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I - 1 - Maastricht, 11 de Dezembro de 1991 CONSELHO IDJROPEIJ Maastricht, 9 e 10 de Dezembro de 1991 CONCLUSOES DA PRESIDENCIA SN 271/1/91 p

CONSELHO IDJROPEIJ Maastricht, e 10 de Dezembro de ......0 Conselho Europeu reitera o seu firme empenhamento em chegar, no final do ano, a urn pacote substancial, equilibrado e global

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Maastricht, 11 de Dezembro de 1991

CONSELHO IDJROPEIJ

Maastricht, 9 e 10 de Dezembro de 1991

CONCLUSOES DA PRESIDENCIA

SN 271/1/91 p

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0 Senhor BARON CRESPO, Presidente do Parlarnento Europeu, apresentou ao Conselho Europeu as opinioes da sua Institui~ao relativamente aos projectos de Tratados sobre a Uniao Politica e a Uniao Economica e Monetaria.

0 Conselho Europeu congratulou-se com todos os contactos estabelecidos com o Parlarnento Europeu durante a prepara~ao destes projectos e, em especial, com as reunioes interinstitucionais que permitiram uma melhor compreensao mutua das respectivas opinioes.

TRATADO SOBRE A UNIAO EUROPE!A

As Conferencias Intergovernamentais sobre a Uniao Politica e a Uniao Economica e Monetaria reunidas ao nivel de Chefes de Estado e de Governo, chegaram a acordo quanta ao projecto de Tratado sobre a Uniao Europeia com base nos textos relatives a Uniao Politica e a Uniao Economica e Monetaria (doc. SN 252/1/91). Proceder-se-a a necessaria harmoniza~ao e revisao juridica final dos textos por forma a estarem ultimados com vista a assinatura do Tratado no inicio de Fevereiro de 1992.

Referindo-se em especial a politica social, o Conselho Europeu reafirma que as actuais disposi~oes do Tratado podem ser consideradas como acervo comunitario.

0 Conselho Europeu regista que onze Estados-membros desejam avan~ar na via fixada pela Carta Social em 1989. Para este fim, ficou assente anexar ao Tratado urn Protocolo relative a politica social que comprometera as instituicoes das Comunidades a tomarem e a aplicarem as necessarias decisoes embora adaptando OS processos de decisao para aplicacao par onze Estados-membros.

ALARGAMENTO

0 Conselho Europeu recorda que o Tratado da Uniao Europeia agora aprovado pelos Chefes de Estado e de Governo preve que qualquer Estado europeu cujo sistema de Governo seja baseado nos principios da democracia pode candidatar-se a tornar-se membra da Uniao.

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0 Conselho Europeu observa que as negociacoes relativamente a adesao a Uniao Europeia com base no Tratado agora aprovado podem iniciar-se logo que a Comunidade tenha concluido as suas negociacoes sobre os recursos pr6prios e questoes conexas em 1992.

0 Conselho Europeu regista que outros paises europeus apresentaram candidaturas ou anunciaram a sua intencao de solicitar a adesao a Uniao. 0 Conselho Europeu convida a Comissao a analisar estas questoes incluindo as suas implicacoes para o futuro desenvolvimento da Uniao com vista ao Conselho Europeu de Lisboa.

URUGUAY ROUND

0 Conselho Europeu regista que as negociacoes relativas a liberalizacao das trocas comerciais entraram numa fase final. Foi informado dos progressos das negociacoes de Genebra, bern como dos da Cimeira Transatlantica, realizada em Haia, em 9 de Novembro de 1991.

0 Conselho Europeu reitera o seu firme empenhamento em chegar, no final do ano, a urn pacote substancial, equilibrado e global de resultados no ambito do Uruguay Round, que devera abranger as normas e disciplinas do GATT, o acesso ao mercado, a agricultura, os texteis, os servicos, os TRIPs e o reforco institucional do sistema do GATT, com exclusao de qualquer recurso a accoes unilaterais por parte de qualquer parceiro. Insta os outros parceiros no Urugay Round a associarem os seus esforcos a fim de concluir as negociacoes nesta base.

0 Conselho Europeu convida a Comissao a preparar cuidadosamente urn born desfecho negociado do Round, que integre resultados substanciais e crediveis nas areas mais importantes, e que seja conforme com os objectivos das Comunidades Europeias.

Solicita a Comissao que mantenha o Conselho pormenorizadamente informado dos resultados obtidos.

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COOPERACAO NOS DOMiNIOS DA JUSTICA E DOS ASSUNTOS SOCIAlS

Livre circulacao de pessoas, imigracao e asilo

A. 0 Conselho Europeu tomou conhecimento dos relatorios em materia de imigracao e asilo elaborados a seu pedido pelos Ministros responsaveis pela Imigracao. 0 Conselho considera que constituem uma base adequada para as accoes a empreender nestes dominies.

0 Conselho Europeu da o seu acordo aos programas de trabalho e calendarios previstos e solicita aos Ministros da Imigracao que os apliquem.

B. 0 Conselho Europeu tomou conhecimento do relatorio do Grupo de Coordenadores "Livre Circulacao de Pessoas" e aprovou as recomendacoes nele feitas.

C. 0 Conselho Europeu lamenta que nao tenha ainda sido possivel solucionar o ultimo problema que impede a assinatura da Convencao relativa a passagem das fronteiras externas dos Estados-membros das Comunidades Europeias. 0 Conselho Europeu solicita a Presidencia que envide todos OS esforcos para, em colaboracao com os dois Estados-membros em questao, encontrar uma solucao para este problema.

D. 0 Conselho Europeu solicita aos Coordenadores que analisem a estrutura a dar ao Sistema Europeu de Informacao e providencia para que se tomem as disposicoes tecnicas e juridicas necessarias a constituicao do sistema - incluindo a proteccao da vida privada.

Tendo em conta a necessidade de uma rapida conclusao destes trabalhos, e desejavel ponderar, em primeiro lugar, se os acordos ja existentes entre alguns Estados-membros tambem poderao servir para todos os Estados-membros.

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Europol

0 Conselho Europeu manifesta o seu acordo quanta a criacao de urn Service Europeu de Policia (EUROPOL) cuja missao seria, numa primeira fase, organizar o intercambio de informacoes sobre estupefacientes a nivel dos doze Estados-membros da Comunidade. 0 Conselho Europeu encarrega os Ministros "TREVI". em colaboracao com a Comissao, de tomar as medidas que permitam a rapida criacao de Europol.

0 Conselho Europeu tomou nota do relatorio do Comite Europeu de Luta Anti-Droga.

0 Conselho solicita as Instituicoes da Comunidade Europeia que envidem todos OS esforcos para que o acto que cria o Observatorio Europeu da Droga possa ser adoptado antes de 30 de Junho de 1992.

No ambito de uma informacao tao alargada quanto possivel sobre OS problemas da droga, o Conselho Europeu apoia a organizacao de uma semana europeia de luta contra a droga durante o segundo semestre de 1992.

0 Conselho Europeu solicita ao CELAD que continue a sua accao de coordenacao e que desenvolva esforcos no sentido de que as diversas instancias competentes apliquem sem tardar o Programa Europeu de Luta contra a Droga, adoptado pelo Conselho Europeu de Roma, em 14 de Dezembro de 1990.

Consequencias do projecto de Tratado sobre a Uniao Europeia

0 Conselho Europeu deu instrucoes as instancias competentes do Conselho e ao Grupo de Coordenadores "Livre Circulacao de Pessoas" no sentido de colaborarem com a Comissao sobre a analise das consequencias do projecto de Tratado sobre a Uniao Europeia relativamente aos procedimentos nessas materias, de modo a que as disposicoes pertinentes do futuro Tratado possam ser efectivamente aplicadas logo que o Tratado entre em vigor.

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SITUACAO DO ABASTECIMENTO ALIMENTAR DE MOSCOVO E SAO PETERSBURGO 0 Conselho ·Europeu manifestou a sua preocupac;ao em relac;ao a si tuac;ao critica do abastecimento alimentar de Moscovo e Sao Petersburgo, e acordou em que a Comunidade devera tamar rapidamente medidas concretas a fim de ajudar as populac;oes destas cidades.

Os Estados-membros darao uma resposta positiva aos pedidos da Comissao para fornecimento de peritos em logistica.

0 Conselho Europeu solicitou a Comissao que adiant kl2mo!!_propostas especificas e ao Conselho (ECO/FIN) que analise na sua sessao de 17 de Dezembro de 1991 os aspectos financeiros especificos de uma acc;ao da Comunidade, incluindo a questao da garantia de credito.

COOPERACAO POLITICA EUROPEIA

Medio Oriente

- 0 Conselho Europeu adoptou a declarac;ao sabre o processo de paz no Medic Oriente constante do Anexo I.

- 0 Conselho Europeu congratula-se com a libertac;ao de refens recentemente ocorrida no Libano e exprime a sua gratidao ao Secretario-Geral das Nacoes Unidas pelos esforc;os que envidou nesse sentido.

0 Conselho Europeu deplora que os nacionais alemaes Heinrich Strubig e Thomas Kemptner continuem detidos no Libano.

0 Conselho Europeu lanc;a um apelo premente a todos os Governos e personalidades que possam contribuir para a resolucao do problema dos refens para que prossigam OS seus esforc;os com vista a libertac;ao incondicional de todas as pessoas detidas em violac;ao de todas as normas de direito.

A questao dos refens no Libano so sera solucionada quando todos os refens tiverem side libertados.

0 Conselho Europeu congratula-se com o facto de o Secretario-Geral das Nac;oes Unidas se ter declarado disponivel para prosseguir os seus esforc;os.

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Evolucao da situacao na Uniao Sovietica

0 Conselho Europeu debateu a recente evolucao na Uniao Sovietica e adoptou a declaracao constante do Anexo II.

Politica relativa aos novas Estados Europeus

0 Conselho Europeu pediu aos Ministros dos Negocios Estrangeiros que avaliassem a evolucao na Europa Oriental e na Uniao Sovietica com vista a elaborarem uma abordagem respeitante as relacoes com os novas Estados.

Racismo e xenofobia

0 Conselho Europeu adoptou a declaracao constante do Anexo III.

Investigacoes sabre os atentados contra os voos PAN AM 103 e UTA 772

Recordando a declaracao publicada pela Comunidade e pelos seus Estados-membros em 2 de Dezembro, o Conselho Europeu tem devidamente em consideracao as graves acusacoes formuladas contra nacionais libios a respeito dos atentados aos voos PAN AM 103 em Dezembro de 1988 e UTA 772 em Setembro de 1989. 0 Conselho Europeu recorda a sua condenacao de todos os aetas de terrorismo, onde quer que sejam cometidos e sejam quais forem os seus autores.

0 Conselho Europeu registou OS pedidos apresentados em 27 de Novembro as autoridades libias pelos governos da Franca, do Reina Unido e dos Estados Unidos. Subscreve plenamente esses pedidos e exige as autoridades libias que lhes deem satisfacao integral e imediata.

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ANEXO I

DECLARACAO SOBRE 0 PROCESSO DE PAZ NO MEDIO ORIENTE

0 Conselho Europeu atribui importante significado a Conferencia de Paz sobre o Medio Oriente, realizada em Madrid, que deu inicio ao processo de negociacoes baseado nas Resolucoes 242 e 338 do Conselho de Seguranca da ONU e que devera conduzir a uma solucao justa e global do conflito israelo-arabe e da questao da Palestina. Com base nas posicoes de principio que desde ha muito os tern norteado, a Comunidade e os seus Estados-membros estao decididos a empreender conjuntamente com os Estados Unidos e a Uniao Sovietica, todos os esforcos possiveis para favorecer esse processo. Em Madrid comprometeram-se a associar-se activamente em todas as fases das negociacoes.

0 Conselho Europeu considera de importancia essencial que o impeto conseguido em Madrid nao esmoreca por razoes processuais. Registou que a segunda sessao de negociacoes bilaterais foi convocada para Washington, esperando-se que elas prossigam, com a boa fe de todas as partes. So assim se podera progredir substancialmente e chegar a accoes significativas destinadas a reforcar a confianca. 0 Conselho Europeu e de opiniao que a cessacao da politica israelita de criacao de colonatos nos Territorios Ocupados constituiria urn contributo essencial para a criacao de urn ambiente estavel, necessario ao progresso das negociacoes. 0 termo do boicote comercial arabe seria outro contributo para o mesmo fim.

Quanto a situacao nos Territories Ocupados, importa que ambas as partes deem provas de moderacao, e que Israel observe as disposicoes da Quarta Convencao de Genebra. 0 Conselho Europeu aguarda com esperanca uma melhoria tangivel da situacao nesses Territorios, antes ate da aplicacao de acordos provisorios ou de outro tipo. 0 Conselho Europeu tomou nota, quanto a este aspecto, de informacoes segundo as quais o nivel de violencia na regiao teria diminuido a partir da Conferencia de Madrid. Com efeito, esta Conferencia suscitou, nos Territorios Ocupados e noutras partes do mundo, urn clima de esperanca que e convenlente nao defraudar.

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0 Conselho Europeu recorda o empenho da Comunidade e dos seus Estados-membros em contribuir de modo activo e pratico para o progresso da fase multilateral das negociacoes sobre cooperacao regional. Exprime a esperanca de que todas as partes na regiao participem nestas negociacoes. 0 Conselho Europeu considera que as negociacoes bilaterais e multilaterais devem seguir a par, reforcando-se mutuamente. No entanto, as negociacoes no dominio da cooperacao regional nao deverao avancar mais rapidamente do que uma solucao politica. A Comunidade e os seus Estados-membros, dados os lacos estreitos que os unem as partes envolvidas, estao decididos a manter urn estreito contacto com todos os participantes e a fazer tudo o que estiver ao seu alcance para promover avancos significativos com vista a uma solucao global, justa e duradoura.

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ANEXO II

DECLARACAO SOBRE OS ACONTECIMENTOS NA UNIAO SOVIETICA

0 Conselho Europeu tomou conhecimento da decisao das Republicas da Bielorrussia, Ucriinia e Russia de formarem uma "Comunidade de Estados independentes", a que outras Republicas foram convidadas a aderir. Tomou ainda conhecimento da declaracao do Presidente Gorbachev de 9 de Dezembro de 1991.

0 Conselho Europeu salienta a necessidade de urn dialogo construtivo entre todas as partes interessadas, por forma a assegurar que o processo de transformacao da Uniao Sovietica, que entrou numa fase crucial, se desenrole de uma forma pacifica, democratica e ordenada.

0 Conselho Europeu congratula-se com o facto de as tres Republicas que enveredaram por este processo global de mudanca terem declarado que reconhecem mutuamente e que respeitam a integridade territorial umas das outras e a inviolabilidade das fronteiras existentes no ambito da sua Comunidade.

0 Conselho Europeu regista com satisfacao que estas Republicas reafirmaram simultaneamente a sua disponibilidade para respeitar os compromissos internacionais da Uniao Sovietica e garantir o controlo unico das armas nucleares nos seus territorios.

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0 Conselho Europeu recorda a importancia atribuida pela Comunidade e pelos seus Estados-membros ao respeito e a implementacao, por todas as Republicas, da totalidade das disposicoes do Acto Final de Helsinquia, da Carta de Paris e das outras disposicoes pertinentes da CSCE relativas aos direitos humanos e aos direitos das pessoas pertencentes a minorias nacionais. Recorda ainda que, em conformidade com estas disposicoes, as fronteiras de todos os Estados da Europa sao inviolaveis e so podem ser alteradas por meios e acordos pacificos. Alem disso, a Comunidade e OS seus Estados-membros atribuem especial importancia a adopcao imediata de medidas adequadas, a nivel das Republicas em questao, no dominic da aplicacao dos acordos relatives ao controlo dos armamentos, a nao-proliferacao nuclear, assim como ao controlo efectivo e a seguranca das armas nucleares. A Comunidade e os seus Estados-membros subscrevem igualmente o principia de que as Republicas que se tornam soberanas deverao, no que lhes diz respeito, cumprir as obrigacoes decorrentes da divida externa da Uniao Sovietica.

No momento em que estas Republicas exprimem democratica e pacificamente a sua vontade de aceder a soberania plena, a Comunidade e OS seus Estados-membros pretendem iniciar com as mesmas, num espirito de cooperacao, urn dialogo relative ao desenvolvimento das suas relacoes mutuas.

0 Conselho Europeu formula igualmente o desejo de que essas Republicas possam desenvolver entre si estruturas de cooperacao susceptiveis de facilitar a sua insercao na comunidade internacional a fim de garantir a seguranca, a estabilidade e a realizacao legitima de todos.

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ANEXO III

DECLARACAO SOBRE 0 RACISMO E A XENOFOBIA

0 Conselho Europeu regista com preocupacao que as manifestacoes de racismo e de xenofobia tern vindo a alastrar cada vez mais na Europa, quer nos Estados-membros da Comunidade, quer em outros paises.

0 Conselho Europeu salienta que continuam inteiramente validas as obrigacoes internacionais de combate a discriminacao e ao racismo que OS Estados-membros assumiram no ambito das Nacoes Unidas, do Conselho da Europa e da CSCE.

0 Conselho Europeu recorda a Declaracao contra o Racismo e a Xenofobia adoptada pelo Parlamento Europeu, pelo Conselho e pela Comissao em 11 de Junho de 1986 e, recordando a sua Declaracao de Dublin de 26 de Junho de 1990, afirma a sua repulsa pelos sentimentos e manifestacoes racistas. Sao inaceitaveis estas manifestacoes, incluindo as expressoes de preconceitos, a violencia contra os imigrantes estrangeiros e a exploracao destes ultimos.

0 Conselho Europeu manifests a sua conviccao de que o respeito pela dignidade humana se reveste de uma importancia capital para a Europa da Comunidade e de que 0 combate a discriminacao sob todas as suas formas e, assim, essencial para a Comunidade Europeia enquanto Comunidade de Estados que se regem pelos principios do Estado de direito. Por conseguinte, o Conselho Europeu considera necessaria que os Governos e os Parlamentos dos Estados-membros ajam com transparencia e sem ambiguidade contra a onda de sentimentos e de manifestacoes de racismo e de xenofobia.

0 Conselho Europeu solicita aos Ministros e a Comissao que intensifiquem os seus esforcos na luta contra a discriminacao e a xenofobia e reforcem a proteccao juridica dos cidadaos de paises terceiros no territorio dos Estados-membros.

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Por ultimo, o Conselho Europeu regista que, em correlacao com as alteracoes ocorridas na Europa de Leste, se manifestam nessa regiao sentimentos similares de intolerancia e de xenofobia sob formas extremistas de nacionalismo e de etnocentrismo. As politicas da Comunidade e dos seus Estados-membros relativamente aos palses em questao deverao ter como objectivo desencorajar firmemente tais manifestacoes.

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