8
2000/1/26 page 59 Considera¸ oes sobre o L A T E X2 ε Ant´ onio Batel Anjo e Delfim F. Marado Torres Departamento de Matem´ atica Universidade de Aveiro {batel, delfim}@mat.ua.pt 1 Antes de mais, o que ´ eoT E X? OT E e um programa de computa- dor, criado por Donald Knuth em finais dos anos 70, projectado para trabalho tipogr´ afico, nomeadamente para a es- crita de documentos com f´ ormulas ma- tem´aticas. Trata-se pois de um progra- ma dirigido aos autores e desde sempre foi muito popular entre os matem´ aticos, ısicos, astr´onomos, inform´ aticos e, de um modo geral, entre os cientistas. OT E X, tal como o usamos hoje, foi tornado p´ ublico em 1982 e ´ e con- siderado como uma das ferramentas de software mais est´ aveis do mundo. Est´ a neste momento na vers˜ao 3.14159 e ser´a perfeito quando atingir o valor num´ erico de π. OT E X tem-se desenvolvido no mun- do acad´ emico, gra¸ cas aos esfor¸cos colec- tivos de centenas de programadores de todo o mundo, e encontra-se dispon´ ıvel, gratuitamente, em quase todas as pla- taformas e sistemas operativos. 2 Um passo em frente: oL A T E X OL A T E e um acrescento ao T E X, que proporciona um sistema de prepa- ra¸ c˜ao de documentos com uma excelen- te qualidade tipogr´ afica, usando minu- tas profissionais pr´ e-definidas. Foi criado, originalmente, por Les- lie Lamport e usa, tal como dissemos, o T E X como base. A vers˜ao mais recente do L A T E eoL A T E X2 ε e ser´a sobre esta vers˜ao que nos iremos aqui debru¸ car. 3 Um pouco de filoso- fia Autores pouco experientes, come- tem erros de formata¸ c˜ao quando assu- mem que o design, por exemplo de um livro, ´ e principalmente uma quest˜ ao de est´ etica: “Se um documento tem ’bom aspecto’, ent˜ ao est´a bem concebido”. Mas como os documentos devem ser fei- tos para serem lidos e n˜ ao para estarem em galerias de arte, a facilidade de lei- tura e a facilidade de compreens˜ aos˜ao factores muito mais importantes do que o facto de serem bonitos. Nos populares ambientes WY- SIWYG —“What You See Is What You Get” — normalmente s˜ ao os autores que tratam de todo o design. O resultado s˜ao trabalhos ’muito bonitos’ mas com uma estrutura pobre. OL A T E X previne este tipo de er- ros, for¸ cando o utilizador a declarar as estruturas l´ ogicas do texto. OL A T E X encarregar-se-´a, depois, do resto. Falamos ent˜ ao de uma filosofia WY- SIWYM —“What You See Is What You Mean” — em oposi¸ c˜ao ao WYSIWYG. Para escrever em L A T E X usamos sim- ples ficheiros ASCII, criados por um qualquer editor, contendo o texto do documento propriamente dito e certos 59

Considerações sobre LaTeX2e

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Escrita científica usando uma linguagem de grande nível de qualidade e profissionalismo.

Citation preview

Page 1: Considerações sobre LaTeX2e

2000/1/26page 59i

ii

i

ii

ii

Consideracoes sobre o LATEX2ε

Antonio Batel Anjo e Delfim F. Marado Torres

Departamento de MatematicaUniversidade de Aveiro

{batel, delfim}@mat.ua.pt

1 Antes de mais, o quee o TEX?

O TEX e um programa de computa-dor, criado por Donald Knuth em finaisdos anos 70, projectado para trabalhotipografico, nomeadamente para a es-crita de documentos com formulas ma-tematicas. Trata-se pois de um progra-ma dirigido aos autores e desde semprefoi muito popular entre os matematicos,fısicos, astronomos, informaticos e, deum modo geral, entre os cientistas.

O TEX, tal como o usamos hoje,foi tornado publico em 1982 e e con-siderado como uma das ferramentasde software mais estaveis do mundo.Esta neste momento na versao 3.14159e sera perfeito quando atingir o valornumerico de π.

O TEX tem-se desenvolvido no mun-do academico, gracas aos esforcos colec-tivos de centenas de programadores detodo o mundo, e encontra-se disponıvel,gratuitamente, em quase todas as pla-taformas e sistemas operativos.

2 Um passo em frente:o LATEX

O LATEX e um acrescento ao TEX,que proporciona um sistema de prepa-racao de documentos com uma excelen-te qualidade tipografica, usando minu-tas profissionais pre-definidas.

Foi criado, originalmente, por Les-

lie Lamport e usa, tal como dissemos, oTEX como base. A versao mais recentedo LATEX e o LATEX2ε e sera sobre estaversao que nos iremos aqui debrucar.

3 Um pouco de filoso-fia

Autores pouco experientes, come-tem erros de formatacao quando assu-mem que o design, por exemplo de umlivro, e principalmente uma questao deestetica: “Se um documento tem ’bomaspecto’, entao esta bem concebido”.Mas como os documentos devem ser fei-tos para serem lidos e nao para estaremem galerias de arte, a facilidade de lei-tura e a facilidade de compreensao saofactores muito mais importantes do queo facto de serem bonitos.

Nos populares ambientes WY-SIWYG —“What You See Is What YouGet”— normalmente sao os autores quetratam de todo o design. O resultadosao trabalhos ’muito bonitos’ mas comuma estrutura pobre.

O LATEX previne este tipo de er-ros, forcando o utilizador a declarar asestruturas logicas do texto. O LATEXencarregar-se-a, depois, do resto.

Falamos entao de uma filosofia WY-SIWYM —“What You See Is What YouMean”— em oposicao ao WYSIWYG.

Para escrever em LATEX usamos sim-ples ficheiros ASCII, criados por umqualquer editor, contendo o texto dodocumento propriamente dito e certos

59

Page 2: Considerações sobre LaTeX2e

2000/1/26page 60i

ii

i

ii

ii

60 Gazeta de Matematica

comandos que irao servir para o LATEXproduzir um ficheiro de extensao .dvi.As distribuicoes de LATEX disponibili-zam programas para visualizar e im-primir estes ficheiros, assim como umaserie de conversores para outros forma-tos, como por exemplo o PostScript.

4 Porque devo apren-der LATEX?

As vantagens do LATEX tornam-seevidentes quando os nossos documentosse tornam grandes. Uma tese, de mes-trado ou doutoramento, em LATEX ca-be perfeitamente numa disquete. Umacolega nossa, precisava de 40 disquetespara guardar a sua dissertacao de mes-trado escrita em Word.

O LATEX e tambem muito vantajo-so quando mudamos, constantemente,os nossos ficheiros. No LATEX, ındices,citacoes, colocacao de figuras, sao tra-tados automaticamente.

Outra desvantagem do Word e pro-duzir documentos – de extensao .doc– nao portaveis. Quem ainda nao teveproblemas em ler um ficheiro de Ma-cintosh em PC ou vice versa? Quemja tentou abrir um documento de Wordentre diferentes versoes de Word? Ve-jam o ultimo exemplo: o Word 97 nao ecapaz de ler os ficheiros do Word 2000.Por outro lado, um documento cria-do em LATEX, ha dez anos atras, aindapode ser publicado, sem qualquer tipode edicao, com os sistemas actuais deLATEX.

Por ultimo, a qualidade tipograficados documentos produzidos pelo LATEXe maior do que a que se obtem, porexemplo, com o Word. Claro que pu-demos sempre mudar os “templates” noWord, mas entao teremos trabalho paramais uns dias . . .

Nao vos queremos esconder nada:

embora o LATEX seja, em geral, facilde usar, tem tambem as suas dificul-dades; e exige um tempo de aprendiza-gem maior que o Word. No entanto, oesforco sera compensado.

Se ainda nao o conseguimos conven-cer das vantagens do LATEX, nao con-tinue. De primeiro uma vista de olhosem:

http://www.cudenver.edu/~hgreenbe/courses/

texinfo/wordvslatex.html

5 Generalidades sobreos ficheiros LATEX

5.1 Espacos

Caracteres de espaco, como sendo o“espaco branco” ou o tab, sao trata-dos todos como “espaco” pelo LATEX.Varios espacos consecutivos sao trata-dos como um “espaco”. Um caracterde espaco no inıcio duma frase e igno-rado e a mudanca de uma linha e trata-da como um “espaco”. Uma linha vaziaentre duas linhas de texto define fim deparagrafo. Varias linhas vazias entreduas linhas de texto definem, na mes-ma, um paragrafo.

5.2 Caracteres Especiais

Os sımbolos seguintes sao caracteresreservados, que ou tem um significadoespecial para o LATEX ou nao estao dis-ponıveis em todas as fontes. Se os intro-duzir directamente no texto, os caracte-res nao irao aparecer na impressao. Saoeles:

$ & % # _ { } \

Como podera constatar, a maioriadestes sımbolos poderao ser produzidosse antes do sımbolo introduzir uma bar-ra (\). No caso de querer introduzir o

Page 3: Considerações sobre LaTeX2e

2000/1/26page 61i

ii

i

ii

ii

Gazeta de Matematica 61

caracter \ no seu texto, nao podera fa-zer \\, pois este comando e usado paramudanca de linha. Para produzir estecaracter tera de recorrer ao comando

$\backslash$

5.3 Comandos

Os comandos de LATEX sao “casesensitive”, isto e, diferem se estiveremcom letras maiusculas ou minusculas.Podem ter dois formatos possıveis: oucomecam com uma barra \ e tem deseguida um nome constituido apenaspor letras —aı os comandos terminamcom um espaco, um numero ou outrocaracter ‘nao-letra’– ou consiste numabarra \ e exactamente um caracter es-pecial.

O LATEX ignora os espacos depoisdos comandos. Se quisermos obter umespaco apos um comando, teremos decolocar \ seguido de espaco apos o co-mando, ou entao {} seguido tambem deespaco apos o referido comando.

5.4 Comentarios

A partir do caracter %, o LATEXignora o resto da presente linha, a que-bra de linha, e todos os tipos de espacono inıcio da linha seguinte. Sendo as-sim, este caracter serve para introduzirno ficheiro comentarios que depois naimpressao nao aparecem.

6 A estrutura dos fi-cheiros LATEX

6.1 O preambulo

Quando o LATEX2ε processa um fi-cheiro, ele espera que esse ficheiro sigauma certa estrutura. Todos os ficheirosdevem comecar com um comando do ti-po

\documentclass[...]{...}

Com efeito, a primeira informacaoque o LATEX precisa de saber quandoesta a processar um ficheiro, e o tipode documento que o autor quer criar.Alguns tipos de documentos sao:

article para artigos em jornaiscientıficos, pequenos relatorios, . . .

report para relatorios longos con-tendo varios capıtulos, pequenos livros,teses de Doutoramento e dissertacoesde Mestrado, . . .

book para livros completos

slides para slides e acetatos. Estaclasse usa letras grandes sans serif.

O LATEX2ε inclui outras classes, porexemplo para escrita de cartas.

Alem disso, podemos especificar,entre parentesis rectos, uma serie deopcoes que nos permitem personalizaro comportamento do documento. Essasopcoes sao separadas por vırgulas. Asmais comuns sao:

10pt, 11pt, 12pt Indicam o tama-nho da fonte principal no documento.Por defeito, os documentos sao 10pt.

a4paper, letterpaper, a5paper,b5paper Definem o tamanho do papelonde o documento sera impresso. Otamanho por defeito e o letterpaper.

fleqn Coloca as fomulas ma-tematicas alinhadas a esquerda em vezde centradas.

leqno Coloca a numeracao dasformulas matematicas a esquerda des-tas, em vez de estarem a direita.

Page 4: Considerações sobre LaTeX2e

2000/1/26page 62i

ii

i

ii

ii

62 Gazeta de Matematica

titlepage, notitlepage Especificase uma nova pagina deve ser usada, ounao, apos o tıtulo do documento. Aclasse article nao comeca, por defei-to, uma nova pagina enquanto as classesreport e book o fazem.

twocolumn faz o LATEX produzir otexto em duas colunas.

twoside, oneside Controla as mar-gens da pagina adequadamente, con-soante quisermos imprimir o textoapenas num ou nos dois lados da fo-lha. O article e o report usam ooneside por defeito enquanto o bookusa o twoside. Atencao: o comandotwoside nao indica a impressora quedeve imprimir nos dois lados da folha.

openany, openright Faz com queos capıtulos comecem em qualquerpagina ou apenas em pagina ımpar,do lado direito. Estas opcoes nao fun-cionam no modo article, pois estemodo nao reconhece capıtulos. O mo-do report usa por defeito o openanyenquanto o modo book usa por defeitoo openright.

Exemplo: um ficheiro em LATEX podecomecar com a linha

\documentclass[11pt,twoside,a4paper]{article}

indicando que pretendemos escrever umartigo com o tamanho da fonte ba-se de onze pontos e que pretendemosimprimi-lo dos dois lados em paginasA4.

De seguida, podemos:

• Incluir comandos que influenciam oestilo de todo o documento. Por exem-plo:

alterar o espacamento normal entrelinhas com o comando

\renewcommand{%\baselinestretch}{...}

onde . . . devera ser substituıdo por umvalor numerico. Alguns valores cons-tam da tabela seguinte.

Tamanho letra Espacamento duplo Espacamento 1.510pt 1.67 1.2511pt 1.62 1.2112pt 1.66 1.24

• Definir novos comandos. Por exem-plo podemos definir os comandos \R e\N por

\def\R{{\rm I\kern-.17em R}}\def\N{{\rm I\kern-.20em N}}

para produzir, respectivamente, ossımbolos IR e IN. (Um efeito semelhan-te pode ser conseguido pela inclusao do

“package” amssymb. Ver comentario afrente.)

• Carregar “packages” que acrescentamnovas opcoes ao sistema LATEX. Paracarregar um “package” usa-se o coman-do

\usepackage[...]{...}

Page 5: Considerações sobre LaTeX2e

2000/1/26page 63i

ii

i

ii

ii

Gazeta de Matematica 63

Um exemplo pode ser

\usepackage[portuges]{babel}

quando pretendemos escrever docu-mentos em lıngua portuguesa. Destamaneira iremos ter Capıtulo em vez deChapter, etc. Podemos tambem usar opackage babel para escrever documen-tos multi-lıngua. Por exemplo

\usepackage[portuges,english]{babel}

Fazemos a comutacao da lıngua, confor-me necessario, com o comando

\selectlanguage{...}

Deste modo podemos ter diferentes re-gras de hifenizacao. Um outro packageutil e o

\usepackage{isolatin1}

que nos permite introduzir palavrasacentuadas, de imediato, sem o uso dequaisquer comandos para o efeito. Pa-ra escrita de documentos matematicos,podera dar jeito incluir:

\usepackage{amssymb}

Poderemos entao, a tıtulo de exemplo,produzir os sımbolos R e N, respectiva-mente com os comandos $\mathbb{R}$e $\mathbb{N}$.

Existem milhares de packages: po-tencialmente para tudo o que precisa-mos e viremos a precisar. A este res-peito, a referencia certa e sem duvida olivro [?]. Se a sua distribuicao de LATEXnao disponibilizar um determinado pa-ckage que pretende usar, podera sempreencontra-lo na internet nos servidoresCTAN (ver seccao 8 mais a frente).

Aqui vamos apenas indicar maisdois packages: um para inclusao deimagens e outro para produzir umındice.

Para inclusao de graficos no formato.eps pode usar o graphicx

\usepackage{graphicx}

que lhe permite depois incluir as ima-gens com o comando

\includegraphics[Largura,Altura,Angulo,Escala]{Imagem.eps}

Nao se esqueca que tudo o que vem en-tre parentesis rectos e sempre opcional.

Para geracao de ındices deve incluiros comandos

\usepackage{makeidx}\makeindex

e depois, no corpo do texto e na alturaque desejar, escrever

\tableofcontents

6.2 O corpo

Estamos nesta altura prontos paracomecar a trabalhar no texto propria-mente dito. Um exemplo:

\begin{document}Um texto muito curto!

\end{document}

Enquanto a area entre o\documentclass e o \begin{document}e chamada de preambulo; chamamoscorpo do texto ao compreendido en-tre os comandos \begin{document} e\end{document}.

Tudo o que vier a seguir ao comando\end{document} e pura e simplesmenteignorado pelo LATEX.

Page 6: Considerações sobre LaTeX2e

2000/1/26page 64i

ii

i

ii

ii

64 Gazeta de Matematica

6.2.1 Alguns Exemplos de Escri-ta

O texto que se segue, e um docu-mento independente que se inicia da se-guinte forma:

\documentclass[11pt]{article}\usepackage{isolatin1}\begin{document}\title{A arte de bem

excrever \LaTeX}\author{Delfim e Antonio}\date{\today}\maketitle

A primeira instrucao define o tipo e otamanho da letra que vamos usar.

\documentclass[11pt]{article}

A instrucao

\usepackage{isolatin1}

e o exemplo de como chamar um arqui-vo utilitario: a codificacao de sinais dia-crıticos varia de computador para com-putador; o arquivo

isolatin1.sty

efectua a descodificao. Segue-se o tıtulodo trabalho, o autor e a data. Aqui aca-ba o preambulo do documento e comecao texto, sempre depois de um

\begin{document}

Uma expressao matematica e escri-ta, e destacada, no texto da seguinteforma

$$\sqrt{\sqrt{\sqrt{

\sqrt{\sqrt{\sqrt{\sqrt{x}}}}}}}

$$

que produz o seguinte resultado√√√√√√√√√√√

√√√√√√√√x

Pode no entanto ser conveniente re-ter essa expressao matematica para re-ferencia posterior – ou anterior ...

\begin{equation}\sqrt{\sqrt{\sqrt{\sqrt{x}}}}\label{raiz}\end{equation}

Desta forma podemos referir-nos a ex-pressao (6.1) em qualquer parte do tex-to, √√√√

x (6.1)

usando o comando do LATEX

\ref{raiz}

A escrita de expressoes mais elabo-radas como por exemplo o teorema 6.1,e conseguida a custa de alguma novasdefinicoes.

Teorema 6.1 Se n e um inteiro posi-tivo, entao Dx(x−n) = −nx−n−1.

Demonstracao: Utilizando a definicaode x−n, a regra do cociente e a regra dapotencia,

Dx(x−n) = Dx(1

xn)

=xn(0) − 1(nxn−1)

(xn)2

=−nxn−1

x2n= (−n)x(n−1)−2n

= (−n)x−n−1 (6.2)

¦Vejamos como se produz este texto

Page 7: Considerações sobre LaTeX2e

2000/1/26page 65i

ii

i

ii

ii

Gazeta de Matematica 65

\begin{teor}Se $n$ e um inteiro positivo,ent~ao$D_x(x^{-n}) = -n x^{-n-1}$.\label{teorema}\end{teor}

\begin{demo}Utilizando a definic~ao de$x^{-n}$, a regra do cocientee a regra da potencia,

\begin{eqnarray}D_x(x^{-n}) &=&D_x(\frac{1}{x^n})\nonumber\\&=& \frac{x^n(0)-1(nx^{n-1})}{(x^n)^2}\nonumber\\&=& \frac{-nx^{n-1}}{x^{2n}}=(-n) x^{(n-1)-2n} \nonumber\\&=& (-n)x^{-n-1}\end{eqnarray}

\end{demo}

Os ambientes teorema e demonstracao,colocados no preambulo do documento,sao definidos da seguinte forma:

\newtheorem{teor}%{Teorema}[section]

\newenvironment{demo}{%\endsloppypar\noindent\bgroup\small{\bf{Demonstrac~ao:} }

}{\samepage\null\hfill$\diamond$\endsloppypar\egroup}

No proximo numero, continuaremosa tratar de escrita de documentos emLATEX.

7 Breves pensamentos

Sera que nos deverıamos ver obri-gados a alinhar na infindavel corrida de

actualizacoes de hardware e software —que tao bem caracteriza a industria in-formatica dos dias de hoje— se o quepretendemos e escrever textos de quali-dade profissional?

A manipulacao de ficheiros ASCII (eo uso do proprio LATEX) pode bem serfeito com aquele ’velhinho’ 486 que tempara aı num canto . . .

Nao e verdade que as tecnicas de es-crita, por exemplo de um curriculumvitæ, pouco ou nada se alteraram nosultimos 10 anos? Entao porque seraque a producao de documentos tem si-do o pretexto de compra de programase computadores cada vez mais recentes?

Os ficheiros ASCII, por seu lado,garantem tambem a portabilidade dosdocumentos entre sistemas operativos emaquinas diferentes!

8 Onde encontrar umadistribuicao livre deLATEX?

O que se segue e a nossa opiniao,obviamente limitada aos nossos conhe-cimentos, de quais as ’melhores’ distri-buicoes de LATEX disponıveis em regimelivre, na internet, para a plataformaque usa.

Qualquer uma delas podeser encontrada num dos ser-vidores CTAN: por exemploftp.tex.ac.uk, ftp.dante.de ouctan.tug.org, a partir da directoria/tex-archive/systems/.

Linux: teTeX, disponıvel emunix/teTeX. Ja vem, por exemplo, como RedHat Linux.

MS-DOS: emTeX, disponıvel emmsdos/emtex.

Page 8: Considerações sobre LaTeX2e

2000/1/26page 66i

ii

i

ii

ii

66 Gazeta de Matematica

Win32: (Win95, Win98 e NT) Mik-TeX, disponıvel em win32/miktex.

Power PC: MikTeX, disponıvel emwin32/miktexppc.

Mac: OzTeX, disponıvel emmac/oztex. Deve correr em qualquerMacintosh Plus, SE, II, ou modelosmais novos. Nao trabalha em Macscom apenas 128K ou 512K.

Existem tambem versoes nao comer-ciais para outras plataformas, tais co-mo Ataris, Amigas, etc. Nao ha mesmodesculpa para nao produzir documentosde qualidade profissional!

9 Para saber mais

O local ideal de partida, dirıamosmesmo um sıtio obrigatorio para todosos interessados em LATEX, e a pagina do’TEXUsers Group’:

http://www.tug.org

Aı podera encontrar: respostas as per-guntas mais frequentes; informacao so-bre como instalar o LATEX no seu com-putador; livros a ler; tutoriais dis-ponıveis na rede; etc, etc.

Na remota possibilidade de nao en-contrar a informacao que precisa, pecaajuda aos outros utilizadores. A co-munidade LATEXiana e muito prestavel.Recomendamos o forum de notıcias ediscussao comp.text.tex.

Agradecimentos

A escrita deste documento despole-tou o interesse de Marcos Daniel, alu-no do ensino secundario, para o LATEX.Queremos agradecer-lhe o facto de noster mostrado que mesmo para um jo-vem de 16 anos, ’educado nas filosofiasvisuais’, a aprendizagem de um siste-ma como o LATEX, orientado para o con-teudo e nao para o aspecto do texto napagina, nao e difıcil e torna-se mesmoprodutiva num abrir e fechar de olhos.Continua!

Referencias

[1] M. Goossens , F. Mittelbach and A. Samarin, The LATEX Companion, Addison--Wesley, 1994.

[2] H. J. Greenberg, A Simplified Introduction to LATEX, July 21, 1999,http://www.cudenver.edu/∼hgreenbe/.

[3] T. Oetiker, H. Partl , I. Hyna and E. Schlegl, The Not So Short introduction toLATEX2ε, Version 3.2, September 21, 1998, CTAN:/tex-archive/info/lshort.