29
CAPÍTULO II - DA SEGURIDADE SOCIAL Seção I - DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. “Seguridade social. Servidor público. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e pensões. Sujeição à incidência de contribuição previdenciária. Ofensa a direito adquirido no ato de aposentadoria. Não ocorrência. Contribuição social. Exigência patrimonial de natureza tributária. Inexistência de norma de imunidade tributária absoluta. Emenda Constitucional nº 41/2003 (art. 4º, caput). Regra não retroativa. Incidência sobre fatos geradores ocorridos depois do início de sua vigência. Precedentes da Corte. Inteligência dos arts. 5º, XXXVI, 146, III, 149, 150, I e III, 194, 195, caput, II e § 6º, da CF, e art. 4º, caput, da EC nº 41/2003. No ordenamento jurídico vigente, não há norma, expressa nem sistemática, que atribua à condição jurídico-subjetiva da aposentadoria de servidor público o efeito de lhe gerar direito subjetivo como poder de subtrair ad aeternum a percepção dos respectivos proventos e pensões à incidência de lei tributária que, anterior ou ulterior, os submeta à incidência de contribuição previdencial. Noutras palavras, não há, em nosso ordenamento, nenhuma norma jurídica válida que, como efeito específico do fato jurídico da aposentadoria, lhe imunize os proventos e as pensões, de modo absoluto, à tributação de ordem constitucional, qualquer que seja a modalidade do tributo eleito, donde não haver, a respeito, direito adquirido com o aposentamento. Inconstitucionalidade. Ação direta. Seguridade social. Servidor público. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e pensões. Sujeição à incidência de contribuição previdenciária, por força de Emenda Constitucional. Ofensa a outros direitos e garantias individuais. Não ocorrência. Contribuição social. Exigência patrimonial de natureza tributária. Inexistência de norma de imunidade tributária absoluta. Regra não retroativa. Instrumento de atuação do Estado na área da previdência social. Obediência aos princípios da solidariedade e do equilíbrio financeiro e atuarial, bem como aos objetivos constitucionais de universalidade, equidade na forma de participação no custeio e diversidade da base de financiamento.” (ADI 3.105, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 18/02/05) “A contribuição de seguridade social possui destinação constitucional específica. A contribuição de seguridade social não só

Constituição Seguridade Social Comentada STF

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Constituição Seguridade Social Comentada STF

Citation preview

CAPTULO II - DA SEGURIDADE SOCIAL

CAPTULO II - DA SEGURIDADE SOCIAL

Seo I - DISPOSIES GERAIS

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de aes de iniciativa dos Poderes Pblicos e da sociedade,

destinadas a assegurar os direitos relativos sade, previdncia e assistncia social.

Seguridade social. Servidor pblico. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e penses. Sujeio incidncia de contribuio previdenciria. Ofensa a direito adquirido no ato de aposentadoria. No ocorrncia. Contribuio social.

Exigncia patrimonial de natureza tributria. Inexistncia de norma de imunidade tributria absoluta. Emenda Constitucional

n 41/2003 (art. 4, caput). Regra no retroativa. Incidncia sobre fatos geradores ocorridos depois do incio de sua vigncia.

Precedentes da Corte. Inteligncia dos arts. 5, XXXVI, 146, III, 149, 150, I e III, 194, 195, caput, II e 6, da CF, e art. 4,

caput, da EC n 41/2003. No ordenamento jurdico vigente, no h norma, expressa nem sistemtica, que atribua condio

jurdico-subjetiva da aposentadoria de servidor pblico o efeito de lhe gerar direito subjetivo como poder de subtrair ad

aeternum a percepo dos respectivos proventos e penses incidncia de lei tributria que, anterior ou ulterior, os submeta

incidncia de contribuio previdencial. Noutras palavras, no h, em nosso ordenamento, nenhuma norma jurdica vlida

que, como efeito especfico do fato jurdico da aposentadoria, lhe imunize os proventos e as penses, de modo absoluto,

tributao de ordem constitucional, qualquer que seja a modalidade do tributo eleito, donde no haver, a respeito, direito

adquirido com o aposentamento. Inconstitucionalidade. Ao direta. Seguridade social. Servidor pblico. Vencimentos.

Proventos de aposentadoria e penses. Sujeio incidncia de contribuio previdenciria, por fora de Emenda

Constitucional. Ofensa a outros direitos e garantias individuais. No ocorrncia. Contribuio social. Exigncia patrimonial de

natureza tributria. Inexistncia de norma de imunidade tributria absoluta. Regra no retroativa. Instrumento de atuao do

Estado na rea da previdncia social. Obedincia aos princpios da solidariedade e do equilbrio financeiro e atuarial, bem

como aos objetivos constitucionais de universalidade, equidade na forma de participao no custeio e diversidade da base de

financiamento. (ADI 3.105, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 18/02/05)

A contribuio de seguridade social possui destinao constitucional especfica. A contribuio de seguridade social no s

se qualifica como modalidade autnoma de tributo (RTJ 143/684), como tambm representa espcie tributria

essencialmente vinculada ao financiamento da Seguridade Social, em funo de especfica destinao constitucional. (ADC

8-MC, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 04/04/03)

file:///K|/STF%20-%20CF.htm (506 of 574)17/08/2005 13:02:42

STF - Constituio

Ao determinar que 'os valores dos benefcios em manuteno sero reajustados, de acordo com as suas respectivas datas,

com base na variao integral do INPC', o art. 41, II, da Lei 8.213/91 (posteriormente revogado pela Lei 8.542/92), no

infringiu o disposto nos arts. 194, IV, e 201, 2, CF, que asseguram, respectivamente, a irredutibilidade do valor dos

benefcios e a preservao do seu valor real. (RE 231.395, Rel. Min. Seplveda Pertence, DJ 18/09/98)

Pargrafo nico. Compete ao Poder Pblico, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes

objetivos:

I - universalidade da cobertura e do atendimento;

II - uniformidade e equivalncia dos benefcios e servios s populaes urbanas e rurais;

III - seletividade e distributividade na prestao dos benefcios e servios;

IV - irredutibilidade do valor dos benefcios;

Ao determinar que 'os valores dos benefcios em manuteno sero reajustados, de acordo com as suas respectivas datas,

com base na variao integral do INPC', o art. 41, II, da L. 8.213/91 (posteriormente revogado pela L. 8.542/92), no infringiu

o disposto nos arts. 194, IV, e 201, 2 , CF, que asseguram, respectivamente, a irredutibilidade do valor dos benefcios e a

preservao do seu valor real. (RE 231.395, Rel. Min. Seplveda Pertence, DJ 18/09/98)

V - eqidade na forma de participao no custeio;

VI - diversidade da base de financiamento;

VII - carter democrtico e descentralizado da administrao, mediante gesto quadripartite, com participao dos

trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos rgos colegiados.

Art. 195. A seguridade social ser financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante

recursos provenientes dos oramentos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, e das seguintes

contribuies sociais:

"A Turma iniciou julgamento de recurso extraordinrio em que se sustenta que a exigncia de contribuio previdenciria de

aposentado pelo Regime Geral de Previdncia Social que retorna atividade, prevista no art. 12, 4 da Lei 8.212/91 e no

art. 18, 2 da Lei 8.213/91, viola o art. 201, 4 da CF (A previdncia social ser organizada sob a forma de regime geral,

de carter contributivo e de filiao obrigatria, observados critrios que preservem o equilbrio financeiro e atuarial, e

atender, nos termos da lei, a: (...) 4 assegurado o reajustamento dos benefcios para preservar-lhes, em carter

permanente, o valor real, conforme critrios definidos em lei). O Min. Seplveda Pertence, relator, acompanhado pelo Min.

Eros Grau, negou provimento ao recurso por considerar que a aludida contribuio est amparada no princpio da

universalidade do custeio da Previdncia Social (CF, art. 195), corolrio do princpio da solidariedade; bem como no art. 201,

11, da CF, que remete, lei, os casos em que a contribuio repercute nos benefcios. Asseverou, ainda, tratar-se de teses

cuja pertinncia ao caso resulta, com as devidas modificaes, da deciso declaratria da constitucionalidade da contribuio

previdenciria dos inativos do servio pblico (ADI 3.105/DF e ADI 3.128/DF, DJU 18/02/2005). Aps, o julgamento foi

suspenso em virtude do pedido de vista do Min. Carlos Britto." (RE 437.640, Rel. Min. Seplveda Pertence, Informativo 393)

Seguridade social. Servidor pblico. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e penses. Sujeio incidncia de

contribuio previdenciria. Ofensa a direito adquirido no ato de aposentadoria. No ocorrncia. Contribuio social.

Exigncia patrimonial de natureza tributria. Inexistncia de norma de imunidade tributria absoluta. Emenda Constitucional

n 41/2003 (art. 4, caput). Regra no retroativa. Incidncia sobre fatos geradores ocorridos depois do incio de sua vigncia.

Precedentes da Corte. Inteligncia dos arts. 5, XXXVI, 146, III, 149, 150, I e III, 194, 195, caput, II e 6, da CF, e art. 4,

caput, da EC n 41/2003. No ordenamento jurdico vigente, no h norma, expressa nem sistemtica, que atribua condio

jurdico-subjetiva da aposentadoria de servidor pblico o efeito de lhe gerar direito subjetivo como poder de subtrair ad

aeternum a percepo dos respectivos proventos e penses incidncia de lei tributria que, anterior ou ulterior, os submeta

incidncia de contribuio previdencial. Noutras palavras, no h, em nosso ordenamento, nenhuma norma jurdica vlida

que, como efeito especfico do fato jurdico da aposentadoria, lhe imunize os proventos e as penses, de modo absoluto,

tributao de ordem constitucional, qualquer que seja a modalidade do tributo eleito, donde no haver, a respeito, direito

adquirido com o aposentamento. Inconstitucionalidade. Ao direta. Seguridade social. Servidor pblico. Vencimentos.

file:///K|/STF%20-%20CF.htm (507 of 574)17/08/2005 13:02:42

STF - Constituio

Proventos de aposentadoria e penses. Sujeio incidncia de contribuio previdenciria, por fora de Emenda

Constitucional. Ofensa a outros direitos e garantias individuais. No ocorrncia. Contribuio social. Exigncia patrimonial de

natureza tributria. Inexistncia de norma de imunidade tributria absoluta. Regra no retroativa. Instrumento de atuao do

Estado na rea da previdncia social. Obedincia aos princpios da solidariedade e do equilbrio financeiro e atuarial, bem

como aos objetivos constitucionais de universalidade, equidade na forma de participao no custeio e diversidade da base de

financiamento. (ADI 3.105, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 18/02/05)

Inconstitucionalidade. Seguridade social. Servidor pblico. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e penses. Sujeio

incidncia de contribuio previdenciria. Ofensa a direito adquirido no ato de aposentadoria. No ocorrncia. Contribuio

social. Exigncia patrimonial de natureza tributria. Inexistncia de norma de imunidade tributria absoluta. Emenda

Constitucional n 41/2003 (art. 4, caput). Regra no retroativa. Incidncia sobre fatos geradores ocorridos depois do incio de

sua vigncia. Precedentes da Corte. Inteligncia dos arts. 5, XXXVI, 146, III, 149, 150, I e III, 194, 195, caput, II e 6, da

CF, e art. 4, caput, da EC n 41/2003. No ordenamento jurdico vigente, no h norma, expressa nem sistemtica, que

atribua condio jurdico-subjetiva da aposentadoria de servidor pblico o efeito de lhe gerar direito subjetivo como poder

de subtrair ad aeternum a percepo dos respectivos proventos e penses incidncia de lei tributria que, anterior ou

ulterior, os submeta incidncia de contribuio previdencial. (ADI 3.105, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 18/02/05)

Ao direta de inconstitucionalidade. Impugnao de artigos e de expresses contidas na Lei Complementar Federal n 110,

de 29 de junho de 2001. Pedido de liminar. A natureza jurdica das duas exaes criadas pela lei em causa, neste exame

sumrio, a de que so elas tributrias, caracterizando-se como contribuies sociais que se enquadram na sub-espcie

'contribuies sociais gerais' que se submetem regncia do artigo 149 da Constituio, e no do artigo 195 da Carta

Magna. (ADI 2.556-MC, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 08/08/03)

PIS. COFINS. Distribuidoras de derivados de petrleo, mineradores, distribuidoras de energia eltrica e executoras de

servios de telecomunicaes. Lei Complementar n 70, de 1991. Legtima a incidncia da COFINS e do PIS sobre o

faturamento da empresa. Inteligncia do disposto no 3 do art. 155, CF, em harmonia com a disposio do art. 195, caput,

da mesma Carta. Precedente do STF: RE 144.971-DF. (RE 230.337, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 28/06/02)

COFINS. PIS. Distribuidoras de derivados de petrleo, mineradores, distribuidoras de energia eltrica e executoras de

servios de telecomunicaes. O Supremo Tribunal Federal (sesso do dia 1/07/99), concluindo o julgamento dos Recursos

Extraordinrios ns 205.355 (Ag.Rg); 227.832; 230.337; e 233.807, Rel. Min. Carlos Velloso, abrangendo as contribuies

representadas pela COFINS, pelo PIS e pelo FINSOCIAL sobre as operaes relativas a energia eltrica, a servios de

telecomunicaes, e a derivados de petrleo, combustveis e minerais, entendeu que, sendo elas contribuies sociais sobre

o faturamento das empresas, destinadas ao financiamento da seguridade social, nos termos do art. 195, caput, da

Constituio Federal, no lhes aplicvel a imunidade prevista no art. 155, 3, da Lei Maior. (RE 224.964, Rel. Min. Ilmar

Galvo, DJ 04/02/00)

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

" legtima a incidncia da contribuio previdenciria sobre o 13 salrio." (SM. 688)

Contribuio para o FUNRURAL: empresas urbanas: acrdo recorrido que se harmoniza com o entendimento do STF, no

sentido de no haver bice a que seja cobrada, de empresa urbana, a referida contribuio, destinada a cobrir os riscos a

que se sujeita toda a coletividade de trabalhadores: precedentes." (AI 485.192-AgR, Rel. Min. Seplveda Pertence, DJ

27/05/05)

a) a folha de salrios e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer ttulo, pessoa fsica que lhe preste

servio, mesmo sem vnculo empregatcio;

file:///K|/STF%20-%20CF.htm (508 of 574)17/08/2005 13:02:42

STF - Constituio

b) a receita ou o faturamento;

"(...) relativamente ao RE 346084/PR, o Min. Cezar Peluso, proferindo voto-vista, conheceu do recurso e lhe deu provimento

para declarar a inconstitucionalidade do 1 do art. 3 da Lei 9.718/98. Julgou, ainda, constitucional o caput do art. 3 da

referida lei para dar-lhe interpretao conforme Constituio, nos termos do julgamento proferido no RE 150755/PE (DJU

de 20/08/93), que tomou a locuo 'receita bruta' no significado de faturamento. (...) Salientou, ainda, que, a despeito de a

norma constante do texto atual do art. 195, I, b, da CF, na redao dada pela EC 20/98, ser concilivel com o disposto no art.

3, do 1 da Lei 9.718/97, no haveria se falar em convalidao nem recepo deste, j que eivado de nulidade original

insanvel, decorrente de sua frontal incompatibilidade com o texto constitucional vigente no momento de sua edio." (RE

346.084, Rel. Min. Ilmar Galvo, Informativo 388)

c) o lucro;

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdncia social, no incidindo contribuio sobre aposentadoria e penso

concedidas pelo regime geral de previdncia social de que trata o art. 201;

"Inconstitucionalidade. Seguridade social. Servidor pblico. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e penses. Sujeio

incidncia de contribuio previdenciria. Ofensa a direito adquirido no ato de aposentadoria. No ocorrncia. Contribuio

social. Exigncia patrimonial de natureza tributria. Inexistncia de norma de imunidade tributria absoluta. Emenda

Constitucional n 41/2003 (art. 4, caput). Regra no retroativa. Incidncia sobre fatos geradores ocorridos depois do incio de

sua vigncia. Precedentes da Corte. Inteligncia dos arts. 5, XXXVI, 146, III, 149, 150, I e III, 194, 195, caput, II e 6, da

CF, e art. 4, caput, da EC n 41/2003. No ordenamento jurdico vigente, no h norma, expressa nem sistemtica, que

atribua condio jurdico-subjetiva da aposentadoria de servidor pblico o efeito de lhe gerar direito subjetivo como poder

de subtrair ad aeternum a percepo dos respectivos proventos e penses incidncia de lei tributria que, anterior ou

ulterior, os submeta incidncia de contribuio previdencial. Noutras palavras, no h, em nosso ordenamento, nenhuma

norma jurdica vlida que, como efeito especfico do fato jurdico da aposentadoria, lhe imunize os proventos e as penses,

de modo absoluto, tributao de ordem constitucional, qualquer que seja a modalidade do tributo eleito, donde no haver, a

respeito, direito adquirido com o aposentamento." (ADI 3.105, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 18/02/05)

"No inconstitucional o art. 4, caput, da Emenda Constitucional n 41, de 19 de dezembro de 2003, que instituiu

contribuio previdenciria sobre os proventos de aposentadoria e as penses dos servidores pblicos da Unio, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, includas suas autarquias e fundaes. Servidor pblico. Vencimentos.

Proventos de aposentadoria e penses. Sujeio incidncia de contribuio previdenciria. Bases de clculo diferenciadas.

Arbitrariedade. Tratamento discriminatrio entre servidores e pensionistas da Unio, de um lado, e servidores e pensionistas

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, de outro. Ofensa ao princpio constitucional da isonomia tributria, que

particularizao do princpio fundamental da igualdade." (ADI 3.128, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 18/02/05)

Tratando-se de contribuio incidente sobre servidores pblicos federais em atividade, a cujo respeito existe

expressa previso inscrita no art. 40, caput, e 12, c/c o art. 195, II, da Constituio, na redao dada pela EC

n 20/98, revela-se legtima a disciplinao do tema mediante simples lei ordinria. Precedente: ADI 2.010-MC/

DF. (ADC 8-MC, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 04/04/03)

Reserva constitucional de lei complementar. Incidncia nos casos taxativamente indicados na constituio. Contribuio de

seguridade social devida por servidores pblicos federais em atividade. Instituio mediante Lei Ordinria.

Possibilidade. (ADI 2.010-MC, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 12/04/02)

III - sobre a receita de concursos de prognsticos.

IV - do importador de bens ou servios do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.

1 - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios destinadas seguridade social constaro dos respectivos

oramentos, no integrando o oramento da Unio.

file:///K|/STF%20-%20CF.htm (509 of 574)17/08/2005 13:02:42

STF - Constituio

2 - A proposta de oramento da seguridade social ser elaborada de forma integrada pelos rgos responsveis pela sade,

previdncia social e assistncia social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes oramentrias,

assegurada a cada rea a gesto de seus recursos.

3 - A pessoa jurdica em dbito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, no poder contratar com o

Poder Pblico nem dele receber benefcios ou incentivos fiscais ou creditcios.

4 - A lei poder instituir outras fontes destinadas a garantir a manuteno ou expanso da seguridade social, obedecido o

disposto no art. 154, I.

"SEBRAE. Contribuio de Interveno no Domnio Econmico. Lei n 8.029, de 12.4.1990, art. 8, 3. Lei n 8.154, de

28/12/90. Lei n 10.668, de 14/05/03. CF, art. 146, III; art. 149; art. 154, I; art. 195, 4. As contribuies do art. 149, CF,

contribuies sociais, de interveno no domnio econmico e de interesse de categorias profissionais ou econmicas, posto

estarem sujeitas lei complementar do art. 146, III, CF, isto no quer dizer que devero ser institudas por lei complementar.

A contribuio social do art. 195, 4, CF, decorrente de 'outras fontes', que, para a sua instituio, ser observada a

tcnica da competncia residual da Unio: CF, art. 154, I, ex vi do disposto no art. 195, 4. (RE 396.266, Rel. Min. Carlos

Velloso, DJ 27/02/04)

Contribuio previdenciria: incidncia sobre proventos da inatividade e penses de servidores pblicos (C. Est. AM, arts.

142, IV, cf. EC Est. 35/98): densa plausibilidade da argio da sua inconstitucionalidade, sob a EC n 20/98, j afirmada pelo

Tribunal (ADI 2.010-MC, 29/09/99). (...) O art. 195, 4, parece no legitimar a instituio de contribuies sociais sobre

fontes que a Constituio mesma tornara imunes incidncia delas; de qualquer sorte, se o autorizasse, no mnimo, sua

criao s se poderia fazer por lei complementar. Aplica-se aos Estados e Municpios a afirmao da plausibilidade da

argio questionada: anlise e evoluo do problema. (ADI 2.087-MC, Rel. Min. Seplveda Pertence, DJ 19/09/03)

O 4 do art. 195 da Constituio prev que a lei complementar pode instituir outras fontes de receita para a seguridade

social; desta forma, quando a Lei n 8.870/94 serve-se de outras fontes, criando contribuio nova, alm das expressamente

previstas, ela inconstitucional, porque lei ordinria, insuscetvel de veicular tal matria. (ADI 1.103, Rel. Min. Nri da

Silveira, DJ 25/04/97)

Contribuies sociais: empresrios. Autnomos e avulsos. Lei Complementar n 84, de 18/01/96: Constitucionalidade.

Contribuio social instituda pela Lei Complementar n 84, de 1996: constitucionalidade. (RE 228.321, Rel. Min. Carlos

Velloso, DJ 30/05/03)

Ao declaratria de constitucionalidade do art. 15, Lei 9.424/96. Salrio-educao. Contribuies para o fundo de

manuteno e desenvolvimento do ensino fundamental e de valorizao do magistrio. Decises judiciais controvertidas.

Alegaes de inconstitucionalidade formal e material. Formal: lei complementar. Desnecessidade. Natureza da contribuio

social. (ADC 3, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ 09/05/03)

Contribuio para o custeio do Seguro de Acidente do Trabalho - SAT: Lei 7.787/89, art. 3, II; Lei 8.212/91, art. 22, II:

alegao no sentido de que so ofensivos ao art. 195, 4, c/c art. 154, I, da Constituio Federal: improcedncia.

Desnecessidade de observncia da tcnica da competncia residual da Unio, CF, art. 154, I. Desnecessidade de lei

complementar para a instituio da contribuio para o SAT. (RE 343.446, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 04/04/03)

Programa de Integrao Social e de Formao do Patrimnio do Servidor Pblico - PIS/PASEP. Medida Provisria.

Superao, por sua converso em lei, da contestao do preenchimento dos requisitos de urgncia e relevncia. Sendo a

contribuio expressamente autorizada pelo art. 239 da Constituio, a ela no se opem as restries constantes dos

artigos 154, I e 195, 4, da mesma Carta. (ADI 1.417, Rel. Min. Octvio Gallotti, DJ 23/03/01)

file:///K|/STF%20-%20CF.htm (510 of 574)17/08/2005 13:02:42

STF - Constituio

A norma inscrita no art. 195, I, da Carta Poltica, por referir-se contribuio social incidente sobre a folha de salrios;

expresso esta que apenas alcana a remunerao paga pela empresa em virtude da

execuo de trabalho subordinado, com vnculo empregatcio; no abrange os valores pagos aos autnomos, aos

avulsos e aos administradores, que constituem categorias de profissionais no-empregados. Precedentes. A Unio Federal,

para instituir validamente nova contribuio social, tendo presente a situao dos profissionais autnomos, avulsos e

administradores, deveria valer-se, no de simples lei ordinria, mas, necessariamente, de espcie normativa juridicamente

mais qualificada: a lei complementar (CF, art. 195, 4, in fine) (RE 186.984, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 25/08/95)

5 - Nenhum benefcio ou servio da seguridade social poder ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente

fonte de custeio total.

A jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal firmou-se, de modo unnime e uniforme, no sentido da auto-aplicabilidade das

normas inscritas no art. 201, 5 e 6, da Constituio da Repblica A exigncia inscrita no art. 195, 5, da Carta Poltica

traduz comando que tem, por destinatrio exclusivo, o prprio legislador ordinrio, no que se refere a criao, majorao ou

extenso de outros benefcios ou servios da seguridade social. (AI 151.106-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 26/11/93)

6 - As contribuies sociais de que trata este artigo s podero ser exigidas aps decorridos noventa dias da data da

publicao da lei que as houver institudo ou modificado, no se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b".

Norma legal que altera o prazo de recolhimento da obrigao tributria no se sujeita ao princpio da anterioridade." (SM.

669)

No inconstitucional o art. 4, caput, da Emenda Constitucional n 41, de 19 de dezembro de 2003, que instituiu

contribuio previdenciria sobre os proventos de aposentadoria e as penses dos servidores pblicos da Unio, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, includas suas autarquias e fundaes. (ADI 3.105, Rel. Min. Cezar Peluso,

DJ 18/02/05)

Seguridade social. Servidor pblico. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e penses. Sujeio incidncia de

contribuio previdenciria. Ofensa a direito adquirido no ato de aposentadoria. No ocorrncia. Contribuio social.

Exigncia patrimonial de natureza tributria. Inexistncia de norma de imunidade tributria absoluta. Emenda Constitucional

n 41/2003 (art. 4, caput). Regra no retroativa. Incidncia sobre fatos geradores ocorridos depois do incio de sua vigncia.

Precedentes da Corte. Inteligncia dos arts. 5, XXXVI, 146, III, 149, 150, I e III, 194, 195, caput, II e 6, da CF, e art. 4,

caput, da EC n 41/2003. No ordenamento jurdico vigente, no h norma, expressa nem sistemtica, que atribua condio

jurdico-subjetiva da aposentadoria de servidor pblico o efeito de lhe gerar direito subjetivo como poder de subtrair ad

aeternum a percepo dos respectivos proventos e penses incidncia de lei tributria que, anterior ou ulterior, os submeta

incidncia de contribuio previdencial. Noutras palavras, no h, em nosso ordenamento, nenhuma norma jurdica vlida

que, como efeito especfico do fato jurdico da aposentadoria, lhe imunize os proventos e as penses, de modo absoluto,

tributao de ordem constitucional, qualquer que seja a modalidade do tributo eleito, donde no haver, a respeito, direito

adquirido com o aposentamento. Inconstitucionalidade. Ao direta. Seguridade social. Servidor pblico. Vencimentos.

Proventos de aposentadoria e penses. Sujeio incidncia de contribuio previdenciria, por fora de Emenda

Constitucional. Ofensa a outros direitos e garantias individuais. No ocorrncia. Contribuio social. Exigncia patrimonial de

natureza tributria. Inexistncia de norma de imunidade tributria absoluta. Regra no retroativa. Instrumento de atuao do

Estado na rea da previdncia social. Obedincia aos princpios da solidariedade e do equilbrio financeiro e atuarial, bem

como aos objetivos constitucionais de universalidade, equidade na forma de participao no custeio e diversidade da base de

financiamento. (ADI 3.105, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 18/02/05)

Medida provisria: fora de lei: idoneidade para instituir tributo, inclusive contribuio social (PIS). Contribuio social:

instituio ou aumento por medida provisria: prazo de anterioridade (CF, art. 195, 6). O termo a quo do prazo de

anterioridade da contribuio social criada ou aumentada por medida provisria a data de sua primitiva edio, e no

daquela que, aps sucessivas reedies, tenha sido convertida em lei. (RE 232.526, Rel. Min. Seplveda Pertence, DJ

10/03/00)

file:///K|/STF%20-%20CF.htm (511 of 574)17/08/2005 13:02:42

STF - Constituio

Contribuio Social. Anterioridade nonagesimal. Lei 8.787/89, art. 8. (...) Por ocasio do julgamento do RE 169.740, esta

Suprema Corte fixou o entendimento de que o prazo da anterioridade nonagesimal (art. 195, 6, da Constituio) deve ter

como termo a quo a edio da MP 63/89 somente em relao queles dispositivos que foram repetidos no momento de sua

converso na Lei n 7.787/89. Na hiptese de mudana ou introduo de novos dispositivos no momento da converso, a

contagem do termo da noventena deve ter incio com a edio desta lei. (RE 199.198, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 28/06/02)

Contribuio social. Servidores. Lei N 8.688/93 e Medida Provisria n 560/94. Interregno. Efeito. A existncia de interregno

entre os diplomas conducente a observar-se a anterioridade prevista no artigo 195, 6, da Constituio Federal. (RE

218.410-AgR, Rel. Min. Marco Aurlio, DJ 07/06/02)

PIS. FINSOCIAL. Prazo de recolhimento. Alterao pela Lei n 8.218, de 29/08/91. Alegada contrariedade ao art. 195, 6,

da Constituio Federal. Examinando questo idntica, decidiu a 1 Turma: 'Improcedncia da alegao de que, nos termos

do art. 195, 6, da Constituio, a lei em referncia s teria aplicao sobre fatos geradores ocorridos aps o trmino do

prazo estabelecido pela norma. A regra legislativa que se limita simplesmente a mudar o prazo de recolhimento da obrigao

tributria, sem qualquer repercusso, no se submete ao princpio da anterioridade.' (RE 274.949-AgR, Rel. Min. Sydney

Sanches, DJ 01/02/02)

Contribuio social PIS-PASEP. Princpio da anterioridade nonagesimal: Medida Provisria: reedio. Princpio da

anterioridade nonagesimal: Contagem do prazo de noventa dias, medida provisria convertida em lei: conta-se o prazo de

noventa dias a partir da veiculao da primeira medida provisria. (RE 232.896, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 01/10/99)

Medida Provisria: reedio: possibilidade. Requisitos de relevncia e urgncia. Previdencirio: contribuio dos servidores

pblicos ao PSSSP. MP n 560, de 26/07/94. Princpio da anterioridade nonagesimal. (RE 217.162, Rel. Min. Carlos Velloso,

DJ 26/02/99)

Contribuio social. Anterioridade. Medida provisria convertida em lei. Uma vez convertida a medida provisria em lei, no

prazo previsto no pargrafo nico do artigo 62 da Carta Poltica da Repblica, conta-se a partir da veiculao da primeira o

perodo de noventa dias de que cogita o 6 do artigo 195, tambm da Constituio Federal. A circunstncia de a lei de

converso haver sido publicada aps os trinta dias no prejudica a contagem, considerado como termo inicial a data em que

divulgada a medida provisria. (RE 162.421-AgR, Rel. Min. Marco Aurlio, DJ 27/03/98)

PIS. FINSOCIAL. Prazo de recolhimento. Alterao pela Lei n 8.218, de 29/08/91. Alegada contrariedade ao art. 195, 6,

da Constituio Federal. Improcedncia da alegao de que, nos termos do art. 195, 6, da Constituio, a lei em referncia

s teria aplicao sobre fatos geradores ocorridos aps o trmino do prazo estabelecido pela norma. A regra legislativa que

se limita simplesmente a mudar o prazo de recolhimento da obrigao tributria, sem qualquer outra repercusso, no se

submete ao princpio da anterioridade. (RE 209.386, Rel. Min. Ilmar Galvo, DJ 27/02/98)

Previdncia Social: contribuio social do servidor pblico: restabelecimento do sistema de alquotas progressivas pela MP

n 560, de 26/07/94, e suas sucessivas reedies, com vigncia retroativa a 1/07/94 quando cessara da Lei n 8.688/93,

que inicialmente havia institudo: violao, no ponto, pela MP n 560/94 e suas reedies, da regra de anterioridade mitigada

do art. 195, 6, da Constituio; conseqente inconstitucionalidade da mencionada regra de vigncia que, dada a soluo

de continuidade ocorrida, independe da existncia ou no de majorao das alquotas em relao quelas fixadas na lei cuja

vigncia j se exaurira. (ADI 1.135, Rel. Min. Seplveda Pertence, DJ 05/12/97)

Contribuio social. Atualizao pela UFIR. Lei n 8.383/91. Inexistncia de afronta aos princpios da irretroatividade e da

anterioridade. No h inconstitucionalidade na utilizao da UFIR, prevista na Lei n 8.383/91, para atualizao monetria da

contribuio social sobre o lucro, por no representar majorao de tributo ou modificao da base de clculo e do fato

gerador. A alterao operada foi somente quanto ao ndice de converso, pois persistia a indexao dos tributos conforme

prevista em norma legal. (RE 201.618, Rel. Min. Ilmar Galvo, DJ 01/08/97)

file:///K|/STF%20-%20CF.htm (512 of 574)17/08/2005 13:02:42

STF - Constituio

"Contribuio para o FINSOCIAL exigvel das empresas prestadoras de servio, segundo o art. 28 Lei n 7.738/89:

constitucionalidade, porque compreensvel no art. 195, I, CF, mediante interpretao conforme a Constituio. O tributo

institudo pelo art. 28 da Lei n 7.738/89, como resulta de sua explcita subordinao ao regime de anterioridade mitigada do

art. 195, 6, CF, que delas exclusivo, modalidade das contribuies para o financiamento da seguridade social e no,

imposto novo da competncia residual da Unio. (RE 150.755, Rel. Min. Seplveda Pertence, DJ 20/08/93)

7 - So isentas de contribuio para a seguridade social as entidades beneficentes de assistncia social que atendam s

exigncias estabelecidas em lei.

8 O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatrio rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cnjuges, que

exeram suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuiro para a seguridade

social mediante a aplicao de uma alquota sobre o resultado da comercializao da produo e faro jus aos benefcios nos

termos da lei.

9 As contribuies sociais previstas no inciso I do caput deste artigo podero ter alquotas ou bases de clculo

diferenciadas, em razo da atividade econmica, da utilizao intensiva de mo-de obra, do porte da empresa ou da

condio estrutural do mercado de trabalho. (Alterado pela EC/47, de 05/07/05)

10. A lei definir os critrios de transferncia de recursos para o sistema nico de sade e aes de assistncia social da

Unio para os Estados, o Distrito Federal e os Municpios, e dos Estados para os Municpios, observada a respectiva

contrapartida de recursos.

11. vedada a concesso de remisso ou anistia das contribuies sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo,

para dbitos em montante superior ao fixado em lei complementar.

12. A lei definir os setores de atividade econmica para os quais as contribuies incidentes na forma dos incisos I, b; e IV

do caput, sero no-cumulativas.

13. Aplica-se o disposto no 12 inclusive na hiptese de substituio gradual, total ou parcial, da contribuio incidente na

forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento.

Seo II - DA SADE

Art. 196. A sade direito de todos e dever do Estado, garantido mediante polticas sociais e econmicas que visem reduo

do risco de doena e de outros agravos e ao acesso universal e igualitrio s aes e servios para sua promoo, proteo e

recuperao.

A interpretao da norma programtica no pode transform-la em promessa constitucional inconseqente. O carter

programtico da regra inscrita no art. 196 da Carta Poltica que tem por destinatrios todos os entes polticos que

compem, no plano institucional, a organizao federativa do Estado brasileiro no pode converter-se em promessa

constitucional inconseqente, sob pena de o Poder Pblico, fraudando justas expectativas nele depositadas pela

coletividade, substituir, de maneira ilegtima, o cumprimento de seu impostergvel dever, por um gesto irresponsvel de

infidelidade governamental ao que determina a prpria Lei Fundamental do Estado. (...). O reconhecimento judicial da

validade jurdica de programas de distribuio gratuita de medicamentos a pessoas carentes, inclusive quelas portadoras do

vrus HIV/AIDS, d efetividade a preceitos fundamentais da Constituio da Repblica (arts. 5, caput, e 196) e representa, na

concreo do seu alcance, um gesto reverente e solidrio de apreo vida e sade das pessoas, especialmente daquelas

que nada tm e nada possuem, a no ser a conscincia de sua prpria humanidade e de sua essencial dignidade." (RE

368.041, Rel Min. Joaquim Barbosa, DJ 17/06/05)

file:///K|/STF%20-%20CF.htm (513 of 574)17/08/2005 13:02:42

STF - Constituio

"Competncia da Unio. Poder de polcia. Atividades que afetem a sade pblica. STJ denegou Segurana impetrada com o

objetivo de impugnar a Portaria n 795, de 1993, do Ministrio da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrria.

Entendeu inexistente violao a direito lquido e certo e assentou ser competncia da Unio dispor sobre a regulamentao,

fiscalizao e controle permanente de qualquer atividade que possa afetar a sade pblica, no estrito exerccio do poder de

polcia." (RMS 22.096, Rel. Min. Nri da Silveira, DJ 22/02/02)

"Acrdo recorrido que permitiu a internao hospitalar na modalidade diferena de classe, em razo das condies

pessoais do doente, que necessitava de quarto privativo. Pagamento por ele da diferena de custo dos servios. Resoluo

n 283/91 do extinto INAMPS. O art. 196 da Constituio Federal estabelece como dever do Estado a prestao de

assistncia sade e garante o acesso universal e igualitrio do cidado aos servios e aes para sua promoo, proteo

e recuperao. O direito sade, como est assegurado na Carta, no deve sofrer embaraos impostos por autoridades

administrativas, no sentido de reduzi-lo ou de dificultar o acesso a ele. O acrdo recorrido, ao afastar a limitao da citada

Resoluo n 283/91 do INAMPS, que veda a complementariedade a qualquer ttulo, atentou para o objetivo maior do prprio

Estado, ou seja, o de assistncia sade." (RE 226.835, Rel. Min. Ilmar Galvo, DJ 10/03/00)

"Doente portadora do vrus HIV, carente de recursos indispensveis aquisio dos medicamentos de que necessita para

seu tratamento. Obrigao imposta pelo acrdo ao Estado. Alegada ofensa aos arts. 5, I, e 196 da Constituio Federal.

Deciso que teve por fundamento central dispositivo de lei (art. 1 da Lei 9.908/93) por meio da qual o prprio Estado do Rio

Grande do Sul, regulamentando a norma do art. 196 da Constituio Federal, vinculou-se a um programa de distribuio de

medicamentos a pessoas carentes, no havendo, por isso, que se falar em ofensa aos dispositivos constitucionais

apontados." (RE 242.859, Rel. Min. Ilmar Galvo, DJ 17/09/99)

Art. 197. So de relevncia pblica as aes e servios de sade, cabendo ao Poder Pblico dispor, nos termos da lei, sobre

sua regulamentao, fiscalizao e controle, devendo sua execuo ser feita diretamente ou atravs de terceiros e, tambm,

por pessoa fsica ou jurdica de direito privado.

"Cumpre assinalar, finalmente, que a essencialidade do direito sade fez com que o legislador constituinte qualificasse,

como prestaes de relevncia pblica, as aes e servios de sade, em ordem a legitimar a atuao do Ministrio Pblico

e do Poder Judicirio naquelas hipteses em que os rgos estatais, anomalamente, deixassem de respeitar o mandamento

constitucional, frustrando-lhe, arbitrariamente, a eficcia jurdico-social, seja por intolervel omisso, seja por qualquer outra

inaceitvel modalidade de comportamento governamental desviante." (RE 267.612, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 23/08/00)

Art. 198. As aes e servios pblicos de sade integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema

nico, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

"A justia estadual competente para processar e julgar mdico por crime de concusso praticado contra pacientes

internados mediante convnio com o Sistema nico de Sade - SUS, quando no evidenciado o prejuzo para Unio, suas

autarquias ou empresas pblicas. Precedentes." (HC 81.912, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 13/09/02)

"Diferena de classe sem nus para o SUS. Resoluo n 283 do extinto INAMPS. Artigo 196 da Constituio

Federal. Competncia da Justia Estadual, porque a direo do SUS, sendo nica e descentralizada em cada esfera de

governo, cabe, no mbito dos Estados, s respectivas Secretarias de Sade ou rgo equivalente." (RE 261.268, Rel. Min.

Moreira Alves, DJ 05/10/01)

"Incumbe ao Estado (gnero) proporcionar meios visando a alcanar a sade, especialmente quando envolvida criana e

adolescente. O Sistema nico de Sade torna a responsabilidade linear alcanando a Unio, os Estados, o Distrito Federal e

os Municpios." (RE 195.192, Rel. Min. Marco Aurlio, DJ 31/03/00)

file:///K|/STF%20-%20CF.htm (514 of 574)17/08/2005 13:02:42

STF - Constituio

"Ao penal. Crime de peculato, em face de desvio, no mbito estadual, de dotaes provenientes do oramento da Unio

Federal, mediante convnio, e destinadas ao Sistema nico de Sade - SUS. A competncia originria para o processo e

julgamento de crime resultante de desvio, em Repartio estadual, de recursos oriundos do Sistema nico de Sade - SUS,

da Justia Federal, a teor do art. 109, IV, da Constituio. Alm do interesse inequvoco da Unio Federal, na espcie, em

se cogitando de recursos repassados ao Estado, os crimes, no caso, so tambm em detrimento de servios federais, pois a

estes incumbe no s a distribuio dos recursos, mas ainda a superviso de sua regular aplicao, inclusive com auditorias

no plano dos Estados. Constituio Federal de 1988, arts. 198, pargrafo nico, e 71, e Lei Federal n 8.080, de 19.09.1990,

arts. 4, 31, 32, 2, 33 e 4." (RE 196.982, Rel. Min. Nri da Silveira, DJ 27/06/97)

I - descentralizao, com direo nica em cada esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuzo dos servios assistenciais;

III - participao da comunidade.

1 O sistema nico de sade ser financiado, nos termos do art. 195, com recursos do oramento da seguridade social, da

Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, alm de outras fontes.

2 A Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios aplicaro, anualmente, em aes e servios pblicos de sade

recursos mnimos derivados da aplicao de percentuais calculados sobre:

I - no caso da Unio, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no 3;

II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadao dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos

de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alnea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos

Municpios;

III - no caso dos Municpios e do Distrito Federal, o produto da arrecadao dos impostos a que se refere o art. 156 e dos

recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alnea b e 3.

3 Lei complementar, que ser reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecer:

I - os percentuais de que trata o 2;" (AC)

II - os critrios de rateio dos recursos da Unio vinculados sade destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos

Municpios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municpios, objetivando a progressiva reduo das disparidades

regionais;" (AC)

"Sistema nico de Sade: reserva lei complementar da Unio do estabelecimento de critrios de rateio dos recursos e

disparidades regionais (CF, art. 198, 3, II): conseqente plausibilidade da argio da invalidez de lei estadual que

prescreve o repasse mensal aos municpios dos 'recursos mnimos prprios que o Estado deve aplicar em aes e servios

de sade'; risco de grave comprometimento dos servios estaduais de sade: medida cautelar deferida para suspender a

vigncia da lei questionada." (ADI 2.894-MC, Rel. Min. Seplveda Pertence, DJ 17/10/03)

III - as normas de fiscalizao, avaliao e controle das despesas com sade nas esferas federal, estadual, distrital e municipal;

IV - as normas de clculo do montante a ser aplicado pela Unio.

Art. 199. A assistncia sade livre iniciativa privada.

1 - As instituies privadas podero participar de forma complementar do sistema nico de sade, segundo diretrizes deste,

mediante contrato de direito pblico ou convnio, tendo preferncia as entidades filantrpicas e as sem fins lucrativos.

file:///K|/STF%20-%20CF.htm (515 of 574)17/08/2005 13:02:42

STF - Constituio

A Constituio Federal assegura que a sade direito de todos e dever do Estado, facultada iniciativa privada a

participao de forma complementar no sistema nico de sade, por meio de contrato ou convnio, tendo preferncia as

entidades filantrpicas e as sem fins lucrativos (CF, artigo 199, 1). Por outro lado, assentou balizas entre previdncia e

assistncia social, quando disps no artigo 201, caput e inciso I, que os planos previdencirios, mediante contribuio,

atendero cobertura dos eventos ali arrolados, e no artigo 203, caput, fixou que a assistncia social ser prestada a quem

dela necessitar, independentemente de contribuio seguridade social, tendo por fim a proteo famlia, maternidade,

infncia, adolescncia e velhice; o amparo s crianas e adolescentes carentes; habilitao e reabilitao das pessoas

deficientes e promoo de sua integrao vida comunitria; garantia de um salrio mnimo de benefcio mensal

pessoa portadora de deficincia e ao idoso que comprovem no possuir meios de prover prpria manuteno ou de t-la

provida por sua famlia, inferindo-se desse conjunto normativo que a assistncia social est dirigida toda coletividade, no

se restringindo aos que no podem contribuir. V-se, pois, que a assistncia sade no nus da sociedade isoladamente

e sim dever do Estado. A iniciativa privada no pode ser compelida a assistir sade ou a complementar a previdncia social

sem a devida contraprestao. Por isso, se as entidades privadas se dispuseram a conferir aos seus filiados benefcios

previdencirios complementares e os contratados assumiram a obrigao de pagar por isso, o exerccio dessa faculdade no

lhes assegura o direito imunidade tributria constitucional, outorgada pelo legislador apenas s entidades que prestam

assistncia social, independentemente de contribuio seguridade social (CF, artigo 203), como estmulo ao altrusmo dos

seus instituidores." (RE 202.700, Rel. Min. Maurcio Corra, DJ 01/03/02)

2 - vedada a destinao de recursos pblicos para auxlios ou subvenes s instituies privadas com fins lucrativos.

3 - vedada a participao direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistncia sade no Pas, salvo

nos casos previstos em lei.

4 - A lei dispor sobre as condies e os requisitos que facilitem a remoo de rgos, tecidos e substncias humanas para

fins de transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta, processamento e transfuso de sangue e seus derivados,

sendo vedado todo tipo de comercializao.

Art. 200. Ao sistema nico de sade compete, alm de outras atribuies, nos termos da lei:

"A Turma manteve acrdo do Tribunal de Justia do Estado do Rio Grande do Sul que, afirmando a competncia da Justia

Comum para julgar a espcie, reconhecera o direito de contribuinte da Previdncia Social internao hospitalar na

modalidade 'diferena de classe', em quarto semi-privativo, e no enfermaria como disponibilizara o Sistema nico de Sade

- SUS, tendo em vista a gravidade da doena, que recomendava o isolamento, e o fato de que a troca de leito se daria sem

nus para o SUS, j que a recorrida se comprometera a arcar com a diferena pecuniria acrescida. Precedente citado: RE

226.835-RS (DJU de 10.3.2000)." (RE 207.970, Rel. Min. Moreira Alves, DJ 22/08/00)

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substncias de interesse para a sade e participar da produo de

medicamentos, equipamentos, imunobiolgicos, hemoderivados e outros insumos;

II - executar as aes de vigilncia sanitria e epidemiolgica, bem como as de sade do trabalhador;

III - ordenar a formao de recursos humanos na rea de sade;

IV - participar da formulao da poltica e da execuo das aes de saneamento bsico;

V - incrementar em sua rea de atuao o desenvolvimento cientfico e tecnolgico;

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e guas para

consumo humano;

VII - participar do controle e fiscalizao da produo, transporte, guarda e utilizao de substncias e produtos psicoativos,

txicos e radioativos;

VIII - colaborar na proteo do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

file:///K|/STF%20-%20CF.htm (516 of 574)17/08/2005 13:02:42

STF - Constituio

Seo III - DA PREVIDNCIA SOCIAL

Art. 201. A previdncia social ser organizada sob a forma de regime geral, de carter contributivo e de filiao obrigatria,

observados critrios que preservem o equilbrio financeiro e atuarial, e atender, nos termos da lei, a:

No inconstitucional o art. 4, caput, da Emenda Constitucional n 41, de 19 de dezembro de 2003, que instituiu

contribuio previdenciria sobre os proventos de aposentadoria e as penses dos servidores pblicos da Unio, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, includas suas autarquias e fundaes. (ADI 3.105, Rel. Min. Cezar Peluso,

DJ 18/02/05)

Seguridade social. Servidor pblico. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e penses. Sujeio incidncia de

contribuio previdenciria. Ofensa a direito adquirido no ato de aposentadoria. No ocorrncia. Contribuio social.

Exigncia patrimonial de natureza tributria. Inexistncia de norma de imunidade tributria absoluta. Emenda Constitucional

n 41/2003 (art. 4, caput). Regra no retroativa. Incidncia sobre fatos geradores ocorridos depois do incio de sua vigncia.

Precedentes da Corte. Inteligncia dos arts. 5, XXXVI, 146, III, 149, 150, I e III, 194, 195, caput, II e 6, da CF, e art. 4, caput,

da EC n 41/2003. No ordenamento jurdico vigente, no h norma, expressa nem sistemtica, que atribua condio

jurdico-subjetiva da aposentadoria de servidor pblico o efeito de lhe gerar direito subjetivo como poder de subtrair ad

aeternum a percepo dos respectivos proventos e penses incidncia de lei tributria que, anterior ou ulterior, os submeta

incidncia de contribuio previdencial. Noutras palavras, no h, em nosso ordenamento, nenhuma norma jurdica vlida

que, como efeito especfico do fato jurdico da aposentadoria, lhe imunize os proventos e as penses, de modo absoluto,

tributao de ordem constitucional, qualquer que seja a modalidade do tributo eleito, donde no haver, a respeito, direito

adquirido com o aposentamento. Inconstitucionalidade. Ao direta. Seguridade social. Servidor pblico. Vencimentos.

Proventos de aposentadoria e penses. Sujeio incidncia de contribuio previdenciria, por fora de Emenda

Constitucional. Ofensa a outros direitos e garantias individuais. No ocorrncia. Contribuio social. Exigncia patrimonial de

natureza tributria. Inexistncia de norma de imunidade tributria absoluta. Regra no retroativa. Instrumento de atuao do

Estado na rea da previdncia social. Obedincia aos princpios da solidariedade e do equilbrio financeiro e atuarial, bem

como aos objetivos constitucionais de universalidade, equidade na forma de participao no custeio e diversidade da base de

financiamento. (ADI 3.105, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 18/02/05)

Segundo a jurisprudncia do STF, o aposentado tem direito adquirido ao quantum de seus proventos calculado com base

na legislao vigente ao tempo da aposentadoria, mas no aos critrios legais com base em que esse quantum foi

estabelecido, pois no h direito adquirido a regime jurdico (RE 92.511, Moreira Alves, RTJ 99/1267). (AI 145.522-AgR, Rel.

Min. Seplveda Pertence, DJ 26/03/99)

I - cobertura dos eventos de doena, invalidez, morte e idade avanada;

II - proteo maternidade, especialmente gestante;

Licena-gestante. Salrio. Limitao. Ao direta de inconstitucionalidade do art. 14 da Emenda Constitucional n 20, de

15/12/1998. Alegao de violao ao disposto nos artigos 3, IV; 5, I; 7, XVIII, e 60, 4, IV, da Constituio Federal. O

legislador brasileiro, a partir de 1932 e mais claramente desde 1974, vem tratando o problema da proteo gestante, cada

vez menos como um encargo trabalhista (do empregador) e cada vez mais como de natureza previdenciria. Essa orientao

foi mantida mesmo aps a Constituio de 05/10/1988, cujo art. 6 determina: a proteo maternidade deve ser realizada

na forma desta Constituio, ou seja, nos termos previstos em seu art. 7, XVIII: licena gestante, sem prejuzo do

empregado e do salrio, com a durao de cento e vinte dias. (...). Reiteradas as consideraes feitas nos votos, ento

proferidos, e nessa manifestao do Ministrio Pblico Federal, a ao direta de inconstitucionalidade julgada procedente,

em parte, para se dar, ao art. 14 da Emenda Constitucional n 20, de 15/12/1998, interpretao conforme Constituio,

excluindo-se sua aplicao ao salrio da licena gestante, a que se refere o art. 7, inciso XVIII, da Constituio

Federal. (ADI 1.946, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ 16/05/03)

III - proteo ao trabalhador em situao de desemprego involuntrio;

file:///K|/STF%20-%20CF.htm (517 of 574)17/08/2005 13:02:42

STF - Constituio

IV - salrio-famlia e auxlio-recluso para os dependentes dos segurados de baixa renda;

V - penso por morte do segurado, homem ou mulher, ao cnjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no

2.

O Supremo Tribunal Federal, a partir do julgamento do RE 204.193 (Velloso, DJ 31/10/02), tem afastado a incluso

automtica do vivo como beneficirio da penso por morte de sua esposa, quando no houver previso legal de custeio do

referido benefcio. Na ocasio, acentuou o em. Ministro Carlos Velloso: o que ocorre, de certa forma, no Brasil, presente o

dado antes referido: o homem sempre foi, de regra, o provedor da famlia. A presuno de dependncia da viva pode ser

afirmada, em linha de princpio. O contrrio no tem sido a regra. Esse dado sociolgico muito importante na elaborao

legislativa. (...) O que certo, entretanto, que preciso lei especfica dispondo a respeito, porque o dado sociolgico acima

indicado sempre foi considerado no custeio do benefcio. Sendo assim, presente a norma inscrita no art. 195, 5, da

Constituio Federal. (RE 385.397, Rel Min. Seplveda Pertence, DJ 17/9/03)

1 vedada a adoo de requisitos e critrios diferenciados para a concesso de aposentadoria aos beneficirios

do regime geral de previdncia social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condies especiais que

prejudiquem a sade ou a integridade fsica e quando se tratar de segurados portadores de deficincia, nos termos

definidos em lei complementar. (Alterado pela EC/47, de 05/07/05)

2 Nenhum benefcio que substitua o salrio de contribuio ou o rendimento do trabalho do segurado ter valor mensal

inferior ao salrio mnimo.

3 Todos os salrios de contribuio considerados para o clculo de benefcio sero devidamente atualizados, na forma da

lei.

Aposentadoria. Clculo do benefcio. arts. 201, 3 , e 202, caput, da Constituio Federal. Art. 58 do ADCT. Conforme

precedentes do STF, o disposto nos arts. 201, 3 , e 202, caput, da Constituio Federal, sobre o clculo do benefcio da

aposentadoria, no auto-aplicvel, pois, dependente da legislao, que posteriormente entrou em vigor (Leis ns 8.212 e

8.213, ambas de 24/07/1991). Precedentes: MI 306; RE 163.478; RE 164.931; RE 193.456; RE 198.314; RE 198.983. (RE

201.091, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ 30/05/97)

4 assegurado o reajustamento dos benefcios para preservar-lhes, em carter permanente, o valor real, conforme critrios

definidos em lei.

" legtima a incidncia da contribuio previdenciria sobre o 13 salrio." (SM. 688)

Previdencirio. Benefcio. Reajuste. art. 201, 4, da Carta Magna. A adoo do INPC, como ndice de reajuste dos

benefcios previdencirios, no ofende a norma do art. 201, 4, da Carta de Outubro. (RE 376.145, Rel. Min. Carlos Britto,

DJ 28/11/03)

5 vedada a filiao ao regime geral de previdncia social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de

regime prprio de previdncia.

6 A gratificao natalina dos aposentados e pensionistas ter por base o valor dos proventos do ms de dezembro de cada

ano.

Contribuio para a seguridade social. Incidncia sobre a gratificao natalina (dcimo terceiro salrio) paga aos

empregados. Exigibilidade da contribuio. (RE 272.761, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ 22/03/02)

7 assegurada aposentadoria no regime geral de previdncia social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condies:

file:///K|/STF%20-%20CF.htm (518 of 574)17/08/2005 13:02:42

STF - Constituio

Aposentadoria: proventos: direito adquirido aos proventos conformes lei regente ao tempo da reunio dos requisitos da

inatividade, ainda quando s requerida aps a lei menos favorvel (Sm. 359, revista): aplicabilidade a fortiori,

aposentadoria previdenciria. (RE 243.415, Rel. Min. Seplveda Pertence, DJ 11/2/00)

Tribunal de Contas da Unio Competncia constitucional Apreciao da legalidade de ato concessivo de

aposentadoria Possibilidade de converso do julgamento em diligncia Carter no-vinculante da deliberao do TCU

Juiz classista Prerrogativas A questo da sua equiparao aos magistrados togados Ausncia de direito lquido e

certo a um mesmo regime jurdico. (MS 21.466, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 06/05/94)

I - trinta e cinco anos de contribuio, se homem, e trinta anos de contribuio, se mulher;

II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os

trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exeram suas atividades em regime de economia familiar, nestes

includos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal.

8 Os requisitos a que se refere o inciso I do pargrafo anterior sero reduzidos em cinco anos, para o professor que

comprove exclusivamente tempo de efetivo exerccio das funes de magistrio na educao infantil e no ensino fundamental

e mdio.

9 Para efeito de aposentadoria, assegurada a contagem recproca do tempo de contribuio na administrao pblica e na

atividade privada, rural e urbana, hiptese em que os diversos regimes de previdncia social se compensaro

financeiramente, segundo critrios estabelecidos em lei.

Lei n 6.677, de 26/09/1994, do Estado da Bahia, art. 119, inciso VI, que estabeleceu tempo de servio em atividade privada,

para efeito de aposentadoria e disponibilidade. Inexistncia de previso na Norma Maior, art. 201, 9, da Constituio

Federal, na redao da EC n 20/98, de qualquer limite quanto ao nmero de anos de contribuio na administrao pblica

e na atividade privada, para os efeitos da compensao financeira entre os sistemas. ( ADI 1.798-MC, Rel. Min. Nri da

Silveira, DJ 29/11/99)

O Supremo Tribunal Federal j consagrou entendimento no sentido de que o tempo de servio de atividades essencialmente

privadas no computvel, para fins de gratificao adicional, salvo quando integrantes da administrao pblica indireta

empresas pblicas, sociedades de economia mista e fundaes institudas pelo poder pblico. (ADI 1.400-MC, Rel. Min. Ilmar

Galvo, DJ 31/05/96)

10. Lei disciplinar a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de

previdncia social e pelo setor privado.

11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer ttulo, sero incorporados ao salrio para efeito de contribuio

previdenciria e conseqente repercusso em benefcios, nos casos e na forma da lei.

"A Turma iniciou julgamento de recurso extraordinrio em que se sustenta que a exigncia de contribuio previdenciria de

aposentado pelo Regime Geral de Previdncia Social que retorna atividade, prevista no art. 12, 4 da Lei 8.212/91 e no

art. 18, 2 da Lei 8.213/91, viola o art. 201, 4 da CF (A previdncia social ser organizada sob a forma de regime geral,

de carter contributivo e de filiao obrigatria, observados critrios que preservem o equilbrio financeiro e atuarial, e

atender, nos termos da lei, a: (...) 4 assegurado o reajustamento dos benefcios para preservar-lhes, em carter

permanente, o valor real, conforme critrios definidos em lei). O Min. Seplveda Pertence, relator, acompanhado pelo Min.

Eros Grau, negou provimento ao recurso por considerar que a aludida contribuio est amparada no princpio da

universalidade do custeio da Previdncia Social (CF, art. 195), corolrio do princpio da solidariedade; bem como no art. 201,

11, da CF, que remete, lei, os casos em que a contribuio repercute nos benefcios. Asseverou, ainda, tratar-se de teses

cuja pertinncia ao caso resulta, com as devidas modificaes, da deciso declaratria da constitucionalidade da contribuio

previdenciria dos inativos do servio pblico (ADI 3.105/DF e ADI 3.128/DF, DJU 18/02/2005). Aps, o julgamento foi

suspenso em virtude do pedido de vista do Min. Carlos Britto." (RE 437.640, Rel. Min. Seplveda Pertence, Informativo 393)

file:///K|/STF%20-%20CF.htm (519 of 574)17/08/2005 13:02:42

STF - Constituio

12. Lei dispor sobre sistema especial de incluso previdenciria para atender a trabalhadores de baixa renda e

queles sem renda prpria que se dediquem exclusivamente ao trabalho domstico no mbito de sua residncia,

desde que pertencentes a famlias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefcios de valor igual a um salriomnimo.

(Alterado pela EC/47, de 05/07/05)

13. O sistema especial de incluso previdenciria de que trata o 12 deste artigo ter alquotas e carncias inferiores s vigentes

para os demais segurados do regime geral de previdncia social. (Includo pela EC/47, de 05/07/05)

Art. 202. O regime de previdncia privada, de carter complementar e organizado de forma autnoma em relao ao regime

geral de previdncia social, ser facultativo, baseado na constituio de reservas que garantam o benefcio contratado, e

regulado por lei complementar.

Previdencirio. Benefcio concedido anteriormente promulgao da Carta Federal de 1988. Critrio da equivalncia

salarial, inaplicabilidade. Preservao do valor real do benefefcio. Legislao infraconstitucional. Observncia. Benefcio de

prestao continuada, deferido pela Previdncia Social sob a gide da Carta Federal vigente. Inaplicabilidade do critrio da

equivalncia salarial previsto no artigo 58 do ADCT/88. Reajuste de benefcio previdencirio. Supervenincia das leis de

custeio e benefcios. Integralizao legislativa. A Constituio Federal assegurou to-somente o direito ao reajustamento,

outorgando ao legislador ordinrio a fixao dos critrios para a preservao do seu valor real. (RE 199.994, Rel. Min.

Maurcio Corra, DJ 12/11/99)

Aposentadoria. Clculo do benefcio. arts. 201, 3, e 202, caput, da Constituio Federal. Art. 58 do ADCT. Conforme

precedentes do STF, o disposto nos arts. 201, 2 , e 202, caput, da Constituio Federal, sobre o clculo do benefcio da

aposentadoria, no auto-aplicvel, pois, dependente da legislao, que posteriormente entrou em vigor (Leis ns. 8.212 e

8.213, ambas de 24/7/1991). Precedentes: MI 306; RE 163.478; RE 164.931; RE 193.456; RE 198.314; RE 198.983. (RE

201.091, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ 30/05/97)

I - (Revogado).

1 A lei complementar de que trata este artigo assegurar ao participante de planos de benefcios de entidades de

previdncia privada o pleno acesso s informaes relativas gesto de seus respectivos planos.

2 As contribuies do empregador, os benefcios e as condies contratuais previstas nos estatutos, regulamentos e

planos de benefcios das entidades de previdncia privada no integram o contrato de trabalho dos participantes, assim como,

exceo dos benefcios concedidos, no integram a remunerao dos participantes, nos termos da lei.

3 vedado o aporte de recursos a entidade de previdncia privada pela Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, suas

autarquias, fundaes, empresas pblicas, sociedades de economia mista e outras entidades pblicas, salvo na qualidade de

patrocinador, situao na qual, em hiptese alguma, sua contribuio normal poder exceder a do segurado.

4 Lei complementar disciplinar a relao entre a Unio, Estados, Distrito Federal ou Municpios, inclusive suas autarquias,

fundaes, sociedades de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente, enquanto patrocinadoras de

entidades fechadas de previdncia privada, e suas respectivas entidades fechadas de previdncia privada.

5 A lei complementar de que trata o pargrafo anterior aplicar-se-, no que couber, s empresas privadas permissionrias

ou concessionrias de prestao de servios pblicos, quando patrocinadoras de entidades fechadas de previdncia privada.

Constitucional. Previdencirio. Segurado. Aposentadoria. Auto-aplicabilidade do art. 201, 5 e 6 , e do art. 202, I, da

Constituio. As normas inscritas nos 5 e 6 , do art. 201, e no inciso I, do art. 202, ambos da Constituio, so de eficcia

plena e aplicabilidade imediata. Concesso do benefcio a partir da citao. (RE 169.595, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ

02/09/94)

file:///K|/STF%20-%20CF.htm (520 of 574)17/08/2005 13:02:42

STF - Constituio

6 A lei complementar a que se refere o 4 deste artigo estabelecer os requisitos para a designao dos membros das

diretorias das entidades fechadas de previdncia privada e disciplinar a insero dos participantes nos colegiados e

instncias de deciso em que seus interesses sejam objeto de discusso e deliberao.

Constitucional. Previdencirio. Segurado. Aposentadoria. Auto-aplicabilidade do art. 201, 5 e 6 , e do art. 202, I, da

Constituio. As normas inscritas nos 5 e 6 , do art. 201, e no inciso I, do art. 202, ambos da Constituio, so de

eficcia plena e aplicabilidade imediata. Concesso do benefcio a partir da citao. (RE 169.595, Rel. Min. Carlos Velloso,

DJ 02/09/94)

Seo IV - DA ASSISTNCIA SOCIAL

Art. 203. A assistncia social ser prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuio seguridade social, e

tem por objetivos:

I - a proteo famlia, maternidade, infncia, adolescncia e velhice;

II - o amparo s crianas e adolescentes carentes;

III - a promoo da integrao ao mercado de trabalho;

IV - a habilitao e reabilitao das pessoas portadoras de deficincia e a promoo de sua integrao vida comunitria;

V - a garantia de um salrio mnimo de benefcio mensal pessoa portadora de deficincia e ao idoso que comprovem no

possuir meios de prover prpria manuteno ou de t-la provida por sua famlia, conforme dispuser a lei.

"Previdencirio. Renda Mensal Vitalcia. Art. 203, V, da Constituio Federal. Dispositivo no auto-aplicvel." (RE 401.127-ED,

Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 17/12/04)

"Embargos recebidos para explicitar que o inc. V do art. 203 da CF tornou-se de eficcia plena com o advento da Lei

8.742/93." (RE 214.427-AgR-ED-ED, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ 05/10/01)

"Impugna dispositivo de lei federal que estabelece o critrio para receber o benefcio do inciso V do art. 203, da CF. Inexiste a

restrio alegada em face do prprio dispositivo constitucional que reporta lei para fixar os critrios de garantia do benefcio

de salrio mnimo pessoa portadora de deficincia fsica e ao idoso. Esta lei traz hiptese objetiva de prestao assistencial

do Estado." (ADI 1.232, Rel. Min. Nelson Jobim, DJ 01/06/01)

"Procedncia da alegao do Estado do Paran de afronta ao art. 203, V, da Constituio Federal, j que compete Unio e

no ao Estado a manuteno de benefcio de prestao continuada pessoa portadora de deficincia fsica." (RE 192.765,

Rel. Min. Ilmar Galvo, DJ 13/08/99)

Art. 204. As aes governamentais na rea da assistncia social sero realizadas com recursos do oramento da seguridade

social, previstos no art. 195, alm de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:

I - descentralizao poltico-administrativa, cabendo a coordenao e as normas gerais esfera federal e a coordenao e a

execuo dos respectivos programas s esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistncia

social;

II - participao da populao, por meio de organizaes representativas, na formulao das polticas e no controle das aes

em todos os nveis.

"Alm das modalidades explcitas, mas espasmdicas, de democracia direta o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular

(art. 14), a Constituio da Repblica aventa oportunidades tpicas de participao popular na administrao pblica (v.g, art.

5, XXXVIII e LXXIII; art. 29, XII e XIII; art. 37, 3; art. 74, 2; art. 187; art. 194, pargrafo nico, VII; art. 204, II; art. 206, VI;

art. 224)." (ADI 244, Rel. Min. Seplveda Pertence, DJ 31/10/02)

file:///K|/STF%20-%20CF.htm (521 of 574)17/08/2005 13:02:42

STF - Constituio

Pargrafo nico. facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio incluso e promoo social at

cinco dcimos por cento de sua receita tributria lquida, vedada a aplicao desses recursos no pagamento de:

I - despesas com pessoal e encargos sociais;

II - servio da dvida;

III - qualquer outra despesa corrente no vinculada diretamente aos investimentos ou aes apoiados.