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1 PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS SECRETARIA DE PLANEJAMENTO URBANO CONSIDERAÇÕES PARA A REVISÃO DA LEI DE PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO URBANO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS OUTUBRO de 2009

CONSIDERAÇÕES PARA A REVISÃO DA LEI DE ......21/11 (sábado) –14h30 – Distrito de São Francisco Xavier EMEF Prof. Mercedes Rachid Edwards Estrada Municipal Vereador Pedro David,

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PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS SECRETARIA DE PLANEJAMENTO URBANO

CONSIDERAÇÕES PARA A REVISÃO DA LEI DE

PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

URBANO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

OUTUBRO de 2009

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CONTEÚDO

I. APRESENTAÇÃO ........................................................................... 3

II. AGENDA DE TRABALHO .............................................................. 6

1. INTRODUÇÃO A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO .............. 8

2. HISTÓRICO PERÍODO 1997 – 2009.............................................. 9

3. ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL PLANO DIRETOR 2006................ 13

4. A OCUPAÇÃO DO ESPAÇO URBANO (1997-2008)..................... 20

5. DESENVOLVIMENTO URBANO AMBIENTAL 1997 A 2008......... 39

6. CONSIDERAÇOES FINAIS ........................................................... 61

7. QUE VALORES VAMOS PACTUAR PARA O ORDENAMENTO DA

NOSSA CIDADE? ............................................................................ 66

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I. APRESENTAÇÃO

São Jose dos Campos encontra-se neste momento, diante da feliz

conjunção de importantes eventos, todos, vetores de

transformação, desenvolvimento e modernidade.

Temos presenciado a pujança da economia atraindo investidores

que acreditam no futuro promissor desta cidade.

Podemos sentir no ar todas as tecnologias permeando o presente

e se projetando nos negócios gerados em seu nome.

Nossos olhos estão testemunhando a transformação do espaço

urbano com as inúmeras obras que se erguem numa perfeita

dinâmica, natural e coesa.

Precisamos estar preparados para que tudo aconteça de forma

legal e organizada e que possamos desfrutar dos benefícios que

esses eventos irão trazer, quais sejam, ampliação e diversificação

do mercado de trabalho; acesso ao conhecimento; transporte

coletivo de última geração e outros que hão de vir.

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As oportunidades surgidas com estes investimentos públicos e

privados e a consolidação de ferramentas capazes de prover a

sustentabilidade de nossa cidade, a exemplo do Parque

Tecnológico, Instituto de Pesquisa Administração e Planejamento

e a excelência de nossas Empresas, Universidades e Institutos nos

asseguram o dever e a responsabilidade de promover um futuro

bem planejado, com qualidade de vida crescente e

sustentabilidade da cidade e do cidadão joseense.

A necessidade de acompanhar a dinâmica dos acontecimentos,

aliados a uma visão estratégica de futuro, nos impele a propor

neste momento um novo pacto de cidade, para juntos

reconhecermos a cidade que queremos nos próximos 10, 20 ou 30

anos.

É fundamental que essa nova cidade seja construída com beleza,

funcionalidade e modernidade, refletindo assim a identidade de

nosso povo.

Com objetivo de subsidiar e colher as sugestões que certamente

irão advir destas audiências públicas, elaboramos o presente

relatório técnico que segue, com linguagem acessível, no qual

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apresentamos uma leitura da cidade sob a ótica social da

produção da moradia, do emprego, da mobilidade, da paisagem

natural, das áreas verdes e da infraestrutura urbana, elementos

essenciais para a qualidade de vida da cidade.

Nas Considerações Finais destacamos os pontos fortes, os

principais desafios e a proposta de alguns valores que vamos

pactuar nas audiências públicas para o ordenamento futuro da

cidade.

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II. AGENDA DE TRABALHO

Processo de Discussão com a sociedade:

- Apresentar o Diagnóstico da Cidade, a Situação do Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo Urbano, e Colher Sugestões;

Agenda: 26/10 (segunda-feira) – 19h – Região Centro SESC São José dos Campos Av.Adhemar de Barros, 999 04/11 (quarta-feira) – 19h – Região Oeste EMEF Professora Sebastiana Cobra Rua dos Amores Perfeitos, 95 – Jardim das Indústrias 06/11 (sexta-feira) – 19h – Região Sul EMEF Prof. Mercedes Carnevalli Klein Av. Cassiopéia, 425 – Jardim Satélite 09/11 (segunda-feira) – 19h – Região Sul EMEF Prof.Norma Conti Simão Estrada Arcílio M. da Silva, 349 – Bosque dos Ipês 11/11 (quarta-feira) – 19h – Região Sudeste EMEF Prof.Lucia Pereira Rodrigues Pça. IV Centenário, 401 – Jardim Santa Fé 13/11 (sexta-feira) – 19h – Região Sudeste EMEI Prof. Zilda Costa de Oliveira Praça Hélio Dias, 137 – Pq Santa Rita

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16/11 (segunda-feira) – 19h – Região Leste EMEF Prof.Sonia Maria Pereira da Silva Rua dos Alfaiates, 321 – Novo Horizonte 18/11 (quarta-feira) – 19h – Região Leste EMEF Prof. Maria Amélia Wakamatsu Rua Virgílio F. de Oliveira, 40 – Campos de São José 20/11 (sexta-feira) – 19h – Região Leste EMEF Possidônio José de Freitas Rua Felício Jabur Nasser, 935 – Galo Branco 21/11 (sábado) –14h30 – Distrito de São Francisco Xavier EMEF Prof. Mercedes Rachid Edwards Estrada Municipal Vereador Pedro David, 19.251 23/11 (segunda-feira) – 19h – Região Norte Centro Cultural Cine Santana Av. Rui Barbosa, 2005 – Santana 25/11 (quarta-feira) – 19h – Região Norte EMEF Prof.Dosulina C. C. de Andrade Av. Pico das Agulhas Negras, 1.594 – Altos de Santana

- Realizar Audiência Pública e encaminhar projeto de Lei para a Câmara.

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1. INTRODUÇÃO A ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO URBANO

As cidades se formam gradativamente reguladas por diversas normas no âmbito federal, estadual e municipal que visam estabelecer a sua política de desenvolvimento. Dentre elas citamos três das principais Leis que regulamentam as diretrizes gerais de desenvolvimento para o Município:

� Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01): fixa as diretrizes de política urbana, sobretudo quanto as funções sociais da propriedade e da cidade, de forma a garantir o acesso a terra urbanizada e regularizada, o direito à moradia, ao saneamento básico, aos serviços urbanos a todos os cidadãos e a implementação de uma gestão democrática;

� Plano Diretor (Lei Complementar 306/06) : instrumento básico do processo de planejamento municipal, pois fixa diretrizes quanto ao desenvolvimento do território nos seus aspectos físico-territorial, ambiental, econômico, social e institucional (administrativo);

� Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo/ Zoneamento (Lei Complementar 165/97): disciplina o uso e ocupação do solo, visando promover o adequado ordenamento territorial. É um instrumento que ordena e permite o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade, com base nos critérios e instrumentos estabelecidos pelo Plano Diretor.

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2. HISTÓRICO PERÍODO 1997 – 2009

Para construirmos a proposta de revisão da atual Lei de Zoneamento (L.C. 165/97), é preciso relembrar os princípios que nortearam sua criação. Portanto vamos retomar um pouco o recente passado de São José dos Campos.

A última legislação de parcelamento e zoneamento foi aprovada no ano de 1997 através da LC 165/97, tendo como cenário um município ainda bastante ressentido com a crise econômica que se desencadeou no final dos anos 80 e início dos 90, provocado principalmente pelas demissões em massa nas indústrias bélica, automobilística e aeronáutica. A Cidade, que tinha sua economia calcada nesses segmentos, sofreu com o desemprego, o que gerou falta de renda e fechamento de vários estabelecimentos.

Diante desta realidade, o PDDI-95 definiu como diretrizes, a época, fortalecer e consolidar o Parque Industrial existente, incentivar a implantação de pequenas e micro empresas e fortalecer o desenvolvimento de tecnologia de ponta no Município, buscando o máximo de efeitos encadeadores na geração de empregos e serviços à população.

Estas diretrizes nortearam o desenvolvimento da atual Lei de Uso e Ocupação do Solo de São José dos Campos - Lei Complementar 165/97. Em especial quanto a uma maior flexibilização de usos no solo urbano e devido a grande número de áreas vazias e ociosas a época da sua elaboração, previu-se a possibilidade de verticalizar diversos locais da cidade estabelecendo o índice de 3 vezes a área do lote. A Lei anterior de Uso e Ocupação do Solo - Lei Municipal nº 3.721/90 apresentava rígidos e diversificados parâmetros de distribuição de usos, recuos, frentes mínimas, coeficiente de aproveitamento e taxa de ocupação máxima, que já não

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acompanhavam a dinâmica da cidade e sua conjuntura econômica e social.

No decorrer desses 12 anos da promulgação da última lei de zoneamento ocorreram no cenário nacional o início de uma nova fase na economia do País, em decorrência da estabilidade alcançada pelo Plano Real, dos Programas de Privatização dos Governos Federal e Estadual, do crescimento das exportações com aumento da participação de produtos manufaturados e da retomada dos investimentos estrangeiros.

Esses fatores, associados à união de lideranças empresariais locais e às ações do Poder Público Municipal, contribuíram para uma melhoria do cenário local. O incentivo para abertura de novas empresas e a qualificação da mão de obra, principalmente desempregada, a atuação da Municipalidade na captação de novos investimentos e a melhoria da infra-estrutura urbana, com ampliação das redes de fibra óptica e de gás natural e a adequação do sistema viário contribuíram para a retomada do crescimento econômico do Município. Esses fatores proporcionaram o crescimento do setor de comércio e serviços, resultando na instalação de pequenas e médias empresas, além de grandes redes, a exemplo de Shoppings, centros atacadistas, hipermercados, hotéis, alguns de padrão internacional, de estabelecimentos de ensino de nível técnico e superior, e no aquecimento do mercado imobiliário e da construção civil.

Todos esses fatores associados proporcionaram, nesse período, uma melhoria significativa em indicadores econômicos como Orçamento Municipal, Valor Adicionado, PIB, inclusive com a melhoria do nível de emprego formal. No final de 2008, entretanto, em face da crise econômica mundial, a economia do município se retrai, mas a diversidade e a vitalidade de seu parque industrial, somada ao grande número de micro e pequenas empresas, as atividades comerciais e prestadores de serviços, vêm

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demonstrando que o município esta superando de forma positiva esta crise.

Este crescimento se por um lado reflete a pujança econômica do município, por outro lado tem provocado situações de inadequações e conflitos no que diz respeito a ocupação e a ao uso do solo urbano, que a atual legislação de parcelamento e zoneamento não conseguem alcançar e tampouco equacionar. Exemplo disto são as crescentes dificuldades de locomoção no meio urbano devido ao adensamento excessivo de algumas áreas da cidade e a impermeabilização cada vez mais crescente do solo urbano sobrecarregando sobremaneira as redes de drenagem de águas pluviais, gerando problemas de acúmulo de água e enchentes em diversos pontos da cidade.

Somado a estes fatores cabe ressaltar ainda as inúmeras alterações na legislação de zoneamento ocorridas ao longo desses últimos 12 anos, que já somam aproximadamente 100, dificultando sobremaneira sua aplicabilidade pelos técnicos e a compreensão muitas vezes desconexas face ao teor de diversas alterações pelos profissionais e munícipes que a utilizam, tornado preemente sua revisão.

2.1. As principais características da atual Lei de Zoneamento (LC 165/97):

a) Flexibilização dos parâmetros de classificação, ocupação e de distribuição espacial dos usos residenciais e dos usos não residenciais;

b) Predominância de zonas mistas, para fomentar setores de comércio e serviço e reduzir deslocamentos na cidade;

c) Maior produção e oferta de lotes populares: com a ampliação do perímetro urbano pelo Plano Diretor de

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1995, até a Rodovia Carvalho Pinto, houve a possibilidade de novos terrenos serem urbanizados para a produção e a oferta de mais lotes populares;

d) Uniformização do coeficiente de aproveitamento (CA=3).

2.2. Processo de estudo para revisão da lei:

a) 2003: Estudos técnicos para a elaboração do Plano Diretor;

b) 2006: Plano Diretor (LC 306/06) fixou diretrizes para a revisão da Lei de Zoneamento:

• Otimizar a infraestrutura existente, respeitando a topografia e a capacidade de suporte natural do solo...

• Disciplinar o adensamento nas áreas de infraestrutura deficitária e de maior concentração populacional...

• Proteger as orlas e contornos das várzeas e fundos de vale, objetivando a manutenção da paisagem natural...

• Garantir a utilização de parâmetros de uso e ocupação adequados à hierarquia viária do Município...

c) 2009: Criado um Grupo de Trabalho multidisciplinar para finalizar o diagnóstico e as análises dos impasses observados.

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3. ORGANIZAÇÃO TERRITORIAL PLANO DIRETOR 2006

Conhecer os limites estabelecidos em Lei do perímetro urbano e rural do Município e das Áreas de Proteção Ambiental aprovadas no Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado em 2006, é fundamental para a revisão da legislação de parcelamento e zoneamento.

3.1. MACROZONEAMENTO

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Perímetro legal – LC 306/06 Área (km²) %

Urbano 361,95 32,92

Expansão Urbana de São Francisco Xavier 3,26 0,3

Rural 734,39 66,78

Total 1.099,60 100

É importante frisar que a revisão da legislação de parcelamento e zoneamento deverá estar pautada dentro dos limites da zona urbana, estabelecidos pelo Plano Diretor do Município através da LC 306/06, detalhando as exigências referentes à localização e à distribuição das diversas atividades urbanas e aos parâmetros de ocupação do solo.

3.2. APAS MUNICIPAIS

O Plano Diretor vigente manteve as Áreas de Proteção Ambiental APA I, II, III e IV criadas no PDDI-95 e a Zona de Amortecimento da Reserva Florestal Augusto Ruschi.

Na Zona Rural do município temos as APA’s I, II e III a seguir caracterizadas:

- APA I da Serra da Mantiqueira: caracteriza-se pela presença de declividades acentuadas da ordem de 60% (sessenta por cento) e com alto potencial de riscos geológicos, inúmeras cabeceiras de drenagem integrantes da Bacia Hidrográfica do Rio do Peixe, sendo inadequada ao desenvolvimento urbano, necessitando de normas disciplinadoras com objetivo específico da proteção ambiental, visando assegurar a conservação e melhoria das condições ecológicas locais.

- APA II do Rio do Peixe e Represa do Jaguari: caracteriza-se pela porção do território que apresenta alto potencial de risco geológico e forte erodibilidade, tornando estes terrenos altamente inadequados a qualquer instalação urbana, incluindo as

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estruturas viárias, constatando-se ainda, a presença de significativas áreas de recarga dos aqüíferos subterrâneos e de vasta rede hidrográfica, sendo necessária a preservação destes recursos hídricos, em volume e qualidade não só para o equilíbrio ambiental, mas principalmente como mananciais de reserva para o abastecimento de água da região.

- APA III da Serra do Jambeiro: caracteriza-se por áreas de relevo ondulado, apresentando setores de alta declividade, com presença de inúmeras cabeceiras de drenagem, alto potencial de riscos geológicos, sendo inadequada à ocupação urbana, sendo a preservação desta porção do território LC 306/06 imprescindível para garantir a qualidade das águas e prevenir graves problemas de enchentes e inundações na malha urbana à jusante.

No perímetro Urbano temos a Área de Proteção Ambiental APA IV compreendida pelas planícies aluvionares dos Rios Paraíba do Sul e Jaguari que pelas características de seu solo e de suas

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condições hídricas, apresentam alta restrição à implantação de atividades urbanas, necessitando de normas específicas de uso e ocupação, com o objetivo único da proteção ambiental.

O Município de São José dos Campos apresenta ainda em seu território, Áreas de Proteção Ambiental criadas pela União e pelo Estado.

3.3. APAS FEDERAIS

A APA Federal foi instituída pelo Decreto 87.561/82 que dispõe sobre as medidas de recuperação e proteção ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, abrangendo parcialmente as bacias hidrográficas do Rio do Peixe e do Rio Buquira, as cabeceiras do Córrego Vidoca e do Ribeirão Putins e o Reservatório do Jaguari.

O decreto possui caráter genérico não tendo sido até o presente momento regulamentado pelos órgãos federais, apenas em projetos de loteamento segundo orientação do Departamento Estadual de Recursos Naturais – DEPRN, é exigido percentual maior de área verde quando da aprovação desses empreendimentos.

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3.4. APAS ESTADUAIS

As APAS estaduais foram instituídas pela Lei nº 11.262 de 08 de novembro de 2002, abrangendo a APA Estadual de São Francisco Xavier cujo perímetro corresponde à Área de Proteção Ambiental I municipal, denominada APA da Serra da Mantiqueira e as APA’s do Banhado e do Jaguari que englobam também parte dos terrenos situados na APA IV municipal definida no Plano Diretor do Município.

A Secretaria Estadual do Meio Ambiente promoveu nos termos da legislação federal 9.985/2000 que institui o Sistema Nacional de Conservação da Natureza, o processo de regulamentação de uso e ocupação, inclusive com a criação do Conselho Gestor, da Área de Proteção Ambiental de São Francisco Xavier. Através da Resolução Estadual n.° 64 de 11 de setembro de 2008 é instituído o Plano de Manejo da APA de São Francisco Xavier.

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As demais APA’s estaduais do Banhado e do Jaguari não foram regulamentadas até a presente data, sendo que a legislação que as instituiu apresenta restrições de caráter geral, vedando o parcelamento do solo para fins urbanos, a instalação de indústria poluente, a ampliação da área das indústrias existentes, o uso de técnicas de manejo do solo capazes de provocar a erosão das terras ou o assoreamento dos cursos d'água, a remoção da cobertura vegetal existente, a exploração mineral e a utilização da área para chácaras de recreio.

Total de Áreas de Proteção Ambiental (Federal, Estadual e Municipal) é 739,55 km², equivalente a 67,2% do Município.

3.5. Regiões geográficas

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O Plano Diretor de 2006 instituiu sete Regiões geográficas dentro dos limites do perímetro urbano legal: Centro, Norte, Sul, Leste, Oeste, Sudeste e São Francisco Xavier.

São Francisco Xavier –

1.037hab. / Dados IBGE

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4. A OCUPAÇÃO DO ESPAÇO URBANO (1997-2008)

4.1. Crescimento horizontal

O ordenamento do crescimento horizontal do município está pautado na legislação de Parcelamento do Solo. Esta norma estabelece regras para a implantação de novos loteamentos, bem como para a subdivisão de lotes em áreas menores ou glebas sem abertura de sistema viário, estes dois últimos caracterizados como Desdobro e Desmembramento.

Durante o período de análise de 1997-2008, foram aprovados 53 novos loteamentos pelo poder público municipal, gerando um total de 21.346 lotes no mercado para as diversas faixas de renda, com predominância para os loteamentos populares.

A distribuição espacial desses loteamentos demonstra que o crescimento horizontal vem ocorrendo em todas as regiões do Município, com predominância nas regiões leste, sul e sudeste, conforme podemos visualizar a seguir no mapa de localização dos loteamentos aprovados no período.

O crescimento horizontal apresenta tendência de expansão nas regiões leste e sudeste, que acontece de forma esparsa.

O tempo médio de consolidação dos loteamentos tem sido de 8,5 anos (80% dos lotes edificados).

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Localização dos loteamentos aprovados no período – indicados na cor vermelha, para cada região do perímetro urbano:

4.1.1. Características dos lotes produzidos

De acordo com o quadro a seguir relativo à produção de lotes no período de 1997 – 2008, podemos constatar que aproximadamente 80% dos lotes produzidos podem ser considerados lotes populares (metragem entre 125m² e 175m²):

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Área do Lote Nº. Total de lotes % Total de lotes 125 até 175 m² 16.288 79,2%

176 até 250 m² 184 0,9%

251 até 450 m² 2.742 13,3%

451 até 1000 m² 957 4,7%

acima de 1000 m² 404 2,0%

Produção de Lotes no período 1997 - 2008

Há uma deficiência na produção de lotes intermediários, entre o popular e o alto padrão, que possa atender a classe média. Hoje, a alternativa desta classe em São José dos Campos é a moradia em apartamento. Ou, nas cidades vizinhas de Caçapava e Jacareí, que oferecem loteamentos residenciais mais acessíveis, face ao elevado custo da terra em São José dos Campos.

4.1.2. Expansão da mancha urbana

� O perímetro urbano legal é de 364 Km²;

� A área urbanizada atinge 161 Km² (44% do perímetro urbano);

� A mancha urbana teve um crescimento de aproximadamente 38 Km² no período;

� Foram confirmados os vetores de crescimento em todas as regiões com destaque para as regiões leste, sul e sudeste;

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� Descontando as áreas protegidas (APAs), o CTA e a área urbanizada (161 km²), existem 101 km² ainda não ocupados dentro do perímetro urbano (ou seja, 28% do perímetro total).

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4.1.3. Projeção de ocupação dos vazios urbanos

A partir do levantamento realizado pela Secretaria de Planejamento em março de 2009, utilizando a imagem de satélite quickbird de 2008, observa-se que dentro do perímetro urbano estabelecido pelo Plano Diretor de 2006, existem as seguintes áreas vazias (conforme zoneamento atual Lei 165/97):

ÁREAS VAZIAS m² %

EM ZR (Zona Residencial)

10.268.258 10,2%

Em ZCHR (Zona de Chácara de Recreio)

14.586.551 14,4%

Em ZMs (Zona Mista)

46.894.390 46,4%

Industriais 29.403.851 29,1%

Total 101.153.050 100%

(Entende-se por área vazia aquela que, ao ser observada a imagem quickbird 2008, nota-se como uma parte de terra ainda não ocupada por habitação ou construção de qualquer natureza, e que não tenha sido objeto de loteamento regular ou clandestino)

Cálculo estimado do nº de lotes que ainda poderiam ser

produzidos, considerando o estoque de área disponível e a atual

Legislação (Lei 165/97):

Considerando a ocupação média dos loteamentos nos anos de 2007 e 2008 e projetando tal ocupação para as áreas vazias observadas, pode-se chegar a seguinte estimativa:

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Concluindo as áreas urbanas vazias (28%) do Município dentro do perímetro urbano legal instituído pelo Plano Diretor de 2006 totalizam aproximadamente 101 Km², existindo um potencial de produção de 131 mil lotes para as finalidades residenciais, chácaras e uso misto, considerando as zonas de uso estabelecidas na atual legislação de zoneamento.

lote médio da zona de uso

(m²)

nº de lotes potenciais

em ZR 36,22% 450 8.265em ZCHR 26,58% 1000 3.877em ZMs 44,47% 175 119.165

área média utilizável dos loteamentos (excluindo áreas

públicas e APPs) em 2007/2008

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4.2. Crescimento vertical

A Lei de Zoneamento admite a verticalização no Município nas seguintes áreas indicadas no mapa abaixo, com os coeficientes identificados na legenda. Este mapa demonstra que a verticalização é permitida em praticamente toda área urbanizada e com a predominância do coeficiente de aproveitamento 3,0 (ou seja, permissão para construção de três vezes a área do terreno).

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De acordo com o levantamento de edifícios residenciais com 03 pavimentos ou mais, com habite-se, efetuado pela divisão de Pesquisa de Secretaria de Planejamento Urbano para o período de 1967 a 2008, constata-se que São José dos Campos saltou de um total de 359 empreendimentos verticais em 1997 para 665 empreendimentos no ano de 2008, ou seja, um crescimento de 85% somente em edifícios com habite-se.

Considerando-se além dos empreendimentos com habite-se, também aqueles que foram aprovados no período e se encontram em construção, o total de Edifícios Residenciais soma 831 em 2008.

A seguir apresentamos a figura contendo o número total de prédios estritamente residenciais por região, com análise específica para o crescimento no período de 1997-2008:

Oeste 24%

Sul 40%

Leste 9%

Norte 6

6 %

Sudeste 1%

Centro 20%

com habite-se até 1997

com habite-se até 2008

aprovados / em construção

5

0

216270

41

60

195

53

2344

24

2

49

127

34

11 2514

4Oeste 24%

Sul 40%

Leste 9%

Norte 6

6 %

Sudeste 1%

Centro 20%

com habite-se até 1997

com habite-se até 2008

aprovados / em construção

5

0

216270

41

216270

41

60

195

53

60

195

53

2344

24

2

2344

24

2

49

127

34

49

127

34

11 2514

11 2514

4

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Com relação ao número de unidades/apartamentos produzidos constata-se que houve um aumento significativo de 18.673 em 1997 para 36.027 concluídas até 2008, representando um aumento de 92% no período.

Segundo o levantamento de edifícios residenciais com mais de 03 pavimentos com habite-se, observa-se que mais de 80% dos edifícios produzidos na cidade tem gabarito até 15 pavimentos.

A seguir apresentamos a figura com a distribuição por região dos gabaritos praticados no período de 1967 a 2008:

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Até 8 pavimentos

Entre 9 e 15 pavimentos

Entre 16 e 20 pavimentos

mais de 20

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A seguir apresentamos exemplos de locais que apresentaram crescimento vertical significativo no período de 1997 a 2008:

Floradas

Jd. Aquárius

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4.2.1. Crescimento vertical e o conflito com residencial horizontal

Com o aumento do processo de verticalização surge o conflito entre o uso vertical e o residencial horizontal, sendo que a falta de privacidade e os problemas relacionados à iluminação são os mais recorrentes. A Legislação atual não possui critérios adequados para que seja feita uma transição entre estes usos, por exemplo, com controle de gabarito, ou também poderia acontecer a partir da existência de grandes estruturas viárias, áreas verdes ou corredor comercial.

Vista da Zona Sul – Av. Cidade Jardim

4.2.2. Verticalização para uso comercial

Neste período, os edifícios comerciais tiveram expansão significativa nas regiões Oeste (Jd. Aquarius) e Centro, o que demonstra o crescimento do setor de serviços no município.

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Como exemplo, podemos citar o Edifício Metropolitan na região central, Le Classique na região oeste e espaço Andrômeda na região sul.

4.2.3. Densidade populacional

A densidade populacional de áreas verticalizadas comparada com áreas ocupadas horizontalmente, mostra que a verticalização nem sempre ocasiona maior densidade que as áreas horizontalizadas, como podemos verificar no exemplo abaixo:

Portanto, a concentração maior de pessoas também pode ocorrer nos bairros horizontais, sendo a principal diferença entre estes dois modelos de ocupação os diferentes impactos urbanísticos ocasionados (por exemplo, transporte particular x transporte público).

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4.2.4. Comércio e Serviços

No período de análise (1997-2008), podemos observar que:

a) As Zonas Mistas abrangem cerca de 32% da área urbana e contribuem para o desenvolvimento econômico da cidade, bem como para reduzir os deslocamentos entre moradia e trabalho;

b) Houve incremento de mais de 300% no número de inscrições municipais para atividades de comércio e serviços;

c) Algumas atividades geram conflitos nos bairros em função do grau de incomodidade;

d) Embora a figura do corredor comercial não esteja prevista na Lei atual, algumas vias se consolidaram como corredores;

e) Observa-se a formação de algumas centralidades, que concentram atividades mais especializadas a exemplo de agência bancária, enquanto no interior dos bairros fica caracterizado o comércio de âmbito local a exemplo de padaria, bazar;

f) Por outro lado, nota-se a inexistência de mais centralidades, que possam atender bairros ainda dependentes de outras regiões da cidade (exemplos Putim, Urbanova e extremo da região leste);

g) Existem corredores comerciais que já foram contemplados por intervenções viárias e corredores em consolidação que precisarão prever melhorias futuras.

Corredores comerciais que já foram contemplados por intervenções viárias e investimentos públicos, por exemplo, são

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as Avenidas Pedro Friggi e Bacabal e a Estrada Velha Rio-São Paulo, tiveram seu potencial de fortalecimento e consolidação ampliados.

Av. Pedro Friggi

Os atuais parâmetros urbanísticos estão incompatíveis com a função de corredor comercial de algumas vias, por exemplo, a Rua Paraibuna. E melhorias viárias, que demandam grande investimento público, continuam sendo necessárias para solucionar problemas de saturação viária causada pela concentração do comércio e também para viabilizar novas centralidades .

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R. Paraibuna

Para que estas intervenções ocorram e o alargamento do sistema viário seja possível, é importante que os recuos especiais exigidos nos novos projetos de edificações continuem a ser respeitados.

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4.2.5. Centro

A Lei 165/97 buscou ampliar o uso residencial vertical na zona central, com a concessão de um coeficiente de aproveitamento diferenciado do restante da cidade, visando aumentar o número de moradores para que além da otimização da infraestrutura instalada, a região central tivesse seu processo de esvaziamento reduzido no período noturno.

Entretanto, neste período, o uso residencial não apresentou expansão significativa e, hoje, o centro carece de atividades que aconteçam além do horário comercial.

Fomentar ou não o uso residencial vertical, ou estabelecer maior número de atividades noturnas são questões que devem ser discutidas para subsidiar a nova Lei de zoneamento.

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4.2.6. Indústria

a) A indústria responde hoje por 45% da arrecadação de tributos do município de São José;

b) A área com zoneamento industrial abrange atualmente 70 km², sendo que:

• 54,3% está consolidada;

• 45,7% restante são glebas destinadas a abrigar a instalação de novas atividades industriais, futuramente.

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4.2.7. As atividades urbanas e o espaço rural

Da análise efetuada, os aspectos mais relevantes a serem considerados são:

a) A Área Rural ocupa 66,78 % do território do município, sendo que a maior parte está situada em Área de Proteção Ambiental (APA), entretanto, sua participação na economia do município é bastante reduzida;

b) Devido a descapitalização do produtor rural, constata-se nas ultimas décadas que parcela significativa das propriedades encontram-se ociosas. No final da década de 80 e início dos anos 90, parte foi ocupada por loteamentos clandestinos, totalizando 36 loteamentos, a maior parte situada na região norte do município;

c) O Plano Diretor de 2006 fixou diretrizes para a regularização fundiária desses loteamentos e para o desenvolvimento econômico da zona rural;

d) Cabe à nova legislação de zoneamento reconhecer que a partir da existência de pequenos núcleos rurais, os mesmos demandam serviços de apoio, que precisam ser disciplinados;

e) Os recursos naturais do município apontam vocação para o turismo sustentável, que demanda serviços especializados (por exemplo, hospedagem) nas regiões de São Francisco Xavier e na represa do Jaguari.

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5. DESENVOLVIMENTO URBANO AMBIENTAL 1997 A 2008

Neste capítulo será analisada a dinâmica urbana sob a ótica social da produção de moradia, do emprego, da mobilidade, da paisagem natural e das áreas verdes e da infraestrutura urbana, elementos essenciais para a qualidade de vida na cidade.

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Caracterização Populacional

Com relação à dinâmica populacional, o Município acompanha a tendência de desaceleração do ritmo de crescimento populacional do país e do Estado.

As projeções do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam uma tendência de crescimento máximo da população brasileira até 2039.

Segundo a Fundação SEADE a taxa de crescimento anual da população no período entre 2000 e 2009 está em torno de 1,8% ao ano, inferior a taxa apresentada na década passada 2,3% e bastante distante das elevadas taxas que acompanharam as décadas de 60 e 70, de quase 7%.

Do crescimento atual (1,8%) de São José dos Campos, 61% corresponde ao crescimento vegetativo e 29% ao fluxo migratório. A queda acentuada da fecundidade é a principal causa desse freio no crescimento.

O gráfico e a tabela abaixo demonstram a dinâmica populacional de São José dos Campos:

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Taxa de Crescimento Populacional (%):

2,132,23

6,846,70

5,64

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

8,00

40/50 50/60 70/80 80/91 91/2000

1970 148.3321980 287.5131991 442.3702001 550.7622009 615.8712015 686.2952020 724.2322040 830.614

Evolução Populacional

Fonte: 1970-2000 dados censitários IBGE, 2010-2020 Projeção Fundação SEADE, 2030-2040 Projeção Fundação SEADE para SABESP (2038);

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Com a diminuição dos nascimentos e aumento da expectativa de vida, observa-se uma mudança no perfil da população. Esta mudança pode ser observada através dos gráficos de pirâmides etárias. O formato tipicamente triangular da pirâmide populacional, com uma base alargada, cede lugar a uma pirâmide populacional característica de uma sociedade em processo de envelhecimento.

Na seqüência entre 2000, 2009 (estimativa) e 2015 (projeção) notamos que a base da pirâmide vai se estreitando, o topo vai se alargando (maior longevidade) e a faixa de idade com maior volume de população vai subindo.

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Com essa estimativa da Fundação SEADE percebemos a importância de mantermos a dinâmica da cidade em seus vários meios de produção, para futura inserção dessa população no mercado de trabalho.

Evolução do Perfil Etário

A evolução do perfil etário pode ser observada no gráfico por grupos etários, indicando que em 2015 mais de 65% da população será jovem ou adulta.

A transformação do perfil etário requer adequações das políticas públicas de saúde, educação, mobiliário urbano, mercado de trabalho, entre outros aspectos.

EVOLUÇÃO DO PERFIL ETÁRIO%

20,223,4

50,5

8,9

21,3

51,6

11,9

45,7

15,2

6,6

17,2

27,5

Cria

nças

0 -

14

Jove

ns15

- 2

4

Adu

ltos

25 -

59

Idos

os60

e +

Cria

nças

0 -

14

Jove

ns15

- 2

4

Adu

ltos

25 -

59

Idos

os60

e +

Cria

nças

0 -

14

Jove

ns15

- 2

4

Adu

ltos

25 -

59

Idos

os60

e +

2000 2009 2015

Em 2009, a população de 15 a 64 anos, que efetivamente poderia estar no mercado de trabalho, é estimada em 449.465 pessoas: 73% da população de São José dos Campos.

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EVOLUÇÃO DA PIA EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS(15 a 64 anos)

449465489596

511081

367221

2000 2009 2015 2020

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Conhecida a dinâmica populacional, é importante relacioná-la com as principais funções da cidade:

5.1. Economia e Trabalho

a) O PIB – Produto Interno Bruto – de São José dos Campos foi de R$ 15,530 bilhões em 2006;

b) O PIB per capita, por sua vez, atingiu R$ 25.419 no mesmo ano;

c) Segundo projeção da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o PIB de 2007 e 2008 apresenta tendência de alta, assim como o PIB per capita e o valor adicionado, mostrando a força da economia do município;

d) Em dezembro de 2008, o município ofertava 176.378 vagas de emprego formal, distribuídas conforme gráfico abaixo:

Orçamento do Municipio (Em R$ bilhões) - 2009 1,345Participação no PIB do Estado 1,93%

Participação nas Exportações do Estado - 2008 10,71%

Indústria 49,48% Serviços 50,40% Agropecuária 0,12%

Economia e Finanças Públicas

Participação dos Setores Econômicos no Valor Adicionado -

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(*)Fonte: IBGE. Cálculo SPU

e) Os setores de Comércio e Serviço são os grandes empregadores (60% do emprego formal), estão majoritariamente nas Zonas Mistas e isto é positivo, pois aproxima a moradia do emprego, fortalece as centralidades e evita deslocamentos.

5.2. Habitação

a) Observa-se que no total de domicílios existentes no perímetro urbano, 75,85% são de residências unifamiliares e 24,15% de unidades habitacionais em apartamento;

b) Com relação às opções de moradia popular, nos últimos 11 anos, foram produzidos 16.288 lotes populares (de 125m² a 175m²);

c) A localização / distância do bairro tem maior influência sobre o valor de venda do lote, do que a metragem do

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mesmo, por exemplo, observa-se que o preço do lote de 125m² pode apresentar uma variação de 200%:

d) Enquanto que lotes com metragem superior a 125m², podem apresentar preços inferiores:

Fonte: Pesquisa realizada pela SPU. Jornal Valeparaibano 13/set/09 e www.redesaojose.com.br

e) Considerando que o financiamento para construção é acessado por famílias que na média tem renda superior a seis salários mínimos, estima-se que são famílias a partir desta faixa de renda que podem acessar os lotes oferecidos pelo mercado;

Lotemaneto Área de terreno (m2) Preço (R$)

Jdim República 125 20.000,00

Santa Inês III 125 21.000,00

Res. Armando Righi 125 28.000,00

Altos da Vila Paiva 125 29.000,00

Parque dos Ipês 125 37.000 / 45.000

Vista Linda 125 60.000,00

Lotemaneto Área de terreno (m2) Preço (R$)

Santa Júlia 140 21.000,00

Campos de São José 165 18.000,00

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Faixa de Salário Mínimo

Salário (R$) 30% da renda (R$)

0 - -1 465 1402 930 2793 1395 4194 1860 5585 2325 6986 2790 8377 3255 9778 3720 11169 4185 1256

10 4650 1395

f) Quem está abaixo desta renda, depende de programas habitacionais ou algum tipo de subsídio para obter moradia, visando não comprometer mais de 30% da renda familiar;

g) Nos últimos 8 anos, o Programa Habitacional do município priorizou o atendimento das faixas de 0 a 3 salários mínimos e famílias em situações de risco;

h) Demais faixas de renda inscritas no cadastro são encaminhadas para programas e parceiros, por exemplo, à Caixa Econômica Federal.

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5.3. Mobilidade

Segundo o Ministério das Cidades, Mobilidade Urbana Sustentável vem a ser o resultado de um conjunto de políticas de transporte e circulação que visam proporcionar o acesso amplo e democrático ao espaço urbano.

Neste aspecto o Plano Diretor de 2006 estabeleceu a Macroestrutura Viária e Cicloviária definindo as vias estruturais existentes e projetadas para garantir a melhor integração da cidade e os deslocamentos da população, bem como as estações de conexão de transporte coletivo, projetadas junto aos locais de maior fluxo de pessoas.

Com relação às vias estruturais existentes, observa-se que algumas estão apresentando sinais de saturação, cabendo ao zoneamento considerar parâmetros de uso e ocupação adequados que colaborem para a maior fluidez das vias.

Av.Andrômeda

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Outros elementos que têm constituído obstáculos a melhor integração viária da cidade são os loteamentos com excessivo número de ruas sem saída e o fechamento de grandes áreas residenciais.

5.4. Paisagem urbana: ambiente natural e ambiente construído

A paisagem natural de São José dos Campos é cortada por rios e córregos, composta por colinas, orlas, platôs, várzeas e fundos de vale, configurações geomorfológicas que conferem todo um ambiente natural especial e diferenciado à Cidade.

Banhado - Centro expandido

No entanto o ambiente construído vem alterando alguns desses espaços, transformando a paisagem e comprometendo as referências visuais da cidade.

A ocupação urbana, em especial a verticalização em determinados locais vem obstando os horizontes e as perspectivas visuais da cidade.

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Banhado – Av. Corifeu de Azevedo Marques

Por outro lado, um bom exemplo de preservação é a orla do Banhado, experiência que pode ser estendida a outros locais da cidade.

Banhado – Centro

Neste contexto, destaca-se também a descaracterização das margens do Rio Paraíba do Sul ao longo do tempo, e mais recentemente da orla de suas várzeas por meio de ocupações clandestinas.

A ocupação de fundos de vale vem comprometendo a dinâmica fluvial dos córregos urbanos e expondo a população a enchentes e alagamentos.

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A pressão urbana sobre áreas com vegetação remanescente de cerrado, espécie arbórea protegida por lei:

Ainda sobre a ótica da paisagem urbana é preciso definir parâmetros adequados ao sistema viário de acesso à cidade, a exemplo da Avenida Mário Covas, e marginais da Dutra.

Zona Norte

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Rod. Pres. Dutra

Av. Mario Covas

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5.5. Infraestrutura

5.5.1. Áreas verdes públicas

As áreas verdes urbanas proporcionam melhorias significativas no ambiente das cidades e benefícios para seus habitantes.

A função social está intimamente relacionada com a possibilidade de lazer que essas áreas oferecem à população.

A serventia das áreas verdes nas cidades está intimamente relacionada com a quantidade, a qualidade e a distribuição das mesmas dentro da malha urbana.

Alguns bairros da cidade já tem um bom indicador de áreas verdes com relação à população (mais de 12 m² por habitante).

Entretanto, outros carecem da implantação dos parques previstos no Plano Diretor e outras ações pontuais para que o índice básico seja atendido.

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5.5.2. Drenagem e Macrodrenagem

Com relação à drenagem, observamos alguns pontos de alagamentos e enchentes (nas cores vermelho e azul), decorrentes do crescente processo de impermeabilização da cidade, que demandam, além de investimentos públicos para saneá-los, a adoção de novos parâmetros de ocupação, que primem pelo controle da permeabilidade do solo, principalmente nas áreas de expansão urbana e nos novos empreendimentos, para evitar o agravamento dos problemas.

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5.5.3. Água e Esgoto

O atual contrato com a SABESP contempla reforços e investimentos necessários à expansão da rede de água e esgotamento sanitário, considerando o crescimento da cidade e seu adensamento.

� O sistema de abastecimento de água de São José dos Campos possui hoje cobertura de 100% da área regular urbanizada, e está projetado para atender uma demanda de 750.000 habitantes.

� Quanto ao esgotamento sanitário a meta é coletar 98% até 2012 e desses obter um tratamento de 100%.

A seguir apresentamos o gráfico com a situação atual e projetada para o sistema de abastecimento de água, coleta e afastamento de esgoto e tratamento de esgoto:

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5.6. Conforto Ambiental Urbano

� Poluição Sonora: é a ocorrência de ruído em nível nocivo ou ofensivo a saúde, à segurança, ao bem estar ou que transgrida as regulamentações vigentes;

A seguir apresentamos os locais da cidade que apresentam conflitos de uso devido a concentração de atividades causadores de ruído noturno:

Av.Luiz Jacinto

Estrada do Imperador

� Poluição visual: excesso de elementos ligados à comunicação visual (como cartazes, banners, totens, placas) dispostos em ambientes urbanos, que causam desconforto espacial e visual daqueles que transitam por estes locais;

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Rua Paraibuna

� O desconforto térmico pode ser agravado pelas grandes construções que dificultam a renovação do ar, promovendo alterações nos ventos, sombreamento, insolação e umidade nas cidades;

Jd.Aquárius

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� Fatores que impactam as mudanças térmicas nas cidades: impermeabilização do solo, ausência de áreas verdes, verticalização concentrada, recuos insuficientes e gabaritos de altura excessivos.

Jd.Esplanada

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6. CONSIDERAÇOES FINAIS

Sobre a Lei atual:

a) A lei de zoneamento LC 165/97, dentro de seu foco de fortalecimento econômico, cumpriu seu papel.

b) Entretanto hoje acumula mais de 100 alterações, está descaracterizada e não atende à dinâmica da cidade.

Sobre a cidade:

c) A população joseense tende a se estabilizar a partir de 2040, com uma população aproximada de 830 mil habitantes (Fonte: estimativa Fundação SEADE);

d) A cidade tem espaço para a produção e possui estoque de lotes residenciais que serão suficientes para atender a demanda da dinâmica populacional;

e) Existem áreas para viabilizar a verticalização sem concentração excessiva, sem sobrecarregar o sistema viário desde que haja controle de densidade populacional e da infraestrutura instalada;

f) É essencial preservar as áreas industriais visando a continuidade da atração de investimentos e para garantir a produção e geração de empregos na cidade;

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g) É possível conter a periferização da cidade sem prejuízo às necessidades de moradia e emprego da população atual e futura, ocupando os vazios já dotados de infraestrutura;

h) As concessionárias possuem capacidade de atendimento pleno quanto ao abastecimento de água, fornecimento de energia elétrica e tratamento de esgoto sanitário.

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Desafios:

a) Priorizar e fomentar a ocupação dos vazios dotados de infraestrutura urbana;

b) Adequar os parâmetros de uso e ocupação do solo de modo a não comprometer a paisagem urbana e o conforto ambiental;

c) Conter a impermeabilização crescente do solo urbano que sobrecarrega as redes de drenagem de águas pluviais e gera problemas de acúmulo de água e enchentes;

d) Contribuir para o fortalecimento do mercado de trabalho frente à dinâmica populacional por meio da manutenção e previsão de estoque de áreas industriais e da continuidade das zonas mistas nos bairros populares;

e) Busca de soluções para os conflitos relacionados à distribuição de atividades urbanas causadoras de diferentes impactos, tais como ruído noturno, odor, poluição do ar e visual;

f) Implementar concessões urbanísticas e operações urbanas que visam a remodelação de áreas estagnadas e/ou degradadas;

g) Promover assentamentos auto-sustentáveis em torno dos parques urbanos;

h) Induzir o remodelamento dos bairros em busca de sua identidade, maior qualidade de vida e novos pólos de desenvolvimento;

i) Buscar soluções de mobilidade urbana através de novos modelos de transporte de massa compatíveis com a realidade de São José dos Campos;

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j) Implantar e consolidar o setor de Planejamento Macro-Regional, a fim de oportunizar, acompanhar e gerenciar projetos em escala regional;

k) Controlar de maneira eficaz o adensamento dos clandestinos, a fim de viabilizar o dimensionamento da real demanda de Transporte, Educação e Saúde dos moradores da região;

l) Incentivar e prover o acesso de toda a população à cidade legal, através de regras claras e legislação acessível;

m) Promover de maneira universal a inclusão e o respeito à toda a diversidade existente na cidade;

n) Tornar São José dos Campos exemplo de sustentabilidade, de uma cidade amigável onde convivem pacificamente diferentes raças, culturas, sexos, experiências, idades e valores.

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“....A cidade é fruto do trabalho coletivo de uma sociedade.

Cada um pode e deve fazer sua parte para que possamos ter uma cidade cada vez melhor....”

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7. QUE VALORES VAMOS PACTUAR PARA O ORDENAMENTO DA NOSSA CIDADE?

1 – RESPEITAR OS LIMITES DE SUSTENTABILIDADE DA CIDADE – reconhecer que existe um equilíbrio entre a dinâmica populacional, a economia, o território e o meio ambiente, e que precisamos mantê-lo;

2 – GARANTIR A MOBILIDADE URBANA – reconhecer que mobilidade é qualidade de vida e para favorecê-la temos que: integrar as funções de moradia e trabalho, evitar grandes deslocamentos de pessoas e veículos e garantir a fluidez dos corredores e dos principais eixos viários da cidade;

3 – MANTER A QUALIDADE DE VIDA NOS BAIRROS a partir do controle da permeabilidade do solo, da busca do atendimento do índice mínimo de áreas verdes e da melhor compatibilização das atividades incômodas;

4 – GARANTIR A SUSTENTABILIDADE DA CIDADE E DO CIDA DÃO joseense

5 – RESPEITAR OS VALORES PACTUADOS a partir desta nova Lei

6 – e quais outros?