula para o alinhamento do crescimento e do

desenvolvimento. Também sublinhou a importância de implementar a estratégia pós-2015 da

Cimeira Mundial sobre a Sociedade de Informação, que contribuirá para o alcance das metas dos

Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2063.

84. Ao apresentar os relatórios das reuniões dos comités intergovernamentais de peritos, o

representante do secretariado explicou que os cinco escritórios sub-regionais da CEA tinham

realizado as suas respectivas sessões anuais durante os meses de Fevereiro e de Março de 2016 e

tinham chegado a acordo em torno de uma série de recomendações em três categorias,

nomeadamente: recomendações relativas à Agenda 2063 e aos Objectivos de Desenvolvimento

Sustentável; recomendações relacionadas com os perfis da CEA dos países; e recomendações

sobre a revisão dos comités intergovernamentais de peritos e de outros órgãos subsidiários da

Comissão. Durante as reuniões, os peritos também tinham deliberado acerca do ambiente

macroeconómico nas diversas sub-regiões, acerca dos perfis dos países elaborados pela CEA e

questões estatutárias referentes aos seus programas de trabalho. Um ponto importante da agenda

foi a reforma da arquitectura do Comité Intergovernamental, no tocante à periodicidade das

reuniões, às agendas e à sua interligação com a Conferência dos Ministros. A maioria dos

Estados-membros foi de opinião que a CEA deve prosseguir com a reforma, com vista a

assegurar um melhor alinhamento e coerência com a Conferência dos Ministros e os outros

órgãos estatutários da CEA.

85. Ao apresentar o relatório sobre o apoio das Nações Unidas para a União Africana e o seu

programa NEPAD, a representante do secretariado salientou diversas áreas onde a CEA tinha

prestado o referido apoio, designadamente na harmonização dos quadros de política, legais e

regulamentares no intuito de aumentar a participação do sector privado no financiamento de

projectos transfronteiriços de infra-estruturas em África; contribuição para a articulação da

Agenda 2063; o desenvolvimento da parceria das Nações Unidas-União Africana relativa à

integração de África e a agenda de desenvolvimento para 2017-2027; advocacia global para

aumentar a mobilização de recursos internos; e as negociações em torno da zona continental de

comércio livre. Ao destacar o papel do Mecanismo de Coordenação Regional para a África

(MCR-África) na prestação do apoio das Nações Unidas, a representante afirmou que a CEA

tinha também prestado apoio técnico à NEPAD e, juntamente com o PNUD, ao Mecanismo

Africano de Avaliação pelos Pares. Nesse contexto, frisou que o MCR-África enfrentava

dificuldades graves em termos financeiros e de recursos financeiros e humanos, dada à falta de

um orçamento específico e o tamanho reduzido do seu corpo de pessoal, assim como os desafios

relacionados com a comunicação insuficiente e a falta de cooperação regular no interior e entre

os clusters. Assim sendo, a disponibilidade de recursos sustentáveis era indispensável para o

funcionamento eficaz do MCR-África.

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B. Debate

86. O debate que se seguiu girou em torno de questões relacionadas com o desenvolvimento do

capital humano, da infra-estrutura financeira, da integração dos programas de desenvolvimento

globais e continentais a nível nacional, dos constrangimentos à integração regional e das

negociações de contractos relacionados com os recursos naturais de África.

87. Os peritos ressaltaram a necessidade de a CEA, no seu quadro estratégico 2018 2019, dedicar

mais atenção à infra-estrutura humana e financeira, tendo referido que o trabalho da Comissão

nessas áreas não foi suficientemente evidenciado no seu relatório bienal de 2014-2015. A CEA

deve apostar mais fortemente no desenvolvimento do capital humano e na mobilização de

recursos na concepção das suas reformas, políticas e formação. Em relação às iniciativas

engendradas pela CEA relacionadas com a infra-estrutura humana e financeira, os peritos

confirmaram que essas questões não tinham sido devidamente reflectidas nos três pilares –

económico, social e ambiental – que constituíram a base do quadro de 2018 2019 e passaram em

revista exemplos do trabalho da Comissão em matéria de capital humano, nomeadamente o

Índice de Desenvolvimento Social de África, o Índice Africano do Género e Desenvolvimento e

o seu trabalho sobre as competências e emprego. Os peritos referiram também que o mandato

principal do IDEP era apoiar o desenvolvimento da capacidade humana no continente através da

prestação de formação numa ampla gama de áreas prioritárias.

88. Ao sublinhar a importância de se integrar a Agenda 2063 e a Agenda 2030 para o

Desenvolvimento Sustentável nos seus planos nacionais de desenvolvimento, os peritos

salientaram a necessidade de prestar apoio para esse fim. Foi referido que a CEA prestou apoio

em termos de capacitação adaptado às necessidades dos Estados-membros através de cursos

fornecidos pelo IDEP em matéria de planificação de desenvolvimento e transformação estrutural

dos países africanos. A CEA prestou também aos Estados-membros serviços de assessoria em

função das suas necessidades, mediante solicitação. Além disso, a CEA produz perfis dos países

que apresentam uma imagem geral sobre o desenvolvimento social e económico dos Estados

Membros. Os vários índices podem também ser utilizados para conceber, implementar,

acompanhar e avaliar políticas e planos nacionais.

89. A lentidão do processo de integração regional na África Central foi atribuída a factores como as

semelhanças das commodities dos países da sub-região, a concentração nas principais

commodities e a falta de uma política regional de industrialização. A integração regional estava

também a ser impedida por factores como a fraca infra-estrutura de transporte, a falta de dados

fiáveis e à falta de apoio às políticas comerciais dos países com uma análise dos padrões do

comércio na sub-região. Por conseguinte, acelerar o ritmo da integração regional na África

Central exige uma abordagem abrangente com dimensões macroeconómicas, do comércio e das

infra-estruturas. Alegou-se também que embora seja importante um quadro de acompanhamento

e de avaliação não devia ser a única exigência para acelerar a integração regional.

90. Relativamente à gestão dos recursos naturais de África, os peritos realçaram os problemas com

as negociações dos contractos e com os fluxos financeiros ilícitos nas indústrias extractivas,

tendo chamado a atenção em relação ao trabalho do Painel de Alto Nível sobre os Fluxos

Financeiros Ilícitos de África nesse sentido e também fizeram referência aos cursos ministrados

pelo IDEP nesse domínio. Ao tomar nota dos problemas vividos pelos países com indústrias

mineiras, os peritos solicitaram o apoio da União Africana na formação de engenheiros e na

elaboração de códigos mineiros. A CEA estava a trabalhar com os países africanos na

negociação de contractos e sensibilizando-os sobre questões relacionadas com a governação no

sector mineiro.

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91. Na sequência de questões relativas às modalidades de participação dos Estados-membros no

Conselho de Direcção do IDEP, foram prestados vários esclarecimentos, adiantando inclusive

que tinham decorrido consultas iniciais pela Mesa Regional da Conferência dos Ministros de

2015, que tinha sido responsável pela coordenação do processo de nomeação com os

representantes das cinco sub-regiões, afirmando que a adesão ao Conselho pelos Estados-

membros individuais era voluntária e que apenas dois países de cada sub-região podem estar

representados no Conselho numa determinada altura. Em seguida os peritos foram informados

sobre o estado das nomeações até ao momento, que são: a África Central tinha nomeado o

Gabão e a Guiné Equatorial; a África Oriental não tinha designado nenhum país; a África do

Norte tinha indicado Marrocos e o Sudão; A África Austral não tinha indicado qualquer país; e a

África Ocidental nomeou o Gana, havendo ainda um país por nomear.

92. Os participantes elogiaram a CEA pelos feitos no biénio 2014-2015 e pela elaboração do quadro

estratégico 2018 – 2019, que foi aprovado.

C. Recomendação:

93. À luz do debate, o Comité Conjunto formulou as seguintes recomendações:

(a) A Comissão Económica para África, em colaboração com a Comissão da União Africana e a

CEA devem prestar apoio técnico aos Estados-membros em matéria de integração da

Agenda 2063 e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável nos planos nacionais

de desenvolvimento, tendo em consideração as experiências e as lições tiradas nesta área,

devem prestar assistência técnica para a implementação;

(b) A Comissão Económica para África, em colaboração com a Comissão da União Africana e a

CEA, devem fazer recurso ao quadro integrado de resultados, como base para produzir um

relatório anual sobre os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável a fim de acompanhar os

avanços na Agenda 2063 e na Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável, que será

acompanhado com informações sobre a situação do ecossistema de dados;

(c) Os Estados-membros e as comunidades económicas regionais devem adoptar uma

abordagem integral com vista a acelerar a integração regional, com dimensões

macroeconómicas, comerciais e infra-estruturais, entre outras;

(d) O Fórum Regional Africano sobre Desenvolvimento Sustentável apoiado pela CEA, pela

Comissão da União Africana e pelos fundos e programas competentes das Nações Unidas

devem fomentar a integração das três dimensões do desenvolvimento sustentável e promover

a coordenação e a coerência, a aprendizagem e partilha das melhores práticas dentro do

sistema de desenvolvimento das Nações Unidas, bem como com os demais fóruns e

organizações regionais e sub-regionais;

(e) A Comissão Económica para África, em colaboração com a Comissão da União Africana e a

CEA, deve melhorar a produção de dados e estudos referentes à migração e realizar estudos,

utilizando os dados mais recentes para determinar a natureza e os padrões dos fluxos

migratórios internacionais em África, avaliar o impacto da migração qualificada para os

países de origem e de destino, as implicações a longo prazo dos fluxos de remessas para o

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desenvolvimento e ajudar os Estados-membros a integrarem a migração nos planos e

estratégias nacionais de desenvolvimento;

(f) A Comissão Económica para África deve tomar todas as medidas necessárias para organizar,

anualmente, uma avaliação regional Africana dos avanços na implementação dos resultados

da Cimeira Mundial sobre a Sociedade da Informação para apoiar a Agenda de 2030 para o

Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2063;

(g) A Comissão Económica para África, em colaboração com a União Africana, deve prestar

assistência aos Estados-membros na gestão dos seus recursos naturais, apoiando a formação

de engenheiros e a elaboração de códigos mineiros e o reforço das capacidades de

negociação de contractos;

(h) A Conferência dos Ministros, nas suas nonas reuniões conjuntas, deve aprovar o projecto de

estatuto revisto do IDEP;

(i) A Comissão Económica para África deve incrementar o seu trabalho sobre o

desenvolvimento humano e mobilização de recursos para a implementação dos programas de

desenvolvimento;

IX. Questões Estatutárias da Comissão da União Africana [ponto 9 da agenda]

A. Apresentações

94. O representante do secretariado apresentaram as questões estatutárias da Comissão da União

Africana, conforme o descrito abaixo. A primeira apresentação foi sobre a estratégia conjunta da

Comissão da União Africana e da Associação dos Bancos Centrais Africanos sobre o

estabelecimento do Banco Central Africano, conforme definido no documento E/ECA/COE/35/13

AU/STC/FMEPI/EXP/13(II). Explicou que a estratégia conjunta da Comissão da União Africana e da

Associação dos Bancos Centrais propõe uma abordagem para estabelecer um banco central africano com

base na cumprimento das condições prévias a nível regional, a fim de criar uma união económica e

monetária continental, sólida e sustentável. Resumiu as propostas feitas do roteiro e das recomendações

definidas na estratégia.

95. Ao apresentar a Declaração de Acra do Quarto Congresso de Economistas Africanos, conforme

definido E/ECA/COE/35/14/AU/STC/FMEPI/EXP/14(II), o representante do secretariado sublinhou que

o tema do Congresso, “política industrial e desempenho económico em África”, está em conformidade

com as aspirações da Agenda 2063. O Congresso serviu de plataforma valiosa para os jovens

economistas africanos no continente e na diáspora, de modo a permitir-lhes aproveitar os seus potenciais

e reforçar as suas capacidades, através de debates com os economistas e decisores políticos africanos. O

principal objectivo foi promover a investigação económica entre os economistas africanos, a fim de

equipar o continente com capacidades de investigação necessárias para a sua transformação estrutural. Os

participantes no Congresso tinham recomendado que África deve seguir uma via industrial sustentável

em termos ambientais, através da transição gradual para o crescimento ecológico.

96. Ao apresentar o projecto de estatuto do Instituto Africano para as Remessas, [QUEIRA

PROVIDENCIAR O SÍMBOLO DO DOCUMENTO] o representante do secretariado explicou

que os estatutos definiram os objectivos, as funções e as actividades, a governação e a gestão,

bem como as operações do Instituto. O Governo do Quénia (país anfitrião) e a Comissão

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Europeia, juntamente com os outros parceiros de desenvolvimento, já estavam a prestar

assistência financeira para o Instituto.

97. Relativamente ao projecto de código pan-africano de investimento, conforme definido no

documento E/ECA/COE/35/18-AU/STC/FMEPI/EXP/18(II), o representante do secretariado recordou

que, na sua terceira reunião realizada em Abidjan, nos dias 22 e 23 de Maio de 2008, a Conferência dos

Ministros Africanos de Integração tinha solicitado à Comissão da União Africana que desenvolvesse um

código de investimento abrangente para África com vista a promover a participação do sector privado.

As dimensões nacionais, regionais e continentais tinham sido tomadas em consideração para criar um

ambiente jurídico favorável para promover o fluxo de investimentos em África, facilitando o comércio

intra-africano e promovendo o investimento transfronteiriço. Foram realizadas várias reuniões

consultivas com os peritos dos Estados-membros da União Africana, porem ainda não se chegou a um

consenso que permitam determinar se o código deve substituir as leis nacionais de investimento.

98. Ao apresentar o projecto de documento de síntese sobre a criação do centro de excelência de mercados

africanos inclusivos, conforme definido no documento E/ECA/COE/35/19-AU/STC/FMEPI/EXP/19(II),

o representante do secretariado realçou a necessidade de os países africanos promoverem a integração

económica regional, em particular através das cadeias de valor regionais, incluindo o desenvolvimento de

mercados e empresas, que gerarão emprego e rendimento e reduzirão a pobreza em África. Observou

que, a fim de conciliar o forte crescimento com a redução da pobreza e da desigualdade, os mercados em

que interagem os pobres e os vulneráveis interagem deve ser mais inclusivo. Os mercados inclusivos

foram definidos como mercados que resultaram na escolha alargada e da oportunidade para os pobres e

produziu resultados que beneficiaram os pobres. O trabalho do centro tinha como resultado esperado a

melhoria da capacidade da União Africana e das suas instituições relevantes para apoiar a transformação

económica em África através de mercados inclusivos.

99. Ao apresentar o relatório da reunião anual dos Directores Gerais dos Gabinetes Nacionais de

Estatística dos países africanos, realizada em Libreville, de 26 a 28 de Novembro de 2015,

subordinado ao tema “Revolução de dados, os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e

Agenda 2063”, o representante do secretariado explicou que os principais objectivos da reunião

foi analisar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2063, fazer um balanço

dos grupos técnicos especializados da estratégia para a harmonização das estatísticas em África,

trocar experiências e as boas práticas, bem como discutir os mecanismos para a coordenação das

actividades em curso.

100. Ao apresentar o relatório da sétima reunião do Subcomité dos Directores Gerais das

Alfândegas da União Africana, realizada em Kinshasa, nos dias 24 e 25 de Setembro de 2015, o

representante do secretariado lembrou que a reunião analisou a implementação do conceito de

balcão único em África, coordenou a gestão fronteiriça, interligou os sistemas de

desalfandegamento e um fórum da União Africana de facilitação do comércio e das actividades

aduaneiras, que podia ser utilizado para facilitar e legitimar o comércio, proteger a sociedade e e

recolher as receitas governamentais e os dados estatísticos.

101. Relativamente à questão do financiamento da protecção social em África, o representante do

secretariado realçou a importância das medidas de protecção social financiada pelo Estado para

os grupos vulneráveis, como forma de dar resposta às desigualdades sociais em África. Tais

medidas, como as transferências monetárias, o acesso aos cuidados de saúde e ao ensino,

emprego, programas de obras públicas e programas de alimentação, iriam ajudar a alcançar as

metas de protecção social e segurança social definidas no primeiro plano de implementação

decenal da Agenda 2063.

102. Em relação à questão dos direitos e do empoderamento da mulher, o representante do

secretariado descreveu o papel dos mercados de capital na mobilização dos recursos internos

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para a Agenda 2063 e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável através da liderança da

mulher. Esses mercados devem ser simplificados e podiam aproveitar os regimes de crédito

local para as mulheres. Foi necessário ter quadros de políticas macroeconómicas que favorecem

a inclusão do género, programas sensíveis ao género, resultados inclusivos e equitativos e metas

e indicadores sensíveis ao género para a monitorização e avaliação. Para alcançar a Agenda

2063 e concretizar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável até 2063, pequenas iniciativas

de geração de rendimento devem evoluir para a criação de oportunidades para as mulheres.

103. O Secretário Geral da União Postal Pan-Africana apresentou, em nome da Comissão da

União Africana, o Relatório sobre a elaboração das directrizes sobre os sistemas de endereço e

codificação em África e o relatório do projecto de electrificação e conectividade dos serviços

postais nas zonas rurais de África, um projecto conjunto entre a Comissão da União Africana, a

União Postal Pan-Africana e a União Postal Universal.

B. Debate

No debate que se seguiu das questões estatutárias apresentadas pela Comissão da União Africana, os

peritos levantaram preocupações sobre o lento processo de ratificação dos instrumentos jurídicos

que estabelecem as instituições financeiras pan-africanas, nomeadamente, um banco central

africano, um banco de investimento africano e um fundo monetário africano. Essas instituições

iriam catalisar o potencial de desenvolvimento dos Estados-membros, proporcionando recursos

internos.

104. Além disso, seria necessário flexibilidade nos critérios de convergência macroeconómica

para ajudar os países a avançar na integração monetária. Os peritos concordaram que os países

que estavam prontos para avançar no estabelecimento das instituições financeiras africanas

devem ser autorizados a fazê-lo.

105. Os peritos chamaram a atenção para a contribuição do sector agrícola na promoção da

transformação económica e estrutural de África. As prioridades para alcançar o crescimento

ecológico compreendeu a criação de resiliência a choques climáticos, fornecendo infra-

estruturas sustentáveis, criando serviços de ecossistema e fazendo uso eficiente e sustentável dos

recursos naturais (principalmente a água). Os peritos também discutiram a estratégia de

comunicação do Congresso, com vista a garantir uma maior participação dos jovens

economistas africanos através das suas respectivas instituições de investigação.

106. Em relação ao projecto de estatutos do Instituto Africano de Remessas, os peritos

levantaram preocupações de que os Estados-membros não tinham tiveram o tempo suficiente

para completamente para estudar e analisar o projecto de estatutos e suas respectivas

implicações jurídicas e financeiras e para poderem contribuir significativamente. Em relação à

questão do compromisso financeiro, foi esclarecido que o Instituto já tinha sido estabelecido

como um escritório técnico de especialização da Comissão da União Africana e seria tratado

como qualquer outro órgão da União Africana. Os peritos solicitaram um prazo adicional para

posterior revisão do projecto de estatutos.

107. Os peritos louvaram a Comissão da União Africana pelos seus esforços para promover o

investimento em África através de iniciativas como o projecto de código de investimento pan-

africano, que foi concebido para promover o investimento, criar empregos e garantir a

erradicação da pobreza. Os participantes discutiram as seis opções recomendadas pelos peritos

em assuntos jurídicos na sua reunião em Lusaca, realizada de 30 de Novembro a 02 de

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Dezembro de 2015, e manifestaram a necessidade de a Conferência Ministerial de Ministros

decidir sobre a natureza jurídica do código.

108. Os peritos felicitaram a Comissão da União Africana em relação à sua iniciativa para a

criação de um centro de excelência africano de mercados inclusivos, que iria apoiar o

crescimento inclusivo e contribuir para a erradicação da pobreza em África. Observaram a

necessidade de ter em conta os objectivos da Agenda 2063 e da Agenda 2030 para o

Desenvolvimento Sustentável e, nesse contexto, incluir aspectos da economia verde e seu

potencial para a criação de emprego. Também observaram que era importante racionalizar a

criação de novas instituições e centros, a fim de evitar a duplicação de esforços.

109. Os Peritos destacaram a importância de estatísticas precisas para o desenvolvimento e

transformação estrutural em África e analisaram os progressos registados sobre o instituto pan-

africano Nelson Mandela de estatísticas e o centro pan-africano de formação em estatística, a

Carta Africana sobre Estatística e outros esforços tendentes a optimizar a revolução de dados,

em áreas tais como contas nacionais, mercado de trabalho, estatística sobre governação para a

paz e segurança, educação, ciência, tecnologia e inovação, bem como o censo populacional e

habitacional de 2020.

110. Os Peritos destacaram a necessidade de se formular uma recomendação sobre infra-

estruturas e tecnologias adequadas de apoio à gestão coordenada das fronteiras em África.

111. Os peritos salientaram a importância do desenvolvimento de garantias para facilitar o acesso

e o reembolso do crédito para grupos vulneráveis, incluindo mulheres.

112. Os peritos discutiram as vantagens de sistemas abrangentes de endereçamento e de código

postal para o desenvolvimento social e económico, sublinhando que, em princípio, cada Estado-

membro podia implementar os seus próprios sistemas.

113. À luz do debate, o Comité Conjunto formulou as seguintes recomendações:

(a) A estratégia para a criação do Banco Central Africano a ser remetida para a análise dos

ministros, antes de ser submetido para a apreciação e eventual adopção pela Conferência dos

Chefes de Estado e de Governo da União Africana durante a sua vigésima sétima sessão

ordinária, que decorrerá em Junho de 2016, em Kigali, tendo em consideração as reservas

sobre a estratégia apresentada pela Sub-região Austral da Associação dos Bancos Centrais

Africanos;

(b) A Comissão da União Africana, as comunidades económicas regionais e os Estados-

membros devem aprender dos falhanços de políticas de industrialização anteriores, e devem

também estabelecer e implementar políticas alternativas concebidas por africanos para os

africanos, incluindo, a publicação de um relatório económico sobre a dinâmica das

Economias africanas;

(c) A Comissão da União Africana deve, em colaboração com as comunidades económicas

regionais, estabelecer uma plataforma continental que sirva de um fórum africano de centros

de pesquisa em matéria económica e social;

(d) O Estados-membros da União Africana devem rever o projecto de estatutos do Instituto

Africano de Remessas e submeter as suas observações à Comissão da União Africana, por

escrito, com a maior brevidade possível;

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(e) A Comissão da União Africana deve enviar a versão emendada dos estatutos aos peritos em

assuntos jurídicos da Comissão da União Africana para revisão antes da sua apreciação e

adopção pelos órgãos competentes da União Africana;

(f) A Comissão da União Africana deve efectuar mais consultas alargadas com os Estados-

membros, com vista a finalizar o projecto código de investimento pan-africano;

(g) A Comissão da União Africana deve encomendar a realização de um estudo de viabilidade a

um consultor independente, por forma a analisar as várias opções para tornar o centro de

excelência africano de mercados inclusivos operacional e financeiramente sustentável, e as

conclusões do referido estudo deverão ser posteriormente apresentadas aos Estados-

membros para a devida apreciação;

(h) As partes intervenientes nacionais e regionais e os parceiros internacionais devem conceber

políticas e estratégias que contemplem as metas de protecção social e segurança social

preconizadas no Primeiro Plano de Implementação Decenal da Agenda 2063;

(i) A Comissão da União Africana deve realizar um estudo sobre os fluxos de caixa e o acesso

ao crédito por parte da mulher; as boas práticas devem ser ampliadas com vista ao aumento

do acesso ao crédito por parte da mulher; e as metas desagregadas devem ser utilizadas, que

contemplem, de modo particular, a mulher a nível de base;

(j) Os Estados-membros são convidados a dar prioridade aos sistemas de endereçamento e de

código postal e a contempla-los nos seus planos nacionais de desenvolvimento, no âmbito

das infra-estruturas necessárias para aumentar o acesso aos serviços básicos.

X. Data e tema da décima reunião anual conjunta em 2017 (ponto 10 da agenda)

114. O representante do secretariado apresentou a nota (E/ECA/COE/35/21-

AU/STC/FMEPI/EXP/21(II)) sobre as datas e o tema para as décimas reuniões conjuntas em

2017, tendo confirmado que os temas sugeridos tinham sido formulados pela Comissão da

União Africana e pela CEA através de um processo de consultas e que os mesmos estavam a ser

apresentados ao Comité para a sua análise.

115. No debate que se seguiu, alguns peritos defenderam que podia-se fazer que o tema

“Crescimento, Desigualdade e Desemprego” integrasse os outros dois temas. Após debates

adicionais sobre os temas sugeridos pelo secretariado, o Comité identificou os temas que se

seguem para deliberações adicionais:

(a) Criação de riqueza, crescimento equitativo e emprego para o desenvolvimento

sustentável;

(b) Economias africanas: do alto crescimento ao crescimento inclusivo;

(c) Crescimento, desigualdade e desemprego;

(d) Crescimento liderado pelas exportações: desafios e oportunidades .

116. Observando a convergência dos temas propostos, o Presidente convidou os peritos a

buscarem consenso em torno de um dos temas. O Comité decidiu solicitar ao secretariado a

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trabalhar em estreita colaboração com a Mesa com vista a finalizar, se for o caso, a redacção do

tema proposto e a informar o Comité em conformidade.

117. Quanto à questão das possíveis datas propostas para as décimas reuniões anuais conjuntas

em 2017, o Comité exprimiu o seu apoio unânime ao período proposto de meados de Março de

2017.

XI. Diversos [ponto 11 da agenda]

118. Não foram levantados quaisquer outros assuntos.

XII. Análise e adopção do projecto de relatório da reunião dos Comités Conjunto de Peritos e

análise e recomendação para a adopção dos projectos de resoluções [ponto 12 da agenda]

119. Neste ponto da agenda, o Comité analisou o projecto de relatório da sua reunião em conjunto

com as resoluções 17 para apreciação e adopção da Nona Reunião Anual Conjunta do Comité

Técnico Especializado de Finanças, Assuntos Monetários, Planificação Económica e Integração

da União Africana e da Conferência dos Ministros Africanos das Finanças, Planificação e

Desenvolvimento Económico da Comissão Económica das Nações Unidas para África, tal como

consta no documento E/ECA/COE/35/L,AU/STC/FMEPI/EXP/Draft/Rpt(I). Vários peritos

delegações fizeram comentários e propuseram emendas ao relatório, bem como aos projectos de

resoluções. Após longas discussões, o Comité adoptou por unanimidade o relatório. As

resoluções, tal como alteradas pelo Comité, constam do presente relatório para apreciação e

adopção pela Conferência de Ministros.

XIII. Encerramento da reunião [ponto 13 da agenda]

120. Observações finais foram feitas pelo Sr. Maruping, o Sr. Hamdok e o Sr. Risenga Maluleke

(África do Sul), Presidente da Mesa. O Sr. Maruping congratulou-se com o consenso alcançado

pelos delegados sobre a abordagem integrada e coerente para a implementação, monitorização e

avaliação da Agenda 2063 e dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e sobre um único

relatório periódico das duas Agendas, bem como a orientação prestada pelos peritos para os

futuros trabalhos da Comissão da União Africana, CEA e parceiros. O Sr. Hamdok afirmou que

as lições aprendidas da implementação dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio seriam

fundamentais na orientação de África para o desenvolvimento de um quadro único de

comunicação para a Agenda 2063 e a Agenda 2030; O Sr. Maluleke encorajou firmemente os

participantes a procurar uma abordagem colectiva na resolução dos desafios de desenvolvimento

de África através da implementação da Agenda 2063 e dos Objectivos de Desenvolvimento

Sustentável.

121. Após as intervenções e a habitual troca de cortesias, o Presidente deu por encerrada a

reunião.

Anexo

Projecto de Resoluções

I. Projecto de Resolução Conjunta da Comissão da União Africana e da Comissão

Económica para África

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JL1. Integração da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 2063 nos

quadros estratégicos, planos de acção e programas nacionais

A Conferência dos Ministros,

Saudando com grande apreço a adopção da Agenda 2063 pela Conferência da União

Africana em Janeiro de 2015,

Saudando a adopção da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável pela

Assembleia Geral em Setembro de 2015, e o apelo para a sua implementação plena e efectiva,

Ciente dos desafios associados à implementação dos Objectivos de Desenvolvimento

do Milénio, e consciente de que a implementação da Agenda 2063 e da Agenda 2030 para o

Desenvolvimento Sustentável irá colocar desafios ainda maiores para os Estados-membros,

devido ao maior número de objectivos, metas e indicadores envolvidos e ao enfoque na

sustentabilidade multidimensional,

Tomando nota da convergência entre as duas agendas e da necessidade de garantir a

coerência e desenvolver sinergias entre si,

Preocupada com os recursos financeiros e humanos limitados para a implementação e

a monitorização dos planos de desenvolvimento, em particular tendo em conta as limitações

de recursos já enfrentados pelos serviços nacionais de estatística,

Consciente de que o principal conjunto de indicadores continentais deve advir dos

indicadores no plano de implementação decenal para a Agenda 2063 e o conjunto global de

indicadores na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, tendo em conta as

semelhanças e as variações existentes entre as duas agendas,

1. Apela à Comissão da União Africana, com o apoio da Comissão Económica

para África, Banco Africano de Desenvolvimento e Comunidades Económicas Regionais e a

Agência de Coordenação e Planificação da Nova Parceria para o Desenvolvimento África a

sensibilizar os Estados-membros para a importância de uma abordagem coerente e integrada

com vista à implementação e acompanhamento da Agenda 2063 e da Agenda para o

Desenvolvimento Sustentável 2030;

2. Solicita à Comissão da União Africana Comissão, com o apoio da Comissão

Económica para África, Banco Africano de Desenvolvimento, Comunidades Económicas

Regionais e a Agência de Coordenação e Planificação da Nova Parceria para o

Desenvolvimento de África para que promova a incorporação de ambas as agendas nos

quadros estratégicos nacionais;

3. Solicita à Comissão Económica para África, Comissão da União Africana e ao

Banco Africano de Desenvolvimento para que desenvolvam um quadro integrado de

monitorização e avaliação que irá influenciar a elaboração de um único relatório de progresso

em relação à implementação de ambas as agendas.

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II. Resoluções da CEA

ECA-L1- Relatórios Integrados e Acompanhamento do Desenvolvimento Sustentável

A Conferência dos Ministros,

Recordando que, desde 2005, os relatórios sobre o estado de avanço dos Objectivos

de Desenvolvimento do Milénio em África têm apresentado uma avaliação rigorosa do

progresso de África no alcance dos Objectivos e serviu de base para o debate das políticas, a

aprendizagem entre pares e advocacia;

Notando que os relatórios também forneceram um impulso para uma acção forte e

coordenada pelos decisores africanos do topo para acelerar os progressos rumo ao alcance

dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio;

Reconhecendo que os relatórios foram produzidos em conjunto pela Comissão

Económica para África, a Comissão da União Africana, o Banco Africano de

Desenvolvimento e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, em

conformidade com o mandato conferido pela Conferência dos Chefes de Estado e de

Governo da União Africana na sua quarta sessão ordinária em Janeiro de 2005,

Recordando os compromissos assumidos pelos Estados Membros e relação à Agenda

para Acção de Adis Abeba da Terceira Conferência Internacional sobre o Financiamento do

Desenvolvimento;

Reafirmando que a transição para a Agenda 2030 para o Desenvolvimento

Sustentável e a adopção da Agenda 2063 exige um mandato renovado para elaboração pelas

instituições parceiras de relatórios integrados sobre as duas agendas;

Observando que além do acompanhamento dos avanços em torno dos Objectivos de

Desenvolvimento Sustentável, é importante desenvolver uma plataforma única para discutir

as insuficiências, oportunidades e lições aprendidas na implementação e propor medidas

para acções correctivas;

Recordando que no documento final da cimeira das Nações Unidas de 2015 para a

adopção da agenda de desenvolvimento pós-2015, intitulado "Transformando o nosso

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mundo: a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável"1, os Chefes de Estado e de

Governo e altos representantes comprometeram-se efectuar o acompanhamento e avaliação

sistemática a vários níveis, tal como estabelecido na Agenda 2030 e na Agenda para Acção

de Adis Abeba e enfatizaram que são necessários dados de qualidade, oportunos, acessíveis

e fiáveis desagregados para ajudar na medição do progresso e garantir que ninguém é

deixado para trás2;

Reconhecendo a necessidade do acompanhamento quer da Agenda 2063, quer da

Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável;

Recordando a sua resolução 930 (XVVIII), adoptada nas suas oitavas reuniões

anuais conjuntas em 2015, na qual se apelou à Comissão Económica para a África para, em

colaboração com a Comissão da União Africana e demais parceiros, a realizar bienalmente o

Fórum Regional de África sobre o Desenvolvimento Sustentável, a fim de acompanhar os

resultados do desenvolvimento sustentável em África;

Reconhecendo a necessidade de alinhar as consultas bienais do Fórum Regional de

África sobre o Desenvolvimento Sustentável com as reuniões anuais do Fórum Político de

Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável;

1. Solicita à Comissão Económica para a África, a Comissão da União Africana

e o Banco Africano de desenvolvimento para que utilizem o quadro integrado

de resultados como base para a produção do relatório anual sobre os avanços

realizados na implementação da Agenda 2063 e da Agenda para o

Desenvolvimento Sustentável 2030, que será apoiado com informações sobre

a situação do sistema de dados no continente;

2. Apela à Comissão Económica para África para que, em colaboração com o

Banco Africano de Desenvolvimento e demais parceiros, tome todas as

medidas necessárias, no contexto do Fórum Político de Alto Nível sobre o

Desenvolvimento Sustentável, para designar o Fórum Regional de África

sobre o Desenvolvimento Sustentável como a única plataforma para a

1 Resolução da Assembleia Geral 70/1 de 25 de Setembro de 2015 2 Ibid, parágrafos 47 e 48

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avaliação dos avanços e acompanhamento da Agenda 2063 e da Agenda 2030

para o Desenvolvimento Sustentável; alinhar as consultas bienais do Fórum

Regional de África sobre o Desenvolvimento Sustentável, com o ciclo anual

de apresentação de relatórios da Agenda 2063 e da Agenda 2030 para o

Desenvolvimento Sustentável e; alargar o mandato do Fórum Regional de

África sobre o Desenvolvimento Sustentável a fim de incluir uma avaliação

dos avanços, desafios e insuficiências no cumprimento dos compromissos

descritos na Agenda para Acção de Adis Abeba;

3. Apela aos Estados Membros para que formulem estratégias para incrementar

a mobilização interna de recursos, tal como apela a Agenda para Acção de

Adis Abeba, inclusive através da intensificação dos esforços para o combate

os fluxos financeiros ilícitos e reforçar a administração tributária e através da

adopção de políticas para gerar recursos adicionais, assim como combater a

corrupção em todas as formas.

ECA-L2. Fórum Regional Africano sobre Desenvolvimento Sustentável

A Conferência dos Ministros,

Reafirmando os compromissos relativos ao desenvolvimento sustentável

assumidos pelos países africanos em grandes conferências e cimeiras das Nações

Unidas sobre desenvolvimento económico, social e ambiental, os resultados das suas

conferências de avaliação, e as declarações e decisões adoptadas pela Conferência

dos Chefes de Estado e de Governo do Africano União,

Saudando a resolução da Assembleia Geral 70/1, de 25 de Setembro de 2015,

na qual a Conferência reconheceu a importância de reforçar os mecanismos

existentes de acompanhamento e avaliação a nível regional, incentivou todos os

Estados-membros a identificar o fórum regional mais adequado para se envolver, e

incentivou igualmente as comissões regionais a continuar a apoiar os Estados-

membros a este respeito,

Recordando a resolução da Assembleia Geral 67/290, de 9 de Julho de 2013,

na qual a Conferência estabeleceu formalmente o Fórum Político de Alto Nível sobre

o Desenvolvimento Sustentável para substituir a Comissão de Desenvolvimento

Sustentável, convidou as comissões regionais para contribuir para o trabalho do

Fórum, e decidiu que o Fórum, sob os auspícios do Conselho Económico e Social,

deve realizar avaliações regulares, a partir de 2016, sobre o acompanhamento e

implementação dos compromissos e objectivos de desenvolvimento sustentável,

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Reconhecendo que a Agenda para Acção de Adis Abeba inclui um conjunto

abrangente de medidas de política dos Estados-membros, com medidas concretas

para financiar o desenvolvimento sustentável, transformar a economia global e

alcançar os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável

Recordando ainda a Resolução 930 (XLVIII), na qual convida a Comissão

Económica para África, em colaboração com a Comissão da União Africana e outros

parceiros, para tomar todas as medidas necessárias para convocar, a cada dois anos, o

Fórum Regional Africano sobre Desenvolvimento Sustentável,

Reconhecendo a necessidade de ajustar as consultas bienais do Fórum

Regional Africano sobre Desenvolvimento Sustentável com as reuniões anuais do

Fórum Polítco de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável,

1. Solicita à Comissão Económica para África, em colaboração com a

Comissão da União Africana e outros parceiros, para que convoque, numa base

anual, o Fórum Regional Africano sobre o Desenvolvimento Sustentável para

acompanhamento e avaliação da Agenda para Acção de Adis Abeba, a Agenda 2063

e a Agenda para o Desenvolvimento Sustentável Desenvolvimento 2030,

2. Exorta o Fórum Regional Africano sobre Desenvolvimento

Sustentável, com o apoio da Comissão Económica para África, a Comissão da União

Africana e os fundos e programas relevantes das Nações Unidas, para promover a

integração das três dimensões do desenvolvimento sustentável,

3. Decide que o Fórum Regional Africano sobre Desenvolvimento

Sustentável vai reforçar as plataformas existentes, evitando a criação de estruturas

administrativas adicionais, e promoverá a coordenação e a coerência, a

aprendizagem e a partilha das melhores práticas dentro do sistema de

desenvolvimento das Nações Unidas, e com outros fóruns e organizações regionais e

sub-regionais;

4. Decide também que as revisões da impelementação de todos os

resultados regionais das principais conferências e cimeiras das Nações Unidas devem

ser sequenciados e sincronizados com o trabalho do Fórum Regional Africano sobre

o Desenvolvimento Sustentável, a fim de assegurar que a referidas revisões

contribuam para a avaliação da implementação da Agenda 2063 e Agenda para o

Desenvolvimento Sustentável 2030 a nível regional;

5. Incentiva os Estados-membros a participar no Fórum Regional

Africano sobre Desenvolvimento Sustentável agendado para ter lugar de 18 a 20 de

Maio de 2016 e no Fórum de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável,

agendado para ter lugar de 11 a 20 de Julho de 2016, em Nova Iorque.

ECA-L3. Migração Internacional em África

A Conferência dos Ministros,

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Conscientes de que o papel fundamental da migração na promoção do

desenvolvimento foi reconhecido na Agenda Africana 2063 e na Agenda sobre

Desenvolvimento Sustentável 2030;

Recordando a decisão EX. CL/Dec305 (IX), adoptada pelo Conselho Executivo da

União Africana na sua nona sessão ordinária, realizada em Banjul, em Junho de 2006, na

qual o Conselho Executivo subscreveu a posição comum Africana sobre migração e

desenvolvimento;

Reconhecendo a decisão Assembly/AU/20(XXIV), adoptada pela Conferência da

União Africana, sobre o programa conjunto da Comissão Económica para África,

Organização Internacional do Trabalho e Organização Internacional para as Migrações em

matéria de migração laboral,

Reconhecendo também a Declaração sobre a Migração3, adoptada pela Assembleia

da União Africana na sua vigésima-quinta sessão ordinária a 15 de Junho de 2015, em que

os chefes de estado e de governo da União Africana se comprometeram a acelerar a

introdução de um passaporte Africano e abolir a obrigatoriedade de vistos para todos os

cidadãos africanos em todos os países africanos, a fim de encorajar a livre circulação de

pessoas, capital, bens e serviços em todo o continente;

Recordando o Segundo Diálogo de Alto Nível sobre Migração Internacional e

Desenvolvimento, realizada nos dias 3 e 4 de Outubro de 2013 em Nova Iorque, que

proporcionou uma oportunidade valiosa para abordar de forma construtiva a questão da

migração internacional e do desenvolvimento e explorar as oportunidades e os desafios que

que a migração internacional apresenta, incluindo a protecção dos direitos humanos dos

migrantes e a contribuição dos migrantes no desenvolvimento;

Reconhecendo também a necessidade de se actualizar o Quadro de Política de

Migração formulada há dez anos, com pesquisa empírica mais forte e análises que

respondam mais eficazmente à situação actual da emigração no continente;

3 Assembly/AU/Decl.6 (XXV).

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Reconhecendo a importância da cooperação a nível nacional, regional e internacional

para garantir uma emigração segura, ordenada e regular com respeito pelos direitos humanos

e tratamento humano dos migrantes, independentemente da sua origem e condição;

1. Apela aos Estados Membros para que apoiem e instituam regras e regulamentos que

reduzam os impactos adversos da emigração irregular no desenvolvimento e integrem a emigração

nas estratégias de desenvolvimento e políticas sectoriais nacionais;

2. Apela também à Comissão da União Africana e a Comissão Económica para África a

levarem a cabo estudos utilizando os dados mais recentes disponíveis, a fim de determinar a

natureza e o comportamento dos fluxos da migração internacional em África e avaliar o impacto da

emigração qualificada, em particular nos países de transito e o impacto nas comunidades

transfronteiriças, avaliar a migração de mão-de-obra qualificada tanto nos países de origem como

nos países de destino, bem como as implicações de longo prazo dos fluxos de remessas para o

desenvolvimento;

3. Solicita ainda à Comissão da União Africana e à Comissão Económica para África

para que estabeleçam um painel de alto nível sobre a migração internacional em África, para

fornecer orientação e apoio aos diálogos sobre políticas numa perspectiva africana em relação à

migração internacional em África;

4. Apela à Comissão Económica para África e à Comissão da União Africana para que

forneçam o apoio técnico necessário para a instituição específica ou agência em causa e apresentem

um relatório sobre os avanços realizados em torno das acções acima identificadas à Conferência de

Ministros nas suas próximas reuniões conjuntas.

5. Solicita a todos os parceiros de desenvolvimento, em particular as organizações

pertinentes do sistema de desenvolvimento das Nações Unidas e as Comunidades Económicas

Regionais, para que apoiem os Estados Membros, a Comissão da União Africana e da Comissão

Económica para África na sua implementação das acções acima identificadas;

ECA-L4. Organização de um Exercício de Avaliação Regional

Anual Africana do Progresso Alcançado na Implementação dos

Resultados Finais da Cimeira Mundial da Sociedade de Informação

A Conferência de Ministros,

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Recordando a resolução 56/183 de 21 de Dezembro de 2001, da

Assembleia Geral, na qual a Assembleia acolheu com agrado a resolução adoptada

pelo Conselho da União Internacional de Telecomunicações, durante a sua sessão

de 2001, que homologava a proposta do Secretário-Geral da União Internacional

de Telecomunicações, no sentido de realizar a Cimeira Mundial da Sociedade de

Informação, ao nível mais alto possível e em duas fases;

Recordando ainda o Compromisso de Túnis e a Agenda de Túnis relativa à

Sociedade de Informação, através dos quais a Cimeira Mundial da Sociedade de

Informação apelava à Assembleia Geral no sentido de realizar, em 2015, um

exercício de avaliação geral da implementação dos resultados finais da Cimeira;

Recordando ainda as resoluções 68/198, de 20 de Dezembro de 2013, e

68/302, de 31 de Julho de 2014, da Assembleia Geral, nas quais esta define as

modalidades a aplicar para a realização da Cimeira Mundial da Sociedade de

Informação, no cômputo geral;

Reafirmando o potencial da tecnologia de informação e comunicação

enquanto instrumento poderoso para intensificar o desenvolvimento

socioeconómico e ambiental, de modo particular, no contexto da Agenda 2030 de

Desenvolvimento Sustentável;

Reconhecendo, com apreço, o facto de a Comissão Económica para África

ter organizado uma avaliação decenal regional da Cimeira Mundial da Sociedade

de Informação, decorrida em 2015, em Adis Abeba, que contou com a participação

dos Estados-Membros e de organizações regionais;

1. Saúda a adopção pela Assembleia Geral do documento sobre os

resultados finais da Avaliação Decenal da Cimeira Mundial da Sociedade de

Informação, que contempla um compromisso relativo à visão da Cimeira de

construir uma sociedade da informação centrada na população, inclusiva e

orientada para o desenvolvimento;

2. Nota que a avaliação geral da Assembleia Geral da Cimeira Mundial da

Sociedade de Informação reforçou o papel das comissões regionais e que o

documento sobre os resultados finais da sessão de alto nível da Assembleia

relativamente à avaliação geral da implementação dos resultados finais da

Cimeira 4 contemplou um apelo no sentido de se dar continuidade ao trabalho

desenvolvido pelo Grupo das Nações Unidas sobre a Sociedade de Informação,

em matéria de coordenação do trabalho das agências das Nações Unidas, em

conformidade com os seus mandatos e competências, bem como um convite para

que as comissões regionais prossigam a sua actividade de implementação das

linhas de acção da Cimeira Mundial da Sociedade de Informação e dêem o seu

contributo em prol do exercício de avaliação, incluindo através de exercícios de

avaliação regionais; e

3. Apela à Comissão Económica para África e aos demais parceiros para

que tomem todas as medidas necessárias para organizarem, anualmente, um

exercício de avaliação regional africana do progresso da implementação dos

resultados finais da Cimeira Mundial da Sociedade de Informação e apoiarem a

Agenda de Desenvolvimento Sustentável 2030, bem como a Agenda 2063.

4Resolução 70/125 de 16 de Dezembro de 2015 da Assembleia Geral

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ECA-L5. Instituto Africano de Desenvolvimento Económico e Planificação

A Conferência dos Ministros,

Recordando a resolução do Conselho Económico e Social 2013/2, de 5 de Julho

de 2013, através da qual o Conselho endossou o estatuto actualizado do Instituto

Africano de Desenvolvimento Económico e Planificação, por recomendação da

Comissão Económica para África, tal como estabelecido na resolução da Comissão 908

(XLVI), de 26 de Março de 2013,

Recordando também o parágrafo 3 do artigo IV do Estatuto actualizado do

Instituto Africano de Desenvolvimento Económico e Planificação, através do qual a

Conferência dos Ministros das Finanças, Planificação e Desenvolvimento Económico é

solicitada a nomear os 10 membros do Conselho de Administração do Instituto, que irão

exercer a função de representantes dos Governos Africanos,

Tomando nota do relatório de actividades sobre o trabalho do Instituto Africano

de Desenvolvimento Económico e Planificação,

Tomando nota também das recomendações do Conselho de Administração do

Instituto Africano de Desenvolvimento Económico e Planificação emanadas da sua

quinquagésima terceira e quinquagésima quarta reunião, realizadas em Fevereiro de

2015 e Fevereiro de 2016, respectivamente, que apelam para a revisão do estatuto do

Instituto,

Tomando nota ainda da renovação do Conselho de Administração do Instituto

Africano de Desenvolvimento Económico e Planificação, tal como recomendado pelo

Conselho, na sua quinquagésima quarta reunião,

Reconhecendo o papel central da planificação para satisfazer as prioridades de

desenvolvimento de África, em particular em apoio à implementação dos Objectivos de

Desenvolvimento Sustentável e da Agenda 2063,

Reconhecendo o papel fundamental que uma política e programa de capacitação

adequado irá desempenhar para a realização dos objectivos de desenvolvimento pelos

Estados-membros,

Elogiando a Comissão Económica para África pelo seu apoio contínuo ao

Instituto Africano de Desenvolvimento Económico e Planificação

Preocupado pelo facto de o actual nível de apoio financeiro dos Estados-

membros, através do pagamento de contribuições estatutárias anuais para o Instituto

Africano de Desenvolvimento Económico e Planificação, ser baixo, bem como pela

capacidade limitada do Instituto para sustentar o seu apoio aos Estados-membros através

da capacitação,

1. Adopta o Estatuto do Instituto Africano de Desenvolvimento Económico e

Planificação revisto, com base nas alterações aprovadas;

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2. Solicita à Mesa da Conferência de Ministros para que realize consultas com

os Estados-membros, a fim de assegurar as nomeações para a nova composição do

Conselho de Administração do Instituto Africano de Desenvolvimento Económico e

Planificação, o mais cedo possível, e de preferência antes de 30 de Abril de 2016;

3. Apela aos Estados-membros a pagar as suas contribuições estatutárias anuais

para o Instituto Africano de Desenvolvimento Económico e Planificação de forma

regular e tome medidas para a liquidação das suas contribuições em atraso, quando

aplicável;

4. Apela aos parceiros da Comissão Económica para África a apoiar as

actividades de desenvolvimento de capacidades do Instituto Africano de

Desenvolvimento Económico e Planificação ;

5. Apela à Comissão Económica para África a continuar a reforçar o seu apoio

ao Instituto Africano de Desenvolvimento Económico e Planificação.

ECA-L.6 Proposta de quadro estratégico e plano do programa bienal da Comissão

Económica para África para o biénio 2018-2019

A Conferência dos Ministros,

Recordando resolução da Assembleia Geral 41/203, de 11 de dezembro de 1986, e

todas as resoluções subsequentes relativas à planificação do programa,

Recordando também a sua resolução 844 (XXXIX), de 15 de Maio de 2006, na qual

aprovou o reposicionamento da Comissão Económica para África para responder melhor às

prioridades de África, e a sua Resolução 908 (XLVI), de 26 de Março de 2013, na qual

mandatou a Comissão Económica para África para definir a sua nova direcção estratégica e

estrutura do programa,

Notando o papel único da Comissão Económica para África e o seu amplo mandato

como o principal centro de desenvolvimento económico e social do sistema de

desenvolvimento das Nações Unidas para a região de África,

Notando também a importância de reforçar a cooperação e criar sinergias dentro do

sistema de desenvolvimento das Nações Unidas a nível nacional, regional e global, bem

como na região de África, através de uma maior colaboração entre o secretariado e os

fundos, programas, agências especializadas e outras entidades do sistema de

desenvolvimento das Nações Unidas, e a necessidade de estabelecer novas parcerias dentro

do sistema,

Reconhecendo a necessidade de a Comissão Económica para África se adaptar e

responder aos desafios de desenvolvimento em evolução, bem como as oportunidades para a

região da África à luz da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável 2030 e da Agenda de

Acção de Adis Abeba emanada da Terceira Conferência Internacional sobre Financiamento

para o Desenvolvimento,

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Sublinhado que a eficácia e eficiência da estrutura intergovernamental da Comissão

Económica para África beneficia de uma maior transparência, engajamento e comunicação

entre os Estados-membros e o secretariado, e com outros intervenientes, em conformidade

com o seu regulamento interno,

Tomando nota com satisfação do relatório de desempenho do programa da Comissão

Económica para África para o biénio 2014-2015,5 em que a Comissão destacou os resultados

significativos alcançados em todas as suas áreas programáticas, ou seja, a geração de

conhecimento, intercâmbio e interacção, advocacia, criação de consenso, serviços de

assessoria e cooperação técnica,

Notando com satisfação os esforços contínuos da Comissão Económica para África

no sentido de assegurar recursos adicionais para complementar o seu orçamento corrente,

com vista a permitir-lhe aprofundar o seu trabalho nas áreas prioritárias identificadas, bem

como conferir-lhe maior flexibilidade para responder adequadamente às questões

emergentes que não podem ser abrangidas pelo programa de trabalho normal,

Incentivando a Comissão Económica para África a continuar com o seu apoio aos

Estados-membros, à Comissão da União Africana e ao programa da Nova Parceria para o

Desenvolvimento de África, bem como às comunidades económicas regionais na

implementação, acompanhamento e avaliação da Agenda 2063, Agenda para o

Desenvolvimento Sustentável 2030 e da Agenda para Acção de Adis Abeba,

Tendo examinado a proposta de quadro estratégico e o plano do programa bienal da

Comissão Económica para África para o biénio 2018-2019,6

1. Apoia a proposta de quadro estratégico e o plano do programa bienal da Comissão

Económica para África para o biénio 2018-2019;

2. Solicita ao Secretário Executivo da Comissão Económica para África para que leve a cabo

uma avaliação independente, abrangente e aprofundada da estrutura intergovernamental da

Comissão, incluindo o Comité Intergovernamental de Peritos, e a sua ligação com as

prioridades do programa da Comissão, com base nas prioridades de África, e para que

apresente um relatório à Comissão na sua quinquagésima sessão;

3. Decide adiar a realização das reuniões do comité intergovernamental de peritos para 2017,

enquanto se aguarda pela conclusão da avaliação independente.

5 E/ECA/COE/XX/XX. 6 E / ECA / COE / 35/5.

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III. Resoluções da Comissão da União Africana

AUC-L1. Estratégia comum da Comissão da União Africana e da Associação dos Bancos

Centrais Africanos para a criação do banco central africano e outras instituições financeiras

A Conferência dos Ministros,

Recordando o artigo 19.º do Acto Constitutivo da União Africana, adoptado pela

Conferência dos Chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros da Organização

da Unidade Africana, na sua trigésima sexta sessão ordinária, realizada em Lomé, a 11

de Julho de 2000, na qual a Conferência decidiu criar as seguintes instituições

financeiras africanas: banco central africano, fundo monetário africano e banco africano

de investimento,

Reafirmando o compromisso com a criação das instituições financeiras africanas

como uma forma de assegurar a autonomia financeira de África para o sucesso da

implementação dos planos de desenvolvimento do continente, principalmente a Agenda

2063,

Considerando o programa de integração mínima adoptado pela Conferência

dos Ministros Africanos Responsáveis pela Integração, na sua quarta reunião,

realizada em Yaoundé, em Maio de 2009,7 no espírito da Declaração de Sirte,8 com

vista a reforçar as capacidades das comunidades económicas regionais, a Comissão da

União Africana e os Estados-membros com vista a acelerar a integração de África,

Recordando que um comité técnico conjunto da Comissão da União Africana e

da Associação de Bancos Centrais Africanos foi criado para definir uma estratégia

comum para a criação do banco central africano,

Saudando a forte colaboração entre a Comissão da União Africana e a

Associação dos Bancos Centrais Africanos na formulação da estratégia comum,

Tomando nota do relatório do comité técnico conjunto sobre a estratégia

comum para a criação do banco central africano,9

Notando com satisfação os progressos alcançados e as medidas adoptadas

para a implementação da estratégia comum,

Expressando o seu apreço ao comité técnico conjunto pela estratégia comum

para a criação do banco central africano,

1. Toma nota das recomendações constantes no relatório do comité técnico

conjunto sobre a estratégia comum para a criação do Banco Central Africano;

2. Apela a Comissão da União Africana, em colaboração com a Associação

dos Bancos Centrais Africanos e outros parceiros, para que tome todas as medidas

7. Disponível em:

http://www1.uneca.org/Portals/ctrci/6th/MinimumIntegrationProgrammeEng.pdf.

8. Aprovada pela Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da Organização da Unidade

Africana na sua quarta sessão extraordinária, realizada em Sirte, Líbia, a 9 de Setembro de 1999.

9. Documento E/ECA/COE/35/13AU/STC/FMEPI/EXP/13(II).

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necessárias para assegurar a implementação efectiva e com sucesso das

recomendações relativas à estratégia comum e, em particular, a abordagem de cinco

etapas nela prevista;

3. Incentiva Estados-membros da União Africana a assinar e ratificar os

instrumentos jurídicos do fundo monetário africano e do banco africano de

investimento;

4. Recomenda a estratégia comum para a criação do banco central Aafricano

à adopção da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana na

sua vigésima sétima sessão ordinária, em Kigali, em Julho de 2016.

AUC-L2. Reforço da Pesquisa Económica em África

A Conferência dos Ministros,

Tomando nota da Declaração do Quarto Congresso dos Economistas Africanos,

realizado de 16 a 18 de Novembro de 2015, em Acra, subordinado ao tema “Política

Industrial e Desempenho Económico em África,10

Reiterando a importância da pesquisa económica como um instrumento

fundamental para responder às necessidades urgentes dos países africanos para a

transformação económica e social através da formulação, monitorização e avaliação

adequada dos programas, políticas e iniciativas de desenvolvimento, tal como a Agenda

2063,

Reafirmando que a industrialização é uma prioridade estratégica que pode

contribuir para a transformação estrutural de África até à data prevista de 2063, através

do desenvolvimento de quadros de políticas industriais dinâmicas e coerentes,

diversificação das indústrias e estruturas de produção em África e sua integração nas

cadeias de valor mundiais, a fim de alcançar um desempenho económico robusto e

sustentado para o desenvolvimento sustentável e inclusivo,

Tomando nota com satisfação dos trabalhos sobre a implementação da Agenda

2063 actualmente a serem levados a cabo pela Comissão da União Africana, Fundação

Africana de Capacitação e outros parceiros,

1. Aprova as recomendações feitas no relatório do Quarto Congresso dos

Economistas Africanos;

2. Solicita à Comissão da União Africana, em colaboração com a Fundação

Africana de Capacitação e OS centros de pesquisa económica africanos, para que

trabalhe em estreita colaboração para a produção de uma publicação sobre a dinâmica

das economias africanas com base numa percepção africana dos desafios e perspectivas

de desenvolvimento económico de África;

3. Incentiva a Comissão da União Africana, em colaboração com a Fundação

Africana de Reforço da Capacidades e as comunidades económicas regionais, a

10 E/ECA/COE/35/14/AU/STC/FMEPI/EXP/14 (II)

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estabelecer um fórum de grupos de reflexão para abordar questões relativas ao

desenvolvimento de África;

4. Incentiva os Estados-membros e os parceiros a intensificar o seu

compromisso e apoio para o reforço da pesquisa económica em África tendo em vista a

implementação com sucesso da Agenda 2063.

AUC-L3. Projecto de Estatuto do Instituto Africano de Remessas

(IAR)

A Conferência dos Ministros,

Recordando a decisão Assembly/Dec.440 (XIX), em que o Conselho Executivo da União

Africana, na sua décima nona sessão, realizada em Adis Abeba, em Julho de 2012, endossou

a criação de um Instituto Africano de Remessas (IAR);

Recordando a decisão Ex.CL/Dec.880 (XIX), em que o Conselho Executivo da União

Africana, na sua vigésima quarta sessão, realizada em Adis Abeba, em Julho de 2013,

seleccionou a República do Quénia para sediar o Instituto Africano de Remessas (IAR) e

solicitou à Comissão para que concluísse o acordo de sede com a República do Quénia, a

fim de assegurar o lançamento formal do Instituto em 2014;

Saudando o arranque formal do Instituto Africano de Remessas;

Saudando a elaboração do projecto de Estatuto do Instituto Africano de Remessas;

1. Solicita aos Estados-membros da União Africana a rever o projecto de Estatuto do

Instituto Africano de Remessas (IAR) e a submeter os seus comentários à UA, por

escrito, dentro de dois meses, ou seja, até 31 de Maio de 2016;

2. Solicita ainda à Comissão da União Africana a submeter a versão alterada do projecto

de estatuto do Instituto Africano de Remessas aos peritos jurídicos da União Africana

para análise antes da sua submissão à apreciação dos órgãos deliberativos relevantes

da União Africana.

AUC-L4. Adopção do código de investimento Pan-Africano

A Conferência dos Ministros,

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Recordando que a terceira Conferência dos Ministros Africanos Responsáveis

pela Integração, realizada em Abidjan, Côte d´Ivoire, nos dias 22 e 23 de Maio de 2008,

exortou a Comissão da União Africana, as comunidades económicas regionais e os

parceiros de desenvolvimento, tais como a Comissão Económica para África e o Banco

Africano de Desenvolvimento, para desenvolver um código de investimento abrangente

para África, com vista a promover o investimento do sector privado,

Reconhecendo a necessidade de um instrumento abrangente destinado a

promover, facilitar e proteger os investimentos que estimulem o desenvolvimento

sustentável em cada Estado-membro da União Africana, em particular no Estado-

membro em que o investimento é feito;

Elogiando o trabalho da Comissão da União Africana para o desenvolvimento e

elaboração do projecto de código de investimento pan-africano;

1. Toma nota do o Código de Investimento Pan-Africano;

2. Solicita à Comissão da União Africana a continuar com consultas mais

aprofundadas com os Estados-membros com vista a finalizar o código de investimento

pan-Africano.

AUC-L5. Criação do centro de excelência africano de mercados inclusivos

A Conferência dos Ministros,

Recordando as declarações do Fórum do Sector Privado Africano emanadas da

sua quinta e sétima reunião, que tiveram lugar de 05 a 08 de Novembro de 2012, em

Abidjan, e de 03 a 05 de Dezembro de 2014, em Nairobi, respectivamente;

Reconhecendo a necessidade de promover a integração económica regional, em

particular através de cadeias de valor regionais transformadoras, mercados inclusivos e

desenvolvimento de negócios, levando assim à criação de emprego, geração de renda e

erradicação da pobreza em África,

Tendo analisado a nota conceptual sobre a criação do centro de excelência

africano de mercados inclusivos,11

Tendo em conta que o referido centro irá contribuir significativamente para a

concretização da Agenda 2063,

Solicita à Comissão da União Africana para que recrute um consultor

independente para levar a cabo um estudo de viabilidade sobre a criação do centro de

excelência africano de mercados inclusivos, bem como recomende opções para a

11 Documento E/ECA/COE/35/19-AU/STC/FMEPI/EXP/19(II).

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operacionalização e autonomia financeira, e submeta os resultados do estudo à

apreciação dos Estados-membros da União Africana.

AUC-L6. Relatório da Nona Sessão da Reunião do Comité dos Directores

Gerais de Estatística

A Conferência dos Ministros,

Tomando nota do Relatório da nona sessão da reunião do Comité

dos Directores Gerais da Estatística realizada de 26 a 28 de Novembro

de 2015 em Libreville, Gabão, sob o tema “Revolução de Dados,

Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e Agenda 2063”.12

Reafirmando a importância das estatísticas enquanto intrumento

essencial para responder às necessidades prementes dos países

africanos para a transformação económica e social através da

formulação, acompanhamento e avaliação devida dos programas de

desenvolvimento, políticas e iniciativas, tais como a Agenda 2063;

Notando com satisfação o trabalho da Comissão da União

Africana e demais instituições regionais em torno da harmonização das

estatísticas em África;

1. Aprova as recomendações constantes no relatório da nona

sessão da reunião do Comité dos Directores Gerais de Estatística;

2. Apela à Comissão da União Africana, em colaboração com as

Comunidades Económicas Regionais e demais parceiros, a trabalhar em

estreita colaboração para a criação expedita, até ao final de Junho de

2016, das instituições pan-Africanas de estatística, nomeadamente, o

centro de formação em estatística pan-africano, em Yamoussoukro e o

instituto pan-africano de estatística Nelson Mandela, em Tunis, Tunísia;

3. Incentiva os Estados Membros a atribuirem 0.015% dos seus

orçamentos para o desenvolvimento da estatística.

AUC-L.7 Relatório da 7.ª Reunião do Subcomité da União Africana de Directores-

gerais das Alfândegas

A Conferência dos Ministros,

Ciente dos objectivos finais da agenda de integração da União

Africana, tal como previsto no Tratado que Cria a Comunidade Económica

Africana, no Acto Constitutivo da União Africana e na Agenda 2063, e dos

objectivos globais previstos na Agenda para o Desenvolvimento Sustentável

2030 e nos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável,

12 (Referência a ser fornecida)

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Respeitando as decisões e declarações da União Africana, em

particular as suas decisões Assembly/AU/Dec.394 (XVIII), sobre a

promoção do comércio intra-Africano e aceleração da zona de comércio

livre continental, e Assembly/AU/DEC.531 ( XXIII), sobre questões

comerciais, adoptadas pela Conferência dos Chefes de Estado e de Governo

da União Africana na sua décima oitava e vigésima terceira sessão ordinária,

realizadas em Adis Abeba, Etiópia, nos dias 29 e 30 de Janeiro de 2012, e

em Malabo, Guiné Equatorial, no dia 27 de Junho de 2014, respectivamente.

Convencidos de que as administrações aduaneiras em África

desempenham um papel importante na recolha de receitas do governo,

protecção da sociedade, facilitação do comércio legítimo e recolha de

estatísticas vitais para apoiar a formulação de políticas,

1. Solicita aos Estados-membros para que continuem a apoiar o

trabalho do Subcomité da União Africana de Directores-gerais das

Alfândegas, uma vez que tem um impacto directo na integração continental;

2. Exorta os Estados-membros da União Africana a tirar proveito

dos recursos adequados para as suas respectivas administrações aduaneiras,

a fim de lhes permitir cumprir os seus mandatos de forma efectiva;

3. Compromete-se a reforçar a capacidade das administrações

aduaneiras africanas em questões vitais para a cobrança de receitas,

incluindo a facilitação do comércio e integração;

4. Confirma o seu compromisso de implementar as recomendações,

políticas e programas relativos ao conceito de janela única, gestão

coordenada das fronteiras e interconectividade dos sistemas informatizados

de informação e desalfandegamento, bem como outras medidas conexas de

facilitação do comércio, com base nas melhores práticas internacionais;

5. Solicita aos parceiros e outras organizações internacionais para

que continuem a apoiar a implementação de iniciativas de integração

regional em África, e o programa de promoção do comércio intra-africano;

6. Compromete-se a aumentar a eficácia das administrações

aduaneiras em África.

AUC-L8. Financiamento da protecção social em África

A Conferência dos Ministros,

Recordando os objectivos da Agenda 2063 e o seu primeiro

plano de implementação decenal para o alcance da segurança e da

protecção social para todos e a meta da Agenda 2030 do

Desenvolvimento Sustentável;

Considerando o quadro de política social para África, incluindo

entre outras, que o financiamento de longo prazo para a protecção

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social deve ser garantido através de recursos nacionais com rubricas

orçamentais específicas e transparentes;

Considerando também a Carta Africana dos Direitos Humanos e

dos Povos, a Carta Africana dos Direitos e Bem-Estar da Criança, os

seus protocolos adicionais sobre a mulher e pessoas idosas e os

protocolos actualmente em elaboração sobre as pessoas com deficiência

e direitos dos cidadãos à protecção e segurança social;

Recordando a Declaração de Adis Abeba sobre a Protecção

Social para o Desenvolvimento Inclusivo, e a Agência de Capacidade

Africana para a protecção das populações mais vulneráveis quando

enfrentam catástrofes naturais;

Reconhecendo e enaltecendo os esforços significativos

empreendidos pelos Estados Membros para formularem políticas e

programas de proteção social, a fim de, posteriormente, melhorarem as

dotações orçamentais e introduzirem mecanismos de financiamento

inovadores, ainda que seriamente preocupados por África ser a região

do mundo com o nível mais baixo de despesas com a protecção social;

Alarmados pelo facto de os regimes formais de segurança social

cobrirem em média 10-25 por cento da força de trabalho no continente

e não contemplarem a maioria dos trabalhadores da economia informal

e dos sectores rurais;

Consciente da necessidade de uma política fiscal justa e de

dotações orçamentais eficientes e transparentes que suportem os gastos

com a protecção social como um meio para reduzir a desigualdade,

erradicar a pobreza e reforçar a coesão social,

1. Concorda em incentivar e apoiar a realização gradual da

protecção social universal como uma ferramenta chave para ajudar os

governos a construirem economias sólidas, a fim de assegurar o

desenvolvimento sustentável e inclusivo para todos, como um meio de

alcançar a paz duradoura;

2. Compromete-se a colaborar com os ministérios responsáveis

pela protecção e segurança social, a fim de elaborar e tornar

operacional planos nacionais orçamentados para a protecção e

segurança social, com vista ao alcance dos objectivos da Agenda 2063

em matéria de protecção e segurança social até 2023;

3. Concorda em considerar fixar metas de despesas nacionais

adequadas para a proteção social mínima e segurança social e

compromete-se a aumentar a mobilização de recursos internos

efectivos, através de reformas fiscais e formas inovadoras de

financiamento que possam oferecer um espaço fiscal para maiores

investimentos na protecção social em África;

4. Concorda também em apoiar as reformas necessárias para

melhorar as capacidades técnicas, infra-estruturais e institucionais dos

ministérios responsáveis pela protecção social, para fins de diálogo

nacional, incluindo empregadores e trabalhadores, bem como apoiar a

Agência da Capacidade Africana de Risco em gestão de catástrofes

naturais;

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5. Compromete-se a se concentrar na extensão dos sistemas

nacionais de segurança social a todos, e concorda que a combinação

das políticas de micro-seguro com as de microfinanças podem ser

usadas temporariamente como uma das opções possíveis para aumentar

o âmbito da segurança social com vista a incluir as categorias excluídas

de trabalhadores no sector informarl e sector rural;

6. Apela aos parceiros internacionais para que ajudem na

avaliação e promoção das diferentes opções políticas para o

financiamento da protecção e segurança social;

7. Concorda em criar um mecanismo conjunto de

acompanhamento da implementação da presente resolução com o

Comite Técnico Especializado da União Africana de Desenvolvimento

Social, Trabalho e Emprego.

AUC-L9. Primeiro programa prioritário quinquenal para a implementação

da Declaração e Plano de Acção sobre o Emprego, Erradicação da Pobreza e

Desenvolvimento Inclusivo

A Conferência dos Ministros,

Recordando a Declaração e o Plano de Acção para o Emprego, Erradicação da

Pobreza e Desenvolvimento Inclusivo 13 e tomando nota do primeiro programa

prioritário quinquenal para a implementação da Declaração e do Plano de Acção;

Reconhecendo que a Declaração e o Plano de Acção constituem políticas

fundamentais para alcançar as aspirações da Agenda 2063 de uma África próspera

baseada no crescimento inclusivo e no desenvolvimento sustentável;

Recordando a sua resolução 872 (XVII) relativa à promoção do crescimento

sustentável de alto nível para reduzir o desemprego em África, adoptada na sua terceira

reunião anual conjunta, realizada em Lilongwe, a 30 de Março de 2010;

Gravemente preocupados com a persistência de elevados níveis de desemprego,

subemprego e de trabalhadores pobres e com a forma como o desemprego afecta

negativamente os grupos vulneráveis no continente, tais como jovens, mulheres, idosos

e pessoas com deficiência,

Alarmados com os poucos progressos realizados no sentido de se reduzir o

diferencial de produtividade entre a África e as demais regiões em desenvolvimento do

mundo, com a concorrência que coloca obstáculos significativos para a realização das

políticas continentais rumo à industrialização e agricultura produtiva;

Conscientes da necessidade de se melhorar a qualidade e o nível de

financiamento das políticas de emprego e de protecção social no continente a fim de se

conseguir uma melhor coesão social, reduzir as desigualdades e erradicar a pobreza;

13 Documento Assembly/AU/20(XXIV) da União Africana

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Considerando os objectivos e metas do Primeiro Plano de Implementação

Decenal da Agenda 2063 em termos de emprego, protecção social, segurança social,

erradicação da pobreza e produtividade assim como os objectivos e indicadores

conexos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável;

Considerando também as disposições pertinentes do Primeiro Plano de

Implementação Decenal da Agenda 2063 em termos dos processos de financiamento,

acompanhamento e avaliação para a implementação das políticas continentais, em

particular a Declaração e Plano de Acção para o Emprego, Erradicação da Pobreza e

Desenvolvimento Inclusivo, tanto a nível nacional como sub-regional e continental;

1. Compromete-se a integrar a Declaração e o Plano de Acção para o

Emprego, Erradicação da Pobreza e o seu Primeiro Programa Prioritário Quinquenal

nos sistemas nacionais e regionais de planeamento de longo, médio e curto prazo,

utilizando os objectivos, áreas prioritárias e metas afins do Primeiro Plano de

Implementação Decenal da Agenda 2063 e a matriz de informação de base

relacionada;

2. Apela à Comissão da União Africana a colaborar com os Estados Membros e

com as Comunidades Económicas Regionais, a fim de prestar assistência e apoio na

formulação dos planos nacionais e regionais em 2016 e 2017;

3. Compromete-se a encetar diálogo com os parceiros internacionais para

apoiar aos esforços da Comissão da União Africana, dos Estados Membros e das

Comunidades Económicas Regionais na promoção da criação de emprego decente,

acesso à protecção social e à segurança social, migração laboral e coesão social;

4. Compromete-se igualmente a aumentar significativamente e de forma

adequada os recursos orçamentais consagrados às políticas de emprego e a trabalhar

com os parceiros internacionais, a fim de colocar o emprego entre as prioridades de

desenvolvimento, dentro do espírito da Declaração de Paris sobre a Eficácia da Ajuda e

da Agenda de Acra para Acção;

5. Apela à Comissão da União Africana, em conformidade com os princípios de

financiamento da Agenda 2063 a acelerar a criação de um fundo para o emprego e de

coesão social, enquanto mecanismo de financiamento acordado para a Declaração e

Plano de Acção, e a apresentar um proposta sobre o referido fundo na próxima reunião

da Conferência de Ministros em Março de 2017;

6. Compromete-se a melhorar a colaboração com os Ministros

Africanos do Trabalho, Migração Laboral, Emprego e Protecção Social noos

processos de planificação e financiamento.

AUC-L10 Projecto de resolução sobre os sistemas de endereço e código postal em

África e electrificação e conectividade dos serviços de correio nas zonas rurais em

África

A Conferência dos Ministros,

Considerando a Declaração de Adis Abeba de 2010 sobre Tecnologias de

Informação e Comunicação em África: Desafios e Perspectivas de Desenvolvimento,

adoptada pela Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana na

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sua décima quarta sessão ordinária, realizada em Adis Abeba, a 02 de Fevereiro de

2010,

Recordando as decisões 435 (XIII), 545 (XVI) e 900 (XVIII) do Conselho

Executivo da União Africana sobre o desenvolvimento sustentável do sector postal em

África,

Recordando também o papel importante dos sistemas de endereço e código

postal na integração social e desenvolvimento económico e, em particular, o direito de

cada indivíduo ter um endereço, juntamente com a necessidade de facilitar a distribuição

eficiente de bens e serviços básicos,

Tomando nota dos relatórios da Comissão da União Africana sobre as directrizes

sobre os sistemas de endereço e código postal em África e electrificação e conectividade

dos serviços de correio nas zonas rurais em África14, afim de alavancar as redes postais

para promover o desenvolvimento social e económico inclusivo,

Enfatizando a contribuição potencial das redes postais nas zonas rurais para

mitigar o défice de infra-estruturas e fornecimento de soluções concretas para as

necessidades das populações rurais na área de comunicações, acesso a serviços

financeiros e serviços governamentais e logística, com vista a contribuir para a

consecução dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável e cumprimento da Agenda

2063,

Observando as mudanças globais no que se refere ao desenvolvimento de novas

tecnologias, o advento da substituição e concorrência, o surgimento de novos quadros

regulamentares, novas políticas e novas leis que afectam o sector postal,

Notando o impacto negativo do aumento do défice de infra-estruturas na vida

das populações rurais em termos de exclusão financeira, custo das remessas, fosso

digital e de comunicação, acesso limitado aos serviços do governo e falta de

oportunidades económicas, dado que os habitantes rurais têm acesso limitado ao crédito

e pouca informação sobre os mercados externos,

Notando também a crescente evidência do papel preponderante que as redes

postais podem desempenhar na inclusão social, digital e financeira,

Salientando a necessidade de as redes postais usarem a banda larga e usar

tecnologias de informação e comunicação avançadas, a fim de proporcionar acesso

adequado a serviços financeiros básicos e outros,

Convencida de que, através da criação de centros de comunicação no centro das

comunidades locais, o projecto de electrificação e conectividade dos correios nas zonas

rurais de África vai aumentar o acesso das populações rurais aos serviços de internet e

negócios,

1. Decide priorizar e incluir nos planos nacionais de desenvolvimento os

sistemas de endereço e código postal como parte de infra-estruturas necessárias para

aumentar o acesso aos serviços básicos;

14 [Referência a ser fornecida]

Page 51: Conselho Económico e União Africana Social - uneca.org · o Desenvolvimento Industrial, Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime, Escritório das Nações Unidas

E/ECA/CM/49/2

AU/STC/FMEPI/MIN/Rpt/2(II)

Page 51

2. Incentiva os Estados-membros que estão a implementar os tais projectos a

assumir o compromisso político necessário, a priorizar a coordenação interna efectiva

para fins de implementação, bem como a fazer face aos desafios de financiamento do

projecto antes do seu início;

3. Apoia a implementação, pela União Postal Pan-Africana, do seu projecto de

endereço e código postal de âmbito continental;

4. Apela aos Estados-membros, em particular, os treze países envolvidos na sua

fase piloto, a apropriarem-se do projecto de electrificação e conectividade dos serviços

de correio nas zonas rurais em África e a integrá-lo nos seus planos e estratégias

nacionais de desenvolvimento;

5. Incentiva outros Estados-membros a aderirem ao projecto;

6. Exorta os Estados-membros a explorar várias fontes de financiamento, como

os orçamentos nacionais, fundos de serviço universal, parcerias público-privadas e

parceiros internacionais de desenvolvimento, com vista a assegurar a implementação

com sucesso do projecto;

7. Apela aos doadores a apoiar e afectar fundos para assegurar a execução de

ambos os projectos, relativos aos sistemas de endereço e código postal e electrificação e

conectividade dos serviços de correio nas zonas rurais;

8. Solicita à Comissão da União Africana para que apresente um relatório sobre

a implementação de ambos os projectos, em colaboração com a União Postal Pan-

Africana e as comunidades económicas regionais.