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CONSELHO ESCOLARCONSELHO ESCOLAR - Operação de migração para o novo ... · função do Conselho Escolar para agir com sabedoria e precisão sobre as questões educativas e seus

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CADERNO PEDAGÓGICO

CONSELHO ESCOLARCONSELHO ESCOLARCONSELHO ESCOLARCONSELHO ESCOLAR

CONSTUINDO UMA GESCONSTUINDO UMA GESCONSTUINDO UMA GESCONSTUINDO UMA GESTTTTÃO ÃO ÃO ÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLADEMOCRÁTICA NA ESCOLADEMOCRÁTICA NA ESCOLADEMOCRÁTICA NA ESCOLA

Professora PDE: Rosemar Candido de Oliveira de Souza

Professora Orientadora: Ms. Antônia Maria Bersanetti

Fonte: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ

FACULDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS E LETRAS DE CAMPO MOURÃO

CONSELHO ESCOLAR: CONSRTUINDO UMA CONSELHO ESCOLAR: CONSRTUINDO UMA CONSELHO ESCOLAR: CONSRTUINDO UMA CONSELHO ESCOLAR: CONSRTUINDO UMA

GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLA

Professora PDE: Rosemar Candido de Oliveira de Souza

Professora Orientadora: Ms. Antônia Maria Bersanetti

Material Didático apresentado à Faculdade de Ciências e Letras de Campo Mourão e à Secretaria de Estado de Educação do Paraná (SEED) para o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE).

FÊNIX/2011

As pessoas influenciam-nos,

As vozes comovem-nos,

Os livros convencem-nos,

Os feitos entusiasmam-nos.

(John Henry Newman)

Professora responsável: ROSEMAR CANDIDO DE OLIVEIRA DE SOUZA

Diretora e Pedagoga da Rede Pública Estadual do Paraná, graduada

em Geografia em 1987, Pedagogia em 1992, com Especialização em:

Geografia Física em 1991, Psicopedagogia em 1997 e Gestão

Educacional em 2003 e experiência na docência nas Séries Iniciais do

Ensino Fundamental na Rede Pública Municipal de 1980 a 1982 e na

Rede Pública Estadual do Paraná ingressou em 1986.

Orientação:

Profª Ms. Antonia Maria Bersanetti

Instituição Participante:

Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão

Área de investigação:

Pedagogia

NRE:

Campo Mourão - Paraná

Escola de origem:

Colégio Estadual Santo Inácio de Loyola – EFMN

Município: Fênix - Paraná

IDENTIFICAÇÃOIDENTIFICAÇÃOIDENTIFICAÇÃOIDENTIFICAÇÃO

Apresentação ........................................................................................... 07

Introdução ................................................................................................ 13

I UNIDADE ............................................................................................ 15

1.1 Organização e Gestão Democrática e Participativa da Escola 16

1.2 As Concepções de Organização e Gestão Escolar .................... 18

1.3 Princípios e Características da Gestão Escolar Democrática e Participativa, Aprendizagem e Exercício de Participação ......... 25

1.4 O Diretor, o Pedagogo, o Conselho Escolar e a Gestão Democrática e Participativa da Escola .............................................. 30

II UNIDADE ........................................................................................... 42

2.1 Conselho Escolar ............................................................................... 43

2.2 O que é Conselho Escolar e sua Importância para a Democratização da Escola..................................................................... 47

2.3 O Papel do Conselheiro e o Significado de Representação .... 49

2.3.1 A Função Político-Pedagógica do Conselho Escolar e a Transparência das Ações da Escola .................................................... 53

III UNIDADE ......................................................................................... 55

3.1 Como Organizar o Conselho Escolar ............................................. 56

3.2 Organização da Eleição dos Representantes do Conselho Escolar ....................................................................................................... 57

SUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIOSUMÁRIO

3.3 Organização das Reuniões do Conselho Escolar ....................... 60

3.4 As Atas das Reuniões ...................................................................... 63

3.5 Representatividade Propostas para Encontro dos Segmentos ................................................................................................

65

3.6 A Importância da Comunicação ..................................................... 67

3.7 Avaliação do Trabalho do Conselho Escolar .............................. 68

IV UNIDADE .......................................................................................... 71

4.1 Sugestões de Ações ........................................................................ 72

Referências .............................................................................................. 81

7

Entende-se o PDE como uma política pública onde constitui o

diálogo entre os professores da Educação Superior e os da Educação

Básica, por meio de atividades teóricas e práticas que resultam a

produção de conhecimento e mudanças qualitativas na prática escolar

da escola pública paranaense num processo que possibilita também

uma prática reflexiva e colaborativa junto à comunidade escolar,

professores, pais, funcionários, alunos, através do Projeto de

Intervenção Pedagógica na Escola. Juntamente com a SEED -

Secretaria de Estado da Educação e as Instituições de Ensino

Superior- FECILCAM e UEM na incessante busca por uma educação

democraticamente participativa.

O PDE - Programa de Desenvolvimento Educacional, agregado às

agilidades da formação continuada em Educação, com o intuito de

promover o professor para o Nível III da Carreira, conforme

previsto no Plano de Carreira do Magistério Estadual, regido pela Lei

Complementar nº 103, de 15 de março de 2004.

APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO

8

Para tanto, integrante deste projeto, encontra-se a produção

de um material didático, aqui desenvolvido por este Caderno

Pedagógico, com o tema: Conselho Escolar e intitulado por: Conselho

Escolar: Construindo Uma Gestão Democrática na Escola, elaborado

por meio de uma revisão da literatura em autores diversos os quais

foram o suporte para esse estudo que foi dividido em três unidades.

A Unidade I, será apresentada em quatro tópicos, são eles:

Organização e gestão democrática e participativa da escola; As

concepções de organização e gestão escolar; Princípios e

características da gestão escolar democrática e participativa,

aprendizagem e exercício de participação e O diretor, o pedagogo, o

conselho escolar e a gestão democrática e participativa da escola.

Tomando por base as reflexões dos diversos autores

consultados esses tópicos que formaram a Unidade I levam ao

entendimento de que a gestão democraticamente participativa eleva a

gestão escolar a formar ideias para a construção de uma educação

que venha cumprir seu objetivo social, contemplando e focalizando a

atuação do gestor como agente de criação de um ambiente

participativo e ao entendimento das principais características do

gestor, do pedagogo, diretor e a participação destes junto à escola e

o desempenho desta por meio do conselho escolar para situar o

mesmo nas gestões democráticas e participativas de forma

abrangente no que concerne o universo escolar.

9

A Unidade II é composta de quatro tópicos: Conselho Escolar;

O que é o Conselho Escolar e sua importância para a democratização

da escola; O papel do conselheiro e o significado de representação e

A função político-pedagógica do Conselho Escolar e a transparência

das ações da escola.

Conforme enunciado os tópicos desta unidade abordam

sinteticamente o Conselho Escolar, quais as determinantes, normas

de funcionamento para que aconteça de forma democrática, bem

como o papel do conselheiro e a atuação enquanto representante e a

função do Conselho Escolar para agir com sabedoria e precisão sobre

as questões educativas e seus desdobramentos com transparência na

prática político-pedagógica da escola.

Na Unidade III encontra-se o desenvolvimento dos seguintes

tópicos: Como organizar o conselho escolar; Organização da eleição

dos representantes do Conselho Escolar; Organização das reuniões do

Conselho Escolar; As atas das reuniões; Representatividade:

propostas para encontro dos segmentos; A importância da

comunicação e Avaliação do trabalho do conselho escolar.

Para o desenvolvimento desta unidade o suporte foi o livro:

“Aceita um Conselho? Como Organizar o Colegiado Escolar” da autora

Ângela Antunes o qual elucida as ações necessárias para a

organização do Conselho Escolar.

10

Portanto, no entanto e para tanto, é fato a grande importância

dos Conselhos Escolares para o exercício de uma democracia

participativa, onde as funções de cada um sejam assumidas,

comprometidas e conferidas junto à unidade escolar onde as

responsabilidades não são tarefas isoladas do Conselho e de seus

respectivos conselheiros, mas sim, de toda a comunidade, pois ter os

espaços próprios para a participação e discussão somente não basta

para se ter um Conselho Escolar verdadeiramente democrático na

escola.

11

CONSELHO ESCOLARCONSELHO ESCOLARCONSELHO ESCOLARCONSELHO ESCOLAR : : : : CONSTRUCONSTRUCONSTRUCONSTRUINDO UMA INDO UMA INDO UMA INDO UMA

GESTÃO DEMOCRÁTICA GESTÃO DEMOCRÁTICA GESTÃO DEMOCRÁTICA GESTÃO DEMOCRÁTICA NA ESCOLANA ESCOLANA ESCOLANA ESCOLA

Comunidade e Escola, a união que dá Comunidade e Escola, a união que dá Comunidade e Escola, a união que dá Comunidade e Escola, a união que dá certo!certo!certo!certo!

Fonte: www.portaldiaadiaeducacao.pr.gov.br

12

A importância do A importância do A importância do A importância do TABALHO TABALHO TABALHO TABALHO

COLETIVO para o COLETIVO para o COLETIVO para o COLETIVO para o fortalecimento da fortalecimento da fortalecimento da fortalecimento da

Gestão Democrtática.Gestão Democrtática.Gestão Democrtática.Gestão Democrtática.

13

A elaboração deste Caderno Pedagógico tem como objetivo

fortalecer o Conselho Escolar contribuindo para a realização de uma

gestão democrática que favoreça a efetivação do trabalho colegiado

na escola formado por direção, Pedagogo professores e Conselho

Escolar do Colégio Estadual Santo Inácio de Loyola – EFMN, situado a

Avenida São Vicente de Paula, 10 – Centro, no município de Fênix –

Paraná.

Os textos a serem trabalhados buscam a participação de todos

nos diferentes níveis de decisão e nas sucessivas fases de atividades

assegurando o eficiente desempenho da escola por meio do conselho

escolar para situar o mesmo nas gestões democráticas e

participativas de forma abrangente no que concerne o universo

escolar. Haja vista que os conselhos escolares contribuem

decisivamente para a criação de um novo cotidiano escolar, no qual a

escola e a comunidade se identificam no enfrentamento não só dos

desafios escolares imediatos, mas dos grandes problemas sociais

vividos na realidade brasileira.

A intenção também é de mudar a ideia errônea de que as

atuações do Conselho Escolar sejam meramente para cumprir

INTRODUÇÃO

14

formalidades como, por exemplo: o Conselho Escolar simplesmente

ter o controle de recursos recebidos pela escola, caracterizando uma

participação fiscalizadora.

Pretende-se realizar uma instância colegiada, procurando

conceituá-la no processo da instituição de ensino para que se possa

subsidiar a efetivação de um entendimento em que o Conselho possa

ser visto como um grande aliado na concretização de uma gestão

democrática onde todos os envolvidos assumem juntos os

compromissos com a educação.

Consciente de que o sucesso de uma gestão democrática e

participativa, o trabalho do Conselho Escolar junto à escola é

fundamental, porém percebe-se que o mesmo ainda encontra-se

fragilizado. Deste modo se faz necessário oferecer e dar condições

para as ações participativas, divulgações e envolvimento dos

participantes nas atividades desenvolvidas no interior da escola para

tornar o Conselho Escolar um forte aliado e atuante para o bom

desempenho da escola e do público envolvido.

15

I UNIDADEI UNIDADEI UNIDADEI UNIDADE

16

O meio social está repleto de organizações de forma

estruturada para que funcione corretamente. Segundo Chiavenato

(2003, p. 23) “Organização é uma entidade social composta de pessoas

e de recursos, deliberadamente estruturada e orientada para alcançar

um objetivo comum”.

Portanto, para uma boa convivência social se faz necessário um

sistema organizado. Em se tratando da educação para que esta possa

efetivamente acontecer de maneira organizada e democraticamente

participativa é necessário oferecer recursos e estrutura praticada,

reunião, entre professores, pais, gestores, para a troca de experiências

e conhecimentos, enfim, atitudes simples para elevar a qualidade do

ensino público.

A inquietação por uma educação mais completa e humanizadora,

tem enfocado atos reflexivos e compreensivos nas instituições

Nesta unidade serão abordados temas importantes para o

encaminhamento das ações do Conselho Escolar na Escola.

I UNIDADEI UNIDADEI UNIDADEI UNIDADE

17

escolares, marcados por uma mudança com atitudes diferenciadas no

contexto escolar.

Essa alteração mostra o sentido e concepção de educação, da

escola e da relação escola/sociedade e tem envolvido relevantes

esforços nas gestões com organização da escola, na articulação e

competência.

Quando se fala em buscar a qualidade nas instituições, cumprir

a sua missão e aprender a avançar a escola caminha para o

melhoramento de sua organização e assim em comprometimento com o

público envolvido para um aprendizado mais completo, haja vista que a

organização e a gestão escolar estão profundamente articuladas, já que

a escola não é uma soma de partes, mas um todo interligado que busca

unir forças para o acontecimento das orientações dos poderes públicos

e o pensar pedagógico à sua prática do dia a dia, mediada pelo

conhecimento da realidade e pela participação de todos os atores

envolvidos no processo educativo.

As práticas de organização e de gestão da escola são

indispensáveis para a construção de uma escola democrática e

participativa, que prepare os alunos, os professores e comunidade

escolar para a cidadania plena. Bem como as formas de gestão e de

tomada de decisões, as competências e procedimentos necessários à

participação eficaz na vida da escola, incluindo a elaboração e

discussão pública do projeto pedagógico (LIMA, 2010).

18

Portanto, uma gestão democrática não se constrói sem um

planejamento participativo, que conte com o envolvimento dos

segmentos representativos da comunidade escolar nos processos de

tomada de decisão, bem como na definição de metas e estratégias de

ação.

A participação dos diferentes segmentos da comunidade escolar

nesse processo é fator relevante para o seu sucesso, pois agrega ao

planejamento o compromisso e a co-responsabilidade na consecução

de metas e objetivos definidos e assim concretizar uma relação

efetivamente democrática entre direção, direção auxiliar, pedagogo,

professores, especialistas da educação, demais servidores da escola,

alunos e seus familiares com o propósito de vislumbrar uma educação

democrática e participativa com qualidade.

A organização do estudo no que concerne o trabalho da

organização escolar vem acontecendo por meio de pesquisa de

profissionais especializados, melhor dizendo, pelos pioneiros da

educação nova em tempos dos anos 30.

19

Os estudos acima mencionados aconteceram no campo da

Administração Escolar, onde fora marcado por uma concepção

burocrática, funcionalista, e por isso houve uma aproximação da

organização escolar com a organização empresarial os quais se

identificavam como Administração e Organização Escolar.

Profissionais especializados, estudiosos a fim de elucidar

mostraram e tornaram claro as eficácias concernentes a

administração as quais transmitiram por meio de seus estudos as suas

abordagens teóricas entre estes se destacam Frederick W.Taylor1, e

Henry Fayol2.

A Teoria da Administração Científica iniciada por Frederick W.

Taylor fundamenta-se na aplicação de métodos da ciência positiva,

racional e metódica aos problemas administrativos, a fim de alcançar

a máxima produtividade.

1 Frederick Winslow Taylor (Filadélfia, 20 de Março de 1856 — Filadélfia, 21 de Março de 1915) mais conhecido por F. W. Taylor foi um engenheiro mecânico estadunidense, inicialmente técnico em mecânica e operário, formou-se engenheiro mecânico estudando à noite. É considerado o "Pai da Administração Científica" por propor a utilização de métodos científicos cartesianos na administração de empresas. Seu foco era a eficiência e eficácia operacional na administração industrial.

2 Jules Henri Fayol (Istambul, 29 de Julho de 1841 — Paris, 19 de Novembro de 1925) foi um engenheiro de minas francês e um dos teóricos clássicos da Ciência da Administração, sendo o fundador da Teoria Clássica da Administração[1] e autor de Administração Industrial e Geral (título original: Administration industrielle et générale - prévoyance organisation - commandement, coordination – contrôle).

20

Essa teoria provocou uma verdadeira revolução no pensamento

administrativo e no mundo industrial. Para o aumento da

produtividade propôs métodos e sistemas de racionalização do

trabalho e disciplina do conhecimento operário colocando-o sob

comando da gerência; a seleção rigorosa dos mais aptos para realizar

as tarefas; a fragmentação e hierarquização do trabalho

(CHIAVENATO, 2003).

O autor ainda relata que Frederick W. Taylor investiu nos

estudos de tempos e movimentos para melhorar a eficiência do

trabalhador e propôs que as atividades complexas fossem divididas

em partes mais simples facilitando a racionalização e padronização

com incentivos salariais e prêmios pressupondo que as pessoas são

motivadas exclusivamente por interesses salariais e materiais.

A Teoria Clássica de Fayol complementou o trabalho de Taylor,

substituindo a abordagem analítica e concreta de Taylor por uma

abordagem sintética, global e universal. Propôs a racionalização da

estrutura administrativa e a empresa passa a ser percebida como uma

síntese dos diversos órgãos que compõe a sua estrutura.

A preocupação maior de Fayol foi para com a direção da empresa

dando ênfase às funções e operações no interior da mesma.

Estabeleceu os princípios da boa administração, sendo dele a clássica

visão das funções do administrador: organizar, planejar, coordenar,

comandar e controlar (MOTTA, 1995).

21

Portanto, se faz necessário uma análise da organização do

trabalho, no espaço educacional e ainda considerar os diferentes

processos de trabalho e as suas diferenças. Nesse sentido é mister

abordar as sábias reflexões de Libâneo sobre as concepções de

organização e gestão escolar reflexões que norteiam uma estrutura

organizacional da escola com os elementos constitutivos do processo

organizacional.

Segundo Libâneo (2004, p. 02) “Com base nos estudos existentes

no Brasil sobre a organização e gestão escolar e nas experiências

levadas a efeito nos últimos anos, é possível apresentar, de forma

esquemática, três das concepções de organização e gestão.”

Para um melhor entendimento é válido relatar as concepções

conforme o pensamento do mesmo. São elas: a técnico-científica (ou

funcionalista), a autogestionária e a democrático-participativa.

• A concepção técnico-científica ou funcionalista é fundamentada

na categoria de cargos e funções visando a racionalização do

trabalho, a eficácia dos serviços escolares. Tende a seguir

princípios e métodos da administração empresarial. Algumas

características desse modelo são:

���� Prescrição detalhada de funções, acentuando-se a divisão técnica

do trabalho escolar (tarefas especializadas).

22

���� Poder centralizado do diretor, destacando-se as relações de

subordinação em que uns têm mais autoridades do que outros.

���� Ênfase na administração (sistema de normas, regras,

procedimentos burocráticos de controle das atividades), às vezes

descuidando-se dos objetivos específicos da instituição escolar.

���� Comunicação linear (de cima para baixo), baseada em normas e

regras.

���� Maior ênfase nas tarefas do que nas pessoas. Atualmente, esta

concepção também é conhecida como gestão da qualidade total.

• A concepção autogestionária baseia-se na responsabilidade

coletiva, ausência de direção centralizada e acentuação da

participação direta e por igual de todos os membros da

instituição. Outras características:

���� Ênfase nas inter-relações mais do que nas tarefas.

���� Decisões coletivas (assembléias, reuniões), eliminação de todas as

formas de exercício de autoridade e poder.

���� Vínculo das formas de gestão interna com as formas de auto-

gestão social (poder coletivo na escola para preparar formas de

auto-gestão no plano político).

���� Ênfase na auto-organização do grupo de pessoas da instituição,

por meio de eleições e alternância no exercício de funções.

23

���� Recusa a normas e sistemas de controle, acentuando-se a

responsabilidade coletiva.

���� Crença no poder instituinte da instituição (vivência da experiência

democrática no seio da instituição para expandi-la à sociedade) e

recusa de todo o poder instituído. O caráter instituinte se dá pela

prática da participação e auto-gestão, modos pelos quais se

contesta o poder instituído.

• A concepção democrática participativa baseia-se na relação

orgânica entre a direção e a participação do pessoal da escola.

Acentua a importância da busca de objetivos comuns assumidos

por todos. Defende uma forma coletiva de gestão em que as

decisões são tomadas coletivamente e discutidas publicamente.

Entretanto, uma vez tomadas as decisões coletivamente, advoga

que cada membro da equipe assuma a sua parte no trabalho,

admitindo-se a coordenação e avaliação sistemática da

operacionalização das decisões tomada dentro de uma

diferenciação de funções e saberes. Outras características desse

modelo:

���� Definição explícita de objetos sócio-políticos e pedagógicos da

escola, pela equipe escolar.

���� Articulação entre a atividade de direção e a iniciativa e

participação das pessoas da escola e das que se relacionam com

ela.

24

���� A gestão é participativa, mas espera-se, também, a gestão da

participação.

���� Qualificação e competência profissional.

���� Busca de objetividade no trato das questões da organização e

gestão, mediante coleta de informações reais.

���� Acompanhamento e avaliação sistemáticos com finalidade

pedagógica: diagnóstico, acompanhamento dos trabalhos,

reorientação dos rumos e ações, tomada de decisões.

���� Todos dirigem e são dirigidos, todos avaliam e são avaliados.

Portanto, compreende-se que as três gestões elucubram

as concepções do homem e sociedade. Sendo que o modelo de Gestão

é o conjunto de concepções filosóficas e idéias administrativas que

operacionalizam as práticas gerenciais nas organizações.

Segundo Vallinoto (2004, p. 02) “Os estudos da moderna

Administração Científica empregam esses termos para fundamentar a

discussão do modelo que uma organização faz uso ou poderá

implementar, caso deseje mudar”.

Entende-se então que: em uma escola, a gestão pode fazer uso

do modelo funcionalista, porém, caso deseje poderá implantar o

modelo de gestão democrática.

No entanto, as concepções de gestão escolar refletem posições

políticas e concepções de homem e de sociedade, e que o modo como

uma escola se organiza e se estrutura tem um caráter pedagógico,

25

quer de conservação, quer de transformação social (VALLINOTO,

2004).

A gestão escolar democrática e descentralizada, prevista

pela Constituição Federal de 1988, ganhou legislação própria com a

promulgação da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB, cuja redação pautada

no princípio democrático do ensino público, descreve a escola como

uma instituição autônoma “formadora de um corpo de entendimentos,

estabelecidos através do consenso interno”, gerada pela própria

comunidade escolar, mediante a participação de diretores, pais,

professores, funcionários e alunos, vinculando a construção social de

novas realidades à cultura local (BOTLER, 2003, p. 121 apud VIVAN,

2008, p. 21).

Assim, a LDB prevê em seu artigo 3º. Inciso VIII, que o

ensino será ministrado com base no principio da “gestão democrática

do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de

ensino”, entre outros; mediante a “participação dos profissionais da

educação na elaboração da proposta pedagógica” e a “participação

26

das comunidades escolares e local, em conselhos escolares ou

equivalentes” (art. 14º, incisos I e II); mediação ao fato de que serão

assegurados “às escolas progressivos graus de autonomia pedagógica,

administrativa e de gestão financeira” por parte dos “sistemas de

ensino” (art. 15º.) (BRASIL, 1996).

Dentro do princípio democrático, segundo (Maia e Bogoni, 2003,

p. 02 apud Vivan, 2008, p. 21), a Gestão Escolar compreende o

processo político por meio do qual as pessoas integrantes da escola,

tendo como princípio básico, o diálogo e a autoridade “discutem,

deliberam, planejam, solucionam problemas e os encaminham,

acompanham, controlam e avaliam o conjunto das ações voltadas ao

desenvolvimento da própria escola”, mediante a “participação efetiva

de todos os segmentos da comunidade escolar, o respeito a normas

coletivamente construídas para os processos de tomada de decisões

e a garantia de amplo acesso às informações aos sujeitos da escola”.

Para Silva (2007, p. 3), “a gestão escolar, dentro da

perspectiva democrática, passa pela democratização da escola e por

sua natureza social, não se restringindo exclusivamente aos processos

transparentes e democráticos ligados à função administrativa”.

Sendo assim, entende-se que a gestão escolar engloba duas

dimensões: interna e a externa. A primeira refere-se à organização

do interior da escola, que observa os processos administrativos, a

participação da comunidade escolar nos projetos pedagógicos, político

e administrativo.

27

A segunda está ligada à função social da escola, sua vocação

democrática, divulga o conhecimento produzido e sua socialização.

Marques (2007) diz que a participação de todos nos diferentes

níveis de decisão e nas sucessivas fases de atividades é essencial

para assegurar o eficiente desempenho da organização. A

flexibilidade de pessoas e da própria organização permite uma

abordagem aberta, facilitando a aceitação da realidade e permitindo

constantes reformulações que levam ao crescimento pessoal e grupal.

A dignidade do grupo, e de cada um, se faz pelo respeito mútuo.

A gestão participativa caracteriza-se por uma força de atuação

consciente, pela qual os membros da escola reconhecem e assumem

seu poder de influenciar na determinação da dinâmica dessa unidade

escola, de sua cultura e de seus resultados.

Qualificando a participação, experiências são promovidas

com resultados negativos e positivos. Nelas deve-se considerar a

legitimidade do envolvimento de pessoas na determinação de ações e

da sua própria efetivação. Isto porque, em nome da construção de

uma sociedade democrática ou da promoção de maior envolvimento da

O entendimento do conceito de gestão já pressupõe, em si, a idéia de participação, isto é, do trabalho associado de pessoas analisando situações, decidindo sobre seu encaminhamento e agindo sobre elas em conjunto. Isso porque o êxito de uma organização depende da ação construtiva conjunta de seus componentes, pelo trabalho associado, mediante reciprocidade que cria um “todo” orientado por uma vontade coletiva (LUCK, 1998, p. 37).

28

comunidade escolar nas organizações, facilita-se a realização de

atividades que possibilitem e até condicionem a sua participação. No

entanto, existe a possibilidade de que essa prática, dita moderna

permite uma participação democrática, permaneça ainda dentro do

controle de pessoas e processos. Esta é a razão da análise do que é

realmente a gestão participativa

Ter ou adquirir a sabedoria de ouvir opiniões diferentes e

aprender a lidar com as diferentes situações são características

necessárias para levar à frente uma proposta de trabalho coletivo e

ainda oferecer subsídios teóricos para elucidar dúvidas existentes e

comentar experiências conhecidas são algumas sugestões para

conduzir esse tipo de trabalho.

Freire (1975) cita o diálogo como ponto fundamental na gestão

participativa, por meio deste é que nos conscientizamos e agimos.

A existência humana, porque humana, não pode ser muda, silenciosa, nem tampouco pode nutrir-se de falsas palavras, mas de palavras verdadeiras, com que os homens transformam o mundo. Existir humanamente é pronunciar o mundo, é modificá-lo. O mundo pronunciado, por sua vez, se volta problematizado aos sujeitos pronunciantes, a exigir deles novo pronunciar (FREIRE, 1975, p. 93).

Através de um constante diálogo é que surge a certeza de que

faremos na escola uma gestão participativa. A participação da

comunidade escolar na elaboração de projetos pedagógicos que a

mesma pretenda desenvolver acontece a partir de encontros e

reuniões na própria escola.

29

O termo gestão participativa, segundo Ferreira et al. (2002),

remete a possibilidade de contribuição no processo decisório em

questões que afetam aos colaboradores de uma organização e demais

partes interessadas. Está ligada aos processos de vinculação das

pessoas à instituição pela sua finalidade, pelo trabalho que desenvolve

e pela contribuição que cada um pode e deseja oferecer.

O poder de tomada de decisões deve sempre ser da escola e

seus diretores, visando responder os anseios da comunidade a qual a

escola serve, ou seja, autonomia da instituição escolar. A

descentralização dos sistemas educacionais conduz a um novo

paradigma para a gestão escolar, que pode ser entendido através de

duas perspectivas: a gestão participativa e a gestão democrática.

Em resumo, no ponto de vista da gestão participativa, a gestão

deve se utilizar de procedimentos padronizados e ferramentas de

planejamento e apoio à decisão, modernizando os seus instrumentos

para a redução do improviso no desempenho das funções, num

ambiente favorável à participação, tornando a escola mais eficiente,

superando as limitações da estrutura hierárquica.

No ponto de vista da gestão democrática, é importante

conquistar a legitimidade da escola pública enquanto local de ação das

políticas educacionais, institucionalizando, para isso, os colegiados

escolares, especialmente como espaços formais de influência nas

decisões, num ambiente favorável ao exercício participativo da

democracia.

30

Portanto, para uma escola ser democrática e participativa é

fundamental que haja abertura para que todos os segmentos possam

dar suas opiniões, que tenham liberdade de expor suas ideias, discuti-

las, escolher a melhor e executar as ações e projetos com apoio da

direção e equipes que fazem parte da comunidade escolar, onde todos

trabalham, tomam decisões e assumem responsabilidades em

conjunto.

Embora as opiniões apesar de serem expressas de forma

diferente, é possível ter uma escola democrática onde exista

interesse, participação ativa de toda a comunidade escolar, diálogo,

respeito, abertura a sugestões, autonomia, liberdade de expressão e

de ações que favoreçam o bem comum.

A gestão escolar foi implantada para substituir à

administração escolar o que representa uma mudança radical de

postura que originou um novo enfoque de organização, um novo

paradigma de encaminhamento das questões escolares, ancorados nos

princípios de participação, de autonomia, de autocontrole e de

responsabilidade (ANDRADE, 2004).

31

Existem autores que se referem aos termos "administração

da educação" ou "gestão da educação" ora como sinônimos, ora como

termos distintos. Essa análise implica em refletir sobre as políticas

de educação, pois existe uma ligação muito forte entre elas, onde a

gestão transforma metas e objetivos educacionais em ações, e

concretizam as direções traçadas pelas políticas (BORDIGNON e

GRACINDO, 2001).

Entretanto se a gestão for entendida como processo

político-administrativo pode significar um desafio de compreender tal

processo na área educacional a partir dos conceitos de sistemas

administrativos.

Segundo Vaz (2008) atualmente, o conceito de

administrador não é mais abordado, fala-se em gestor, e a direção da

escola deve ser entendida como um trabalho coletivo, que requer a

participação de toda comunidade escolar. Assim o papel do gestor,

que é o Diretor de escola, para atuar numa visão democrática deve

estar ligado ao conhecimento e interação de toda a comunidade

escolar.

Deve proporcionar ações em que todos participem e

compartilhem e ainda garantir a formação continuada aos seus

profissionais para contribuir na qualificação da prática pedagógica.

Vaz (2008) afirma ainda que o sucesso do aluno também

possa depender dessas ações e para que tais objetivos sejam

alcançados o diretor deve assumir o seu papel de gestor, frente às

32

diversas realidades que ocorrem na escola, e estabelecer um bom

relacionamento através da participação de todos.

Segundo Libâneo (2001) para que uma escola adote um

principio democrático deve agir com participação e autonomia. Para

isso os objetivos da escola devem estar bem definidos e não apenas

estar restrito ao processo de conhecimento e aprendizagem ela

precisa ter a capacidade de proporcionar autonomia e determinação

no processo de formação dos cidadãos, pois este é o fundamento para

que haja a concepção democrática participativa na gestão escolar.

Os instrumentos necessários para garantir a gestão

democrática são: o projeto político pedagógico da escola (PPP) e o

conselho escolar e que pais, mestres e estudantes devem estar

envolvidos nesse processo para que haja qualidade na educação

(LIBÂNEO, 2004). Segundo ele as ações pedagógicas estão

relacionadas às políticas de educação e a escola é o ponto de

convergência entre diretrizes e o trabalho pedagógico

Paro (2001) também confirma a importância do PPP e do

Conselho Escolar pelo fato de abrirem espaços para definir ações

voltadas à educação que será utilizada na escola, pois esse processo

envolve uma gestão democrática onde a elaboração, execução,

acompanhamento e avaliação solicitarão a participação de toda a

comunidade escolar com isso as relações sociais ficarão fortalecidas.

A escola é um ambiente enriquecedor e apropriado para o

ensino e vivência de valores. Na escola os indivíduos se socializam,

33

brincam e experimentam o convívio das diferentes personalidades

dos seres humanos que são.

No que concerne o conceito de gestão escolar esta teve uma

grande evolução, tornando possível o desenvolvimento de estratégias

no cotidiano da escola para uma democratização na gestão

educacional.

Segundo a reflexão de (Lück, 1981, p. 06) a gestão escolar:

Sendo assim, a ação da gestão escolar precisa centralizar o

processo ensino/aprendizagem e ainda garantir conhecimentos úteis

para que o público envolvido aprenda a trabalhar com informações de

complexidades gradativas e contraditórias da realidade social,

econômica, política e científica, para assim se tornarem cidadãos

responsáveis, mesmo porque a educação não se centraliza somente na

sala de aula e sim na escola como um todo. Portanto, é importante a

escola organizar-se e funcionar de maneira que atenda de forma

globalizada as ações que promove, pelo relacionamento com este

público e comunidade, com ações que venham atender os problemas

[...] constitui uma dimensão e um enfoque de atuação que objetiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos processos sócio educacionais dos estabelecimentos de ensino orientadas para a promoção efetiva da aprendizagem pelos alunos, de modo a torná-los capazes de enfrentar adequadamente os desafios da sociedade globalizada e da economia centrada no conhecimento.

34

educacionais e sociais (Lück, 1998).

As entidades educacionais, entendidas como integrações

igualitárias, são organizações intensas e ativas. Nesse sentido devem

ser entendidas como um circuito de afinidades entre os elementos

que direta ou indiretamente que nelas interferem e buscar novos

focos de coordenação e para tal vale inteirar-se no que diz os dois

tipos de gestão escolar: gestão democrática e participativa.

A gestão democrática da educação formal está associada ao

estabelecimento de mecanismos legais e institucionais e à

organização de ações que desencadeiem a participação social: na

formulação de políticas educacionais; no planejamento; na tomada de

decisões; na definição do uso de recursos e necessidades de

investimento; na execução das deliberações coletivas; nos momentos

de avaliação da escola e da política educacional. Também a

democratização do acesso e estratégias que garantam a permanência

na escola, tendo como horizonte a universalização do ensino para toda

a população, bem como o debate sobre a qualidade social dessa

educação (BARROSO, 2000).

Segundo Costa et. al (1997), a construção de uma gestão escolar

participativa se coloca como exigência e contingência de um processo

de afirmação da cidadania, na medida em que contribui para a

conquista da autonomia política superando relações verticalistas e

padrões de gestão tecnocrática, produzindo mecanismos de exercício

35

de poder firmados no compromisso com os reais interesses da

maioria.

E assim, neste cenário, entra o gestor escolar com a

responsabilidade de fazer com que a escola seja um local de

educação, e desenvolva o processo da aprendizagem e a formação de

valores. Responsabilidade essa na maioria das vezes um desafio, haja

vista que esta é uma ação democrática. Neste sentido Borges, relata:

Portanto e, no entanto o gestor escolar necessita ser um

condutor pedagógico que eleve as prioridades do estabelecimento que

representa, avaliando, participando na elaboração de programas de

ensino e de programas de desenvolvimento e capacitação de

funcionários, com o objetivo de incentivar sua equipe encontrar as

prioridades necessárias para alavancar o patrimônio escolar em sua

plenitude, ser um condutor e auxiliador na compreensão da realidade

educacional.

Colaborar nas soluções da prática pedagógica, estimulando o

trabalho dos docentes, o debate e a troca de ideias para a reflexão

Sua função envolve atividades de mobilização, de motivação e de coordenação. Dirigir uma escola implica colocar em ação os elementos do processo organizacional (planejamento, organização, avaliação) de forma integrada e articulada. Assim, o gestor é a figura que deve possuir liderança, no clima de organização da escola que pressupõe a liberdade de decidir no processo educativo e não nos gabinetes burocráticos (BORGES, 2008, p. 83).

36

de sua prática pedagógica e ousar novas estratégias para o sucesso

do ensino/aprendizagem e ainda os valores sociais e afetivos.

Conforme relata Arroyo (2000) a escola é o lugar de encontro dessas

vivências de alunos e professores e do debate acerca de temas de

interesse comum a todos.

Por isso, O gestor como um intercessor precisa atentar-se aos

regulamentos e as leis pelas quais se orientam dando real importância

a fim de favorecer as relações interpessoais entre

professores/alunos e demais elementos da comunidade escolar.

De acordo com Libâneo (2004, p.29) quando diz: “A meu ver, a

Pedagogia ocupa-se, de fato, dos processos educativos, métodos,

maneiras de ensinar, mas antes disso ela tem um significado bem mais

amplo, bem mais globalizante”.

O autor ainda salienta que a pedagogia é um campo de

conhecimentos sobre a problemática educativa na sua totalidade e

historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação

A aprendizagem deve sempre desenvolver competências e habilidades a fim de que o educador e o educando entendam a sociedade em que estão inseridos como um processo permanente de reconstrução humana ao longo das gerações, num processo contínuo, dotado de historicidade; que compreendam que a garantia desse espaço de socialização depende do respeito às individualidades, para que cada um construa a si próprio como agente social, alcançando o bem da coletividade (ARROYO, 2000, p. 112).

37

educativa. O pedagógico refere-se a finalidades da ação educativa,

implicando objetivos sociopolíticos a partir dos quais se estabelecem

formas organizativas e metodológicas da ação educativa (LIBÂNEO,

2004).

Na medida em que a escola é a mediadora entre o conhecimento

e a comunidade, o professor é o mediador entre o conhecimento e o

aluno, o pedagogo é o mediador entre o método, as formas de

condução do conhecimento e a prática docente. É do pedagogo a

responsabilidade de transformar o conhecimento difuso em

sistematizado e assimilável, ou saber escolar (SAVIANI, 1985).

Sendo assim, é de responsabilidade do pedagogo interceder o

entendimento das particularidades do Projeto Político-Pedagógico e

na Proposta Pedagógica Curricular, e afiançar a sua intencionalidade

no Plano de Trabalho Docente.

Este entendimento é intrínseco a uma percepção de gestão que não

encontra ressonância nas concepções mercadológicas,

burocratizantes e gerencialistas de gestão. Idealizar o currículo

como um projeto social implica em idealizar que este projeto é

construído de forma coletiva.

É neste sentido que é possível perceber o papel do pedagogo na

intervenção do currículo. Assim afirma Libâneo (2004, p. 102) “Cabe

ao pedagogo dar suporte ao trabalho docente, utilizando- se do

conhecimento, próprio da sua função, dos componentes técnico

38

práticos, psicológicos, sociopolíticos, decorrentes das ciências

auxiliares da educação, no ato educativo”.

Portanto, o pedagogo cumprindo com sua responsabilidade e

compromisso com a sua equipe pedagógica, direção e ainda o conselho

escolar provocará uma ação continuada e na direção certa para uma

educação mais completa. No que diz respeito ao conselho escolar

Antunes (2002) explica que este é um órgão representativo da

comunidade, com vistas à construção da autonomia pedagógica,

administrativa e de gestão financeira.

Na esfera escolar, um dos principais mecanismos para a

efetivação da gestão democrática é o conselho escolar, constituído

por segmentos que compõem a comunidade escolar, e que tem como

função primordial lutar pela efetivação do direito à qualidade da

educação.

Os conselhos escolares tiveram a sua criação quando foi

anunciada a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,

sendo designada pela LDB – Lei n° 9394/96 e reafirmado pelo Plano

O conselho da escola é um colegiado formado por todos os segmentos da comunidade escolar: pais, alunos, professores, direção e demais funcionários. Através dele, todas as pessoas ligadas à escola podem se fazer representar e decidir sobre aspectos administrativos, financeiros e pedagógicos. Assim esse colegiado torna-se não só um canal de participação, mas também um instrumento de gestão da própria escola (ANTUNES, 2002, p. 21).

39

Nacional de Educação – Lei n° 10.172/01, e teve o objetivo de

garantir que toda a comunidade seja envolvida nas decisões

importantes tomadas pela instituição.

Assim entendendo, o Conselho Escolar é de suma importância

para a construção da democracia participativa, se for considerada a

implantação de dois pilares essenciais para a sociedade: democracia e

cidadania.

Vale argumentar que o conselho escolar bem conduzido poderá

possibilitar na escola um espaço de tempo de confraternização e de

avaliação de todas as ações da escola.

A gestão escolar tem como perspectiva democrática

contempladora da coletividade as propostas educacionais contidas no

Projeto Político-Pedagógico da Escola e assim fazer um elo com o

A criação do Conselho Escolar traz para o interior das Escolas Públicas a possibilidade de democratizar as estruturas do poder escolar, pois permite a seus agentes a formulação de políticas de interesses locais, estabelecendo um processo de diálogo com a comunidade escolar, fazendo valer os direitos constitucionais de sua comunidade. A democracia, a liberdade, e a autonomia plena são um processo de conquista conjunta, coletiva da sociedade que se organiza e se insere como sujeito da história. Ou seja, traz a participação de pais para a formulação e gestão, pedagógica e financeira da escola pública. Todavia esse processo necessita, ainda, de maior democratização do poder escolar permitindo a participação e tomada de decisão por toda a comunidade. Dessa forma, diretores, professores, pais de alunos, merendeiras etc., enfim, toda a comunidade escolar tem direito a voz e voto nos conselhos de escola (FREITAS, 2008, p. 01).

40

conselho escolar. Entendendo o projeto político pedagógico (PPP) da

escola como reflexão para a eficácia da escola, se faz necessário que

no mesmo estejam apontados os objetivos e aspirações, haja vista

que no PPP, irá apontar novas diretrizes, intercedido tanto

internamente como externamente, tendo em vista alcançar os

objetivos almejados e aguardados, junto a um plano de ações

intencionais para a construção de uma escola idealizada. Freitas

(2008) ressalta que o projeto deve nascer da avaliação e

compreensão do passado e de análises do presente, pressupondo

perspectivas que podem ser de conservação ou de transformação,

congregando a articulação entre duas categorias, a política e a

pedagógica.

Conforme o relato da autora o PPP constitui-se enquanto

processo democrático de decisão com anseios de organizar o trabalho

pedagógico de maneira que venha indagar ações desordenadas a fim

de superar as relações de competitividades corporativas e

Para que os objetivos da educação e da escola sejam alcançados, as reflexões a cerca do PPP devem ser pautadas por dois momentos fundamentais: a) a caracterização do cotidiano tendo em vista a compreensão do que há de real na escola e no contexto em que esta inserida, constituído, portanto, o momento de desvendamento das reais condições existentes; b) a projeção do ideal, prevendo os meios necessários para o alcance de propósitos, com base no momento anterior e mediante implementação de ações colegiadas e, portanto participativas (FREITAS, 2008, p. 02).

41

autoritárias. A autora relata na mesma página que o PPP da escola ao

programá-lo, torna-se um aliado fundamental na autonomia financeira

da escola, pois, quando pensado coletivamente, contando com a

participação e aprovação do conselho escolar, ganha força diante da

comunidade e do sistema de ensino. Como o conselho escolar tem

caráter deliberativo3 e é o órgão fundamental, enquanto núcleo de

gestão, a sua participação na construção do PPP é fundamental.

Diante das particularidades que definem o trabalho do gestor

na instituição escolar juntamente com o pedagogo e conselho escolar

é possível acontecer uma escola democrática, participativa e

inovadora possibilitando o aprendizado e ainda contribuir para uma

educação mais completa. Com base nessas reflexões pode-se

afirmar que, ao pensar a gestão escolar, ergue-se uma ponte entre a

gestão administrativa e a pedagógica em conjunto com a construção

de um conselho escolar como um órgão institucionalizado de

participação da comunidade escolar na gestão da escola.

3 Resolver ou decidir mediante discussão e exame. Refletir sobre decisão a tomar. Tomar decisão. Premeditar.

42

II UNIDADEII UNIDADEII UNIDADEII UNIDADE

Fonte: www.portaldomec.gov.br

43

Esta unidade apresentará Esta unidade apresentará Esta unidade apresentará Esta unidade apresentará subsídios para subsídios para subsídios para subsídios para

esclarecimentos a respeito do esclarecimentos a respeito do esclarecimentos a respeito do esclarecimentos a respeito do papel do Conselho Escolar.papel do Conselho Escolar.papel do Conselho Escolar.papel do Conselho Escolar.

II UNIDADEII UNIDADEII UNIDADEII UNIDADE

Para saber mais...Para saber mais...Para saber mais...Para saber mais...

Fonte: www.youtube.com

44

O Conselho Escolar é o órgão máximo de direção nas Escolas Públicas, com poder instituído pelo processo de democratização escolar. No Paraná, o Conselho Estadual de Educação - CEE instituiu os Conselhos de Escola, por meio da Deliberação 020/91, a qual estabelece em seu bojo que “todas as escolas devem ter um órgão máximo de decisões coletivas, o colegiado, que deve abranger representação de toda a comunidade escolar, reforçando o princípio constitucional da democracia”.

Assim, o Conselho Escolar instituído pela legislação estadual

compreende um colegiado formado por: pais, alunos, professores,

direção, equipe pedagógica e funcionários administrativos e de

serviços gerais, além do representante do grêmio estudantil e dos

movimentos sociais organizados. Todas as pessoas ligadas à escola se

Fonte: www.youtube.com

45

fazem representar e decidem sobre aspectos administrativos,

financeiros e pedagógicos, como um canal de participação, que

também atua como instrumento de gestão da própria escola, cuja

função é o estudo e planejamento, debate e deliberação,

acompanhamento, controle e avaliação das principais ações da escola,

tanto no campo pedagógico, como no administrativo e financeiro

(AMBONI, 2007, p. 03).

Desta forma, o Conselho Escolar é uma instituição que, perante

a lei, deve coordenar a gestão escolar no seu dia a dia. Ou seja, o

Conselho é o órgão responsável pelo estudo e planejamento, debate e

deliberação, acompanhamento, controle e avaliação das principais

ações da escola, tanto no campo pedagógico, como no administrativo e

financeiro (MAIA e BOGONI, 2007, p. 10).

No Estado do Paraná, o Estatuto do Conselho Escolar de acordo

com a Resolução 2124/05, em seu artigo 4º, tem as seguintes

funções:

§ 1º A função deliberativa, refere-se à tomada de decisões relativas às diretrizes e linhas gerais das ações pedagógicas, administrativas e financeiras quanto ao direcionamento das políticas públicas, desenvolvidas no âmbito escolar. § 2º A função consultiva refere-se à emissão de pareceres para dirimir dúvidas e tomar decisões quanto às questões pedagógicas, administrativas e financeiras, no âmbito de sua competência. § 3º A função avaliativa refere-se ao acompanhamento sistemático das ações desenvolvidas pela unidade escolar, objetivando a identificação de problemas e alternativas para melhoria de seu desempenho, garantido o cumprimento das normas da escola bem como, a qualidade social da instituição escolar. § 4º A função fiscalizadora refere-se ao acompanhamento e fiscalização da gestão pedagógica, administrativa e financeira da unidade escolar, garantido a legitimidade de suas ações (AMBONI, 2007, p. 4).

46

Como tem sua institucionalização, constituição e funcionamento

determinados por lei, para também atuar na fiscalização da gestão

financeira, o Conselho Escolar exerce o controle social sobre a

aplicação orçamentária da Instituição Escolar. Além da tarefa de

apresentar propostas, pois também decide e determina onde e como

serão aplicados os recursos (CISESKI e ROMÃO, 2004).

Por receber dinheiro público, está submetido à Lei de

Responsabilidade Fiscal, pois tem que emitir pareceres, acompanhar,

fiscalizar e aprovar a gestão do dinheiro público no âmbito das

escolas, o que garante a legitimidade de suas ações (AMBONI, 2007).

Nas instituições escolares do Estado do Paraná, cada

comunidade escolar organizada passa a participar diretamente da

gestão financeira e controlar os gastos públicos em seu interior. O

controle interno das organizações escolares do Estado do Paraná está

expresso nas atribuições do Conselho Escolar, incisos X e XVIII, do

Artigo 43, do seu Estatuto:

X – definir e aprovar o uso dos recursos destinados à escola mediante Planos de Aplicação, bem como prestação de contas desses recursos, em ação conjunta com a Associação de Pais, Mestres e Funcionários – APMF e, XVIII – avaliar, periodicamente e sistematicamente, as informações referentes ao uso dos recursos financeiros, os serviços prestados pela Escola e resultados pedagógicos obtidos (PARANÁ, 2005, p. 18 e 19):

47

Esse processo ocorre com a participação dos pais nos conselhos

escolares e nas Associações de Pais, Mestres e Funcionários -

APMFs, cuja participação decorre de eleições no interior das escolas

públicas do Paraná – EPPs, em número que assegura a igualdade entre

os representantes das escolas e dos pais, junto ao Conselho Escolar.

Conselho escolar é um grupo responsável pelo estabelecimento

de objetivos e de direções que a escola tomará no futuro. Ele

desempenha um papel importante em assegurar que toda a

comunidade seja envolvida em todas as decisões importantes tomadas

pela escola.

O conselho escolar averigua o que a escola precisa e quais são os

assuntos mais importantes que a escola deve focalizar, assessora as

necessidades financeiras da escola e ajudar o diretor sobre assuntos,

como por exemplo, se a escola está a usar o melhor meio de informar

aos pais sobre o aproveitamento do aluno ou sobre o bem-estar dos

estudantes na escola.

48

O Conselho escolar não pode empregar funcionários e não tem o

poder de admitir ou demitir professores ou outros funcionários do

quadro do pessoal da escola. O conselho escolar não é responsável

pela administração da escola ou pela escolha de programas de ensino

e aprendizagem ensinados na escola. Os programas de ensino e de

aprendizagem estão sob a responsabilidade do diretor e dos

professores.

Os membros do conselho escolar são os pais, professores,

representantes das comunidades locais e algumas vezes os alunos. O

diretor da escola também faz parte do conselho. A maior parte do

conselho escolar é composta pelos pais e representantes das

comunidades. Nenhum grupo, como por exemplo, os representantes

das comunidades ou professores poderão perfazer um número que

supere os votos do resto do conselho escolar. A única qualificação

necessária para pertencer ao conselho escolar é o desejo de ajudar a

escola.

Buzo e Machado (2005) relatam que o Conselho Escolar,

enquanto instância colegiada de representação da comunidade escolar

amplia as condições de exercício da prática participativa, com

importante contribuição para a democratização da gestão.

49

Em síntese, o Conselho Escolar exerce papel específico na

Gestão Democrática da escola, pela participação dos segmentos

envolvidos, ou seja, professores, funcionários, pais e alunos, ou pelas

funções que o caracterizam como sendo de natureza deliberativa,

consultiva, avaliativa e fiscalizadora.

O papel dos conselhos escolares e sua importância no processo

de gestão, em especial no de gestão financeira da escola, essa é uma

conquista histórica, sobretudo no aspecto de o conselho possuir

caráter deliberativo. O conselho escolar se configura, portanto, como

órgão de representação da comunidade escolar e, desse modo, visa à

O Conselho Escolar é um órgão colegiado, representativo da Comunidade Escolar, de natureza deliberativa, consultiva, avaliativa e fiscalizadora, sobre a organização e realização do trabalho pedagógico e administrativo da instituição escolar em conformidade com as políticas e diretrizes educacionais da SEED, observando a Constituição, a LDB, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Projeto Político Pedagógico e o Regimento da Escola para o cumprimento da função social e específica da escola (BUZO e MACHADO, 2005, p. 07).

50

construção de uma cultura de participação, constituindo-se em espaço

de aprendizado do jogo político democrático e de formação político-

pedagógica. Por essa razão, a consolidação dos conselhos escolares

implica buscar a articulação efetiva entre os processos pedagógicos,

a organização da escola e o financiamento da educação e da escola

propriamente dito.

Navarro (2004) salienta que as atribuições do conselho escolar

dependem do regimento comum da rede de ensino e/ou unidade

escolar. Porém, no processo de luta pela democratização da gestão,

preconiza-se que a escola tenha autonomia para elaborar seu próprio

regimento, observando as determinações de ordem mais geral do

regimento da rede. De modo amplo, as suas atribuições são, entre

outras:

Primeiramente, a elaboração do regimento interno do conselho

escolar, que define ações importantes, como calendário de reuniões,

substituição de conselheiros, condições de participação do suplente,

processos de tomada de decisões, indicação das funções do conselho

etc.

Num segundo momento, deve-se partir para a elaboração,

discussão e aprovação do Projeto Político-Pedagógico da escola.

No caso de escolas em que existe o Projeto Político-Pedagógico, cabe

ao conselho escolar avaliá-lo, propor alterações, se for o caso, e

implementá-lo. Em ambos os casos, o conselho escolar tem um

51

importante papel no debate sobre os principais problemas da escola e

suas possíveis soluções.

Segundo Navarro (2004, p. 45) De modo geral, podem ser

identificadas algumas atribuições dos conselhos escolares:

• Elaborar o regimento interno do conselho escolar;

• Coordenar o processo de discussão, elaboração ou alteração do

regimento escolar;

• Convocar assembléias-gerais da comunidade escolar ou de seus

segmentos;

• Garantir a participação das comunidades escolar e local na

definição do Projeto Político-Pedagógico da unidade escolar;

• Promover relações pedagógicas que favoreçam o respeito ao

saber do estudante e valorizem a cultura da comunidade local;

• Propor e coordenar alterações curriculares na unidade escolar,

respeitada a legislação vigente, a partir da análise, dentre

outros aspectos, do aproveitamento significativo do tempo e

dos espaços pedagógicos na escola;

• Propor e coordenar discussões junto aos segmentos e votar às

alterações metodológicas, didáticas e administrativas na escola,

respeitada a legislação vigente;

• Participar da elaboração do calendário escolar, no que compete

à unidade escolar, observada a legislação vigente;

• Acompanhar a evolução dos indicadores educacionais (abandono

escolar, aprovação, aprendizagem, entre outros), propondo,

52

quando se fizerem necessárias, intervenções pedagógicas e/ou

medidas sócio educativas, visando à melhoria da qualidade social

da educação escolar;

• Elaborar o plano de formação continuada dos conselheiros

escolares, visando a ampliar a qualificação de sua atuação;

• Aprovar o plano administrativo anual, elaborado pela direção da

escola, sobre a programação e a aplicação de recursos

financeiros, promovendo alterações, se for o caso;

• Fiscalizar a gestão administrativa, pedagógica e financeira da

unidade escolar;

• Promover relações de cooperação e intercâmbio com outros

conselhos escolares.

Vale ressaltar o que diz Navarro (2004) que o exercício dessas

atribuições é, em si mesmo, um aprendizado que faz parte do

processo democrático de divisão de direitos e responsabilidades no

processo de gestão escolar. Nesse sentido, observa-se que o conselho

escolar deve chamar a si a discussão de suas atribuições prioritárias,

em conformidade com as normas do seu sistema de ensino e da

legislação em vigor.

Navarro (2004) chama a atenção que: acima de tudo, deve ser

considerada a autonomia da escola (prevista na LDB) e o seu empenho

no processo de construção de um Projeto Político-Pedagógico

coerente com seus objetivos e prioridades, definidos em função das

reais demandas das comunidades escolares e locais, sem esquecer o

53

horizonte emancipador das atividades desenvolvidas nas escolas

públicas.

2.2.1 A Função Político-Pedagógica do Conselho Esco lar e a transparência das

ações da escola

Como mencionado no decorrer desse estudo o Projeto Político

Pedagógico (PPP) contribui na construção da autonomia da escola na

medida em que traz a comunidade escolar à participação em seu

planejamento e ainda possibilita a organização do trabalho da escola

calcado na participação coletiva e instituindo práticas democráticas

no cotidiano escolar.

A autora complementa que o Conselho Escolar participa da

elaboração do Projeto Político Pedagógico e acompanha o

desenvolvimento das ações da escola, em um permanente processo de

acompanhamento e avaliação, com uma finalidade maior: a construção

de uma educação democrática e emancipadora. Por isso, sua primeira

atividade é a de discutir e definir o tipo de educação a ser

desenvolvido na escola, respondendo à pergunta: “Queremos que

A escola como espaço social de transmissão de saberes necessita da existência de espaços de participação, para que seus diversos seguimentos possam exercer a prática democrática. Dentre esses espaços, o CE (Conselho Escolar) se destaca, pois sua participação está ligada, principalmente, à essência do trabalho escolar: o desenvolvimento da prática educativa, em que o processo ensino aprendizagem é seu foco principal. Dessa forma, sua principal função é político/pedagógica (DIAS, 2011, p. 01).

54

nossa escola desenvolva uma educação que mantenha a realidade em

que vivemos ou uma educação que contribua para a transformação

dessa realidade?”

Conforme Dias (2011, p. 02) a resposta desse questionamento é

de que “O Conselho Escolar deve cumprir o papel de mediador desses

conflitos e construir entendimentos mínimos, dentro do contraditório

social”.

Sendo assim, deve ser um espaço para escutar a todos e de

concretização do debate de opiniões e idéias fundamentais para a

percepção dos interesses existentes na escola. Ou seja: o Conselho

torna-se a garantia de um ambiente efetivamente democrático na

escola, ao respeitar o pluralismo. Assim, para garantir a unidade da

prática escolar exige-se, antes de tudo, o conhecimento de todo o

trabalho que se desenvolve na escola, em suas especificidades e na

relação que existe entre as partes. Nessa tarefa, o projeto político

pedagógico surge como um instrumento eficaz para garantia da

unidade do trabalho escolar e, a partir dele, o Conselho Escolar pode

acompanhar todo o processo, auxiliando na melhoria da qualidade e

transparência da educação.

55

III UNIDADEIII UNIDADEIII UNIDADEIII UNIDADE

56

Para a organização do Conselho Escolar é imprescindível e se faz

necessário algumas questões para criar antes de tudo um ambiente

agradável, comprometido e de fácil entendimento para o público

envolvido. Tomando por base os ensinamentos de Antunes (2002)

quando afirma:

De acordo com a autora é primordial que as pessoas envolvidas

tenham conhecimento no assunto e isto deve ser preparado por meio

Para se organizar o Conselho é necessário antes de tudo que todos da escola saibam o que é o Conselho Escolar. Esse trabalho não pode ser realizado de qualquer jeito. Torna-se necessário criar uma atmosfera sedutora, usar metodologia adequada e linguagem apropriada, como fazer um trabalho de divulgação e esclarecimentos através de cartazes, jornaizinhos, conversas, reuniões com os diferentes segmentos e o que mais a criatividade permitir (ANTUNES, 2002, p. 67).

A Unidade IIIA Unidade IIIA Unidade IIIA Unidade III traz traz traz traz informaçõesinformaçõesinformaçõesinformações de como de como de como de como

organizar o Conselho organizar o Conselho organizar o Conselho organizar o Conselho Escolar Escolar Escolar Escolar pautado numa Gestão pautado numa Gestão pautado numa Gestão pautado numa Gestão

Democrática.Democrática.Democrática.Democrática.

III UNIDADEIII UNIDADEIII UNIDADEIII UNIDADE

57

de reuniões a fim de explicar o que é o Conselho Escolar, qual sua

importância, quem pode participar como se dá a eleição dos

representantes e quais as suas principais atribuições.

A autora ainda sugere algumas formas para essa organização

como, por exemplo: peça de teatro, números musicais, filmes e o que

mais a escola dispuser de recursos.

Destarte, é preciso analisar a infra-estrutura da escola por

meio de sondagem minuciosa, haja vista que na maioria das vezes é

melhor fazer pequenas reuniões, não muito longas, com grupo de

pessoas compatível de entendimento com um diálogo esclarecedor.

Ressalta a autora que é de suma importância não deixar as pessoas

sem informações e esclarecimentos.

No que concerne à eleição dos representantes do Conselho

Antunes (2002) faz alguns esclarecimentos: Sobre a eleição dos

alunos é preferível que cada série escolha um candidato o qual

concorrerá com os candidatos da outras séries. Estes candidatos

escolhidos pelas respectivas séries posteriormente apresentam-se

em todas as salas da série que pertence para divulgar suas propostas

58

e ainda o motivo de ter se candidatado. Logo após a apresentação dos

alunos cada série deverá escolher o seu representante.

Propõe a autora que a eleição ocorra por meio de chapas

formadas pelos alunos independente da série que estão e do período

que estudam. Estes podem executar a formação das chapas que

poderão apresentar suas propostas a todas as classes e em seguida

realizar a eleição. E assim a chapa vencedora será representadora

dos alunos no Conselho.

Quanto aos pais é aconselhável a escola propor reuniões nos

seus respectivos turnos de funcionamento viabilizando a presença de

todos os pais, porém fazer uma divulgação antes sobre a existência

do Conselho propiciando o entendimento e a participação de todos.

Feito as discussões, indagar e sugerir pessoas interessadas em

participar. Pode-se também montar chapas e apresentar propostas de

trabalho. Em seguida marcar a data da eleição dos pais que irão

compor o Conselho.

Sugere a autora que a escola organize palestras a fim de

esclarecer aos sujeitos envolvidos as eficácias e concepções que

determinam o Conselho Escolar, bem como debates com

representantes dos alunos, pais, professores e demais sujeitos

envolvidos e estes repassem as informações colhidas em horário

organizado pela escola para uma futura socialização de informações.

A partir das sugestões acima mencionadas para a escolha dos

professores e dos funcionários a escola poderá utilizar-se das

59

mesmas estratégias ou outras que melhor atenda sua realidade. Não

se esquecendo principalmente de prever a realidade que envolve as

pessoas e o ambiente escolar onde garanta o direito de participação de

todos. A autora coloca em evidência algumas particularidades, como

por exemplo: a participação se aprende e a escola precisa criar

espaços de formação para que isso aconteça, os representantes do

Conselho devem ser escolhidos com consciência e rigor ético, não

escolher o candidato pela relação de amizade, mas sim pela sua

proposta de trabalho e compromisso com o projeto da escola, os

diferentes segmentos deverão apresentar critérios para escolha dos

representantes, a comunidade escolar precisa ser esclarecida sobre o

que é e qual a importância do Conselho.

Ressalta a autora que este esclarecimento pode ser realizado

através de campanhas, constituir um Conselho seguindo as normas

democráticas dá trabalho e exige tempo, paciência, determinação,

preparação e respeito, mas a probabilidade de a escola conseguir um

grupo atuante e comprometido é muito maior e para um

desenvolvimento mais completo dos trabalhos do Conselho é

imprescindível a formação de comissões ou equipes para a realização

das diferentes tarefas.

Para tanto e, no entanto, seguindo estes passos e

aconselhamentos da autora será possível formar uma comissão

responsável.

60

Sendo que esta deverá também ter a responsabilidade de

preparar as reuniões do Conselho: levantamento dos itens da pauta,

preparação e entrega dos convites para as reuniões, redação e leitura

das atas, organização do local das reuniões.

Outra comissão pode ser formada para organizar debates sobre

diretrizes, princípios e prioridades da educação nas esferas de

governo federal, estadual e municipal.

Pode-se ainda formar outra comissão para encaminhar as

discussões e a elaboração do Plano Escolar, outra que ajude na

melhora da comunicação da escola, criando painéis, murais, outra para

promover encontros com outros Conselhos para troca de

experiências.

Entretanto cabe lembrar que embora as comissões tenham as

suas responsabilidades, os trabalhos devem ser agregados, por todos

os membros do Conselho.

As reuniões do Conselho Escolar devem ser periódicas. Estas

reuniões devem ser previamente definidas para atingir os objetivos e

as metas desejadas. Para isso a autora faz as algumas considerações:

61

• Os membros do Conselho não devem ir para uma reunião sem

saber os itens que serão abordados, para não correrem o risco de

tomar decisões equivocadas por não terem tido tempo de

amadurecer suas opiniões; todas as pessoas que fazem parte da

escola podem sugerir os assuntos que serão discutidos nas

reuniões;

• O Conselho não pode se reunir somente para resolver

preocupações dos funcionários da escola; é preciso que todas as

idéias e opiniões sejam valorizadas; não discutir somente

problemas e sim o potencial da escola, ou seja, colocar também

como pauta da reunião seus aspectos positivos, seus avanços;

• Ter em mente o que está contemplado no projeto político-

pedagógico da escola, pois este documento é referência para as

ações da escola e também para as reuniões do Conselho;

• Usar anotações a fim de precaver e garantir uma maneira

democrática da definição da pauta das reuniões

• Consultar mensalmente os segmentos;

• Convocar os sujeitos envolvidos para a reunião de forma

agradável, convidativa e bem redigida, contendo a data, local,

horário e todos os itens da pauta claramente definidos e deve ser

assinada e datada pelo Presidente do Conselho.

• Constituir um grupo responsável pela organização das reuniões a

fim de evitar assuntos paralelos e a reunião tenha

62

comprometimento e seriedade a fim de alcançar as metas

desejadas;

• Organizar as reuniões em ambientes confortáveis, acolhedores e

apropriados e usar preferencialmente cadeiras dispostas em

círculo, para uma melhor comunicação, deve-se respeitar o tempo

de fala de cada membro, atenção na fala de cada um para evitar

repetições,

• Apresentar as pautas com propostas de solução e que essas sejam

votadas e aprovadas;

• Atribuir responsabilidades, definindo os responsáveis pelo

encaminhamento das decisões.

Lembrando que as atribuições são consideradas democrático-

participativa, e assim aproveitar-se e fazer uso dessa democracia

participante para definir: horário, tempo de duração das reuniões.

De acordo com Antunes (2002) é importante que a escola

procure sensibilizar as empresas onde trabalham alunos/as e

pais/mães sobre a importância de liberar seus funcionários para que

participem das reuniões do Conselho de Escola.

Apresentar bons motivos para que os pais vençam suas

dificuldades relacionadas à falta de tempo para participação na

escola, timidez, dificuldade de falar em público, baixa auto-estima e

pouca convicção da importância de sua participação e passem a se

envolver nos conselhos reconhecendo sua importância (CASTRO,

2008).

63

Ata é um documento que registra resumidamente e com clareza

as ocorrências, deliberações, resoluções e decisões de reuniões ou

assembléias. Deve ser redigida de maneira que não seja possível

qualquer modificação posterior. Para que isso não aconteça deve ser

escrita: sem parágrafos ou alíneas (ocupando todo o espaço da

página); sem abreviaturas de palavras ou expressões; números por

extenso; sem emendas ou rasuras; com emprego do verbo no tempo

pretérito perfeito do indicativo (Exemplo: verbo falar: falou,

falaram; verbo discutir: discutiu, discutiram; verbo comentar:

comentou, comentaram).

Usar verbo de elocução para registrar as diferentes opiniões.

Quem redige a Ata não põe os participantes da reunião a falar

diretamente, mas faz-se intérprete delas, transmitindo ao leitor o

que as pessoas disseram.

Se o relator (secretário) cometer um erro, deve empregar a partícula

retificativa “digo”, como neste exemplo: "Aos dez dias do mês de

dezembro, digo, de janeiro, de dois mil e quatro...". Quando se

64

constatar erro ou omissão depois de lavrada a ata, usa-se em tempo.

Exemplo: "Em tempo: Onde se lê senhor janeiro, leia-se fevereiro".

Através da Ata é que se vai acompanhar o trabalho desenvolvido pelo

Conselho, constatar o encaminhamento das decisões registradas.

Portanto se faz necessário registrar os seguintes dados: número que

identifica a reunião (primeira, segunda...), data e o horário em que

ocorreu, local, objetivo (pauta); as discussões que foram feitas

(quem falou o quê e quem propôs o quê), a votação e os responsáveis

pelos encaminhamentos das deliberações. Devendo ser lida e

assinada por todos os presentes.

Esse documento pode contribuir muito na avaliação do

Conselho, uma vez que através dos registros podem-se avaliar todos

os aspectos que se julgarem necessários relacionados à participação

de seus membros, os assuntos discutidos, as preocupações

privilegiadas, os avanços do grupo. Enfim, as atas permitem

sistematizar todo o trabalho realizado pelo Conselho, bem como,

refletir sobre a prática desenvolvida com o intuito de construir

novos conhecimentos que conseqüentemente irão gerar novas e

melhores práticas (CASTRO, 2008).

65

O Conselho Escolar se “situa no espaço da defesa dos

interesses coletivos, do projeto político – pedagógico da escola, que

requer uma visão do todo, construída desde os diferentes pontos de

vista das categorias que o constituem” (BRASIL, 2007, p. 56).

Assim, “o papel dos representantes das categorias sociais que

participam da escola não é o da defesa dos interesses de sua

corporação” (BRASIL, 2007, p. 56).

Portanto, é fundamentado na expressão da sociedade

organizada e os representantes de categorias devem partilhar o

ponto de vista dos seus representantes na construção do Projeto

Político Pedagógico da escola, situando o interesse coletivo acima dos

interesses individuais.

Em se tratando de representatividade Antunes (2002) relata

que os eleitos não defendem interesses próprios, mas os interesses

do segmento de quem os elegeu.

66

Não é de bom andamento do Conselho que as pessoas que

elegeram os membros os esqueçam e também não delegar somente

aos mesmos, o poder de decisão. A escola deve atentar-se e organizar

o bom andamento, garantindo o encontro dos diferentes segmentos,

oportunizando aos professores poderem aproveitar a hora-atividade

ou horários de trabalho coletivo para realizar suas discussões. Os

alunos podem solicitar aos professores parte do tempo de suas aulas

para que exponham e discutam as idéias com seus colegas.

Em relação aos alunos poderiam ser criados espaços na escola

em horário contrário às aulas para que os mesmos possam reunir-se,

evitando com isso a ausência dos mesmos durante as aulas.

Para a participação dos pais é aconselhável aproveitar as reuniões

bimestrais de pais promovidas pela escola para prestar contas de seu

trabalho em relação à avaliação dos alunos e incluir ali os itens da

pauta da reunião do Conselho para que sejam discutidos.

Cabe a escola sob este aspecto se organizar de tal forma que

favoreça a todos os segmentos espaços para a realização de

encontros com o intuito de realmente fazer do Conselho Escolar um

sustentáculo do Projeto Político-Pedagógico da escola (CASTRO,

2008).

67

Como mencionado anteriormente, para um espaço democrático é

importante a escola garantir a todos o acesso as informações.

Abrindo caminhos para a comunicação entre os diferentes segmentos

da escola. Nesse sentido vale ressaltar o que aconselha Antunes

(2002, p. 79) “para se tomar decisões, acompanhar e controlar o

trabalho que vem sendo desenvolvido na unidade escolar, as pessoas

precisam estar bem informadas e ter condições de se comunicar com

facilidade”

Para isso é preciso fazer um trabalho com transparência dando

acesso as informações fazendo uso de espaços estratégicos, afixando

cartazes onde a comunidade tenha acesso.

De acordo com Castro (2008, p. 40) “é de bom aproveitamento

fazer murais expositivos informando as ações do Conselho Escolar,

exemplo: pautas das reuniões, convites para discussão dos assuntos

colocados em pauta, resultados das decisões tomadas para

conhecimento de todos e tantos outros informes que a escola julgar

que sejam necessários”.

68

Como foi visto a boa articulação entre os membros dos

Conselhos Escolares em cada escola e comunidade, é possível

construir uma identidade da escola.

Conforme Paula e Schneckenberg (2008, p. 01) “é função da escola

gerar uma funcionalidade enquanto instituição social que atenda às

expectativas de seu público e da comunidade da qual faz parte e,

principalmente, se mostrar como um órgão de natureza democrática,

onde a comunidade a qual ela serve, cria a sua própria história”.

Não é a toa que a gestão da escola e do sistema de ensino ao

qual ela está subordinada ser objeto de muita preocupação do meio

acadêmico e dos profissionais que trabalham no dia a dia da rotina

escolar. É possível a construção de espaços para que a ação do

Conselho Escolar transforme a realidade da democracia na gestão da

escola e do sistema de ensino, enfocando que não se faz democracia

sem o empenho de todos que fazem parte da comunidade escolar e do

sistema de ensino. É de suma importância que o Conselho Escolar

exerça constantemente a tarefa de avaliar a escola como um todo e

69

faça uma auto-avaliação de sua atuação, que deve ser transparente e

mais próxima da comunidade (PAULA e SCHNECKENBERG, 2008).

Castro (2008, p. 40) relata que no caso do Conselho “é

importante que periodicamente submeta-se à avaliação de seus

membros e da comunidade escolar, incluindo essa avaliação na pauta

de uma de suas reuniões. Essa avaliação objetiva apontar os aspectos

positivos e negativos do colegiado contribuindo para tornar sua

atuação mais satisfatória”.

Com relação ao desempenho do Conselho pode ser analisado: a

participação dos segmentos na tomada de decisões e execução das

tarefas, a dinâmica das reuniões, o horário das reuniões, o

relacionamento entre os membros, o tempo de duração das reuniões,

se os projetos desenvolvidos atingiram os objetivos, a prestação de

contas do trabalho á comunidade escolar, a participação na

elaboração do Projeto Político-pedagógico da escola (ANTUNES,

2002).

A autora complementa que deve ser avaliado se a atuação

correspondeu às expectativas, o que deve ser mudado, o que deve ser

melhorado. Sobre os saberes construídos a partir da participação do

Conselho pode ser verificado se os participantes aprenderam a

escolher, a definir prioridades, a ouvir o outro, a decidir

coletivamente, a valorizar as contribuições do outro, a manifestar

com clareza suas discordâncias, a respeitar a opinião alheia, entre

70

outras questões. Sendo assim, a avaliação orienta e reorienta o

trabalho desenvolvido.

71

IV UNIDADEIV UNIDADEIV UNIDADEIV UNIDADE

72

Oficina 01:Oficina 01:Oficina 01:Oficina 01:

Tema:Tema:Tema:Tema: Organização e Gestão Democrática e Participativa da

Escola

���� As concepções de organização e Gestão Escolar;

���� Princípios e características da gestão escolar democrática e participativa;

���� A gestão democrática: aprendizagem e exercício de participação;

���� O diretor, o pedagogo, o conselho escolar e a gestão democrática e participativa da escola.

Oficinas 02 e 03:Oficinas 02 e 03:Oficinas 02 e 03:Oficinas 02 e 03:

Tema:Tema:Tema:Tema: Conselhos Escolares

O que são os conselhos escolares e sua importância para a

democratização da escola;

Esta unidade destina-se à sugestões de ações, cuja finalidade

é a de fortalecer o Conselho Escolar e promover uma Gestão Democrática. Com esse intuito

propõe-se quatro oficinas para que a Direção e a Equipe Pedagógica de sua escola possa desenvolver

juntamente com o Conselho Escolar.

IV UNIDADE

Sugere-se que se faça um estudo acerca dos temas citados nas oficinas:

4.1 4.1 4.1 4.1 SUGESSUGESSUGESSUGESTÕES DE TÕES DE TÕES DE TÕES DE AÇÕES:AÇÕES:AÇÕES:AÇÕES:

73

���� Significado e papel dos conselhos;

���� O papel do conselheiro e o significado de representação;

���� A função político-pedagógica do conselho escolar;

���� O conselho escolar e a transparência das ações da escola;

���� Estudo do Estatuto do conselho escolar.

Oficina 04:Oficina 04:Oficina 04:Oficina 04:

Tema:Tema:Tema:Tema: Propostas para o fortalecimento do conselho escolar

Para se montar as propostas de fortalecimento do Conselho Escolar é importante realizar um levantamento de dados acerca dos aspectos que permeiam o ambiente escolar, tais como:

CONTEXTO SOCIALCONTEXTO SOCIALCONTEXTO SOCIALCONTEXTO SOCIAL

74

CONDIÇÕES FÍSICAS, CONDIÇÕES FÍSICAS, CONDIÇÕES FÍSICAS, CONDIÇÕES FÍSICAS, MATERIAIS E PEDAGÓGICASMATERIAIS E PEDAGÓGICASMATERIAIS E PEDAGÓGICASMATERIAIS E PEDAGÓGICAS

75

GESTÃO GESTÃO GESTÃO GESTÃO DEMOCRÁTICADEMOCRÁTICADEMOCRÁTICADEMOCRÁTICA

76

DOCENTESDOCENTESDOCENTESDOCENTES

77

���� Logo após o levantamento dos dados elaborar um plano de ação para o fortalecimento do conselho escolar;

���� Plenária para a apresentação das discussões e conclusões do

grupo;

���� Após a conclusão das oficinas é interessante realizar-se uma

assembléia geral para a apresentação das propostas elaboradas

pelos conselheiros.

DISCENTESDISCENTESDISCENTESDISCENTES

78

Dicas...

Assista aos vídeos encontrados no site: www.youtube.com

79

80

Pesquise nos Cadernos Conselhos Escolares disponíveis no site: www.portaldomec.gov.br

Livro - Aceita um Conselho? - Como Organizar o Colegiado Escolar

Este livro de Ângela Antunes, Aceita um Conselho? É esultado da reflexão sobre uma prática vivida no interior da escola, consegue oferecer às horas agitadas da escola e da sala de aula instrumentos concretos para a realização do sonho da Escola Cidadã. Trata-se de uma contribuição original, didática e competente a todos aqueles e aqueles que lutam por uma educação pública com qualidade humana para todos. Este livro demonstra que, para o educador, não basta defender certos princípios ou idéias; o educador transformador precisa apontar caminhos, mostrar como se caminha, e fazer o caminho junto.

81

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