Stf constituição federal comentada (20-11-2006) xxxxxxxxxxxxx
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STF - Constituição Brasília, quarta-feira, 20 de setembro de 2006 - 14:26h Caso você esteja tendo problemas para visualizar a Constituição Federal e Jurisprudência, clique aqui para fazer o download da versão compactada. Sumário Pesquisa CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL PREÂMBULO Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. "Preâmbulo da Constituição: não constitui norma central. Invocação da proteção de Deus: não se trata de norma de reprodução obrigatória na Constituição estadual, não tendo força normativa". (ADI 2.076, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 08/08/03) TÍTULO I - Dos Princípios Fundamentais Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: "É certo que a ordem econômica na Constituição de 1.988 define opção por um sistema no qual joga um papel primordial a livre iniciativa. Essa circunstância não legitima, no entanto, a assertiva de que o Estado só intervirá na economia em situações excepcionais. Mais do que simples instrumento de governo, a nossa Constituição enuncia diretrizes, programas e fins a serem realizados pelo Estado e pela sociedade. Postula um plano de ação global normativo para o Estado e para a sociedade, informado pelos preceitos veiculados pelos seus artigos 1º, 3º e 170. A livre iniciativa é expressão de liberdade titulada não apenas pela empresa, mas também pelo trabalho. Por isso a Constituição, ao contemplá-la, cogita também da ‘iniciativa do Estado’; não a privilegia, portanto, como bem pertinente apenas à empresa. Se de um lado a Constituição assegura a livre iniciativa, de outro determina ao Estado a adoção de todas as providências tendentes a garantir o efetivo exercício do direito à educação, à cultura e ao desporto [artigos 23, inciso V, 205, 208, 215 e 217, § 3º, da Constituição]. Na composição entre esses princípios e regras há de ser preservado o interesse da coletividade, interesse público primário. O direito ao acesso à cultura, ao esporte e ao lazer, são meios de complementar a formação dos estudantes." (ADI 1.950, Rel. Min. Eros Grau, DJ 02/06/06). No mesmo sentido: ADI 3.512, DJ 23/06/06. "Inexistente atribuição de competência exclusiva à União, não ofende a Constituição do Brasil norma constitucional estadual que dispõe sobre aplicação, interpretação e integração de textos normativos estaduais, em conformidade com a Lei de Introdução ao Código Civil. Não há falar-se em quebra do pacto federativo e do princípio da interdependência e harmonia entre os poderes em razão da aplicação de princípios jurídicos ditos 'federais' na interpretação de textos normativos estaduais. Princípios são normas jurídicas de um determinado direito, no caso, do direito brasileiro. Não há princípios jurídicos aplicáveis no território de um, mas não de outro ente federativo, sendo descabida a classificação dos princípios em 'federais' e 'estaduais'." (ADI 246, Rel. Min. Eros Grau, DJ 29/04/05) file:///K|/stf-cf.htm (1 of 719)20/11/2006 11:34:21
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1. STF - Constituio Braslia, quarta-feira, 20 de setembro de
2006 - 14:26h Caso voc esteja tendo problemas para visualizar a
Constituio Federal e Jurisprudncia, clique aqui para fazer o
download da verso compactada. Sumrio Pesquisa CONSTITUIO DA
REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL PREMBULO Ns, representantes do povo
brasileiro, reunidos em Assemblia Nacional Constituinte para
instituir um Estado Democrtico, destinado a assegurar o exerccio
dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurana, o
bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justia como valores
supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos,
fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e
internacional, com a soluo pacfica das controvrsias, promulgamos,
sob a proteo de Deus, a seguinte CONSTITUIO DA REPBLICA FEDERATIVA
DO BRASIL. "Prembulo da Constituio: no constitui norma central.
Invocao da proteo de Deus: no se trata de norma de reproduo
obrigatria na Constituio estadual, no tendo fora normativa". (ADI
2.076, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 08/08/03) TTULO I - Dos
Princpios Fundamentais Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil,
formada pela unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrtico de Direito e tem como
fundamentos: " certo que a ordem econmica na Constituio de 1.988
define opo por um sistema no qual joga um papel primordial a livre
iniciativa. Essa circunstncia no legitima, no entanto, a assertiva
de que o Estado s intervir na economia em situaes excepcionais.
Mais do que simples instrumento de governo, a nossa Constituio
enuncia diretrizes, programas e fins a serem realizados pelo Estado
e pela sociedade. Postula um plano de ao global normativo para o
Estado e para a sociedade, informado pelos preceitos veiculados
pelos seus artigos 1, 3 e 170. A livre iniciativa expresso de
liberdade titulada no apenas pela empresa, mas tambm pelo trabalho.
Por isso a Constituio, ao contempl-la, cogita tambm da iniciativa
do Estado; no a privilegia, portanto, como bem pertinente apenas
empresa. Se de um lado a Constituio assegura a livre iniciativa, de
outro determina ao Estado a adoo de todas as providncias tendentes
a garantir o efetivo exerccio do direito educao, cultura e ao
desporto [artigos 23, inciso V, 205, 208, 215 e 217, 3, da
Constituio]. Na composio entre esses princpios e regras h de ser
preservado o interesse da coletividade, interesse pblico primrio. O
direito ao acesso cultura, ao esporte e ao lazer, so meios de
complementar a formao dos estudantes." (ADI 1.950, Rel. Min. Eros
Grau, DJ 02/06/06). No mesmo sentido: ADI 3.512, DJ 23/06/06.
"Inexistente atribuio de competncia exclusiva Unio, no ofende a
Constituio do Brasil norma constitucional estadual que dispe sobre
aplicao, interpretao e integrao de textos normativos estaduais, em
conformidade com a Lei de Introduo ao Cdigo Civil. No h falar-se em
quebra do pacto federativo e do princpio da interdependncia e
harmonia entre os poderes em razo da aplicao de princpios jurdicos
ditos 'federais' na interpretao de textos normativos estaduais.
Princpios so normas jurdicas de um determinado direito, no caso, do
direito brasileiro. No h princpios jurdicos aplicveis no territrio
de um, mas no de outro ente federativo, sendo descabida a
classificao dos princpios em 'federais' e 'estaduais'." (ADI 246,
Rel. Min. Eros Grau, DJ 29/04/05) file:///K|/stf-cf.htm (1 of
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2. STF - Constituio "Processo legislativo da Unio: observncia
compulsria pelos Estados de seus princpios bsicos, por sua implicao
com o princpio fundamental da separao e independncia dos Poderes:
jurisprudncia do Supremo Tribunal." (ADI 774, Rel. Min. Seplveda
Pertence, DJ 26/02/99) "Se certo que a Nova Carta Poltica contempla
um elenco menos abrangente de princpios constitucionais sensveis, a
denotar, com isso, a expanso de poderes jurdicos na esfera das
coletividades autnomas locais, o mesmo no se pode afirmar quanto
aos princpios federais extensveis e aos princpios constitucionais
estabelecidos, os quais, embora disseminados pelo texto
constitucional, posto que no tpica a sua localizao, configuram
acervo expressivo de limitaes dessa autonomia local, cuja
identificao - at mesmo pelos efeitos restritivos que deles decorrem
- impe-se realizar. A questo da necessria observncia ou no, pelos
Estados-Membros, das normas e princpios inerentes ao processo
legislativo, provoca a discusso sobre o alcance do poder jurdico da
Unio Federal de impor, ou no, s demais pessoas estatais que
integram a estrutura da federao, o respeito incondicional a padres
heternomos por ela prpria institudos como fatores de compulsria
aplicao. (...) Da resoluo dessa questo central, emergir a definio
do modelo de federao a ser efetivamente observado nas prticas
institucionais." (ADI 216-MC, Rel. Min. Celso de Mello, DJ
23/05/90) "O pacto federativo, sustentando-se na harmonia que deve
presidir as relaes institucionais entre as comunidades polticas que
compem o Estado Federal, legitima as restries de ordem
constitucional que afetam o exerccio, pelos Estados- Membros e
Distrito Federal, de sua competncia normativa em tema de exonerao
tributria pertinente ao ICMS". (ADI 1.247-MC, Rel. Min. Celso de
Mello, DJ 08/09/95) I - a soberania; "O mero procedimento citatrio
no produz qualquer efeito atentatrio soberania nacional ou ordem
pblica, apenas possibilita o conhecimento da ao que tramita perante
a justia aliengena e faculta a apresentao de defesa". (CR 10.849-
AgR, Rel. Min. Maurcio Corra, DJ 21/05/04) No pode o Supremo
Tribunal Federal avaliar o mrito dos elementos formadores da prova,
inclusive a autoria e a materialidade dos delitos cometidos, ora em
produo perante a autoridade judiciria do Pas requerente, tema afeto
sua soberania. (Ext. 853, Rel. Min. Maurcio Corra, DJ 05/09/03)
Cabe, assim, Justia do Estado requerente, reconhecer soberanamente,
desde que o permita a sua prpria legislao penal, a ocorrncia, ou
no, da continuidade delitiva, no competindo ao Brasil, em obsquio
ao princpio fundamental da soberania dos Estados, que rege as
relaes internacionais, constranger o Governo requerente a aceitar
um instituto que at mesmo o seu prprio ordenamento positivo possa
rejeitar. (Ext 542, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 13/02/92)
"Privilgios diplomticos no podem ser invocados, em processos
trabalhistas, para coonestar o enriquecimento sem causa de Estados
estrangeiros, em inaceitvel detrimento de trabalhadores residentes
em territrio brasileiro, sob pena de essa prtica consagrar
censurvel desvio tico-jurdico, incompatvel com o princpio da boa-f
e inconcilivel com os grandes postulados do direito internacional.
O privilgio resultante da imunidade de execuo no inibe a Justia
brasileira de exercer jurisdio nos processos de conhecimento
instaurados contra estados estrangeiros." (RE 222.368-AgR, Rel.
Min. Celso de Mello, DJ 14/02/03) II - a cidadania "Ningum obrigado
a cumprir ordem ilegal, ou a ela se submeter, ainda que emanada de
autoridade judicial. Mais: dever de cidadania opor-se ordem ilegal;
caso contrrio, nega-se o Estado de Direito." (HC 73.454, Rel. Min.
Maurcio Corra, DJ 04/06/96) III - a dignidade da pessoa humana;
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3. STF - Constituio "Crimes contra o Sistema Financeiro
Nacional (Lei no 7.492, de 1986). Crime societrio. Alegada inpcia
da denncia, por ausncia de indicao da conduta individualizada dos
acusados. Mudana de orientao jurisprudencial, que, no caso de
crimes societrios, entendia ser apta a denncia que no
individualizasse as condutas de cada indiciado, bastando a indicao
de que os acusados fossem de algum modo responsveis pela conduo da
sociedade comercial sob a qual foram supostamente praticados os
delitos. (...) Necessidade de individualizao das respectivas
condutas dos indiciados. Observncia dos princpios do devido
processo legal (CF, art. 5, LIV), da ampla defesa, contraditrio
(CF, art. 5, LV) e da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1,
III)." (HC 86.879, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 16/06/06) "Denncia.
Estado de direito. Direitos fundamentais. Princpio da dignidade da
pessoa humana. Requisitos do art. 41 do CPP no preenchidos. A
tcnica da denncia (art. 41 do Cdigo de Processo Penal) tem merecido
reflexo no plano da dogmtica constitucional, associada
especialmente ao direito de defesa. Denncias genricas, que no
descrevem os fatos na sua devida conformao, no se coadunam com os
postulados bsicos do Estado de Direito. Violao ao princpio da
dignidade da pessoa humana. No difcil perceber os danos que a mera
existncia de uma ao penal impe ao indivduo. Necessidade de rigor e
prudncia daqueles que tm o poder de iniciativa nas aes penais e
daqueles que podem decidir sobre o seu curso" (HC 84.409, Rel. Min.
Gilmar Mendes, DJ 19/08/05) A mera instaurao de inqurito, quando
evidente a atipicidade da conduta, constitui meio hbil a impor
violao aos direitos fundamentais, em especial ao princpio da
dignidade humana. (HC 82.969, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 17/10/03)
"A durao prolongada, abusiva e irrazovel da priso cautelar de algum
ofende, de modo frontal, o postulado da dignidade da pessoa humana,
que representa considerada a centralidade desse princpio essencial
(CF, art. 1, III) significativo vetor interpretativo, verdadeiro
valor-fonte que conforma e inspira todo o ordenamento
constitucional vigente em nosso Pas e que traduz, de modo
expressivo, um dos fundamentos em que se assenta, entre ns, a ordem
republicana e democrtica consagrada pelo sistema de direito
constitucional positivo." (HC 85.988-MC, Rel. Min. Celso de Mello,
DJ 10/06/05). No mesmo sentido: HC 85.237, Rel. Min. Celso de
Mello, DJ 29/04/05; HC 86.360, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ
23/09/05. O fato de o paciente estar condenado por delito
tipificado como hediondo no enseja, por si s, uma proibio objetiva
incondicional concesso de priso domiciliar, pois a dignidade da
pessoa humana, especialmente a dos idosos, sempre ser
preponderante, dada a sua condio de princpio fundamental da
Repblica (art. 1, inciso III, da CF/88). Por outro lado,
incontroverso que essa mesma dignidade se encontrar ameaada nas
hipteses excepcionalssimas em que o apenado idoso estiver acometido
de doena grave que exija cuidados especiais, os quais no podem ser
fornecidos no local da custdia ou em estabelecimento hospitalar
adequado." (HC 83.358, Rel. Min. Carlos Britto, DJ 04/06/04) Sendo
fundamento da Repblica Federativa do Brasil a dignidade da pessoa
humana, o exame da constitucionalidade de ato normativo faz-se
considerada a impossibilidade de o Diploma Maior permitir a
explorao do homem pelo homem. O credenciamento de profissionais do
volante para atuar na praa implica ato do administrador que atende
s exigncias prprias permisso e que objetiva, em verdadeiro
saneamento social, o endosso de lei viabilizadora da transformao,
balizada no tempo, de taxistas auxiliares em permissionrios. (RE
359.444, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 28/05/04) Fundamento do ncleo
do pensamento do nacional-socialismo de que os judeus e os arianos
formam raas distintas. Os primeiros seriam raa inferior, nefasta e
infecta, caractersticas suficientes para justificar a segregao e o
extermnio: inconciabilidade com os padres ticos e morais definidos
na Carta Poltica do Brasil e do mundo contemporneo, sob os quais se
ergue e se harmoniza o estado democrtico. Estigmas que por si s
evidenciam crime de racismo. Concepo atentatria dos princpios nos
quais se erige e se organiza a sociedade humana, baseada na
respeitabilidade e dignidade do ser humano e de sua pacfica
convivncia no meio social. Condutas e evocaes aticas e imorais que
implicam repulsiva ao estatal por se revestirem de densa
intolerabilidade, de sorte a afrontar o ordenamento
infraconstitucional e constitucional do Pas. (HC 82.424-QO, Rel.
Min. Maurcio Corra, DJ 19/03/04) O direito ao nome insere-se no
conceito de dignidade da pessoa humana, princpio alado a fundamento
da Repblica Federativa do Brasil. (RE 248.869, Rel. Min. Maurcio
Corra, DJ 12/03/04) file:///K|/stf-cf.htm (3 of 719)20/11/2006
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4. STF - Constituio Objeo de princpio - em relao qual houve
reserva de Ministros do Tribunal - tese aventada de que garantia
constitucional da inadmissibilidade da prova ilcita se possa opor,
com o fim de dar-lhe prevalncia em nome do princpio da
proporcionalidade, o interesse pblico na eficcia da represso penal
em geral ou, em particular, na de determinados crimes: que, a, foi
a Constituio mesma que ponderou os valores contrapostos e optou -
em prejuzo, se necessrio da eficcia da persecuo criminal - pelos
valores fundamentais, da dignidade humana, aos quais serve de
salvaguarda a proscrio da prova ilcita: de qualquer sorte - salvo
em casos extremos de necessidade inadivel e incontornvel - a
ponderao de quaisquer interesses constitucionais oponveis
inviolabilidade do domiclio no compete a posteriori ao juiz do
processo em que se pretenda introduzir ou valorizar a prova obtida
na invaso ilcita, mas sim quele a quem incumbe autorizar
previamente a diligncia. (HC 79.512, Rel. Min. Seplveda Pertence,
DJ 16/05/03) A simples referncia normativa tortura, constante da
descrio tpica consubstanciada no art. 233 do Estatuto da Criana e
do Adolescente, exterioriza um universo conceitual impregnado de
noes com que o senso comum e o sentimento de decncia das pessoas
identificam as condutas aviltantes que traduzem, na concreo de sua
prtica, o gesto ominoso de ofensa dignidade da pessoa humana. A
tortura constitui a negao arbitrria dos direitos humanos, pois
reflete enquanto prtica ilegtima, imoral e abusiva um inaceitvel
ensaio de atuao estatal tendente a asfixiar e, at mesmo, a suprimir
a dignidade, a autonomia e a liberdade com que o indivduo foi
dotado, de maneira indisponvel, pelo ordenamento positivo. (HC
70.389, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 10/08/01) "DNA: submisso
compulsria ao fornecimento de sangue para a pesquisa do DNA: estado
da questo no direito comparado: precedente do STF que libera do
constrangimento o ru em ao de investigao de paternidade (HC 71.373)
e o dissenso dos votos vencidos: deferimento, no obstante, do HC na
espcie, em que se cuida de situao atpica na qual se pretende de
resto, apenas para obter prova de reforo submeter ao exame o pai
presumido, em processo que tem por objeto a pretenso de terceiro de
ver-se declarado o pai biolgico da criana nascida na constncia do
casamento do paciente: hiptese na qual, luz do princpio da
proporcionalidade ou da razoabilidade, se impe evitar a afronta
dignidade pessoal que, nas circunstncias, a sua participao na
percia substantivaria." (HC 76.060, Rel. Min. Seplveda Pertence, DJ
15/05/98) Discrepa, a mais no poder, de garantias constitucionais
implcitas e explcitas preservao da dignidade humana, da intimidade,
da intangibilidade do corpo humano, do imprio da lei e da inexecuo
especfica e direta de obrigao de fazer provimento judicial que, em
ao civil de investigao de paternidade, implique determinao no
sentido de o ru ser conduzido ao laboratrio, 'debaixo de vara',
para coleta do material indispensvel feitura do exame DNA. A recusa
resolve- se no plano jurdico-instrumental, consideradas a dogmtica,
a doutrina e a jurisprudncia, no que voltadas ao deslinde das
questes ligadas prova dos fatos. (HC 71.373, Rel. Min. Marco
Aurlio, DJ 22/11/96) IV - os valores sociais do trabalho e da livre
iniciativa; A m-f do candidato vaga de juiz classista resta
configurada quando viola preceito constante dos atos constitutivos
do sindicato e declara falsamente, em nome da entidade sindical, o
cumprimento de todas as disposies legais e estatutrias para a
formao de lista enviada ao Tribunal Regional do Trabalho - TRT. O
trabalho consubstancia valor social constitucionalmente protegido
[art. 1, IV e 170, da CB/88], que sobreleva o direito do recorrente
a perceber remunerao pelos servios prestados at o seu afastamento
liminar. Entendimento contrrio implica sufragar o enriquecimento
ilcito da Administrao." (RMS 25.104, Rel. Min. Eros Grau, DJ
31/03/06) "O princpio da livre iniciativa no pode ser invocado para
afastar regras de regulamentao do mercado e de defesa do
consumidor." (RE 349.686, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 05/08/05) "A
fixao de horrio de funcionamento de estabelecimento comercial
matria de competncia municipal, considerando improcedentes as
alegaes de ofensa aos princpios constitucionais da isonomia, da
livre iniciativa, da livre concorrncia, da liberdade de trabalho,
da busca do pleno emprego e da proteo ao consumidor." (AI
481.886-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 01/04/05). No mesmo
sentido: RE 199.520, DJ 16/10/98. file:///K|/stf-cf.htm (4 of
719)20/11/2006 11:34:21
5. STF - Constituio "Transporte rodovirio interestadual de
passageiros. No pode ser dispensada, a ttulo de proteo da livre
iniciativa , a regular autorizao, concesso ou permisso da Unio,
para a sua explorao por empresa particular." (RE 214.382, Rel. Min.
Octavio Gallotti, DJ 19/11/99) "Em face da atual Constituio, para
conciliar o fundamento da livre iniciativa e do princpio da livre
concorrncia com os da defesa do consumidor e da reduo das
desigualdades sociais, em conformidade com os ditames da justia
social, pode o Estado, por via legislativa, regular a poltica de
preos de bens e de servios, abusivo que o poder econmico que visa
ao aumento arbitrrio dos lucros." (ADI 319-QO, Rel. Min. Moreira
Alves, DJ 30/04/93) V - o pluralismo poltico. "Normas que
condicionaram o nmero de candidatos s Cmaras Municipais ao nmero de
representantes do respectivo partido na Cmara Federal. Alegada
afronta ao princpio da isonomia. Plausibilidade da tese,
relativamente aos pargrafos do art. 11, por institurem critrio
caprichoso que no guarda coerncia lgica com a disparidade de
tratamento neles estabelecida. Afronta igualdade caracterizadora do
pluralismo poltico consagrado pela Carta de 1988." (ADI 1.355-MC,
Rel. Min. Ilmar Galvo, DJ 23/02/96) Pargrafo nico. Todo o poder
emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituio. Art. 2 So Poderes da
Unio, independentes e harmnicos entre si, o Legislativo, o
Executivo e o Judicirio. inconstitucional a criao, por Constituio
estadual, de rgo de controle administrativo do Poder Judicirio do
qual participem representantes de outros poderes ou entidades. (SM.
649) "Ao declaratria de constitucionalidade, ajuizada em prol da
resoluo n. 07, de 18/10/2005, do Conselho Nacional de Justia.
Medida cautelar. (...) No se trata, ento, de discriminar o Poder
Judicirio perante os outros dois Poderes Orgnicos do Estado, sob a
equivocada proposio de que o Poder Executivo e o Poder Legislativo
estariam inteiramente libertos de peias jurdicas para prover seus
cargos em comisso e funes de confiana, naquelas situaes em que os
respectivos ocupantes no hajam ingressado na atividade estatal por
meio de concurso pblico. O modelo normativo em exame no suscetvel
de ofender a pureza do princpio da separao dos Poderes e at mesmo
do princpio federativo. Primeiro, pela considerao de que o CNJ no
rgo estranho ao Poder Judicirio (art. 92, CF) e no est a submeter
esse Poder autoridade de nenhum dos outros dois; segundo, porque
ele, Poder Judicirio, tem uma singular compostura de mbito
nacional, perfeitamente compatibilizada com o carter estadualizado
de uma parte dele. Ademais, o art. 125 da Lei Magna defere aos
Estados a competncia de organizar a sua prpria Justia, mas no menos
certo que esse mesmo art. 125, caput, junge essa organizao aos
princpios estabelecidos por ela, Carta Maior, neles includos os
constantes do art. 37, cabea." (ADC 12-MC, Rel. Min. Carlos Britto,
DJ 01/09/06) Por ofensa ao princpio constitucional da separao e
independncia dos Poderes (CF, art. 2), o Tribunal julgou
procedente, em parte, pedido formulado em ao direta ajuizada pelo
Procurador-Geral da Repblica para declarar a inconstitucionalidade
das expresses Presidente do Tribunal de Justia, insertas no 2 e no
caput do art. 57 da Constituio do Estado do Esprito Santo, que
disciplinam a convocao, pela Assemblia Legislativa, da mencionada
autoridade para prestar, pessoalmente, informaes sobre assunto
previamente determinado, sob pena de crime de responsabilidade.
Considerou-se que a Constituio estadual extrapolou o sistema de
freios e contrapesos estabelecido no art. 50 da CF/88, de
observncia compulsria pelos Estados-Membros. (ADI 2.911, Rel. Min.
Carlos Britto, Informativo 435) "O acerto ou desacerto da concesso
de liminar em mandado de segurana, por traduzir ato jurisdicional,
no pode ser examinado no mbito do Legislativo, diante do princpio
da separao de poderes. O prprio Regimento Interno do Senado no
admite CPI sobre matria pertinente s atribuies do Poder Judicirio
(art. l46, II)." (HC 86.581, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 19/05/06)
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6. STF - Constituio "Na formulao positiva do constitucionalismo
republicano brasileiro, o autogoverno do Judicirio alm de espaos
variveis de autonomia financeira e oramentria reputa-se corolrio da
independncia do Poder (ADIn 135-Pb, Gallotti, 21/11/96): viola-o,
pois, a instituio de rgo do chamado 'controle externo', com
participao de agentes ou representantes dos outros Poderes do
Estado." (ADI 98, Rel. Min. Seplveda Pertence, DJ 31/10/97) "Ao
direta. Emenda Constitucional n 45/2004. Poder Judicirio. Conselho
Nacional de Justia. Instituio e disciplina. Natureza meramente
administrativa. rgo interno de controle administrativo, financeiro
e disciplinar da magistratura. Constitucionalidade reconhecida.
Separao e independncia dos Poderes. Histria, significado e alcance
concreto do princpio. Ofensa a clusula constitucional imutvel
(clusula ptrea). Inexistncia. Subsistncia do ncleo poltico do
princpio, mediante preservao da funo jurisdicional, tpica do
Judicirio, e das condies materiais do seu exerccio imparcial e
independente. Precedentes e Smula 649. Inaplicabilidade ao caso.
Interpretao dos arts. 2 e 60, 4, III, da CF. Ao julgada
improcedente. Votos vencidos. So constitucionais as normas que,
introduzidas pela Emenda Constitucional n 45, de 8 de dezembro de
2004, instituem e disciplinam o Conselho Nacional de Justia, como
rgo administrativo do Poder Judicirio nacional. " (ADI 3.367, Rel.
Min. Cezar Peluso, DJ 17/03/06) Controle jurisdicional e separao de
poderes. Eventuais divergncias na interpretao do ordenamento
positivo no traduzem nem configuram situao de conflito
institucional, especialmente porque, acima de qualquer dissdio,
situa-se a autoridade da Constituio e das leis da Repblica. Isso
significa, na frmula poltica do regime democrtico, que nenhum dos
Poderes da Repblica est acima da Constituio e das leis. Nenhum rgo
do Estado situe-se ele no Poder Judicirio, ou no Poder Executivo,
ou no Poder Legislativo imune fora da Constituio e ao imprio das
leis. (...) A exigncia de respeito aos princpios consagrados em
nosso sistema constitucional no frustra nem impede o exerccio
pleno, por qualquer CPI, dos poderes investigatrios de que se acha
investida. A observncia dos direitos e garantias constitui fator de
legitimao da atividade estatal. Esse dever de obedincia ao regime
da lei se impe a todos magistrados, administradores e legisladores.
O poder no se exerce de forma ilimitada. No Estado Democrtico de
Direito, no h lugar para o poder absoluto. (...) O respeito efetivo
pelos direitos individuais e pelas garantias fundamentais
outorgadas pela ordem jurdica aos cidados em geral representa, no
contexto de nossa experincia institucional, o sinal mais expressivo
e o indcio mais veemente de que se consolida, em nosso Pas, de
maneira real, o quadro democrtico delineado na Constituio da
Repblica. A separao de poderes consideradas as circunstncias
histricas que justificaram a sua concepo no plano da teoria
constitucional no pode ser jamais invocada como princpio destinado
a frustrar a resistncia jurdica a qualquer ensaio de opresso
estatal ou a inviabilizar a oposio a qualquer tentativa de
comprometer, sem justa causa, o exerccio, pela pessoa que sofre a
investigao, do seu direito de requerer a tutela jurisdicional
contra abusos que possam ser cometidos pelas instituies do Estado,
no importando se vinculadas estrutura do Poder Legislativo, do
Poder Executivo ou do Poder Judicirio. A investigao parlamentar,
judicial ou administrativa de qualquer fato determinado, por mais
grave que ele possa ser, no prescinde do respeito incondicional e
necessrio, por parte do rgo pblico dela incumbido, das normas, que,
institudas pelo ordenamento jurdico, visam a equacionar, no
contexto do sistema constitucional, a situao de contnua tenso
dialtica que deriva do antagonismo histrico entre o poder do Estado
(que jamais dever revestir-se de carter ilimitado) e os direitos da
pessoa (que no podero impor-se de forma absoluta). (HC 88.015, Rel.
Min. Celso de Mello, Informativo 416) Embora resida, primariamente,
nos Poderes Legislativo e Executivo, a prerrogativa de formular e
executar polticas pblicas, revela-se possvel, no entanto, ao Poder
Judicirio, determinar, ainda que em bases excepcionais,
especialmente nas hipteses de polticas pblicas definidas pela
prpria Constituio, sejam estas implementadas pelos rgos estatais
inadimplentes, cuja omisso por importar em descumprimento dos
encargos poltico-jurdicos que sobre eles incidem em carter
mandatrio mostra-se apta a comprometer a eficcia e a integridade de
direitos sociais e culturais impregnados de estatura
constitucional. A questo pertinente reserva do possvel." (RE
436.996-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 03/02/06)
file:///K|/stf-cf.htm (6 of 719)20/11/2006 11:34:21
7. STF - Constituio Ao cvel originria. Mandado de segurana.
Quebra de Sigilo de Dados Bancrios Determinada Por Comisso
Parlamentar de Inqurito de Assemblia Legislativa. Recusa de Seu
Cumprimento pelo Banco Central do Brasil. Lei Complementar
105/2001. Potencial conflito federativo (cf. ACO 730-QO). Federao.
Inteligncia. Observncia obrigatria, pelos estados-membros, de
aspectos fundamentais decorrentes do princpio da separao de poderes
previsto na Constituio Federal de 1988. Funo fiscalizadora exercida
pelo Poder Legislativo. Mecanismo essencial do sistema de
checks-and-counterchecks adotado pela Constituio federal de 1988.
Vedao da utilizao desse mecanismo de controle pelos rgos
legislativos dos Estados-Membros. Impossibilidade. Violao do
equilbrio federativo e da separao de Poderes. Poderes de CPI
estadual: ainda que seja omissa a Lei Complementar 105/2001, podem
essas comisses estaduais requerer quebra de sigilo de dados
bancrios, com base no art. 58, 3, da Constituio. (ACO 730, Rel.
Min. Joaquim Barbosa, DJ 11/11/05). "Os atos administrativos que
envolvem a aplicao de conceitos indeterminados esto sujeitos ao
exame e controle do Poder Judicirio. O controle jurisdicional pode
e deve incidir sobre os elementos do ato, luz dos princpios que
regem a atuao da Administrao. (...) A capitulao do ilcito
administrativo no pode ser aberta a ponto de impossibilitar o
direito de defesa." (RMS 24.699, Rel. Min. Eros Grau, DJ 01/07/05)
No h falar-se em quebra do pacto federativo e do princpio da
interdependncia e harmonia entre os poderes em razo da aplicao de
princpios jurdicos ditos 'federais' na interpretao de textos
normativos estaduais. Princpios so normas jurdicas de um
determinado direito, no caso, do direito brasileiro. No h princpios
jurdicos aplicveis no territrio de um, mas no de outro ente
federativo, sendo descabida a classificao dos princpios em federais
e estaduais. (ADI 246, Rel. Min. Eros Grau, DJ 29/04/05) "O
Plenrio, por maioria, julgou procedente pedido de ao direta
proposta pelo Procurador-Geral da Repblica para declarar a
inconstitucionalidade do inciso VII do art. 77 da Constituio do
Estado do Rio de Janeiro, que assegura aos aprovados em concurso
pblico, dentro do nmero de vagas fixado no respectivo edital, o
direito ao provimento no cargo no prazo mximo de cento e oitenta
dias, contado da homologao do resultado. Com base no entendimento
fixado no RE 229.450/RJ (DJU de 31/8/2001) no sentido de que a CF
apenas assegura ao candidato aprovado o direito subjetivo nomeao de
acordo com a respectiva ordem de classificao e no prazo da validade
do concurso, ficando o ato de provimento adstrito ao poder
discricionrio da Administrao Pblica, entendeu-se que a norma
impugnada viola os arts. 2 e 37, IV, da CF." (ADI 2.931, Rel. Min.
Carlos Britto, Informativo 377) "Separao e independncia dos
Poderes: freios e contra-pesos: parmetros federais impostos ao
Estado membro. Os mecanismos de controle recproco entre os Poderes,
os freios e contrapesos admissveis na estruturao das unidades
federadas, sobre constiturem matria constitucional local, s se
legitimam na medida em que guardem estreita similaridade com os
previstos na Constituio da Repblica: precedentes. Conseqente
plausibilidade da alegao de ofensa do princpio fundamental por
dispositivos da Lei estadual 11.075/98-RS (inc. IX do art. 2 e
arts. 33 e 34), que confiam a organismos burocrticos de segundo e
terceiro graus do Poder Executivo a funo de ditar parmetros e
avaliaes do funcionamento da Justia (...)." (ADI 1.905-MC, Rel.
Min. Seplveda Pertence, DJ 05/11/04) "A fiscalizao legislativa da
ao administrativa do Poder Executivo um dos contrapesos da
Constituio Federal separao e independncia dos Poderes: cuida-se,
porm, de interferncia que s a Constituio da Repblica pode
legitimar. Do relevo primacial dos 'pesos e contrapesos' no
paradigma de diviso dos poderes, segue-se que norma
infraconstitucional a includa, em relao Federal, a constituio dos
Estados-Membros , no dado criar novas interferncias de um Poder na
rbita de outro que no derive explcita ou implicitamente de regra ou
princpio da Lei Fundamental da Repblica. O poder de fiscalizao
legislativa da ao administrativa do Poder Executivo outorgado aos
rgos coletivos de cada cmara do Congresso Nacional, no plano
federal, e da Assemblia Legislativa, no dos Estados; nunca, aos
seus membros individualmente, salvo, claro, quando atuem em
representao (ou presentao) de sua Casa ou comisso." (ADI 3.046,
Rel. Min. Seplveda Pertence, DJ 28/05/04) file:///K|/stf-cf.htm (7
of 719)20/11/2006 11:34:21
8. STF - Constituio Afronta os princpios constitucionais da
harmonia e independncia entre os Poderes e da liberdade de locomoo
norma estadual que exige prvia licena da Assemblia Legislativa para
que o Governador e o Vice-Governador possam ausentar- se do Pas por
qualquer prazo. Espcie de autorizao que, segundo o modelo federal,
somente se justifica quando o afastamento exceder a quinze dias.
Aplicao do princpio da simetria. (ADI 738, Rel. Min. Maurcio Corra,
DJ 07/02/03) Separao e independncia dos Poderes: plausibilidade da
alegao de ofensa do princpio fundamental pela insero de
representante da Assemblia Legislativa, por essa escolhido, em rgo
do Poder Executivo local, qual o Conselho Estadual de Educao, que
no constitui contrapeso assimilvel aos do modelo constitucional
positivo do regime de Poderes. (ADI 2.654-MC, Rel. Min. Seplveda
Pertence, DJ 23/08/02) Acrdo que, analisando o conjunto probatrio
dos autos, corrige erro aritmtico manifesto no somatrio de pontos
de candidato. Alegada ofensa aos arts. 2; 5, XXXV; e 25, todos da
Constituio Federal. Hiptese em que o Tribunal a quo se limita a
exercer seu ofcio judicante, cumprindo seu dever de assegurar o
direito individual lesado, sem qualquer afronta ao princpio da
harmonia e independncia entre poderes. (AI 228.367-AgR, Rel. Min.
Ilmar Galvo, DJ 23/06/00) Processo legislativo da Unio: observncia
compulsria pelos Estados de seus princpios bsicos, por sua implicao
com o princpio fundamental da separao e independncia dos Poderes:
jurisprudncia do Supremo Tribunal. (ADI 774, Rel. Min. Seplveda
Pertence, DJ 26/02/99). No mesmo sentido: ADI 2.434-MC, DJ
10/08/01. (...) inquestionvel a relevncia da alegao de
incompatibilidade com o princpio fundamental da separao e
independncia dos poderes, sob o regime presidencialista, do art. 8
das leis locais, que outorga Assemblia Legislativa o poder de
destituio dos conselheiros da agncia reguladora autrquica, antes do
final do perodo da sua nomeao a termo. A investidura a termo no
impugnada e plenamente compatvel com a natureza das funes das
agncias reguladoras , porm, incompatvel com a demisso ad nutum pelo
Poder Executivo: por isso, para concili-la com a suspenso cautelar
da nica forma de demisso prevista na lei ou seja, a destituio por
deciso da Assemblia Legislativa , impe-se explicitar que se
suspende a eficcia do art. 8 dos diplomas estaduais referidos, sem
prejuzo das restries demissibilidade dos conselheiros da agncia sem
justo motivo, pelo Governador do Estado, ou da supervenincia de
diferente legislao vlida." (ADI 1.949-MC, Rel. Min. Seplveda
Pertence, DJ 25/11/05) Suspenso dos efeitos e da eficcia da Medida
Provisria n 375, de 23.11.93, que, a pretexto de regular a concesso
de medidas cautelares inominadas (CPC, art. 798) e de liminares em
mandado de segurana (Lei 1.533/51, art. 7, II) e em aes civis
pblicas (Lei 7.347/85, art. 12), acaba por vedar a concesso de tais
medidas, alm de obstruir o servio da Justia, criando obstculos
obteno da prestao jurisdicional e atentando contra a separao dos
poderes, porque sujeita o Judicirio ao Poder Executivo. (ADI
975-MC, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 20/06/97) "Norma que subordina
convnios, acordos, contratos e atos de Secretrios de Estado aprovao
da Assemblia Legislativa: inconstitucionalidade, porque ofensiva ao
princpio da independncia e harmonia dos poderes." (ADI 676, Rel.
Min. Carlos Velloso, DJ 29/11/96). No mesmo sentido: ADI 770, DJ
20/09/02; ADI 165, DJ 26/09/97. Alegada violao ao princpio da
independncia e harmonia entre os poderes. (...) Orientao assentada
no STF no sentido de que, no sendo dado ao Presidente da Repblica
retirar da apreciao do Congresso Nacional medida provisria que
tiver editado, -lhe, no entanto, possvel ab-rog-la por meio de nova
medida provisria, valendo tal ato pela simples suspenso dos efeitos
da primeira, efeitos esses que, todavia, o Congresso poder ver
estabelecidos, mediante a rejeio da medida ab- rogatria.
Circunstncia que, em princpio, desveste de plausibilidade a tese da
violao ao princpio constitucional invocado. (ADI 1.315-MC, Rel.
Min. Ilmar Galvo, DJ 25/08/95) file:///K|/stf-cf.htm (8 of
719)20/11/2006 11:34:21
9. STF - Constituio " plausvel, em face do ordenamento
constitucional brasileiro, o reconhecimento da admissibilidade das
leis interpretativas, que configuram instrumento juridicamente
idneo de veiculao da denominada interpretao autntica. As leis
interpretativas desde que reconhecida a sua existncia em nosso
sistema de direito positivo no traduzem usurpao das atribuies
institucionais do Judicirio e, em conseqncia, no ofendem o
postulado fundamental da diviso funcional do poder. Mesmo as leis
interpretativas expem-se ao exame e interpretao dos juzes e
tribunais. No se revelam, assim, espcies normativas imunes ao
controle jurisdicional." (ADI 605-MC, Rel. Min. Celso de Mello, DJ
05/03/93) Art. 3 Constituem objetivos fundamentais da Repblica
Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e
solidria; O sistema pblico de previdncia social fundamentado no
princpio da solidariedade [artigo 3, inciso I, da CB/88],
contribuindo os ativos para financiar os benefcios pagos aos
inativos. Se todos, inclusive inativos e pensionistas, esto
sujeitos ao pagamento das contribuies, bem como aos aumentos de
suas alquotas, seria flagrante a afronta ao princpio da isonomia se
o legislador distinguisse, entre os beneficirios, alguns mais e
outros menos privilegiados, eis que todos contribuem, conforme as
mesmas regras, para financiar o sistema. Se as alteraes na legislao
sobre custeio atingem a todos, indiscriminadamente, j que as
contribuies previdencirias tm natureza tributria, no h que se
estabelecer discriminao entre os beneficirios, sob pena de violao
do princpio constitucional da isonomia. (RE 450.855-AgR, Rel. Min.
Eros Grau, DJ 09/12/05) "(...) de acordo com a jurisprudncia do
Supremo Tribunal Federal, para que a entidade de classe tenha mbito
nacional, no basta que o declare em seus estatutos. preciso que
esse mbito se configure, de modo inequvoco (ADI n 386, Rel. Min.
Sydney Sanches, DJ de 28/06/1991. Cf., ainda, ADI 79-QO, Rel. Min.
Celso de Mello, DJ de 05/06/1992 e ADI 108-QO, Rel. Min. Celso de
Mello, DJ de 05/06/1992). (...) a jurisprudncia da Corte entende
que se no configura a legitimidade extraordinria da entidade de
classe de mbito nacional, para instaurao do controle concentrado de
constitucionalidade (art. 103, inc. IX, da CF), quando a associao
autora represente apenas frao ou parcela da categoria profissional
por conta de cujo interesse vem a juzo (ADI 591, Rel. Min. Moreira
Alves, DJ de 22/11/1991; ADI 353-QO, Rel. Min. Celso de Mello, DJ
de 16/04/1993; ADI 1.297-MC, Rel. Min. Moreira Alves, DJ de
17/11/1995; ADI n 1.771, Rel. Min. Moreira Alves, DJ de 03/04/1998;
ADI n 1.574-QO, Rel. Min. Octvio Gallotti, DJ de 27/04/2001; ADI
846, Rel. Min. Moreira Alves, DJ de 17/12/1993; ADI 809, Rel. Min.
Marco Aurlio, DJ de 16/04/1993)." (ADI 3.617, Rel. Min. Cezar
Peluso, DJ 09/12/05) II - garantir o desenvolvimento nacional; A
questo do desenvolvimento nacional (CF, art. 3, II) e a necessidade
de preservao da integridade do meio ambiente (CF, art. 225): O
princpio do desenvolvimento sustentvel como fator de obteno do
justo equilbrio entre as exigncias da economia e as da ecologia. O
princpio do desenvolvimento sustentvel, alm de impregnado de carter
eminentemente constitucional, encontra suporte legitimador em
compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e
representa fator de obteno do justo equilbrio entre as exigncias da
economia e as da ecologia, subordinada, no entanto, a invocao desse
postulado, quando ocorrente situao de conflito entre valores
constitucionais relevantes, a uma condio inafastvel, cuja
observncia no comprometa nem esvazie o contedo essencial de um dos
mais significativos direitos fundamentais: o direito preservao do
meio ambiente, que traduz bem de uso comum da generalidade das
pessoas, a ser resguardado em favor das presentes e futuras geraes.
(ADI 3.540-MC, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 03/02/06) III -
erradicar a pobreza e a marginalizao e reduzir as desigualdades
sociais e regionais; file:///K|/stf-cf.htm (9 of 719)20/11/2006
11:34:21
10. STF - Constituio "O art. 7 da Lei n 6.194/74, na redao que
lhe deu o art. 1 da Lei n 8.441/92, ao ampliar as hipteses de
responsabilidade civil objetiva, em tema de acidentes de trnsito
nas vias terrestres, causados por veculo automotor, no parece
transgredir os princpios constitucionais que vedam a prtica de
confisco, protegem o direito de propriedade e asseguram o livre
exerccio da atividade econmica. A Constituio da Repblica, ao fixar
as diretrizes que regem a atividade econmica e que tutelam o
direito de propriedade, proclama, como valores fundamentais a serem
respeitados, a supremacia do interesse pblico, os ditames da justia
social, a reduo das desigualdades sociais, dando especial nfase,
dentro dessa perspectiva, ao princpio da solidariedade, cuja
realizao parece haver sido implementada pelo Congresso Nacional ao
editar o art. 1 da Lei n 8.441/92." (ADI 1.003-MC, Rel. Min. Celso
de Mello, DJ 10/09/99) "Em face da atual Constituio, para conciliar
o fundamento da livre iniciativa e do princpio da livre concorrncia
com os da defesa do consumidor e da reduo das desigualdades
sociais, em conformidade com os ditames da justia social, pode o
Estado, por via legislativa, regular a poltica de preos de bens e
de servios, abusivo que o poder econmico que visa ao aumento
arbitrrio dos lucros." (ADI 319-QO, Rel. Min. Moreira Alves, DJ
30/04/93) IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem,
raa, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminao.
Art. 4 A Repblica Federativa do Brasil rege-se nas suas relaes
internacionais pelos seguintes princpios: I - independncia
nacional; II - prevalncia dos direitos humanos; Existe um nexo
estreito entre a imprescritibilidade, este tempo jurdico que se
escoa sem encontrar termo, e a memria, apelo do passado disposio
dos vivos, triunfo da lembrana sobre o esquecimento. No estado de
direito democrtico devem ser intransigentemente respeitados os
princpios que garantem a prevalncia dos direitos humanos. Jamais
podem se apagar da memria dos povos que se pretendam justos os atos
repulsivos do passado que permitiram e incentivaram o dio entre
iguais por motivos raciais de torpeza inominvel . (HC 82.424, Rel.
Min. Maurcio Corra, DJ 19/03/04) A comunidade internacional, em 28
de julho de 1951, imbuda do propsito de consolidar e de valorizar o
processo de afirmao histrica dos direitos fundamentais da pessoa
humana, celebrou, no mbito do Direito das Gentes, um pacto de alta
significao tico-jurdica, destinado a conferir proteo real e efetiva
queles, que, arbitrariamente perseguidos por razes de gnero, de
orientao sexual e de ordem tnica, cultural, confessional ou
ideolgica, buscam, no Estado de refgio, acesso ao amparo que lhes
negado, de modo abusivo e excludente, em seu Estado de origem. Na
verdade, a celebrao da Conveno relativa ao Estatuto dos Refugiados
a que o Brasil aderiu em 1952 resultou da necessidade de reafirmar
o princpio de que todas as pessoas, sem qualquer distino, devem
gozar dos direitos bsicos reconhecidos na Carta das Naes Unidas e
proclamados na Declarao Universal dos Direitos da Pessoa Humana.
Esse estatuto internacional representou um notvel esforo dos Povos
e das Naes na busca solidria de solues consensuais destinadas a
superar antagonismos histricos e a neutralizar realidades
opressivas que negavam, muitas vezes, ao refugiado vtima de
preconceitos, da discriminao, do arbtrio e da intolerncia o acesso
a uma prerrogativa bsica, consistente no reconhecimento, em seu
favor, do direito a ter direitos." (Ext 783-QO-QO, voto do Min.
Celso de Mello, DJ 14/11/03) file:///K|/stf-cf.htm (10 of
719)20/11/2006 11:34:21
11. STF - Constituio "A essencialidade da cooperao
internacional na represso penal aos delitos comuns no exonera o
Estado brasileiro e, em particular, o Supremo Tribunal Federal de
velar pelo respeito aos direitos fundamentais do sdito estrangeiro
que venha a sofrer, em nosso Pas, processo extradicional instaurado
por iniciativa de qualquer Estado estrangeiro. O fato de o
estrangeiro ostentar a condio jurdica de extraditando no basta para
reduzi-lo a um estado de submisso incompatvel com a essencial
dignidade que lhe inerente como pessoa humana e que lhe confere a
titularidade de direitos fundamentais inalienveis, dentre os quais
avulta, por sua insupervel importncia, a garantia do due process of
law. Em tema de direito extradicional, o Supremo Tribunal Federal
no pode e nem deve revelar indiferena diante de transgresses ao
regime das garantias processuais fundamentais. que o Estado
brasileiro que deve obedincia irrestrita prpria Constituio que lhe
rege a vida institucional assumiu, nos termos desse mesmo estatuto
poltico, o gravssimo dever de sempre conferir prevalncia aos
direitos humanos (art. 4, II)." (Ext 633, Rel. Min. Celso de Mello,
DJ 06/04/01) III - autodeterminao dos povos; IV - no-interveno; V -
igualdade entre os Estados; No pode o Supremo Tribunal Federal
avaliar o mrito dos elementos formadores da prova, inclusive a
autoria e a materialidade dos delitos cometidos, ora em produo
perante a autoridade judiciria do Pas requerente, tema afeto sua
soberania. (Ext. 853, Rel. Min. Maurcio Corra, DJ 05/09/03) Cabe,
assim, Justia do Estado requerente, reconhecer soberanamente -
desde que o permita a sua prpria legislao penal - a ocorrncia, ou
no, da continuidade delitiva, no competindo ao Brasil, em obsquio
ao principio fundamental da soberania dos Estados, que rege as
relaes internacionais, constranger o Governo requerente a aceitar
um instituto que at mesmo o seu prprio ordenamento positivo possa
rejeitar. (Ext 542, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 13/02/92) VI -
defesa da paz; VII - soluo pacfica dos conflitos; VIII - repdio ao
terrorismo e ao racismo; "O repdio ao terrorismo: um compromisso
tico-jurdico assumido pelo Brasil, quer em face de sua prpria
Constituio, quer perante a comunidade internacional. Os atos
delituosos de natureza terrorista, considerados os parmetros
consagrados pela vigente Constituio da Repblica, no se subsumem noo
de criminalidade poltica, pois a Lei Fundamental proclamou o repdio
ao terrorismo como um dos princpios essenciais que devem reger o
Estado brasileiro em suas relaes internacionais (CF, art. 4, VIII),
alm de haver qualificado o terrorismo, para efeito de represso
interna, como crime equiparvel aos delitos hediondos, o que o expe,
sob tal perspectiva, a tratamento jurdico impregnado de mximo
rigor, tornando-o inafianvel e insuscetvel da clemncia soberana do
Estado e reduzindo-o, ainda, dimenso ordinria dos crimes meramente
comuns (CF, art. 5, XLIII). A Constituio da Repblica, presentes
tais vetores interpretativos (CF, art. 4, VIII, e art. 5, XLIII),
no autoriza que se outorgue, s prticas delituosas de carter
terrorista, o mesmo tratamento benigno dispensado ao autor de
crimes polticos ou de opinio, impedindo, desse modo, que se venha a
estabelecer, em torno do terrorista, um inadmissvel crculo de
proteo que o faa imune ao poder extradicional do Estado brasileiro,
notadamente se se tiver em considerao a relevantssima circunstncia
de que a Assemblia Nacional Constituinte formulou um claro e
inequvoco juzo de desvalor em relao a quaisquer atos delituosos
revestidos de ndole terrorista, a estes no reconhecendo a dignidade
de que muitas vezes se acha impregnada a prtica da criminalidade
poltica." (Ext 855, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 01/07/05). IX -
cooperao entre os povos para o progresso da humanidade; X -
concesso de asilo poltico. file:///K|/stf-cf.htm (11 of
719)20/11/2006 11:34:21
12. STF - Constituio No h incompatibilidade absoluta entre o
instituto do asilo poltico e o da extradio passiva, na exata medida
em que o Supremo Tribunal Federal no est vinculado ao juzo
formulado pelo poder executivo na concesso administrativa daquele
benefcio regido pelo direito das gentes. Disso decorre que a condio
jurdica de asilado poltico no suprime, s por si, a possibilidade de
o Estado brasileiro conceder, presentes e satisfeitas as condies
constitucionais e legais que a autorizam, a extradio que lhe haja
sido requerida. O estrangeiro asilado no Brasil s no ser passvel de
extradio quando o fato ensejador do pedido assumir a qualificao de
crime poltico ou de opinio ou as circunstncias subjacentes ao do
Estado requerente demonstrarem a configurao de inaceitvel extradio
poltica disfarada. (Ext 524, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 08/03/91)
Pargrafo nico. A Repblica Federativa do Brasil buscar a integrao
econmica, poltica, social e cultural dos povos da Amrica Latina,
visando formao de uma comunidade latino-americana de naes. "Sob a
gide do modelo constitucional brasileiro, mesmo cuidando-se de
tratados de integrao, ainda subsistem os clssicos mecanismos
institucionais de recepo das convenes internacionais em geral, no
bastando, para afast-los, a existncia da norma inscrita no art. 4,
pargrafo nico, da Constituio da Repblica, que possui contedo
meramente programtico e cujo sentido no torna dispensvel a atuao
dos instrumentos constitucionais de transposio, para a ordem
jurdica domstica, dos acordos, protocolos e convenes celebrados
pelo Brasil no mbito do Mercosul." (CR 8.279-AgR, Rel. Min. Celso
de Mello, DJ 10/08/00) TTULO II - Dos Direitos e Garantias
Fundamentais CAPTULO I - DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E
COLETIVOS Art. 5 Todos so iguais perante a lei, sem distino de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no Pas a inviolabilidade do direito vida, liberdade,
igualdade, segurana e propriedade, nos termos seguintes: "
constitucional o 2 do art. 6 da lei 8.024/1990, resultante da
converso da medida provisria 168/1990, que fixou o BTN fiscal como
ndice de correo monetria aplicvel aos depsitos bloqueados pelo
plano Collor I." (SM. 725) "Surge a conflitar com a igualdade
almejada pelo concurso pblico o emprstimo de pontos a desempenho
profissional anterior em atividade relacionada com o concurso
pblico." (ADI 3.522, Rel. Min. Marco Aurlio, DJ 12/05/06) O tema
versado nos presentes autos tem dado ensejo a uma relevante
discusso doutrinria e jurisprudencial na Europa e nos Estados
Unidos. Valho-me aqui de estudo por mim realizado constante da obra
'Direitos Fundamentais e Controle de Constitucionalidade Estudos de
Direito Constitucional', sob o ttulo 'Eficcia dos direitos
fundamentais nas relaes privadas' (...). Assim, ainda que se no
possa cogitar de vinculao direta do cidado aos direitos
fundamentais, podem esses direitos legitimar limitaes autonomia
privada seja no plano da legislao, seja no plano da Interpretao.
preciso acentuar que, diferentemente do que ocorre na relao direta
entre o Estado e o cidado, na qual a pretenso outorgada ao indivduo
limita a ao do Poder Pblico, a eficcia mediata dos direitos
fundamentais refere-se primariamente a uma relao privada entre
cidados, de modo que o reconhecimento do direito de algum implica o
sacrifcio de faculdades reconhecidas a outrem. Em outros termos, a
eficcia mediata dos direitos est freqentemente relacionada com um
caso de coliso de direitos. A posio jurdica de um indivduo em face
de outro somente pode prevalecer na medida em que se reconhece a
prevalncia de determinados interesses sobre outros. (...) Essas
consideraes parecem fornecer diretrizes mais ou menos seguras e, at
certa parte, amplas, para a aplicao do direito de defesa no caso de
excluso de associados. Todavia, afigura-se-me decisivo no caso em
apreo, tal como destacado, a singular situao da entidade
associativa, integrante do sistema ECAD, que, como se viu na ADI n
2.054-DF, exerce uma atividade essencial na cobrana de direitos
autorais, que poderia at configurar um servio pblico por delegao
legislativa. Esse carter pblico ou geral da atividade parece
decisivo aqui para legitimar a aplicao direta dos direitos
fundamentais concernentes ao devido processo legal, ao contraditrio
e ampla defesa (art. 5, LIV e LV, da CF) ao processo de excluso de
scio de entidade. Estando convencido, portanto, de que as
particularidades do caso concreto legitimam a aplicabilidade dos
direitos fundamentais referidos j pelo carter pblico ainda que no
estatal desempenhado pela entidade, peo vnia para divergir,
parcialmente, da tese apresentada pela Eminente Relatora. Voto,
portanto, pelo conhecimento do recurso e, no mrito, pelo seu
desprovimento. file:///K|/stf-cf.htm (12 of 719)20/11/2006
11:34:21
13. STF - Constituio (RE 201.819, Rel. Min. Gilmar Mendes,
Informativo 405) "(...) esta Suprema Corte j teve a oportunidade de
advertir (...) que a adoo, pelo Poder Pblico, do critrio fundado na
idade do candidato importar em ofensa ao postulado fundamental da
igualdade (RTJ 135/528, Rel. Min. Seplveda Pertence), se, a esse
tratamento diferenciado institudo pelo legislador, no corresponder
motivo bastante que o justifique lgica e racionalmente. Isso
significa, portanto, que se impe identificar, em cada caso
ocorrente, no texto da lei que estipulou o limite etrio, a
existncia de um vnculo de correlao lgica entre o fator de discrmen
e a desequiparao procedida (Celso Antnio Bandeira de Mello, O
Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade, p. 47, 2 ed., 1984, RT),
sob pena de no se legitimar, em tema de ingresso no servio pblico,
o tratamento normativo que o Poder Pblico vier a estabelecer em
bases diferenciadas: A jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal
firmou-se no sentido de que a norma constitucional que probe
tratamento normativo discriminatrio, em razo da idade, para efeito
de ingresso no servio pblico (...), no se reveste de carter
absoluto, sendo legtima, em conseqncia, a estipulao de exigncia de
ordem etria, quando esta decorrer da natureza e do contedo
ocupacional do cargo pblico a ser provido. (RTJ 179/210-211, Rel.
Min. Celso de Mello) Cabe destacar, finalmente, que a jurisprudncia
desta Suprema Corte, ao examinar a questo concernente fixao legal
do limite de idade para efeito de inscrio em concurso pblico e
preenchimento de cargos pblicos, tambm passou a analis-la em funo e
na perspectiva do critrio da razoabilidade (RTJ 135/958, Rel. Min.
Carlos Velloso - RTJ 179/210-211, Rel. Min. Celso de Mello), de tal
modo que o desatendimento, pelo legislador, desse critrio de ordem
material poder traduzir situao configuradora de ofensa ao princpio
da proporcionalidade." (AI 461.172, Rel. Min. Celso De Mello, DJ
30/09/05) "A vedao constitucional de diferena de critrio de admisso
por motivo de idade (CF, art. 7, XXX) corolrio, na esfera das
relaes de trabalho, do princpio fundamental de igualdade, que se
entende, falta de excluso constitucional inequvoca (como ocorre em
relao aos militares - CF, art. 42, 1), a todo o sistema do pessoal
civil. pondervel, no obstante, a ressalva das hipteses em que a
limitao de idade se possa legitimar como imposio da natureza e das
atribuies do cargo a preencher." (RMS 21.046, Rel. Min. Seplveda
Pertence, DJ 14/11/91). No mesmo sentido: RE 141.357, DJ 08/10/04;
RE 212.066, DJ 12/03/99. "Constitucional. Concurso pblico.
Regulamento n 7/2004, do Tribunal de Justia do Estado do Maranho,
incisos I e II do art. 31. Prova de ttulos: exerccio de funes
pblicas. Viola o princpio constitucional da isonomia norma que
estabelece como ttulo o mero exerccio de funo pblica." (ADI 3.443,
Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 23/09/05) "(...) consentnea com a
Carta da Repblica previso normativa asseguradora, ao militar e ao
dependente estudante, do acesso a instituio de ensino na localidade
para onde removido. Todavia, a transferncia do local do servio no
pode se mostrar verdadeiro mecanismo para lograr-se a transposio da
seara particular para a pblica, sob pena de se colocar em plano
secundrio a isonomia artigo 5, cabea e inciso I , a impessoalidade,
a moralidade na Administrao Pblica, a igualdade de condies para o
acesso e permanncia na escola superior, prevista no inciso I do
artigo 206, bem como a viabilidade de chegar-se a nveis mais
elevados do ensino, no que o inciso V do artigo 208 vincula o
fenmeno capacidade de cada qual." (ADI 3.324, voto do Min. Marco
Aurlio, DJ 05/08/05) "IPVA e multas de trnsito estaduais.
Parcelamento. (...). Os artigos 5, caput, e 150, II, da Lei
Fundamental, corolrios dos princpios da igualdade e da isonomia
tributria, no se acham violados, dado o carter impessoal e abstrato
da norma impugnada." (ADI 2.474, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ
25/04/03) "O art. 3, II, da Lei 7.787/89, no ofensivo ao princpio
da igualdade, por isso que o art. 4 da mencionada Lei 7.787/89
cuidou de tratar desigualmente aos desiguais." (RE 343.446, Rel.
Min. Carlos Velloso, DJ 04/04/03) file:///K|/stf-cf.htm (13 of
719)20/11/2006 11:34:21
14. STF - Constituio "Existncia, ainda, de vcio material, ao
estender a lei impugnada a fruio de direitos estatutrios aos
servidores celetistas do Estado, ofendendo, assim, o princpio da
isonomia e o da exigncia do concurso pblico para o provimento de
cargos e empregos pblicos, previstos, respectivamente, nos arts. 5,
caput e 37, II da Constituio." (ADI 872, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ
20/09/02) "Razoabilidade da exigncia de altura mnima para ingresso
na carreira de delegado de polcia, dada a natureza do cargo a ser
exercido. Violao ao princpio da isonomia. Inexistncia." (RE
140.889, Rel. Min. Maurcio Corra, DJ 15/12/00) "Concurso Pblico
Fator altura. Caso a caso, h de perquirir-se a sintonia da
exigncia, no que implica fator de tratamento diferenciado com a
funo a ser exercida. No mbito da polcia, ao contrrio do que ocorre
com o agente em si, no se tem como constitucional a exigncia de
altura mnima, considerados homens e mulheres, de um metro e
sessenta para a habilitao ao cargo de escrivo, cuja natureza
estritamente escriturria, muito embora de nvel elevado." (RE
150.455, Rel. Min. Marco Aurlio, DJ 07/05/99). No mesmo sentido: AI
384.050-AgR, DJ 10/10/03; RE 194.952, DJ 11/10/01. "O direito sade
alm de qualificar-se como direito fundamental que assiste a todas
as pessoas representa conseqncia constitucional indissocivel do
direito vida. O Poder Pblico, qualquer que seja a esfera
institucional de sua atuao no plano da organizao federativa
brasileira, no pode mostrar-se indiferente ao problema da sade da
populao, sob pena de incidir, ainda que por censurvel omisso, em
grave comportamento inconstitucional. (...) O reconhecimento
judicial da validade jurdica de programas de distribuio gratuita de
medicamentos a pessoas carentes, inclusive quelas portadoras do
vrus HIV/AIDS, d efetividade a preceitos fundamentais da Constituio
da Repblica (arts. 5, caput, e 196) e representa, na concreo do seu
alcance, um gesto reverente e solidrio de apreo vida e sade das
pessoas, especialmente daquelas que nada tm e nada possuem, a no
ser a conscincia de sua prpria humanidade e de sua essencial
dignidade." (RE 271.286-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, DJ
24/11/00). No mesmo sentido: RE 393.175, Rel. Min. Celso de Mello,
Informativo 414. "Os direitos e garantias individuais no tm carter
absoluto. No h, no sistema constitucional brasileiro, direitos ou
garantias que se revistam de carter absoluto, mesmo porque razes de
relevante interesse pblico ou exigncias derivadas do princpio de
convivncia das liberdades legitimam, ainda que excepcionalmente, a
adoo, por parte dos rgos estatais, de medidas restritivas das
prerrogativas individuais ou coletivas, desde que respeitados os
termos estabelecidos pela prpria Constituio. O estatuto
constitucional das liberdades pblicas, ao delinear o regime jurdico
a que estas esto sujeitas - e considerado o substrato tico que as
informa - permite que sobre elas incidam limitaes de ordem jurdica,
destinadas, de um lado, a proteger a integridade do interesse
social e, de outro, a assegurar a coexistncia harmoniosa das
liberdades, pois nenhum direito ou garantia pode ser exercido em
detrimento da ordem pblica ou com desrespeito aos direitos e
garantias de terceiros." (MS 23.452, Rel. Min. Celso de Mello, DJ
12/05/00) "Ao recorrente, por no ser francs, no obstante trabalhar
para a empresa francesa, no Brasil, no foi aplicado o Estatuto do
Pessoal da Empresa, que concede vantagens aos empregados, cuja
aplicabilidade seria restrita ao empregado de nacionalidade
francesa. Ofensa ao princpio da igualdade: C.F., 1967, art. 153, 1;
C.F., 1988, art. 5, caput). A discriminao que se baseia em
atributo, qualidade, nota intrnseca ou extrnseca do indivduo, como
o sexo, a raa, a nacionalidade, o credo religioso, etc.,
inconstitucional. Precedente do STF: Ag 110.846(AgRg)-PR, Clio
Borja, RTJ 119/465. Fatores que autorizariam a desigualizao no
ocorrentes no caso." (RE 161.243, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ
19/12/97) A teor do disposto na cabea do artigo 5 da Constituio
Federal, os estrangeiros residentes no Pas tm jus aos direitos e
garantias fundamentais. (HC 74.051, Rel. Min. Marco Aurlio, DJ
20/09/96) file:///K|/stf-cf.htm (14 of 719)20/11/2006 11:34:21
15. STF - Constituio Enquanto os direitos de primeira gerao
(direitos civis e polticos) que compreendem as liberdades clssicas,
negativas ou formais realam o princpio da liberdade e os direitos
de segunda gerao (direitos econmicos, sociais e culturais) que se
identifica com as liberdades positivas, reais ou concretas acentuam
o princpio da igualdade, os direitos de terceira gerao, que
materializam poderes de titularidade coletiva atribudos
genericamente a todas as formaes sociais, consagram o princpio da
solidariedade e constituem um momento importante no processo de
desenvolvimento, expanso e reconhecimento dos direitos humanos,
caracterizados, enquanto valores fundamentais indisponveis, nota de
uma essencial inexauribilidade. (MS 22.164, Rel. Min. Celso de
Mello, DJ 17/11/95) "O postulado constitucional do due process of
law, em sua destinao jurdica, tambm est vocacionado proteo da
propriedade. Ningum ser privado de seus bens sem o devido processo
legal (CF, art. 5, LIV). A Unio Federal mesmo tratando-se de execuo
e implementao do programa de reforma agrria no est dispensada da
obrigao de respeitar, no desempenho de sua atividade de expropriao,
por interesse social, os princpios constitucionais que, em tema de
propriedade, protegem as pessoas contra a eventual expanso
arbitrria do poder estatal. A clusula de garantia dominial que
emerge do sistema consagrado pela Constituio da Repblica tem por
objetivo impedir o injusto sacrifcio do direito de propriedade."
(MS 22.164, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 17/11/95) "Concurso
pblico: princpio de igualdade: ofensa inexistente. No ofende o
princpio da igualdade o regulamento de concurso pblico que,
destinado a preencher cargos de vrios rgos da Justia Federal,
sediados em locais diversos, determina que a classificao se faa por
unidade da Federao, ainda que da resulte que um candidato se possa
classificar, em uma delas, com nota inferior ao que, em outra, no
alcance a classificao respectiva" (RE 146.585, Rel. Min. Seplveda
Pertence, DJ 15/09/95) O princpio da isonomia, que se reveste de
auto-aplicabilidade, no - enquanto postulado fundamental de nossa
ordem poltico-jurdica suscetvel de regulamentao ou de complementao
normativa. Esse princpio cuja observncia vincula,
incondicionalmente, todas as manifestaes do Poder Pblico deve ser
considerado, em sua precpua funo de obstar discriminaes e de
extinguir privilgios (RDA 55/114), sob duplo aspecto: (a) o da
igualdade na lei e (b) o da igualdade perante a lei. A igualdade na
lei que opera numa fase de generalidade puramente abstrata
constitui exigncia destinada ao legislador que, no processo de sua
formao, nela no poder incluir fatores de discriminao, responsveis
pela ruptura da ordem isonmica. A igualdade perante a lei, contudo,
pressupondo lei j elaborada, traduz imposio destinada aos demais
poderes estatais, que, na aplicao da norma legal, no podero
subordin-la a critrios que ensejem tratamento seletivo ou
discriminatrio. A eventual inobservncia desse postulado pelo
legislador impor ao ato estatal por ele elaborado e produzido a
eiva de inconstitucionalidade. (MI 58, Rel. Min. Celso de Mello, DJ
19/04/91) I - homens e mulheres so iguais em direitos e obrigaes,
nos termos desta Constituio; (...) o Supremo Tribunal Federal
firmou entendimento no sentido de que no h violao ao princpio da
isonomia quando a discriminao tem como base a natureza das
atribuies e funes exercidas em razo do sexo. (...). No mesmo
sentido, o RE 316.882, 2 T., Rel. Carlos Velloso, sesso do dia
20/09/05, o RE 428.613-AgR, 1 T., Rel Seplveda Pertence, DJ
24/06/05 e, ainda, monocraticamente, o RE 445.855, Rel. Cezar
Peluso, DJ 07/04/05 e o AI 458.900, Rel. Marco Aurlio, DJ 28/03/05.
(AI 403.106, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 14/10/05) "Promoo de
militares dos sexos masculino e feminino: critrios diferenciados:
carreiras regidas por legislao especfica: ausncia de violao ao
princpio da isonomia: precedente (RE 225.721, Ilmar Galvo, DJ
24/04/2000)." (AI 511.131-AgR, Rel. Min. Seplveda Pertence, DJ
15/04/05) file:///K|/stf-cf.htm (15 of 719)20/11/2006 11:34:21
16. STF - Constituio (...) no de se presumir que o legislador
constituinte derivado, na Emenda 20/98, mais precisamente em seu
art. 14, haja pretendido a revogao, ainda que implcita, do art. 7,
XVIII, da Constituio Federal originria. Se esse tivesse sido o
objetivo da norma constitucional derivada, por certo a EC n. 20/98
conteria referncia expressa a respeito. E, falta de norma
constitucional derivada, revogadora do art. 7, XVIII, a pura e
simples aplicao do art. 14 da EC 20/98, de modo a torn-la
insubsistente, implicar um retrocesso histrico, em matria
social-previdenciria, que no se pode presumir desejado. Na verdade,
se se entender que a Previdncia Social, doravante, responder apenas
por R$ 1.200,00 (hum mil e duzentos reais) por ms, durante a licena
da gestante, e que o empregador responder, sozinho, pelo restante,
ficar sobremaneira facilitada e estimulada a opo deste pelo
trabalhador masculino, ao invs da mulher trabalhadora. Estar, ento,
propiciada a discriminao que a Constituio buscou combater, quando
proibiu diferena de salrios, de exerccio de funes e de critrios de
admisso, por motivo de sexo (art. 7, XXX, da CF/88), proibio que,
em substncia, um desdobramento do princpio da igualdade de direitos
entre homens e mulheres, previsto no inciso I do art. 5 da
Constituio Federal. Estar, ainda, conclamado o empregador a
oferecer mulher trabalhadora, quaisquer que sejam suas aptides,
salrio nunca superior a R$ 1.200,00, para no ter de responder pela
diferena. (...) Reiteradas as consideraes feitas nos votos, ento
proferidos, e nessa manifestao do Ministrio Pblico Federal, a ao
direta de inconstitucionalidade julgada procedente, em parte, para
se dar, ao art. 14 da Emenda Constitucional n. 20, de 15/12/1998,
interpretao conforme Constituio, excluindo-se sua aplicao ao salrio
da licena gestante, a que se refere o art. 7, inciso XVIII, da
Constituio Federal. (ADI 1.946, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ
16/05/03) Concurso pblico critrio de admisso - sexo. A regra
direciona no sentido da inconstitucionalidade da diferena de
critrio de admisso considerado o sexo - artigo 5, inciso I, e par.
2 do artigo 39 da Carta Federal. A exceo corre conta das hipteses
aceitveis, tendo em vista a ordem scio-constitucional. (RE 120.305,
Rel. Min. Marco Aurlio, DJ 09/06/95) II - ningum ser obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa seno em virtude de lei; "No
cabe recurso extraordinrio por contrariedade ao princpio
constitucional da legalidade, quando a sua verificao pressuponha
rever a interpretao dada a normas infraconstitucionais pela deciso
recorrida." (SM. 636) "S por lei se pode sujeitar a exame
psicotcnico a habilitao de candidato a cargo pblico." (SM. 686) "O
princpio da reserva de lei atua como expressiva limitao
constitucional ao poder do Estado, cuja competncia regulamentar,
por tal razo, no se reveste de suficiente idoneidade jurdica que
lhe permita restringir direitos ou criar obrigaes. Nenhum ato
regulamentar pode criar obrigaes ou restringir direitos, sob pena
de incidir em domnio constitucionalmente reservado ao mbito de
atuao material da lei em sentido formal. O abuso de poder
regulamentar, especialmente nos casos em que o Estado atua contra
legem ou praeter legem, no s expe o ato transgressor ao controle
jurisdicional, mas viabiliza, at mesmo, tal a gravidade desse
comportamento governamental, o exerccio, pelo Congresso Nacional,
da competncia extraordinria que lhe confere o art. 49, inciso V, da
Constituio da Repblica e que lhe permite sustar os atos normativos
do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (...).
Doutrina. Precedentes (RE 318.873-AgR/SC, Rel. Min. Celso de Mello,
v.g.). Plausibilidade jurdica da impugnao validade constitucional
da Instruo Normativa STN n. 01/2005." (AC 1.033-AgR-QO, Rel. Min.
Celso de Mello, DJ 16/06/06) "O princpio constitucional da reserva
de lei formal traduz limitao ao exerccio das atividades
administrativas e jurisdicionais do Estado. A reserva de lei
analisada sob tal perspectiva constitui postulado revestido de funo
excludente, de carter negativo, pois veda, nas matrias a ela
sujeitas, quaisquer intervenes normativas, a ttulo primrio, de rgos
estatais no- legislativos. Essa clusula constitucional, por sua
vez, projeta-se em uma dimenso positiva, eis que a sua incidncia
refora o princpio, que, fundado na autoridade da Constituio, impe,
administrao e jurisdio, a necessria submisso aos comandos estatais
emanados, exclusivamente, do legislador. No cabe, ao Poder
Executivo, em tema regido pelo postulado da reserva de lei, atuar
na anmala (e inconstitucional) condio de legislador, para, em assim
agindo, proceder imposio de seus prprios critrios, afastando, desse
modo, os fatores que, no mbito de nosso sistema constitucional, s
podem ser legitimamente definidos pelo Parlamento. que, se tal
fosse possvel, o Poder Executivo passaria a desempenhar atribuio
que lhe institucionalmente estranha (a de legislador), usurpando,
desse modo, no contexto de um sistema de poderes essencialmente
limitados, competncia que no lhe pertence, com evidente transgresso
ao princpio constitucional da separao de poderes." (ADI 2.075-MC,
Rel. Min. Celso De Mello, DJ 27/06/03) file:///K|/stf-cf.htm (16 of
719)20/11/2006 11:34:21
17. STF - Constituio No ofende o princpio da legalidade a
deciso que, ao interpretar o ordenamento positivo em ato
adequadamente motivado, limita-se, sem qualquer desvio hermenutico,
e dentro dos critrios consagrados pela Smula 288/STF, a considerar
como 'essencial compreenso da controvrsia' a pea referente
comprovao da tempestividade do recurso extraordinrio. (AI
156.226-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 14/02/97) A inobservncia
ao princpio da legalidade pressupe o reconhecimento de preceito de
lei dispondo de determinada forma e provimento judicial em sentido
diverso, ou, ento, a inexistncia de base legal e, mesmo assim, a
condenao a satisfazer o que pleiteado. (AI 147.203-AgR, Rel. Min.
Marco Aurlio, DJ 11/06/93) No afronta o princpio da legalidade a
reparao de leses deformantes, a ttulo de dano moral (art. 1.538, 1,
do Cdigo Civil). (RE 116.447, Rel. Min. Clio Borja, DJ 07/08/92)
III - ningum ser submetido a tortura nem a tratamento desumano ou
degradante; A Turma deferiu habeas corpus em que Conselheiro do
Tribunal de Contas do Estado de Rondnia denunciado, com terceiros,
com base em investigaes procedidas na denominada Operao Domin
pleiteava fosse a ele garantido o direito de no ser algemado e nem
exposto exibio para as cmeras da imprensa. (...) No tocante
necessidade ou no do uso de algemas, aduziu-se que esta matria no
tratada, especfica e expressamente, nos cdigos Penal e de Processo
Penal vigentes. Entretanto, salientou-se que a Lei de Execuo Penal
(art. 199) determina que o emprego de algema seja regulamentado por
decreto federal, o que ainda no ocorreu. Afirmou-se que, no
obstante a omisso legislativa, a utilizao de algemas no pode ser
arbitrria, uma vez que a forma juridicamente vlida do seu uso pode
ser inferida a partir da interpretao dos princpios jurdicos
vigentes, especialmente o princpio da proporcionalidade e o da
razoabilidade. Citaram- se, ainda, algumas normas que sinalizam
hipteses em que aquela poder ser usada (CPP, artigos 284 e 292; CF,
art. 5, incisos III, parte final e X; as regras jurdicas que tratam
de prisioneiros adotadas pela ONU , n. 33; o Pacto de San Jos da
Costa Rica, art. 5, 2). Entendeu-se, pois, que a priso no espetculo
e que o uso legtimo de algemas no arbitrrio, sendo de natureza
excepcional e que deve ser adotado nos casos e com as finalidades
seguintes: a) para impedir, prevenir ou dificultar a fuga ou reao
indevida do preso, desde que haja fundada suspeita ou justificado
receio de que tanto venha a ocorrer; b) para evitar agresso do
preso contra os prprios policiais, contra terceiros ou contra si
mesmo. Concluiu-se que, no caso, no haveria motivo para a utilizao
de algemas, j que o paciente no demonstrara reao violenta ou
inaceitao das providncias policiais. Ordem concedida para
determinar s autoridades tidas por coatoras que se abstenham de
fazer uso de algemas no paciente, a no ser em caso de reao violenta
que venha a ser por ele adotada e que coloque em risco a sua
segurana ou a de terceiros, e que, em qualquer situao, dever ser
imediata e motivadamente comunicado ao STF. (HC 89.429, Rel. Min.
Crmen Lcia, Informativo 437) IV - livre a manifestao do pensamento,
sendo vedado o anonimato; "(...) entendo que um dos fundamentos que
afastam a possibilidade de utilizao da denncia annima como ato
formal de instaurao do procedimento investigatrio reside,
precisamente, como demonstrado em meu voto, no inciso IV do art. 5
da Constituio da Repblica. Impende reafirmar, bem por isso, na
linha do voto que venho de proferir, a assero de que os escritos
annimos no podem justificar, s por si, desde que isoladamente
considerados, a imediata instaurao da persecutio criminis, eis que
peas apcrifas no podem ser incorporadas, formalmente, ao processo,
salvo quando tais documentos forem produzidos pelo acusado, ou,
ainda, quando constiturem, eles prprios, o corpo de delito (como
sucede com bilhetes de resgate no delito de extorso mediante
seqestro, ou como ocorre com cartas que evidenciem a prtica de
crimes contra a honra, ou que corporifiquem o delito de ameaa ou
que materializem o crimen falsi, p. ex.). Nada impede, contudo, que
o Poder Pblico (...) provocado por delao annima tal como ressaltado
por Nelson Hungria, na lio cuja passagem reproduzi em meu voto
adote medidas informais destinadas a apurar, previamente, em
averiguao sumria, com prudncia e discrio, a possvel ocorrncia de
eventual situao de ilicitude penal, desde que o faa com o objetivo
de conferir a verossimilhana dos fatos nela denunciados, em ordem a
promover, ento, em caso positivo, a formal instaurao da persecutio
criminis, mantendo-se, assim, completa desvinculao desse
procedimento estatal em relao s peas apcrifas." (Inq 1.957, voto do
Min. Celso de Mello, DJ 11/11/05) file:///K|/stf-cf.htm (17 of
719)20/11/2006 11:34:21
18. STF - Constituio Divulgao total ou parcial, por qualquer
meio de comunicao, de nome, ato ou documento de procedimento
policial, administrativo ou judicial relativo criana ou adolescente
a que se atribua ato infracional. Publicidade indevida. Penalidade:
suspenso da programao da emissora at por dois dias, bem como da
publicao do peridico at por dois nmeros. Inconstitucionalidade. A
Constituio de 1988 em seu artigo 220 estabeleceu que a liberdade de
manifestao do pensamento, de criao, de expresso e de informao, sob
qualquer forma, processo ou veculo, no sofrer qualquer restrio,
observado o que nela estiver disposto. (ADI 869, Rel. Min. Ilmar
Galvo, DJ 04/06/04) Limitaes liberdade de manifestao do pensamento,
pelas suas variadas formas. Restrio que h de estar explcita ou
implicitamente prevista na prpria Constituio. (ADI 869, Rel. Min.
Ilmar Galvo, DJ 04/06/04) A Lei 8.443, de 1992, estabelece que
qualquer cidado, partido poltico ou sindicato parte legtima para
denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o TCU. A apurao
ser em carter sigiloso, at deciso definitiva sobre a matria.
Decidindo, o Tribunal manter ou no o sigilo quanto ao objeto e
autoria da denncia ( 1 do art. 55). Estabeleceu o TCU, ento, no seu
Regimento Interno, que, quanto autoria da denncia, ser mantido o
sigilo: inconstitucionalidade diante do disposto no art. 5, incisos
V, X, XXXIII e XXXV, da Constituio Federal. (MS 24.405, Rel. Min.
Carlos Velloso, DJ 23/04/04) "Liberdade de expresso. Garantia
constitucional que no se tem como absoluta. Limites morais e
jurdicos. O direito livre expresso no pode abrigar, em sua
abrangncia, manifestaes de contedo imoral que implicam ilicitude
penal. As liberdades pblicas no so incondicionais, por isso devem
ser exercidas de maneira harmnica, observados os limites definidos
na prpria Constituio Federal (CF, artigo 5, 2, primeira parte). O
preceito fundamental de liberdade de expresso no consagra o direito
incitao ao racismo, dado que um direito individual no pode
constituir-se em salvaguarda de condutas ilcitas, como sucede com
os delitos contra a honra. Prevalncia dos princpios da dignidade da
pessoa humana e da igualdade jurdica" (HC 82.424, Rel. Min. Maurcio
Corra, DJ 19/03/04) A liberdade de expresso constitui-se em direito
fundamental do cidado, envolvendo o pensamento, a exposio de fatos
atuais ou histricos e a crtica. (HC 83.125, Rel. Min. Marco Aurlio,
DJ 07/11/03) "Delao annima. Comunicao de fatos graves que teriam
sido praticados no mbito da administrao pblica. Situaes que se
revestem, em tese, de ilicitude (procedimentos licitatrios
supostamente direcionados e alegado pagamento de dirias
exorbitantes). A questo da vedao constitucional do anonimato (CF,
art. 5, IV, in fine), em face da necessidade tico- jurdica de
investigao de condutas funcionais desviantes. Obrigao estatal, que,
imposta pelo dever de observncia dos postulados da legalidade, da
impessoalidade e da moralidade administrativa (CF, art. 37, caput),
torna inderrogvel o encargo de apurar comportamentos eventualmente
lesivos ao interesse pblico. Razes de interesse social em possvel
conflito com a exigncia de proteo incolumidade moral das pessoas
(CF, art. 5, X). O direito pblico subjetivo do cidado ao fiel
desempenho, pelos agentes estatais, do dever de probidade
constituiria uma limitao externa aos direitos da personalidade?
Liberdades em antagonismo. Situao de tenso dialtica entre princpios
estruturantes da ordem constitucional. Coliso de direitos que se
resolve, em cada caso ocorrente, mediante ponderao dos valores e
interesses em conflito. Consideraes doutrinrias. Liminar
indeferida." (MS 24.369, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 16/10/02) V -
assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, alm da
indenizao por dano material, moral ou imagem; O dano moral
indenizvel o que atinge a esfera legtima de afeio da vtima, que
agride seus valores, que humilha, que causa dor. A perda de uma
frasqueira contendo objetos pessoais, geralmente objetos de
maquiagem da mulher, no obstante desagradvel, no produz dano moral
indenizvel. (RE 387.014-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 25/06/04)
A simples reproduo, pela imprensa, de acusao de mau uso de verbas
pblicas, prtica de nepotismo e trfico de influncia, objeto de
representao devidamente formulada perante o TST por federao de
sindicatos, no constitui abuso de direito. Dano moral indevido. (RE
208.685, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 22/08/03) file:///K|/stf-cf.htm
(18 of 719)20/11/2006 11:34:21
19. STF - Constituio Coleta de material biolgico da placenta,
com propsito de se fazer exame de DNA, para averigao de paternidade
do nascituro, embora a oposio da extraditanda. (...). Bens jurdicos
constitucionais como 'moralidade administrativa', 'persecuo penal
pblica' e 'segurana pblica' que se acrescem, como bens da
comunidade, na expresso de Canotilho, ao direito fundamental honra
(CF, art. 5, X), bem assim direito honra e imagem de policiais
federais acusados de estupro da extraditanda, nas dependncias da
Polcia Federal, e direito imagem da prpria instituio, em confronto
com o alegado direito da reclamante intimidade e a preservar a
identidade do pai de seu filho. (Rcl 2.040-QO, Rel. Min. Nri da
Silveira, DJ 27/06/03) Para a reparao do dano moral no se exige a
ocorrncia de ofensa reputao do indivduo. O que acontece que, de
regra, a publicao da fotografia de algum, com intuito comercial ou
no, causa desconforto, aborrecimento ou constrangimento, no
importando o tamanho desse desconforto, desse aborrecimento ou
desse constrangimento. Desde que ele exista, h o dano moral, que
deve ser reparado, manda a Constituio, art. 5, X. (RE 215.984, Rel.
Min. Carlos Velloso, DJ 28/06/02) "A possibilidade de a pessoa
jurdica sofrer danos morais no alcana nvel constitucional a
viabilizar a abertura da via extraordinria." (RE 221.250-AgR, Rel.
Min. Ellen Gracie, DJ 06/04/01) O fato de a Conveno de Varsvia
revelar, como regra, a indenizao tarifada por danos materiais no
exclui a relativa aos danos morais. Configurados esses pelo
sentimento de desconforto, de constrangimento, aborrecimento e
humilhao decorrentes do extravio de mala, cumpre observar a Carta
Poltica da Repblica incisos V e X do artigo 5, no que se sobrepe a
tratados e convenes ratificados pelo Brasil. (RE 172.720, Rel. Min.
Marco Aurlio, DJ 21/02/97). No mesmo sentido: AI 196.379-AgR, DJ
24/04/98. No afronta o princpio da legalidade a reparao de leses
deformantes, a ttulo de dano moral (art. 1.538, 1, do Cdigo Civil).
(RE 116.447, Rel. Min. Clio Borja, DJ 07/08/92) VI - inviolvel a
liberdade de conscincia e de crena, sendo assegurado o livre
exerccio dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a
proteo aos locais de culto e a suas liturgias; VII - assegurada,
nos termos da lei, a prestao de assistncia religiosa nas entidades
civis e militares de internao coletiva; VIII - ningum ser privado
de direitos por motivo de crena religiosa ou de convico filosfica
ou poltica, salvo se as invocar para eximir-se de obrigao legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestao alternativa, fixada em
lei; IX - livre a expresso da atividade intelectual, artstica,
cientfica e de comunicao, independentemente de censura ou licena;
"As liberdades pblicas no so incondicionais, por isso devem ser
exercidas de maneira harmnica, observados os limites definidos na
prpria Constituio Federal (CF, artigo 5, 2, primeira parte). O
preceito fundamental de liberdade de expresso no consagra o
'direito incitao ao racismo', dado que um direito individual no
pode constituir-se em salvaguarda de condutas ilcitas, como sucede
com os delitos contra a honra. Prevalncia dos princpios da
dignidade da pessoa humana e da igualdade jurdica." (HC 82.424,
Rel. Min. Maurcio Corra, DJ 19/03/04) X - so inviolveis a
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,
assegurado o direito a indenizao pelo dano material ou moral
decorrente de sua violao; file:///K|/stf-cf.htm (19 of
719)20/11/2006 11:34:21
20. STF - Constituio A Turma deferiu habeas corpus em que
Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Rondnia denunciado,
com terceiros, com base em investigaes procedidas na denominada
Operao Domin pleiteava fosse a ele garantido o direito de no ser
algemado e nem exposto exibio para as cmeras da imprensa. (...) No
tocante necessidade ou no do uso de algemas, aduziu-se que esta
matria no tratada, especfica e expressamente, nos cdigos Penal e de
Processo Penal vigentes. Entretanto, salientou-se que a Lei de
Execuo Penal (art. 199) determina que o emprego de algema seja
regulamentado por decreto federal, o que ainda no ocorreu.
Afirmou-se que, no obstante a omisso legislativa, a utilizao de
algemas no pode ser arbitrria, uma vez que a forma juridicamente
vlida do seu uso pode ser inferida a partir da interpretao dos
princpios jurdicos vigentes, especialmente o princpio da
proporcionalidade e o da razoabilidade. Citaram- se, ainda, algumas
normas que sinalizam hipteses em que aquela poder ser usada (CPP,
artigos 284 e 292; CF, art. 5, incisos III, parte final e X; as
regras jurdicas que tratam de prisioneiros adotadas pela ONU , n.
33; o Pacto de San Jos da Costa Rica, art. 5, 2). Entendeu-se,
pois, que a priso no espetculo e que o uso legtimo de algemas no
arbitrrio, sendo de natureza excepcional e que deve ser adotado nos
casos e com as finalidades seguintes: a) para impedir, prevenir ou
dificultar a fuga ou reao indevida do preso, desde que haja fundada
suspeita ou justificado receio de que tanto venha a ocorrer; b)
para evitar agresso do preso contra os prprios policiais, contra
terceiros ou contra si mesmo. Concluiu-se que, no caso, no haveria
motivo para a utilizao de algemas, j que o paciente no demonstrara
reao violenta ou inaceitao das providncias policiais. Ordem
concedida para determinar s autoridades tidas por coatoras que se
abstenham de fazer uso de algemas no paciente, a no ser em caso de
reao violenta que venha a ser por ele adotada e que coloque em
risco a sua segurana ou a de terceiros, e que, em qualquer situao,
dever ser imediata e motivadamente comunicado ao STF. (HC 89.429,
Rel. Min. Crmen Lcia, Informativo 437) "A quebra de sigilo no pode
ser manipulada, de modo arbitrrio, pelo Poder Pblico ou por seus
agentes. que, se assim no fosse, a quebra de sigilo
converter-se-ia, ilegitimamente, em instrumento de busca
generalizada e de devassa indiscriminada da esfera de intimidade
das pessoas, o que daria, ao Estado, em desconformidade com os
postulados que informam o regime democrtico, o poder absoluto de
vasculhar, sem quaisquer limitaes, registros sigilosos alheios.
Doutrina. Precedentes. Para que a medida excepcional da quebra de
sigilo bancrio no se descaracterize em sua finalidade legtima,
torna-se imprescindvel que o ato estatal que a decrete, alm de
adequadamente fundamentado, tambm indique, de modo preciso, dentre
outros dados essenciais, os elementos de identificao do correntista
(notadamente o nmero de sua inscrio no CPF) e o lapso temporal
abrangido pela ordem de ruptura dos registros sigilosos mantidos
por instituio financeira. Precedentes." (HC 84.758, Rel. Min. Celso
de Mello, DJ 16/06/06) "O chamado sigilo fiscal nada mais que um
desdobramento do direito intimidade e vida privada. Aqui se cuida
de pessoa jurdica que exerce atividade tributvel. Contribuinte,
portanto. Os documentos foram apreendidos no interior da sede da
empresa e no no domiclio do seu responsvel legal. A atividade da
pessoa jurdica est prevista como crime contra a ordem econmica.
Legtima, assim, a atuao do Fisco, com respaldo na legislao
pertinente. Legtima, tambm, a atuao do Ministrio Pblico instando a
autoridade policial instaurao do inqurito policial, com vista a
apurar a ocorrncia de um fato tpico adquirir, distribuir e revender
derivados de petrleo, em desacordo com as normas estabelecidas na
forma da lei previsto no art. 1, inciso I, da Lei 8.176/91, que
disciplina os crimes contra a ordem econmica. (HC 87.654, voto da
Min. Ellen Gracie, DJ 20/04/06) "Paciente denunciado por falsidade
ideolgica, consubstanciada em exigir quantia em dinheiro para
inserir falsa informao de excesso de contingente em certificado de
dispensa de incorporao. Gravao clandestina realizada pelo
alistando, a pedido de emissora de televiso, que levou as imagens
ao ar em todo o territrio nacional por meio de conhecido programa
jornalstico. (...) A questo posta no de inviolabilidade das
comunicaes e sim da proteo da privacidade e da prpria honra, que no
constitui direito absoluto, devendo ceder em prol do interesse
pblico." (HC 87.341, Rel. Min. Eros Grau, DJ 03/03/06) "Alegada
nulidade da ao penal, que teria origem em procedimento
investigatrio do Ministrio Pblico e incompatibilidade do tipo penal
em causa com a Constituio Federal. Caso em que os fatos que
basearam a inicial acusatria emergiram durante o Inqurito Civil, no
caracterizando investigao criminal, como quer sustentar a impetrao.
A validade da denncia nesses casos, proveniente de elementos
colhidos em Inqurito civil, se impe, at porque jamais se discutiu a
competncia investigativa do Ministrio Pblico diante da cristalina
previso constitucional (art. 129, II, da CF). Na espcie, no est em
debate a inviolabilidade da vida privada e da intimidade de
qualquer pessoa. A questo apresentada outra. Consiste na obedincia
aos princpios regentes da Administrao Pblica, especialmente a
igualdade, a moralidade, a publicidade e a eficincia, que estariam
sendo afrontados se de fato ocorrentes as irregulari